BARROCO BRASILEIRO – séc. XVIII - XIX

Transcrição

BARROCO BRASILEIRO – séc. XVIII - XIX
D epa r ta m e nt o d e De se nh o e
Colégio Pedro II
Departamento de Desenho e Artes Visuais
Ar t e s Visua is
Campus São Cristóvão II – Coordenador pedagógico de disciplina: Shannon Botelho
8º ano. TURMA: ________
NOME: ____________________________________________________ nº ______
BARROCO BRASILEIRO – séc. XVIII - XIX
O barroco brasileiro desenvolve-se principalmente em Minas Gerais, devido ao
ciclo do ouro no século XVIII. Nessa época, na Europa, os artistas há muito
tinham abandonado esse estilo, e a arte voltava-se novamente para os
modelos clássicos.
O pintor Manuel da Costa Ataíde (A última Ceia) e o escultor e arquiteto
Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, são os principais nomes e fundam
uma arte nacional.
As construções seguem modelos europeus adaptados ao nosso clima. Usando
materiais disponíveis encontrados na colônia, tipicamente brasileiros (madeira,
pedra-sabão). Os artistas dão um enfoque regionalista à obra.
O Barroco no Brasil encontra diferenças marcantes, distanciando-se dos
modelos europeus e favorecendo uma cultura mais regional na obra. Trazida
ao Brasil pelos portugueses adquire aqui uma feição particular, diferente da
europeia. Duas vertentes diferentes caracterizam o barroco no Brasil:
- nas regiões enriquecidas pelo comércio de açúcar e pela mineração,
encontramos igrejas com trabalhos em madeira, recobertos com finas camadas
de ouro, e uma arquitetura suntuosa (Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro e
Pernambuco),
- nas regiões onde não existia esse comércio (nem açúcar nem ouro), a
arquitetura teve outra feição: as igrejas apresentam trabalhos em madeira bem
modestos, realizados por artistas menos experientes e famosos do que os que
viviam nas regiões mais ricas da época.
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Bahia
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São Paulo
Características do Barroco no Brasil:
- Claramente associado à religião católica;
- Dramaticidade das formas (sofrimento, angústia, medo);
- Predominância da linha espiralada, linhas rebuscadas;
- Dá ilusão de movimento;
- Excede nos ornamentos;
- apresenta muitas curvas e dobras;
- O contraste do claro-escuro (contrastes dramáticos de luz e sombra);
- O colorido: escuras X claras (marrom, dourado, vermelho e verde);
- Estilo: formas desequilibradas, dinâmicas e ornamentais;
As imagens religiosas feitas em madeira, pedra-sabão e argila às vezes eram
pintadas com uma espécie de tinta à base de óleo que dava aspecto brilhante
ou com têmpera que produzia aspecto fosco. Muitas eram ornamentadas com
finíssimos detalhes em folha de ouro, tinham os olhos de vidro e traziam coroas
de prata ou ouro.
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Nas pinturas e esculturas eram frequentemente usados modelos negros e
mulatos, o que dá uma feição tropical às faces e formas corporais das
esculturas.
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Artistas que se destacaram e suas obras:
Na pintura destaca-se o Frei Ricardo de Pilar que chegou no Brasil por volta de
1666 permanecendo toda a sua vida no Mosteiro de São Bento, no Rio de
Janeiro. Neste mosteiro existem inúmeros painéis pintados por ele em estilo
barroco onde se intensificava o colorido, a dramaticidade, o contraste do claroescuro e linhas bastante rebuscadas.
Mosteiro de São Bento
Também de grande importância foi a presença de dois pintores estrangeiros
(holandeses) que romperam a tradição de pintar temas religiosos e passaram a
retratar paisagens, cenas do cotidiano, figuras de índios e animais. Eram eles:
Frans Post e Albert Eckhout.
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Frans Post – pintava natureza e cenas do cotidiano nos engenhos.
Albert Eckhout – pintava o cotidiano indígena.
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No Rio de Janeiro destaca-se o pintor Caetano da Costa e o entalhador,
ourives, escultor e arquiteto Mestre Valentim, que cria o conceito de
planejamento paisagístico em locais como o Passeio Público;
Detalhe do forro da nave da Igreja de
São Francisco da Penitência, RJ
Obra de Caetano da Costa Coelho
Na Bahia, Joaquim José da Rocha e, em São Paulo, padre Jesuíno do Monte
Carmelo são grandes artistas do período.
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- Manuel da Costa Ataíde – Painel A Última Ceia, no Colégio do Caraça,
executado em 1828.
- Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho) – “12 Profetas” (Santuário de Bom
