121 - Jornal Centro em Foco

Transcrição

121 - Jornal Centro em Foco
Ano X - Nº 121
Maio de 2014
Bar d’Hotel:
espetáculo com
músicas dos
anos 1950, pela Cia
das Artes.
Pág. 12
Parque Augusta:
população quer, prefeitura diz não.
Os rastros
que ficam
por onde a
droga passa
Comunidade continua a luta pelo parque verde,
contando com a ajuda do MPE. Página 4
Página 8
2
VIRADA CULTURAL
SP - Maio de 2014
Atrações inéditas foram destaque na 10ª Virada
14 Bis Prod. Fotogr.
Cesar Ogata
A
décima edição da Virada
Cultural contou com
boas atrações, como o
retorno oficial da banda Ira!,
que fez o show de abertura
no chamado “Palco Júlio Prestes”. Depois de sete anos sem
se apresentar os integrantes
da banda resolveram deixar
as diferenças no passado e
retornar como grupo, no sábado,17. No mesmo palco, um
dos mais aguardados shows
- do grupo norte-americano
Martha & The Vandellas, acabou não acontecendo, devido
a chuva de granizo que atingiu a cidade no fim da tarde
de domingo. A mesma situação repetiu-se no Palco Rio
Branco, onde quem não pode
fazer show foi a cantora Céu.
A banda Ira! tocou vinte e uma canções, abrindo o
show com “Longe de tudo” e
finalizando com “Nas ruas”.
A plateia de 40 mil pessoas
manteve-se o tempo todo em
sintonia com a banda, que
vibrou muito ao longo de sua
apresentação. Depois, Baby
do Brasil também envolveu o
público apresentando músi-
Francisco Alves
Palco “De Braços Abertos”
cas de seu repertório e sucessos dos Novos Baianos.
Mais de 1000 artistas se
apresentaram em palcos e
tablados distribuídos por diversas áreas da região central
e a rede CEU. Como aconteceu nos anos anteriores, por
meio de uma parceria com
o SESC-SP e a Secretaria de
Estado da Cultura, os equipamentos culturais da rede
SESC e os museus estaduais
tiveram atividades durante
toda a Virada Cultural.
As novidades se destacaram
A “Viradinha”, o pal14 Bis Prod. Fotogr.
Expediente
co “De Braços Abertos” e a
“ocupação gastronômica do
Minhocão”, três novidades da
10ª edição da Virada, foram
considerados os pontos altos
da maratona cultural deste
ano, além dos esperados shows da Banda Ira!, que retomou a carreira, do aclamado
guitarrista Stanley Jordan e de
Mark Farner, lendário líder do
grupo Grand Funk, que teve a
maior plateia no evento. Mas,
outro segmento que ganhou
expressão na Virada deste
ano foi dos saraus, que levou
30 coletivos “sarauseiros” aos
palcos Ladeira da Memória e
Xavier de Toledo, mais o Sarau
do Jornal, realizado no restaurante Cama & Café, onde
acontece habitualmente, uma
vez por mês.
De acordo com a prefeitura, a programação infantil
da Virada Cultural ganhou reforço no ano passado e então
passou a ser chamada “Viradinha”. Este ano a “Viradinha”
encontrou seu lugar na Praça
Roosevelt. Na programação,
os hits dos pequenos, como a
Galinha Pintadinha, marcaram
presença. Mais do que um espaço de shows, a “Viradinha”
teve atividades como oficinas,
que promoveram a interação
entre as crianças. O clima
agradável da praça e a facilidade de acesso ao local, bem
atendido por linhas de ônibus
e estações de metrô próximas, contribuíram para o sucesso da iniciativa. A maioria
das atrações realizadas na praça foi bastante concorridas.
Outra novidade da 10ª Virada Cultural foi o palco “De
Braços Abertos”, montado
na área da Luz, próxima da
Estação Júlio Prestes, onde a
Prefeitura de São Paulo oferece assistência a dependentes
químicos, por intermédio das
secretarias de Assistência Social, da Saúde e do Trabalho.
Homônimo do programa, o
palco foi um dos pontos altos
do evento, com grande adesão
do público: as atividades interativas e os shows reuniram
mais de duas mil pessoas.
Os bolsões de alimentação e a gastronomia tiveram
boa oferta nesta edição do
evento. Diversas barracas de
pastéis e caldo de cana atenderam ao público do evento
em diferentes pontos. Também os “Chefs na Rua” e “O
Mercado”, eventos de gastronomia da cidade participaram do evento e tiveram um
atendimento organizado. Na
ocupação gastronômica do
Minhocão, destacou-se o primeiro encontro de cervejas
artesanais, em que diversos
rótulos de pequenas cervejarias foram trazidas para degustação do grande público.
Duas atrações estrangeiras,
dois grandes destaques
Para um público de mais
de 30 mil pessoas, no Palco
República, após a suave abertura do organ-trio instrumental Hammond Grooves, se
Francisco Alves
apresentou o aclamado guitarrista Stanley Jordan acompanhado de um trio brasileiro. Além do virtuosismo de Stanley Jordan, se destacou o contrabaixista Dudu Lima, de Juiz
de Fora, em duelos e duetos à
altura do guitarrista.
Outra atração que recebeu uma das mais numerosas
platéias da Virada 2014 atuou
no Palco Avenida São João: o
show de Mark Farner. Com
66 anos, o lendário líder do
grupo Grand Funk, mostrou
grande vitalidade em uma performance vocal impecável e
foi apontado pela crítica especializada como o melhor show
do evento.
Dois saraus do Centro
estreiam na Virada
O Sarau Bodega do Brasil
e o Sarau do Jornal participaram da 10ª edição da Virada
Cultural, reunindo em dois
palcos quase quarenta “sarauseiros”, entre poetas, cantores, instrumentistas e cordelistas e repentistas. Ambos
acontecem na região central
e nasceram a partir da atuação
Vd. Nove de Julho, 160 - 5º , Cj. 57 - CEP 01050-060 - Tels.: (11) 2864-0770 / 3255-1568 / www.jornalcentroemfoco.com.br
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As matérias assinadas são de exclusiva responsabilidade dos autores, não expressando necessariamente o pensamento do jornal.
VIRADA CULTURAL
SP - Maio de 2014
los Beutel, que desde então
apoia os dois coletivos.
Foi do desejo dessas pessoas em reunir artistas do
Centro em um mesmo palco
da Virada Cultural, que surgiu o Sarau do Jornal: no ano
passado, os membros desses
saraus, capitaneados pelo
jornal Centro em Foco, participaram extra-oficialmente
da 9ª Virada, realizando um
encontro cultural no espaço
Fotos: 14 Bis Prod. Fotogr.
de poetas e artistas que estimularam a criação dos dois e
neles atuam com regularidade. Há mais de quatro anos,
enquanto os cordelistas Costa
Senna e Cacá Lopes começavam a escrever a história do
Bodega no Cine Clube Augusta, os poetas Carlos Moura e
Alberto Gattoni realizavam
saraus nas dependências do
Apfel Restaurante Vegetariano, do líder comunitário Car-
14 Bis Prod. Fotogr.
do Restaurante Cama & Café
- instalado na rua (Roberto Simonsen) onde, em sua casa,
a Marquesa de Santos realizou inúmeros saraus. Este
ano, o Sarau Bodega do Brasil
e o Sarau do Jornal integraram a programação oficial da
Virada: o primeiro, no Palco
Ladeira da Memória, que
reuniu 15 coletivos e o outro, foi realizado no salão do
Cama & Café onde acontece
uma vez por mês.
Francisco Alves
3
Francisco Alves
Francisco Alves
Francisco Alves
4
comunidade
SP - Maio de 2014
Parque Augusta: uma das prioridades da população do Centro.
R
eunida pelo coletivo
Aliados do Parque, a
comunidade do entorno das ruas Caio Prado
e Marquês de Paranaguá
realiza no dia 08 de junho,
das 13h às 18h, a 4ª edição
do já tradicional “Pic Nic à
Moda Antiga”, em pleno asfalto da rua Augusta, como
parte da luta pela preservação do verde existente no
local e criação do desejado
Parque Augusta.
