jornalc-edicao-03-outubro-2014
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1971 - 2014 QUINZEnário | 03 DE OUTUBRO de 2014 | Nº 1575 | Ano XLIII | Directora: Elsa Guerreiro Cepa | www.jornalc.pt | Preço Anual: 30€ 1€ Associação Mobilitas lança campanha Para ajudar nos tratamentos do Ricardo Avança intervenção “MInimalista” na Duna dos Caldeirões EB 2,3/S de Caminha continua à espera de obras seniores do Concelho de cerveira visitam santuário de fátima “Falta de transportes” não permite mais visitas à piscina D E S TA Q U E VERDADEIRA Situação Financeira da câmara É UMA Pág. 12/13 INCÓGNITA Ano escolar arranca com menos alunos, menos professores, menos funcionários e menos escolas Pág. 4/9 Grande Trail da Serra d’Arga André Rodrigues volta a vencer Ultra Trail No concelho de Caminha o ano letivo iniciou com menos 130 alunos e menos duas escolas. As crises demográfica e financeira e a emigração dos pais dos alunos, são as principais causas desta problemática diminuição. Bancada do PSD acusa o executivo de ter destruído Os dois melhores eventos culturais de Caminha Pág. 10/11 PUB. Pág. 14/15 JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 03 de outubro de 2014 seniores do Concelho de cerveira visitam santuário de fátima Polis lança concurso para recuperação e proteção de sistemas dunares degradados A Polis Litoral Norte - Sociedade para a Requalificação e Valorização do Litoral Norte SA, lançou o concurso público para contratação da Empreitada de Recuperação, proteção de sistemas dunares degradados e renaturalização de áreas naturais degradadas nos concelhos de Caminha e Viana do Castelo. A empreitada em causa abrange as áreas dos rochedos de Santo Isidoro em Caminha e de Montedor, Areosa, dunas da Amoro- PJ investiga possível homicídio em Vila Nova de Cerveira sa e Pedra Alta – Foz do Neiva em Viana do Castelo. A intervenção enquadra-se no Eixo 1 – Proteção e defesa da zona costeira visando a prevenção do risco do Plano Estratégico, na tipologia de “Medidas corretivas de erosão costeira e defesa costeira” e tem como objetivo principal a manutenção e reposição das condições natu-rais do ecossistema costeiro que assegurem a sua estabilidade biofísica por via da renaturalização de áreas degradadas, recuperação, reforço e fixação dos sistemas dunares, visando a prevenção de risco. A empreitada tem um valor base de 2.300.000€, sendo o financiamento garantido em 70% pelo Programa Operacional Temático de Valorização do Território e 30% pelo Estado Português, e terá uma duração de 180 dias. Recorde-se que a Polis Litoral Norte, constituída entre o Estado e os Municípios de Caminha, Viana do Castelo e Esposende, tem como objetivo a intervenção numa faixa costeira de cinquenta quilómetros na Região Norte, integrando ainda as zonas estuarinas dos rios Minho, Coura, Âncora, Lima, Neiva e Cávado, numa extensão de, aproximadamente, trinta quilómetros. A área de intervenção totaliza cerca de cinco mil hectares e integra o Parque Natural do Litoral Norte. Um homem foi encontrado já sem vida numa casa desabitada, em Vila Nova de Cerveira. As autoridades suspeitam de homicídio. O corpo do indivíduo, entre os 35 e os 40 anos, foi encontrado na tarde do último Sábado numa habitação da aldeia de Vila Meã pelos bombeiros do concelho. A corporação terá sido contatada para um caso de para- gem cardio-respiratória, mas quando chegou ao local o homem já não tinha quaisquer sinais vitais. Os ferimentos detectados na cabeça e no pescoço, ao que tudo indica provocados por arma branca, obrigou à intervenção das autoridades que admitem poder tratar-se de um homicídio. A Polícia Judiciária está agora a investigar. Cerca de 700 séniores do concelho de Vila Nova de Cerveira integraram o Passeio/Convívio Sénior 2014, organizado pela Câmara Municipal e que decorreu nos dias 23 e 24 de setembro. Fátima foi o destino de uma viagem que agregou confraternização, reencontros e consolidação de saberes. A excursão, repartida em dois dias, levou os séniores de Vila Cerveira mantém valor mínimo de IMI em 2015 A Assembleia Municipal de Vila Nova de Cerveira aprovou, por unanimidade, na passada sexta-feira, a taxa do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) para 2015, aplicando os mesmos valores mínimos praticados no corrente ano. O autarca cerveirense realça a medida que visa apoiar as famílias cerveirenses. O presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, Fernando Nogueira, sublinha que a atual política fiscal visa assegurar o reforço das receitas 1º Festival do Cordeiro à Moda de Monção A Câmara Municipal de Monção promove, em conjunto com a Associação Comercial e Industrial dos Con- |2 Nova de Cerveira a Fátima, o maior santuário mariano de Portugal, que assistiram, durante a manhã, à Eucaristia no Santuário. A autarquia acredita que o destino selecionado para este ano foi bem acolhido pelos crentes, mas também um motivo de curiosidade para os mais cépticos. Após o almoçoconvívio, o período da tarde foi preenchido com uma visita à Aldeia da Pia do Urso, local carregado de história onde os participantes tiveram oportunidade de observar o magnífico trabalho de restauro das casas típicas da região e o primeiro Ecoparque Sensorial do mundo destinado a invisuais. O passeio terminou com uma deslocação às Adegas Joaquim d’Avó com degustação de produtos típicos. ‘Dar vida aos Anos’ insere-se na estratégia municipal de apoio e dinamização social de um importante escalão etário da sociedade cerveirense que é o universo dos menos jovens. O executivo considera que promover o Passeio/Convívio Sénior 2014 é facilitar o reencontro entre cerveirenses que, apesar de viverem relativamente perto, muitas vezes e, por razões várias, passam longos períodos de tempo sem se encontrarem, o que só por si já é uma motivação, quer para a organização quer para os participantes desta iniciativa. A organização, a cargo dos serviços municipais, contou com a colaboração das juntas de freguesia do Concelho, a quem o município agradece todo o apoio manifestado. celhos de Monção e Melgaço e a ESA-IPVC, o 1º Festival do Cordeiro à Moda de Monção. Marcado para os dias 3, municipais geradas localmente, mas também estar atento às dificuldades das famílias do Concelho. As casas já avaliadas pelas regras do IMI estão sujeitas a uma taxa de imposto que pode oscilar entre os 0,3% e os 0,5%, cabendo às autarquias definir o valor do intervalo. No caso de Cerveira, a decisão passou por manter o valor mínimo possível já praticado em 2014, ou seja, os 0,3 por cento para os prédios urbanos avaliados e os 0,8 por cento para os imóveis não avaliados. 4 e 5 de outubro. Na apresentação do evento o presidente da autarquia, Augusto Domingues, sublinhou a importância do certame como instrumento de atração em época baixa, rentabilização económica e reforço da autenticidade e qualidade daquele prato típico de Monção. Realçou o seu papel como elemento diferenciador para fazer de Monção um território de excelên- cia na gastronomia. Confiante no sucesso da iniciativa, o vereador do pelouro da cultura, Paulo Esteves, agradeceu a disponibilidade dos parceiros e restaurantes e deixou antever algumas novidades em próximas edições, nomeadamente o prolongamento do certame por mais que um fim de semana. O responsável da Associação Comercial e Industrial dos JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 03 de outubro de 2014 CAMINHA Avança intervenção “MInimalista” na Duna dos Caldeirões Ação não vai permitir recuperar totalmente o local ao Jornal C que esta empreitada, a cargo da Polis Litoral Norte, é a segunda fase do reforço e protecção dos sistemas dunares e de renaturalização das áreas degradadas da foz do rio Âncora. A solução encontrada e que deverá avançar não mereceu o consenso de todas as entidades envolvidas, nomeadamente da Polis Litoral Norte, da autarquia de Caminha e dos técnicos contratados pelo Governo. Segundo o presidente da câmara de Caminha, em cima da mesa estiveram várias soluções. “Esteve sobre a mesa a possibilidade de se reconstituir a duna através da colocação de uma solução robusta de enrocamento de pedra, Miguel Alves, presidente da ou seja, a construção de um câmara de Caminha, explicou paredão em pedra ali naquela zona da duna. Outra solução equacionada foi a colocação de um geo-cilindro, um pouco à semelhança daquilo que se fez na praia de Moledo, ou seja, um grande saco de areia que protegesse a duna. Por último foi também equacionada uma solução ainda menos agressiva e mais amiga do ambiente, de renaturalização, ou seja de tentarmos perceber o que iria acontecer na duna”, explica Miguel Alves. Segundo o autarca caminhense o debate que aconteceu na Polis a propósito desta intervenção foi um debate tripartido entre o município de Caminha, a Polis e os peritos contratados pelo estado para o efeito, um debate sem consenso quanto à solução a aplicar. “Tivemos muita dificulda- de em chegar a um acordo. Aliás, para dizer a verdade, esse acordo não existiu. Aquilo que os peritos nos disseram é que a duna deveria ser reconstituída através de uma solução de enrocamento com a colocação de grandes blocos de granito na duna que seriam depois tapados com areia. Ao município de Caminha esta nunca pareceu uma boa solução, estávamos disponíveis para uma solução menos robusta”. Sem acordo sobre a melhor opção para a reconstrução do cordão dunar em Vila Praia de Âncora, vai avançar uma intervenção de menor dimensão. “O que vai avançar é uma ação menos robusta do que aquela que os peritos queriam e mais próxima daquilo que o município queria. No entanto não é a solução que nós defendíamos mas é pelo menos uma ação que vai permitir avaliar aquilo que vai acontecer”. A ação a desenvolver vai passar pela limpeza de infestantes que estão a ocupar toda aquela zona, quer das margens do rio Âncora quer das próprias dunas; a recuperação de passadiços e vedações; construção de zonas de observatório e acessos. Outra das intervenções será a consolidação da margem esquerda do rio Âncora, que fica junto ao campo do Âncora Praia, e aqui, segundo Miguel Alves, será aplicada uma solução de enrocamento. “O que se pretende é que a intervenção possa consolidar aquelas margens”. Ao mesmo tempo vai ser construído também um pequeno pontão que terá como função diminuir a força da água, desviando-a para o leito do rio âncora e evitando assim que escave a margem. Na zona da duna propriamente dita o que se vai fazer é, segundo Miguel Alves, “a colocação de uma cortina de estacas de proteção à duna e colocação de areia”. A destruição da Duna dos Caldeirões, no Inverno passado em Vila Praia de Âncora, pôs em risco os ecossistemas locais ao inundar o sapal do rio Âncora com água salgada, mas também o campo de futebol do Âncora Praia e algumas habitações que existem no local. Concelhos de Monção e Melgaço, Américo Reis, focou-se na dinamização do setor hoteleiro no concelho: “Houve um grande interesse por parte dos empresários de hotelaria em participar no evento, revelando vontade na afirmação e valorização da culinária local”. Durante três dias, os 18 restaurantes aderentes à iniciativa, devidamente licenciados na categoria de restauração, paço mais apelativo e aberto a um público diversificado e familiarizado com as novas tecnologias de informação.Nessa noite, a partir das 22h00, Quim Barreiros atua na Praça Deu-la-Deu. Entre as inúmeras músicas que constam do seu repertório, o artista alto minhoto dará evidente destaque a temas como “A cabritinha”, “A garagem da vizinha” ou “Picada de enfermeiro”. Tal- vez surpreenda com uma versão dedicada ao cordeiro. Vamos ver. A animação regressa na noite seguinte, à mesma hora, com concerto de Zézé Fernandes, na Praça Deu-la-Deu Martins, e na tarde de domingo, pelas 16h00, com o Festival de Folclore do Alto Minho, no mesmo local. No domingo, a partir das 09h30, realiza-se também a Marato- na BTT Berço do Alvarinho Inicialmente associado ao consumo familiar em dias festivos, o Cordeiro à Moda de Monção, de arroz pingado e com nome ousado “Foda à Monção”, tornou-se, desde há vários anos, uma referência na gastronomia monçanense. O processo de certificação em curso garantirá a qualidade e autenticidade deste prato obrigatório no roteiro gastronómico local. A propósito, Ana Paula Vale, diretora da ESA- IPVC, entidade responsável pela certificação, referiu que o processo, após ter passado por várias etapas, encontra-se em fase de aprovação na Direção Geral de Agricultura e Pescas. Segue-se a homologação da Ministra da Agricultura e Pescas, Assunção Cristas. Vai avançar a obra de recuperação da Duna dos Caldeirões que, em Vila Praia de Âncora, foi destruída no Inverno passado pela força do mar. A intervenção acaba de ser lançada em concurso público com o preço base de 415 mil euros e a autarquia local espera que esteja no terreno até ao final do ano. Depois de alguma falta de consenso quanto à solução a aplicar, ficou decidido avançar com uma intervenção de “menor dimensão”. prometem confecionar aquele prato tradicional com qualidade, requinte e genuinidade, apresentando-o em pequenos alguidares de barro com uma inscrição alusiva ao certame. No primeiro dia, pelas 18h00, decorre a inauguração da Loja Interativa de Turismo. Situada no rés-do-chão da Casa do Curro, a nova estrutura substitui a antiga delegação de turismo, disponibilizando um es- |3 JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 03 de outubro de 2014 D Ano escolar arranca com menos alunos, menos professores, menos funcionários e menos escolas Menos alunos, menos professores, menos pessoal auxiliar e menos escolas, marcaram o início de mais um ano escolar em Portugal. Nos últimos 3 anos o sistema de educação tem vindo a diminuir, por causa da crise demográfica a que se junta também a crise financeira que o país atravessa. Entre crianças e adultos, cerca de 1,9 milhões de pessoas regressaram à escola. Nos últimos dez anos o número de alunos também diminuiu, sendo que essa diminuição acentuou-se nos anos de 2009 e 2010. Segundo dados divulgados pela Direção- Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) registou-se uma quebra de 8,5% no número total de alunos que é transversal a todos os níveis de ensino. Os dados oficiais revelam que, em 2012/2013, houve menos 165 mil estudantes inscritos relativamente a três anos antes, um valor que se explica pela quebra de matrículas no 3º ciclo (- 63 mil) e no secundário (- 42 mil). No mesmo período o número de professores também baixou 14%, totalizando agora cerca de 150 mil profissionais. Nas escolas do país há também menos pessoal não-docente a trabalhar e menos escolas a funcionar. Desde o início do século que o número de escolas tem vindo a decrescer, passando de 17 mil edifícios, para menos de 10 mil atualmente. E Caminha? Emigração arrasta alunos para fora do país Segundo dados revelados pela Presidente do Agrupamento de Escolas Sidónio Pais, o concelho não foge à regra e acompanha esta tendência. Assim e à semelhança do resto do país, o ano letivo em Caminha também arrancou com menos alunos, menos professores, menos funcionários e menos escolas. A juntar ao número de edifícios escolares encerrados nos últimos anos no concelho, Caminha perdeu este ano mais dois: Riba de Âncora e o Jardim de Infância de Venade. Segundo a responsável do Agrupamento de Escolas Sidónio Pais, em |4 relação ao ano passado as escolas do concelho de Caminha perderam cerca de 130 alunos. Em 2013/2014 estavam matriculados 1600 alunos, este ano temos 1478. “Perdemos cerca de 130 alunos nos níveis todos e em todas as escolas do agrupamento. É bastante embora tendencialmente seja menos do que aquilo que se verifica nos agrupamentos vizinhos. A informação que tenho é que nos agrupamentos vizinhos a perda seja um pouco mais acentuada mas, de qualquer maneira, é uma perda preocupante”. Segundo Maria Esteves esta perda tem a ver com a baixa acentuada da natalidade e também pelas condições económicas do país. “Nós temos alunos que vão embora porque têm que acompanhar os pais que são forçados a emigrar por falta de condições dignas de sobrevivência no país. Por este motivo temos perdido muitos alunos em vários níveis”. A quebra de alunos faz com que o número de professores também diminua, no entanto no Agrupamento Sidónio Pais essa quebra até não foi muito significativa. “Menos alunos implica obviamente menos professores. Nós tínhamos no ano passado cerca de 153 professores e este ano, como conseguimos equilibrar o número de turmas, essa redução de professores acaba por não corresponder ao número de alunos que perdemos”. Contas feitas o agrupamento de Caminha perdeu apenas um professor, ou seja, de 153 passou para 152. “Porquê? Porque temos muitos alunos com necessidades educativas especiais e este ano, depois de uma luta de muitos anos, conseguimos reforçar o número de professores para trabalhar com essas crianças”, explica. No que toca ao número de turmas, que podem ir até aos 30 alunos, o número também não sofreu grandes alterações. A presidente do Agrupamento diz que essa redução não se verificou porque o número de alunos por turma não foi além dos 26, conseguindo-se desta forma o equilíbrio. “Inclusivé temos turmas que não vão além dos 20 alunos, como é o caso daquelas que têm meninos com necessidades educativas especiais. Desta forma conseguimos não só não perder muitos professores, como manter o número de turmas”. A diminuição do pessoal não docente é para Maria Esteves um dos problemas do Agrupamento que, neste momento, se debate com carências ao nível dos serviços administrativos. Nem mesmo a fusão dos agrupamentos e a consequente junção dos funcionários foi suficiente para colmatar esta lacuna. “Temos neste momento dois funcionários com baixa prolongada, tivemos aposentações, rescisões de contratos e de 12 assistentes administrativos passamos para nove sendo que desses nove, dois estão permanentemente de baixa e sem condições para trabalhar”. Para Maria Esteves esta é uma