POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

Transcrição

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
CENTRO DE ALTOS ESTUDOS DE SEGURANÇA
CAES “Cel PM NELSON FREIRE TERRA”
CURSO SUPERIOR DE POLÍCIA – I/2011
Maj PM Humberto Gouvêa Figueiredo
A POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO E SUA INTERFACE COM AS
REDES SOCIAIS NA INTERNET – ANÁLISE CONTEXTUAL E PERSPECTIVAS
São Paulo
2011
Major PM Humberto Gouvêa Figueiredo
A POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO E SUA INTERFACE COM AS
REDES SOCIAIS NA INTERNET – ANÁLISE CONTEXTUAL E PERSPECTIVAS
Monografia apresentada no Centro de Altos
Estudos de Segurança, como parte dos requisitos
para a aprovação no Curso Superior de Polícia.
Nome do Orientador: Prof. Dr. José dos Reis Santos Filho
São Paulo
2011
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
CENTRO DE ALTOS ESTUDOS DE SEGURANÇA
CAES “Cel PM NELSON FREIRE TERRA”
CURSO SUPERIOR DE POLÍCIA – I/2011
Maj PM Humberto Gouvêa Figueiredo
A POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO E SUA INTERFACE COM AS
REDES SOCIAIS NA INTERNET – ANÁLISE CONTEXTUAL E PERSPECTIVAS
Monografia
apresentada
no
Centro
de
Aperfeiçoamento e Estudos Superiores, como
parte dos requisitos para a aprovação no Curso de
Superior de Polícia.
(
) Recomendamos disponibilizar para pesquisa
(
) Não recomendamos disponibilizar para pesquisa
(
) Recomendamos a publicação
(
) Não recomendamos a publicação
São Paulo, 23 de novembro de 2011.
________________________________________
Cel PM Maria Aparecida de Carvalho Yamamoto
________________________________________
Ten Cel PM Silvio Tucci
________________________________________
Maj PM Joaquim Rodrigues Júnior
________________________________________
Dr. Roberto Meizi Agune
________________________________________
Prof. Dr. José dos Reis Santos Filho
Este trabalho é dedicado:
Aos meus pais, Alairce e Antonio, aos quais, por dever de gratidão, dedico tudo o
que produzo em retribuição à educação e à formação que me deram,
A minha amada esposa Fabiana, meu alicerce em muitas jornadas,
Aos meus filhos Cairê e Ingrid, pela alegria da convivência,
Aos meus irmãos, Roberta e Rogério, pelos exemplos de vida,
À minha querida avó Olívia (in memorian) pela criação na infância,
Aos Dirigentes Operacionais da Polícia Militar do Estado de São Paulo,
Comandantes de Batalhões, Coordenadores Operacionais e Comandantes de
Companhias Territoriais, responsáveis por levar a Instituição a níveis cada vez mais
reconhecidos de excelência,
Aos Soldados, Cabos e Sargentos da Polícia Militar do Estado de São Paulo, a
quem cabe fazer a diferença na prestação de serviços à comunidade.
Agradecimento
A Deus, a quem aprendi a chamar de Grande Arquiteto do Universo, desde o dia 19
de fevereiro de 2005, quando me foi dada a Luz,
À Polícia Militar do Estado de São Paulo, por tudo o que me permitiu viver ao longo
dos meus quase vinte e sete anos de carreira,
Aos Mestres do Centro de Altos Estudos de Segurança da Polícia Militar do Estado
de São Paulo, por dividirem comigo a sua sabedoria durante a realização do
Programa de Doutorado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública,
Ao Major PM Nelson Brito dos Santos, pela valiosa colaboração dada na revisão de
ortografia e gramática,
Aos Oficiais e Praças do CAES, pelo apoio dado em todas as etapas de construção
deste trabalho,
Especialmente à Capitão PM Eliana e ao 1º Tenente PM Gil, da Seção de
Coordenação do CAES, pelo tratamento carinhoso e respeitoso dedicado aos alunos
do Programa de Doutorado,
Também especial agradecimento à Soldado PM Seztak pela dedicação e
colaboração prestada a mim e aos demais companheiros (as) do Programa de
Doutorado, e,
Aos meus amigos e amigas, Oficiais Superiores do Programa de Doutorado em
Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública, com os quais dividi muitas
alegrias ao longo de todo o curso e dos quais guardarei as melhores lembranças
para a eternidade.
O Sol nasce para todos,
mas a sombra é privilégio de alguns!
Ten Cel PM Marcos Suzuki, em 25 de Agosto de 2011
Resumo
Este trabalho dedicou-se a investigar o uso das redes sociais na
internet pela Polícia Militar do Estado de São Paulo em sua extensão,
eficácia para a atividade operacional, efetividade na sua utilização e
reflexos gerados na cultura da Instituição, tomando-se como
referência a opinião dos Dirigentes Operacionais, aqui considerados
os Comandantes de Batalhões, Coordenadores Operacionais e
Comandantes de Companhias Territoriais. A pesquisa teve como
referência cinco redes sociais usadas na Instituição pelos seus
integrantes, disponíveis na internet e na intranet: a Home Page da
PMESP na internet, o Blog do Comandante Geral, a conta da PMESP
no microblog Twitter,
a (extinta) rede social nosGov-PM e a
ferramenta de comunicação interna Spark. Partindo-se de uma
contextualização do que sejam internet e redes sociais, foram
apresentadas as principais, dando-se ênfase às utilizadas pela
PMESP atualmente. Apresentaram-se Cases de sucesso (Blog
PolicialBR) e outros em que o uso das redes sociais na internet.
Também foram apresentados, no estudo realizado, aspectos
relacionados com o uso das redes sociais pelos governos, pelas
Forças Armadas, por outras Polícias Militares do Brasil e, finalmente,
pela Polícia Inglesa. A pesquisa propiciou o levantamento de
informações junto a 291 Dirigentes Operacionais (54 Comandantes de
Batalhões, 77 Coordenadores Operacionais e 160 Comandantes de
Companhias Territoriais) que demonstraram a importância do uso das
redes sociais na internet pela PMESP, o que permitirá uma ampliação
da capacidade de comunicação da Instituição para com a Sociedade,
além de potencializar a prestação de serviços por este canal,
atendendo também a uma demanda social existente. Finalmente, em
capítulo que encerra a pesquisa, o autor apresenta um conjunto de
propostas que sugere sejam consideradas pelo Comando da
Instituição com vistas a implementar ações voltadas para aprimorar o
uso das redes sociais na internet no âmbito da PMESP, gerando
efeitos positivos em relação à prestação de melhores serviços à
sociedade.
Palavras-chave: Polícia Militar. Comunicação Social. Redes Sociais.
Internet.
Abstract
The focus of this study was to research the use of online social
networks by the military police of the State of Sao Paulo (PMESP) and
analyze its operational effectiveness, its applicability and overall
impact in the organization's culture. This study considered the input
from operation's directors, including, battalion commanders,
operational coordinators and regional commanders. This research
studied the five social networks used by the police organization
available on the internet and intranet: PMESP's homepage, the
General Commander's Blog, PMESP's Twitter page, nosGov-PM (now
extinct) and the internal communications tool spark. Given the context
of the internet and social networks, the research presented all major
networks emphasizing the ones utilized currently by PMESP.
Successful case studies such as Blog PolicialBR and others were also
showcased. Also included in this study, research conducted on the use
of social networks by other Brazilian local governments, armed forces
as well as, the British Police. This research involves data from 291
Operation's Directors (54 battalion commanders, 77 operations
coordinators and 160 regional commanders) and shows the
importance of the use of social networks by the PMESP and how its
expansion will allow a greater impact in public relations,
communication and community outreach. In the final chapter of this
study, the author presents a series of recommendations to be
considered by the organizations senior command that include specific
actions to enhance the use of social networks by PMESP and create a
greater social impact through creating better communication channels
with the public.
Key Words: Military Police. Social Networks. Social Media. Internet.
Lista de Tabelas
Tabela 1: Nível de conhecimento das redes sociais em que a PMESP
participa por Faixa Etária.............................................................................113
Tabela 2: Nível da frequência às redes sociais por segmentos da
PMESP........................................................................................................114
Tabela 3: Avaliação da Participação da PMESP nas redes sociais segundo a
Função dos entrevistados............................................................................115
Tabela 4: Nível da Frequência às redes sociais objetos do estudo por
Função dos entrevistados............................................................................116
Tabela 5: Comparativo entre Nível de Funcionalidade das redes sociais
estudadas e a geração de resultados positivos...........................................128
Tabela 6: Comparativo entre a geração de reflexo na cultura da Instituição
pelas redes sociais avaliadas em função das Funções dos entrevistados.131
Tabela 7: Aspectos relacionados com a cultura da PMESP afetados em
função do uso das redes sociais.................................................................131
Lista de Gráficos
Gráfico 1: Distribuição da amostra da pesquisa por Postos.......................107
Gráfico 2: Distribuição da amostra da pesquisa por Função......................108
Gráfico 3: Distribuição da amostra da pesquisa por Faixa Etária...............109
Gráfico 4: Distribuição da amostra da pesquisa por Tempo de Serviço.....109
Gráfico 5: Distribuição da amostra da pesquisa por nível de Conhecimento
em Informática.............................................................................................110
Gráfico 6: Distribuição da amostra da pesquisa por nível de Conhecimento
em internet...................................................................................................110
Gráfico 7: Distribuição da amostra da pesquisa por participação em redes
sociais na internet........................................................................................111
Gráfico 8: Nível de conhecimento das redes sociais em que a PMESP
participa ......................................................................................................112
Gráfico 9: Nível da Frequência por segmentos da PMESP.......................118
Gráfico 10: Comparação entre a natureza dos assuntos que devem ser
tratados nas redes sociais e Função...........................................................120
Gráfico 11: Comparação entre a natureza dos assuntos que devem ser
tratados nas redes sociais e Faixa Etária....................................................121
Gráfico 12: Comparação entre opinião sobre necessidade de normas
regulamentadoras da participação da PMESP nas redes sociais e
Função.........................................................................................................122
Gráfico 13: Comparação entre opinião sobre necessidade de normas
regulamentadoras da participação da PMESP nas redes sociais e Faixa
Etária...........................................................................................................123
Gráfico 14: Comparação entre opinião sobre a pertinência da participação
da população em geral nas redes sociais em que a PMESP participe e
Função........................................................................................................ 124
Gráfico 15: Comparação entre opinião sobre o modelo de presença da
PMESP nas redes sociais e Função.......................................................... 125
Gráfico 16: Comparação entre abertura da participação da PMESP nas
redes sociais e modelo de presença a ser observado............................... 126
Gráfico 17: Comparação entre a opinião sobre a coerência da participação
nas redes sociais com a estratégia de comunicação social e a Função dos
entrevistados...............................................................................................127
Lista de Quadros
Quadro 1: Domicílios brasileiros com computadores...................................64
Quadro 2: Domicílios brasileiros com acesso à internet...............................65
Quadro 3: Domicílios brasileiros com aparelhos celulares...........................65
Quadro 4: Investimentos da PMESP em Tecnologia da Informação e
Comunicação.................................................................................................71
Quadro 5: Aquisições de notebooks e netbooks pela PMESP de 2006 a
2010...............................................................................................................71
Quadro 6: Perfil das Gerações na PMESP...................................................81
Quadro 7: Gerações da PMESP considerando os Dirigentes
Operacionais..................................................................................................82
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANATEL: Agência Nacional de Telecomunicações
ARPA: Advanced Research Projets Agency
CCOMSOC: Centro de Comunicação Social da Polícia Militar
CCOMSEX: Centro de Comunicação Social do Exército Brasileiro
CONSEG: Conselho Comunitário de Segurança
CPD: Centro de Processamento de Dados
CPTran: Comando de Policiamento de Trânsito
CPSOP : Ciência Policial de Segurança e Ordem Pública
DEC: Diretoria de Ensino e Cultura
EAD: Ensino a Distância
GATI: Grupo de Apoio Técnico à Inovação
GESPOL: Sistema de Gestão da Polícia Militar do Estado de São Paulo
IPTO: Information Processing Techniques Office
NSF: National Science Foundation
OPM: Organização Policial Militar
PDG: Programa de Desenvolvimento Gerencial
PMESP: Polícia Militar do Estado de São Paulo
PM-4: Quarta Seção do Estado-Maior da Polícia Militar do Estado de São Paulo
PNAD: Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios
PPA: Plano Plurianual
PROEDR: Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência
TIC: Tecnologia de Informação e Comunicação
SIPOM: Sistema Operacional da Polícia Militar
SMS: Serviço de Mensagens
IV COMAR: Quarto Comando Aeronáutico
8º DN: Oitavo Distrito Naval
EB: Exército Brasileiro
FAB: Força Aérea Brasileira
USF: Universidade São Francisco
WWW: World Wibe Web
Sumário
Introdução ................................................................................................................ 16
1
Contextualização da Internet e das Redes Sociais ....................................... 33
1.1
Breve Panorama Histórico da Internet ............................................................ 36
1.2
Conceitos Gerais sobre Redes Sociais........................................................... 39
1.3
As Principais Redes Sociais Existentes na Internet e suas Funcionalidades . 42
1.3.1
Facebook ...................................................................................................... 44
1.3.2
Twitter ........................................................................................................... 47
1.3.3
Youtube ........................................................................................................ 49
1.3.4
Orkut ............................................................................................................. 50
1.3.5
Blaving .......................................................................................................... 51
1.4
Um Case de Sucesso na Interação Entre Policiais e Bombeiros Militares do
Brasil: o Blog “PolicialBR” ............................................................................... 52
2
Cases no Mundo e no Brasil Relacionados com Uso de Redes Sociais..... 55
2.1.1.1
Case “Barack Obama” ................................................................................ 55
2.1.1.2
Case “@vozdacomunidade” ....................................................................... 56
2.1.1.3
Case “Mubarak” .......................................................................................... 58
2.1.1.4
Case “Cão Pirata” ....................................................................................... 59
2.1.1.5
Case “Estação de Metrô em Higienópolis” ................................................. 62
3
As Redes Sociais e seu Uso pelos Governos e Instituições Públicas ........ 64
3.1
O Uso das Redes Sociais no Governo do Estado de São Paulo .................... 67
3.2
A Polícia Militar do Estado de São Paulo e sua Estratégia de Comunicação
nas Redes Sociais .......................................................................................... 70
3.2.1.1
A Polícia Militar na Rede Social Facebook ................................................. 74
3.2.1.2
O Uso das Redes Sociais como Apoio para o Policiamento nas Marginais
da Cidade de São Paulo ............................................................................. 76
3.2.2
4
O Perfil das Gerações na Polícia Militar do Estado de São Paulo ................ 77
O Uso das Redes Sociais pelas Instituições Policiais e Militares ............... 84
4.1
O Uso das Redes Sociais pela Polícia da Inglaterra ...................................... 84
4.2
O Uso das Redes Sociais pelas Forças Armadas Brasileiras......................... 85
4.2.1
Marinha do Brasil .......................................................................................... 85
4.2.2
Exército Brasileiro ......................................................................................... 87
14
4.2.3
4.3
Força Aérea Brasileira .................................................................................. 90
O Uso das Redes Sociais pelas Polícias Militares e Corpos de Bombeiros
Militares do Brasil ........................................................................................... 92
4.3.1
Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio Grande do Norte .................. 93
4.3.2
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás .......................................... 93
4.3.3
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Minas Gerais .............................. 94
4.3.4
Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará ......................................... 94
4.3.5
Polícia Militar do Estado de Mato Grosso ..................................................... 95
4.3.6
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Rondônia .................................... 95
4.3.7
Polícia Militar do Estado da Paraíba ............................................................. 96
4.3.8
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Tocantins .................................... 96
4.3.9
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Sergipe ....................................... 96
4.3.10 Polícia Militar do Estado de Goiás ................................................................ 97
4.3.11 Polícia Militar do Estado de Tocantins .......................................................... 97
4.3.12 Polícia Militar do Estado de Alagoas ............................................................ 98
4.3.13 Corpo de Bombeiros Militar do Estado da Bahia .......................................... 98
4.3.14 Corpo de Bombeiro Militar do Estado do Mato Grosso do Sul ..................... 99
4.3.15 Síntese dos Levantamentos Realizados nas Polícias Militares e Corpos de
Bombeiros Militares Pesquisados ................................................................. 99
5
Contextualização do tema em face da revisão da literatura e dos
levantamentos realizados ..................................................................................... 101
6
Metodologia .................................................................................................... 104
7
Descrição e Análise dos Resultados da Pesquisa Realizada .................... 112
7.1
Informações Preliminares Sobre os Resultados Apurados na Pesquisa ...... 112
7.2
Análise Sobre a Extensão do Uso das Redes Sociais pelos Dirigentes
Operacionais................................................................................................. 116
7.3
Análise Sobre o Grau de Efetividade no Uso das Redes Sociais pelos
Dirigentes Operacionais Pesquisados .......................................................... 120
7.4
Análise do Nível de Eficácia no Uso das Redes Sociais pelos Dirigentes
Operacionais Pesquisados ........................................................................... 126
7.5
Análise dos Efeitos Gerados pelas Redes Sociais Sobre a cultura da
Instituição...................................................................................................... 130
7.6
Análise Global dos Resultados ..................................................................... 132
15
7.7
Análise considerando o perfil das Gerações na PMESP .............................. 134
7.8
Validação da hipótese da pesquisa .............................................................. 136
8
Apresentação de Propostas em Função do Resultado apurado na Pesquisa
Realizada ................................................................................................................ 138
Considerações Finais ........................................................................................... 145
Referência .............................................................................................................. 148
Apêndice A - Proposta de regras para a participação em rede social interna da
PMESP .................................................................................................................... 154
Apêndice B - Entrevista com a Chefe da Seção de Comunicação Social do IV
COMAR ................................................................................................................... 159
Apêndice C - Entrevista com o Chefe da Seção de Comunicação Social do
Comando Militar do Sudeste ................................................................................ 162
Apêndice D - Roteiro de quesitos referente à consulta realizada junto aos
Comandos Gerais das Polícias e Corpos de Bombeiros Militares do Brasil por
meio da Plataforma Google Docs ........................................................................ 166
Apêndice E - Roteiro de quesitos referente à consulta realizada junto ao Centro
de Comunicação Social da Marinha do Brasil .................................................... 169
Apêndice F - Roteiro de quesitos referente à entrevista realizada com o Chefe
da Seção de Comunicação Social do Comando Militar do Sudeste ................. 170
Apêndice G - Roteiro de quesitos referente à entrevista realizada com a Chefe
da Seção de Comunicação Social do IV Comando Militar da Aeronáutica ...... 172
Apêndice H - Roteiro de quesitos referente à pesquisa realizada junto aos
Comandantes de Batalhão, Coordenadores Operacionais e Comandantes de
Companhias Territoriais pela Plataforma Google Docs..................................... 173
Anexo A - Autorização do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São
Francisco (USF) para desenvolvimento da pesquisa ........................................ 184
Anexo B - Regras do Blog “PolicialBR” .............................................................. 185
Anexo C - Consulta realizada junto ao Centro de Comunicação Social da
Marinha do Brasil .................................................................................................. 189
16
Introdução
Preliminarmente é de fundamental importância a apresentação do
que se busca conceituar, modernamente, como Ciências Policiais, área em
que se insere o presente trabalho científico, uma vez que se almeja sua
aplicação prática em benefício da atividade policial e, indiretamente, em favor
da sociedade, receptora dos serviços prestados pela Polícia Militar do Estado
de São Paulo no campo da segurança pública.
A Ciência Policial de Segurança e Ordem Pública (CPSOP) se
estabelece como novo ramo das ciências, tendo por objeto de estudo os fatos
de natureza policial.
Segundo Silva:
As ciências policiais, além de possuírem métodos próprios e
enunciados particulares, não estão apenas consolidados em uma
lei, mas também são resultados dos processos de acúmulo de
conhecimento da atividade estatal policial (SILVA, 2010, p.33).
O mesmo autor entende que:
Ciência Policial é uma ramificação pertencente à área das
humanidades e que tem como objeto de estudo o fato policial, e se
caracteriza como sendo uma ciência social aplicada, que estuda as
atividades de preservação e restabelecimento da segurança pública,
de modo que haja pacificação e o convívio social democrático por
meio das atividades de policiamento ostensivo e investigativo
(SILVA, 2010, p. 50-51).
Em importante artigo científico, posiciona-se Miguel no sentido de
que:
A Ciência Policial de Segurança e Ordem Pública tem por objeto o
estudo sistemático e metódico da polícia ostensiva e de
preservação da ordem pública, ou seja, a Polícia Militar, como
Instituição e Estrutura, componente de um sistema denominado
segurança pública (MIGUEL, 2011, p. 15).
Feita esta abordagem inicial, fundamental para situar o estudo,
passar-se-á a abordar o tema propriamente dito, ou seja, a interface entre as
redes sociais na internet e a Polícia Militar do Estado de São Paulo.
O século XXI se caracteriza, entre outros aspectos, pela
globalização e pelo uso da internet como meio de comunicação e interação ou
integração das pessoas entre si e destas com grupos, nas chamadas Redes
Sociais, sejam considerados do ponto de vista de conglomerados humanos,
empresas privadas ou governos.
17
Transações comerciais vultosas e acordos entre governos são
elaborados e concebidos sem que necessariamente as pessoas precisem
estar no mesmo ambiente físico.
Pode-se dizer que o mundo se reinventou, e uma vertente virtual,
sem fronteiras ou delimitações territoriais, passou a predominar sobre o que
se conhecia por limites geográficos de cada país.
Um acontecimento que ocorre a milhares de quilômetros de
distância é noticiado minutos após, do outro lado do planeta, numa rapidez
nunca antes experimentada, sem que isso importe qualquer interferência de
pessoas ou governos, bastando a vontade de quem produziu em repassar
para outros.
Muitas vezes a captura da informação, especialmente imagens, é
feita por meio de aparelhos de telefonia celular ou similares e retransmitida
numa velocidade até pouco tempo impensável: infere-se que a informação,
ferramenta tão importante na gestão, teve um acréscimo no seu grau de
relevância e passou a ter um maior dinamismo.
É este novo mundo que os governantes precisam considerar na
concepção das políticas públicas e na execução dos seus planos de governo,
dissecados no contexto da gestão, em ações práticas.
Embora seguramente possa dizer que ainda não existe uma
completa inclusão digital em todos os países, particularmente no Brasil, é
inegável que o número de pessoas que atualmente acessam a internet é
muito expressivo, superando a casa dos oitenta e três milhões1 de usuários,
considerando as pessoas a partir dos 12 anos de idade.
Os números relacionados ao uso da internet pelos brasileiros
impressionam pela velocidade com que crescem: estima o instituto Ibope
Nielsen Online que, de outubro de 2009 a outubro de 20102, o número de
usuários ativos (que acessam a Internet regularmente) cresceu 13,2%,
1
Segundo F/Nazca, dados apurados em 01 de julho de 2011. Já para o Ibope/Nielsen,
somos 73,9 milhões (a partir de 16 anos). O principal local de acesso é a Lan House (31%),
seguido da própria casa (27%) e da casa de parente de amigos, com 25% (abril/2010). O
Brasil é o 5º país com o maior número de conexões à Internet
2
Disponível em
http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=6&proj=PortalIBOPE&
pub=T&db=caldb&comp=pesquisa_leitura&nivel=An%E1lises%20e%20%CDndices&docid=04
550BFD66F5DBEA83256EDD0074CDAA. Acesso em 10 mai. 2011.
18
atingindo 41,7 milhões de pessoas. Somado às pessoas que possuem acesso
no trabalho, o número salta para 51,8 milhões. 38% das pessoas acessam a
web diariamente; 10% de quatro a seis vezes por semana; 21% de duas a
três vezes por semana; 18% uma vez por semana. Somando, 87% dos
internautas brasileiros entram na internet semanalmente.
No Brasil, no final do ano de 2010, segundo a Agência Nacional de
Telecomunicações (ANATEL) existiam em operação quase duzentos e três
milhões de aparelhos de telefonia celular3, ou seja, podemos afirmar com
segurança que, na média, todos os cidadãos no Brasil possuem um
equipamento móvel de comunicação, o que classifica o País como o quinto do
mundo na relação habitantes/celulares4.
O endereço eletrônico (e-mail) já é considerado um dado de
qualificação do cidadão, ou seja, um elemento identificador e individualizador
e permite contato e localização de qualquer pessoa. Aliás, de forma muito
mais efetiva que os mecanismos tradicionais existentes (carta, fax ou
telegrama, por exemplo).
O cidadão, por meio da internet, tem acesso mais rápido aos
governos5 e maior controle sobre os seus atos: desde o acompanhamento de
suas pretensões nos planos de governos apresentados no período eleitoral e
disponibilizados na rede, até a consecução das suas ações de gestão,
passando pela verificação do cumprimento do orçamento em sítios
específicos como o Portal da Transparência Brasil, no âmbito do governo
federal, Home Page da Controladoria do Governo Federal, sites das
Secretarias e dos Governos Estaduais, das Ouvidorias, entre outros.
Em síntese, é correto dizer que a internet permite ao cidadão,
nesta interface inserida, conhecimento mais profundo de tudo que se passa
no ambiente da governança pública, o que antes só era possível pelos meios
3
Disponível em http://www.anatel.gov.br/Portal/exibirPortalInternet.do#. Acesso em 12 de
julho de 2011.
4
Segundo informações colhidas no Portal da Anatel, o crescimento da telefonia móvel no
Brasil foi exponencial, partindo de 120, 9 milhões em 2007, para 150,6 milhões em 2008, indo
para 173,9 milhões em 2009, até atingir o patamar de 202,9 milhões no final de 2010. O
crescimento no período foi superior à média mundial.
5
A opção por serviços na rede mundial, denominados e-serviços tem sido prática cada vez
mais comum dos governos e poderes públicos em todas as esferas. A concepção do Governo
Eletrônico ou e-governo é uma estratégia de administração pública de grande impacto e de
resultados positivos para a Administração Pública e de aceitabilidade pela sociedade em
geral.
19
tradicionais de comunicação, em especial, por intermédio dos órgãos de
imprensa (oficial ou privado).
E os governos, nos seus diversos níveis, diante deste novo
contexto e de suas particularidades vêm se adaptando: quase todas as
Prefeituras dos municípios brasileiros possuem Home Page ou Portais;
absolutamente todos os governos Estaduais possuem Portais (Sítios) e o
mesmo ocorre na esfera federal, tanto nos órgãos da administração direta,
quanto nas fundações, nas empresas públicas, nas autarquias e nas
empresas de economia mista.
Os serviços públicos cada vez mais estão sendo disponibilizados
aos cidadãos pela rede mundial6 de computadores de modo a permitir, a
quem requerer ação do Estado, a desnecessidade de comparecer fisicamente
a um órgão ou repartição pública para peticionar.
A comunicação via web, ou seja, através da internet, deixou de ser
mero liberalismo para ser necessidade, forma eficaz e eficiente de transmitir
ao cidadão o que se pretende fazer, o que se está fazendo e as perspectivas
de onde se quer chegar.
No âmbito do Estado de São Paulo esta realidade não é diferente:
o governo dispõe de um sítio na internet, que incorpora todas as suas
Secretarias, Órgãos, Autarquias, Fundações, entre outras, por intermédio do
qual é possível a interação com os cidadãos diretamente.
Não obstante a existência de vários serviços já prestados pelo
governo do Estado pela internet, recentemente, por meio de um ato político,
ou seja, a edição do Decreto Estadual nº 53.963/09, que instituiu no âmbito da
Administração Pública Estadual a Política da Gestão do Conhecimento e da
Inovação.
Entre os objetivos da medida, destaca-se:
Artigo 1º - Fica instituída, no âmbito da Administração Pública
Estadual, a Política de Gestão do Conhecimento e Inovação, tendo
como objetivos:
[...]
VI - a promoção da adoção e capacitação dos servidores na adoção
de ferramentas de informática e uso da Internet para fins da Gestão
do Conhecimento e Inovação.
6
São chamados de e-serviços, tendo sua base na rede mundial de computadores (internet),
possibilitando aos usuários que acessem a administração pública a partir de um terminal de
computador, sem que tenha a necessidade de comparecer fisicamente à repartição pública.
20
A norma administrativa em apreço prevê várias diretrizes e
destacamos a abaixo:
Artigo 2º - São diretrizes da Política de Gestão do Conhecimento e
Inovação:
[...]
X - a promoção do uso intensivo das tecnologias da informação
(g.n) com aplicações relacionadas às práticas de gestão do
conhecimento e inovação (SÃO PAULO, 2009).
O Decreto em questão disciplina que caberá à Secretaria de
Gestão Pública promover, elaborar e executar as ações de capacitação dos
funcionários públicos e, em especial, dentro de seu Programa de
Desenvolvimento Gerencial (PDG), bem como a coordenação e supervisão
das ações de capacitação executadas pelas demais escolas estaduais de
governo.
Importante ressaltar que este Decreto Estadual é assinado pelo
Governador do Estado e por todos os demais Secretários de Governo, das
diversas pastas, o que denota a importância com o que o governo concebe ao
assunto.
Para a coordenação das ações neste campo o Governo do Estado
já havia criado, desde o ano de 2007, por meio da Resolução nº 14 o Grupo
de Apoio Técnico à Inovação7 (GATI).
O GATI tem sua atuação em quatro áreas bem definidas, as quais
são a seguir apresentadas:
I - na área de gestão de suprimentos e compras públicas incluindo a
adoção de critérios socioambientais compatíveis com as diretrizes
de desenvolvimento sustentável;
a) propor políticas, diretrizes, parâmetros, e desenvolver projetos,
estudos, pesquisas;
b) desenvolver e manter atualizado os estudos de serviços
terceirizados;
c) realizar a gestão dos sítios de serviços terceirizados
(www.cadterc.sp.gov.br); do pregão (www.pregao.sp.gov.br) e de
sanções administrativas (www.sancoes.sp.gov.br) e outros na área
de abrangência.
II - na área de serviços públicos:
a) desenvolver estudos, pesquisas e projetos voltados à ampliação
da oferta desses serviços por meio de multicanais;
b) realizar a gestão do sitio de serviços públicos
(www.cidadao.sp.gov.br);
III - promover disseminação, no âmbito da administração pública,
dos estudos, pesquisas e projetos desenvolvidos;
IV - fornecer apoio técnico aos programas, projetos e ações da
Secretaria, relacionados à adoção de novos métodos, técnicas e
7
Vinculado à Secretaria de Gestão Pública
21
ferramentas voltados para a melhoria da gestão pública (SÃO
PAULO, 2007).
Surgiu então, a Rede Paulista de Inovação em Governo (Rede
iGovSP) para compartilhar e disseminar as iniciativas inovadoras dos
servidores públicos e dos órgãos e entidades governamentais voltadas para a
melhoria da gestão pública e o aperfeiçoamento dos serviços prestados à
população.
O papel principal da Rede é o de estimular e orientar os servidores
e entidades públicas na utilização das ferramentas sociais, típicas da web 2.0,
como blogs, wikis, comunidades de prática, fóruns de discussão, canais de
vídeos, podcasts, entre outras, possibilitando a criação, publicação e
divulgação de suas iniciativas e soluções inovadoras.
Mais recentemente, em 25 de junho de 2009, por meio do Gabinete
do Secretário de Gestão e Planejamento foi editada a Resolução nº 15 que,
regulamentando o Decreto nº 53.963, assim o disciplinou:
Artigo 1º - Os Órgãos e Entidades da Administração Pública
Estadual deverão promover revisão nos seus critérios e regras de
acessibilidade à Internet para possibilitar o acesso de todos os seus
servidores à Rede Paulista de Inovação em Governo que a
Secretaria de Gestão Pública disponibiliza na Internet por meio do
endereço www.igovsp.net, e às ferramentas sociais, da Web 2.0,
que estão sendo utilizadas pela área de comunicação do Governo
do Estado.
Parágrafo Único - Entende-se aqui por “ferramentas sociais da Web
2.0” os softwares de comunicação, colaboração, produção,
armazenamento, publicação e compartilhamento de arquivos em
hipermídia, disponibilizados como serviço pela Internet, tais como:
serviços de rede social (comunidades virtuais); blogs; wikis; serviços
de edição, hospedagem e compartilhamento de textos, planilhas,
apresentações, áudio, fotos, vídeos; serviços de difusão audiovisual
por IP; etc.
Artigo 2º - Os Órgãos e Entidades da Administração Pública
Estadual deverão providenciar a inclusão, em seus cadastros de
relacionamento com usuários de seus serviços, os dados relativos
ao endereço eletrônico e número do celular para facilitar a
comunicação e envio de informações.
Parágrafo Único - Quando houver interesse no uso rotineiro de
envio de mensagem pelo celular, tipo SMS (Short Message
Service), o Órgão e Entidade deverá solicitar, em conformidade com
legislação vigente, a devida autorização do usuário do serviço para
o envio das mensagens (SÃO PAULO, 2009).
Notoriamente a comunicação é um fator de grande relevância no
conceito global da governança pública e, por esse motivo, impossível
desconsiderá-la pelos gestores públicos.
22
Na área específica da segurança pública não é diferente: a Pasta
Governamental8 possui Home Page e nela disponibiliza informações
específicas sobre esta área do governo e que são do interesse do cidadão
conhecer.
A Polícia Militar do Estado de São Paulo, sendo Instituição que
compõe o governo do Estado, vinculando-se à Secretaria de Segurança
Pública não poderia manter-se alheia a este contexto.
Já há muito tempo possui Home Page, onde são apresentados ao
público externo e interno informações de interesse na sua área de atuação,
além de permitir prestação de serviços que visam atender a necessidade da
sociedade.
O pensamento sistêmico de gestão da Polícia Militar do Estado de
São Paulo, formalizado em seu manual intitulado Sistema de Gestão da
Polícia Ostensiva (GESPOL) reconhece a importância dos conceitos de
Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) como essenciais para a
execução de suas missões.
A Comunicação é uma área da gestão à qual o Comando Geral da
PMESP tem dispensado especial atenção: ressalte-se que se encontra em
vigor um Plano de Comunicação Social na PMESP, regulado pela Diretriz de
número CCOMSOC-1/30/109, que estabeleceu o Sistema de Comunicação
Social na Instituição, valorizando a atividade e a figura do Oficial a quem
caberá tal atribuição, inclusive transferindo a tarefa para um Oficial
Intermediário, uma vez que antes era de competência de Oficial Subalterno.
Além disso, foi criado por meio do Decreto nº 55.742, de 27 de abril
de 2010, o Centro de Comunicação Social (CCOMSOC), mais uma
demonstração evidente do valor dado pelo Comando da Instituição à questão
da comunicação.
Tais providências se alinham com a estratégia do Governo do
Estado
no
Plano
Plurianual
(PPA),
que
consolidam
os
objetivos
governamentais e também com o Planejamento Estratégico da própria
8
Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública
Publicada oficialmente na PMESP como Anexo ao Boletim Geral nº 227, de 02 de dezembro
de 2010. Disponível em http://www.intranet.policiamilitar.sp.gov.br/. Acesso em 12 de julho de
2011.
9
23
Instituição, uma vez que estes foram elaborados a partir das linhas gerais
traçadas pelo primeiro.
Acrescente-se ainda que o atual Comando Geral explicitou em seu
discurso de posse, seis eixos prioritários para a sua gestão10, os quais são
apresentados abaixo e esclarecem a solidez e o valor que se pretende dar à
comunicação e à informação pela PMESP:
1º Transmitir sensação de segurança, fazendo com que a polícia
seja mais visível e nos aproximando mais da comunidade, dentro da
filosofia de polícia comunitária;
2º Manter o controle da criminalidade, utilizando o programa de
policiamento inteligente e mantendo os delitos em tendência
estáveis ou decrescentes;
3º Incrementar o combate ao crime organizado, mostrando que
pertencer ao crime não compensa;
4º Continuar o processo de modernização da Polícia Militar,
ampliando os programas de qualidade baseados em tecnologia
e gestão (g.n), utilizando o novo GESPOL – Sistema de Gestão de
Polícia Ostensiva, desenvolvido pela Polícia Militar;
5º Valorizar o policial militar, nosso mais precioso recurso,
reconhecendo, melhorando ainda mais as suas condições de
trabalho; e,
6º Continuar o processo de depuração interna, continuando a ser
implacável com os desvios de conduta e cortando na carne se
preciso for, como temos feito em prol de uma polícia cada vez
melhor (POLÍCIA MILITAR, 2008).
Nesta linha sistematizada, o Comando vem demonstrando, de
forma inequívoca, sua estratégia de aproximação da direção da Instituição à
sua face operacional e se utiliza de diversos mecanismos para promover esta
medida.
Nota-se claramente que a via tecnológica vem se mostrando como
diferencial neste processo de modernização e inovação desencadeado pelo
Comando Geral: o uso da intranet de forma mais interativa, com assuntos
apresentados na intranet e na internet em linguagem mais pessoal e
construídos sempre com caráter estimulante, a criação do Blog do
Comandante Geral e mais recentemente o Blog da Polícia Militar do Estado
de São Paulo, a apresentação de conteúdos de interesse público na Home
Page da PMESP na Internet, a criação de Conta Oficial da Instituição no
microblog Twitter, a recente medida de criação de perfis de todas as
Unidades da PMESP na rede social Facebook e a própria criação da Rede
10
Disponível em http://www.intranet.policiamilitar.sp.gov.br/. Acesso em 12 de julho de 2011
24
Social interna nosGov-PM11 são iniciativas que retratam a vocação do
Comando Geral em valorizar o contato mais direto com os seus colaboradores
e com o público externo, utilizando-se, mais
fortemente, das ferramentas
disponibilizadas na web.
Do ponto de vista material, temos que um indicativo relevante
apresentado pelo Comando no sentido de integrar seu capital humano à
cultura da Tecnologia da Informação e Comunicação foi a aquisição e
distribuição a todos os Oficiais e Alunos Oficiais de notebooks e netbooks
acompanhados de modems para conexão à internet: tal medida permitirá se
tenha contato de forma mais rápida e eficaz com e entre os seus principais
Dirigentes Operacionais, qualificando expressivamente o processo de
comunicação, além de propiciar maior envolvimento de seus Oficiais com a
Instituição, já que passarão a ter acesso, a qualquer momento, aos assuntos
gerais e em especial da Polícia Militar, além de poderem exercer ação de
fiscalização e auditoria nas áreas e atividades sob sua responsabilidade.
Ao estender a distribuição dos equipamentos de informática e de
acesso à internet também aos Alunos Oficiais, o Comando deixou evidente a
ideia de que o uso da internet e, por via indireta, das redes sociais, passa a
fazer parte da cultura da Instituição, passando a constituir-se também
ferramenta de trabalho e de gestão, que deverá, certamente, solidificar-se
como prática com o passar dos anos.
Diante de todo este contexto, teve o presente trabalho científico o
intento de, utilizando-se de instrumental apropriado e aceito pela comunidade
científica (questionários), aplicados em amostra não probabilística intencional,
apurar como o processo de comunicação no mundo virtual atualmente com
uso incentivado pelo Comando da Instituição é reconhecido pelos seus
dirigentes do nível operacional (Comandantes de Batalhão, Coordenadores
Operacionais e Comandantes de Companhia), quais os benefícios ou
prejuízos institucionais que poderá resultar e quais os reflexos que este
cenário pode gerar na cultura da PMESP no presente e, especialmente, no
futuro.
11
Atualmente encontra-se inativa por decisão do seu proprietário
25
Uma consulta também foi realizada junto às Polícias e Corpos de
Bombeiros Militares do Brasil com o objetivo de se conhecer como tais
Instituições, com similaridade em relação à PMESP, atuam nas redes sociais,
que resultados alcançam e que política adotam neste setor.
Foram ainda realizadas entrevistas e consulta junto à Marinha do
Brasil, Exército Brasileiro e Força Aérea Brasileira com o objetivo de se
apurarem as mesmas informações, ou seja, a interface das Forças Armadas
na internet e com as redes sociais, obviamente considerando as
particularidades de cada uma delas.
