O que contêm nesse guia?
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O que contêm nesse guia?
O que contêm nesse guia? Conteúdo Por que uma Semana de Ação? Comércio, agricultura e alimento - qual é o problema? O que eu e a minha igreja podemos fazer? Comércio global de alimentos: um péssimo negócio para os pobres Algumas definições Como a liberalização do comércio afeta as economias pobres? Rompendo os mitos Histórias reais O direito à alimentação Quem precisa ser mudado? O que precisa ser mudado? Sugestões para ações Dicas para fazer lobby Trabalhando com os meios de comunicação Preparando um serviço litúrgico Idéias para o sermão Liturgia para justiça no Comércio Mais informações 1 2 3 4 5 6 7 8 10 11 12 13 16 17 18 19 20 24 O que contêm nesse guia? Esse guia de ação apresenta o propósito e as metas, assim como planos, para uma Semana de Ação sobre o Comércio. Ele aborda um tópico específico sobre o comércio, o qual você poderia escolher para fazer uma campanha, explorando as relações entre comércio, agricultura, alimentação e direitos humanos. Ele considera que a Bíblia tem algo a dizer sobre comércio e alimentação, e conta histórias reais de pessoas atingidas pelas políticas de livre comércio. O guia ainda oferece dicas de como fazer lobby, bem como algumas idéias para ações específicas. Ele dá sugestões de como realizar alianças com outros grupos, influenciar os responsáveis pelas decisões, e de trabalhar com os meios de comunicação. Independentemente do que você já sabe (ou não sabe) sobre o comércio, se você faz lobby sobre o comércio de alimentos ou sobre outras questões relacionadas ao comércio, e independentemente das experiências que você já tenha tido nesta área, esse guia está desenhado para ajudá-lo/la a desempenhar o seu papel – com outras pessoas nas paróquias e congregações, grupos da comunidade, sindicatos, organizações não governamentais (ONGs), movimentos populares, coalizões nacionais e redes internacionais. res, eles me b o p s o a a ue omid “Se eu dou c nto. Se eu pergunto porq sa chamam de têm comida, eles me ão os pobres n munista.” Brasileiro - Arcebispo o c e d der Câmara él m H a . D m a ch Por que? Por que tomar medidas sobre o comércio e o direito à alimentação? Você come todo dia? A comida é suficiente? Ela é saudável? Se você responder sim a todas as três perguntas acima, você é um dos felizardos. Se a sua resposta a alguma delas for não, então você é um dos 854 milhões de pessoas no mundo todo que passam fome. Isto é mais do que uma em cada dez pessoas. Nos países em desenvolvimento esta proporção aumenta para uma em cada seis, e na África sub-Saara, uma em cada três. Esta situação está ficando pior, não melhor. Ainda há muita comida produzida no mundo suficiente para alimentar a todos. Um décimo da população mundial está faminta, não porque o planeta não possa sustentar a todos, mas por causa dos sistemas e estruturas que criamos em torno das formas de como produzimos, vendemos, compramos e repartimos os alimentos. A boa notícia é que essas são coisas que podemos mudar. O comércio é um dos elementos-chave na complexa rede de estruturas que determinam se uma pessoa tem ou não o suficiente para comer. Todo mundo tem direito à alimentação, o qual é internacionalmente aceito, um direito portanto, que está sendo violado para milhões de pessoas. Esta é uma realidade ultrajante hoje em dia, mas se agirmos juntos podemos transformar o nosso mundo. Como Cristãos e como membros de comunidades de fé, somos compelidos à ação pela compreensão de justiça, tanto do Velho como do Novo Testamento, de colocarse ao lado dos pobres e oprimidos. Somos motivados a lutar por justiça, cada um desde o seu próprio lugar e de acordo com os seus próprios dons. Somos chamados à luta para fazer do comércio um meio para comparti-lhar a generosidade da terra e os frutos do trabalho humano, e assegurar que o direito das pessoas à alimentação seja totalmente respeitado. A Semana de Ação sobre o Comércio é uma oportunidade de dizer ao mundo que o livre comércio forçado está impondo a miséria a milhões de pessoas pobres, e de que há alternativas para reverter esta situação. O que é a Semana de Ação sobre o Comércio? Em Abril de 2005 diversas igrejas se uniram à outros grupos da sociedade civil para uma Semana de Ação Global pedindo por justiça no comércio. Foi uma semana que juntou as vozes de 10 milhões de pessoas em 80 países de todo o mundo, e foi o primeiro grande evento de clamor global para fazer da pobreza história. Em Outubro de 2007, igrejas continuaram o trabalho da semana de 2005. Milhares de eventos pelo mundo realizaram-se entre dia 14 a 21 de Outubro, desde feiras locais em Bogotá a abaixoassinados em Washington, D.C., greves de fome na India e demonstrações nas Philippinas. Voçê pode realizar uma Semana de Acção sobre o Comércio na sua communidade e país como um momento curcial para apelar às relações comercias justas. Voçê pode escolher os assuntos e acções que fazem mais sentido no seu contexto, sabendo que está ligado(a) a milhares de pessoas, igrejas, e communidades espalhadas pelo mundo num movimento apelando à mudança. Em anos passados, a semana ocurreu em Outubro, incorporando o Dia Mundial da Alimentação (16 de Outubro), focando em temas como agricultura, fome, e direitos humanos. Mas voçê pode focar noutros assuntos e realizar a semana numa altura em que acha que pode ter mais impacto. Agir para promover relações commercias justas é o passo mais importante – de jejum e ágape, marchas e tribunais de fome, teatros de rua e serviços religiosos, exibições e abaixo assinados – há muitas mais maneiras creativas de fazer com que a nossa mensagem seja vista e ouvida. A Paul Jeffrey/EA 1 O Problema Comércio, agricultura e alimento – Qual é o problema? Desde os anos 1980, os países ricos e as instituições controladas por eles – o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial (BM) e a Organização Mundial do Comércio (OMC) – estiveram forçando os países pobres a implementar políticas e a assinar acordos que lhes fazem mais mal do que bem. A Paul Jeffrey/EA A crise da dívida externa levou muitos países pobres à programas de ajuste estruturais como uma condição para receber ajuda do FMI e do Banco Mundial. Estes programas, sob vários nomes, contêm políticas que obrigam países vulneráveis a expor os seus agricultores à competição com grandes corporações de agricultura subsidiadas. Através de persuasão, ameaças, pressões e condições vinculadas a empréstimos e ajudas, os países pobres foram forçados a: abrir os seus mercados a exportações subsidiadas dos países ricos; deixar de priorizar produtores locais; • • •redirecionar esforços de desenvolvimento para longe dos mercados de alimentos locais; e •privatizar serviços essenciais. Esta tendência continuou no Acordo da OMC sobre Agricultura, bem como através de acordos regionais e bilaterais como o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (ALCAN) e o Acordo de Livre Comércio da América Central e República Dominicana (ALCAM-RD). Esta tendência não mostra nenhum sinal de enfraquecimento nas negociações comerciais atuais, tais como os Acordos de Parceria Econômica (APEs) entre a União Européia e 76 países africanos, caribenhos e do Pacífico. O comércio pode oferecer grandes benefícios e oportunidades. Mas o problema é que todas as condições para redução da dívida externa e de acordos comerciais estão dirigidos somente para aumento do total do comércio na agricultura, e não para a melhoria dos meios de vida e bem-estar dos agricultores e de outros produtores agrícolas. A teoria que o Banco Mundial, o FMI e a OMC propõem é que o aumento do comércio igualará automaticamente o bem estar. Esta equação nunca funcionou na prática. s Generais o e is e R s o o ã “Não s mas sim as , ia r ó t is h a m que faze .” ssas populaNerelsosn Mandela,l-alídfriercaannoti-apartheid e a m su ex-presidente A Bíblia diz... Na oração do Pai Nosso pedimos: “o pão nosso de cada dia nos dai hoje.” Como Martin Lutero explicou no século 17, “Quando você pede o seu ‘pão de cada dia’, você pede tudo o que é necessário para ter e desfrutar do pão de cada dia e, ao contrário, [proteção] contra tudo o que interfere para o seu desfrute.” Depois de citar vários fatores que impedem as pessoas de ter acesso aos alimentos que elas precisam para viver, Lutero conclui: “quantos problemas existem no mundo hoje … por causa da exploração diária … por parte daqueles que arrojadamente oprimem os pobres e os privam do seu pão de cada dia!” Lutero oferece uma base teológica clara para o direito à alimentação a todos, bem como um mandato para fazer lobby para mudar aquelas políticas de comércio e outras políticas que impedem as pessoas de cultivar e vender os alimentos que eles necessitam para sobreviver. 