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Transcrição

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DICA DE NUTRIÇÃO
Aniversários
RÁPIDAS
Lasanha de berinjela light
Combate ao colesterol
Do Coração
O Dia Nacional de Combate ao
Colesterol é comemorado no mês de
agosto, dia 8. Nesta data e também no
dia 11, a clínica HC Cardio, localizada
no andar térreo do hospital, realizou
durante todo o dia exames gratuitos para
dosagem do colesterol nos seus pacientes.
O colesterol alto aumenta o risco de várias
doenças, como arteriosclerose, isquemia
cerebral e infartos, e por isso seus níveis
devem estar sempre controlados.
Nesta lasanha, a estrela principal é a berinjela, fonte de vitaminas e minerais e que contém nutrientes que têm ação
antioxidante no organismo.
INGREDIENTES:
• 2 berinjelas médias cortadas no
comprimento e grelhadas
• 6 a 8 folhas de lasanha pré-cozida
• 1 pote de queijo cottage
• 250g peito de peru light
• 1 lata creme de leite light
• ½ lata de molho de tomate
• 150 moçarela light picada ou ralad
Setembro
Curso de Cirurgia Torácica
Nos dias 30 de setembro e 01 de
outubro será realizado em Natal o Curso
Internacional de Cirurgia Torácica,
coordenado pelo cirurgião Fernando Lisboa.
O curso, que será realizado no auditório da
Nutrivida, será ministrado pelos cirurgiões
Sudish Murthy, da Cleveland Clinic Ohio,
dos Estados Unidos, e Luigi Bonavina,
da Policlinico San Donato de Milão, na
Itália. As aulas terão tradução simultânea
e são destinadas e médicos e estudantes .
As inscrições já estão abertas e podem ser
feitas através do site:
www.nutrivida-homecare.com.br.
Mais informações podem ser obtidas no
telefone (84) 99184-6986.
MODO DE PREPARO E
MONTAGEM:
Misture o creme de leite com o
molho de tomate e reserve.
Coloque um pouco de molho no
fundo e metade das folhas da massa
da lasanha. Alterne com a berinjela,
o cottage e o peito de peru. Coloque
mais molho e faça outra camada
de berinjela, o cottage e o peito de
peru. Faça as camadas até terminar.
Na última antes de colocar o molho,
coloque as outras folhas da massa
da lasanha e o restante do molho por
cima. Salpique a moçarela e leve ao
forno para gratinar.
Atividades Científicas
Aulas realizadas no mês de agosto no
Hospital do Coração:
05/08 – Cardiopatias Congênitas:
Embriologia e Circulação Fetal – Dr.
Carlos Crescêncio
12/08 – Protocolo de Crise
Hipertensiva – Dr. Luiz de Sá
CUIDADO
Vem aí: XVI Sipat
A XVI Semana Interna de Prevenção
de Acidentes de Trabalho do Hospital do
Coração (SIPAT) vai ser realizada dos
dias 20 a 23 de setembro, no auditório
do hospital. Este ano, a SIPAT tem
como lema: “A minha segurança e a sua
dependem de nós. Sejamos conscientes”.
Veja a programação e participe das
palestras, a presença de todos é muito
importante:
19/08 – Tumores Cardíacos - Dr.
Carlos Vinícius
26/08 – Cintilografia Miocárdica –
Dr. Roberto Levi
31/08 – Cardiopatias Congênitas
Acianóticas - Dr. Henry Bismark
20/09 - TERÇA- FEIRA:
08h - Abertura com café da manhã.
15h - Palestra – Tema: Educação no trânsito.
21/09 - QUARTA- FEIRA:
10h - Palestra - Tema: Uso abusivo do álcool
15h – Palestra – Tema: Direitos e deveres previdenciários
08h às 16h - UNIODONTO -ODONTOMOVEL para atendimento aos funcionários em
frente à entrada do PS.
22/09 - QUINTA-FEIRA
09h às 14h - Doação de sangue e Medula.
23/09- SEXTA-FEIRA:
14h – Palestra- Tema: Meditação e Qualidade de vida.
