A pesquisa de sangue oculto como triagem para o câncer colo
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A pesquisa de sangue oculto como triagem para o câncer colo
Informativo Científico do Laboratório Médico Santa Luzia Out/Nov/Dez 2008 Número 94 - Ano XIV Impresso Especial 68001074/DR/SC LAB. SANTA LUZIA CORREIOS A pesquisa de sangue oculto como triagem para o câncer colo-retal O câncer colo-retal pode comprometer ambos os sexos e está presente com maior incidência nas regiões sul e sudeste do Brasil. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), Santa Catarina é o quinto estado mais acometido por essa doença. Entre 40 e 50% de pacientes com diagnóstico em fase inicial dessa enfermidade têm sobrevida média de cinco anos. Estimam-se, para o ano de 2008 no Brasil, 12.490 e 14.500 novos casos em homens e mulheres, respectivamente. A Organização Mundial de Saúde (OMS), a Sociedade Americana de Câncer (American Cancer Society - ACS) e o INCA recomendam rastreamento para câncer colo-retal a partir dos 50 anos de idade, através da pesquisa anual de sangue oculto (PSO) nas fezes, ou sigmoidoscopia a cada cinco anos. A colonoscopia é indicada como triagem a cada dez anos e também como método confirmatório para os demais exames. Pessoas com histórico familiar de câncer colo-retal, e de outros tipos de câncer (mama, útero, ovário), bem como de pólipos, doença de Crohn, retocolite ulcerativa ou diverticulite fazem parte do grupo de risco. Para elas, sugere-se o rastreamento do câncer colo-retal a partir dos 40 anos. O exame PSO não é invasivo e fundamenta-se na detecção de pequenos sangramentos nas fezes dos pacientes com câncer colo-retal, antes do surgimento dos sintomas. Estudos controlados indicam que o rastreamento com PSO está associado à redução de 33% na mortalidade por esse tipo de câncer. Entre os métodos disponíveis para PSO estão os colorimétricos tradicionais e os imunológicos. Os métodos tradicionais detectam sangue nas fezes através da atividade pseudoperoxidase da porção heme da hemoglobina. Esse exame é suscetível à interferência de alimentos e medicamentos. Além disso, não é específico para hemoglobina humana, o que pode levar a resultados falso-positivos ou falso-negativos. Por exemplo, o uso de medicamentos como antiinflamatórios não esteroidais, ferro, vitamina C, laxantes, bem como bebidas alcoólicas podem interferir no resultado. Para minimizar tais interferências, nos três dias que antecedem e durante a coleta da amostra, a pessoa deve submeter-se a uma dieta indicada pelo laboratório. O método imunológico detecta sangue humano nas fezes com o auxílio de anticorpos monoclonais anti-globina humana, não sofrendo interferência de hemoglobinas de outras espécies animais. Assim torna-se dispensável a dieta. Recomenda-se, a critério clínico, antes da realização do exame, a suspensão do uso de medicamentos que agridem o trato gastrintestinal (TGI). Por ser a globina degradada pelas enzimas do TGI superior, essa metodologia apresenta maior especificidade para sangramentos do TGI inferior e, conseqüentemente, para o câncer colo-retal. Para a realização de ambas as metodologias, a coleta da amostra não deve ser realizada quando houver sangramentos menstrual e gengival, hemorróidas sangrantes ou hematúria. É indicada a realização do exame em três amostras consecutivas de fezes porque o câncer pode causar sangramentos intermitentes. O Laboratório Médico Santa Luzia disponibiliza as duas metodologias para PSO. . PARTICULARIADADES DAS METODOLOGIAS PSO (Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes) FATORES IMUNOLÓGICO TRADICIONAL Especificidade para sangue humano Sim Não Reação com outras hemoglobinas animais (carnes brancas e vermelhas) Não Sim Resultados falso-positivos Baixo Alto Positividade para sangramento no TGI superior Baixa Alta Não Sim Suspender* Suspender* Vitamina C Não suspender Suspender* Ferro Não suspender Suspender* Não realizado pela maioria dos convênios médicos Realizado pela maioria dos convênios médicos Dieta antes e durante o teste Antiinflamatórios não esteroidais Medicamentos Custos * A critério médico. . COMO SOLICITAR O EXAME? - PSO por método tradicional ou - PSO por método imunológico .notas - O médico deve especificar o número de amostras do e xame a ser realizado. - Para exames realizados pelo método tradicional, é necessária a realização de dieta. Caso sejam solicitadas múltiplas amostras, a dieta deve ser mantida durante todo o período de coleta. Parasitologia LMSL Bárbara Souza Martins: CRF-SC 7730 Carine Meinerz: CRF-SC 6452 Márcia R. Erichsen de Andrade: CRF-SC 1599 Lusiane da Luz Lesuk: CRF-SC 2661 Grasiela Pacheco: CRF-SC 4203 Referências LEVIN, B. et al. Screening and Surveillance for the Early Detection of Colorectal Cancer and Adenomatous Polyps, 2008: A Joint Guideline from the American Cancer Society, the US Multi-Society Task Force on Colorectal Cancer, and the American College of Radiology. CA Cancer J Clin (58): 130-160, 2008. http://caonline.amcancersoc.org (Acesso em: 25/10/2008). Can Colorectal Polyps and Cancer Be Found Early? http:// www.cancer.org (Acesso em: 12/12/2008). Estimativa de Incidência de Câncer no Brasil para 2008. http://www.inca.gov.br (Acesso em: 20/10/2008). WOO, H. Y. et al. A prospective study of a new immunochemical fecal occult blood test in Korean patients referred for colonoscopy. Clin Biochem (38): 395-399, 2005. O informativo Científico Labinforme é uma publicação idealizada pelo Laboratório Médico Santa Luzia. Diretor-presidente João Nilson Zunino (CRM-SC 1344) Editora científica Yara Medeiros (CRM-SC 2567) Endereço Rua Dom Joaquim, 660 - Florianópolis – SC Fone (48) 3952-4200 Site www.sluzia.com.br Edição e redação Fabiola Ietto ([email protected]) [11] 8582.1220 e [48] 9977.5713 Diagramação Elimara Renata Revisão Lílian Abram dos Santos Fotolito e impressão Gráfica Rocha