situação preocupante que já fez chegar junto do Ministério. Relativamente aos assistentes operacionais, de 52 o Agrupamento passou para 50. “Uma aposentação e uma rescisão. É claro que isto reverte em prejuízo para o funcionamento do agrupamento porque nós perdemos pessoal do quadro mas o ministério não nos deixa fazer novas contratações”. Apesar destes contratempos, Maria Esteves considera que o início do ano letivo se fez normal e tranquilo, sem grande alterações nem para melhor nem para pior. “Foi um arranque sem sobressaltos como de resto tem sido nos últimos anos. É claro que no início há sempre alguns problemas, nomeadamente com a colocação dos professores, mas são questões que neste momento já estão em vias de resolução. Temos alguns professores doentes que vamos ter que substituir e estamos à espera porque o processo está em fase de conclusão. De resto as coisas arrancaram mais ou menos de uma forma normal”. Neste momento o agrupamento aguarda a colocação de 3 professores substitutos, uma situação que Maria Esteves acredita estar resolvida em breve. Para que o ano letivo esteja a funcionar em pleno falta ainda implementar as Atividades Extra Curriculares (AEC) , o que deverá acontecer ainda este mês, como garantiu ao Jornal C, Maria Esteves. E S T JORNAL A DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 03 de outubro de 2014 Q U E Daniel Pereira Vilarelho Com um filho a frequentar o 3º ano do 1º ciclo, este encarregado de educação aponta a adaptação aos novos horários como a maior dificuldade neste início de ano letivo. “Este ano os horários têm que ser rigorosamente cumpridos e por vezes isso causa alguns problemas, principalmente enquanto não se iniciam as atividades de enriquecimento curricular”. As AEC ainda não começaram e os alunos cujos pais trabalham até mais tarde ficam na escola ao cuidado de um funcionário. Silvia Ferreira Vilar de Mouros Apesar de residir em Vilar de Mouros Silvia Ferreira, que também é professora, optou por matricular a filha em Caminha. Sem conseguir colocação como professora, Silvia divide os seus dias entre Cerveira e Viana, onde dá aulas. “Optámos por Caminha porque nos dá mais jeito. O pai vem buscá-la e depois já a leva para a ginástica para Vila Praia de Âncora. Se estivesse em Vilar de Mouros obrigava a um percurso maior”. Dificuldades no início do ano esta mãe não encontrou nenhumas. Em termos logísticos e de informação garante que tudo corre “bem”, só acha que deveria haver um pouco mais de comunicação entre os encarregados de educação e a escola. Professora de profissão, Silvia Ferreira A voz dos pais Uma maior integração dos alunos no meio rural é uma das sugestões deixadas por este encarregado de educação que defende a canalização dos alunos para uma vertente mais prática neste setor. Relativamente à atividade desportiva que é desenvolvida nas escolas, Daniel Pereira diz que “não satisfaz minimamente”. “Para meu espanto não existe este ano uma AEC vocacionada diretamente para a atividade física. Penso que é uma grande lacuna no concelho”. Tendo Caminha uma piscina com condições excelentes, este pai não compreende porque é que os alunos não usufruem mais deste equipamento. “Penso que poderia ser uma das propostas para uma AEC pois iria contribuir para um melhor desem- penho quer físico quer psíquico dos alunos”. Uma vez que a escola não proporciona atividade física regular, Dani-el Pereira viu-se obrigado a inscrever, a expensas próprias, o filho no futebol e na natação. “Para garantir que o meu filho tenha uma atividade física regular, sou obrigado a dispender de uma quantia de 35 euros por mês: 20 para a natação e 15 para o futebol. É um esforço considerável que ainda vamos podendo fazer mas há muitas crianças cujos pais, infelizmente, não podem”. Segundo Daniel Pereira estas atividades deveriam ser gratuitas ou então a um preço reduzido, para que todas as crianças tivessem acesso a elas. Atento à conversa, o José Daniel começa por contar que este ano mudou de professora, uma situação que por enquanto não o incomoda. Regressar às aulas foi bom mas este aluno queixa-se de que há poucas bolas para jogar futebol nos intervalos. De resto o desporto rei é a sua grande paixão e na hora de escolher entre o futebol e a natação, ganha o primeiro. Nos dias em que há treino o Daniel não falha e até se despacha mais cedo para se dedicar de corpo e alma ao seu desporto favorito. não tem dúvidas da excelência dos professores portugueses. “Na minha opinião o que falta é alguém que nos oriente e que ponha uma ordem nisto. Quer um exemplo prático? Não basta dizer que se vai pôr inglês nas primárias. É preciso pensar como é que isso se vai fazer, como e quem vai ensinar e a que horas. Isso é o mais importante e não é só porque os resultados na língua são maus”. À espera do início das AEC, Silvia Ferreira lamenta que a atividade física não seja mais intensa. A filha pratica ginástica acrobática mas Silvia também gostava que ela frequentasse a piscina. “Acho que é uma pena que as crianças não possam usufruir mais daquelas instalações. Para mim e com a vida que tenho não me é possível levá-la e por isso acho que a escola podia fazer isso pelo menos uma vez por semana. Uma hora ou 45 minutos de piscina podia muito bem ser uma das atividades extra-curriculares. Vivemos numa zona costeira com praia e era importante que as crianças aprendessem cedo a nadar”. Enquanto a mãe responde às perguntas a Beatriz dá voltas ao recreio na bicicleta. A escola desafiou os alunos para que levassem a sua bicicleta e assim comemorarem a semana da mobilidade promovida pela Câmara de Caminha. O dia da Beatriz começa bem cedo, é das primeiras a chegar à escola. “A minha filha às 8 horas já está na escola porque os pais têm que ir traba-lhar. Depois sai por volta das 4.30 ou 5 da tarde, dependendo das AEC. Às segundas e quartas vai para a ginástica e nos restantes dias fica com os avós. O fim-de-semana geralmente é para ela, uma vez que à semana não estamos muito tempo juntas”, conta a mãe. As AEC não satisfazem, segundo Silvia Ferreira, tanto como seria desejável não porque não sejam bem dadas pelos professores, mas porque existe falta de orientação. “O importante é definir o que se vai fazer porque os alunos têm necessidade de aprender durante 4 anos e não apenas durante um. Não faz sentido nenhum dar a mesma coisa ao 1º e ao 4º ano. Acho que falta um fio condutor e nesse aspeto, como mãe, não estou muito satisfeita. Eu por exemplo não sei o que a minha filha aprendeu na música no ano passado. Não vi nada a não ser uma ou duas músicas que aprendeu para uma festa. Em algumas atividades o resultado não se vê”. A Beatriz gosta de aprender inglês mas também não se importava de ir à piscina. Só se lembra de ter ido quando andava na pré-primária e adorou a experiência. “Gostava de ir outra vez”. |5 JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 03 de outubro de 2014 D A voz dos pais na medida em que possui um bom recinto para os alunos brincarem, “inclusive para jogarem à bola que é o que eles mais gostam”. O atraso no início das AEC está a dificultar um pouco a vida aos pais. “Não é bem o meu caso porque eu até trabalho aqui perto, mas conheço pais que têm alguma dificuldade, embora as funcionárias facilitem um pouco e fiquem até mais tarde com os meninos”. Tal como os restantes encarregados de educação, Isabel considera que a escola devia apostar mais nas ativi- dades desportivas elegendo a natação como uma prioridade. “Era muito bom que as crianças das escolas pudessem frequentar porque os pais muitas vezes não têm possibilidades de os levarem porque trabalham até tarde”. Fora das aulas o Tomás pratica futebol e aprende música na Academia. O dia a dia do Tomás é passado entre a escola e o escritório da mãe onde aproveita para despachar os trabalhos de casa, uma rotina que só se altera nos dias em que tem futebol ou música. A falta de disponibilidade e a dificuldade em conciliar os horários é, segundo esta mãe, a grande dificuldade de quem tem filhos em idade escolar. “Principalmente nas férias porque são 3 meses e temos que arranjar local para os deixar. O Tomás esteve no ATL porque só consegui 15 dias de férias para estar com ele”. Este é, segundo Isabel, o “drama” de muitos pais que nas pausas letivas não têm onde deixar os seus filhos. O Tomás tem 9 anos e está contente com a escola. Este ano é finalista e por isso quer aproveitar ao máximo, principalmente os jogos de futebol no recreio que é o que mais o diverte. O ano letivo começou como esperado para a mãe do Leonel, um aluno do 3º ano da Escola Básica de Caminha. Os anos anteriores correram bem e Fátima espera que este ano o mesmo aconteça. Esta mãe está contente com a escola e aguarda o início das AEC. Não sabe se vai haver desporto para os alunos mas considera importante que esta componente seja incluída. “O Leonel não pratica desporto fora da escola e neste momento estamos a ponderar a possibilidade de o inscrever na piscina”. Possuindo Caminha uma piscina com tão boas condições, Fátima Gonçalves considera que é “uma pena” que as crianças não a possam frequentar com mais assiduidade. “Se fossem com a escola era muito bom porque os pais nem sempre têm a possibilidades de os levar e para pagar as mensalidades”. Quando chegar a casa o Leonel vai lanchar, brincar um bocadinho e depois vai fazer os trabalhos de casa. de saída. Veio buscar os 3 netos que frequentam aquele estabelecimento de ensino: dois estão no terceiro ano e um no quarto. Maria Simões A falta de alguns manuais escolares Âncora Lage e o inglês que nunca mais começa, são situações que estão a preocupar À porta da EB de Vila Praia de Ân- esta avó que tem como tarefa diária cora, Maria Simões aguarda pelo toque ir levar e buscar os netos. “Os pais não podem porque têm muitas dificuldades e eu como tenho um carrinho pequeno venho trazê-los e buscá-los. Tenho uma neta que tem os pais desempregados e neste momento não tem qualquer tipo de ajuda, nem para a alimentação e sou eu que tenho que suportar tudo. Quando chegarem a casa os netos de Maria Simões têm à sua espera o lanche “e depois toca a fazer os deveres da escola. Só depois disso é que há ordem para brincar”. Fora da escola os netos praticam algumas atividades, nomeadamente futebol, karaté e natação. Para além da “confusão” normal do início do ano Maria Simões não tem nada a apontar à escola. “No início é sempre assim mas depois as coisas melhoram”. Isabel Felicíssimo Caminha O Tomás é finalista e a mãe veio buscá-lo à escola. Até à hora de regressar a casa este aluno do 4º ano vai ficar no escritório onde a mãe trabalha e é lá que costuma fazer os trabalhos de casa. O início de mais um ano letivo não trouxe grandes novidades. “É a rotina habitual, já sabemos como é e correu tudo bem”. Isabel Felicíssimo considera que a escola de Caminha é “privilegiada”, Fátima Gonçalves Seixas |6 E S T Manuais escolares mais caros Mas nem tudo é subtração no universo escolar. Em relação ao ano letivo 2013/2014 os manuais escolares subiram de preço em todos os níveis de ensino. O Jornal C foi saber os preços dos livros para cada ano, começando pelo 1º ciclo. Do 1º ao 4º ano os livros rondam os 50 euros. Já no 2º ciclo, que abrange o 5º e o 6º ano, são necessários 190 euros no primeiro caso e 150 no segundo. No 3º ciclo os encarregados de educação são obrigados a desembolsar para o 7º ano, 240 euros, para o 8º, 210 e para o 9º, 225 euros. No secundário os manuais para o 10º e 11º ano custam em média 270 euros e para o 12º, 120 euros. Em relação ao ano passado há manuais que aumentaram cerca de 4%. Se a estes valores juntarmos o restante material que dependendo das áreas escolhidas pode ser de maior ou menor valor, os pais têm que estar preparados para uma despesa que por vezes pode ultrapassar os 500 euros. Os alunos pertencentes a agregados familiares com dificuldades económicas têm direito a um subsídio atribuído pelo Estado. São os chamados auxílios económicos que obedecem a dois escalões: o A e o B. No caso dos alunos do primeiro ciclo, do 1º ao 4º ano, a Câmara decidiu financiar na totalidade os manuais aos alunos abrangidos pelos dois escalões. No segundo ciclo o Governo atribui aos alunos do escalão A, 118 euros para aquisição de manuais escolares e aos do escalão B, 59 euros. JORNAL A DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 03 de outubro de 2014 Q U E A voz dos pais Ana Fernandes Vila Praia de Âncora Mãe de um aluno do 4º ano na EB de Vila Praia de Âncora, Ana Fernandes diz que o início do ano naquela escola se fez com normalidade. “Ainda estamos no princípio mas até agora acho que está a correr tudo bem. É como nos outros anos”. A beneficiar do escalão A, o Fábio Cristiano já recebeu da câmara todos os manuais escolares “Por acaso ele No 3º ciclo os alunos do 7º ano abrangidos pelo escalão A recebem 176 euros e os do escalão B, 88 euros. Os alunos do 8º e 9º anos recebem 154 euros no escalão A e 77 euros no escalão B. Finalmente os alunos do secundário, independentemente do ano que frequentam, recebem 147 euros no escalão A e 73,50 no escalão B. Dependendo do escalão onde estão inseridos a alimentação é subsidiada a 100% ou a 50%. O estado subsidia ainda material escolar e alternativa ao transporte escolar por forma a garantir a sequência dos estudos que corresponde à opção do aluno. Câmara oferece manuais aos alunos carenciados Seguindo uma prática que já vinha sendo implementada pelo anterior executivo liderado pelo PSD, a câmara de Caminha decidiu este ano apoiar as famílias mais carenciadas do concelho, oferecendo os manuais escolares aos alunos do concelho que frequentam o 1º ciclo e cujo rendimento pertença aos escalões A e B. A entrega dos respetivos manuais já começou a ser feita mas segun- do o Jornal C conseguiu apurar, há alunos a quem os mesmos ainda não foram entregues. Maria Esteves, presidente do Agrupamento reconhece que poderá haver um ou outro caso mas garante que a maioria dos alunos já tem em sua posse os manuais. “Neste momento não tenho conhecimento de que existam muitos alunos nesta situação. Aqui na EB2,3/S sei que há um ou outro caso mas já estamos a tratar de os solucionar”. “Show-off” na entrega dos manuais acusa o PSD O PSD de Caminha veio entretanto a público acusar a Câmara Municipal, liderada pelo PS, de estar a utilizar a entrega das manuais escolares aos alunos mais carenciados do concelho para fazer propaganda política. Em comunicado enviado às redações, a presidente da concelhia Social Democrata, Liliana Silva, acusa o presidente, Miguel Alves, de não entregar os manuais quando os estudantes deles mais precisam. “Os pais, pedem nas escolas que lhes sejam entregues os manuais, já que se encontram lá disponíveis, mas as informações que estão a ser prestadas é de que os mesmos só poderão ser entregues depois de orientações camarárias”. Para o PSD esta atitude do presidente não passa de “show off”, acusando o autarca de estar pouco interessado se as crianças começam o ano letivo com os manuais escolares ou não. “O que importa é ele aparecer e ser ele a entregar. Puro eleitoralismo, manobras de marketing pessoal que não se coaduna com a necessidade das crianças começarem o ano escolar de forma tranquila e com os manuais na sua posse”. O PSD lamenta que se utilizem as crianças e as necessidades mais básicas neste início do ano para se fazer “promoção pessoal com dinheiros públicos”, acrescentando que poderiam ser os próprios professores a fazer a respetiva entrega como foi feito em anos anteriores. “Lamentável”, sublinha. já tem os livros, foi uma boa ajuda”. Fora da escola o Fábio não pratica qualquer tipo de atividade desportiva ou lúdica. A mãe quando pode vai com ele ao parque jogar à bola. “É por isso que eu gosto que ele frequente as AEC porque assim aprende outras coisas como é o caso do inglês que lhe vai ser útil um dia mais tarde, da música e do desporto”. O Fábio já está cá fora ao pé da mãe. Quando chegar a casa lancha e depois vai fazer os trabalhos. Antes de jantar ainda há tempo para um pouco de brincadeira e no máximo às nove e meia vai para a cama. “Ele próprio pede para ir para a cama porque está cansado”. Cristina Pinto Vila Praia de Âncora as AEC não começam a Laura divide o tempo de escola com a natação que pratica na piscina de Vila Praia de Âncora. A Laura frequenta o 2º ano e gosta O atraso nas atividades não preocumuito da escola. À espera dela já está pa esta mãe que considera que a esa mãe para a levar para casa. Enquanto cola é boa e funciona bem. |7 JORNAL AEC’s só arrancam a meio do mês As Atividades Extracurriculares ainda não arrancaram para os alunos do 1º ciclo do concnelho de Caminha. O concurso para admissão de professores e técnicos que irão lecionar as AEC está a decorrer e segundo a presidente do Agrupamento o processo deverá estar concluído no máximo na segunda semana de outubro. Este ano e pela primeira vez é o Agrupamento de Escolas Sidónio Pais quem está a implementar as denominadas (AEC) destinadas aos alunos do 1º ciclo. Trata-se de atividades lúdico-pedagógicas que são proporcionadas aos alunos depois das aulas e que envolvem diversas áreas, nomeadamente o inglês, música, expressão plástica e atividades físicas. Até agora a entidade promotora dessas atividades era a Câmara de Caminha, mas o Agrupamento, por vontade própria, chamou a si essa responsabilidade. Maria Esteves explica que a ideia foi assegurar que os pro- fessores que não tivessem horário completo o pudessem ter lecionando essas atividades. “Este ano o Agrupamento decidiu pegar nessas atividades porque como no final do ano passado se perspectivava uma perda de alunos acentuada, receávamos que alguns professores ficassem sem horário completo. Se assim fosse, esses professores poderiam completar o seu horário trabalhando nessas atividades. Por outro lado também pensamos que essas atividades, que até agora eram desenvolvidas por técnicos exteriores à escola, ao serem feitas por professores contribuiriam