2 O Que O que eu e a minha igreja podemos fazer? Podemos de fato mudar algo? Nossas vozes serão ouvidas se clamarmos por justiça no comércio? A resposta é sim. Já fizemos isso antes – nas campanhas contra a escravidão e pelos direitos das mulheres, no Movimento de Independência do indiano Gandhi, no movimento pelos direitos civis nos EUA, e no movimento mundial anti-apartheid, nas campanhas para eliminar minas terrestres e para cancelar a dívida externa, e o recente giro na consciência internacional sobre mudança climática. De tempo em tempo, as pessoas normais que empreenderam ações conjuntas foram capazes de mudar o mundo. Em todo o mundo o movimento para justiça no comércio é forte. Mesmo as pequenas ações, como fazer um abaixo-assinado, podem fazer uma enorme diferença à forma em que o comércio atinge as nossas vidas. Juntos temos o poder para realizar mudanças enormes. Devemos recusar estar de acordo com um mundo de pobreza e de fome. Omar Fe rnandez Obregó n A primeira coisa a fazer é organizar um grupo em sua igreja para pensar as formas de engajamento. Possivelmente já exista um grupo ou talvez você precise organizar um. Fale com o seu pastor ou sacerdote sobre o grupo e também sobre a possibilidade de realizar um serviço religioso no começo ou no fim da semana de ação. Elementos a ser considerados •Como conseguir a cobertura de imprensa para as Maike Gorsboth Como a minha igreja pode se engajar nessa ação? •Use ou adapte o serviço de culto desse guia na sua igreja no começo ou no fim da semana da ação •Faça jejum durante um dia e quebre o seu jejum com uma refeição fraternal de produtos do comércio justo e de alimentos produzidos localmente. Esta pode ser uma ação conjunta sobre dívida externa e comércio Realize um jogo de futebol “injusto”, representando as relações de comércio Organize um abaixo-assinado, reunindo assinaturas em pratos de papel • • Para maiores informações sobre essas idéias veja as páginas 13 a 15. suas ações? (ver dicas de como trabalhar com os meios de comunicação na página 17) Existem formas de envolver celebridades locais? Você pode envolver mais igrejas e outros grupos? (ver dicas para trabalhar com outros grupos na página 15) • • Algumas idéias úteis para convencer a sua igreja a engajar-se •Conte-lhes histórias sobre a vida real de pessoas atingidas pelo comércio. Há algumas nas páginas 8 e 9. Faça relação com a Bíblia. Busque por textos neste guia sobre o que “na Bíblia diz …”, assim também o que não diz. • ento e v e u e s o re t is Reg ros estão veja o que ouot em fazend ek.org e w e d a r .t w w w 3 I ComErcio Comércio global de alimentos: um péssimo negócio para os pobres Como o mundo está ficando mais rico, os pobres também deveriam. Mas eles não estão! Desde os anos 80, o foco sobre a agricultura de exportação e a abertura de mercados aumentou as margens de lucro das grandes corporações, supermercados, companhias de transportes e agencias de propaganda, assim como ajudou os agro-negócios a consolidar o seu controle sobre a cadeia de produção. Ao mesmo tempo, milhões de pequenos agricultores ficaram cada vez mais desprovidos e empobrecidos. Como as fronteiras se abriram, os preços pagos aos pequenos produtores caíram e os rendimentos reais diminuíram. Com grandes corporações no controle das operações, os pequenos agricultores são incapazes de obter preços justos e estáveis para os seus produtos. Muitos já não são capazes de alimentar as suas famílias, muito menos produzir excedentes Paul Jeffrey para a venda. /EAA O atual mercado global trabalha só para alguns poucos. O modelo não trabalha para a maioria pobre rural no Sul. O que comércio internacional significa para os agricultores A maior parte dos agricultores no mundo não produzem safras para exportação - 90% da produção agrícola é, em realidade, vendida em mercados locais e domésticos. Mesmo assim, todos os agricultores estão sendo forçados a viver segundo as regras que são desenhadas para ajudar aqueles que produzem 10% da produção agrícola, a qual é vendida internacionalmente. O mercado internacional de produtos agrícolas é dominado por algumas corporações transnacionais gigantescas (CTNs) que manejam o poder maciço e controlam os preços de mercado. Também dominando setores individuais, as CTNs muitas vezes estão inte- 4 gradas entre setores, para que um grupo de companhias possa comprar, processar, manufaturar e vender os alimentos sem competição dentro da cadeia. Essas companhias de agro-negócios usam o seu poder para manter os preços baixo dos produtos agrícolas que eles compram dos agricultores. Ao mesmo tempo, os preços dos insumos continuam aumentando, tal como o fertilizante e as sementes que os agro-negócios vendem aos agricultores. O comércio internacional é cruPaul Je ffrey/EA A cial, porém, somente para alguns agricultores em países em desenvolvimento. As colheitas como chá, café, açúcar e cacau sempre foram cultivadas para exportação. Mas os preços que esses produtos obtêm no mercado internacional caíram na era da liberalização comercial. O mercado internacional desses produtos eram acostumados a ser regulados por “acordos de preços de commodity”, os quais controlavam a oferta para estabilizar os preços. Mas com a liberalização comercial, esses acordos caíram. Os preços pagos a agricultores locais de café, cacau, arroz, óleo de palma e açúcar caíram pela metade durante as duas últimas décadas. Duplamente discriminada Em todo o mundo, as mulheres ainda têm a responsabilidade principal de cuidar de seus lares. Elas estão na linha de frente na tentativa de alimentar as suas famílias. Elas também desempenham um papel fundamental na agricultura familiar. As mulheres produzem entre 60 a 80 % dos alimentos na maioria dos países em desenvolvimento, e são responsáveis pela metade da produção mundial de alimentos. Apesar disto, o seu papel fundamental muitas vezes não é reconhecido. A maioria das sociedades ainda negam às mulheres o acesso igualitário a recursos produtivos, como a terra e o crédito, os quais são necessários para alguém que espera competir num mercado agrícola liberalizado. Como trabalhadoras rurais as mulheres muitas vezes sofrem de discriminação, inclusive com salários menores e menos segurança de emprego do que trabalhadores rurais homens. Aprender Algumas definições O que é livre comércio e liberalização do comércio? Livre comércio é o comércio interno e entre países que está livre da intervenção do governo – nenhum incentivo aos produtores e nenhum limite para o comércio. A liberalização do comércio é o processo para chegar-se ao livre comércio. As pessoas a favor do livre comércio argumentam que este tipo de comércio é a melhor forma para permitir que os mercados cresçam, e assim possibilite o caminho para que os países pobres saiam da pobreza. Mesmo na teoria, este argumento não se sustenta porque o conceito de livre comércio somente trabalha para o comércio entre jogadores iguais, onde ninguém tem o controle do sistema. Esta é apenas uma descrição exata do nosso mundo, com o seu desequilíbrio de poder maciço baseado em fatores como a história, o controle da terra e o poderio militar. Na prática, a retórica dos países ricos sobre a liberalização do comércio foi uma fraude. Enquanto eles impuseram o livre comércio aos países pobres, eles mesmos nunca o aplicaram quando as regras não os favoreciam. Em vez disso, eles intervieram em seus mercados internos, forneceram subsídios e ofereceram proteção aos seus próprios produtores. O livre comércio foi um instrumento que os países ricos usaram para promover os seus próprios interesses – para tornar-se mais ricos e permitir que corporações acessassem novos mercados. O que é fome? ‘Fome’ é uma palavra utilizada casualmente, muitas vezes somente quando é hora da refeição. Não devemos esquecer a família que se senta na hora da sua refeição sabendo que não haverá suficiente comida para todos, sabendo que eles não têm meios de prover mais comida, sabendo que eles se levantarão da mesa ainda com fome. Neste guia, ‘fome’ é usada segundo a definição da ONU para pessoas que estão “cronicamente subnutrida”. Estas pessoas são incapazes de ter acesso a suficiente comida, segura e nutritiva durante períodos longos, de modo que a fome se torna a sua condição normal. Quando isto acontece, as pessoas têm menos para comer do que seria necessário para manter o peso de seus corpos e mesmo para realizar atividades leves. Conseqüentemente, a fome as matará. fome em conseqüência de catástrofes naturais ou guerras como “agudamente”, e não “cronicamente”, subnutridas. Portanto, quando a ONU diz que uma em cada dez pessoas no mundo está com fome, estes dados não incluem as crises de curto prazo. A ONU se refere somente a fome que é resultado da injustiça sustentada em sistemas sociais. Então, há toda aquela gente que não está suficientemente faminta para ser considerada cronicamente subnutrida, mas cujo direito à alimentação ainda está sendo violado. O que é justiça no comércio? A justiça no comércio é o reconhecimento ao direito que os agricultores têm de alimentar as suas famílias e de enviar as suas crianças à escola. Trata-se de permitir que indústrias domésticas se desenvolvam; trata-se de acesso a serviços essenciais como água e serviços de saúde, trata-se do direito a salários justos e trabalho digno. É a melhor oportunidade que os países pobres têm para sair da pobreza. A justiça no comércio está centrada nas pessoas, respeita os direitos humanos, e garante segurança alimentar, meios de vida e desenvolvimento sustentável para toda a sociedade. Ela reconhece o direito de todas as pessoas de decidir quanto ao seu próprio futuro, e de todos os governos de determinar a sua própria política econômica e comercial. A justiça no comércio pede mudanças básicas nas regras que governam o comércio internacional. Ela requer que os governos dos país ricos e as instituições como a OMC, FMI e Banco Mundial deixem de impor a liberalização e livre comércio sobre os países pobres. A Bíblia diz... O profeta Ezequiel nos diz que a cidade florescente de Tiro incorreu a ira de Deus porque as pessoas comercializavam de um modo opressivo e explorador: “pela abundância do teu comércio o teu coração se encheu de violência, e pecaste.” (Ezequiel 28:16) A profecia de Isaías sobre a cidade de Tiro, contudo, visualiza um tempo quando a prosperidade considerável da cidade será redistribuída: “a sua mercadoria e os seus salários serão dedicados ao Senhor; os seus lucros não serão guardados ou acumulados, mas a sua mercadoria fornecerá comida abundante e roupas esplêndidas para aqueles que vivem na presença do Senhor.” (Isaías 23:18) A ONU descreve aquelas pessoas que estão com 5 Impacto Como a liberalização do comércio afeta as economia pobres? Dumping: As nações ricas dão enormes subsídios aos seus agricultores, normalmente grandes agro-negócios que implicitamente estimulam a superprodução. O excedente de mercadorias é então vendido mais barato do que o custo de produção em outras partes do mundo, às vezes somente para entrar em um país e destruir o mercado local. Isto leva para baixo os preços das mercadorias no mercado mundial – um pesadelo para exportadores pobres. E a inundação de importações baratas significa que os pequenos agricultores não serão capazes de competir em seus mercados locais, ou alimentar as suas próprias famílias. O poder concentrado nas mãos de poucos: Alguns grandes compradores – grandes agro-negócios – dominam mercados mundiais e, diretamente