O evento acontece depois da realização de vários
atos de protesto contra a
decisão do prefeito Fernando Haddad e CONPRESP, de
possibilitar a construção de
três torres imobiliárias dentro da área, que deveria ser
destinada à construção do
Parque Augusta de acordo
com a Lei 345/2006, sancionada pelo próprio prefeito.
Em 13 de maio, o Aliados do Parque participou
do 3º Ato em Defesa dos
Parques Ameaçados de São
Paulo, em frente ao Teatro
Municipal, ao lado de dezenas de cidadãos que militam pela criação dos parques Brasilândia, Vila Ema,
Moóca, Águas Espraiadas,
Minhocão, Praça do Jockey,
Embu-Mirim, Morro do
Querosene, Peruche, Augusta, Pinheiros e Guaraú.
Moradores de Cerqueira
Cesar, Bela Vista e Vila Buarque se declaram enganados pelo prefeito Haddad,
que duas semanas após ter
sancionado a Lei 345 declarou à imprensa que a prefeitura não dispõe dos recursos financeiros necessários
à desapropriação da área e
depois, na quinta-feira, 8
de maio, em reunião com o
CONPRESP, teria cedido ao
projeto das empresas Setin
e Abyara de levantar as três
torres de apartamentos.
Os ativistas pelo Parque
afirmam ter sugestões de
fontes alternativas para obtenção dos recursos financeiros necessários à desapropriação do terreno, mas que o
prefeito não se dispõe a recebê-los, em comissão, para ouvi-las. Para eles, existem possibilidades de levantamento
de recursos financeiros para
criação do Parque Augusta
100% livre de construção,
sem interferir no orçamento
da prefeitura.
Nada que possa comprovar facilmente, mas lideranças dos coletivos que reivindicam o Parque Augusta
propalam que as empresas
envolvidas no caso fazem
lobby junto a políticos ligados à frente parlamentar
de “sustentabilidade” e ao
órgão municipal de defesa
do patrimônio público - o
CONPRESP, com o objetivo de encontrar saída para
aprovação do colossal empreendimento de 3 torres
de 100 metros cada, que
pretendem.
Ministério Público
promete interferir no
processo
Em reunião acontecida
no último dia 14, no auditório do Ministério Público
de São Paulo, entre a população interessada e o MPE,
os promotores Luiz Roberto Proença (Meio Ambiente) e Sílvio Marques
prometeram empenho na
defesa da criação do Parque
Augusta em 100% da área,
sem o levantamento de
qualquer prédio.
De acordo com Sérgio
Carrera, dos Aliados do
Parque, o promotor Luiz
Roberto Proença assegurou
que os promotores são favoráveis à implantação do
Parque Augusta em 100%
da área, com a preservação do verde do local, para
evitar o que tem ocorrido
em outras áreas da cidade,
onde a diminuição de áreas verdes tem se tornado
realidade, com a chancela
do poder público, muitas
vezes sob o argumento de
que isso tornou-se impera-
tivo ante a necessidade de
se construir imóveis para
moradia.
O promotor Sílvio Marques afirmou que a promotoria pública tem como
atuar a favor da criação do
Parque Augusta 100% livre,
considerando a possibilidade de o poder público,
por exemplo, firmar acordos com as instituições financeiras que permitiram
a realização de transações
irregulares pelo ex-prefeito
Paulo Maluf, cujos valores
tem que ser devolvidos à
municipalidade.
Esta reunião contaram
com as presenças dos vereadores Gilberto Natalini - defensor ativo do verde e do
Parque Augusta na totalidade da área -, Nabil Bonduki
e Ricardo Young, que mesmo sendo da frente parlamentar de sustentabilidade,
já admitem a viabilização do
projeto de Setin e Abyara.
Direito e Justiça
Justiça reconhece direitos aos
transexuais e à união homoafetiva
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.”
Helena Amazonas
O
Direito está sempre
em movimento e
vai acompanhando,
muitas vezes tardiamente,
as transformações que vão
ocorrendo na sociedade. A
última parada gay realizada
em São Paulo reuniu milhares de pessoas e este evento que ocorre há 18 anos
reflete uma nova mentalidade em relação ao respeito a
todos, independentemente
de suas escolhas sexuais.
De acordo com o Censo Demográfico 2010, o
país tem mais de 60 mil
casais homossexuais. Esta
é a realidade concreta, e o
Direito não pode deixar de
regulamentar e assegurar a
cidadania a todos. A Constituição Federal, ao tratar dos
direitos e garantias fundamentais, assegura que “todos são iguais perante a lei,
sem distinção de qualquer
natureza.”
A relação homoafetiva vem sendo reconhecida
pela legislação brasileira.
Em maio de 2011 o Su-
premo Tribunal Federal reconheceu a união estável
entre homossexuais como
entidade familiar, assegurando-lhes direitos como
herança, comunhão parcial
de bens, pensão alimentícia e previdenciária, licença
médica, inclusão do companheiro como dependente
em planos de saúde, entre
outros benefícios.
A Justiça também vem
concedendo a alteração de
nome no registro civil aos
transexuais de maneira a
permitir a utilização de prenome que se adeque a sua
identidade gênero.
No final do ano passado
o Tribunal Superior do Trabalho (TST), pela primeira
vez, reconheceu cláusula de
convenção coletiva da categoria do setor aéreo do Rio
Grande do Sul que estendia
benefícios trabalhistas e
previdenciários no caso de
união estável entre homossexuais. Passou a encarar
igualitariamente as uniões
hetero ou homossexuais no
que diz respeito ao direito
de incluir os parceiros para
efeito de planos de saúde,
seguro ou previdência.
A cláusula em questão
assim dispunha: “Quando concedido pela empresa benefício ao cônjuge/companheiro(a)
do
empregado, reconhece-se
a paridade entre as uniões
estáveis homoafetivas e heteroafetivas.”
As decisões levaram
em conta o repúdio ao preconceito e os princípios
constitucionais do direito
à igualdade, à liberdade e
à dignidade humana. Esses
os valores que uma democracia deve resguardar para
a construção de uma sociedade livre e aberta às diversidades.
Helena Amazonas
Advogada Cível e
Trabalhista
Rua Dom José de Barros,17,
conj.24
Tel: 3258-0409
[email protected]
comunidade
SP - Maio de 2014
C
5
Workshop gratuito ensina a gerenciar carreira
omo uma ação de
utilidade pública de
prestação de serviços, promovido gratuitamente pela Central de Concursos, desenvolvido para
quem busca retomar espaço no mercado de trabalho
e explorar ao máximo seu
potencial, o workshop de
marketing profissional é um
evento que visa atualizar
os participantes quanto ao
mercado de trabalho e seus
desafios.
O evento destina-se
tanto a profissionais que
estejam empregados, quanto aos desempregados. Para
os empregados o curso visa
à manutenção do emprego
com aplicação de ferramentas modernas de marketing
pessoal. Para os desempregados é uma ferramenta
Divulgação
Confira o conteúdo
programático:
indispensável para que o
mesmo se torne um candidato competitivo durante
o processo seletivo. O trabalho na iniciativa pública também está na pauta:
concursos, cargos, salários,
benefícios e plano de carreira.
O Workshop é direcionado a quem possui, no
mínimo, nível médio de
escolaridade ou em fase de
conclusão. No final serão
entregues certificados de
participação.
Na unidade República
o evento será em dois dias
distintos com duração aproximada de 6 horas: dias
21/05 e 22/05 das 09:00
às 12:00, para conferir mais
horários e datas nas unidades mais próximas de você,
além de fazer sua inscrição
acesse: www.centraldeconcursos.com.br.
