Revista 9 - Nova Ágora
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Revista 9 - Nova Ágora
AGORA Pintura em acrílico da Formanda Isabel Cardoso na Oficina Práticas de Expressão Plástica na Infância número Temas da Formação Info Ágora: - Actividades do Ágora em 2004 - Acções de Formação 2005 - 1.ª Fase Revista do Centro de Formação Ágora Inclui a divulgação do Plano de Formação 2005 (1.ª Fase) 9 2005 - [Jan/Julho] UNIÃO EUROPEIA Fundo Social Europeu EDITORIAL Educação: clarificar o caminho 3e4 Maria Fernanda campos ACTIVIDADES DE ESCOLA 5a7 Exposição na Escola E.B. 2, 3 Inês de Castro IV Torneio Ortográfico Interescolas Exposição “Pedras que jogam” Encerramento do 1º período no Instituto de Almalaguês Jornais e Revistas Escolares FORMAÇÃO Actividades de Educação Sexual na Escola 8e9 Formandos da Acção A Educação Sexual em Meio Escolar Trilhando caminhos…a opção é dos viajantes!!! 10 e 11 Madalena Baptista e Vera do Vale O que pode a escola fazer perante a violência 10 e 11 José António Rocha Almeida (com os formandos da Acção) Pensar em Português: a transversalidade da Língua Materna 13 e 14 Graça Trindade e Madalena Relvão O Portfólio como instrumento privilegiado no desenvolvimento de competências 15 a 19 Cristina Janicas e Isabel Bernardo Formação no ãmbito das expressões 20 a 22 Os efeitos do Treino da Memória no sucesso escolar 23 e 24 Leonor Castro Nunes Dinamização de Bibliotecas Escolares 25 a 29 Isabel Bernardo Formação a distância em Informática para professores - algumas reflexões 30 a 33 Isabel Pedrosa ESCRITURAS Uma história para encenar - O violinista e o Pai natal 34 a 36 Conto de Ian Saicnaj I Desenhos de Carlos Madeira índice INFOÁGORA Actividades do CFP Ágora em 2004 Sessões de Formação não formal Recursos Educativos disponíveis no Centro de Formação Ágora Plano de Formação CFP Ágora para 2005 - 1ª Fase 37 38 39 40 Director João Paulo Janicas Educação: clarificar o caminho Conselho Editorial Antero Maia António Gomes Ferreira Elvira Braga Francisco Paz João Maria André José António Franco Lídia Martins ! Maria Fernanda Campos (*) Equipa Redactorial Fernanda Campos Isabel Sousa João Paulo Janicas da urgência na qualificação dos portugueses como indutora de riqueza e de Colaboração neste número Carlos Madeira Cristina Janicas Graça Trindade e Madalena Relvão ian Saicnaj Isabel Bernardo Isabel Pedrosa José António Rocha Almeida Leonor Castro Nunes Madalena Baptista e Vera do Vale Maria Fernanda Campos e ainda os restantes professores que colaboraram em nome da E. B. 2, 3 Inês de Castro, E. B. 2, 3 Poeta Manuel da Silva Gaio, Esc. Sec da Quinda das Flores e Instituto de Almalaguês Design de comunicação e imagem Pedro Vicente Propriedade Centro de Formação Ágora Escola Secundária D. Duarte Rua António Augusto Gonçalves Santa Clara 3040-241 Coimbra Tel. 239 810 235 Fax. 239 810 237 E-mail: [email protected] Pág. web: http:\\cfpagora.planetaclix.pt A educação não mereceu grande destaque nas agendas eleitorais. O tema aflorou aqui e ali, mas raramente se foi além de um conjunto de lugares-comuns sem profundidade nem rasgo. E quando se falou promoção de melhores condições de vida e de afirmação da nossa identidade, as propostas surgiram de forma desgarrada e paradoxalmente alheia a um projecto educativo global. Encarar a educação enquanto factor estratégico para a construção de uma sociedade mais justa e mais humana é tanto mais importante, quanto ela tende cada vez mais a ser instrumentalizada por interesses lucrativistas muito pouco sensíveis à vertente emancipadora da educação. Se é certo que algumas escolhas e prioridades são legitimadas pelas significativas debilidades do actual sistema de ensino e pela deficiente formação e qualificação dos nossos jovens, não é menos verdade que os efeitos que com elas se pretende alcançar ficam muito mais expostos às incertezas de saídas profissionais extremamente vulneráveis e precárias. Mesmo uma visão minimalista e instrumental do papel da escola não pode deixar de se interrogar sobre os benefícios, a prazo, de uma escolaridade definida em função de necessidades localizadas e conjunturais do mercado de emprego. A aposta no chamado “capital humano” não se compatibiliza com formações redutoras e apressadas que facilmente ficam ultrapassadas, face ao acelerado desenvolvimento da ciência e da técnica e à volatilização dos nichos de emprego, por força de deslocalizações e reconversões que não se compadecem com os resultados devastadores que causam. Uma visão integradora do acesso ao conhecimento não joga com a atomização de saberes parcelares e desconexos que objectivamente não preparam as pessoas para o imperativo da educação ao longo da vida, para saber gerir as incertezas, para poder sobreviver num contexto de enorme precariedade laboral. E muito menos para compreender a complexidade do Impressão Tipografia Damasceno mundo actual. Tiragem 1 500 exemplares cação, por exemplo, requer um conjunto de pré-requisitos e de competên- Dep. Legal N.º 199598/03 Saber dominar as novas tecnologias da informação e da comunicias que não se adquirem sem saberes básicos e sem um lastro cultural de espectro largo. Sob pena de se investir numa qualificação de tal modo afunilada, que bem depressa corre o risco de não servir para nada. Se a escola se demitir da sua função educadora e formadora, se aos jovens não editorial Revista Ágora n.º 9 forem dados meios para se construírem enquanto sujeitos autónomos e Os artigos assinados não expressam necessariamente o ponto de vista da direcção críticos, dificilmente se combaterão exclusões e marginalizações e bem mais distante fica o futuro. 3 M. C. ESCHER, Relativity, (1953) editorial - Educação: clarificar o caminho Orientações de organismos internacionais volvimento das crianças, bem como a generalização contaminados pela deriva neo-liberal já há uns anos do ensino pré-escolar, devem constituir prioridades vêm pugnando por um modelo de escola que se absolutas. aproxime do modelo empresarial, subordinando os Importa clarificar o tronco comum de saberes seus objectivos à racionalização dos custos e à quan- e de competências para um ensino obrigatório que tificação e eficácia dos resultados. Aliás, a Estratégia estimule e desenvolva a diversidade de inteligências e de Lisboa, no que se refere à educação e à formação, de aptidões, habilitando todos os jovens para o exer- bebe os conceitos defendidos pela OCDE nesta cício da cidadania e para os difíceis e incertos cami- matéria. E os efeitos vão estando à vista, um pouco nhos do profissionalismo. por todo o lado: aumento das desigualdades ligadas à O Estado deve assumir a responsabilidade e a origem social dos alunos pelo desinvestimento em pilotagem da formação inicial e contínua de edu- medidas de integração e de real de sucesso para cadores e professores, definido, por um lado, um per- todos; redução do número de anos de escolaridade fil de exigência para a formação inicial e, por outro, unificada, com a introdução da profissionalização as áreas de formação verdadeiramente qualificantes precoce, sem que esteja garantido o domínio, por do sistema de ensino. Os Centros de Formação de parte do aluno, das competências essenciais que lhe Professores, particularmente os que resultaram da darão condições de sobrevivência; efectivo desinves- associação de escolas, podem ter um papel central, timento na escola pública que corre o risco de se ver desde que se clarifique o seu estatuto e se lhe pers- limitada a uma função meramente assistencial. pective um horizonte de actuação, de modo a termi- Faz, por isso, sentido que se fortaleça uma nar de vez com a insegurança em que têm vivido. A outra visão da educação e se afirme a centralidade da experiência acumulada ao longo de vários anos, as escola, sem deixar de questionar as suas insuficiên- dinâmicas que conseguiram gerar e o conhecimento cias. Uma educação que perspective uma sociedade que produziram certificam o seu papel de parceiro a mais justa, assente na repartição do trabalho, do privilegiar. rendimento e do lazer. Uma escola qualificadora e As medidas a tomar no campo de educações exigente, aberta à riqueza e à diversidade humanas, serão tanto mais eficazes e estimulantes, quanto que não induza factores de desigualdade social, nem mais explícitos forem os objectivos globais que se de guetização. pretende alcançar. Assim, os passos na luta contra As medidas pontuais que se erijam como pri- os nossos atrasos estruturais serão mais sólidos, oritárias ganharão um novo fôlego e uma dimensão como será mais firme a voz que se opõe aos arautos mais profunda e duradoura, se decorrerem de opções do neo-liberalismo, quantas vezes disfarçados de estratégicas claras para a criação da sociedade do grandes defensores de ideais progressistas. conhecimento, ou da sociedade educadora. A inter- 4 venção desde a primeira infância, inibindo e contra- Professora da Escola EB 2,3 Poeta Manuel da Silva Gaio riando factores geradores de assimetrias no desen- e representante na Comissão Pedagógica do CF Ágora Exposição na Escola EB Inês de Castro ( Para celebrar a efeméride dos 650 anos da morte de Inês de Castro, o Núcleo de Estágio de História da Escola EB 2/3 de Inês de Castro incluiu no início do ano lectivo no Plano de Actividades da Escola uma exposição comemorativa deste facto. A nossa intenção era mostrar aos alunos pertencentes ao agrupamento de escolas onde estamos inseridos o percurso biográfico de Inês de Castro e aspectos da vida quotidiana na Idade Média. A inauguração desta exposição deu-se a 6 de Janeiro de 2005 com uma encenação dramática do episódio da execução de Inês, seguindo-se uma breve comunicação proferida pelo Dr. Mário Nunes, vereador da cultura da Câmara Municipal de Coimbra, e pela Doutora Maria José Azevedo, que falaram respectivamente acerca da figura de Inês de Castro e da escrita na Idade Média. Esta exposição teve o apoio de variadas entidades, nomeadamente do Conselho Executivo da nossa escola, do Arquivo da Universidade de Coimbra, da Santa Casa da Misericórdia do Coimbra, do Museu Nacional do Teatro, do Dr. Paulino Mota Tavares e do Grupo de Teatro Cénica de S. Pedro do Sul, entre outros. A exposição é composta pelo percurso biográfico de Inês de Castro e pelas marcas da sua influência ao longo dos séculos na cultura portuguesa, nomeadamente na literatura, nas artes plásticas, no teatro e na ópera. Faz parte da exposição uma réplica de um Scriptorium Medieval, um conjunto de informações acerca da vida quotidiana nos tempos medievais e uma recriação do ambiente no interior de uma casa senhorial. As visitas dos alunos à exposição terminam com um pequeno jogo de consolidação de conhecimentos. ( Alunos dos 2º e 3º ciclos de sete escolas de Coimbra vão disputar, de Fevereiro a Abril, o IV Torneio Ortográfico Interescolas. A edição deste ano envolve o Colégio de S. José, a Escola E. B. 2/3 Martim de Freitas, a Escola E. B. 2/3 do Poeta Manuel da Silva Gaio, Escola E. B. 2/3 de S. Silvestre, a Escola E. B. 2/3 de Taveiro, o Instituto Educativo de Lordemão e o Instituto Educativo de Souselas. Este torneio consta de duas provas escritas eliminatórias para apurar cinco finalistas por ciclo (em cada escola), dos quais sairão os dois concorrentes que irão disputar a finalíssima interescolas. Tal como nas duas edições anteriores, esta última prova do torneio poderá ser realizada no Auditório da Direcção Regional de Educação do Centro. As primeiras eliminatórias (escritas) realizar-se-ão a 2 e 16 de Fevereiro e as finais de escola e a finalíssima (orais) a 13 de Março e 27 de Abril, pelas 15.00 horas. As finais e a finalíssima podem ser assistidas por familiares e amigos dos intervenientes bem como por público em geral. Os prémios resultam da adesão à iniciativa de algumas conceituadas firmas e instituições de Coimbra. Dinamizado inicialmente pelo Clube de Poesia da Escola E. B. 2/3 do Poeta Manuel da Silva Gaio, este é um projecto que pretende envolver, num futuro próximo, todas as escolas da cidade e ultrapassar mesmo as fronteiras do concelho. actividades de escola IV Torneio Ortográfico Interescolas 5 Exposição “Pedras que jogam” ( A exposição “pedras que Jogam” é uma iniciativa que surge da procura de ligações da Matemática a diversas actividades humanas, neste caso o “Jogo”, e a outras áreas do saber como a arqueologia, a história, o Património, a Sociologia e a Antropologia. O “Jogo”, cuja origem é, certamente, tão antiga como o próprio homem, é uma actividade que estando submetida a regras que estabelecem quem vence e quem perde, tem naturalmente, uma grande afinidade com o próprio exercício da Matemática. Esta exposição, que foi trazida a Coimbra e apresentada aos visitantes (cerca de um milhar entra Alunos, Professores e Funcionários) pelo Núcleo de Estágio de Matemática da Escola Secundária Quinta das Flores, é uma viagem ao longo dos tempos antigos onde nos podemos encontrar com peças que foram acumuladas ao longo dos séculos e constituem uma herança cultural do nosso País. Ao promover esta exposição, que esteve patente na Escola Secundária Quinta das Flores de 12 a 19 de Janeiro, pretendeu-se contribuir para a divulgação do nosso património histórico ao mesmo tempo que se dava da Matemática uma imagem de ciência-matriz da actividade humana. Encerramento do 1º período no Instituto de Almalaguês 6 ( Dando cumprimento ao Plano de Actividades, este 1º período escolar encerrou com grande dinamismo. Os alunos, nas disciplinas de EVT, ET e EV, executaram as decorações natalícias, com as quais ornamentaram os espaços interiores e exteriores da escola. Na tarde de 16 de Dezembro, pelas 14.30h, realizou-se, no ginásio, uma celebração pela Paz, subordinada ao tema “Mil Estrelas”, presidida pelo Padre Luís Francisco, tendo esta sido muito participada por toda a Comunidade Escolar. O dia 17 foi preenchido por diversas actividades. A manhã foi dedicada a várias modalidades desportivas, tendo-se iniciado pelas 9.30h, com o Corta-Mato Escolar. Este permitiu, para além da prática salutar do desporto, seleccionar os alunos dos diversos escalões que irão participar no Corta-Mato Distrital do Desporto Escolar. A manhã prosseguiu com um jogo de Voleibol entre professores e alunos e várias actividades gímnicas. Como tem vindo a ser tradição, realiza-se sempre, neste dia, um almoço de Natal, tendo havido uma troca de prendas entre os alunos, dinamizada pelos Directores de Turma. O Sarau de Natal encerrou as actividades do dia que assinalou o final do período. Decorreu na Sede do Clube Recreativo de Almalaguês, tendo-se iniciado pelas 21 horas, com a participação especial das escolas do 1º Ciclo de Almalaguês e de Rio de Galinhas, bem como de toda a comunidade escolar do Instituto. Foram apresentados vários momentos musicais, poéticos, dramáticos, de expressão corporal e de novas tecnologias. Jornais Escolares Revista Ágora ( No Natal saiu o n.