ou indiretamente, milhões de pequenos produtores que não têm nenhum poder no mercado. Três corporações, Cargill, ADM e Zen Noh, controlam 81% de todas as exportações de grãos no mundo. A mesma concentração do poder se aplica aos insumos que os agricultores precisam comprar, como sementes, pesticidas, fertilizantes e água. Duas corporações, DuPont e Monsanto, dominam o mercado mundial de sementes de milho e de soja. Políticas que protegem a apoiam a justiça no comércio: Como os países mais ricos do mundo sabem individualmente muito bem, o apoio governamental pode ser essencial para novas indústrias ou para aquelas que estão enfrentando problemas, bem como para produtores primários. Esta ajuda pode tomar várias formas, incluído: limitação da competição injusta ao reduzir as importações mais baratas, e requerer que as companhias comprem produtos locais em vez de importados; prioridade aos mercados locais ao prover aos pequenos agricultores o apoio que eles necessitam, por exemplo: crédito preferencial ou incentivos fiscais; garantindo que os investimentos de negócios beneficiem as pessoas mais pobre, através da regulação das atividades de grandes companhias trans-nacionais • Perda dos meios de sustento: A retirada de apoio e proteção do governo, associado com os preços crescentes de insumos, leva muitos agricultores pobres a endividar-se e conseqüentemente a abandonar as suas colheitas. Eventualmente, eles podem perder a sua terra, juntando-se então ao exército de trabalhadores diários sem terra ou migrando às cidades à procura de empregos. Fome crescente: A fome está crescendo novamente, segundo a Organização de Agricultura e Alimentos da ONU (FAO). Depois de cair durante a primeira metade dos anos 1990, o número de pessoas com fome em países em desenvolvimento aumentou em 18 milhões na segunda metade da década. Em 2007, 854 milhões de pessoas estiveram famintas. Oitenta por cento dessas pessoas vivem em áreas rurais, e metade delas são pequenos agricultores familiares. Destruição ambiental: A produção agrícola de larga escala para exportação está muitas vezes baseada no uso destrutivo dos recursos naturais e sistemas ambientais. Os impactos incluem o desflorestamento, o cultivo não sustentável de ladeiras e a vasta exploração de áreas de terra secas, levando a irregularidade nos padrões de chuva e intensificando os períodos de enchentes e ciclos de seca. • • Armin 6 Paasc h /EAA Mitos Comércio, Agricultura e Alimento: Alguns mitos comuns A crença de que o livre comércio e a liberalização sempre trarão prosperidade para todos é normalmente aceitada. Vamos ver alguns “mitos” que reforçam esta crença. Crescimento econômico automaticamente significa crescimento para todos; os benefícios “gotejam” ao pobre. Não é bem assim! O impacto do crescimento econômico sobre o rendimento financeiro dos pobres é geralmente marginal. Aonde 100 dólares de crescimento entram na economia global atual? Os 20% mais ricos obtêm mais de 83 dólares, e os 20% mais pobres vêem menos de 1.40 dólares dele. A fome e a subnutrição podem em realidade aumentar devido ao crescimento econômico se as pessoas pobres perderem o acesso à sua terra e a outros recursos que elas precisam para plantar os seus próprios alimentos. O crescimento mal administrado pode também esgotar os recursos não renováveis e danificar o equilíbrio frágil de um ecossistema. O crescimento econômico precisa ser parte de uma política de desenvolvimento coerente que vise as pessoas pobres. Países em desenvolvimento necessitam acessar os mercados do Norte para vender alimentos. Em realidade, 90% dos produtos agrícolas são destinados para mercados locais e nacionais. O mercado internacional de alimentos é altamente competitivo, com altos padrões de embalagem e controle de qualidade, e já está saturado. Só alguns poucos agricultores industrializados das “potências médias” emergentes, como o Brasil, têm qualquer possibilidade de entrar neste mercado. A vasta maioria de agricultores em países em desenvolvimento não tem nada a ganhar dos mercados abertos. Na verdade, eles têm muito a perder quando o alimento subsidiado dos países ricos invade os seus países, empurrando-lhes para fora dos seus mercados locais. Os agricultores pobres precisam ter acesso a mercados locais muito mais do que acesso a mercados do Norte. A liberalização do comércio é o caminho para o desenvolvimento. Não é verdade! De fato, nenhum país do mundo jamais se desenvolveu economicamente sozinho através da liberalização do comércio. Os países que hoje são ricos ofereceram proteção e ajuda aos seus produtores e comerciantes vulneráveis quando eles começavam a cultivar, e continuam fazendo isso ainda hoje. De fato, muitas economias prósperas de hoje usam uma abordagem de “mistura e combinação”, isto é, eles pressionam para abrir aqueles setores onde são fortes, enquanto continuam protegendo aqueles aonde não são. Se todo mundo liberalizar e começar a jogar de acordo com as regras da OMC, então os produtores em países ricos e pobres poderão “jogar sob as mesmas regras e condições”. Na verdade, quando os países começam com diferenças gritantes enquanto a poder, níveis tecnológicos, trabalho especializado, economias de escala, inteligência de mercado e infra-estrutura, então a liberalização forçada coloca os países pobres no campo de jogo desigual e injusto atual. Uma abordagem multilateral ao comércio pode ter muito mais a oferecer, mas as atuais regras da OMC apenas impõe o comércio livre como uma camisa-de-força à política comercial dos países. Em vez de ter o espaço para decidir sobre a sua própria política de desenvolvimento e apoiá-los através do comércio na forma de “mistura e combinação”, como as economias prósperas fizeram, os países pobres só podem fazer uma coisa – liberalizar e abrir os seus mercados. As regras da OMC também evoluíram para ser muito mais resistentes aos tipos de proteção que os países pobre utilizam, como tarifas, do que aquelas utilizadas pelos países ricos, como subsídios. Preço baixo de alimentos é bom para todo mundo. Não necessariamente. Em torno de 70 por cento dos 1.3 bilhões de pessoas que vivem com menos de 1 dólar ao dia dependem da agricultura para seu alimento e sustento. Quando as importações de alimentos baratos inundam os mercados dos países pobres e competem com mercadorias produzidas localmente, os pobres perdem o rendimento que eles precisam para comprar comida e muitas vezes também os recursos para cultivar os seus alimentos. Além do mais, as corporações nem sempre repassam os preços baixos aos consumidores. No Canadá, o preço que os agricultores receberam para o trigo entre 1975 e 1999 permaneceu constante e baixo, mas o preço do pão aumentou constantemente. A agricultura não tem futuro. Os governos deveriam investir na transferencia de agricultores para o setor de manufaturas e serviços. De fato, tais fontes alternativas do emprego são escassas na maior parte dos países em desenvolvimento com baixos rendimentos, e não podem absorver a maioria das suas populações. A produção de alimentos continua sendo uma estratégia importante para países com baixo rendimento que querem ajudar os seus agricultores pobres a melhorar a sua qualidade de vida. Em países em desenvolvimento, mais da metade da população economicamente ativa está empregada na agricultura. Nesta situação, o desenvolvimento do setor agrícola é um modo eficaz de gerar empregos e reduzir a pobreza, bem como aumentar os níveis de saúde, nutrição e educação. 7 I Historias Histórias reais Issahden Muhammed Alhassan (Gana): “As crianças são as que mais sofrem” Issahden Muhammed Alhassan, um produtor de arroz de uma aldeia do Norte de Dalun, Gana, viu o preço que ele recebia por cada saca de arroz cair pela metade desde 2000. Uma visita ao mercado local nos mostra por que isso acontece. Empilhadas nas estantes do mercado estão sacas de arroz originárias dos EUA, Tailândia e Vietnã –temos que procurar pelo arroz mais escuro que vem das fazendas locais. As importações se triplicaram entre 2000 e 2003, devastando a produção local. Quando o governo Ganes tentou em 2003 aumentar os impostos para o arroz importado em somente 5% para proteger os seus agricultores, o Fundo Monetário Internacional teve conversações sérias com o governo, fazendo com que ele baixasse o seu imposto ao nível original somente um mês depois que a lei foi aprovada. Isto é só um exemplo da pressão imposta pelo FMI sobre o governo. Desde 1983, o governo teve que privatizar serviços, abrir os seus mercados e cada vez mais reduzir o seu apoio à agricultura para poder receber empréstimos do FMI. Armin Paasch/E Armin Paasch/EAA AA Os agricultores e as suas famílias sofrem mais pela atual pressão de preços. “Estamos muitas vezes no vermelho e mal podemos alimentar as nossas famílias,” diz Alhassan. “Quando as colheitas são escassas na primavera e estamos esperando pela seguinte colheita, temos de reduzir as nossas refeições. As crianças são as que mais sofrem”. Leissa Carey (Jamaica): “Tínhamos que ir dormir comendo sal e água” Leissa Carey tinha 14 anos, a mais jovem de 12 crianças que cresceram fora do Kingston, Jamaica, quando sua mãe perdeu o emprego como cortadora de cana de açúcar. Com muito pouco dinheiro, houve minimamente suficiente recursos para alimentar a família, sem falar do pagamento das mensalidades da escola de Leissa. Deste modo, sem perspectivas de emprego na região de Kingston, Leissa se mudou para Baía Montego, na costa norte, e começou trabalhar num bordel. “Simplesmente não havia suficiente comida, e tínhamos que ir dormir comendo sal e água”, ela lembra. “Não era um emprego agradável, mas você não quer apenas ficar sentado e morrer de fome.” Desde a independência da Jamaica em 1962 o desenvolvimento econômico tem sido um problema, o qual se agravou devido a liberalização do mercado que foi imposta, mas também perseguida pela Jamaica desde 1980. As indústrias alimentares de expressão que empregam mulheres pobres, como produção de açúcar e de banana estão em declínio, e a tentativa de diversificar passando dessa agricultura comercial para a manufatura de roupas também falhou por