Baixar - Jornal Loucos por Marketing

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Baixar - Jornal Loucos por Marketing
Jornal Informativo e de Treinamento sobre Marketing Multinível – Ano V – Nº 47 – JULHO/AGOSTO DE 2013 - Preço: 4,90
www.jornalloucospormarketing.com.br
Brasil engajado na luta
do Marketing do Bem
A
lém das multidões nas ruas brasileiras em
junho, uma outra luta está acontecendo, desta
vez no mundo do marketing.
Para combater o Mal, personificado pelas
pirâmides financeiras, o ícone Sergio Buaiz lançou
o movimento Marketing do Bem, com apoio maciço
das lideranças do legítimo marketing multinível. A
atividade é confundida com as pirâmides pelo público
em geral, porque estas se apresentam como negócio
de marketing, confundindo a opinião pública.
Página 6
Marcelo Pinheiro&Marcelo Alves
O
s dois super-consultores
e também sócios da DirectBiz produziram a quatro
mãos um artigo que é um valioso instrumento para analisar a nebulosa situação
atual vivida no mundo do
marketing.
Página 11
Legalidade X Moralidade
O
escritor e treinador Paulo de
Tarso Aragão apresenta um
texto antológico, esclarecendo didaticamente os parâmetros para
analisar uma proposta de marketing.
O texto está disponível também em forma de bookleet (livro
de bolso)
Página 16
E MAIS
POLÊMICA DA TELEXFREE CHEGA À TV
Depois de ser notícia em diversos jornais,os problemas enfrentados pela
TelexFree foram apresentados em matéria no programa dominical Fantástico,
da Rede Globo.
Página 14
PRIPLES DENUNCIADA POR VÍTIMAS À POLÍCIA
Outra empresa que sofre investigação é a Priples, de Recife, denunciada
à polícia por 11 vítimas, acusada de estelionato e pirâmide financeira.
Página 4
Direto da Redação
3
A
Tempestades
reputação dos grandes navegadores do passado
foi construída de acordo com a sua habilidade
em enfrentar as tempestades. Metaforicamente, as
mesmas tormentas que se abateram sobre o mundo do
marketing nos últimos anos, onde foram
catalogadas
64
pirâmides
financeiras, todas dizendo-se supostas empresas de
marketing.
Apresentamos nesta edição um antídoto contra este mal. O ícone do setor Sergio Buaiz insurgiu-se contra essa situação e criou o movimento Marketing do Bem, nossa matéria de capa, que caiu como
uma luva para esta edição de quinto aniversário.
Os demais artigos dos colunistas nesta edição
seguem este mesmo viés pró-multinível.
Boa leitura.
AKMOS: UM SUCESSO NACIONAL
Depois de conquistar o Brasil, empresa mineira inicia expansão internacional
A
AKMOS é uma empresa de Marketing
Multinível e vem se destacando cada vez
mais no mercado brasileiro pelo seu rápido
crescimento. Especializada em cosméticos, nutrição
e roupas esportivas, agora aposta também na área
terapêutica com colchões magnéticos que trazem
aos seus consumidores a saúde e o bem-estar que é
a mensagem principal da empresa.
Os colchões magnéticos possuem uma tecnologia
avançada chamada densidade progressiva que
consegue ceder conforme a necessidade de cada
peso, proporcionando uma acomodação ideal para a
coluna vertebral. Ele conta também com a energia
quântica que estimula as células do corpo a voltarem
a sua memória de origem fisiológica, fazendo com
que o nosso sistema volte a ter um equilíbrio
proporcionado uma boa qualidade de vida.
Além de produtos de grande qualidade, nos
preocupamos com a imagem da empresa, e para
nossas campanhas publicitárias, possuímos hoje o
direito de imagem por 3 anos da Educadora Física
Solange Frazão, ícone de saúde e bem-estar no
Brasil e admirada por sua beleza no mundo todo. Foi
realizada uma sessão de fotos nos principais pontos
de Belo Horizonte e o material com o novo rosto
da Akmos já estava em circulação um mês depois
auxiliando todos os representantes.
O Marketing Multinível tem sofrido muitas
dificuldades por causa de empresas que surgem no
mercado prometendo dinheiro fácil e enganando
muitas pessoas pelo Brasil. As famosas pirâmides
têm sido desmascaradas aos poucos e empresas
sérias e honestas como a Akmos continuam na ativa,
provando que o Marketing de Rede veio para ajudar
Diretores da Akmos
Moacir Diniz, Luiz Fernandes, Carolina Saraiva, William Miranda
as pessoas a terem sua independência financeira,
conquistar sonhos através de esforço e dedicação
de seus representantes.
A prova de que a Akmos é uma empresa que
dá retorno aos seus distribuidores foi a realização
do nosso último evento, no qual premiamos com 5
carros, pessoas que se destacaram como líderes de
rede e teremos ainda o Cruzeiro dos Presidentes no
início do próximo ano.
Outra grande conquista é a expansão e
inauguração do Projeto Latino Americano que abre
as portas para uma filial da Akmos no Equador,
registrada na AEVD (Associação Equatoriana de
Vendas Diretas). Ampliando e almejando novos
horizontes, adquirimos também uma grande e famosa
empresa brasileira de cosméticos e perfumaria que
promete abalar o mercado. Com isso, avançamos
para alcançar vôos muito maiores. Afinal de contas,
o céu é o limite.
Expediente
Publicação mensal produzida pela Comunigraf Editora - CNPJ 01060404/0001-33
Jornalistas responsáveis: Carlos Garcia DRT-PE 365 e Olbiano Silveira DRT-PE 626
Editoração eletrônica: Lourdes Duarte - [email protected]
Editor: Paulo de Tarso Aragão - E-mail: [email protected] * Diretor de Marketing: Roberto Portela - [email protected] * Colunistas: Arnaldo Silva - Edson Frank das Flores Gatto - Gutemberg Santos - Lair Ribeiro - Leila Navarro - Paulo de Tarso Aragão - Marcelo Alves - Marcelo Pinheiro - Roberto Shinyashiki - Wanderley
Lourenço * Secretária-Executiva: Dinah Duarte de Lucena Aragão * Secretários-Assistentes: Dennis Edward Lucena de Oliveira e David Wesley Lucena de Oliveira * Assessor Especial: Douglas
Vinícius Lucena de Oliveira. * Coordenadora de Logística: Denise Duarte Lucena de Oliveira. * Coordenadora de Expedição: Judite Duarte de Lucena * Representante em São Paulo: Margarete Rose
Szabo • Correspondente nos EUA: Gutemberg Santos
Endereço para correspondência:
Praça Floriano, 55 - Conj. 807 - Cinelândia , CEP: 20031-050 - Rio de Janeiro-RJ.
Telefones: (021) 2524-0236 / 81230214 - E-mail: [email protected]
As colunas e matérias assinadas não refletem, necessariamente, a posição do jornal.
4
O MUNDO MLM
EM NOTÍCIAS
Priples denunciada à polícia em Recife
O
nze pessoas procuraram
a delegacia de polícia no
bairro de IPSEP, em Recife, para
denunciar a suposta empresa
de marketing Priples, com sede
E
na cidade. As vítimas afirmam
não ter recebido os pagamentos
prometidos pela empresa, da
ordem de astronômicos 60% ao
mês com suspeita de formação
de pirâmide financeira. O caso
assumiu proporções de escândalo porque foi parar na primei-
ra página do maior jornal da cidade, o Diario de Pernambuco,
e nos programas policiais da TV
local. O assunto teve grande repercussão também nas redes sociais.
O proprietário da Priples,
Henrique Maciel Carmo de
Lima, 27, preferiu não apresentar sua defesa na imprensa
que o acusou e sim apenas para
seus distribuidores. Ele nega as
acusações de estelionato e formação de pirâmide financeira
mas foi intimado a comparecer
à delegacia de Ipsep.
