projeto político pedagógico - COLÉGIO ESTADUAL CARLOS
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projeto político pedagógico - COLÉGIO ESTADUAL CARLOS
ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO COLÉGIO ESTADUAL CARLOS GOMES ENSINO MÉDIO TOMAZINA - PARANÁ PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO 2010 1 – IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO Colégio: Colégio Estadual Carlos Gomes Ensino Médio. Código: 0048 5 Endereço: Rua Victor Pietra nº. 169 Telefone: (43) 3563-1178 e-mail : [email protected] Município: Tomazina Código: 2800 Dependência Administrativa: Estadual Código: 00485 NRE: 32 Ibaiti Código: 45007 Entidade Mantenedora: Governo do Estado do Paraná Ato de Autorização da Escola: Dec.nº. 786 de 28/02 /96 Ato de Reconhecimento da Escola: Resolução n.ºde 13 / 10 / 1998 1 Ato de renovação do reconhecimento da escola:Resolução nº. 1544 /03 de 23 / 06 / 2003 Ato Administrativo de Aprovação do Reg. Escolar: nº. 015/01 de30/08/05 Distancia da Escola do NRE: 32 km 2 - ORGANIZAÇÕES DA ENTIDADE ESCOLAR Modalidade de Ensino: Ensino Médio Número de turmas: 14 Número de Alunos: 350 Número de Professores: 35 Número de Pedagogos: 02 Número de Funcionários: 11 Número de salas de aula: 09 Turno de Funcionamento: Matutino,Vespertino Noturno. Organização do Tempo Escolar: Séries Organização Curricular: Disciplinas 3- CONDIÇÕES FÍSICAS E MATERIAIS O Colégio Estadual Carlos Gomes - Ensino Médio, sito à rua Victor Pietra, n.º 169- centro Tomazina -Paraná está situado em um terreno com área de 6.213 m dois e ocupada pela construção de 1.300 m2 e conta com uma área livre de 4.913 m2 e área construída de 1.245 m2. Uma biblioteca em ambiente acolhedor, salão amplo funciona sala de vídeo, videoteca, neste recinto também são realizadas reuniões com pais, mestres, APMF e comunidade. 2 Nove (09) salas de aulas que acolhem alunos no período, manhã e noite, uma sala de direção, Secretaria, sala dos professores, sala de orientação e supervisão, sala dos auxiliares administrativos. Uma cozinha, onde as merendeiras preparam os variados cardápios para os alunos. Cinco (05) sanitários sendo dois (02) masculinos, dois (02) femininos e um (01) para professores. Toda a área construída está em ótimas condições. O colégio conta com laboratório de Química e Física supridos com materiais de uso em ótimas condições para o desenvolvimento das aulas práticas. Quadra poli esportiva A escola possui Materiais didáticos e acessórios, televisores, ventiladores, equipamento de som, vídeos, DVDS, projetor multi-mídia, retro projetores, Computadores, Impressora, Freezer, Geladeira, Fogão Industrial e simples, Liquidificadores, Batedeira. Também possui mobília escolar adequada e suficiente para suprir a demanda de alunos, professores, Direção e Funcionários. Laboratório de informática Paraná Digital e Proinfo . 4- RELAÇÃO DO CORPO DOCENTE, TÉCNICO ADMINISTRATIVO E FUNCIONÁRIOS. Diretora: Sandra Daniel Lousano Vera Sanchez Reis Secretária: Genice da Silva Pedagogas: Sirlei Machado Miguel da Silva Ida Couto Ribeiro Leal Professores: Alexandre Oliveira Sanches 3 Andréia Assis Sene Ângela Aparecida R. França Faria Bruna Rafaela Batista Denise Godoi Ribeiro Sanches Eunice Conceição Pereira Fátima Ap. Cardoso Flaviana Bianchini Fusahe Jaqueline Lousano Vera Vieira Léia Ribeiro de Almeida Leila Helena da Silva Oliveira Luciano Ribeiro de Souza Maria Benedita do Nascimento Maria Benedita Santos Maria Bernadete Gonçalves Maria José Monteiro da Rosa Maria Léia Ribeiro dos Santos Marilce Ap. Sanches Reis Márcia Regina Ferreira de Melo Nassara Elias da Silva Borges Núbia Andrade do Vale Rafaela Tais Ribeiro Silmara Aparecida Ponciano Funcionários Luiz da Silva Catarina Pereira da Silveira Eva de Fátima Ap. Santos Ribeiro. Maria Ione Pinto da Costa Maria de Fátima da Silva 4 Regina Hass Bibiano Roseli Borges de Campos Rosinei Lopes da Silva Gonçalves 5-HISTÓRICO DO COLÉGIO ESTADUAL CARLOS GOMES ENSINO MÉDIO. A Escola Normal Colegial Dr. Nilo Peçanha foi criada pelo Decreto nº1000, de 15/03/56, publicado no Diário Oficial do Estado em 19/03/56, com a denominação de Escola Normal secundária de Tomazina. Teve, como principais incentivadores e fundadores: João Pereira Chueire, Alberto B. Ribeiro, Euclides Camilo de Souza, Antônio M. da Silva, Abílio Antônio Vieira, Humberto Miguel da Silva e Ayde Abuzaide Choaire. Foram matriculados 21 alunos, que compuseram a primeira turma, dos quais apenas 10 concluíram o curso. A primeira Diretora foi a professora Orlanda Jacopeti, tendo como Secretária a Professora Thereza de Toledo Souza. O primeiro corpo docente foi composto dos seguintes professores: Humberto Miguel da Silva, Dr. Basílio Vieira, Hugo de Lima Xavier, Dr. Almir Torres Brandão, Lady Alferes Carrilho, Dr. Acir Santos Carneiro de Quadros, Célia Magda Moraes e Silva e Dr. Joel Kalpern. Abaixo relacionados, os demais Diretores da Escola Normal Colegial Estadual Dr. Nilo Peçanha: Orlanda Jacopeti (1956)Lady Alferes Carrilho (1957 a 1967)Nelson Alexandre Sanches (1967 a 1971)Ana G. Cavatoni (1971 a 1978) A Escola Técnica de Comércio de Tomazina foi criada pelo Decreto nº8229, de 11/02/57, assinado pelo então Governador do Estado Moysés Lupion, publicado no Diário Oficial do Estado nº278, de 13/02/57. O primeiro corpo docente foi composto pelas seguintes pessoas: Diretor: Humberto Miguel da Silva; Secretário: Léo Alexandre Sanches Professores: Basílio Vieira: Gaspar ª S. Carrilho, Plínio Vieira,Sebastião D. Carvalho, Humberto M. da Silva, Hélio Vieira, Léo Alexandre Sanches. Abaixo relacionados, os demais Diretores da Escola Técnica de Comércio: 5 Humberto Miguel da Silva (1958 a 1961) Léo Alexandre Sanches (1961 a 1971) Manoel de Almeida (1971 a 1978) A reordenação do Colégio Comercial Estadual de Tomazina e da Escola Normal Colegial Estadual Dr. Nilo Peçanha, foi autorizado pelo Decreto nº4624, de 14/02/78, assinado pelo então Governador do Estado, Jaime Canet Júnior, publicado no Diário Oficial do Estado nº243, de 20/02/78. A partir desta data a Escola passou a denominar-se: Escola Reordenada de 2º Grau Dr. Nilo Peçanha, tendo como Diretor o Professor. Manoel de Almeida. A partir do Decreto nº1545, de 23/11/79, publicado no Diário Oficial nº683, de 27/11/79, as escolas de 1º e 2º Graus foram reorganizadas, e a Escola Reordenada de 2º Grau Dr. Nilo Peçanha passou a denominar-se Colégio Estadual Carlos Gomes - Ensino de 1ºe 2º Graus, e teve os seguintes Diretores: Nelson Alexandre Sanches (1979 a 1987) Dr. Salim George Chueire (1988 a 1995) Cumprindo o contido na Resolução 3875, de 04/11 /92, foram suspensas, em caráter definitivo, as atividades escolares relativas ao ensino das quatro (quatro) primeiras séries do 1º grau regular e ensino supletivo fase I, do Colégio Estadual Carlos Gomes de 1º Grau Regular e Supletivo e 2º Grau, passando essas atividades para a Escola Municipal Ademar Haruo Ishii.Em decorrência do disposto na Resolução acima, o Colégio Estadual Carlos Gomes- Ensino de 1ºGrau Regular e Supletivo e 2º Grau, passou a denominar-se Colégio Estadual Carlos Gomes- Ensino de 2ºGrau, tendo os seguintes Diretores: Dr. Salim George Chueire Haroldo Alfredo Alferes (1988 a 1995) (1996 a 1997) Em decorrência da Resolução nº3. 480/98 de 13/10/98, do Parecer nº334/98 do Conselho Estadual de Educação, reconhece o Ensino Médio do Colégio Estadual 6 Carlos Gomes- Ensino de 2ºGrau, passando a denominar-se Colégio Estadual Carlos Gomes – Ensino Médio, publicado no Diário Oficial do Estado nº5381 de 24/11/98.Tendo como diretores : Alexandre Oliveira Sanches (1998 a 2005) Sandra Daniel Lousano Vera Sanchez Reis (2006 – 2011) 6- CARACTERIZAÇÃO E REALIDADE DA COMUNIDADE ESCOLAR Os alunos que freqüentam o Colégio são filhos dos que vivem do trabalho quando não jovens trabalhadores 53 % são oriundos da zona rural, divididos em trabalhadores familiares, cuja base fundamental para sua manutenção e da propriedade é o trabalho familiar, filhos de agricultores assalariados onde os pais detêm a posse da terra de onde podem extrair, embora parcialmente, seu sustento – e que também se assalariam em determinados períodos do ano, vendendo sua força de trabalho para completar seus rendimentos; bóia – frias que viajam aos arredores da cidade em busca de trabalho nas propriedades vizinhas. Utilizam o transporte escolar oferecido pelo município. 47 % são alunos que residem na cidade, trabalhadores autônomos, estagiários; empregados em fábricas e funções diversas, a maioria frequentam o período da manhã. O momento atual em nosso município é de escassas oportunidades de trabalho e uma crescente competitividade pelos postos existentes. O colégio enfrenta uma fase de evasão escolar muito grande, adolescentes e jovens desprovidos de acompanhamento familiar , social , muitas vezes tendo como exemplo as vivencias na escola , sendo essa a única fonte de inspiração para sua caminhada na vida .O Brasil não poderia ficar à margem da história mundial e das conseqüências, nem sempre positivas, desse processo cujo modelo sócio – econômico é representada pelo crescente número de excluídos e pela contínua concentração de renda. A educação, sempre considerada como prioridade pelos órgãos governamentais, muitas vezes continua sendo elitista, onde os menos favorecidos lutam por uma escola pública mais eficiente e por acesso a uma universidade mais democrático e menos excludente. 7 Nesse panorama, porém, a ciência, as tecnologias tiveram avanços significativos, revolucionando a produção, o próprio ambiente escolar e o comportamento das pessoas: internet, telefonia celular e outros meios de comunicação que oferecem ao homem comodidade, segurança e precisão. E com tudo isso, Poderíamos supor uma grande melhoria de vida, mas sabemos que isso só ocorre com uma pequena parcela da sociedade,justamente com a minoria mais sintonizada com a lógica do mercado . Mas nessa conjuntura, há um aspecto bastante animador: nunca se viu na história do Brasil e do Mundo tanta campanha em prol dos menos favorecidos. Parece que o mundo todo está saturado de guerras, de corrupções, de imperialismos gratuitos, de injustiças gritantes, de maus governos. Em meio aqueles que se despiram dos valores morais, religiosos, nunca faltam os que ainda são regidos pela de Deus, da bondade e da solidariedade. E, como a vontade de mudar parece elemento sempre presente e atuante, clamando por outra globalização, que passe pela solidariedade, pela mundialização dos direitos humanos, pela democracia e pela cultura da paz. Um dos temas do Ensino Médio no Paraná que mais desperta atenção é a democratização do Ensino Médio que no Paraná não se encerrou na ampliação de vagas. Nunca se viu tanto investimento em espaços físicos adequados, ampliação de bibliotecas, laboratórios, equipamentos, e principalmente professores concursados e capacitados. Do ponto de vista da nova concepção, tem – se clareza de que ela só será plenamente possível em uma sociedade em que todos desfrutem igualmente das mesmas condições de acesso aos bens materiais e culturais socialmente produzidos. Ou seja, em uma sociedade na qual os jovens possam exercer o direito à diferença, sem que isso se constitua em desigualdade. Mais do nunca o Ensino Médio no inicio do novo século deverá superar a concepção conteudista que o tem caracterizado, em face de sua versão predominantemente propedêutica , par promover mediações significativas entre os jovens e o conhecimento cientifico , articulando saberes tácitos, experiências e atitudes. Essa mudança é imperativa de sobrevivência em um mundo imerso em profunda crise econômica, política e ideológica, onde a falta de utopia tem levado os jovens ao individualismo, ao hedonismo e a violência , em face da perda do significado da vida individual e coletiva . 8 A nossa escola pública só será efetivamente democrática , se propiciarmos as necessárias mediações para que os menos favorecidos estejam em condições de identificar, compreender e buscar suprir , ao longo de sua vida , suas necessidades com relação á participação na produção cientifica , tecnológica e cultural .Nosso trabalho será elaborado aos jovens que vivem do trabalho , para isso iremos contemplar diferentes conteúdos em diferentes disciplinas para atender os as especificidades de nossos jovens alunos , diferentes e desiguais social e economicamente, sem que isso comprometa o conceito de escola unitária . Na oferta da educação básica para a população rural, o estabelecimento fará um planejamento adequado, às peculiaridades da vida rural. – conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural, adequação à natureza do trabalho na zona rural. Reconhecer a diversidade sociocultural e o direito à igualdade e à diferença, possibilitando a definição de diretrizes operacionais para a educação rural sem, no entanto, recorrer a uma lógica exclusiva e de ruptura com um projeto global de educação para o País. Respeitando-se a diversidade e acolhendo as diferenças sem transformá-las em desigualdades. 7- JUSTIFICATIVA DO PROJETO Pela importância e necessidade em planejar e organizar as ações que nortearão as práticas educativas do Colégio urge a necessidade da construção de um projeto com a parceria da sociedade e visando uma educação que pressupõe a participação coletiva de professores, pais, funcionários, diretores, pedagogos e alunos na discussão, na argumentação e na escrita da identidade do Colégio. Construir a identidade é assumir o controle coletivo do processo educacional na produção de saberes e das relações de poder que pretender elevar a classe trabalhadora à função dirigente. Essa construção tem que estar fundamentada na participação efetiva dos pais em todos os momentos de construção e avaliação do projeto. Essa discussão deverá nascer no próprio chão do Colégio, onde os atores e autores são os sujeitos autênticos do processo. 9 A necessidade da produção de novos saberes no Colégio leva à necessidade de uma educação de qualidade, onde os educadores serão encorajados na busca de fundamentos na ética, na justiça social, na crítica política, redefinindo o seu papel enquanto intelectuais comprometidos com a qualidade do ensino e da aprendizagem. A construção desses deve ser contínua, pois se pressupõe que a formação de um cidadão crítico, criativo, responsável e participativo, um cidadão-sujeito histórico capaz de reinventar a autonomia do ser humano na construção da democracia e da justiça social. Para tanto, precisamos de uma educação que programe a cooperação e a autonomia para se contrapor ao modelo individualista, competitivo e alienado. Há necessidade de uma mudança qualitativa, o que se propõe não está na forma, mas na essência e na atitude de uma educação que esteja estruturada nos quatro pilares: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver e aprender a ser. O Colégio deverá ser capaz de ensinar ao educando a aprender a apreender desenvolvendo a capacidade de iniciativa, autonomia de raciocínio, responsabilidade moral e o exercício da cidadania. A nova Lei de Diretrizes e Bases (Lei 9394/96) vem com a necessidade de reavaliar os conteúdos do ensino Médio que devem ser norteados em eixos de ação. A democratização da escola A socialização do conhecimento O direito ao acesso e a permanência dos alunos A oferta de um ensino de qualidade Esses eixos nortearão todo o processo ensino aprendizagem do Colégio, pois terá a preocupação na formação do aluno consciente de seus direitos e deveres perante a sociedade a qual está inserido. 