causa da liberalização do comércio. O desemprego crescente de mulheres sem mão de obra qualificada é devastador numa sociedade na qual dois de cada cinco lares são encabeçados por mulheres, muitas das quais têm a única responsabilidade de apoiar e criar os filhos. outras e s ta s e re b o s is Para saber magidas pela injustiça no pessoas atin e www.tradeweek.org comércio, visit 8 I Historias Histórias reais Eduardo Benitez (Honduras): “Nós, pequenos produtores, perdemos” No início dos anos 1990 o governo hondurenho decidiu importar arroz barato dos EUA. Da noite para o dia, a produção de arroz em Honduras caiu 86 por cento. O número de produtores de arroz caiu de 25,000 para menos de 2,000. O emprego gerado pela produção de arroz caiu de 150,000 para menos de 11,200. E apesar das importações maciças, o preço do arroz nos mercados hondurenhos subiu 12 por cento. Segundo Eduardo Benitez, um agricultor de Guayamán, as mudanças foram projetadas para beneficiar os poderosos através da expulsão dos agricultores camponeses do negócio. “Os donos de moinhos e os políticos se beneficiaram … eles tiveram um grande lucro e nós, pequenos produtores, perdemos.” Nos últimos anos, Benitez e outros agricultores levaram a sua luta às ruas, protestando em Honduras e no país vizinho de El Salvador contra o processo de negociações que levou ao Acordo de Livre Comércio Centro Americano. Nos próximos anos o ALCA eliminará as limitadas barreiras comerciais que ainda existem, as quais são dirigidas à proteção de agricultores e moinhos hondurenhos. Paul Jeffrey /EAA O livre comércio aumentou a emigração para o Norte. “Trabalhar na zona rural é difícil,” diz Benitez. “Os jovens se perguntam por que eles deveriam matar-se trabalhando para nada. Por isso eles fogem para o Norte. É difícil convencê-los a ficar.” Bujjamma Reddy (Índia): A dívida levou o seu marido ao suicídio O marido de Bujjamma Reddy, Lachi, 32 anos, suicidou-se no dia 2 de Fevereiro de 2005. Apesar da tentativa de ganhar a vida na agricultura, ele se endividou profundamente. Depois de tomar uma garrafa da pesticida, Lachi se dirigiu a sua esposa e lhe disse que ele não poderia tomar conta de sua família. Enquanto estava falando, caiu. Somente em 2004, 2,115 agricultores como Lachi, da região de Andhra Pradesh na Índia, terminaram com as suas próprias vidas. A Índia foi motivada pelo FMI, Banco Mundial e o Departamento Britânico para Desenvolvimento Internacional (DFID) a liberalizar e privatizar o seu setor agrícola. Entretanto, a retirada de apoio e proteção do governo levou ao aumento dos níveis da dívida dos agricultores pobres. Conformado por preços do mercado flutuantes de produtos agrícolas e os preços crescentes das sementes, pesticidas, fertilizantes e água, a agricultura na região está em crise. As histórias dos produtores de arroz são parte de uma pesquisa realizada pela Aliança Ecumênica de Ação Mundial sobre o direito à alimentação em Honduras, Gana e Indonésia. Para três bilhões de pessoas no mundo inteiro o arroz é um alimento importante. Os rendimentos de dois bilhões de pessoas dependem da produção de arroz, 90 por cento dos quais são pequenos agricultores. As histórias da Índia e da Jamaica foram coletadas por Christian Aid. /John an Aid Christi ie McGh 9 Direito O direito à alimentação O direito à alimentação diz que todas as pessoas têm direito a uma alimentação adequada, suficiente, segura, nutritiva e culturalmente aceitável. O direito à alimentação foi reconhecido na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. Este direito também está incluído no Convênio Internacional de 1976 sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. O acesso à alimentos não é entendido simplesmente como sendo alimento dado através de ajuda humanitária. Significa acesso a uma base de rendimento, já seja pela organização de recursos produtivos (terra, água, sementes, criação de animais, piscicultura, etc.), trabalho, ou, se nenhum desses for possível, por uma política de rede de segurança social adequada. Pessoas e comunidades podem exigir que os governos respeitem, protejam e satisfaçam as suas necessidades de acesso à alimentação adequada, suficiente e de qualidade aceitável. Se as pessoas querem de fato conseguir esses direitos, as obrigações do governo devem ser transformadas em leis. A obrigação de respeitar o direito à alimentação requer que os governos evitem medidas que dificultem o acesso à alimentação adequada. A obrigação de proteger requer medidas que assegurem que ninguém prive outras pessoas do acesso a uma alimentação adequada. E a obrigação de satisfazer formas em que os estados possam tomar medidas ativas para fortalecer o acesso e utilização de recursos visando assegurar o sustento das famílias. É reconhecido que nem todos os estados são completamente capazes ou estão imediatamente aptos a cumprir com as suas obrigações de respeitar, proteger e satisfazer. Mas eles devem trabalhar nessa direção; eles não devem tomar nenhuma medida de retrocesso para a realização desses direitos. É também nossa responsabilidade de agir e de exigir os nossos direitos! Sob pressão da sociedade civil a Organização de Agricultura e Alimentação das Nações Unidas (FAO) adotou em 2004 “Diretrizes Voluntárias para a realização progressiva do direito à alimentação adequada no contexto da segurança alimentar nacional”. Estas diretrizes receberam o apoio dos 187 estados membros da FAO! O texto é um instrumento útil para desafiar governos com falta de vontade. A Bíblia diz... A Bíblia nos conta diferente histórias sobre o pão: sobre fome e abundância, sobre exploração e repartição … As crianças de Israel são levadas à escravidão por causa da fome. Aplicando as leis de mercadorias do Faraó, José toma primeiro o dinheiro do povo, então o seu gado e arados, então a sua terra, e finalmente o povo mesmo em troca do pão: “…e a terra ficou sendo do Faraó. Quanto ao povo, José fê-lo escravo desde uma até a outra extremidade dos confins do Egito” (Gênesis 47:20b-21). Depois, liberado da escravidão e no deserto, Deus dá aos israelitas uma nova economia que começa com um novo pão, maná. É exatamente o contrário do pão contido no depósito do Faraó. Este pão não pode ser guardado, senão ele apodrecerá. Ele não pode ser trocado porque ele não é uma mercadoria mas sim um presente da graça de Deus: “eles colheram, alguns mais, outros menos … o que colheu muito nada lhe sobrou, e o que colheu pouco nada lhe faltou; colheu cada um tanto quanto podia comer” (Gênesis 16:18). A economia de Deus dá forma a esta nova lógica radical de distribuição. “Na lavoura do pobre pode haver abundância de alimento, mas se perde pela falta de justiça.” Provérbios 13:23 y/EAA Paul Jeffre 10 quem Quem precisa ser mudado? O Banco Mundial e o FMI … que continuam impondo condições sobre a ajuda e o pagamento da dívida externa, forçando a liberalização do comércio em países pobres. A OMC …onde negociações estagnadas sobre regras comerciais na agricultura estão só provavelmente agora promovendo a abertura forçada de mercados dos países pobres para a entrada de corporações transnacionais. Os governos de países ricos …que estão forçando governos de países pobres a liberalizar o comércio não só na OMC mas também em outras negociações comerciais como os Acordos de Parceria Econômica da União Européia (APEs) e os Tratados de Livre Comércio dos Estados Unidos (TLC).. Os governos de países pobres …que precisam estabelecer políticas de comércio como um instrumento para o desenvolvimento, não como um fim em si mesmo. As grandes empresas … que dominam o mercado da agricultura e precisam assumir a responsabilidade sobre as vidas sobre as quais eles mantêm poder. Os agro-negócios funcionam em quatro áreas: A Bíblia diz... Entre as leis que Deus deu às crianças de Israel no Sinai está a lei de deixar as sobras da colheita no campo. Aos pobres é dado o acesso à economia de vida de Deus através do direito de repartir a colheita (Deut. 24:19-22; Lev. 23:22; Rute 2). O direito às sobras da colheita não é um ato voluntário de caridade, mas sim o direito do pobre ao sustento. E há a história de Jesus e os pães e peixes. “E ele lhes disse, ‘Quantos pães vocês têm? Vão e vejam’. Depois de terem verificado eles disseram, ‘Cinco pães e dois peixes’. Então ele ordenou aos discípulos que eles organizassem toda a gente em grupos e ficassem sentados sobre o gramado. Portanto, eles se sentaram em grupos de cem e de cinqüenta. Tomando os cinco pães e os dois peixes, Jesus olhou para o céu, e abençoou e partiu os pães, e os deu aos seus discípulos para colocá-los em frente das pessoas; e ele dividiu os dois peixes entre todos eles. E todos comeram e se fartaram; e eles recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e de peixe. ”(Marcos 6:38-43) A história do pão e Deus culmina para a igreja quando levantamos o pão na Eucaristia e lhe damos uma nova compreensão comunitária compartilhada: “Isto é o meu corpo, que é dado para você.” Este pão da vida se torna o símbolo de todas aquelas coisas que devem ser distribuídas se as crianças de Deus devem ter vida, e vida em abundância. 