Reflexão do
Profissional e
o Mercado Visão
Empreendedora
Elaboração de
Curriculum Vitae:
•Carta de apresentação
destinada ao empreendedor
em potencial
•Carta currricular
•Como elaborar um
•“curriculum vitae”
Análise de Mercado:
•Iniciativa privada
•Network
•Carreira pública
O processo de seleção técnica de entrevista:
•O teatro e suas características
•Perguntas mais comuns
•Dinâmica de Grupo provas situacionais
Negociação de
salários e benefícios:
•Vínculos empregatícios
•Remuneração
•Benefícios mais comuns
Unidades Central
de Concursos em SP
República: (11) 3017-8800
Santo Amaro: (11) 5189-8800
Artur Alvim: (11) 2045-8800
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F
linhas centrais
SP - Maio de 2014
Além de craques, Copa trará legado ao país.
Brasil se aproxima de sediar mundial em meio a controvérsias; confira os investimentos gerados e como vai ficar o trabalho nos dias de jogos
alta menos de um mês
para o início da Copa
do Mundo no Brasil,
64 anos depois de ter sediado o evento pela primeira
vez. O tema tem sido motivo
para intensos debates entre
os que são contrários e os
que defendem sua realização. No entanto, é fato que
o evento vai ocorrer e o seu
legado existirá também (confira abaixo).
Dias de jogos
Ainda há muita dúvida sobre se haverá folga ou
não nos seis dias de jogos
na capital paulista. O prefeito de São Paulo, Fernando
Haddad, enviou projeto de
lei à Câmara Municipal que
declara feriado municipal no
dia da abertura da Copa. O
projeto permite que os demais dias de jogos também
sejam. O texto, no entanto,
ainda não foi apreciado pelos
vereadores.
Para os bancários
O Banco Central aprovou circular permitindo que
nos dias dos jogos da Seleção, os bancos alterem o
horário de atendimento ao
público em suas agências.
Nesses dias será obrigatório
o atendimento mínimo de
quatro horas, ao invés das
cinco horas normais.
Copa X Saúde
e Educação
Um dos principais argumentos dos que são contrários à realização do evento
no Brasil é que a verba para
construção dos estádios poderia ser sido usada na saúde e educação. Na verdade,
não há recursos do orçamento federal aplicado nas
arenas.
Os estádios custaram R$
8 bilhões. Deste total, R$ 4
bilhões foram financiados
pelo BNDES. Ou seja, este
dinheiro será pago e com
juros. O governo do Distrito Federal arcou com
R$ 1,4 bilhão e o restante é proveniente
de recursos privados.
O gasto da União
com a Saúde em
2013 chegou a R$ 83
bilhões. Já o gasto da
União em Educação em
2013 atingiu R$ 101,9 bilhões. Desde 2010, quando
se iniciaram as ações para
sediar a Copa, o governo
federal investiu R$ 825,3 bilhões em Educação e Saúde.
Os dados estão no Portal
da Transparência.
Passada a Copa,
o que restará?
Mobilidade urbana
De acordo com os
Ministérios do Esporte e do
Planejamento, foram investidos, R$ 8 bilhões em 42
obras de mobilidade urbana
no país: duas linhas de Veículos Leves sobre Trilhos,
13 linhas de BRT, três corredores de ônibus, 5 estações
ou terminais de ônibus, 17
obras viárias e duas de controle de tráfego.
Telecomunicações
Foram investidos R$ 404
milhões em expansão de fibra ótica e implantação de
equipamentos e sistemas.
Portos e
Aeroportos
Cerca R$ 7 bilhões foram aplicados em 36 obras
e intervenções. No domingo
11 foi inaugurado o terminal
do Mundo beneficiará a
economia nacional. Cerca de 50 mil postos de
trabalho foram criados
na construção ou reforma dos 12 estádios
em que ocorrerão os
jogos do evento.
Aproximadamente 48 mil vagas de
trabalho no setor de
turismo devem ser geradas entre abril e junho de
2014 nos 12 estados que
receberão a competição. São
60% mais que no mesmo período de 2013.
E de acordo com a Fundação Getúlio Vargas, cerca
de R$ 100 milhões em novos negócios para as micro e pequenas empresas e R$ 142 bilhões
adicionais circularão na
4 do Aeroporto Internacional de Cumbica. Com 192
mil metros quadrados, ele
é maior que os outros três
terminais juntos e tem capacidade para receber 12
milhões de passageiros por
ano.
Segurança Pública
R$ 1,9 bilhão investidos em centros integrados
de comando e controle, e
aquisição de equipamentos
(bases móveis, armamento
não letal, kits anti-bombas,
softwares, scanners, imageadores para helicópteros, lanchas, etc).
Bom para a
economia
Dados do Ministério do
Esporte apontam que a Copa
E de acordo com a Fundação Getúlio
Vargas, cerca de R$ 100 milhões
em novos negócios para as micro e
pequenas empresas e R$ 142 bilhões
adicionais circularão na economia
brasileira no período de 2010 a 2014.
economia brasileira no período de 2010 a 2014.
Segundo levantamento da Fundação de Estudos
e Pesquisas Econômicas
(Fipe), ligada à USP, a Copa
das Confederações acrescentou R$ 9,7 bilhões ao
Produto Interno Bruto. E a
expectativa é de que a Copa
do Mundo movimente três
vezes esse valor. O montante é maior do que todos os
gastos públicos federais com
estádios, aeroportos, telecomunicações, mobilidade
urbana relacionados à Copa,
que é de R$ 8,4 bilhões, segundo o Ministério do Planejamento.
Turismo
Há a expectativa de 600
mil turistas estrangeiros (o
dobro da África do Sul) e 3
Arena Corinthians: palco da abertura da Copa 2014
milhões de turistas nacionais durante a Copa. Segundo estimativa da Embratur,
os gastos deles chegará a
R$ 25 bilhões. A embaixada dos Estados Unidos, por
exemplo, espera um fluxo
de 180 mil cidadãos daquele país no Brasil em 2014.
Somente em Natal, 20 mil
norte-americanos são esperados durante o Mundial. A
capital potiguar recebe, no
dia 16 de junho, a partida
da seleção dos EUA contra
Gana.
Durante a Copa das Confederações, turistas movimentaram mais de R$ 740
milhões. O gasto médio entre os turistas estrangeiros
foi de R$ 4.854 durante a
viagem, e de R$ 1.042 entre
os turistas brasileiros.
Caderno do Jornal Centro em Foco - Edição Nº 121
Reduzir o consumo de carne melhora sua saúde e ajuda o planeta
S
er vegetariano não é
apenas uma opção de
alimentação, é uma
atitude alimentar visando
um melhor funcionamento
do organismo, ganhos com
saúde, melhor qualidade de
vida, respeito aos animais e
ao planeta.
Pela sua saúde
a Pesquisas demonstram
que dietas vegetarianas proporcionam melhores condições para uma vida mais longa e saudável.
Entre os consumidores
de carne, ovos e laticínios há
maior incidência de doenças
Acardiovasculares, artrite, diaobetes, osteoporose e câncer.
Pelo meio-ambiente
a
0
s
Sushi de abobrinha
As atividades pecuaristas
são atualmente responsáveis
por cerca de 30% do atual
ritmo de desmatamento das
florestas equatoriais. Nos
Estados Unidos, a criação
de animais para consumo requer mais que a metade da
água utilizada no país, além
de ser a atividade que mais
polui o solo agricultável e as
fontes de recursos hídricos.
Pelos animais
Apenas no Brasil, diariamente, cerca de 3 milhões
de animais são mortos nos
abatedouros. Além da morte
violenta e injusta, recebem
ainda tratamento desumano
durante toda a vida. Mutilados e mantidos em instalações superlotadas, são
manipulados sem escrúpulos
de forma a produzir maiores
lucros para os criadores.
Sugestão de receita
Vegetariana:
Sushi de abobrinha
Ingredientes
3 abobrinhas pequenas; 60 g
de tofu firme em temperatura ambiente; 1 colher (sopa)
de tomate seco picado; 1 colher (chá) de azeite de oliva;
1 colher (café) de tomilho
picado; 2 colheres (sopa) de
castanha-do-pará ralada; Sal
e azeite a gosto.
Instruções de preparo
1. Corte as abobrinhas em
fatias no sentido do comprimento. 2. Polvilhe com sal e
grelhe-as em uma frigideira
anti-aderente. Reserve. 3.
