O desenho - Amigos dos Castelos
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O desenho - Amigos dos Castelos
O DESENHO Em Chaves as fortificações sucederam-se em construções e reconstruções desde tempos recuados . entanto a representação mais antiga que conhecemos do Castelo de Chaves é já do início do séc. no . pelo traço de Duarte d’Armas em 1509. No desenho vemos um castelo de planta quadrangular, XVI com quatro torres circulares nos quatro ângulos. Isolada, no canto Sudoeste do castelo situa-se a Torre de menagem que ainda hoje subsiste. Quadrada, apresenta balcões de tiro com matacães em todas as faces, também nos ângulos do topo da torre encontramos pequenas torres circulares com matacães, a entrada, virada a Sudeste, encontra-se ao nível do segundo piso da torre onde existia uma ligação elevada com o adarve. A entrada do castelo estava a meio da muralha da banda de Nascente. Um segundo perímetro de muralhas encerrava o castelo e a vila, esta cerca apresentava duas entradas principais, no cunhal Norte – Este , encimada por uma torre quadrangular de grandes dimensões, a porta principal da vila sobre a qual ostentava um escudo de armas. Esta porta dava acesso à ponte e ao arrabalde do rio ou de baixo. No alto da colina da vila, outra torre quadrada de grandes dimensões protegia a segunda porta mais importante da vila, virada a poente e que permitia aceder ao chamado arrabalde de cima ou do Anjo. Junto ao extremo sul da cerca de nascente, arranca, junto ao rio, uma primeira defesa amuralhada, uma barbacã que acompanhando o rio se abre em passagem junto à ponte e de seguida, inflecte para poente, subindo a encosta e protegendo toda a cerca da vila até à porta de poente, abrindo-se aqui uma nova passagem. A barbacã continua para sul morrendo na muralha da cerca do lado sul. Este desenho traçado por Duarte d’Armas no início do séc. XVI é alterado no séc. XVII e XVIII em consequência das transformações para o sistema abaluartado. Do castelo primitivo apenas a torre de menagem se apresenta facilmente identificável, o restante das estruturas medievais foram derrubadas, reutilizadas e adaptadas às construções abaluartadas. Destas novas estruturas dos séculos XVII e XVIII destacam-se os Fortes de São Francisco e de São Neutel e ainda o hornaveque da Madalena na margem este do Tâmega. O novo sistema defensivo multiplicou por três o perímetro da área fortificada. Recorrendo sobretudo à técnica de Vauban, o traçado original de toda a estrutura defensiva da vila ficou a dever-se ao francês Michel L’École. Também terão tido responsabilidades no desenho e execução das obras os flamengos Fradique Cuyper, Fernando Francisco Groenemberg e Mateus Querberguen. Igualmente importantes também na direcção das obras os engenheiros nacionais João Coutinho, Lucas Ferreira Simões, António Aguiar Coelho, Sebastião de Sousa Vasconcelos, Bernardo Luis Xavier, João António de Távora, Rodrigo Sande de Vasconcelos, Manuel de Sousa Pereira, José C. Figueiredo e António de Aguiar. O parapeito de tiro do recinto magistral, em linha contínua de cortinas e baluartes estendia-se por cerca de 2500 metros. A elevação mais a norte da vila, onde se elevava o antigo convento de São Francisco, teve que ser abraçado pelo perímetro fortificado e integrado no recinto magistral de forma a neutralizar a ameaça daquela colina à segurança imediata da vila, e ainda proteger o convento. Assim elevou-se o forte de São Francisco que funcionou como cidadela e ultimo reduto defensivo. No conjunto defensivo, a vila de Chaves apresentava dois baluartes na banda de Noroeste, St.º António e Nª Sra. das Brotas na área onde se situava a Porta do Anjo. Parte destas estruturas ainda subsistem apesar de pouco visíveis ou sobrepujadas por construções. Pela banda de Su-sudoeste, integrando a antiga muralha medieval a nova cortina Castelo de Chaves – o desenho 1 apresentava no extremo oeste o baluarte de St.º António, a meio o baluarte do Castelo e no extremo . . este o baluarte do Espírito Santo. Sensivelmente a meio da sua extensão abria-se para a encosta sul o postigo das Caldas. À excepção do baluarte de St.º António o resto da estrutura ainda hoje está visível na sua quase totalidade. Pela banda de Sudeste resta o baluarte do Espírito Santo e um troço da cortina que integrava a muralha medieval. Da antiga porta do arrabalde, que dava acesso à ponte nada resta mais que a passagem de rua. Dos dois longos troços de cortina que abraçavam o forte de São Francisco, orientados para nordeste e para norte restam apenas pequenos troços e vestígios das estruturas. Na margem esquerda do rio, do outro lado da ponte, o hornaveque da Madalena protegia a ponte romana e o seu acesso. Desta estrutura defensiva pouco resta visível, ou foi destruído ou integrado e encoberto pelo casario. Ainda mais para Norte Noroeste do antigo perímetro, foi construído um forte destacado para optimizar o sistema defensivo e evitar que o inimigo ocupasse aquela posição a apenas cerca de 900 metros do recinto magistral e desde ali pudesse flagelar toda a cidade com artilharia. Este forte destacado, o forte de São Neutel, assim como o Forte de São Francisco, apresentam-se ambos em bom estado e bastante bem reutilizados. Castelo de Chaves – o desenho 2
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