19 de Abril.pmd - Diocese de Beja

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19 de Abril.pmd - Diocese de Beja
26 de Abril de 2012
26
Abril
2012
SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ
Diretor: ALBERTO GERALDES BATISTA
Ano LXXXIV – N.º 4152
Autorizado pelos C.T.T.
a circular em invólucro
de plástico fechado.
Autorização
N.º D.E.
DE00192009SNC/GSCCS
PUBLICAÇÕES
PERIÓDICAS
2350-999 TORRES NOVAS
TAXA PAGA
Preço 0,50 € c/ IVA
Dia 1 de Maio, na igreja do Seminário
Nota Pastoral
Chamados a servir
António Vitalino, Bispo de Beja
1. A riqueza das vocações na Igreja
A 1 de Maio, dia internacional do trabalhador e na Igreja Católica
festa de S. José Operário, padroeiro da diocese de Beja com este
título, vamos ordenar um novo presbítero e cinco diáconos
permanentes, dezasseis anos depois de D. Manuel Falcão ter
ordenado os primeiros quatro, dois celibatários e dois casados. Era
intenção de D. Manuel dar continuidade à formação e ordenação de
mais diáconos permanentes, mas infelizmente isso não aconteceu,
para além de um ordenado já por mim, em 2005. Nesta nota não vou
analisar as causas desta morosidade, mas simplesmente mostrar a
minha alegria por este acontecimento e convidar toda a diocese a
alegrar-se comigo, pedindo também oração pelas vocações do
serviço ordenado para a vida e riqueza da nossa Igreja de Beja.
Por várias vezes tenho alertado para as várias carências da diocese.
Os colaboradores ordenados são poucos, 60 ao todo, para a grandeza
do território diocesano. A maioria dos presbíteros está sobrecarregada com várias paróquias e múltiplas tarefas. Alguns já contam
mais de 80 anos. Nota-se cansaço e falta de criatividade. Isto também
aconteceu com os apóstolos, na Igreja nascente. A comunidade de
Jerusalém ia crescendo de dia para dia e alguns começaram a queixarse de que os pobres não eram bem atendidos. Os apóstolos
reconheceram isso e decidiram dividir tarefas, alargando a dimensão
dos ministros ordenados. Assim surgiram os primeiros sete diáconos,
que deram um forte impulso à vida e missão da Igreja. Vale a pena ler
o capítulo VI do livro dos Atos dos Apóstolos. Fica-se espantado
com a vitalidade da primeira comunidade cristã e também perplexo
perante a concentração do ministério ordenado nos presbíteros dos
nossos tempos. Precisamos de também hoje ser criativos e saber
co-responsabilizar os cristãos na vida e na missão da Igreja. Todos
temos de reaprender o exercício colegial e participativo de todos os
ministérios ou serviços na comunhão eclesial.
Os nossos planos pastorais e o Sínodo diocesano anunciado
deverão dar um forte incremento na formação, no discernimento
das vocações e na co-responsabilização de todos os cristãos na
missão da Igreja.
2. O que esperamos dos novos diáconos
Habituamo-nos a entender a vida cristã como uma participação na
vida e ação de Cristo, o Messias Salvador, que concentrou em si
todos os poderes necessários para a nossa salvação. Cristo é
sacerdote, profeta e rei. Mas é tudo isto de uma maneira nova e
original em comparação com os sacerdotes, os profetas e reis do
Antigo Testamento. Ele é e exerce tudo isto na modalidade do serviço.
Por isso na última ceia lava os pés aos seus discípulos e desafia-os
a fazer o mesmo.
A teologia e o direito canónico apresentam a missão da Igreja na
tríplice vertente de ensinar, santificar e governar o Povo de Deus.
Mas isto não significa que a mesma pessoa deva exercer tudo isso
de modo uniforme e concentrado. A Igreja é um mistério de comunhão
e participação dos seus membros com Cristo e entre si. Isto implica
comunhão de amor, de interesse pelo bem de todos e do todo, de
entreajuda fraterna e de distribuição dos diferentes serviços.
Dos futuros diáconos, do Inácio, de S. Teotónio, do Joel e do Simão,
de Sines, do Francisco Conceição de Alvito e do Francisco dos
Santos de Vila Nova da Baronia, esperamos um testemunho de família
unida e de serviço à comunidade, sobretudo aos membros mais
débeis, de modo a aliviar os presbíteros de alguns encargos e
contribuir para a riqueza e beleza das múltiplas facetas do ministério
ordenado na vida da Igreja.
Desta ordenação esperamos também um forte estímulo para as outras
comunidades paroquiais e movimentos, para que também nelas
apareçam outros candidatos para os diferentes ministérios
ordenados. Aos párocos, catequistas, professores de educação
moral e religiosa nas escolas pedimos atenção aos sinais de vocação
entre as pessoas com quem vivem e trabalham e tenham a coragem
de fazer o chamamento explícito aos possíveis candidatos,
encaminhando-os depois para a escola de formação, orientada pelo
Reitor do Seminário de Beja, a quem agradeço os bons serviços
prestados.
Paulo Reis Godinho é ordenado Sacerdote
para serviço da Igreja na Diocese de Beja
Nota biográfica
Embora não tenha nascido alentejano, cedo adoptou Moura como
sua terra natal e o Alentejo como o
seu berço. Aqui fez a sua caminhada cristã pela mão de Monsenhor Joaquim Costa Correia.
Após passagem pelo Seminário de
Beja, apaixona-se pelo Caminho
Neocatecumenal, que vem a terminar em 2007. Ao serviço desta
realidade eclesial realizou várias
experiencias missionárias, sem
nunca se afastar da restante vida
eclesial, paroquial e diocesana.
Profissionalizou-se no ensino do
Português e do Latim, integrando
o quadro da Escola Secundária de
Moura. Foi professor universitário,
na área da Psicologia, onde também
viria a obter novo grau académico.
Paralelamente a estas actividades
realizou os estudos teológicos
requeridos para a ordenação presbiteral. Há algum tempo iniciou um
processo de discernimento pela
mão do bispo diocesano, tendo
sido por este admitido como candidato às Sagradas Ordens. Depois
de receber os ministérios e a
ordenação diaconal será ordenado
presbítero da Diocese de Beja a 01/
05/2012, às 11h30, na igreja do
Seminário.
Testemunho
Há 30 anos atrás entrei no Seminário de Beja, para grande alegria
do meu Prior, na altura Mons.
Costa Correia. Acabei por sair.
Porém, como diz o Pastor de Hermas, não me afastei muito da Torre
(a Igreja), pois continuei a colaborar
em vários sectores da vida eclesial.
Já formado e depois de alguns anos
a trabalhar no ensino, senti realmente que o Senhor me voltava a
chamar ao Presbiterado. Assim,
depois de edificante conversa com
o saudoso senhor D. Manuel, em
1995 tudo se conjugava para retornar ao Seminário de Beja. Acabei
por não retornar e fazer, ao invés,
uma experiência de missão. Depois
de todos estes anos, o Senhor não
desistiu de mim. Pela mão do
senhor D. António e de tantos
santos presbíteros o bom Deus
ajudou-me a discernir, a vencer os
medos e as hesitações, a dar o salto
qualitativo da fé, a não olhar para
este vaso de barro e sim para o
Oleiro, para o Senhor da Messe.
Sem a experiência profunda do
Caminho Neocatecumenal julgo
que este salto teria sido impossível.
Estou agora às portas da Ordenação Presbiteral. Como Santa
Teresinha, salvaguardadas as
distâncias, posso exclamar: Encontrei o meu lugar na Igreja! Tudo o
que fiz nestes anos foi precioso
para afunilar o caminho e conduzirme até aqui. Hoje, completamente
livre, consciente e com toda a alma,
não tenho medo, experimentei a paz
e o descanso nas mãos de Deus e
da Igreja. Na minha dimensão, sou
feliz. Rezai por mim.
Serão também ordenados cinco diáconos permanentes
Francisco António Afonso Conceição (Paróquia de Alvito); Francisco Rosado dos Santos (Paróquia de Vila Nova
da Baronia); Joaquim Castela da Silva Simão (Paróquia de Sines); Joel Maria Gonçalves (Paróquia de Sines); José
Encarnação Inácio (Paróquia de S. Teotónio)
Dia 29 de Abril, na igreja de Vila de Frades
Profissão Religiosa dos Irmãos Paulo Nunes e Ricardo Borges
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Bispos reafirmam atualidade do Vaticano II
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) apresentou, no dia 19,
a nota pastoral “Celebrar e viver o
Concílio Vaticano II”, convidando
a assinalar os 50 anos da abertura
deste acontecimento, numa altura
em que “a fé deixou de ser um dado
evidente”.
“Celebrar o Concílio Vaticano II
não significa recordá-lo em clima de
nostalgia do passado, mas revivêlo e projetá-lo, na abertura ao futuro
onde Deus nos espera. Cabe-nos a
missão de pôr sempre mais em
prática o Vaticano II, um Concílio
com 50 anos de atualidade”, refere
o documento, aprovado durante os
trabalhos da assembleia plenária
do organismo, que decorreram em
Fátima de 16 a 19 de Abril.
Para os bispos católicos, esta é uma
ocasião para “experimentar a alegria
e o entusiasmo do encontro com
D. José Policarpo, cardealpatriarca de Lisboa,
Presidente da CEP
Cristo na comunidade da sua
Igreja”.
“Se a nossa fé não se renova,
facilmente degenera num adorno
espiritualista e as práticas religiosas não passam de rituais sem
alma e coração”, indica o texto.
A nota pastoral observa que “não
basta mostrar a nossa concordância
com os documentos do Concílio
Vaticano II (1962-1965) e o Catecismo
da Igreja Católica”, publicado há 20
anos, apelando a um estilo de vida
cristã, na família e no trabalho, na
vida social e política”.