Teve por objetivo geral o presente trabalho científico a análise
acerca do uso que os dirigentes da Polícia Militar, no seu nível operacional,
aqui denominados Dirigentes Operacionais, fazem da rede mundial de
computadores (internet e intranet), nas suas variadas interfaces para tornar
práticas as suas pretensões, levando em conta as atividades desenvolvidas
pela Instituição.
Dando contorno específico ao propósito estabelecido, adotou-se
como parâmetro de análise o uso da Internet a partir da Home Page da
PMESP, do Blog do Comandante Geral (posteriormente transformado no Blog
da Polícia Militar do Estado de São Paulo, por deliberação do Comando
Geral), a Conta Oficial da PMESP no Twitter, ou uso do aplicativo de
comunicação interna chamado Spark e a utilização da rede social nosGov-PM
(considerando-se o período em que esta rede social interna da PMESP
esteve ativa).
O objetivo geral do projeto foi alcançado por meio do estudo de
quatro campos de análise, que compuseram os objetivos específicos da
pesquisa, que se interligam e interagem, sendo eles:
1. A aferição, realisticamente, da extensão do uso das redes
sociais pelos Dirigentes Operacionais da Instituição, por meio da verificação
quantitativa e qualitativa, de como tais profissionais da área da segurança
pública fazem uso dos instrumentos que lhe são disponibilizados na web,
objetos deste estudo, buscando-se conhecer quais são os canais, o seu
alcance e a característica específica do público que abrange, bem como,
finalmente, apurar eventuais tendências quanto à limitação ou ampliação dos
mencionados canais;
26
2. A apuração do grau de efetividade na utilização das redes
sociais pelos Dirigentes Operacionais da Instituição, ou seja, a sua
capacidade de produzir efeitos para a Polícia Militar do Estado de São Paulo,
observando-se, como parâmetros, as características e natureza dos
conteúdos abordados, se eles são ou não de interesse da área da segurança
pública ou relacionados com assuntos corporativos, a frequência com que se
dão interna e externamente e a mensuração dos resultados alcançados com a
sua disponibilização;
3. A mensuração do nível de eficácia no uso das redes sociais
pelos Dirigentes Operacionais da Polícia Militar do Estado de São Paulo,
apurando se tal ferramenta (rede social) se apresenta como instrumento
adequado de comunicação do nível de direção ou gerencial da Instituição com
a tropa (nível operacional) e para com a comunidade em geral, bem como se
constitui em um mecanismo propício à obtenção de feedback por parte de
seus destinatários, levando em conta a existência ou não de instrumentos de
controle que permitam avaliar resultados manifestos às relações hierárquicas,
sempre que utilizadas as redes sociais; e,
4. A análise dos efeitos do uso das redes sociais na Polícia Militar
do Estado de São Paulo em face dos valores e preceitos da Instituição,
alicerçados especialmente no que se denomina cultura institucional, que se
baseia, substancialmente, nos conceitos de princípios lato sensu, estética,
hierarquia e disciplina, verificando-se as regras que devem ser postas, em
virtude das características específicas da Instituição.
É de conhecimento público que o Governo do Estado vem
incentivando políticas públicas de conhecimento e inovação, por intermédio
principalmente da Secretaria de Gestão e Planejamento.
No que diz respeito à Polícia Militar, seu Comando Geral tem
valorizado sobremaneira a área de comunicação social e tem incentivado o
uso da web para a realização de contato com o público interno e com o
externo.
Esse é um processo que propicia que a Direção da Instituição se
apresente cada vez mais perto de sua base, o mesmo acontecendo em
relação à comunidade.
27
Hoje, podemos constatar, por exemplo, que um Soldado da Polícia
Militar pode dirigir-se diretamente ao Comandante Geral da Polícia Militar
postando uma mensagem no seu Blog e obtendo daquela Autoridade uma
resposta direta.
Acrescente ainda que a Rede Social nosGov-PM, ainda que
desativada no momento, cresceu numa velocidade muito grande no período
em que esteve ativa. No dia 12 de janeiro de 2010 ultrapassou o número de
membros da Rede nosGov12 da qual se originou.
No dia 26 de janeiro de 2010 a Rede Social interna nosGov-PM
contava com 3130 membros, número significativo, considerando que o seu
potencial de crescimento foi muito superior e sua divulgação não foi realizada
institucionalmente. Em sua Conta Oficial no microblog Twitter, também
naquela data, a Instituição contava com 6482 seguidores13.
Por qualquer aspecto que se observe, este é um fenômeno que
abriga perguntas, todas elas implícitas nos objetivos acima mencionados.
Assim, o presente estudo procurou apurar: Quais reflexos esta nova relação
de comunicação poderá fazer advir para a Instituição, para os seus valores,
para os seus integrantes? Como reagirão os usuários internos e externos à
liberdade e à facilidade propiciada pela nova metodologia apresentada?
Como lidar com abusos eventualmente cometidos pelos usuários do
processo? Como mensurar a eficácia e a efetividade nos níveis de
relacionamento que estes meios propiciam?
São problemas que precisavam ser avaliados, tomando como
ponto de referência os sujeitos responsáveis por sua defesa, por sua
implantação, por sua consolidação, enfim, pela competência e legitimidade de
introduzi-la como meio de comunicação cotidiana na Instituição.
12
A Rede Social nosGov-PM se originou a partir de outra Rede criada no âmbito da
Secretaria de Gestão Pública, denominada nosGov. Foi tão grande a adesão de policiais
militares àquela Rede Social que houve a necessidade de se desmembrar outra Rede,
especificamente para os integrantes da PMESP
13
Dados atualizados em 02 de fevereiro de 2011
28
A questão de pesquisa diz respeito à percepção que os Dirigentes
Operacionais possuem dessa mídia, de sua extensão, de sua efetividade, de
sua eficácia e dos efeitos que podem produzir na cultura de uma Polícia
Militar que, por meio da ação desses homens e mulheres, coloca-se disposta
a inserir-se nas possibilidades oferecidas pela web.
No centro da investigação, portanto, a pergunta central formulada
de maneira bastante simples foi: com quais representações, com quais
imagens sobre a aplicação da mídia web atuam, em seu dia a dia, os
Dirigentes Operacionais da Polícia Militar?
Por qualquer ângulo que se observe, é nítida a iniciativa do atual
Comando da Instituição em valorizar o serviço de Comunicação Social, dentro
e fora da Instituição, por meio de atos administrativos específicos. É
necessário, no entanto, levar em conta que a Polícia Militar é uma Instituição
que se difere das demais na estrutura do Estado: composta por uma classe
de servidores distinta (militares estaduais) possui regras internas mais rígidas
e tem base, quase dogmática, na hierarquia e disciplina. Impossível que se
deixasse de considerar na pesquisa a pergunta: de que forma essa
especificidade reconhecida de forma consensual se manifesta no lidar com as
tensões que ela potencialmente cria com a realidade da web?
De forma mais direta, a questão que, sinteticamente justificou o
presente estudo foi: será possível estabelecer um equilíbrio entre a
“liberdade” do mundo da internet e o controle rigoroso, característico das
instituições que possuem base na estética militar?
Se esta é uma preocupação carregada de sentido conceitual e
prático, o estudo também encontrou legitimidade justificadora ao buscar
apurar a percepção que os Dirigentes Operacionais da Instituição possuem
sobre os caminhos que devem ser seguidos para se chegar àquele equilíbrio,
aprimorar o processo de implantação de modo que os seus resultados sejam
benéficos para a Instituição, para os seus integrantes e, principalmente para a
sociedade, à qual servimos e que é, em última análise, a razão da existência
da PMESP.
Desde o momento em que se estabeleceu o objetivo geral, situouse como eixo fundamental de investigação o papel desempenhado pelos
Dirigentes da Polícia Militar no plano operacional na implantação e
29
consolidação da rede mundial de computadores como ferramenta de
comunicação e desempenho da Instituição, por meio das redes sociais.
É um traço que toma desenho mais acabado quando foi
estabelecido o problema que orientou a pesquisa. Trabalhou-se com as
representações que informam esse grupo fundamental da Polícia Militar
quando atua em tudo o que diz respeito à aplicação da web nas tarefas sob
sua responsabilidade. Propôs-se isto sem esquecer o quadro de referências a
partir do qual essas representações serão inventariadas. E isto foi firmado na
parte em que se estabeleceram os objetivos específicos que dão concretude
ao próprio investimento de pesquisa.
Vale ressaltar, no entanto, que “extensão”, “efetividade”, “eficácia”
e “reflexo na cultura institucional”, ainda que elementos fixados no quadro de
objetivos
perseguidos
foram,
efetivamente,
considerados
campos de
indicadores. E, como tais, não só serviram de parâmetros a partir dos quais
aquelas representações foram inventariadas e analisadas, mas orientaram a
estratégia metodológica que foi construída para a realização do trabalho
científico em questão.
Isto considerado, a questão de pesquisa delineada sugeriu uma
resposta provisória que deveria ser verificada e confirmada no transcorrer do
trabalho: ela supôs que nenhum membro da Polícia Militar escapa à cultura
da própria Instituição.
Se isto se aplica a todos, possui singularidades no caso dos
Dirigentes Operacionais já que fazem parte de uma elite encarregada de zelar
pela reprodução e manutenção dos traços que a conformam como ambiente,
no qual normas, costumes e comportamentos adquirem sentido.
Assim é que a hipótese plausível para o trabalho, considerada
inicialmente foi a de que a cultura institucional, tal como encorpada pelos
sujeitos da pesquisa, o elemento que, informando práticas e linhas de
trabalho dos membros líderes da Instituição, institui limites e possibilidades às
formas como a utilização da web é entendida em sua extensão, efetividade,
eficácia e efeitos nos valores e formas de agir na vida cotidiana da Polícia
Militar.
30
A pesquisa realizada se insere no Campo das Ciências Policiais de
Segurança e Ordem Pública, de concentração da Administração e na linha de
pesquisa da Gestão e Organização.
O trabalho foi desenvolvido pelo método hipotético dedutivo, em
nível descritivo, baseado em:
1. Pesquisas bibliográficas e documentais;
2. Levantamentos de campo por intermédio de aplicação de
questionários a serem respondidos pelos Comandantes de Batalhões,
Coordenadores Operacionais e Comandantes de Companhias Territoriais,
perfazendo o total de trezentos e noventa e seis, tudo se observando a
técnica de pesquisa por amostragem não probabilística estratificada;
3. Consultas aos Comandos Gerais das Polícias Militares do Brasil
(via
web),
observando
técnica
de
pesquisa
por
amostragem
não
probabilística; e,
4. Visitas e entrevistas ou consultas às Seções de Comunicação
Social do Comando Militar do Sudeste, do Quarto Comando Aeronáutico (IV
COMAR) e do Oitavo Distrito Naval (8º DN).
Os dados utilizados na pesquisa foram variados, de fontes
primárias e secundárias e dos tipos: quantitativos, opinativos, teóricos,
conceituais e históricos, com ênfase nos dois primeiros.
A pesquisa realizada se caracterizou como sendo do tipo
exploratória ou diagnóstica, de natureza qualitativa e quantitativa.
O corte efetuado (estrato), considerando a pesquisa aplicada aos
Dirigentes Operacionais da PMESP, obedeceu a um critério extremamente
objetivo: a posição na cadeia de comando, considerada sua importância
presumida no uso dos meios de comunicação marcados pela web.
Observados os objetivos da pesquisa, o problema que a orienta e a
hipótese que antecipa seus resultados presumíveis, essa foi uma escolha que
deu consistência inicial à estratégia metodológica delineada.
Mediadoras fundamentais na cadeia de comando, as funções de
Comandante de Batalhões, Coordenadores Operacionais e Comandantes de
Companhias Territoriais supõem execução e transmissão de regras, de
ordens e orientações.
31
Ocorre que, como já foi dito anteriormente, as ações dificilmente
deixam de expressar valores incorporados. Ao que tudo indica, o ato que
realiza uma tarefa não é simples reprodução de algo assimilado de “fora para
dentro”, transmitido de “cima para baixo” e cumprido na ausência de
subjetividade.
Elas consideram experiências de vida que podem ser traduzidas
em predisposições capazes de tornarem-se manifestas em posições
hierárquicas e em situações cotidianas (ou não) enfrentadas por agentes.
E, justo porque cada uma das experiências de vida é singularmente
individual, é possível supor que, ainda que marcadas (fortemente) pela cultura
da Instituição, as ações agreguem justificativas e nuanças pautadas por uma
trajetória de vida que é única em cada um dos agentes.
Isto sendo plausível se justificou a opção pela utilização de
instrumento que coletasse informações, opiniões e atitudes que orientam
praticamente o pensar e o agir desses segmentos da oficialidade da PMESP.
De fato, o uso de um questionário que averiguasse com o máximo
de profundidade possível a percepção que os sujeitos possuem sobre o
objeto de estudos em questão foi momento fundamental e indispensável da
pesquisa. Supôs-se que ele fornecesse as representações utilizadas na
caracterização dos conceitos-eixos do trabalho.
Assim, coube ao questionário um levantamento das formas como é
definida a extensão do uso das redes sociais pelos Dirigentes Operacionais
da Polícia Militar. Ainda que vagas, essas noções marcadas por um senso
comum que deverá mostrar-se típico de uma classe de usuários corporativos
(Comandantes de Companhia Territorial, Coordenadores Operacionais e
Comandantes de Batalhões), uma vez cotejadas e analisadas criticamente,
permitiram a identificação de seus componentes constitutivos.
Optou-se por estabelecer classificações objetivas que permitiram
traduzir aqueles componentes oferecidos pelo imaginário dos usuários em
dimensões efetivas daquilo que será instituído com consistência como
conceito de extensão. Este foi um passo decisivo, desencadeado a partir dos
questionários, com todos os outros eixos de análises já explicitados acima.
32
Depois deste procedimento realizado o trabalho passou para a sua
fase derradeira que foi a de análise-diagnóstica sobre a utilização dos meios
da web no cotidiano da Polícia Militar.
Dada a complexidade da estratégia metodológica, um projeto piloto
foi realizado na área do Comando de Policiamento do Interior -3 (Região de
Ribeirão Preto). Seu objetivo foi o de colocar à prova não apenas o
instrumental previsto para a análise, mas também o referencial teórico
conceitual aí envolvido.
O trabalho foi composto de sete capítulos, sendo o primeiro uma
contextualização da internet e das redes sociais, abordando inicialmente o
histórico da internet, conceitos gerais relacionados a redes sociais,
apresentação das principais redes sociais existentes na internet e suas
funcionalidades e breve exposição sobre o Blog PolicialBR, exemplo de
sucesso como rede de interação entre militares brasileiros. O segundo
capítulo abordou cases relacionados com o uso de redes sociais, no mundo e
no Brasil, e que demonstraram a força e a capacidade de mobilização das
redes sociais. No terceiro capítulo foi feita uma abordagem sobre o uso das
redes sociais pelos Governos e Instituições Públicas e, neste contexto,
apresentada informação sobre a utilização das redes sociais no âmbito do
governo do Estado de São Paulo, na Polícia Militar do Estado de São Paulo e
uma abordagem sobre o perfil das gerações na PMESP. No quarto capítulo
se abordou a questão do uso das redes sociais pelas Instituições Policiais e
Militares, abordando como isso de dá na Polícia Inglesa, em levantamento
realizado durante a Jornada Internacional de Polícia Comparada, realizada
durante do Programa de Doutorado, o uso nas Forças Armadas e em
quatorze Polícias e Bombeiros Militares Brasileiros que responderam à
consulta realizada. O quinto capítulo foi destinado à apresentação do
processo metodológico utilizado para a realização da pesquisa. No sexto
capítulo foi feita a descrição e a análise dos resultados alcançados. O sétimo
capítulo foi destinado à apresentação de proposta em função dos resultados
alcançados na pesquisa. Por fim, foram expostas considerações finais sobre a
pesquisa realizada. A Tese conta em sua fase pós-textual com três Anexos e
nove Apêndices, todos relacionados com o objeto de estudo.
33
1
Contextualização da Internet e das Redes Sociais
De acordo com as teorias de Tofler (1970) em obra de autoria de
Pinheiro (2007):
a evolução da humanidade poderia ser dividida em três ondas: a
primeira delas teve início quando a espécie humana deixou o
nomadismo e passou a cultivar a terra, sendo denominada como
Era Agrícola (g.n). Esse período teve por base a produtividade da
terra como instrumento de riqueza e poder (TOFLER, 1970 APUD
PINHEIRO, 2007, p.6).
Numa etapa posterior, ainda de acordo com o mesmo autor surge
uma segunda onda que teve início com a Revolução Industrial, período em
que a riqueza passa a ser uma combinação de propriedade, trabalho e
capital. Seu ápice se dá com a Segunda Guerra Mundial, em que o modelo de
produção em massa mostra sua face mais aterradora, a morte em grande
escala, causada pelo poderio industrial das nações envolvidas no conflito
(TOFLER, 1970).
Como em toda transição, a chegada da terceira onda, denominada
de Era da Informação, começou a dar seus primeiros sinais ainda antes do
apogeu da segunda onda, com a invenção dos grandes veículos de
comunicação, como o telefone, o cinema, o rádio e a TV, num período de
cinquenta anos entre o final do século XIX e o início do século XX. Esses
veículos, nos quais trafegam volumes crescentes de informação – a
característica central da terceira onda – conheceram sua expansão ainda a
serviço do modelo de produção em grande escala, de massificação,
centralização de poder e estandardização ditado pela Era Industrial.
Ainda de acordo com Tofler (1970) é o surgimento da tecnologia
digital, culminando na criação da internet, que permite a consolidação da
terceira onda, pela inclusão de dois novos elementos: a velocidade, cada vez
maior na transmissão de informações, e a origem descentralizada destas.
Castells (2003) em sua obra “A Galáxia da Internet: Reflexões
sobre a Internet, os Negócios e a Sociedade” afirma que é a internet o tecido
de nossas vidas numa sociedade moderna.
A internet é, portanto, o meio que estabelece ligação entre as
pessoas, considerando que cada uma delas é um elo, nesta grande teia que
forma o que se conhece por sociedade.
34
Shittine (2004) nos revela que o indivíduo, que cada vez mais
procura o isolamento, vê na internet (e neste pormenor inclui, por via indireta
as redes sociais) uma possibilidade de se relacionar com o mundo: o
computador passa a exercer papel inclusivo, interligando as pessoas entre si,
sem que necessitem estar próximas fisicamente.
Prossegue a mesma autora afirmando que um fator decisivo neste
contexto é o tempo: as pessoas passam a ter possibilidade, por intermédio da
internet, de se comunicar com várias outras ao mesmo tempo, mesmo que
estejam elas muito distante uma das outras (SHITTINE, 2004).
Castells (2003) sintetiza a importância que a internet tem para a
vida das pessoas na atualidade comparando a tecnologia da informação hoje,
com o que representou a eletricidade durante a Era Industrial.
Castells ainda acentua que:
A internet foi concebida, desde o princípio, como uma tecnologia de
comunicação livre, ou seja, passível de ser utilizada por todos. Mais
ainda, arquitetada como ‘maleável’, ou seja, passível de se
modificar a partir das alterações nas práticas sociais e das novas
experiências, bem como de provocar mudanças, considerando o
fato de ser ela “a expressão de nós mesmos através de um código
de comunicação específico, que devemos compreender”.
(CASTELLS, 2003: p.11).
Pode-se
dizer
que
a
internet
se
integrou
na
sociedade,
revolucionando a forma de comunicação entre as pessoas e, internamente
nos grupos, também chamados de redes, fazendo nascer um novo padrão
sociotécnico.
Ainda sobre o assunto, acrescenta Rossini (2002):
A internet é a rede mundial de computadores, que em última e
singela análise, nada mais é do que um grande computador
interligado, pois cada pessoa que o acessa, nele se insere e dele
passa a fazer parte, naquele momento e através da “autoria mediata
da internet”, do provedor ou portal. No momento em que o usuário
acessa a internet, se “pluga”, sua máquina passa a compor o
“Grande Computador” e na medida em que endereços são
digitados, novos contatos se estabelecem por qualquer finalidade
(ROSSINI, 2002, p. 135).
Cria-se, portanto, com a internet, novo modelo social, cujas regras
necessariamente não coincidem com as regras normais da convivência em
grupo.
Para Lerma (1999) a internet caracteriza-se por ser um meio
universal de comunicação de baixo custo, sendo composta por um conjunto
35
de redes interconectadas, que permitem a comunicação entre milhões de
usuários de todo o mundo, gerando um imenso grupo de recursos de
informação, em forma de imagens, textos, gráficos e sons.
Completa, a respeito do assunto, Castells (2003), em sua obra já
citada, que a internet se constitui na base tecnológica da organização que se
estruturou em decorrência da Era da Informação: as redes.
Conclui-se que os autores estudados consideram a internet o
alicerce de um novo conceito de sociedade, com novas formas de
relacionamentos e cuja característica marcante é a velocidade com que
transitam informações e rompem-se as fronteiras físicas.
As grandes vantagens das redes, enquanto organizações sociais
são a sua flexibilidade e capacidade de adaptação que lhe são próprias e
permitem a sobrevivência e a prosperidade em um ambiente onde a mudança
é constante. Esta característica, própria das redes sociais tradicionais, se
aplica também às redes que se estabelecem no ambiente virtual.
Castells (2003) aponta ainda que nova estrutura social baseada em
redes nasceu no final do século XX, tendo como base os seguintes
processos: a exigência da economia por flexibilidade administrativa e
globalização do capital, da produção e o comércio; os valores da liberdade
individual e da comunicação.
De acordo com Negroponte (1995) nós vivemos em uma era em
que os átomos estão sendo substituídos pelos bits, ou seja, o meio digital
predomina sob o meio físico – esta mudança que se apresenta é irrevogável e
não há como impedi-la, pois é aceita socialmente: as pessoas preferem, pela
praticidade e pela rapidez de transmissão, os dados eletrônicos em
detrimento da sua versão física. As revistas, os livros, a música gravada, os
jornais, tudo agora é predominantemente digital.
Já Lévy (1993) acentua que novas maneiras de pensar e de
conviver estão sendo elaboradas no mundo das telecomunicações e da
informática. As relações entre os homens, o trabalho, a própria inteligência
dependem, na verdade, da metamorfose incessante de dispositivos
informacionais de todos os tipos.
Por sua vez, Recuero (2009) relata, em prestigiada obra de sua
autoria, que:
36
O advento da comunicação mediada pelo computador provocou
profundas mudanças nas relações sociais: na sua organização,
identidade, formas de dialogar e até na sua mobilidade (RECUERO,
2009, p. 16-17).
As considerações trazidas a respeito desta nova forma de se
relacionar socialmente estabelecida pela internet (e pelas redes sociais) são
de fundamental importância para compreender como uma Instituição que
oferta serviço público na área da segurança pública, no caso em estudo a
Polícia Militar do Estado de São Paulo, pode maximizar a sua interface com a
sociedade a partir do seu uso (da internet e das redes sociais), sem que isso
comprometa substancialmente a sua cultura institucional.
1.1
Breve Panorama Histórico da Internet
De acordo com Castells (2003) a origem da internet tem como
origem a Arpanet, uma rede computacional, montada em setembro de 1969
por uma agência americana conhecida pela sigla ARPA (Advanced Research
Projets Agency).
Prossegue o mesmo autor enfatizando que a ARPA teve sua
criação pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América no ano
de 1958, com o propósito de alavancar recursos para pesquisas científicas
com o fito de obter superioridade tecnológica militar em oposição à União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas, que um ano antes tinha lançado o primeiro
Sputink.
A Arpanet era um programa restrito de um dos Departamentos da
ARPA, o Information Processing Techniques Office (IPTO), criado em 1962,
que tinha como objetivo principal o estímulo à pesquisa em computação
interativa: a Arpanet foi estruturada como forma de permitir que os diversos
centros de computadores e grupos de pesquisa compartilhassem informações
on line.
A tecnologia usada pelo IPTO foi a de comutação por pacote,
desenvolvida pelo pesquisador Paul Baran e por Donald Davies, e consistia
em uma rede de comunicação descentralizada, flexível, que havia sido
apresentada ao Departamento de Defesa Americano para uso militar.
37
Os primeiros nós destas redes foram instalados em quatro
Universidades Americanas em 1969, estendendo-se para outros 11 centros
de pesquisa em 1971.
Em 1972 houve a primeira apresentação bem sucedida da Arpanet
em uma conferência internacional na cidade de Washington.
Em 1973 houve a introdução do conceito de rede de redes, em
virtude da necessidade que se apresentava de se conectar a Arpanet com
outras redes de comunicações existentes, visando ampliar o seu alcance.
Foram Robert Kahn e Vint Cerf, ainda no ano de 1973, os primeiros
pesquisadores a desenvolver um artigo propondo uma arquitetura básica para
o que hoje chamamos de internet: o fundamento do trabalho dos estudiosos
estava no entendimento de que as redes, para que pudessem se comunicar
umas com as outras, necessitavam de protocolos de padronização – isto foi
alcançado parcialmente naquele mesmo ano durante um seminário em
Stanford, por um grupo de pesquisadores que criaram o projeto do protocolo
de controle de transmissão, conhecido pela sigla TPC.
Posteriormente o protocolo TPC foi dividido em duas partes,
acrescentando um protocolo intrarrede, cuja sigla é popularmente conhecida
por IP, gerando então o protocolo TCP/IP, cuja operação na internet perdura
até os dias de hoje.
No ano de 1975 houve uma expansão da comunicação nas
diversas unidades militares americanas, com a adoção de conexões via
protocolo TCP/IP.
Por medida de segurança, em 1983, o Departamento de Defesa
dos EUA criou outra rede, independente e somente para uso pelos militares.
Uma instituição de pesquisa, a National Science Foundation (NSF),
criou uma rede própria em 1984.
A Arpanet tornou-se obsoleta em 1990, sendo retirada de
operação. Este foi o marco da libertação da internet do controle dos militares,
passando a NSF a administrá-la: tal situação, porém, perdurou por pouco
tempo, havendo em seguida a privatização da internet, passando ela a ter o
perfil que hoje se conhece.
O início da década de 90 marcou a criação de diversas redes e o
estabelecimento de suas portas de comunicação em bases comerciais,
38
fazendo que a internet experimentasse crescimento rápido como uma rede
global de redes de computadores.
Tudo isso foi possível graças ao projeto original da Arpanet, cuja
base era uma arquitetura em camadas múltiplas, descentralizada e com
protocolos de comunicação abertos.
Portanto, em meados de 1990, a internet já era completamente
privatizada e sua arquitetura aberta permitia a interconexão de computadores
e redes em qualquer ambiente do planeta.
A World Wibe Web, cuja sigla é WWW, funcionava com software
adequado, e navegadores fáceis já estavam a disposição do público
interessado.
Para a maioria das pessoas foi em 1995 que a internet nasceu de
fato, em razão do uso extensivo que dela se passou a fazer como verdadeira
rede de conexão entre as pessoas e as redes, como assistimos até os dias
atuais.
Neste contexto pode-se afirmar que foi nos anos finais do segundo
milênio, que a internet apareceu para oferecer ao mundo, de forma inédita até
então, a comunicação de muitos com muitos, em momento escolhido
livremente pelo usuário e em nível universal, fazendo a humanidade ingressar
em uma nova Era: a da Comunicação.
A influência da internet não está apenas na quantidade de pessoas
que a utilizam, mas também na qualidade de seu uso e também por envolver
as áreas econômica, social, política, cultural, entre outras.
Em virtude da nova realidade trazida pela internet, e das redes
sociais nela estabelecidas, pode-se dizer que, modernamente, não estar nela
incluído é uma das formas mais perversas e danosas de alijamento ou
restrição aplicadas à pessoa humana, especialmente nas esferas econômica
e cultural.
Em suma, considerando a realidade dos dias atuais, pode-se dizer
que o direito ao acesso à comunicação pela internet se alçou à categoria de
direito da pessoa humana.
39
1.2
Conceitos Gerais sobre Redes Sociais
“Uma revolução tecnológica concentrada nas tecnologias da
informação começou a remodelar a base material da sociedade em ritmo
acelerado” (CASTELLS, 2006: p.39).
As redes sociais, estabelecidas a partir de uma plataforma na
internet modificaram a forma de as pessoas se relacionarem e interagirem
socialmente, estabelecendo novo modelo de comunicação: de um lado muito
veloz e de outro propiciando cadeias de pessoas, empresas ou instituições.
Castells (2006) enfatiza que:
As redes globais de intercâmbios instrumentais conectam e
desconectam indivíduos, grupos, regiões e até países, de acordo
com a sua pertinência na realização dos objetivos processados na
rede, em um fluxo contínuo de decisões estratégicas. Segue-se uma
divisão fundamental entre o instrumentalismo universal abstrato e as
identidades particularistas historicamente enraizadas. Nossas
sociedades estão cada vez mais estruturadas em uma oposição
bipolar entre a Rede e o Ser (CASTELLS, 2006: p. 41).
De outro lado Ferrari (2007) afirma que o espaço na internet, por
ter mais plasticidade e ser mais elástico, permite-nos misturar, articular e
incorporar formatos não textuais em textuais, imagéticos em sonoros e viceversa – tudo em fluxo de negociações intersemióticas.
Prossegue a conceituada autora enfatizando que a web somos
nós, pois a sociedade atual move-se em torno das pessoas, das suas
histórias, de seus costumes, suas experiências de vida, enfim, da informação
individualizada.
As relações estabelecidas nas redes sociais e pela internet
ocorrem de modo a
não observar
integralmente
os conceitos de
relacionamento tradicionais, típicos das relações interpessoais, consideradas
estas fisicamente.
Recuero (2009), a respeito da comunicação estabelecida a partir
do computador registra:
O advento da comunicação mediada pelo computador provocou
profundas mudanças nas relações sociais: na sua organização,
identidade, formas de dialogar e até na sua mobilidade. Afirma que
ela trouxe um significativo aumento na capacidade de conexão,
fazendo nascer o que hoje conhecemos como Redes Sociais. Essas
Redes são atualmente protagonistas na difusão de informações,
pois conectam não apenas máquinas, mas principalmente pessoas
(RECUERO, 2009, p. 16-17).
40
Importante o destaque da pesquisadora, uma vez que é evidente
que a comunicação estabelecida com a mediação do computador se modifica
em suas características mais comuns, consideradas fisicamente: a ligação
não se limita a ser entre as máquinas, mas sim entre pessoas, que falam por
si, por empresas ou instituições e que se representam de uma forma mais
complexa do que se daria sem a existência da internet (e das redes sociais
nela existentes).
Para Donath (1999) a percepção do outro é essencial para a
interação humana. Ela mostra que no ciberespaço, pela ausência de
informações que geralmente permeiam a comunicação face a face, as
pessoas são julgadas e percebidas por suas palavras.
Na comunicação face a face outros aspectos além da linguagem
propriamente dita são considerados: a entonação da voz, o tipo de escrita, o
gestual do corpo, a velocidade com que as palavras são colocadas no
diálogo, entre outros.
Isso obviamente não é perceptível nas redes sociais, onde as
pessoas são analisadas pela forma com que se apresentam, e que,
eventualmente, podem não ser de fato uma realidade.
Entretanto, como já registrado anteriormente, trata-se de novo
modelo de estabelecimento de contatos, com particularidades diferentes da
forma tradicional e que, entende-se, permite ampliação da comunicação entre
as pessoas, empresas e Instituições.
Para Recuero (2009):
As interações geradas nas internet pelas redes sociais são
chamadas de glocal (sic), e indicam que as relações estabelecidas,
ao mesmo tempo possuem características globais, não perdendo,
todavia, as suas feições locais, existindo nos dois níveis ao mesmo
tempo (RECUERO, 2009, p. 44).
De fato é muito perceptível tal característica nas redes sociais, ou
seja, embora possa ser estabelecida para provocar efeitos entre as pessoas
que a compõem, dadas as características da internet e dos “nós” nela
estabelecidos, os reflexos podem se dar em pontos fisicamente muito
distintos.
Bom exemplo disso pode ser a comunicação em uma rede social
qualquer de um mau atendimento em determinado estabelecimento
41
comercial: embora o interesse possa até o de ser, num primeiro momento, o
de ter ressarcido um prejuízo ou exigido um direito, a partir do momento em
que o assunto é divulgado em uma rede social ele pode provocar reflexos em
todas as filiais desta loja, afetando, por exemplo, a sua imagem e a sua
credibilidade.
Já Nicolis e Prigogine (1989) afirmam que:
as redes são sistemas dinâmicos e, como tais, sujeitos a processos
de ordem, caos, agregação, desagregação e ruptura (NICOLIS e
PRIGOGINE, 1989 APUD RECUERO, 2009, p. 80).
Para Solis (2010), as redes sociais são um imenso caldeirão onde
emergem e convivem diversas culturas.
Fica evidenciado que as redes sociais se constituem de forma
sistêmica e que, permitindo democraticamente a participação de todos, num
processo que se denomina de inclusão digital, propicia uma troca constante
de experiências, culturas, informações, etc., fazendo com que as pessoas que
nela interajam se influenciem umas pelas outras, apenas pelo contato
estabelecido no mundo virtual, daí a complexidade que as envolve.
Compreende Meira e Meira (2004), em sua obra, como sendo
redes sociais na área computacional aquelas que visam a formação de
amizades e/ou a disseminação de informações e conhecimentos.
De outro lado, Lévy (2009) conceitua rede social como um meio de
comunicação entre os indivíduos para que estes aprendam com a
comunidade.
As redes sociais são ainda analisadas por meio de diversas
técnicas metodológicas e procedimentos analíticos: para Boyd e Ellison14
(2007) os sites de redes sociais são serviços baseados na web, que permitem
aos indivíduos a construção de perfil público ou semipúblico dentro de um
sistema limitado, a articulação de uma lista de outros usuários com quem
compartilham uma ligação, e a visão e a possibilidade de percorrer as
ligações feitas por outras pessoas dentro do sistema.
14
BOYD, D. & ELLISON, N. Social Network Sites: Definition, History, and Scholarship. Disponível em
<http://jcmc.indiana.edu/vol13/issue1/boyd.ellison.html>. Acesso em: 12.03.2010.
42
Finalmente, as redes sociais podem ser consideradas como
aplicações que suportam um espaço comum de interesses, necessidades e
metas semelhantes para a colaboração, a partilha de conhecimento, a
interacção (sic) e a comunicação15 (PATRÍCIO e GONÇALVES Apud
PETTENATI et al., 2006, BRANDTZAEG et al., 2007).
1.3
As Principais Redes Sociais Existentes na Internet e suas
Funcionalidades
Segundo Gary Hamel, em entrevista concedida a Braun (2011)
publicada na revista HSM Management, em razão da adaptabilidade da web,
bem como de suas possibilidades inspiradoras, ela se torna capaz de
envolver pessoas (empresas e instituições) em uma infinidade de alternativas
de interação, seja nas relações interpessoais, seja no mundo dos negócios,
seja nas relações com o setor público.
O mesmo entrevistado prossegue, afirmando:
As empresas precisam ter capacidade de adaptação bem maior, ser
inovadoras na nova economia criativa, e os processos centrais que
herdamos da era industrial não são suficientes (BRAUN, 2011,
p.61).
Embora seja um conceito, em princípio aplicável à iniciativa privada,
temos que também é bastante oportuno e pertinente ao setor público,
especialmente na prestação de serviços, pois cada vez é mais crescente o
desejo por uma gestão de qualidade, que contemple ações de inovação na
relação entre governo (e seus representantes/servidores) e a sociedade em
geral.
Neste contexto, a internet e as redes sociais se apresentam como
ferramenta importante por possibilitar uma ampliação na relação entre
governo e cidadãos, modificando o paradigma de como este contato é
estabelecido, quer seja em relação a sua forma, quer em relação ao seu
conteúdo, quer em relação à velocidade em que acontece.
15
PATRÍCIO, R. e GONÇALVES, V.. Facebook: rede social educativa?. Artigo publicado no I
Encontro Internacional TIC e Educação. Bragança. 2010 Disponível em <
http://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/3584/1/118.pdf>. Acesso em 16 jul. 2011.
43
Conclui o Hamel em sua entrevista dada a Braun (2011):
[...] o desafio é ser revolucionário e evolucionário, mudar
automaticamente a maneira como as pessoas conquistam o poder e
o usam. Este é o desafio quanto observamos como temos de
mudar: sermos revolucionários em nosso pensamento e
evolucionários na execução (BRAUN, 2011, p.62).
Numa
contextualização
mais
diretamente
relacionada
com
a
segurança pública, Carvalho (2010), em estudo sobre o assunto, apontou
que:
As Políticas de Segurança Pública necessitam de novas formas de
combate à violência, que não apenas a penalidade, mas formas que
sustentem a prática da cidadania e do Estado Democrático de
Direito (CARVALHO, 2010, p.9).
Neste sentido, a mesma autora assinala:
A liberdade que as mídias sociais trazem ao debate do tema
Segurança Pública, uma vez que não há um controle do que pode
ou não ser falado, exceto quando se tratam de participantes
identificados diretamente ligados a alguma Instituição, oferece ao
leitor uma gama de informações jamais alcançada pela mídia
tradicional, capaz de trazer uma crítica imediata e sem
intermediários (CARVALHO, 2010, p. 10).
As redes sociais utilizadas na área da segurança pública podem
apresentar resultado extremamente favorável à sociedade, que poderá
receber informações importantíssimas sobre assuntos relacionados com
prevenção, criminalidade, violência entre outros, em tempo muito inferior
àquele a que está acostumado a receber pelos meios de comunicação
tradicionais.
Mas em idêntica dimensão, as redes sociais também são importantes
para as Instituições responsáveis pela prestação de serviços na segurança
pública pelo fato de que elas terão a oportunidade de se aproximar ainda mais
de seu público de interesse, o que resultará em uma prestação de serviços
com maior qualidade, bem como poderá ter da sociedade um feedback mais
fidedigno, além do que poderá ter melhorias em relação à sua imagem.
Justificada a importância das redes sociais para a área da segurança
pública, serão apresentadas a seguir as principais redes existentes
atualmente na internet, sua funcionalidade e, especialmente, a sua aplicação
pelas Instituições que atuam nesta área do serviço público.
44
1.3.1
Facebook
Trata-se de uma rede social que proporciona uma vasta lista de
ferramentas e aplicações que permitem aos usuários comunicar e partilhar
informações, assim como controlar quem pode acessar a um conteúdo
específico ou realizar determinadas ações (EDUCASE, 2007).
Criada oficialmente em janeiro de 2004 por Mark Zuckerberg, Dustin
Moskovitz, Eduardo Saverin e Chris Hugnes, todos ex-estudantes da
Universidade de Harvard, a rede social Facebook tinha em princípio a
pretensão de ser fechada, destinada apenas aos seus alunos.
Posteriormente foi expandida para outras Universidades americanas
e, num momento seguinte, também foi aberta a alunos de escolas de segundo
grau, com a limitação de acesso a pessoas com idade a partir dos 13 anos de
idade.
Empresas também passaram, a partir de 2006, a ter acesso ao
Facebook.
Segundo
estatísticas
da
própria
rede16,
existem
atualmente
setecentos e cinquenta milhões de usuários ativos nela cadastrados.
É, segundo o Alexa17, o website que ocupa a sétima posição em
números de acessos na internet.
Considerando o número de acessos via Google, o Facebook ocupa a
primeira colocação, de acordo com levantamentos realizados pela Ad Planner
16
Disponível em < http://www.facebook.com/press/info.php?statistics>. Acesso em 18 jul.
2011
17
O Alexa Internet Inc. é um serviço de internet da Amazon que afere a quantidade de
usuários da Internet que acessam um determinado sítio da web. Em Alexa.com, pode-se
entrar em um endereço de site da web e conhecer o nível de visitas em termos quantitativos
do site. Importante assinalar que os dados são obtidos por amostragem e aproximação, não
sendo considerados em 100% de certeza, especialmente nos casos de sites menores ou
locais. Além de trazer em seu site a colocação (ranking) mundial de visitas a um determinado
site, o Alexa.com traz também a possibilidade de ver a classificação nacional. É uma fonte
para se ter uma ideia do que se faz na internet.