º 16 do ano 6 de O Nevadinha, jornal do Agrupamento de Escolas de Penacova, dirigido pelo Clube de Jornalismo. As Notícias da Escola ocupam um grande espaço nesta edição, onde se apresenta também a Agenda de Actividades a desenvolver, no Agrupamento, durante o 2.º Período, ao nível do Pré-Escolar, 1.º e 2.º ciclos do Ensino Básico. Destacamos a notícia do 25.º ano de existência da Escola António José de Almeida no seu actual edifício (Parabéns!) e os poemas de crianças do Pré-Escolar. ( Já pela 21.ª vez, A Fisga, foi, em Dezembro, de novo, disparada. Falamos do jornal da E. B. 2, 3 Inês de Castro. Neste número, para além dos abundantes artigos sobre diversos assuntos da actualidade, da autoria dos alunos, destacamos a secção "O Cantinho dos Estágios…", com as notícias das actividades dinamizadas pelos núcleos de estágio de Ciências Físico-Químicas, História e Biologia, e a primeira parte do imaginativo e divertido conto Uma família (literalmente) do outro mundo, por Nuno Duarte (6.º A) - “Certo dia, no planeta Chiuaua, ou melhor, no país de Erwin, ou mais precisamente, na Floresta da Paz, onde habitavam fadas, gnomos, feiticeiros, duendes, anões, magos...” ( O [email protected] é o jornal do Clube de Informática da Escola E. B. 2, 3 Poeta Manuel da Silva Gaio. “Está nas bancas” a sua nova edição, que reune um diversificado conjunto de textos, desde algumas das notícias mais frescas do Agrupamento de Escolas, passatempos e informações breves e úteis, até artigos sobre temas mais sérios e “na ordem do dia” para todos os leitores e, em particular, os mais jovens - os exames nacionais do 9.º ano, sexualidade, ecologia ou a violência. actividades de escola ( O Agrupamento de Escolas de São Pedro de Alva publicou em Dezembro nova edição de O Alvinho (Ano X, n.º 6). Notícia de capa é a prevista inauguração, no início de 2005, do pavilhão gimnodesportivo, que irá servir as escolas do Agrupamento e onde será possível praticar, netre outras, modalidades como o futebol de salão, o basquete, o andebol e o voleibol. As actividades e trabalhos dos alunos, tanto da E.B. 2, 3 como de diversos jardins de infância e escola do 1.º Ciclo, estão bem documentadas nas páginas do jornal. A inserção desta publicação na comunidade está patente, não só nos numerosos apoios publicitários, mas também na entrevista ao Presidente da Junta de Freguesia de Travanca do Mondego e no artigo sobre a Paradela da Cortiça. Salientamos também a publicação dos dados de um Inquérito sobre hábitos de higiene e saúde realizado a alunos do Agrupamento. 7 Oficina de Formação Educação Sexual em Meio Escolar - as encruzilhadas do crescer Algumas actividades na Esc. Sec. D. Duarte ! (*) As principais finalidades desta Oficina de Formação, proposta por docentes da Esc. Sec. D. Duarte e orientada por Ana Allen Gomes e Paula Castilho, foram, para além do enriquecimento dos formandos com novos conhecimentos, o sensibilizar os colegas Professores e a a(s) escola(s), alertando-os para a necessidade da informação nesta área ser abordada a nível de escola, de forma assumida e competente, sem medos nem receios. Os Objectivos gerais da acção eram, pois, os seguintes: 1 - Conhecer e reflectir sobre o perfil do professor que desenvolve acções no âmbito da Educação Sexual com os alunos do ensino secundário. 2 - Aprofundar conteúdos no âmbito da Educação Sexual de acordo com os objectivos do programa das diversas disciplinas. 3 - Criar formas de intervenção no âmbito da Educação Sexual para aplicação no campo. formação - educação sexual Os conteúdos programáticos abrangiam, depois da apresentação do programa, seu enquadramento teórico, e da abordagem do perfil do formador, atitudes e competências que se pretendem desenvolver nos alunos, os módulos Adolescências o desenvolvimento na adolescência nas vertentes cognitiva, psicossexual e psicossocial, O Educador face à adolescência, A construção da identidade psicossexual e A orientação do desejo. Paralelamente, foram-se delineando os projectos a ser desenvolvidos nas escolas, em trabalho autónomo que os vários grupos constituídos se propuseram realizar. 8 O projecto da Escola Secundária D. Duarte foi construído como um esboço ou ponto de partida para um projecto a implementar na escola no próximo ano lectivo. Este projecto tinha os seguintes objectivos gerais: 1) sensibilizar a comunidade escolar para a importância da educação sexual em meio escolar. 2) formar um núcleo de dinamização do projecto. 3) ensaiar alguns itens do currículo a construir. 4) construir um currículo para a escola. Dentre as diferentes actividades elencadas (A - Actividades dirigidas à comunidade escolar: na sala de Professores, na sala dos alunos, com os funcionários, com os Encarregados de Educação e no Centro de Recursos e B - Actividades nas turmas), foram contituídos dois grupos/planos de acção de que se apresentam aqui algumas intervenções. I. EXPOSIÇÃO NA SALA DOS PROFESSORES “Tudo porque tu ignoras que há leitos onde o frio não se demora e noites rumorosas de águas matinais.” Eugénio de Andrade, Os amantes sem dinheiro II. DILVULGAÇÃO NA SALA DOS ALUNOS III. O DEBATE-TEATRAL "Nem muito simples... nem demasiado complicado" Promovido pelo CAOJ, com base num projecto da Comissão Nacional de Luta contra a Sida, tendo como actores os ex-alunos da E. S. Duarte, Virgínia Pinheiro e Luís Serrano, foi apresentado nos dias 30 de Março e 2 de Abril e destinou-se aos alunos do 10º ano de escolaridade. IV. A SEXUALIDADE E A INTERNET Conhecer o nosso corpo, os nossos sentimentos e desejos vai permitir sermos mais livres, mais responsáveis e felizes! O que é a sexualidade? Para além do prazer, ela é também ternura, comunicação, amor ... Parte à aventura! RECURSOS - PROCESSO Para ajudar na realização da tarefa, consultar o quadro Recursos http://www.apf.pt http://canais.sapo.pt/familia/ahE/10829.html http://canais.sapo.pt/medicina.gkBC/110144.html AMIGO(A) Colecção de desdobráveis APF MIGUEL, N.S. - "Os Jovens e a Sexualidade", edição da Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres, 6ª edição, Lx 1994 DIRECTOR(A) DO MUSEU JORNALISTA http://www.musee-rodin.fr/images/imagra/Ph288.jpg http://www.musee-rodin.fr/images/imagra/S788.jpg http://www.musee-rodin.fr/images/imagra/Ph2695.jpg http://www.musee-rodin.fr/images/imagra/Ph2150.jpg http://www.musee-rodin.fr/sculpte.htm http://www.musee-rodin.fr/scuenf2.htm http://www.musee-rodin.fr/accueil.htm http://www.swlink.net/~pipinz/paintings.htm http://www.cade.com.br/cuartgal.htm http://www.tamu.edu/mocl/picasso/gallery/g34.html http://www.louvre.fr/francais/collec/ager/ager_oe.htm http://www.louvre.fr/francais/collec/ager/ag5.htm http://www.louvre.fr/francais/collec/ager/ager_f.htm http://www.louvre.fr/francais/collec/coll_f.htm http://www.dn.pt http://www.publico.pt http://www.expresso.pt http://www.visao.pt http://www.focus.pt http://canais.sapo.pt/familia/ahE/10829.html http://canais.sapo.pt/medicina.gkBC/110144.html http://www.apf.pt JOVEM APAIXONADO(A) http://www.terravista.pt/enseada/1287/todas.html http://paginas.teleweb.pt/~reininho/ http://www.terravista.pt/guincho/3673/page8.html http://www.terravista.pt/enseada/1289/ MÉDICO http://www.apf.pt http://canais.sapo.pt/familia/ahE/10829.html http://canais.sapo.pt/medicina.gkBC/110144.html Processo Selecciona e pesquisa os sites propostos para a realização da tua tarefa. Selecciona as ideias principais e regista-as por palavras tuas. Com vista à tua exposição oral, organiza as ideias de forma clara, de modo a que a tua amiga se sinta confiante e esclarecida. Selecciona e pesquisa os sites propostos para a realização da tua tarefa. Selecciona as imagens mais sugestivas com vista à realização do teu catálogo. Faz as legendas. Selecciona e pesquisa os sites propostos para a realização da tua tarefa. Selecciona as ideias principais e regista-as por palavras tuas. Elabora as questões a colocar ao entrevistado. Imagina as respostas e escreve-as. Selecciona e pesquisa os sites propostos para a realização da tua tarefa. Inspira-te em textos à tua escolha e escreve uma poesia, uma carta de amor ou a letra de uma canção. Atenção ao teu cartaz /poster. Não te esqueças que terás de organizar as imagens e o texto de forma a que o teu trabalho desperte a atenção! (*) com base nos relatórios dos formandos da Oficina de Formação Educação Sexual em Meio Escolar - as encruzilhadas do crescer. formação - educação sexual Personagem 9 Trilhando caminhos… a opção é dos viajantes!!! ! Madalena Baptista e Vera do Vale(*) A s teorias psicológicas têm constituído, desde a ou dúvidas (…). década de 60, a inspiração primordial para os (excerto retirado de um portfólio de avaliação da oficina de formação modelos e para as práticas da educação pré- “Modelos Curriculares para a educação de infância”) -escolar. No entanto, poderemos encontrar outras fontes. Numa tentativa de clarificar as crenças teóricas dos educadores de infância (participantes na ofi- As teorias psicológicas não nos dizem o que ensinar às crianças ou qual a forma mais eficaz de o fazer. Dão-nos, sim, bases e princípios a partir dos quais podemos inferir as práticas mais adequadas. As teorias, por exemplo, podem contribuir para a definição dos princípios curriculares gerais que servem de contexto para diferentes modelos e práticas curriculares; para a concepção de um modelo curricular específico e para a estruturação das actividades concretas de aprendizagem, as quais podem ter origem quer nos princípios gerais e em modelos curriculares, quer em escolhas ecléticas. Admito que, inicialmente, as apreciações que referiram a existência de uma combinação de influências teóricas me fizeram sentir como um “camaleão" sem cor, sem identidade. Depois, percebi que essa multiplicidade era a minha identidade e que decorria de uma múltipla identificação com pelo menos um aspecto de uma teoria psicológica. cina de formação) utilizou-se o Teacher Belief Inventory de Peters, Neisworth e Yawkey (1985, versão portuguesa de Gaspar, 1990) que é uma escala tipo Likert constituída por três sub-escalas: a subescala cognitivo-desenvolvimentalista; a sub-escala behaviorista e a sub-escala sócio-maturacionista. Como esta escala corresponde na realidade a três escalas de Likert independentes, onde coexistem as três concepções psicológicas, obtêm-se, assim, 3 resultados, um para cada sub-escala, sendo por isso possível identificar as crenças e a teoria psicológica preferencial dos educadores. Representação gráfica das crenças teóricas dos educadores de infância na oficina de for- (excerto retirado de um portfólio de avaliação da oficina de formação"Modelos Curriculares para a educação de infância") O facto de os educadores tomarem consciência da mais valia proveniente de cada uma das teorias psicológicas que suportam as diferentes opções curriculares, foi por nós interpretado não como algo de problemático, mas, como um possível caminho em busca de práticas coerentes embora por vezes mescladas. 