4 Life tenta reentrada no Brasil
m 2010 a empresa americana de marketing 4
Life teve negado pela Anvisa pedido de autorização para comercializar seus produtos no
Brasil. Porém, líderes de Portugal estão divulgando que a empresa abrirá as portas nas próximas semanas com sede em área nobre de São
Paulo., iniciando um novo pré-marketing.
Para esta nova fase, os líderes portugueses
afirmam ter a 4 Life parecer favorável da Anvi-
sa, porém quando solicitados não apresentam o
número do registro nem a data de publicação da
resolução no Diário Oficial. Mesma tática utilizada em 2012 pela OrganoGold, que também teve
negado pela Anvisa pedido de comercialização
de seus produtos no Brasil, apesar de grande
pré-marketing realizado por seus líderes.
A empresa 4 Life ainda não se pronunciou
oficialmente.
Natura tem melhor reputação
A
Natura, maior empresa de beleza do Brasil, foi
eleita a companhia de melhor reputação do
país, de acordo com uma pesquisa inédita realizada
pela consultoria espanhola Merco e pelo instituto
de pesquisas brasileiro IBOPE e divulgada pela
revista Exame.
Para chegar ao resultado a pesquisa realizou 1700
entrevistas com executivos e analistas e também
ouviu 1.000 consumidores. Todo o processo foi
auditado pela auditoria KPMG.
A
P
A
C
Marketing DO BEM
por
Sergio Buaiz
Volta teu rosto sempre na direção do sol, e então
as sombras ficarão para trás.
E
m 1993, conheci esta oportunidade
maravilhosa de ganhar dinheiro ajudando outras pessoas a vencerem
na vida, através da educação e do amor.
Desde então, me dediquei de corpo
e alma a esta missão, editando artigos,
jornais, livros, realizando palestras, prestando serviços de consultoria e desenvolvendo lideranças, sempre com o foco de
promover relações ganha-ganha e construir negócios sustentáveis, distribuindo
produtos de valor, de empresas bem intencionadas.
Tenho muito orgulho de tudo o que
fiz, inspirado pelos melhores mestres de
desenvolvimento pessoal, marketing e
vendas, mas confesso que nunca foi fácil
defender o bem contra o mal. Ao longo desses anos, tive que enfrentar muitas pressões políticas, ameaças, traições, roubos e
sabotagens, e perdi a conta das propostas
indecorosas que já recebi para corromper
meus valores. Confesso que muitas vezes
precisei sair do combate para recuperar o
fôlego, mas após todo esse tempo recuando, desviando e sofrendo calado, cheguei
ao meu limite.
No dia 17 de março de 2013, exatamente vinte anos após conhecer e me
apaixonar por este negócio, publiquei o
seguinte desabafo no Facebook:
Estou realmente saturado desses esquemas migratórios para enriquecimento
rápido. Estou enojado com as perspectivas do Multinível como um todo, e cada
vez mais convicto das decisões que tomei
(...) Se o Marketing Multinível virou sinônimo de pirâmide, estou oficialmente
abrindo mão de qualquer título de "especialista", "consultor" e "escritor" relacionado a isso. O negócio que eu acredito
se baseia em "ganhar dinheiro desenvolvendo uma organização de líderes empreendedores, que direcionam suas equipes
a venderem produtos de valor, a clientes
satisfeitos". O resto é lixo e não me interessa mais. Não importa o tamanho dos
bônus, e sim de onde eles vêm... e para
onde vai a nossa consciência!
A repercussão foi imediata, com
mensagens de apoio vindas de líderes e
executivos das principais empresas. Nos
dias seguintes, publiquei outros desabafos, que foram igualmente compartilhados por centenas de pessoas, o que me fez
refletir seriamente sobre a minha missão
pessoal e a necessidade de fazer algo a respeito.
Assim nasceu o Marketing DO BEM.
(Sabedoria Oriental)
Compromisso
Antes de apresentar o projeto e todas
as iniciativas já relacionadas ao Marketing
DO BEM, é necessário esclarecer alguns
pontos.
Nada mudou na minha vida pessoal.
Continuo fazendo exatamente as mesmas
coisas, com as mesmas pessoas, com muito carinho e dedicação. Porém, nunca tive
uma visão mesquinha e limitada ao meu
próprio umbigo. Desde que iniciei minha
carreira nas Vendas Diretas, aprendi que
um setor não sobrevive com apenas uma
empresa forte, e que há mercado para todos os profissionais sérios crescerem, sem
que um precise derrubar o outro. Sei que
é um paradigma difícil de aceitar quando
a visão é limitada, mas faz parte da minha
missão promovê-lo incansavelmente, até
que se torne comum.
Se o Pelé é santista, o Zico flamenguista, o Dinamite vascaíno e o Ronaldo
corinthiano, nada impede que se respeitem e trabalhem juntos para cuidar do futebol.
Marketing DO BEM não é mais uma
empresa concorrente, e sim um movimento neutro em defesa da nossa profissão,
que está acima de qualquer jogador, time
ou torcida. Aliás, como todos os projetos
que desenvolvi nesses vinte anos.
Antes de qualquer interesse pessoal,
sou um acadêmico, apaixonado por desenvolvimento humano e liderança, e encontrei tudo isso no setor de Vendas Diretas.
Ao mesmo tempo em que me desenvolvo
como líder, me obrigo a compartilhar o
que aprendi.
Podemos ganhar dinheiro fazendo
muitas coisas, mas cada um tem a sua
missão pessoal a cumprir. A minha é zelar
pelo nosso setor, e eu me sinto mal quando deixo de exercer esse papel. É da minha
natureza servir a todos, desta forma.
Quero aprender, quero melhorar,
quero ser mais valioso e construtivo. Meu
legado não será apenas o patrimônio deixado para a minha família, mas as vidas
que toquei positivamente, promovendo o
Marketing DO BEM.
Obrigado aos que me conhecem e
confiam em mim...
Obrigado aos que já abraçaram a
nossa causa!
Marketing
DO BEM não
é mais uma
empresa
concorrente,
e sim um
movimento
neutro em
defesa
da nossa
profissão, que
está acima
de qualquer
jogador, time
ou torcida.
7
Manifesto
Marketing do Bem é um manifesto
pela Venda Direta honesta e livre dos esquemas piramidais insustentáveis.
Nossa missão é cuidar da imagem e
da sustentabilidade do setor de Vendas
Diretas, produzindo conhecimento e promovendo suas melhores práticas.
Nosso objetivo é garantir um ambiente saudável para a construção de negócios
legítimos, com oportunidades dignas de
crescimento pessoal e financeiro para todos.
Queremos que cada profissional de
Vendas Diretas sinta orgulho do que faz,
sendo reconhecido por seus valores e sua
contribuição social.
Acreditamos no diálogo, na livre
concorrência, escolha e estilo, desde que
mantidos o respeito e o interesse maior de
proteger o futuro da nossa atividade.
Honestidade e consciência
não dependem de lei
Nossa consciência social está doente
e temos que recuperá-la, pois a ânsia de
ganhar dinheiro não pode cegar as pessoas. Nem tudo que se permite por lei, é
honesto e digno de se fazer. Credibilidade
se constrói com confiança. Uma história de
vida e sucesso respeitável se escreve com
realizações duradouras.
Infelizmente, a maioria da população
desconhece as verdadeiras leis do sucesso,
onde um pode vencer apoiando o outro, e
não o contrário.
Em meio à crise de valores que vivemos, simplesmente não interessa mais
quem está legalizado, e sim quem faz a
coisa certa, pelo bem do setor, do mercado e da sociedade em que vivemos. Nosso
compromisso é com a evolução da nossa
atividade, doa a quem doer.
Por tudo isso, o manifesto Marketing
DO BEM foge do lugar comum e inclui as
seguintes máximas, para quem busca o sucesso honesto na Venda Direta.