para a existência de uma melhor articulação entre essas atividades e a atividade curricular dos alunos, funcionando melhor”. Neste momento o processo está em fase de desenvolvimento e vai ser aberto o concurso para a contratação de professores e técnicos para as AEC. “Felizmente não se concretizou o quadro que nós antevíamos em Junho e Julho, que era a perda de um número consi- Piscina só uma vez por mês As crianças do concelho de Caminha vão poder frequentar a piscina municipal com a escola mas apenas uma vez por mês. A presidente do agrupamento reconhece que é pouco “mas é melhor do que nada”. Segundo Maria Esteves existe um programa elaborado pela Câmara de Caminha que aponta para que cada criança possa usufruir daquele equipamento pelo menos uma vez por mês. “Como sabe a piscina é em Vila Praia de Âncora e o nosso problema não é a piscina, mas sim os transportes para levar as crianças até ela. A escola não tem essa capacidade. As nossas escolas são muito dispersas o que obrigaria a uma rede de transportes complexa para conseguir levar os alunos |8 DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 03 de outubro de 2014 mais vezes à piscina. A câmara também não tem transportes capazes de dar essa resposta e por isso só vão poder ir uma vez por mês”. Maria Esteves reconhece a importância da natação para o desenvolvimento das crianças referindo mesmo que, “mais do que uma questão de salubridade, é uma questão de sobrevivência dos próprios alunos”. “Para nós é muito importante que eles aprendam a nadar. Nós gostávamos muito que houvesse oportunidade para uma frequência mais regular e intensa. Uma vez por mês é pouco mas é melhor do que nada”. A possibilidade das crianças frequentarem a natação é de resto uma das atividades mais solicitadas pelos pais que, à derável de alunos e por consequência a existência de horários zero. Felizmente não temos nenhum professor nessas condições e por isso neste momento não temos professores disponíveis para as AEC sendo necessário abrir concurso para contratar técnicos e professores exteriores”. Segundo Maria Esteves o processo vai agora seguir os trâmites normais e a presidente do Agrupamento acredita que, no máximo, na segunda semana de outubro, as AEC possam iniciar-se. As atividades, definidas pelas comissões pedagógicas, são o inglês, a música, as atividades lúdico expressivas que incluem varias atividades, nomeadamente físicas e plásticas, as ciências experimentais ligadas às ciências naturais e física e química. Enquanto as AEC não iniciam os alunos que necessitarem podem permanecer na escola até às 19 horas. “Os assistentes operacionais supervisionados pelos professores asseguram a permanência dos alunos cujos pais, por motivos profissionais, não os possam ir buscar mais cedo” explica Maria Esteves. semelhança do que acontece noutros concelhos, gostavam de ver os seus filhos usufruírem mais daquele equipamento que é só um dos melhores ou mesmo o melhor do distrito. Câmara de Viana proporciona desporto a cerca de 3 mil alunos A Câmara de Viana do Castelo decidiu este ano letivo alargar a pratica desportiva a um maior número de alunos, e por isso vai levar a “cultura do mar” às crianças e jovens do concelho. No ensino básico vai continuar a aposta no atletismo e, no 3º e 4º ano, é integrada a natação. Para os alunos do 5º, 6º e 7º anos vão também haver atividades náuticas. Com este novo projeto que abrange 75 turmas e cerca de 3 mil alunos, a câmara de Viana vai gastar cerca de 150 mil euros. De referir que o número de alunos que participam nas atividades desportivas promovidas pela autarquia triplicou em apenas dois anos. Prioridades… CAMINHA “Falta de transportes” não permite mais visitas à piscina A Câmara Municipal de Caminha, no âmbito do desporto escolar, tem previstas vºarias atividades a desenvolver junto dos alunos dos pré-escolar e 1º ciclo. Aulas de educação física e motricidade física, natação que este ano se vai estender aos alunos do 1º ciclo que assim se juntam aos dos Jardins de Infância, são algumas das atividades previstas. Para além destas, Rui Teixeira, vereador responsável pelo pelouro do desporto, diz que no período de férias também haverá atividade física para os alunos. “No verão temos as chamadas férias desportivas com modalidades como o remo e o surf que são apoiadas pela câmara e que visam proporcionar aos jovens atividade física nas pausas letivas. A novidade é que iremos estender essas atividades às férias do Natal e da Páscoa”. O corta-mato que se realiza em Fevereiro é outro dos exemplos que Rui Teixeira faz questão de salientar, bem como as ATL que nas pausas escolares também proporcionam aulas de educação física para os alunos. Relativamente às AEC o vereador do desporto explica que este ano passaram para a gestão do agrupamento que decidiu não incluir as atividades físicas. “Nesse sentido e à semelhança dos alunos do ensino pré-escolar, a Câmara decidiu possibilitar aos alunos do 1º ciclo a frequência da piscina. Neste momento o que está previsto é que possam ir uma vez por mês e se no decorrer do ano houver possibilidades de alargar essa frequência iremos fazê-lo”. Rui Teixeira diz que a maior JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 03 de outubro de 2014 EB 2,3/S de Caminha continua à espera de obras Apesar de poucos, os cursos vocacionais que a escola conseguiu implementar deram “excelentes” resultados. “No ano passado terminamos o curso de desporto com excelentes resultados, 95% de sucesso o que foi muito bom comparativamente à média nacional. Este ano está a decorrer o de informática. Mas tem sido uma grande luta junto do Ministério”. dificuldade para levar os alunos até à piscina mais vezes é mesmo o transporte. “O concelho de Caminha é bastante extenso e a rede de transportes existente não é grande. A câmara também tem algumas carências neste setor e portanto torna-se complicado levar mais vezes e em horários distintos as crianças até à piscina”, explica. Rui Teixeira concorda que tendo Caminha um equipamento como é a piscina de Vila Praia de Âncora, o ideal seria que as crianças o pudessem utilizar com mais frequência, mas por agora só vai ser possível uma vez por mês. Segundo o vereador do des- porto, fomentar a atividade física junto da população escolar é uma das “grandes prioridades” do executivo que recentemente, a propósito da realização de mais uma edição do grande Trail da Serra d’Arga, efetuou palestras nas escolas. “Com a colaboração do atleta Carlos Sá tentamos com estas palestras incentivar a prática desportiva junto dos alunos numa área que consideramos muito importante e que é o desporto de Natureza. O objetivo é cativar os jovens para outro tipo de atividades que a Câmara pretende apoiar”. Um apoio que segundo Rui Teixeira não se fica apenas pela re- alização dos eventos mas que passa também pelo apoio às associações que os promovem. “Ao apoiarmos as associações estamos a criar condições para que os munícipes possam usufruir das diversas atividades”, sustenta. O vereador admite que de futuro o apoio ao desporto escolar possa ser reforçado. “Isso é possível. Numa reunião que tive recentemente com a CIM ficou assente que existe a possibilidade de se efetuarem vários protocolos com associações desportivas através de um protocolo que pretendemos executar e que visa a possibilidade de se adquirirem equipamentos para essas associações e em troca elas poderem dar apoio ao desporto escolar”. O protocolo em causa ainda não foi executado e a Câmara vai em breve começar a contatar as associações para que estas possam aderir, aproveitando assim fundos comunitários disponíveis que irão permitir adquirir material necessário. “As associações terão o apoio da câmara para acederem a esses apoios e em troca terão que dar apoio ao desporto escolar”, explica Rui Teixeira. O edifício tem mais de 4 décadas e quando foi construído não previa que ali funcionasse o ensino secundário. Ao longo dos anos a escola foi sofrendo sucessivas adaptações dando assim resposta às necessidades que foram surgindo mas sempre com muito trabalho por parte dos docentes e não docentes. Atualmente as instalações não dão resposta às exigências de um ensino que se quer igual para todos. Cobertura inadequada, quadros elétricos que não suportam a carga, falta de aquecimento nos dias frios de inverno, são apenas alguns dos problemas que a escola vai tentando colmatar conforme vai podendo. Velhos problemas de uma velha escola que desde 2012 aguarda as tão desejadas e prometidas obras. Maria Esteves recorda que estava tudo encaminhado para o arranque das obras no âmbito da Parque Escolar, mas a suspensão por parte do Governo daquele programa acabou por inviabilizar e ditar o adiamento das mesmas. “Já tínhamos tido várias reuniões com as entidades competentes para que se desse início ao projeto mas entretanto o programa foi suspenso e só avançaram as escolas onde as obras já se tinham iniciado, o que não era o nosso caso”. Apesar de suspenso o programa, o Ministério da Educação continua a prometer as obras, só não se sabe é quando é que elas virão. “Não sabemos. Todos os anos insistimos e dizemos que a escola tem muitos problemas mas a resposta é sempre a mesma: não há verbas”. Maria Esteves queixa-se da atitude de alguns técnicos que visitam a escola todos os anos para aferir do seu estado de conservação. “Quando eles aqui chegam dizem que a escola não parece ter 40 anos e que está muito bem conservada. Eu fico aborrecida porque de facto nós vamos tentando conservar para termos o mínimo de condições mas depois vejo os outros que não fazem nada em escolas mais novas do que esta e só porque têm tudo a cair são intervencionadas. Eu já lhes tenho dito que qualquer dia vamos deixar cair a escola aos boca- dos para ver se eles fazem obra”. Esta espera está a deixar desanimada a direção da escola que lembra que quando foi projetada e construída, a escola apenas previa o ensino básico. “O que acontece é que ao longo dos anos a escola foi sendo adaptada, mas a verdade é que as adaptações vão dando uma resposta mínima, mas não é de forma nenhuma a resposta desejada nem aquela que deve ser dada no contexto do atual sistema educativo e das exigências que são cada vez maiores”. A presidente do Agrupamento lembra as duas escolas secundárias existentes em Viana do Castelo que foram intervencionadas e explica que o facto de Caminha não ter sido só prejudica. “Primeiro porque nós, cidadãos de Caminha, temos tanto direito a ter boas instalações para os nossos alunos como tem Viana, Braga, Lisboa ou outra cidade qualquer. Nós pagamos impostos como os outros”. O outro problema prende-se, explica Maria Esteves, com a oferta educativa. “Todos os anos nos debatemos com muitas dificuldades para vermos aprovados alguns cursos que vão para além do ensino regular. De facto para o ensino regular nós temos algumas condições, não tanto como outras escolas do país, principalmente ao nível dos laboratórios, mas no que toca a outros cursos é mais difícil” Segundo a presidente do agrupamento a existência de cursos profissionais é muito importante, principalmente num meio como o de Caminha. “Nós vivemos numa área rural onde a indústria é muito insipiente. Não podemos querer que os nossos alunos sigam todos o ensino superior e por isso há que ter vias alternativas, nomeadamente cursos profissionais e vocacionais. Esta escola, pela estrutura que tem, não está preparada para praticamente nenhum curso profissional e isso faz com que os alunos procurem outros locais onde esses cursos existem ou então, se não têm possibilidades de ir para fora, desistem de estudar”. Uma escola solidária São cada vez mais os alunos e as famílias que solicitam junto da escola ajuda aos mais diversos níveis. Alimentação, manuais e material escolar e até roupa são alguns dos bens que são distribuídos pela escola às famílias carenciadas. “A situação de algumas pessoas é muito complicada e a verdade é que não há grandes perspectivas de que as coisas venham a melhorar a breve prazo. Por isso temos obrigatoriamente que ser solidários, principalmente no início do ano letivo que é muito duro para alguns pais. Exige um esforço económico muito grande quer para livros quer para materiais e transportes. A escola dentro das suas possibilidades, que não são muitas, vai ajudando naquilo que pode. Vamos dando livros aos alunos que não conseguem ou que não lhes é atribuído subsídio da ação social que é dado pelo Estado, vamos apoiando com roupa e calçado. Fazemos o mesmo com a alimentação através do nosso projeto de reforço alimentar para as crianças que sabemos que têm carências. Para além do almoço damos ainda a essas crianças um lanche a meio da manhã e outro a meio da tarde”. As dificuldades são cada vez mais e têm vindo a aumentar. “Nota-se que há muitas dificuldades, principalmente ao nível dos transportes. Felizmente temos tido a ajuda da Câmara que se tem mostrado muito sensível a estes problemas”. Maria Esteves lembra que os transportes são assegurados até ao 9º ano, apesar da escolaridade obrigatória ser até ao 12º. “A verdade é que uma legislação não acompanha a outra e esses alunos só recebem os 50% que são pagos pela câmara tendo as famílias que suportar o resto. Para uma família que está desempregada, por vezes sem subsídio de desemprego ou outras ajudas, 60 euros é muito dinheiro. É por isso que nós também vamos ajudando através das verbas que vamos conseguindo angariar através dos nossos projetos solidários”. |9 JORNAL CAMINHA A bancada do PSD teceu duras críticas à programação cultural levada a cabo pela Câmara durante os meses de verão e que o executivo socialista apelidou de “Verão 5 Estrelas”. Na última reunião da Assembleia Municipal que decorreu na passada sexta-feira (26 de setermbro), Rui Taxa, líder da bancada social democrata, acusou a câmara de ter introduzido na animação cultural de verão 2 eventos que considerou serem o exemplo daquilo que não se deve fazer. Rui Taxa referia-se concretamente aos eventos “Viagens à Terra Nova” e “Entre Margens”, considerando-os eventos “mal preparados, mal estruturados, mal divulgados e mal publicitados, que depois na prática se revelaram em dois fracassos colossais”, acusou. O líder dos sociais democratas defendeu que, a continuarem, os referidos eventos deverão ser melhor pensados, melhor publicitados e com outra data de realização. Rui Taxa acusou ainda o executivo de, para realizar o “Viagens à Terra Nova”, ter encurtado a “Festa do Mar e da Sardinha” de 10 para 4 dias, “destruindo uma festa já consolidada não só no concelho de Caminha como em todo o nosso litoral, prejudicando se- |10 DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 03 de outubro de 2014 Bancada do PSD acusa o ex Os dois melhores evento riamente a nossa restauração e o nosso comércio”, atirou. A mesma opinião manifestou em relação ao “Entre Margens”, responsável segundo Rui Taxa pela diminuição de dias da Feira Medieval de Caminha de 10 para 4 dias, “destruindo uma festa já consolidada no nosso concelho e com um prestígio internacional, causando sérios e graves prejuízos para a restauração e comércio caminhense”, acusou. Ao atuar desta forma Rui Taxa considera que o presidente da câmara “com um tiro não matou dois coelhos mas destruiu os 2 eventos principais que o concelho de Caminha tinha, e que estrategicamente se realizavam em Caminha e Vila Praia de Âncora”. Mas as críticas do PSD não se ficaram pela “destruição” dos dois eventos considerados por aquela bancada, como “os mais importantes para o concelho”. Segundo os sociais democratas a câmara não beneficiou com o mesmo peso e a mesma medida, a programação de verão nas duas vilas. “Vila Praia de Âncora ficou prejudicada em qualidade e quantidade”, considerou. Rui Taxa terminou a sua intervenção referindo que aquilo que o executivo socialista apelidou de “ano zero”, mais não é do que “um fracasso”, fazendo votos que para o ano a câmara não se fique pelas 5 estrelas, mas consiga “uma autêntica Via Láctea a iluminar-lhe as ideias e o caminho. Para bem de Caminha”. Outro dos eventos alvo da crítica do PSD foi o Festival de Vilar de Mouros, “um evento sem público, infelizmente a banhada previamente anunciada, aconteceu”, acrescentou. “Uma gestão aos solavancos”, acusa CDU Tal como a bancada do PSD também a CDU fez o balanço do último verão. Segundo o deputado comunista Celestino Ribeiro, houve “uma enorme disparidade” na qualidade dos eventos, “e, embora julguemos que sem intenção, a verdade é que foi em Caminha onde a maior qualidade se fez sentir”, constatou. Segundo a CDU “substituiuse a animação pela ocupação dos espaços públicos, havendo hoje passeios onde a passagem de peões está impedida e pracetas onde os volumes comerciais jazem ad aeternum”, criticou. Relativamente aos eventos segundo a CDU foi visível a grande capacidade criativa das populações “que de forma genuína se entregaram à criação de eventos de interesse público, infelizmente não acompanhados, em nosso entender, pela Câmara Municipal”. Para os comunistas o que dantes se traduzia numa Câmara “sufocante, sobrepostamente presente em tudo e em todo o lado, agora temos o deserto e o dilúvio, com eventos sem a presença de qualquer membro e sem qualquer envolvimento promocional, e outros com uma entrega total do executivo”. Para a CDU sentir estas diferenças “é curioso, mas é igualmente assustador porque se percebe que afinal não houve uma perspectiva de continuidade e de afirmação de um concelho vocacionado para fazer do verão um momento alto do turismo local”. A CDU considera a gestão do atual executivo liderado pelo socialista Miguel Alves “uma gestão aos solavancos, sob empurrão do interesse de alguém que julga interessante a matéria em causa, ou a remete para o desinteresse”, sublinhou. Relativamente aos dois eventos novos lançados pelo exe- Não falhou cutivo socialista, a CDU con- o festival siderou que se “confundiu o mas sim a sua tempo e a história”, conside- organização rando que