Jesus de Matosinho. Congonhas do Campo – MG)
e “A Via Sacra”;
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- Valentim da Fonseca e Silva (Mestre Valentim) – “Passeio Público”.
As igrejas de Ouro Preto, de Salvador e de muitas outras cidades testemunham
como a nossa arte chegou a um grande refinamento.
Barroco Pernambucano
Recife tinha grande crescimento econômico, portanto tinha igrejas barrocas
ricas e uma das mais importantes é a igreja de São Pedro dos Clérigos.
Barroco Baiano
Salvador, na metade do século XVII era o centro econômico e a região mais
rica do Brasil, por isso era a capital do país. Lá são encontradas igrejas
riquíssimas como a de São Francisco de Assis. Essa igreja forma o conjunto
arquitetônico barroco mais conhecido da cidade até hoje. No frontão da igreja
estão os aspectos mais significativos do Barroco: as linhas curvas. No altar
lateral do Sagrado Coração de Jesus há uma talha dourada com inúmeras
linhas curvas lembrando flores e conchas. A coluna possui linhas retorcidas e
figuras masculinas que dão a impressão de sustentarem uma parte do altar. O
revestimento interno é em talha dourada por isso é chamada de “a mais rica do
Brasil”.
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Barroco Carioca
O Rio de Janeiro só foi ter destaque quando começou a ser o intercâmbio entre
a região da mineração (Minas Gerais) e Portugal. Em 1763 tornou-se a nova
capital do país. A partir daí foram erguidas muitas construção que existem até
hoje. A escultura barroca carioca contou com artistas portugueses e um mineiro
que morava no RJ, Mestre Valentim que era tão respeitado quanto foi
Aleijadinho. Mestre Valentim também era paisagista, mas ficou conhecido
devido as suas obras nas igrejas do RJ:
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Ordem Terceira do Carmo
Ordem Terceira de São Francisco
da Penitência
Santa Cruz dos Militares
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Barroco Mineiro
Na arquitetura os mineiros começaram com a técnica construtiva da taipa de
pilão, mas não deu certo porque o terreno era muito duro e pedregoso. Mais
tarde depois de várias tentativas com outras técnicas construtivas chegaram
aos muros de pedras. No interior das construções tinha uma decoração rica. A
integração entre construção e a decoração interior era muito bem feita pelo
artista Antônio Francisco Lisboa.
Na pintura do barroco mineiro temos em destaque o artista Manuel da Costa
Ataíde que fazia sua pintura nos forros de igrejas. Ele dominava a técnica da
perspectiva. O teto da Igreja de São Francisco de Assis em Ouro Preto é a
obra-prima de Mestre Ataíde.
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O Barroco marcou o início de uma arte brasileira que procurava afirmar
seus próprios valores. Foi um movimento singular da história da Arte no
Brasil.
Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1730-1814) nasce em Vila Rica
(atual Ouro Preto), filho de um entalhador português e de uma escrava. Inicia
seu trabalho como escultor e entalhador ainda criança, seguindo os passos do
pai. Aos 40 anos, contrai uma doença que progressivamente lhe retira os
movimentos das pernas e mãos (lepra nervosa). Ele de joelhos imprimiu sua
arte nas igrejas, trabalhando com o cinzel amarrado no que restava das mãos.
Entre 1796 e 1799 realiza o conjunto do santuário de Bom Jesus de
Matozinhos, em Congonhas do Campo, com 66 imagens esculpidas em
madeira e os 12 majestosos profetas em pedra-sabão.
Valentim da Fonseca e Silva, Mestre Valentim (1750-1813) – maior escultor
do Brasil depois de Aleijadinho. Sua obra se encontra no Rio de Janeiro. Na
Igreja da Santa Cruz dos Militares, toda a obra de talha interna, além das
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imagens em madeira de São Mateus e São João que estão no Museu Histórico
Nacional. Realizou também vários projetos arquitetônicos, como o chafariz das
Marrecas, da Praça do Carmo e trabalhos urbanísticos como o plano do
Passeio Público, feito em colaboração com outros pintores da época.
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Manuel da Costa Ataíde (1762) – autor de volumosa obra de alta qualidade,
dono de traços marcantes e de uma variedade de cores. O domínio da técnica,
o poder dos traços, a extensão da obra fazem dele o maior vulto da pintura
nessa época. A maior obra é o teto da nave da Igreja da Ordem Terceira de
São Francisco de Assis em Ouro Preto.

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