Sabemos que nem tudo o que é legal,
pode ser considerado moral e ético. A lei
não serve para nos educar, e sim para impor limites ao crime. Portanto, hoje, o nosso maior problema está na deturpação de
conceitos e valores, que induz a maioria
das pessoas a querer levar vantagem em
tudo, sem o mínimo bom senso de medir
as consequências.
A verdade é que o futuro da Venda
Direta está na cabeça de cada um e na educação da nossa liderança.
3) EMPRESA É LEGAL: Saiba onde está
se metendo. Dê preferência a empresas de Vendas Diretas já estabelecidas
e testadas pelo mercado. Se a empresa
tiver menos de cinco anos de atuação
local, investigue cuidadosamente suas
origens, documentação, objeto social
e responsáveis legais, antes de colocar
o seu nome. E jamais se envolva com
empresas que não estejam devidamente regularizadas no seu País, pois a
Venda Direta neste caso configura, no
mínimo, crime tributário.
4) VENDA DIRETA SE GARANTE: Empresas legítimas incluem uma política
de recompra, no caso da desistência do
participante, descontando apenas custos operacionais de logística e impostos.
5) ORDEM DE CHEGADA NÃO IMPORTA: Negócios de verdade recompensam principalmente pelo mérito
e não pela sequência de entrada. Se o
discurso de "ser um dos primeiros" é
tão relevante na comunicação da oportunidade, isso caracteriza que nem a
empresa, nem os líderes acreditam em
sua sustentabilidade futura. Desconfie.
6) QUEM PAGA MAIS QUEBRA: Fuja
do discurso "plano revolucionário que
paga mais", pois toda empresa séria
paga aproximadamente o mesmo, para
manter-se competitiva e saudável financeiramente. Quando uma empresa
diz que paga muito mais que as outras,
significa que concentra as comissões
nos níveis elevados e paga quase nada
para a maioria, perdendo a sustentação
no tempo.
A Venda Direta tem o poder de recuperar a esperança, capacitando pessoas comuns para o empreendedorismo e
o sucesso, mas às vezes a ignorância fala
mais alto no microfone. O desespero e a
ganância de ganhar mais dinheiro, mais
rápido, estimulam comportamentos suicidas de alguns líderes, que fazem promessas infundadas de facilidades e atalhos,
arrastando multidões de inocentes para o
abismo.
Diante deste cenário, o nosso desafio
não se restringe a identificar pirâmides financeiras, do ponto de vista jurídico, mas
alertar sobre todas as práticas nocivas e insustentáveis que também podem ser conduzidas nas brechas da lei, com discursos
falsos, promessas exageradas, matemática
ilusória, concorrência desleal, chantagens,
calúnias, uso indevido de imagem, usurpação de direitos, enfim, aquilo que "acaba
passando" pela complexidade do sistema,
mas que deveria ser evitado, com melhores intenções.
valor, devidamente faturados e entregues, que possam ser revendidos pelo
participante a um cliente final, quando
ele quiser.
As 8 Máximas do
Marketing DO BEM
1) EMPREENDEDORISMO NÃO É PARASITISMO: Lembre-se que não existe
milagre, nem dinheiro fácil.
2) NEGÓCIO TEM VALOR DE MERCADO: Fuja das empresas que bonificam sobre taxa de adesão, franquia ou
qualquer investimento em "direitos de
participação no negócio", pois são pirâmides financeiras, independente dos
produtos que distribuam e das táticas
que se utilizem para disfarçar o golpe.
Todas as comissões e bônus da Venda
Direta legítima devem ser originadas
pela compra de produtos/serviços de
7) A SEGURANÇA ESTÁ NA BASE: Para
uma empresa de Venda Direta durar
mais de cinco anos e justificar-se como
oportunidade de carreira legítima, viável economicamente perante os órgãos
reguladores e a sociedade, a comissão
de revenda deve ser generosa, para que
todos os participantes sejam capazes
de operar no azul por seu próprio mérito, sem depender de mais ninguém.
8) LIDERANÇA DE RESPEITO: Empresas sérias e o mercado valorizam quem
merece. Portanto, pague o preço de desenvolver as habilidades de um líder
exemplar e cuide da reputação como
seu maior patrimônio. Relacionamentos de confiança são inegociáveis. Sua
ética pessoal será testada com desafios
cada vez maiores. Esteja preparado
para superá-los!
8
Participação
O
Marketing DO BEM foi
lançado oficialmente no
dia 1º de julho de 2013, com
um e-book promocional e
uma comunidade online, que
promoverá artigos, áudios,
vídeos, apresentações e ferramentas interativas, para a
construção coletiva de conhecimento. Toda a obra de Sergio Buaiz está sendo adaptada
a esse novo posicionamento e
também será disponibilizada,
em formato digital, na área restrita do site:
http://www.marketingdobem.com.br
Parte do conteúdo produzido pelo Marketing DO BEM
será publicada em dois novos
portais institucionais do setor,
auxiliando o entendimento da
nossa profissão, por universidades, mídia, governos, ministério público e sociedade em
geral:
http://www.vendasdiretas.com.br
Atuação
http://www.marketingderede.com.br
São convidados a participar do Marketing DO BEM
todos os profissionais de Vendas Diretas que compartilham
desses mesmos valores e estão
comprometidos com a evolução do setor, de forma legal,
moral e ética.
Em breve, os líderes da
comunidade poderão ativar
um site pessoal de divulgação,
para promoverem sua oportunidade de forma neutra e adequada aos nossos princípios:
http://www.profissaodofuturo.com.br
IMPORTANTE: Comentários em fóruns, pesquisas,
conferências e todo o conteúdo publicado na comunidade pelos participantes serão moderados para
manter a qualidade do diálogo e suas finalidades.
A
pesar de ser um projeto
de cunho educacional e
pacífico, o Marketing DO BEM
começou como um grito contra as práticas abusivas que
tomaram conta do nosso setor,
se aproveitando de brechas da
legislação, da impunidade no
Brasil e, principalmente, do
culto à ignorância, tônica do
nosso tempo e latente nas redes sociais.
O Marketing DO BEM
terá alcance internacional, visto que as principais empresas de Venda Direta do mundo atuam globalmente. Além
disso, a WFDSA – Federação
Mundial das Associações de
Venda Direta, as associações e
governos locais, das principais
economias do mundo, também
estão empenhados em combater os esquemas piramidais
insustentáveis, cada vez mais
rápidos e poderosos.
Nossa página no Facebook servirá como principal
canal de comunicação com o
mercado, promovendo os melhores valores da Venda Direta, informações relevantes
sobre a moralização da nossa
atividade, além de materiais
produzidos por especialistas,
executivos e líderes que promovem a nossa causa:
http://www.facebook.com/
sbuaiz
ENTREVISTA EXCLUSIVA COM
Sergio Buaiz,
fundador do Marketing DO BEM
LPM: Sergio,
parabéns
pelo
novo projeto. Nesses vinte anos de
carreira, você editou o Jornal Estágio 10 e o Portal
Chance Network,
que também promoviam os bons
valores. Qual a principal diferença deste momento?
Buaiz: Paulo, você me acompanha
desde o Jornal Estágio 10 e sabe que o slogan da época era “A Imagem do Marketing
de Rede no Brasil”. Ou seja, meus valores e
intenções nunca mudaram. Entretanto, eu
confesso que não tinha a mesma maturidade para distinguir o que é certo e errado,
e muitas vezes dei voz a quem não merecia. Reconhecia e valorizava quem estava
em evidência, sem me preocupar com sua
conduta. Com o tempo, a experiência me
mostrou que aspectos legais, morais e éticos não estavam sendo observados como
deveriam, que nem todo Multinível é legítimo e que nem todo Diamante tem valor.
O Marketing DO BEM é uma maneira que
encontrei de colocar os pingos nos “is”,
compartilhando com o mercado minhas
convicções “atualizadas”.
LPM: Então você se arrependeu de algo que fez?