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01 Josilene dos Santos Felipe Leite
Jorge Henrique Balbino da Silva
Narjeane Luiza de Figueredo
02 Maria Lucineide Silva de Melo
03 Alexandre da Silva Galvao
Claudia de Cassia Almeida
Adriano Santos da Cruz
Roberia Raikia Borges da Silva
Jackson Gomes Juvenal
04 Rafaela Medeiros Duarte Xavier
Maelton Sousa da Silva
05 Raniery Nunes da Fonseca
Fransoize Kelly Matias da Silva
06 Izabela Jessica Santos da Silva
07 Antonio de Abreu Lucio
Francisca Aurineide Soares Oliveira
Jefferson Augusto Santos de Souza
08 Ivoneide Medeiros Paiva
Marileide Bernardo de Farias
Fernanda Karina Bezerra Monteiro
Edilene Lira da Silva
09 Maria Azineide Florencio da Silva
Rodrigo Patricio de Oliveira
Lidiane Fonseca Dantas
10 Djanice Caline Alves da Silva
Idelbrando Ferreira de Lima
Carla Ione Brito de Araujo
11 Joyce do Nascimento Soares
12 Jane Fernandes Leite
Suzana da Cunha Silva
Izalmira Benicio da Costa
13 Angela Alves dos Santos
14 Maiva Patricia da Rocha
15 Jose Thiago da Luz Santos
Jean Carlos Santos de Medeiros
Rebeca Gomes Ferreira
16 Maria Lucia de Lima
17 Ana Claudia B. do Nascimento Farias
Carla Enedina Silva dos Santos
Sandra Cristina Barbosa Monteiro
Francisca Cinderela S. de Souza
Ricardo Andre Escorel Alves
Matheus Silva de Souza
18 Francisca Cristina Ferreira S. Queiroz
Ednilma Barreto das Neves
19 Francinete Alcantara da Silva
Pedro Henrique e Silva
20 Ivonete Dacineide Santana
Maria Aparecida Ferreira de Lima
Cintia Samara Araujo de Oliveira
Meirelande Teixeira da Silva
Larissa Amorim Almeida
Matheus Sanderson da Silva Isidro
25 Ivonaldo Bezerra da Costa
Orlandina da Silva Britto Dantas
26 Maria Edfania da Silva Araujo
Cleia Regina da Silva
Igor Lucena Revoredo
Francineide Nicacio Rodrigues
Marcio Jose Silva do Nascimento
28 Ana Priscila Venancio de Souza
Maria Elizabete do Nascimento
Ellen Laise da Costa Silva
29 Thiago Cesar de Lima Dutra
Angela Maria Alves Chianca
Juliana de Macedo Silva
30 Marize Santana dos Santos
Erika Nadilza Siqueira da Silva
Ranuzia Pereira de Lima Almeida
Katyane Patrocinio de Medeiros
VOZ DO
CORAÇÃO
VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO DO HOSPITAL DO CORAÇÃO | ANO XI - EDIÇÃO Nº 127 | AGOSTO 2016
Câncer de Mama e gravidez
A doença neste período da vida das mulheres é rara – atinge uma em cada 3 mil – mas pode acontecer: saiba mais sobre os cuidados, sintomas e
tipos de tratamento. Página 3
Cuidar de quem cuida
Encontro realizado no auditório
do hospital falou sobre qualidade
de vida para pacientes e
cuidadores no momento de
voltar para casa depois da alta
hospitalar.
Página 2
Lasanha de Berinjela
Aproveite nossa dica: uma receita
prática de lasanha, diferente das
tradicionais mas cheia de sabor e
muito saudável.
Página 5
Laly Carneiro
A vida da mossoroense que saiu do país para
fugir de perseguições políticas e, na França,
se transformou em condessa e médica de renome
é o tema da biografia desta edição.
Página 4
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02/09/2016 10:12:08
DEDICAÇÃO
Cuidar de quem cuida
Câncer de mama na gravidez
Qualidade de vida para cuidadores e pacientes
O encontro “Cuidar de quem cuida”
foi realizado no auditório do Hospital do
Coração, dia 4 de agosto, e contou com a
participação de profissionais das áreas da
saúde, cuidadores e familiares de pacientes.