8- OBJETIVOS DO PROJETO Acreditamos ser este projeto um instrumento que irá nos auxiliar a prática, a transformar o educador em um comunicador arrojado, a escola em um lugar agradável, com atitudes de reconstrução, transformação contínua, inovadora, com fundamentos teóricos, sólidos capazes de unir teoria e prática, com autonomia e autodeterminação. Capaz de contribuir na travessia da formação humana de nossos 1 educandos, cujas existências estão sob sua responsabilidade, fornecendo uma rota segura e confiável, resgatando valores morais de solidariedade, justiça, tolerância, diálogo, afeto, cooperação, respeito mutuo. Trabalharemos uma metodologia que irá considerar a atuação do educando na construção do seu próprio conhecimento, valorizando suas experiências, seus conhecimentos prévios e a interação professor – aluno, aluno – aluno (...) desenvolvendo no educando a capacidade de posicionar – se, elaborar projetos pessoais e participar enunciativa e cooperativamente de projetos coletivos, Ter discernimento, organizar – se em função de metas eleitas, participar da gestão de ações coletivas, estabelecer critérios e eleger princípios éticos. (Parâmetros Curriculares Nacionais – Introdução- Vol. 1 – p. 94). Assim, realizaremos esse trabalho concordando com Edgar Morin quando ele afirma que “é preciso ensinar a identidade terrena, a paz, a esperança”, para possibilitar a transformação da educação para atender seu maior objetivo: a reconstrução do homem e do mundo por meio do resgate da cidadania. Objetivamos compreender os fundamentos científicos e tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática num processo contínuo de aprendizagem dos educandos na aquisição de conhecimentos básicos e uma preparação científica e a capacidade de utilização das diferentes tecnologias nas áreas de atuação na sua formação geral, de desenvolver capacidades de pesquisas, informações, análises e seleção; capacidade de aprender, criar e formular dentro de uma perspectiva de interdisciplinaridade e contextualização, ao invés de simples exercício de memorização, levando o educando a um desenvolvimento pessoal e assegurando-lhe a formação comum indispensável ao exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. Que todos os alunos possam se integrar no processo de aprender. A partir do reconhecimento das diferenças existentes entre os alunos, o Colégio de um modo geral irá potencializar as capacidades dos alunos, ajustando sua maneira de selecionar e tratar os conteúdos, de modo a auxiliá-los a desenvolver, no máximo de sua possibilidade, as capacidades de ordem cognitiva, efetiva, física, e as de relações interpessoais e inserção social, ao longo do ano letivo. Questionar um processo de construção na Educação, com esforço de melhoria a qualidade de ensino na sala de aula. 1 Proporcionar aos alunos o acesso ao saber elaborado em torno de todas as disciplinas e Temas Transversais para que os alunos futuramente saibam se portar como verdadeiros cidadãos. Introdução de valores e da prática da cidadania no dia a dia da escola e dos alunos. Questões fundamentais como respeito, solidariedade, promoção da paz, prevenção as drogas, civismo. Diversificar com temas como a pluralidade cultural, a ética, a preservação do meio ambiente, a saúde, trabalho e consumo, reforçando a formação de uma cidadania responsável. São através destes objetivos e com certeza outros que surgirão que nós do Colégio seremos os principais condutores nesse processo de transmissão do saber social, aos conhecimentos, das práticas enfim de tudo que permite uma convivência solidária e produtiva. As diretrizes curriculares que irão nortear as ações pedagógicas da escola são: Os Princípios Éticos da Autonomia, da Responsabilidade, da Solidariedade e do Respeito ao Bem Comum; Os Princípios Políticos dos Direitos e Deveres de Cidadania, do exercício da Criticidade e do respeito à ordem Democrática. Os Princípios Estéticos da Sensibilidade, da Criatividade e da diversidade de manifestações artísticas e Culturais. 9- FILOSOFIA E OS PRINCÍPIOS DIDÁTICOS PEDAGÓGICOS DA INSTITUIÇÃO. PRESSUPOSTOS FILOSÓFICOS O Colégio Estadual Carlos Gomes - Ensino Médio fiel às LDB e aos Parâmetros Curriculares Nacionais tem por missão fundamental ajudar cada indivíduo a desenvolver todo o seu potencial e a tornar-se um ser humano completo, e não um mero instrumento da economia; a aquisição de conhecimentos deve ser acompanhada pela educação do caráter, a abertura cultural e o despertar da responsabilidade social. Não se destinando apenas àqueles que já estão no mercado de trabalho. 1 Para isso, apresentamos os quatros necessidades de aprendizagem dos cidadãos, às quais a educação deve responder: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser. A reposição do humanismo deve ser entidade como busca de saídas para possíveis efeitos do pós industrialismo, sendo a educação a esperança de preservar a integridade pessoal e estimular a solidariedade. Espera-se que a escola contribua para a constituição de uma cidadania de qualidade, responsabilidade para exercer os direitos e os ideais de igualdade entre os cidadãos, a vida pessoal e a convivência; equilíbrio na formação ética, autonomia intelectual e exercício da cidadania plena, tendo o cuidado de buscar a conciliação entre humanismo, tecnologia e princípios científicos. Na Política de Igualdade deve-se ressaltar o reconhecimento dos direitos humanos, o exercício dos direitos e deveres da cidadania, respeito ao bem estar comuns, condutas de participação e solidariedade, respeito e senso de responsabilidade, pelo outro e pelo público, promovendo a igualdade entre os desiguais, praticando e garantindo igualdade de oportunidades e de diversidade de tratamentos dos alunos e dos professores para aprender e aprender a ensinar os conteúdos curriculares. Educar sob a inspiração da ética, criando condições para que as identidades se constituam pelo desenvolvimento da sensibilidade e pelo conhecimento do direito à igualdade, da identidade própria e do outro, privilegiando o a ser, aprender a conhecer e conviver. A ética de identidade tem como fim mais importante a autonomia e reconhecimento da identidade do outro, da responsabilidade e da solidariedade. Os conhecimentos e as competências cognitivas e sociais que se quer desenvolver nos alunos remetem assim à educação como constituição de identidades comprometidas com a busca da verdade. Mas para fazê-lo com autonomia, precisam desenvolver a capacidade de aprender a desenvolver a autonomia intelectual e do pensamento crítico. O Ensino Médio, portanto, é a etapa final de uma educação de caráter geral, afinada com a contemporaneidade com a construção do conhecimento, que situem o educando como sujeito produtor de conhecimento e participante do mundo do trabalho e com o desenvolvimento da pessoa, como “sujeito em situação” – cidadão. 1 Enfim, a escola tem como meta filosófica, ensinar a aprender a conhecer e compreender a complexidade do mundo, favorecer a curiosidade intelectual, estimular o senso crítico e permitir e compreender o real, mediante a aquisição da autonomia na capacidade de discernir, desenvolver o conhecimento e estimular o surgimento de novas aptidões, criar condições necessárias a novas situações, privilegiar e aplicar a teoria na prática. Aprender a viver juntos, desenvolver o conhecimento do outro, permitir a realização de projetos comuns ou a gestão inteligente dos conflitos inevitáveis. A educação deve estar comprometida com o desenvolvimento total da pessoa para exercitar a liberdade de pensamento, discernimento, sentimento e imaginação, para desenvolver os seus talentos e permanecer, tanto quanto possível, dono do seu próprio destino. EPISTEMOLÓGICOS O Ensino Médio faz parte da formação do jovem para enfrentar a vida adulta com mais segurança. O currículo proposto está baseado no domínio de conhecimentos básicos e não no acúmulo de informações; é um currículo com vínculos com os diversos contextos de vida dos alunos e servem para os professores como estímulo à reflexão sobre a sua prática diária e, sobretudo ao desenvolvimento do currículo na escola como atualização profissional. A escola tem por incumbência possibilitar aos alunos integração no mundo contemporâneo, nas dimensões fundamentais da cidadania e do trabalho, buscando dar significado ao conhecimento escolar, mediante a contextualização, a interdisciplinaridade e incentivar o raciocínio e a capacidade de aprender como um processo contínuo de revisão e aperfeiçoamento. A formação do aluno deve ter como alvo principal a aquisição de conhecimentos básicos, a preparação científica e a capacidade de utilizar as diferentes tecnologias relativas às áreas de atuação. Propõe-se a formação geral, em oposição á formação específica; o desenvolvimento de capacidades de pesquisar, buscar informações, analisá-las e selecioná-las; a capacidade de aprender, criar, formular, ao invés de simples exercício de memorização. 1 Devemos pensar um novo currículo em presença de dois fatores: as mudanças estruturais da chamada “revolução do conhecimento”, alterando o modo de organização do trabalho e as relações sociais; e é expressão crescente da clientela que devemos atender a padrões de qualidade que condizem com as exigências da sociedade em que está inserida. “O Ensino Médio tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores” (Art.22, Lei nº9394/96). O Ensino Médio passa a ter característica de terminal idade, o que significa assegurar os todos os cidadãos a oportunidade de consolidar e aprofundar os conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental; aprimorar o educando como pessoa humana; possibilitar o prosseguimento de estudos; garantir a preparação para o trabalho e a cidadania; dotar o educando dos instrumentos que o permitam “continuar aprendendo”, tendo em vista o desenvolvimento da compreensão dos “fundamentos científicos e tecnológicos dos processos produtivos” (Art.35, inciso I a IV). Deve-se oferecer, de forma articulada, uma educação equilibrada, com funções equivalentes para todos os educandos: A formação da pessoa, desenvolvendo valores e competências necessárias à integração na sociedade em que se situa; - O aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; - Preparação e orientação básica para a sua integração ao mundo do trabalho, com conhecimentos que garantam seu aprimoramento profissional e permitam acompanhar as mudanças que caracterizam a produção no nosso tempo; - O desenvolvimento de objetivos para continuar aprendendo, de forma autônoma e crítica, em níveis mais complexos de estudos. Os conhecimentos básicos tanto para o exercício da cidadania quanto para o desempenho de atividades profissionais é garantir que todos desenvolvam e ampliem suas capacidades de abstração, do desenvolvimento do pensamento sistêmico, do desenvolvimento do pensamento divergente, da capacidade de trabalho em equipe, 1 da disposição de aceitar críticas, da disposição para o risco, do desenvolvimento do pensamento crítico, do saber comunicar-se, da capacidade de buscar conhecimento. O que se deseja é que os estudantes desenvolvam que lhes permitam desenvolver a capacidade de continuar aprendendo. Ao final do Ensino Médio o educando deve demonstrar: domínio dos princípios científicos e tecnológicos, domínio da linguagem, conhecimento e domínio de Filosofia e de Sociologia necessários ao exercício da cidadania, o trabalho interdisciplinar e contextualizado parte-se do pressuposto de que toda aprendizagem significativa implica uma relação sujeito-objeto e que , para que se concretize, é necessário oferecer as condições para que os dois pólos do processo se interajam. METODOLÓGICOS Os pressupostos metodológicos que serão desenvolvidos no Colégio irão enfatizar a superação da fragmentação das disciplinas e expandirá experiências que conduzirão a autonomia do aluno, valorizando o conhecimento que o aluno traz e a partir daí, propor o trabalho a ser desenvolvido, considerando que o homem constrói o seu conhecimento nas diversas formas de intervenção. O desafio, a problematização, a investigação, o prazer pelo aprender devem e serão reconhecidos como elementos motivadores que asseguram a apropriação do conhecimento. O mundo de hoje exige conhecimento científico e a escola apesar de não ser a única é a principal instituição que ainda dá esse conhecimento, onde é explorado, relembrado. Portanto está centrado em uma relação dialógica onde o professor deixa de ser informativo para ser formativo. Onde as informações acumuladas culturalmente são utilizadas como recursos ou instrumentos de compreensão da realidade e de resoluções de problemas, uma ferramenta para a compreensão e o desenvolvimento do mundo ligado ao trabalho de sala de aula com a vida, dinamizando e verificando o trabalho escolar, criando a necessidade e a importância do trabalho coletivo na resolução de problemas, não dispensando a necessidade de reflexão e de trabalho individual colocando professor e aluno como sujeitos do ensino-aprendizagem. Com essa metodologia o Colégio propõe o sucesso do aluno na escola e na vida, isto será possível através da interdisciplinaridade, provocados pela elaboração 1 de projetos amplos que venham atender as necessidades individuais e coletivas, a fim de que, ele possa atuar na sociedade de forma consciente, crítica, ética e criativa. Toda metodologia utilizada deverá levar o aluno a poder usar os recursos tecnológicos existentes no mercado para ir familiarizando-se com o mundo do trabalho à sua espera, bem como estar apto a apropriar-se de outros recursos como literatura, raciocínio, sínteses, podendo comunicar-se em todos os níveis e situações, aprender, a saber, pensar, interpretar a realidade crítica e criativamente, nela situarse e intervir no mundo em que vive. Será desenvolvida uma metodologia histórico-crítica que percorre o caminho de apropriação e de reconstrução do conhecimento sistematizado, buscando evidenciar que todo conteúdo trabalhado na escola é expressão de necessidades sociais historicamente situados, visando desenvolver a capacidade de discernimento do aluno, tornando o trabalho mais dinâmico e atrativo. Deve-se criar e desenvolver, com participação da equipe docente e da comunidade, pensando na educação do jovem, articulações e parcerias com instituições públicas e privadas, que contemplem a formação básica e a preparação geral para o trabalho. Isso deverá ser acompanhado de sistemas de avaliação que permitam o acompanhamento permanente dos resultados, tomando como referência as competências básicas a serem alcançadas por todos os alunos, de acordo com a LDB e as diretrizes e propostas pedagógicas do Colégio. O professor como profissional construirá sua identidade com ética e autonomia se, inspirado na ética da sensibilidade, buscar a qualidade e aprimoramento da aprendizagem dos alunos, e inspirado na política da igualdade, desenvolver um esforço continuado para garantir a todos oportunidades iguais de aprendizagem e tratamento adequado às suas características pessoais acompanhada por procedimentos de avaliação de processos e produtos, divulgação dos resultados e mecanismos de prestações de contas. Aprender a aprender e a pensar, a relacionar conhecimento com dados da experiência cotidiana, a dar significado e a captar o significado do mundo, a fazer a ponte entre teoria e prática, a fundamentar a crítica, a argumentar com base em fatos, a lidar com sentimento que a aprendizagem desperta. Para esses desafios requer: continuidade de estudos, entre os quais a capacidade de continuar aprendendo; os conteúdos como meios e não como objetivos; trabalhar a linguagem 1 como construidora de significados, conhecimentos e valores; mobilizar menos a memória e mais o raciocínio; estimular o aluno a reconstruir ou "reinventar" o conhecimento; diálogo permanente entre as diferentes áreas do saber; estimular o aluno a ter autonomia intelectual e facilitar a relação do aluno com o conhecimento, enfim adotar metodologias de ensino diversificadas, que estimulem a reconstrução do conhecimento e mobilizem o raciocínio, a experimentação, a solução de problemas e outras competências cognitivas superiores. 10- PRINCÍPIOS ORIENTADORES E FILOSOFIA DO COLÉGIO Baseados nos princípios norteadores, da política educacional da SEED e na vertente da pedagogia progressista onde a escola está condicionada pelos aspectos sociais, políticos e culturais, mas existe nela a possibilidade de transformação social, onde a educação possibilita a compreensão da realidade histórico – social e explicita o papel do sujeito construtor / transformador da realidade. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: - Educação como direito do cidadão; - Universalização do ensino; - Escola pública gratuita e de qualidade; - Combate ao analfabetismo; - Apoio a diversidade cultural; - Organização coletiva do trabalho. - De igualdade para acesso e permanência do aluno na escola; - Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento a arte e o saber; - Valorização do profissional da educação escolar; - Gestão democrática; Qualidade que não pode ser privilégio de minorias econômicas e sociais. A garantia da escola pública para todos significa dar acesso àqueles que a ela se 1 reportam. Só a matrícula não garante a permanência do aluno na escola. A cultura escolar deve permitir que os educandos tenham um transcurso contínuo progressivo no estabelecimento de ensino , com a apresentação de resultados efetivos de aprendizagem . Precisamos reinventar a escola este é o apelo dos jovens nas atuais salas de aula. Esta é a exigência profissional de um mundo globalizado. Conhecimento, seriedade ética e incorporação de novas tecnologias tecem o sonho de todo aluno atual. A construção da cidadania ativa implica no domínio dos novos códigos e linguagens, no entendimento dos conceitos sociais e na apropriação da cultura. Sonegar este embasamento educacional é comprometer o desenvolvimento humano e social das novas gerações. Não basta romper com os modelos tradicionais de ensino. É preciso sim montar novos cenários educativos. Só desta maneira é possível garantir a formação ética, o desenvolvimento da autonomia intelectual e o fortalecimento do pensamento crítico. Na verdade, estamos lançando um desafio ao arrogo e a criatividade dos educadores: onde deverão ser mediadores, facilitadores e problematizadores da aprendizagem desenvolvendo uma prática educativa onde o ensino deva ser significativo e a memorização compreensiva e reflexiva, conciliar, dinamicamente humanismo e tecnologia. Efetivamente, os avanços da ciência e da mídia estão alterando não só os processos de aprendizagem e do conhecimento, mas também do “comportamento” das pessoas e principalmente dos alunos. Daí conclui-se a necessidade e a importância de um trabalho coletivo . É na ação diária que nosso projeto se fará realizar através da incorporação de novas idéias e práticas que venham contribuir para uma educação plena , social, cultural, econômica e política. É chegada a hora de fazermos acontecer tudo o que acreditamos .Este projeto é apenas um instrumento para que isso ocorra e será , também , um recurso que acompanhará nossos esforços , desempenhos, resultados e permitirá que possamos avaliar o quanto poderemos fazer acontecer.Assumo o compromisso de realizar um efetivo trabalho de gestão democrática , que é um principio consagrado pela Constituição vigente e abrange dimensões pedagógicas , administrativas e 1 financeira . Ela exige uma ruptura histórica na prática administrativa da escola com o enfrentamento das questões de reprovação e da não permanência do aluno na sala de aula, o que vem provocando a marginalização das classes populares. Esse compromisso implica a construção coletiva de um projeto político – pedagógico ligado à educação das classes populares. Iremos juntos compreender os problemas postos pela prática pedagógica e desenvolver um trabalho coletivo, trabalharemos com liberdade para aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a arte e o saber direcionados para uma intencionalidade definida coletivamente buscando uma escola que ofereça condições para a formação plena do cidadão. Gestão Democrática que privilegia a legitimidade, a transparência, a cooperação, a responsabilidade, o respeito, o dialogo e a interação em todos os aspectos pedagógicos, administrativos e financeiros da organização de trabalho escolar. Adotaremos uma filosofia que visa ao desenvolvimento integral do ser humano , procurando a formação do espírito cientifico , baseando-se nos seguintes princípios: - que se formem cidadãos capazes de analisar, compreender e intervir na realidade, visando ao bem estar do homem, no plano pessoal e coletivo ; - que se incentive a procura de novas verdades em busca de valores novos para um mundo novo; - que se incentive o desenvolvimento da criatividade, do espírito critico , da responsabilidade social , da procura de equilíbrio entre os componentes intelectuais , éticos , afetivos e físicos da personalidade ; - que se desenvolva a capacidade de análise e síntese , o autoconhecimento , a sociabilidade , a autonomia e a responsabilidade , integrando – se a formação cientifica e tecnológica , conduzindo ao exercício da cidadania ; - que se favoreçam a realização, as aptidões e atitudes voltadas ao serviço do bem comum, desenvolvendo o espírito solidário, o gosto pelo saber , a capacidade afetiva e a visão inovadora ; - que se procure a integridade física, intelectual, afetiva e ética do ser , formando homens capazes de avaliar constantemente com espírito critico , que possuam intuição , imaginação e raciocínio lógico; 2 - que se possibilite ao educando o aprendizado para viver em sociedade , superando suas próprias deficiências , alcançando os objetivos propostos , sentindo que a vida é um extraordinário desafio , que deve conhecer e aceitar , interpretar e enfrentar , dando sua parcela de contribuição para a construção de um mundo melhor. 11-AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM Hoje a avaliação é objeto de constantes pesquisas , voltadas para enfoques variados : político , filosófico tecnológico e sociológico . LUCKESI defende que a avaliação não se dá em separado do Projeto Político – Pedagógico. A avaliação inclui, antes de tudo, um julgamento a respeito do significado do resultado. Esse julgamento, baseado em teste, é feito a partir de algum critério, expectativa ou padrão de desempenho estabelecido. O julgamento deve levar a um diagnóstico sobre os problemas apontados pelo resultado e também a uma ação corretiva. Para que isso ocorra, os instrumentos devem ser muito bem elaborados, de forma que os professores e alunos possam compreender os problemas de desempenho a partir das respostas dadas no teste. Uma nova perspectiva de avaliação exige do educador uma concepção de criança, de jovem, de adulto, como sujeitos do seu próprio desenvolvimento, inseridos no contexto de sua realidade social, política e cultural. Comumente a avaliação é entendida como resultado de testes, provas e trabalhos ou pesquisas dadas aos alunos e aos quais se atribui uma nota ou conceito, que aprova ou reprova. Mas, a avaliação acompanha todo o processo de aprendizagem e não só o momento privilegiado das provas. É instrumento didático – pedagógico utilizado para reflexão da prática dos professores e alunos, num processo contínuo e dinâmico. A avaliação, por ser um processo contínuo, visa a correção das possíveis distorções e ao encaminhamento para a consecução dos objetivos previstos. Trata-se da continuidade de informação aos alunos e não da continuidade de provas. O processo de avaliação do Colégio será colocar como elemento integrador e motivador. A avaliação irá abranger o desempenho do aluno, do professor e a 2 adequação do programa. Serão registradas as informações de desempenho do aluno, permitindo, assim, um diálogo mais objetivo com seus colegas e com o professor. Portanto, é necessário que o professor tenha um plano de ensino elaborado para nortear o seu trabalho. A avaliação acontece em todas as atividades com as trocas de informações do aluno, de seus colegas, do professor e da comunidade. A avaliação desenvolvida no Colégio será Mediadora, Formativa e Somativa, pautada na ação – reflexão – ação dos envolvidos no processo educacional. Nessa perspectiva, a avaliação somativa tem caráter de essência, ao elaborar um parecer sobre o desenvolvimento do aluno ao final do processo. Assim, é necessário o apoio proporcionado pelos registros sistemáticos para subsidiar esse parecer. A avaliação somativa é uma decisão que leva a somar um ou mais resultados: mesmo não sendo contínua, o que se acumula são os dados que permitirão ao professor tomar uma decisão , permeada por uma visão global , tendo em vista conseqüências , implicações e resultados para o aluno . Avalia-se também a compreensão, a transferência de aprendizagem e os objetivos cognitivos foram alcançados: é analisada a capacidade de o aluno integrar esses conhecimentos, e não apenas acumulá-los de forma estanque. Segundo Hoffmann (1996) a avaliação pode ser: Contínua e contextual: no sentido de ser permanente no processo ensino – aprendizagem, acompanhando o desenvolvimento do aluno através dos avanços, dificuldades e possibilidades detectadas, levando em consideração sua experiência de vida pessoal. Investigativa e diagnóstica: com a finalidade de levantar e mapear dados para a compreensão do processo de aprendizagem do aluno e oferecer subsídios para os profissionais do colégio sobre a prática pedagógica que realizam. Dinâmica, coletiva e compartilhada: utilizando vários instrumentos, com a participação dos alunos, pais, professores e demais profissionais da escola, na reflexão sobre os resultados detectados e as possíveis formas de intervenção pedagógica. Sistemática e objetiva : como orientadora do processo educacional , precisa ter critérios definidos e explicitados , de acordo com os objetivos do planejamento de cada professor. 2 Os professores terão uma visão atual , aluno ativo ; professor mediador ; ênfase na exploração e na descoberta ; objetivo : apropriação e compreensão dos conteúdos das aprendizagens e no desenvolvimento do raciocínio e do pensamento (Consed , Pró- gestão : 2001 , p. 22). É vedada a avaliação em que os alunos são submetidos a uma só oportunidade de aferição. Assim, o que constitui a avaliação ao final de um período de trabalho é o resultado tanto de um acompanhamento continuo e sistemático pelo professor como de momentos específicos de “formalização”, ou seja, a demonstração que as metas de formação de cada etapa foram alcançadas. A avaliação como instrumento didático – pedagógico é fator elementar no processo ensino – aprendizagem .É fator elementar no processo ensino – aprendizagem por meio dela que se sustenta a qualidade de ensino , carregando as condições para o real exercício da cidadania , pois a noção de qualidade em educação não se separa da noção de cidadania . logo afirma – se a hipótese de que a qualidade na educação é a base que envolve todos os elementos do processo . a qualidade é ressaltada como valor intrínseco à educação . As formas de registros avaliativos serão através de notas e a periodicidade bimestral . 12-PROPOSTA DE RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS Para os alunos de baixo rendimento escolar será proporcionada recuperação de estudos de forma paralela, ao longo da série ou período letivo proporcionada obrigatoriamente pelo Estabelecimento de Ensino. A Recuperação será planejada, constituindo-se num conjunto integrado ao processo de ensino, além de adequar as dificuldades dos alunos. Na recuperação de estudos o professor considera a aprendizagem do aluno no decorrer do processo e, para aferição do bimestre, entre a nota da avaliação e da recuperação, prevalecera sempre a maior. A recuperação paralela poderá assumir varias formas como: Contra turno, trabalho extra classe, pesquisa, trabalho em grupo, reforço durante o horário de aula, tarefas, questões discursivas e objetivas. Os resultados da 2 recuperação deverão incorporar - se aos das avaliações efetuadas durante o período letivo, constituindo – se em mais um componente do aproveitamento escolar. Toda recuperação que o professor oferecer ao aluno deverá ser registrada no livro registro de classe. 13-PROGRESSÃO PARCIAL A Progressão Parcial (Dependência) é mais um mecanismo que o colégio vai utilizar para atender aqueles alunos, que não obtiveram êxito, apesar de todo um trabalho voltado para sua aprendizagem como: aulas bem dadas, diferenciadas, avaliação diagnostica constante, contínua, recuperação paralela e muitas outras atividades criadas pelo professor em sala de aula e fora dela. “O objetivo maior da Progressão Parcial é permitir que o aluno seja estimulado na construção de sua própria aprendizagem’’”. - O aluno reprovado em até três disciplinas terá direito á matrícula com dependência (progressão parcial), e será permitido cursar a série subseqüente concomitantemente às disciplinas nas quais reprovou desde que preservada a seqüência de conteúdos. - A matrícula com dependência (progressão parcial) será ofertada para os alunos em horário adverso ao que o aluno está matriculado. O aluno deverá procurar o professor das disciplinas em dependência em horário contrário ao que está matriculada, desempenhando todas as obrigações escolares a que o professor da disciplina propor. Os registros dos alunos em dependência serão feitos em livros próprios , bem como uma ficha de acompanhamento de cada aluno que deverá constar os conteúdos e disciplinas em dependência, a qual deverá acompanhar a pasta individual de documentos do aluno. Aos alunos trabalhadores rurais e autônomos desde que comprovado o emprego através de declaração do empregador e / ou arrendante pai / responsável e que não tiverem condições de procurar o professor em horário contrario , devido a incompatibilidade de horário , a distancia da escola , poderão procurar o professor da disciplina em dependência no mesmo horário , neste caso o aluno terá encontros com o professor da disciplina em dependência , onde o professor irá trabalhar com o 2 aluno projeto de pesquisas com conteúdos do bimestre , trabalhos devidamente registrado no livro , e os trabalhos deverão integrar a pasta individual do aluno . Equipe Pedagógica e Direção acompanharão os alunos em dependência, verificando o seu desempenho. A finalidade da Progressão Parcial no Colégio é oferecer oportunidades para o aluno alcançar o êxito escolar é permitir que o aluno seja estimulado na construção de sua própria aprendizagem. Todos os procedimentos legais quanto a Progressão Parcial estarão registrados no Regimento do Estabelecimento, obedecendo a legislação vigentes Deliberação n° 09 / 01 – CEE. 14- PROPOSTA DE TRABALHO DA ESCOLA PARA ARTICULAÇÃO COM A FAMÍLIA E COMUNIDADE. PARCERIA FAMÍLIA – ESCOLA. Esta parceria, baseada na cooperação, no respeito e na confiança , é imprescindível para o sucesso da educação dos nossos jovens , uma vez que nossos objetivos são comuns : a formação do caráter , a construção de conhecimentos e a auto- realização de cada um deles . Nosso objetivo é garantir o êxito do processo ensino-aprendizagem, proporcionando acompanhamento ao aluno e atendimento adequados às famílias, através da Direção e corpo docente; diante disso realizaremos bimestralmente reuniões pedagógicas conforme calendário e ou extraordinárias quando houver necessidade. O colégio irá proporcionar encontros com os pais , grupos de estudos , palestras em parcerias com a comunidade sobre auto – estima , qualidade de vida , prevenção ao uso indevido de drogas , sexualidade , promoção de atividades festivas , confraternizações, comemorações datas festivas e cívicas. 2 15-ATIVIDADES ESCOLARES EM GERAL, E AS AÇÕES DIDÁTICO PEDAGÓGICAS A SEREM DESENVOLVIDAS DURANTE O TEMPO ESCOLAR. Grupos de Estudos Para que os professores mantenham-se bem informados sobre os novos fatos educacionais e recebam apoio pedagógico adequado acontecerá a cada bimestre, reunião dos professores para grupos de estudos. Nessas reuniões as equipes pedagógicas em conjunto com a Direção traçarão metas e divulgarão os resultados obtidos durante determinado período. Também será nesse momento que os professores farão as trocas de experiências positivas e através de trabalhos em grupos realizarão estudos referentes aos conteúdos disciplinares a fim de enriquecerem as habilidades e refletirem sobre as suas práticas pedagógicas. Reuniões Pedagógicas Haverá reunião pedagógica, a cada bimestre prevista no calendário escolar , terá função geradora de discussões e debates sobre transmissão e assimilação de conteúdos da parte de professores e alunos, assim como revisão das metodologias e processos avaliativos adequados. Nesse momento também serão ouvidas as reivindicações e sugestões do colegiado visando a reflexão do fazer pedagógico, melhorando desta maneira a vivência cotidiana de seus membros. A reunião pedagógica servirá de alavanca para que a interdisciplinaridade aconteça realmente e em todos os sentidos. Formação Continuada de Professores 2 As ações do Colégio estarão voltadas apoiando uma perspectiva diferenciada da formação continuada e da valorização dos profissionais , objetivando viabilizar meios para que os professores , pesquisem a aprimorem seus conhecimentos e participem da Formação Continuada oferecida pela SEED. A Formação Continuada dos Profissionais da Educação tornou –se uma meta de políticas educacionais nos últimos 20 anos . A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional , Lei nº. 9394/96 , ao tratar dos Profissionais da Educação estabelece no art.67 que : Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da educação, assegurando – lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério público: (...) II-Aperfeiçoamento profissional continuado , inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim ; (...) IV- progressão parcial baseada na titulação ou habilitação , e na avaliação do desempenho ; V- período reservado a estudos , planejamento e avaliação , incluído na carga de trabalho ... O desafio para a educação é enorme, pois além de envolver melhoria e qualidade, implica também garantias de acesso e permanência do educando na escola, incentivando e estimulando as inovações em sala de aula e atualização dos professores, diante disso os cursos de Formação Continuada fornecem melhores condições para que os profissionais da educação desempenhem um bom trabalho na escola. Os professores terão oportunidades de participar dos cursos na Universidade do Professor (Faxinal do Céu) , cursos “Um Salto para o Futuro”, da TV Escola (fitas gravadas e selecionadas por área , Teleconferência do MEC e SEED) e Seminários, Palestras que o Departamento Municipal da Educação e Escola ofertam. Acontecerá bimestralmente na escola encontro para troca de experiência e reflexão da prática pedagógica. Incentivar os professores a escrever o Projeto Folhas bem como oferecer condições para pesquisa .Grupos de estudos são formados para ler, analisar , interpretar as idéias da LDB e para discutir projetos, temas, conteúdos ou atividades para desenvolverem em conjunto A LDB no título VI trata dos Profissionais da Educação, consideram todos os profissionais como responsáveis pela gestão educacional, incluindo tanto os 2 professores, como diretor, orientador supervisor responsáveis pelo processo de ensino e aprendizagem. A mudança no perfil e nas atribuições ao professor, exigências da LDB e da reforma educacional em implementação, mostra necessidade aos profissionais continuarem aprendendo para acompanhar o avanço tecnológico e atualizar frente às novas demandas. Palestras A escola promoverá palestras de conscientização abrangendo todas as áreas do conhecimento. Para ministrá-las serão convidados profissionais da área, professores, membros da comunidade escolar, pais e alunos. Das campanhas realizadas nos níveis nacional, estadual e municipal a escola escolherá as que são mais importantes a fim de prevenir, conscientizar, ampliar e enriquecer a visão de mundo dos alunos e de toda a comunidade. 