Buaiz: Não exatamente. Tenho orgulho de tudo o que realizei e guardo ótimas lembranças dessa trajetória, mas hoje
faria algumas coisas com um pouco mais
de cuidado. Em março deste ano, logo após
publicar aquele desabafo no Facebook, foi
realmente o momento mais difícil. Ao mesmo tempo em que pensei em desistir de
tudo e seguir minha vida longe do Multinível, acusei o golpe da consciência. Afinal,
todo esse estrago que está sendo feito com
o nosso mercado teve origem lá atrás, com
princípios e valores mal interpretados, de
textos que escrevi e, principalmente, da visibilidade que dei a alguns aproveitadores.
Por esses motivos, silenciar seria covardia,
conivência e cumplicidade.
LPM: Sobre seus textos, especificamente, o que estava errado?
Buaiz: Em 1996, ninguém sabia nada
de Multinível e éramos todos entusiastas
irresponsáveis. A intenção positiva estava
sempre presente nas minhas intervenções,
mas não havia a preocupação de alertar
sobre certas armadilhas que eu desconhecia. Portanto, todo o material publicado
no Jornal Estágio 10 falhava nesse aspecto.
Eu também era mais inocente no trato com
as pessoas e fui envolvido algumas vezes,
aceitando associações com pessoas que
hoje me dão náuseas. A partir de 2003, com
a Chance Network, já foi um pouco diferente, pois eu estava mais calejado para enfrentar a oposição. Porém, como ainda não
identificava com clareza essa fronteira entre o bem e o mal, acabei me desgastando
demais, tentando dialogar com quem não
devia. Aliás, foi bem nessa época, em 2006,
que as primeiras pirâmides de Voip assaltaram o mercado.
LPM: Sim, lembro que nessa
época você colocou o portal Chance à venda e passou a fazer rede
na Herbalife. Gostaria de comentar algo a respeito?
Buaiz: Sem problemas. Aliás, é uma
boa oportunidade de esclarecer isso também. Sempre evitei falar do assunto porque escolhi ser discreto, em respeito aos
meus leitores e colegas do mercado, mas
acho que já é um tabu ultrapassado. Encaro
minha rede como um Plano B para o futuro, de renda vitalícia e hereditária. Desde
então, lancei dois livros, fiz palestras e consultorias, com a mesma isenção de sempre,
e jamais assediei colegas de outras empresas, porque não acredito nisso. Líder de va-
9
lor não migra. Se a pessoa está bem posicionada, tem mais é que continuar no foco,
construindo o seu futuro em bases sólidas.
Por isso, construí minha rede do zero, com
99% de pessoas que nunca fizeram Multinível antes. São pessoas maravilhosas, de caráter, que aprenderam o básico de plantar
para depois colher. Temos uma excelente
relação ganha-ganha, e vários downlines já
se destacam mais que eu, por mérito próprio, em um plano absolutamente justo.
LPM: Você sabe que o acusaram de ter se vendido para a Herbalife...
Buaiz: Boa! Essa é a melhor piada
que já inventaram (risos)! Me acusaram de
corrupto, inventaram que ganhei milhões,
mas eu realmente nunca estive à venda.
Ninguém me pagou luvas, produtos e viagens internacionais. Aliás, entrei em uma
das raras empresas que jamais me contrataram ou ofereceram vantagens, com o
patrocinador mais “mão fechada” do Brasil (risos)! Essa história é ótima! Além de
estar muito irritado com as pirâmides e
desgastado com os “gafanhotos” da época,
ganhei o kit de presente de casamento do
Antonio Jorge e da Simone. Ao invés deles
me darem um presente bacana, me deram
foi um sermão: “Agora que você vai constituir família, precisa pensar no futuro. Não
faz sentido conhecer tanto de Multinível e
não ter seu Plano B”. Minha mulher odiou,
mas aquilo fez sentido e, como eu gostava
da empresa, decidi começar. Eu também
precisava de uma nova experiência prática, pois sempre me acusaram de teórico
(risos).
LPM: Que história fantástica.
E hoje, sua relação com a empresa é normal?
Buaiz: Minha relação é exatamente
igual à de qualquer outro Distribuidor. Inclusive, não posso e nem falo em nome da
empresa. Sou tratado por todos como um
Distribuidor comum, no nível em que estou, pelas qualificações alcançadas e sem
qualquer privilégio adicional. Não posso
vender meus livros, nem sou valorizado
como especialista nos eventos. Aliás, esse
foi um dos pontos que mais me cativaram,
demonstrando seriedade. Agora, com o
Marketing DO BEM, já informei a todos
sobre o meu posicionamento e não quero
misturar as coisas. Inclusive, te peço que
volte ao assunto original.
LPM: Ok, mas você não chegou a vender a Chance, certo?
Buaiz: Não vendi. Cheguei a receber
algumas propostas, mas sinceramente desisti. As pessoas que me procuravam queriam simplesmente a base de dados, e eu
não achei prudente vender. Sempre imaginei que um dia retomaria esse projeto, de
alguma forma. Deixei o site no ar para consulta e agora devo decidir como integrá-lo.
LPM: Nos seus livros Pai-Líder, Multiplicando Bem-Estar e
MULTINÍVEL EXPLOSIVO!, você
fará muitas adaptações?
Buaiz: Felizmente não. Como eu
sempre procurei escrever de forma neutra,
os conceitos colocados nesses três livros, e
também no curso online “As 10 Chaves”,
estão de acordo com o que acredito. A
principal mudança é realmente na ênfase.
Quando criei o Programa MULTINÍVEL
EXPLOSIVO!, queria fazer algo de grande
impacto, mas a interpretação do mercado
acabou passando do ponto. Apesar da “explosão” proposta estar vinculada à paixão
e ao desejo ardente de fazer acontecer, não
me sinto bem com a estética incendiária
que isso remete. Acho que não combina
com o meu espírito atual. Portanto, o livro,
o programa e o curso online serão renomeados, com pequenos ajustes de conteúdo.
Outra alteração óbvia, em todos os meus
livros, será na página de agradecimentos
(risos).
LPM: Pelo visto, você está
realmente irritado com algumas
pessoas!
Buaiz: Irritado já fiquei. Agora, estou apenas decepcionado. É difícil
acreditar que parceiros tão próximos do
passado tenham perdido completamente o discernimento e escolhido o caminho
da destruição, do individualismo covarde
e irresponsável, cegos pelo dinheiro fácil.
Eu gostaria de acreditar que é ignorância,
mas para alguns essa desculpa não cola.
São preparados e reincidentes. É como
descobrir que um parente está viciado em
drogas e não quer se tratar. Não tenho raiva das pessoas, mas sinto revolta pelo fato.
Vai muito além da discordância.
LPM: Como você está lidando
com isso. O Marketing DO BEM é
uma resposta?
Buaiz: Sim. Eu seria hipócrita se
LEIA
OS LIVROS DE
Sérgio Buaiz
www.sergiobuaiz.com.br
não admitisse isso. O Marketing DO BEM é
a forma que encontrei de manifestar o meu
repúdio por esse movimento irracional,
anti-ético e imoral, que está levando essas
pessoas a enriquecerem, às custas da desgraça de outros. É covardia o que estão fazendo, pilhando todo o mercado com promessas ilusórias de dinheiro fácil, quando
sabem que isso realmente não existe. Ou
seja, é um golpe premeditado e imperdoável, que precisa parar. O Marketing DO
BEM é a consciência que estava faltando.
LPM: Você consegue enxergar algo bom neste momento tão
desafiador?
Buaiz: Claro! Sempre aprendi que é
na crise que surgem as melhores oportunidades. Sinceramente, se nada disso estivesse acontecendo, eu não teria criado o
Marketing DO BEM, que já está me trazendo grandes alegrias. Com esse movimento,
tenho me reaproximado de antigos colegas e feito novos amigos. Ou seja, há uma
substituição do passado que não me interessa mais, por um presente estimulante e
um futuro maravilhoso. Tenho certeza que
todo o setor de Vendas Diretas sofrerá um
pouco dessa pressão nos próximos meses,
mas conquistaremos um terreno importante, junto aos governos, mídia e opinião
pública em geral. Muito em breve, teremos
um ambiente melhor para todos que desejam construir seu futuro em bases sólidas.