1. Produção de insumos agrícolas, como sementes, fertilizantes, pesticidas, óleo As principais companhias incluem: Monsanto, DuPont, Syngenta, Limagrain 4. Venda a consumidores 3. Alimentos manufaturados para venda a consumidores 2. Atacado e processamento de grãos As principais companhias incluem: Cargill, ADM (Archer Daniels Midland), Tyson Foods, Bunge As principais companhias incluem: Nestlé, Kraft, Unilever, PepsiCo As companhias principais incluem: Walmart, Carrefour, Metro, Tesco ar do que lançr is a m é a ir e para ve o verdad “A compaixã a um mendigo; ela vem os precisa uma moeda ício que produz mendig vis que um edif ão.” de direitos ci ç King Jr., líder a r er u th t Lu u r tin t Rev. Dr. Mar de rees 11 O que O que precisa ser mudado? as políticas internacionais e nacionais, regras, práticas e estruturas que governam o comércio global e violam o direito das pessoas à alimentação. Estas têm que ser determinadas e implementadas tendo em mente os interesses da maioria das pessoas do mundo. Elas têm que colocar as pessoas em primeiro lugar. Elas devem ser avaliadas em termos de seus impactos sobre as pessoas em todos os lugares. Elas devem incorporar abordagens e medidas que trazem benefícios comprovados aos pobres. O comércio deve servir às pessoas! Com a justiça no comércio em mente, aqui estão as nossas demandas. Ao FMI, OMC, Banco Mundial e governos de países ricos: PARAR com a liberalização comercial obrigatória por parte de qualquer instituição internacional PARAR com a condicionalidade (isto é, vincular condições de livre comércio à ajuda externa, empréstimos e pagamento da dívida externa) PERMITIR que os países pobres definam as suas próprias políticas economómicas e de desenvolvimento GARANTIR que uma avaliação independente sobre direitos humanos, inclusive o seu impacto sobre o direito à alimentação, seja feita antes das negociações comerciais IMPLEMENTAR uma regulação internacional comum viável para terminar o dumping Paul Jeffrey/EA A ESTABELECER acordos de mercadorias internacionais que estipulem preços básicos estáveis para os produtos REGULAR corporações transnacionais (CT), especialmente agro-negócios, sobre uma base internacional comum A governos nacionais: DETERMINAR uma política de comércio, incluindo estratégias de exportação, no marco de uma política de desenvolvimento coerente PROTEGER a produção local sustentável que seja complementária, e não substitutiva de exportações OFERECER às mulheres acesso eqüitativo a recursos produtivos, incluindo terra e crédito PROTEGER os agricultores pobres e vulneráveis de importações baratas que destruem as suas fontes de sustento SUBSIDIAR os custos de insumos agrícolas e de assistência técnica aos pequenos produtores Paul Je ff rey/EAA ADMINISTRAR os preços dos produtos alimentares manufaturados para assegurar estabilidade para produtores e consumidores APOIAR a distribuição de insumos e a produção agrícola onde os mercados não existem ou não funcionam apropriadamente FORNECER crédito preferencial a pequenos produtores 12 Acao Sugestões para ações Influenciando pessoas, fazendo as mudanças acontecerem Se nenhum evento local ou nacional estiver planejado onde você mora, por que não organizar um? Embora a mesma coisa possa não funcionar em países diferentes, uma ação de alto perfil com uma mensagem clara que tenha como objetivo mudanças específicas, relacionada com a Semana de Ação, e envolvendo uma variedade de grupos e a participação de massa, dará um ímpeto poderoso para que as mudanças ocorram. Quando estiver organizando a sua ação, você pode querer considerar: a quem dirigir a ação (ver página 11) que tipo de eventos organizar (ver sugestões abaixo) como envolver outros grupos (ver página 15) como convidar os meios de comunicação para cobrir o seu evento (ver página 17) como influenciar os responsáveis pelas decisões (ver página 16) mais dicas (visite www.tradeweek.org) • • • • • • Jejum + ágape Convide indivíduos, grupos e membros de sua igreja para jejuar durante um dia inteiro no início da semana. A gente pode cerimonialmente quebrar o jejum com uma refeição fraternal compartilhada. Como parte de muitas tradições religiosas, o jejum é uma forma para confrontar a injustiça. Ele pode aprofundar a compreensão do que significa ter fome, não por escolha, mas por necessidade. O jejum feito por muitas pessoas e quando bem publicitado demonstrará aos políticos a profundidade de seus compromissos ao direito à alimentação. Uma refeição ágape é uma refeição de irmandade cristã relembrando as refeições que Jesus compartilhou com os seus discípulos durante o seu ministério, e a koinonia desfrutada pela família de Cristo. Prepare a refeição utilizando alimentos produzidos localmente e do comércio justo, o qual relaciona produtores a consumidores. Organize “teatros de rua” durante a refeição e faça circular um abaixo-assinado em favor do Direito à Alimentação – você pode pedir para que as pessoas assinem sobre pratos de papel! – para fortalecer o impacto geral. (Ver “Abaixoassinado”, e “Teatro de Rua”, nas páginas seguintes.) Esportes injustos Quando se trata de comércio global, os países pobres estão em desvantagem antes mesmo que o jogo comece! A liberalização forçada coloca então os países pobres num campo de jogo desnivelado, injusto. Mostre para as pessoas o que está acontecendo organizando um jogo público de um esporte bem conhecido, mas jogue-o com regras manipuladas e condições desiguais. Envolva tantas pessoas quanto possível, e dê publicidade ao evento. EAA Você pode montar uma equipe de adultos contra uma equipe de crianças, ou ter uma equipe jogando com mochilas carregadas nas costas. Filme ou tome fotos do jogo em andamento. Faça circular um abaixo-assinado em favor do Direito à Alimentação entre os espectadores. Envie o abaixo-assinado e as fotos para as pessoas que você quer influenciar (fazer lobby). Frank Schultze 13 acao Mais sugestões para ações Refeição justa Enquanto alguns de nós têm suficiente boa comida em nosso pratos três vezes por dia, uma em cada dez pessoas no mundo hoje estão com fome por causa dos sistemas e estruturas que governam a produção alimentar, a venda, a compra e a distribuição. Para demonstrar essa injustiça e de como o comércio global tem impacto sobre o acesso à alimentação, convide algumas pessoas (incluindo autoridades locais, políticos, celebridades e a imprensa) para uma refeição justa. Algumas receberão pratos cheios de comida enquanto outras somente um pequeno prato do arroz. Quem recebe o quê pode ser determinado através de um sorteio, tirando pedaços de papel de um chapéu. Novamente, a organização de “teatros de rua” e de abaixo-assinados em favor do Direito à Alimentação durante a refeição ajudará a passar a mensagem adiante. tores pobres submersos por um monte de alimentos baratos importados, perdendo suas terras e meios de sustento, ou migrando a bairros pobres da cidade. Os manifestantes portam estandartes e faixas, distribuem panfletos, e solicitam assinaturas ao abaixo-assinado. Tribunal da fome Organize um painel de economistas, advogados de direitos humanos, ativistas de comércio justo e funcionários da ONU para investigar o impacto do livre comércio e da liberalização forçada sobre o direito à alimentação. O tribunal ouve as evidência de pequenos agricultores e mães pobres sobre os efeitos das importações de alimentos baratos nos seus países, e o quanto eles têm que trabalhar para sair da pobreza; e a testemunha dos países pobres de como a OMC, o FMI e o Banco Mundial ataram a sua ajuda, empréstimos e redução da dívida para aceitar o comércio livre. Naturalmente, os acusados também terão a possibilidade de defender-se. O tribunal então dará um veredicto (e emitirá uma declaração). Convide a imprensa para acompanhar a audiência. Abaixo-assinado Organize um uma abaixo-assinado nacional em favor do direito à alimentação com as suas principais exigências incluídas nele (pode usar as declarações na página 12). Talvez você poderia ainda reunir assinaturas sobre pratos de papel. Alternativamente, organize uma campanha de envio de cartas ou de cartão postal. Escreva, desenhe e distribua uma carta modelo ou um cartão postal para ser enviado às mesmas pessoas/ instituições no mesmo dia. Aleksander Marcha Wasyluk Organize uma marcha de carnaval pela sua cidade. Sobre os carros alegóricos mostre figuras e adereços dos principais “ jogadores” (vencedores e perdedores) no comércio agrícola global; um campo desnivelado; um pequeno grupo exclusivo de nações poderosas e companhias transnacionais que ditam as regras enquanto os países pobres suplicam por ajuda; agricul- Serviço religioso Organize um serviço religioso no domingo ao início e final da Semana da Ação. Concentre-se na justiça no comércio e o direito à alimentação (veja um exemplo de liturgia na página 20). Faça uma campanha de ação durante o culto/missa, convidando a congregação para participar de um jejum de 24 horas e de uma refeição ágape, ou assinando um abaixo-assinado/carta/cartão postal. David 14 Bouc herie acao Mais sugestões para ações Teatro de rua + estante de informação Festival • • Faça campanha acompanhado/a! Organize uma peça de teatro de rua para chamar a atenção e passar a sua mensagem adiante. Algumas dicas : faça uma peça curta, e a repita quantas vezes necessário use objetos para simbolizar conceitos: machados para o que pode ser cortado, barras para coisas/pessoas aprisionadas, um saco pesado para a sobrecarga sobre os agricultores vista os atores/as atrizes como personagens conhecidos: Robin Hood, o carrasco, o comerciante /país rico, a corporação transnacional, a OMC esteja onde as pessoas passam e possam parar para assistir a peça faça as pessoas saberem com antecedência o que você está fazendo ao disponibilizar uma variedade de panfletos distribua a informação impressa, um abaixo-assinado ou um cartão postal para assinar se você tiver uma estante, assegure-se de que ela seja sempre visitada e dê as boas-vindas às pessoas interessadas • • • • • Exposições e amostras Um foto diz mais que mil palavras! Organize uma exposição ou amostra com muitas fotos e caricaturas grandes, um ou dois gráficos, slogans atrativos que peguem facilmente, e a maior quantidade possível de material escrito detalhado para atrair a atenção e motivar as pessoas a tomarem a sua literatura e/ou empreenderem uma ação sugerida. Peça permissão para armar uma amostra num lugar público ou como parte de uma exposição mais ampla. Use as fotos e histórias disponíveis em www.tradeweek.org. Organize um festival de eventos incluindo música, drama, seminários etc. Realize ações com outras pessoas – aos níveis locais, nacionais e regionais – é mais eficaz do que fazer tudo sozinho, especialmente se você envolver uma grande variedade de diferentes grupos que podem trazer experiências diferentes à sua campanha – em mobilização, educação, pesquisa sobre políticas, ou comunicação, por exemplo. Outros benefícios de uma campanha aliada incluem melhor acesso à informação atualizada, não duplicação de trabalho, e maior credibilidade. Também, obviamente, quanto mais apoio ativo uma campanha angariar, mais difícil será para as pessoas e instituições que se quer influenciar ignorarem o que você está fazendo. Quando você estiver fazendo campanha com outros grupos, combine uma estratégia e metodologia comum. Como as decisões serão tomadas? Jean Blaylock/ EAA Quem é a pessoa ou organização principal? Leva tempo para ganhar confiança e decidir sobre os papéis e responsabilidades de cada grupo; diferentes formas de lobby podem também restringir a forma de expressar as mensagens. Portanto se aproxime a outros grupos o mais cedo possível para discutir o que eles querem fazer. Durante a Semana de Ação, considere contatar: outros grupos religiosos e igrejas, movimentos de agricultores, grupos de mulheres, grupos de consumidores, grupos sociais e comunitários de direitos humanos, sindicatos, grupos ambientalistas, organizações estudantis, movimentos sociais e comunidades de migrantes. Independentem ente da ação qu e você organiza r use panfletos, postais, auto-ad cartazes, cartõe esivos, estandart s e s, fa ix as, bandeiras e c E não esqueça d amisetas … e informar a imp rensa para cobri r o evento! 