Amasse o tofu com um garfo
e tempere-o com o sal, o tomate seco, o azeite e o tomilho. 4. Espalhe uma colher
(chá) bem cheia do recheio
sobre uma fatia da abobrinha grelhada. 5. Enrole a
abobrinha não muito apertada e disponha-a em uma
assadeira forrada com papel-manteiga. Repita o processo até terminarem as fatias.
6. Polvilhe com um pouco
da castanha-do-pará ralada
e leve ao forno médio, pré-aquecido, por 3 minutos.
Sirva em seguida.
Descubra novos sabores,
acesse receitas deliciosas
sem carne no site da SBV:
http://www.svb.org.br/salgados
Vera Ligia Lemos Biomédica Acupunturista
http://acupunturaeequilibrio.
blogspot.com
[email protected]
Fonte: Menu Vegano
8
L
SP - Maio de 2014
Os rastros que ficam por onde a droga passa
endo algumas matérias
para escrever este artigo,
encontrei a seguinte definição para o verbete Droga:
as drogas são substâncias naturais ou sintéticas que afetam
os processos da mente ou do
corpo quando introduzidas no
organismo. Eu não concordo
com essa definição, acho que
está incompleta e ao final desse artigo, pretendo justificar e
apresentar a minha definição
para a palavra em questão.
Gostaria também de alertar o
leitor de que não objetivo discorrer sobre os malefícios que
o uso de entorpecentes causa
a saúde. Eu sei e você sabe. As
consequências que o consumo
de drogas traz aos usuários são
de ciência pública. A reflexão
proposta aqui pretende chamar atenção para outras facetas da droga.
A primeira delas é o fato
de que o consumo de drogas
traz implicações para o usuário e para outras pessoas do
seu convívio. Ou seja, uma
pessoa que usa drogas nunca
está se prejudicando sozinha.
Ela sempre prejudica também
as pessoas que a amam e que
se unem por uma finalidade:
tentar salvá-la do vício. São famílias que perdem a paz, que
muitas vezes perdem também
suas economias para ajudar
aquele parente que precisa
tanto de apoio. Essas pessoas
Banco de Sangue do
HSPM solicita
doações de sangue
ganham um nome curioso, de
co-dependetes. Normalmente,
o usuário de drogas diz que escolheu essa vida para ele, que
usa drogas porque quer e porque gosta. Mas será que os co-dependentes tiveram o poder
de optar?
Se os co-dependes muitas
vezes são pais de filhos que
se envolveram com drogas,
podemos inverter a situação e
analisar outro cenário. Olhemos para os bebês que nascem
viciados nas substâncias que
receberam durante a gestação
e, obviamente, com sérios
problemas de saúde. Olhemos
para os recém-nascidos, já soropositivos. Olhemos para os
nenéns que nascem com más
formações e deficiências causadas pelo consumo de drogas
antes e durante a gravidez.
Olhemos para os órfãos e para
os abandonados. Será que eles
também puderam escolher?
Não quero propor aqui
uma análise simplista ou moralista, reduzindo uma questão
de saúde pública a um mero
julgamento de maus comportamentos, no eterno método de
culpabilizar as vítimas. Ao meu
ver, ninguém opta pela droga,
muitas vezes nem mesmo o
usuário. Mas é certo que quando alguém adoece no vício,
adoecem muitas outras vidas
simultaneamente. Para mim, as
drogas são substâncias naturais
ou sintéticas que, após consumidas, deixam rastros na mente,
no corpo, na alma e no outro. Por Sophia Winkel
C
om a queda de
doações e os estoques ficando abaixo do nível necessário,
o Hospital do servidor
Público Municipal vem a
público pedir doações de
sangue.
Queda nas doações
é uma realidade que o
hospital enfrenta em várias épocas do ano, mas,
há momentos em que a
situação se agrava ainda
mais. Atualmente os estoques apresentam diminuição
de cerca de 70%. Diante disso, a doação é essencial e o
HSPM apela à solidariedade
e consciência da importância
desse ato por parte da população.
É importante lembrar
que para ser doador é necessário estar em boas condições de saúde, ter entre
16 e 60 anos (menores,
somente com autorização
O
1
c
C
c
T
p
u
p
d
t
E
D
c
t
d
t
v
d
d
q
e companhia dos pais), r
ter acima de 50 kg, estar o
bem alimentado, evitando comidas pesadas. O
doador deve trazer documento oficial com foto
(RG, CTPS ou CNH).
Os interessados em doar
devem comparecer ao
Banco de sangue do hospital, localizado à rua
Castro Alves, 60, 4º andar, de segunda-feira a sábado, das 08h às 13h.
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SP - Maio de 2014
O
Saúde não se vende! Loucura não se prende!
Ato do Dia Nacional
da Luta Antimanicomial, ocorrido neste
18 de Maio, realizou uma
caminhada pelas ruas do
Centro, iniciando sua concentração às 13 horas no
Teatro Municipal, com a
presença e participação de
usuários de Saúde Mental,
profissionais de saúde, além
de militantes dos movimentos populares e sociais e
Entidades de Defesa dos
Direitos Humanos e Sociais,
contra as práticas higienistas recorrentes no Estado
de São Paulo.
Diferentes
governos
têm feito escolhas por investir em ações e serviços
distantes dos princípios
da Reforma Sanitária e Psiquiátrica Antimanicomial,
realizando atividades como
o Programa Recomeço,
Frente Estadual Antimanicomial realizou caminhada para mobilizar a comunidade do Centro
Operação dor e sofrimento,
internações compulsórias,
financiamento público das
comunidades terapêuticas
e manutenção e ampliação
do número de leitos em
Hospitais Psiquiátricos e em
instituições Asilares. Isso
é um verdadeiro ataque e
um gravíssimo retrocesso
às conquistas da Luta Antimanicomial da Sociedade
Brasileira.
Da mesma maneira
esse retrocesso aparece
nas práticas perversas que
legitimam o genocídio da
população negra e indígena, pobre e periférica; a
criminalização da juventude e movimentos sociais; o
desrespeito às orientações
sexuais e às mulheres; a
exploração e abuso sexual
de crianças e adolescentes;
e a apropriação privada de
bens e serviços públicos.
Nesse sentido
defendemos:
• Um Sistema Único de
Saúde (SUS) Público, Universal, Equânime, Integral,
Gratuito e Humanizado;
• A realização de Plebiscito Popular por uma constituinte exclusiva e soberana
do Sistema Político.
• O respeito ao Estatuto da Criança e Adolescente
(ECA);
• O estatuto do idoso
e o estatuto da igualdade
racial;
• A Implantação imediata de uma Rede de Atenção
Psicossocial Antimanicomial
(RAPS) que não
pactue com qualquer
forma de internação em
equipamentos com caracte-
rísticas asilares, como “comunidades terapêuticas”,
clínicas psiquiátricas, hospitais psiquiátricos e exclusões de todo tipo;
• A remodelação completa do Centro de Referência de Álcool, Tabaco e
Outras Drogas (CRATOD),
transformando-o em um
Centro de Convivência e
Cooperativa (CECCO);
• O investimento público em políticas de geração
de renda e economia solidária;
• O combate a práticas
manicomiais e higienistas,
como o assistencialismo, a
internação
compulsória, a medicalização e patologização da
vida, a partir do protagonismo dos usuários em
seu cuidado;
• O combate à judicialização da Saúde como forma
de subordinação da vida e
do cuidado da população ao
sistema judiciário;
• A revisão da política
de curatela e interdição de
maneira que deixe de ser
um mecanismo de exploração, exclusão e negação dos
direitos do cidadão;
• A Gestão Pública dos
serviços e recursos de Saúde;
• Maior Investimento
de recursos federais nas
políticas de saúde e saúde
mental;
• Que a Secretaria de
Estado da Saúde financie
efetivamente a implantação
e custeio das RAPS dos municípios, financiamento este
que é nulo;
• Combate à escravidão e à terceirização e
toda a forma de precariza-
ção do trabalho;
• A emancipação e tratamento em liberdade dos
usuários de álcool e outras
drogas, respeitando os direitos humanos e princípios da
Reforma Psiquiátrica Antimanicomial;
• O FIM da política de
guerra às drogas que exclui
e justifica as ações higienistas e genocidas do
Estado contra sua população mais vulnerável.