Estou muito confiante!
LPM: Será que desta vez o
BEM vai vencer?
Buaiz: Tenho certeza que sim! Não
depende do que eu estou fazendo, e sim
da semente que já plantamos. O assunto
está novamente na pauta, muitas vozes
importantes do mercado estão se levantando para nos apoiar e eu aprendi a acreditar
que tudo vai dar certo. Portanto, é seguir
adiante, com esse propósito de unir os
verdadeiros líderes por um ideal maior. A
Venda Direta pode realizar todos os nossos
sonhos. Basta semearmos O BEM!
Sergio Buaiz é Publicitário, Consultor e Treinador
de Vendas Diretas há mais de 15 anos, tendo se
especializado em Marketing de Rede e Liderança.
Tem quatro livros e centenas de artigos publicados,
no Brasil e no exterior. Fundou o movimento
Marketing DO BEM, em defesa da Venda
Direta honesta e livre dos esquemas piramidais
insustentáveis.
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10
ELES FORAM OS PRIMEIROS
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NO MUNDO!
Sua missão agora: Formar Diamantes!
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Enriquecer sem fazer esforço.
Será que isto existe?
Marcelo Pinheiro e Marcelo Alves
E
stamos diante de um momento peculiar na Venda Direta brasileira –
o aumento súbito de novos negócios,
baseados no modelo Multinível, popularmente conhecido também como
Marketing de Rede ou MLM. É o modelo que mais cresce em outros países,
mas no Brasil, durante muitos anos,
ficou em segundo plano, como consequência da desconfiança dos brasileiros em relação aos sistemas piramidais
- que são 100% fraudulentos.
O MLM é igual Pirâmide?
Não se deve confundir jamais
“pirâmides” com Venda Direta, pois
esta não utiliza a mecânica piramidal,
e seus detalhes devem ser devidamente conhecidos pelos interessados
ou adeptos. Existem diversos artigos
na internet detalhando informações
relevantes sobre empresas que estão
sob investigação da Polícia Federal,
do Ministério Público e da Secretaria
de Acompanhamento Econômico – algumas, inclusive, tiveram de encerrar
suas operações no país. Porém, é muito importante analisar em detalhe o
assunto, pois em alguns casos o problema pode estar na conduta e opção
de trabalhos adotados por um parceiro local ou de pessoas que assumiram
o processo de montagem das redes no
país, convenientemente desconsiderando regras e práticas sérias adotadas
pelas empresas em seus países de origem, não refletindo necessariamente
o escopo total da mecânica multinível
original daquele negócio. O que é pior:
estes líderes podem, por uma opção e
ambição particulares, estar distorcendo os princípios do marketing multinível – cuja essência e princípios em
nada endossam o funcionamento fraudulento e lesivo das pirâmides financeiras.
Também não se deve interpretar de forma simplista as reclamações
propagadas por pessoas que eventualmente não entenderam o sistema e tiveram problemas porque se deixaram
levar pela parte conveniente e voltada
ao lucro fácil do discurso de um líder
de rede, assim como não se pode confundir os resultados negativos decor-
rentes da prática distorcida ou mal-intencionada, baseada na adoção de
apenas partes convenientes de uma
lógica de negócios maior e lícita, com
os princípios reais dessa lógica de negócios como um todo.
Mas, afinal, por que esse modelo causa tanta suscetibilidade, e ainda
é tão controverso em nosso mercado?
Nos anos 80, diversos negócios baseados em pirâmides inevitavelmente
fracassaram, deixando perdas substanciais para milhares de pessoas que
acreditaram naqueles modelos, até então pouco conhecidos em nosso país.
Essas experiências negativas acabaram por confundir a opinião pública em relação à realidade e seriedade
do Marketing Multinível, que nada
tem a ver, na prática, com a estrutura de funcionamento frágil que configura as pirâmides, e prejudicaram
inclusive a reputação de empresas
sérias e com marcas e produtos reais
estabelecidos globalmente, que levaram anos para se reposicionarem em
nosso mercado, até que conseguissem
apagar o legado distorcido deixado
pelos líderes que assumiram suas redes na época.
A principal característica que
configura um sistema piramidal é a
comercialização de itens cujo resgate
dos valores inicialmente desembolsados pelos membros da “rede piramidal” é inviável, em caso de desistência. O produto ofertado tem pouco ou
nenhum valor agregado ou é vendido
por um preço fora da realidade do seu
real valor de mercado. O foco desses
negócios é fazer crescer a rede “pela
rede em si”, atraindo pessoas com a
venda de produtos, tais como brochuras, cotas em websites pretensamente
comerciais, ou mídias gravadas com
treinamentos motivacionais, contendo
meramente instruções sobre o sistema,
instruindo o novo membro da rede
como atrair e cadastrar novos membros para sua rede.
Outra característica das estruturas piramidais é a oferta de um produto (a título de investimento inicial,
kit-início, ou coisa que o valha) a ser
adquirido no momento de ingresso na
[email protected]
[email protected]
A principal
característica
que configura
um sistema
piramidal é a
comercialização
de itens
cujo resgate
dos valores
inicialmente
desembolsados
pelos membros
da “rede
piramidal” é
inviável, em caso
de desistência.
A r t i g o
POR
11
12
rede, por um valor acima do preço médio
de mercado para um produto similar, de
forma que somente uma pessoa envolvida
com o esquema seria capaz de comprá-lo
e o único modo de recuperar esse investimento inicial será recrutar novos membros para sua rede direta – estes novos
membros também pagarão mais do que
deveriam por tais bens. Este valor inicial,
desembolsado pelos novos entrantes, é
então usado para embasar o esquema da
pirâmide, tendo parte de seu montante redistribuído entre os níveis superiores da
estrutura, a título de gerar a “remuneração” destes níveis.
A seguir, discriminaremos alguns
pontos de atenção que podem ajudar a
identificar esses esquemas:
• Não existência de um produto
tangível a ser revendido ou de
um serviço real como contrapartida, inviabilizando a devolução
de itens e resgate do investimento
inicial em caso de desistência.
• O apelo e argumentos nas abordagens iniciais para atração de
novos membros dão pouca ou nenhuma informação efetiva sobre a
empresa, forçando a comprar os
produtos e tornar-se um participante para que se possa entender
melhor o negócio e conhecer a empresa por trás da proposta.
• A descrição do produto ou serviço
efetivo a ser negociado pela rede é
muito vaga.
• Promessas de rendimentos ilimitados e propagadas de maneira
vaga e dúbia.
• Oferta de produto ou serviço por
um preço acima de seu real valor
de mercado ou do preço de produtos similares já existentes.
• Oferta de renda dependendo especificamente da suposta comissão gerada pelo recrutamento de
novos membros ou oriunda de
produtos adquiridos para uso
próprio, em vez de advir da venda efetiva para consumidores que
não são participantes da rede.
• A estrutura da “rede” tende a
atribuir renda real especificamente para os primeiros membros ou
iniciadores do grupo, apontando
riscos para o retorno financeiro
dos níveis inferiores de “downlines”, em maior número (configurando o desenho piramidal no
qual o fluxo de ganhos se concentra sempre no topo).
Todo MLM
de serviços é Pirâmide?
Nos negócios legais, baseados no
verdadeiro Marketing Multinível, existe
renda efetiva decorrente das vendas de
produtos ou serviços aos consumidores
que não estão associados ao esquema.
Ainda que um forte diferencial seja a atribuição adicional de bônus para o líder da
rede, pela captação de novos membros, e
o agregado de renda advindo de algum
percentual sobre as vendas dos membros
de seu grupo, isto não deve ser o essencial
para caracterizar o exercício bem-sucedido do negócio por qualquer membro individual.