Recordando o “dinamismo de
renovação” que foi experimentado na
Igreja, “aos mais diversos níveis e
quadrantes geográficos”, após este
evento, os bispos portugueses pedem
aos católicos “fidelidade criativa” aos
ensinamentos conciliares.
“Queremos dar graças a Deus por
este Concílio providencial que
continua a inspirar a Igreja”, apesar
de todas as “hesitações e desvios”,
assinala a CEP. A Igreja Católica em
Portugal é desafiada a integrar nos
seus planos pastorais as “indicações
gerais e as propostas de ação” que
Bento XVI deixou na convocação do
Ano da Fé, com início marcado para
outubro, por ocasiaõ do cinquentenário da abertura do Concílio
Vaticano II.
RELIGIÃO
2 – Notícias de Beja
26 de Abril de 2012
De 22 a 29 de Abril
IV Domingo
da Páscoa
Ano B
Semana de Oração pelas vocações
Mensagem de Bento XVI
Venerados Irmãos no episcopado,
amados presbíteros, diáconos,
consagrados e consagradas, catequistas, agentes pastorais e todos
vós que estais empenhados no
campo da educação das novas
gerações, exorto-vos, com viva
solicitude, a uma escuta atenta de
quantos, no âmbito das comunidades paroquiais, associações e
movimentos, sentem manifestar-se
os sinais duma vocação para o
sacerdócio ou para uma especial
consagração.É importante que se
criem, na Igreja, as condições
favoráveis para poderem desabrochar muitos «sins», respostas
generosas ao amoroso chamamento de Deus.
É tarefa da pastoral vocacional
oferecer os pontos de orientação
para um percurso frutuoso. Elemento central há de ser o amor à
Palavra de Deus, cultivando uma
familiaridade crescente com a
Sagrada Escritura e uma oração
pessoal e comunitária devota e
constante, para ser capaz de escutar o chamamento divino no meio
de tantas vozes que inundam a
vida diária. Mas o «centro vital»
de todo o caminho vocacional seja,
sobretudo, a Eucaristia: é aqui no
sacrifício de Cristo, expressão
perfeita de amor, que o amor de
Deus nos toca; e é aqui que
aprendemos incessantemente a
viver a «medida alta» do amor de
Deus. Palavra, oração e Eucaristia
constituem o tesouro precioso para
se compreender a beleza duma vida
totalmente gasta pelo Reino.
Desejo que as Igrejas locais, nas
suas várias componentes, se tornem «lugar» de vigilante discernimento e de verificação vocacional profunda, oferecendo aos
jovens e às jovens um acompanhamento espiritual sábio e vigoroso. Deste modo, a própria comunidade cristã torna-se manifestação do amor de Deus, que guarda
em si mesma cada vocação. Tal
dinâmica, que corresponde às
exigências do mandamento novo
de Jesus, pode encontrar uma
expressiva e singular realização nas
famílias cristãs, cujo amor é expressão do amor de Cristo, que Se
entregou a Si mesmo pela sua Igreja
(cf. Ef 5, 25).
Nas famílias, «comunidades de
vida e de amor» (Gaudium et spes,
48), as novas gerações podem fazer
uma experiência maravilhosa do
amor de oblação. De fato, as famílias são não apenas o lugar
privilegiado da formação humana
e cristã, mas podem constituir
também «o primeiro e o melhor
seminário da vocação à vida consagrada pelo Reino de Deus»
(Exort. ap. Familiaris consortio, 53),
fazendo descobrir, mesmo no
âmbito da família, a beleza e a
importância do sacerdócio e da
vida consagrada. Que os Pastores
e todos os fiéis leigos colaborem
entre si para que, na Igreja, se
multipliquem estas «casas e es-
29 de Abril de 2012
Jesus Cristo é o único (Jo. 10, 11) e perfeito Pastor. Conhece intimamente o
Pai e transmite esse conhecimento aos seus. Conhece, de perto, a nossa
condição humana e oferece a Sua vida pela salvação de todos. E porque veio
para ser o “Bom Pastor” dos homens e de todos os tempos, Ele quis que o Seu
ministério pastoral fosse prolongado no tempo e no espaço. Assim, na pessoa
de Pedro e dos outros Apóstolos, Jesus põe à frente da Sua Igreja o Papa e os
Bispos, a fim de que, estando ao serviço dos irmãos, possam conduzi-los para
o redil de Cristo.
I Leitura
Actos 4, 8-12
As primeiras pregações dos Apóstolos foram o anúncio global de Jesus
Cristo e da salvação que Ele traz aos homens. Assim, hoje S. Pedro,
aproveitando o ensejo que se lhe oferece quando se vê diante do
tribunal judaico, declara, alto e bom som, que Jesus, a quem os homens
rejeitaram, é a pedra fundamental da nova humanidade, é o Salvador
esperado, a fonte da vida eterna, como o fora já da saúde temporal
para o paralítico que Ele tinha acabado de curar.
colas de comunhão» a exemplo da
Sagrada Família de Nazaré, reflexo
harmonioso na terra da vida da
Santíssima Trindade.
Bento XVI, Mensagem para o 49.º Dia
Mundial de Oração pelas Vocações
Mensagem do Presidente da
Comissão Episcopal
Vocações e Ministérios
1. As vocações, dom para a Igreja
A Igreja volta a ter a possibilidade
de reconhecer as vocações com que
Deus a enriquece e a agradecê-las
de todo o coração. Olha, de modo
particular, nesta semana, para as
vocações de consagração, tanto no
sacerdócio, como na vida religiosa
ou nos institutos seculares. Tratase de uma multidão de homens e
mulheres dedicados à missão da
Igreja na totalidade do seu tempo,
das suas capacidades e das suas
pessoas.
A comunidade cristã recebe cada dia
o sinal do seu testemunho, que a leva
desapegar-se das prisões da terra e
a levantar os olhos para Deus, donde
lhe vem a salvação. No anúncio da
Boa Nova, nas ações catequé-ticas,
na celebração da liturgia e nos
sacramentos, na prática da caridade, as vocações de consagração
constituem um grande dom para
Igreja, e uma força de colaboração
humana com a ação do Espírito
Santo.
Na Semana das Vocações, a Igreja
toda e em todos os seus membros,
deve elevar ao Senhor uma grande
oração de louvor e ação de graças
por todos estes seus servidores.
2. Vocações, dom do amor de Deus
O papa Bento XVI enviou-nos uma
Mensagem subordinada ao tema: As
vocações, dom do amor de Deus.
Descobrimos, de novo, que os caminhos para a descoberta vocacional passam sempre pelo encontro com o DeusAmor, que Jesus nos revelou.
Quando nos deixamos entrar livremente nessa intimidade da relação
pessoal à qual a voz de Deus nos
chama, sentimos interpelações inevi-
táveis que não nos deixam ficar
tranquilos enquanto não dermos
uma resposta. Uma vez atingidos
pelo amor de Deus, que se manifesta
das mais variadas formas, não
podemos mais afastar-nos dele e
ganhamos a força para dar os passos
do seguimento e da vocação.
A Semana das Vocações, como a
pastoral das vocações que a Igreja
desenvolve em todas as suas ações,
desafia-nos à criação das condi-ções
necessárias para os cristãos, sobretudo as crianças e os jovens, experimentem a alegria do encontro com o
amor de Deus. Os meios são variados
nas suas formas, mas incluem sempre a leitura da vida à luz da fé, a
entrada em profundidade na oração
e na escuta da Palavra de Deus, a
inserção na vida da comunidade
cristã, que celebra, evangeliza e
pratica a caridade fraterna.
3. Vocação sacerdotal, mistério de
amor
Entre as vocações de consagração,
emerge o sacerdócio, que configura
de um modo especial o homem com
a pessoa de Jesus Cristo. No sacerdócio refulge particularmente o rosto
de Cristo, que ama o seu povo, a
ponto de se oferecer por ele na cruz.
A Semana das Vocações deve levar
as comunidades locais, dioceses e
paróquias, a reconhecer no padre,
homem frágil como todos os outros,
mas chamado e escolhido por Deus
para receber a unção do Espírito e se
tornar servo da Igreja.
Se a partir da humanidade não é
possível entender o mistério do
padre, voltemo-nos para Jesus
Cristo, Filho de Deus e, na sua
pessoa, na sua vida e no seu amor
se tornará mais claro.
Aos jovens cristãos deixamos uma
palavra de gratidão por tantos bons
testemunhos que nos têm dado na
descoberta da fé e na abertura ao
amor de Deus. Incentivamo-los a não
desistir, porque esse é o caminho do
compromisso eclesial e pode ser o
caminho da descoberta da voca-ção
sacerdotal.
+ Virgílio do Nascimento Antunes
Presidente da Comissão Episcopal
Leitura dos Actos dos Apóstolos
Naqueles dias, Pedro, cheio do Espírito Santo, disse-lhes: «Chefes do
povo e anciãos, já que hoje somos interrogados sobre um benefício
feito a um enfermo e o modo como ele foi curado, ficai sabendo todos
vós e todo o povo de Israel: É em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, que
vós crucificastes e Deus ressuscitou dos mortos, é por Ele que este
homem se encontra perfeitamente curado na vossa presença. Jesus é a
pedra que vós, os construtores, desprezastes e que veio a tornar-Se
pedra angular. E em nenhum outro há salvação, pois não existe debaixo
do céu outro nome, dado aos homens, pelo qual possamos ser salvos».
Salmo Responsarial
Salmo 117 (118)
Refrão: A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se pedra angular.
II Leitura
1 Jo 3, 1-2
Nós somos filhos de Deus por termos acreditado em Jesus Cristo, seu Filho;
mas esta situação só será, para nós, plenamente consciente depois desta vida,
como, para Jesus, a glória da divindade só se manifestou plenamente na sua
humanidade depois da sua Morte e Ressurreição
Leitura da Epístola de São João
Caríssimos: Vede que admirável amor o Pai nos consagrou em nos
chamarmos filhos de Deus.
E somo-lo de facto. Se o mundo não nos conhece, é porque não O
conheceu a Ele.