Por uma Sociedade sem
Mmanicômios!
Frente Estadual Antimanicomial – SP
Carmen Mascarenhas
Movimento Popular de
Saúde do Centro
Educadora Popular em
Saúde
Cel.: 9.8998-6011
[email protected]
10
A
linhas centrais
SP - Maio de 2014
Tai Chi Pai Lin - Longevidade com Saúde
natureza mantém o
ciclo das 4 estações,
primavera/crescimento, verão/fortalecimento,
outono/colheita e inverno/
armazenamento, há bilhões
de anos. Na passagem do
outono para o inverno,
quando a energia Yang está
mais escassa que o Yin, em
relação ao verão, as árvores,
sabiamente, seguem o ciclo da natureza e recolhem
sua energia na raiz, por isso
suas folhas começam a cair.
Guardando a energia na raiz
por todo o inverno, quando
um novo ciclo se iniciar, na
primavera, elas terão energia para o renascimento de
suas folhas. E nós, como
vivemos esses ciclos? Para
a Medicina Chinesa, nós,
seres humanos, somos uma
pequena representação da
Nós e a Natureza
natureza, inclusive nosso
organismo possui um relógio biológico que se ajusta
à dinâmica da natureza. Então, se nos adaptamos a ela,
assim como fazem as árvores, aumentamos as possibilidades de desfrutarmos
uma vida longa com saúde,
vivendo muitas primaveras.
Ou seja, a chave da boa
saúde é nos harmonizarmos
com a energia da estação do
ano em que estamos.
Mudança de estação
A energia do Metal/outono controla o órgão Pulmão
que, no processo da respiração, extrai do ar a energia
para nossa sobrevivência e
expele as substâncias tóxicas ao nosso organismo. O
Pulmão é o órgão energético mais próximo do exterior
e controla a pele, por onde
podem penetrar os fatores
patogênicos, caso o nosso
Qi (energia) da superfície
não consiga nos defender. A
emoção associada ao Pulmão
é a Tristeza que, em excesso, pode nos prejudicar, pois
consome o nosso Qi primor-
dial. Se compararmos o outono com um dia de 24 horas,
ele seria a passagem do entardecer para a meia noite,
quando o Yin aumenta e o
Yang se recolhe. No final do
outono, o elemento Metal/
outono está se derretendo
para se transformar em Água/
inverno. Então, estar em sintonia com a natureza é surfar
na onda dessa passagem de
estação. Como? Recolhendo
a nossa energia na nossa raiz,
iniciando um período de descanso e de quietude.
Convite I:
Descanse e entre na
quietude praticando Tai Chi
Pai Lin em um dos seguintes locais:
Quartas-feiras, às 7h30
min, na Praça Roosevelt
Quintas-feiras, às
6h30min, na Praça Rotary
– Rua General Jardim, 485
– Vila Buarque
Se você quer preservar sua saúde, prevenir ou tratar alguma doença, participe!
Grupos: Meditação, Alimentação e Medicina Chinesa
Convite II:
Convido todos interessados em Medicina Chinesa a
participarem do III Congresso
Brasileiro de Medicina Chinesa, na EBRAMEC - Escola Brasileira de Medicina Chinesa-,
que ocorrerá nos dias 30 e 31
de maio e 1 de junho. Durante o Congresso, faremos uma
palestra sobre o Tai Chi Pai
Lin para o acupunturista. Informações: 0xx11 2605-4188/
2155-1712/2155-1713 - [email protected]
Regina Marques
Terapeuta de Medicina
Chinesa
cel 98345-3275 areginamar@yahoo.
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facebook.com/regina.
marques.16906
artes e cultura
SP - Maio de 2014
11
Beneficiários do programa
De Braços abertos participam da Virada Cultural
O
Cabaret do Triunfo, que abriu a
programação do
palco Braços Abertos, na
10ª edição da Virada Cul1tural, foi uma iniciativa
das Secretarias Municipais
ada Cultura e da Saúde em
parceria com o grupo de
teatro Pessoal do Faroeste.
/A atividade contou com a
-participação de integrantes
do programa “São Paulo
De Braços Abertos”, desenvolvido pela Prefeitura
e que atende a população
usuária de crack na região
central.
A proposta foi a de
unir arte e saúde com o
objetivo de promover a
o
Q
uem passa pela Rua
da Consolação, sequer imagina os
casos inusitados que rondam a grande necrópole
instalada no coração de São
Paulo. Fundado em 1828,
o Cemitério da Consolação
nasce de uma exigência das
autoridades da época. A Câmara Municipal e o médico
sanitarista Líbero Badaró,
insistiram no projeto que
visava o fim dos casos de doenças advindas do hábito de
sepultar corpos no interior
das igrejas.
O local é muito conhecido por abrigar corpos de
figuras importantes na história da cidade, além de grandes obras de arte de renomados artistas.
Para os mais antigos,
uma história muito curiosa
ainda é conhecida nos dias
de hoje. Reza a lenda que
no enterro de uma das filhas
do Comendador Ermelino
Matarazzo, um dos coveiros
reinserção social e a motivação para o tratamento
da dependência química
dos usuários que se vincularam a este projeto. O
espetáculo parte da premissa que a arte é inerente ao ser humano e tem
um grande potencial transformador da consciência.
Além disso, tem o poder
de conciliar as diferenças de visão da vida em cada
indivíduo.
“Na Virada, durante
duas horas e meia, viven-
ciamos uma grande festa
que contou com números de palhaço, acrobacia,
rap, grafite, música africana e dança. Durante nossa
apresentação dava pra ver
a esperança no potencial
do ser humano reacender
nos olhos das pessoas que
nos assistiam”, explica o
médico Flávio Falcone, da
equipe do programa municipal.
Os participantes estavam apreensivos quanto à
receptividade do público,
mas logo após a apresentação o clima era de alegria
e de realização. “Isso é o
resultado do trabalho que
fizemos com a comunidade local e o resultado foi
surpreendente. Queremos
dar continuidade a este
trabalho de arte com os
usuários, pois aproxima o
poder público e ajuda no
diálogo para o tratamento
de saúde”, explica Falcone.
Informação da
Coordenação Especial
de Comunicação –
CESCOM
saudeimprensa@
prefeitura.sp.gov.br
Um lugar de artes e mistérios
começou a sangrar e acabou
morrendo. Até hoje, gritos
de lamentações podem ser
ouvidos próximo ao Mausoléu e o coveiro pode ser visto sentado ou vagando por
ali, olhando o famoso túmulo. A história é confirmada
pela moradora Lúcia Almeida, que reside na região há
12 anos.
Essa é uma de várias outras histórias que os vizinhos
e trabalhadores da localidade
ouvem. O coveiro Edvaldo
da Costa, que trabalha no
cemitério há mais de 20
anos, conta que todas as
vezes que um corpo é enterrado em um raio de 30 metros, dois meses depois, outro tumulo na mesma quadra
é ocupado. “É como se as
almas não gostassem de ficar
sozinhas”, acrescenta.
Diante dos casos e “causos” contados, muitos visitantes se despedem do local e
repetem o sinal da cruz três
vezes, para garantir que nenhum espírito os acompanhe.
Para muitos, as histórias
sobrenaturais de cemitério são motivo de receio e
medo, mas para outros não
passam de contos. Diferentes culturas e crenças fazem
com que as pessoas acreditem ou não nessas histórias,
que por meio do boca a boca
passa de geração em geração. Com isso, superstições
e costumes levam os visitantes a reações bem distintas
ao ouvirem esses relatos.
Para Jorge Castilho, vendedor de flores na porta do
cemitério há 7 anos, tudo
isso não passa de imaginação.
“Nunca avistei nada. Mas o
povo sempre fala que já viu
vultos, ouviu vozes, mas não
acredito em nada disso.”