O conceito de venda direta clássico
disseminado pela Associação Brasileira
de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD),
e pela World Federation of Direct Selling
Associations (WFDSA), estabelece que as
empresas que operam no sistema devem
atuar comercializando bens que, se adquiridos na compra inicial dos membros
autônomos que compõem as estruturas
comerciais, resguardem seu direito à desistência do negócio, garantindo a estes a
devolução do valor investido na aquisição
inicial desses bens, sejam produtos ou direito de uso de um serviço.
existe. Uma empresa nova, que não esteja
e seja solidamente estabelecida e que promete ganhos mirabolantes e rápidos “sem
esforço”, tem maiores chances de ser uma
pirâmide ilusória!
Avaliamos que nos últimos dois anos
houve um grande aumento no surgimento de novas empresas de vendas diretas,
que, por nascerem com orçamento e portfólio extremamente modestos, planejaram inaugurar suas operações por meio
do MLM, buscando justamente o suposto
baixo custo de implantação e a ilusão do
rápido crescimento de canal supostamente proporcionado por este modelo.
Cuidado com
as empresas MLM
iniciantes que prometem
riqueza fácil
Esta definição deve ser interpretada
com critério, pois os bens comercializados
pelas empresas que adotam o MLM podem ser efetivamente serviços, que são,
na prática, bens intangíveis. Há diversas
empresas sérias, confiáveis e atrativas que
operam mundialmente na venda direta
comercializando serviços – mas estas sabem que devem adotar políticas e regras
de negócio que obedeçam às regras que
garantam o resgate dos investimentos iniciais dos membros da rede, e que devem
ofertar bens ou serviços que de fato tenham público e gerem interesse de compra, sem penalizar nenhum nível da rede,
em tempo algum, diante de alguma eventual “estagnação” do modelo.
Essa visão simplista e oportunista
tem criado negócios conduzidos de forma
distorcida, e que, justamente por serem
baseados em falsas expectativas, acabaram
por descuido ou mesmo má-fé descambando para esquemas fraudulentos ou de
difícil evolução prática para os membros
da rede - inevitável consequência do desespero dos empreendedores que não planejaram seriamente este processo.
Cuidado com as empresas
MLM iniciantes que prometem
riqueza fácil
Infelizmente, nem sempre os empreendedores responsáveis por esses negócios
entendem que, apesar de não incorrer nos
custos de contratação/remuneração dos
níveis de gestão representados pela força
de vendas demandada no Modelo Mononível ou SL (gerentes de venda, agentes de
captação), o MLM é um sistema complexo
e sofisticado, que exige a aquisição de um
“BackOffice” robusto para sua transparência, manutenção e gestão diária, a qual só é
eficiente se for administrada em tempo real.
Esse é outro ponto importante que
deve ser desmistificado, riqueza fácil não
Os membros das redes de MLM sérias e profissionais precisam monitorar
13
on-line e em tempo real a evolução de suas
redes, os extratos de apuração e pagamento efetivo de suas comissões e bônus e as
condições pendentes para sua evolução e
dos demais membros de sua rede nos diversos papéis de liderança oferecidos pelo
plano de carreira multinível da empresa
que representa.
Ainda que existam iniciativas baseadas em regras de MLM simples, ao longo do tempo, em geral estas iniciativas
se revelam como aplicação de imitações
frágeis, copiadas de modelos MLM bem-sucedidos, dos quais o empreendedor
deliberadamente suprimiu regras e condicionantes importantes por julgá-las complicadas - as quais, em algum momento da
evolução da rede, farão falta e impactarão
negativamente nos resultados.
Negligenciar o investimento real exigido na estruturação tecnológica e na aquisição de sistemas de informação e gestão,
que devem estar por trás de todo negócio
sério baseado no MLM, elimina o potencial
de crescimento rápido atribuído ao modelo, pois a ausência de informação rápida,
consistente e confiável, desestimula a entrada dos líderes sérios no negócio, reduzindo a atratividade para novos membros,
além de dificultar a tomada de decisão dos
líderes, enfraquecendo sua gestão e as potenciais ações que estes devem tomar para
maximizar o funcionamento do modelo. A
falta desses recursos de gestão eficientes
mina o trabalho de patrocínio do crescimento e produtividade de cada membro
da rede.
Não existe uma mágica: a sustentabilidade de uma empresa MLM e de quem
entra na rede será consequência direta da
existência de um produto ou serviço atraente e vendável a ser comercializado por
esta rede, de um mercado para os membros da rede efetivamente atuarem, de ganhos reais decorrentes de percentuais de
comissionamento e bonificação competitivos e igualmente atraentes, da adoção de
condições comerciais, regras de negócio
e planos de carreira claros e confiáveis e,
enfim, de processos estruturados voltados
à capacitação sistemática dos novos membros pelos líderes das redes.
Esses pontos garantirão que o negócio tenha condições de competir com as
demais propostas MLM bem estruturadas, que vem competindo pelo mesmo canal autônomo no Brasil – propostas estas
conduzidas, em sua grande maioria, por
profissionais que buscam espaço e oportunidade para exercer seu perfil empreendedor, principal característica que diferencia
a atuação do canal multinível na venda
direta.
Para onde vai o MLM
no Brasil?
Avaliamos que, infelizmente, perdura
no momento o risco de empresas que ainda
não atuam no Brasil ingressarem na Venda
Direta por intermédio de empreendedores
não ligados diretamente à corporação,
os quais podem optar por estabelecer
sistemas MLM distorcidos, para acelerar
de maneira irresponsável o crescimento
dos membros cadastrados. Esta prática é
alimentada pelo foco apenas na geração de
ganhos proporcionados especificamente
por taxas de adesão e bônus de pontuações
obtidos pela indicação de novos membros
para a rede – processo que fatalmente gera
ganhos efetivos para apenas uma parte
dessas redes, e durante um período não
superior a dois anos, em geral, a parte “de
cima” da pirâmide.
Uma tendência promissora pode estar em nos espelharmos em várias empresas MLM americanas e algumas brasileiras,
que adotam a salutar prática de divulgar
periodicamente em seus web sites dados
sobre tamanho das redes e seu histórico de
atividade, os ganhos brutos, líquidos e as
médias de bônus distribuídos, afiançando
a lisura de suas operações e modelo. Certamente, sendo a quarta do mundo, a Venda Direta brasileira tem tudo para atingir
esse nível, filtrando enfim a conduta das
empresas e dos empreendedores que decidirem trazer novos negócios e modelos
para nosso país.
Uma tendência
promissora pode
estar em nos
espelharmos em
várias empresas
MLM americanas
e algumas
brasileiras, que
adotam a salutar
prática de divulgar
periodicamente
em seus web
sites dados sobre
tamanho das redes
e seu histórico de
atividade, os ganhos
brutos, líquidos
e as médias de
bônus distribuídos,
afiançando a lisura
de suas operações e
modelo.
Por fim, consolidando as boas
práticas no MLM brasileiro, destacamos
que o empreendedor sério tem maturidade
suficiente para entender que não existe
“almoço grátis” e que “sucesso” só vem
antes de “trabalho” no dicionário... Não se
pode cair no “canto da sereia” de negócios
que prometem ganhos mirabolantes, acima
de qualquer investimento estruturado
ou indicador econômico estabelecido.
Infelizmente, muito do “barulho” que
se tem ouvido recentemente em relação
às pirâmides vem de pessoas que foram
vítimas de sua própria ambição, e que,
como acontece com os receptadores
de mercadorias roubadas, pensaram
inicialmente em levar vantagem – até que
foram surpreendidos em sua ganância
pelo ganho fácil.
Acreditamos que o futuro do MLM
no Brasil é promissor e que as verdadeiras
empresas MLM de produtos ou serviços
vencerão esta etapa. Informe-se e, mesmo
informado, não ceda às tentações do momento.
Marcelo Alves e Marcelo Pinheiro
são consultores, sócios e fundadores
da DirectBiz Consultants, empresa de
consultoria
especializada
na
Venda
Direta, que implanta e desenvolve novas
empresas SL, MLM e BL, há quase 16 anos
no mercado brasileiro.