Caríssimos, agora somos filhos de Deus e ainda não se manifestou o
que havemos de ser. Mas sabemos que, na altura em que se manifestar,
seremos semelhantes a Deus, porque O veremos tal como Ele é.
Evangelho
Jo 10, 11-18
O tema do Bom Pastor é especialmente próprio do tempo da Páscoa. A
afirmação de Jesus de que “o Bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas”
tornou-se realmente palpável na sua Morte na Cruz. Aí Ele dá a vida, oferece-Se em oblação de amor ao Pai pelos homens. É na cruz que Ele Se revela o
Bom Pastor, como é na ressurreição que reconhecemos o fruto desse sacrifício
redentor. Por isso, a Páscoa é o tempo particularmente consagrado ao louvor
e acção de graças.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus:
«Eu sou o Bom Pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas. O
mercenário, como não é pastor, nem são suas as ovelhas, logo que vê
vir o lobo, deixa as ovelhas e foge, enquanto o lobo as arrebata e
dispersa. O mercenário não se preocupa com as ovelhas.
Eu sou o Bom Pastor: conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas
conhecem-Me, do mesmo modo que o Pai Me conhece e Eu conheço o
Pai; Eu dou a vida pelas minhas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas
que não são deste redil e preciso de as reunir; elas ouvirão a minha voz
e haverá um só rebanho e um só Pastor. Por isso o Pai Me ama: porque
dou a minha vida, para poder retomá-la. Ninguém Ma tira, sou Eu que a
dou espontaneamente.
Tenho o poder de a dar e de a retomar: foi este o mandamento que
recebi de meu Pai».
OPINIÃO
26 de Abril de 2012
Notícias de Beja – 3
Só a partir do alto se pode
compreender e aceitar a Igreja
É o Povo de Deus que expressa a
presença e a ação divina na cidade
dos homens. Os seus membros,
incorporados em Cristo, são, com
Ele, profetas, sacerdotes e reis.
São assim por dom de Deus e não
podem furtar-se a realizar a sua
missão no mundo, segundo a sua
vocação de leigos, consagrados
ou ministros ordenados.
Profetas na família, na convivência diária, no trabalho, no lazer,
na vida pública, porque sempre e
em todas as ocasiões se pode e
deve iluminar a vida com a luz da
Palavra. O profeta não fala de si,
mas daquele que o enviou, o
assiste, o torna atento aos sinais,
o impele a agir, o faz irmão do seu
irmão e sempre reconciliador de
todos, crentes e não crentes.
Há défice de profetismo no Povo
de Deus. Durante séculos, pensou-se que só a hierarquia exercia
e podia exercer tal tarefa e, mesmo
nesta, quase só o Papa. Ficou
famosa a expressão “Roma falou
e a causa terminou”. Certamente
que a hierarquia, serviço instituído por Cristo para servir o
seu Povo, a tempo inteiro, exerce
a favor deste um profetismo
indispensável. Serve pelas suas
intervenções de ordem doutrinal
e moral e como ação que garante
a comunhão e a unidade na
comunidade de irmãos. Em casos
e circunstâncias determinadas e
concretas, os cristãos devem
sentir-se obrigados à aceitação e
seguimento do que lhes é proposto, sem que isso anule o seu
profetismo batismal.
Todos os batizados gozam também do sacerdócio comum, que
precede o sacerdócio dos bispos
e dos presbíteros. Em tudo na
vida devem prestar culto a Deus
e adorá-lo como o Deus único.
Este sacerdócio atualiza-se na
prática dos sacramentos, dos
conselhos evangélicos e das
virtudes cristãs. Ele é, também, o
apelo mais forte a viver rumo à
perfeição da santidade.
Também aqui, o desconhecimento
de tal riqueza é comum na maioria
dos cristãos leigos. Certamente
porque ninguém os abriu para
esta dimensão da sua dignidade
cristã e o sentido sacerdotal de
toda a sua vida, ficando aprisionados, por tradição, a práticas
cultuais que foram perdendo o
sentido, por via das rotinas e da
falta de horizontes libertadores.
Os batizados em Cristo são,
ainda, reis à maneira de Cristo,
que traduziu a sua realeza, por
obras e palavras, ao serviço aos
outros, deixando a norma para os
que vivem em discipulado: “Vim
para servir, não para ser servido”;
“Como Eu fazei vós também”. De
muitos modos se pode e deve
manifestar a dimensão do serviço
na comunidade. Daqueles cuja
vocação só se explica e justifica
como serviço permanente ao
Portugal entre os mais alcoolizados...
da Europa
Portugal é um dos dez países da
Europa onde mais se bebe álcool:
estamos em nono lugar entre trinta e
quatro países europeus. A média
anual ‘per capita’ de consumo entre
os portugueses anda pelos treze
litros e, tendo ainda em conta o nível
de abstémios, que é bastante significativo, agrava-se mais o número de
alcoolizados.
Atendendo a estes dados, recentemente publicitados, podemos
ainda reconhecer que os adultos
europeus consomem três bebidas
alcoólicas por dia e que Portugal é
dos poucos países da Europa a
permitir a venda de bebidas alcoólicas a menores de dezoito anos.
Tendo em conta estes dados não ou
menos credíveis ficamos a saber que,
no contexto europeu, há mais de
quarenta problemas de saúde relacionados com o consumo de álcool...
normal ou em excesso.
- Quando vemos ser sugerida a
diminuição da taxa de alcoolemia (de
0,5 para 0,2 gramas/litro) para conduzir entre os jovens, estaremos a
ser sérios ou a adiar um problema
social e de segurança rodoviária?
- Quando vemos certas campanhas de
‘jovem cool’, estaremos a enfrentar a
questão ou a iludir-nos com medidas
avulsas e quase inconsequentes?
- Quando se tenta promover a
iniciativa de facultar táxis para que
os jovens não conduzam embriagados, estaremos a dissuadir o
consumo ou a promovê-lo de forma
capciosa?
- Quando em festas e convívios –
tradicionais ou importados – onde o
álcool (nos vários derivados) é
vendido ao desbarato, estaremos a
combater ou a acicatar os mais novos
a consumirem bebidas, cada vez mais
cedo, e de forma concorrencial uns
com os outros?
- Quando a promoção da bebedeira
tem foro duma espécie de afirmação
social, económica e sexual – veja-se
a forma intencional como o sexo
feminino, desde as idades mais
primárias, tem vindo a entrar neste
capítulo – como poderemos acreditar
num futuro saudável?
consequências e não tentemos
atalhar, mais afoita, crítica e racionalmente, as causas desta alcoolização... mais ou menos generalizada.
Agora que se aproximam as ditas
‘festas académicas’ – com cortejos,
desfiles e espetáculos – como
podemos esperar que as ruas não se
entulhem de restos de recipientes
vazios de conteúdo bebido em
excesso!
Ao ritmo de consumo de tantas e
tão diversificadas bebidas – muito
para além do razoável vinho! – as
gerações vindouras poderão trazernos doenças (já) irradicadas, como a
tuberculose, as hepatites e as cirroses e tudo o mais que o exagero nos
servirá... a curto e médio prazos.
Talvez tenhamos de encontrar nas
raízes mais profundas do nosso ser
coletivo o eptíteto de país alcoolizado: não basta beber para esquecer
nem bebericar para celebrar, mas
precisamos de nos encontrar com a
sabedoria do nosso conhecimento
pessoal, familiar, social e religioso,
fazendo a festa sem exageros nem
falsos moralismos tanto em casa
como na rua...
Sobriedade a quantos obrigas, já!
***
É pena é que só nos lamentemos das
António Sílvio Couto
Os mais pequenos, os
mais velhos e a família
Povo de Deus, a hierarquia, todos
têm direito a receber testemunho,
formação e estímulo para exercerem esta dimensão de servidores, como a sua realeza.
A Igreja, mãe e mestra, serva e
pobre, só o poderá ser, no sentido evangélico, pela vivência
cristã de todos os seus membros.
Está aqui a força do testemunho
que convence e dá sentido às
palavras, bem como o valor
convincente às suas propostas
doutrinais e morais.
A recuperação, onde ainda não
se fez, da consciência da Igreja
de Cristo como Povo de Deus,
torna-se uma exigência inadiável
de toda a ação pastoral. A Comunhão eclesial tem a sua fonte
inesgotável na vivência trinitária,
a Unidade, na fé professada em
Jesus Cristo que dela fez projeto
salvador, a Missão, encargo diário que toca a todos sem exceção,
têm no Povo de Deus a sua
expressão, a sua vivência, a sua
garantia de verdade.
António Marcelino
Ando cada vez mais intrigado.
Querem entregar crianças,
que têm em instituições sérias
a única família que conheceram, a famílias que os rejeitaram e a quem judicialmente
foram retirados. Ainda hoje,
de família pouco têm. Aceitase que se metam em lares, os
mais velhos, que têm família e
casa onde estariam melhor,
com os apoios sociais previstos. Para as crianças e
jovens a instituição é a última
hipótese… Para os mais velhos, a primeira. Para uns e
outros o seio da família é o
lugar ideal, porque natural. O
que me intriga? Destrói-se a
família com divórcios consumados em 15 minutos e
legisla-se a favor de casais
estranhos em detrimento da
família… Decreta-se a família
como lugar ideal para os mais
novos. Nega-se-lhe ser lugar
para os mais velhos. Os técnicos mandam, o cidadão
obedece e cala. É assim que o
estado social moderno, pelos
seus técnicos infalíveis, vai
gerindo e gerando um país
sem futuro. Queria não ter
razão.
Bispo emérito de Aveiro
A. M.
Na Assembleia Plenária dos Bispos portugueses
Cardeal Patriarca pediu realismo e
equidade na crise
O cardeal-patriarca de Lisboa
apelou, no dia 16, em Fátima, à
“justiça” na resposta à actual crise
económica em Portugal, sublinhando que o “realismo das situações” deve ter sempre em conta “a
equidade”. “A verdade deve prevalecer sobre ideologias, o bem
comum está acima de interesses
individuais ou grupais”, disse D.
