Aguascalientes, 4 de julho de 2005 Prezado Senhor Paul

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Aguascalientes, 4 de julho de 2005 Prezado Senhor Paul
2o
Seminário
Internacional
sobre
Métodos
Alternativos para Censos Demográficos
Aguascalientes – México – 4 a 6 de julho de 2005
Aguascalientes, 4 de julho de 2005
Prezado Senhor Paul Cheung – Diretor da Divisão de Estatística das
Nações Unidas
Prezado Senhor Gilberto Calvillo Vives – Presidente do Instituto Nacional
de Estatística, Geografia e Informática (INEGI) do México
Senhoras e Senhores,
É um prazer participar deste 2o Seminário sobre Métodos Alternativos
para Censos Demográficos, organizado pelo INEGI e IBGE para analisar
metodologias alternativas para realização de Censos Demográficos. Desta vez,
contamos com o apoio da Embaixada da França e do Diretor da Divisão de
Estatística das Nações Unidas, Senhor Paul Cheung, que veio pessoalmente
participar das discussões sobre novas metodologias para a realização de Censos
Demográficos Contínuos na nossa região.
O 1o Seminário, organizado pelo IBGE e INEGI, no Rio de Janeiro, em
outubro de 2004, foi dedicado ao conhecimento das experiências de países que
já estão adotando metodologias alternativas para realização de Censos
Demográficos, como Estados Unidos e França. Naquela oportunidade, tivemos a
presença da Espanha e de vários países da América Latina, predominantemente
da América do Sul. O 1o Seminário teve o apoio da Embaixada da França, do
Fundo de População das Nações Unidas e do Banco Inter-americano de
Desenvolvimento.
Pretendemos dar prosseguimento a esta cooperação bem sucedida entre
INEGI e IBGE, apoiados pela UNSD, INSEE da França e Bureau de Censo dos
Estados Unidos, analisando os avanços ocorridos nos nossos países. O apoio da
UNSD garantiu a presença em Aguascalientes de um número maior de países da
América Central e Caribe.
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Durante o 1o Seminário no Rio de Janeiro, o IBGE praticamente iniciou os
estudos de uma nova Metodologia que poderá ser adotada em muitos países. Os
Estados Unidos e a França já estão adotando um modelo alternativo. A
Comissão de Estatística para a Europa, das Nações Unidas (UNECE), está
acompanhando as experiências na Europa. Na América Latina, o Peru e a
Colômbia estão desenvolvendo projetos nesta área. A Comissão de Estatística
das Nações Unidas já iniciou os trabalhos voltados para a Ronda 2005-2015 do
Censo Demográfico. Brasil e México estão no mesmo caminho.
A experiência de cooperação dos países do Mercosul, Chile e Bolívia
durante a realização do Censo de 2000 ganhou uma nova dimensão, com a
participação do México, que está ajudando a ampliar a nossa cooperação para os
demais países da América Latina. Para dar continuidade a esta cooperação
regional, o apoio da UNSD será fundamental, assim como da Embaixada da
França e dos Institutos de Estatística que já estão apoiando o INEGI e IBGE,
como INSEE, Bureau de Censo dos Estados Unidos e INE da Espanha.
Para o IBGE, o Estudo de Novas Modalidades de Censo Demográfico
será muito útil para reflexionar sobre dois problemas que enfrentamos para
estimar a população no Brasil.
• Em primeiro lugar, temos o problema financeiro, pois os recursos
necessários são elevados e precisam ser gastos em dois anos. O Censo Contínuo
poderá distribuir ao longo dos anos as despesas realizadas.
• Em segundo lugar, temos o problema social, pois o Censo
tradicional permite atualizar as estimativas de população dos Municípios a cada
dez anos. Para os demais anos, precisamos fazer projeções demográficas que
precisam ser periodicamente atualizadas por Conteios a cada 5 anos. Mas,
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muitas vezes não contamos com recursos financeiros, obrigando os Institutos de
Estatística a realizarem Projeções de População Municipal durante dez anos.
Para os países com forte transição demográfica, inclusive migrações
internas, com enormes diferenças regionais, sem registros administrativos
adequados, e que dependem de estimativas municipais de população para a
distribuição de recursos financeiros para os Municípios mais pobres, realizar
Censos apenas a cada dez anos cria problemas sociais para a população mais
pobre.
Se um Censo Demográfico não resolve estes problemas, precisamos
encontrar outras soluções.
Por isso, precisamos pesquisar novas metodologias!
Além do aspecto científico, hoje, as informações estatísticas, atualizadas e
detalhadas, são crescentemente usadas para definição de políticas públicas locais
e para distribuição de recursos tributários. Com isso, toda a sociedade
(empresas; governos locais e nacionais; poder legislativo e judiciário;
universidades, imprensa e outros usuários), espera que os Institutos de
Estatística produzam regularmente estas informações.
Para atender a esta demanda, os Censos são preparados para fornecer
informações representativas de todo o espaço geográfico: local, estadual e
nacional. No mundo todo, a complexidade e o alto custo financeiro dessas
operações exigem que os Censos sejam realizados a cada dez anos.
Mas, hoje, esta periodicidade não atende mais aos diversos usuários. E,
assim, os Institutos de Estatística ficam diante de um dilema:
1. Ampliar seus pressupuestos para atender à crescente demanda, num
ambiente de restrição financeira em todo o mundo; ou,
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Alternativos para Censos Demográficos
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2. Estudar novas metodologias.
Esperamos que o Censo Contínuo seja uma opção. Este tem sido o
objetivo do INEGI e IBGE, ao se associarem na realização destes Seminários
sobre Métodos Alternativos para Censos Demográficos.
No Brasil, já tomamos algumas decisões importantes. Em primeiro lugar,
decidimos que o próximo Censo será realizado em 2010, ainda de acordo com a
metodologia tradicional. Pensamos realizar o Censo Contínuo somente
depois de 2010. Durante a apresentação da experiência do Brasil, programada
para o dia 5 de julho, faremos uma exposição do nosso projeto.
Criamos 5 grupos de trabalho, com 62 técnicos, para estudar os seguintes
temas:
• GT Base Territorial e Cadastro de Direcciones;
• GT para definir o conteúdo dos questionários;
• GT sobre os procedimentos estatísticos;
• GT para estudar o impacto do Censo Contínuo e outras Encuestas
sobre a atual rede de 530 Agências que o IBGE tem em todo o país;
• GT para promover a Integração Censo e Encuestas Domiciliares.
O
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Métodos
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para
Censos
Demográficos ajudará ao IBGE a conhecer os avanços realizados em outros
países e a avaliar o nosso programa de trabalho. O estudo de novas metodologias
pode significar um grande avanço para a demografia e estatística na nossa
região.
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O conhecimento das experiências da França, Estados Unidos, Espanha,
Colômbia e Peru ajudará a avaliar:
- a metodologia adotada em cada país;
- o que é necessário fazer para a sua implantação;
- as fases e o tempo de execução;
- as condições para um programa eficiente de avaliação da
qualidade dos resultados.
Durante este período de Estudo de Novas Modalidades de Censos
Demográficos, os Institutos de Estatística devem trabalhar em duas direções:
Censo Tradicional ou Censo Contínuo. E, se a opção for a realizar o Censo
Contínuo, cada país precisará construir a sua própria opção!
Tenho certeza de que este Seminário sobre Métodos Alternativos para
Censos Demográficos será um importante fórum de discussões sobre Censo
Demográfico.
Felicito o INEGI pela organização e agradeço às Instituições que estão
apoiando esta iniciativa.
Muito obrigado.
Eduardo Pereira Nunes
Presidente do IBGE
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