a “apregoada novidade ficou muito aquém das Relativamente ao Festival de expetativas”. Vilar de Mouros as maiores críticas da CDUforam para o executivo anterior liderado pelo PSD a quem acusou de ter deixado uma herança pesada não só para o município mas também para a própria freguesia de Vilar de Mouros. “O despotismo e a autocracia meramente eleitoralista do PSD na liderança da Câmara Municipal de Caminha e Junta de Freguesia de Vilar de Mouros em final de mandato, provocaram uma herança pesada para o município e para a freguesia. No tempo a CDU afirmou a sua firme convicção que o mítico festival de Vilar de Mouros, pela sua história, pela sua importância enquanto evento e pela sua projeção nacional e JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 03 de outubro de 2014 xecutivo de ter destruído os culturais de Caminha organização jamais matará a memória e a importância do Vilar de Mouros”. Celestino Ribeiro terminou a alusão ao Festival de Música aconselhando os responsáveis pelo fracasso a não pedirem desculpa, “impeçam sim que esta situação se repita e assumam-se capazes de estar à altura do Festival”. Em contraponto o deputado da CDU congratulou-se com a afirmação do Sonic Blast, Festival de música que se realiza anualmente em Moledo e que é organizado por um grupo de jovens caminhenses. Banhada foram as intervenções do PSD internacional não merecia o mal trato a que o PSD na altura o quis submeter”. Segundo a CDU o que falhou não foi o festival, mas sim a sua organização, a quem teceu também duras críticas. “Falhou a organização por descaracterizar o Festival, por tornear e deambular entre promessas expectantes e realidades bem distantes. Falhou a organização por não saber comunicar, sem cartaz quase até ao início do festival, com um discurso pobre e titubeante, culminando, pasme-se, com a afirmação final de que afinal apenas tinha sido o ano zero do Festival, num claro desrespeito pelo passado histórico de Vilar de Mouros”. Para a CDU o único zero foi mesmo a avaliação a esta organização “escolhida pelo PSD”, mas não o Festival que considerou “superior a estas organizações, cujos representantes parecem buscar nelas a seriedade e competência que provavelmente lhes falta”. Relativamente ao pouco público presente no evento a CDU considerou que não foram tantos quantos o festival merece, “mas os suficientes para gritar bem alto naquele recinto que a nulidade da Às críticas e acusações da CDU relativamente ao Festival de Vilar de Mouros juntaram-se também as do presidente do executivo. Miguel Alves considerou ser importante refletir na repercussão das palavras que por vezes são proferidas, referindo que falar “em banhada do festival de Vilar de Mouros é um ataque ao bom nome do festival e da população de Vilar de Mouros”. Miguel Alves acusou o PSD de ter andado apregoar um insucesso durante meses e a esfregar as mãos para que esse insucesso pudesse acontecer. “Mas não tiveram sorte. Banhada foram as diversas intervenções que os senhores fizeram sobre essa matéria”, atirou. Miguel Alves destacou a mobilização de muitas pessoas para que as coisas pudessem correr bem e avançou com a presença de 25 mil espetadores no evento. “Não corresponde, como disse o deputado Celestino Ribeiro, àquilo que todos desejamos para Vilar de Mouros, mas trabalhamos porque uns quiseram o sucesso do Festival enquanto outros quiseram, como sempre quiseram, que Vilar de Mouros não existisse”. Miguel Alves referiase ao PSD a quem acusou de querer acabar com o evento. “Sempre foram contra e continuam a ser”, frisou. Sobre os restantes eventos que decorreram durante o verão e independentemente das opiniões que possam existir, Miguel Alves sublinhou o esforço do executivo para “qualificar o verão” e tentar “esticar” os eventos ao maior número de meses possível. “Pelo menos 3 meses para podermos depois catapultar todo este tempo de divulgação do concelho para os outros meses de época baixa”. Segundo Miguel Alves os eventos foram planeados para ter sucesso, para atrair pessoas e para mobilizar a economia. “Sobretudo para atrair pessoas diferentes. Queremos recuperar não só o turismo residencial, como o turismo ocasional e sobretudo os 500 habitantes que o concelho de Caminha perdeu nos últimos dez anos. É preciso mobilizar essas energias”, sustentou. Para o chefe do executivo caminhense os eventos têm que ser vistos de um ponto de vista global e não apenas numa lógica de Caminha ou Vila Praia de Âncora. “Quando realizamos um evento em Caminha ele vai ter repercussão em todo o concelho, inclusive em Vila Praia de Âncora e vice versa”. Quanto a uma possível discrepância entre o que foi feito em Caminha e Vila Praia de Âncora Miguel Alves considera que isso não aconteceu e diz mesmo que nenhum dos eventos que acontecia em Vila Praia de Âncora deixou de acontecer. Para além dos eventos habituais o presidente lembrou outros, nomeadamente o espetáculo de Teresa Salgueiro no Forte da Lagarteira; o espetáculo público da Sónia Araújo no Parque Ramos Pereira, a realização de um Torneio de Futebol de Praia que contou com o apoio da Câmara; a festa do Espadarte apoiada pela Câmara; a Feira Agrícola, o Anselmo Ralph, entre outros. Relativamente a Festa do Mar e da Sardinha o autarca considerou que o evento foi melhorado e teve até algumas novidades como foi o facto da sardinha vendida ter sido, toda ela, pescada pelos pescadores de Vila Praia de Âncora. Quanto ao “Viagens à Terra Nova”, Miguel Alves diz tratar-se de um evento com tendência para crescer e se afirmar no futuro. “E já se afirmou no coração dos ancorenses, principalmente daqueles que navegaram em terras difíceis e mares complicados, onde gente perdeu a vida”. Potenciar a memória de uma terra é segundo Miguel Alves o grande objetivo do evento e por isso considerou que “vilipendiar” as Viagens à Terra Nova “é um erro absoluto porque é atacar também a memória e a raiz das gentes de Vila Praia de Âncora”. Relativamente à animação de verão o autarca socialista considera que é sempre possível fazer mais e melhor garantindo que as avaliações vão ser feitas. “Vamos avaliar mas antes de mais é preciso dar nota de um verão em grande, um verão 5 estrelas que colocou Caminha no mapa e nos roteiros culturais e de animação deste último verão. Não há dúvidas sobre isso, basta olhar para a imprensa e os momentos que tanto criticam aparecem todos e em projeção de uma terra que se soube impôr”, rematou. |11 JORNAL “Um vazio desesperante” Volvido quase um ano depois da tomada de posse do atual executivo liderado pelo PS, o deputado e líder de bancada do PSD, Rui Taxa, fez no decorrer da última assembleia municipal uma espécie de balanço deste primeiro ano de mandato. Segundo o deputado social democrata muito foi prometido mas muito pouco foi feito e “após um ano de gestão autárquica socialista e aberta que está a sua “Caixa de Pandora”, podemos verificar que a mesma está repleta de um vazio desesperante”, constatou. Para o PSD o atual executivo “já teve tempo e mais do que tempo” para apresentar um projeto consistente para o desenvolvimento de Caminha “mas, como andam constantemente perdidos, não sabem para onde vão, ainda não o fizeram”, acusam. Rui Taxa disse estar mesmo a considerar a hipótese de oferecer ao executivo um GPS pois na sua opinião o presidente “navega à vista, sem rumo certo”. O líder da bancada aproveitou para enumerar uma série de problemas para os quais, na sua opinião, o executivo socialista não tem qualquer solução à vista. “Não sabe o que fazer com o assoreamento do rio Minho, nem sabe que voltas tem que dar para o desassorear; não sabe como colocar o ferry a trabalhar; não é capaz de cobrar a dívida do ferry a A Guarda e não faz a mínima noção como se deve ligar Caminha à Galiza”. Para Rui Taxa Miguel Alves parece não ouvir os recados dos comerciantes e acusa o presidente da câmara de ir para as televisões usar palavras bonitas mas não ter um plano, um rumo, um caminho para o desenvolvimento. “O senhor apresenta constan- |12 DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 03 de outubro de 2014 temente dois discursos: Um discurso para o exterior, quando está debaixo dos holofotes da televisão, em que exalta o que Caminha tem de bom, ou seja os êxitos do anterior executivo, e outro discurso, este interno, em que continua a prometer que vai fazer e tudo o que faz, desgraçadamente, são fracassos”. O líder da bancada social democrata acusa o presidente de “andar a brincar com coisas sérias ao impedir o comércio de ganhar dinheiro e de arrancar para mais um verão com alguma esperança de bons negócios”. Segundo o PSD a posição atraente que Caminha ocupava a nível distrital está a perder-se e lembrou que o PS herdou um concelho com o 2º melhor índice de compra e em 2º lugar quanto à melhor qualidade de vida da CIM. “Pagava as suas dívidas em 80 dias. Hoje paga-as a 149 dias quando as paga, porque está sem Fundos Disponíveis para cabimentar despesa”. Situação financeira grave Para os sociais democratas o concelho “está parado” mas, mais grave do que isso, dizem, é mesmo a situação financeira da autarquia provocada pela atual gestão socialista. “Agora é que o senhor não tem dinheiro para comprar um prego. Esbanjou 1 milhão e meio de euros que tinha em depósitos bancários, mais de 600 mil euros do Fundo dos Munícipes”, acusou Rui Taxa. O deputado social democrata perguntou a Miguel Alves se já tinha pago os 50 mil euros que custou o concerto do Anselmo Ralph; os 60 mil euros à empresa de segurança, 7 mil euros à senhora da limpeza e os 2 mil euros do programa “Semear para Colher”. “Já pagou?”, questionou o deputado sem no entanto ter obtido resposta do executivo. O líder dos sociais democratas aproveitou para lembrar ainda o Plano Diretor Municipal e obras prometidas pelo PS em campanha eleitoral, dando como exemplo o novo mercado de Caminha; o viaduto de Vila Praia de Âncora; o anfite- VERDADEIRA Situa da câmara É UM atro das muralhas; o cais da rua para os pescadores; a passagem de nível da Travessa do Teatro e o Cineteatro dos Bombeiros de Vila Praia de Âncora. A nova biblioteca de Caminha, a ciclovia de Vila Praia de Âncora e o Mosteiro de São João d’Arga, foram outras obras sobre as quais Rui Taxa pediu informação. ção correta. “Se a informação que nos dão não é a correta, diga o senhor os valores, não alimente polémicas e forneça os documentos que lhe são solicitados para nós podermos fazer uma oposição correta. Se estivermos errados nós assumiremos isso. O senhor enumerou esses concertos todos mas não disse nem quanto custaram nem se estavam pagos. Diga, acabe com a polémica, estão ou não pagos os espetáculos?”. Apesar de desafiado Miguel Alves não respondeu à deputada social democrata, ficando a bancada do PSD sem saber se efetivamente os concertos foram ou não pagos e quanto custaram. O pior presidente que Caminha alguma vez teve A bancada do PSD fez questão de lembrar Miguel Alves que ainda não começou a cumprir o que prometeu durante a campanha eleitoral e “aqueles que votaram em si começam a desesperar. Já se aperceberam que o senhor não tem maturidade política para ser presidente e, pior que isso, não tem um projeto político para o concelho de Caminha”. Por tudo isto Rui Taxa considera que Miguel Alves corre o risco de se tornar no pior pre-sidente de câmara que Caminha alguma vez teve. “Por todas estas razões, retirolhe a nossa confiança política”, atirou. Esta declaração final provocou uma gargalhada na bancada socialista que, pela voz do deputado Manuel Carlos Falcão, disse não perceber como é que o deputado Rui Taxa podia tirar uma coisa que nunca tinha dado. Diga quanto custaram, não alimente polémicas Às questões colocadas por Rui Taxa relativamente às despesas tidas com eventos, nomeadamente o concerto de Anselmo Ralph e outros, Miguel Alves disse que o deputado estava mal informado em relação aos valores, já que os mesmos não correspondiam à realidade. “Quem vos informou a partir da câmara sobre esses valores está muito enganado e portanto têm que rever as fontes porque os valores são completamente distintos”, afirmou. Perante a afirmação do presidente da câmara, Júlia Paula Costa saiu em defesa da bancada social democrata e desafiou Miguel Alves a dar a informa- Apesar do PAEL, dÍvidas a curto prazo aumentaram 7,1 milhões DEnuncia PS O PAEL, Programa de Apoio à Economia Local, criado para que os municípios que a ele recorreram pudessem regularizar o pagamento de dívidas a fornecedores vencidas há mais de noventa dias, motivou um pedido de esclarecimento ao presidente da Câmara de Caminha por parte do deputado socialista Manuel Carlos Falcão. Recorde-se que Caminha foi um dos municípios que aderiu a este Programa em 2012, conseguindo um empréstimo de 2 milhões e 300 mil euros. Recorrendo ao Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2013, um documento editado pelos Técnicos Oficiais de Contas e que relata a situa- ção financeira dos municípios, o deputado socialista deu conta daquilo que chamou “a sua grande preocupação”. Segundo o documento, 68 dos 98 municípios que receberam empréstimos ao abrigo daquele programa apresentaram diminuição da dívida a fornecedores de curto prazo em montante igual ou superior ao recebido. O mesmo documento, no parágrafo seguinte, também diz que há, não obstante, 23 municípios abrangidos pelo PAEL que apresentaram diminuição da dívida a fornecedores em montante inferior ao valor do empréstimo recebido ao abrigo do programa. “Quer isto dizer que pagaram, mas não pagaram tudo”. Mas o Anuário diz também que há ainda municípios que apesar de beneficiados pelo PAEL continuaram a apresentar aumento da dívida aos fornecedores, apesar da amortização efetuada com as tranches recebidas pelo PAEL. Ao todo, segundo o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2013, são 8 os municípios que receberam empréstimos ao abrigo do PAEL sendo que um dos 4 com maior crescimento da dívida foi Caminha com 7,1 milhões de euros. Segundo o deputado Manuel Carlos Falcão o que o referido documento traduz é que “a Câmara Municipal de Caminha foi buscar 2,3 milhões de euros ao PAEL para pagar a fornecedores com dívidas vencidas JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 03 de outubro de 2014 ação Financeira UMA INCÓGNITA a mais de 90 dias e, não obstante isso, aumentou a dívida de curto prazo a fornecedores em mais 7 milhões de euros”. Para Manuel Carlos Falcão esta é uma situação “muito grave” e “extremamente preocupante” porque o anterior executivo apesar de ter recorrido ao empréstimo “não sanou a dívida e ainda a conseguiu aumentar em mais 7 milhões de euros”, sublinhou. O deputado socialista diz que não ficou “estupefato” pois como referiu já estava alertado para a “difícil” situação financeira da câmara de Caminha”. Má tabela para aparecer em 1º lugar Em resposta às dúvidas e preocupações apontadas pelo deputado socialista, o presidente da câmara de Caminha confirmou os dados constantes no Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2013 e lamentou que neste caso Caminha aparecesse a liderar o mapa de um documento que é carimbado pelo Tribunal de Contas. “Má tabela para aparecer em primeiro lugar”, sublinhou. Miguel Alves considerou que esta é uma “herança difícil de gerir, mas vamos ter que a gerir”, referiu. Para o presidente da câmara “para haver uma economia sã no concelho de Caminha têm que existir contas sãs e transparentes e fazer uma coisa que há muito tempo não se faz: Tentar fazer corresponder com realidade e com verdade as despesas com as receitas que temos e é isso que estamos a fazer”, garantiu. Mas para que isso aconteça Miguel Alves diz que é preciso tomar decisões e cortar nas despesas. “É isso que temos feito. As dívidas a terceiros que eram a 31 de Dezembro de 2013 de 18.2 milhões, são agora de 66.9 milhões. Diminuímos as dívidas aos bancos, em 10 meses, em 5% e a dívida de fornecedores de imobilizado, desceu 319% e os custos com fornecimentos externos diminuíram 23%”. Miguel Alves diz ainda que houve “uma descida generalizada, de acordo com os valores do 1º semestre, em prati- camente todas as rubricas de fornecimentos. Segundo o presidente da Câmara “este é um esforço que é uma obrigação fazer e é um esforço que tem tudo a ver com o inverso de tudo aquilo que aqui foi dito por quem não teve a visão e o discernimento para perceber o que é uma estratégia”, acusou. PSD adverte: “Câmara à beira da bancarrota técnica” Um cenário montado Um cenário montado com palavras eloquentes, foi como a deputada Júlia Paula classificou a intervenção do deputado Manuel Carlos Falcão “Todos percebemos muito bem a estratégia que está combinada, eu também já estive desse lado e sei muito bem como as coisas se fazem. Os senhores não fizeram nada de novo e até escolheram bem o sítio: o Teatro Valadares que se presta a este tipo de representações.” A deputada social democrata acusou o deputado Manuel Falcão de fazer um “estenderete” com a sua intervenção e lembrou que quando recorreu ao PAEL foi apenas para pagar faturas de água. “Não pagamos a fornecedores, pagamos a um fornecedor que foi as Águas do Minho e Lima”. Para Júlia Paula Costa não vale a pena o partido socialista andar a “enganar-se” a si próprio. “Não é a nós que vocês têm que dizer isso. O que as pessoas sabem é que com a nossa câmara recebiam a tempo e horas e agora não recebem. O que as pessoas sabem lá fora é que a qualidade dos eventos não foi aquela que vocês prometeram”. A deputada social democrata acusou ainda o PS de passar o tempo a rebuscar no passado. “São vocês que rebuscam no passado porque não têm nada para rebuscar no presente e por isso constroem estas situações dramática em termos financeiros para que um dia destes possam pedir um qualquer resgate financeiro”, atirou. Júlia Paula Costa terminou a sua intervenção aconselhando o presidente da câmara a não esgaravatar no passado. “Construa o presente com os olhos no futuro. Não somos nós que o enganamos mas sim as