José Policarpo, presidente da
Conferência Episcopal Portuguesa
(CEP), na abertura dos trabalhos
da 179ª assembleia plenária deste
organismo.
Para este responsável, os bispos
católicos devem ter em conta “as
interpelações pastorais acrescidas
devido ao momento que o país
atravessa”. “Estamos todos interessados em darmo-nos as mãos
para, em conjunto, podermos
responder às novas situações
sociais emergentes, com s resposta
própria da Igreja que é a caridade
fraterna, a solicitude pelos irmãos
em necessidade”, assinalou.
D. José Policarpo defendeu a
construção de uma “rede de solidariedade”, como “resposta própria” da Igreja, dirigindo-se ainda
a políticos, associações de empresários e de trabalhadores,
comunicação social e fazedores de
opinião. “A todos pedimos, na
especificidade do contributo próprio de cada um, a coragem da
verdade, a generosidade das soluções propostas, a prioridade dada
ao bem comum, a busca da justiça
e da paz social”, prosseguiu.
A CEP analisou duas notas pastorais: “Unidade da Europa, um
projecto de civilização” e “Celebrar
e viver o Concílio Vaticano II”.
A este respeito, o cardeal-patriarca
de Lisboa recordou as propostas
lançadas por Bento XVI pela
celebração dos 50 anos da abertura
do Concílio, a nova evangelização
e a proclamação do Ano da Fé, que
se inicia em Outubro.
Só o vigor de uma fé confessada
permitirá a ousadia de novas
formas de evangelizar em que a
missão dos cristãos leigos é
importante, no seio da família e das
diversas estruturas da sociedade”,
observou.
Segundo D. José Policarpo, o
Concílio Ecuménico Vaticano II
(1962-1965) “traçou as coordenadas de uma fé vivida, em Igreja,
radicada na atualidade da Palavra
de Deus, centrada em Jesus Cristo,
capaz de ser anúncio de esperança
para a sociedade contemporânea”.
PATRIMÓNIO
4 – Notícias de Beja
PEDRA ANGULAR
26 de Abril de 2012
PÁGINA DO DEPARTAMENTO
DO PATRIMÓNIO HISTÓRICO E
ARTÍSTICO DA DIOCESE DE BEJA
No 250.º Aniversário de Marcos Portugal ouviu-se o “Te Deum” de 1802
As vozes romperam o silêncio de dois séculos
“Luz da Luz” foi o pleonasmo
escolhido para tema do segundo
concerto do Terras Sem Sombra. O
propósito da escolha é evidente, o
festival recuperou mais uma obra
musicológica portuguesa das sombras do esquecimento e apresentou
ontem, dia 14, na igreja matriz de
Almodôvar, a primeira audição
moderna do Te Deum de Marcos
Portugal. O resgate das sombras e
do silêncio de mais de dois séculos
foi protagonizado pelo Coro do
rentes ao mais afamado compositor
português de todos os tempos.
Mais de 160 obras religiosas –
incluindo mais de 22 réplicas – do
Te Deum Laudamus foram pesquisadas, descobertas e documentadas pelo especialista. A compilação
de toda a informação encontra-se
no seu mais recente livro, “A Obra
Religiosa de Marcos António Portugal (1762-1830)”.
Almodôvar, que acolhe desde 2003
Acção de salvaguarda do saramugo na ribeira do Vascão (FTSS/Alfredo Rocha)
tival um factor de dinamização
importantíssimo para a região,
firmando ainda a continuidade no
apoio ao Terras Sem Sombra.
O Prof. Paolo Pinamonti e o Maestro António Vassalo Lourenço
(FTSS/Alfredo Rocha)
DeCA da Universidade de Aveiro e
da Orquestra Filarmonia das Beiras,
sob a batuta do Maestro António
Vassalo Lourenço
No ano em que se comemoram os
250 anos do nascimento do compositor Marcos Portugal, a homenagem foi prestada por mais de cinco
centenas de espectadores que
ouviram o “Te Deum Laudamus”
encomendado em 1802, pela Casa
Real, para o baptismo do infante D.
Miguel no palácio de Queluz. O
Terras Sem Sombra não esqueceu
um grande contemporâneo de
Marcos Portugal, Domenico Cimarosa, que foi também lembrado com
a interpretação da sua obra “Requiem em Sol menor”. A missão de
recuperar e tornar acessível este
património foi escolhida como uma
prioridade pelo Departamento do
Património Histórico e Artístico da
Diocese de Beja que, pelo oitavo
ano consecutivo, traz luz ao património religioso das imensas terras
do Alentejo.
António Jorge Marques, professor
da Universidade Nova de Lisboa,
especialista da obra de Marcos
Portugal, subiu ao ambão da igreja
matriz para confidenciar ao público
algumas das suas pesquisas refe-
o Festival Terras Sem Sombra,
agradeceu pela voz de António
Sebastião, presidente da Câmara
Municipal, que considerou o Fes-
Biodiversidade
– Um Complemento à Música
Coro, orquestra, organização e
público mantiveram o espírito do
Terras Sem Sombra e passaram a
manhã do dia 15 na ribeira do
Vascão, afluente do Guadiana,
numa acção de salvaguarda da
biodiversidade – “Ervas e Peixes”
–, promovida pelo Festival em
parceria com o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (Parque Natural do Vale
do Guadiana) e o Centro de Excelência para a Valorização dos
Um aspecto do concerto na igreja matriz de Almodôvar (FTSS/
Alfredo Rocha)
Recursos Silvestres Mediterrânicos (CEVRM). As atenções
centraram-se na sensibilização para
a preservação do saramugo, espécie endémica da bacia do Guadiana, classificada como “Criticamente em Perigo” pelo Novo Livro
Vermelho dos Vertebrados de Portugal, a par da monitorização das ervas
aromáticas e medicinais, que revelaram uma extraordinária vegetação
autóctone, potencial suporte de
diversificação empresarial e de
emprego.
A presença da voz humana na música sacra
Origens do cante alentejano
desvendadas em Beja
Beja tornou-se o palco, no passado 21 de Março, de uma viagem
pelo tempo em que a igreja de Nossa Senhora dos Prazeres se
convertida numa caravela repleta de tripulantes, capaz de atravessar
os mares do tempo e recuar até aos primórdios do canto, explorando
a história e evolução da voz humana e a sua importância na música
religiosa, desde a Antiguidade até ao século XXI. O fautor deste
prodígio foi Rui Vieira Nery, que proferiu a conferência intitulada
“Cum liquida voce et convenientissima modulatione”, ou seja,
“com voz suave e bem modulada”, intervenção de fundo da 8.ª
edição do Festival Terras Sem Sombra.
Atravessando os séculos, desde o canto gregoriano – que acabou
por encontrar no cante alentejano uma forte descendência – até ao
expoente máximo da polifonia do século XVI, Vieira Nery apresentou
a evolução da música vocal no âmbito do Cristianismo e reflectiu
sobre a música sacra e o propósito fundamental do canto como
exaltação da palavra que, como explicou, “reforça a palavra rezada,
tem poderes mágicos sobre os sentimentos e o pensamento
humano”. Esta “voz suave e bem modulada” continuou a fluir ao
longo dos tempos, chegando ao século XX carregada de significado
e transformou-se numa poderosa arma de introspecção e reflexão
social.
O musicólogo e especialista em música antiga não ficou indiferente
à cultura musical alentejana, aclamando a importância do cante
alentejano e convidando os espectadores a recuar no tempo e a
reencontrarem as suas origens. Embora nascido à sombra da tradição
religiosa da bacia do Mediterrâneo, o cante ganhou, pela sua riqueza
musical, poética e identitária, uma autonomia muito grande, sem
nunca perder as profundas componentes espirituais, e ocupa um
lugar de destaque no panorama da música europeia.
Nas palavras do director-geral do Festival Terras sem Sombra, José
António Falcão, “o que se viveu [hoje] foi um regresso às origens,
para compreender o estado actual da arte; foi uma lição que nos
iluminou a tarde, num espaço tão ecuménico e cheio de história e
cultura, como é o Alentejo”.
DIOCESE
26 de Abril de 2012
Notícias de Beja – 5
Na Profissão Religiosa dos Irmãos Paulo e Ricardo
Fraternidade dos Irmãozinhos de S. Francisco de Assis em festa
Testemunhos do amor de Deus nas nossas vidas
Eu, Paulo
Chamo-me Paulo Nunes, tenho 36
anos e uma história de amor linda
para vos contar, a história de Deus
comigo!
Sim, Deus tem sempre uma história
de Amor para escrever na vida de
cada um de nós.
Nasci numa pequena aldeia do
Alentejo com o nome de AlvaladeSado no seio de uma família crente
mas não praticante. Fui educado
nos valores cristãos tais como na
amizade, humildade, amor ao
próximo…
Considero que Deus me chamou de
muitas maneiras e com várias vozes
durante a minha história de vida de
36 anos.
Serviu-se de situações, acontecimentos, encontros, pessoas,
livros, filmes, experiências… Este
chamamento misterioso, sussurrante e inefável, foi «ESCUTADO» de
forma mais intensa nos princípios
dos anos 90.
Vivendo uma conversão gradual, na
minha vida humana, espiritual e na
oração e ao refletir sobre a minha
vida e o meu modo de ser, comecei
a perceber que o Senhor estava a
indicar-me um caminho novo para
a minha vida que mais tarde me
levaria até Ele de uma forma mais
intensa e num amor radical.
Recordo aqui o meu primeiro retiro
da EQUIPA VOC em que todos os
jovens foram ver o filme “Irmão Sol,
Irmã Lua” e em que fiquei enamorado pela vida religiosa mais
concretamente a vida Franciscana.