Arte Tumular
O Cemitério da Consolação está longe de ser apenas
um símbolo fúnebre. Deixa
de lado qualquer superstição, pois abriga cerca de 400
esculturas tumulares, transformando o local em um
grande museu da história
paulistana a céu aberto. São
obras de artistas renomados
que retratam uma época
em que era comum a elite
paulistana contrata-los para
decoração de seus túmulos,
desejando convertê-los, de
fato, na “última morada” de
seus ilustres familiares.
Uma das obras mais
importantes está no jazigo
da paulista Olívia Guedes
Penteado, incentivadora do
modernismo no Brasil. É ‘O
Sepultamento’, de Victor
Brecheret, que foi premiada
no Salão de Outono de Paris,
em 1923.
Além disso, há diversos
túmulos de valor histórico
onde estão sepultadas figuras conhecidas como a pintora Tarsila do Amaral, Oswald
de Andrade, Monteiro Lobato, Marquesa de Santos e
famílias tradicionais, como
os Calfat e os Matarazzo. É
por isso que o local abre as
portas para visitação como
um atrativo cultural.
Visitas monitoradas
Aos corajosos é possível conhecer a história do
cemitério, as obras de
arte, pessoas e famílias
presentes no cemitério com
uma visita monitorada.
Por Ana Paula, Fábio,
Marcos, Rafael e Telma
Estudantes do 6º
Semestre do Curso de
Jornalismo
da Universidade Nove de
Julho (UNINOVE)
Campus Barra Funda
Serviço
Horário de funcionamento: 7h
às 19h
Endereço: Rua da Consolação,
1.660.
Telefone: (11) 32565919 ou 0800-109850
(agendamento de visitas
monitoradas).
Horário: de segunda a
sexta-feira, das 7h às 18h
(visitas monitoradas das 9h às
14h). Entrada gratuita.
12
O
artes e cultura
Bar d’Hotel: espetáculo com músicas dos
anos 1950, pela Cia das Artes.
Divulgação
espetáculo Bar D’Hotel
resgata o clima dos
anos 1950, periodo
conhecido como a “era de
ouro do rádio”, na cidade de
São Paulo. E o velho bar do
Hotel Cambridge, no centro
de São Paulo é o mote para
essa comédia musical, nova
montagem da Cia das Artes,
que entrou em cartaz desde
o dia 9 de maio. Com texto
de Ricardo Leitte e direção
de Jair Aguiar, o elenco é
formado por Sergio Carrera,
Wilma de Souza, Antônio
Netto e Cibele Troyano, além
de música executada ao vivo
em um piano.
Projetado pelo arquiteto
Francisco Bak e inaugurado
em 1951, o Hotel Cambridge
logo tornou-se um dos pontos mais chiques da cidade.
No bar do estabelecimento,
passaram
personalidades
como Dick Farney, Johnny
Alf, Zé Ketti, Claudete Soares, Alcione, além de Nat
King Colle, um dos maiores
nomes do jazz americano.
Na peça, uma réplica do
famoso bar reproduz a atmos-
fera das noites paulistanas
com ingredientes regados
de música, humor, dramas e
tragédias. A história remete à
época em que o velho centro
da capital paulista ainda era o
principal ponto de encontro
da nata da sociedade. Os atores trazem à tona o cotidiano
de um bar, o desenrolar de
um passado e o nascimento
de novas tramas costuradas
pela música brasileira, por
meio de personagens como o
boêmio, o garçom, a cantora
e a amante.
No roteiro musical,
canções como O Mundo é
um Moinho e As Rosas não
falam, de Cartola; Besame
Mutcho, de Consuelo Velazquez; Benzinho e Finalmente, de Ari Barroso; Luzes da
Ribalta, de João de Barro,
Charles Chaplin e Antônio
Almeida; Nada Além, de Mário Lago e Custódio Mesquita; Vingança, de Lupicínio
Rodrigues, além de sucessos
de Noel Rosa, João Donato e
Dalva de Oliveira.
“As composições foram
escolhidas para dialogar diretamente com a dramaturgia.
São letras que mostram o
ambiente e as figuras carac-
terísticas da vida noturna.
Em determinados momentos, o texto e as canções se
tornam um só na interpretação dos atores”, conta o diretor. O espetáculo teve sua
primeira versão no início dos
anos 2000, e trouxe uma importante contribuição para
a região central da cidade,
ao colaborar na valorização
do local e ao redor. A atual
montagem da Cia das Artes
traz os mesmos personagens, porém mais velhos,
amadurecidos e com novas
histórias.
“O musical coloca em
cena, de forma bem humorada, histórias envolvendo
traições, romances, discussões e dilemas. São personas
do ambiente pitoresco que
somente a noite proporciona.
A concepção de direção tem
um apanhado de inspirações
que vem da literatura, do
cinema noir, do cabaré, ou
seja, de experiências artísticas que já estão incorporadas
no nosso repertório”, enfatiza o diretor Jair Aguiar.
A arquitetura natural
do local coloca a plateia em
cena, como se fosse o público frequentador do bar. Já
na bilheteria, garçons recepcionam os convidados até a
mesa numa relação intimista.
Para recriar o ambiente da
década de 1950, o diretor
aproveita o clima de bar, um
cenário natural, com a mobília do antigo Bar d’Hotel
Cambridge, como mesas e
cadeiras, espelhos e outros
objetos de decoração. A iluminação é do próprio local,
manuseada pelos atores para
ambientar os convidados e
colocar o foco na cena. O figurino tem um conceito expressionista, meio nonsense,
com várias linhas de corte
que evidencia o conceito do
personagem.
O motivo da escolha
do Bar do Hotel Cambridge como o ponto de partida
para essa nova montagem é
a nostalgia. “Nossa primeira parceria foi um sucesso e
ajudamos a revitalizar aquela
área que estava degradada.
Nossa temporada trouxe consequências sociais, além de
culturais. Esse trabalho atual
é uma homenagem ao antigo
Hotel Cambridge, de uma
época, além de clássicos da
música brasileira”, finaliza o
diretor Jair Aguiar.
Completam a ficha técnica do espetáculo Marcio
Tadeu - figurinista/cenógrafo; Will Damas - iluminador;
Nana Danin - direção musical/preparação vocal; Adriana
Gerizani - coreógrafa/preparação corporal; produção - Cia.
das Artes; pianistas - Miro
Silveira e Andrey Ivanov.
Serviço:
Bar D’Hotel
Temporada: A partir de 9 de
maio
Espetáculos: Sextas e sab., às
21h; dom. às 19h
Classificação etária: 12 anos
Duração: 70 minutos
Ingressos: R$ 40 e R$ 20
(meia)
Rua João Adolfo, 118 Centro (próximo metrô
Anhangabaú)
Tel.:11 2639-3098
Capacidade: 266 lugares
Espetáculo Revolução das Galochas em ruas da Luz
evolução das Galochas é um espetáculo teatral itinerante que percorre as
ruas do bairro da Luz, na
região central. Trata-se
de uma ficção em que o
Coletivo de Galochas cria
o retrato de um Brasil no
futuro, exacerbado, mas
não tão distante. Quais as
possibilidades de existência de luta nesse universo? Nessa distopia épica,
os personagens buscam
novas formas de resistência e organização social.
Em criação desde fe-
Divulgação
R
SP - Maio de 2014
vereiro de 2013, Revolução
das Galochas teve como
ponto de partida a distopia
brasileira “Não Verás País
Nenhum”, de Ignácio Loyola Brandão e foi construído
em processo colaborativo,
estudos do tema e estudo
cênico do espaço, a fim de
encontrar uma trajetória
para o espetáculo pelas ruas
da Luz. O espetáculo conta
com uma pequena bateria
de escola de samba, a Batelochas, formada pelos próprios
integrantes do grupo, e permeia toda a encenação.
Tendo como ponto de
encontro o Monumento
Duque de Caxias, na Praça
Princesa Isabel,
Revolução das Galochas
mostra a trajetória de uma
estrutura social, regida pelo
consumo, trabalho e poder
sendo transformada pelas
ruas de São Paulo.
