Ler um trecho - Editora Hagnos

Transcrição

Ler um trecho - Editora Hagnos
© 2005 por Ruth Graham
Tradução
Lena Aranha
Revisão
Bárbara Benevides
Regina Aranha
Diagramação
Atis Design
Gerente editorial
Juan Carlos Martinez
Coordenador de Produção
Mauro W. Terrengui
Todos os direitos reservados para:
Editora Hagnos
Av. Jacinto Júlio, 620
04815-160 - São Paulo - SP -Tel/Fax: (11) 5668-5668
[email protected] - www.hagnos.com.br
1ª edição - Maio 2007
Impressão e acabamento
Imprensa da Fé
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Graham, Ruth
Estou grávida -- e agora? : conselho sincero
para enfrentar uma gravidez não planejada / Ruth
Graham & Sara Dormon; [tradução Lena Aranha].
São Paulo : Hagnos, 2007.
Título original: I’m pregnant -- now what?.
ISBN 978-85-243-0360-9
1. Gravidez - Aspectos religiosos - Cristianismo
2. Gravidez não desejada 3. Mulheres grávidas Vida religiosa I. Dormon, Sara. II. Título.
06-9082
CDD-248.8431
Índices para catálogo sistemático:
1. Grávidas: Guia de vida cristã:
Cristianismo 248.8431
Estou grávida... e agora?
Este livro é excepcional! É uma verdadeira dádiva de
Deus para a igreja e para o clero, eu o compartilharei com
meus colegas clérigos.
Bispo David Abe
Igreja Católica Jerusalém
Richmond, Virgínia
Uma incrível e esclarecedora coletânea de histórias e um
bocado de sabedoria para ajudar qualquer jovem que tenha
uma gravidez inesperada. Um livro que encara com honestidade a gravidez não planejada e ajuda você a achar a melhor
maneira de lidar com o estado de confusão.
Delilah
Mãe adotiva e apresentadora do
programa de rádio Delilah
Estou grávida... e agora?
Ruth Graham e a dra. Sara Dormon, com diretrizes perspicazes, encorajadoras e práticas, passam, passo a passo, pelas
muitas linhas de decisões a serem tomadas em uma gravidez
não planejada. Este é um recurso muito necessário para nossa
sociedade.
Ryan Dobson
Palestrante/Autor
Neste livro, encontramos encorajamento, ajuda prática e,
acima de tudo, esperança. Sara Dormon e minha filha, Ruth,
falam honestamente sobre a experiência que tiveram.
Ruth Bell Graham
Autora e esposa do evangelista Billy Graham
Deus diz em Sua Palavra que ninguém é um erro. Estou
grávida... e agora? explora todos os aspectos desse assunto
extremamente difícil de maneira criteriosa e compassiva, fazendo revelações honestas e dando sólidos conselhos bíblicos
e opções realistas de afirmação de vida. Em minha opinião, a
experiência supera a teoria e aplaudo Ruth, Windsor e Sara
pelo desejo sincero que têm de ajudar outras pessoas por meio
de sua jornada pessoal. Bravo!
Jennifer O’Neill
Modelo e atriz
Dedicatória
À vida e a todos
que a escolhem .
Sumário
Agradecimentos...................................................... 11
Introdução............................................................... 15
Capítulo 1................................................................ 19
Estou grávida... e agora?
Capítulo 2................................................................ 35
A verdade sobre o aborto
Capítulo 3................................................................ 49
Quem se importa?
Capítulo 4................................................................ 61
O processo de decisão
Capítulo 5................................................................ 77
Encontrar a família perfeita
Capítulo 6................................................................ 89
Não há amor mais generoso
Capítulo 7.............................................................. 103
Cuidar de si mesma
10
Estou grávida... e agora?
Capítulo 8.............................................................. 119
Ninguém ama meu bebê tanto quanto eu
Capítulo 9.............................................................. 129
Deixá-lo partir
Capítulo 10............................................................ 145
Seguir em frente
Capítulo 11............................................................ 155
Eu não me encaixo
Capítulo 12............................................................ 173
O efeito dominó
Capítulo 13............................................................ 183
O pai biológico
Capítulo 14............................................................ 193
A vida da mãe solteira
Capítulo 15............................................................ 207
Como a igreja deveria reagir?