Relembro também que na Capela
das Irmãs Oblatas dei o meu SIM e
de joelhos emocionado encontrei
uma grande PAZ interior… ainda
hoje tenho na minha mente e no meu
coração as palavras que eu pronunciei: “Entrego-te a minha vida e
de olhos fechados conduzi-me para
onde Tu quiseres…”
Não tinha em mente uma carreira ou
profissão, pois tinha cerca de 16 anos
e terminara o ensino secundário.
Nunca tive ambições materiais ou
de poder. Procurava “algo” na vida
que fosse mais além e diferente do
mundo em que vivia, ou seja não
procurava “algo” mas sim “ALGUÉM” que estivesse “MAIS
ALÉM”, e este “ALGUÉM”,
procurava-me também.
Queria que esta busca fosse mais
além, fosse no infinito e para o
infinito, que não tivesse medo da
diferença, de escolhe-Lo e de seguiLo.
O desejo de partilhar a minha
experiência de Deus foi forte. No
princípio fez-me sofrer um pouco,
porque aqueles que eu considerava
amigos abandonaram-me tal como
os Apóstolos abandonaram Jesus
no Jardim das Oliveiras.
Mas como Ele é mais forte do que
tudo o que existe na face da terra,
também me colocou muitas pessoas
que me ajudaram nos momentos
mais difíceis, das quais saliento a
Maria João Palma, a Xana e tantos,
outros que, no anonimato, através
da oração ou presença silenciosa
me ajudaram a dizer o meu SIM
todos os dias…
Os Irmãozinhos apareceram na
minha vida como um mistério! Um
mistério que me seduziu e me levou
a entrar neste Jardim de Deus. Só
sei que os Fraternidade dos Irmãozinhos de S. Francisco de Assis e o
seu modo de viver na simplicidade
cativante, na pobreza que liberta, e
no sorriso que me revelava o rosto,
mais carinhoso de Deus, tiveram
uma grande influência na minha
decisão de os escolher.
Porquê os Irmãozinhos de S.
Francisco de Assis? O que mais me
despertou desde sempre na Vida
Religiosa foi a dimensão contemplativa, mas eu também queria a
anunciar a Boa Nova, partilhando
os frutos da minha intimidade com
Deus.
A Fraternidade dos Irmãozinhos de
S. Francisco de Assis tem os dois
lados da moeda, e assim arrisquei a
dar a minha vida nesta «louca»
história que Deus tem feito comigo
ao longo destes 19 anos em que
estou com os Irmãozinhos.
Depois deste “longo” tempo de
enamoramento com Deus e na
aventura que tenho vivido com os
meus Irmãos, sobretudo a graça de
viver com os Fundadores chegou
a hora de dar o meu SIM para “toda
a vida…”; só a Deus pertence o
futuro e assim coloco-me nas Suas
mãos para que Ele próprio seja o
oleiro que aos poucos me vai
moldando.
Durante estes anos tenho vivido
entusiasmado ao pensar que posso
ser um Irmão próximo daqueles que
mais necessitam, saber que há um
Pai que me (nos) ama e livremente
poder gritar ao mundo “O AMOR TEM
QUE SER AMADO”.
Com o coração repleto de alegria e
com a alma inteiramente de Jesus
digo a todos aqueles que me
rodeiam, amigos e conhecidos, de
perto e de longe:
BUSQUEI O AMOR DA MINHA ALMA,
BUSQUEI-O SEM O ENCONTRAR.
Encontrei o amor da minha vida,
Abracei-o e não o deixarei jamais.
Eu, Ricardo
A HISTÓRIA DE DEUS comigo
começou há muito tempo. «Antes da
fundação do mundo» Deus me
escolheu. (Ef 1,4). A minha vida com
Ele começou no dia em que os meus
pais me levaram à fonte do Batismo
para me tornar cristão. A NOSSA
HISTÓRIA de vida começa sempre
antes de existirmos. Tudo começa no
Coração de Deus, mesmo que nós
não saibamos disso!
Nasci na cidade do Porto há 34 anos,
num lugar junto ao rio Douro.
Lembro-me de ter tido uma infância
feliz. Brinquei muito com os meus
amigos, fiz muitas traquinices e fiz
algumas partidas aos meus familiares, próprias de uma criança feliz.
Tenho um irmão e sou o mais novo,
venho de uma família com raízes
católicas, mas não praticante, que me
educou nos valores cristãos da
VERDADE, da HUMILDADE, da
BONDADE e da GRATUIDADE.
Transmitiram-me a FÉ ao seu jeito.
Hoje, à medida que o tempo passa,
compreendo melhor a graça que é a
Família que Deus me deu. Foi dela
que recebi muito do que me tornei,
sobretudo dos meus pais. Foram eles
que, com paciência – muita paciência,
me ajudaram a crescer, a pouco e
pouco.
Bem cedo comecei a travar amizade
com JESUS, na catequese e nas
várias atividades da comunidade
cristã da Paróquia de Nossa Senhora
da Ajuda, na qual senti um forte
apelo em seguir o MESTRE, ou seja
uma vontade de me tornar cada dia
mais CRISTÃO.
Na família não podia revelar esta
força interior. Desde então o meu
AMIGO ESPECIAL (Jesus), começou a construir uma linda HISTORIA
de AMOR.
Ainda adolescente tive a sorte de
conhecer um jovem muito alegre e
radical, através do seu testemunho
de vida esse jovem fez-me um desafio
muito forte para seguir JESUS ao seu
jeito. Até então, não sabia como
segui-Lo, em que lugar, de que
maneira fazê-lo. Tentei conhecer um
pouco mais da sua FORMA de
VIDA. Este Jovem que me convidava a esta loucura de amor, é
FRANCISCO de ASSIS.
Olhando para trás, sou capaz de ver,
com clareza, as pessoas, as palavras,
as circunstâncias, as atitudes, os
gestos com que a bondade e misericórdia de DEUS me iam preparando
para o convite, mas confesso que até
encontrar a resposta, tudo se tornou
nebuloso, confuso, perturbador.
Depois da busca constante e desenfreada, alguém me levou a participar
num encontro de Oração no Santuário de Fátima. Ainda hoje parece
que sinto o momento em que MARIA me segredou: “FAZ TUDO O
QUE ELE TE DISSER”. Acerta altura
no encontro fomos convidados a
entregar as nossas vidas diante de
um pedaço de Pão (Adoração do
Santíssimo Sacramento) que o meu
AMIGO decidiu colocar ao meu
dispor para marcar a minha pobre
VIDA. Este encontro transformoume para sempre. Nesse mesmo lugar
do encontro estava um jovem Irmão.
Este jovem frade pareceu-me diferente de todos os outros com quem
já me tinha cruzado noutros lugares.
Parece-me que Jesus me empurrou
para conversar com ele e para o
questionar acerca da sua FORMA
de VIDA. Esse Irmãozinho fez-me um
convite a participar num Retiro bem
longe do lugar onde decorria a minha
história. Parti em direcção ao Alentejo, e contemplei um povo acolhedor e uma vasta planície verdejante em que parecia que a terra
tocava o céu. Tudo bem diferente da
realidade que em que eu vivia.
Lembro-me com saudade o dia, a
hora, o lugar e as circunstâncias em
que começou o Retiro VOC, na casa
de Santa Maria, das Irmãs Oblatas
do Divino Coração. Numa oração da
tarde novamente diante de JESUS
presente na EUCARISTIA soou no
meu coração o convite: “VEM e
SEGUE-ME” (Mt 19, 21).
Ao longo dos dias, o silêncio, as
palavras, observar os outros, o
canto (sim, pois gosto muito de
cantar) e de certeza a Oração de uns
certos Irmãozinhos (aquele... aquele...), a sua ESTRANHA FORMA DE
VIDA, a pobreza, a alegria no
anúncio da BOA-NOVA foram fazendo com que as minhas certezas
se tornassem numa fortaleza imbatível. PROVEI e GOSTEI.
No meu coração dirigi esta oração a
JESUS: Olha, Senhor, estou feliz por
estar aqui e de os ter conhecido.
A porta da cidade estava escancarada, agora, e Deus entrou com
poder e mudou tudo, do dia para a
noite: no regresso para casa a
felicidade inundava-me a alma e o
estar ali junto daqueles Irmãozinhos
era o melhor do mundo: que bom
seria que não acabasse! Mas o
futuro e o presente angustiavam-me:
«Como fazer? Como dizer?» Tudo
ELE resolveu, tanto em casa, como
na escola, como na minha alma, e
serenamente...
Já lá vão 17 anos, desde a minha
entrega ao AMOR, pois ao AMOR
de Cristo só se pode responder com
amor a QUEM por amor se entregou
por mim.
Ao longo destes anos, o Senhor foi
trabalhando o pobre barro da minha
vida, o seu ESPÍRITO está sobre
MIM e me empurra para anunciar e
testemunhar ao mundo a FÉ em
CRISTO RESSUSCITADO.
Os Irmãozinhos transformaram com
muita paciência, o rumo e a história
da minha vida.
Quero dizer-vos que sou muito
FELIZ na Fraternidade dos Irmãozinhos de S. Francisco de Assis.
No meu coração ressoa um forte grito
de LOUVOR pela beleza da FAMILIA FISFA com a qual o SENHOR
tem feito uma fantástica HISTORIA
DE AMOR.
A Profissão Religiosa realiza-se na igreja paroquial de Vila de Frades,
domingo, dia 29, às 11h00, numa solene concelebração eucarística, presidida
pelo nosso Bispo, D. António Vitalino.
Vila de Frades, Selmes e S. Matias são três paróquias onde a Fraternidade
dos Irmãozinhos exerce a sua actividade pastoral.
SOCIEDADE
6 – Notícias de Beja
Meditando
Senhor,
Nós queremos olhar para Ti para conhecer o Pai.
E tu revelas-nos o Pai através da Cruz.
Revela-nos, ó Senhor, o mistério da Cruz,
para que não tenhamos medo dela;
faz com que através dela conheçamos Deus,
Te conheçamos a Ti, Filho do Pai
e nos conheçamos a nós mesmos,
pecadores que fomos salvos.