pessoas que o rodeiam”, rematou. A situação financeira da autarquia caminhense dominou a última reunião da assembleia municipal com PS e o PSD a esgrimirem diferentes pontos de vista em relação às mesmas. Por um lado o PS diz que finalmente as contas estão a começar a ficar controladas e que no primeiro semestre até conseguiram poupar 1,2 milhões de euros, por outro o PSD diz que o PS poupou porque não paga aos seus fornecedores, nem cabimenta toda a despesa, como é obrigação legal. Para o PSD, ao contrário do que o PS quer fazer passar, as contas não estão controladas, referindo mesmo que a dívida da Câmara de Caminha cresce de uma forma “desesperante desde o primeiro dia, fruto de uma política despesista, demagógica e irracional”, acusam. Segundo a bancada social democrata só de junho a setembro a câmara quase duplicou a dívida. De 1 milhão e 800 mil, passou para 3 milhões. “Em dois meses o senhor deu-se ao luxo de quase duplicar a sua dívida”. O PSD acusa também o executivo liderado por Miguel Alves de “sonegar” e “esconder” informação para que não se saiba onde é gasto o dinheiro. “Demagógico” é como os sociais democratas classificam o discurso do presidente da câmara acerca da situação financeira do município. “Diz que não tem dinheiro para o passeio dos idosos, mas paga 9.600 euros à Sónia Araújo. Diz que não tem dinheiro para transferir para as Juntas de Freguesia, mas tem 50 mil euros para pagar ao Anselmo Ralph”. Relativamente à informação avançada pela câmara no sítio do município (ver caixa) onde se diz que economizou 1 milhão e 200 mil euros, Rui Taxa diz que é pura “demagogia”. “Na informação financeira que distribuiu a esta Assembleia Municipal é visível que a sua dívida cresce exponencialmente, mais de um milhão de euros”, sublinha. “Sem qualquer obra a decorrer”, o PSD considera que o aumento da dívida de curto prazo em cerca de 1 milhão e 300 mil euros “evidencia um total descontrolo”. “Se a estes 3 meses, acrescentarmos as prestações dos serviços já feitos e que o senhor não cabimentou, não requisitou e ainda não faturou, mas que vai ter que pagar porque os serviços estão prestados, então o desastre, o descontrolo, para além da ilegalidade, são evidentes”, acrescenta. Por tudo isto o PSD considera que o atual executivo “caminha para o abismo, está neste momento em bancarrota técnica”, remata. |13 JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 03 de outubro de 2014 FOTOS : MIRO CERQUEIRA CAMINHA Grande Trail da Serra d’Arga André Rodrigues volta a vencer Ultra Trail O atleta André Rodrigues foi o grande vencedor da 4ª edição do Grande Trail da Serra d’Arga, na prova de Ultra Trail, numa distância de 53 quilómetros. O evento desportivo, que é |14 já uma referência a nível nacional e internacional, reuniu este ano mais de dois mil atletas distribuídos pelas diversas provas, nomeadamente o Trail curto (20 quilómetros) , o Trail Longo (33 quilómetros) e o Ultra Trail (53 quilómetros). Depois de uma época cheia de percalços e alguns azares que se traduziram em lesões, André Rodrigues, atleta do Vidi- galense, voltou a Caminha para revalidar o título que já tinha conquistado na edição anterior. A prova foi dura e difícil de gerir. Maior do que no ano passado, André Rodrigues completou o percurso em 5 horas e 9 minutos. “Correu bem, tive sorte. A distância era maior, a primeira parte foi bastante mais rápida e a segunda muito dura. Foi uma prova difícil de gerir e acabei já bastante cansado. Se tivesse mais alguns quilómetros para correr ia ser bastante complicado”. André Rodrigues considera o Grande Trail da Serra d’Arga “uma prova fantástica onde nada falha”. “Os atletas que aqui vêm só têm que preocupar-se em correr porque a organização trata do resto. É excelente, é das pro- vas que eu mais gosto, é top”. Depois do Grande Trail da Serra d’Arga este atleta vai continuar a treinar para entrar em 2015 com objetivos mais altos. “2014 correu um bocado mal. Acabei bem, mas o resto do ano foi um bocado difícil para mim”, revela. Na categoria de femininos a vitória foi para a atleta do Desnível Positivo Ester Alves que terminou a prova em 5 horas e 58 minutos. Depois de um boa classificação na prova de Mont Blanc, onde conquistou o 8º Lugar, a atleta portuense veio a Caminha conquistar o primeiro lugar do pódio numa prova que de fácil não tem nada. “É uma serra com muita rocha, muita subida em força, com poucas partes corriveis e por isso muito exigente”. Depois de no ano passado ter desistido a meio, vencer a prova este ano foi “sem dúvida uma alegria extra”, desabafa. Ester Alves explica que em relação ao ano passado vinha com outra preparação e outros conhecimentos. Relativamente aos resultados alcançados na prova de Mont Blanc, a atleta considerou o 8º lugar conseguido “uma boa classificação” possível graças a um grande trabalho com a sua equipa e com o próprio Carlos Sá, também ele atleta do “Desnível Positivo”. “Quando se trabalha com os melhores, a motivação para fazer mais e melhor também é maior”. Depois do Grande Trail da Serra d’Arga a atleta vai ficar a aguardar possíveis patrocinadores para poder participar JORNAL DESPORTOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 03 de outubro de 2014 tas Carlos Sá, ao nosso técnico Pedro Fernandes, a todos os voluntários, às juntas de freguesia que ajudaram na limpeza dos trilhos, aos bombeiros e a todos quantos colaboraram na realização deste evento”. imo grande desafio de Carlos Sá. “Trata-se de uma prova de 300 quilómetros em que vou ter que fugir das onças e de toda aquela bicharada porque a selva é de facto implacável”. Náutico de Ponte de Lima conquista 2º lugar no Trail Depois de alguns receios pro- Longo Um grande sucesso noutras provas. “O mundo do Trail acaba por ter custos elevados com inscrições e viagens e a época de 2015 vai depender muito dos patrocínios que possam aparecer. Neste momento ainda não está nada definido”, revela. Gerir a prova até aos 33 quilómetros é, segundo Ester Alves, o grande desafio desta Ultra. “Depois dos 33 quilómetros encontramos uma subida, o chamado Cerquido, que é muito exigente. Estamos a falar de uma subida muito íngreme, sempre em pedra. Sobrevivendo a essa parte da prova depois o resto fazse, embora com muitas dores”. Em termos de organização a atleta não tem dúvidas em classificar a prova como uma das melhores. “É uma prova de referência a nível nacional e internacional que se compro- va pelo número de inscrições. O crescimento do Grande Trail Estão mais de duas mil pessoas da Serra d’Arga é uma realidade num local longe dos grandes que se traduz no número de incentros”. scrições que, das1300 registadas em 2013, ultrapassaram este Um balanço ano as 2000. “Eu próprio me inscrevi e tentei excelente participar mas a verdade é que Rui Teixeira, vereador respon- não consegui acabar a prova. É sável pelo pelouro do despor- muito duro”. to da Câmara de Caminha, não A câmara não tem dúvidas quanesconde a “dureza” que é orga- to à importância do evento e ganizar um evento desta natureza. rante que o Grande Trail é para “Estamos a falar de um evento continuar. “Vamos continuar a com uma certa complexidade apostar nesta prova porque se inem que é necessário acautelar sere naquilo que queremos para o uma série de situações que vão futuro do desporto no concelho. desde as refeições à limpeza e Esperemos que o Carlos Sá conmarcação de circuitos, passan- tinue connosco por muito tempo”. do pelos voluntários, seguran- O balanço é portanto “exça, ambulâncias, etc. celente” e Rui Teixeira Estamos a falar de um even- aproveitou para agradecer a to que é organizado por 3 mu- todos quantos tornaram posnicípios e que felizmente correu sível a realização desta promuito bem. Até o tempo ajudou”. va. “Queria agradecer ao atle- vocados por sucessivos alertas amarelos, as piores previsões climatéricas não se confirmaram e o Grande Trail da Serra d’Arga decorreu sem qualquer percalço. Este foi o primeiro aspeto que Carlos Sá, o grande mentor desta prova, fez questão de salientar. Mas a grande festa do Trail não se fez apenas por causa do bom tempo, Carlos Sá diz que os verdadeiros protagonistas, depois dos atletas, foram as pessoas que se deslocaram à serra, “o público que acorreu em massa para incentivar, apoiar e aplaudir os mais de dois mil atletas que vieram correr à serra d’Arga”. Depois de conquistados os atletas Carlos Sá diz que o desafio que se seguia também foi ganho, ou seja, a conquista do público. Segundo o organizador tudo decorreu como previsto, “sem incidentes e quando assim é, tudo está bem”, sublinha. Com o crescimento do evento crescem também as responsabilidades, algo que Carlos Sá diz não assustar quando se tem 250 voluntários a ajudar. “Por um lado é fácil porque há um grande empenho das pessoas que ajudam nesta prova que já consideram sua.No entanto tem as suas dificuldades porque são muitas horas a trabalhar para que chegada a altura tudo esteja a postos”. Por tudo isto o balanço “é mais do que positivo” . Carlos Sá diz mesmo que “é muito difícil fazer melhor”. Como é hábito o maior ultramaratonista português não participou nesta prova mas dentro de dias Carlos Sá parte para o Brasil onde vai disputar a “Jungle Marathon”. “Gostava muito de um dia poder correr estes 50 quilómetros com os meus amigos mas este é o dia de eu trabalhar para eles. Para correr em provas que outros colegas também organizam tenho o resto no ano todo e por isso hoje eu estou do outro lado”. Cinco dias a correr em plena selva da Amazónia é o próx- Fernando Pimenta, atleta olímpico na modalidade de canoagem, também marcou presença nesta 4ª edição do Grande Trail da Serra d’Arga. Em declarações ao Jornal C, o canoísta explicou que a sua participação nesta prova teve como principal objetivo o treino físico. “Nunca tinha corrido 33 quilómetros no meio do monte, a subir e a descer e foi uma experiência muito boa”. Fernando Pimenta participou integrado na equipa do Náutico de Ponte de Lima que re- centemente formou uma equipa de trail. “A equipa só tem um mês mas já conseguimos alguns resultados, nomeadamente o 2º lugar por equipas nos 33 quilómetros do Grande Trail da serra d’Arga. Em termos desportivos e no que à canoagem diz respeito, Fernando Pimenta faz um balanço “muito positivo” da época. “Consegui bons resultados, consegui obter boas marcas e isso deixa-me boas perspectivas para o futuro”. O Mundial de 2015 é agora o grande objetivo de Fernando Pimenta e o atleta já está a treinar para conseguir um bom resultado. “É um mundial muito importante, é das provas mais importantes do nosso calendário olímpico. É nele que tudo se decide”, explica. Depois da montanha Fernando Pimenta regressa ao rio para começar a treinar mais afincadamente para o Mundial 2015. |15 JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 03 de outubro de 2014 Associação Mobilitas lança campanha Para ajudar nos tratamentos do Ricardo |16 Chama-se Ricardo Esteves, tem 6 anos e é natural de Viana do Castelo. Tem um olhar vivaço, um sorriso contagiante e uma força que vai muito para além dos seus parcos 6 anos de idade. De um parto difícil, com muitas complicações, resultaram em lesões que provocaram no pequeno Ricardo problemas de mobilidade. Com necessidade de recorrer a tratamentos regulares e muito dispendiosos, a mãe do Ricardo, ajudada pelas educadoras da “Academia dos Pimpolhos”a creche e infantário de Viana que o pequeno frequentou - e pela Associação Mobilitas, decidiu pôr mãos à obra e lançar uma campanha cujo objetivo é angariar fundos para que o Ricardo possa ter acesso a mais tratamentos e a material necessário que o ajude a ultrapassar as dificuldades motoras. Patrícia Alves é uma “mãe coragem” que nos últimos anos não tem poupado esforços para proporcionar ao filho os melhores tratamentos. Uma batalha que já dura há seis anos e que está ainda longe de chegar ao fim. Mas Patrícia não desiste de lutar para que no futuro o filho possa ser autónomo e consiga movimentar-se sozinho sem ter que recorrer ao andarilho, por enquanto o seu grande aliado. Mas vamos à história do Ricardo que a mãe faz questão de partilhar. “O Ricardo nasceu através de uma cesariana de urgência porque tinha 3 voltas do cordão o que provocou uma asfixia neonatal. Na altura não se sabia muito bem se iria ou não ficar com alguma sequela e a opção foi esperar que fi-zesse um ano e ir vendo a sua evolução. Quando completou um ano foi submetido a uma ressonância magnética que efetivamente revelou que o Ricardo tinha uma Leucomalácia Periventricular, ou seja uma paralisia cerebral que lhe afeta a área motora”, explica. Ao contrário das outras crianças da sua idade, o Ricardo demonstrava dificuldades em segurar a cabeça, em gatinhar e sentar. “Às vezes eu dava por mim a seguir as outras mães nos supermercados que levavam os bebés nos carrinhos para ver o que eles faziam e para comparar com o que o Ricardo fazia”, conta. Com o passar do tempo foi conseguindo ultrapassar algumas dessas dificuldades sendo que neste momento o seu JORNAL DISTRITOVIANA O CAMINHENSE, sexta-feira, 03 de outubro de 2014 maior problema é o controle da marcha. “Ele não consegue caminhar sem o auxilio do andarilho e inicialmente nem com o andarilho”. Esse grande aliado que o ajuda a movimentar-se de uma lado para o outro desde os dois anos de idade, veio dos Estados Unidos e foi através dele que o Ricardo começou a perceber o que era a marcha. Equipamentos e terapias muito caras às quais o sistema nacional de saúde não consegue ou demora muito tempo a dar resposta, têm obrigado os pais do Ricardo a um esforço financeiro muito grande. O pai já teve inclusive que emigrar para Angola para conseguir proporcionar ao filho as terapias de que ele necessita. Desde que o problema do Ricardo foi diagnosticado, os pais não têm parado de pesquisar e procurar as melhores terapias para o filho. Depois de muito procurar, de muito viajar, inclu- sive a Cuba, foi em Espinho que encontraram o tratamento mais adequado para o rpoblema do Ricardo. Tratamentos que são caros e que por isso não podem ser feitos com a regularidade desejável. Para que isso possa acontecer surgiu a ideia de lançar uma campanha de recolha de tampinhas de embalagens que, depois de vendidas, irão reverter a favor dos tratamentos. A esta campanha juntou-se também a “Academia dos Pimpolhos”, o jardim de Infância que o Ricardo frequentou até há bem pouco tempo e ainda a Associação Mobilitas, uma Associação com sede em Viana do Castelo que presta apoio a pessoas com mobilidade reduzida. Mobilitas apoia pessoas com mobilidade reduzida Jorge Pereira é o rosto des- ta associação formada há pouco mais de 3 meses. Depois de ter sofrido um acidente a fazer surf, este professor de educação físicia foi obrigado a aprender tudo de novo. Depois de vários meses confinado a uma cama de hospital em que o único movimento que conseguia fazer era piscar os olhos, o Jorge conseguiu recuperar alguns dos movimentos mas sabe que há coisas que nunca mais vai poder fazer. A incapacidade não o fez baixar os braços e um dos objetivos ao formar esta associação é, como o próprio explica, provar que mesmo com mobilidade reduzida é possível pôr as pessoas a mexer. A inclusão é a palavra de ordem e por isso, na hora de ajudar o Ricardo, a Mobilitas não hesitou. “Esta não é a primeira campanha que desenvolvemos e quando a Patrícia nos contatou a pedir ajuda dissemos logo que sim. O passo seguinte foi definir que tipo de campanha iriamos fazer por forma a sensibilizarmos as pessoas para esta causa. Decidimos optar pela recolha das tampinhas, uma campanha que já lançamos e que vai decorrer até ao final do ano. Trata-se de uma campanha de 3 meses que está a ser divulgada em diversas plataformas, nomeadamente nas redes sociais, rádios e jornais”. Para incentivar as pessoas a recolherem o maior número de tampas possível, a campanha prevê a atribuição de vários prémios como explicou ao Jornal C Jorge Pereira. “É fácil. As pessoas só têm que juntar as tampinhas e entregá-las nos locais de recolha que serão posteriormente divulgados nas redes sociais”. Neste momento já existem dois locais de recolha que são a Academia dos Pimpolhos e a Loja Viana Cycles, junto à denominada torre do liceu em Viana do Castelo. “No final de cada mês a pessoa que entregar mais tampinhas ganha um prémio simbólico que podem ser vouchers de uma noite nos hotéis Axis, vouchers de jantares para duas pessoas no Restaurante “Tasquinha da Linda”, pulseiras “Cabo de Mar”, tratamentos de beleza no Instituto Carla Vieira e ainda casacos e blusões da marca X Life”. Os prémios serão atribuídos por esta ordem e pretendem motivar e divulgar esta iniciativa. “Temos uma grande expetativa em relação a esta campanha e esperamos ter o maior sucesso. O Ricardo merece muito e acreditamos que vai correr bem”. E como é que estas tampinhas se vão depois transformar em tratamentos e equipamentos para o Ricardo? Patrícia Alves explica que neste momento estão a tentar que a Resulima, uma empresa de resíduos de Viana do Castelo, fique com as tampinhas a troco de um valor económico. “Nós não queremos que o dinheiro que resulte da venda das tampinhas nos seja entregue, o que nós queremos é que esse valor seja creditado na conta da clinica onde o Ricardo faz os tratamentos. Neste momento ainda estamos a aguardar uma resposta por parte da Resulima. Gostávamos que aceitassem porque como é uma empresa de Viana, era mais fácil para nós fazermos chegar as tampinhas, que esperamos cheguem às toneladas, e assim conseguirmos financiar os tratamentos intensivos de terapia que o Ricardo necessita”. Para além dos tratamentos que recebe em Espinho e que têm tido muito bons resultados, o Ricardo é submetido a fisioterapia diária em Viana do Castelo. Para que os tratamentos possam ser mais intensivos o Ricardo precisa da ajuda de todos e por isso a Mobilitas lança o desafio a todos para que, num gesto simples, não deitem fora as tampinhas de plástico das garrafas de