16- HORA ATIVIDADE A hora atividade será cumprida na escola onde o professor atua, e deve ser distribuída de forma a favorecer o trabalho coletivo dos professores que atuam na (s) mesma (s) turmas e série (s) , ou por áreas do conhecimento.O planejamento, execução, acompanhamento e avaliação das ações a serem executadas na hora – atividade dos professores são de responsabilidade do conjunto de professores que vão desempenhar as ações , sob orientação , supervisão e acompanhamento da equipe pedagógica da escola e , por visto , devem vir acompanhadas de um processo de reflexão sobre as necessidades e possibilidades de trabalho docente na escola . As hora atividades deverão também estar relacionadas com a docência, compreendendo preparação de aulas, processo de avaliação dos alunos, reuniões pedagógicas, atendendo à comunidade escolar, atividades de estudo, encontros com a equipe pedagógica para avaliação do rendimento escolar dos alunos , encontros com os pais e outras. O registro da hora – atividade será feito fichas assinadas pelos professores e equipe pedagógica e 2 arquivadas após vistadas no estabelecimento de ensino. (em anexo ficha de controle da hora – atividade) 17-INSTANCIAS COLEGIADAS GRÊMIO ESTUDANTIL: O Grêmio Estudantil do Colégio Estadual Carlos Gomes Ensino Médio fundado em 17 de outubro de 2003 com o nome União Colegial Estudantil Colégio Estadual Carlos Gomes. É uma organização dos estudantes na escola. Ele é formado apenas por alunos, de forma independente, desenvolvendo atividades culturais e esportivas, produzindo jornal, organizando debates sobre assuntos de interesse dos estudantes, que não fazem parte do Currículo Escolar, promover campanhas etc. O Grêmio não tem caráter político partidário, religioso, racial e nem fins lucrativos, não sendo remunerados os seus membros. O Grêmio é uma das formas de organização da participação estudantil nos espaços da gestão da Escola. Através deste, os representantes podem colocar sua opinião sobre os problemas da escola e propor soluções, ampliando assim sua visão sobre a vida escolar e a comunidade em que vivem. Pode, o grêmio, participar nas atividades de lazer e cultura, assim como organizá-las. O grêmio estudantil possui estatuto próprio . CONSELHO DE CLASSE O Conselho de Classe deve proporcionar a redefinição das práticas pedagógicas na Escola e propiciar o debate permanente e a geração de idéias numa produção social. Também é responsável pelo processo coletivo de acompanhamento e avaliação do ensino e da aprendizagem 2 Reunião pedagógica para avaliação dos resultados de aprendizagem e de questões de ordem disciplinar, instancia máxima e soberana de decisão sobre promoção ou retenção de alunos. Os conselhos de Classe do Colégio serão presididos pela direção , que tem o papel fundamental de criar as condições para que a equipe pedagógica possa organizar – los de forma a que sejam momentos de efetivo trabalho em prol dos objetivos pedagógicos da escola , ou seja , o progresso do aluno . O mais importante em relação aos conselhos de Classe . São momentos de avaliação coletiva e reflexão dos resultados que a escola vem alcançando com os alunos e NÂO de julgamento destes . Devem mobilizar toda a comunidade escolar no sentido de definir também as ações para melhoria dos resultados Nos conselhos de classe, serão valorizadas as recomendações de intervenções pedagógicas, das quais os professores podem utilizar para melhoria da sua prática cotidiana. Para cada aluno, três coisas serão definidas: a) No que o aluno pode ser elogiado; b) Em que o aluno precisa melhorar; c) Que ação será tomada, e por quem. Os Conselhos de Classe serão realizados a cada final de bimestre. Sendo registrados em atas todos os questionamentos e situações abordados. È momento de reflexão para todos os envolvidos no processo da aprendizagem dos alunos. O Conselho acontece por série com a participação da Direção, Equipe de Ensino e Professores. É direito dos pais ou responsáveis à participação do Conselho de Classe. As decisões e questionamentos discutidos no Conselho de classe devem ser mantidos em sigilo absoluto por todos os envolvidos. O Conselho de Classe, sejam os bimestrais, sejam os finais, serão momentos em que a partir do Projeto Pedagógico da Escola, o coletivo verificará se as metas propostas, estão sendo atingidas, analisará o crescimento individual dos alunos e da classe, replanejará conteúdos que, por qualquer razão, não foram ministrados, procurando recuperar o que não foi apreendido, ou seja, o momento de os professores retomarem aquilo que planejaram para todos os alunos e não 3 conseguiram concretizar na continuidade das aulas e a troca de idéias entre docentes e discentes. Dentre suas atribuições, cabe ao Conselho de Classe decidir sobre o como trabalhar com os alunos que apresentem situações limítrofes de aprendizagem. ASSOCIAÇÃO DE PAIS , MESTRES E FUNCIONÁRIOS Associação civil que congrega pais , professores e funcionários do colégio , constituída para prestar colaboração na implementação e execução deste projeto , enquanto órgão de apoio .Neste sentido é de vital importância o envolvimento da APMF com o conselho escolar , uma vez que este possui a responsabilidade de gerir o Projeto Político Pedagógico da Escola enquanto órgão consultivo , deliberativo e fiscal . A APMF é de extrema importância , pois o nível de participação da comunidade na vida escolar reflete diretamente na qualidade do ensino da escola . Por isso o trabalho coletivo será o foco da APMF do Colégio , tendo como Linhas de Atuação : - Discutir , colaborar e decidir sobre as ações para assistência ao educando , para aprimoramento do ensino e para a integração família – escola – comunidade ; - Integrar a comunidade no contexto escolar , discutindo a política educacional , visando sempre a realidade do Colégio ; - Representar as reais interesses da comunidade e dos pais dos alunos junto à escola , contribuindo para a melhoria do ensino e para a adequação efetiva dos planos curriculares . - Promover o entrosamento entre pais , alunos , professores e membros da comunidade , através de atividades educacionais , culturais , sociais e esportivas ; - Contribuir para a melhoria e conservação das instalações e equipamentos do Colégio, sempre dentro de critérios de prioridade e tendo em vista o beneficio dos educandos; - Promover e melhorar a qualidade da escola, considerando que ela é gratuita e universal; - Conscientizar a importância de uma cidadania participativa; - Tornar a escola um espaço vivo e democrático; 3 - Abrir, manter e fortalecer um canal de participação da comunidade no cotidiano da escola; - Cumprir com as diretrizes legais . O foco da APMF do Colégio será contribuir para a elaboração e implementação do Projeto da escola acompanhando os resultados obtidos e contribuindo para sua melhoria contínua. CONSELHO ESCOLAR O Conselho Escolar precisa ser fortalecido enquanto instancia colegiada de representação da comunidade escolar . Seu fortalecimento amplia as condições de exercício da prática participativa , trazendo uma importante contribuição para a democratização da escola e da sociedade . A primeira atividade do Conselho Escolar , enquanto instancia responsável pela execução , acompanhamento e avaliação do Projeto Político – Pedagógico , é discutir e delinear a educação a ser construída , ouvindo os diversos segmentos sociais e debatendo com eles os problemas que afetam o dia - a - dia da escola , na busca de soluções . Nesse sentido , sua função é política e pedagógica a um só tempo , pois o Projeto Político – Pedagógico estabelece as transformações realmente aconteçam . Para que a gestão democrática se realize de fato , não basta a implementação do estatuto . É necessário que todos se expressem com liberdade sobre a atuação da escola , propiciando relações mais responsáveis , dinâmicas , mais solidárias e menos autoritárias . O conselho é o órgão máximo da de direção da escola , instituído em função do principio constitucional da democracia e colegialidade . De acordo com a Deliberação016/99 do Conselho Estadual de Educação e Resolução 2122/00 – SEED em vigor . O Conselho Escolar é um órgão colegiado de natureza consultiva , deliberativa e fiscal , que tem como principal atribuição estabelecer o projeto político – pedagógico da escola . O funcionamento do Conselho Escolar é regido por Estatuto Próprio , no qual são definidos seus objetivos , sua natureza e os mecanismos e procedimentos que regulam seu funcionamento. 3 O Conselho Escolar , de acordo com o principio da representatividade e proporcionalidade , previstos nos artigos 16 e 17 do Estatuto , é constituído pelos seguintes conselheiros : a) Diretor; b) Representante da equipe pedagógica; c) Representante do corpo docente (professores); d) Representante dos funcionários administrativos; e) Representante dos funcionários de serviços gerais; f) Representante do corpo discente (alunos); g) Representante dos pais de alunos; h) Representante do Grêmio Estudantil; i) Representante dos movimentos sociais organizados da comunidade (APMF, Associação de Moradores, Igrejas , Unidades de Saúde , etc.). 18-DISCIPLINAS DA BASE NACIONAL COMUM EDUCAÇÃO FISICA -Os esportes devem ser trabalhados através de uma práxis onde devam ser levantadas suas raízes históricas, concepções e evolução social; -Os jogos e as brincadeiras devem ser abordados considerando a realidade regional e da cultura corporal do aluno através das expressões e manifestações características destes elementos, através de levantamento de dados, apresentações e exposições; -A consciência corporal deverá ser trabalhada de forma que o aluno possa aprender a lidar com situações do dia-a-dia, a partir das noções que possui de corpo, através de aulas teóricas-práticas do conhecimento e desenvolvimento humano, com ênfase as questões relacionadas ao jovem e ao adolescente, sem deixar de lado o conhecimento geral acerca do tema, podendo ainda ser trabalhada em atividades em grupo onde serão exploradas as várias possibilidades de movimentos possibilitando reflexões, que lancem desafios e estimulem a criatividade, a crítica e a superação a partir da proposta crítico-superadora do Coletivo de Autores; 3 -As formas ginásticas devem ser trabalhadas através de seu conhecimento histórico, suas origens e sua disseminação do Brasil, bem como através de movimentos criativos e/ou coreografados com o uso ou não de música; debates, seminários e 11 discussões sobre os problemas sociais e suas relações com a Educação Física, enfocados através de pesquisas e exposições; através de aulas práticas e teóricas, levando o educando a compreensão e análise dos pressupostos que também podem ser vistos como teórico-metodológicos, para uma postura crítica em relação a sociedade e as suas injustiças, promovendo a inclusão, a emancipação e a autonomia aos educandos; -Organização de eventos que possibilitem a participação ativa dos alunos, no desenvolvimento e na aplicação das atividades; utilizar-se de uma proposta metodológica que venha de encontro às concepções crítico-superadora e críticoemancipatória, no sentido de utilizar-se de situações problema e de projetos que ampliem a organização e planejamento das aulas; -Utilizar-se de atividades em grupo para que seja possível o debate sobre temas sociais contemporâneos bem como relato das discussões realizadas; -Noções fisiológicas utilizando meios que fundamentem os temas abordados a partir de aulas teóricas, visitações e outros recursos, respeitando-se a individualidade de cada um, contextualizando os assuntos trabalhados de maneira a promover uma formação para a autonomia e a criticidade; -Elaborar as aulas onde os conteúdos sejam os esportes e os jogos, incitando os alunos à criação de novas regras e de formas de participação que contribuam para a superação dos meios institucionalizados, dando-lhes autonomia para modificá-las e transformá-las de modo que sirvam ao interesse geral dos alunos, democraticamente discutidas; -Trabalhar com as lutas por meio de atividades que vislumbrem o potencial do corpo dos educandos, esclarecendo o que se constituiu historicamente a partir das relações das classes, indicando a necessidade de conhecer com mais profundidade como surgiu a capoeira no Brasil e o que ela representa na luta pelas relações contra-hegemônicas a partir de aulas teórico-práticas; -Utilizar-se da leitura e da produção de textos que auxiliem o aluno a formar conceitos próprios a partir do seu entendimento da realidade bem como relata-los com clareza e coerência, relacionando os referenciais trabalhados nas aulas de 3 Educação Física e associando-os as outras áreas do conhecimento, partindo de analises próximas a sua e suas relações com o mundo globalizado. De maneira geral, a metodologia utilizada deverá cumprir com a proposta do Ensino Médio de uma formação crítica para os egressos neste nível de ensino e de uma prática educativa contra-hegemônica por parte dos professores que serão o ponto de partida para que os saberes considerados relevantes a esta formação atinjam os objetivos sociais necessários a um sujeito emancipado, autônomo, crítico e reflexivo. ARTE O currículo deve ser organizado de forma a preservar o direito do aluno de ter acesso ao conhecimento sistematizado de arte (aprofundando em uma ou mais áreas, mas tendo uma compreensão da totalidade) e o direito do professor de trabalhar com o conhecimento de sua formação. Para que isto se realize há necessidade de se ter domínio da área de formação, mas também de se ter conhecimentos básicos das outras áreas de arte, a fim de possibilitar ao aluno uma relação com as áreas que não são da formação do professor. Neste sentido foi elaborada uma forma de organização para que o professor trabalhe com os conteúdos de sua formação e que são comuns às outras áreas de arte, ao mesmo tempo possibilita ao professor abordar outra área de arte, se tiver condições. Para o aluno será a forma de relacionar os conteúdos da área trabalhada com as outras da disciplina de arte e com a totalidade do conhecimento humano. HISTÓRIA Os resultados das investigações científicas não poderiam ser previstos pelo senso comum, pelas indicações da experiência cotidiana ou pela razão pura. Cada aspecto de nossas convicções deve, sempre que possível, ser formulado e articulado a convicções bem fundamentadas, de tal modo que seja possível testa-lo. (Dudley Shapere apud LLOYD, 1995, p. 15-16). No que se refere aos fundamentos teóricometodológicos da disciplina de História foi levantada a relação do ensino de História 3 com a formação de uma democracia radical por meio da construção do conhecimento histórico caracterizado a partir do domínio da especificidade da disciplina por parte do professor (a) (...) aplicando-a de forma adequada ao Ensino Médio, viabilizando a prática em sala de aula da produção do conhecimento através da pesquisa4 continuada, tendo como construtores do saber histórico, os alunos (as) e os professores (as), identificando-os assim como sujeitos históricos5. Portanto percebe-se, aqui, a necessidade da valorização dos sujeitos históricos não somente como objetos de análise historiográfica, mas como agentes que buscam a construção do conhecimento através da reflexão teórica e, portanto, da produção conceitual, de sua prática vivencial e investigativa no universo escolar. Talvez este desejo dos professores (as) seja um caminho para a formação de uma consciência histórica no aluno (a) e no professor (a) ao pensarem a própria experiência