Capítulo 16............................................................ 215
Resumo da lei de adoção
Capítulo 17............................................................ 225
Pais adotivos: experiência de primeira mão
Capítulo 18............................................................ 243
Escolhemos você
Recursos................................................................. 247
Sobre as autoras..................................................... 253
Agradecimentos
C
erta vez, alguém disse: “Se você
vir uma tartaruga em cima de
um poste, saiba que ela não chegou lá
sozinha”. Pode-se dizer o mesmo deste
livro. Temos de agradecer muitas pessoas por suas contribuições para o livro
e pelo apoio que nos deram.
A lista de pessoas que nos encorajaram, guiaram, ensinaram e apoiaram
começa com nossas famílias. Elas suportaram, durante as refeições mães
ausentes e esposas cansadas. Ainda
assim, demonstraram o tempo todo
orgulho por nosso trabalho e nos
amaram. Bill, Peter, David, Windsor
e Wyatt: vocês são fantásticos e nós os
amamos. Agradecemos ainda a nosso
12
Estou grávida... e agora?
círculo de amigos, que nos escutou e riu e chorou conosco,
inspirando-nos enquanto escrevíamos: nós amamos e respeitamos vocês.
Cherie, Joy e Mary: a coragem e a honestidade de vocês
e o amor que têm por seus filhos são exemplos para todos
nós. Vocês pertencem ao grupo das mulheres mais valentes e
corajosas. Este livro não teria sido escrito sem vocês e sem os
que participaram da jornada de vocês.
Windsor: você nos inspira e surpreende. Nós nos orgulhamos de fazer parte de sua vida. Obrigada por compartilhar sua
história, para que outras pessoas se beneficiem com ela.
Para Jennifer O’Neill e Hunter Tylo, duas mulheres cuja
graça e convicção são surpreendentes: a honestidade e a vulnerabilidade de vocês iluminam o caminho de muitas pessoas
que foram marcadas pelo aborto. Continuem falando sobre
isso.
Kevin e Heather, pais de Brynne, Grace e Dylan: o que
podemos dizer senão que a contribuição de vocês encheu de
lágrimas nossos olhos e nos fez ver a adoção como ela verdadeiramente é — um milagre orquestrado por Deus? Obrigada
por abrirem seu coração e sua casa e por compartilharem tão
gentilmente a história de vocês com tantas pessoas.
Brown e Giselle, pais de Joy, amigos de muitos e conselheiros de um número maior ainda: que jornada e que honra
compartilhar isso com vocês. Vocês são exemplos de como
pais de adolescente que tem gravidez não planejada devem
agir. Vocês modelam Cristo para todos nós, e, por isso, jamais
os esqueceremos.
Frank Lunn, filho adotivo, autor de Stacking the Logs
[Empilhando as toras], com sua incrível história de vida: obrigada por compartilhar sua sabedoria e seus sentimentos sobre
Agradecimentos
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ser adotado e suas palavras de encorajamento para as novas
mães e os novos pais adotivos.
Tim Troyer: seu capítulo sobre como a igreja deve responder a jovens grávidas e à família delas é incrível. Você disse o
que precisava ser dito para os pastores e as igrejas que se deparam com essa situação e pôs o dedo exatamente onde devia
ser posto. Obrigada por seu espírito e por sua obediência ao
nosso Senhor.
Kathy Deering, editora, encorajadora, apoio e amiga que
gentilmente mas de forma consistente, caminhou conosco
para a conclusão deste livro, que não seria o mesmo sem sua
participação: “obrigada” não é uma palavra grande o suficiente
para o que você significou para nós nesse processo.
Bill Harrison: sua paixão por nossa missão foi uma constante em toda a jornada e agradecemos por seu tempo, sua
energia e sua visão e ainda por seu compromisso com este
projeto.