10 Na minha prática educativa integro-me: na perspectiva maturacionista quando desenvolvo programas baseado nos interesses da criança; na perspectiva behaviorista quando, em função de um plano previamente estabelecido, forneço às crianças os estímulos e respostas necessários para a sua progressão nas aquisições; na perspectiva cognitivo-desenvolvimentista porque é meu objectivo facultar às crianças experiências de aprendizagem, onde possam manipular objectos, vivenciar situações e levantar questões mação “Modelos Curriculares para a Educação de Infância" Os resultados obtidos permitiram-nos constatar que cinco educadores apresentam atitudes bastante positivas em relação à teoria maturacionista, havendo um com atitude positiva face à perspectiva cognitivista, e quatro com uma atitude positiva face a duas teorias simultaneamente. A apresentação dos diferentes modelos curriculares em educação de infância, cujos princípios se apresentam de forma sintetizada no quadro abaixo, Quadro síntese dos princípios dos modelos curriculares High/Scop; MEM; Reggio Emília e Experienciais Modelo Princípios à Envolvimento activo da criança com pessoas, materiais e MOVIMENTO DA ESCOLA MODERNA ideias na compreensão do mundo; à Suporte do adulto na construção autónoma do conhecimento; à Interacção adulto criança como elemento chave. Valoriza-se: à A liberdade da criança; à A sua espontaneidade; à As características da sua personalidade; O desenvolvimento do seu espírito crítico. à A interacção entre pares; à As diferenças individuais, à A interajuda e a colaboração formativa; à A iniciação a práticas democráticas; à A estruturação dos valores e significações sociais; à A construção cooperada de uma cultura. à Pesquisa e desenvolvimento de tópicos sugeridos pelas cri- REGGIO EMILIA anças, pelos educadores ou pelas próprias situações ocorridas espontaneamente; à Envolvimento das crianças na construção e na procura do seu próprio conhecimento; à Aumento da confiança das crianças acerca das suas capacidades intelectuais e motivação para aprender. à Incentivo à atitude exploratória; à Promoção da abertura ao outro e ao mundo; EXPERIENCIAIS à Valorização do sentido de união; à Preocupação com o bem-estar emocional e o envolvimento da criança como indicadores de qualidade de vida. Deste modo, a finalidade desta oficina de formação, para além de pretender sistematizar práticas pedagógicas de acordo com modelos curriculares diversos, pretendeu criar um espírito mais reflexivo e crítico que permita aos educadores serem profissionais mais actuantes e contribuírem, assim, para a melhoria das práticas educativas e dos contextos em que os jardins de infância estão inseridos. “As mentes são como os pára-quedas só funcionam abertas” Thomas Dewar (*) Formandoras da Oficina Modelos Curriculares para a Educação de Infância formação - modelos curriculares para a educação de infância HIGH/SCOP Docentes da E.S.E. de Coimbra 11 O que pode a escola fazer perante a violência ! José António da Rocha Almeida (*) acertam e enganam-se, não possuem soluções para todos os problemas, mas na busca de encontrar soluções devem: - Saber ouvir e procurar alternativas; - Não desistir frente ao cansaço ou à incapacidade de dar resposta; - Não perder a esperança nem o optimismo; - Perder o medo e a apatia; formação - indisciplina e violência DR Por isso é importante ter capacidade de: 12 A escola é um dos lugares mais importantes que tem a organização social para oferecer opções de relação com os outros, formas de manifestar desacordos ou descargas de tensão, propondo assim modalidades diversas para lidar com a violência. Neste sentido, trata-se fundamentalmente de encontrar formas de ocupar e dedicar tempo e espaço para aprender a conviver. A cultura da convivência constrói-se dia a dia, passo a passo. Quanto maior integração exista entre os alunos e o projecto escolar, melhores resultados se obterão na compreensão dos fenómenos da violência e na procura de alternativas de resolução não violentas: - Convocar as famílias, partilhar experiências e saber ouvir os problemas. - Consolidar equipas de trabalho: professores, pais, alunos, cada um com a sua voz, em função de um objectivo comum. - A escola, mais do que os aspectos curriculares ou de avaliação, é a escola da vida. Atitudes, palavras, alternativas positivas para encarar um conflito, são mensagens que contrariam “as outras mensagens", que muitas vezes dizemos não ser capazes de modificar. Comprometer-se com este tema não é uma tarefa complementar do papel do docente: é o papel do docente. Os alunos e as alunas procuram respostas nos seus professores que, como seres humanos, - Antecipar o que podemos fazer junto dos jovens, junto da escola e da família de forma a encontrarmos formas de lidar com comportamentos de indisciplina; - Identificar factores de resistência individual e familiar; - Intervir o mais precocemente possível. De uma forma geral, os professores estão de acordo que sem disciplina num grupo onde têm que ensinar, formar, socializar, educar, será impossível obter esses objectivos e para isso recorrem a regras, regulamentos, imposições e a todas as estratégias que garantam a ordem desejada. Assim, e para se chegar a conclusões válidas, devemos: - Valorizar as distintas teorias que vão surgindo sobre disciplina; - Analisar o conceito de disciplina por todos os intervenientes (professor, alunos e pais); - Encontrar estratégias para que, respeitando a liberdade de todos, a disciplina seja uma boa ajuda para o normal funcionamento da escola; - Conhecer os vários aspectos ligados ao desenvolvimento do aluno; - Ter em consideração as avaliações efectuadas pelos alunos e outras opiniões de profissionais ligados ao ensino. (*) Formandos e Formador (Dr. José António Rocha de Almeida) do Curso de Formação Alterações do comportamento na escola - da indisciplina à violência Pensar em Português - A Transversalidade da Língua Materna de natureza linguística, quer sugerindo e simulando estratégias pedagógicas para as tratar. De entre essas actividades praticadas na acção, julgamos poder destacar as seguintes: - jogo para explicitar os verbos de comando mais frequentes em cada disciplina; - actividade lúdica para, com a ajuda do dicionário, definir os conceitos mais usuais em determinada área disciplinar; - jogos variados de descoberta de significados, a partir do contexto; - várias actividades de escuta activa. Decorrendo destas actividades, a adaptar para uso com os alunos, comprovou-se que, embora o canal da oralidade seja o mais utilizado em contexto de sala de aula, raramente o professor o treina devidamente, o estimula, o regula ou mostra aos seus alunos como tirar dele o melhor rendimento. Quanto ao código linguístico, verificou-se também que, com frequência, os alunos se deparam com con- formação - a transversalidade da língua materna Há muito que as escolas vêm sentindo necessidade de melhorar a competência linguística dos seus alunos: afirmam-no os professores de Português e os professores de todas as outras disciplinas. Se é verdade que tem crédito a máxima de que todos somos professores de Português, não será menos verdade que, quando há falhas, é ao professor de Português que são atribuídas as responsabilidades. Foi no sentido de alterar esta realidade que foi pensada uma acção, na modalidade de Círculo de Estudos, que procurasse responder às necessidades manifestadas por vários docentes de diferentes disciplinas e ciclos, relativamente à forma de contemplar a língua materna no seu processo de ensino-aprendizagem. A acção visou, a partir da identificação de problemas relacionados com a língua materna como veículo de apreensão e expressão de conhecimentos, analisar criticamente discursos orais e escritos em contexto pedagógico, delinear estratégias de redução/anulação dos problemas detectados e equacionar a importância da Língua Materna enquanto parâmetro de avaliação. Cremos que esta acção contribuiu para alterar posturas e formas cristalizadas de ensinar, valorizando não apenas os “saberes" específicos de cada disciplina, mas igualmente a qualidade da língua que veícula esses saberes. Contudo, apesar de todos afirmarem a sua importância, na prática verifica-se alguma escassez da atenção dedicada à causa da língua materna; é necessário investir nesta qualidade tão importante no desenvolvimento integral do aluno, como ser humano e como cidadão. O que, de facto, acontece com frequência é que, embora o docente deseje considerar a língua portuguesa no processo educativo, ele próprio se sente ainda bloqueado pela sua própria falta de cuidados com a língua falada e escrita, seja como sujeito, seja como motor da acção. Foi aí que a nossa acção tentou abordar de forma prática a questão da língua materna: quer relembrando conceitos e regras Almada NEGREIROS (Dep. de Matemática da FCTUC) ! Graça Trindade e Madalena Relvão(*) 13 n.º 9 | Janeiro 2005 14 teriormente. No final, e porque foi sentido que os instrumentos de avaliação e do seu registo careciam de uma abordagem, foram analisados vários documentos neste domínio, para uso hipotético na sala de aula Acreditamos - pelo entusiasmo, pela participação e pela qualidade do trabalho desenvolvido pelas participantes - que contribuímos para uma atitude de mudança e de investimento na qualidade da língua materna, seja enquanto utilizadoras, seja como agentes de ensino. A nosso ver, a insatisfação pode ser uma mola para o impulso seguinte; nesse sentido, uma acção de formação profissional satisfaz quando se sente que não está acabada: o fim é apenas o primeiro passo... na certeza de que só se pode aprender se se pensar o que se aprende; e o pensamento faz-se na língua em que se nasceu e cresceu. (*) Formadoras do Círculo de Estudos Pensar em Português - A Transversalidade da Língua Materna Professoras na Esc. Sec. da Quinta das Flores e na Esc. Sec. D. Duarte publicidade ceitos ambíguos, de múltipla significação dependente da disciplina ou do professor. Todas estas componentes carecem de treino e de avaliação. Em busca de fundamentação legal para dar papel de destaque à língua materna em outras disciplinas, percorremos curricula dos vários ciclos de ensino, analisámos manuais escolares, testes e exames nacionais. Na realidade, constatou-se que, embora os textos programáticos (sobretudo os da reforma curricular em curso) e os exames contemplassem até um peso quantitativo na avaliação da língua portuguesa, os manuais e os professores raramente lhes obedeciam. A prática corrente (até porque não é raro o manual servir de “bíblia”) assenta num enorme desinvestimento em relação às questões que se prendem com a língua materna. Tentando ir ao encontro das necessidades mais urgentes demonstradas pelas formandas, abordámos técnicas de “tirar apontamentos" a partir de enunciados variados e em diferentes suportes, técnicas de resumo e exercícios diversificados de ortografia, acentuação, hifenização e translineação. Em todas estas práticas, tentámos alcançar regras operacionais em contextos que pudessem surgir pos- O PORTFÓLIO como instrumento privilegiado no desenvolvimento de competências A sua aplicação no contexto da disciplina de Filosofia1 “A Lei de Bases do Sistema educativo (LBSE) estabelece, logo no artigo 2º, como uma das suas finalidades a formação de cidadãos críticos e criativos, capazes de pensar por si e capazes de intervir de forma consequente na comunidade em que se inserem. Preparar os jovens para uma cidadania responsável, actuante e não meramente passiva é imprescindível para o seu desenvolvimento pessoal, mas também para o desenvolvimento de uma sociedade democrática, coisa que só pode ser conseguida com cidadãos livres. Ou seja, a educação visa acima de tudo formar cidadãos autónomos, críticos e esclarecidos.” Aires ALMEIDA e António Paulo COSTA, A avaliação das aprendizagens em Filosofia. Ministério da Educação O ensino secundário, em geral, e o ensino da Filosofia, especificamente, têm como finalidades, entre outras, o exercício pessoal da razão, a autonomia do pensar, indissociável de uma apropriação activa consciente e crítica. Estas finalidades só poderão ser concretizadas se se levar a cabo uma prática pedagógico-didáctica centrada numa lógica da aprendizagem (do “aprender a…”) em detrimento de uma lógica do ensino (do “aprender que…” ). A lógica do ensino, inerente aos paradigmas pedagógico-didácticos Clássico e Condutivista, recorria a estratégias de ensino-aprendizagem como transmissão de conteúdos/informações centradas no produto e implicava, por parte do aluno, uma atitude passiva, alicerçada na memorização dos conteúdos apresentados. A lógica da aprendizagem exige do aluno um envolvimento activo no processo de construção de competências instrumentais e o desenvolvimento de destrezas intelectuais. Os princípios pedagógico-didácticos subjacentes à lógica da aprendizagem são os princípios da motivação (um ensino-aprendizagem centrado no aluno induz um maior envolvimento por parte do mesmo), da autoconstrução cognitiva (uma aprendizagem centrada no aluno exige dele um envolvimento activo no processo de construção das suas aprendizagens), das competências cognitivas (um ensino-aprendizagem centrado no aluno implica o desenvolvimento de destrezas intelectuais e competências instrumentais), da avaliação formativa (a avaliação, predominantemente formativa, deve informar e regular o curso das aquisições cognitivas) e do rigor informativo (o ensino e a aprendizagem centrados no aluno implicam um papel activo por parte dos professores, em particular no fornecimento de informação cientificamente rigorosa e so-lidamente estruturada que sirva de base ao trabalho de aula). Se, no plano das intenções, todos concordamos que os alunos devem ser protagonistas das suas próprias aprendizagens, se defendemos a aula como oficina de trabalho, tal não evita que uma parte significativa dos docentes sinta dificuldades em saber como agir para construir processos e situações de aprendizagem em que o aluno esteja plenamente envolvido, nomeadamente ao nível da avaliação. Concordamos que o envolvimento dos alunos na avaliação dos seus percursos pode ser muito formativa, que é fundamental para que consigam autoregular a sua aprendizagem, mas, por vezes, é difícil saber como instituir práticas que promovam, simultaneamente, o desenvolvimento de competências cognitivas no aluno e o impliquem na avaliação regulativa das suas aprendizagens. É, neste contexto, que consideramos o portfólio como um instrumento de trabalho e avaliação privilegiado na promoção da metacognição e no desenvolvimento de competências. O portfólio, ao colocar o aluno no centro das decisões e das acções, constitui uma “ferramenta" essencial para o processo educativo. O portfólio é um instrumento de avalia-ção que considera o aluno enquanto sujeito activo na construção da sua aprendizagem e competências. 