água, detergentes, pasta dos dentes, etc. “Juntem-nas e depois façam as chegar até nós para que possamos ajudar. Hoje é o Ricardo, amanhã não sabemos quem poderá ser”. Ivone, educadora do Ricardo, não esconde “um certo receio inicial” quando soube que o Ricardo iria frequentar a “Academia dos Pimpolhos”. Ficaram apreensivos porque não sabiam o que os iria esperar. Mas o receio inicial depressa se desvaneceu quando perceberam que o Ricardo era um menino normal, igual a todos os outros. “O Ricardo sempre conseguiu acompanhar muito bem as atividades quer dentro quer fora da sala, nunca tivermos qualquer problema em relação a isso. A única limitação foi mesmo na parte física e aí, de facto, ele não conseguia acompanhar os outros meninos. Só com a ajuda de um adulto e mais tarde com o andarilho é que o Ricardo começou a participar nas atividades”, explica. Por parte dos colegas o Ricardo nunca foi discriminado garante a educadora Ivone. “A verdade é que os colegas sempre olharam para o Ricardo da mesma forma que olhavam para os outros meninos porque cresceram todos juntos. Eles estão juntos desde o berçário e por isso o Ricardo era mais um colega como os outros. E foi interessante verificar a atitude protetora e até de entreajuda que os colegas sempre tiveram para com o Ricardo, apesar de estarmos a falar de crianças”. A integração é segundo a mãe do Ricardo extremamente importante para crianças com este tipo de problema e dentro das suas limitações ele tem feito de tudo um pouco. “Desde o surf à patinagem, passando belo andebol e pelo basquete o Ricardo tem experimentado de tudo um pouco. Faz como consegue, cai magoa o joelho, não faz mal, os outros também caem e também se magoam. A integração é fundamental para que eles próprios não se sintam diferentes”, explica. Inicialmente tivemos algum receio |17 JORNAL DISTRITO O CAMINHENSE, sexta-feira, 03 de outubro de 2014 ARCOS DE VALDEVEZ CAMINHA PAREDES DE COURA I Simpósio Internacional de Escultura do Minho Durante 17 dias, seis artistas de renome internacional trabalharam ao vivo pedras de grandes dimensões transformandoas em valiosas obras de arte. O I Simpósio Internacional de Escultura do Minho, organizado pelos Concelhos de Cerveira e |18 Tominho, no âmbito da Carta da Amizade, pretendeu ser um espaço de experiência e liberdade criativa e proporcionar um momento íntimo entre artistas e comunidade em geral. De 12 e 28 de setembro, o espaço contíguo à Fortaleza de Goián, Tominho, com uma bela paisagem sobre Vila Nova de Cerveira através do rio Minho, foi cenário de um evento singular de escultura ao ar livre, convidando as populações a interagir mais estreitamente.Num ambiente de culto à natureza, os seis escultores selecionados trabalharam as suas criações artísticas para, no final, ficarem três obras para os espaços públicos de Vila Nova de Cerveira e outras três para o Concelho de Tominho. Unidos por um acordo transfronteiriço, Vila Nova de Cerveira, ‘Vila das Artes’, e Tominho, ‘Terra de Artistas’, lançaram o desafio para um projeto comum que unifique e identifique as populações destes dois Concelhos como amantes das artes e da escultura. Destacando um projeto repleto de novidades, a alcaldeza de Tominho, Sandra Gonzalez, considera que este evento homenageia os escultores e a arte da escultura e que será consolidado nas próximas edições, autenticando o lema de que Tominho é ‘Terra de Artistas’, “mantendo viva a chama da arte no concelho porque vai alimentar a criatividade do futuro”. Para o autarca de Vila Nova de Cerveira este evento vem estreitar ainda mais a cooperação entre estes dois municípios ribeirinhos e reforçar o pacto de amizade consubstanciado no dia 11 de junho de 2014, através da Carta da Amizade. Fernando Nogueira sublinhou que este I Simpósio Internacional de Escultura do Minho insere-se no conceito reconhecido além-fronteiras de Vila Nova de Cerveira como ‘Vila das Artes’, contribuindo para potenciar a promoção da atratividade artística, ao mesmo tempo que enriquece os espaços públicos municipais. Tendo como mentor o escultor de Tominho Nando Álvarez que passa grande parte do seu trabalho a desenvolver simpósios de escultura na Europa, Ásia e América, o I Simpósio Internacional de Escultura do Minho mobilizou seis escultores oriundos da Bielorrússia, Taiwan, Itália, EUA, México, e Portugal, por pensarem a escultura em pedra hoje e explorarem as suas qualidades, abrindo-lhe novas fronteiras, não se confinando à tradição, mas procurando novos caminhos de presente e futuro. As obras que resultaram deste I Simpósio Internacional de Escultura podem agora ser admiradas no Jardim de Chagny, em frente ao edofício da Câmara Municipal PONTE DA BARCA PONTE DE LIMA EB/S de Cerveira coloca estudantes nas melhores Universidades do país O bom resultado obtido no ensino secundário permitiu aos alunos da Escola Básica e Secundária de Vila Nova de Cerveira (EB/S Cerveira) o acesso aos cursos ambicionados nas universidades de referência do país. Autarquia e Direção reconhecem o trabalho dos alunos e empenho e profissionalismo dos docentes. Universidade do Minho, do Porto, de Coimbra, de Lisboa, Trás-os-Montes e Alto Douro e do Algarve, o Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Porto e de Coimbra acolheram os jovens cerveirenses, em cursos como Direito, Medicina, Ciências Biomédicas, Engenharia Informática, Engenharia e Gestão Industrial, Enfermagem e Biologia. A Direção deste estabelecimento de ensino confirma que, na primeira fase de colocação, a estatística é bastante positiva, com 91 por cento dos alunos a terem colocação no curso pretendido do ensino superior. Perante estes resultados, a Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira felicita toda a comunidade educativa envolvida neste processo. “A consolidação do percurso pedagógico reflete-se num valor acrescentado ao mercado de trabalho, proporcionando a estes jovens o desenvolvimento de aptidões inovadoras e competitivas e que podem culminar em estratégias empresariais e industriais no concelho”. O Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Cerveira realça que a Sessão Solene de Atribuição de Diplomas do Ensino Secundário, agendada para o dia 10 de outubro, pelas 21h00, não representará apenas o reconhecimento do trabalho dos alunos, mas também o empenho, dedicação e profissionalismo de todos os profissionais da educação. ‘Amigos de Cerveira em Newark’ reúnemse em festa solidária a 26 de outubro Ao longo de três décadas, os cerveirenses residentes em Newark, Estados Unidos da América, têm organizado um convívio anual com o objetivo de angariar donativos para apoiar instituições da sua terra natal. Este ano, o encontro decorre a 26 de outubro, com a presença do presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, Fernando Nogueira. Esta tradição de cariz solidário é impulsionada pelo empresário João Loureiro e conta com a colaboração de dedicados cerveirenses e muitos amigos de Cerveira que, todos os anos, angariam verbas significativas distribuídas pelas mais diversas coletividades concelhias. O local escolhido para o almoço/convívio deste ano é o Salão Cristal – Restaurante Ibéria, um espaço amplo para acolher centenas de pessoas, à semelhança dos anos anteriores. A iniciativa proporciona um momento de confraternização já reconhecido pela comunidade local, sendo mesmo considerado uma das mais conseguidas festas de angariação de fundos realizadas pela comunidade portuguesa naquela cidade norte-americana. JORNAL DISTRITO O CAMINHENSE, sexta-feira, 03 de outubro de 2014 MELGAÇO MONÇÃO VALENÇA VIANA DO CASTELO VILA NOVA DE CERVEIRA Viana distinguida com bandeira verde “Município ECOXXI 2014” Viana do Castelo vai hastear a bandeira verde do “Município ECOXXI 2014”, galardão que reconhece o bom desempenho ambiental do município em prol do desenvolvimento sustentável. A distinção, promovida pela Associação Bandeira Azul da Europa, pretende reconhecer municípios que se destaquem em políticas de sustentabilidade e foi entregue na passada sexta-feira. Ao todo, foram atribuídas 32 bandeiras verdes a nível nacional, um símbolo semelhante à bandeira azul das praias, sendo o resultado de uma candidatura onde constaram informações diversas avaliadas por uma comissão representada por mais de trinta instituições diversas. Inspirado nos princípios subjacentes à Agenda 21, o Projeto ECOXXI procura reconhecer as boas práticas de sustentabilidade desenvolvidas ao nível do município, valorizando um conjunto de aspetos considerados fundamentais à construção do Desenvolvimento Sustentável, alicerçados em dois pilares: a educação no sentido da sustentabilidade; e a qualidade ambiental. Composto por 21 indicadores de sustentabilidade local, este Programa pretende avaliar a prestação dos municípios em torno de alguns temas considerados chave: Educação Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável; Sociedade Civil; Instituições; Conservação da Natureza; Ar; Água; Energia; Resíduos; Mobilidade; Ruído; Agricultura; Turismo e Ordenamento do Território. Câmara de Viana reduz taxas nos equipamentos desportivos municipais A Câmara Municipal de Viana do Castelo aprovou a redução de taxas enquanto incentivo à prática desportiva nos seus equipamentos desportivos. Em cau- sa estão reduções de taxas nas áreas de aprendizagem e formação, treino de competição e ainda de utilização dos equipamentos por clubes e associa- associação desenvolva em melhores condições um das suas maiores apostas: a formação de jovens músicos. A Banda Musical Velha de Barroselas é a mais antiga associação cultural de Barroselas e do concelho de Viana do Castelo e foi classificada como Pessoa Coletiva de Utilidade Pública por despacho governamental em 19 de Dezembro de 2008. Nos últimos anos, graças a um lote de músicos jovens e competentes da Banda que frequentaram a Escola Superiores e Conservatórios de Música do país, imprimiram uma nova dinâmica à escola de música da Banda, procurando captar novos valores, aceitando alunos com idade a partir dos seis anos, quer venham ou não a integrar o elenco da Banda. Antiga Escola de Sião beneficiada acolhe Banda Velha de Barroselas A antiga escola primária de Sião, em Barroselas, vai ser alvo de uma empreitada de recuperação e adaptação para acolher as instalações da Banda Velha de Barroselas. A empreitada foi consignada pelo Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo e dotará o espaço de condições adequadas para a formação musical. A empreitada de “Recuperação e Adaptação da Antiga Escola Primária de Sião” foi consignada pelo valor de 149 mil euros e permitirá melhorar as condições da antiga escola, desativada há vários anos e a acolher de forma precária esta entidade. Assim, no ano em que a Banda Velha de Barroselas assinada 150 anos de existência, a autarquia avança para a qualificação do espaço que lhe serve de sede, sendo que a grande aposta está na formação musical, pelo que as salas serão também adaptadas para apoio do ensino da música de forma a permitir que esta ções concelhias. A medida tem em conta a atual conjuntura socio económica, que tem penalizado os clubes e associações desportivas. Uma vez que as taxas de utilização de equipamentos desportivos são um elemento de corresponsabilização entre associações e município, foi aprovada a redução nas taxas de 30% das áreas de aprendizagem/formação e treino de competição para 50%, e a implementação de redução em 50% das taxas de utilização dos equipamentos desportivos municipais por clubes e associações desportivas do concelho, na área de competição, na utilização dos pavilhões desportivos municipais. Com as reduções das taxas de utilização dos pavilhões municipais, a Câmara Municipal pretende incentivar a prática desportiva e estilos de vida mais ativos e saudáveis, sendo que a Câmara Municipal tem também vindo a desenvolver uma política de apoio às coletividades desportivas com vista a fomentar a prática desportiva em especial da juventude. De sublinhar que, para além dos apoios regulares, apoios a eventos e obras, também nas taxas de utilização dos espaços desportivos municipais, o Município implementou uma redução de 30% da taxa de utilização para clubes /associações com atividades de aprendizagem, formação e competição. PUB. OCULISTA IDEAL DE CAMINHA José Augusto Fernandes Oliveira ( òptico desde 1967) metalocaminha Sócio Gerente Sergio Meira - Telf. 919 983 235 Distriâncora-Supermercados, lda tel 258959140-fax 258912955 TÉCNICA . PERFEIÇÃO . QUALIDADE A sua visita o comprovará AUTOMATISMOS | SERRALHARIA DE FERRO E INOX | MONTAGEM DE PORTAS SECCIONADAS |MOTORES DE TODO O TIPO | SERVIÇO DE CORTE E QUINAGEM DE CHAPA Superareosa-Supermercaods, lda tel 258808090-fax 258838534 C.C. 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A garantia é dada por dois dos fundadores da secção, Rui Pestana e Francisco Amorim que, em declarações ao Jornal C, explicam o que têm sido estes últimos 4 meses de trabalho para conseguir organizar esta nova secção do Âncora Praia. Uma tarefa que não tem sido fácil |20 e só possível graças ao apoio da comunidade. A realização de alguns eventos foi uma das formas encontradas pela direção da secção de futsal para conseguir angariar as verbas necessárias para o arranque da modalidade cujo orçamento estimado ronda os 12 mil euros anuais. “Organizamos uma série de eventos durante o Verão, nomeadamente um arraial onde aproveitamos para homenagear alguns atletas já falecidos e também antigos atletas. Realizamos também alguns convívios que nos permitiram angariar fundos para conseguirmos comprar o material necessário para o arranque da época”, explica. Com as verbas entretanto angariadas, a direção da secção de Futsal já conseguiu comprar algum material para os atletas, nomeadamente equipamento e bolas. “Ainda nos falta os fatos de treino mas por enquan- to já temos o necessário para arrancar”. Mas as despesas da secção não se resumem a equipamento e material, há ainda que contar com os jogos que também acarretam despesa, nomeadamente as arbitragens e segurança quando se trata de desafios em casa. “É por isso que vamos continuar a realizar algumas atividades. A próxima será em parceria com uma empresa do concelho, a MinhaVentura, que irá patrocinar uma descida do rio Coura em que o valor das inscrições reverte a favor da secção de futsal”. Com a “casa bem arrumada” e preparados para o arranque, as atenções estão agora viradas para o próximo dia 4 de Outubro, dia em que a equipa de futsal do Âncora Praia enfrenta o seu primeiro rival, o Vila Nova de Anha. O jogo é em casa e terá lugar no Pavilhão Desportivo de Vila Praia de Âncora a partir das 18 horas. Confiança é coisa que não falta e a meta é ganhar tudo o que houver para ganhar, ou seja, a Taça e o Campeonato. Confiantes na equipa, os dirigentes falam na excelente qualidade dos atletas, no espírito de grupo e na amizade e união quer dos dirigentes quer dos atletas, na sua maioria do concelho de Caminha. “Neste momento o plantel é composto por cerca de 18 elementos na sua maioria atletas do concelho. Cerca de 12 são de cá. Essa foi de resto uma das nossas grandes preocupações quando avançamos com este projeto. Queríamos sentir o apoio e o calor da comunidade e pensamos que apos-tar em atletas locais seria a melhor solução”, explicam. Os dirigentes destacam ainda o “amor à camisola” dos atle- tas. “Ninguém ganha dinheiro. Nós não temos condições para pagar até porque estamos a começar e há que fazer outros investimentos”. A pensar no futuro, a secção de Futsal do Âncora Praia está neste momento a formar uma equipa júnior e por isso convida todos os jovens interessados, com idades entre os 15 e os 18 anos, a passarem pelo pavilhão e a experimentarem a modalidade. A apresentação da equipa de Futsal do Âncora Praia teve lugar no passado dia 20 de Setembro com um jogo amigável com o Nogueiró, uma equipa do distrito de Braga que na época anterior foi campeã invicta no campeonato distrital. O Âncora Praia perdeu por 3 a 5 mas Francisco Amorim lembra que enfrentaram uma equipa “rodada” a competir há vários anos num campeonato “um pouco mais forte” do que o do distrito de Viana do Castelo. As expetativas para a época que arranca amanhã são grandes e “vencer” é a palavra de ordem. “Temos consciência do nosso valor e sabemos que com trabalho podemos alcançar bons resultados”. E o que são bons resultados? Rui Pestana diz que é ganhar tudo o que há para ganhar. “Queremos a dobradinha, ou seja, o Campeonato e a Taça. Temos consciência de que estamos a colocar a fasquia muito alta mas também sabemos o valor que temos. Vamos devagar, jogo a jogo”. Com uma página no facebook que ainda não tem quatro meses, o Futsal do Âncora Praia já ultrapassou os mil gosto. “Isto pode não ser muito importante mas para nós dá-nos uma grande força para continuarmos a trabalhar”. O Âncora Praia joga manhã e por isso estão todos convidados a assistir ao jogo com entrada gratuita. “O apoio das pessoas é fundamental e por isso lanço o desafio a todos os que gostam desta modalidade para virem amanhã ao Pavilhão de Vila Praia de Âncora apoiar a equipa do concelho” JORNAL DESPORTOCERVEIRA O CAMINHENSE, sexta-feira, 03 de outubro de 2014 PUB. tiAGo mAiA vence viii triAtlo dA AmizAde tiago Maia, do sport Lisboa e Benfica, foi o vencedor absoluto do VIII triatlo da Amizade, que decorreu este domingo, entre cerveira-tominho. Graças à vitória dos atletas portugueses, o troféu da Amizade, que estava em disputa, fica a cargo do Município de Vila Nova de cerveira, pelo segundo ano consecutivo, e até à próxima edição, em 2015. prova contou com a participação de cerca de 150 atletas portugueses e espanhóis.?o vencedor conclui as três etapas com um tempo de 1:11:50. o pódio dos vencedores absolutos fica concluído com o segundo lugar para Fabian Ubeira Vidal do triatlón Motorbike pontevedra e a terceira posição para rui Dolores do Amiciclo Grandola. Na categoria absoluta feminina, rita María Lopes alcançou o primeiro