Por fim, agradecemos aos membros de nossa “nova família” da Regal Books. Kim Bangs, mulher de convicção,
comprometimento e compaixão: obrigada por sua disponibilidade em assumir este projeto e apoiar-nos em nosso
sonho de maneira tão decisiva. Bill Greig III, presidente
da Regal, homem com quem podemos contar e com quem
continuaremos a aprender: seu amor pelo Senhor e seu
compromisso com os autores irradiam em suas palavras e
ações. Bill Denzel, vice-presidente de marketing: seu apoio
a nós e a este livro transformaram o processo em um prazer.
Marlene Baer, que nos inspira com suas idéias e seu amor
pelas jovens que tentamos alcançar, Mia Kaely, Deena
Davis, David Griffing e o resto da equipe: obrigada por seus
dons e talentos especiais que trouxeram para este projeto.
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Estou grávida... e agora?
A todos vocês, nosso mais sincero obrigada por nos ajudar a
dar à luz este “bebê”.
Nós duas nos ajudamos a superar muitos desafios, até mesmo o de escrever este livro, e, assim, nossos laços de amizade,
amor e respeito se estreitaram muito.
Introdução
E
ste livro é fruto da experiência.
Estivemos no lugar em que você
está. Muitas pessoas nos ajudaram a
escrever este livro, e todas entendem o
que você está passando.
Se está lendo estas páginas, então
você tem muitas perguntas para as quais
existem poucas ou talvez nenhuma
resposta. Algumas pessoas podem até
responder a suas perguntas, mas, na realidade, desconhecem sua situação e não
parecem realmente escutá-la. Você está
sob grande estresse e pressão, sozinha
com seu dilema, sem o apoio daqueles
que lhe fizeram promessas. Sente-se
rejeitada e traída. Está ferida e furiosa.
Nós entendemos esses sentimentos.
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Estou grávida... e agora?
Sabemos, de fato, quais são suas necessidades e queremos
encorajá-la. Examinaremos, sob todos os aspectos, as questões
envolvidas, a fim de fornecer-lhe as melhores informações
disponíveis para que você possa tomar uma decisão com a
qual possa conviver. Acreditamos que a melhor decisão
é a que se baseia em informações, e você tem o direito de
tomar suas próprias decisões. As decisões que tomar terão
reflexos de longo prazo que afetarão não apenas você e seu
bebê, mas também outras pessoas. Queremos que você escute
outras jovens que enfrentaram uma gravidez não planejada.
Quais eram suas opções? Como as decisões que tomaram as
afetaram? Essas pessoas são reais em situações reais de vida.
Contamos as histórias delas com objetividade para que você
possa chegar a suas próprias conclusões.
Acreditamos que Deus nos dá escolha, e que Ele nos pede
para escolher a vida. Acreditamos que Deus cria todos os
bebês e que Ele, enquanto ainda estamos no útero de nossa mãe, já conhece nosso corpo, nossa personalidade, nosso
temperamento e nossa mente. Acreditamos que as Escrituras
ensinam que a vida é sagrada, um dom de Deus que deve ser
respeitado como santo e valioso. Vida é vida, mesmo quando
é conseqüência de estupro, mesmo quando a criança é deformada, e mesmo quando a gravidez traz risco para a vida da
mãe. É vida.
Por causa de nosso comprometimento com a vida é que
encorajamos as jovens a trazer à vida seus filhos não nascidos
— não há amor mais generoso. Sabemos que, emocional, física e mentalmente, essa é uma decisão custosa.
Também sabemos que o mundo é um lugar imperfeito e
que somos confrontados com escolhas difíceis todos os dias.
Deus conhece nossa estrutura, não se esquece de que somos
Introdução
17
apenas pó e, portanto, estende para nós o perdão do pecado,
a misericórdia para sermos curados e a graça para vivermos.
Não condenamos os que fazem uma escolha diferente. Na
verdade, nosso compromisso é amar e encorajar aquelas que
foram profundamente feridas pelo aborto.
De todo o coração, apoiamos a opção de adoção, mas,
com a mesma veemência, acreditamos que deve haver muito
apoio de longo prazo para as mães biológicas. Este livro
é sobre isto — apoio e encorajamento para novas mães,
independentemente da escolha que façam. Não estamos
interessadas em política, mas em vidas — a vida dos jovens,
homens e mulheres, que cometeram erros e agora enfrentam
decisões difíceis. “Ninguém tem maior amor do que este:
de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos” (Jo
15.13).