1 Este artigo reflecte a aplicação do portfólio temático no contexto da disciplina de Filosofia. Contudo, tal não implica que a experiência não se aplique a outras disciplinas no contexto de temas, unidades ou subunidades, pois alguns dos princípios pedagógico-didácticos e das finalidades da Filosofia são comuns ao ensino secundário e estão supostas na Lei de Bases do Sistema Educativo. Trabalhos realizados por alunos da Escola Secundária de Montemor-o-Velho - 2003/2004. formação - o portfólio ! Cristina Janicas(*) e Isabel Bernardo(**) 15 1. Portfólio: o que é? O portfólio é uma colecção significativa dos trabalhos do aluno que ilustra os seus esforços, os seus progressos e as suas realizações, no que se distingue, radicalmente, de uma mera compilação de trabalhos realizados. Os elementos que constituem o portfólio devem ser seleccionados em função de finalidades visadas pela aprendizagem, dos objectivos a alcançar, devem mostrar processos e produtos de aprendizagem, ilustrar diferentes modos de trabalho e revelar o envolvimento dos alunos no processo de revisão, análise, reflexão e selecção dos trabalhos. Os trabalhos a inserir são aqueles que constituem marcas relevantes do percurso de aprendizagem do aluno: a) textos escritos (da mais diversa natureza, incluindo fichas de avaliação sumativa individual), b) fichas de trabalho, c) imagens/fotografias, d) esquemas sintetizadores, e) fichas de leitura, f) fichas de observações e análise de documentos audiovisuais, g) comentários pessoais, h) reflexões do aluno sobre o trabalho desenvolvido, competências adquiridas e a desenvolver, reformulação de percursos, justificação da selecção das evidências a incluir no portfólio, etc. i) registo de fontes consultadas para aumento de informação e/ou resolução de problemas, j) relatórios de visitas de estudo; k) outros elementos considerados necessários. 16 No portfólio, o aluno dá conta das reflexões que faz, dos esforços que desenvolve, dos objectivos a alcançar, que seleccionou ou reformulou com a ajuda do professor e, ainda, das estratégias e metodologias que pretende adoptar. Os elementos reunidos devem ser sempre datados, devem estabelecer uma ligação entre si e obedecer a uma ordem hierárquica, de acordo com as competências a desenvolver. O portfólio está sempre na posse do aluno, devendo ser consultado e avaliado pelo professor em momentos previamente definidos e negociados com o aluno. As avaliações e comentários que o professor vai fazendo, ao longo das sucessivas avaliações intermédias, poderão ajudar o aluno a redefinir objectivos, metas, metodologias de trabalho, competências a desenvolver, entre outros aspectos. O portfólio contribui, assim, para a integração da avaliação no percurso de aprendizagem, já que faz coincidir as tarefas de aprendizagem com as da avaliação e autoavaliação, evitando a avaliação apenas através de tarefas formais pontuais desligadas do contexto. Permite, também, dar à avaliação um carácter mais positivo, pois esta é vista como um processo formativo (contínuo no tempo) das competências previstas no currículo, no qual o aluno tem a oportunidade de mostrar o que sabe e, essencialmente, em que é que evoluiu e cresceu. 2. A aplicabilidade do portfólio como instrumento de avaliação na disciplina de Filosofia O Programa de Filosofia dos 10º e 11º anos apresenta vários princípios metodológicos e reguladores da avaliação, cuja concretização pode ir ao encontro da utilização do portfólio como instrumento de avaliação na aula de Filosofia. Dos princípios metodológicos, consideram-se mais relevantes, para este contexto, o princípio da progressividade das aprendizagens e o da diferenciação de estratégias. Na disciplina de Filosofia as aprendizagens estruturam-se em torno do desenvolvimento das competências filosóficas. Conceptualizar, problematizar e argumentar são os três elementos centrais do trabalho filosófico, pelo que o aluno deve aprender a: tematizar e circunscrever conceitos; estabelecer e apreender as relações teóricas entre os mesmos; questionar filosoficamente e saber distingir um problema filosófico de outro tipo de problema (científico, por exemplo); identificar e avaliar teses e respectivos argumentos; e opor teses e respectivos processos de argumentação e refutação. A aprendizagem destas competências exige, pela parte do professor, a organização de um conjunto de dispositivos de aprendizagem que permitam, ao aluno, a sua aquisição gradual, não só porque deve existir alguma precedência entre as diferentes competências do trabalho filosófico, como cada uma pode ser trabalhada com graus de complexidade diferentes. Por outro lado, os dispositivos de aprendizagem devem diversificar-se de modo a irem ao encontro, não só das exigências dos objectivos gerais do programa, mas também dos diferentes estilos de aprendizagem apresentados pelos alunos. Dos princípios reguladores da avaliação, sublinham-se os que destacam que a avaliação deve ser: predominantemente formativa e qualitativa (informando e regulando as aquisições cognitivas segundo instruções claras e critérios de avaliação precisos); Revista Ágora sumativa individual, trabalhos escritos de aula, trabalhos de casa, etc.), de conceptualização, problematização e argumentação (ou de apenas de uma destas competências), realizados em momentos diferentes e com graus de complexidade diferentes, que acompanham o desenvolvimento das aulas e o do aluno e que podem ser entendidos como significativos por revelarem um percurso específico na consecução dos objectivos propostos pelo professor e pelo aluno, em função das dificuldades específicas e estilo de aprendizagem deste; reflexões pessoais realizadas pelo aluno, ao longo e no final do processo, sobre os seus objectivos, o motivo porque escolheu como significativos certos documentos, as dificuldades sentidas, como as ultrapassou, como se vê a si próprio enquanto sujeito cognitivo, etc.; avaliações formativas do professor; outros documentos considerados relevantes. Deste modo, é possível observar que o portfólio enforma e acompanha a aprendizagem progressiva dos alunos e permite, através dos múltiplos trabalhos realizados e apresentados, que cada um expresse o seu estilo próprio de aprendizagem (ou que o desenvolva e consolide). Possibilita, também, por parte do professor e do aluno, uma avaliação contínua das aquisições cognitivas centradas nas competências do trabalho filosófico e articuladas com as tarefas de aula. 3. O portfólio no contexto das subunidades “Temas/Problemas do Mundo Contemporâneo" (10º ano) e “Temas/Problemas da Cultura Científico-Tecnológica" (11º ano) - Relato duma experiência No programa de Filosofia existem duas unidades que poderão ser trabalhadas recorrendo à metodologia de trabalho de projecto, tornando-se pertinente como instrumento de avaliação o portfólio. Os alunos constroem o portfólio a partir de um tema e dos sub-temas seleccionados pelo professor ou seleccionados pelos alunos ou grupo de alunos. A qualidade da aprendizagem implica que este traba-lho seja espaçado no tempo. Falamos aqui do portfólio temático, que poderá ser aplicado no contexto de outras disciplinas como instrumento de avaliação de competências ao longo de uma unidade, subunidade ou tema formação - o portfólio contínua (deve acompanhar e articular-se com todos os momentos e actividades em que se concretiza o processo de ensino e de aprendizagem); atenta às competências e às actividades (atendendo a que a filosofia é um saber-fazer racional crítico); democrática e participada (deve ser realizada com os alunos, interlocutores privilegiados das suas próprias aprendizagens, dúvidas e dificuldades). Os princípios reguladores da avaliação são, ainda, complementados com critérios de referência para a avaliação sumativa que destacam o que os alunos deverão ser capazes de fazer do final do 11º ano: saber recolher e aplicar criticamente informação no tratamento de problemas filosóficos; clarificar e utilizar adequadamente conceitos filosóficos e analisar e redigir textos argumentativos, identificando, formulando e confrontado problemas, conceitos, teses, argumentos e contra-argumentos. O portfólio, enquanto instrumento de avalia-ção, e tal como acima foi descrito, pode ir ao encontro destes princípios e exigências. A delimitação da amplitude de aplicação do portfólio como instrumento de avalia-ção vai depender do professor, dos objectivos que traçar, do número de alunos que pretenda acompanhar e do espaço de tempo a percorrer. O elevado número de alunos por turma pode impossibilitar a aplicação deste instrumento de avaliação a todos os alunos que o professor acompanha, uma vez que se exigem observações longitudinais comparativas que podem ser difíceis de concretizar com muitos alunos. No entanto, e se este não for um obstáculo de monta, o professor pode definir, com os alunos, que o conjunto de documentos significativos podem ser, essencialmente, documentos escritos, produzidos pelos mesmos, nos quais é possível observar os seus esforços continuados e a evolução positiva do seu desempenho nas competências exigidas no trabalho filosófico, durante um período de tempo que pode corresponder a um período (ou mais), um ano ou dois anos lectivos. Assim, os documentos a incluir no portfólio podem compreender: notas de leitura do aluno (de graus de dificuldade e complexidade diferentes e crescentes), recolhidas na consulta bibliográfica a propósito dos problemas, conceitos e teorias filosóficas relevantes que estão a ser exploradas na aula; exercícios escritos (que podem incluir fichas de avaliação 17 a estudar. 3.1. Portfólio temático O que é? O portfólio temático é uma colecção de trabalhos individuais ou em grupo, com vista à avaliação formativa e sumativa, em torno de um determinado tema, no contexto de uma unidade ou sub-unidade didáctica. O conteúdo é determinado pelos alunos após debate e negociação com o professor. Do portfólio temático deverão fazer parte todas as reflexões dos alunos so-bre a informação recolhida, o desenvolvimento das suas competências e as suas produções. Finalidades - Implicar e responsabilizar o aluno pela sua aprendizagem; - Ilustrar o desenvolvimento do aluno durante o período que foi definido para a elaboração do trabalho; - Avaliar a prossecução dos objectivos definidos e seleccionados para as referidas subunidades (trabalho a realizar a partir dos objectivos gerais do Programa da disciplina em causa). Utilidade - Permitir, por parte do aluno, a apropriação e domínio dos conceitos específicos de uma determinada unidade ou determinado tema; - Estabelecer e apreender as relações teóricas entre conceitos; - Auxiliar o aluno a tomar consciência das suas aprendizagens e a reflectir sobre o seu processo de aprendizagem; - Ajudar o professor a conhecer melhor as necessidades e dificuldades dos alunos; - Constituir um registo do percurso de aprendizagem dos alunos. 3.2. Exemplo 1 18 Na Escola Secundária de Montemor-o-Velho, ano lectivo de 2003/2004, no contexto da sub- -unidade “Temas/Problemas do Mundo Contemporâneo" um grupo de alunos optou por trabalhar o tema “Racismo e Xenofobia". Sobre o tema os alunos seleccionaram um conjunto de informação: 1. Letras de músicas que os alunos ouviam, comentadas por eles - os tema Beautifull, de Christina Aguilera, que ajuda a pensar a problemática do diferente, e Racismo é burrice, de Gabriel, o Pensador, manifesto contra o racismo, ou ainda, temas musicais de Eminem, por eles ouvidos e só agora descodificados como xenófobos; 2. Fichas de observação de filmes, seguidas de reflexões pessoais sobre os mesmos (Ódio de Kassovitz, A vida é bela de Roberto Begnini, Tempo de matar de Joel Schumacher…); 3. Recortes de notícias e artigos de jornais e revistas devidamente comentados; Entrevistas a elementos da comunidade cigana de Coimbra; 4. Relatório de uma visita de estudo à Associação Moinho, da Cova da Moura; 5. No contexto de um sub-tema “Diferença entre a lei e as práticas sociais: o desrespeito pelos deficientes", levantamento das leis existentes com vista à protecção de deficientes motores e registos fotográficos e filmes realizados pelos alunos, denunciando ausência de equipamento apropriado, em edifícios públicos e estatais, para os deficientes motores, obrigando-os a depender de outros; 6. Selecção de artigos de obras de refe-rência e da Internet, devidamente trabalhados e comentados. A qualidade da informação recolhida, a sua relevância para o tema, a qualidade das reflexões e comentários, a utilização (criteriosa e crítica) de fontes de informação foram critérios de avaliação ao longo do processo de aprendizagem, bem como actividades de conceptualização, problematização e argumentação realizadas. Foi frequente o caso de alunos que tendo definido num primeiro momento os conceitos de racismo, xenofobia, discriminação e dife-rente tiveram, mais tarde, necessidade de realizar nova tarefa de conceptualização, alargando o campo semântico dos conceitos em causa; outros reformularam problemas que inicialmente tinham colocado, compreendendo que as formulações iniciais não lhes permitiam sair de uma abordagem superficial do tema pois, à medida que investigavam, percebiam que o saber tinha de ser re-equacionado e re-cons-truído. No final deste processo, a professora e a turma assistiram à apresentação de um produto final, na maior parte dos casos, uma apresentação multimédia. Contudo, a professora estava habilitada a avaliar mais do que o produto, pois todo o pro-cesso podia ser avaliado através do portfólio dos alunos. A análise do portfólio permite proceder a uma avaliação do produto e também do processo, é essa a sua virtualidade. Quando se avalia o produto, verificamos em que medida a realização da tarefa foi ou não eficaz. Em contrapartida, quando se tem em AUTO-AVALIAÇ ÃO DO PORTFÓ LIO DO GRUPO 1.