lugar, seguida de sofía Brites e priscila suárez Mendez. Numa organização conjunta da câmara Municipal de Vila Nova de cerveira e do concelho de tominho, em colaboração com as federações de triatlo portuguesa e galega, o VIII triatlo da Amizade decorreu com toda a normalidade, com um grande entusiamo pelo circuito demonstrado pelos atletas federados e não federados, como pela forte afluência de pessoas junto ao cais do rio Minho para assistir e felicitar os participantes. Na entrega de prémios às diferentes categorias – Absoluta Masculinos, Absoluta Femininos, Equipas Masculinos, Escalões Masculinos, Escalões Femininos, Estafetas Absoluta -, estiveram presentes o Vicepresidente da câmara Municipal de Vila Nova de cerveira e a Vereadora da cultura, Vitor costa e Aurora Viães, o presidente da Assembleia Municipal de Vila Nova de cerveira, Vitor Nelson torres, a alcadeza de tominho e a vereadora da cultura, sandra Gonzalez e cristina Martinez, bem como os representantes das duas federações de triatlo. perfeitamente consolidado na modalidade, o triatlo da Amizade regressa em 2015, para assinalar a IX edição, de uma iniciativa desportiva que faz eco em todo o território português e galego. A prova teve início às 15h00 na praia castelinho de Vila Nova de cerveira, onde os atletas ti- CMTS Clínica de Fisioterapia COM NOVAS ISTALAÇÕES EM CAMINHA Acordos com: Serviço Nacional de Saúde - Sams - CGD - IASFA - ADM - Multicare CENTRO COMERCIAL DA ESTAÇÃO - AV. MANUEL XAVIER, Nº 16 Telf. 918571617 - 968432863 HORÁRIO: 08H-19H (segunda a sexta ) R UI RaMalHOSa Economia - Gestão Contabilidade Fiscalidade Técnico Oficial de Contas Avª Manuel Xavier, 88 - C.C.Estação Lj BC 4910-105 Caminha Tlm 968 022 369 Email.: [email protected] veram que nadar 750 metros até chegar à primeira zona de transição situada na praia de Goián, no Espaço Fortaleza. os atletas continuaram com a prova de bicicleta que percorreu as imediações do Espaço Fortaleza, com uma distância total de quase 20 kms. para finalizar, os participantes chegaram a Vila Nova de cerveira atravessando a ponte da Amizade ainda em Btt, para dar início à última etapa da prova, o atletismo, com uma distância de 5 kms. |21 JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 03 de outubro de 2014 Sugestões para sair de casa FOTOS : MIGUEL ESTIMA |22 Normalmente o mês de Outubro é mais calmo no que toca a eventos culturais. Depois da folia dos meses quentes de verão, outubro é um mês de recolhimento para as salas de espectáculo que recomeçam as suas actividades. Neste início do mês as propostas que lhe apresentamos vão do jazz à electrónica, passando pelo pop/fusão. Assim e para começar da melhor forma esta sexta-feira, 03 de Outubro, os canadianos Sam Roberts Band vêm a Vigo à sala La Iguana para apresentar o seu ultimo trabalho Lo-Fantasy gravado em Espanha com o produtor Martin Glover. Este é o quinto álbum de originais, contudo o primeiro a ser fortemente recebido pela crítica e pelo público. Um disco que mistura várias sonoridades, sendo muito ec- lético, desde o rock, passando pela soul ou mesmo alguma sonoridades mais tribais. Tudo numa mistura que se torna fascinante redescobrir a cada audição do álbum. O inicio do concerto está agendado para as 23h (hora local). No sábado seguinte, 11 de Outubro, a proposta passa por Wadada Leo Smith em formato duo, acompanhado ao piano por Anthony Davis. O concerto com inicio marcado para as 21h30 irá decorrer no Grande Auditório da Casa das Artes de Famalicão. O autor do mundialmente aclamado “Occupy the World” do ano passado e do surpreendente “Sonic Rivers” em parelha com John Zorn, George Lewis e Tzadik. O trompetista e compositor nasceu no Mississippi em 1941 e 30 anos depois lançou o seu álbum de estreia. O primeiro, de cerca de 50, entre discos em nome próprio ou de participação em trabalhos conjunto com alguns dos maiores talentos do Jazz contemporâneo. O seu virtuosismo e protagonismo no Jazz avantgarde conferem a Wadada Leo Smith um estatuto de lenda viva do Jazz. Ainda para dia 11 de Outubro a jovem Ana Miró, mais conhecida por Sequin estará no Café Concerto do Centro Cultural Vila Flor em Guimarães. Sequin é o projecto a solo de Ana Miró, cuja voz reconhecemos pela sua colaboração com Óscar Silva em Jibóia. O projecto nasceu no início de 2013, dando-se a conhecer em Maio, com o lançamento do single de estreia, “Beijing”, que inundou as rádios nacionais. As suas músicas carregam uma espécie de orientalidade electro pop, embalada pela voz doce e envolvente, pelos ritmos quentes e pelas ambiências antagónicas que a artista vai criando, num misto de festa e nostalgia. Tendo passado por vários palcos em todo o país, destaca-se a sua presença em festivais como Milhões de Festa, Vodafone Mexefest e Futuroscope em Itália. O seu álbum de estreia, “Penelope”, produzido por Moullinex, editado em Abril deste ano, tem recebido as melhores críticas por parte do público e da crítica especializada. 26. Agricultura. Pesca. Caça. Integradas no setor primário das atividades económicas humanas, a agricultura, a pesca e a caça, as duas primeiras como modo de ganhar a vida para muitas pessoas, a terceira como ocupação dos tempos livres, lazer e desporto, (embora, em todas as situações, produzindo, também, riqueza) constituem, apesar das respetivas características, atividades que no espaço territorial dos Concelhos, proporcionam trabalho a centenas de pessoas e alguma qualidade de vida. E se na perspetiva de garantir uma subsistência condigna, a quem vive, exclusivamente da agricultura, a situação seja de muito pouco conforto financeiro, porquanto ainda se continua a trabalhar o minifúndio, com práticas ancestrais, cuja produtividade, por unidade de superfície cultivada é: em geral, muito baixa, nalguns casos, de nítido prejuízo, nem chegando, sequer, a ser uma agricultura de subsistência, outro tanto se verifica, eventualmente com menos dramatismo, com a pesca profissional, que se desenvolve na costa marítima e, em parte significativa, nos rios. Por sua vez a caça, como atividade económica primária, que também remonta à antiguidade, proporciona prazer aos seus praticantes e gera receitas significativas para os cofres públicos, indústria do armamento e artefactos, seguradoras e restauração, entre outras. Em muitos concelhos, aquelas atividades primárias ainda têm forte expressão e algum dinamismo, pese embora e no que respeita à agricultura e atividades a montante e jusante (agropecuária e afins) problemas de escoamento dos produtos tradicionais e específicos de cada aldeia, sendo evidente alguma dificuldade, por parte das entidades competentes, em proporcionarem melhores condições para estas atividades, em especial no que se refere à qualificação dos produtos e a estimular a juventude para a agricultura e pesca, parecendo não serem suficientes os apoios JORNAL OPINIÃO O CAMINHENSE, sexta-feira, 03 de outubro de 2014 Diamantino Bártolo PODER LOCAL DEMOCRÁTICO servir ao consumidor, o que é a primeira das finalidades da produção; e 2) o lucro ou/a sobra existente depois de pagos todos os custos (…) E como a Empresa é um bem público e social, ela tem obrigatoriamente, a finalidade financeiros e de formação, via do emparcelamento das mesmas, a que se somaria de uma promoção social respetivamente para a pequenas propriedades. a criação de postos de (…)» (SARTORI 1990: 46-47). lavoura e para a pesca. O conceito de propriedade trabalho permanentes e a As autarquias locais, O mundo rural só privada e a sua importância instituição, a médio prazo, encabeçadas e/ou não está deserto porque na valorização do de mais Escolas Profissionais coordenadas pelas os “seniores” ainda vão património individual é Agrícolas, por exemplo, Câmaras Municipais, trabalhando parte da terra muito forte, e ainda bem: «A mesmo existindo já algumas, principalmente as que se e alguma juventude, com a propriedade privada é uma tudo isto entre outras inserem em municípios crise de desemprego que condição e uma garantia iniciativas e correspondentes rurais, têm um grande papel se vive, volta-se um pouco da dignidade da pessoa benefícios. a desempenhar: quer na para a agricultura, até com humana. Quem não possui A dinamização da agricultura melhoria da agricultura; quer muita alegria e vontade nada está obrigado a viver regional, com todas as suas na dignificação dos seus de aprender o suficiente na situação de um mantido, especialidades – vinicultura, munícipes agricultores, para para obterem os melhores sem aquela independência fruticultura, horticultura, o que o estabelecimento resultados. É preciso investir económica que é garantia de cultura cerealífera, de parcerias com as Juntas nos apoios e incentivos liberdade e dignidade. (…) principalmente do milho de Freguesia, associações à agricultura, sem dúvida A propriedade privada é e centeio, produção da e representantes dos alguma. necessária como estímulo de batata, entre outras, pequenos proprietários e Idêntica reflexão aqui se produção. Se não existisse constitui um projeto que agricultores e o respetivo deixa no que se reporta este incentivo não haveria na deveria ser analisado e Departamento Agrícola, às pescas: artesanal, local sociedade aquela abundância desenvolvido, obviamente a nível do distrito, poderá e costeira; e também às de meios necessários para a com a participação ser uma primeira grande pescas profissional, do largo perfeição e desenvolvimento dos coproprietários e medida a tomar pelos e longínqua, porque estas da vida humana. (…) Como produtores agrícolas, suas executivos camarários modalidades proporcionam exigência da natureza do associações, Departamentos e, simultaneamente, para milhares de postos de homem. O melhor meio Regionais do Ministério da reanimar um pouco o trabalho para sustentar que nos forneceu nossa Agricultura e Autarquias setor, apoiar a realização centenas de famílias e razão para lograr o destino Locais, com jurisdição nas de feiras e exposições abastecer todo um mercado universal dos bens foi a áreas onde se viessem a agrícolas, nas praças e de consumo, cada vez mais propriedade privada.» implementar as empresas mercados municipais, pelo carenciado e exigente destes (GALACHE, GINER & agrícolas. menos mensalmente, sem produtos. ARANZADI, 1969: 262-63). A constituição de empresas custos nem encargos, nem Naturalmente que é A existência, manutenção agrícolas, pela via das quaisquer taxas, derramas necessário valorizar, e valorização da pequena cooperativas, recorrendo ou impostos para os modernizar e dignificar propriedade privada é, ao emparcelamento, sem agricultores. estas atividades e os portanto, a condição perda da posse privada da Um outro setor respetivos profissionais, fundamental para, a partir propriedade, permitiria que igualmente vem porque elas constituem desta mentalidade, se reforçar a boa imagem e, atravessando alguma crise modos de vida para desenvolverem formas de principalmente, o estatuto é a pesca profissional, seja milhares de pessoas, fonte cooperação que permitam sócio-económico e marítima ou fluvial. Aqui, os de receitas e a manutenção rentabilizar e, justamente, profissional dos agricultores, problemas são diferentes, de uma alimentação de alta valorizar o minifúndio independentemente porque algum esgotamento qualidade para a população. nortenho. O problema da dimensão das suas dos recursos piscícolas O agricultor e o pescador são poderá, então, ser resolvido propriedades e dos estão a surgir, eventualmente parte integrante do sistema com a constituição de produtos nelas obtidos. com a provável extinção produtivo do país e, nesse cooperativas agrícolas, Poder-se-iam constituir de algumas espécies, com sentido, é justo que se lhes onde os cooperantes verdadeiras empresas destaque para o salmão e o reconheça o estatuto sócioentram com a sua quota, comunitárias, onde a sável de alguns rios, que não económico que lhes é devido. não necessariamente em dignificação do trabalho, a surgem com a abundância A agricultura no Minho, dinheiro, mas com metros rentabilização do capital (na de outros tempos. No mar, por exemplo, em regra, não quadrados de terreno circunstância, as pequenas outras espécies também será lucrativa na perspetiva agrícola, correspondentes propriedades emparceladas) vão escasseando, como a empresarial, porque o à soma das áreas das e a qualidade dos bens e pescada, o badejo, a dourada, tipo de propriedade, propriedades que destina à serviços produzidos, fossem o bacalhau, etc. tradicionalmente, enquadra- empresa, cuja gestão ficaria marcas da modernização A escassez de certas se no minifúndio, o que a cargo dos órgãos diretivos da própria agricultura, espécies, naturalmente, terá impede, seguramente, eleitos pelos cooperantes. considerando importante na sua origem, o crescente o recurso à maquinaria Uma solução desta natureza que a: «Imediata e esforço de pesca que nos mais avançada e, traria, no curto prazo, prioritariamente produção últimos vinte a vinte e cinco consequentemente, redução imensas vantagens para de bens e serviços é o anos se tem feito sentir, nos custos de produção, o aumento e qualidade fim de qualquer empresa. pese, embora, a legislação desde logo, em mão-deda produção, preços Os fins económicos são ter vindo a ser atualizada e obra, situação que se agrava, mais acessíveis, maiores realmente a inspiração a conformar-se (tal como na por alguns preconceitos, rendimentos com menos primeira da criação da agricultura) com as diretrizes quanto às vantagens da trabalho para os donos das empresa económica. (…) comunitárias, no sentido constituição de cooperativas terras afetadas à cooperativa esta mesma produção tem de racionalizar as capturas, agrícolas de produção, pela agrícola e valorização das um duplo objetivo: 1) O através da imposição do TAC (Total de Captura Autorizada) para cada país comunitário e ainda da PAC (Política Agrícola Comum), respetivamente na pesca e na agricultura. Muito embora a liberdade do exercício de profissão seja um direito constitucional e conste, indiscutivelmente, da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a verdade é que um estudo mais profundo, sob as condições em que o exercício da profissão de pescador se deve realizar, de forma mais rentável e segura, se impõe como uma primeira medida a tomar. Algumas medidas devem ser tomadas e/ou reconsideradas: conceder maiores apoios na formação, aquisição dos equipamentos e apetrechos de pesca, incluindo, obviamente, embarcações melhor aparelhadas em todos os sentidos: tecnicamente e ao nível da segurança de pessoas e bens; estabelecer a diferença entre o pescador profissional a tempo inteiro e em exclusividade e o pescador que apenas exerce a atividade como complemento a salários por vezes muito baixos, fixar apoios monetários suficientes para os períodos de defeso e reformas condignas. O setor piscatório profissional, desempenha um importante papel, não só na economia nacional e local, como na qualidade da alimentação humana e, com estes pressupostos, que são verdadeiros, tornase urgente implementar medidas que, dentro do possível, alterem, naturalmente a médio prazo, certos preconceitos, alimentados pelo individualismo profissional, sendo aqui, tal como na agricultura, indispensável tentar a estruturação do setor, pela constituição de pequenas empresas de pesca, do tipo cooperativa, em que os profissionais, mantendo a propriedade das suas embarcações, equipamentos e apetrechos de pesca, se associariam e estabeleceriam as condições de funcionamento, especificação e quantificação de categorias, salários e divisão de lucros. Neste setor tão importante, quanto fundamental para a sociedade, as autarquias locais, especialmente aquelas que têm populações piscatórias, obviamente que, querendo os seus responsáveis, terão uma intervenção essencial, não só na valorização e dignificação destes profissionais, como também nos apoios diversos de que carecem. Por outro lado, deve-se, também, proporcionarlhes, em parceria com os Departamentos da Administração Central específicos, concretamente: melhores condições de trabalho, com relevância para a segurança das embarcações, pessoas e bens; salvamento marítimo; modernização e formação; portos de abrigo e fundeadouros adequados; canais de navegação, fozes e barras desassoreados e seguros; estabelecimento de bases, em locais estratégicos, onde possam estacionar meios aéreos e navais para busca e salvamento; melhor assistência na velhice, são algumas medidas que as Câmaras Municipais ribeirinhas podem (e devem) estimular, intercedendo junto do Poder Central e com este colaborando, ouvindo sempre os principais interessados, os pescadores verdadeiramente profissionais, afinal os que se dedicam exclusivamente à pesca e nesta atividade garantem a sua subsistência e de seus familiares e contribuem para a melhoria da economia nacional e boa alimentação da população. Bibliografia CARNEGIE, Dale & ASSOCIADOS, (1978).Administrando Através das Pessoas. Trad. Ivan Zanoni Hausen. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército – Editora CARVALHO, Maria do Carmo Nacif de, (2007). Gestão de Pessoas. 2ª Reimpressão. Rio de Janeiro: SENAC Nacional GALACHE – GINER – ARANZADI, (1969). Uma Escola Social. 17ª Edição. São Paulo: Edições Loyola SARTORI, Luís Maria, (1990). Quando a Empresa se Torna Comunitária. Aparecida SP: Editora Santuário TOLEDO, Flávio de, (1986). Recursos Humanos, crise e mudanças. 2ª Ed. São Paulo: Atlas TORRE, Della, (1983). O Homem e a Sociedade. Uma Introdução à Sociologia. 