14
A polêmica da
Telexfree na mídia
Rede Globo "compra" a briga contra a Telexfree,
depois de manifestações na porta da emissora
N
o último domingo
de junho o programa
"Fantástico" da Rede
Globo veiculou extensa matéria sobre os problemas enfrentados pela Telexfree, com um
viés nitidamente contrário. O
tom negativo parece ter sido
uma retaliação contra as manifestações que grupos de divulgadores da empresa na porta
da emissora, uma semana antes, solicitando a não-veiculação da matéria.
Embora a reportagem tenha apresentado também a
defesa do diretor da empresa
Carlos Costa, a maioria absoluta dos depoimentos foi de
pessoas contrárias ao trabalho
da Telexfree.
Até o fechamento desta edição, em 4 de julho, a Telexfree
continuava proibida de operar
em todo o território nacional,
sob pena de ser multada em
R$100.000,00 por cada operação efetuada.
Também no SBT
Dias antes da veiculação
no programa dominical Fantástico da Globo, a rede SBT,
do apresentador Sílvio Santos,
já havia veiculado denúncias
contra a Telexfree. O "Jornal
do SBT"- telejornal da emissora
em horário nobre- apresentou
matéria sobre os problemas
iniciais da Telexfree na Justiça do Acre.Foram mostrados
depoimentos dos acusadores
e também dos defensores da
empresa.
Ministério da Justiça
presa poderá ser multada em
mais de R$6 milhões.
Defesa da Telexfree
A defesa apresentada pelo
A polêmica da Telexfree
advogado da Telexfree contra
extrapolou o âmbito estadual
as acusações de formação de
no Acre, onde tudo começou.
pirâmide disfarçada evoca a
A empresa Ympactus Comeratual legislação brasileira. O
cial Ltda.ME, a razão social da
Dr. Horst Fouchs afirmou em
Telexfree, agora começou a ser
entrevista que não existe reguinvestigada também no âmbito
lamentação para a atividade
federal, através do DPDC-Dede marketing multinível no
partamento
Brasil, portande Proteção
to, a Telexfree
e Defesa do
não pode ser
Consumiacusada de fador- órgão
zer algo ilegal.
da Secretaria
E complemenNacional do
tou afirmando
Consumidor
que o artigo 5º
do Ministéda Constituirio da Justiça,
ção diz o seque instauguinte: "nada
rou processo
é proibido se
À esq. Amaury Oliva
administratinão em virtuvo. Denúncias apontaram que
de da lei".
a empresa estaria violando
princípios básicos do CódiDesmentido da Mapfre
go de Defesa do Consumidor,
Dentro de um plano de
como o dever de transparência
ação para limpar a imagem
e boa-fé nas relações de consuarranhada da Telexfree, o dimo, além de veicular publiciretor Carlos Costa gravou um
dade enganosa e abusiva.
vídeo informando ter fechado
contrato de distribuição com a
Um golpe antigo
seguradora espanhola Mapfre.
O diretor do DPDC,
Seu argumento era de que a
Amaury Oliva, afirmou em enmultinacional não faria netrevista coletiva que "o sistema
gócios com uma empresa em
de pirâmide é um golpe antisituação irregular ou que estigo. O problema é que quando
vesse cometendo algo ilegal.
ela quebra, o prejuízo afeta diMas no dia seguinte a Maversos consumidores e não há
pfre publicou em seu site um
mais o que fazer. Nosso trabadesmentido, afirmando não
lho é com a defesa do consuter nenhuma relação comercial
midor para evitar danos".
com a Telexfree. A nota esclaSe confirmadas as denúnrece que a empresa apenas encias de prática abusiva, a emviou uma proposta para ven-
Diretor Carlos Costa
das de seguros por parte de
seus distribuidores, mas que a
resposta da Mapfre foi negativa.
Início no Acre
O inferno astral da Telexfree
começou em 18 de junho quando a juíza da 2ª Vara Cível da
Comarca de Rio Branco, Dra.
Thaís Borges, julgou procedente uma ação do Ministério
Público do Acre e suspendeu
os pagamentos e a adesão de
novos contratos à empresa.
A magistrada afirmou que
a decisão não configura o fim
da empresa, apenas suspende
as suas atividades durante o
processo investigativo.
A decisão, que é válida até o
julgamento da ação principal,
foi mantida no dia 24 de junho,
quando o Desembargador Samoel Evangelista, do Tribunal
de Justiça do Acre (TJ/AC)
indeferiu o pedido de revisão
das sentenças, impetrado pelos advogados da Telexfree.
15
HOJE EM DIA
Paulo de Tarso Aragão
E-mail: [email protected]
Estreia novo artigo com livro de bolso
“Nem tudo que é legal, é moral”
N
a próxima página você vai
ler o novo artigo que escrevi
com meu posicionamento sobre
o problema das pirâmides
financeiras que assolam o país.
O título é “Nem tudo o que é
legal, é moral”, uma frase que me
foi dita por um amigo Diamante
de uma grande empresa. Neste
meu novo trabalho apresento
didaticamente os critérios para
se analisar a moralidade de
uma proposta de marketing.
Inicio com um “flashback” na
história, mostrando quem foram
os precursores das pirâmides
atuais, a espanhola Baldomera,
no século XIX e o italiano
Charles Ponzi, no início do
século XX.
Livro de bolso
Produzi também um livro
de bolso (foto da capa) com o
mesmo texto, em novo formato
de plaquete. Este “booklet” está
disponível com um investimento
de R$4,80 a unidade, já incluídas
as despesas postais de envio. Ou
por R$3,80 para pedidos a partir
de dez unidades.
Parte da renda será revertida
para as obras sociais do Instituto Rosa de Saron e do Grupo
Calebe, que atende idosos
carentes em todo o Brasil, uma
das ações sociais da Universal.
Os interessados no livro
de bolso com o texto “Nem
tudo o que é legal, é moral”
devem me contatar através do
e-mail
paulodetarsoaragao@
yahoo.com.br , ou através do
meu facebook Paulo de Tarso
Aragão ou ainda através do fone
(081)8252-6342 VIVO.
R$ 4,80 a unidade
ou R$ 3,80 a partir de
dez unidades
AS MELHORES DO MEU FACEBOOK
Paulo de Tarso Aragão. Adicione-me e seja o primeiro a saber das últimas
Curta também a fanpage do jornal Loucos por Marketing,
www.facebook.com/jornalloucospormarketing.
Cidiz é denunciada
por engano
Multinível de roupas
afirma ser legítimo
Conversei
com
o
Diretor
da CIDIZ
T i a g o
Hurtado,
um novo
multinível de roupas sediado
em Recife,PE, que inclusive é
associado à ABEVD, e ele me
explicou a sustentabilidade do
projeto.
Por um lamentável engano,
a Cidiz foi erroneamente incluída numa lista de pirâmides financeiras atuantes no estado do
Rio Grande do Norte que estão
sendo investigadas pelo Ministério Público. O Diretor da Cidiz
me explicou pontos da proposta
que a legitimam, segundo suas
palavras:
1- Não depende de novas
adesões
2- Economicamente sustentável
3- Não promete ganhos fixos
de investimentos, sendo os ganhos dos distribuidores proporcionais ao seu tranalho
4- Os produtos são roupas,
com demanda real.
Tiago Hurtado afirmou ser
favorável à investigação reali-
zada pelo Ministério Público
contra as pirâmides financeiras,
pois isto, nas suas palavras, "
Almoço com o ícone
Roberto Portela
O velho amigo Roberto Portela assumiu em junho a Diretoria de Expansão Nacional na UP
Essência. Por uma feliz coincidência passou um mês na filial
de Recife, ministrando treinamentos para as lideranças. Dia
desses me convidou para almoçar, onde trocamos figurinhas
sobre os acontecimentos atuais.