educativa ao se pensarem como seres sociais e cidadãos construtores de um espaço público realmente democrático produzido pela ação social. Para isso acontecer, torna-se relevante a defesa de referenciais teóricos de caráter realista e globalizante, que levem em consideração, entre outros aspectos sócio-históricos, as práticas dos alunos (as) e dos professores (as) inseridos no cotidiano do universo escolar. Estes referenciais devem permitir a seleção das informações advindas do mundo extra-escolar através de uma conceitualização teórica rigorosa, considerando, assim, “a forma com que” estes sujeitos sóciohistóricos “abordam e constroem a narrativa histórica (interpretações e explicações) nesta disciplina” GEOGRAFIA A geografia é a matéria que estuda as relações com a natureza e com o espaço geográfico fazendo parte das estratégias de sobrevivência dos grupos humanos desde suas primeiras formas de organização. Assim a geografia estuda o espaço geográfico, entendido como o espaço produzido e apropriado pela sociedade, composta por objetos (filosóficos, naturais, culturais, e técnicos) e ações (relações sociais, culturais, políticas, e econômicas) inter-relacionados através do seu modo das diferentes gerações . Os objetos que interessam á geografia não são apenas objetos móveis, mas também imóveis, procurando conhecer as condições naturais dos continentes, catalogando e investigando criteriosamente suas riquezas. É através da história 3 desses objetos ou forma que eles são construídos e produzidos, para os diversos ramos da geografia que se encontram e são passadas pelo professor aos seus educandos da melhor forma possível na sua aprendizagem . A produção teórica que difere sociedade-natureza e o determinismo geográfico que justificou o avanço neo-liberal dos impérios europeus na conquista de territórios estabeleciam uma relação direta com seu modo de vida e os recursos disponíveis. Hoje, requer uma dinamização de equilíbrio, construída historicamente pelas sociedades, dentro das diversas transformações no mundo Pós-guerra . As ações resultam de necessidades, onde o próprio homem é o autor. Por isso, cada Estado deverá garantir seu meio de conhecimento nas suas diferentes disciplinas ou de situações materiais, econômicas, sociais, culturais, morais, afetivas para o seu progresso, participando da economia mundial e globalizado. Estabelecer relações entre o objeto de estudos da Geografia, com seu modo de viver da sua clientela, é referência de igualdades com os seus alunos na suas relações amplas e complexas. FÍSICA Embora o propósito não seja o de formar físicos, pretende-se tornar o curso mais atraente aos estudantes. Daí a recomendação de que se apresente uma Física mais fenomelógica, em processo de construção e não neutra, tendência muito pouco evidenciada na Física com ênfase na matemática da cinemática (MRU, MRUV, etc.). No entendimento do grupo, o uso desse enfoque possibilita um “trânsito”, ainda que qualitativo, por temas da física moderna, uma vez que não objetiva o trabalho com o formalismo. Um exemplo desse pensamento pode ser visto ao se estudar conceitos da mecânica quântica (MQ). Na mecânica clássica utilizamos o formalismo Newtoniano, Lagrangeano ou Hamiltoniano no espaço cartesiano [referenciar]; por outro lado, ao se estudar a mecânica quântica (física moderna), utilizamos o formalismo de Dirac no espaço Hilbert [referenciar]. Ao se apresentar essas teorias no EM, não o fazemos pelo formalismo (Dirac, Hamilton, Lagrange), mas pelos conceitos, QUÍMICA 3 Considerando-se o aprofundamento das reflexões sobre Ensino de Química e sobre currículos de Química, feitas pelos professores, principalmente no Encontro do Ensino Médio, aponta-se indicativos para os pressupostos teóricos, metodológicos e os conteúdos estruturantes para a disciplina. Até então se refletiu sobre o ensino tradicional de Química, aquele ensino conteudista, que enfatiza os aspectos formais da Química, que deixa de lado de fenômenos reais. Qual seria a concepção de ensino de Química que rompe com essas abordagens do objeto de estudo da disciplina? Chassot propõe “alternativas para um ensino com utilidade onde se busca mostrar uma Educação através da Química que : contribua para alfabetização cientifica do cidadão e da cidadã; faça a migração do esoterismo ao exoterismo, e assim, facilite a leitura do mundo” (CHASSOT, 1995, p.151). Acredita-se que o ensino de Química que leva à alfabetização científica do sujeito deve estar centrado na interrelação de dois componentes básicos: conhecimento químico e o contexto social. Essa relação implica a compreensão de um mínimo necessário do conhecimento científico e tecnológico para além do domínio estrito dos conceitos de Química. Diz respeito ao entendimento das inter-relações sociais do sujeito, ao desenvolvimento da sua capacidade de participação através de uma atitude crítica e atuação transformadora na direção de uma sociedade justa. Muito embora existam atualmente formas distintas de conceber o ensino de Ciências e de Química, localizase a pedagogia sócio-histórica que vem sendo um referencial teórico da prática dos professores da rede, evidenciado pelos seus depoimentos escritos nos eventos que participaram. A essa visão de aprendizagem corresponde uma proposta de ensino, voltado ao trabalho na perspectiva de formação de conceitos, porém diretamente relacionados a sua finalidade. Muitas vezes, os alunos trazem concepções do senso comum, estruturas conceituais alternativas que não podem ser ignoradas pelo professor, mas que devem ser superadas no sentido da construção de conceitos cientificamente estabelecidos. Cabe ao professor, utilizando estratégias de ensino, levar os alunos a aproximarem-se cada vez mais qualitativamente do conceito desejado, uma vez que a proposta em questão é sócio-histórica. Nesta perspectiva, as novas idéias adquiridas no processo ensinoaprendizagem passam a conviver com as idéias anteriores num processo de 3 construção de concepções e não numa substituição de idéias alternativas por idéias científicas. Diferente do que muitos possam pensar, não é necessário a utilização de laboratórios sofisticados, nem ênfase exagerada na técnica de manuseio dos instrumentos para a compreensão dos conceitos. É necessário perceber que o experimento faz parte do contexto normal de sala de aula, porém que dicotomiza teoria e prática. É clara a necessidade dos alunos se relacionarem com os fenômenos sobre os quais se referem os conceitos a serem formados no processo de ensino-aprendizagem. A segunda proposta para um ensino de Química com uma finalidade concreta, num Ensino Médio com as características que buscamos, se refere à migração do conhecimento químico do esoterismo ao exoterismo, palavras que por si só já revelam alguma coisa. O esoterismo que caracteriza a disciplina de Química, segundo Chassot (1995,) se deve a cinco diferentes causas: 1)a herança dos alquimistas no que diz respeito ao seu caráter pernicioso: o uso de uma linguagem “cifrada” que conserva muitas características da época e que era utilizada para guardar segredos. 2)A forma como o discurso na sala de aula torna-se um texto privilegiaste (decifrável para poucos), exercendo dominação, principalmente na prática avaliativa. 3)O significativo distanciamento do que é ensinado do senso comum dos alunos. 4)A necessidade do trabalho com um mundo ideal, muitas vezes intransponível para o mundo real. 5)O excesso de formalismo na linguagem. Para que aconteça esse movimento é necessário o rompimento com posturas baseadas nas causas apontadas anteriormente. Analisando os cinco pontos citados, percebe-se que o elemento que está perpassando as considerações é a linguagem2. A partir disso, pode-se dizer que o discurso, a linguagem tem um papel importante em uma aula de Química. É a partir dele (discurso/linguagem) e sobre a forma como os significados e os entendimentos são desenvolvidos no contexto social da sala de aula, que a aprendizagem vai proceder. Mas como o professor pode encaminhar o processo pelo qual os estudantes constroem significados nas aulas de química, sendo que ocorrem inúmeras 3 interações discursivas a partir dos enunciados, das visões de mundo que circulam durante as atividades propostas, as leituras, a discussão com os colegas, etc.? Acredita-se que implementar uma perspectiva dialógica em sala de aula, expressa em oportunidades pelas quais as múltiplas formas de pensar encontradas em sala de aula, entrem em contato umas com as outras, contribui para modificar e enriquecer os significados do que se diz e pensa sobre química. Mais do que interagir, dialogar com os alunos, para que o aluno possa dar sentido ao que aprende, o professor precisa contemplar as diversas perspectivas no seu próprio discurso, possibilitando-lhes a comparação das suas formas de pensar com as do professor dos colegas, dos livros, etc. A terceira e última condição para um ensino de química com utilidade; entendida aqui como um ensino atrelado a uma finalidade, ou seja, uma relação da Química com os modos de produção em que se busca "fazer" Educação através da Química é a qualidade de facilitar a leitura do mundo. BIOLOGIA É objeto de estudo da Biologia o fenômeno vida em toda sua diversidade de manifestações. Esse fenômeno se caracteriza por um conjunto de processos organizados e integrados, quer no nível de uma célula, de um indivíduo, ou ainda, de organismos no seu meio. Um sistema vivo é sempre fruto da interação entre seus elementos constituintes e da interação entre esse mesmo sistema e os demais componentes de seu meio. As diferentes formas de vida estão sujeitas a transformações que ocorrem no tempo e no espaço, sendo, ao mesmo tempo, transformadas e transformadoras do ambiente. Ao longo da história da humanidade várias foram as explicações para o surgimento e a diversidade da vida, de modo que os modelos científicos conviveram e convivem com outros sistemas explicativos como, por exemplo, os de inspiração filosófica ou religiosa. O conhecimento do campo da Biologia deve subsidiar a análise e reflexão de questões polêmicas que dizem respeito ao desenvolvimento, ao aproveitamento de recursos naturais e a utilização de tecnologias que implicam em intensa intervenção humana no ambiente, levando-se em conta a dinâmica dos ecossistemas, dos organismos, enfim, o modo como a natureza se comporta e a vida se processa. 4 Sabe-se que desde o surgimento do planeta Terra, a espécie humana, ou homo sapiens, não foi o ser predominante, e muito menos, o ser vivo mais importante dentre todos os diversos seres vivos que por aqui passaram. Por outro lado, ao longo deste processo de humanização, que durou aproximadamente três milhões de anos, o homem criou a linguagem, a escrita e a fala, diferenciando-se de todas as demais formas de vida. Isso possibilitou ao homem a socialização, a organização dos espaços físicos, a fabricação de instrumentos utilitários e o início das atividades agrícolas. Enfim, a humanidade organizou-se em sociedade. Com o surgimento e desenvolvimento do modo de produção capitalista e sua lógica produtiva baseada na exploração intensa da natureza, os seres humanos tornaram-se consumidores (reais ou imaginados), fragmentados em diferentes classes sociais, alienados dentro de sua própria existência. Pior ainda, não percebem quantas necessidades são criadas pela sedução das inovações tecnológicas e, o quanto estão submetidos aos apelos do mercado de consumo. As organizações sociais, sob a égide do capitalismo, estão permeadas, cada vez mais, pelo espírito do individualismo e, de forma concreta não enfrentam os problemas causados pela racionalidade do lucro à custa da destruição da natureza. Morin, diz que: A difusão dos mais diversos tipos de tecnologias propagou a ilusão de que a espécie humana libertou-se definitivamente da natureza. Não é bem assim. A crescente miscigenação das populações e sua progressiva independência dos ecossistemas locais evidenciaram o fato de que hoje a sobrevivência de toda a espécie humana depende do bom funcionamento de um único e imenso ecossistema global, onde inúmeras espécies cooperam para manter a vida em geral e sobretudo a da vida humana. (MORIN, 1999, p.147). Assim, seguindo esta linha de pensamento, fica explícito que o atual modelo de desenvolvimento capitalista está ameaçando a sobrevivência de todos os recursos naturais, podendo até exauri-los pela sua exploração desenfreada e inconseqüente, cujo objetivo de lucro insiste em se fazer cego. Cabe ressaltar qual é o papel da Ciência e da sociedade como pontos articuladores entre a realidade social e o saber científico. Cabe aos seres humanos, enquanto sujeitos históricos atuantes num determinado grupo social, reconhecerem suas fragilidades e buscarem novas concepções sobre a natureza que os levem a quebrar estes paradigmas impostos pelo modo de produção capitalista. É preciso que 4 estes sujeitos percebam que sua sobrevivência, enquanto espécie, depende do equilíbrio e do respeito a todas as formas de vida que fazem do planeta o maior ser vivo conhecido. Embora os discursos das tecnologias limpas e do desenvolvimento sustentável venham nos acenando com promessas de solução mágica, é preciso lembrar que a racionalidade do modo de produção capitalista torna impotente quaisquer soluções que porventura venham a ser propostas pela ciência ou pela tecnologia. Reatar uma relação de equilíbrio com a natureza pressupõe que a sociedade desenvolva relações solidárias internas e isso depende de um posicionamento crítico diante da organização social que está posta pelo capitalismo. Somente quando o ser humano sentir-se parte da biosfera deste planeta Terra, terá consciência dos seus atos, usará sua inteligência com criticidade para, quem sabe, reorganizar os processos de produção relacionados com o consumo e trabalho, para que esta sociedade em que vivemos se torne justa e respeitosa com todas as formas de vida. Desta perspectiva percebe-se que, na escola, a Biologia deve ir além das funções que já desempenha no currículo escolar. Ela deve discutir com os jovens instrumentalizando-os para resolver problemas que atingem direta ou indiretamente sua perspectiva de futuro. Afinal, o currículo do Ensino Médio que queremos deve formar sujeitos críticos, capazes de entender e analisar o mundo, de contribuir para a melhoria da qualidade de vida pessoal e de sua comunidade. Krasilchik (1983, p.14) afirma que “[...] de acordo com essa concepção, os objetivos do ensino de Biologia passariam a ser: aprender conceitos básicos; vivenciar o método científico; e, mais, analisar as implicações sociais da ciência e tecnologia”. Para a discussão de todas estas características socioambientais e do papel do ensino formal de Biologia, as relações estabelecidas entre professor-aluno e aluno-aluno são determinantes na efetivação do processo ensino-aprendizagem, e para isto, há necessidade de leitura e conhecimento sobre metodologia de ensino para que as aulas de Biologia sejam dinâmicas, interessantes, produtivas, e resultem em verdadeira aprendizagem. 4 MATEMÁTICA Já vimos que a Matemática tem sido ensinada com uma ênfase exagerada na sua linguagem formal. Para que essa situação se reverta, é necessário que o professor tenha conhecimento histórico de como se constituiu a educação. Isso permitirá que o professor tenha clareza sobre o seu papel como profissional e sobre o seu compromisso político, em especial em um momento de reestruturação curricular. A seleção de conteúdos é um ponto polêmico na organização curricular. No caso específico do currículo de Matemática, a polemica ganha intensidade, na medida em que as diferentes concepções de Matemática buscam se impor na construção curricular. Respeitada pelo professor, mas temida pelo aluno que se resigna a enfrentála, a Matemática, tão presente no cotidiano do homem, no entanto, para muitos está se tornando, cada vez mais, "invisível e estranha". No sentido de corrigir esta situação, é necessário primeiramente que o professor e o aluno se questionem: por que há Matemática na sociedade? Por que se deve estudar Matemática na escola/ Uma resposta rápida, que talvez muitos de nós já tenhamos dado, é de que a Matemática é importante para diversas situações do dia-a-dia. Entretanto, juntamente com esse discurso, encontramos outro que enfatiza a distância da Matemática em relação à realidade, o excessivo caráter abstrato e formal que lhe é atribuída e sua inutilidade. Dessa forma, pode ocorrer que (...) como cidadãos comuns, nossos alunos não sejam necessariamente usuários práticos de ferramentas matemáticas em seus quotidianos, mas o processo de construção desses conhecimentos poderá prepará-los para compreender melhor e mais adequadamente o mundo que os cerca e assim contribuir para torná-los cidadãos cônscios de uma responsabilidade coletiva da preservação do meio ambiente, do uso adequado desses princípios no relacionamento social e comunitário. (SANTOS, 2000, p. 163) Isso mostra que conhecer a história da disciplina que está sendo estudada é importante para conhecer a gênese, o construir e o significar do conhecimento. É nesse sentido que professor e alunos necessitam ter clareza da importância de se caracterizar o que é o conhecimento, como ele se forma e como é instrumento de poder. 