Mediado por Silvana Vieira, psicóloga
com especialização em terapia da família, o
evento foi uma reflexão sobre amenizar os
impactos que o momento da alta hospitalar
de idosos e pessoas com doenças crônicas
e degenerativas pode causar nas famílias,
com debates sobre as estratégias e
possibilidades de reorganização familiar na
nova realidade que se apresenta a partir do
momento em que esses pacientes voltam
para casa.
A terapeuta ocupacional Ana Karla do
Amaral de Paula, com especialização em
gerontologia, falou sobre como identificar
dentro de casa os possíveis locais de
risco para tornar o ambiente domiciliar
acessível, a fim de que sejam evitados e/
ou minimizados os acidentes com idosos
e pessoas com mobilidade reduzida e
necessidades especiais. Em seguida,
Phelipe Dantas de Oliveira, enfermeiro
também especializado em gerontologia,
explicou aos presentes quais as medidas
necessárias para prevenção dos acidentes
domésticos e qual a atuação adequada
na hora de prestar os primeiros socorros.
Depois dele, foi a vez da psiquiatra e
psicogeriatra Euglenda Lessa, que fez
uma explanação dedicada aos cuidadores,
sejam eles parentes ou não dos pacientes,
mostrando a importância de cuidar de si
para poder cuidar dos outros.
O encontro foi encerrado com o
depoimento emocionante da aposentada
Maria da Conceição Câmara, que há 26
anos cuida de uma filha que sofre de
uma síndrome neurovegetativa, doença
diagnosticada quando a adolescente tinha
16 anos. Na sua fala, ela explicou que após
o choque inicial ao saber da doença não se
deixou abater e com a ajuda de médicos,
especialistas e amigos, hoje em dia tem
como filosofia de vida cuidar da filha e
também cuidar de si para que a vida não
seja tão difícil e sofrida.
Expediente
Diretoria
Dr. Nelson Solano Vale
Diretor Administrativo
Redação
Ana Luiza Câmara
470 – DRT/RN
Dr. Lauro Arruda Câmara
Diretor Financeiro
Diagramação
João Paulo de Almeida
84 9902-9225
Dr. Manoel Messias
Diretor Médico
Tiragem: 1.000 exemplares
Hospital do Coração de Natal
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Missão
Servir à comunidade e promover satisfação, saúde e melhoria da qualidade de vida à população
Política de Qualidade
Agir com vistas ao desenvolvimento contínuo, inovação e melhoria dos serviços de saúde, proporcionando aos clientes a satisfação pelos serviços recebidos e aos colaboradores a oportunidade de atingirem seus objetivos profissionais e pessoais.
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Por Dra. Adice Assi Meira Lima, médica ginecologista
REABILITAÇÃO
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Dados do Instituto Nacional do
Câncer (Inca) estimam que em 2016
mais de 57 mil novos casos de câncer de
mama devem ser diagnosticados no Brasil,
mas não existem dados específicos com
relação à doença na gravidez. De acordo
com índices de outros países, o câncer de
mama na gravidez acomete uma em cada 3
mil mulheres. O sintoma mais comum é o
mesmo das mulheres não grávidas: nódulo
palpável, persistente, que permanece
na mama por mais de 15 dias. Outros
sintomas, mais raros, são a hiperemia
(área avermelhada na mama, como uma
ferida) e a saída de fluxo (que pode ser
sanguinolento) pelo mamilo.
Para perceber o nódulo na mama, o
meio mais fácil é o autoexame, que deve
ser feito também pelas grávidas. Nas
consultas do pré-natal, o obstetra deve
também examinar as mamas da futura
mamãe.
De acordo com a mastologista Roberta
Jales, existem duas formas de tratamento
do câncer de mama na gravidez: a cirurgia
e a quimioterapia. A cirurgia pode ser
feita em qualquer período da gestação,
mas a quimioterapia não é recomendada
no primeiro trimestre, quando os órgãos
do bebê estão sendo formados. A partir
do segundo semestre, algumas drogas
específicas podem ser administradas sem
que isto prejudique no desenvolvimento da
criança.
Para decidir a melhor forma de
tratamento, o ideal é que a mulher grávida
com câncer de mama seja acompanhada
por uma equipe multidisciplinar, formada
por mastologista, oncologista clínico,
obstetra e também um psicólogo.