ª ETAPA DE AV ALIAÇÃO DO PO RTFÓLIO Identificação do Grupo: Instruções Redigir uma aval iação, utilizando as questões com orientação o linhas 1. Observando, numa primeira et apa, o vosso po os pontos fortes rtfólio, quais e os pontos fraco s? (Dar exemplos fólio). do port2. Qual foi, nest a etapa, o gran de desafio que enfrentar aquand tiveram de o da sua realizaçã o? Porque o cons um desafio? Co ideraram mo o ultrapassar am? 3. Na próxima et apa, quais os vo ssos objectivos? 1. … 2. … 3. … Comentário do professor (sug Não se considera que o portfólio seja o único instrumento de avaliação a ser aplicado, mas apenas um instrumento de avaliação privilegiado no desenvolvimento de competências (algumas comuns a todos os níveis de ensino de programas curriculares) e na implicação crítica e consciente do aluno no seu próprio processo de avaliação. Assim, o portfólio pode e deve ser adaptado ao contexto específico de cada disciplina, às finalidades e objectivos pretendidos, ao percurso de avaliação a ser aplicado e à metodologia de trabalho específica a que é associado. Pode, ainda, ser articulado com outros instrumentos de avaliação que serão especificamente utilizados para avaliar outras competências ou para as avaliar de outro modo. Porém, dever-se-á ter em conta que não é o portfólio em si que vai alterar as práticas de ensino-aprendizagem e de avaliação que lhe estão associadas. A aplicação eficaz do portfólio insere-se numa concepção de ensino-aprendizagem e de avaliação que aqui se procurou destacar, de que o professor tem que estar seguro e aplicar de modo coerente. Não é, portanto, o instrumento que faz a prática é a prática que permite o uso correcto e eficaz do instrumento e só assim pode contribuir para o crescimento intelectual e humano dos alunos. (*) Prof. de Filosofia na Esc. Sec. de Montemor-o-Velho estões de reform ulação) ÓLIO DO GRUPO ÃO DO PORTF AUTO-AVALIAÇ RTFÓLIO ALIAÇÃO DO PO 1.ª ETAPA DE AV Identificação do 4. Conclusão de Grupo: MB INS SUF BOM ¨ ¨ ¨ ¨ rtfólio po do ca gi ló o ¨ Organizaçã ¨ ¨ ¨ balhos tra s do e ¨ ad lid Qua ¨ ¨ recolhida ¨ ão aç rm fo in da ¨ Qualidade ¨ ¨ ¨ xões fle re s da e ¨ ad lid Qua ¨ ¨ ¨ ridas ge su s fa re ta de ¨ Realização ¨ ¨ ¨ s tarefas da to en im pr m ¨ Cu ¨ ¨ ¨ prazos de to en im pr m Cu (Também adequado para a Avaliação do Portfólio pelo Professor - 1.ª etapa) Bibliografia: BERNARDES, C. e MIRANDA, F.B. (2003) Portfólio: uma escola de competências. Porto: Porto Editora. EÇA, T. Portfólio para aprender e avaliar - REDIBERICA de EDUCAÇÃO ARTÍSTICA: http:// www.geocities.com/aiea2000/, ver materiais pedagógicos - portfólio. FERNANDES, DOMINGUES e outros (1994) Portfólios: para uma avaliação mais autêntica, mais participada e mais reflexiva, in: Pensar a avaliação, melhorar a aprendizagem, IIE, Lisboa. (www.des.minedu.pt acedido em 21/12/2004) VITÓRIA, SOLANGE (2002) O Portfólio como Instrumento de Avaliação no Trabalho Pedagógico (www.eaprender.ig.com.br/gestão.asp? acedido em 18/12/2004). formação - o portfólio vista a avaliação do processo, interessa verificar a forma como o aluno executou as tarefas a que se propôs, como conseguiu resolver os problemas com os quais se debateu, o seu grau de empenhamento e como autoavalia a sua progressão no desenvolvimento das competências implicadas no trabalho. Neste processo de avaliação há uma nota ainda a dar: no início deste trabalho deverão ser claros, para o professor e para os alunos, os critérios de avaliação deste instrumento que é o portfólio e, nas avaliações intermédias, o mesmo documento de avaliação (ver anexos 1 e 2) deverá ser preenchido e comentado por alunos e professor. No comentário, o professor deverá sugerir a realização de tarefas e a reformulação do que considerar adequado. Deste modo, a avaliação final será resultado do diálogo e troca de ideias permanente, transformando este instrumento de avaliação num instrumento que não permite apenas desenvolver capacidades de pesquisa, expressão, pensar autónomo mas, também, de crítica, reflexão, discussão e auto-avaliação. 19 Oficina de Formação Práticas de Expressão Plástica na Infância criação colectiva î Pintura em acrílico sobre tela; Trabalhos de Formandos da Acção î Pintura em acrílico sobre tela Filomena Fragoso î Pintura em acrílico sobre tela Lourdes Gomes î Painel modelado em grês - criação colectiva î Pintura em acrílico sobre tela 20 João Mendes î Pintura em acrílico sobre tela José Luís Malva Trabalhos de alunos de Formandos da Acção î Pintura em acrílico de um aluno da Formanda Lourdes Gomes î Figuras modeladas em papier marché elaboradas pelos alunos da Formanda Lourdes Gomes î Pintura em acrílico de um aluno do Formando Alberto Bogalho î Pintura em acrílico dos alunos da formanda Isabel Cardoso î Desenho a carvão de um aluno da î Desenho a carvão de um aluno da Formanda Manuela Franco î Técnica mista sobre tela dos alunos da formanda Filomena formação - expressões Formanda Maria Lucília Amaral Fragoso Acção orientada pelas Formadoras Graça Custódio e M.ª de Lourdes Pires, dirigida a Ed. de Infância e Prof. do 1.º Ciclo 21 Curso de Formação Práticas de Expressão Corporal e de Dança na Infância î Acção orientada pela Formadora Paula Santos, dirigida a Educadores de Infância e Professores do 1.º Ciclo Curso de Formação O Treino da Voz no trabalho docente î Orientada pela Formadora Sílvia Correia, dirigida a todos os docentes formação - expressões Jornadas 22 A Educação Artística nas Escolas î Workshop A - Voz e Elocução Formador: Luís Madureira î Workshop B - Corpo e Comunicação Formador: João Mota î Workshop C - Ver um espectáculo: antes durante e depois Formador: João Sousa Cardoso î Workshop D - Modos de expor/modos de ver Formador: José Santos Maia Os efeitos do Treino da Memória no Sucesso Escolar ! Leonor Castro Nunes(*) A T. HEFFERMAN vante através da interacção com os conceitos subsunçores (conceitos relevantes preexistentes que vão interagir com a nova informação, permitindo a sua “ancoragem” ou fixação). O conceito de aprendizagem significativa obriga-nos a atribuir à memória um papel activo mais activo, já que toda a aprendizagem fará parte da construção de uma cadeia de informação organizada e coesa. Assistiu-se, ao longo das última décadas, à desvalorização do papel da memória no processo ensino-aprendizagem, de tal forma que, citando o Professor Viegas Abreu, “exercitá-la ou dar provas dela quase se tornou pejorativo”. O preconceito contra as estratégias de memorização começa agora, nas escolas, a ser abalado pela constatação, cada vez mais evidente, da incapacidade demonstrada pelos alunos de reter, transferir e usar a informação, esquecendo que a sua aquisição tem pouco ou nenhum sentido se não poder ser recordada e usada posteriormente. Toda a aprendizagem faz apelo a quantidades maiores ou menores da informação anteriormente adquirida, sendo que a diferença de desempenho escolar estará inevitavelmente formação notícia de que uma rapariguinha inglesa de dez anos salvou uma centena de pessoas numa praia do Índico, durante a catástrofe que aí se abateu recentemente, correu o mundo inteiro e emocionou milhões de pessoas. Onde quer que ela esteja, onde quer que ela vá, no que quer que a sua vida venha a tornar-se, este episódio acompanhá-la-á, momento de glória que nada nem ninguém lhe poderá nunca roubar. As crianças do mundo inteiro gostariam de estar no seu lugar, invejando-lhe o feito, sem reflectir nas competências que o tornaram possível. Salvaram-se cem pessoas, não, como é habitual, em consequência de um acto de coragem e abnegação, mas porque uma criança de dez anos soube observar, relacionar, identificar e aplicar conhecimentos. Soube ainda, com notável capacidade de iniciativa, tomar medidas em tempo útil. E estamos já a falar de retenção do conhecimento escolar. Todo o mérito da criança inglesa esteve na eficiência com que utilizou uma informação adquirida, transferindo-a para um contexto tão diferente e distante da situação em que realizou a sua aprendizagem. Habituados nas últimas décadas a valorizar o desenvolvimento de capacidades, desvalorizámos a importância da aquisição da informação, esquecendo que as capacidades se exercem alicerçadas em saberes lógica e racionalmente organizados. A pedagogia de Bloom teve a sua escola e o seu tempo, hoje não faz mais sentido separarmos a aquisição de conhecimentos da sua compreensão, relacionação e aplicação, se partimos do pressuposto de que “o actual conhecimento de que um sujeito é portador influencia a aquisição de novas informações, quer pelo modo como as identifica, interpreta e selecciona de entre várias alternativas, quer pelo modo como as organiza para retenção e recuperação futura” (Pinto, Amâncio da Costa Lição síntese para efeitos de provas de agregação Porto 1991). Uma aprendizagem concebida à luz desta filosofia pedagógica, terá forçosamente que defender a importância do emprego de estratégias que permitam aos alunos realizar aprendizagens significativas, entendendo por aprendizagem significativa o processo através do qual a nova informação se relaciona com um aspecto relevante da estrutura cognitiva do indivíduo, adquirindo significado rele- 23 N.º 9 | Janeiro 2005 Organização e Categorização da Informação Processos fundamentais na retenção formação - o treino da memória Uma concepção de memória, na óptica da aprendizagem significativa, não se baseia apenas na adopção de estratégias de repetição, ela absorve totalmente os processos de aprendizagem, mesmo os processos iniciais de aquisição e codificação de informação. A forma como a informação é retida vai influenciar a facilidade/dificuldade de acesso a essa mesma informação. No processo de retenção, o tratamento da informação deverá passar pela fase da sua “desconstrução”, permitindo a sua completa compreensão, passando à sua organização em categorias de análise as quais devem permitir sintetizar sobre a forma de esquemas aquilo que é essencial. No processo de recuperação, far-se-á o percurso ao contrário, o aluno terá mais facilidade em recordar a síntese, o esquema, onde a informação está concentrada, e, a partir dela, desenrolar a “meada” de toda a informação. Mas será que em todo o processo de retenção, abolimos a repetição? Com certeza 24 TIPOGRAFIA DAMASCENO, LDA. RUA DE MONTARROIO, 45-B Tel./Fax 239 822 210 - 3000-287 Coimbra que não! Apenas a colocamos no seu devido lugar. No final da “linha de montagem”. Não repetição vazia de sentido e de conteúdo, mas validação da informação já tratada, porque esta, mesmo objecto de aprendizagem significativa, se não for reactivada e confirmada, perder-se-á irremediavelmente com o tempo. A jovem inglesa vai no bom caminho. A agilidade intelectual que demonstrou é com toda a certeza consequência de situações de aprendizagem sabiamente orientadas e correctamente entendidas. (*) Professora na Escola Básica 2, 3 do Poeta Manuel da Silva Gaio Formadora da Oficina de Formação Memória e sucesso escolar - Aprender a Estudar publicidade associada aos diferentes conceitos subsunçores que integram a estrutura de conhecimento de cada aluno. Dinamização de Bibliotecas Escolares - do professor dinamizador ao professor utilizador ! Isabel Bernardo (*) “O ar não entra por si nos nossos pulmões, é o vazio que se cria nos pulmões que arrasta para dentro o ar. O mesmo se passa com a leitura. Tem que haver um vazio que se vai preenchendo lendo. Se o vazio não está lá, de nada vale empurrar para dentro a leitura. É esta a condição prévia. O vazio é, metaforicamente, a pergunta, o que não se sabe, o que nos faz falta.” Garciela Montes “Uma biblioteca aberta é aquela que é capaz de servir objectivos plurais: curriculares e não curriculares, académicos, educativos e culturais; capaz de compensar, ou pelo menos diminuir, as desigualdades sociais de origem no acesso à cultura e aos instrumentos que possibilitam o êxito escolar.” Guillermo Castán Lanaspa Uma Biblioteca Escolar tem, fundamentalmente, quatro funções: informativa (facultar o acesso rápido e permitir a recuperação de informação fiável), educativa (formar em competências de informação, assessorando professores e alunos e promover a liberdade intelectual), cultural (possibilitar experiências estéticas, encorajar a criatividade e o desenvolvimento de relações humanas positivas) e recreativa (encorajar uma ocupação útil dos tempos livres). Tais funções cumprem-se em objectivos diversos, dos quais destacamos os seguintes: a) ajudar os professores a planificarem as suas actividades de ensino e a diversificarem as situações de aprendizagem, tornando possível a plena utilização de recursos pedagógicos existentes e dotando a escola de um fundo documental adequado às necessidades das diferentes disciplinas e projectos de trabalho; b) VIEIRA DA SILVA, A biblioteca humorística, 1947-1948 Com base, essencialmente, na experiência pessoal (embora, pontualmente, se recorra a relatos recolhidos em diversas fontes como actividades promovidas por outras colegas e li-teratura da especialidade), o presente artigo visa apresentar sugestões várias de actividades de dinamização da Biblioteca Escolar (BE) com o objectivo de envolver docentes e discentes na utilização quotidiana e eficaz da biblioteca. Assim, e depois de uma breve introdução de contextualização, far-se-á uma apresentação sumária e descritiva de actividades que podem ser implementadas com a finalidade de cumprir algumas das funções e objectivos da BE. desenvolver, nos alunos, competências e hábitos de trabalho baseados na consulta, tratamento e produção de informação, tais como seleccionar, analisar, criticar e utilizar documentos, apoiando-os na aprendizagem e na prática de competências de avaliação e utilização de informação, independentemente da natureza e do suporte; c) organizar actividades que favoreçam a consciência e a sensibilização para as questões de ordem cultural e social em geral, e para a experiência estética e a criatividade em particular; d) promover a ideia de que a liberdade intelectual e o acesso à informação são essenciais para a construção de uma cidadania efectiva; e) criar e manter o hábito e o prazer de ler e da utilização das bibliote- 25 N.