4 A escola é apenas um dos contextos educativos propiciadores da formação humana. Ao contrário do que acontece na maioria dos outros contextos, a instituição escolar precisa definir suas intenções educativas, de forma explícita: estabelecer sua parcela de responsabilidade na tarefa de contribuir com a formação do indivíduo. Isto nos remete a uma reflexão sobre o tipo de sociedade que se tem e também uma decisão sobre o tipo de sociedade que se quer formar, para que se possa utilizar a educação formal como um instrumento de mudança e de transformação social. Um dos aspectos mais complexos do currículo escolar é a definição das intenções educativas para nortear a prática dos professores: prática que permita um ajuste à diversidade de situações e de contextos nos quais se forma o processo de ensino e de aprendizagem. Neste sentido podemos considerar três alternativas: 1.formular as intenções educativas precisando os resultados esperados da aprendizagem, ou seja, aquilo que o aluno deve ter aprendido até o final do processo educativo. Solução que recebeu muitas críticas porque pressupõe uma homogeneização do ensino, e tendo desaparecido, praticamente, no decorrer do último terço do século XX; 2.definir as intenções educativas por meio dos conteúdos que os alunos devem aprender na escola. A dificuldade dessa alternativa está não tanto na opção pelos conteúdos, mas na maneira de entendê-los a partir de uma lógica estritamente disciplinar, pois a estrutura interna das disciplinas não corresponde, necessariamente, à maneira como os alunos podem aprendê-las; 3.concretizar as intenções educativas estabelecendo as atividades de ensino e de aprendizagem das quais os alunos vão participar. O currículo deve, acima de tudoidentificar e precisar quais são essas atividades e os critérios que devem ser levados em conta para seu planejamento e desenvolvimento nas salas de aula. Apesar de se negar a prefixar os resultados esperados de aprendizagem dos alunos, essa proposta é criticada, principalmente, porque as atividades se definem em termos demasiado gerais e, por isso, resultam pouco úteis para orientar o desenvolvimento do currículo, incluindo de forma inevitável a descrição dos conteúdos e, com freqüência, o que se espera que os alunos aprendam participando delas, isto é, os resultados esperados da aprendizagem. 4 Uma alternativa seria optar por definir intenções educativas, respeitando as características de um currículo aberto e realizando uma entrada simultânea pelos resultados esperados de aprendizagem e pelos conteúdos. Os "resultados esperados" se referem aos conhecimentos cuja aquisição se pretende construir mediante a escolaridade e para o que se devem precisar os conteúdos. Tem-se, assim, um contexto que justifica a decisão de exprimir as intenções educativas no currículo. Uma reflexão sobre o ensino matemático exige que se explicite as relações existentes entre o conhecimento historicamente construído e a Matemática como saber difundido pela escola. Não se pode perder de vista que a construção de um conceito matemático deve ser iniciada através de situações significativas que possibilitem ao aluno "perceber" que já tem algum conhecimento sobre o assunto. Desconsiderar esse ponto, é continuar numa situação insustentável, com graves conseqüências e prejuízos para os mesmos. Dentro da perspectiva dos conteúdos escolares como saberes, o termo "conteúdo" não se refere apenas a fatos, conceitos ou explicações destinados aos alunos para que estes conheçam, memorizem, compreendam, apliquem, relacionem, etc. Hoje, o critério que decide se certos conhecimentos concretos devem ser incluídos no currículo não se restringe ao seu valor epistemológico e aceitação como conhecimento válido: a relevância cultural, o valor que lhes é atribuído no âmbito de uma cultura particular em um determinado momento histórico, entram em cena. LINGUA PORTUGUESA Pensar o ensino da nossa disciplina, portanto, implica pensar também nestas contradições. Ouve-se muito que a função do Ensino Médio, como ciclo final da Educação Básica, é preparar o aluno para o vestibular ou para o mundo do trabalho. Duvidemos das palavras que estão na base dos discursos. Qual é o número real dos alunos do Ensino Médio que prestam o exame vestibular? Há lugar nas universidades para eles? Têm eles as condições financeiras e sociais para se manterem nos cursos após a aprovação? E o que dizer do mundo do trabalho? 4 Estamos preparando nossos alunos para o trabalho ao mesmo tempo em que o trabalho, o emprego, vai desaparecendo nas malhas da sociedade tecnológica. Acrescentem-se a isto as fortes pressões uniformizadoras exercidas sobre nós pela indústria cultural que propaga o discurso hegemônico neoliberal, recriando-nos não como cidadãos, mas como ordeiros consumidores que em tudo devem se adequar aos padrões do mercado. Pode se dizer que a indústria cultural nivela e uniformiza, apagando assim as diferenças culturais. De norte a sul deste país continental chamado Brasil, nos vestimos de maneira igual, adotamos mais ou menos os mesmos hábitos e a mesma maneira de pensar que mais se assemelham ao padrão norte-americano de ser. A maneira como fomos sendo designados pelos detentores da hegemonia discursiva revela, de certa maneira, a natureza dessa pressão: antes éramos conhecidos como país subdesenvolvido, depois, passamos à categoria de país emergente para sermos, agora, apenas um mercado em desenvolvimento. O panorama descrito acima deve ser levado em consideração no momento em que se pensa um novo currículo para o ensino de Língua Portuguesa e Literatura no nosso Estado. A rapidez das mudanças ocorridas no meio social e a percepção das inúmeras relações de poder constituídas a partir das teias discursivas, estão a requerer de nós, professores, uma mudança de posicionamento no que se refere a nossa própria ação pedagógica. escritas, desenvolvidas por sujeitos historicamente situados. Pensar a linguagem (e a escrita todo o conhecimento, exercido pela língua materna. Estes conteúdos emergiram consensualmente nos encontros já mencionados e foram definidos como Oralidade, Leitura e Escrita. É importante ressaltar que estes conteúdos estruturantes constituem, na verdade, práticas sociointeracionais presentes na vida e, na escola, trabalhadas na perspectiva dos sujeitos históricos que as vivenciam em situações concretas. A Oralidade: a escola tem agido, tradicionalmente, como se a escrita fosse a língua, ou como se todos os que ingressam na escola falassem da mesma forma. Na escola, nossa racionalidade se exercita com a escrita, desconsiderando a Oralidade como se no discurso oral inexistisse esta racionalidade. O fato de a Oralidade ter uma característica fugidia, leva a não se perceber que, ao contrário de ser não é 4 simplória, mas que realiza operações lingüísticas bastante complexas, utilizando-se de meios como a entonação, por exemplo. O fosso entre a escrita e a oralidade precisa ser superado e, nessa perspectiva, é necessária a compreensão da vinculação histórica entre escrita e poder, tendo em vista, entre outros fatores, a possibilidade de acúmulo de informações e conhecimento. As possibilidades de trabalho com a oralidade são muito ricas e nos apontam diferentes caminhos: debates, discussões, transmissão de informações, exposição individual, contação de histórias, declamação de poemas, representação teatral, etc. Além disso, podemos analisar a linguagem em uso, em programas televisivos como jornais, novelas, propagandas; em programas radiofônicos, no discurso do poder em suas diferentes instâncias, no discurso público, no discurso privado, na literatura oral, enfim, nas mais diversas realizações do discurso oral. Comparar as estratégias específicas da oralidade e as estratégias específicas da escrita são componentes da tarefa de ensinar nossos alunos a sentirem-se bem para expressarem suas idéias com segurança e fluência, nos diferentes contextos de sua inserção social. Leitura: A leitura, aqui, compreende o contato do aluno com uma ampla variedade de textos, produzidos numa igualmente ampla variedade de práticas sociais; o desenvolvimento de uma atitude crítica de leitura, que leve o aluno a perceber o sujeito presente nos textos; o desenvolvimento de uma atitude responsiva diante dos textos. Assim, compreendemos o ato de ler como o de familiarizar-se com diferentes textos produzidos em diferentes práticas sociais – notícias, crônicas, piadas, poemas, artigos científicos, ensaios, reportagens, propagandas, informações, charges, romances, contos, etc., percebendo em cada texto a presença de um sujeito histórico, de uma intenção. Se nosso trabalho central são os textos verbais, a escola não pode deixar de lado as linguagens não verbais, contemplando o que se falou acima sobre o multiletramento. Escrita: a escrita, enquanto prática de linguagem, é prática sociointeracional. E capacidade de escrita, criatividade e outros fatores comumente relacionados ao ato de escrever, só aprendemos quando a praticamos em suas diferentes modalidades genéricas. Isto significa, como já se disse a respeito da leitura, o contato do aluno com a produção escrita de diferentes tipos de texto, a partir das experiências sociais que todos nós vivemos tanto pessoalmente quanto profissionalmente. O exercício da escrita, da produção textual deve levar em conta a relação pragmática entre o uso e o 4 aprendizado da língua; percebendo o texto como elo de interação social e os gêneros como construções coletivas. Na articulação destes três conteúdos ¾ ou práticas ¾ estruturantes, estão os gêneros do discurso e a reflexão sobre a linguagem, as operações com a língua a serem realizadas pelos alunos. Esta reflexão tanto vai abordar as variações lingüísticas que caracterizam a linguagem na manifestação verbal dos diferentes grupos sociais dos falantes, como possibilitará aos alunos a reflexão sobre a organização estrutural da linguagem verbal, num caminho que, diferente das práticas normativistas tradicionais, não coloca a gramática como centro do ensino. Insistindo, ainda, nesta perspectiva, a função do professor de Língua Portuguesa e Literatura é ajudar seus alunos a ampliarem seu domínio de uso das linguagens verbais e não verbais através do contato direto com textos dos mais variados gêneros, orais ou escritos, engendrados pelas necessidades humanas enquanto falantes do idioma. É necessário que a inclusão da diversidade textual dê conta de relacionar os gêneros com as atividades sociais onde eles se constituem. Pode-se afirmar que o professor desta área do conhecimento, área que é o alicerce e o meio necessário para a aquisição e construção do conhecimento nas outras áreas de ensino, tem o papel de formar o leitor e auxiliá-lo no aprimoramento de sua expressão oral e escrita. Acrescente-se a isso que o fato de Língua ser o meio e o suporte de outros conhecimentos torna o professor de Língua Portuguesa um agente eficaz de alavancamento das relações inter. e multidisciplinares. Para um bom desempenho das funções delineadas acima e atribuídas ao professor nesta concepção de linguagem, pensamos que se precisa dar um tratamento diferenciado ao erro, apontando para uma valorização e para uma superação, conforme se posicione o olhar, no campo do ensino de Língua propriamente falando ou no dos Estudos Literários. Um professor de Língua Portuguesa, além de preocupar-se em mostrar aos seus alunos uma variada gama textual de gêneros distintos, ressaltando as suas diferenças estruturais e funcionais, desvelando em cada um o lugar de sua autoria bem como o caráter do público a que se destina, fará ver aos seus alunos que determinados usos lingüísticos válidos para um nível informal do discurso podem não ser válidos para um outro discurso no nível mais formal. Fará ver aos seus alunos as relações de poder existentes atrás de cada gênero. O professor propiciará, para além do contato com diferentes textos, a possibilidade de expressar-se através dos 4 diferentes gêneros e até mesmo de, exercendo a sua criatividade, participar ativamente da caracterização do próprio gênero. Antes de tudo isso, no nível oral e escrito, a interpretação que faz proliferar o pensamento. Para tal, a valorização do erro é de extrema importância. São os erros resultantes das atividades dos alunos na interação viva propiciada pelo sistema lingüístico que permitirão ao professor selecionar seus conteúdos e orientar sua prática de sala de aula. Neste sentido, não faz sentido engessar o trabalho do professor estruturando grandes seqüências de conteúdos gramaticais num documento oficial de orientação curricular. Acertam, portanto, os professores do estado ao apresentarem como "conteúdos estruturantes", não propriamente conteúdos, mas tópicos que indicam manifestações da língua em uso. Note-se que o que se está dizendo é da impropriedade de se resumir o ensino de Língua Portuguesa, ou de centrar seu foco, em conteúdos gramaticais, atitude incompatível com os princípios destas orientações. O conteúdo maior da disciplina é a própria língua em suas instâncias de uso efetivo, como se falou acima, quando da abordagem dos conteúdos estruturantes. 19- PARTE DIVERSIFICADA LEM INGLÊS Com relação aos pressupostos metodológicos, muito se fala sobre o enfoque comunicativo. Mas será que todos os professores, mesmo aqueles que se dizem comunicativos, têm uma real dimensão do que seja ser comunicativo? Almeida Filho (2002) levanta e responde algumas questões sobre os métodos comunicativos que podem ser muito esclarecedoras para compreendermos esse enfoque. Ele nos diz que o que caracteriza um método como comunicativo é uma ênfase maior na produção de significados do que na forma do sistema gramatical, nessa abordagem o professor deve trabalhar de maneira a incentivar 5 o aluno a pensar e interagir na língua-alvo de modo que ele aprenda e sistematize conscientemente aspectos escolhidos da nova língua. Segundo Almeida Filho, o que distingue os métodos comunicativos dos gramaticais, embora partilhem 4 algumas características, é que os materiais comunicativos incentivam o aluno a expressar aquilo que ele deseja ou de que precisa e as técnicas são interativas com trabalhos em pares ou pequenos grupos trabalhando muitas vezes simultaneamente na sala de aula. Quanto à postura do professor, o autor diz que ele deve propiciar experiências de aprender com conteúdos de significação e relevância que o aluno reconheça como experiências válidas de formação e crescimento intelectual; deve tolerar (por compreender) o papel de apoio da LM ; deve representar temas e conflitos do universo do aluno na forma de problematizarão e ação dialógica; deve oferecer condições para aprendizagem subconsciente de conteúdos relevantes para alcançar a aprendizagem consciente de regularidades lingüísticas e de subsistemas lingüísticos como pronomes e terminações verbais; deve respeitar a variação individual quanto a variáveis afetivas tais como motivações, ansiedades, inibições, empatia com culturas dos povos que usam a língua-alvo, autoconfiança, etc.; deve avaliar o que o aluno pode desempenhar em atividades e tarefas comunicativas mais do que aferir conhecimento gramatical sobre a língua-alvo. Outra questão levantada pelos professores foi a dificuldade em se trabalhar as quatro habilidades (falar, ouvir, ler e escrever) simultaneamente – seja pelo grande número ou pela heterogeneidade de alunos na sala de aula. Alguns professores sugeriram uma ênfase maior na leitura e na escrita como uma possível saída para esse problema. Não seria mais interessante desenvolver a construção de significados via leitura e escrita, trabalhando com as várias tipologias textuais? Essa prática dá conta de uma base discursiva que garante uma experiência no uso da LEM proporcionando ao aluno a construção de significados e pode ser ampliada para outras práticas posteriormente. Possibilita um conhecimento que pode ser útil tanto nas práticas sociais quanto em estudos posteriores. O importante é assegurar a interação do aluno com os discursos com que se depara e, com certeza é somente dentro da sala de aula, em contato com os alunos que o professor poderá avaliar com segurança até que ponto poderá ir à utilização da LEM, o que poderá esperar e como poderá incentivar seus alunos para tornar o ensino-aprendizagem