45
Top 100 sites18, divulgados em abril de 2011, registrando oitocentos e oitenta
milhões de visitas e um alcance mundial na ordem de 47,2 %.
Estatísticas da própria rede social apontam que cada usuário do
Facebook possui em média cento e trinta contatos a ele relacionados e a
média de tempo de acesso mensal por usuário gira em torno de setecentos
minutos.
No Brasil estimava-se, em junho de 2011, que o número de usuários
do Facebook seria de por volta de dezenove milhões de usuários e a taxa de
crescimento mensal em relação à participação nesta rede social seria na
ordem de 10%19.
Trata-se de um website de adesão gratuita para usuários, empresas e
instituições e com renda proveniente de publicidades realizadas no próprio
site.
Cada usuário é responsável pela criação de seu perfil que podem
incluir fotos e informações pessoais que seja do seu interesse divulgar aos
demais usuários da rede.
As mensagens entre usuários, chamados de Amigos na rede social,
podem se dar em ambiente público, em espaço denominado Mural ou de
forma privada, observando método semelhante ao envio de e-mails
tradicionais.
Existe controle em relação às informações sobre os usuários, sendo
elas disponibilizadas apenas àqueles com as quais tem contato e que fazem
parte de sua rede de amigos confirmados.
As principais funcionalidades do Facebook são:
a.
Mural: espaço existente na página do usuário que permite a
troca de mensagens de forma pública com os demais membros de sua rede
de contatos. Usado normalmente para deixar recados e avisos temporários;
b.
Marketplace: espaço que pode ser utilizado para publicação de
anúncios gratuitos sobre assuntos específicos;
18
Disponível em <http://www.google.com/adplanner/static/top1000/index.html>. Acesso em
18 jul. 2011.
19
Disponível em <http://tecnologia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2011/06/13/brasil-tema-maior-taxa-de-crescimento-no-facebook-rede-alcanca-687-mi-de-usuarios.jhtm>.
Acesso
em 18 jul. 2011.
46
c.
Toque: recurso usado para chamar a atenção de outros
usuários, permitindo ampliação da interação entre os membros da rede social;
d.
Status: permite ao usuário informar aos seus contatos
informações sobre seu paradeiro e as ações que desenvolve em determinado
momento;
e.
Eventos: servem para dar notícia de eventos que serão
realizados, para organizar atividades ou apenas para noticiar o que se passa
no momento;
f.
Aplicativos: existe na rede uma série de aplicativos que são
atualizados continuamente e que vão desde jogos interativos até estatísticas
de acessos á página do usuário, entre inúmeros outros;
g.
Facebook Vídeo: permite a adição de vídeos na página do
usuário, diretamente pelo computador ou também pelo telefone celular;
h.
Facebook Móvel Grátis: estabelecido a partir de 2010, a partir de
uma parceria entre a operadora TIM e a rede social, permite o acesso à rede
de forma gratuita.
Pode-se verificar que, em função das funcionalidades do Facebook, o
seu uso pela Polícia Militar pode ser muito interessante, na medida em que
permite uma série de alternativas para comunicação e interação com o
público externo e interno.
Informações de interesse público, como notícias e resultados sobre
operações, dicas de segurança, avisos sobre serviços oferecidos podem ser
divulgados no Mural da página de determinada Unidade.
Eventos articulados pela OPM, como, por exemplo, formaturas,
reuniões comunitárias, reuniões de Consegs podem ser apresentados em
espaço específico na rede social.
Vídeos de caráter educativo ou outros de interesse institucional
também podem ser também divulgados com muito sucesso nesta rede social.
É, portanto, uma rede social que pode contribuir substancialmente
como ferramenta de comunicação social pela Instituição, em função das
inúmeras funcionalidades apresentadas.
47
A PMESP possui uma conta Oficial na rede social Facebook, no
endereço
http://www.facebook.com/profile.php?id=10000252483459220,
contando atualmente com 315021 amigos.
No mês de junho de 2011 foi emanada determinação por parte do
Comando Geral da PMESP no sentido de que todas as OPM criassem contas
no Facebook, o que vem acontecendo paulatinamente desde então.
1.3.2
Twitter
É uma rede social do tipo microblog caracterizada por permitir aos
usuários nela cadastrados receber e enviar mensagens de atualizações
pessoais (e institucionais no caso de empresas e Corporações) de até cento e
quarenta caracteres, denominados como tweets.
As atualizações ocorrem em tempo real e são disponibilizadas
imediatamente nos perfis dos demais usuários registrados como Seguidores,
que são as pessoas cadastradas no perfil de quem emite a mensagem
eletrônica.
Pela internet o serviço não é cobrado, porém, se utilizado pelo
sistema de telefonia (SMS) pode haver tarifação pela operadora telefônica.
O Twitter foi criado por Jack Dorsey no ano de 2006 e desde o
princípio teve uma expressiva aceitação pelos usuários de redes sociais,
principalmente em virtude de sua simplicidade e facilidade de uso. Sua
popularização foi muito rápida.
Estima-se que esta rede social tinha em outubro de 2010 mais de
setenta e cinco milhões de usuários com contas ativas, sendo pesquisa
realizada pela companhia de análise e acompanhamento on-line RJ Metrics,
divulgado pelo site britânico Inquirer22, muito embora se acredite que apenas
quinze milhões são altamente ativos nesta rede social.
20
Disponível em http://www.facebook.com/profile.php?id=100002524834592. Acesso em 19
jul. 2011.
21
Dados atualizados em 19 de julho de 2011
22
Disponível em http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL1467740-6174,00.html.
Acesso em 18 jul. 2011.
48
No entanto, em seu site23, o Twitter informou que no ano de 2010 o
número total de usuários cadastrados era da ordem de cento e setenta e
cinco milhões.
O Twitter permite a integração com outras redes sociais, de modo a
permitir que a mensagem por ele enviada se reproduza em outros veículos de
comunicação e vice-versa.
Permite também que, por meio de redes sociais dele derivadas, sejam
enviados fotos e vídeos.
Modernamente tem sido uma das redes sociais (ao lado do Facebook)
mais usadas como ferramenta de mobilização de pessoas para manifestações
sociais,
podendo-se
destacar
os
movimentos
no
Oriente
Médio,
especialmente no Egito onde houve a queda do Presidente Hosni Mubarak,
como emblemático para demonstrar a sua força.
No Brasil também o uso do Twitter foi constatado por ocasião da
mobilização para a Marcha da Maconha (posteriormente denominada
Marcha da Liberdade de Expressão) e do movimento em favor da
construção da estação de metrô de Higienópolis.
Outra aplicação bastante importante que vem sendo dada a esta rede
social é o seu uso como meio publicitário, especialmente com o propósito de
divulgar marcas das empresas.
A força do Twitter no Brasil pode ser verificada no fato de que a língua
portuguesa é, para alguns institutos de pesquisa a terceira e, para outros, a
segunda mais utilizada nesta rede social.
Em relação ao uso desta rede social pela PMESP, tem-se que este
uso já vem ocorrendo de forma muito exitosa: a Instituição possui uma conta
no endereço @PMESP sendo certo que em pesquisa realizada no dia 18 de
julho de 2011, a Instituição tinha postado 2059 mensagens e possuía 10299
seguidores.
Também possui uma conta muito concorrida no Twitter o Corpo de
Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo (@BombeirosPMESP)
que, na mesma data tinha postado 6858 mensagens, tendo 5006 seguidores.
23
Disponível em http://www.twitter.com. Acesso em 18 jul. 2011
49
O Twitter tem sido usado pela Instituição em consonância com outras
contas em redes sociais (Blaving e Facebook, por exemplo), para divulgar
assuntos de interesse da sociedade, especialmente dicas de segurança e
ocorrências policiais e ações de resgate, busca e salvamentos.
1.3.3
Youtube
O Youtube é uma rede social, de origem americana, fundada no ano
de 2005 por Chad Hurley, Steve Chen e Jawed Karim, cujo objetivo principal é
o de armazenar e compartilhar vídeos digitais.
É o mais popular site deste gênero, possuindo mais de 50% do
mercado.
Foi recentemente comprado pela Google numa transação comercial
de mais de um bilhão e seiscentos e cinquenta milhões de dólares.
No ano de 2006 foi apontada pela revista americana Times como a
maior invenção do ano, pelo fato de haver, segundo os julgadores, criado uma
nova forma para as pessoas se entreterem, se educarem e interagirem de
uma forma nunca antes experimentada na história.
Podem ser enviados para o Youtube vídeos de até quinze minutos de
duração ou dois gigabytes de tamanho e estes são formatados em padrão de
excelente qualidade para depois ser disponibilizados ao acesso público.
O acesso a esta rede social também pode se dar por meio de
telefonia celular através da interface web em m.youtube.com, bem como
existe disponível um canal de televisão, denominado “Youtube TV Channel”,
que exibe vídeos hospedados no Youtube,
Esta rede social teve uma série de problemas em diversos países em
virtude do material divulgado em seu site, havendo locais em que chegou a
ser bloqueada (Brasil, China, Marrocos, Emirados Árabes, Turquia entre
outros). Também são muito comuns ações nas Justiças dos países por conta
de imagens não autorizadas divulgadas por este canal de comunicação.
No Brasil esta rede social ocupa a sexta posição em números de
acessos.
50
A PMESP já possui uma conta no site Youtube24, criada em 14 de
janeiro
de
2011,
no
http://www.youtube.com/user/sppoliciamilitar?feature=mhum,
endereço
possuindo
atualmente inscritos em sua página cento e cinquenta e três pessoas e um
total de cinquenta e quatro vídeos enviados, conforme dados apurados em 18
de julho de 2011.
Estão lá inseridos vídeos sobre comentários a respeito de
ocorrências,
entrevistas
com
personalidades
importantes,
vídeos
de
solenidades e eventos e até uma entrevista coletiva dada pelo Comandante
Geral da PMESP.
O número de acessos à página da PMESP no Youtube apurado até o
dia 18 de julho de 2011 era de 16971.
1.3.4
Orkut
Trata-se de uma rede social filiada ao Google, fundada em 2004,
tendo o seu nome dado em homenagem ao seu projetista, o turco Orkut
Büyükkökten.
O Brasil é o país que tem o maior número de usuários desta rede,
razão pela qual a Google inclusive transferiu sua sede para o Brasil: em 2008
eram mais de vinte e oito milhões de usuários.
Trata-se na essência de um site de relacionamento, onde são
expostas informações sobre o perfil do usuário, fotos e realizada a troca de
mensagens, chamadas de recados, apresentados pelo proprietário da conta
e recebida daqueles que se cadastram como seus amigos, os quais devem
ser obrigatoriamente aceitos pelo dono do perfil para com ele interagir.
Há possibilidade de diálogos por meio de chat, criado em uma versão
mais recente do Orkut, no ano de 2009.
É muito comum no Orkut a criação de perfis Fakes, que nada mais
são do que contas falsas, criadas por pessoas que almejam se passar por
outras. Este fato, ao lado da criação e expansão de outras redes sociais, vem
24
Disponível em http://www.youtube.com/user/sppoliciamilitar?feature=mhum. Acesso em 18
jul.2011.
51
contribuindo para uma crescente diminuição de usuários desta rede social,
num fenômeno que se denominou orkuticídio.
Embora não possua conta oficial no Orkut, a PMESP realiza
monitoramento desta rede social para realizar prevenção criminal. Destaca-se
particularmente o rastreamento realizado pelo COPOM, com apoio do CPD,
antes de partidas de futebol entre grandes clubes de São Paulo, com vistas a
organizar a distribuição do policiamento ostensivo para impedir a realização
de brigas entre torcidas organizadas.
1.3.5
Blaving
Segundo consta em seu site (http://pt.blaving.com/termos)25, a rede
social Blaving consiste em um ambiente de comunicação e intercâmbio
destinado a usuários de internet e de telefonia móvel, concebida com a
finalidade de facilitar a comunicação entre usuários, mediante a utilização de
múltiplas ferramentas e funcionalidades que permitem a interação com
imagem, som, texto e outras formas de comunicação.
Na rede social em questão os usuários podem difundir suas opiniões,
compartilhá-las com outras pessoas, publicar imagens, seguir opiniões de
terceiros, acessar serviços de publicidade, alertas e anúncios, entre outras
funcionalidades de comunicação.
A dinâmica de funcionamento da rede social Blaving se assemelha
muito à do microblog Twitter, com a diferença de que nesta as mensagens
são gravadas por voz em período de até dois minutos e disponibilizadas no
site para acesso às pessoas cadastradas como Seguidores.
Existe, assim como no Twitter e no Youtube, a possibilidade de
compartilhamento desta rede social em outras, de forma integrada, ou seja, a
mensagem gravada pode ser acessada em outra rede social, desde que
configurada para essa funcionalidade.
25
Disponível em http://pt.blaving.com/termos. Acesso em 19 jul. 2011.
52
Esta rede social foi criada na Argentina, por Fabian de La Rua, CEO
da desenvolvedora de aplicações PMovil26.
Apenas pessoas com idade superior a 14 anos podem fazer uso desta
rede social, conforme conta de seu Termo de Uso.
Trata-se de uma rede social ainda incipiente, com poucos usuários e
tende a crescimento nos próximos anos, bastando dizer que no seu primeiro
mês de existência já possuía cadastrado cinco mil usuário e a previsão da
empresa para ao final do ano de 2011 é que esse número alcance a cifra de
cinco milhões.
A PMESP tem se utilizado desta rede social para divulgar mensagens
sobre assuntos de interesse da sociedade, especialmente dicas de
segurança, além de mensagens do Comandante Geral e abordagem de
assuntos de interesse institucional.
A conta da Instituição no Blaving é http://pt.blaving.com/PMESP/27,
tendo ela atualmente cinquenta e oito seguidores e um número de postagem
na ordem de vinte e quatro28.
1.4
Um Case de Sucesso na Interação Entre Policiais e Bombeiros
Militares do Brasil: o Blog “PolicialBR”
O Blog intitulado “Policiais e Bombeiros do Brasil”, hospedado no
endereço eletrônico http://www.policialbr.com.br29 tem em sua composição,
basicamente policiais militares e bombeiros militares do Brasil, muito embora
para seu cadastramento inicial não seja necessária nenhuma comprovação
neste sentido.
O Blog foi criado por um Soldado de Polícia Militar do Estado de
São Paulo (Amilcar Landiosi Júnior) e é uma demonstração clara da busca
pelo segmento dos integrantes das Polícias e Bombeiros Militares do Brasil de
26
Disponível em http://info.abril.com.br/noticias/internet/blaving-se-propoe-a-ser-novo-twitterde-voz-03022011-20.shl. Acesso em 19 jul. 2011.
27
Disponível em http://pt.blaving.com/PMESP/. Acesso em 19 jul. 2011.
28
Informações apuradas em 19 de julho de 2011 na conta da PMESP na rede social Blaving
29
Disponível em http://www.policialbr.com.br. Acesso em 13 mai. 2011
53
um canal para comunicação e troca de informações e conhecimentos, não
disponibilizado anteriormente por outros canais.
O Blog tem como data de criação o dia 25 de novembro de 2009,
ou seja, pouco depois da criação da rede social nosGov-PM e teve como
principal foco as discussões em torno da Proposta de Emenda Constitucional
nº 300, conhecida como “PEC 300”.
Certamente foi a limitação de comunicação sobre este assunto
dentro das Unidades Policiais Militares e da própria estrutura das Polícias e
Corpos de Bombeiros Militares do Brasil que impulsionou a criação deste
Blog, voltado quase que exclusivamente a este grupo de profissionais.
Dados apurados em 2 de Abril de 2012 indicavam que o Blog
possuía em seus quadros um total de 22.668 associados, a grande maioria
deles policiais militares dos diversos estados do Brasil: o Blog se apresenta
como sendo “a maior comunidade do gênero” no Brasil.
Cada membro tem a sua respectiva página no Blog e nela se
apresentam identificando-se pelo nome, apontando a forma pela qual quer ser
chamado, expondo sua foto e, assumindo publicamente a sua concordância
com as regras da comunidade.
O Blog “PolicialBR” possui em seu termo de adesão, regras de uso
e participação naquele sítio, que são identificadas como “Termos de Serviço”:
são elas bastante abrangentes e praticamente regulam todo o funcionamento
naquele espaço.
O Blog identifica no topo da sua Home Page, as suas marcas ou
características
centrais,
que
são
a
liberdade
de
expressão,
responsabilidade, cooperação e comprometimento, denotando sua
perspectiva em se colocar como um espaço de liberdade para que os seus
membros se manifestem, com responsabilidade sobre assuntos de interesse
da categoria.
Apresenta diversas páginas temáticas para acesso dos seus
usuários, entre as quais se destacam: “Serviços”, “Protestar”, “Ler Notícias”,
“Postar Notícias”, “Vídeos PEC 300”, “Partido Militar”, “Procurados”, “Central
Jurídica”, “Direitos Humanos”, entre outros.
O anseio dos membros do grupo em buscar neste espaço uma
oportunidade para expor seus pensamentos e ideias que são cerceados no
54
ambiente institucional pode ser comprovado com alguns depoimentos
registrados na página do Blog destinada a protestar: Neusa M. dos Santos,
uma policial militar do Estado de São Paulo assim testemunha na primeira
página desta parte do Blog:
“Estou muito triste com o tratamento que os médicos do HPM de SP
vêm dando aos seus pacientes. Mais uma vez fui tratada de forma
humilhante e agressiva. Fui buscar por ajuda e saí pior do que
quando entrei! Tenho um Adenoma na Hipófise, Depressão,
Labirintite entre outras coisas, e tudo o que o incompetente do
endócrino souber dizer é que eu estava gorda e precisava criar
vergonha na cara e emagrecer! Sequer se interessou em saber a
procedência do problema, sendo mais fácil me culpar!
Incompetente” (depoimento registrado no Blog em 24 de março de
2011, às 19:53 h).
O Blog também possui uma sala de Chat (bate papo), que permite
a comunicação entre os seus membros em tempo real: acompanhamento
realizado no horário compreendido entre as 22 e as 24 horas, dos dias 28 de
março a 02 de abril, demonstrou que, em média, 60 membros do grupo
permanecem conectados no Chat durante o período considerado.
O assunto mais discutido no chat gira em torno da votação da PEC
300, discussão sobre realidades das policiais locais e assuntos de interesse
geral, normalmente apresentados pela grande imprensa na oportunidade.
55
2
Cases no Mundo e no Brasil Relacionados com Uso de Redes Sociais
A importância e a força das redes sociais se mostraram em alguns
eventos ocorridos no mundo e no Brasil e que se potencializaram em razão
do uso da internet como meio de comunicação.
Foram muitos os episódios em que tal circunstância se apresentou.
Todavia, para efeito de ilustração neste estudo serão apresentados cinco
Cases que expuseram, de forma contundente, a força e o poder de
mobilização social das redes sociais.
2.1.1.1 Case “Barack Obama”
A eleição do Presidente dos Estados Unidos da América, Barack
Obama, pode ser representada como um dos exemplos mais bem sucedidos
do uso das redes sociais como instrumento de divulgação da imagem e
ampliação da interatividade com a sociedade, conforme bem explorou HUNT
(2010: p. 47).
O apoio conquistado pelo candidato a Presidente, no curso de sua
campanha, fez reverter-se um quadro que lhe era desfavorável até então:
houve, pela equipe que coordenou a sua campanha, um trabalho muito
profícuo no uso das redes sociais, fazendo com que o eleitorado americano
encontrasse em Obama o nome certo para conduzir o futuro dos americanos.
Haque30 (2008), logo após a eleição de Obama, explicou em artigo
publicado na revista Havard Business Review que a vitória do Presidente
gerou muitas lições aos inovadores, sintetizando-as em sete lições, assim
listadas:
1.
2.
3.
4.
30
Tenha um desenho auto-organizado;
Busque aumentar a alegria
Minimize a estratégia;
Maximize o propósito;
Umar Haque, em artigo intitulado “Obama´s seven for radical innovators”, publicado na
revista Havard Business Publishing, em Novembro de 2008, disponível em http://
discusssionleader.hbsp.com/haque/2008/11/obamas_seven_lessons_for_radic.html.
56
5. Alargue a unidade;
6. Estreite o poder; e
7. Lembre-se de que não há nada mais assimétrico que um ideal.
Enfatiza o mesmo autor que estes foram os princípios que
nortearam o uso da das redes sociais na campanha de Obama.
Hunt (2010) afirma que nos Estados Unidos as pessoas são
expostas a ações de marketing por cerca de 1500 a 2500 mensagens diárias.
Foi considerando este cenário que a organização da campanha de Obama
investiu nas redes sociais e de lá, certamente, obteve os votos necessários
para a sua eleição.
2.1.1.2 Case “@vozdacomunidade”
Hunt (2010) cita em sua obra que a rede social Twitter é uma ótima
ferramenta para dar atualizações sobre coisas como seus progressos e
vitórias e para ter conversações públicas que ajudam as pessoas a se
manterem informadas sobre o assunto.
Mansur e Guimarães31 (2010) citam em artigo publicado em revista
nacional de periodicidade semanal que as redes sociais já fazem parte de
nossa vida de um jeito tão íntimo que é difícil prescindir delas.
Por sua vez, Aguiar (2010), em artigo científico apresentado em
Congresso de Comunicação32 na cidade de Santos, afirma que as redes
sociais são, antes de tudo, relações entre pessoas, estejam elas interagindo
em causa própria ou em defesa de outrem ou em nome de uma organização,
mediadas ou não por sistemas informatizados; são métodos de interação que
sempre visam a algum tipo de mudança concreta na vida das pessoas, no
coletivo e/ou nas organizações participantes.
31
Artigo publicado na revista Época do dia 31 de maio, Edição 628, com o título “O poder e o
risco das redes sociais”
32
Artigo científico apresentado no VII Encontro dos Núcleos de Pesquisa em Comunicação –
NP Tecnologias da Informação e da Comunicação, Santos/2007.
57
Estes conceitos a respeito do uso das redes sociais se
evidenciaram no Brasil, mais precisamente na cidade do Rio de Janeiro, por
ocasião da invasão pelas forças de segurança no Complexo de Favelas do
Morro do Alemão, quando se viu prosperar a atuação de um grupo de jovens
que
gerenciava
uma
conta
na
rede
social
Twitter,
denominada
@vozdacomunidade.
Durante toda a ação das forças de segurança, ou seja, a realização
de cerco, ocupação e tomada da região, reconhecida como território
dominado por infratores da lei, vinculados ao tráfico de drogas ilícitas, os
jovens, utilizando-se do microblog Twitter retransmitiam, em tempo real, todas
as informações sobre o evento que se passava e que era notícia no mundo
todo.
Mensagens eram postadas no Twitter com espaço de tempo
reduzido, com apresentação sintética de tudo o que se passava naquele
ambiente e que só era então visto pelos moradores que lá se encontravam e
pelos policiais que executavam a ação.
A atuação dos jovens proprietários da conta @vozdacomunidade
os transformou na principal fonte de informações sobre o que se passava no
Complexo de Favelas do Alemão, tornando-os referência para a imprensa em
geral naquela oportunidade.
Aqueles jovens da Favela do Morro do Alemão, por meio de uma
simples conta no Twitter que tinha até então pouco menos de 1500
seguidores, a maioria deles moradores da região, passaram a cumprir papel
social de muita relevância, contribuindo substancialmente para o êxito da
operação policial.
Em apenas dois dias, o número de seguidores da conta
@vozdacomunidade saltou para quase trinta mil seguidores, o que foi
considerado um fenômeno em termos de adesão em redes sociais em tão
curto espaço de tempo.
58
2.1.1.3 Case “Mubarak”
O mundo assistiu a um acontecimento que marcou a história da
humanidade:
parcela
significativa
do
povo
egípcio,
descontente
e
inconformada com o governo autoritário de seu Presidente, Hosni Mubarak,
no poder havia mais de trinta anos, foi para as ruas da cidade do Cairo,
capital daquele País e, numa onda de protesto político, iniciou um dos
movimentos civis mais violentos que já ocorreram naquele País.
Neste episódio marcante da história, um fenômeno também se
demonstrou com muita clareza: a força da internet e das redes sociais no
processo de mobilização social.
O movimento de protesto egípcio envolveu especialmente os
jovens e a classe média graças às redes sociais, colocando “em xeque”, tanto
as autoridades como a oposição tradicional.
Movimento similar havia ocorrido na Tunísia pouco tempo antes, e
lá também, as redes sociais Facebook e Twitter foram usadas como
instrumentos de sensibilização, para difusão de slogans e, principalmente,
para marcar locais e horários de encontros.
Foi especialmente na rede social Facebook que todo o movimento
foi estruturado, conforme noticiaram diversos blogueiros que acompanharam
o evento e o descreveram em suas páginas pessoais.
O “Movimento 6 de abril”, que liderou os protestos, lançou alguns
dias antes das manifestações uma espécie de pesquisa no Facebook com a
pergunta: “você vai protestar em 25 de janeiro?”.
Quase 90.000 egípcios responderam que iriam, tudo por intermédio
da web. Poucos dias depois, ocorreram as maiores manifestações contra o
regime do presidente Hosni Mubarak.
A “revolução digital” se mostrou tão presente e com tanta força,
que um dos primeiros atos do Presidente Mubarak para tentar debelar a
revolta popular foi bloquear o acesso à internet no Egito, com o objetivo de
que os manifestantes não tivessem acesso às redes sociais, especialmente o
Facebook e o Twitter.
O principal motivo para a ação do governo com o corte do acesso
às redes sociais no Egito foi a grande integração e comunicação entre os
59
manifestantes, que utilizavam as redes sociais para marcar locais de
concentração do movimento e também para convocar as pessoas para os
atos políticos e protestos.
Ele percebeu que essas duas redes sociais estariam divulgando,
rapidamente, as ideias da revolução que ocorria. Naquele momento ele se via
já perdendo o controle da situação no país, e tal fato se acentuava dia após
dia.
Os usuários das redes sociais e da internet encontraram
alternativas para acessar a rede mundial de computadores em meio a todo o
caos estabelecido, continuando a utilizar-se das redes sociais para se
comunicar e se articular no movimento.
Todo este processo terminou com a derrubada do Presidente Hosni
Mubarak do poder, sendo este episódio reconhecido como uma das
evidências da força das redes sociais na história contemporânea.
2.1.1.4 Case “Cão Pirata”
Nos dias 8, 9 e 10 de abril de 2011, a Polícia Militar do Estado de
São Paulo empenhou o seu Centro de Comunicação Social para dar
respostas públicas à comunidade na internet, em face de num fenômeno
nunca experimentado até aquele momento.
O causador de tudo foi um cachorro que atende nome carinhoso de
“Pirata” e que fora trazido à 2ª Companhia do 2º Batalhão de Trânsito havia
cerca de nove anos e que, desde aquela época, habitava a Unidade da
Polícia Militar, convivendo harmoniosamente com os policiais militares que ali
prestam serviços e com a comunidade que se utiliza da organização policial.
Tendo assumido alguns dias antes o comando da Companhia, uma
Capitão PM entendeu que aquele ambiente não era o mais adequado para
receber e acomodar um animal, particularmente o cão “Pirata”, considerando
a sua idade já avançada e os problemas de saúde que o animal enfrentava.
A Comandante da Subunidade então decidiu consultar entre seus
subordinados se haveria algum interessado em adotar o cão “Pirata”, levandoo para sua casa e, como não houve, o cão foi entregue e bem recebido por
60
uma família que reside próximo à Unidade da Polícia Militar onde
anteriormente ele se abrigava, indicada por um dos policiais da Companhia.
Este episódio, aparente simples se transformou em um fenômeno
nas redes sociais, particularmente no Twitter e no Facebook, além de ensejar
diversas mensagens eletrônicas no sistema “Fale Conosco” da Polícia Militar,
além de resultar em inúmeros contatos telefônicos pelo sistema de
emergência 190.
Foram milhares de contatos feitos por pessoas que se diziam
indignadas com o fato de o cão “Pirata”, reconhecido como “mascote” e
“herói” da Polícia Militar, ter sido “expulso” da Companhia.
As comunicações nas redes sociais, em sua maioria, foram
destinadas a saber qual destino teria sido dado ao cão “Pirata”, por conta de
sua retirada da sede da Companhia da Polícia Militar, onde ele tinha sido
abrigado, e ainda como fora ele acolhido no novo lar.
Entretanto, um grande número de mensagens e contatos de forma
direta apresentaram críticas sobre a atitude adotada pela Polícia Militar, como
se pode verificar nos post apresentados na rede social Twitter:
RT @priscilamuller: RT @estadao: Cego, cão que ajudou a prender
ladrões é expulso da PM. Twitteiros fazem campanha 'PM Cadê o
Pirata? (11/04/2011, 17:59 h, por @lopesluciano)
RT @muralanimal: Mural Animal: Cão Pirata, Final Feliz ou Infeliz?
(10/4/2011, às 03:47 h, por @Marli_Delucca)
quero ouvir as explicações... RT @LukaPires Pirata enfim
encontrado! Jornal da Tarde (09/04/2011, às 18:34 h, por
@cidacandido)
"O GRITO DO BICHO": ATUALIZAÇÕES SOBRE O CASO DO
CÃO "PIRATA”(09/04/2011, às 16:13 h, por @fala_bicho)
“Super suspeito! Eu acho que colocaram o cão na rua sim e como
viram a repercussão negativa, providenciaram encontrá-lo e
conseguiram
um
adotante.
Posso até estar enganada e se estiver peço desculpas, mas é dificil
confiar em gente...(10/04/2011, às 17:12 h, por @keucosta)
“E VAMOS VER ONDE É QUE O PIRATA SE SENTE MELHOR!
Quero ver tb na próxima reunião do CONSEG se a comunidade que
o 34o tem que SERVIR vai engolir esse final feliz, quem sabe a
CapEtã não queira ir para alguma missão; no Iraque
talvez!(10/4/2011, às 20:45 h, por @Marli_Delucca)
“Uma pena que o Pirata, não pode falar e contar a versão dos fatos,
já que da história inical a final ela foi bem distorcida. Espero que
alguma emissora de TV, vá lá filmar o Pirata, e o leve para dar uma
voltinha no Batalhão - E VAMOS VER AONDE É QUE O PI
(10/4/2011, às 20:56 h, por @Marli_Delucca).
A repercussão deste episódio afetou diretamente a imagem da
Instituição e só não resultou em danos maiores em face da ação rápida e
61
objetiva do Centro de Comunicação Social da Instituição, que deu respostas
objetivas sobre o caso.
O assunto, que nasceu nas redes sociais, propagou-se para a
grande imprensa, sendo explorado especialmente por jornais e emissoras de
rádio, ampliando o público que tomou conhecimento do fato e, por
consequência, marcando negativamente a imagem da Instituição.
O episódio fez com que a Polícia Militar do Estado de São Paulo,
por intermédio de seu Centro de Comunicação Social, atuasse de modo a
responder à sociedade a verdade sobre os fatos, sendo apresentada uma
nota pública33:
Esclarecimento sobre o cão Pirata
Novo Lar
Em uma época em que vemos nos meios de comunicação, pessoas
insanas matando crianças indefesas dentro da sala de aula, a Polícia Militar
se alegra em poder esclarecer a toda população de bem, preocupada com
o “paradeiro” e o bem-estar de um cãozinho – o Pirata – que muito fez pela
própria PM, a verdadeira história de amizade entre os policiais e o cão.
“Pirata”, nome carinhoso que recebeu dos policiais militares, chegou à
Companhia da Polícia Militar do Tatuapé há nove anos, triste, magro e cego
de um olho, além do nome, os policiais acolheram o animal, dando comida,
atenção e muito carinho e essa “amizade” sempre foi fiel dos dois lados,
tanto que o cãozinho auxiliou os policiais em algumas ocorrências.
No dia 01 de março, a nova Comandante da Companhia, Capitão PM
Denise Pereira Pinto, primeira mulher da Polícia Militar a ser voluntária e
integrar a Força de Paz da ONU, em Kosovo, se preocupou em dar um lar
de verdade ao cãozinho, sendo verificado primeiro com os policiais da
Companhia e não havendo ninguém que pudesse levá-lo para casa e ele foi
doado para uma família, amiga de um dos policiais militares, no bairro do
Pari.
Pirata, desde o dia 01 de março está vivendo com essa família, que o trata
muito bem, pois além de ter conquistado um lar de verdade, tem o amor de
duas crianças, que já afirmaram que amam e não vão devolver o cãozinho.
E nem precisam se preocupar com isso, pois todas as pessoas que se
manifestaram, o fizeram pelo bem do animal e uma família é o melhor que
ele pode ter nessa altura da vida.
Foto: Novo lar do cão Pirata http://twitpic.com/4iqcfn
Comunicação Social
O case do cão “Pirata” mostrou à Polícia Militar do Estado de São
Paulo a necessidade de se atentar para as redes sociais, em face da sua
33
Disponível
em
http://www.policiamilitar.sp.gov.br/inicial.asp?OPCAO_MENU=LINK&txtHidden=1566&flagHidden=D&SelAssunto=Ve
%EDculo+localizado&txtPlvChave=&txtPlacaVeiculo=
62
capacidade de retransmitir velozmente as informações e de gerar opinião
pública.
Verificou-se
que
um
assunto
aparentemente
simples,
que
certamente já ocorreu em outros locais e momentos da história, resultou em
posicionamentos críticos e até ofensivos à PMESP, atribuindo à Instituição um
ato de injustiça, desrespeito com os animais e questionando até a forma como
a Instituição trata os seus “heróis”, uma vez que, o cão “Pirata” era assim
considerado pela sociedade, representada pelos internautas que se
manifestaram sobre o assunto.
Não é relevante discutir como o assunto envolvendo o cão “Pirata”
chegou às redes sociais: quer seja levado por algum policial militar que tenha
se inconformado com a atitude de sua Comandante, quer comunicado por
algum cidadão que resida próximo da OPM ou por alguma pessoa que
defenda a causa dos animais, o certo é que reflexos negativos foram
resultantes e estes não foram maiores em função da manifestação oportuna
feita pelo CComSoc, divulgada na Home Page da PMESP na internet.
2.1.1.5 Case “Estação de Metrô em Higienópolis”
Outro episódio recente, mais precisamente no mês de maio de
2011, demonstrou a força das redes sociais: moradores do tradicional bairro
de Higienópolis, em São Paulo manifestaram, por intermédio de um abaixoassinado encaminhado ao Governo do Estado, o seu desejo de que uma
estação de Metrô não fosse construída naquela região, a pretexto de que a
maioria das pessoas que habitam aquele local não faz uso deste meio de
transporte coletivo, além do que esta traria uma série de transtornos à
população local, uma vez que aumentaria substancialmente o volume de
pessoas circulando e também o comércio ambulante, típico nestes locais.
O fato teve enorme divulgação nos meios de comunicação,
recebendo muitas críticas em face do posicionamento discriminatório dos
moradores de Higienópolis, especialmente pelo fato de que estavam eles
defendendo apenas os seus interesses, desconsiderando o das muitas
63
pessoas que trabalham naquela região, para as quais uma estação do Metrô
seria muito importante.
Foi organizado pelas redes sociais, mais precisamente pelo
Facebook, um grande encontro no local onde estava programada a edificação
da estação de Metrô no bairro de Higienópolis, tendo àquele ponto
comparecido quase 1000 pessoas: lá foi realizado um grande churrasco
(evento reconhecidamente popular) a céu aberto, tudo com o objetivo de se
contrapor à posição defendida pelos moradores insatisfeitos (pessoas de
classe social mais elevada).
O evento (churrasco) também teve enorme divulgação nas redes
sociais, e a demonstração popular se mostrou tão evidente que sensibilizou o
Governo do Estado a manter a posição inicial de construir a estação naquela
região da cidade.
64
3
As Redes Sociais e seu Uso pelos Governos e Instituições Públicas
Mais de uma década depois do nascimento da internet, as novas
tecnologias já provocam alteração no processo de relacionamento do Estado
com o cidadão: não somente no que se refere ao uso dos sistemas de
informação, mas na própria prestação de serviços públicos, uma vez que
muitos deles foram transferidos para o meio eletrônico.
Segundo Gregório Filho (2006), a formulação de serviços digitais
confere ao atendimento virtual a possibilidade de ofertar serviços públicos
concentradamente em um único ambiente, com igualdade de tratamento,
disponível vinte e quatro horas por dia, em qualquer ponto de acesso à
internet.
O mesmo autor acentua que os sítios governamentais em
diferentes esferas (federal, estadual e municipal) vêm se destacando pela
importância cada vez maior no mundo, sobretudo com a crescente
democratização, no acesso à internet, por parte da população brasileira
(GREGORIO FILHO, 2006, p.2).
É este um indicativo de que os governos, nas suas diversas
instâncias, têm dedicado especial atenção aos reflexos que a internet e as
redes sociais estão provocando nas pessoas, inclusive afetando a prestação
de serviços públicos, muitos dos quais sendo disponibilizados na rede
mundial de computadores, em razão da demanda da sociedade neste sentido.
Segundos dados do IBGE, apurados na pesquisa PNDA (Pesquisa
Nacional de Amostra de Domicílios), até o ano de 2009 foi constatado o
seguinte cenário34:
a. domicílios brasileiros (%) com computador:
Quadro 1 - Domicílios brasileiros com computadores
ANO 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
%
15,3
16,3
18,6
22,1
26,6
31,2
34,7
Fonte: PNAD (Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios) realizada pelo IBGE em 2010
34
YURI, Débora. BRASIL DIGITAL: a herança da nova Presidente. São Paulo: Revista
Próxxima, 2011, p.22
65
b. domicílios brasileiros (%) com acesso à internet:
Quadro 2 - Domicílios brasileiros com acesso à internet
ANO 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
%
11,5
12,2
13,7
16,9
20,2
23,8
27,4
Fonte: PNAD (Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios) realizada pelo IBGE em 2010
c. domicílios brasileiros (%) com aparelhos celulares:
Quadro 3 - Domicílios brasileiros com aparelhos celulares
ANO 2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
%
47,8
59,3
63,6
67,7
75,5
78,5
36,6
Fonte: PNAD (Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios) realizada pelo IBGE em 2010
Estudos da Fundação Getúlio Vargas35 apontam que o Brasil
receberá investimentos na ordem de cento e quarenta bilhões em decorrência
da realização da Copa do Mundo no País e deste total, impactariam na área
de tecnologia da informação cerca de 5,7 bilhões, o que geraria de instalação
de rede de fibra ótica até estrutura para TV Digital.
A projeção para 2015 é haver no Brasil sessenta milhões de
acessos de banda larga móvel e trinta milhões de fixa. Desses sessenta
milhões, quinze viriam de modems e a grande maioria, quarenta e cinco
milhões, de smartphones36.
Haverá, portanto, no País uma aceleração exponencial no que se
refere à ampliação das redes de comunicação e será, a área de informática,
uma das que mais se beneficiará deste processo, de modo que se pode
esperar um aumento ainda maior no número de lares brasileiros com acesso
aos equipamentos de informática e à rede de computadores.
Bulla37 (2011) afirma que o salto de crescimento nos próximos
cinco anos será intenso, algo que talvez demorasse mais tempo se não fosse
este contexto tão favorável ao Brasil em função dos grandes eventos que aqui
35
Idem, p. 22-23
36
Idem, p.26
BULLA, Edmar. ECONOMIA ANALISANDO A DIGITALIZAÇÃO. São Paulo: Revista
37
Próxxima, 2011, p.56
66
ocorrerão. A interação entre as pessoas, impulsionada por inovações
tecnológicas, estará levada a uma potência que até hoje talvez não se tenha
imaginado.