Capítulo 1
Estou grávida... e agora?
Ruth
M
inha filha, Windsor, anda dormindo muito. Ela chega da escola e tira uma longa soneca antes de se
arrastar para o jantar.
Ela sempre está em companhia de
um jovem agradável, mas que tem poucas ambições, se é que tem alguma. Eu
não os impedi de se verem, mas, com
certeza, espero que o relacionamento
deles termine em breve.
Quando era mais jovem, Windsor
gostava de cavalgar, mas perdeu o interesse quando os meninos começaram
a atrair sua atenção. Por um tempo,
ela pareceu gostar de ter aulas de vôo,
mas esse jovem desviou sua atenção.
Encorajei-a a praticar algum esporte.
20
Estou grávida... e agora?
Ela tentou o basquete, mas não conseguiu fazer parte de um
time. Agora ela se entrosou com uma turma que tem pouca
ambição, a não ser ter um grande caminhão e um monte de
fumo de corda. Naturalmente, tenho aspirações mais altas
para ela. Windsor acusa-me de ser muito crítica e de não
confiar nela. Nosso relacionamento tornou-se inconstante e
frustrante. Estava muito desapontada e até questionei Deus
sobre esse desenvolvimento.
Em uma tarde ensolarada de novembro, Windsor sentouse a meu lado em minha cama. Vi apreensão em seus grandes
olhos azuis quando ela confessou que suspeitava estar grávida.
Minha cabeça entrou em parafuso. Tentei preparar-me
para o que tinha pela frente quando a abracei, dizendo-lhe
que estava tudo bem. Queria ficar calma. Intimamente,
estava longe de me sentir confiante e, externamente, quanto
mais adrenalina eu produzia, mais ficava desorientada.
Estranhamente, relutei em confirmar as suspeitas dela e
deixaria a coisa correr por vários dias, se não semanas. (A
negação é uma coisa surpreendente!) Não tinha certeza de
estar pronta para lidar com a situação, se confirmássemos a
suspeita. Contudo, no dia seguinte, depois de Windsor sair
para a escola, contei o que estava acontecendo para uma
amiga, que nos estimulou a fazer um teste de gravidez naquela
tarde mesmo.
Assim, depois da escola, levei Windsor ao médico. Minha
cabeça entrou mais uma vez em parafuso. Como lidaremos com
isso? Posso protegê-la? E a minha reputação? O que as pessoas
falarão agora? Eu era divorciada e temia que fossem lançadas
acusações contra mim. O que eu devia fazer? De fato, eu não
estava preparada para enfrentar esse problema. Isso não devia
acontecer na família Graham.
Capítulo 1 - Estou grávida... e agora?
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O médico confirmou que Windsor estava grávida. Ainda
em seu consultório, olhei em seus olhos marejados de lágrimas e segurei-a firmemente quando um gemido escapou do
mais fundo de seu ser. Minha cabeça ainda estava confusa.
Como poderia ajudá-la?
Nossa vida acabara de ser transformada para sempre.
Grandes decisões
Sabia que Windsor estava ferida e não precisava que eu
acrescentasse mais sal à ferida. Sabia que se sentia culpada e
envergonhada e que eu não devia piorar a situação. Identifiquei
alguns fatores que contribuíram para isso: a negligência de
seu pai e o buraco que o divórcio deixara em seu coração, o
qual ela tentava preencher “procurando amor em todos os
lugares errados”. Ela não precisava de mais rejeição.
Como mãe, o que você faz com a informação de que sua
filha de 16 anos está grávida? Eu não poderia esconder isso
debaixo de uma pedra por muito tempo. Não podia ignorar
o fato. De nada adiantaria subir no telhado para berrar nem
correr em círculos gritando. Em algum momento, mais cedo
que tarde, eu teria de enfrentar as muitas questões envolvidas. No final das contas, isso envolvia encarar minha responsabilidade, culpa, vergonha e raiva. Apesar de meu amor, de
minhas lágrimas, das orações e do esforço despendido para
discipliná-la (às vezes, gritando muito), minha filha fizera
escolhas ruins cujas conseqüências eram bastante sérias. Eu
poderia ter feito mais? Vigiado mais de perto? Deveria tê-la
prendido em casa com mais freqüência? (Sim, sem dúvida, eu
poderia ter me tornado sua carcereira — e isso apenas teria
piorado a situação.)