15 lobby Dicas para fazer lobby Quem pressionar? A resposta é: pessoas que podem fazer ou reivindicar as mudanças que você quer – líderes e responsáveis por decisões dentro dos governos, instituições regionais e internacionais. Essas são pessoas que podem ser capazes de mudar coisas no seu país; elas também podem ser capazes de levar estes temas à nível internacional. A situação política varia muito de um país a outro, e você saberá melhor que meios e abordagens funcionam efetivamente no lugar onde vocês está. De qualquer modo, as seguintes dicas gerais aplicam-se na maioria dos casos. Sendo assim, quando fazendo lobby lembre-se de: Falar com a pessoa certa Quem pode ocasionar as mudanças que você quer? O ministro do comércio, o ministro de finanças, o presidente? Ou um parlamentar local que pode passar adiante as suas preocupações? Ser persistente Os funcionários de governo podem não querer recebê-lo, mas se você conseguir bastante apoio público, as portas se abrirão! Ser específico Trate de fazer exigências claras e relevantes, e peça por mudanças específicas. Apresentar dados certos Faça a tarefa de casa e apresente dados chave e um argumento lógico e justificado. Jedrzej Chelm O reverendo Ric inski/EAA Canadá, entregak Fee, secretário geral da Igreja petiçào da “Cam a Pascal Lamy, director geral Presbiteriana do da OM panha por um Co mércio ao Serviço C, uma das Pessoas”. Ir em delegação Algumas pessoas que representam vários grupos são mais persuasivas do que uma só pessoa. Saiba com antecedência o que cada uma delas irá dizer. Organizar Revise planos e assuntos práticos. Assegure-se de saber a hora e o local da reunião e como chegar lá a tempo. Confirme o dia com antecedência. Ser educado Os funcionários governamentais podem discordar de você. Busque mútuo entendimento e não os hostilize. Colocar por escrito Deixe um resumo escrito das suas exigências. Ele deve explicar o que você quer que eles façam e por que. Peça para os funcionários confirmarem as suas promessas por escrito posteriormente. Sobretudo, não se deixe intimidar! Se você tem uma história para contar, conte-la. Se não, relate uma de muitas histórias que você sabe de pessoas que estão sofrendo devido ao comércio injusto, e cujos direitos à alimentação estão sendo violados. randes g s o d e d a abilid ar o “A responsservir, e não domin no estados é te America an, Presiden m ” . u Tr o S. d y Harr mun 16 I Midia Trabalhando com os Meios de Comunicação Qualquer ação que você organizar, os jornais, a rádio, a televisão, os sites Web e blogs podem disseminar a sua mensagem a milhões de pessoas, tanto no seu país como no exterior. Somente uma história promissora pode fazer os políticos sentarem-se e fazer caso à sua petição! Os meios de comunicação locais estão sempre na expetativa de histórias oportunas e relevantes, especialmente as de interesse humanitário. Por outro lado, eles podem pensar que o livre comércio é o único modo de acabar com a pobreza, ou não serem capazes ou não quererem criticar posições oficiais do governo em relação ao comércio. Independentemente de qual for o caso, aqui vão algumas dicas de como chamar atenção dos meios de comunicação: Apresente a suas atividades em forma de notícias Uma boa história para a mídia deve: dizer algo novo • •destacar a relevância para a comunidade local •mencionar líderes locais ou personalidades importantes •contar histórias sobre a vida real das pessoas •fornecer dados ilustrativos (assegure-se de que estejam corretos) s nique des Église Conseil Oecumé •fornecer boas fotos Contate jornalistas locais A construção de uma relação construtiva com os meios de comunicação locais não é muito difícil, e é uma grande vantagem em termos de alcance e impacto da sua mensagem. Vise jornalistas que cubram as áreas que você está trabalhando (política, religião, agricultura, negócios, etc.). Telefone para eles (talvez envie um correio eletrônico primeiro). Uma chamada pessoal pode fazer uma grande diferença. Então, dê seguimento com um comunicado de impressa. Comunicado de imprensa •faça-os curtos e funcionais, em uma página se possível •passe a sua mensagem nos dois primeiros parágrafos, explicando quem, quando, que, onde e por que •use fatos e dados chave, especialmente os locais, se você os tiver •inclua citações implacáveis de pessoas de sua comunidade •acrescente os detalhes de contato de seu porta-voz, e forneça informa- Conseil Oec uménique des Églises ção adicional “A opinião privada é insignificante, mas opinião pública é quase onipotente.” a Harriet Beecher Stowe, autor Conseil Oec uménique des Églises 17 Culto Preparando um serviço litúrgico Uma liturgia foi preparada para a Semana de Ação ou para outras ocasiões quando a sua igreja quiser concentrar-se na justiça no comércio. A liturgia que começa na página 20 pode ser fotocopiada para ser distribuída aos membros da congregação. As notas importantes para conduzir este serviço religioso estão incluídas abaixo. Porém, sinta-se à vontade para adaptá-la ao seu próprio contexto. ou pratos de comida. Faça isto ruidosamente para que as pessoas levantem os olhos para observar. Então o leitor continua. Depois que o leitor diz, “Tomando os cinco pães e os dois peixes, ele olhou para o céu, e abençoou e quebrou os pães,” o discípulo dá um pão de cada vez à figura de Jesus, que os levanta e os parte. Si se tratar comida que não pode ser partida, o ato de elevação do alimento é suficiente. Liderança Chamado à Confissão Diferentes pessoas precisarão assumir papéis de liderança na liturgia: uma “figura de Jesus” e uma “figura de Discípulo” para participar da leitura do Evangelho e várias cenas de drama um condutor para o culto e um ou dois leitores adicionais alguém para dar o sermão • • • Saudação A “figura de Jesus” deveria ler como se estivesse surpresa, e com energia e força. Quando ela diz pela primeira vez “O que vocês têm?”, cinco cestas de pão, ou bolos de arroz, ou cinco pratos de comida básica são trazidos. Isto é feito ruidosamente para que as pessoas fiquem olhando o que está acontecendo. Quando a figura de Jesus pede pela segunda vez à congregação, “O que vocês têm?”, o condutor principal do culto continua depois de um breve silêncio. Oração de Ação de Graças A oração pode ser feita pelo condutor do culto ou por vozes que se alternam nas fileiras, com o condutor fazendo a parte responsiva no final. Depois do silêncio, a figura de Jesus volta à frente do altar para conduzir a troca. Esta vez, quando ele primeiro diz, “O que vocês têm?”, a figura de Jesus pega um dos cestos ou pratos de comida. Ele leva tempo fazendo isto e talvez faça-o ruidosamente para que as pessoas o observem. Leitura do Evangelho No compartilhar entre Jesus e os discípulos há vários momentos onde as linhas são repetidas (“despede-os”, “compre-lhes algo para comer”, “dê-lhes algo para comer”. Os leitores devem fazer uma pausa depois dessas linhas, exceto na última vez que elas forem lidas. Depois que Jesus diz, “Quantos pães vocês têm? Vão e vejam.” O discípulo vai e pega os cinco cestos de pão, 18 A figura de Jesus regressa à frente do altar para a litania inicial. A oração de confissão é feita pelo condutor do culto. Ofertório O ofertório deve incluir um ato – por exemplo, assinatura de um abaixo-assinado (talvez em pratos de papel), cartas dirigidas à pessoas envolvidas em negociações comerciais ou à corporações que controlam cada vez mais os alimentos do mundo, ou declarações de compromisso individuais sobre o que cada um fará para trabalhar em favor do comércio justo. Oração de Ação de Graças A figura de Jesus levanta um dos pães, ou pratos de comida, enquanto a oração é lida pelo condutor do culto de adoração. Benção e despedida A figura de Jesus vem ao centro pela última vez. Durante o hino a figura de Jesus e alguns ajudantes levam os cestos de pão, ou pratos de comida para as saídas e os repartem com as pessoas à medida que elas saem. Mais recursos Paulino Menezes Esta liturgia está também disponível na Web em www.tradeweek.org em vários formatos para fotocopiar para os participantes, modificando o texto segundo a necessidade e ajudando os líderes da liturgia ao incluir as instruções dentro do texto a medida que elas ocorrerem. Recursos adicionais e sugestões para serviço litúrgico serão ingressados na página www.tradeweek.org /WCC Sermoes Idéias para o sermão Reflexões sobre o Alimentar das Multidões: Marcos 6:30-44 O Desafio de Deus “Está ficando tarde e este é um lugar solitário, leve estas pessoas para as aldeias vizinhas e compre comida para elas.” Esta é a boa sabedoria convencional. Se esta grande multidão de milhares de pessoas permanecer aqui até escurecer, seremos esmagados – envie-lhes às aldeias vizinhas para comprar comida para a multidão. Esta sugestão mantém os discípulos numa situação cômoda, pensamento sábio, e os protege de ficarem implicados com as pessoas ou sobrecarregados pela atenção dispensada. Contrário a sugestão dos discípulos, Jesus respondeu, “Eles não têm que ir; dê-lhes algo para comer.” Vocês! Façam de tudo para que eles