Prossegue ainda o mesmo autor afirmando que o cenário será
muito
positivo
e
otimista,
tanto
social,
cultural,
tecnológica
quanto
economicamente falando: o Brasil pode enfrentar um crescimento digital de
50 anos em 5, como diria o ex-presidente Juscelino kubitschek (BULLA, 2011,
p.56).
Hamel (2011) menciona que a arquitetura da gestão tradicional
parte do centro para a extremidade: a autoridade está no centro e, conforme
se desce na hierarquia, restam os que fazem, não os que pensam. A
arquitetura da web é bem diferente: é construída de uma extremidade à outra.
Prossegue o mesmo autor, comentando em relação à gestão,
enfatizando que ela precisa ser reinventada em função dos desafios que
enfrentamos atualmente, em face do advento da internet. Já está ocorrendo
uma extraordinária inovação da gestão em todo o mundo, em empresas nas
quais muitas vezes não se esperaria que acontecesse (HAMEL, 2011, p.63).
A gestão, em virtude do impacto da internet, passa por um período
de ajustes, de modo a compatibilizar-se com os anseios demandados pela
sociedade: não são só as empresas que precisam se redescobrir, mas
também o próprio Governo, ampliando a prestação de serviços pela internet.
Por sua vez, Kim e Mauborgne (2009) fazendo uma análise
considerando a lógica do mercado informam que a aceleração dos avanços
tecnológicos gerou aumentos substanciais na produtividade dos setores e
criou condições para o fortalecimento de um nível sem precedentes de
produtos e serviços. O resultado é que cada vez mais em mais setores a
oferta é maior do que a demanda. A tendência no sentido da globalização
agrava o quadro.
À medida que se quebram as barreiras comerciais entre países e
regiões e que se dispõe de informações sobre produtos e preços
instantaneamente e em âmbito mundial, os mercados de nicho e os
resquícios de monopólio tornam-se cada vez mais raros.
Prosseguem os autores avaliando o conceito de inovação de valor:
67
Consiste na adoção de medidas visando tornar a concorrência
irrelevante e não necessariamente com ela estabelecer disputas
concorrenciais: a opção é pela oferta de saltos no valor para os
compradores e para as próprias empresas, de tal sorte que se
alcance novos espaços em mercados até então inexplorados (KIM e
MAUBORGNE, 2009, p. 12).
Uma das experiências mais bem sucedidas de adaptação à
modernidade e de inovação é o do Cirque du Soleil, muito bem explorado
por Kim e Mauborgne (2009) em sua obra:
Numa época em que os circos tradicionais já perdiam o seu espaço
e que não tinham mais o encanto do princípio, quando baseavam
seu sucesso em três fatores-chaves, quais sejam, as tendas, os
palhaços e as acrobacias clássicas e concorriam entre si
objetivando aumentar a demanda no decrescente mercado dos
espetáculos circenses tradicionais, disputando a contratação de
palhaços e domadores famosos, e com isso aumentando os seus
custos sem mudar a essência das apresentações surgiu o Cirque
du Soleil, sem qualquer preocupação com a concorrência, mas
atento ao propósito de oferecer um circo com mais diversão e
emoção – o Cirque rompeu as fronteiras dos mercados do teatro e
do circo e passou a compreender os clientes do circo e os que não
eram, os adultos frequentadores de teatro, enfim, lançou um
conceito inédito até então (KIM e MAUBORGNE, 2009, p. 13-15).
Ensinam os mesmos autores que os gestores já não podem ser dar
ao luxo de atuar como jogadores em um cassino, os quais apostam na
estratégia apenas com base na intuição ou em palpites (KIM e MAUBORGNE,
2009, p. 47).
Também na gestão pública esta preocupação deve existir: os
gestores devem sempre estar atentos às mudanças na sociedade para
adequar o serviço prestado às suas demandas – a reinvenção, a descoberta
de novos espaços deve nortear as decisões do administrador público,
mormente neste momento em que a tecnologia da informação e comunicação
impera e a internet e as redes sociais ocupam grau significativo de
importância como ferramentas para ampliar as possibilidades do Estado no
que se refere à prestação de serviços.
3.1
O Uso das Redes Sociais no Governo do Estado de São Paulo
O Governo do Estado de São Paulo tem se utilizado da estratégia de
ampliar o uso das redes sociais como forma de melhorar o canal de
68
comunicação e relacionamento com a sociedade e, desta forma, melhorar a
qualidade na prestação dos serviços públicos.
O atual Governador, Geraldo Alckmin, em seu discurso de posse no
dia 01 de janeiro de 2011 já enfatizou esta linha de ação:
Um dos maiores segredos do sucesso de nossos governos foi
trabalharmos atentos às vozes da sociedade. Vamos aprimorar os
canais de comunicação com o povo paulista e seus representantes
[...]
A palavra “colaboração” nunca esteve tão em voga. A internet, a
web 2.0, as redes sociais, os novos paradigmas da sociedade da
informação e comunicação devem ser canais explorados pelo nosso
governo para avançar na relação com a sociedade.
Devemos fazer isso de uma nova forma, permitindo que as pessoas
possam intervir mais na nossa administração, que façam sugestões,
que nos ajudem a apontar os caminhos, que convirjam conosco
para a solução dos problemas e a melhoria da qualidade de vida
dos paulistas. A cidadania tem na tecnologia um novo aliado e
nosso governo quer aprender junto à sociedade a navegar por
esses novos caminhos (ALCKIMIN, 2011)
Já em Resolução38, publicada no Diário Oficial do Estado do dia 27
de maio de 2009, foi determinado que todos os órgãos e entidades da
Administração Pública deverão revisar os critérios e regramentos sobre
acesso à internet, de modo a permitir que os servidores se utilizem das
ferramentas sociais lá disponíveis.
De acordo com as regras estipuladas, em todas as repartições
públicas do Governo do Estado ficam liberados os acessos às redes sociais,
para uso como canal de comunicação, armazenamento e compartilhamento
de arquivos, tais como Blogs, Wikis, Podcasts e serviços on line de edição e
hospedagem de informações.
O Secretário de Gestão Pública à época, Doutor Sidney Beraldo,
assim se manifestou através do site da Secretaria:
As ferramentas sociais de comunicação usadas pelo governo
paulista são um canal interativo de prestação de contas ao cidadão
e de divulgação dos serviços a ele oferecidos. Permitir o uso livre
das novas ferramentas da internet nos órgãos públicos vai
proporcionar um ambiente mais eficiente e favorável de
relacionamento com o cidadão
(BERALDO, 2009)
Diversas Secretarias de Estado possuem contas em redes sociais
com o Twitter e o Facebook e estão utilizando as ferramentas sociais como
meio de aproximação e relacionamento com a comunidade de São Paulo.
38
Resolução nº 15/2009 da Secretaria de Gestão Pública
69
O próprio Governador, através de sua assessoria de comunicação
social, tem se utilizado da rede social Twitter com muita frequência, fazendo-o
inclusive para divulgar nomeações de seus Secretários no início de seu
mandato.
Atualmente o Governador tem usado esta rede social para divulgar
sua agenda, divulgar eventos do Governo, comunicar realizações entre
outros.
Seu perfil oficial nesta rede social tem elevada popularidade,
contanto atualmente com 71.512 seguidores39.
A Secretaria de Gestão Pública, por força do Decreto Estadual nº
51766, de 19 de abril de 2007, é a responsável pelo estabelecimento de
diretrizes e normas gerais relacionadas com o uso da internet no âmbito do
governo do Estado de São Paulo.
Em seu site40 são apresentadas informações relacionadas com o
uso da internet, de forma a incentivar a sua utilização como ferramenta de
comunicação pelos servidores do estado.
Um importantíssimo Programa relacionado ao uso da internet e das
redes sociais do Governo do Estado, vinculado à Secretaria de Gestão
Pública e gerido pela Companhia de Processamento de Dados do Estado de
São Paulo é o “Acessa São Paulo” que, como o próprio nome sugere, tem por
objetivo promover o acesso das pessoas à rede mundial de computadores.
Esse programa de inclusão digital já ultrapassou a marca de
cinquenta milhões de atendimentos. Desde a sua fundação, em 2000, são 2,2
milhões de usuários cadastrados. Ao todo, são seiscentos e vinte e sete
postos em funcionamento em quinhentos e trinta e cinco municípios, com
mais de cinco mil computadores e mil e duzentos monitores, que orientam os
usuários.
Em nota divulgada no dia 07 de julho de 2011, numa demonstração
do incentivo do Governo do Estado ao uso da internet, foram apresentados os
vencedores do Programa “Acessa São Paulo 2011”, ocasião em que foram
escolhidos projetos relacionados com ações de inclusão digital.
39
40
Dado atualizado em 09 de julho de 2011.
http://www.gestaopublica.sp.gov.br
70
Outra importante iniciativa levada a efeito pela Secretaria de
Gestão Pública e que demonstra o grau de importância dado pelo Governo do
Estado ao uso da internet e das redes sociais é o projeto “Redes de Projetos”
do Acessa São Paulo, cujo objetivo é o de levar à comunidade que se situa
nas áreas onde se encontram instalados postos do Projeto Acessa São Paulo,
conhecimentos que permitam que o lugar não seja um simples ponto de
acesso à internet, mas também de troca de conhecimentos, aprendizado e,
principalmente de cidadania.
Nota-se, pelo que foi exposto, que é evidente o grau de importância
que vem sendo dado pelo Governo do Estado de São Paulo em relação às
ferramentas sociais, disponibilizadas no ambiente web.
3.2
A Polícia Militar do Estado de São Paulo e sua Estratégia de
Comunicação nas Redes Sociais
Os avanços tecnológicos experimentados pela Polícia Militar do
Estado de São Paulo nos últimos anos são inquestionáveis.
A Polícia Militar do Estado de São Paulo vem, ano após ano,
realizando expressivos investimentos na área de tecnologia da informação,
demonstração clara de que a Instituição trilha pela via da inovação e da
modernidade.
A sedimentação dos conceitos da Qualidade, especialmente pela
certificação das OPM em função de sua gestão, no denominado Prêmio da
Qualidade da Polícia Militar, é algo que exige das Unidades que compõem a
Instituição avanços em tecnologia e inovação, e que repercutem em
aprimoramento no gerenciamento administrativo e operacional.
Além disso, a estratégica medida do Comando Geral em criar um
Centro de Comunicação Social (CCOMSOC), com o propósito melhorar o
nível da comunicação da Direção e Gerência com o nível operacional da
Polícia Militar e da Instituição com a Sociedade, também exige que a
Instituição tenha equipamentos de informática, estrutura de acesso à rede
mundial de computadores, além, obviamente, de corpo técnico qualificado,
que permita cumprir os objetivos estratégicos pretendidos com a iniciativa.
71
O quadro abaixo demonstra, em valores (R$) e por anos, o
montante de investimentos na área de TIC realizados pela Instituição, na linha
estratégica definida pelo Comando Geral da PMESP e no contexto de sua
política de modernização da Instituição e de valorização de recursos
humanos, considerado o período de tempo entre 2006 e 2010:
Quadro 4 : Investimentos da Polícia Militar (em R$) em Tecnologia da Informação e Comunicação
ANO
TOTAL (R$)
2006
2007
2008
2009
997.956,00
66.690,00
3.587.166,00
2010
16.139.280,00 92.773.491,10
Fonte: Adjuntoria de Telemática da PM-4
Para o ano de 2011 previu-se para a área de TIC, no orçamento da
Instituição, valores na ordem de R$ 78.000.000,0041.
No período de 2006 a 2010, foram dados passos significativos no
sentido no sentido de dotar de melhores equipamentos e de integrar os
Oficiais Intermediários e Superiores da Instituição na rede mundial de
computadores, com a aquisição de aparelhos notebook e netbooks, conforme
demonstrado no quadro abaixo:
Quadro 5 - Aquisições de Notebook e Netbook pela PMESP de 2006 a 2010
EQUIPAMENTO
QUANTIDADE
VALOR INVESTIMENTO (R$)
Notebook
3.034
4.280.989,90
Netbook
3.772
3.552.000,00
Total
6.806
7.832.989,90
Fonte: Adjuntoria de Telemática da PM-4
Para o ano de 2011 foram previstos investimentos de R$
7.830.000,0042 visando a aquisição de mil seiscentos e sessenta e dois
Notebook e dois mil trezentos e sessenta e oito Netbook43, objetivando dotar
todos os Oficiais da Polícia Militar, inclusive os que se encontram em
processo de formação (Alunos Oficiais) de tais equipamentos de informática.
Ainda em 2010, outra importante providência visando propiciar
melhores condições de acesso à Internet aos Oficiais Superiores e
Intermediários foi dada com a aquisição de modens, sendo os investimentos
41
Fonte: Adjuntoria de Telemática da 4ª EM/PM. Informação obtida em 06 de setembro de
2011.
42
Idem.
43
Idem.
72
realizados na ordem de R$ 75.564.583,10, que possibilitaram a compra de
2.732 modems, os quais foram distribuídos a todos os Coronéis, TenentesCoronéis, Majores, Capitães e um grupo significativo de Tenentes da Polícia
Militar.
No ano de 2011 estender-se-á a destinação de modems a todos os
Oficiais da Polícia Militar e também aos Alunos Oficiais da Instituição. O
custeio dos modems é de R$ 51,50/mês44 por equipamento.
No ano de 2011, prosseguindo na mesma linha de modernização
de modo a propiciar condições mais adequadas de acesso à internet, foram
adquiridos mil cento e trinta e nove aparelhos de telefonia celular
(smartphones), que foram distribuídos aos Coronéis, Tenentes-Coronéis,
Majores e Capitães que atuam na área operacional. Os equipamentos foram
adquiridos em regime de comodato (empréstimo) e o custeio por
aparelho/mês é na ordem de R$ 290.000,0045, equivalente a um valor de R$
250,00 por aparelho funcional.
Os aparelhos celulares possuem solução de voz e dados, ou seja,
podem ser usados como modems para acesso à Internet.
Tudo isso demonstra o planejamento e a gestão da Polícia Militar
do Estado de São Paulo visando a sua modernização tecnológica, o que a
insere e, consequentemente exige que seus integrantes também se insiram
digitalmente, com vistas a uma maior aproximação com a comunidade e,
também, como um instrumento para melhorar cada vez mais a qualidade do
serviço a ela prestado.
Notoriamente, vem a Polícia Militar do Estado de São Paulo dando
especial atenção a iniciativas inovadoras, visando ajustar a sua estrutura às
expectativas dos stakeholders (grupos de interesse), tudo na busca da
melhoria contínua e da excelência na prestação de serviços à comunidade.
As novas tecnologias de informação e comunicação, ligadas à web
2.0 estão sendo implantadas desejando-se a obtenção de novas informações
44
Fonte: Adjuntoria de Telemática da 4ª EM/PM. Informação obtida em 06 de setembro de
2011.
45
Idem.
73
por parte dos integrantes da PMESP, bem como estimulando a sua
participação e a edificação de um novo nível de conhecimento corporativo.
Neste sentido, conforme prescrito no Sistema de Gestão da Polícia
Militar – GESPOL (2010), os exemplos abaixo de ferramentas colaborativas
têm sido incentivados e disseminados, tanto na intranet quanto na internet:
a) Wiki: ferramenta colaborativa destinada à composição de
conteúdos com múltiplos editores, utilizada pela tão conhecida, enciclopédia
virtual Wikipedia. A Polícia Militar a utiliza, tanto dentro do ambiente Moodle,
como também isoladamente;
b) Blogs: vêm sendo utilizados como veículo para difusão de
assuntos específicos e de obtenção de feedback junto aos colaboradores, por
meio dos comentários nas postagens. Sua abrangência engloba os públicos
interno e externo, nos diversos Blogs mantidos por diversas unidades;
c) Twitter: tem sido empregado como ferramenta do Comando
para manter os internautas informados das ações promovidas pela Polícia
Militar; e,
d) Redes Sociais: passou a ser utilizada de forma oficial em
meados de 2009, quando grande contingente de policiais militares ingressou
na rede social denominada Nosgov, mantida à época pela Secretaria de
Estado da Gestão Pública. A participação dos policiais militares revolucionou
de tal forma aquela rede, motivo pelo qual foi necessário criar, logo em
seguida, a rede social nosgov-PM, que teve também maciça adesão e
inspirou a criação de outras redes de âmbito nacional; os resultados foram
expressivos do ponto de vista da mobilização e integração institucional,
gerando também bons frutos de produção de conhecimento, nos grupos de
discussão criados em torno das diversas áreas de gestão.
A Instituição, por orientação do Comando Geral, vem incentivando
o uso das redes sociais como medida que visa a agregar valor aos serviços
prestados à sociedade.
Apresentar-se-ão nas linhas que se seguem dois exemplos neste
sentido e que demonstram os benefícios que podem ser gerados à Instituição
e à comunidade com o uso de duas redes sociais bastante conhecidas.
74
3.2.1.1 A Polícia Militar na Rede Social Facebook
Por orientação do Excelentíssimo Comandante Geral da Polícia
Militar, transmitida na reunião de Coronéis no dia 7 de junho de 2011, todas
as Organizações Policiais-Militares a partir do nível de Companhia deveriam
criar perfis na rede social Facebook.
A escolha por essa rede social levou em conta o fato de ser ela a
que mais cresce no mundo atualmente, possuindo hoje cerca de seiscentos
milhões de usuários, segundo estatística apresentada pela própria rede.
A decisão do Comando levou em conta o pressuposto de que
vários órgãos públicos Federais, Estaduais e Municipais já estão utilizando as
redes sociais para interagir com seus públicos de interesse, de forma que a
criação de contas corporativas na rede social Facebook está alinhada com a
Política do Comando Geral que se baseia na transparência e visibilidade dos
atos da Instituição, bem como pela preservação de sua boa imagem.
A medida foi tomada considerando o interesse institucional em usar
redes sociais como ferramenta de comunicação social, uma vez que estas
permitem a interação e o compartilhamento de ideias, valores, sentimentos,
experiências e ações.
No mesmo dia em que a determinação foi transmitida aos Coronéis
PM, foi também encaminhada mensagem eletrônica, via notes, pelo Centro de
Comunicação Social a todos os Coronéis, Tenentes-Coronéis e Capitães, nos
seguintes termos:
De: Maria Aparecida de Carvalho Yamamoto/PMESP/BR
Para: PMESP_CORONEIS, PMESP_Ten_Coroneis, PMESP_CAP
Data:07/06/2011
20:58
Assunto: Facebook
Srs,
Considerando que o mundo moderno está engrenado na era
das Informações, e a cada dia são criadas e difundidas matérias,
notícias e acontecimentos de maneira rápida e ágil;
que as redes sociais são conglomerados de instituições e pessoas
que a todo o momento se interagem e compartilham ideias, valores,
sentimentos experiências e ações;
que o Governo do Estado de São Paulo, por meio da Resolução
SGP-15 de 25Jun09, já possibilita o acesso de todos os seus
servidores estaduais às redes sociais;
75
que o Comandante da OPM é responsável pela interação da OPM
com o público externo, por meio de mensagens eletrônicas, bem
como qualquer outra forma de comunicação digital, podendo ser tal
função delegada ao Oficial P-5, conforme artigo 30, das I-31 PM;
que na atualidade o Facebook é a Rede Social mais acessada no
mundo, ultrapassando os 600 milhões de usuários;
considerando, por fim, que inúmeros órgãos públicos Federais,
Estaduais e Municipais já estão utilizando as redes sociais para
interagir com seus diversos públicos de interesse, solicito que todos
os Chefes, Comandantes e Diretores criem perfis Corporativos
no Facebook, com base na Política do Comando Geral que presa
pela transparência e visibilidade da Imagem da Instituição.
Com a criação dos perfis cada Chefe, Comandante ou Diretor
poderá realizar a divulgação de suas atividades, com possibilidade
de inclusão de fotos e vídeos.
O usuário a ser criado deverá constar a identificação da OPM e o
nome do seu Chefe, Comandante ou Diretor, conforme
exemplo: 10º BPM/M Ten Cel PM João.
Após criado o perfil da OPM, este comando deverá
solicitar “Amizade” ao perfil da Polícia Militar do Estado de São
Paulo: “Polícia Militar de (PMESP)” este é o perfil oficial, acessando
através
do
link
http://www.facebook.com/home.php#!/profile.php?id=10000252483
4592
Caso não seja possível o acesso pelo link acima, realize a pesquisa
em “procurar” digitando: “Polícia Militar de (PMESP)”. Visualizando o
perfil da Polícia Militar, clique em “Adicionar aos amigos”.
Ao ser alterado o Chefe, Comandante ou Diretor da OPM, o perfil
deverá ser atualizado.
Solicito, ainda, que sejam observadas as orientações do Exmo Sr
Comandante Geral, proferida na reunião do Conselho de Coronéis,
nesta data, quando da criação do perfil da OPM.
Qualquer dúvida entrar em contato com o Cap Silva Júnior, deste
Centro, pelo telefone: 3327-7175.
Atenciosamente,
Maria Ap. de Carvalho Yamamoto
Cel PM Chefe do CComSoc (PMESP, 2011)
A medida se alinha com a política do Governo do Estado de São
Paulo, que já havia, por intermédio da Resolução nº 15 da Secretaria de
Gestão Pública, autorizado (e incentivado) o acesso dos servidores estaduais
às redes sociais.
A Polícia Militar do Estado de São Paulo, em observância à mesma
Resolução da Secretaria de Gestão Pública, já havia autorizado o acesso às
redes sociais em todos os seus terminais de computador, independente da
exigência de senhas e extensiva a todos os seus integrantes.
76
3.2.1.2 O Uso das Redes Sociais como Apoio para o Policiamento nas
Marginais da Cidade de São Paulo
A cidade de São Paulo vivenciou nos primeiros meses do ano de
2011 problemas sérios de segurança nas marginais Pinheiros e Tietê, com o
acréscimo no registro de ocorrências de roubos de carga e roubos contra
motoristas que transitavam pela região. Casos de seqüestro também foram
registrados nestas vias importantes de São Paulo.
Os episódios foram muito criticados pela imprensa e tiveram como
reflexo a determinação dada pelo Governador do Estado para que a PMESP
criasse um modelo de policiamento especializado para atuar nas marginais,
com o objetivo de buscar soluções para o problema.
A medida foi adotada, ou seja, foi estruturada uma Companhia do
Comando de Policiamento de Trânsito (CPTran), com a destinação de
policiais militares e viaturas de duas e quatro rodas e até um helicóptero para
policiar as marginais porém, paralelamente a esta medida operacional, foi
foram também criados e amplamente divulgados perfis nas redes sociais
Twitter e Facebook, denominados @PMnasmarginais46 e PMnasmarginais47,
respectivamente, com o objetivo de ampliar o canal de comunicação entre os
usuários das marginais e a PMESP.
O perfil no Twitter contava em 30 de julho de 2011 com três mil e
quinhentos seguidores, enquanto a conta do policiamento nas marginais no
Facebook, na mesma data, possuía 600 contatos cadastrados48.
Embora o contato pelas redes sociais não exclua a necessidade de
comunicação pelo telefone de emergência (190) ou de denúncias (181),
constatou-se aumento significativo no que se refere ao recebimento e
transmissão de informações entre a PMESP e os usuários das marginais de
46
47
Disponível em http://www.twitter.com/@PMnasmarginais.com. Acesso em 30 jul. 2011.
Disponível em http://www.facebook.com/PMnasmarginais. Acesso em 30 jul. 2011
Informações obtidas na Home Page da PMESP na internet, em notícia divulgada no dia 30
de julho de 2011, sob o título “1ª Semana de Atividades Operacionais do @PMnasmarginais”.
Disponível
em
http://www.policiamilitar.sp.gov.br/inicial.asp?OPCAO_MENU=LINK&txtHidden=2042&flagHid
den=D&SelAssunto=Ve%EDculo+localizado&txtPlvChave=&txtPlacaVeiculo=. Acesso em 30
jul. 2011.
48
77
São Paulo, medida que agradou muito a comunidade, conforme foi retratado
em diversos órgãos de comunicação (jornais e rádios).
O uso das redes sociais agregado à adoção de providências
operacionais no caso em questão, recebeu muitos elogios e demonstrou a
capacidade da Instituição em apresentar respostas rápidas às suas
demandas, com a inovação de fazê-lo usando meios tecnológicos modernos.
3.2.2
O Perfil das Gerações na Polícia Militar do Estado de São Paulo
A internet, como já foi dito anteriormente, provocou significativa
mudança na sociedade e nas relações que nela se estabelecem, ensejando
transformações sem precedentes na história.
O efeito produzido por essas mudanças nos faz imaginar que o
mundo ficou menor, dada a velocidade com que as informações se
transmitem: é possível transacionar a milhares de quilômetros de distância,
reunir-se virtualmente com quem se encontra do outro lado do mundo, assistir
a aulas com o professor distante ou visitar bibliotecas de países em outros
continentes.
Incontestavelmente a internet se transformou em importante
ferramenta para o trabalho, na educação, no comércio, no lazer e nas
pesquisas científicas.
Obviamente as gerações mais novas sentiram menor impacto em
face das transformações trazidas pela internet.
Segundo Wada e Carneiro (2010), geração seria o conjunto de
indivíduos
nascidos em
uma
mesma
época;
cada
geração
possui
características, valores e princípios distintos umas das outras.
Cada geração possui características diferentes, com valores e
princípios distintos umas das outras. Os ciclos começam com uma geração
idealista, passando para uma reativa, seguida de uma geração com
consciência cívica e, finalmente, chegando a uma geração de adaptação que,
mais uma vez, direciona para uma geração idealista. Juntos, os quatro ciclos
compõem um "século" (MCCRINDLE, 2002, p. 2).
78
De acordo com McCrindle (2002) e Fields (2008) a condição social,
política e econômica é um fator diferencial no comportamento das gerações.
Peters (2004) diz que uma revolução no local de trabalho está a
caminho e seria o início da Responsabilidade Individual Renovada, isto
significa que atualmente o profissional tem a oportunidade de assumir o
controle de sua própria vida, tendo a escolha de atualizar-se, fazer networking
e aprender onde e quando quiser.
No contexto do avanço da internet, vimos nascer uma nova
geração de indivíduos, denominada “Geração Y”, composta por pessoas que
nasceram entre o final da década de 70 até o início da década de 90, e que
hoje têm entre 20 e 32 anos, que se caracterizam por manejar a internet
desde a tenra idade e, por tal razão, ter bom domínio de habilidades
tecnológicas, comparadas com gerações anteriores.
A “Geração Y” que entra no mercado de trabalho agora possui
características específicas: predominantemente virtuais; com comportamento
empreendedor; inovadoras; de liderança; criativas; responsáveis; com paixão
na área atuante; com visão de futuro; de persistência; de coragem para
assumir riscos; de facilidade de expressão; entretanto, algumas vezes estas
características mudam e esta geração mostra-se imatura; inerte; acomodada;
com necessidade de orientação (WADA e CARNEIRO, 2010, p. 35).
Segundo Huntley (2006) as crianças da “Geração Y” nasceram e
foram educadas com diversas atividades diárias, pois seus pais trabalhavam
o dia todo e se preocupavam com o futuro dos filhos.
Prossegue o mesmo autor afirmando que devido aos marcos
sociais, experiências vividas na infância e adolescência, seu dinamismo,
inquietude e impaciência, videogame, música, internet, televisão, criam
diferentes visões do mundo e formas de decisões tomadas para esta
Geração.
Tulgan (2009), a respeito da “Geração Y”, diz que tem ela uma
atitude oposta em relação ao que aparenta. Um exemplo pode ser constatado
nos conflitos e ressentimentos que derivam das exigências em relação à
aparência no ambiente de trabalho.
79
A “Geração Y” caminha com altas expectativas em relação aos
seus chefes, diferentemente de gerações passadas, muito acostumadas com
a independência (TULGAN, 2008, p. 4).
Essa geração tem um comportamento completamente diferente
das gerações que a antecederam, de tal forma que o choque entre elas é
inevitável.
Duas outras gerações precederam o nascimento da “Geração Y”: a
geração denominada “Baby Boomers” (nascido entre os anos de 1946 e
1965) e a chamada “Geração X”, que se refere aos nascidos entre 1966 e
1975.
A geração denominada “Baby Boomers” se compõe por pessoas
nascidas no período do Pós-guerra e que apresentam como traço
fundamental o sentimento de valorização do trabalho, como se este fosse o
que de mais importante poderia haver: o emprego é para essa Geração a sua
maior identidade.
A Geração “Baby Boomers” recebeu orientação paterna no sentido
de se ocupar em um trabalho que propiciasse segurança e possibilidade de
continuidade, se possível até a aposentadoria.
Muitas pessoas que compõem este recorte social teriam condições
de já estar inativas (aposentadas), mas, dada a formação cultural que
possuem, mantêm-se no trabalho.
A “Geração X”, que sucedeu a geração “Baby Boomers”, nasceu
sobre a influência do Movimento Hippie e da Revolução Sexual, o que
influenciou o caráter mais pacífico e um perfil de pessoas que têm a
valorização da vida como prioridade.
Um aspecto marcante desta Geração é a chegada da mulher ao
mercado de trabalho, motivando com isso, uma educação mais distante dos
filhos, que passaram a ser acompanhados no dia a dia por babás.
Outro fator que influenciou decisivamente o perfil desta geração foi
o fato de ter ela sofrido com o forte impacto da instabilidade econômica
mundial.
Por sua vez, a “Geração Y” se compõe por pessoas que se criaram
afastadas de seus pais, com acesso por longo tempo à televisão, e que
tiveram caminhos distintos na vida profissional, podendo-se encontrar entre
80
os seus integrantes, jovens bem empregados e bem remunerados e, ao
mesmo tempo, outros desempregados ou vivendo em regime de dependência
de seus pais.
Uma importante característica desta Geração é o fato de
priorizarem os seus interesses pessoais, como, por exemplo, procurarem
atividades profissionais que lhes agradem em detrimento de outras que sejam
mais rendosas.
A partir do momento em que o trabalho executado deixa de ser
interessante os membros da chamada “Geração Y” simplesmente mudam de
profissão sem compreender isso como um “problema”, ou algo que seja
significativo. Trabalhar a vida toda numa mesma empresa ou instituição é algo
que, em regra, não passa pela mente dos membros deste grupo social.
O grupo que compõe a “Geração Y” opera com facilidade na
internet e se comunica muito bem pelas redes sociais, acessando sem
dificuldades as informações disponibilizadas na web caracterizando-se,
sobretudo, pela sua baixa especialização em determinados temas, preferindo
conteúdos mais amplos ou genéricos.
Outro aspecto interessante em relação a esta Geração é o fato de
que busca sempre mudanças rápidas, na sua vida e no ambiente de trabalho,
o que comumente faz gerar conflitos.
De acordo com Wada e Carneiro (2010), mais de 60% dos
empregadores dizem estar verificando relação tensa entre empregados de
diferentes gerações, de acordo com uma pesquisa de Lee Hecht Harrison
mencionada por Tulgan (2001).
A mesma pesquisa descobriu que mais de 70 % dos empregados
“mais velhos” desconhecem as habilidades dos mais jovens. Cerca de metade
dos empregadores dizem que os novos empregados não sabem das
habilidades dos funcionários mais velhos, ou seja, eles se desconhecem no
ambiente de trabalho. Além disso, os funcionários mais jovens não tratam os
empregados mais velhos bem, já que não se sentem assim também tratado
no ambiente laboral.
Toda esta disparidade existente entre as gerações não deve servir
para elaborar estereótipos indicando, por exemplo, que os membros da
81
“Geração Y” são todos indisciplinados ou reacionários e os das Gerações
anteriores (“X” e “Baby Boomers”) são avessos às mudanças e à evolução.
A Polícia Militar do Estado de São Paulo, sendo uma Instituição
que tem nos seus recursos humanos a sua essência, não pode desconsiderar
este fenômeno social, que segmenta a sociedade em “grupos”: seus
membros, especialmente os que se encontram ainda em atividade, têm um
histórico de vida que torna possível classificá-los como pertencentes às
Gerações “Baby Boomers”, “X” e, os seus mais jovens integrantes, são os que
nasceram no período da denominada “Geração Y”.
Em levantamento de campo realizado junto à Diretoria de Pessoal
da PMESP, apurou-se que atualmente no serviço ativo da Instituição tem-se,
considerando o parâmetro da faixa etária, a seguinte distribuição de efetivo,
levando-se em conta os critérios de idade estabelecidos para definir o perfil
das Gerações:
Quadro 6 - Perfil das Gerações na PMESP
GERAÇÃO
QUANTIDADE
%
Baby Boomers
13.693
14,7
Geração X
41.006
44
Geração Y
38.549
41,3
Fonte: Diretoria de Pessoal da PMESP (14 de abril de 2011, no SIRH)
Trata-se de um dado relevante na medida em que especialmente
os membros da “Geração Y”, que correspondem atualmente a 41,3% do total
do efetivo da PMESP, constituem-se em um segmento que se utiliza da
internet e das redes sociais como algo absolutamente normal e que não tem
dificuldade para se comunicar por este meio.
De outro lado, os policiais militares que pertencem às demais
gerações, e que são 58,7 % do contingente da Instituição apresentam, in tese,
maior resistência ao uso das ferramentas da internet, particularmente das
redes sociais, de modo que a este grupo deve ser dada uma atenção muito
especial, pois o seu posicionamento reflexivo em relação à comunicação via
web pode comprometer todo o processo de comunicação que se almeja para
a Instituição, especialmente se tal grupo estiver ocupando postos de gerência
ou direção, como sugerem estar em função de suas idades.
82
Não
se
trata,
obviamente,
de
uma
regra
absoluta,
pois
encontraremos pessoas que se enquadrem em uma determinada Geração
(pelo recorte da faixa etária), mas que possuem atitudes e comportamentos
típicos de outra.
É, porém, um dado que deve ser considerado, uma vez que existe
a tendência de que a maioria das pessoas que se enquadram em
determinada Geração possui de fato as características que a diferencia.
Considerando o grupo de interesse da pesquisa, ou seja, os
Tenentes-Coronéis, Majores e Capitães, que ocupam as funções de
Comandantes de Batalhões, Coordenadores Operacionais e Comandantes de
Companhias Territoriais, o quadro de divisão por Gerações é o que se
apresenta abaixo:
Quadro 7 - Gerações na PMESP considerando os Dirigentes Operacionais
“Geração Baby
POSTO
“Geração X”
“Geração Y”
Boomers”
Nº
%
Nº
%
Nº
%
Cap PM
346
25
1038
75
0
0
Maj PM
355
79,06
94
21,84
0
0
Ten Cel PM
211
100
0
0
0
0
Fonte: Diretoria de Pessoal da PMESP (dados obtidos em 14 de abril de 2011 no SIRH)
Como se pode ver na Polícia Militar, nos seus escalões de
comando mais elevados (Oficiais Superiores), existe uma composição
expressiva de pessoas que pertencem à chamada “Geração Baby Boomers”,
para os quais os conceitos mais modernos relacionados ao uso da internet e
das redes sociais ainda não são assimilados com facilidade.
Já entre os Capitães este número é maior na “Geração X”, que é
uma Geração intermediária e que apresenta nível de restrição menor em
relação às novas tecnologias, entre as quais se inclui o uso da internet e suas
ferramentas.
De outro lado, vimos que parcela significativa do efetivo da
PMESP, situadas em nível hierárquico inferior aos Capitães, portanto Oficiais
Subalternos e Praças, em torno de 41,7 % fazem parte da chamada “Geração
Y”, para quem o uso da internet e das redes sociais é completamente natural
e visto sem nenhuma restrição.
83
Tem-se então um mosaico de Gerações, estando as mais
“conservadoras” no topo da pirâmide hierárquica e as mais modernas em sua
base.
É, sem nenhuma dúvida, este um aspecto importante a considerar,
visto que interfere diretamente na consecução de qualquer política
relacionada
à
implementação
de
avanços
na
área
de
tecnologia,
especificamente relacionada com a utilização da internet e redes sociais.
84
4
O Uso das Redes Sociais pelas Instituições Policiais e Militares
Dedicar-se-á este capítulo a uma breve apresentação de como as
redes sociais são utilizadas pelas instituições policiais e militares.
4.1
O Uso das Redes Sociais pela Polícia da Inglaterra
No período de 5 a 16 de setembro de 2011, cumprindo atividade
curricular, todos os Oficiais Alunos e Delegados de Polícia do Curso Superior
de Polícia Integrado viajaram para a Inglaterra, mais especificamente para a
cidade de Londres, com o objetivo de conhecer a realidade da polícia local,
bem como saber das providências na área de segurança pública que estão
sendo adotadas com vistas às Olimpíadas de 2012, que lá será realizada.
Esta atividade acadêmica recebe o nome de Jornada Internacional de
Polícia Comparada.
Em palestra realizada no auditório da Universidade de Polícia de
Branshill aos Alunos do Programa de Doutorado que visitavam a Inglaterra, foi
informado pela Superintendente Chefe da Polícia Inglesa, Senhora Alisson
Queen, que a durante os movimentos violentos ocorridos em Londres em
julho e agosto de 2011, os autores de atos de vandalismo e depredações
foram presos a partir de informações colhidas nas redes sociais,
especialmente no Facebook e no Twitter.
Foi mencionado ainda que, apesar de as redes sociais terem
funcionado como meio de mobilização das pessoas para os movimentos
(especialmente os mais jovens), não há intenção da polícia ou dos poderes
executivo e legislativo, de intervir nas redes sociais, pois entendem que isso
seria um atentado ao direito de livre manifestação.
Em outra palestra proferida pelo Investigador Senior da Polícia
Inglesa, Senhor Dave Powell, no mesmo auditório da Universidade de
Branshill, foi comentado que é comum a polícia na Inglaterra se infiltrar nas
redes sociais (Facebook, Twitter) para investigar crimes.
85
As duas palestras feitas por policiais ingleses evidenciaram que as
redes sociais são consideradas relevantes tanto pelo sistema de prevenção
da polícia, por exemplo, identificando pontos de concentração de pessoas
para realizar protestos, quanto para a investigação, com a infiltração de
agentes como fakes49 em redes sociais.
A polícia na Inglaterra não ignora as redes sociais, não interfere no
seu uso pela sociedade e a usa a seu favor na realização de ações voltadas
para a segurança pública.
4.2
O Uso das Redes Sociais pelas Forças Armadas Brasileiras
Por intermédio de entrevistas realizadas com os respectivos Chefes
das Seções de Comunicação Social do Comando Militar do Sudeste (Anexo
“E”), do Quarto Comando Aeronáutico (Anexo “D”) e consulta realizada junto
ao Centro de Comunicação Social da Marinha (Anexo “F”) constatou-se que
as Forças Armadas estão se utilizando da rede mundial de computadores, e
das redes sociais em especial, para estabelecer comunicação e interação
com a sociedade e com o seu público interno.
4.2.1
Marinha do Brasil
A Marinha do Brasil possui uma Home Page na internet, situada no
endereço eletrônico https://www.mar.mil.br.
A Home Page da Armada é muito interativa, destacando-se um
conteúdo informativo muito completo que aborda ações operacionais da
Força, bem como ações sociais.
Destaca-se ainda a existência, na Home Page da Marinha do
Brasil, de um link denominado “TV Marinha na Web”, utilizado para transmitir,
em vídeo, assuntos de interesse social relacionados com esta Força. Além
49
São perfis falsos, criados por uma pessoa para se passar por outra.
86
disso, existe na Home Page outro link, denominado “Rádio Marinha FM” que
apresenta músicas e, alternadamente, notícias sobre a Marinha do Brasil.
Finalmente, a Marinha do Brasil mantém conta nas seguintes redes
sociais: Facebook, Twitter, Flickr e Youtube.
Por questões de ordem administrativa, não foi possível realizar
entrevista com a Chefia da Seção de Comunicação Social da Marinha em São
Paulo (8º Distrito Naval) como era a pretensão inicial estabelecida pelo
pesquisador.
Foi orientado pelo Comando do 8º Distrito Naval que fosse
elaborado um conjunto de quesitos sobre assuntos de interesse para a
pesquisa e este seria encaminhado ao Centro de Comunicação Social da
Marinha, órgão de assessoria especial do Comando daquela Força, que se
responsabilizaria por respondê-lo, o que foi feito, conforme consta do Anexo
F.