proveitoso. Enfim, pelas considerações feitas e discutidas se pode afirmar que eleger uma metodologia como ideal para a rede estadual é uma utopia, pois cada professor 5 tem uma realidade muito própria, única e que necessita de uma abordagem específica. SOCIOLOGIA A SOCIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO Pelos motivos apresentados na primeira parte, fica claro que, diferentemente das outras disciplinas escolares, a Sociologia não chegou a um conjunto mínimo de conteúdos sobre os quais haja unanimidade, pois sequer há consenso sobre alguns tópicos ou perspectivas. Se forem considerados uns 10 casos de propostas programáticas2 de 10 professores, certamente se encontrarão uns dois tópicos comuns, ainda assim não idênticos. Um talvez seja “Introdução à Sociologia”, que consiste na definição da ciência, seu objeto e principais temas ou conceitos; outro, recorrente, pode ser uma “História da Sociologia”, em especial que trate da tríade de autores clássicos – Marx, Weber e Durkheim –, que muitas vezes percorre um curso inteiro dando a impressão de que tais autores são complementares e obrigatórios. Sabe-se que nem uma coisa nem outra. Há entre eles possíveis interseções quando tratam dos mesmos objetos ou se referem aos mesmos conceitos. No entanto, pode ocorrer aí oposição e signifi cação diversa, mostrando que eles não coincidem. Por vezes, há entre esses autores “vazios teóricos”, isto é, fenômenos de que suas teorias não dão conta, quer pela inexistência de tais fenômenos na época quer pelos limites da própria teoria. Como se sabe, as teorias respondem aos problemas de sua época, e os autores dialogam com seu tempo. Assim, outros autores impuseram-se e também já podem ser considerados clássicos porque acrescentaram outros modelos explicativos ou compreensivos acerca de fenômenos que ou surgiram depois daqueles autores pioneiros ou que eles não conseguiram responder ou sequer circunscrever. Assim, dependendo do recorte que se faz, certos autores são obrigatórios e outros não, inclusive aqueles tidos como incontornáveis, sem contar que certos autores contemporâneos trazem em suas teorias referências implícitas àqueles da tradição. Essa aparente desvantagem da Sociologia em relação a outras disciplinas escolares – não ter um corpus consensualmente definido e consagrado – pode se revelar uma vantagem, no entanto. É certo que pode trazer um questionamento da 5 parte de outros professores e mesmo alunos, ferindo sua legitimidade já tão precária diante do currículo, mas também é certo que, pelas mãos das recentes e predominantes concepções pedagógicas – os construtivismos, por exemplo –, há um questionamento e uma revisão da organização curricular de todas as outras disciplinas. Questiona-se, por exemplo, a idéia de pré-requisito, isto é, que um tópico dependa de outros anteriores para ser desenvolvido, negando-se, portanto, a idéia de seqüência estabelecida entre os tópicos. Nesse sentido, a Sociologia fica à vontade. Por um lado, a não existência de conteúdos consagrados favoreceria uma liberdade do professor que não é permitida em outras disciplinas, mas também importa numa certa arbitrariedade ou angústia das escolhas... Bem se entende que essa situação também é resultado tanto da intermitência da presença da Sociologia no ensino médio quanto da não constituição ainda de uma comunidade de professores da disciplina, comunidade que possa realizar encontros, debates e a construção de, senão unanimidades – que também não seriam interessantes –, ao menos consensos ou convergências a respeito de conteúdos e metodologias de ensino. FILOSOFIA Ao falar em ensino de filosofia é comum lembrar a clássica questão que se levanta a respeito da cisão entre filosofia e filosofar. Ensinamos filosofia ou a filosofar. Muitos citam Kant, para lembrar que não é possível ensinar filosofia e sim a filosofar. Ocorre que para Kant, não é possível separar a filosofia do filosofar. Kant quer afirmar a autonomia da razão filosofante diante da própria filosofia. Por outro lado, para Hegel, não é possível conhecer o conteúdo da filosofia sem filosofar. Para Gallo & Kohan “a própria prática da filosofia leva consigo o seu produto e não é possível fazer filosofia sem filosofar, nem filosofar sem filosofia, porque a filosofia não é um sistema acabado nem o filosofar apenas a investigação dos princípios universais propostos pelos filósofos”. É nesta perspectiva que construímos este currículo de filosofia, indicando que não é possível filosofar sem filosofia e estudar filosofia sem filosofar. Deste modo, entendemos que as aulas de filosofia serão espaços de estudo da filosofia e do filosofar. 5 A filosofia apresenta-se, como conteúdo filosófico e também como uma ferramenta que possibilita ao estudante desenvolver um estilo próprio de pensamento que priorize a capacidade de criar conceitos. O que o ensino de filosofia tem de específico é ser um espaço para criação de conceitos, unindo a filosofia e o filosofar como atividades indissociáveis que da vida á aula de filosofia. Existem formas diversificadas de trabalhar os conhecimentos filosóficos manifestas nos currículos escolares. Em nosso caso estamos fazendo uma opção pelo ensino de filosofia a partir de seis conteúdos estruturantes, que são temas clássicos da filosofia. Estes conteúdos organizam o currículo de ensino médio, porém não esgotam o conhecimento filosófico, não é esta a intenção. Este é um recorte curricular a partir de temas importantes da filosofia, com a intenção de possibilitar o ensino de filosofia no ensino médio. Há uma dinâmica curricular importante a ser seguida com relação aos temas. Os temas devem ser trabalhados na perspectiva de responder a problemas da vida atual, com significado histórico e social para os alunos, e que podem ser adequadamente tratados no ensino médio, dado a especificidade desta etapa de formação . Esses problemas, no entanto, são também problemas inseridos e decorrentes da história da filosofia e, foram tratados pelos clássicos da filosofia. Portanto, deve existir relação entre os conteúdos estruturantes e os problemas a serem trabalhados com os alunos. Esses problemas serão estudados e analisados à luz da história da filosofia com o auxílio de textos filosóficos, de modo que a leitura do texto deve dar subsídios para que o aluno possa pensar o problema, pesquisar, fazer relações, e criar conceitos. A leitura filosófica tem uma especificidade, pois dissolve as interpretações já cristalizadas, mantendo a possibilidade de novas representações a partir das forças e intensidades a novas interpretações, e novas soluções para o problema podem surgir. E novos conceitos podem ser criados. Esta criação de conceitos se dá a partir da tentativa de problematizar filosoficamente situações da vida atual, que de alguma forma são problemas também da filosofia, desenvolvidos pelos clássicos e que se fazem ainda atuais por não terem sido plenamente resolvidos ou por se apresentarem com uma atualidade incontestável. 5 A aula de filosofia deve ser acima de tudo um espaço de problematização sob a mediação do professor que ajuda os alunos a criarem problemas, mas também, orienta a solução. Isto se dá por meio do diálogo investigativo, primeiro passo para possibilitar a experiência filosófica em sala de aula. Sendo a aula de filosofia o espaço de experiência filosófica é um espaço de criação e provocação do pensamento original, da busca, da compreensão, da imaginação, da investigação e da criação de conceitos. O problema e sua construção, com o aluno do ensino médio, são na verdade uma maneira de sensibilizá-lo, de fazer questionamentos e de buscar respostas para entender o problema e elucidá-lo ou pensar a seu respeito. Pela sensibilização por meio do problema, o professor provoca e convida o aluno a buscar na História da Filosofia e nos clássicos as diferentes maneiras de ver o problema, com as possíveis soluções que já foram elaboradas e a partir disso elaborar novos conceitos, que darão repostas aos problemas e que daí novas questões e novos problemas podem surgir. A partir da sensibilização com o problema, professor e alunos voltam-se para a Filosofia produzida historicamente pelos filosóficos na busca de repostas e quem sabe novas perguntas para o problema inicial, na tentativa de ampliar a visão sobre ele e quem sabe fazer novas perguntas, criando assim a possibilidade de argumentar filosoficamente, por meio de raciocínios lógicos num pensar coerente e critico, possibilitando o desvelamento da realidade, tornando-se capaz de perceber o que está por trás das idéias e de como elas se tornam ideologias, possibilitando a autonomia de pensamento. Na tentativa de entender e solucionar o problema é indispensável a visão de totalidade, a que se propõe a Filosofia. Neste sentido a análise filosófica não pode prescindir de usar as ferramentas de análise das outras disciplinas do conhecimento, uma vez que todo objeto de estudo é interdisciplinar e ao estudá-lo, a relação interdisciplinaridade apresenta-se, impõe-se de forma a indicar conhecimentos de outras ciências que auxiliam a compreensão, possibilitando uma visão mais ampla do problema . O problema deve ser estudado também sob a perspectiva conceitual de outras disciplinas do ensino médio, o que permitirá ao aluno perceber que o conhecimento filosófico não é estanque e fechado em si, mas que dialoga com outras áreas do conhecimento 5 É preciso ter as outras disciplinas como aliadas para compreender o rico mundo da linguagem, da literatura, da história, das ciências e da arte. Está aí um momento importante para que a aula de Filosofia trabalhe com os conceitos de outras disciplinas, fazendo as relações possíveis e pertinentes, contribuindo assim para uma analise o mais ampla possível do problema em estudo. É importante notar que não estamos propondo uma leitura histórica dos textos filosóficos, que nada mais é do que uma lembrança atualizada de formulas antigas. Este tipo de leitura põe em risco a atividade filosófica, pois bastaria um método de leitura dos textos filosóficos e estaria garantida a atividade filosófica. A aula de filosofia deve estar na perspectiva de quem dialoga com a vida, por isso, é importante que a busca de resolução do problema se preocupe também com uma análise atual, fazendo uma abordagem contemporânea que remete o aluno a sua própria realidade. Deste modo, partindo de problemas atuais, estudados partir da história da filosofia, do estudo dos textos clássicos, da abordagem realizada por outras ciências, e de sua abordagem contemporânea, o aluno do ensino médio pode formular seus conceitos, construir seu discurso filosófico. No entanto, o texto filosófico que ajudou os filósofos do passado a entender e analisar filosoficamente o problema em questão deve ser trazido para o presente, o contemporâneo no sentido de fazer entender o que ocorre hoje e como podemos a partir da história da Filosofia entender os problemas atuais de nossa sociedade. diálogo investigativo seja de fato a linha condutora da aula. 20-HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO PARANÁ O trabalho foi idealizado como um estudo por regiões. Os critérios usados para essa divisão foram os fatos históricos e o desenvolvimento econômico de cada área . dessa forma, dividimos o território paranaense em seis grandes regiões a saber : Paraná Tradicional; Região de Guarapuava; Região Sudoeste – abordando também a Região sul - ;Região Oeste; Região Norte, dividida em três: Norte Pioneiro; Norte Novo e Norte Novíssimo. Procuraremos inserir e relacionar a História do Paraná à História do Brasil , o que irá proporcionar melhor compreensão de vários episódios históricos ao nosso aluno . 5 È importante ressaltar que buscaremos como referencia as obras de vários autores e, uso de mapas, textos, além de ilustrações e fotos. Procuraremos utilizar uma linguagem e visão de mundo que se adapta a do aluno de Ensino Médio. Com esses estudos de história e geografia do Paraná estaremos proporcionando aos estudantes, a possibilidade de conhecer a história e geografia do Paraná de uma forma objetiva, e sob uma ótica regionalizada, mas inserida num contexto global. Os conteúdos de História do Paraná serão trabalhados na disciplina de Historia na1ª e 2ª séries. Geografia do Paraná serão trabalhados na disciplina de Geografia nas 2ª e 3ª séries. 21- ESTUDOS SOBRE INCLUSÃO E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA INCLUSÃO A escola inclusiva abre espaço para todas os jovens necessidades educativas especiais . Ela é vista como ponto chave de todo o processo de integração social dessas pessoas . Estamos caminhando para mudanças ,pois torna –se com as imprescindível oferecer a este alunado um ambiente onde possam conviver com outros educandos , em situações de igualdade de oportunidades . Em decorrência deste novo paradigma , o espaço escolar está sendo mudado sua função na maneiras e os educadores formação novas para preparados para que possam desempenhar destes cidadãos. O colégio estará sempre buscando trabalhar com os alunos matriculados necessidades especiais , se preparando para trabalhar com as , que apresentam com as diferenças oferecendo condições aos portadores para desenvolverem suas capacidades e usufruírem de um convívio social mais abrangente .Para fomentar esta concepção , a escola deve ter competência em implementar este trabalho por meio de debates , do estudo , da capacitação por meio de instituições especializadas. Desta forma, a equipe pedagógica, a direção e a 5 comunidade escolar estarão aptos a recebê-los com procedimentos adequados , para que não se pratiquem outros tipos de exclusão , tal como a do desrespeito ao direito a uma escola de qualidade para todos . Portadores de necessidades educativas especiais não são frutos do acaso, eles existem e como tal merecem respeito. Entende-se por educação especial, para efeitos da Lei 9394/96, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. - A presença crescente, na rede regular de ensino, de crianças e jovens com necessidades especiais de aprendizagem, exige, antes de tudo, uma mudança de atitude, não só dos professores, mas de toda a comunidade escolar. - É difícil, sim. É preciso reconhecer, questionar e quebrar preconceitos, estimulando generosidade, acolhimento e respeito. Trata-se de uma questão de diversidade. 22- CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA O parecer procura oferecer uma resposta, entre outras, na área da educação, à demanda da população afrodescendente, no sentido de políticas de ações afirmativas, isto é, de políticas de reparações, e de reconhecimento e valorização de sua história, cultura, identidade. Trata, ele, de política curricular, fundada em dimensões históricas, sociais, antropológicas oriundas da realidade brasileira, e busca combater o racismo e as discriminações que atingem particularmente os negros. Nesta perspectiva, propõe à divulgação e produção de conhecimentos, a formação de atitudes, posturas e valores que eduquem cidadãos orgulhosos de seu pertencimento étnico-racial - descendentes de africanos, povos indígenas, descendentes de europeus, de asiáticos – para interagirem na construção de uma nação democrática, em que todos, igualmente, tenham seus direitos garantidos e sua identidade valorizada. É importante salientar que tais políticas têm como meta o direito dos negros se reconhecerem na cultura nacional, expressarem visões de mundo próprias, manifestarem com autonomia, individual e coletiva, seus pensamentos. É necessário sublinhar que tais políticas têm, também, como meta o direito dos negros, assim 5 como de todos os cidadãos brasileiros, cursarem cada um dos níveis de ensino, em escolas devidamente instaladas e equipadas, orientados por professores qualificados para o ensino das diferentes áreas de conhecimentos; com formação para lidar com as tensas relações produzidas pelo racismo e discriminações, sensíveis e capazes de conduzir a reeducação das relações entre diferentes grupos étnico-raciais, ou seja, entre descendentes de africanos, de europeus, de asiáticos, e povos indígenas. Estas condições materiais das escolas e de formação de professores são indispensáveis para uma educação de qualidade, para todos, assim como o é o reconhecimento e valorização da história, cultura e identidade dos descendentes de africanos. A escola irá trabalhar para que todos tenham iguais direitos para o pleno desenvolvimento de todos e de cada um, enquanto pessoa, cidadão ou profissional. Sem a intervenção do Estado e da escola os postos à margem, entre eles os afrobrasileiros, dificilmente, e as estatísticas o mostram sem deixar dúvidas, romperão o sistema meritocrático que agrava desigualdades e gera injustiça, ao reger-se por critérios de exclusão, fundados em preconceitos e manutenção de privilégios para os sempre privilegiados. Políticas de reparações voltadas para a educação dos negros devem oferecer garantias a essa população de ingresso, permanência e sucesso na educação escolar, de valorização do patrimônio histórico-cultural afro-brasileiro, de aquisição das competências e dos conhecimentos tidos como indispensáveis para continuidade nos estudos, de condições para alcançar todos os requisitos tendo em vista a conclusão de cada um dos níveis de ensino, bem como para atuar como cidadãos responsáveis e participantes, além de desempenharem com qualificação uma profissão. A demanda da comunidade afro-brasileira por reconhecimento, valorização e afirmação de direitos, no que diz respeito à educação, passou a ser particularmente apoiada com a promulgação da Lei 10639/2003, que alterou a Lei 9394/1996, estabelecendo a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileiras e africanas. Reconhecimento implica justiça e iguais direitos sociais, civis, culturais e econômicos, bem como valorização da diversidade daquilo que distingue os negros 5 dos outros grupos que compõem a população brasileira. E isto requer mudança nos discursos, raciocínios, lógicas, gestos, posturas, modo de tratar as pessoas negras. Requer também que se conheça a sua história e cultura apresentadas, explicadas, buscando-se especificamente desconstruir o mito da democracia racial na sociedade brasileira; mito este que difunde a crença de que, se os negros não atingem os mesmos patamares que os não negros, é por falta de competência ou de interesse, desconsiderando as desigualdades seculares que a estrutura social hierárquica cria com prejuízos para os negros. Reconhecimento requer a adoção de políticas educacionais e de estratégias pedagógicas de valorização da diversidade, a fim de superar a desigualdade étnicoracial presente na educação escolar brasileira, nos diferentes níveis de ensino. Reconhecer exige que se questionem relações étnico-raciais baseadas em preconceitos que desqualificam os negros e salientam estereótipos depreciativos, palavras e atitudes que, velada ou explicitamente violentas, expressam sentimentos de superioridade em relação aos negros, próprios de uma sociedade hierárquica e desigual. Reconhecer é também valorizar, divulgar e respeitar os processos históricos de resistência negra desencadeados pelos africanos escravizados no Brasil e por seus descendentes na contemporaneidade, desde as formas individuais até as coletivas. Reconhecer exige a valorização e respeito às pessoas negras, à sua descendência africana, sua cultura e história. Significa buscar, compreender seus valores e lutas, ser sensível ao sofrimento causado por tantas formas de desqualificação: apelidos depreciativos, brincadeiras, piadas de mau gosto sugerindo incapacidade, ridicularizando seus traços físicos, a textura de seus cabelos, fazendo pouco das religiões de raiz africana. Implica criar condições para que os estudantes negros não sejam rejeitados em virtude da cor da sua pele, menosprezados em virtude de seus antepassados terem sido explorados como escravos, não sejam desencorajados de prosseguir estudos, de estudar questões que dizem respeito à comunidade negra. Trabalhar com professores competentes no domínio dos conteúdos de ensino, comprometidos com a educação de negros e brancos, no sentido de que 5 venham a relacionar-se com respeito, sendo capazes de corrigir posturas, atitudes e palavras que impliquem desrespeito e discriminação. Medidas que repudiam, como prevê a Constituição Federal em seu Art.3º, IV, o “preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” e reconhecem que todos são portadores de singularidade irredutível e que a formação escolar tem de estar atenta para o desenvolvimento de suas personalidades (Art.208, IV). É importante destacar que se entende por raça a construção social forjada nas tensas relações entre brancos e negros, muitas vezes simuladas como harmoniosas, nada tendo a ver com o conceito biológico de raça cunhado no século XVIII e hoje sobejamente superado. Cabe esclarecer que o termo raça é utilizado com freqüência nas relações sociais brasileiras, para informar como determinadas características físicas, como cor de pele, tipo de cabelo, entre outras, influenciam, interferem e até mesmo determinam o destino e o lugar social dos sujeitos no interior da sociedade brasileira. Como bem salientou Frantz Fanon 3, os descendentes dos mercadores de escravos, dos senhores de ontem, não têm, hoje, de assumir culpa pelas desumanidades provocadas por seus antepassados. No entanto, têm eles a responsabilidade moral e política de combater o racismo, as discriminações e juntamente com os que vêm sendo mantidos à margem, os negros, construir relações raciais e sociais sadias, em que todos cresçam e se realizem enquanto seres humanos e cidadãos. Não fossem por estas razões, eles a teriam de assumir, pelo fato de usufruírem o muito que o trabalho escravo possibilitou ao país. Assim sendo, a educação das relações étnico-raciais impõe aprendizagens entre brancos e negros, trocas de conhecimentos, quebra de desconfianças, projeto conjunto para construção de uma sociedade justa, igual, equânime. Combater o racismo, trabalhar pelo fim da desigualdade social e racial, empreender reeducação das relações étnico-raciais não são tarefas exclusivas da escola. As formas de discriminação de qualquer natureza não têm o seu nascedouro na escola, porém o racismo, as desigualdades e discriminações correntes na sociedade perpassam por ali. Para que as instituições de ensino desempenhem a 3 6 contento o papel de educar, é necessário que se constituam em espaço democrático de produção e divulgação de conhecimentos e de posturas que visam a uma sociedade justa. A escola tem papel preponderante para eliminação das discriminações e para emancipação dos grupos discriminados, ao proporcionar acesso aos conhecimentos científicos, a registros culturais diferenciados, à conquista de racionalidade que rege as relações sociais e raciais, a conhecimentos avançados, indispensáveis para consolidação e concerto das nações como espaços democráticos e igualitários. FRANTZ, Fanon. Os Condenados da Terra. 2.ed. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1979 A cultura afro-brasileira será trabalhada durante o ano letivo nas diferentes disciplinas como um todo, porém cada disciplina focando dentro de sua especificidade, com a finalidade de renovar e valorizar a educação das relações étnica – raciais. Para realização desses estudos os conteúdos serão assim distribuídos: - Língua Portuguesa-Desenvolver a conscientização do negro na sociedade, a valorização e os destaques na literatura, música, esportes, religião e a sua contribuição cultural para a língua portuguesa. - História – Ênfase ao resgate cultural e histórico, enfatizando os malefícios trazidos pelo eurocentrismo, destacando a influencia na construção da nação brasileira, resgatando a importância dos quilombos e de seus personagens, trabalhar o resgate da contribuição negra junto a sociedade paranaense e riquezas culturais e políticas dos reinos africanos a importância da mão – de obra negra no passado e presente . - Arte – Desenvolver a pesquisa para debates . Trabalhos com danças , músicas , mascaras , religião , mitos , culinária , simbologia das cores . - Geografia – Exclusão social e Econômica , Aparteid racial , regiões brasileiras e paranaenses que tiveram maior destaque da influencia africana . 6 Educação Física – Resgate da cultura africana , indígena , jogos , brincadeiras , cantigas de roda , filmes . 23- PROJETOS INTEGRADOS AO PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO Projeto – Carnaval Fera Projeto Com Ciência Projeto Fera – Cidade Projeto Fera: Agenda 21 Projeto Paz Hoje e Sempre Projeto "Incentivo à Leitura" Projeto Escola Limpa Projeto Mural Informativo Projeto “Saúde + Vida + combate às drogas” Seja “Solidário” Projeto Momento Cívico 24- COMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO: O acompanhamento e avaliação do Projeto Político – Pedagógico do Colégio serão feitos bimestralmente em reuniões e / ou encontros com os Professores, Conselho Escolar , APMF, Alunos , encontros onde serão analisados o desenvolvimento do projeto , suas ações , dificuldades , mudanças .Acompanhamento do projeto em relações de trabalho calcadas nas atitudes de solidariedade,reciprocidade, participação coletiva , diálogo, descentralização do poder . 6 CONCLUSÃO O Projeto Político - Pedagógico aqui apresentado tem o objetivo nortear permanentemente o processo de reflexão e aperfeiçoamento que gera a educação de qualidade, garantindo competências e habilidades para solução de problemas relacionados ao mundo do trabalho, a vida e ao exercício da cidadania. Atualmente, no universo educacional, o aprender é uma ação constante, por isso todos os envolvidos precisam estar informados e atentos para as mudanças que acontecem a cada segundo. Devido a rapidez em que ocorrem as mudanças direcionadas ao aprender com excelência é que essa proposta torna-se flexível e inacabada, porque sempre precisará ser realimentada de acordo com as exigências vigentes na sociedade. Buscaremos também enriquecer as atividades, copiando exemplos bem sucedidos e implantando idéias e projetos inovadores de professores, pais, alunos, enfim, de pessoas que se mostram engajadas nessa tão nobre luta, que é o aprender. Concluímos, portanto, que a realidade do Colégio Estadual Carlos Gomes está registrada neste Projeto e que no decorrer do percurso educacional as experiências que forem dando certo, serão divulgadas, visando sempre a supremacia no aprender e ensinar. O colégio assume a co-responsabilidade na educação de seus alunos .Temos consciência de que somente uma educação baseada em princípios éticos, com limites bem definidos , que se processe através do exemplo , do diálogo e da compreensão , será bem sucedida . Mas do nunca faz se necessária a união entre pais e filhos , Escola , Família e Comunidade , a fim de garantir uma escola com qualidade e um futuro de sucesso para os alunos . Para obtermos este sucesso contamos com o trabalho coletivo de toda comunidade escolar que , ciente da grande missão que é educar , valoriza , vivencia e transmite princípios sólidos que norteiam a vida de nossos alunos . 6 26-BIBLIOGRAFIA VEIGA , Ilma. Passos Alencastro . Projeto político – pedagógico da escola : uma construção possível .13 ed. Campinas : Papirus , 1995. A Construção Coletiva do Projeto Político - Pedagógico da escola pública : um roteiro de elaboração – Maria Madselva Ferreira Feiges , Curitiba , 2004 A Construção Coletiva do Projeto Político – Pedagógico – CADEP/SEED/2005. GANDIN, Danilo e Cruz. Planejamento na Sala de Aula. Rio Grande do Sul, Editora Canoas, 1999. BRASIL. Constituições .Constituição da Republica Federativa do Brasil : promulgada em 5 de outubro de 1988 . Disponível em : www.mec.gov.br/legis/defalt.shtm. acesso em 20 out. 2005. FERREIRA, Aurélio B. de Holanda. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 2ª Edição. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1986. REVISTA NOVA ESCOLA. Competências. FND, nº 135, setembro de 2000. REVISTA PÁTIO. Avaliação setembro 2005. Parâmetros Curriculares Nacionais Fáceis de Entender. FND. Edição Especial. 6 CURRÍCULO BÁSICO PARA A ESCOLA PÚBLICA DO ESTADO DO PARANÁ. Curitiba, 1996. PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS, Introdução. Brasília,1998. Temas Transversais. Brasília, 1998. Matemática, Língua Portuguesa, Língua Estrangeira, Ciências Naturais, Artes, Educação Física, Geografia e História. Brasília, 1998. JORNAL NOTA 10. De Olho na Educação 2000.Nº 07, setembro de 2000. ARCO – VERDE, Yvelise Freitas de Souza. Reformulação curricular no Estado do Paraná. In: SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Superintendência da Educação. Primeiras reflexões para a reformulação curricular da educação Básica no Estado do Paraná . Curitiba: SEED, 2004. P.2-7 27- ANEXOS 22- PROJETOS INTEGRADOS AO PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO Projeto – Carnaval Fera : Objetivos : Resgatar a origem , a cultura e a história dos carnavais passados , fazendo um paralelo com os carnavais atuais , conscientizando o aluno que é possível se divertir de forma saudável para que se tornem foliões responsáveis . Projeto Com Ciência: O Projeto Educação com Ciência , é uma atividade pedagógica complementar composto por exposições e oficinas , no qual os alunos e seus professores tem espaço para expor publicamente suas produções planejadas e 6 executadas no cotidiano escolar , bem como , discuti- las e incrementa –las através da interação com os projetos de instituições de pesquisas – entidades públicas e privadas .O colégio dispõe de uma biblioteca para pesquisa e incentiva; alunos e professores no desenvolvimento da mesma , para que possam através de projetos de pesquisa participar do Com –Ciência . Projeto Fera – Cidade : Objetivos : Resgatar e trabalhar assuntos referentes ao Estado do Paraná onde o aluno adquira conhecimentos através de trabalhos diferenciados e interessantes . Levar o aluno a conhecer o Estado do Paraná , através de diferentes oficinas .Preparar os alunos para a participação do FERA . Projeto Fera: Festival de Arte da Rede Estudantil é uma realização da SEED/PR que visa proporcionar o acesso e promover o aprofundamento do conhecimento artístico e cultural dos alunos , professores e demais segmentos da comunidade escolar . Tem por objetivo estimular as experiências nas diversas modalidades de linguagens artísticas , desenvolvendo a interdisciplinaridade , trabalhando o conhecimento , a arte e a cultura , contribuindo para a reflexão sobre a arte e educação e , ainda promovendo o intercâmbio inter- regiões para enriquecer o tempo e o espaço escolar. A escola estará incentivando o maior numero possível de participantes no Projeto FERA Agenda 21 :Sabemos que a agenda 21 é um programa de ação que envolve a todos, um compromisso que deve ser assumido para melhoria de nossa qualidade de vida. E para construímos e desenvolvermos a nossa agenda 21, contaremos com a colaboração de representantes da comunidade escolar, 100% dos alunos, funcionários e professores,direção, pais atuantes na APMF, Grêmio estudantil e Comissão do Com-Vida, conselho escolar. Juntos chegamos à conclusão que é nossa vez de aprofundarmos esse compromisso com a comunidade local, e por meio da agenda 21, conseqüentemente conseguiremos no bairro, pois grandes a transformações educação sócio na escola ambiental é e uma responsabilidade na qual todos temos o dever de colocar em prática através de ações. Projeto Reaproveitar é Preservar : Oferecer meios efetivos para que cada aluno compreenda os fatos naturais e humanos , desenvolva suas potencialidades e adote posturas pessoais e comportamentos sociais que lhes permitam viver numa 6 relação construtiva consigo mesmo e com seu meio , colaborando para que a sociedade seja mesmo ambiemtalmente sustentável e socialmente mais justa , protegendo , preservando todas as manifestações de vida no planeta . Projeto A História da Educação do Município : Fomentar a pesquisa para a construção da História da Educação no município de Tomazina , projeto coordenado pela Equipe pedagógica do Núcleo Regional de Educação de Ibaiti Projeto Paz Hoje e Sempre : Desenvolver no aluno , conhecimento , atitudes e comportamentos onde na sua vivência ele promova a paz. Projeto "Incentivo à Leitura": Ação da direção, professores de língua portuguesa faz da escola uma sala de leitura, através do incentivo à leitura e a produção literária (poesias, acróstico, peças teatrais) - liberdade e incentivo à criatividade dos educando. Projeto "Escola Limpa": ação conjunta - direção, professores e todo corpo funcional, no sentido de manter a escola limpa. Lixo no lixo. Paredes e muros limpos. Salas limpas. Vidros (vidros não quebrados), cuidado com o patrimônio físico em geral. O ambiente torna-se acolhedor e agradável. Projeto "Mural Informativo": Confecção de um mural onde os alunos possam receber informações, leituras etc. Projeto “Saúde + Vida + combate às drogas”: Serão realizadas palestras por profissionais liberais, professores e voluntários, abrangendo saúde (inclusive – higiene bucal), valorização da vida, combate às drogas e doenças sexualmente transmissíveis”. Seja “Solidário” - o projeto visa proporcionar aos alunos carentes um conforto doado pelos seus próprios colegas e professores da escola (roupas, alimentos, calçados, que são doados aos alunos da escola). 6 Projeto Momento Cívico: Levar o educando a vivenciar , valorizar e expressar o respeito para com sua Pátria , cantando os hinos toda semana , após leitura de textos , poesias , em valorização ao civismo . 6