º 9 | Janeiro 2005 cas ao longo da vida; e f) associar a leitura, os livros e a frequência das bibliotecas à ocupação lúdica dos tempos livres. Para cumprir estas funções e objectivos a equipa responsável pela BE deve desenvolver múltiplas tarefas de avaliação, planificação e organização do fundo documental. No entanto, e embora todo este processo seja fundamental, as suas funções não se esgotam de todo aí, pelo que o Plano da Biblioteca deve incluir outras actividades que visam uma acção integrada da BE e da comunidade escolar e até educativa. As actividades de dinamização da BE que a seguir se propõem e se descrevem são alguns entre tantos exemplos possíveis e dirigem-se aos vários objectivos acima enunciados1. I. A aproximação do aluno à Biblioteca Escolar de Turma, mas planificadas e organizadas pela ou em colaboração com a equipa da biblioteca. 2. Outras actividades - Para os alunos mais novos, a aproximação à BE pode começar com actividades mais lúdicas como, por exemplo, narrar a história da Biblioteca de Alexandria; contar a história dos livros a que se pode seguir uma actividade de exploração da estrutura dos livros que culmina na produção de livros gigantes nos quais se dá relevância a aspectos como a capa, as ilustração, a ficha técnica, etc.; elaborar um conto para explicar os objectivos e a importância da biblioteca escolar; criar uma mascote para a biblioteca a qual envia convites para os alunos, nos quais existe uma planta da biblioteca com a distribuição das áreas funcionais, serviços e armazenamento do fundo e, devendo os alunos, ao percorrer a biblioteca, ir preenchendo a legenda da planta, podendo, posteriormente, desenhar a Biblioteca da Escola, descrevê-la ou escrever uma história sobre ela. formação - dinamização de bibliotecas escolares II. Actividades para o aluno aprender a procurar informação e desenvolver competências de autoaprendizagem 26 1. Visita Guiada à Biblioteca - Esta actividade é essencialmente dirigida aos alunos, embora também possam ser pensadas acções específicas dirigidas aos professores. Alguns aspectos a ter em conta na organização da visita guiada deverão ser os seguintes: o público a quem se dirige (alunos do ano inicial de cada ciclo, alunos do Ensino Recorrente...); data mais propícia; a informação a transmitir e o seu grau de aprofundamento (serviços, áreas funcionais, catálogo, sistema classificação CDU, regulamento, formas de recuperação da informação...); e quem faz a visita (preferencialmente um docente da equipa da BE com amplos conhecimentos de todos os aspectos da biblioteca). Todos estes aspectos devem ser pensados e deve ser elaborado um guião da visita. Uma primeira visita pode, posteriormente, ser completada com actividades de exploração orientadas pelo Director As actividades aqui propostas podem ser desenvolvidas na BE ou na sala de aula com livros da BE. Em todo o caso, deve existir uma cooperação com a equipa da BE. 1. Numa primeira fase, cada aluno escolhe um livro (ensaio, monografia...) e procura o índice ou sumário que deve analisar. Numa segunda fase, um aluno escolhe um livro, procura o sumário e lê-o aos colegas, os quais devem procurar identificar qual o tema do livro. A operação pode ser repetida várias vezes e no final verificar-se até que ponto houve aproximação. 2. A partir de fotocópias de índices e sumários, os alunos devem procurar inferir o título da obra em causa. 3. Os alunos analisam obras às quais foram tapados os índices, procurando reconstruí-los. No final, devem comparar os sumários elaborados com os originais. 4. Os alunos são colocados perante uma situação hipotética em que terão que elaborar um ensaio sobre um tema. Pede-se aos alunos para elaborarem um índice sobre os capítulos mais importantes do 1 Não se referem aqui actividades como a elaboração de um “Guia de Utilizador" ou a publicação de um “Boletim da Biblioteca", que se consideram fundamentais, mas cuja prática já está bastante difundida. 3. Elaborar marcadores com citações e respectiva referência bibliográfica (de preferência de obras existentes na biblioteca), com, ou sem, articulação com outras actividades dinamizadas pela biblioteca. 4. “Um Livro na Minha Vida” - utilizar a importância dos professores como modelos de referência, solicitando que escrevam sobre obras que os marcaram. Divulgar os textos em murais, no Boletim da Biblioteca ou no Jornal da Escola, ou elaborar uma mini-exposição com o texto e obras do autor ou autores escolhidos e que existam na BE. 5. “Um livro, dois olhares” - solicitar a um professor e a um aluno que escrevam sobre um livro que escolheram na biblioteca. Os textos podem ter o mesmo tratamento que o referenciado acima.2 6. “O Autor/Cantor da Quinzena” - divulgação mensal, em possível articulação com Clubes e Departamentos Curriculares, da obra de um autor ou cantor que pode, ou não, estar directamente relacionada com os curricula das várias disciplinas. 7. “Um pensador por mês” - biobibliografia de um ensaísta em qualquer área científica e filosófica, com possível incidência sobre autores portugueses e/ou autores que estejam representados na BE. 8. “Leituras imprevistas” - leituras dramatizadas em situações várias, as quais podem ser utilizadas para promover eventos da BE ou realizados em articulação com a BE. 9. “Pequenas leituras para grandes leitores” sessões de leitura realizadas na BE e nas salas de aula, da respectiva escola, para alunos da classe pré-escolar. 10. “Observar/pensar/criar” - leitura comentada, nas salas de aula, por professores e alunos, de excertos de obras existentes na biblioteca. 11. “Cigarro pensativo. Nem tudo o que se lê se transforma em fumo” - pequenas folhas de papel, enroladas em forma de cigarros, com excertos de obras existentes na biblioteca, inseridas em maços de cigarro nos quais se faz a divulgação da feira do livro organizada pela BE e um apelo ao vício da 2 Esta actividade e a anteriormente referida também se podem aplicar para filmes, Cd áudio ou outros documentos considerados pertinentes. formação - dinamização de bibliotecas escolares livro e confrontam-se as várias soluções obtidas. 5. Os alunos escolhem um livro, ou texto, e têm que elaborar uma referência bibliográfica do mesmo, devendo fazer-se variar os vários tipos de texto - periódicos, obras de referências de vários tipos, monografias, entre outros. 6. São dadas obras de referências de maior ou menor amplitude e pede-se aos alunos para identificarem toda a informação disponível nas mesmas sobre um determinado tema. Em seguida os alunos expõem os resultados das consultas à turma, acentuando os processos de pesquisa. 7. São distribuídos vários temas aos alunos e pede-se para fazer uma breve caracterização dos mesmos a partir da consulta de obras de referência de níveis e amplitudes diferentes. No final, os alunos expõem o resultado aos colegas, acentuando os procedimentos de pesquisa. O mesmo tipo de actividade pode ser realizado em obras de referências em suporte electrónico. 8. Concursos de dicionários: centrar a competição na rapidez com que se encontra uma palavra no dicionário ou na capacidade de identificação do significado correcto num contexto. III. Actividades de incentivo à leitura São aqui enunciadas várias actividades que podem ser adequadas a vários níveis etários e à situação específica de cada BE. Para todas, o objectivo essencial é o de aproximar o utente da BE dos livros, nomeadamente pela divulgação do fundo documental da mesma. 1. Criar um mural de recomendação de livros entre alunos ou, em alternativa, criar um mural de recomendações entre os leitores da BE solicitando-lhes que escrevam as suas impressões sobre as leituras realizadas. 2. Disponibilizar, com uma regularidade determinada, fotocópias de poemas, incentivando os alunos a elaborar com elas o seu próprio livro de poesia (de preferência de autores representados na biblioteca, cujas obras os alunos possam vir a requisitar posteriormente). 27 n.º 9 | Janeiro 2005 leitura. 12. “Os Medos de Ler" - oficina de trabalho individualizado com alunos com dificuldades na leitura, usando técnicas de leitura expressiva. 13. “Pensar e Escrever” - publicitação, em painéis na BE, de textos científicos e literários produzidos pelos alunos no âmbito das actividades lectivas. 14. “Boletineiro” - leitura expressiva nas salas de aula, sem anúncio prévio, de excertos de obras existentes na biblioteca (também serve de anúncio à Feira do Livro). 15. Palestras/contactos com escritores (as quais devem ser devidamente e atempadamente preparadas com actividades prévias de sensibilização junto dos alunos). 16. “O Livro do Trimestre” - conjunto de actividades em torno da obra de um autor que pode passar pela organização de uma mini-feira do livro, uma exposição biobibliográfica e a dramatização (pelo grupo de teatro da escola) de um texto do autor. A dramatização pode estender-se a alunos de escolas próximas (por exemplo, dos ciclos escolares anteriores), aque se seguirá uma visita guiada à biblioteca. 17. “A Biblioteca saiu à rua” - exposição, durante o período de reuniões de avaliação, em espaços de passagem comuns (por exemplo, o átrio dos blocos), de documentos da BE e das aquisições mais recentes com vista a incentivar os professores a requisitá-los. 18. Concursos literários: a) “O que me disse um livro que encontrei na biblioteca” - concurso literário com base num livro escolhido pelos alunos na biblioteca, nas modalidades de ensaio e literatura; b) “Concursos de leitura em voz alta” - os participantes lêem um texto escolhido pelos próprios, recebem pontuação e são premiados; c) “Concurso de jograis” - leitura a várias vozes; d) “Concurso de recitais de poesia” - para além da leitura de poemas, os alunos podem ser orientados para fazer uma pesquisa biográfica do/a autor/a e apresentar a referência biográfica da obra onde foi recolhido o texto; e) “Concursos de compreensão” - os alunos lêem dois textos (por exemplo, um conto) e, em equipa, têm que fazer e responder a questões sobre o mesmo. 28 3 Este trabalho foi desenvolvido enquanto membro da equipa da BE. IV - Actividades de carácter cultural Tal como foi acima referido, muitas das actividades resultam de um trabalho pessoal3. Em consequência, as actividades que abaixo se propõem são expressas num registo passado, pois descrevem as actividades tal como ocorreram. 1. “A Arte Portuguesa no Século XX” - painéis elaborados pelos professores de educação visual no âmbito do Projecto Educação pela Arte e em articulação com os alunos do ensino nocturno; 2. “A Ciência, a Arte e a Vida” - exposição elaborada pela biblioteca e palestra com cientistas, filósofos e um artista, organizada em articulação entre a BE e um departamento curricular, antecedida por uma performance e intervenção estética no espaço da palestra. 3. “O Tempo dos Homens e das Mulheres” exposição de grandes painéis com excertos de BD (existentes na Biblioteca) e dados estatísticos sobre a desigualdade Homem/Mulher na ocupação do tempo (ao longo do ano), seguida de palestra (organizada em colaboração com dois Departamentos Curriculares) sobre a Comunidade Europeia, na qual participava uma representante do CITE que falou sobre a situação da mulher na Comunidade Europeia. 4. Exposição “Problemáticas Científicas e Filosóficas Contemporâneas” - exposição de textos e materiais, em exposições periódicas, sobre temas escolhidos pelos Departamentos Curriculares em articulação com turmas do 11º e 12º anos; Algumas das exposições realizadas foram: pela Biblioteca, “O Homem Querendo ser Deus, 21 Questões para o Século XXI" e “O Nosso Planeta e a Revolução da Mobilidade"; pelos Departamentos, “O Pensamento Matemático - Um Pensamento em Evolução", “O Novo Milénio", “A Racionalidade Argumentativa- O Papel da Argumentação na Actualidade", “Actividades do Clube do Ambiente" e “Sociedade de Consumo". BIBLIOGRAFIA: Gonçalves, Maria José Vitorino (1998). Bibliotecas, Mediatecas, Centros de Recursos nas Escolas - Com Quem? Orientações de Apoio à Concepção e Gestão de Formação Contínua de Professores. Lisboa.* Este texto encontra-se disponível em www.dapp.min-edu.pt/rbe/ e visa ser um guia para a promoção de formação adequada aos professores bibliotecários, formação essa provida no âmbito da formação contínua de professores. Tem em anexo alguns elementos úteis como o Manifesto da UNESCO sobre bibliotecas escolares e a Declaração sobre Bibliotecas Escolares do IASL (Internacional Association of School Librarianship), a indicação das escolas que pertenciam à Rede de Bibliotecas Escolares em 1998 e endereços úteis. - Illescas, M. J. (1998). Elaborar em proyecto para la biblioteca del centro. Texto adaptado, disponível em http://www.cnice.mecd.es/ recursos2/bibliotecas/html/proyecto/3_anal.htm.