Doa-nos uma centelha de percepção do mistério
que estabelecestes para cada um de nós.
Faz com que a nossa vida seja coerente
com o que nos dás a conhecer.
E se queres que, antes de conhecermos,
façamos e, que antes de compreender, amemos,
doa-nos o Teu Espírito
através da Tua morte e ressurreição gloriosa.
Adoramos-Te presente entre nós,
vivo, ressuscitado e glorioso.
Ámen
Cardeal Carlo Maria Martini
Não perca tempo.
Salve uma vida
o enfarte não pode esperar!
Apenas 29% das pessoas com
sintomas de enfarte agudo do
miocárdio acciona o Número Europeu de Emergência – 112. Este é o
resultado preliminar de um estudo
realizado pela Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) junto dos centros
hospitalares nacionais que realizam
tratamento deste tipo de patologia
e que vai agora lançar a campanha
de sensibilização “NÃO PERCA
TEMPO, SALVE UMA VIDA”.
A APIC, membro da Sociedade
Portuguesa de Cardiologia (SPC),
acaba de aderir a um programa
europeu que visa reduzir a mortalidade por Enfarte Agudo do
Miocárdio (EAM), melhorando o
acesso dos doentes às terapêuticas
mais adequadas. Segundo Hélder
Pereira, Presidente da APIC e
Director do Serviço de Cardiologia
do Hospital Garcia de Orta, «no
âmbito do programa europeu a que
aderimos, realizámos recentemente
um estudo preliminar aos principais
centros hospitalares nacionais que
realizam tratamento do EAM, chamado “Momento Zero”, através do
qual se constatou que apenas 29%
das pessoas com sintomas de EAM
contacta o 112.
Esta conclusão permite perceber
que a maioria dos doentes que
sofre EAM de desloca ao Hospital
pelos seus próprios meios, facto
que pode representar um aumento
da mortalidade já que, em caso de
enfarte, «todos os minutos contam
para salvar uma vida».
Do número total de mortes derivadas de um enfarte, metade ocorre
nas primeiras três ou quatro horas
após os primeiros sintomas – muitas
vezes antes do doente chegar ao
hospital. Quanto mais tempo passar até que o fluxo sanguíneo seja
restabelecido ao coração, maior é a
probabilidade do coração ficar
danificado permanentemente, ou
até mesmo deixar de funcionar. O
tempo desde o início dos sintomas
até ao tratamento é um factor crítico
para todos os que sofram um EAM.
A campanha de sensibilização
“NÃO PERCA TEMPO. SALVE
UMA VIDA” pretende alertar a
população portuguesa para a importância de conhecer os sintomas,
agir rapidamente, ligar 112, de forma
a ser encaminhado para o hospital
onde possa receber o tratamento
mais adequado.
”Uma das principais barreiras ao
tratamento do enfarte é o tempo que
se perde desde que o doente
apresenta os primeiros sintomas
até receber o tratamento adequado.
O doente deve ligar de imediato
para o número de emergência, 112,
para que receba de imediato o
correcto tratamento, e não deverá
deslocar-se para o hospital pelos
seus próprios meios”, acrescenta
Hélder Pereira. “Esta nova campanha pretende ajudar a população
a reconhecer os sintomas de um
enfarte, para que o tempo de resposta seja reduzido”, conclui o
especialista.
Os sintomas mais comuns de um
EAM são: dor no peito, por vezes
com irradiação ao braço esquerdo,
costas e pescoço; podendo ser
acompanhada de suores, náuseas,
vómitos, falta de ar e ansiedade.
O tratamento mais eficaz e com maior
sucesso é a angioplastia primária,
que tem como objectivo reabrir as
artérias obstruídas e restaurar a
circulação sanguínea no miocárdio.
É fundamental que este procedimento seja efectuado o mais cedo
possível, idealmente até 90 minutos
após início dos sintomas.
26 de Abril de 2012
Publ.
Cartório Notarial de Ourique - Notária Maria Vitória Amaro
Certificado
Certifico, narrativamente, para efeitos de
publicação que, no dia nove de Março do ano
dois mil e doze, no Cartório Notarial de
Ourique, a folhas cento e três e seguintes,
do Livro de Notas para Escrituras Diversas
número Quarenta e sete - D, se encontra
exarada uma escritura de Justificação, na
qual Manuel Caetano Guerreiro, divorciado,
natural da freguesia e concelho de Ourique,
residente na Urbanização dos Quintalões,
lote 1, Mouraria, freguesia de Albufeira, NIF
125 572 557; José Guerreiro Lobo, casado
com Maria Augusta Guerreiro, segundo o
regime da comunhão de adquiridos, natural
da freguesia e concelho de Ourique, onde
reside na Rua de Odemira, n.º 4, NIF 116
360 518, Aníbal António Guerreiro Caetano,
segundo o regime da comunhão de adquiridos, natural da freguesia e concelho de
Ourique, residente na Urbanização dos
Quintalões, lote 4, Mouraria, freguesia e
concelho de Albufeira, NIF 107 828 839;
Fernando Manuel Guerreiro Caetano, casado
com Alice Maria Guerreiro Ramos Caetano,
segundo o regime de comunhão de adquiridos, natural da freguesia e concelho de
Ourique, residente em Cerro do Vale Judeu,
freguesia de Loulé (São Sebastião), concelho
de Loulé, NIF 138 863 920, se declaram
donos e legítimos possuidores, com exclusão
de outrem, do seguinte prédio:
Rústico denominado “Courela dos Marmeleiros”, sito na freguesia e concelho de
Ourique, composto de cultura arvense e olival,
com a área de setenta e cinco hectares dois
mil setecentos e cinquenta centiares,
confrontando do norte com Portucel e
Soporcel, sul com Joaquim Guerreiro e Maria
Guerreiro Jorge, nascente com Portugal,
Aníbal Loução Ledo e outros e do poente
com Soporcel, Joaquim Guerreiro e Portucel,
inscrito na respectiva matriz sob o artigo 68
da Secção UU, com o valor patrimonial para
efeitos de IMT de 24.486,59 euros, descrito
na Conservatória do Registo Predial de
Ourique sob o número novecentos e noventa
e cinco - Ourique.
Que o identificado prédio está registado de
aquisição, em comum e sem determinação
de parte ou direito, a seu favor e de sua irmã
Maria de Fátima Guerreiro da Piedade Grade,
pelas inscrições Apresentação oito de
dezanove de Março de mil novecentos e
noventa e Apresentação sete de seis de
Outubro de mil novecentos e noventa e dois.
Que pouco tempo após a morte de seu pai
José Caetano, ocorrida em dois de Agosto
de mil novecentos e oitenta e nove, na
freguesia de Santiago Maior, concelho de
Beja, em dia e mês que não podem precisar
de finais do ano de mil novecentos e noventa,
a sua viúva, Ilda Bárbara Guerreiro Lobo e os
seus filhos, Manuel Caetano Guerreiro, José
Guerreiro Lobo, Aníbal António Guerreiro
Caetano, Fernando Manuel Guerreiro
Caetano, Maria de Fátima Guerreiro da
Piedade Grade e António Manuel Guerreiro,
procederam à partilha verbal e à divisão de
material do prédio supraidentificado, na
sequência da qual, a viúva meeira e o filho
António Manuel Guerreiro, posteriormente
falecido em dois de Abril de dois mil e um, na
freguesia e concelho de Ourique, receberam
tornas, a filha, Maria de Fátima Guerreiro
Piedade Grade recebeu em pagamento do
seu quinhão hereditário um outro prédio que
integrava a herança do falecido e os filhos,
ora justificantes, receberam o prédio atrás
identificado, o qual logo em seguida dividiram
em quatro prédios distintos e autónomos,
que demarcaram, cada um deles com a
seguinte composição:
Prédio número um:
Rústico denominado “Courela dos Marmeleiros”, sito na freguesia e concelho de
Ourique, com a área de vinte hectares
novecentos e vinte e cinco centiares, que se
compõe de cultura arvense e olival,
confrontando do Norte com Carapetal, do
Nascente com Monte Novo, Sul com prédios
número dois e quatro, ambos denominados
Courela dos Marmeleiros, de Aníbal António
Guerreiro Caetano, respectivamente, e do
poente com o indicado prédio número dois e
Valagões, inscrito na respectiva matriz sob
parte do artigo 68 da secção UU, o qual é
adjudicado ao primeiro outorgante, Manuel
Caetano Guerreiro, a que atribuem o valor
de dez mil euros.
Prédio número dois:
Rústico denominado “Courela dos Marmeleiros”, sito na freguesia e concelho de
Ourique, com a área de dezassete hectares
três mil setecentos e vinte e cinco centiares,
que se compõe de cultura arvense e olival,
confrontando do Norte com Valagões, do
Nascente com o prédio número um, “Courela
dos Marmeleiros”, de Manuel Caetano
Guerreiro, do Sul com o prédio número quatro,
“Courela dos Marmeleiros”, de Fernando
Manuel Guerreiro Caetano e “Courela do
CanalNorte”edoPoentecomoprédionúmero
três denominado “Courela dos Marmeleiros”,
de José Guerreiro Lobo; inscrito na respectiva
matriz cadastral sob parte do artigo 68 da
secção UU, o qual foi adjudicado ao terceiro
outorgante, Aníbal António Guerreiro
Caetano, a que atribuem o valor de dez mil
euros.
Que, neste prédio, construiu, posteriormente
um prédio urbano, composto por morada de
casa térreas para habitação, com a superfície
coberta de cento e oitenta e três metros
quadrados, inscrito na matriz sob o artigo
4387, com o valor patrimonial de 24.420,00
euros, passando, assim, a construir um
prédio misto.