11ª Edição. São Paulo: Companhia Editora Nacional |23 JORNAL mAis de metAde dos portuGueses quer perder peso depois do verão Em portugal, a obesidade atinge um milhão de adultos e 3,5 milhões são pré-obesos. por isso, fazer dieta e perder peso são objetivos muito comuns, sobretudo depois de um período de excessos como as férias. Um estudo internacional de 2011, da AcNielsen, revela que este é um objetivo de mais de metade dos portugueses (53%). segundo o inquérito, levado a cabo em 56 países, mais de três quartos das pessoas que querem perder peso (78%) admitem mudar os seus hábitos alimentares e fazer dieta para atingir este objetivo. No entanto, mais difícil do que começar a dieta é mantê-la: a falta de resultados, de estímulo, ou a perceção de que fazer dieta é fazer refeições “aborrecidas” estão na origem de grande parte dos abandonos de regimes alimentares saudáveis. por outro lado, existem poucas alternativas para as pessoas com obesidade ou excesso de peso. os tratamentos mais comuns são a dieta hipocalórica, que é demorada, e a cirurgia bariátrica, que deve restringir-se a casos de obesidade muito excecionais. para resolver esta questão torna-se fundamental encontrar métodos alternativos, eficazes e seguros que ajudem as pessoas com excesso de peso e obesos a perder peso de forma consistente e a manter a perda de peso alcançada. Um destes métodos alternativos é a Dieta proteinada, dieta cetogénica, normoproteica e baixa em gorduras, que se baseia no controlo rigoroso da quantidade e qualidade de proteínas ingeridas pelo paciente. Desta forma, consegue-se que o corpo entre em cetose controlada, o que permite alcançar uma perda gradual de peso graças à gordura, preservando a massa muscular. doençAs reumáticAs AfetAm mAis de metAde dA populAção portuGuesA cerca de metade da população afetada nem sequer sabe que tem a doença A conclusão é do primeiro estudo nacional sobre o tema que revela que 56% dos portugueses sofrem de pelo menos uma doença reumática. A investigação da sociedade portuguesa de reumatologia, e financiada pela Direção-geral de saúde, conclui ainda que as doenças reumáticas são as patologias crónicas que mais prejudicam a qualidade de vida da população nacional. cerca de metade da população afetada nem sequer sabe que tem uma das 12 doenças reumáticas. Jaime Branco, o investigador que coordenou o estudo, reve- |24 SAÚDE O CAMINHENSE, sexta-feira, 03 de outubro de 2014 la que “as pessoas apresentam queixas, mas não sabem identificar a causa dos sintomas. Quando questionadas não mencionam que têm este tipo de doenças”. Há sintomas que as pessoas não atribuem a estas doenças crónicas que afetam, de forma contínua, articulações, músculos ou ossos. Alguns outros inquiridos pensam que são, apenas, um sinal de cansaço, ou excesso de esforço. Jaime Branco explica que isto se deve ao facto “de muitas destas doenças serem silenciosas. É o caso da osteoporose. As pessoas só descobrem quando têm uma fratura. com as artroses acontece o mesmo. Numa fase precoce, a doença não é identificada”. estudo revelA efeitos neGAtivos dA perdA AuditivA nA personAlidAde dos idosos sABiA que o consumo moderAdo de chocolAte AjudA A proteGer o seu corAção? presbiacusia, perda auditiva relacionada com o envelhecimento, manifesta-se a partir dos 50 anos Uma pesquisa desenvolvida pelo Departamento de psicologia da Universidade de Gothenburg, na suécia, acaba de revelar que a perda auditiva nos idosos afeta diretamente a sua personalidade e qualidade de vida relacionada com situações sociais, existindo uma redução a nível da extroversão. os resultados provaram que, embora a estabilidade emocional se mantivesse constante, os idosos passaram a ser menos extrovertidos, sendo que de todos os fatores estudados (deficiência física, cognitiva, dificuldade em encontrar atividades sociais na velhice), esta mudança apenas se associava à perda auditiva, que pode levar, assim, ao desenvolvimento de uma nova personalidade. A investigação envolveu 400 indivíduos com idades compreendidas entre os 80 e 90 anos, estudados por um período de seis anos: de dois em dois anos era avaliada a capacidade mental, física e aspetos da personalidade (como a extroversão e estabilidade emocional) de cada um dos idosos. “No âmbito do Dia Internacional do Idoso, queremos voltar a reforçar que a perda de audição já não tem de ser um obstáculo físico ou psicológico se for tratado atempadamente. Este estudo vem demonstrar que quando tal não acontece, este problema de saúde representa uma ameaça ao bem-estar de todos os idosos, dificultando assim o envelhecimento ativo e uma saúde em pleno”, refere pedro paiva, audiologista da Minisom. “Neste dia, nunca é demais reforçar a importância dos rastreios regulares à saúde auditiva, que a partir dos 40 anos devem ser realizados anualmente. só assim é possível prevenir problemas futuros ou, no caso de pessoas que já sofram com o problema, optar pelo tratamento adequado, como por exemplo a utilização de aparelhos auditivos cada vez mais invisíveis, tecnológicos e adaptados às necessidades específicas de cada um”, acrescenta. Uma porção entre os 25 e os 40 gramas, ou seja, até dois quadradinhos de chocolate preto, todos os dias, contribuem para o bom funcionamento do sistema cardiovascular. Ainda não está 100% convencido? para que não restem dúvidas, o estudo desenvolvido pela Federação das sociedades Americanas para Biologia Experimental (FAsEB) comprova que o chocolate faz mesmo bem ao coração. os resultados demonstram que o consumo diário de chocolate preto ajuda a diminuir a pressão arterial e contribui para a redução do colesterol LDL (o mau colesterol). que os glóbulos brancos se alojem nas paredes dos vasos sanguíneos e se transformem em células acumuladoras de gordura – sendo este um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento da aterosclerose. As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte na população portuguesa e resultam da exposição a fatores de risco como o sedentarismo, o tabaco, a obesidade, a hipertensão arterial e o stress. Uma alimentação equilibrada é fundamental para reduzir os fatores de risco e atuar na prevenção das doenças cardiovasculares. se gosta de chocolate pode agora consumi-lo de forma ArtÉriAs moderada, e sem sentimento de culpa. para além do sabor flexíveis irresistível, e de proporcionar o chocolate preto é um for- uma sensação de bem-estar, o te aliado para restaurar a flexi- chocolate preto detém um pobilidade das artérias e impedir deroso efeito cardio-protetor. PUB. A presbiacusia, perda auditiva relacionada com o envelhecimento, tem tendência a manifestar-se a partir dos 50 anos. os últimos dados apontam para que 60% da população nacional com mais de 65 anos venha a padecer desta complicação até 2015. Estima-se ainda que, em média, o tempo entre o aparecimento dos primeiros sintomas e a decisão de procurar ajuda especializada ronda os sete anos sendo muito importante realizar exames auditivos regulares para evitar que problemas sejam detetados tarde demais e acabem por se alastrar à saúde em geral. Casa de petiscos | Gelataria | Creparia Praça Conselheiro Silva Torres . 4910 Caminha [email protected] JORNAL HISTÓRIA O CAMINHENSE, sexta-feira, 03 de outubro de 2014 do cemitério medieval de santa maria de vila mou, restavam, até há pouco tempo cinco sepulturas. Apareceram também no referido lugar do burguete. uma delas foi destruída ainda em 1981 quando se procedeu a aterros naquele sítio. Além disso conhecem-se três sarcófagos de grandes dimensões e sem labores. naturalmente estas sepulturas devem ter pertencido ao mosteiro, embora depois tivessem sido utilizadas várias vezes, como era normal. c) aposentos dação do Mosteiro de são salvador da torre, tantas vezes cidato, diz que paio Vermudes construiu um “lugar sagrado” “…et sicul domus illius et omnibus ornatos eius”. Naturalmente que, sem a sua construção nem o material de que era feito, apresentavam o cuidado e o labor da igreja de que falamos. se de facto nele habitavam v árias classes de pessoas, como o documento afirma, não restam dúvidas acerca da existência de aposentos. contudo, e difícil distinguir, entre o material, elementos arquitetônicos que tenham feito parte do ser arcabouço. Frei ordonho é testemunha da sua ruína. Apesar de tudo, as duas colunas citadas devem ter feito parte de alguma parcela do Mosteiro. d) adega o documento Dela resta um peso de lagar da fun- encontrado a cerca de 1,50m de profundidade, no leito da linha férrea do Vale do Lima, cuja abertura foi realizada no começo da década de trinta, mas nunca chegou a ver os trilhos e as carruagens. A adega ficava um pouco a nascente do cemitério. A fundAção do mosteiro visiGÓtico de sAntA mAriA de vilA mou e A reorGAnizAção dA terrA dA vinhA (sÉc. ix) por: manuel António fernandes moreira ta pavimento de pedra e muros laterais bem trabalhados. o povo guarda a tradição de que se trata de um “mina do tempo dos Mouros”. f) Estruturas defensivas As nove pedras, talhadas em forma de merlões, isto é, de quadrados apontados, aparecidas no monte de Enxudres, durante o ano transato, quando se procedia a obras de terraplanamento para construção de uma moradia, devem ter sido feitas para fazer parte de alguma fortaleza medieval. por outro lado, segundo revela o documento da fundação do Mosteiro da torre, este tomou a designação referida devida à circunstância de ter sido erguido junto de uma torre pré-existente. Dela, ainda hoje, existem os alicerces e várias pedras aparelhadas. Esta torre ficava dentro dos subúrbios do Mosteiro de Vla Mou e a sua posição era estratégica e privilegiada. Na verdade, do alto dela era possível dominar o rio, desde Lanheses até cardielos proteger o porto medieval do esteiro e inspecionar a estrada que já vinha da época romana e que ligava Bracara Augusta à foz do rio Minho, passando pela zona mineira da serra d’Arga. e) Mina de 1.2. Significado histórico água da fundação do Mosteiro de Vila Mou A água era indispensável ao A presúria das terras de riba funcionamento de Lima, por paio Vermudes do convento. e outros condes galegos, seus Junto, ela apare- companheiros, foi utilizada por ce em abundância, ruy de Azevedo para defenbrotando de várias der a tese do Ermamento esfontes, ainda hoje, em tratégico, de que era acérrimo funcionamento. entusiasta. Não vamos trataEm pleno monte da ci- ra deste assunto, já muito gasvidade, um pouco a nordeste to e hoje praticamente resoldo lugar onde apareceram os vido, pelo menos no que diz vestígios lapidares do Mosteiro, respeito ao território nacional. existe uma mina, que apresen- Neste nosso trabalho inte- ressa-nos fundamentalmente chamar a atenção para dois pontos que julgamos importantes para estudo da história da arte pré-românica do norte do país e do aparecimento das instituições eclesiásticas modernas. pouco profundos e estilizados dos capitéis. Decoração figurativa incipiente da chamada “pedra do cavalo”. Do exposto resulta que já temos alguns elementos, sobretudo, decorativos e estruturais das igrejas românicas, faltando certamente outros que a) O Mosteiro de Vila Mou mais tarde haviam de surgir e a arte pré-românica por evolução das próprias raízes e de influência estranha. como ficou dito acima, o Mosteiro de Vila Mou foi er- b) a origem do padroado guido na segunda parte do séc. das igrejas e a fundação do IX. Deste modo, teria sido um Mosteiro de Vila Mou. dos primeiros a ser fundado em território nacional, após o o Mosteiro de Vila Mou apainício da reconquista cristã. rece numa altura em que espor outo lado, sabemos que tão a forjar-se as instituições a sua construção foi dirigida eclesiásticas da reconquista: por presores vindos do norte paróquias e mosteiros. tratada península, ima altura em se de um assunto pouco estuque a arte asturiana atingia o dado. Qualquer notícia revesseu auge, Daí o enorme in- te-se de grande importância. teresse suscitado por estes A respeito da formação do achados. contudo, a falta de quadro paroquial da reconelementos para classificar o quista o documento da fundatipo de arcos e cobertura uti- ção do Mosteiro de Vila Mou lizados, bem como a impos- é muito parco em referencias. sibilidade, que existe, de re- De facto, nele apenas se fala construir a planta do Mosteiro, de duas paróquias: s. Miguel impede-nos de levar mais lon- de perre e Vila Mediana. A ge as conclusões e resultados respeito da primeira não tecientíficos. mos qualquer dúvida acerca A partir do exame do mate- da sua antiguidade. Quanto à rial recolhido é possível de- segunda não temos outro testectar as seguintes influências: temunho histórico acerca do seu carácter paroquial. Hoje a) Da arte indígena: não passa de um simples lugar Decoração geométrica e pou- da paróquia de Afife. o citaco profunda de algumas peças, do documento fala num quique fazem lembrar outras apa- nhão da igreja de Vila Mediarecidas nos castros nortenhos. na. Nós perguntamos: terá sido um simples oratório mandado b) Da arte asturiana: erguer por rodrigo Dias, em Emprego de tijolos na feito- suas terras, ou realmente de ria dos arcos e abóbadas. Não uma paróquia que antecedeu apareceram aduelas de pedra. a de Afife? o exame da doAparelho liso da silharia. cumentação posterior levouAusência de janelas româ- nos a dotar a segunda hipótenicas e voluptas nos capitéis se. De facto, não se conhece, de decoração exclusivamen- para além deste, outro testemute vegetal. nho histórico acerca da existência da paróquia de Vila Meã. c) Da arte visigótica: Decoração em folhas vegetais e motivos geométricos continua [email protected] T/F: 258 722 523 Tlm: 936 002 538 Estrada das Faias, Nº 41/43 Coura de Seixas 4910-339 CAMINHA |25 JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 03 de outubro de 2014 NECROLOGIA AGÊNCIA FUNERÁRIA CAMINHENSE MARIA DE FÁTIMA FERNANDES C. CANCELA Faleceu com 78 anos Sepultada no cemitério de Lanhelas A família, reconhecidamente, agradece a todas as pessoas que participaram neste piedoso acto. RICARDO EMANUEL SALDANHA DE CARVALHO Faleceu com 28 anos Sepultado no cemitério de Caminha A família, reconhecidamente, agradece a todas as pessoas que participaram neste piedoso acto. JOAQUIM LOURENÇO DA SILVA Faleceu com 63 anos Sepultado no cemitério de Caminha A família, reconhecidamente, agradece a todas as pessoas que participaram neste piedoso acto. MARIA ARMINDA CARDOSO RODRIGUES ROCHA AMORIM Faleceu com 66 anos Foi a cremar em Matosinhos Falo de Ti às Pedras das Estradas Falo de ti às pedras das estradas, E ao sol que e louro como o teu olhar, Falo ao rio, que desdobra a faiscar, Vestidos de princesas e de fadas; Falo às gaivotas de asas desdobradas, Lembrando lenços brancos a acenar, E aos mastros que apunhalam o luar Na solidão das noites consteladas; Digo os anseios, os sonhos, os desejos Donde a tua alma, tonta de vitória, Levanta ao céu a torre dos meus beijos! E os meus gritos de amor, cruzando o espaço, Sobre os brocados fúlgidos da glória, São astros que me tombam do regaço! Florbela Espanca, in "A Mensageira das Violetas" Se Tu Viesses Ver-me... Se tu viesses ver-me hoje à tardinha, A essa hora dos mágicos cansaços, Quando a noite de manso se avizinha, E me prendesses toda nos teus braços... Quando me lembra: esse sabor que tinha A tua boca... o eco dos teus passos... O teu riso de fonte... os teus abraços... Os teus beijos... a tua mão na minha... Se tu viesses quando, linda e louca, Traça as linhas dulcíssimas dum beijo E é de seda vermelha e canta e ri E é como um cravo ao sol a minha boca... Quando os olhos se me cerram de desejo... E os meus braços se estendem para ti... Florbela Espanca, in "Charneca em Flor" A família, reconhecidamente, agradece a todas as pessoas que participaram neste piedoso acto. NATÁLIA DAS DORES TENEDÓRIO Faleceu com 83 anos Sepultada no cemitério de Vilarelho A família, reconhecidamente, agradece a todas as pessoas que participaram neste piedoso acto. PUBLICIDADE: 258 921 754 OU 258 922 754 INFO POEMA ALUGA-SE 2º ANDAR DE MORADIA T4 - PARCIALMENTE MOBILADO (280 EUROS) LUGAR DO LORETO - FREGUESIA DE VENADE PARA MAIS INFORMAÇÕES CONTACATAR: 966387913 SERVIÇOS DE SAÚDE Rua Engº Luís Agostinho Pereira de Castro Bloco 6 – Loja 1 4910-102 Caminha Tel. 258 721444 RUA ALMADA NEGREIROS 4910-458 VILA PRAIA DE ÂNCORA TEF.: 258 911 502 258 911 093 FAX: 258 911 082 E.mail: poliancora.saude@sapo:pt |26 HOSPITAIS | CENTROS DE SAÚDE ENFERMAGEM Centro Hospitalar do Alto Minho Viana do Castelo | T. 258802100 Centro de Saúde de caminha Rua Eng.º Agostinho Perreira de Castro | T. 258719300 Centro de Saúde de Vila Praia de Âncora Av. Pontault Combault | T. 258 911318 BOMBEIROS Caminha Rua das Flores | T. 258719500(1) Vila Praia De Âncora Rua 5 de Outubro | T. 258 911125 GNR Caminha R. da Trincheira | T. 258719030 Vila Praia de Âncora Rua Miguel Bombarda | T. 258959260 CAPITANIA DO PORTO DE CAMINHA T. geral: 258719070 T. piquete da PM: 258719079 FARMÁCIAS Farmácia Torres Praça Conselheiro Silva Torres, Caminha | T. 258922104 Farmácia Beirão Rendeiro Rua da Corredoura, Caminha | T. 258722181 CÂMARA MUNICIPAL DE CAMINHA T. 258710300 BIBLIOTECA CAMINHA Rua Direita segunda a sexta: 10h00 às 18h30 sábado: 10h00 às 13h00 MUSEU CAMINHA terça a sexta: 10h00 às 19h30 / 14h30 às 18h00 sábado e domingo: 11h00 às 13h00 / 14h00 às 17h30 POSTOS DE TURISMO Caminha Rua Direita | T. 258921952 Moledo Av. da Praia (em época balnear) Vila Praia de Âncora Av. Ramos Pereira | T. 258911384 CENTRO CULTURAL VILA PRAIA DE ÂNCORA segunda a sexta: 10h00 às 12h30 / 13h30 às 18h30 sábado: 11h00 às 13h00 RESIDÊNCIA PAROQUIAL Largo. Dr. B. Coelho Rocha T. 258921413 FEIRAS E MERCADOS Caminha Largo Pontault Combault semanal 4ª feira Vila Praia de Âncora Largo do Mercado semanal 5ª feira TAXIS Caminha Largo do Terreiro | T. 258921401 Vila Praia de Âncora Praça da República | T. 258911295 Venade TM. 965643481 JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 03 de outubro de 2014 Nome Morada Andar Nº / Lote Letra C. Postal Localidade Cupão Assinatura Rua da Corredoura nº117 4910-133 Caminha, Portugal Tel. 258 921 754 - Fax. 258 721 054 [email protected] País Telf. / Telm. Indica. Tel. Portugal - 30€ Pagamento: Resto do Mundo 65€ Email Europa 55€ Cheque N.º Cheque à ordem de Jornal “O Caminhense” 0018 0003 13172853020 13 Transf. Bancária - NIB: ................................................................... 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