Contemplado pelo ProAC
Primeiras Obras de Teatro
(edição 2013), o espetáculo
tem a seguinte ficha técnica:
Daniel Lopes (direção), Raquel Morales (assistência de
direção), Jéssica Paes e Rafael
Presto (dramaturgia), Antonio Herci (sonoplastia), Isadora Giuntini (iluminação), Rodrigo Campos (operador de
luz), Raquel Morales (cenografia), Diego Henrique e Rafael Presto (figurinos) e Leila
Freire (contrarregragem). O
elenco está composto por:
Diego Henrique, Ighor Walace, Jéssica Paes, Mariana
Menezes, Mauro Cytrinowicz, Paloma Franca Amorim e
Rafael Presto.
Serviço:
Revolução das
Galochas
Temporada: 3 de maio a
1º de junho
Sessões: Sábados e
domingos às 20h
Local do início:
Pça Princesa Isabel
(Monumento a Duque de
Caxias)
Gênero: Distopia Épica
Duração: 75min
Obs.: em caso de
chuva não há
espetáculo.
artes e cultura
SP - Maio de 2014
A comédia Vidas Privadas, cumpre
temporada no Teatro Jaraguá.
C
om direção de José
Possi Neto e elenco
de primeira, formado por Lavínia Pannunzio
(Amanda Pryne), José Roberto Jardim (Elyot Chase),
Maria Helena Chira (Sybil
Chase) e Daniel Alvim (Victor Prynne), Vidas Privadas estreou dia 10 de
maio no Teatro Jaraguá para
cumprir temporada até 3 de
agosto. A produção, que é
de João Federici, da Ideias
e Ideais - detentora dos direitos da montagem no Brasil -, se serve da tradução
e adaptação de Marcos Renaux, figurinos de Fábio Namatame, cenários de Marco
Lima, luz de Wagner Freire
e caracterização Westerley
Dornelles.
O glamour do espetáculo é enfatizado pela trilha
sonora, com a música-tema
Some Day I’ll Find You composta para o espetáculo
pelo próprio autor -, pelo
cenário marmorizado, figurinos e cabelos, todos ao
estilo art deco, do início da
França dos anos 30. Afinal,
trata-se de uma comédia,
ambientada em Paris, sobre
a história de um casal divorciado há cinco anos, que,
ao se reencontrar durante
a lua de mel, com seus respectivos novos pares, vê o
amor renascer e resolvem
fugir para a “cidade luz”. O
fato desencadeia uma hilá-
Fotos: Francisco Alves
ria trajetória com diálogos
divertidíssimos.
Uma das histórias mais
contadas em vários idiomas, no Teatro, na TV e no
Cinema e que chega ao Brasil após 30 anos da famosa
montagem na Broadway
com Richard Burton e Elizabeth Taylor. Burton e Taylor,
estavam separados pela
segunda vez quando, em
1983, a atriz - então com
50 anos - lhe propôs que
fizessem uma peça juntos,
Private Lives, do dramaturgo inglês Noël Coward (16
de dezembro de 1899 - 26
março 1973). Após o termino da conturbada temporada na Broadway, Liz Taylor
internou-se numa clinica de
reabilitação e Burton morreu nove meses depois, aos
59 anos.
O charme da história
real, vivida por uma das duplas mais famosas do cinema, e que alimentou como
ninguém o noticiário sobre
a intimidade das celebrida-
des, poderá ser conferida
agora, três décadas depois.
Para Possi Neto, diretor
da peça, “não é só comédia, pois há uma discussão
moral por trás disso. Existe
a construção de um raciocínio nonsense. E de alguma
maneira ele prenuncia uma
linguagem que ficou muito
forte, que foi o besteirol.
Não um besteirol completo, algo com uma linguagem mais jovem, como as
séries de TV de hoje em
dia. Tem um paralelo com a
linguagem contemporânea.
Estamos falando dos anos
loucos, e de uma sociedade
que foi precursora em uma
série de atos mais libertários e de discussão moral,
e é disso que a peça trata.
Uma discussão de valores
morais criando situações
absurdas. O texto é muito
inteligente”.
A montagem
O produtor João Federici, que já conhecia o texto,
comprou os direitos para
montá-lo no Brasil após assistir uma montagem na
Broadway com Kim Cattrall
e Paul Gross, nos papéis
principais, há três anos, e
convidou José Possi Neto,
“parceiro de décadas”, para
dirigir. Marcos Renaux foi
logo de início parceiro na
tradução e adaptação dando
ao texto a contemporaneidade necessário sem perder
nenhum traço original do
autor.
Federici buscou além
do diretor e tradutor, profissionais que somassem ao
projeto a ideia de manter o
texto o mais original possível e com a ação na década
original já que o texto de
Coward é de uma “atualidade assustadora”. Possi Neto
aposta numa encenação realista. “A montagem é fiel
aos anos 1930, mas vamos
trazer a interpretação dos
atores para os dias atuais.
Porque o hoje daquela época é o agora. O texto é muito elaborado, e ao mesmo
tempo super compreensível
para o público. Por trás do
texto tem algo de nonsense,
mas com uma estrutura realista”, comenta o diretor.
O cenário de Marco
Lima é todo marmorizado,
ao estilo art deco, reproduz
as duas suítes com sacadas
de um hotel, no primeiro
ato, e a sala de um apartamento, em Paris, no segundo. A transição é feita por
contra-regras vestidos como
bell boys (mensageiros). Os
figurinos de Fábio Namatame são luxuosos e compõem
a atmosfera dos anos 30.
Serviço:
Espetáculo teatral
Temporada: 10 de maio a 3
de agosto
Sessões: Sextas às 21h30,
sáb.às 21h e dom. às 19h
Classificação indicativa: 14
anos
Teatro Jaraguá
Rua Martins Fontes, 71,
Bela Vista
Fone: 11 3255-4380
Capacidade: 266 lugares
Ingressos: Sextas e dom. R$
50 (R$ 25 meia)
e sáb. R$ 60 (R$ 30 meia)
Sonhos
13
Zugon Villar
Tristeza, Eletricidade e Sonhos.
A
felicidade e a tristeza são bases padrões para nossos sentimentos e reconhecimentos.
Quem não passa por experiências
dolorosas e felizes não consegue reconhecer estes padrões de
qualidade, que dão ao intelecto a
percepção e o grau das sensações.
Vivemos com base em contrastes
e analogias, por isto nunca estamos completamente contentes
e satisfeitos. A tristeza enquanto
emoção deve ser entendida como
um padrão vibratório dissonante,
mas como experiência, cada ser
humano a vivencia de forma diferente como a infinita multiplicidade das nossas auras.
Em um sistema de eletricidade, a energia sai do gerador
passa por uma resistência ou uma
lâmpada, e volta para o gerador
fechando o círculo. Quando não
há dispersão neste circuito, a energia volta ao gerador trazendo além
da corrente de saída, a tensão adquirida neste intervalo de tempo-espaço, fechando este círculo com
aumento violentíssimo da tensão
original, o que exige uma urgente
descarga para aliviar aquela energia
adquirida indevidamente. Em alguns momentos de
nossas vidas, direcionamos tanta
energia para nós mesmos, e nos
isolamos do universo de tal maneira que a corrente elétrica fica
totalmente livre, levando esta força
gerada pelo sistema a um aumento
explosivo, que, por sua vez, gera
enorme tristeza em nossas mentes.
Os métodos de correção são
quase sempre os mesmos: promover curtos circuitos no sistema, ou
seja, canalizar a energia excedente
para atividades exigentes, como
por exemplo: ajudar presencialmente em um pronto socorro ou
competir esportivamente; porque
assim como mexer com fios elétricos é perigoso ou complicado, para
a maioria de nós, também não é
muito simples trabalhar com nossas próprias emoções. Assim, para
compensar os desníveis, a natureza nos oferece o sonho como um
grande e monumental elixir das
nossas interioridades não regularmente aplicadas.