* Neste artigo dão-se indicações precisas sobre alguns aspectos essenciais a ter em conta na reorganização da biblioteca por forma a adaptá-la às novas exigências curriculares. - Instituto Português do Livro e das Bibliotecas (2004). Promover a Leitura. Disponível em http://www.iplb.pt/pls/diplb/!get_page?xid =1224.* Neste documento faz-se um breve relato das preocupações que presidiram à Primeira Conferência sobre a Promoção da Leitura na Europa que decorreu entre 21 a 23 de Abril de 2004 na Alemanha. São ainda referenciadas algumas instituições europeias que têm projectos de promoção da leitura particularmente interessantes. - Instituto Português do Livro e das Bibliotecas (2004). Programa de Itinerâncias Culturais. Difusão do Livro e Promoção da Leitura. Carteira de Acções 2004. Disponível em http://www.iplb.pt/pls/ diplb/!get_page?xid=1224.* Listagem e descrição de todas as actividades propostas para 2004 pelo IPLB. Inclui múltiplas actividades de vários tipos com muito interesse para escolas e bibliotecas escolares. - Kulthau, Carol C. (2002). El Rediseño de las Bibliotecas Escolares em la Era Informática. In. http://www.eduteka.org. * Partindo da tese de que os alunos necessitam de aprender a construir o significado a partir das fontes de informação, abordando a aprendizagem como um processo de investigação, neste artigo defende-se que a biblioteca é o centro de investigação da escola na era da informática. - Magalhães, Ana Maria e Alçada, Isabel (1994). Os jovens e a leitura nas vésperas do século XXI. Lisboa: Caminho. O livro apresenta os resultados de um inquérito, aplicado a nível nacional, a alunos dos vários ciclos, pais e professores, sobre a leitura. Refere, ainda, várias actividades de dinamização de bibliotecas escolares e bibliotecas publicas, centradas na promoção da leitura. - Monreal, María J. Bueno (1997), Aportaciones metodológicas y curriculares de la biblioteca escolar em el desempeño profesional del profesor: el bibliotecário escolar y su foramación. Revista Electrónica Interuniversitária de Formáción del Profesorado. Disponível em http://www.uva.es/aufop/publica /actas/viii/ediprima.htm. * Centrando-se sobre a realidade espanhola, o artigo parte da delimitação de uma nova concepção de biblioteca escolar para definir depois qual o papel do bibliotecário escolar. - Morissete, Dominique e Gingras, Maurice (1999). Como Ensinar Atitudes. Planificar, Intervir, Avaliar. Colecção Práticas Pedagógicas, Porto: Edições Asa. Para além de uma fundamentação teórica, os autores apresentam várias estratégias pedagógico-didácticas que incidem sobre a necessidade de integrar o ensino de atitudes no processo de ensino-aprendizagem. - Moura, Rui Manuel, (1998). A Internet na Educação. In Inovação, vol. 11, 2, pp. 117-129. Partindo da clarificação do conceito de aprendizagem autodirigida, o autor mostra o papel da Internet no desenvolvimento da autoaprendizagem autodirigida. - Nunes, Luís Filipe Abreu (1987). Como Organizar uma Pequena Biblioteca. Lisboa: Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas. Embora em alguns aspectos um pouco desactualizado, é um bom livro de iniciação a algumas das actividades de gestão e organização das bibliotecas. - Pessoa, Ana Maria (1994). A Biblioteca Escolar. Organização para uma Pedagogia Diferente do 1º Ciclo do Ensino Básico ao Final do Ensino Secundário. Lisboa: Campo de Letras. São dadas orientações fundamentais para a organização das bi-bliotecas escolares, quer ao nível da gestão e das várias etapas do tratamento técnico do fundo documental, quer da dinamização da biblioteca. - Reis, Pedro Rocha dos e Pereira, Mariana (1998). Discutindo o “Admirável Mundo Novo". In Inovação, vol. 11, 3, pp. 45-49. Apresentação de um projecto inovador no domínio da aprendizagem da ciência com vista ao desenvolvimento de uma literacia científica capaz de formar cidadãos críticos, activos e interventivos. - Santos, Elvira Moreira dos (2000). Hábitos de Leitura em Crianças e Adolescentes. Um Estudo em Escolas Secundárias. Colecção Nova Era: Educação e Sociedade n.º 6, Coimbra: Quarteto Editora. Depois de uma introdução teórica, onde se faz uma análise teórica dos componentes fundamentais do acto de ler, é apresentado um estudo de campo sobre os hábitos de leitura dos alunos do ensino secundário do concelho de Coimbra, realizado no ano le-ctivo de 1994/95. - Silva, Lino Moreira da (1998). Dinamizar a “Biblioteca de Turma" como Contributo para a Construção do Sucesso Educativo. In Inovação, vol. 11, 3, pp. 101-112. O autor apresenta algumas considerações sobre Biblioteca de Turma e do modo como a mesma pode contribuir para a conso-lidação de hábitos de leitura, frequência de bibliotecas e para o sucesso educativo. formação - dinamização de bibliotecas escolares - Hannesdóttir, Sigrún Klara (1995). Bibliotecários Escolares: Linhas de Orientação para os Requisitos de Competência. Holanda: Federação Internacional de Associações e Instituições de Bibliotecas.* Este documento encontra-se acessível em www.dapp.minedu.pt/rbe/. Nele faz-se um descrição exaustiva das competências consideradas essenciais ao professor bibliotecário, as quais vão desde o desenvolvimento da colecção, à gestão, à cooperação no desenvolvimento curricular e á orientação e promoção do uso de informação. Encontram-se, ainda, em anexo as este documento, o Manifesto da UNESCO sobre bibliotecas escolares e a Declaração sobre Bibliotecas Escolares do IASL (Internacional Association of School Librarianship). (*) Formadora do CF Ágora. Desenvolveu em 2004 o Círculo de Estudos Dinamização de Bibliotecas Escolares - do professor dinamizador ao professor utilizador. Professora de Filosofia na Escola Sec. de Cantanhede 29 Formação à distância em Informática para professores - algumas reflexões ! Isabel M. Pedrosa (*) Resumo: Neste artigo é abordada a temática do e-learning e a sua possível utilização no contexto da formação de professores. Como exemplo de um modelo de sucesso, é apresentado o Prof2000, um programa de formação de professores a distância e de apoio às TIC nas escolas. quentemente, formação. Por outro lado, a distância que muitos professores percorrem até aos centros de formação pode ser reduzida (ou mesmo eliminada) caso optem por realizar formação a distância. Por último, pelo facto de o modelo de progressão na carreira estar assente num sistema que obriga à realização de formação para a obtenção de créditos, esta pode considerar-se uma forte motivação para a aceitação de abordagens para além da formação convencional. Não é objectivo fazer aqui a apologia do ensino a distância: estamos conscientes que, da mesma forma que podem existir vantagens, este tipo de formação traz novos problemas quando comparado com a formação clássica. Assim, pretende-se analisar as vantagens e desvantagens da utilização do e-learning como modelo para formação de professores, averiguar do interesse que a formação contínua a distância pode ter para formandos não experientes neste formato e contextualizar as iniciativas e dinâmicas que têm sido geradas pelo programa Prof2000 no âmbito da formação contínua de professores a distância. Introdução: 30 Numa era em que a aprendizagem e a formação do indivíduo ao longo da vida constituem uma necessidade constante fruto das exigências de uma sociedade em permanente mutação, onde todo o tipo de transformação sucede de forma vertiginosa, os parâmetros tempo e distância assumem-se progressivamente como factores críticos, constituindo geralmente o principal entrave à realização de formação. Torna-se essencial criar modelos de aprendizagem que permitam aproximar as entidades formativas dos seus formandos. A formação à distância, normalmente designada por e-learning ou b-learning (no caso da formação mista), permite ultrapassar muitas das condicionantes apontadas como entrave para a realização de formação convencional (presencial). Neste contexto, o universo dos educadores e professores pode considerar-se privilegiado: efectivamente, estas são áreas em que a aprendizagem tem um cariz muito dinâmico e onde a utilização de novos métodos e abordagens é fundamental, exigindo uma permanente actualização e, conse- A aprendizagem à distância é já uma realidade no contexto da formação contínua de professores e falar dela é falar obrigatoriamente no programa PROF2000 (ou Trends, como inicialmente foi nomeado). Onde nos têm conduzido esses esforços? Como se têm adaptado os professores a estas novas formas de aprender? O enquadramento de acções a distância no Centro de Formação de Professores Ágora De modo a alargar e diversificar a oferta formativa do Centro de Formação de Professores Ágora (CFPÁgora) no domínio das TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação), foi equacionada uma acção de formação (em TICs) que permitisse o recurso a aprendizagem a distância. No entanto, conscientes das dificuldades de índole tecnológica, rapidamente se concluiu que apenas poderiam ser viáveis propostas de acções de nível aprofundamento, em que fosse estabelecido como pré-requisito o domínio das competências básicas em TICs. Para auscultar as reacções dos formados e a sua opinião sobre este formato, uma vez que esta era uma abordagem inovadora no CFPÁgora, definiu-se uma amostra do público-alvo, tendo sido realizado um inquérito a estes formandos. Este inquérito foi efectuado a uma turma de E-learning versus b-learning (blended-learning): o primeiro compreende a aprendizagem à distância apenas com recurso a sessões não presenciais enquanto que o segundo compreende também sessões presenciais (também conhecido como Modelo de formação mista - formação presencial + à distância). A 2.ª modalidade é, actualmente, considerada mais motivante tanto por parte dos formandos como dos formadores (também apelidados de tutores, por assumirem normalmente um papel de dinamizadores e motivadores nas acções, estando os conteúdos do curso usados em auto-aprendizagem). Este modelo adiciona uma componente de contacto presencial à acção, superando alguns dos problemas do e-learning puro como o facto de criar um isolamento excessivo dos formandos e não proporcionar uma interacção formador/formando e entre formandos. Cursos e aprendizagem a distância: e-lear-ning, que vantagens? Num olhar rápido pela temática do ensino à distância e começando pelas suas potencialidades, poderemos elencar as seguintes: 1. permite que os formandos definam o seu próprio ritmo de aprendizagem e de trabalho 2. permite maior flexibilidade de horário 3. estimula a auto-aprendizagem 4. elimina a necessidade de deslocações aos centros de formação (redução tempo e de custos) 5. garante a experimentação de novas tecnologias 6. permite repetições sucessivas para estudar matérias 7. pode tornar mais atraente o conteúdo dos cursos Por outro lado, se contextualizarmos as vantagens do ponto de vista da entidade promotora dos cursos (centros de formação) poderemos referir que: 1. os conteúdos dos cursos podem ser rapidamente actualizados e personalizados de acordo com os interesses dos destinatários 2. disponibilidade permanente dos conteúdos do curso 3. menores custos (relativamente ao material a disponibilizar) quando comparados com os da formação convencional 4. possibilidade de formar um grande número de pessoas em simultâneo em localizações geográficas muito distintas 5. diversificação da oferta de cursos quer em conteúdos quer em localização 6. Possibilidade de reutilizar o mesmo curso, várias vezes, com ou sem adaptações. No contexto da formação de professores e reportando-nos ao nosso inquérito, quando instados a pronunciarem-se sobre as 3 afirmações mais positivas sobre a formação à distância em geral, entre as 7 possibilidades disponíveis a maioria dos formandos refere a “possibilidade de estudar ao seu ritmo” como sendo a principal vantagem da aprendizagem à distância, logo seguida pela flexibilidade de horário. Alguns referiram também como positivo o facto de evitar deslocações. No contexto da formação contínua de professores, os centros de formação encontram-se dispersos por todo o país. Em muitos casos, têm localizações geográficas onde não é fácil constituir algumas turmas (formação convencional), principalmente em acções cujos temas são muito específicos ou de nível muito avançado (dado que estas normalmente exigem que já se tenha frequentado acções anteriores). Nesta situação, os custos da interioridade estão bem patentes: se é certo que existem centros de formação onde é possível fazer mais do que uma turma de uma acção com “listas de candidatos" muito extensas, outros existirão em que construir uma turma é praticamente impossível. Nestes casos, o formato e-learning pode de facto revelar-se muito interessante. Cursos e aprendizagem à distância: e-learning, que desvantagens? Num processo de aprendizagem exclusivamente feito à custa da transmissão de conceitos através de uma plataforma de aprendizagem, sem relação directa com outras pessoas, existem desvantagens evidentes: 1. não proporciona uma relação formando/formador típica de uma sala de aula 2. não permite o contacto com outros colegas da turma 3. não gera reacções imprevistas com respostas imediatas 4. dificulta a auto-motivação 5. exige o domínio de conhecimentos tecnológicos (informática e multimédia) formação - formação a distância em informática 19 formandos, no final de uma acção presencial na área de TICs (nível Aprofundamento). A turma era composta na sua maioria por professores residentes em Coimbra, mas que desempenhavam as suas funções em escolas situadas neste e noutros concelhos vizinhos. O inquérito teve com objectivo recolher a opinião sobre a aprendizagem a distância em geral e sobre a sua aplicabilidade no contexto de acções de TICs em particular, além de pretender averiguar da disponibilidade por parte dos formandos para virem a frequentar uma acção de TICs nesse formato. Esta turma foi escolhida por se poder considerar como uma turma-modelo para aprendizagem a distância: os formandos possuíam um nível médio de conhecimentos em Informática, elevado empenho, motivação, responsabilidade e assiduidade. e-learning: conceitos e enquadramento O e-learning é uma modalidade de ensino a distância que, através da utilização da Internet, permite a participação em situações de aprendizagem no tempo e no espaço definidos pelos destinatários. 