Foi informado que a participação da Marinha nas redes sociais
acima elencadas se dá com cumprimento de política estabelecida pela
Diretoria de Comunicações e Tecnologia da Informação daquela Força
Armada.
Três
Oficiais,
cujas
patentes
não
foram
identificadas,
responsabilizam-se pela gestão da participação da Marinha nas redes sociais.
Esclareceu-se que são feitas medições em relação à participação
(acessos, seguidores, amigos, etc) nos sites de redes sociais dos quais a
Marinha participa, porém não foram apresentados números que possam
permitir uma avaliação sobre o nível e a qualidade da frequência.
Foi ainda mencionado que a interface da Marinha nas redes sociais
tem facilitado sobremaneira o processo de aproximação da Instituição com a
sociedade.
A participação da Marinha nas redes sociais é relativamente
recente (desde janeiro de 2011) e, sendo informado pelo Centro de
Comunicação Social que esta ação se insere na estratégia de comunicação
social da Instituição.
Em relação à interferência da cultura da Instituição no que se refere
ao uso das redes sociais, foi mencionado que este fato até é reconhecido
como positivo neste processo, ou seja, ele acaba ajudando na participação.
87
A Marinha não tem definido ainda projetos em relação ao uso das
redes sociais, bem como não possui rede social interna nos moldes do que já
existiu na PMESP, com a extinta nosGov-PM.
Depreende-se, pela consulta realizada, que a Marinha do Brasil
possui uma participação pouco expressiva nas redes sociais e ainda não deu
grau de importância a este tema.
Embora a política seja gerenciada por um órgão ligado ao
Comando da Força, pelas informações colhidas, pode-se entender que um
número reduzido de pessoas atua no processo de gestão da comunicação
social no âmbito desta Força Armada.
De outro lado, há que se considerar a recenticidade (janeiro de
2011) do tema na Marinha do Brasil: certamente, com o passar do tempo e
com o aumento do número de usuários da internet e das redes sociais, há
uma forte tendência de que este cenário se modifique.
4.2.2
Exército Brasileiro
O endereço eletrônico do Exército Brasileiro na internet é
http://www.exercito.gov.br.
O Exército Brasileiro também tem em seu site na internet uma
interface para exposição de vídeos sobre assuntos relacionados com suas
atividades específicas, que recebe o nome de “TV Verde Oliva”.
Além disso, também possui um link denominado “Verde Oliva FM
98,7”, onde são apresentadas entrevistas e matérias sobre ações do Exército
Brasileiro.
O Exército Brasileiro possui contas nas seguintes redes sociais:
Twitter, Facebook e Youtube.
Em uma rica entrevista realizada com o Chefe da Seção de
Comunicação Social do Comando Militar do Sudeste, Coronel EB Marcos
Vinícius Camargo Costa, foram colhidas informações importantes acerca da
utilização das redes sociais pelo Exército Brasileiro.
Esclareceu-se que toda a política de comunicação social no âmbito
do Exército Brasileiro é estabelecida pelo Centro de Comunicação Social do
88
Exército Brasileiro (CCOMSEX), órgão diretamente ligado ao Gabinete com
Comandante do Exército Brasileiro, acrescentando-se, porém, que em relação
às redes sociais ainda não existe nenhuma normatização, uma vez que o
tema é ainda recente e não tinha tratamento com grau de importância tão
elevada quando da última atualização da política de comunicação social.
Existe, no Exército Brasileiro, de a tendência de descentralização
no que se refere às ações de comunicação social, de modo a dar mais
autonomia aos Comandos Regionais para que criem e gerenciem suas
próprias contas nas redes sociais.
Este tema deve ser disciplinado brevemente por meio de uma
Diretriz emanada do Comando da Força Armada.
O Exército Brasileiro edita a cada três anos uma atualização de sua
política de comunicação social e esta deverá se renovar ainda em 2011 e, de
forma inédita, abordará a participação desta Força Armada nas redes sociais,
trazendo regras de como este processo deverá se dar.
O CCCOMSEX tem por missão manter e zelar pela imagem do
Exército Brasileiro por meio das atividades de comunicação social.
Tem uma estrutura departamentalizada, com cada setor tendo uma
atividade específica na área na área de comunicação social.
Embora não tenham sido informados números, foi mencionado que
são feitas medições a respeito da participação do EB nas redes sociais,
sendo tal providência de responsabilidade do CCOMSEX.
A participação do Exército Brasileiro potencializou fortemente a sua
interface com a comunidade, circunstância que pode ser comprovada pelo
número elevado de Seguidores e Amigos da Força nas redes sociais em
que toma parte.
Além disso, esta aproximação pode ser constatada no aumento
significativo no número de acessos ao sistema Fale Conosco, que nada mais
é do que um canal de comunicação direto do Exército com a sociedade.
Participar de redes sociais é uma ação que se alinha com a
estratégia do Exército para a área de comunicação social, especialmente
focada na comunicação com o público externo, muito embora não se afaste o
uso das redes sociais para também falar interna corporis.
89
O EB reconheceu a força das redes sociais como canal de
comunicação, razão pela qual o processo será inserido na renovação da
política para esta área no corrente ano.
Na avaliação do Chefe da Seção de Comunicação Social do
Comando Militar do Sudeste, a natureza da atividade militar e aspectos
relacionados à cultura das Instituições Militares interferem muito na
participação destas nas redes sociais: os valores, princípios e a estética
militar causam impedimento a agir com toda a liberdade e no ambiente de
caos que caracterizam a internet e, por consequência, as redes sociais.
A mesma autoridade entende que não há como os militares se
“despirem” de suas graduações ou patentes: onde quer que se encontrem
serão o que são, de Soldados a Generais.
Enfatizou ainda na entrevista realizada que entende muito
complexo um gestor, seja no nível que for, possuir uma conta pessoal em
uma rede social ou mesmo um Blog, pois esta se sujeitará a receber
comentários que podem ferir as regras de convivência hierárquica, típica dos
militares.
Não se tem notícia de novos projetos ou estudos em relação à
participação do Exército Brasileiro em redes sociais.
O EB também não possui rede social interna, embora, na avaliação
do Chefe da Seção de Comunicação Social do Comando Militar do Sudeste, a
medida fosse importante.
Foi informado que o contato é sempre feito de forma institucional,
pelos comandos de cada Organização Militar (OM) na página da Força
Armada na intranet, ou seja, inexiste comunicação pessoal no sistema, sendo
elas sempre feitas de Unidades para Unidades.
O tema rede social interna, segundo foi informado, não é
prioridade para o Exército Brasileiro.
Na hipótese de eventual criação de rede social, entendeu o
entrevistado que suas regras deveriam ser estabelecidas levando em conta a
boa relação entre as pessoas e, principalmente, considerando a natureza
militar que permeia os integrantes da Força Armada.
Percebeu-se, pela entrevista realizada, que o Exército Brasileiro
tem destinado especial atenção ao tema comunicação social e à
90
participação nas redes sociais. E tanto isso é certo que o tema é tratado por
um Centro ligado diretamente ao Gabinete do Comandante do Exército, o que
demonstra o quanto é grande a preocupação com o processo de
comunicação com a sociedade, com o seu público interno e, principalmente,
com a sua imagem.
Finalmente, apresentou-se como clara a percepção de que, para o
comando do EB, esta participação deve considerar a natureza militar de suas
atividades e a cultura que os caracteriza, o que não exclui o grau de
importância que a Força Armada destina ao tema.
4.2.3
Força Aérea Brasileira
O site da Aeronáutica do Brasil encontra-se no endereço eletrônico
http://www.fab.mil.br, no qual são expostos diversos temas afetos à sua área
de atuação, voltados tanto para o público interno para o público externo.
Trata-se de uma página bastante completa, que inclui também um
link para uma TV (TV Força Aérea) que retransmite matérias sobre ações
desenvolvidas pela Aeronáutica em território nacional ou fora dele.
Possui ainda um link para uma emissora de rádio pela internet
(Força Aérea FM) que retransmite programação musical e notícias
relacionadas com a Força Aérea.
A Aeronáutica possui contas nas seguintes redes sociais: Youtube
e Flirck.
Objetivando obter maiores e mais aprofundados conhecimentos
sobre a participação da Força Aérea Brasileira (FAB) nas redes sociais, foi
realizada uma entrevista pessoal com a Chefe da Seção de Comunicação
Social do IV Comando Militar Aeronáutico (IV COMAR), 1º Tenente Karina
Ogo.
Foi explicado inicialmente pela Oficial que toda a gestão da política
de comunicação social na Aeronáutica é realizada de forma centralizada pelo
Comando da Força, mais precisamente pelo Departamento de Comunicação
Social, a quem cabe toda a relação com os órgãos de imprensa, edição e
programação de vídeos e o gerenciamento do site da FAB, restando aos
91
Comandos Regionais apenas a execução desta política e o cumprimento das
rotinas diárias.
A política de comunicação social da Força Aérea Brasileira é do
ano 2000 e não trata das redes sociais, até em razão do fato de que, à época,
o tema não existia.
Foi citado que o Departamento de Comunicação Social da FAB
realiza medições para aferir o grau de adesão da sociedade às redes sociais
de que a Força Aérea participa, porém tais números não foram apresentados.
Infere-se que a participação nas redes sociais tem facilitado
processo de aproximação da FAB junto à sociedade, porém tal fato não se
pode concluir com absoluta certeza em virtude do fato de que a gestão não se
dá localmente, mas sim de forma centralizada, como já mencionado.
A participação nas redes sociais é uma estratégia da Força Aérea
Brasileira para a área de comunicação social e deve ser inserida no próximo
Plano de Comunicação Social de maneira formal, já que até o momento não
se encontra escrita em nenhum documento regulador.
A FAB não possui rede social interna.
Pelo fato de todo o processo de gestão da comunicação social na
Força Aérea se dar de forma centralizada em Brasília, no seu comando não
foi possível obter um detalhamento mais aprofundado sobre o assunto no
Comando Regional.
A entrevistada não se sentiu segura para abordar aspectos ligados
ao reflexo da (e na) cultura da Instituição nem soube falar sobre a existência
ou não de projetos nesta área.
A participação da FAB nas redes sociais é, pelo que se apurou,
ainda muito restrita, especialmente pelo fato de que seu Plano de
Comunicação Social, do início do século, ainda não aborda o assunto.
Muito embora possa num primeiro momento ser entendido que o
Comando da FAB valorize a área de comunicação social, já que o mantém
centralizado junto a si, foi possível inferir que este processo tem refletido em
certa lentidão em relação à adesão pela FAB na comunicação pelas redes
sociais.
92
4.3
O Uso das Redes Sociais pelas Polícias Militares e Corpos de
Bombeiros Militares do Brasil
Com o objetivo de conhecer a realidade do uso das redes sociais nas
demais Corporações Militares do Brasil foi realizada uma consulta às Polícias
Militares e Corpos de Bombeiros Militares, encaminhando-se, em quatro
oportunidades (13/04, 23/04, 02/05 e 04/05), mensagens eletrônicas (e-mail),
aos Gabinetes dos Comandantes Gerais das respectivas Instituições,
solicitando-se informações sobre a participação das Organizações nas redes
sociais.
A consulta foi montada na plataforma Google Docs e o link50 onde
estava hospedado foi apontado na mensagem eletrônica enviada às
cinquenta Corporações de interesse.
No texto explicativo da consulta encaminhada às Polícias Militares e
Corpos de Bombeiros Militares do Brasil foi inserido o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido, registrando-se que o encaminhamento do
instrumento de pesquisa eletronicamente seria considerado como aceite aos
termos previstos na consulta realizada.
Apesar das reiterações do pesquisador por e-mail, por contatos
telefônicos e até por interferência de alunos do Programa de Doutorado que
pertencem a Instituições coirmãs, apenas quatorze Corporações responderam
à consulta realizada, de modo que os resultados apurados não podem ser
generalizados para todas as Polícias e Corpos de Bombeiro Militares do Brasil
e serão apenas considerados como informação complementar no contexto da
presente pesquisa.
Nos subitens a seguir serão apresentadas, detalhadamente, as
informações sobre o tema referente a cada uma das Instituições que se
dispôs a responder a consulta formulada.
50
A consulta foi elaborada na Plataforma Google hospedada no link
https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?hl=pt_BR&pli=1&formkey=dF83VEY5bFFlNGl
qRmdZdExKRm1zQkE6MQ#gid=0, devidamente apontado no e-mail enviado aos Comandos
Gerais de todas as Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares do Brasil nas datas
citadas no corpo do trabalho.
93
4.3.1
Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio Grande do Norte
A Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte possui Home Page
na internet implantada poucos dias antes da realização da consulta, razão
pela qual não foi informada a média mensal de acessos.
O Comandante Geral da Instituição não possui um Blog institucional e
a Instituição também não se utiliza de redes sociais, de modo que não
existem regras para participação da Instituição e de seus membros em redes
sociais.
Os Comandantes Operacionais, da mesma forma não possuem Blogs
nem usam as redes sociais como ferramenta de comunicação.
Embora não use redes sociais, a Instituição avalia como importante a
utilização de tais ferramentas.
A Instituição também não possui rede social interna.
4.3.2
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás
O Corpo de Bombeiros do Estado de Goiás possui Home Page na
internet que, segundo informado, tem a média mensal de trinta mil acessos.
O Comandante Geral da Instituição não possui Blog institucional e a
Instituição se utiliza de redes sociais, particularmente do microblog Twitter, do
Flirck e do Issus, porém não existem ainda regras para participação da
Instituição e de seus membros nestas redes sociais, sendo informado que
estas estão em processo de elaboração.
Já os Comandantes Operacionais não possuem Blogs nem usam as
redes sociais como ferramenta de comunicação.
A Instituição avaliou como muito importante a utilização das redes
sociais.
A Instituição também não possui rede social interna.
94
4.3.3
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Minas Gerais
O Corpo de Bombeiros do Estado de Minas Gerais possui Home Page
na internet, que recebe a média de cento e vinte mil acessos mensais.
O Comandante Geral da Instituição ainda não possui Blog
institucional. Foi informado que, além do processo de construção do Blog do
Comandante Geral do Corpo de Bombeiros do Estado de Minas Gerais,
também estão sendo criadas contas da Instituição no microblog Twitter, no
Youtube, no Facebook e no Flirck.
Foi informado haver norma disciplinadora em relação à participação
nas redes sociais.
Os Comandos descentralizados não fazem uso de redes sociais.
A Instituição avaliou como muito importante a utilização das redes
sociais, afirmando que seu uso se presta a promover maior integração do
público interno, bem como para melhorar a qualidade da imagem da
Instituição.
A Instituição possui uma rede social interna.
4.3.4
Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará
O Corpo de Bombeiros do Estado do Ceará possui Home Page na
internet, com a média de quinhentos acessos por mês.
O Comandante Geral da Instituição não possui um Blog institucional e
a Instituição não faz uso das redes sociais institucionalmente
Foi informado que os Comandantes Operacionais possuem contas em
redes sociais, não se esclarecendo, no entanto, quais contas seriam estas.
Em relação às regras para a participação e uso das redes sociais, foi
explicitado que é proibido tratar-se nelas de assuntos de caráter políticopartidário e de assuntos que não sejam relacionados com a atividade de
bombeiros (interesses coletivos da Instituição).
A Instituição avaliou como muito importante a utilização das redes
sociais.
A Instituição possui rede social interna.
95
4.3.5
Polícia Militar do Estado de Mato Grosso
A Polícia Militar do Estado de Mato Grosso possui Home Page na
internet, apresentando esta um acesso mensal médio na ordem de pouco
mais de dezenove mil.
O Comandante Geral da Instituição não possui Blog institucional e a
Instituição também não faz uso das redes sociais como ferramenta de
comunicação.
Os Comandantes Operacionais não possuem Blogs, nem usam as
redes sociais como ferramenta de comunicação.
A Instituição avaliou como pouco importante a utilização das redes
sociais.
A Instituição também não possui rede social interna.
4.3.6
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Rondônia
O Corpo de Bombeiros do Estado de Rondônia possui Home Page na
internet (www.cbm.ro.gov.br), não tendo sido informada a quantidade de
acessos mensais ao sítio.
O Comandante Geral da Instituição possui um Blog institucional
(http://coronelcaetano.blogspot.com/) e a Instituição se utiliza de redes
sociais, particularmente do microblog Twitter e do Facebook, inexistindo
regras para participação da Instituição e de seus membros nestas redes
sociais.
Os Comandantes Operacionais possuem autorização para criar Blogs
e contas em redes sociais.
O uso de redes sociais foi apontado como importante pela Instituição.
A Instituição também não possui rede social interna.
96
4.3.7
Polícia Militar do Estado da Paraíba
A Polícia Militar do Estado da Paraíba possui Home Page na internet,
cuja média mensal é de duzentos mil acessos. Já o Comandante Geral da
Instituição não possui Blog institucional.
A Instituição tem conta na rede social Twitter, porém não existem
ainda regras para participação da Instituição e de seus membros nestas redes
sociais.
Já os Comandantes Operacionais não têm autorização para abrir
contas em redes sociais e não possuem Blogs.
A Instituição avaliou como importante a utilização das redes sociais.
A Instituição também não possui rede social interna.
4.3.8
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Tocantins
O Corpo de Bombeiros do Estado de Tocantins tem Home Page na
internet, sendo informado que é de cerca de cinquenta mil o número de
acessos mensais ao sítio.
O Comandante Geral da Instituição não possui Blog institucional e a
Instituição também não se utiliza de redes sociais.
Existe bloqueio de acesso às redes sociais pelos integrantes da
Instituição a partir dos terminais da Instituição.
Os Comandantes Operacionais também não possuem Blogs nem
usam as redes sociais como ferramenta de comunicação.
A Instituição não possui rede social interna e avaliou como importante
a utilização das redes sociais.
4.3.9
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Sergipe
O Corpo de Bombeiros do Estado de Sergipe possui Home Page,
porém não há controle em relação ao número de acessos mensais ao sítio.
97
O Comandante Geral da Instituição não possui Blog institucional e a
Instituição não se utiliza de redes sociais.
Não existem ainda regras para participação da Instituição e de seus
membros nestas redes sociais. Os Comandantes Operacionais não possuem
Blogs nem usam as redes sociais como ferramenta de comunicação.
A Instituição avaliou como muito importante a utilização das redes
sociais.
A Instituição também não possui rede social interna.
4.3.10
Polícia Militar do Estado de Goiás
A Polícia Militar do Estado de Goiás possui Home Page na internet,
sendo informado que em torno de dez mil acessos ocorrem ao mês àquele
sítio.
O Comandante Geral da Instituição não possui Blog institucional e a
Instituição se utiliza de redes sociais, especialmente do microblog Twitter.
Não existem regras para participação da Instituição e de seus
membros nestas redes sociais.
Os Comandantes Operacionais não possuem Blogs nem usam as
redes sociais como ferramenta de comunicação.
A Instituição avaliou como importante a utilização das redes sociais.
A Instituição também não possui rede social interna.
4.3.11
Polícia Militar do Estado de Tocantins
A Polícia Militar do Estado de Tocantins possui Home Page na
internet, porém não há controle em relação à quantidade de acessos mensais.
O Comandante Geral da Instituição não possui Blog institucional e a
Instituição não se utiliza de redes sociais.
Não existem ainda regras para participação da Instituição e de seus
membros nestas redes sociais.
98
Já os Comandantes Operacionais não possuem Blogs nem usam as
redes sociais como ferramenta de comunicação.
A Instituição avaliou como pouco importante a utilização das redes
sociais.
A Instituição também não possui rede social interna.
4.3.12
Polícia Militar do Estado de Alagoas
A Polícia Militar do Estado de Alagoas possui Home Page na internet,
sendo informado que o acesso mensal ao sítio gira em torno de cento e dez
mil.
O Comandante Geral da Instituição não possui Blog institucional e a
Instituição não se utiliza de redes sociais. Também não existem ainda regras
para participação da Instituição e de seus membros nas redes sociais.
Os Comandantes Operacionais não possuem Blogs e também não
usam as redes sociais como ferramenta de comunicação.
A Instituição avaliou como importante a utilização das redes sociais.
A Instituição também não possui rede social interna.
4.3.13
Corpo de Bombeiros Militar do Estado da Bahia
O Corpo de Bombeiros do Estado da Bahia possui Home Page na
internet, porém não é feito controle em relação ao número de acessos
mensais.
O Comandante Geral da Instituição também possui um Blog
institucional e, tal como a Home Page, não se têm informações sobre o
número de acessos mensais ao Blog.
A Instituição se utiliza das redes sociais, particularmente do microblog
Twitter, do Youtube, Facebook e do Flirck e as regras para participação da
Instituição e de seus membros nestas redes são estabelecidas pelo
Departamento de Modernização e Tecnologia do Corpo de Bombeiros da
Bahia.
99
Já os Comandantes Operacionais não possuem Blogs nem usam as
redes sociais para comunicar-se institucionalmente.
A Instituição avaliou como muito importante a utilização das redes
sociais.
A Instituição também não possui rede social interna.
4.3.14
Corpo de Bombeiro Militar do Estado do Mato Grosso do Sul
O Corpo de Bombeiros do Estado de Mato Grosso do Sul possui
Home Page na internet, porém não há acompanhamento e registro em
relação ao número de acessos mensais.
O Comandante Geral da Instituição não possui Blog institucional e a
Instituição se utiliza apenas da rede social Orkut.
Não existem ainda regras para participação da Instituição e de seus
membros nestas redes sociais.
Os Comandantes Operacionais não possuem Blogs nem usam as
redes sociais como ferramenta de comunicação.
A Instituição avaliou como muito importante a utilização das redes
sociais.
A Instituição também não possui rede social interna.
4.3.15 Síntese dos Levantamentos Realizados nas Polícias Militares e
Corpos de Bombeiros Militares Pesquisados
Considerando
as
respostas
apresentadas
pelas
quatorze
Corporações que responderam à consulta encaminhada a todas as Polícias e
Corpos de Bombeiros Militares do Brasil, foram apurados sinteticamente os
resultados que abaixo são apresentados:
a. Existência de Home Page da Instituição: as quatorze (100%)
Instituições possuem;
b. Controle de acessos mensais à Home Page: sete (50%)
Corporações não controlam acessos; o maior acesso informado é de
100
duzentos mil (Polícia Militar do Estado da Paraíba) e o menor é o do Corpo de
Bombeiros do Estado do Ceará (quinhentos acessos por mês);
c. Existência de Blog do Comandante Geral: duas (14.28%)
Instituições disseram possuir (Corpo de Bombeiros do Estado de Rondônia e
Corpo de Bombeiros do Estado da Bahia);
d. Contas em redes sociais: cinco (35,71%) Corporações possuem
(Polícia Militar do Estado de Goiás, Corpo de Bombeiros do Estado de
Rondônia, Polícia Militar do Estado da Paraíba, Corpo de Bombeiros de
Goiás, Corpo de Bombeiros do Estado da Bahia);
e. Principais contas que as Instituições possuem nas redes sociais:
Twitter (seis citações); Facebook (três citações); Flirck (três citações);
Youtube (duas citações); Issus (uma citação); Orkut (uma citação);
f.
Acesso pelos Comandos descentralizados às redes sociais: duas
Corporações (14,28%) autorizam tal acesso (Corpo de Bombeiros do Estado
do Ceará e Corpo de Bombeiros do Estado de Rondônia);
g. Avaliação do grau de importância do uso das redes sociais: sete
(50%) apontaram como importante, cinco (35,71%) responderam ser muito
importante e duas (14,28%) responderam ser pouco importante;
h. Existência de regras para uso das redes sociais no âmbito da
Instituição: quatro (28,57%) responderam existirem regras estabelecidas
neste sentido; e,
i.
Existência de rede social interna: duas (14,28%) disseram possuir
(Corpo de Bombeiros do Estado de Minas Gerais e Corpo de Bombeiros do
Estado do Ceará).
101
5
Contextualização do tema em face da revisão da literatura e dos
levantamentos realizados
Vivendo na Era da Informação, momento da história em que os
avanços tecnológicos se ampliam a cada instante e prestando serviços de
relevância social indiscutível, não poderia a Polícia Militar do Estado de São
Paulo alienar-se deste processo que, pode-se dizer, contamina toda a
sociedade.
É fundamental que a Corporação reconheça e sedimente essa nova
realidade, cuja principal característica é a velocidade da informação: falar
direta e mais rapidamente com a sociedade é algo que se deseja de quem
presta serviços em área de tanta importância social (segurança pública),
como é o caso da Polícia Militar.
As redes sociais propiciam à Polícia Militar que interaja com a
comunidade por cadeias, ou seja, “com muitos e ao mesmo tempo”, o que,
sem
dúvida
alguma,
amplia
substancialmente
sua
capacidade
de
comunicação.
A utilização da internet e, em especial das redes sociais para
potencializar a comunicação com a sociedade, é uma necessidade que deve
a PMESP atender para se inserir num contexto que cada vez mais, em função
do tempo e das limitações físicas (distâncias) se apresenta como irreversível.
Não se trata apenas de disponibilizar maior número de equipamentos
(computadores, modems e celulares), mas sim de verdadeiramente modificar
a forma de pensar dos membros da Instituição, fazendo-os compreender que
as redes sociais modificam a forma de estabelecer relacionamentos, quer
entre os membros da Instituição, quer com a comunidade em geral.
Relevante também é considerar que os custos da comunicação pelas
redes sociais na internet são muito menores do que os dos outros meios de
comunicação tradicionais, o que é importante numa estratégia de diminuição
ou de melhor aproveitamento dos recursos públicos.
A Instituição deve considerar ainda o dinamismo das redes sociais,
que trouxe grande mudança nos modelos tradicionais de comunicação. Esse
cenário implica que a PMESP deve preparar os seus integrantes para uma
102
nova realidade, onde as informações são cada vez mais disponíveis e de
domínio público e a sociedade tem interesse em conhecer.
É relevante que os operadores da PMESP nas redes sociais estejam
capacitados e saibam utilizar-se das ferramentas disponíveis na internet para
viabilizar as pretensões da Instituição nesta área de interface com a
sociedade. É exigência que o tema (redes sociais) esteja inserto na política de
comunicação social e que seja naturalmente reconhecido pelos seus
integrantes.
É importante ainda que sejam disponibilizados cada vez mais serviços
pela internet e pelas redes sociais, pois as pessoas também lá estão a sua
procura. Esta é, aliás, uma tendência já sedimentada na área privada e
crescente na área pública.
Exemplo evidente vem sendo dado, como foi apresentado, pelo
próprio
Governo
do
Estado
de
São
Paulo,
que
vem
ampliando
substancialmente a sua participação das redes sociais na internet, permitindo
comunicação mais eficaz com a sociedade, bem como disponibilizando
diversos serviços on line, em clara tendência pela valorização dos
denominados e-serviços.
No âmbito da PMESP, em consonância com a visão estratégica do
atual Comando Geral, o tema “comunicação social” tem-se apresentado como
um dos mais importantes e tem sido, certamente, um dos que mais evoluíram
nos últimos anos.
Para caracterizar este grau de importância, basta dizer que a PMESP
está com todas as suas OPM no Facebook, por determinação do Comando
Geral, que enxergou nesta medida uma forma eficaz de ampliar a
comunicação e de gerar aproximação da Instituição com a Sociedade.
Em outras redes sociais na internet, como o Blaving, Twitter e
Youtube, a Instituição também se faz presente com contas oficiais, tudo
dando contornos objetivos ao valor dado pela Corporação a uma nova
realidade de comunicação, cuja característica fundamental é a mediação pelo
computador.
As participações da PMESP nas redes sociais na internet têm tido
caráter institucional, com foco na apresentação de temas de interesse da
comunidade, que atenda às suas demandas e que lhes sirva como
103
orientações – como exemplos, podem ser citadas as recentes contas criadas
nas redes sociais Facebook e Twitter visando melhorar as condições de
segurança nas marginais da cidade de São Paulo (“PMnasmarginais” e
“@pmnasmarginais”).
A experiência trazida no estudo a respeito do Blog “PolicialBR”,
apresentado como um Case de sucesso na integração e comunicação entre
policiais e bombeiros militares do Brasil, congregando mais de vinte e dois mil
membros, serve para despertar na Instituição a importância de reedição de
uma rede social interna, no modelo da que já existiu e que hoje se encontra
inativa (nosGov-PM).
Essa rede social interna, com regras previamente postas, às quais
deveria aderir formalmente o interessado no momento de seu ingresso,
propiciaria não só uma ampliação na comunicação interna da Instituição, mas
também poderia constituir-se em excelente ferramenta de gestão de
conhecimento, em um interessante espaço para apresentação e discussão de
informações e para troca de experiências.
Os Cases apresentados na revisão de literatura, em especial o Case
denominado “Cão Pirata” se prestaram a demonstrar objetivamente a força
das redes sociais na internet, sua capacidade de mobilizar pessoas e difundir
informações e ideias e a consequente necessidade de a Corporação se
atentar para esta realidade.
Finalmente, os levantamentos realizados nas três Forças Armadas e
nas Polícias da Inglaterra e em outras quatorze Corporações Militares
Brasileiras explicitaram a tendência que se faz presente nas Corporações
Policiais e Militares em se utilizar das redes sociais na internet, podendo ser
considerado um indicativo de que a PMESP, ao também fazer esta opção,
trilha por caminhos.
Encerrada esta etapa inicial do trabalho, passar-se-á, no Capítulo
seguinte, aos aspectos mais objetivamente ligados à pesquisa junto aos
Dirigentes
Operacionais
da
PMESP
(Comandantes
de
Batalhões,
Coordenadores Operacionais e Comandantes de Companhia Territorial) para
se diagnosticar o uso que fazem das redes sociais e outros fatores ligados ao
tema.
104
6
Metodologia
Preliminarmente ao desenvolvimento da pesquisa em toda a
Instituição, foi realizado um Projeto Piloto, por meio da aplicação de um
instrumento de pesquisa (questionário) na região do Comando de
Policiamento do Interior Três (Ribeirão Preto), dirigido a todos os
Comandantes de Batalhão, Coordenadores Operacionais e Comandantes de
Companhia Territorial.
O questionário utilizado no Projeto Piloto foi montado na plataforma
Google Docs. Era composto de 59 quesitos, incluindo-se aqueles que tinham
a intenção de qualificar o entrevistado. O link onde se encontrava hospedado
foi encaminhado pela via eletrônica (e-mail) a todos os entrevistados.
Foram recebidas respostas de vinte e dois entrevistados, com a
seguinte distribuição por funções: um Comandante de Batalhão, quatro
Coordenadores Operacionais e dezessete Comandantes de Companhias
Territoriais.
O propósito da elaboração do projeto piloto foi o de avaliar a
compreensão dos quesitos dirigidos aos entrevistados, bem como de já
apurar dados preliminares sobre a pesquisa, permitindo análise comparativa
com os resultados completos que posteriormente seriam obtidos.
Além disso, o Projeto Piloto permitiu uma análise antecipada sobre
a pertinência e a oportunidade de serem acrescidos novos quesitos ou
reformular alguns dos existentes, o que seria necessário para a comprovação
da hipótese posta, bem como para apresentação de alternativa para a
questão problema apontada.
Após a devida adequação ao questionário a partir da experiência
do Projeto Piloto e das observações da Banca Examinadora na fase de préqualificação, o instrumento de pesquisa foi adequado às necessidades do
estudo proposto.
Os resultados do Projeto Piloto foram descritos em Relatório
específico.
105
O questionário principal do estudo foi também preparado utilizandose a Plataforma Google Docs e o link51 onde se encontrava hospedado foi
encaminhado ao público-alvo do estudo por e-mail (funcionais e das OPM),
com a indicação dos procedimentos a serem observados para o seu
preenchimento.
Constava também do corpo do questionário o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido do entrevistado, com o registro de que o
encaminhamento espontâneo do questionário, pela via eletrônica, seria
considerado como sua adesão à pesquisa e o seu aceite em com ela
contribuir.
O questionário final, constante do Apêndice Z, era composto por
sessenta e sete quesitos, e teve por propósito obter informações que diziam
respeito ao objeto do estudo, ou seja, o uso das redes sociais na Polícia
Militar do Estado de São Paulo, observados como recorte os Dirigentes
Operacionais da Polícia Militar do Estado de São Paulo, aqui considerados os
Comandantes de Batalhões, Coordenadores Operacionais e Comandantes de
Companhias Territoriais.
O encaminhamento do instrumento de pesquisa aos entrevistados
se deu em cinco etapas, num intervalo de tempo de quarenta e cinco dias,
conforme se descreve abaixo:
a. na primeira etapa, no dia 1º de abril de 2011, foram enviados emails a todos os Comandantes de Batalhão, Coordenadores Operacionais e
Comandantes de Companhia, devidamente identificados na intranet da
PMESP, no endereço de sua Unidades Operacionais, bem como para o
endereço eletrônico de todas as Unidades Operacionais no nível de Batalhões
Polícia Militares (do interior e da capital) e às Companhias de Policiamento
Territoriais (do interior e da capital);
b. na segunda etapa foram reenviadas, em doze de abril de 2011,
novas mensagens eletrônicas a todos os Tenentes-Coronéis PM, Majores PM
e Capitães PM, cujos e-mails estão registrados na intranet da PMESP,
solicitando-se a eles sua participação no estudo, por meio do preenchimento
51
O link onde o questionário foi hospedado na Plataforma Google Docs foi
https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?hl=pt_BR&formkey=dGFfZWxaYXhveFlTQ0x
MSGhNVVFLYVE6MA#gid=0
106
do instrumento de pesquisa no link52 indicado, por aqueles que estivessem
ocupando, como titulares ou interinos, as funções de Comandantes de
Batalhões, Coordenadores Operacionais e Comandantes de Companhias
Territoriais. Nas mensagens eletrônicas enviadas foi enfaticamente frisado
que aqueles que não se enquadrassem nas funções citadas deveriam ignorála, ou seja, deixar de responder o questionário;
c. numa terceira etapa foram encaminhados, em vinte de abril de
2011, novas mensagens eletrônicas para um representante de cada Batalhão
Policial Militar do Interior e da Capital, solicitando-se o apoio deste no sentido
de reiterar aos Comandantes de Batalhão, de Coordenadores Operacionais e
Comandantes de Companhia Territoriais, que até então não tinham
respondido o instrumento de pesquisa, para que o fizessem;
d. na quarta etapa, o instrumento de pesquisa foi novamente
encaminhado aos e-mails funcionais dos Oficiais da PMESP ocupantes das
funções de Comandantes de Companhias Territoriais, Coordenadores
Operacionais e Comandantes de Batalhões, bem como aos endereços
eletrônicos das Unidades Operacionais do nível de interesse (Batalhões de
Polícia Militar da Capital e do Interior e para Companhias PM), em dois de
maio de 2011, reiterando-se solicitação para que houvesse a apresentação de
respostas aos quesitos formulados no questionário por aqueles que ainda não
tinham adotado tal providência; e,
e. finalmente, numa quinta fase, o questionário foi encaminhado a
todos
os
Tenentes-Coronéis,
Majores
e
Capitães
da
PMESP,
independentemente das funções exercidas, utilizando-se como base o banco
de dados de endereços de e-mails na Home Page da PMESP na intranet, em
quinze de maio de 2011, reiterando-se solicitação para que os instrumentos
fossem respondidos eletronicamente, respeitando-se o recorte estabelecido
na pesquisa, ou seja, a função operacional exercida.
Todo este processo culminou no recebimento de duzentas e
noventa e uma respostas até o dia trinta de maio de 2011, sendo dezenove
52
O instrumento de pesquisa foi hospedado na Plataforma Google Docs, no link
https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?hl=pt_BR&formkey=dGFfZWxaYXhveFlTQ0x
MSGhNVVFLYVE6MA#gid=0
107
de Tenentes-Coronéis PM, sessenta e duas de Majores PM, cento e noventa
de Capitães PM e vinte de Tenentes PM.
Considerando as funções, foram recebidos questionários de
cinquenta
e
Coordenadores
quatro
Comandantes
Operacionais
e
de
cento
Batalhões,
e
sessenta
setenta
e
Comandantes
sete
de
Companhias Territoriais.
Registre-se que na PMESP existem cento e quatro funções de
Comandantes de Batalhões, cento e quatro de Coordenador Operacional e
trezentos e setenta e seis de Comandantes de Companhia Territorial.
Diante do fato de que para a coleta de dados não foram
observados critérios estatísticos, sendo enviados instrumentos de pesquisa
para todos os Oficiais da PMESP ocupantes das funções de Comandante de
Batalhão, Coordenadores Operacionais e Comandantes de Companhia e
também aos e-mails funcionais das OPM onde existem tais funções, a
amostra não pode ser considerada probabilística, de modo que os resultados
apurados não permitem generalização para toda a Instituição, mas tão
somente em relação à população considerada no estudo.
Graficamente, a composição da amostra, considerando os postos
dos entrevistados, seria a que segue:
Gráfico 1: Distribuição da amostra por Postos
108
Considerando as funções, e levando-se em conta a sua titularidade
ou o exercício interino, foram recebidas respostas de cinquenta e quatro
Comandantes de Batalhões, setenta e sete Coordenadores Operacionais e
cento e sessenta Comandantes de Companhias Territoriais, graficamente
assim representados:
Gráfico 2: Distribuição da amostra da pesquisa por Função
Passando a considerar a faixa etária dos entrevistados, foi
verificado que os que possuem menos de 35 anos corresponderam a 3,09%
da amostra; já entre os que disseram possuir entre 35 e 40 anos eram
27,15%; a maioria era composta por Oficiais PM na faixa dos 40 a 45 anos
(43,64%); entre os que disseram possuir entre 45 a 50 a taxa foi de 21,99% e
a última faixa, composta pelos Oficiais que disseram ter mais de 50 anos,
representou 4,12% da amostra total, conforme se apresenta no gráfico a
seguir:
109
Gráfico 3: Distribuição da amostra da pesquisa por Faixa Etária
Levando em conta o tempo de serviço dos entrevistados, observouse o cenário graficamente apresentado:
Gráfico 4: Distribuição da amostra da pesquisa por Tempo de Serviço (em %)
Constata-se que a grande maioria dos entrevistados se encontra
na faixa dos 20 a 30 anos de serviço (80,42%).
110
Apurando-se o fato de possuírem ou não conhecimento sobre
informática, teve-se como resultado um elevadíssimo nível de apontamento
positivo neste sentido, como se pode verificar no gráfico apresentado a
seguir:
Gráfico 5: Distribuição da amostra da pesquisa por conhecimento em Informática
No mesmo sentido respondeu a maioria dos entrevistados quando
questionados sobre o nível de conhecimento sobre internet, conforme se
apresenta a seguir, graficamente:
Gráfico 6: Distribuição da amostra da pesquisa por conhecimento em Internet
111
Finalmente, caracterizando-se a amostra pelo seu nível de
participação nas redes sociais, apurou-se o que segue:
Gráfico 7: Distribuição da amostra da pesquisa por propriedade
de contas em Redes Sociais na Internet
Foi esta, portanto, a amostra considerada para a realização da
pesquisa, cujos resultados serão apresentados no capítulo seguinte.
112
7
Descrição e Análise dos Resultados da Pesquisa Realizada
Os resultados serão apresentados e analisados em função dos
objetivos específicos delineados na pesquisa.
7.1
Informações Preliminares Sobre os Resultados Apurados na Pesquisa
Analisando-se com maior detalhamento os resultados da pesquisa,
constatou-se que a rede social mais conhecida pelo grupo analisado,
independente de qualquer variável, é a Home Page da PMESP na internet:
99,66% dos entrevistados, ou duzentos e noventa deles, respondeu conhecêla. Logo a seguir foi mencionado o Spark, conhecido por 95,88% dos
entrevistados. Na sequência foram mencionados: Blog do Comandante Geral
(58,76%), a rede social interna nosGov-PM (53,26%) e, por último, a conta da
PMESP
no
microblog
Twitter,
conhecida
por
apenas
13,75%
dos
entrevistados.