Prédio número três:
Misto denominado “Courela dos Marmeleiros”, sito na freguesia e concelho de
Ourique, com a área de dezasseis hectares
cinco mil setecentos e vinte e cinco
centiares, cuja parte se compõe de cultura
arvense e olival e a parte urbana de casas
térreas para habitação, arrecadações e
cavalariça, com a superfície coberta de 254
metros quadrados, a confrontar do norte com
Valagões, do nascente com o prédio número
dois “Courela dos Marmeleiros” de Aníbal
António Guerreiro Caetano, do sul com
Courela do Canal Norte e do Poente com
Monte do Marchicão, inscrito na respectiva
matriz rústica sob parte do artigo 68 da secção
UU e urbana sob o artigo 995 o que foi
Dr. Rui Miguel Conduto
CARDIOLOGISTA
CONSULTAS:
Sábados
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adjudicado ao segundo outorgante, José
Guerreiro Lobo, a que atribuem o valor de
dez mil euros.
Prédio número quatro:
Rústico denominado “Courela dos Marmeleiros” sito na freguesia e concelho de
Ourique, com a área de vinte hectares dois
mil seiscentos e setenta e cinco centiares,
que se compõe de cultura arvense e olival
confrontando do Norte com os prédios
números um e dois, ambos denominados
Courela dos Marmeleiros, de Manuel Caetano
Guerreiro e Aníbal António Guerreiro Caetano,
respectivamente, do Nascente com Monte
Cerro, do sul com Monte Cerro e Courela
dos Marmeleiros e do poente com Marchica
Velha, inscrito na respectiva matriz sob parte
do artigo 68 da secção UU, o qual é
adjudicado ao quarto outorgante, Fernando
Manuel Guerreiro Caetano, a que atribuem o
valor de dez mil euros.
Que os justificantes, não possuem qualquer
título para efectuar o registo a seu favor,
destes prédios, na Conservatória, embora
desde mil novecentos e noventa, passassem
a detê-los, como prédios distintos e
autónomos, respeitando rigorosamente as
suas estremas, demarcações e divisórias,
com total exclusividade e independência,
como se de coisa sua se tratasse na
convicção de exercerem um direito próprio,
encarregando-se da sua administração,
designadamente, tratando e amanhando as
terras, procedendo à limpeza, conservação
e colheita dos frutos das várias árvores
existentes nos prédios, utilizando as
respectivas pastagens, e no que toca ao
prédio número dois implantando nele a
construção acima identificada, deles retirando
todo o proveito, tudo isto contínua e
ininterruptamente, desde há mais de vinte e
dois anos, à vista, com o conhecimento e
reconhecimento de toda a gente, sem
oposição de quem quer que seja, até à
presente data.
É assim tal posse pacífica, pública e contínua
e durando há mais de vinte anos, facultandolhes a aquisição do direito de propriedade do
citado prédio por usucapião, direito que pela
sua própria natureza não pode ser comprovado por qualquer título formal
extrajudicial.
A irmã dos justificantes, Maria de Fátima
Guerreiro da Piedade Grade, na qualidade de
titular inscrita, confirma as declarações
prestadas pelos justificantes, pelo que não
se opõe à presente Justificação. Faz esta
declaração tendo em vista o disposto no
artigo 99.º do Código do Notariado,
substituindo, assim, a prévia notificação ali
prevista.
Nestes termos, e não tendo qualquer outra
possibilidade de levar o seu direito ao registo,
vêm justificá-los nos termos legais.
Está conforme o original.
Cartório Notarial de Ourique, a cargo da
Notária, Maria Vitória Amaro, aos nove de
Março de 2012.
A Notária
Maria Vitória Amaro
Excursão a Fátima
Dias 9 e 10 de Junho, participando no programa da
peregrinação das crianças.
Inscrições na Redação do
“Notícias de Beja” (Senhor
Cardoso).
Preço: viagem e alojamento:
57 euros.
REGIONAL
26 de Abril de 2012
Notícias de Beja – 7
Comunidade Ortodoxa celebra Páscoa
em Aljustrel
A Comunidade imigrante Ortodoxa,
a residir em Aljustrel e nos concelhos
vizinhos, celebrou o domingo da
Páscoa Ortodoxa, dia 15 de Abril,
com o Pároco de Aljustrel, Pe. Paulo
do Carmo, com uma Celebração da
Palavra, pelas nove horas e trinta,
na Igreja Matriz de Aljustrel, que
consistiu no canto do Aleluia e na
proclamação, escuta do Evangelho.
A seguir, mensagem breve do Pároco, para expressar a alegria da
Ressurreição e a comunhão de
sentimentos por tão bela Notícia para
a humanidade, para as igrejas cristãs.
Rezou-se e pediu-se a força de Deus
para todos os imigrantes espalhados
pelo Mundo, particularmente em
Tempo Pascal, cuja luz, que brota do
Ressuscitado, é mais intensa, suscitando a esperança e a confiança no
futuro e no atual caminho percorrido,
tantas vezes pautado pelas dificuldades económicas, pela saudade da
família, pela falta da terra Pátria. De
seguida foram benzidos os alimentos, para serem consumidos ao
pequeno-almoço, e aspergida toda
a comunidade ortodoxa presente,
com a água, benzida na Vigília Pascal
de Aljustrel, um gesto para recordar
o batismo e pedir a Deus um coração
purificado, renovado na Vida que
não tem Fim, a vida de Jesus.
De 27 de Abril a 1 de Maio
Ovibeja na sua 29.ª edição
Entre 27 de Abril e 1 de Maio, o Parque
de Feiras e Exposições de Beja vai
voltar a estar cheio com mais uma
edição da Ovibeja, que este ano
decorrerá sob tema “+ Produção” e
inclui, entre outras novidades, a
exposição interactiva “Vinhos e
Azeites”, dedicada a dois dos mais
importantes sectores do Alentejo, e
que se encontram em grande desenvolvimento e modernização.
DEBATES E CONCERTOS
Com o programa dos colóquios já
fechado, a Ovibeja traz para cima
da mesa o debate sobre o tema
central deste ano “+ Produção”.
Organizado pela ACOS – Agricul-
tores do Sul, o colóquio, agendado
para o dia 28 de Abril (sábado), é
moderado pelo assessor do Presidente da República, Sevinate
Pinto, e conta com a participação
da gestora do Proder, Gabriela
Ventura, e de João Basto, presidente
da EDIA. No mesmo dia haverá uma
discussão aberta sobre a “PAC pós
2013”, com moderação de Raul Jorge,
do Instituto Superior de Agronomia,
e as participações do deputado
socialista no Parlamento Europeu,
Luís Capoulas Santos, e de Eduardo
Diniz, do Gabinete de Planeamento e
Políticas.
“Azeite e Azeitonas – Benefícios
para a Saúde”; “O Porco de Raça
Alentejana – Desafios do Presente
e do Futuro; “Fé nos Burros – Uma
Nova Dinâmica do Mundo Rural”;
“Touros em Portugal” ou “O Presente e o Futuro das Cooperativas
Portuguesas” são outros temas
agendados para debater durante os
quatro dias da Ovibeja.
Ao mesmo tempo, além dos petiscos, do convívio e do encontro,
as “Ovinoites” prometem voltar a
atrair milhares e milhares de pessoas, estando planeado, segundo
a organização, um cartaz que inclui
“artistas diferenciados e de géneros musicais que abrangem um
público eclético, generalista e
amante de música, animação e
festa”.
O primeiro dia (sexta-feira, 27) terá
como destaque a alentejana Áurea,
que conseguiu em 2010 destacarse como a artista portuguesa de
maior sucesso. No sábado, 28, o
palco está reservado para Tony
Carreira que, como aconteceu
noutras presenças que teve em
Beja, deverá “esgotar” a feira
alentejana. Domingo, 29, está
destinado para o tradicional festival de tunas académicas e, na
segunda-feira, véspera do 1º de
Maio, subirá ao palco o DJ Bob
Sinclar, que lidera o top mundial de
dança desde 2007.
Nova ligação luso-espanhola
entre Serpa e Paymogo
A nova ponte luso-espanhola que
liga o concelho de Serpa e o
município espanhol de Paymogo
(Huelva), uma reclamação antiga
das populações e autoridades
raianas e que custou 2,3 milhões
de euros, foi inaugurada no dia 21
de Abril.
A ponte internacional sobre a
ribeira do Chança é muito importante e vai contribuir para o desenvolvimento das relações económicas e culturais entre os dois
lados da fronteira, disse à Lusa o
presidente da Câmara de Serpa,
João Rocha.
Por outro lado, a ponte, uma recla-
mação antiga das populações
raianas e autoridades locais, vai
permitir encurtar as distâncias entre
a cidade de Serpa e a povoação de
Paymogo, que antes ficavam mais
longe uma da outra, frisou.
Até há pouco tempo, as fronteiras
mais próximas estavam em Vila
Verde de Ficalho (Serpa) e em Vila
Real de Santo António (Faro),
lembrou, referindo que a ponte vai
também atrair mais visitantes
espanhóis até Serpa.
A nova ponte transfronteiriça, da
responsabilidade da Junta da
Andaluzia espanhola, implicou um
investimento de 2,3 milhões de
euros e foi construída no âmbito
do projeto Hubaal –Conexões
Viárias entre Huelva, Baixo Alentejo e Algarve.
No âmbito do projeto, a Câmara de
Serpa alargou e repavimentou o
caminho municipal entre a Cruz da
Cigana, São Marcos e a ponte, junto
à ribeira do Chança, com uma extensão de mais de 10 quilómetros.
As obras de alargamento e repavimentação do caminho implicaram
um investimento de quase 5,7
milhões de euros, financiado em 75
por cento por fundos comunitários.
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ÚLTIMA PÁGINA
26 de Abril de 2012
Ditos e Feitos
Registado
Deste
Mundo
e do
Outro
Sociedade Civil solidária
em época de crise
Bagão Félix e Manuela Ferreira Leite. D. Manuel Clemente e Carvalho
da Silva. António Guterres e Leonor Beleza. Ramalho Eanes e Loureiro
dos Santos. Figuras da Igreja, da política e da cultura. O que têm em
comum estes nomes? Integram um grupo de figuras notáveis da
sociedade portuguesa que, com o agravar da crise social e económica,
decidiu lançar o movimento Sociedade Civil Solidária. Este movimento
pretende tornar-se um “polo congregador de contributos de empresas,
instituições ou indivíduos”. A prioridade é “minorar a situação das
pessoas e famíliares mais afetadas pela crise”. Como? Angariando
donativos em dinheiro, que será depois canalizado para o Fundo
Social Solidário, gerido por uma equipa da Cáritas Portuguesa.