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Estou grávida... e agora?
Para diminuir minha confusão, peguei um livro devocional e abri em um trecho com versículos bíblicos sobre paz.
Paz! Eu estava tão longe de sentir-me pacificada. Contudo,
era exatamente a palavra de que precisava. Quando li “Que o
Senhor da paz dê a vocês a paz, sempre e de todas as maneiras! E que o Senhor esteja com todos vocês!” (2Ts 3.16), e:
“Minha presença irá contigo” (Êx 33.14), senti uma paz que
não era minha mesma. Reli esses versículos muitas vezes.
Eu era a adulta. Minha criança precisava de minha ajuda.
Eu não podia me descontrolar. Minhas lágrimas teriam de vir
muito depois. Nós duas precisávamos parar e tomar fôlego
para pensar, orar e pedir conselho. Não sabíamos o que fazer,
e eu precisava achar alguém que nos ajudasse a pôr tudo em
ordem.
Windsor tomou sozinha a primeira grande decisão — ela
não queria fazer aborto. Fiquei agradecida por isso.
Windsor também contou a seu namorado sobre a gravidez. Ele disse que não a amava e que não queria se casar com
ela. Ele era tão jovem quanto ela e ficou igualmente assustado. Windsor, eu, ele e a mãe dele procuramos, juntos, um
advogado. O namorado de Windsor encontrou-se conosco
diversas vezes e foi honesto em relação a seus sentimentos,
apesar de isso tê-la magoado profundamente. Quanto mais
ele se afastava dela, mais ela tentava, com desespero, agarrarse a ele. Não demorou muito para ele sumir de vez.
Dei centenas de telefonemas. Contatei o juizado de
menores para me inteirar das questões legais e saber qual era
a responsabilidade do jovem em relação à criança. Já que
Windsor tinha apenas 16 anos, perguntei a respeito de estupro
estatutário, mas isso não se aplicava ao caso dela. Indaguei
se podia manter o jovem afastado de Windsor. Havia meios
Capítulo 1 - Estou grávida... e agora?
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legais de fazer isso. Soube, então, que o jovem poderia visitar
a criança e teria de responsabilizar-se financeiramente até
que o filho completasse 18 anos.
Liguei para um centro de apoio local para descobrir que tipo
de ajuda ofereciam. Os conselheiros do centro de apoio, muito
compreensivos, encontraram-se com Windsor algumas vezes e
me forneceram nomes de casas para mães solteiras. Contatei
todas elas, mas elas ou eram muito distantes ou muito rígidas.
Windsor já ouvira sermões suficientes. O que ela precisava
agora era de uma abordagem equilibrada, abrandada pelo senso de humor. Eu não queria mandá-la para um lugar austero.
Afinal de contas, tratava-se de vida, não de morte. Todos os
lugares para os quais me virava em busca de ajuda pareciam
ter programas secretos — ou não tão secretos. A maioria das
agências que procurei acreditava que jovens devem dar seus
bebês para adoção, e apenas algumas delas acreditavam que
a escolha cabia à jovem. Windsor não queria ser manipulada
para tomar uma decisão. A busca era frustrante.
Procurei um pastor. Ele deu o seguinte conselho: uma
criança nasceria, o jovem casal não tinha capacidade para
cuidar disso, e algumas regras básicas precisas deveriam ser
impostas a Windsor; isto é, levar a gravidez até o fim, deixar
de ver o jovem e lidar com o pecado envolvido na situação.
As opções oferecidas por ele foram estas: (1) Windsor e o
jovem podiam morar juntos, (2) eles podiam deixar a escola
e procurar emprego a fim de se preparar para o casamento e
para a vinda do bebê ou (3) podiam dar o bebê para adoção.
Ele disse-me que se decidissem casar era provável que o casamento não vingasse, já que 95% das pessoas que se casam
nessas circunstâncias se separam, e as que ficam casadas dizem
que são infelizes e desejariam ter casado com outra pessoa.

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