Apresentados os dados em gráficos, teríamos o que abaixo segue:
Gráfico 8: Nível de conhecimento das redes sociais que a PMESP participa
O fato de a Home Page da PMESP na internet já existir há vários
anos justifica o seu elevado nível de conhecimento e, pelo mesmo motivo,
113
porém em sentido oposto, justifica-se o baixo nível de conhecimento da conta
da PMESP no Twitter. Acrescenta-se ainda, neste pormenor, o fato de que a
ferramenta de comunicação social Twitter, embora bastante difundida, é ainda
para o público interno da Instituição desconhecida, conforme se apurou na
pesquisa.
Apurando-se o nível de conhecimento das redes sociais em função
da idade dos entrevistados, constatou-se que apenas na faixa etária daqueles
que possuíam menos de 35 anos de idade, a Home Page da PMESP não
teve grau de conhecimento na ordem de 100%; este segmento respondeu ter
nível de conhecimento maior em relação ao Spark. De outro lado, tratando-se
da rede social com menor nível de conhecimento, este mesmo segmento, ou
seja, com idade inferior a 35 anos, mostrou total desconhecimento em relação
à conta da PMESP no Twitter.
A tabela abaixo sintetiza os resultados:
Tabela 1 – Nível de conhecimento das redes sociais em
que a PMESP participa por Faixa Etária (em %)
Redes Sociais
Home Page da PMESP
Blog do Cmt Geral
Conta da PMESP no
Twitter
nosGov-PM
Spark
Abaixo
de 35
anos
Entre 35
e 40 anos
Entre 40
e 45
anos
Entre 45
e 50
Acima de
anos
50 anos
88,89
33,33
100
59,49
100
50,39
100
73,44
100
83,33
0
44,44
100
12,66
58,23
97,47
11,02
53,54
98,43
17,19
53,13
90,63
41,67
25
83,33
Fonte: O autor
Sendo o público mais jovem da pesquisa, era esperado que os
entrevistados com idade inferior a 35 anos tivessem bom nível de
conhecimento em relação a todas as redes sociais, já que compõem
Gerações Sociais (“X” e “Y”) com maior contato com informática, internet e
redes sociais, pelos menos na teoria.
Contudo este fenômeno não se repercutiu na pesquisa e não se
identificou uma razão objetiva para justificá-lo.
Avaliando-se a qualificação da frequência às redes sociais que
foram objetos deste estudo, constatou-se, pelas respostas dadas pelos
Dirigentes Operacionais, que a preferida pelos Oficiais é a Home Page da
PMESP (27,84% de respostas neste sentido), enquanto que para as Praças
114
foi apontado o Spark como o instrumento mais adequado para internet
(6,19%). A mais democrática das redes sociais estudadas, frequentada
indistintamente por Oficiais e Praças, na concepção do público entrevistado
foi também o Spark: assim entenderam 70,10% da amostra. Já a rede social
apontada com mais desconhecida foi também a Home Page da PMESP
(assim apontaram 11,34% dos consultados), muito embora possa se concluir
que a conta da PMESP no Twitter seja, de fato, a que menos é do
conhecimento dos Dirigentes Operacionais, uma vez que 79,38% deixaram de
responder sobre ela por nada saberem a seu respeito.
A tabela abaixo resume os resultados:
Tabela 2 – Nível da frequência às redes sociais por segmento da PMESP (em %)
Redes Sociais
Home Page da PMESP
Blog do Cmt Geral
Conta da PMESP no
Twitter
nosGov-PM
Spark
Oficiais
Praças
Indistintamente
Oficiais e Praças
Sem público
específico
Desconhecido
Não
respondeu
27,84
17,53
1,03
3,09
36,77
18,9
22,34
13,4
11,34
7,22
0,69
39,86
3,44
3,44
4,81
0
4,47
6,19
7,56
29,9
70,1
6,53
3,78
0
3,09
4,12
4,12
79,38
54,3
14,78
Fonte: O autor
Pode ser verificado pelas respostas os Oficiais teriam maior
preferência por redes sociais disponibilizadas na intranet, enquanto que as
Praças optariam por aquelas cujo acesso pode se dar pela intranet, tendo tal
percepção possivelmente sido gerada pelo fato de que os Oficiais teriam mais
condições de acessar a rede mundial de computadores de suas residências,
enquanto que as Praças teriam limitado tal acesso a partir de terminais da
Polícia Militar.
O Spark foi apontado como a rede social mais “democrática”, ou
seja, de maior nível de acesso tanto por Oficiais como por Praças e isto
certamente se deve ao fato de se tratar de ferramenta de comunicação muito
prática, semelhante ao conhecidíssimo Messenger (MSN), ágil e cujo uso foi
substancialmente incentivado na Instituição, com a ressalva de que o objetivo
principal foi o de propiciar economia com telefonia e não propriamente a
comunicação.
115
Em relação ao nível de avaliação que fazem os entrevistados da
participação da PMESP nas redes sociais, considerando a função que
exercem, apurou-se o que se demonstra na Tabela a seguir apresentada:
Tabela 3 – Avaliação da participação da PMESP nas
redes sociais segundo a Função dos pesquisados (em %)
Comparativo entre Avaliação da Participação da PMESP nas Redes Sociais x Função
Função/Avaliação da Participação
Comandante de Batalhão
Coordenador Operacional
Comandante de Companhia Territorial
Fonte: O Autor
Ótima Boa Regular Ruim Péssima
14,81
50
29,63
3,7
1,85
15,58 45,45
32,47 5,19
1,3
20 58,75
14,38 3,75
3,13
Pela análise comparativa entre a avaliação que se faz da
participação da PMESP nas redes sociais em relação às funções
operacionais dos entrevistados, pode-se constatar que o grupo que melhor
pontuou a participação da Instituição nas redes sociais foi o daqueles que se
encontram na função de Comandantes de Companhia Territoriais: para
78,75% deste segmento, a participação na PMESP nas redes sociais é Ótima
ou Boa. Entretanto foi esse mesmo grupo quem respondeu que a PMESP não
tem boa avaliação no que se refere à sua participação nas redes sociais: para
6,88% dos Comandantes de Companhias Territoriais, o envolvimento da
Instituição nas redes sociais na internet é Péssima ou Ruim.
Verifica-se, portanto, nesta abordagem inicial sobre os resultados,
que o nível de conhecimento, interesse por participação e reconhecimento da
importância da PMESP está na internet e nas redes sociais, considerando
que a opinião da população entrevistada é muito elevada.
À exceção da conta da PMESP no microblog Twitter, ainda
desconhecida pela grande maioria dos entrevistados, constatou-se que as
demais redes sociais consideradas nesta pesquisa tiveram seu uso apontado
como importante para a Instituição.
Interessante também abordar nesta análise preliminar, a grande
aceitação pelo público interno em relação à rede social Spark: embora não
seja um aplicativo criado especificamente para a PMESP, tendo sido sua
utilização adaptada para os integrantes da Instituição, restou claro neste
estudo que esta ferramenta de comunicação foi muito bem recebida pelos
116
policiais militares em geral, muito embora avaliando as respostas sobre as
razões de seu uso, foi constatado que o fator mais importante apresentado
pelos entrevistados para avaliá-la positivamente foi a economia gerada com
ligações telefônicas e não a sua utilidade como canal de comunicação eficaz.
Além do seu alto grau de conhecimento pelos entrevistados,
ficando atrás apenas da Home Page da PMESP na internet, é também o
Spark a rede social apontada como a mais universal, uma vez que tanto
Oficiais como Praças apontaram utilizá-la para estabelecer contatos com
outros membros da PMESP.
7.2
Análise Sobre a Extensão do Uso das Redes Sociais pelos Dirigentes
Operacionais
O primeiro objetivo específico da presente pesquisa foi o de avaliar,
de forma real, por meio de verificação qualitativa e quantitativa, a extensão do
uso que fazem os Dirigentes Operacionais da PMESP, procurando-se saber o
seu alcance e as características do público atingido em função do uso, bem
como apreciar eventuais tendências de limitação ou ampliação do canal de
comunicação estabelecido pela web e pelas redes sociais.
Inicialmente serão apresentados dados comparativos entre a
periodicidade de acesso a cada uma das redes sociais analisadas e a função
dos policiais militares entrevistados no estudo. A tabela a seguir demonstra
esse cenário:
Tabela 4 – Nível da Frequência às redes sociais objetos do estudo por Função dos entrevistados (em %)
Comparativo entre Frequência x Função
Frequência
(Periodicidade)
Diariamente
Cmt Btl
Coord
Op
0
5,19
Função
Redes Sociais
Home Page da
PMESP
Blog do Cmt
Geral
Conta da PMESP
no Twitter
Semanalmente
Cmt
Cia
Ter
Cmt
Btl
Coord
Op
Mais que
Mensalmente/esporadicame
nte/indefinidamente
Mensalmente
Cmt
Cia
Ter
Cmt
Btl
Coord
Op
1,25
87,04
67,53
77,5
3,7
11,69
Cmt
Cia
Ter
Cmt
Btl
Coord
Op
Cmt
Cia Ter
6,88
9,26
15,58
14,38
75,63
0
0
0
38,89
33,77
21,88
9,26
2,6
2,5
51,9
63,64
3,7
2,6
1,88
7,41
5,19
5
0
0
0,63
88,9
92,21
92,5
nosGov-PM
12,96
7,79
12,5
22,22
35,06
13,75
1,85
0
0,63
63
57,14
73,13
Spark
57,41
42,86
50,63
20,37
35,06
25,63
0
0
0
22,2
22,08
23,75
Fonte: O Autor
117
Observou-se no estudo realizado que o uso das redes sociais pelos
entrevistados não obedece a um padrão de periodicidade, ou seja, varia em
função do tipo de rede e de sua aplicação. Porém, constatou-se que entre as
funções dos entrevistados não há acentuado grau de divergência quanto aos
períodos de frequência.
A Home Page da PMESP na internet, provavelmente em função de
que sua atualização não é feita diariamente, recebe visitação semanal por
parte dos entrevistados, o que já não ocorre com o Blog do Comandante
Geral, que recebe visitas superiores a períodos mensais, devendo-se isso ao
fato de que seu nível de conhecimento não é alto e também a atualização das
informações lá contidas ocorre esporadicamente, o que influencia o
interesse/desinteresse pela rede.
A conta da PMESP no microblog Twitter tem baixo grau de
frequência e isso se deve ao fato de que um número reduzido de
entrevistados a conhecem, bem como também não sabem operá-la, o mesmo
acontecendo em relação à rede social interna nosGov-PM.
Já o aplicativo Spark, em função de sua funcionalidade como
transmissor de mensagens instantâneas, teve a frequência diária como a
mais apontada pelos entrevistados. O segmento que apontou período acima
de
mensal
certamente
é
composto
por
aqueles entrevistados
que
desconhecem ou que não usam o aplicativo.
Estabelecendo-se uma análise comparativa entre a periodicidade
de frequência às redes sociais estudadas e a avaliação que os entrevistados
delas fazem, comprovou-se que entre os que mais usam as redes sociais
(aqueles que responderam "Diariamente") é o Spark a apontada como a
melhor delas: para 48,11% da amostra é esta rede social avaliada como
Ótima ou Boa. Já a rede social apontada com pior avaliação por este mesmo
segmento foi a rede social interna nosGov-PM, citada por 1,03% dos
entrevistados com Péssima, muito embora o Blog do Comandante Geral não
tenha recebido nenhuma citação entre os que disseram visitar as redes
sociais diariamente, numa demonstração de que as visitadas a esta rede
social são esporádicas.
Em relação ao público que usa redes sociais em periodicidade
semanal a Home Page da PMESP na internet é a que recebeu a melhor
118
avaliação (64,60% dos entrevistados a avaliaram como Ótima ou Boa), sendo
ela também apontada como a que mais recebeu avaliação negativa (para
1,03% dos entrevistados ela é Ruim).
Entre aqueles Dirigentes Operacionais que responderam utilizar-se
das redes sociais mensalmente ou por período superior a este ou
indefinido/esporadicamente, ou seja, com um nível de adesão baixo às redes
sociais, a melhor avaliada foi o Blog do Comandante Geral, com 20,79% de
citações como Ótima ou Boa. Para este mesmo público são também o Blog
do Comandante Geral e a conta da PMESP no Twitter, as redes sociais com
pior avaliação: 1,37% dos entrevistados que se enquadram neste perfil a
avaliaram como Ruim.
Considerando o tipo de público que frequenta as redes sociais que
são objeto deste estudo, constatou-se, pelas respostas dadas pelos
Dirigentes Operacionais, que a preferida dos Oficiais é a Home Page da
PMESP (27,84% de respostas neste sentido), enquanto que para as Praças
foi apontado o Spark como o meio preferido de se comunicar na internet
(6,19%). A mais democrática das redes sociais estudadas, frequentada
indistintamente por Oficiais e Praças na concepção do público entrevistado foi
também o Spark: assim entenderam 70,10% da amostra. Já a rede social
apontada como mais desconhecida foi também a Home Page da PMESP
(assim apontaram 11,34% dos entrevistados), muito embora se possa concluir
que a conta da PMESP no Twitter seja de fato a que menos é do
conhecimento dos gestores operacionais, uma vez que 79,38% deixaram de
responder sobre ela por nada saberem a seu respeito.
Graficamente teríamos:
Gráfico 9: Nível de frequência por segmentos da PMESP (em %)
119
Passando-se a analisar comparativamente o nível da frequência às
redes sociais consideradas nesta pesquisa e os resultados positivos gerados
em função do acesso a elas pela população entrevistada, constatou-se que
entre aqueles que responderam frequentar as redes sociais diariamente, o
Spark foi apontado como a que produz maior efeito positivo, isso segundo
48,45% dos entrevistados.
Entre aqueles que se manifestaram afirmando frequentar as redes
sociais analisadas semanalmente, por 75,26% dos entrevistados é a Home
Page da PMESP na internet quem traz resultados mais benéficos para a
Instituição.
Já para os que responderam usar redes sociais em periodicidade
mensal, também é Home Page da PMESP na internet que produz resultados
mais positivos para a Instituição: esta foi a resposta de 7,22% do total de
entrevistados que se enquadram neste perfil.
Finalmente, entre aqueles que responderam usar as redes sociais
em período superior ao mensal, ou indefinido ou esporádico, a grande maioria
apontou a conta da PMESP no microblog Twitter como a que gera resultados
mais positivos para a Instituição (60,48%), seguida proximamente pelo Blog
do Comandante Geral, apontado por 54,30% dos entrevistados deste
segmento etário como gerador de efeitos benéficos à PMESP.
Verificou-se que, independentemente da periodicidade com que se
frequenta as redes sociais, estas são consideradas como importantes e
geradoras de resultados positivos para a Instituição. Em quase todos os
períodos analisados, esse cenário se reproduziu, ou seja, as redes sociais se
apresentaram como ferramentas propiciadoras de resultados adequados para
a PMESP.
A única exceção se deu em relação à rede social interna nosGovPM para o público que respondeu frequentar as redes sociais em
periodicidade superior a um mês, indefinido ou esporádico.
120
7.3
Análise Sobre o Grau de Efetividade no Uso das Redes Sociais pelos
Dirigentes Operacionais Pesquisados
O segundo objetivo específico do trabalho posto foi o de apurar a
efetividade na utilização das redes sociais pelo público-alvo na presente
pesquisa, ou seja, a eventual capacidade de que este uso gere efeitos na
PMESP, considerando-se como parâmetros as características e os conteúdos
tratados neste ambiente virtual, sua pertinência e interesse à área da
segurança pública e à Instituição e os resultados que se alcançam com a
utilização das redes sociais.
Apurando-se a opinião dos entrevistados sobre se as redes sociais
em que a PMESP participa devem tratar de temas apenas afetos à atividade
típica da Instituição e estabelecendo um recorte por Função desempenhada,
constatou-se que a maior parte dos gestores operacionais é favorável a que
se trate apenas de temas que digam respeito à Instituição, não se desviando
deste foco: na média, 68,7% assim entendem.
Assim graficamente se representa este cenário:
Gráfico 10: Comparação entre a natureza dos assuntos que devem ser tratados nas redes sociais
e Função (em %)
Verificou-se que entre todos os segmentos entrevistados a posição
foi no sentido de que a participação da PMESP nas redes sociais deve se dar
para tratar apenas de assuntos relacionados com a sua área de atuação. Este
121
cenário se contradiz com o próprio conceito de internet e redes sociais, já que
estes se caracterizam pela liberdade plena no trato dos temas.
Esta preocupação talvez decorra do fato de que a tratativa de
assuntos diversos repercutiria na perda do foco do uso das redes sociais
como ferramenta de comunicação e interação voltada para a área da
segurança pública.
Estabelecendo-se a mesma análise em relação à idade dos
entrevistados, ter-se-ia o que abaixo se apresenta graficamente:
Gráfico 11: Comparação entre a natureza dos assuntos que devem ser tratados nas redes
sociais e Faixa Etária (em %)
Apurando-se a opinião dos entrevistados sobre se os temas a ser
tratados nas redes sociais das quais a PMESP participe devam tratar
exclusivamente de temas afetos à sua atividade e estabelecendo-se um
recorte por faixa etária, foi verificado que a maioria entende que a Instituição
deve tratar apenas de assuntos de sua competência, ou seja, relacionados
com a sua atividade: na média, 59,12% dos entrevistados assim entendem. A
faixa etária em que mais predomina este entendimento é a de 45 a 50 anos
(73,44%), e a que tem maior rejeição a este ponto é a composta por gestores
operacionais com idade superior a 50 anos (apenas 25% têm esta opinião).
Verificou-se uma curva ascendente em relação em relação à idade
dos entrevistados e a sua opinião em relação ao fato de que as redes sociais
das quais a PMESP tome parte devam abordar apenas assuntos de interesse
institucional, o que teoricamente se alinha com a teoria das Gerações, uma
vez que os mais jovens seriam mais propensos a usar a internet e as redes
sociais para tratar de assuntos mais variados.
122
Este cenário só não se reproduziu, por questões não apuradas,
entre os mais velhos (acima de 50 anos), no entanto deve-se fazer a ressalva
de que um número muito reduzido de entrevistados se enquadra neste perfil,
o que compromete uma análise mais concreta sobre o assunto.
Outro dado apurado na pesquisa disse respeito à necessidade de
existirem ou não normas regulamentadoras sobre a participação da PMESP
nas redes sociais: partindo do pressuposto de que no ambiente web a
liberdade de manifestação e de exposição de ideias é a regra, os resultados
da pesquisa em relação à opinião dos Dirigentes Operacionais foi a oposta
dessa, conforme se pode apurar no gráfico abaixo:
Gráfico 12: Comparação entre opinião sobre necessidade de normas regulamentadoras
da participação da PMESP nas redes sociais e Função (em %)
Verificando-se a opinião dos entrevistados sobre a necessidade de
existirem normas regulamentadoras sobre a participação e o uso das redes
sociais
pela
PMESP
e
estabelecendo-se
um
recorte
por
Função
desempenhada, constatou-se que a maior parte dos Dirigentes Operacionais
se posicionou a favor de que existam tais normas regulamentadores. Na
média, 71,67% assim entendem.
Esta posição é influenciada pela natureza da própria Instituição,
que possui regramentos para todas as suas áreas de atuação e, de forma
diversa não poderia ocorrer em relação às redes sociais.
123
Ressalte-se que uma das normas existentes (I-31-PM) já aborda
parcialmente o assunto no âmbito da PMESP, ao regular os procedimentos a
serem observados na comunicação via e-mail pela internet.
Estabelecendo-se a mesma análise em função da idade dos
entrevistados, foi constatado que as faixas com os grupos com mais idade
apontam com maior incidência esta necessidade: para os que possuem mais
de 40 anos, na média 73,88% apontam como importante esta medida. Já para
os mais jovens, com idade inferior a 35 anos, apenas 55,55% apontaram
como importante e necessária a existência de normas regulamentando a
participação da PMESP em redes sociais, conforme se demonstra
graficamente abaixo:
Gráfico
13:
Comparação
entre
opinião
sobre
necessidade
de
normas
regulamentadoras da participação da PMESP nas redes sociais e Faixa Etária (em %)
Este cenário é compatível com a teoria das Gerações, segundo a
qual os mais jovens se adaptam melhor ao ambiente na internet e nas redes
sociais, onde a liberdade de manifestação e de uso das ferramentas web
predomina sobre a imposição de regramentos.
A respeito da opinião dos entrevistados sobre a pertinência ou não
de abertura das redes sociais em que a PMESP participe para a população
em geral, constatou-se, em relação à função dos consultados, o que abaixo é
representado graficamente:
124
Gráfico 14: Comparação entre opinião sobre a pertinência da participação da população em
geral nas redes sociais em que a PMESP participe e Função (em %)
Verificou-se que a quase totalidade dos Comandantes de Batalhão,
dos Coordenadores Operacionais e dos Comandantes de Companhias
Territoriais tem a compreensão de que as redes sociais das quais a PMESP
participe devem também contar com a participação da sociedade: na média
97,2% dos entrevistados pensam desta forma.
Infere-se, pelo que se apurou neste pormenor da pesquisa, que a
cultura de reconhecimento da necessidade de aproximação da Instituição com
a Comunidade, calcada nos princípios elementares da Polícia Comunitária,
está enraizada na Instituição, particularmente entre os seus Dirigentes
Operacionais e não se limita ao aspecto físico, mas se expande também para
o mundo virtual.
O mesmo aspecto, analisado com base na idade dos entrevistados,
apontou também que a grande maioria dos consultados tem a compreensão
de que isso deve ocorrer: a menor taxa neste sentido situa-se entre os mais
jovens (77,78% dos que têm menos de 35 anos); já entre os mais antigos
(entre 45 e 50 anos e acima de 50 anos), 100% entendem que a participação
da sociedade nas redes sociais em que a PMESP tome parte deve ser
franqueada à população. Na média, 94,2% são favoráveis à participação da
sociedade nas citadas redes sociais.
Interessante a constatação de que entre mais velhos e, portanto,
com mais tempo de serviço, acentua-se a posição quanto à importância da
125
aproximação com a comunidade também no ambiente web: isso pode ser
analisado como influência da atividade sobre o homem, fazendo-o sedimentar
este conceito com o passar dos anos e a obtenção de experiência
profissional.
Analisando-se as respostas dadas pelos entrevistados em relação
à presença da PMESP nas redes sociais e estabelecendo-se uma
comparação com as suas respectivas funções, verificou-se que os
Comandantes de Batalhão são os que mais apoiaram o entendimento de que
a PMESP deve ocupar todos os espaços nas redes sociais: 66,67% dos
entrevistados que ocupam tal função apresentaram respostas neste sentido.
Já os Coordenadores Operacionais foram os que mais apontaram que a
PMESP deve ter uma participação mais seletiva nas redes sociais, com
67,53% dos entrevistados que se enquadram neste segmento.
Graficamente teríamos a representação abaixo:
Gráfico 15: Comparação entre opinião sobre o modelo de presença da PMESP nas redes
sociais e Função (em %)
Considerando a opinião dos entrevistados sobre a comparação
entre a presença da PMESP nas redes sociais e se deve ela ser aberta à
participação da comunidade em geral, tanto para os que disseram que a
PMESP deve estar presente em todas as redes sociais, quanto para os que
responderam que esta participação deve ser seletiva, o entendimento é o de
que as redes sociais em que a PMESP tome parte deve ser aberta à
participação da sociedade: uma média de 81% dos entrevistados se
manifestou neste sentido.
Graficamente tem-se:
126
Gráfico 16: Comparação entre abertura da participação da PMESP nas redes sociais e modelo de
presença a ser observado (em %)
Infere-se, portanto, que os Dirigentes Operacionais considerados
no estudo realizado almejam uma rede social ampla, normatizada e focada na
discussão de assuntos afetos à área da segurança pública.
7.4
Análise do Nível de Eficácia no Uso das Redes Sociais pelos Dirigentes
Operacionais Pesquisados
Atendendo ao terceiro objetivo específico da pesquisa científica,
passar-se-á a mensurar o grau de eficácia produzido pelo uso das redes
sociais pelos Dirigentes Operacionais entrevistados neste estudo, visando-se
a apurar se estas se apresentam como instrumento de comunicação
adequado para se estabelecer contato com os públicos internos (tropa) e
externos (sociedade em geral), além de se constituir em um mecanismo
propício à obtenção de feedback.
Apurando-se a opinião dos entrevistados, considerando as suas
respectivas funções, sobre a existência de coerência entre a participação da
PMESP nas redes sociais e a sua estratégia na área de comunicação social,
foram aqueles que ocupam a função de Comandantes de Companhia os que
responderam em maior incidência, proporcionalmente à sua quantidade, que
a estratégia é coerente: para 91,88% esta assertiva é verdadeira.
127
De outro lado, os Coordenadores Operacionais o que se mostraram
mais críticos em relação a tal aspecto: 74,47% dos entrevistados que se
enquadram nesta função responderam que não há coerência entre a
participação da PMESP nas redes sociais com a sua estratégia de
comunicação social.
Graficamente, tem-se:
Gráfico 17: Comparação entre a opinião sobre a coerência da participação nas redes sociais
com a estratégia de comunicação social e a Função dos entrevistados (em %)
Não se identificou uma razão clara que justificasse o motivo pelo
qual os Coordenadores Operacionais apresentam posição tão divergente
sobre o assunto, considerando a opinião dos ocupantes das demais funções.
Porém, a própria natureza da atividade, ou seja, a exigência de que o
ocupante desta função destine 50% do seu tempo para a atividade
operacional influencie neste quesito.
Analisando-se comparativamente os dados referentes à opinião
dos entrevistados sobre a funcionalidade das redes sociais objetos deste
estudo e a produção ou não de resultados positivos para a Instituição e a
sociedade em geral, apurou-se o que se demonstra na tabela a seguir:
128
Tabela 5 – Comparativo entre Nível de Funcionalidade das redes
sociais estudadas e a geração de resultados positivos (em %)
Funcionalidade
Propicia Resultados
Positivos
Ótima
Sim
Boa
Não
Sim
Regular
Não
Sim
Redes Sociais
Home Page da PMESP
Blog do Cmt Geral
Conta da PMESP no
Twitter
nosGov-PM
Spark
Fonte: O Autor
Não
respondeu
Ruim
Não
Sim
Não
Sim
Não
%
20,27
0
59,45
0,69
15,12
1,72
2,06
0
0,69
0
11
0
32,65
2,06
5,84
1,72
1,03
1,03
34,02
10,65
3,09
0
7,56
0
2,06
1,03
0,69
1,37
54,98
29,21
6,87
0
14,43
4,81
7,22
7,9
1,37
2,41
12,37
42,61
47,77
0,69
21,99
4,12
3,78
2,06
0
1,37
9,28
8,93
Constatou-se que, independentemente do nível de avaliação que
se faz das redes sociais estudadas, para a quase totalidade dos
entrevistados, elas geram resultados positivos para a Instituição e para a
comunidade em geral.
Entre os que emitiram Ótima, Boa e Regular para as redes
avaliadas, apenas constatou-se conceito negativo em relação à produção de
resultados positivos para a rede social interna nosGov-PM, entre os que
disseram ser ela Regular.
Em todos os demais casos, o apontamento de geração de
resultados positivos, a partir do uso das redes sociais, sempre foi superior.
Restou claro, então, a compreensão pelo grupo entrevistado, de
que
as
redes
sociais
são
importantes
e
potencializam
resultados
interessantes tanto para a PMESP quanto para a população em geral,
beneficiária neste processo de uso das ferramentas web pela Instituição.
Ainda em relação à análise da eficácia do uso das redes sociais, é
importante apresentar os resultados apurados na pesquisa, considerando a
qualidade da frequência por segmentos.
Analisando-se a partir do recorte faixa etária, constatou-se que
entre os mais jovens (idade inferior a 35 anos) a rede social com maior
adesão pelos Oficiais é a Home Page da PMESP na internet (0,69%),
enquanto que a mais democrática, ou seja, mais utilizada por Oficias e Praças
indistintamente é o Spark (2,75%). As redes analisadas que têm menor
adesão pelas Praças, segundo este segmento, são o Blog do Comandante
129
Geral e a conta da PMESP no Twitter (ambas sem nenhuma citação) e a mais
desconhecida é a rede social nosGov-PM (0,69%).
Já para a faixa etária intermediária, composta pelo segmento da
amostra que possui entre 35 e 40 anos, é também a Home Page da PMESP
na internet apontada como a preferida pelos Oficiais (8,25% de respostas
neste sentido), enquanto que a preferência das Praças se daria em relação ao
Blog do Comandante Geral (1,72%); a mais democrática das redes
estudadas, na visão desta faixa etária seria o Spark, utilizado indistintamente
por Oficiais e Praças, segundo 19,59% do total de entrevistados.
A rede social apontada como mais desconhecida foi a Home Page
do PMESP na internet (2,41%). Demonstrou-se nesta faixa etária um grande
desconhecimento sobre o assunto, uma vez que 49,14% dos entrevistados
deixaram de apresentar respostas sobre o questionamento.
Em relação à faixa etária compreendida entre os 40 e 45 anos, foi
constatado que para este público a rede social que mais atrai os Oficiais é a
Home Page da PMESP na internet (9,97%), enquanto que para as Praças é o
Spark (2,75%), assim como é também essa rede social a mais receptiva por
ambos os grupos (Oficiais e Praças), com 30,58%. Também foi a Home Page
da PMESP na internet apontada como aquela que menos tem um público
definido (8,93%) e a também a mais desconhecida (6,87%).
Na faixa etária dos 40 a 45 anos também houve elevado grau de
desconhecimento sobre o tema redes sociais, apurado na quantidade de
ausências de respostas ao quesito formulado (84,88%). Passando a
considerar a faixa de idades compreendida entre os 45 e 50 anos, para estes,
é a Home Page da PMESP a preferida pelos Oficiais (6,87%), enquanto para
as Praças, apontou-se que a mais usada seria o Spark (1,03%). Também
para esta faixa etária, a mais democrática das redes sociais que são objeto
deste estudo é o Spark: assim responderam 15,12% dos entrevistados que se
enquadram neste perfil.
A Home Page da PMESP na internet foi apontada como a que
menos tem público específico definido (por 5,84% dos entrevistados),
enquanto que o Blog do Comandante Geral foi citado como desconhecido ou
pouco conhecido por 2,41%. Aparentando desconhecer o tema, 40,89% dos
130
entrevistados que se encontram neste perfil deixaram de apresentar
respostas ao quesito estabelecido.
Em relação à faixa etária dos entrevistados com mais de 50 anos
de idade, constatou-se que para este grupo a Home Page da PMESP na
internet é a preferida pela Oficialidade (2,06%), enquanto que o Spark é o de
maior interesse às Praças (0,69%). Como preferidos tanto pela Oficialidade
quanto pelas Praças, foram apontados o Blog do Comandante Geral e o
Spark, ambos com 2,06% de citações. Foi apontada por 0,39% dos
entrevistados, a conta da PMESP no Twitter, como a que tem o maior nível de
desconhecimento (0,69%), enquanto o Spark e o Blog do Comandante Geral
foram apontados como as redes sociais mais desconhecidas (0,34%).
Considerando o total da amostra, verificou-se que 7,22% dos
entrevistados que compõem este segmento etário têm total desconhecimento
do assunto, pois deixaram de responder o quesito formulado.
Constatou-se, portanto, que as redes sociais estudadas têm
preferência distinta em função da faixa etária, contudo a eficácia gerada pelo
seu uso é indiscutível, conforme se apurou nos resultados analisados.
7.5
Análise dos Efeitos Gerados pelas Redes Sociais Sobre a cultura da
Instituição
Visando a cumprir o último objetivo específico da pesquisa, passar-seá a analisar os efeitos eventualmente provocados pelas redes sociais na
cultura institucional da PMESP, sob a ótica dos entrevistados neste trabalho,
considerando especialmente os valores e preceitos da Instituição, baseados
nos conceitos de estética militar, hierarquia a disciplina, que a diferenciam de
todos os demais órgãos públicos.
Apurando-se a opinião dos entrevistados sobre o reflexo gerado pelo
uso pela PMESP das redes sociais consideradas na presente pesquisa e seu
reflexo na cultura da instituição, chegou-se ao resultado apontado na tabela a
seguir apresentada:
131
Tabela 6 – Comparativo entre a geração de reflexo na cultura da Instituição pelas redes sociais
avaliadas em função das Funções dos entrevistados (em %)
Comparativo entre Geração de reflexo na cultura institucional x Função
Geração de Reflexo na
cultura da Instituição
Função/Redes Sociais
Home Page da PMESP
Blog do Cmt Geral
Conta da PMESP no
Twitter
nosGov-PM
Spark
Fonte: O Autor
SIM
NÃO
Cmt Btl
Coord Op
81,48
84,42
90,74
84,42
70,37
53,7
72,22
63,64
54,55
63,64
Cmt Cia Ter
85
81,25
66,25
62,5
69,38
Cmt Btl
Coord Op
18,52
15,58
9,26
15,58
29,63
46,3
27,78
Cmt Cia Ter
15
18,75
36,36
45,45
36,36
33,75
37,5
30,63
De forma geral entenderam os entrevistados que as redes sociais
geram impacto na cultura da Instituição. Mais fortemente causam efeito sobre
a Instituição, segundo a ótica dos ouvidos, a Home Page da PMESP e,
especialmente o Blog do Comandante Geral: o primeiro certamente por
representar a própria Instituição na internet, vinculando-se inclusive aos sites
da Secretaria de Segurança Pública e o segundo por retratar as posições,
opiniões e mensagens oficiais do Dirigente maior da Instituição.
Analisando-se as respostas dos entrevistados sobre quais
aspectos da cultura da Instituição seriam mais atingidos, obteve-se o quadro
apresentado na tabela abaixo:
Tabela 7 – Aspectos relacionados com a cultura da PMESP
afetados em função do uso das redes sociais (em %)
Aspectos afetados
Hierarquia Disciplina
Valores
Princípios Estética Nenhum
Outros
Redes Sociais
Home Page da PMESP
10
12
74
62
45
15
0
Blog do Cmt Geral
Conta da PMESP no
Twitter
17
21
68
61
40
16
10
8
10
46
45
37
37
6
9
9
26
23
20
59
6
16
18
34
34
29
31
24
nosGov-PM
Spark
Fonte: O Autor
A Home Page da PMESP e o Blog do Comandante Geral,
apontados como as redes sociais que mais geram impacto na cultura da
Instituição, de acordo com o que se apurou na análise dos resultados da
pesquisa, mais efeitos geram sobre os Valores, Princípios e sobre a Estética
da Organização, gerando pouco efeito sobre a Hierarquia e a Disciplina.
132
Assim se repetiu em relação a todas as demais redes estudadas,
exceto a rede social interna nosGov-PM, apontada pela maioria dos
entrevistados como não sendo geradora de efeito algum sobre os aspectos da
cultura institucional pontuados.
Demonstra-se que, na visão dos entrevistados, o impacto na
cultura da Instituição atinge mais nos seus aspectos gerais, relacionados com
a sua própria essência (Valores, Princípios e Estética) do que pontos
relacionados com seus próprios integrantes (Hierarquia e Disciplina).
Os resultados obtidos não trouxeram nenhuma significação objetiva
no sentido de que o uso de redes sociais gerasse efeito negativo para a
PMESP ou que comprometesse substancialmente a cultura da Instituição –
embora o efeito exista, conforme se apurou na opinião dos entrevistados, em
nenhum aspecto ele foi apresentado como fator que indicasse ser
desfavorável usarem-se as redes sociais para interagir com a sociedade e
também com o público interno.
7.6
Análise Global dos Resultados
Os resultados da pesquisa realizada com os Comandantes de
Batalhões, Coordenadores Operacionais e Comandantes de Companhias
Territoriais demonstraram que há uma receptividade muito positiva por este
grupo de interesse e de relevância substância à PMESP, já que são os
gestores operacionais da Instituição no que tange ao uso das redes sociais
como ferramenta de apoio ao exercício da polícia ostensiva.
Constatou-se evidente o nível de conhecimento destes segmentos
acerca das redes sociais, tomando-se como base as utilizadas neste estudo
para realizar o trabalho de pesquisa: a Home Page da PMESP na internet e a
ferramenta de comunicação interna Spark são conhecidas por um número
expressivo de pessoas, consideradas na amostra: 99,66% e 95,88%,
respectivamente.
Embora não se possam, por questões técnicas, generalizar os
resultados para toda a PMESP, é possível inferir-se que não deve haver
133
grande divergência em relação ao que se apurou com o que pensa o conjunto
do efetivo da Instituição.
É também relevante a constatação sobre o nível de conhecimento
dos entrevistados sobre informática (93%), internet (96%) e, principalmente,
por participação em redes sociais (72%).
Este dado é muito importante no contexto da pesquisa, uma vez
que se apresentou em números expressivos em todos os recortes
considerados (Função, Idade, Tempo de Serviço), o que gera o entendimento
de que o processo de adaptação a esta nova ferramenta, que são as redes
sociais para a gestão de polícia, não deverá enfrentar dificuldades em ser
superada, já que existe uma predisposição em utilizá-la e conhecimento,
ainda que mínimo, sobre como operá-las.
Constou-se que as Gerações “X” e “Baby Boomers”, embora
maioria na Instituição (58,7%), não se contrapõe à “Geração Y” (41,3%),
quanto a eventual restrição no uso de redes sociais pela PMESP: é
importante, contudo, considerar o cenário que indica que entre os postos mais
elevados (Ten Cel PM e Maj PM) um percentual expressivo é da “Geração
Baby Boomers” (100% e 79,6%, respectivamente) e, sendo as autoridades
que decidem nas OPM, este aspecto toma grau de relevância e deve ser
levado em conta para a decisão quanto à implantação de medidas que podem
confrontar com o perfil de tais gerações, entre as quais se acentua a de
incentivar a interação social via redes sociais.
A adesão à ideia de que o uso das redes sociais é importante para
a Instituição também se mostrou clara quando da indicação pelos
entrevistados de que ela é coerente com a política de comunicação da
PMESP (88% assim responderam) e de que a Instituição deve ter
participação ampla nas redes sociais (isso para 63% dos entrevistados) e de
forma aberta (livre) pelos seus membros (82% das respostas).
As
redes
sociais,
segundo
se
apurou
pela
opinião
dos
entrevistados, devem atender principalmente ao nível de comunicação entre a
Instituição e a Sociedade em geral (256 respostas assim indicando), ou seja,
deve consistir em um meio eficiente para falar com a população.
De certo que a polícia, para gerar segurança pública, que é
essencialmente é uma sensação, deve estar onde as pessoas estão e é
134
absolutamente correto afirmar que hoje as pessoas estão cada vez mais nas
redes sociais, razão pela qual se compreende coerente a opinião dos
entrevistados em relação a este aspecto.
Também
é
interessante
destacar
dados
relativamente
contraditórios apurados na pesquisa, mas que demonstram que o uso das
redes sociais por uma Instituição de estética militar, com características
próprias, em que o fator cultural exerce grande influência não obedece aos
padrões da internet em sentido mais amplo, onde impera a ampla liberdade e
o caos: embora tenham respondido que as redes sociais das quais a PMESP
tome parte deve ser aberta à população em geral (97% dos entrevistados
assim responderam), houve apontamento pela maioria de que os assuntos
tratados devem limitar-se aos relacionados com as atividades da Instituição
(para 69% dos entrevistados) e devem existir normas que regulamentem a
comunicação neste ambiente virtual (resposta de 69% dos entrevistados).
Foram estas as principais análises feitas em relação aos resultados
obtidos na pesquisa, as quais darão suporte às propostas que serão
apresentadas no capítulo seguinte.
7.7
Análise considerando o perfil das Gerações na PMESP
A pesquisa realizada apresentou na PMESP uma realidade distinta da
que se esperava considerando a Teoria das Gerações.