comam. Isto deve ter sido chocante para os discípulos. A chamada de Jesus não estava limitada a fazer as sugestões sábias em oração. Foi um chamado à ação. Hoje nos enfrentamos a desafios semelhantes. As economias do mundo são arranjadas de tal maneira que milhões de pessoas estão indo dormir com fome e inúmeras outras têm limitado acesso a saúde, educação e outros serviços básicos. Ao mesmo tempo, os sistemas econômicos mundiais funcionam com base naquelas pessoas que têm os cinco pães e dois peixes, mantendo-os para eles próprios e se beneficiando de forma egoísta dos lucros. Os sistemas protegem aqueles que têm, e criam barreiras para aqueles que não têm. Quem protegerá então as multidões? Jesus parecia estar consciente de que ter enviando os discípulos às aldeias poderia ter sido mais fácil, mas que esta não era uma solução satisfatória. Algumas pessoas ainda poderiam ter que ir dormir com fome. Jesus toma ações de melhoria de vida dos discípulos – dando os recursos limitados à Deus para a bênção Daquele que criou tudo, e então tendo um compromisso para seguir a instrução do Senhor para a distribuição eqüitativa. Este é o chamado que hoje temos. Veremos Deus chamar-nos para um novo nível da ação – aprendendo novas formas de trazer a comida e vida plena para todos, mesmo que isso signifique confrontar os poderosos que querem manter os pães e peixes do mundo para eles? Mesmo que isso signifique mudar os nosso próprio estilo de vida? Estamos dispostos a responder ao desafio de Deus: dê-lhes algo para comer? Sermão preparado pelo Rev. Dr. Setri Nyomi, secretário geral da Aliança Mundial de Igrejas Reformadas, durante a Semana de Ação sobre o Comércio em Abril de 2005. Texto completo em : www.e-alliance.ch/media/media-5621.doc A Promessa de Bênção Quanto vale cinco pães e dois peixes? Isto depende. Se houver só cinco pães e dois peixes para uma multidão de pessoas com fome, possivelmente eles sejam muito valiosos. A “lógica” do mercado diz: Pouca oferta, mais grande demanda, igual a preço alto. Mas por que existe pouca oferta? Se o alimento for vendido ou comercializado, quem se beneficiaria do alto preço e quem sofreria? Aqueles que controlam o mercado podem estabelecer as regras para benefício próprio – e não necessariamente em benefício daqueles que precisam de alimentos ou os agricultores que o produzem. Jesus olha além das convenções do mercado e antecipa as desculpas das nossas impropriedades. Quando continuamos comendo, percebendo que não temos muito para solucionar o problema. São Paulo, em uma de suas cartas aos Coríntios nos pede para esperarmos pelos outros. Quando estamos presos à carência percebida, Jesus invoca a promessa da bênção. Podemos crer que a bênção pode superar a ganância? Pode a repartição dos recursos de alguém, independente se eles são grandes ou pequenos, ser uma parte da história de Deus em que todos são alimentados e de que haja abundância para repartir? Podemos insistir em “regras abençoadas” invés de “regras comerciais,” de modo que aqueles com pouco ainda possam comer, e aqueles com muito para comer descubram a promessa de que na espera por outros eles estarão meritoriamente desfrutando da ceia do Senhor? Jesus ainda olha aos seus discípulos e pede que repartamos com a multidão alguma comida, mesmo que seja uma multidão sem nome, desconhecida e complicada. Ele pode fazer isto porque sabe que Deus tem bênçãos para repartir. A comida não é para armazenar, onde a traça, o fungo e a ferrugem a estragam, mas sim para alimentar a multidão. O alimento é para o benefício de corpos sãos e mentes sanas, não para corporações terem lucros milionários. Se nós, Cristãos, estivéssemos dispostos a seguir Jesus Cristo, encontraríamos formas de influir sobre as regras do comércio. Podemos exigir que a exploração de agricultores pobres em benefício de grandes corporações pare imediatamente. Podemos apoiar o comércio justo e comprar estes produtos. Podemos acreditar que em Cristo, com cinco pães e dois peixes, podemos alimentar o mundo. Por Rev. Terry MacArthur, Genebra 19 Liturgia da Semana de Ação Sobre o Comércio Preparação Musical Saudação Jesus: Todos: Jesus: Todos: Jesus: Todos: Jesus: Vocês! Nós? Sim, vocês! Verdade? Dê-lhes algo para comer. Despede-os. O que vocês têm? O que vocês têm? Líder: Todos: Líder: Todos: Adoramos a um Deus abençoado, um Deus abundante, um Deus cuja mesa é bastante grande para todos. Louvamos a um Deus salvador, um Deus que nutre, um Deus que ama. Adoramos a Trindade Abençoada, um Deus, agora e para sempre. Amém. Hino Oração de Ação de Graças Líder: Suas são as laranjas, as ervilhas, as batatas. Seus são os feijões, o abacaxi, tomates. Suas são as nozes da árvore de amêndoa, as flores das abóboras, os grãos de milho. Seus são o peixe do mar, o frango no pátio. Seus são os coelhos e os cervo que saltam. Suas são a Jaca, as mangas, as ameixas. Seus são o arroz e a pimenta que dança como fogo nas nossas línguas. Sua é a comida que nos mantêm vivos. Sua é a satisfação de comer juntos. Sua é a mesa onde ninguém fica de fora. Seu é o vinho que sobe à nossa cabeça. Seu é o corpo que tem gosto de pão. Você nos faz pessoas famintas, esperando para ser alimentadas. Líder: Todos: Líder: Todos: Líder: Todos: Líder: Silêncio Sua é a glória. Sua é a necessidade. Sua é a generosidade da qual todos nos alimentamos. Suas são as feridas que doem devido a ganância. Sua, Deus, é a semente da qual a esperança se origina. Suas são as lutas, as petições, Seus são os protestos, atos fortes. Temos coragem para imaginarmos um mundo possuído por Deus, onde as regras de Deus se aplicam, onde o comércio apoia a criação de Deus e não a degradação humana? Jesus: Todos: Jesus: Todos: Jesus: Todos: Jesus: Todos: Vocês! Nós? Sim, vocês! Verdade? Dê-lhes algo para comer. Despede-os. O que vocês tem? O que vocês tem? O que é isto para tantos? A multidão é tão grande. Os problemas tão enormes. As soluções tão difíceis. Leitura de Epístola: 1 Coríntios 11:17-22; 27-33 Agora nas instruções seguintes não os louvo, porque quando vocês se juntam não é para melhor, Leitor: mas para pior. Pois, em primeiro lugar, quando vocês se juntam como igreja, ouço que há divisões entre vocês; e até certo ponto acredito nisso. De fato, há que haver facções entre vocês, para somente assim ficar claro quem entre vocês são genuínos. Quando vocês se reúnem, não é realmente para comer a ceia do Senhor. Já quando é hora de comer, cada um de vocês procede com a sua própria ceia, e um está com fome e o outro fica bêbado. Que coisa! Vocês não têm casas para comer e beber? Ou vocês demonstram desprezo para com a igreja de Deus e humilham aquelas pessoas que não têm nada? O que devo dizer-lhes? Devo louvá-los? Nesta questão não os louvo! Seja quem for que, portanto, comer o pão ou beber o cálice do Senhor de uma maneira indigna será culpado pelo corpo e o sangue do Senhor. Examinem-se vocês mesmos, e só então comam do pão e bebam do cálice. Todos os que comem e bebem sem discernir o corpo, comem e bebem julgamento contra eles mesmos. Por essa razão muitos de vocês estão fracos e doentes, e alguns morreram. Mas se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas quando somos julgados pelo Senhor, somos disciplinados para que possamos não ser condenados com o mundo. Então, meus irmãos, minhas irmãs, quando vocês se reunirem para comer, esperem um pelo outro. (NRSV) Resposta à Palavra Silêncio São Paulo estava disturbado pelas ações dos Cristãos de Coríntios. Eles comiam a ceia do Senhor de uma maneira indigna. Muitas vezes este texto é usado para apoiar a necessidade de confissão ou penitência antes de tomar a comunhão. Mas a reclamação de Paulo é específica. Alguns estão “humilhando aquelas pessoas que não têm nada.” Alguns continuam. Eles não discerniram que o corpo de Cristo é formado por toda a comunidade reunida. Eles não aprenderam a esperar um pelo outro. Tomem um momento para simplesmente ver os alimentos sobre a mesa. Muitas pessoas no nosso mundo de hoje raramente vão mais além do que somente ver o que os outros desfrutam. Elas podem ver, mas não provar. Para os que fazem as regras, estas pessoas não contam. Ninguém espera por elas. Num mundo que anda cada vez mais rápido, como Paulo poderia nos instruir para uma espera ativa? Quando esta rapidez é aproveitada para o bem próprio e humilha e reduz à pobreza aqueles com pouco; quando os poderosos fazem as regras para que apenas alguns possam acumular enorme prosperidade, e muitos, muitos outros não têm nenhuma casca de pão, nenhum grão de arroz, quando o livre comércio não é livre para aqueles que não são capazes de competir, o humilhado, o deixado atrás, o que Deus pede de nós? Como julgaremos a nós mesmos? Canção de oração Leitura de Evangelho: Marcos 6:30-44 Leitor: os apóstolos se reuniram em volta de Jesus, e lhe disseram tudo o que eles tinham feito e tinham ensinado. Ele lhes disse, Jesus: ‘vão vocês, à parte, a um lugar abandonado e descansem um pouco.’ Leitor: Porque eram muitos os que viam e iam, eles não tinham tempo nem para comer. E eles foram embora num barco a um lugar abandonado. Muitos, porém, os viram partir, e os reconheceram, e para lá correram a pé de todas as cidades, e lá chegaram primeiro do que eles. Quando Jesus desembarcou, ele viu uma grande multidão; e compadeceu-se deles, Todos: e ele teve compaixão deles Leitor: porque eles eram como ovelhas que não têm pastor; Todos: como ovelhas que não têm pastor Leitor: e Ele começou a ensinar-lhes muitas coisas. Estando a hora já muito adiantada, seus discípulos se aproximaram dele e disseram, Discípulo: ‘Este lugar é deserto, e a hora já está muito adiantada; despede-os. Despede-os. Despede-os para que vão aos sítios e à aldeias, em redor, e comprem para si o que comer.’ Comprem para si o que comer. Jesus: Todos: Jesus: Todos: ‘Vocês Nós? Sim, vocês! Verdade? Jesus: Dê-lhes algo para comer.’ Dê-lhes algo para comer.’ Dê-lhes algo para comer.’ Todos: ‘Havemos de ir comprar duzentos denários de pão e dar-lhes de comer?’ Jesus: ‘Quantos pães vocês têm? Vão e vejam.’ Leitor: Depois de terem verificado eles disseram, Discípulo: ‘Cinco pães e dois peixes’. Leitor: Então ele ordenou aos discípulos que eles organizassem toda a gente em grupos e ficassem sentados sobre o gramado. Portanto, eles se sentaram em grupos de cem e de cinqüenta. Tomando os cinco pães e os dois peixes, Jesus olhou para o céu, e abençoou e partiu os pães. Ele os deu aos seus discípulos para colocá-los frente as pessoas; e ele dividiu os dois peixes entre todos eles. E todos comeram e se fartaram; e eles recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e de peixe. Aqueles que tinham comido os pães somaram cinco mil homens. (NRSV) Aleluia Cantada Sermão Hino Confissão e Perdão Chamado à Confissão Jesus: Vocês! Todos: Nós? Jesus: Sim, vocês! Todos: Verdade? Jesus: Dê-lhes algo para comer. Todos: Despede-os. Jesus: O que vocês tem? Silêncio Oração de Confissão Líder: Deus paciencioso, Todos: esperando para que a mesa tenha um lugar para todos, esperando pela repartição para que todos possam comer, esperando que nós possamos aprender a esperar, perdoa-nos quando vamos em frente e deixamos os outros para trás. Converta-nos quando tomamos mais do que precisamos, deixando muitos outros com menos do que eles precisam. Transforme as nossas mentes quando optamos pela ignorância teimosa sobre o impacto do que compramos, pechinchamos, ou comercializamos. Dê-nos mãos e corações para desafiar as regras para que nenhuma das nossas crianças seja excluídas, e nenhuma parte do seu corpo fique com fome, por Jesus Cristo. Amém. Resposta Cantada Palavras de Perdão Líder: O perdão de Jesus Cristo significa que sempre podemos recomeçar. Ele nos renova e nos transforma. Há bênçãos de Deus para ser repartidas. Há abaixo-assinados e protestos, movimentos e mobilizações, cartas e votos com as quais fazer os mandamentos de Deus de modo que ninguém fique com fome. Novas comunidades podem ser formadas para que não compitamos um contra o outro mas que nos reunamos juntos em nome de Cristo, cuja mesa tem espaço para todos onde esperamos para perceber que cada parte do seu corpo é alimentada. Irmãs e irmãos em Cristo, os seus pecados estão redimidos. Todos: Amém. Ofertório Música durante o ofertório Oração de Ação de Graças sobre as ofertas Líder: Criador de mil estrelas e intermináveis números de células vivas. Lhe agradecemos pelos alimentos, suficiente alimentos para o rico suficiente alimentos para o pobre se os alimentos não forem para ser acumulados. Criador de toda as proteínas, vitaminas, nutrientes e gorduras juntando compostos e elementos para que as pessoas possam comer e crescer e pensar e serem feitas maravilhosamente se só nós soubéssemos como esperar por eles. Criador de todo os passados e todos os futuros equilibrando, desdobrando, evolucionando, mantendo, dissonando, moldando, tudo o que você tem feito, abençoe o que oferecemos abençoe e multiplique para que o nosso “pouco” se torne em suas mãos algo e a mesa fique tão grande como o nosso mundo com colheres e garfos e pauzinhos e mãos comendo juntos ao mesmo tempo com canções de celebração carregando a atmosfera com amor e doze cestos deixados de lado, por Jesus Cristo. Todos: Amém. Oração do Pai Nosso Despedida Jesus: Vocês! Todos: Nós? Jesus: Sim, vocês! Todos: Verdade? Jesus: Dê-lhes algo para comer. Benção Hino Mais Mais informações Semana de Ação sobre o Comércio – www.tradeweek.org O sítio Web para a própria semana de ação tem mais recursos, histórias, idéias para ações, orações, canções, cartazes, fotos, camisetas, capas de boletim, artes, e outros recursos de culto. FIAN (Foodfirst Information and Action network) – www.fian.org FIAN é uma rede de direitos humanos com membros em todo o mundo que trabalham para defender o direito das pessoas comuns de alimentar-se com dignidade. Organização de Agricultura e Alimentos das Nações Unidas (FAO) – www.fao.org O papel desta agência de ONU é aumentar os níveis de nutrição, melhorar a produtividade agrícola, melhorar as condições de vida de populações rurais e contribuir para o crescimento da economia mundial. Ela tem muitos recursos úteis, incluindo: Alimentando mentes, lutando contra a fome – www.feedingminds.org Sítio Web Direito à Alimentação – www.fao.org/righttofood O estado de : insegurança alimentar no mundo, alimento e agricultura, mercadorias agrícolas – www.fao.org/sof/ Uma sala de aula internacional para explorar os problemas da fome, subnutrição e insegurança alimentar, este site Web equipa e estimula professores, estudantes e gente jovem de todo o mundo a participar ativamente na criação de um mundo sem fome. Um portal de informação e de recursos de treinamento para apoiar a implementação contínua do Direito à Alimentação, orientado particularmente às Diretrizes Voluntárias que delineiam bons exemplos para os países na implementação do Direito à Alimentação. Relatórios anuais e bianuais com análises e estatísticas sobre os temas. Fundo Internacional para Desenvolvimento Agrícola (IFAD) - www.ifad.org Esta agência da ONU foi estabelecida depois das crises alimentares dos anos 1970 e está dedicada à erradicação da pobreza rural em países em desenvolvimento. Instituto de Agricultura e Política de Comércio (IATP) – www.iatp.org O IATP promove propriedades agrícolas familiares resilientes, comunidades rurais e ecossistemas ao redor do mundo, através da pesquisa e incidência política. Aliança Ecumênica de Ação Mundial (EAA) – www.e-alliance.ch/trade.jsp A Campanha de Comércio para o Povo da EAA trabalha para construir um movimento de pessoas dentro das igrejas e organizações relacionadas com as igrejas para promover a justiça no comércio. Poder com fome: seis razões para regular as corporações alimentares globais– www.actionaid.org/docs/power_hungry.pdf Um relatório da ActionAid pedindo por ações urgentes para reorganizar os mercados agrícolas para eles beneficiem as pessoas pobres e para fazer as companhias legalmente responsáveis pelos seus impactos sobre direitos humanos e o meio ambiente. Semeando justiça para famílias de agricultores em todo lugar– www.churchworldservice.org/pdf_files/EA/SowingJustice.pdf Um recurso produzido pelo Serviço Mundial da Igreja que examina questões-chave que precisam ser trabalhadas na atual política agrícola dos Estados Unidos e para apoiar agricultores familiares de pequena escala nos Estados Unidos e no exterior. Há também um cartão postal para que você possa tomar medidas, em www.churchworldservice.org/pdf_files/EA/SowingJusticecard.pdf “Nunca du e que um pensantes veid engajados ppoesqueno grupo de cidadão s sa fato, é a única coisa que sem modificar o mundo. De pre existe.” 24 Margaret Mea d mais Mais informações Campanhas de jubileu As campanhas internacionais para cancelamento da dívida externa ganharam compromissos importantes de líderes mundiais em 1999 e 2005, e permanecem centros importantes para trabalhar em rede com movimentos sociais, organizações religiosas e de direitos humanos, ambientalistas, grupos comunitários e trabalhistas contra a dívida. Veja por exemplo o Jubileu Sul - www.jubileesouth.org - e Jubileu dos EUA - www.jubileeusa.org - para recursos sobre o impacto da dívida e os planos para a Semana Global de Ação contra a dívida. Rede Internacional de Gênero e Comércio (IGTN) - www.igtn.org A IGTN é uma rede liderada por organizações do Sul e de especialistas que oferecem informações e recursos sobre gênero e questões comerciais, com o objetivo de desenvolver políticas comerciais mais justas e democráticas desde uma perspectiva feminista crítica. Os recursos recentes incluem estudos de caso e instrumentos para construção de capacidades na área de comércio, agricultura e alimentos. Via Campesina – www.viacampesina.org Via Campesina é um movimento internacional de organizações camponesas que promove a solidariedade e a unidade na diversidade entre pequenas organizações de agricultores. Ela clama por soberania alimentar, agricultura sustentável, direito à terra e justiça econômica. Programa Presbiteriano contra a Fome– www.pcusa.org/hunger O Programa Presbiteriano contra a Fome trata da fome e as suas causas, inclusive a incidência política para práticas agrícolas sustentáveis e a sobrevivência de famílias agrícolas, e para políticas comerciais que protejam os mais vulneráveis. Os recursos são fornecidos para o estudo bíblico e para examinar os nossos próprios estilos de vida. Iniciativa de Responsabilidade dos Agro-Negócios – www.agribusinessaccountability.org Esta iniciativa é uma câmara de compensação central de recursos e uma rede de ativistas e acadêmicos de organizações agrícolas, trabalhistas, ambientais, de consumidores, igrejas e de desenvolvimento, que reconhecem que a concentração corporativa entre os agro-negócios está ameaçando a sustentabilidade do sistema alimentar global. Ela é patrocinada pelo Centro de Interesses e a Conferência de Vida Rural Católica Nacional. Ouro preto: desperte-se e cheire o café – www.blackgoldmovie.com Um filme criticamente aclamado que acompanha agricultores etíopes de café à medida que eles lutam por um preço justo no sistema comercial internacional. O sítio Web dá detalhes das apresentações ao redor do mundo, e da os detalhes para contato se você quiser tentar fazer uma apresentação. O filme foi apoiado por Christian Aid. bilaterals.org – www.bilaterals.org Notícias atualizadas e recursos sobre diversos acordos comerciais bilaterais. IFIwatchnet – www.ifiwatchnet.org Esta iniciativa une organizações que trabalham no mundo inteiro para monitorar instituições financeiras internacionais como o Banco Mundial, FMI e bancos de desenvolvimento regionais. O sítio Web tem víinculos a diferentes organizações de monitorização e aos seus recursos. Texto: Miriam Reidy-Prost, Jean Blaylock, Sara Speicher Liturgia: Terry MacArthur Desenho e ilustração: Natalie Ott Edição revisada 2008 Aliança Ecumênica de Ação Mundial - publicado originalmente em 2007. O material pode ser fotocopiado ou citado desde que a fonte seja informada. As citações da Escritura Sagrada são da Bíblia de versão padrão revisada, © 1989 pela Divisão de Educação Cristã do Conselho Nacional de Igrejas de Cristo dos EUA e são usadas com a devida permissão. Todos os direitos são reservados. 25