“Não se pode perder a oportunidade
de diagnosticar e tratar logo a doença”,
explica a mastologista. A opção pelo
melhor tipo de tratamento depende da idade
gestacional e do tipo de câncer existente.
Terminada a gestação, outras opções de
tratamento surgem e a amamentação deve
ser inibida para que o tratamento da mãe
seja priorizado. Além da cirurgia e da
quimioterapia, outros tipos de tratamento
podem ser a hormonioterapia (à base
de comprimidos que inibem a atividade
hormonal) e a terapia alvo ( injeção de
substâncias que agem contra proteínas
específicas da célula tumoral).
Anteriormente se acreditava que o
câncer em mulheres grávidas era mais
agressivo, mas pesquisas mais recentes
comprovam que isso não acontece.
“O que costuma acontecer é que
quando a doença ocorre em mulheres
Laly Carneiro: de perseguida política
a condessa na França
jovens –caso da maioria das grávidas- o
câncer já é naturalmente mais agressivo.
E a incidência da doença em mulheres
grávidas, apesar de ainda rara, vem
aumentando porque as mulheres estão
engravidando cada vez mais tarde. Por
isso, é de fundamental importância que
a mulher se prepare para a gravidez e
procure seu obstetra para fazer todos os
exames necessários antes de engravidar.
Se isto não for possível e ela engravidar
sem planejar, não deve deixar de fazer
o pré-natal todos os meses, sempre
examinando também a mama”, esclarece
Dra. Roberta.
E nunca é demais lembrar: o autoexame deve ser feito na primeira semana
após a menstruação. No caso das mulheres
grávidas ( e também nas que estão na
menopausa) o ideal é escolher um dia
determinado do mês para fazer o autoexame das mamas. Se algum nódulo
aparecer, deve-se procurar imediatamente
um médico, e, caso seja diagnosticada
qualquer alteração na mama, a paciente
deve ser encaminhada para um especialista,
que vai estar apto a investigar e esclarecer
se o nódulo é ou não benigno.
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A médica Maria Laly Carneiro
Megnham nasceu no dia 01 de julho de
1937, filha de José Benevides Carneiro e
Luiza Amélia Gregório Carneiro. Aos cinco
anos, a filha mais velha de 11 irmãos,
junto com os pais e toda a família, saiu
de Mossoró (RN) em um caminhão, junto
com outras famílias pobres, em direção à
Amazônia, onde o pai tinha a intenção de
ser seringueiro. Entretanto, Laly adoeceu
e a família teve que permanecer em Natal
(RN). Anos mais tarde, seu irmão Osvaldo,
conhecido pelo apelido de Piaba, foi
destacado jogador de futebol do ABC.
Laly fez o estudo primário na Escola
Estadual Augusto Severo e o secundário no
Colégio do Atheneu Norte- Riograndense.
Em 1959, foi aprovada em concurso
vestibular para ingresso na Faculdade de
Odontologia da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte (UFRN). Em 1960,
era aprovada no vestibular para ingresso na
Faculdade de Medicina da UFRN. Durante
o tempo de graduação em medicina
teve destacada atuação no movimento
estudantil, na Juventude Universitária
Católica, no programa “De pé no chão
também se aprende a ler” e participou
ativamente do “Movimento Ação
Popular”, movimento feito este no Brasil
inteiro com o intuito de realizar, através
dos meios democráticos e regulamentares,
reformas básicas, uma vez que o Brasil
necessitava delas. Essas reformas eram
universitárias, agrárias e outras tantas
necessárias para que o país pudesse se
desenvolver. O “Movimento Ação Popular”
era formado por intelectuais, universitários,
agricultores e operários de todo o Brasil.
Devido à sua militância política, Laly
foi presa na primeira semana de junho de
1964. Foi a primeira mulher a ser presa
por questões políticas na região nordeste
pelo governo militar. Sua prisão ocorreu
quando assistia aula na na Faculdade
de Medicina, quando foi levada em um
jipe com quatro homens armados, como
ela mesma dizia, “sem palavras e sem
violência”. Ficou presa no quartel do
exército (16RI) em Natal, onde passou dois
meses em uma cela pequena e insalubre
que tinha sido o cativeiro do prefeito
deposto Djalma Maranhão. Laly não foi
torturada fisicamente nem violada. No
entanto, ficou com o emocional destruído.