O pressuposto era o de que, os ocupantes das funções mais ao topo
da carreira e portando com maior idade que, pelo recorte faixa etária fariam
parte da chamada Geração “Baby Boomers” teriam maior restrição ao uso da
internet e, consequentemente, das redes sociais.
Não se constatou, todavia, este cenário: os Oficiais investigados com
maior idade e ocupantes dos postos de Comandante de Batalhão e de
Coordenadores Operacionais, em regra, responderam usar mais as redes
sociais na internet, acessarem em periodicidade menor e enxergarem nela um
instrumento adequado para aproximação com a comunidade.
Diferente do que se esperava, também foi apurado que os “mais
velhos”, são mais liberais em relação à discussão de assuntos que não se
135
limitem à área da segurança pública nas redes sociais em que a PMESP
participe.
A pesquisa apontou que entre aqueles que possuem mais de 50 anos
de idade, 75% responderam que nas redes sociais as discussões não devem
ser limitar à temática “segurança pública” e apenas 44% dos “mais jovens”
(idade inferior a 35 anos) responderam no mesmo sentido.
Outro dado contrastante com a Teoria das Gerações foi em relação
ao questionamento feito sobre a participação da comunidade nas redes
sociais em que a PMESP tome parte: era de ser esperar que os Oficiais mais
jovens, que teriam maior facilidade de comunicação, uma vez que são mais
ambientados neste cenário, concordariam com esta possibilidade em número
maior do que aqueles com idade superior, que seriam in tese mais
ambientados com um modelo de comunicação mais conservador.
Apurou-se, na pesquisa realizada, que 100% dos entrevistados com
idade superior a 50 anos admitem como importante a participação da
comunidade junto com a PMESP nas redes sociais, enquanto que para
apenas 77,8% dos entrevistados com idade inferior a 35 anos, isto seria
relevante.
De outro lado, houve compatibilidade com a Teoria das Gerações no
que se refere ao questionamento feito aos entrevistados quanto à
necessidade de existirem normas regulamentadoras para a participação da
PMESP nas redes sociais: dos mais jovens (idade inferior a 35 anos), que se
espera pela Teoria, uma concepção mais permissiva, apurou-se que apenas
55,6% entendem essa providência como importante, enquanto para os mais
velhos (idade superior a 50 anos), a medida foi apontada por 75%.
Uma hipótese para esta menor adesão dos Oficiais mais jovens às
redes sociais poderia ser o fato de que a regra é a de que, no início da
carreira se prioriza o emprego do Oficial na atividade operacional, de tal sorte
que
teria
ele
menor
acesso
a
equipamento
de
informática
e,
consequentemente, às redes sociais.
Entende-se, por fim, que este fato (distorção da pesquisa com a
Teoria das Gerações) demanda um estudo específico, dado o reflexo que
pode ter em diversas áreas que tenham relação com o tema.
136
7.8
Validação da hipótese da pesquisa
A presença do fator “cultura institucional” demonstrou-se na pesquisa
realizada ser fator de elevada influência que interfere diretamente na forma
como se utilizam das redes sociais na internet os Dirigentes Operacionais da
Polícia Militar.
É marcante a divergência que se estabeleceu entre a realidade
apurada na Instituição e o que se apresenta na doutrina da Teoria das
Gerações, especialmente no que se refere ao uso das redes sociais na
internet pelos Oficiais com idade mais avançada.
Demanda especial atenção este fato (menor adesão dos Oficiais mais
jovens em relação às redes sociais na internet), uma vez que serão eles os
futuros Dirigentes da Instituição e deverão prosseguir com o modelo de
gestão de comunicação social que já incorporou o conceito de redes sociais
como ferramenta de contato e aproximação com a comunidade.
A pesquisa demonstrou que se trata de “caminho sem volta”, ou seja,
não será possível a PMESP abandonar as redes sociais na internet, de tal
forma que os mais jovens devem se preparar para a realidade que os espera
quando forem eles os seus Dirigentes.
Outro dado relevante que demonstra a influência da “cultura” da
Instituição no processo de utilização das redes sociais na internet é opção
apontada pela maioria em todos os recortes (Posto, Função, Faixa Etária e
Tempo de Serviço) quanto à necessidade de que existam normas
regulamentando a participação da Instituição e de seus integrantes: este fato
contrasta com as próprias características da internet, que se baseia na
liberdade plena de manifestação e na ausência de controles.
Constatou-se ainda que as redes sociais são reconhecidas como
excelente instrumento de aproximação com a comunidade, o que é
compatível com um traço cultural já sedimentado na PMESP que tem relação
com o conceito de Polícia Comunitária: parcela expressiva dos Oficiais
entrevistados respondeu que a Instituição deve estar presente nas redes
sociais e esta presença deve contemplar também a comunidade, e que os
137
assuntos tratados não podem se limitar apenas àqueles que são de interesse
da própria Corporação, mas principalmente do interesse da comunidade.
Finalmente, desvendou-se na pesquisa que o uso das redes sociais
afeta em menor escala os dois princípios mais importantes da Instituição, qual
seja, o da Hierarquia e da Disciplina, de tal forma que se pode depreender
que a aplicação de mecanismos de controle e supervisão podem minorar
eventuais reflexos negativos à Instituição em razão da opção pelo uso das
redes sociais na internet.
138
8
Apresentação de Propostas em Função do Resultado apurado na
Pesquisa Realizada
Demonstrou-se, na pesquisa realizada, a importância do uso de redes
sociais pela Polícia Militar do Estado de São Paulo como mecanismo de
aproximação da Instituição ao seu cliente preferencial, ou seja, a
comunidade.
A cada dia mais, em velocidade cada vez maior, as pessoas
caminham para as redes sociais, particularmente as hospedadas na internet
para interagir, para buscar serviços, para obter informações.
Dentro dessa realidade, é de fundamental relevância que uma
Instituição que presta um dos mais importantes serviços públicos e que
atende a uma necessidade básica do ser humano, que é a segurança, deva
para lá também se dirigir, ocupar aquele espaço, sem, obviamente, prejudicar
a essência da natureza da sua atividade.
Essa forma de agir, é bom que se diga, jamais excluirá o contato
pessoal, o contato direto com o cidadão, mormente no momento do
atendimento de ocorrências.
No entanto, existem diversas situações em que a comunicação
estabelecida pelas redes sociais já resolverá a demanda do cidadão ou lhe
servirá para oferecer novo conhecimento, nova orientação e, desta forma,
atenderá às suas necessidades e expectativas.
A constatação do estudo realizado foi a de que são de fundamental
importância a adesão das camadas pesquisadas neste estudo (Comandantes
de Batalhões, Coordenadores Operacionais e Comandantes de Companhia),
denominadas Dirigentes Operacionais, às redes sociais, e a percepção desse
grupo de que estas (as redes sociais na internet) se constituem em um
importante canal de comunicação com a sociedade em geral.
Apurou-se que esta interação deve ser aberta e ampla e abordar
assuntos relacionados à segurança pública, observando regras delimitadoras,
pelo que sugere o autor sejam analisadas pelo Comando da Instituição, para
serem incorporadas à política de comunicação social da Instituição, as
propostas abaixo apresentadas articuladamente:
139
A proposta inicial é a de que a PMESP maximize a sua participação
nas redes sociais, ocupando seus espaços, usando-a como ferramenta de
efetiva comunicação com a sociedade, bem como para a prestação de
serviços na área da segurança pública.
Tal proposta se sustenta nos resultados apurados em função das
análises realizadas, parametrizadas nos quatro eixos referenciais deste
estudo (extensão do uso das redes sociais, efetividade no uso das redes
sociais, eficácia no uso das redes sociais e reflexo gerado pelo uso das redes
sociais na cultura da Instituição).
Na descrição da pesquisa foram apresentados argumentos a respeito
de cada um dos eixos considerados para a realização das análises.
Em função disto, sugere-se que a rede social Facebook, pelas
funcionalidades descritas neste estudo, seja a adotada experimentalmente
num Projeto Piloto, para ser testada, pois é a rede social mais adequada para
a PMESP operar, com os propósitos que almeja, consoante sua política de
comunicação.
Entende o autor que esta rede social (Facebook) permite maior
amplitude de meios de interação (exposição de assuntos por meio de notas
ou de post, divulgação de imagens, vídeos, troca de mensagens, chats, etc).
As peculiaridades do Facebook permitem chegar a públicos que
tenham hábito de acessar redes sociais por periodicidades distintas e atinge
expressivo número de pessoas (extensão); permite abordar assuntos de
todas as naturezas e pode gerar efeitos positivos para a Instituição
(efetividade); pode contribuir para que a Instituição atinja seus objetivos no
que tange à sua política de comunicação social (eficácia) e gera pouco
impacto na cultura da instituição, já que se encontra em ambiente aberto, que
propicia a participação ampla da sociedade e do público interno (reflexo na
cultura da PMESP).
Ressalte-se, porém, que, conforme se apurou pelas opiniões
coletadas dos entrevistados, é importante que a PMESP participe de forma
ampla em todas as redes sociais (extensão e efetividade), quer pelo fato de
que isto expande o processo de interação com as pessoas (eficácia), uma vez
que algumas usam redes sociais distintas, quer em razão do fato de que cada
140
rede social tem características diferentes, que permitem interfaces distintas no
processo comunicativo.
Pode-se citar como exemplo a rede social Twitter, que tem a
particularidade de estabelecer comunicações rápidas (em até 140 caracteres),
ou a rede social Blaving, cuja comunicação se estabelece por meio de
mensagens de voz em até dois minutos.
O Comando Geral, no transcorrer desta pesquisa, já sinalizou no
sentido de priorizar a rede social Facebook ao determinar, por meio de
Mensagem do Centro de Comunicação Social aos Comandos Subordinados,
a partir do nível de Companhia PM, para que criasse contas institucionais no
naquele ambiente interativo na internet.
Entende-se que a estratégia da descentralização para o uso das
redes sociais pela PMESP, ou seja, que a gestão se dê no nível local (de
OPM), seja a mais adequada, pois o contato com a comunidade será mais
eficiente e eficaz à medida que as pessoas reconhecerem que dialogam com
quem está mais perto e, consequentemente em melhores condições de
resolver as suas demandas.
Isso não exclui a imperiosa necessidade de serem estabelecidas
regras claras e objetivas sobre como deve ocorrer a interação entre a PMESP
e a sociedade nas redes sociais (controle sobre o reflexo na cultura da
Instituição), especialmente no que tange à comunicação da Instituição para a
Sociedade, ou seja, quando se quer divulgar algo ou quando se responde a
um contato estabelecido, normalmente uma demanda social.
Necessário se faz definir claramente quais limitações existem ao
operador da Instituição nas redes sociais. Que assuntos pode ele abordar? A
que questionamentos têm competência para responder autonomamente?
Como deverá proceder diante de conduta indesejada de um usuário ao
contatar com a Instituição?
Essa preocupação decorre do fato de que a comunicação nas redes
sociais é bastante rápida e um assunto mal conduzido pode ser reproduzido
ao mundo todo em pouquíssimo tempo e com reflexos incalculáveis para a
imagem da Instituição.
Importante também ressaltar que, ao optar por usar as redes sociais
para interagir com a comunidade, a Instituição deve se predispor a tratar de
141
todos os assuntos que forem do interesse coletivo, e não apenas aqueles
pautados pela própria Instituição.
Trata-se de uma verdadeira via de “mão dupla”, um ambiente de
troca, o que exige um preparo muito grande por parte de quem vai gerenciar
ou operar este processo no âmbito da Instituição.
A proposta neste sentido é a de que, por meio de um documento
normativo,
(sugere-se
que
seja
uma
Diretriz),
se
estabeleçam
minuciosamente todos os aspectos relacionados à comunicação nas redes
sociais, estabelecendo-se que a gerência no nível local deva ser da
competência do Chefe da Seção de Comunicação Social da Unidade, função
hoje acertadamente ocupada por um Capitão PM.
Fundamental é que a Instituição, por meio do CCOMSOC, defina
conteúdos institucionais que se agreguem aos temas locais para ser
apresentados nas redes sociais, de modo que se tenha, ao mesmo tempo,
uma difusão dos assuntos que se referem à Instituição como um todo e, neste
contexto interesse a todos os usuários dos serviços oferecidos pela PMESP,
bem como assuntos regionais que destaquem a atenção das pessoas
diretamente beneficiadas pela atuação da OPM local.
Necessidade inquestionável é a de capacitar os agentes operadores
das redes sociais, bem como os responsáveis pela gestão de cada um dos
processos, de modo que o conhecimento obtido lhes permita usar esta
ferramenta valiosa de comunicação em benefício da comunidade e da própria
Instituição.
Propõe-se que cursos ou estágios específicos - sugerindo-se que seja
por ensino a distância (EAD) - sobre internet e redes sociais sejam
estruturados, sob a responsabilidade de execução pelo Centro de
Comunicação Social, com controle da Diretoria de Ensino e Cultura (DEC).
Dada a velocidade com que as mudanças ocorrem na internet e nas
redes sociais, é de relevância que se programem atualizações de conteúdos
periodicamente, de modo que os profissionais que atuem neste setor estejam
sempre
atualizados
sobre
o
assunto
e
operem
adequadamente
a
comunicação nas redes sociais.
Ainda é importante que a PMESP utilize as redes sociais para gerar
ambiente de gestão do conhecimento e de interface colaborativa: a gestão do
142
conhecimento pode estabelecer-se a partir da criação de espaços temáticos,
à semelhança do que ocorre atualmente com a conta no Twitter
@PMnasmarginais e no Facebook (com o mesmo nome), onde a
comunicação se estabelece para orientar a comunidade sobre um assunto
específico.
Nesta mesma linha, sugere-se a criação de grupos temáticos voltados
para segurança no trânsito, PROERD, eventos de grande porte, entre outros.
A rede social deve ser também um ambiente de colaboração e, neste
sentido, uma boa iniciativa seria a criação de espaços comunitários que
tenham por escopo trazer as pessoas para a discussão sobre assuntos de
segurança, especialmente em âmbito local.
Seria importante, ainda, que a PMESP disponibilizasse, nas redes
sociais em que tomasse parte, links para acesso a informações relacionadas
com criminalidade, aproveitando-se de dados constantes de seu banco de
dados no SIOPM, no COPOM ON LINE e no INFOCRIM, sugerindo-se que se
adotassem modelos de mapas digitais, onde os cidadãos poderiam ter acesso
a dados sobre incidência criminal, permitindo-lhe ter conhecimento sobre
áreas onde fosse maior o risco de ser vítima de crime.
Além disso, o mesmo procedimento poderia ser empregado, com a
disponibilização de informações que, embora não fossem diretamente
relacionadas com crimes, teriam alguma relação com segurança pública
(pontos de localização de repartições públicas de interesse, localização
geográfica de OPM, etc.)
Sugere-se a criação do que se pode chamar provisoriamente de
Consegs Virtuais, que nada mais seriam do que fóruns estabelecidos nas
contas de cada uma das OPM, para os quais seriam convidadas Instituições
que possuíssem contas em redes sociais (Polícia Civil, Prefeituras, Câmaras
de Vereadores, Ministério Público, entre outros) e a sociedade em geral e lá
se estabeleceriam discussões sobre temas na área da segurança pública.
Propõe-se a criação de Projetos Pilotos de Consegs Virtuais, na
capital e no interior do Estado, em ambientes das redes sociais, utilizando-se
esta alternativa para avaliar a pertinência e a oportunidade da adoção deste
mecanismo de interação entre a Polícia e a Comunidade, bem como para que
a própria Instituição aprenda a operar neste contexto.
143
Não se propõe a substituição da atual estrutura “física” dos Conselhos
Comunitários de Segurança (CONSEGs), mas sim a criação de outro espaço
de discussão, em ambiente virtual, que ampliaria o grau de participação da
sociedade e, em face das funcionalidades das redes sociais, poderia qualificar
substancialmente o debate sobre este tema, possibilitando soluções para os
problemas enfrentados em velocidade muito maior, já que, como foi estudado,
esta é a principal característica da internet e das redes sociais.
Por fim, fruto do que se apurou no resultado da pesquisa aplicada,
onde se constatou o interesse do público interno pelas redes sociais, propõese a criação de uma rede social interna, à semelhança do que houve quando
da edição da rede social nosGov-PM, e que agregue num único sítio todos os
espaços da Instituição na internet e na intranet.
A canalização para sítio único facilitará o acesso pelo público interno,
ampliará a possibilidade de comunicação interna corporis, propiciará espaços
colaborativos e ensejará ainda gestão do conhecimento, uma vez que os
assuntos inseridos nesta rede social que se propõe editar sujeitariam a
apreciação, comentários e críticas de todos os integrantes da rede.
Sugere-se que tal rede seja criada precedida do estabelecimento de
regras de funcionamento, sujeitando-se o interessado em a ela aderir, a
observar tal regramento, sujeitando-se a responsabilidades no caso de seu
descumprimento. No apêndice 1, o autor apresenta uma proposta de regras
que deveriam nortear o funcionamento e a participação dos usuários nesta
rede social que se propõe criar.
Acrescente-se
ainda que
no
site
IGOVBRASIL.COM53,
estão
disponibilizados diversos guias contendo regras básicas e que, agregadas às
regras sugeridas pelo autor, possibilitarão a normatização adequada para a
participação da PMESP nas redes sociais.
O corpo técnico de Oficiais da Diretoria de Telemática (DTel) da
PMESP, em especial do Centro de Processamento de Dados (CPD), tem
certamente, expertise e capacidade para levar a efeito este processo de
53
Disponível em http://www.igovbrasil.com/2011/07/midias-sociais-guias-para-governos.html.
Acesso em 29 de agosto de 2011. Neste endereço são disponibilizados diversos guias de
regras básicas aplicadas a áreas ligadas ao governo
144
edição de uma rede social interna, bem como para viabilizar as demais
propostas aqui apresentadas.
145
Considerações Finais
A internet e as redes sociais provocaram, conforme se mostrou no
estudo científico realizado, uma verdadeira revolução no processo de
comunicação das pessoas entre si, entre os grupos e nos governos.
Já não se é possível pensar num mundo que exclua o computador
como ferramenta de interação social: pode-se dizer que a humanidade se
reinventou em face da realidade trazida pela internet e que, a partir das redes
sociais, ela se adequou a um novo modelo de comunicação, que ocorre sem
qualquer limitação física.
É importante considerar que todas as instituições públicas e privadas
passam pelo dilema atual de utilizar as redes sociais e nelas estarem
presentes, mas como tudo é ainda uma grande novidade, não há receitas
prontas para esta participação nem uma avaliação mais concreta sobre os
resultados que podem advir. Resta estar presente para aprender e corrigir-se
na medida em que se amplia a participação nas redes sociais.
O uso das redes sociais pelos Governos e, particularmente pelas
Instituições que atuam na área de segurança pública, é algo que os tempos
modernos mostram como fundamental e de máxima importância para atender
às suas expectativas em relação a esta necessidade.
As forças policiais, especialmente as responsáveis pela prevenção
criminal, devem estar onde as pessoas estão e, hoje, de fato elas estão no
Facebook, no Twitter, no Youtube e em todas as demais redes sociais
existentes.
Os números da adesão às redes sociais são cada vez mais
expressivos e com tendência de acréscimo nos próximos anos.
O uso de redes sociais pelas polícias mundo afora também é fato
inquestionável: vejamos o exemplo da Polícia Inglesa, que, em recentes
episódios de violência na cidade de Londres em meados de 2011, usou as
imagens e vídeos hospedados em sites e redes sociais para capturar e
prender pessoas que participaram os atos de violência e vandalismo.
Importante também é destacar, no cenário internacional, o uso das
redes sociais, particularmente por meio dos aparelhos de telefonia celular, por
146
ocasião das catástrofes no Japão em 2010: foi tão importante o uso dos
celulares e dos recursos de redes sociais disponíveis nos aparelhos, que uma
das principais iniciativas do governo japonês à época foi a de instalar pontos
de recarga para que a população mantivesse condições de se comunicar.
Nas Forças Armadas Brasileiras e nas Polícias e Corpos de
Bombeiros Militares do País consideradas neste estudo, constatou-se que
também é dada grande importância à internet e às redes sociais: muitas delas
possuem Portais ou Home Page e quase todas mantêm contas em redes
sociais e consideram importante a comunicação por este meio.
No Estado de São Paulo, a Polícia Militar, por decisão política do
Comando Geral, vêm já há vários anos realizando altos investimentos em
Tecnologia da Comunicação e Informação, adquirindo equipamentos de
informática, modems, aparelhos de telefonia celular e pacotes de dados e
voz, que cada vez mais integram o seu nível de direção e gerencial num
processo de comunicação mediado pelo computador.
A modernização da PMESP na área de TIC é visível e reconhecida
pela sociedade, pelo Governo e pelos seus próprios integrantes, e este
processo de evolução alça a Instituição a níveis de excelência, que a fazem
servir de referência tanto para outras áreas do serviço público, quanto para
outras Polícias Militares brasileiras.
Nas redes sociais, a Polícia Militar tem procurado ocupar o maior
espaço possível e hoje já se encontra ativa em diversas delas, destacando-se
a participação da PMESP nas redes sociais Facebook e Twitter, já em fase
adiantada de sedimentação.
Importante medida a ser adotada pelo Comando da Instituição seria a
criação de um Grupo Técnico, vinculado operacionalmente ao CCOMSOC,
que tivesse como objetivo monitorar, acompanhar e avaliar permanentemente
estas iniciativas que a PM vem realizando de participação nas redes sociais
até para ir construindo um referencial que a ajudará neste processo.
De outro lado, internamente apontou o estudo realizado, a
necessidade de reedição de uma rede social interna que cumpra o papel não
só de aproximar os integrantes da Instituição, criando um canal a mais de
contato, mas também de propiciar ambiente de colaboração e de gestão do
147
conhecimento, o que contribuirá para elevar a capacitação dos seus
membros.
A pesquisa realizada junto aos Dirigentes Operacionais, grupo
composto por amostra dos Comandantes de Batalhão, Coordenadores
Operacionais e Comandantes de Companhias Territoriais, demonstrou que
existe um ambiente muito propício à ampliação da participação da PMESP
nas redes sociais: apurou-se o interesse deste segmento pelo tema, do
entendimento de que ele contribui para facilitar uma aproximação com a
comunidade e de que pode gerar resultados positivos.
Por certo que esta participação deve priorizar assuntos relacionados
com o tema “segurança pública” e que devem existir regras, especialmente
aplicadas ao público interno, já que isto não é possível em relação à
população em geral, pelas próprias características da internet e das redes
sociais.
Por fim, o estudo demonstrou que, na percepção dos entrevistados,
há impacto gerado na cultura da Instituição, a sua participação nas redes
sociais, porém não há comprometimento dos princípios mais importantes da
PMESP, que são a Hierarquia e a Disciplina.
Enfim, restou evidenciado no trabalho realizado que o envolvimento
da PMESP nas redes sociais hoje já é realidade e ocorre por vontade política
do Governo do Estado de São Paulo e do Comando Geral da Instituição,
numa estratégia de se aproximar cada vez mais da sociedade e de apresentar
uma Instituição mais transparente deve se potencializar no futuro, em
consonância com o que esperam os cidadãos.
148
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154
Apêndice A - Proposta de regras para a participação em rede social interna
da PMESP
A rede social interna nosGov-PM (atualmente extinta), no período em
que esteve ativa demonstrou ser importante canal de comunicação para o
público interno, propiciando a troca de ideias, informações e conhecimentos
entre policiais do serviço ativo, veteranos e funcionários civis.
Ela se alinhou com as orientações do Governo do Estado, e em
particular da Secretaria de Gestão e Planejamento (SGP), que sinalizou no
sentido de incentivar a criação e participação de servidores estaduais em
redes sociais pela internet: basta dizer que ela derivou de outra rede social,
também criada no âmbito do governo estadual, e ligada à SGP, cujo objetivo
foi o integrar os servidores do Estado em uma plataforma de comunicação,
num contexto voltado para a modernidade e inovação - a nosGov.
Embora a Instituição já possua regras explícitas que disciplinem a
conduta e ética do policial nos meios de comunicação (I-31-PM), que também
se aplicam ao ambiente virtual, é importante que se estabeleçam regras
específicas aplicadas para a participação em redes sociais internas, seja a
própria nosGov-PM, na hipótese de eventual reativação, seja em outra, criada
no âmbito da Instituição com o mesmo propósito.
A cultura institucional da PMESP, que tem como base os princípios da
hierarquia e da disciplina, exige, contrariamente ao que caracteriza a internet
(caos e liberdade plena), certo controle e regramento.
Preliminarmente sugere-se que se designe um Moderador ou uma
Equipe de Moderadores para que estabeleçam o acompanhamento da rede
social, interferindo pontualmente quando for necessário.
Outro aspecto inicial a considerar na apresentação das regras é o
esclarecimento, em local de destaque e na sua página de abertura, detalhes
sobre o público a que se destina e a natureza dos assuntos que devem ser
nela abordados, esclarecendo ainda sobre a possibilidade de ser moderado
todo tema que não disser respeito ao objetivo da rede social.
Outro esclarecimento importante a ser explicitado na página inicial da
rede social diz respeito à ciência sobre o fato de que é de responsabilidade do
155
usuário todos os assuntos por ele postados, eximindo-se a administração da
rede por todo assunto divulgado, ainda que aceito e autorizado pelo
Moderador.
Também deve ser inequívoca e destacada a informação de que a
administração da rede social terá o direito de alertar os seus membros sobre
comportamentos incompatíveis com os seus objetivos e com o seu
funcionamento, imputando medidas administrativas que podem consistir em
restringir, remover, bloquear ou impedir a participação, com base em regras
próprias, que todos deverão registrar conhecer no momento em que
solicitarem sua adesão.
Por fim, importante também incentivar na rede social, logo em sua
página de abertura, a comunicação à administração sobre fatos e atos de
seus membros que colidam com os princípios.
As regras sugeridas são a seguir apresentadas:
a) Em relação à identificação do perfil do usuário da rede social:
• a fotografia de apresentação dever da metade do tronco até o rosto
(em close), podendo ser uniformizado ou em trajes civis desde que
compatíveis com finalidade e objetivos da rede social;
• a inserção de fotografia do usuário e sua substituição sempre
deverão passar pelo crivo do(s) administrador (es) da rede social;
• os usuários deverão obrigatoriamente preencher todos os dados
cadastrais que são: nome completo, nome funcional, posto/graduação ou se é
funcionário civil, RE/RG, OPM em que serve, função que exerce, município
onde trabalha, data de nascimento e cidade em que reside. Depois de
conferidos no SIRH, os dados serão validados pelo(s) administrador (es) da
rede social.
b)
em relação ao conteúdo dos assuntos a serem tratados – são
considerados conteúdos inadequados ou ofensivos:
• aqueles que fujam aos objetivos da rede social ou ao tema
tratado no grupo ou fórum;
• aqueles que explicitem ou tratem de forma implícita propaganda
política, comercial ou outras que se afastem dos objetivos da rede social;
156
• aqueles
que
tenham
que
abordem
enfoque
pornográfico,
ofensivo
ou
criticamente
os
criminoso; e,
• aqueles
inconveniente
ou
princípios basilares da organização, em especial que envolvam direta ou
indiretamente a hierarquia e a disciplina.
c)em relação ao comportamento dos membros na rede social, não
é permitido:
• postura não condizente com o debate livre e o trabalho
colaborativo;
• manifestação de cunho difamatório;
• postura agressiva ou ameaçadora; e
• ação violadora dos direitos dos demais membros das redes
sociais.
d) em relação ao material divulgado na rede social:
• com relação à exposição de vídeos:
deverão ter relação com a Instituição ou suas atividades e seu
contexto não pode ser desrespeitoso aos demais membros, aos integrantes
da PMESP e à própria Instituição;
é proibida a postagem de vídeos contendo imagens pessoais ou
imagens relacionadas com entretenimento, tais como filmes, musicais,
videoclipes, shows e similares;
os vídeos divulgados não devem conter cenas de violência ou que
a estimulem, bem como mensagens atentatórias ao pudor, pornográficas ou
similares;
os vídeos que se relacionem com a Polícia Militar não devem
conter cenas que denotem posturas que conflitem com as regras de conduta
e valores da Instituição e próprias de sua cultura, previstos no Regulamento
Disciplinar (Lei Complementar nº 831/93), nem contrariar procedimentos
estabelecidos nos Procedimentos Operacionais Padrão (POP);
a exposição de vídeos deverá observar as normas legais que
tratam do direito de imagem e propriedade intelectual; e
os títulos dados aos vídeos divulgados devem ser condizentes com
o tema nele abordado.
157
• em relação à exposição de fotografias:
são autorizadas divulgação de fotos de eventos da vida profissional
ou particular, desde que não atentatórias aos objetivos da rede social;
é vedada a exposição de fotos de corpo inteiro com pouca
vestimenta, sem camisa ou em roupa de banho ou qualquer outra que induza
à sensualidade ou pornografia, inclusive por meio de gestos
é vedada a exposição explícita de tatuagens
se intituladas, as fotos devem receber títulos que sejam
condizentes com o tema relacionado com a imagem
e) em relação a Grupos, Blogs e Textos de Blogs:
• podem ser criados observando-se o foco na inovação, na troca de
experiências e conhecimento entre os membros e no seu uso como canal de
comunicação eficaz entre os seus integrantes e deles com o Comando da
PMESP;
• recomenda-se a criação de grupos voltados para a discussão e
apresentação de propostas e soluções sobre problemas relacionados com a
Instituição ou que visem a sua evolução ou aprimoramento nos seus
processos administrativos e operacionais;
• é terminantemente proibida a criação de Blogs, Fóruns ou Grupos
que abordem temas atentatórios às pessoas e à Instituição, como por
exemplo o incitamento a movimentos que colidam com a disciplina e a
hierarquia ou com as normas vigentes, além de assuntos cujo conteúdo seja
inverídico ou não comprovado ou ainda que utilizem de termos ou palavras
não condizentes com o propósito da rede social; e
• o(s) administrador (es) da rede social tem autonomia e plenos
poderes para autorizar, restringir, remover ou bloquear Blogs, Fóruns ou
comentários
neles
inseridos,
que
não
se
enquadrem
nas
regras
estabelecidas, sem prévio aviso ao usuário.
f) em relação a RSS de outros sites:
• fica autorizada a inserção de RSS de outros sites em Blogs
pessoais na rede social, responsabilizando-se o usuário proprietário do Blog
pelo seu conteúdo, inclusive pelo fato de eventualmente serem reproduzidos
158
assuntos cujo teor seja considerado incompatível com o objetivo da rede
social.
Por fim, fica estabelecido que o(s) administrador (es) da rede social,
autonomamente ou por determinação do Comando, deliberarão sobre os
assuntos omissos no presente regramento, podendo criar ou excluir Blogs ou
comentários neles inseridos, criar ou encerrar Fóruns ou excluir participações,
excluir participantes da rede social por descumprimento das previsões aqui
contidas, bem como adotar medidas corretivas de modo a manter os objetivos
previstos para o bom funcionamento da rede social.
159
Apêndice B - Entrevista com a Chefe da Seção de Comunicação Social do IV
COMAR
Com o objetivo de obter conhecimento sobre como as Forças
Armadas atuam em relação às redes sociais na internet foi realizada visita ao
Comando Regional da Força Aérea Brasileira, no dia 14 de março de 2011 e
estabelecido contato com a 1º Tenente CSO KARINA OGO, que chefia a
Seção de Comunicação Social daquele Comando Militar.
A Oficial explicou que toda a gestão da política de comunicação
social da Aeronáutica é conduzida pelo Comando Militar em Brasília, de modo
que ao Comando Regional cabe apenas a execução das atividades
estabelecidas pelo Órgão Central e cumprimento das rotinas.
Foram
apresentados
alguns
quesitos
tendo
a
Oficial
se
manifestado sobre cada um deles, como segue abaixo:
Pesquisador (P): Em quais redes sociais esta Força Armada possui
contas?
Entrevistada (E): A Aeronáutica tem contas oficiais em redes
sociais, porém a gestão deste processo é feita pelo Comando da FAB em
Brasília, de modo que não posso precisar nada mais pormenorizado.
P: Existe uma política para uso e participação nas redes sociais
nesta Força Armada?
E: A política de comunicação social da Aeronáutica foi feita no
ano 2000, quando esse tema das redes sociais não tinha o impulso que
tem hoje, então ela não as contempla. Entretanto, como esse
gerenciamento é feito por Brasília, todo o controle em contas oficiais da
FAB em redes sociais é feito por lá.
P: Como se estrutura o setor que gerencia a interface da Instituição
nas redes sociais?
E: Trata-se de um Departamento de Comunicação Social que
controla toda a relação com a mídia, a edição de revistas, vídeos e
programação de rádio, além de tudo o que é publicado e disponibilizado
no site da FAB. Tem uma estrutura de funcionários grande e vincula-se
diretamente ao Comandante da Aeronáutica.
160
P: São feitas medições em relação ao uso das redes sociais nesta
Força Armada?
E: Certamente são feitas medições e controle em relação às
redes sociais pelo Departamento de Comunicação Social em Brasília,
porém, como não temos acesso no Comando Regional, não tenho tais
dados.
P: A participação da Força Armada em redes sociais na internet
tem facilitado o processo de aproximação da Instituição com a comunidade?
E: Intuitivamente acredito que sim, mas como a gestão não é
feita localmente, não tenho condições de afirmar isso com certeza.
P: A participação desta Força Armada em redes sociais faz parte
da estratégia da Instituição na área de Comunicação Social? Quando foi
adotada esta decisão estratégica?
E: Sim, é uma estratégia da área de Comunicação da FAB
utilizar diversos canais para se comunicar com a sociedade e, as redes
sociais que cresceram muito nos últimos tempos, se tornaram um
espaço importante para estabelecer contato com a comunidade. É uma
estratégia recente, que, como disse, ainda não foi incorporada ao Plano
de Comunicação Social da Força Aérea do ponto de vista formal.
P: Na sua avaliação, a cultura institucional ajuda, atrapalha ou não
interfere na participação da Força Armada em redes sociais na internet?
E: Não me sinto em condições de responder a esta pergunta,
especialmente pelo fato de que não faço nenhum controle aqui no IV
COMAR em relação a este aspecto e não conheço qualquer pesquisa
neste sentido.
P: Existem projetos em andamento ou estudo que considerem a
ampliação da participação da Instituição em redes sociais na internet?
E: Desconheço tal fato, pois como disse é o Departamento de
Comunicação Social em Brasília o responsável por tais projetos.
P: A Instituição possui rede social interna?
E: Não possui.
P: V Sª entende importante a criação de rede social interna na
Instituição, que congregue toda a comunidade militar, incluindo-se inativos?
161
E: Não me sinto em condições de responder esta pergunta
uma vez que não tenho uma visão mais global de como isso se daria no
âmbito da FAB, considerando a sua dimensão em nível nacional. Penso
que o Departamento de Comunicação Social poderia dar uma resposta
mais exata a este quesito.
P: Quais regras V Sª acredita serem fundamentais em uma rede
social interna, considerando as particularidades desta Força Armada?
E: Em virtude da gestão de todo esse processo ser feito em
Brasília, não tenho condições de opinar neste sentido.
Analisando-se a entrevista pode-se constatar que a gestão da
participação da Força Aérea Brasileira na área de comunicação social e,
particularmente nas redes sociais é centralizada em Brasília, não tendo os
comandos regionais qualquer participação neste processo.
A Seção de Comunicação Social do IV COMAR tem um quadro de
funcionários bastante reduzido e não deve ser diferente em outros comandos
regionais, sendo tal medida, acreditamos, parte da estratégia da FAB em
centralizar o seu setor de comunicação social.
De outro lado, constatou-se que a área (comunicação social) é
reconhecida como importante para o Comando da Aeronáutica, fato que se
comprova pela vinculação do setor diretamente ao Gabinete de seu
Comandante.
162
Apêndice C - Entrevista com o Chefe da Seção de Comunicação Social do
Comando Militar do Sudeste
Realizada visita e entrevista com o Chefe da Seção de
Comunicação Social do Comando Militar do Sudeste, Coronel Marcos Vinícius
Camargo Costa, foi por ele esclarecido que a gestão da política de
comunicação social no Exército Brasileiro é ditada pelo Centro de
Comunicação Social do Exército, com sede em Brasília e vinculado
diretamente ao Gabinete do Comandante do Exército Brasileiro.
A política ainda não trata da normatização da interface do Exército
Brasileiro nas redes sociais, vez que na época de sua elaboração o tema
ainda não era tão incisivo quanto é hoje.
O entrevistado ressaltou que há uma tendência no sentido de que
ocorra descentralização no que se refere à sistemática de comunicação
social, de modo que os comandos regionais possam criar e gerenciar contas
em redes sociais: no próprio Comando Sudeste já está pronta e em “standy
by” uma página da Organização Policial no Facebook, aguardando-se
somente a edição da diretriz regulando o assunto para ser colocada no ar.
Foram apresentados alguns quesitos ao Chefe Seção de
Comunicação Social do Comando Sudeste, tendo ele, no curso da entrevista,
respondido conforme segue:
Pesquisador (P): Em quais redes sociais esta Força Armada possui
contas?
Entrevistado (E): O Exército Brasileiro possui contas oficiais em
diversas redes sociais, tais como o Facebook, o Twitter e o Youtube.
P: Existe uma política para uso e participação nas redes sociais
nesta Força Armada?
E: A diretriz que regula a atuação do Exército Brasileiro é
trianual, ou seja, tem validade de três anos e a que vige atualmente, e se
renovará ainda neste ano, não tratando ainda da definição da forma com
que o Exército Brasileiro atuará nas redes sociais. As contas oficiais
existentes foram criadas pelo Centro de Comunicação do Exército
163
(CCOMSEx), porém não tem base em nenhuma norma interna, o que
deverá ser feito com a edição da nova diretriz.
P: Como se estrutura o setor que gerencia a interface da Instituição
nas redes sociais?
E: A responsabilidade pela gestão da política de comunicação
social no Exército Brasileiros é do CCOMSEx, que possui diversos
departamentos na área de comunicação social que tratam da edição de
periódicos informativos e revistas, da manutenção do site do EB, da
divulgação de vídeos, fotos, da rádio e TV do Exército, disponíveis no
site, além do acompanhamento e manutenção das contas da Força
Armada nas redes sociais. A missão do CCOMSEx é manter e zelar pela
imagem do Exército Brasileiro, o que faz através das atividades de
comunicação social.
P: São feitas medições em relação ao uso das redes sociais nesta
Força Armada?
E: São feitas medições com absoluta certeza, mas estas devem
ser obtidas junto ao CCOMSEx, já que este monitoramente é feito em
Brasília.
P: A participação da Força Armada em redes sociais na internet
tem facilitado o processo de aproximação da Instituição com a comunidade?
E: Com absoluta certeza e a prova disso é o número grande de
“seguidores” ou “amigos” das contas do Exército em redes sociais
como o Twitter e o Facebook, além do grande número de acessos na
conta oficial do Exército no Youtube. A partir das contas sociais
aumentou significativamente o sistema “Fale Conosco”, que é um canal
de comunicação do Exército com a Sociedade, disponível em seu site.
Em muitos casos o contato feito pelo “Fale conosco” referenciava algum
assunto tratado nas redes sociais ou no próprio site.
P: A participação desta Força Armada em redes sociais faz parte
da estratégia da Instituição na área de Comunicação Social? Quando foi
adotada esta decisão estratégica?
E: Certamente faz parte da estratégia do Exército para a área
de comunicação social a utilização das redes sociais como canal de
comunicação com o público externo e, eventualmente, também com o
164
público interno. Isso se deu no momento em que foi constatada a
“força” e a abrangência das redes sociais. A estratégia será formalizada
neste ano (2011), por ocasião da edição da diretriz, porém pode-se dizer
que ela foi tomada há cerca de pouco mais de um ano, quando foram
abertas contas oficiais em redes sociais pelo CCOMSEx.