Obediência maçónica
Dez dos 13 juízes do Tribunal Constitucional são indicados pelos
partidos. Isso não faz deles homens de partido, mas quase. Tanto
que, nos jornais, costumava ser fácil antecipar o resultado das
votações em função da origem dos juízes.
Não são de hoje, portanto, as dúvidas sobre a independência e a
isenção do Tribunal. Mas esse pecado inerente ao processo de eleição
cedia, em geral, perante currículos e carreiras que tornavam as
candidaturas inatacáveis. Esta é a primeira vez que são questionadas
abertamente, em especial a do PS, no plano da habilitação específica
para o cargo. E que se suspeita de propósitos de instrumentalização
política descarada dos lugares por preencher no TC, algo que não
aconteceu sequer quando foram eleitos juízes de óbvia extração
partidária, como António Vitorino ou Assunção Esteves.
A isto, que já era grave, soma-se a notícia de que dois dos candidatos
- o do PS e o do PSD que, entretanto, renunciou - pertencem à mesma
obediência maçónica. Num país onde já poucas coisas se estranham,
a coincidência também foi encarada sem surpresa.
Afinal, os futuros juízes são propostos e eleitos por um Parlamento
onde os líderes das três principais bancadas pertencem à maçonaria.
E a maçonaria é o verdadeiro cimento deste regimento decrépito. Pelo
andar da carruagem, os órgãos mais insuspeitos vão tornar-se meros
executantes de decisões tomadas nas “lojas” por irmãos que as “lojas”
indicam e fazem eleger. Tudo se trata em família. E é pela família que se
distribuem os poderes e as honrarias do Estado.
Viajar é cada vez mais caro
O tráfego nos eixos fundamentais da região de Lisboa sofreu uma
forte redução nos últimos 12 meses, com o desaparecimento de quase
uma quarta parte das viagens. Tanto no transporte individual como
no colectivo, de norte a sul do país, por estrada ou por carris, assistese a uma diminuição significativa da mobilidade dos portugueses,
uma tendência que já se sentira em 2011 e que se acentuou nos
primeiros meses do ano.
O continuado aumento dos combustíveis, por um lado, e a subida das
tarifas dos transportes públicos, por outro, tornaram o ato de viajar
cada vez mais caro. O Metro, em fevereiro, após o aumento das tarifas,
teve uma quebra de 1,9 milhões de passageiros, quase tantos como
perdera ao longo de 2011 (menos 2,4 milhões). Especialistas alertam
para as consequências desta situação, entre as quais a exclusão social.
Felicidade e religião
Um estudo americano realizado pela organização Gallup, com mais de
300.000 americanos durante o ano de 2011, descobriu que as pessoas
que vão à igreja com frequência relatam experimentar emoções mais
positivas e menos negativas em geral do que aquelas que frequentam
menos a igreja. As emoções positivas na pesquisa incluíam sorriso,
gargalhada, alegria, felicidade, aprendizagem ou fazer algo interessante.
As emoções negativas incluídas eram preocupação, tristeza, stress e
raiva. A pesquisa mostra também que não apenas a frequência de um
lugar de culto de forma geral trazia benefícios, mas também que os fiéis
experimentaram uma “carga extra” emocional positiva aos domingos.
Enquanto as emoções positivas daqueles que frequentam a igreja
ficavam acima da média num domingo, as emoções positivas dos
seculares culminavam no sábado e ficavam abaixo da média no
domingo.
Segundo o estudo, o domingo é o dia da semana em que os humores
dos fiéis e dos que não frequentam um serviço religioso muitas vezes
divergem de forma significativa.
Alberto Batista
Papa Bento XVI fez 85 anos
Bento XVI celebrou 85 anos no dia
16. O Seu entecessor faleceu a
caminho dessa idade, aos 84 anos.
Será um dos papas que até mais
tarde desempenhou a missão de
sucessor de Pedro. Essa é certamente uma das vantagens de que
usufruiu o nosso tempo: as nossas
vidas são cada vez mais longas,
isso a que chamam a esperança de
vida. A sociedade do hoje não
acolhe favoravelmente, quando
não despreza ou marginaliza, a
sabedoria dos anciãos. Uma vida
longa é um benefício divino, escreve a Bíblia, mesmo acrescentando que o melhor dom é a nobreza
do coração e um espírito de retidão
e justiça.
Quando há sete anos foi eleito
Papa, Joseph Ratzinger não gozava
das preferências da comunidade
social e mesmo dentro da Igreja não
era figura de ampla aceitação. Porém
todos lhe reconheciam uma sabedoria humana e teológica profundíssima, e certamente grande parte
dos ensinamentos do seu entecessor passaram por ele. Ouvi-lo, como
ouvimos, provocava de imediato a
admiração perante uma visão amplíssima e lúcida da Teologia cristã,
do conhecimento humano e da
Cáritas Portuguesa
recebe apoio
dos contribuintes
O contribuinte não paga mais IRS,
nem vai reaver menos dinheiro esta é a principal mensagem que a
Cáritas Portuguesa pretende deixar
junto dos contribuintes portugueses que, apesar da muita informação sobre o tema, revelam ainda
alguma renitência sobre o tópico da
consignação de 0,5 do Imposto
sobre o Rendimento das Pessoas
Singulares (IRS).
No ano passado, as doações dos
contribuintes à Cáritas Portuguesa
ascenderam aos 50 mil euros, um
valor que é prova da confiança e
respeito dos portugueses por esta
Instituição Oficial da Igreja e de
Utilidade Pública, com estatuto de
ONG. Tendo em conta as acrescidas
necessidades com que a instituição
se tem deparado, o montante
angariado através desta consignação é mais uma forma de fazer frente
às principais situações de flagelo
social.
Exemplo disso foi o trabalho desenvolvido com os 51.792, 54 euros que
foram entregues à Cáritas Portuguesa através das declarações
relativas a 2010, montante que a
capacidade de lançar novas perspetivas para o futuro.
A confirmação veio de imediato: a
primeira encíclica do seu pontificado apontou logo para o essencial: Deus é o amor. Mais que
circunstanciais reflexões teológicas
certamente importantes, quis transmitir ao mundo a centralidade do
seu sentido: tudo nasce de Deus, e
Deus é o Amor. Outra carta recordanos que somos Salvos pea Esperança, e certamente em breve
teremos a proclamação da Fé, já que
há pouco anunciou a celebração de
um Ano da Fé, nos 50 anos do início
do Concílio Vaticano II. Apresenta
assim uma nova perpetiva das
tradicionalmente chamadas virtudes teologais, partindo do Amor
para a Fé. Coloca-se numa linha de
visão nascida do evangelho de
instituição utilizou para ajudar as
famílias mais carenciadas que
diariamente recorrem ao apoio das
Cáritas Diocesanas de todo o País.
Segundo Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa, “Esta
é uma doação e extrema importância
neste complexo quadro que vivemos actualmente e que nos vai
ajudar a dar respostas aos cerca de
250 pedidos que nos chegam diariamente, a nível nacional. Nunca é
demais relembrar que esta contribuição não tem qualquer custo
extra para os cidadãos: não há
necessidade de pagar mais imposto, nem reaver menos dinheiro
- este campo serve apenas para
deslocar uma pequena parte do
montante já suportado pelo contribuinte para a Cáritas Portuguesa”.
Aquando do preenchimento do IRS,
o contribuinte apenas terá de
preencher o quadro 9 do Anexo H e
indicar os dados da Cáritas Portuguesa NIF 500291756.
Bofetada
Na cidade reformada de Genebra,
um dia Francisco de Sales viu a sua
mansidão ser confrontada por um
pastor protestante:
- Se recebesse uma bofetada, o que
João, associando o Amor à Palavra,
à Luz, à Vida: no princípio era a
Palavra.
Todos recordaremos como a figura
hierática, o sorriso enigmático mas
acolhedor, a palavra densa e de
complexos contornos, mas penetrante na mente e no coração, foi
amansando os espíritos mais críticos e conquistando os cristãos
mais simples e de coração mais
aberto. A sua presença em Portugal
constitui uma completa transformação da maneira como era olhado:
entrou como Ratzinger, e saiu como
Bento XVI, disse-se na ocasião. As
suas palavras para os homens da
Igreja, os sacerdotes, religiosos e
leigos, para os homens e mulheres
do mundo da cultura, para os
jovens, para as estruturas da
sociedade, partindo da centralidade
da pessoa de Cristo, tocaram todos
os projectos e dramas do nosso
tempo. E quando as multidões o
despediam, ficava sempre o rastro
de um homem simples na sua
sabedoria e dinâmico na sua ação.
Dele continuamos a esperar a
palavra e o acolhimento.
Correia Fernandes,
“Voz Portucalence” 18.04.2012
faria?
O bispo respondeu:
- Sei perfeitamente o que deveria
fazer, mas não sei se o faria.
Bom humor
Na rua
O senhor não tem vergonha de
estar a pedir esmola, se pode muito
bem trabalhar e há tanto que fazer?
- Minha senhora, eu estou a pedir
esmola e não conselhos.
*
Na mercearia
Um cartaz na área da fruta diz:
“Maçãs a três euros o quilo”. Uma
larva, ao passar, exclama:
- Caramba! Como estão caras as
habitações!
*
Na escola
- Senhor professor, o que acha que
poderá ser o meu filho quando for
grande?
- Cosmonauta.
- Cosmonauta?
- Sim, pois na aula está sempre na
Lua, e quando o interrogo, cai das
nuvens.
A.B.

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