Foi submetida a interrogatórios e exposta
a execração pelas esposas de oficiais e até
mesmo a simulação de um fuzilamento:
em uma noite, foi levada ao pé de um
morro, sozinha, e os militares e soldados
se posicionaram , simulando que atirariam
nela, numa tortura psicológica indescritível.
Laly Carneiro respondeu a três
processos : um na universidade, outro no
estado e o processo militar. O advogado
Otto de Brito Guerra, que atuava como
advogado de presos políticos na época,
impetrou um Habeas Corpus para que
ela fosse solta, concedido pelo Superior
Tribunal Militar do Rio de Janeiro no dia
20 de julho de 1964, que a reintegrou e
aposentou, uma vez que era funcionária
do estado. Quanto ao processo da
universidade, foi permitido a ela que
terminasse o curso de Medicina. Mesmo
em liberdade e terminando o curso,
sofreu muito preconceito, chegando ao
ponto de alguns professores dizerem
que ela não lhes dirigissem a palavra.
“Apenas os professores do departamento
de Toco-ginecologia Lavoisier Maia e
Leide Morais foram ao QG dizer o que
pensavam de mim.”
Colou grau no curso médico em 10 de
dezembro de 1965, e ao terminar o curso
foi aprovada no concurso para Residência
Médica na Clínica de Obstetrícia da
Faculdade de Medicina da UFRN.
Em 1966, com a situação política
instável, o ambiente hostil, com
perseguições e prisões, Laly teve ajuda de
entidades católicas e apoio do Professor
Leide Morais para fugir para a França.
Chegou em Paris em um dia chuvoso
de inverno -era o seu exílio e uma nova
história de vida estava apenas começando.
Em Paris, tudo era diferente: o clima, o
idioma e a maneira de viver. Ela precisou
sozinha recomeçar tudo, inclusive o curso
médico: fez novo vestibular, uma vez que
o diploma brasileiro não era reconhecido
pelas autoridades francesas. Em 1966,
entrava para a Faculdade Paris-Sud,
centro hospitalar universitário de Cochin
Port-Royal. No ano de 1973, recebeu o
diploma de especialização em Anestesia e
Reanimação. Em 1976, com tese defendida
neste centro, foi laureada pela faculdade
com medalha de prata. Em 1967 conheceu
o Conde Serge Meignhan, com quem
veio a se casar, passando a ter o título de
Condessa, e com quem teve três filhos:
Laly Meignhan ( famosa atriz francesa),
Vanessa e Felipe.
Em 1969 foi escolhida assistente
substituta no Hospital Bicetre, na França,
onde exerceu o cargo até 1973. Laly foi
fundadora e chefe do Serviço de Anestesia
e Reanimação do Centro Hospitalar
Saint-Anne de 1975 até o ano de 2001.
Foi condecorada com a cruz “ Pró Mérito
Melitemi “ da ordem militar e hospitalar
de Malta; com o mérito “ Professor Leide
Morais”, conferida pelo Memorial de
Medicina do RN; e com o título honorífico
de Cidadã Natalense.
Membro do “Who is Who in the World”
(Quem é quem no mundo); membro
da Academia Mundial da Saúde e da
Academia Européia de Anestesiologia.
Foi membro ainda da Academia
Européia de Anestesia; da Associação
de Neuroanestesia-reanimação de Língua
Francesa; da Sociedade Francesa de
Anestesia, Analgesia e Reanimação; do
Conselho de Administração da Associação
Internacional de Anestesia-reanimação de
Expressão Francesa; e Vice-presidente
do Colégio Nacional dos Pacientes
Hospitalares em regime de tempo integral
dos hospitais não universitários da França.
A médica foi considerada ainda médica
expert em Anestesiologia pela diretoria de
Farmácia e do Medicamento do Ministério
da Saúde da França.
Laly Carneiro faleceu aos 79 anos em
Paris, onde morava desde 1966, no dia 12
de julho de 2016, devido à complicações
decorrentes do lúpus
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