P: Na sua avaliação, a cultura institucional ajuda, atrapalha ou não
interfere na participação da Força Armada em redes sociais na internet?
E: Na minha avaliação entendo que interfere e muito: a
natureza da nossa atividade e aspectos relacionados aos nossos
valores, princípios e estética militar nos impede de agir com toda a
“liberalidade” e “caos”, típicos do ambiente na internet. Não é possível a
nós, militares, nos despirmos de nossas patentes ou graduações
quando estamos nas redes sociais: somos e seremos Coronéis, Majores,
Capitães, etc. em todos os momentos de nossas vidas, inclusive quando
estamos em casa fazendo um churrasco, por exemplo. Penso ser muito
complicado a um gestor militar ter uma conta pessoal ou um Blog, por
exemplo, pois ele poderá ser alvo de posts ou comentários que firam as
regras da convivência militar. É um assunto muito complexo este, sem
qualquer dúvida.
P: Existem projetos em andamento ou estudo que considerem a
ampliação da participação da Instituição em redes sociais na internet?
E: Este assunto é da alçada do CCOMSEx e não teria
condições de responder. Apenas friso que deve ser em breve editada a
nova versão de nossa diretriz de comunicação social, que deve
contemplar novos projetos, os quais ainda desconheço.
P: A Instituição possui rede social interna?
E: Não possui. O contato é feito apenas entre Organizações
Militares, por intermédio de link restrito na página do Exército na
Internet.
P: V Sª entende importante a criação de rede social interna na
Instituição, que congregue toda a comunidade militar, incluindo-se inativos?
E: Seria importante sim, porém esse assunto nunca fora
abordado no âmbito do Exército Brasileiro e não é uma prioridade na
área de comunicação social.
165
P: Quais regras V Sª acredita serem fundamentais em uma rede
social interna, considerando as particularidades desta Força Armada?
E: Deve haver regras que garantam a boa relação entre
pessoas e que considere fundamentalmente as nossas características
próprias de militares. Mas como disse este assunto não é abordado
dentro da área de comunicação social.
Analisando o conteúdo da entrevista e considerando o contato
pessoal estabelecido com toda a equipe de trabalho da Seção de
Comunicação Social do Comando Sudeste, capitaneada pelo Coronel
Camargo, pode-se verificar que o Exército Brasileiro tem dado atenção à
participação em redes sociais, mantendo-se o controle em relação a isso
ainda centralizado junto ao Gabinete do Comandante do Exército, no Centro
de Comunicação Social do Exército, mas com uma tendência de
descentralização, de modo que os comandos regionais também participem
deste processo localmente.
Os militares dão especial atenção à imagem da Força Armada, de
tal razão que, qualquer medida adotada na área de comunicação, inclusive a
participação nas redes sociais leva em consideração o reflexo na imagem
institucional e, caso isso ocorra ou se potencialize, providências corretivas
são imediatamente adotadas pelo CCOMSEx.
Finalmente verifica-se uma atenção muito especial em não permitir
que a participação em redes sociais, sejam elas internas ou externas, afete
aspectos relacionados à cultura da Instituição. Esta talvez seja a principal
razão de não ser considerado prioritária a criação de redes sociais internas, o
que poderia resultar em problemas relacionados com a disciplina e a
hierarquia.
166
Apêndice D - Roteiro de quesitos referente à consulta realizada junto aos
Comandos Gerais das Polícias e Corpos de Bombeiros
Militares do Brasil por meio da Plataforma Google Docs
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
CENTRO DE ALTOS ESTUDOS DE SEGURANÇA
PROGRAMA DE DOUTORADO PROFISSIONAL EM CIÊNCIAS POLICIAIS
DE SEGURANÇA E ORDEM PÚBLICA – I/2011
Excelentíssimo Senhor Comandante Geral,
A presente consulta tem por objetivo levantar subsídios para a pesquisa que realizo sobre o tema ‘A POLÍCIA MILTAR DO ESTADO
DE SÃO PAULO E SUA INTERFACE COM AS REDES SOCIAIS NA INTERNET: ANÁLISE CONTEXTUAL E PERSPECTIVAS”.
Solicito a V Exª que seja ela respondido pelo Setor competente e devolvido a mim pelo e-mail: [email protected]
Agradeço antecipadamente,
HUMBERTO GOUVEA FIGUEIREDO – Maj PM – Aluno CSP/2011
1. A Polícia Militar de seu Estado possui Home Page na Internet?
( ) Sim
( ) Não
Se possui, qual a média de acesso mensal à Home Page: ________
2. Existe um Blog do Comando Geral da Instituição?
( ) Sim
( ) Não
Se existente, qual a média de acesso mensal ao Blog: ________
3. A instituição possui contas em redes sociais?
( ) Sim
( ) Não
4. Se positiva a resposta anterior, aponte as redes sociais em que a PM
desse Estado possui conta de forma oficial?
( ) Orkut
( ) Facebook
( )Twitter
( ) Outras.
Descrever quais: _____________________________________________
5. Os Comandos descentralizados (Batalhões, Cias e Pelotões) possuem
contas oficiais em Redes Sociais (Blogs, Orkut, Twitter, etc)?
( ) Sim
( ) Não
167
6. Qual a avaliação que V Exª faz da participação da Polícia Militar de seu
Estado nas Redes Sociais na internet?
( ) muito importante
(
) importante
(
) pouco importante
(
) não é importante
7. Existe na Instituição alguma regra quanto à participação de
Organizações Policiais Militares em Redes Sociais na internet?
( ) Sim
( ) Não
8. Existe Rede Social interna (acessível somente por policiais militares)
na Instituição Policial Militar em seu Estado?
( ) Sim
( ) Não
9. Se existente, qual a avaliação que V Exª faz da Rede Social Interna,
considerando os benefícios produzidos à Instituição?
( ) são muito importantes
(
) são importantes
(
) são pouco importantes
(
) não são importantes
10. Se existente a Rede Social Interna informe as regras que foram
estabelecidas para a participação dos policiais militares nelas:
1- ________________________________________________________
2- _________________________________________________________
3- _________________________________________________________
4- _________________________________________________________
12. No entendimento de V Exª, as Redes Sociais na Internet ampliam o
processo de integração da PM com a comunidade?
( ) Sim
( ) Não
13. Há política pública no governo do Estado de forma a incentivar o uso
das Redes Sociais pelos órgãos que compõe a Administração Pública,
entre os quais se insere a Polícia Militar?
( ) Sim
( ) Não
168
14. Qual a avaliação que V Exª faz a respeito da criação, nas Redes
Sociais, de Conselhos Comunitários de Segurança Virtuais?
( ) muito importante
(
) importante
(
) pouco importante
(
) não é importante
15. As linhas abaixo são destinadas para que V Exª acrescente
observações sobre o tema que entenda conveniente serem abordadas
no estudo que ora realizo.
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
_________________________________________________________
Muito obrigado!
169
Apêndice E - Roteiro de quesitos referente à consulta realizada junto ao
Centro de Comunicação Social da Marinha do Brasil
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
CENTRO DE ALTOS ESTUDOS DE SEGURANÇA
PROGRAMA DE DOUTORADO PROFISSIONAL EM CIÊNCIAS POLICIAIS
DE SEGURANÇA E ORDEM PÚBLICA – I/2011
A presente entrevista tem por objetivo subsidiar pesquisa que realizo sobre o tema ‘A POLÍCIA MILTAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
E SUA INTERFACE COM AS REDES SOCIAIS NA INTERNET: ANÁLISE CONTEXTUAL E PERSPECTIVAS”.
Agradeço antecipadamente,
Entrevistado: Chefe do Centro de Comunicação Social do 8º Distrito Naval
Local: Sede do 8º Distrito Naval
Roteiro básico de perguntas:
1. Em quais redes sociais esta Força Armada possui contas?
2. Existe uma política para uso e participação nas redes sociais nesta
Força Armada?
3. Como se estrutura o setor que gerencia a interface da Instituição nas
redes sociais?
4. São feitas medições em relação ao uso das redes sociais nesta Força
Armada?
5. A participação da Força Armada em redes sociais na internet tem
facilitado o processo de aproximação da Instituição com a
comunidade?
6. A participação desta Força Armada em redes sociais faz parte da
estratégia da Instituição na área de Comunicação Social? Quando foi
adotada esta decisão estratégica?
7. Na sua avaliação, a cultura institucional ajuda, atrapalha ou não
interfere na participação da Força Armada em redes sociais na
internet?
8. Existem projetos em andamento ou estudo que considerem a
ampliação da participação da Instituição em redes sociais na internet?
9. A Instituição possui rede social interna?
10. V Sª entende importante a criação de rede social interna na Instituição,
que congregue toda a comunidade militar, incluindo-se inativos?
11. Quais regras V Sª acredita serem fundamentais em uma rede social
interna, considerando as particularidades desta Força Armada?
HUMBERTO GOUVEA FIGUEIREDO
Maj PM
Oficial Aluno CSP/2011
170
Apêndice F - Roteiro de quesitos referente à entrevista realizada com o
Chefe da Seção de Comunicação Social do Comando Militar do
Sudeste
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
CENTRO DE ALTOS ESTUDOS DE SEGURANÇA
PROGRAMA DE DOUTORADO PROFISSIONAL EM CIÊNCIAS POLICIAIS
DE SEGURANÇA E ORDEM PÚBLICA – I/2011
A presente entrevista tem por objetivo subsidiar pesquisa que realizo sobre o tema “A POLÍCIA MILTAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
E SUA INTERFACE COM AS REDES SOCIAIS NA INTERNET: ANÁLISE CONTEXTUAL E PERSPECTIVAS”.
Agradeço antecipadamente,
Entrevistado: Chefe do Centro de Comunicação Social do Comando Sudeste
Local: Sede do Comando Militar do Sudeste
Data/Hora: 14/04/2011 – às 09:00 h
Roteiro básico de perguntas:
1. Em quais redes sociais esta Força Armada possui contas?
2. Existe uma política para uso e participação nas redes sociais nesta
Força Armada?
3. Como se estrutura o setor que gerencia a interface da Instituição nas
redes sociais?
4. São feitas medições em relação ao uso das redes sociais nesta Força
Armada?
5. A participação da Força Armada em redes sociais na internet tem
facilitado o processo de aproximação da Instituição com a
comunidade?
6. A participação desta Força Armada em redes sociais faz parte da
estratégia da Instituição na área de Comunicação Social? Quando foi
adotada esta decisão estratégica?
7. Na sua avaliação, a cultura institucional ajuda, atrapalha ou não
interfere na participação da Força Armada em redes sociais na
internet?
8. Existem projetos em andamento ou estudo que considerem a
ampliação da participação da Instituição em redes sociais na internet?
9. A Instituição possui rede social interna?
10. V Sª entende importante a criação de rede social interna na Instituição,
que congregue toda a comunidade militar, incluindo-se inativos?
11. Quais regras V Sª acredita serem fundamentais em uma rede social
interna, considerando as particularidades desta Força Armada?
HUMBERTO GOUVEA FIGUEIREDO
Maj PM
Oficial Aluno CSP/2011
171
172
Apêndice G - Roteiro de quesitos referente à entrevista realizada com a
Chefe da Seção de Comunicação Social do IV Comando Militar
da Aeronáutica
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
CENTRO DE ALTOS ESTUDOS DE SEGURANÇA
PROGRAMA DE DOUTORADO PROFISSIONAL EM CIÊNCIAS POLICIAIS
DE SEGURANÇA E ORDEM PÚBLICA – I/2011
A presente entrevista tem por objetivo subsidiar pesquisa que realizo sobre o tema “A POLÍCIA MILTAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
E SUA INTERFACE COM AS REDES SOCIAIS NA INTERNET: ANÁLISE CONTEXTUAL E PERSPECTIVAS”.
Agradeço antecipadamente,
HUMBERTO GOUVEA FIGUEIREDO – Maj PM – Aluno CSP/2011
Entrevistado: Chefe do Centro de Comunicação Social do IV COMAR
Local: IV Comando Militar da Aeronáutica
Data/Hora: 14/04/2011 – às 14:00 h
Roteiro básico de perguntas:
1. Em quais redes sociais esta Força Armada possui contas?
2. Existe uma política para uso e participação nas redes sociais nesta
Força Armada?
3. Como se estrutura o setor que gerencia a interface da Instituição nas
redes sociais?
4. São feitas medições em relação ao uso das redes sociais nesta Força
Armada?
5. A participação da Força Armada em redes sociais na internet tem
facilitado o processo de aproximação da Instituição com a
comunidade?
6. A participação desta Força Armada em redes sociais faz parte da
estratégia da Instituição na área de Comunicação Social? Quando foi
adotada esta decisão estratégica?
7. Na sua avaliação, a cultura institucional ajuda, atrapalha ou não
interfere na participação da Força Armada em redes sociais na
internet?
8. Existem projetos em andamento ou estudo que considerem a
ampliação da participação da Instituição em redes sociais na internet?
9. A Instituição possui rede social interna?
10. V Sª entende importante a criação de rede social interna na Instituição,
que congregue toda a comunidade militar, incluindo-se inativos?
11. Quais regras V Sª acredita serem fundamentais em uma rede social
interna, considerando as particularidades desta Força Armada?
HUMBERTO GOUVEA FIGUEIREDO
Maj PM
Oficial Aluno CSP/2011
173
Apêndice H - Roteiro de quesitos referente à pesquisa realizada junto aos
Comandantes de Batalhão, Coordenadores Operacionais e
Comandantes de Companhias Territoriais pela Plataforma
Google Docs
A POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO E SUA INTERFACE
COM AS REDES SOCIAIS NA INTERNET: ANÁLISE CONTEXTUAL E
PERSPECTIVAS
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
CENTRO DE ALTOS ESTUDOS DE SEGURANÇA
PROGRAMA DE DOUTORADO PROFISSIONAL EM CIÊNCIAS POLICIAIS
DE SEGURANÇA E ORDEM PÚBLICA – I/2011
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Título do estudo: A POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO E SUA INTERFACE COM AS REDES SOCIAIS
NA INTERNET: ANÁLISE CONTEXTUAL E PERSPECTIVAS
Pesquisador responsável: HUMBERTO GOUVÊA FIGUEIREDO
Instituição/Departamento: CENTRO DE ALTOS ESTUDOS EM SEGURANÇA
Telefone para contato: (11) 33277277
Local da coleta de dados: Polícia Militar do Estado de São Paulo
Prezado (a) Senhor (a) Comandante,
O (A) Senhor (a) está sendo convidado (a) a responder às perguntas deste questionário de forma totalmente
voluntária; Antes de concordar em participar desta pesquisa e responder este questionário, é muito importante que
o(a) Senhor(a) compreenda as informações e instruções contidas neste documento;
O pesquisador deverá responder a todas as suas dúvidas antes do(a) Senhor(a) se decidir a participar; (a) Senhor(a)
tem o direito de desistir de participar da pesquisa a qualquer momento, sem nenhuma penalidade e sem perder os
benefícios aos quais tenha direito.
Objetivo do estudo: analisar e avaliar, cientificamente, como os Dirigentes no nível operacional da Polícia Militar do
Estado de São Paulo (Comandantes de Batalhão, Coordenadores Operacionais e Comandantes de Companhia
Territoriais) vem se utilizado da rede mundial de computadores, particularmente das redes sociais (inclusive as
internas) para tornar eficaz e eficiente as suas pretensões enquanto órgão da administração pública responsável pela
área da segurança.
Procedimentos. Sua participação nesta pesquisa consistirá apenas no preenchimento deste questionário,
respondendo às perguntas formuladas.
Benefícios: Esta pesquisa trará maior conhecimento sobre o tema abordado, com benefício indireto ao (a) Senhor(a)
e direto à sociedade paulista, à qual serve a Polícia Militar do Estado de São Paulo
Riscos: O preenchimento deste questionário não representará qualquer risco de ordem física ou psicológica para
o(a) Senhor(a).
Sigilo: As informações fornecidas pelo(a) Senhor(a) serão confidenciais e de conhecimento apenas do pesquisador
responsável. Os sujeitos da pesquisa não serão identificados em nenhum momento, mesmo quando os resultados
desta pesquisa forem divulgados em qualquer forma.
A resposta e envio eletronicamente do questionário será interpretado como seu aceite em participar da
pesquisa na condição de entrevistado.
Agradeço antecipadamente,
HUMBERTO GOUVEA FIGUEIREDO – Maj PM – Aluno CSP/2011
QUESITOS:
A Polícia Militar do Estado de São Paulo possui uma página na Internet. O (A)
Senhor (a) a conhece?
( ) Sim
( ) Não
174
Se a resposta anterior foi positiva, qual a frequência semanal com que
costuma visitar a página da PMESP na Internet?
( ) Uma vez por semana
( ) Duas vezes por semana
( ) Três vezes por semana
( ) Quatro ou mais vezes por semana
( ) Respondeu "NÃO" na questão anterior
( ) Outro: _____________________________
Em sua opinião, quanto à funcionalidade, a página da PMESP na Internet é:
( ) Ótima
( ) Boa
( ) Regular
( ) Ruim
( ) Respondeu "Não" à questão sobre o tema
Segundo sua avaliação, a página da PMESP na Internet é frequentada:
( ) Principalmente pela Oficialidade
( ) Principalmente pelas Praças
( ) Indistinta e proporcionalmente por Oficiais e Praças
( ) Não possui um público específico
( ) Ela é ainda desconhecida
( ) Respondeu "Não" à questão sobre o tema
Em sua opinião, o fato da PMESP ter uma página da Internet, gera reflexos
na cultura da Instituição?
( ) Sim
( ) Não
Sendo a resposta anterior positiva, aponte qual(is) itens abaixo sentem mais o
reflexo. (Pode ser apontada mais de uma resposta).
( ) Hierarquia
( ) Disciplina
( ) Valores da Instituição
( ) Princípios da Instituição
( ) Estética da Instituição
( ) Respondeu "Não" na questão anterior
Sob sua ótica, o fato da PMESP ter uma página da Internet, propicia
resultados positivos para a Instituição?
( ) Sim
( ) Não
175
Se a resposta anterior foi positiva, aponte alguns exemplos de resultados
alcançados. (Se respondeu negativamente a questão anterior, apenas indique
"Prejudicado").
______________________________________________________________
______________________________________________________________
_____________________________________________________________
O Comandante Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo possui um
Blog. O (A) Senhor (a) o conhece?
( ) Sim
( ) Não
Se a resposta anterior foi positiva, qual a frequência semanal que costuma
visitar o "Blog do Comandante Geral":
( ) Uma vez por semana
( ) Duas vezes por semana
( ) Três vezes por semana
( ) Quatro ou mais vezes por semana
( ) Respondeu "Não" na questão anterior
( ) Outro: ____________________________________
Em sua opinião, quanto à funcionalidade, o "Blog do Comandante Geral" é:
( ) Ótimo
( ) Bom
( ) Regular
( ) Ruim
( ) Respondeu "Não" na questão anterior
Segundo sua avaliação, o "Blog do Comandante Geral" é frequentado:
( ) Principalmente pela Oficialidade
( ) Principalmente pelas Praças
( ) Indistinta e proporcionalmente por Oficiais e Praças
( ) Não possui um público específico
( ) Ele é ainda desconhecido
( ) Respondeu "Não" à questão sobre o tema
Em sua opinião, o fato do Comandante Geral manter um Blog na Internet,
resulta em reflexos na cultura institucional da PMESP?
( ) Sim
( ) Não
176
Sendo a resposta anterior positiva, aponte qual(is) itens abaixo sentem mais o
reflexo: (Pode ser apontada mais de uma resposta).
( ) Hierarquia
( ) Disciplina
( ) Valores da Instituição
( ) Princípios da Instituição
( ) Estética da Instituição
( ) Respondeu "Não" na questão anterior
( ) Outro: ________________________________
Sob sua ótica, a existência do "Blog do Comandante Geral", propicia
resultados positivos para a Instituição?
( ) Sim
( ) Não
Se a resposta anterior foi positiva, aponte alguns exemplos de resultados
alcançados. (Se respondeu negativamente a questão anterior apenas indique
"Prejudicado")
______________________________________________________________
______________________________________________________________
_____________________________________________________________
A Polícia Militar do Estado de São Paulo possui uma conta na Rede Social
"Twitter". O (A) senhor (a) acompanha as postagens realizadas?
( ) Sim
( ) Não
O (A) Senhor (a) está cadastrado (a) como "Seguidor (a)" da PMESP no
Twitter?
( ) Sim
( ) Não
( ) Desconheço o assunto
Sendo do seu conhecimento a existência da conta da PMESP na Rede Social
Twitter, com que frequência semanal costuma frequentá-la?
( ) Diariamente
( ) Uma vez por semana
( ) Duas vezes por semana
( ) Três vezes por semana
( ) Quatro ou mais vezes por semana
( ) Respondeu "Não" à questão sobre o tema
( ) Outro: _____________________________________
177
Em sua opinião, quanto à funcionalidade, a conta da PMESP no Twitter é:
( ) Ótima
( ) Boa
( ) Regular
( ) Ruim
( ) Respondeu "Não" à questão sobre o tema
Segundo sua avaliação, a conta da PMESP no Twitter é frequentada:
( ) Principalmente pelos Oficiais
( ) Principalmente pelas Praças
( ) indistinta e proporcionalmente por Oficiais e Praças
( ) Não possui um público específico
( ) Ela é ainda desconhecida
( ) Respondeu "Não" à questão sobre o tema
Em sua opinião, o fato da PMESP possuir conta na Rede Social Twitter,
resulta em reflexos na cultura institucional da PMESP?
( ) Sim
( ) Não
Sendo a resposta anterior positiva, aponte qual (ou quais) itens abaixo
sentem mais o reflexo: (Pode ser apontada mais de uma resposta).
( ) Hierarquia
( ) Disciplina
( ) Valores da Instituição
( ) Princípios da Instituição
( ) Estética da Instituição
( ) Respondeu "Não" na questão anterior
( ) Outro: _______________________________________
Sob sua ótica, o fato da PMESP possuir uma conta na Rede Social Twitter,
gera resultados positivos para a Instituição?
( ) Sim
( ) Não
Se a resposta anterior foi positiva, aponte alguns exemplos de resultados
alcançados. (Se respondeu negativamente a questão anterior, apenas indique
"Prejudicado").
______________________________________________________________
______________________________________________________________
_____________________________________________________________
A Polícia Militar do Estado de São Paulo teve uma Rede Social Interna
denominada nosGov-PM. O(A) Senhor(a) a conheceu?
( ) Sim
( ) Não
178
Se a resposta anterior foi positiva, o (a) Senhor (a) chegou a visitar ou se
inscrever na nosGov-PM?
( ) Sim
( ) Não
( ) Respondeu "Não" na questão anterior
Se positiva a resposta anterior, com que frequência visitava a nosGov-PM?
( ) Diariamente
( ) Uma vez por semana
( ) Duas vezes por semana
( ) Três vezes por semana
( ) Quatro ou mais vezes por semana
( ) Respondeu "Não" à questão sobre o tema
( ) Outro: _____________________________________
Em sua opinião, quanto à sua funcionalidade, a nosGov-PM era:
( ) Ótima
( ) Boa
( ) Regular
( ) Ruim
( ) Respondeu "Não" à questão sobre o tema
Em sua opinião, a Rede Social nosGov-PM era basicamente frequentada:
( ) Principalmente por Oficiais
( ) Principalmente por Praças
( ) Indistinta e proporcionalmente por Oficiais e Praças
( ) Não possuía um público específico
( ) Era pouco conhecida
( ) Respondeu "Não" à questão sobre o tema
Em sua opinião, a Rede Social nosGov-PM, apresentou reflexos na cultura
institucional da PMESP?
( ) Sim
( ) Não
Sendo a resposta anterior positiva, aponte qual(is) itens abaixo sentiram mais
o reflexo. (Pode ser apontada mais de uma resposta).
( ) Hierarquia
( ) Disciplina
( ) Valores da Instituição
( ) Princípios da Instituição
( ) Estética da Instituição
( ) Respondeu "Não" na questão anterior
( ) Outro: ___________________________________
179
Sob sua ótica, a Rede Social nosGov-PM gerava resultados positivos para a
Instituição?
( ) Sim
( ) Não
Se a resposta anterior foi positiva, aponte alguns exemplos de resultados
alcançados. (Se respondeu negativamente a questão anterior, apenas indique
"Prejudicado").
______________________________________________________________
______________________________________________________________
_____________________________________________________________
A Polícia Militar do Estado de São Paulo possui uma ferramenta de
comunicação interna denominada Spark. O (A) Senhor (a) a conhece?
( ) Sim
( ) Não
O (A) Senhor (a) está cadastrado (a) e utiliza-se do Spark?
( ) Sim
( ) Não
Se a resposta anterior foi positiva, com que frequência o (a) Senhor (a) usa o
Spark?
( ) Diariamente
( ) Uma vez por semana
( ) Duas vezes por semana
( ) Três vezes por semana
( ) Quatro ou mais vezes por semana
( ) Respondeu "Não" em relação ao tema
Em sua opinião, quanto à sua funcionalidade, o Spark é:
( ) Ótimo
( ) Bom
( ) Regular
( ) Ruim
( ) Respondeu "Não" à questão sobre o tema
Em sua opinião, o Spark é utilizado:
( ) Principalmente por Oficiais
( ) Principalmente por Praças
( ) Indistinta e proporcionalmente por Oficiais e Praças
( ) É pouco conhecido
( ) Respondeu "Não" à questão sobre o tema
180
Em sua opinião, o Spark, gera reflexos na cultura institucional da PMESP?
( ) Sim
( ) Não
Sendo a resposta anterior positiva, aponte qual(is) itens abaixo sentem mais o
reflexo: (Pode ser apontada mais de uma resposta).
( ) Hierarquia
( ) Disciplina
( ) Valores da Instituição
( ) Princípios da Instituição
( ) Estética da Instituição
( ) Respondeu "Não" na questão anterior
( ) Outro: __________________________________________
Sob sua ótica, o Spark gera resultados positivos para a Instituição?
( ) Sim
( ) Não
Se a resposta anterior foi positiva, aponte alguns exemplos de resultados
alcançados. (Se respondeu negativamente a questão anterior, apenas indique
"Prejudicado").
______________________________________________________________
______________________________________________________________
_____________________________________________________________
No geral, como o (a) Senhor (a) avalia a participação da PMESP nas Redes
Sociais na Internet?
( ) Ótima
( ) Boa
( ) Regular
( ) Ruim
( ) Péssima
Qualquer que tenha sido a resposta dada na questão anterior, justifique.
______________________________________________________________
______________________________________________________________
_____________________________________________________________
Em sua opinião, a participação atual da PMESP em Redes Sociais é coerente
com a estratégia da Instituição para a área de Comunicação Social?
( ) Sim
( ) Não
Qualquer que tenha sido a sua resposta na questão anterior, justifique-a:
______________________________________________________________
______________________________________________________________
_____________________________________________________________
181
A Polícia Militar do Estado de São Paulo deve estar presente em todas as
redes sociais?
( ) Sim, a PMESP deve utilizar todos os espaços criados pela Internet.
( ) Não, a PMESP deve ser seletiva.
Se sua resposta na questão anterior foi NÃO, informe o porquê e, se possível,
diga que redes devem ser selecionadas.
______________________________________________________________
______________________________________________________________
_____________________________________________________________
Em sua opinião, a participação da PMESP nas Redes Sociais na Internet
deve atender à comunicação: (Pode ser apontada mais de uma resposta).
( ) Entre a liderança da Instituição (Oficiais)
( ) Da liderança (Oficiais/Comandantes) para com os colaboradores (Praças)
( ) Entre as estruturas da Instituição
( ) Da Instituição para com a Sociedade em Geral
( ) Outro: ____________________________________________
A participação dos membros da Instituição nas redes sociais abrigadas pela
PMESP deve ser aberta?
( ) Sim
( ) Não
Se sua resposta à questão anterior foi NÃO, informe o porquê e, se possível,
diga que critérios deveriam obedecer:
______________________________________________________________
______________________________________________________________
_____________________________________________________________
O uso das redes sociais deve estar limitado a assuntos que envolvam
atividades da Instituição?
( ) Sim
( ) Não
Se sua resposta à questão anterior foi NÃO, dê sua opinião sobre a
abrangência possível que devem ter a participação da PMESP nas redes
sociais:
______________________________________________________________
______________________________________________________________
_____________________________________________________________
A participação da Instituição nas redes sociais deve ser regulada por uma
norma disciplinadora?
( ) Sim
( ) Não
182
Se sua resposta na questão anterior foi SIM, informe o porquê e, se possível,
diga que tipo de temas ou assuntos devem ser tratados nas normas
regulamentadoras:
______________________________________________________________
______________________________________________________________
_____________________________________________________________
Além de atingir o público interno, convém à PMESP manter redes sociais
abertas à população em geral?
( ) Sim
( ) Não
Se sua resposta na questão anterior foi NÃO, informe o porquê:
______________________________________________________________
______________________________________________________________
_____________________________________________________________
Além das funções já cobertas pelo Atendimento 190, no caso de redes sociais
abertas à população, o que a PMESP poderia estimular na comunicação
interativa?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
_____________________________________________________________
Seu Posto na Polícia Militar é:
( ) Tenente-Coronel PM
( ) Major PM
( ) Capitão PM
( ) Outro: __________________________________
Sua função atual é:
( ) Comandante de Batalhão (Titular ou Interino)
( ) Coordenador Operacional (Titular ou Interino)
( ) Comandante de Companhia Territorial (Titular ou Interino)
Sua idade é:
( ) Abaixo de 35 anos
( ) Entre 35 e 40 anos
( ) Entre 40 e 45 anos
( ) Entre 45 e 50 anos
( ) Acima de 50 anos
183
Seu tempo de serviço é de:
( ) Menos de 15 anos
( ) Entre 15 e 20 anos
( ) Entre 20 e 25 anos
( ) Entre 25 e 30 anos
( ) Entre 30 e 35 anos
( ) Acima de 35 anos
Possui conhecimento sobre informática?
( ) Sim
( ) Não
Possui conhecimento sobre Internet?
( ) Sim
( ) Não
Tem conta em Redes Sociais na Internet?
( ) Sim
( ) Não
Se a resposta anterior foi positiva, aponte em quais Redes Sociais possui
conta:
______________________________________________________________
______________________________________________________________
_____________________________________________________________
184
Anexo A - Autorização do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São
Francisco (USF) para desenvolvimento da pesquisa
185
Anexo B - Regras do Blog “PolicialBR”
NORMAS: Todo conteúdo inserido pelos membros na comunidade
é de sua inteira responsabilidade. É expressamente proibido na comunidade
qualquer tipo de material pornográfico, fotos à paisana (sic) ostentando
armas, sem camisa, trajes de banho, ocorrências mostrando pessoas
envolvidas ou que atentem contra as instituições públicas, violação de direitos
autorais, direitos humanos, intimidade ou que denigra a imagem de qualquer
pessoa, palavras de baixo calão no chat ou em qualquer outro dispositivo da
comunidade e pedidos de doações sem prévia autorização. São deveres de
todos os membros cumprir e fazer cumprir as normas; zelar pelo portal,
coibindo qualquer ação que viole as normas do portal e as leis vigentes do
país. Ao associar-se, declara estar ciente das normas e com elas concordar.
O membro que for surpreendido desrespeitando as normas será, sem aviso
prévio, banido da comunidade. Qualquer incidente, relate imediatamente ao
administrador.
MISSÃO: Promover
a
comunicação
e
criar
as
condições
necessárias para garantir a efetiva proteção dos Direitos Humanos na
Sociedade da Informação, além de contribuir para uma cultura de
responsabilidade e habilitar policiais, bombeiros e a sociedade civil para
construírem relações sociais saudáveis e seguras por meio do uso adequado
das tecnologias.
VALORES: Liberdade
de
expressão,
Responsabilidade,
Cooperação, Solidariedade e Comprometimento.
Os seguintes Termos de Serviço aplicam-se à utilização desta
Rede. Você é o único responsável pela sua conduta e seu conteúdo na rede e
de conformidade com esses termos. Ao registrar-se conosco ou utilizar esta
rede ou nela navegar, você reconhece que leu estes termos, entendeu-os e
concorda em ficar por eles vinculado.
Você concorda que não irá publicar, enviar e-mail ou
disponibilizar qualquer conteúdo ou uso desta rede:
* De maneira que viole ou infrinja quaisquer direitos de terceiros ou
se aproprie indevidamente de propriedade intelectual ou outros direitos de
propriedade ou contratual de direitos;
186
* De maneira que contenha vírus ou qualquer outro código
informático, arquivos ou programas desenhados para interromper, destruir ou
limitar a funcionalidade de qualquer software, hardware ou equipamento de
telecomunicações;
* Para participar em "spam", "chain letters", "esquemas de
pirâmide", propaganda de produtos ilegais, controlada ou serviços, ou
publicidade ou outras atividades de marketing que violarem estes Termos de
Serviço, quaisquer leis, regulamentos ou orientações industriais geralmente
aceitos publicidade;
* De maneira que seja enganoso ou fraudulento ou ilegal ou
promova atividades ilegais, incluindo a prática de phishing ou a obtenção
vantagens financeiras ou outras informações pessoais de forma enganosa ou
para fins fraudulentos ou enganadores;
* De maneira que seja injurioso ou difamatório, contrário,
ameaçador, abusivo, violento, ofensivo, malicioso ou prejudicial a qualquer
pessoa ou entidade, ou que invada a privacidade;
* De maneira prejudicial a menores (sic) de qualquer maneira;
* De maneira que demonstre ódio ou discriminação baseada em
raça, cor, sexo, religião, nacionalidade, origem étnica ou nacional, estado civil,
deficiência, orientação sexual ou idade, ou seja questionável;
* Para representar qualquer outra pessoa, ou declarar falsamente
ou deturpar sua afiliação com qualquer pessoa ou entidade, ou para obter
acesso a esta rede sem autorização;
* Interferir ou tentar interferir no funcionamento desta rede, ou
impedir que outros a usem, ou de maneira que interrompa o fluxo normal de
diálogo com número excessivo de mensagens (ataque de inundação), ou que
de outra forma afete negativamente a capacidade de outras pessoas a
usarem;
* Utilizar qualquer meio manual ou automatizado, incluindo
agentes, robôs, scripts ou spiders, para acessar ou gerenciar a conta de
qualquer usuário ou para monitorar ou copiar esta rede ou o conteúdo dela;
* Para facilitar a distribuição ilegal de conteúdo protegido por
direitos autorais;
187
* De maneira que inclua informações de identificação pessoal ou
outra pessoa sem o seu consentimento explícito;
* De maneira que utilize e-mail enganoso ou endereços IP ou
cabeçalhos forjados ou identificadores de outra forma manipulada a fim de
disfarçar a origem do conteúdo transmitido através desta rede ou para os
utilizadores;
* De maneira que constitua ou contenha qualquer tipo de
propaganda ou solicitação para os usuários que tenham pedido que não
sejam contatados sobre outros serviços, produtos ou interesses comerciais.
Além disso, você concorda em não:
* "Perseguir" ou de outra forma assediar nenhuma pessoa;
* Coletar, usar ou divulgar dados, incluindo informações pessoais
sobre outros usuários sem o seu consentimento ou para fins ilícitos ou em
violação da lei ou regulamentos aplicáveis;
* Solicitar ou obter acesso aos nomes de usuário, senhas ou outras
credenciais de autenticação de nenhum membro da rede ou para as
credenciais de autenticação de proxy para membro desta rede para fins de
automatização de logons;
* Postar conteúdo que contenha pornografia infantil a esta rede;
* Postar conteúdo que represente ou contenha imagens de estupro,
violência extrema, homicídio, bestialidade, incesto ou outro conteúdo
semelhante;
* Postar conteúdo que constitua pornografia, contenha cenas de
nudez, ou seja de natureza adulta;
* Usar meios automatizados, incluindo aranhas, robôs, crawlers,
ferramentas de mineração de dados, ou o gosto de baixar os dados desta
rede – com exceção dos motores de busca na Internet (ex: Google) e não
comercial dos arquivos públicos (por exemplo, archive.org) que cumpram com
o nosso arquivo robots.txt, ou "bem-comportados" serviços web / clientes RSS
/ Atom. Nós nos reservamos o direito de definir o que entendermos por "bemcomportado";
* Postar conteúdo irrelevante, repetidamente, postar o mesmo
conteúdo ou similar ou impor carga inaceitável ou demasiadamente grande à
infraestrutura da rede;
188
* Tentar obter acesso não autorizado a sistemas de nosso
computador ou exercer atividade que perturbe, diminua a qualidade, interfira
no desempenho, ou prejudique a funcionalidade da Rede;
* Usar esta rede como serviço de hospedagem de arquivos
genérico;
* Praticar qualquer ação que possa minar comentários ou
avaliações de sistemas (como exibir, importar ou exportar as informações de
retorno fora desta rede ou de usá-lo para fins não relacionados com Ning); e,
* Desenvolver, chamar, ou utilizar código para interromper, diminuir
a qualidade, interferir no desempenho, ou prejudicar a funcionalidade da rede.
Você concorda que não autorizará nem encorajará terceiro a usar
esta rede para facilitar qualquer uma das condutas proibidas acima
mencionadas. Você também concorda que estes Termos de Serviço de Rede
se reverterá em benefício de nossos prestadores de serviços (incluindo o
nosso fornecedor de plataforma de rede) e que podem ser tomadas medidas
(incluindo a remoção de seu conteúdo e desativação de sua conta), a fim de
manter a conformidade com esses Termos da Rede de Serviço. Tecnologia e
hospedagem para os aspectos desta rede são fornecidos pelo Ning, Inc., um
provedor de serviços on-line ("Service Provider"). No entanto, o criador desta
rede controla seu conteúdo, composição e política, incluindo as páginas
servidas pelo Provedor de Serviços. Não obstante qualquer disposição em
contrário, ao participar desta rede, você concorda em indenizar e isentar o
provedor de serviços sobre todos os assuntos relacionados com a sua
interação com outras pessoas que a usarem ou dela participarem.
189
Anexo C - Consulta realizada junto ao Centro de Comunicação Social da
Marinha do Brasil
Anexo B do Of nº83/2011, do CCSM ao Com8°DN
MARINHA DO BRASIL
CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA MARINHA
Respostas ao Senhor HUMBERTO GOUVEA FIGUEIREDO - Maj PM - Aluno
CSP/2011.
1. Em quais redes sociais esta Força Armada possui contas?
R- Facebook, Twitter, Youtube e Flick.
2. Existe uma política para uso e participação nas redes sociais nesta Força
Armada?
R- Sim. As normas internas da Diretoria de Comunicações e Tecnologia
da Informação da Marinha.
3. Como se estrutura o setor que gerencia a interface da Instituição nas redes
sociais?
R- O setor estrutura-se com três Oficiais da Assessoria de Relações
Públicas.
4. São feitas medições em relação ao uso das redes sociais nesta Força
Armada?
R-Sim.
5. A participação da Força Armada em redes sociais na internet tem facilitado
o processo de aproximação da Instituição com a comunidade?
R-Sim.
6. A participação desta Força Armada em redes sociais faz parte da estratégia
da Instituição na área de Comunicação Social? Quando foi adotada esta
decisão estratégica?
R- Sim. Em Janeiro de 2011.
7. Na sua avaliação, a cultura institucional ajuda, atrapalha ou não interfere na
participação da Força Armada em redes sociais na internet?
R-Ajuda.
8. Existem projetos em andamento ou estudo que considerem a ampliação da
participação da
Instituição em redes sociais na internet?
R- Não.
190
9. A Instituição possui rede social interna?
R - Não.
10. V Sª entende importante a criação de rede social interna na Instituição,
que congregue toda a comunidade militar, incluindo-se inativos?
R-xxx
11. Quais regras V Sª acredita serem fundamentais em uma rede social
interna, considerando as particularidades dessa Força Armada?
R-xxx
ANDRÉ SÁ DÉ MATTOS
Capitão-de-Corveta
Assessor de Relações Públicas