Nos anos noventa, Roberto
Portela foi um dos primeiros
qualificados a Duplo Diamante
no multinível brasileiro, chegando ao nível máximo em duas
empresas da época, a Nature´s
Sunshine e a Tahitian Noni TNI.
Há vários anos Portela ingressou com sucesso no segmento
corporativo do mundo multinível.
Abevd cria força-tarefa
contra pirâmides
O órgão máximo do setor
das vendas diretas, ABEVD,
anunciou em junho a criação
de uma força-tarefa para gerir
ações legais contra a praga das
pirâmides financeiras disfarçadas de supostas empresas de
marketing.
O trabalho é coordenado
pelo Conselho de Ética da ABEVD, que tem reunido regularmente em São Paulo executivos
das empresas de marketing engajados nesta causa.
Inspiração não fecha e
parte para mononível
Em maio, através de nota
oficial enviada aos seus distribuidores ,a Inspiração Perfumes, sediada no Rio de Janeiro,
anunciou o encerramento das
suas atividades em 31 de julho,
apontando a evasão de líderes
para outras empresas e a carga
tributária como os fatores determinantes. Porém, em junho,
emitiu nova nota alterando a
decisão, anunciando a saída do
sistema multinível e entrada no
sistema mononível. Apenas um
dos sócios, o proprietário da fá-
brica em SP fornecedora de produtos, continuará à frente da
nova Inspiração em mononível.
Muqueca
Pernambucana com
Marcelo Pinheiro
Uma muqueca pernambucana foi o prato principal do meu
encontro com o super-consultor
paulista Marcelo Pinheiro, fundador e CEO da consultoria de
vendas diretas DirectBiz.
Ele veio à minha cidade
para atender a diversos clientes e me convidou para jantar.
Além da muqueca, fizeram parte do cardápio a situação atual
do mercado de marketing e as
previsões para o futuro do setor. Na sobremesa, surgiu convite para eu ir a São Paulo, para
ministrar palestra para os dirigentes de um grande cliente da
DirectBiz.
Marcelo Pinheiro é também
colunista deste jornal Loucos
por Marketing e junto com seu
sócio Marcelo Alves escreveu o
antológico artigo apresentado
nesta edição.
16
HOJE EM DIA
Paulo de Tarso Aragão
E-mail: [email protected]
Nem tudo que é legal, é moral
A r t i g o
O
primeiro golpe conhecido de pirâmide
financeira aconteceu
em 1870, na Espanha, criado
por Baldomera LarraWetoret, uma mulher que havia
sido abandonada pelo marido e lançou um sistema que
remunerava 30% ao mês. Fez
fama e fortuna, mas depois
que o esquema ruiu, morreu
pobre em La Habana, Cuba.
O italiano Charles Ponzi foi
seu seguidor e levou a ideia
para os Estados Unidos nos
anos 20, onde depois do sucesso inicial do golpe foi preso e deportado para a Itália.
Morreu como indigente num
hospital do Rio de Janeiro,
décadas depois.
A pergunta que não
quer calar: Mas qual é a linha
divisória que separa uma
pirâmide financeira de um
legítimo trabalho de criação
de redes em marketing multinível? Para os neófitos no
assunto, nem sempre a resposta é fácil.
Imagine se fosse criada uma nova empresa de
sandálias hawaianas, onde
a taxa de adesão fosse de
R$1.000,00, rendesse 60% ao
mês sem precisar fazer nada
e o novo distribuidor recebesse um par de sandálias
apenas. E imagine que esta
empresa tivesse CNPJ, endereço real, funcionários e até
recolhesse impostos. Seria
uma empresa “legal”, dentro da legislação atual? Mas
seria também uma proposta
de trabalho moral?
A resposta sobre legalidade x moralidade iria
depender do país onde a tal
empresa estivesse instalada. Se a sede fosse
num paraíso fiscal,
como Panamá ou
Ilhas Cayman,
provavelmente
contaria até
com incentivos do
des-governo
local.
Baldomera LarraWetpret
Charles Ponzi
Mas se estivesse sediada em
países como os Estados Unidos ou Inglaterra, seus dirigentes seriam presos, amargando anos na prisão. Então,
onde está a diferença?
O critério é simples:
basta verificar a origem do
dinheiro para a remuneração
aos distribuidores. Se os pagamentos dos bônus vierem
da adesão paga pelas novas
pessoas e não da comercialização de produtos/serviços
trata-se de um esquema piramidal.
Em países como EUA e
Inglaterra existem organismos do governo – como a
americana SEC- para detectar a formação de pirâmides
inclusive no mundo das vendas diretas. Quando identificado o mecanismo piramidal a empresa é fechada
com participação da polícia
e seus responsáveis presos.
O episódio mais recente foi
o fechamento da Zeekwards,
fechada nos EUA pela SEC,
com participação do FBI.
Se a sede do hipotético
marketing de sandálias havaianas fosse no Brasil , o esquema prosperaria e poderia
tomar proporções nacionais.
Isso porque não existe regulamentação para a atividade de marketing multinível no Brasil, portanto,
a empresa das sandálias não poderia, a
priori, ser acusada de fazer algo
ilegal.Além
disso a legislação
contra
pirâmi-
des financeiras data dos
anos cinquenta, quando os
tempos eram outros sem,
por exemplo, internet e redes sociais.
Esta é a razão porque
o Brasil tornou-se nos últimos anos o porto seguro
para vigaristas internacionais , provenientes dos mais
diferentes países, onde já
haviam aplicado golpes semelhantes, além dos muitos
meliantes nacionais ávidos
pelo lucro fácil. Por causa
da ausência de uma legislação mais rigorosa, em 2013
foram catalogados no Brasil
nada menos que 64 esquemas piramidais, disfarçados
de empresas de marketing.
mais confundem os neófitos
é o fato de que muitas vezes a pirâmide ter um produto ou serviço de fachada, para mascarar os reais
procedimentos do esquema. O problema é que mesmo com produtos e serviços
de fachada, os bônus pagos
aos distribuidores vêm do
dinheiro das novas adesões,
como toda pirâmide que se
preze.
O ponto em comum entre todas as pirâmides, desde o início com Baldomera e
Charles Ponzi, é prometer altos ganhos sempre com pouco ou nenhum trabalho. Mas
o dinheiro só vem antes do
trabalho no dicionário, onde
a letra “D”,de dinheiro,vem
antes da letra “T”, de trabalho.
A favor do Marketing
do Bem, existe o fato de que
pesquisas demonstram que
os esquemas piramidais têm
duração média apenas de 18 a
24 meses. O primeiro que tornou-se “epidemia”nacional,
com nome de passarinho em
2011- precedido por muitos
outros sem o mesmo sucesso- durou 20 meses fazendo
250.000 vítimas antes de sofrer infarto fulminante.
Em países como EUA e Inglaterra
existem organismos do governo
para detectar a formação de
pirâmides inclusive no mundo das
vendas diretas.
Todos eles cumprindo as pífias exigências de apenas ter
um CNPJ, sede física, etc. E
nada mais do que isso. Quer
dizer, seriam todas empresas
“legais”, mas não são morais, porque o lucro não vem
de uma atividade produtiva
e sim de uma especulação financeira baseada nas novas
adesões.
Numa época de tantas
propostas de enriquecimento
rápido no mundo do (falso)
marketing, é difícil para o
iniciante distinguir entre a
luz e as trevas, entre o legal
e o ilegal, entre o moral e o
imoral. Um dos pontos que
Escrevo em 2013 quando há poucas semanas a Justiça do Acre suspendeu as
atividades de um esquema
piramidal que funcionava
em todo o Brasil, com um
suposto serviço de telefonia
e que também está sendo investigado pelo Ministério da
Justiça...depois de exatos 18
meses. Mesmo que seja conseguida uma liminar para a
volta do funcionamento do
esquema, será apenas uma
sobrevida .
De onde se depreende
que nem tudo que é legal é
moral; e tudo o que é imoral,
pode terminar mal.

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