Neste mês recebemos sonhos
com os mais diversos níveis de
arquétipos e estágios, os quais já
respondemos individualmente, mas
este tem um significado arrebatador: o sonhante é o doutor Horácio,
que, entre outras atividades, é professor de Química. Estava sentado
em uma cadeira de pedra, absorto,
melancólico e quase letárgico, no
cume de uma montanha, em um
país longínquo, quando chegou
uma mocinha dizendo que era sua
bisavó materna e que veio ao seu
sonho porque precisava avisá-lo de
um acontecimento futuro, o qual
traria muitas alegrias para seus vizinhos. Assustado com o acontecimento inesperado, ele sugere a si
mesmo que poderia ser um sonho
e pede que ela diga o que poderia
fazer para isto se realizar, ela ergue
os braços gesticulando e declama
este versinho: No mundo do Deus
Jeová / sempre tem quem não entende / Mas nas folhas da orquídea,
encontrarás tua semente. Depois,
ela beijou sua face, passou a mão
em sua cabeça, e sorrindo foi desaparecendo.
Aqui, conto ao leitor somente
a tradução do sonho, os detalhes
contei ao dr. Horácio, via e-mail.
Este mesmo tipo de sonho foi
recebido por Darwin, Alexandre
Volta, Faraday e por Mendelev, um
pouco antes de se tornarem fantásticos seres iluminados. Pode até não
acontecer, mas todos os relatos que
li e que ouvi dão conta que todos
que tiveram este sonho mudaram
o mundo de alguma forma. E você,
está fazendo alguma coisa para ficar
na historia do planeta?
A Kátia, que é mestra em
bordados, nos contou que em
seu sonho, ela dançava como uma
bailarina, conseguia saltar como
fosse uma bola e voava como um
pássaro, mas, o tempo todo sentia
uma tristeza intensa como se o
mundo inteiro fosse uma gaiola, e
sem a menor perspectiva de mudança. Oi Kátia, voar, despregar-se da gravidade, é como soltar-se
dos problemas acumulados no dia
a dia, gaiola, embora não pareça,
significa encontro com uma antiga
paixão e tristeza indica que você
vai receber noticias agradáveis de
uma fonte indireta.
Preste atenção nesta estrofe
e decida seu caminho: “Passarinho
que voa alto, tem pressa para voltar
/ e incautos que não são monges,
no caminho vão penar”.
Convite para o leitor: se você
quiser fazer uma palestra sobre
qualquer assunto que te interesse,
apareça à Rua Alferes Magalhães,
347, fale com o Hugo que ele te
dará toda assistência. Ou venha
participar conosco, às terças-feiras,
às 20 horas, de uma inteligente e
sempre bem-humorada conversa
entre amigos.
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artes e cultura
SP - Maio de 2014
Jaime Prades revisita a energia da rua em Pacificadores na Galeria Mezanino
É sua primeira individual no espaço do jornalista Renato De Cara
P“
Pacificadores” é o título
da exposição do artista
plástico Jaime Prades,
que poderá ser visitada de 17
de maio a 21 de junho, na Galeria Mezanino, no bairro Liberdade. Trata-se da primeira
mostra individual do artista na
galeria e revela 25 obras inéditas (esculturas planas para
parede, como o artista gosta
de dizer) e também trabalhos
da série ‘Brutos”.
Tendo como mote a renovação do suporte e tornar a
arte mais materializável, Prades - um verdadeiro ícone da
arte de rua dos anos 80, traz
para a galeria 25 esculturas
carregadas pela imagem de
seus personagens, construídos a partir de desenhos e
que resultam em combinação
de técnicas industriais (como
chapas de metal cortadas a laser que recebem pintura eletrostática e também o grafite).
E
Jaime Prades
Na parede, funcionam
como elementos de uma partitura musical e trazem consigo uma noção de espaço,
assim como a herança do grafite. O texto crítico da mostra
ficar por conta do curador e
pesquisador Saulo di Tarso.
“Para mim, eles são quase como logotipos. Dialogam
perfeitamente com o abstracionismo e neoconcretismo
brasileiro”, diz Prades no seu
amplo ateliê no Sumaré. Como complemento da
exposição, ele apresenta também algumas obras da série
‘Brutos” - restos de construção e demolição coletados em
caçambas da capital paulistana
que recebem desenhos feitos
a caneta usada amplamente
por grafiteiros. Como se fosse
um desenho rupestre contemporâneo, o artista denomina
as obras, realizadas entre
2011/2013, como ‘grafites
portáteis’. Sobre Jaime Prades
Nasceu em 1958, em Madri (Espanha), vive no Brasil
desde 1970 e trabalha em São
Paulo desde 1975. Participou
do primeiro coletivo de rua
“Mãe Universo”
na praça Amadeo
Amaral, Bela Vista,
Intervenção pictográfica “Mantra
Dinamus Estelar”
no Parque do Ibirapuera, Esculturas “Radiantes” na
Escola Panamericana de Arte de
Higienópolis)
do Brasil, o Tupinãodá, nome
extraído de um poema de
Antonio Robert de Moraes, e
de inúmeras coletivas, em espaços como o MIS-SP, SESC,
19º Bienal de São Paulo e no
Museu de Arte Brasileira. Realizou individuais no Museu de
Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - MASP, Centro
Cultural São Paulo (CCSP), na
passagem sob a rua da Consolação e na Galeria A Lanterna
e na exposição ‘OSSO’ no
Espaço Cultural Instituto Cervantes, em 2013.
Tem obras em acervos
como o Museu de Arte Contemporânea de Santa Catarina, Museu da Arte do Paraná,
Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba, Escritório
de Arte Martin Wurzmann,
SESC/SP e na Plaza Gallery
(Tóquio, Japão). Também, em
exposição permanente em
diferentes localidades na cidade de São Paulo (Escultura
Serviço:
Mostra “Pacificadores”, de
Jaime Prades
De 17 de maio a 21/06/2014
(terça a sexta, 14h às 20h e
sáb, 11h às 18h)
Galeria Mezanino
Rua da Glória, 279 - Cj 61 Liberdade
Tel: 11 3436-6306
Entrada franca
www.galeriamezanino.
com Cartuns do mundo inteiro, em homenagem a
Garcia Márquez no Memorial da América Latina.
xatamente um
mês depois
da morte do
escritor Gabriel
Garcia Márquez ,
ganhador do Nobel
de Liberatura de 1972,
o Memorial da América
Latina e a Associação
dos Cartunistas
do Brasil abrem,
neste 17 de maio
(sábado), a exposição Borbo
Letras para homenagea-lo.
A mostra, será realizada
no saguão da Biblioteca
Latino-Americana do Memorial.
O título da exposição
Ernesto priego
foi inspirado em Maurício
Babilônia, personagem do livro Cem Anos de Solidão,
o mais conhecido de Garcia
Márquez. “Ele vivia sempre
envolto em uma nuvem de
borboletas amarelas”, lembra JAL, presidente da Associação dos Cartunistas do
Brasil e organizador da mostra, em parceria com o espanhol Francisco Punal. Trata-se da primeira homenagem
de cunho internacional que
será prestada em São Paulo
ao escritor colombiano, que
por várias ocasiões colaborou com textos e artigos
para a Revista Nossa América, publicação do Memorial
da América Latina.
Os expositores - Estão
confirmados cartunistas de
vários países e continentes, como Baptistão (SP),
Fernandes (SP), Daniel Paz
(Argentina), Boligan (Colômbia), Dario Castillejos (México), Jbosco (PA), Calarcá
(Colômbia), Mikio (Japão),
Raul De La Nuez (USA),
Éden (Uruguai), Cau Gomes
(MG), Samuca (PE), Amorim (RJ), Túrcios (Espanha).
“Será uma exposição imperdível para todos que curtem
a arte da literatura e a arte
do desenho. Dois mundos
que se fundem nos livros e
invadem a vida das pessoas”,
informa JAL.
Antecipando Borbo Letras, desde o dia 6 deste
mês o ILAM mantém a exposição - Gabo, eterno em
sua literatura -, com vários
títulos dos livros
do escritor que
fazem parte do
acervo da Biblioteca Latino-Americana. Serviço:
Exposição Borbo
Letras
Homenagem a Gabriel
García Marquez
Biblioteca do Memorial
16 de maio a 21 de junho
(Seg. a sex., 10h às 17h,
sab. das 10 às 17h
Entrada franca
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