31 n.º 9 | Janeiro 2005 6. não elimina as habituais perturbações nos locais de trabalho (se considerarmos que o acesso à plataforma é efectuado na escola) 7. enfrenta obstáculos devido à reduzida confiança neste tipo de ensino. No contexto da formação contínua de professores, muitos apontam o facto da existência de um grupo como sendo uma mais-valia das acções presenciais. Se considerarmos a situação de alguns professores do 1.º CEB (1.º Ciclo do Ensino Básico) que se encontram em escolas isoladas onde não existem outros professores, as acções de formação convencionais poderão ter um importante papel ao nível da troca de experiências e do estabelecimento de pontes para colaborações futuras. Esta será a razão pela qual as principais desvantagens apontadas pelos formandos no inquérito se centraram na relação entre os intervenientes no processo formativo: “inexistência de uma relação entre formandos e formador típica de sala de aula” e “não permitir contacto com outros colegas da turma”. Do ponto de vista dos centros de formação de professores há outras desvantagens a equacionar. “Os cursos através de e-learning não podem ser meras adaptações dos conteúdos ministrados em cursos presen-ciais”. Assim, é necessário adaptar conteúdos de cursos em modalidade presencial para funcionarem de forma adequada numa plataforma de ensino à distância: deve “abdicar-se de textos muito longos, transformando-os em diversas unidades de menor dimensão” em termos de conteúdo e as formas de “apresentação destas unidades deverão ser individualizadas ao ponto de atenderem aos diferentes estilos de aprendizagem utilizando interfaces interactivas" que se revelam mais eficazes”1. Os centros não deverão negligenciar a opinião dos seus formandos de modo a tornar o curso mais apelativo em utilizações futuras. A não existência, na maioria dos casos, de materiais impressos, faz com que este processo de actualização possa ser muito mais dinâmico do que em situações de formação convencional. Ainda no âmbito dos centros de formação, terá também que ser levada em conta a questão do investi- 32 mento no desenvolvimento de conteúdos e o Retorno do Investimento (ROI) quando os materiais utilizados não se resumirem apenas a ficheiros enviados aos formandos. Ainda segundo a mesma referência, “o custo do desenvolvimento de um programa de e-learning é significativamente maior quando comparado com o equivalente na modalidade tradicional. No entanto, uma vez implementado, a continuidade da difusão deste conhecimento por e-learning apresenta um custo muito menor do que no modelo tradicional. O e-learning permite transmitir mais conteúdos para mais pessoas, em menor tempo e com menor custo”. Isto significa que a aposta na formação à distância poderá apenas ser viável quando seja previsível a realização de mais do que uma edição do curso em anos distintos ou compreendendo várias turmas. Não há retorno do investimento se as acções propostas não forem apelativas para compreenderem outras realizações futuras ou não interessarem a uma quantidade significativa de formandos. O Programa Prof2000: dinâmicas no contexto da formação de professores O Prof2000 é um programa de formação de professores à distância e de apoio às TICs nas escolas. Neste programa participam o Ministério da Educação/DREC, 90 Escolas de todo o país e 28 Centros de Formação. Criado em 1997, já permitiu a realização de cerca de 220 acções de formação até 2005. A formação dinamizada destina-se a professores integrados na carreira docente, com acções de formação à distância acreditadas ao abrigo do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores. O plano de formação à distância Prof2000 resulta das propostas de formação dos centros de formação parceiros. Estes últimos distribuem-se por vários concelhos da região Centro (Anadia, Arganil, Aveiro (2 centros), Batalha, Castelo Branco, Coimbra (4), Covilhã, Estarreja, Fundão, Gouveia, Ílhavo, Leiria (2), Mangualde, Ovar, Seia, Sever do Vouga, Tomar, Vagos e Viseu), Região Norte (Oliveira de Azeméis, Vale de Cambra e Vila Nova de Gaia), Alentejo (Alcácer do Sal e Beja) e Algarve (Albufeira). Este programa abrange todos os distritos continentais à excepção de Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Portalegre e Évora. 1 Rede Dtcom - Revista Aprender: “A Revolução no Ensino", http://www.dtcom.com.br/paginas/page.asp?setor=ead6, Setembro de 2003 A parceria estabelecida tem resultado em planos de formação que, para os anos mais recentes (2003, 2004 e 2005), têm sido constituídos por cerca de 40 acções, em vários domínios, com especial incidência nas TICs e Tecnologias Educativas. Como forma de apoio aos formandos está definida a figura do Líder de Escola que tem como principal papel evitar que o sucesso da formação à distância possa depender da falta de competências em TICs. Assim, existe um professor Líder em cada escola interessada em participar no Prof2000, tendo realizado ele próprio formação para ser credenciado nesse papel. Não se encontram disponíveis apuramentos de dados sobre a origem dos formandos que frequentam as acções de formação no contexto do programa Prof2000, embora a consulta no site da informação disponibilizada sobre os formados em algumas acções permita concluir que a maioria são dos concelhos do interior. Nestes, a oferta formativa é menor quando comparada com a dos concelhos do Litoral por existirem menos escolas e, consequentemente, menos centros de formação. Também se pode concluir que esses professores se encontram, pelas condicionantes apontadas, mais disponíveis para experimentarem novas abordagens da formação. Motivação dos professores para o ensino a distância em TICs - Análise do inquérito Genericamente, os formandos professores revelam interesse pela frequência de acções de formação na modalidade de formação a distância quando a localização geográfica dos centros de formação e a sua disponibilidade de horário não lhes permite o acesso a acções presenciais. No contexto particular da nossa amostra, 69% dos formandos considera que as acções de formação em TICs (nível intermédio e avançado) não devem ser efectuadas a distância. As razões apontadas para esta resposta são, no essencial, as desvantagens da auto- aprendizagem a distância: inexistência de um relacionamento entre a turma e dificuldade na automotivação. Por outro lado, aqueles que afirmam que estas acções de formação poderiam seguir um modelo de aprendizagem a distância apontam como principais vantagens a definição do próprio ritmo de aprendizagem, a flexibilidade de horário e a inexistência de deslocações para os centros de formação. No entanto, quando instados a pronunciarem-se sobre a possibilidade de frequentarem acções nessa modalidade promovidas pelo Centro de Formação Ágora, as respostas foram as seguintes: 43% disseram não estar interessados, 38% disseram que poderiam estar interessados, embora com algumas reservas (apenas se decidissem realizar acções de informática, em função do assunto do curso, e apesar de alguns continuarem a preferir a modalidade presencial) e apenas 19% indicaram que teria interesse. Conclusões Pelo que foi dito, parece existir espaço para algumas reflexões. A indisponibilidade demonstrada pelos professores que responderam ao inquérito será a evidência de uma realidade própria de uma área de abrangência onde existe uma oferta de formação presencial significativa? Por estarem inseridos nesse contexto tornam-se menos disponíveis para outras “formas de aprender"? Com uma amostra tão reduzida não é possível afirmar nada com mais certeza. No entanto, poderia ter interesse futuro o estudo desta realidade, alargando a abrangência do inquérito a mais turmas e de outros centros de formação de concelhos próximos da área de acção de concelhos onde a oferta de formação convencional fosse mais densa. (*) Formadora de Tecnologias Educativas no CFP Agora Docente de Informática no Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra 2 Programa Prof2000 “Prof2000 e formação a distância” in Revista Ágora (n.º 6), http://www.prof2000.pt/prof2000/agora/agora.html, Janeiro de 2005 formação - formação a distância em informática Reconhecendo que “um dos principais factores de insucesso de iniciativas de formação à distância é uma certa tendência para o isolamento que esta forma de ensino provoca”2 o projecto Prof2000 tenta solucionar o problema prevendo momentos de comunicação síncrona e assíncrona que decorrem ao longo de cada uma das acções de formação. Os momentos de comunicação síncrona exigem a presença virtual numa sala, sob o acompanhamento do formador designado pelo Centro de Formação proponente e dos restantes formandos. Durante esse intervalo de tempo a comunicação é feita em tempo real. As modalidades mais facilmente integráveis neste ambiente são as de Curso de Formação, Círculo de Estudos e Oficina de Formação, embora também existam propostas na modalidade de Projecto. 33 Uma história para encenar O Violinista e o Pai Natal ! Conto de Ian Saicnaj (*) I Desenhos de Carlos Madeira (**) Era uma vez uma cidade, num Inverno muito triste e chuvoso, quase por alturas do Natal. Por esses dias, nas ruas dessa cidade, à frente das lojas e dos centros comerciais, costumava estar um violinista, magro e desengonçado, a tocar melodias maravilhosas trazidas da terra em que nascera. Mas ninguém prestava atenção à sua música. Nem as crianças. A estas, quando passavam, ele perguntava se queriam ouvir a canção preferi- CENA1 A história é contada em VOZ OFF. Cena aberta. À esquerda, vê-se uma montra de loja de brinquedos. À direita, um VIOLINISTA (pode ser um adulto) toca melodias diversas. As crianças-CRIANÇAS (8 a 12), passeando, atravessam o palco; algumas param por instantes, outras nem olham para o violinista, outras fazem pouco dele. Juntam-se à esquerda, como se olhassem a montra da loja, e cantam, ao som do violino, a canção: da do Pai Natal. Algumas, poucas, ainda lhe O Natal não sei quem é (música da canção É Natal) respondiam que ele não conhecia nada o Pai Natal; mas a maioria nem parava, corria a ver os brinquedos novos nas montras das lojas e gritava-lhe uma cantilena horrível: Dizem que o Natal Chefe dos duendes Velho como o tempo Transporta presentes. Pai Natal é história Canção de embalar Verdade é na montra Tudo p'ra comprar. Refrão: O Natal, o Natal Já não sei quem é. Não faz mal, não faz mal Prendas é que é. Desiludido e furioso com os habitantes da cidade e, especialmente, com as crianças, o violinista teve a ideia de pregar a todos uma lição. Aquele iria ser um Natal de que não se iriam Saem por lados opostos. esquecer… U Enquanto isto acontecia na cidade, muito longe, na oficina do Pai Natal, os duendes trabalhavam com afinco. O Natal aproximava-se. Era tempo de ter prontos todos os brinquedos pedidos por todas as crianças do mundo. 34 CENA2 Cena aberta. Música em fundo, alegre. Enquanto dura o texto, as crianças-DUENDES (8 a 12) ocupam ordenadamente todo o palco, numa coreografia em que os brinquedos são agarrados, experimentados, depois recebem um gesto de carinho (que deve ser bem visível) e são colocados em caixas de prendas enfeitadas com laços. Claro que não era ali que eram fabricados os brinquedos! O Pai Natal não é nenhum magnata de uma multinacional de brinquedos, nem os duendes gestores, engenheiros ou operários especializados. Nã…Bah…Nada disso! O que acontecia, como desde sempre aconteceu, é que todos os brinquedos e todos os presentes para oferecer no Natal, eram trazidos à oficina do Pai Natal para receberem o “espírito de amar”. Antes, era o próprio Pai Natal que se encarregava desta tarefa mas, pouco a pouco, foi necessário ensinar aos duendes como fazer o gesto, lançar o sopro ou a música que faz com que demos amor com o que damos no Natal. Bom, para este ano a tarefa estava terminada. Todos os presentes estavam, de novo, nas suas caixas, prontos para ser entregues. U Estava o silêncio da noite sossegado há muito tempo, quando se aproxima uma sombra, que dançava ao som de um violino. O vulto andava por entre as caixotes dos brinquedos e, enquanto passava, tocava com o seu violino uma música maravilhosa, uma e outra vez, insistentemente. Essa melodia encantava os brinquedos, que saíam das seus caixas e seguiam os passos do violinista. Sim, era ele, era o violinista a quem ninguém ligara naquela cidade? O que iria ele fazer? Seria possível uma vingança tão terrível? Enquanto ia caminhando e tocando, os brinquedos, de mãos dadas e sorridentes, formavam uma grande fileira, surda a tudo o que não fosse a melodia mágica que tocava o violinista: Saem. CENA3 Cena preenchida com caixotes, semelhantes às caixas em que foram colocados os brinquedos na cena anterior, mas agora à escala humana, dentro dos quais estarão as crianças-BRINQUEDOS (8 a 12), vestidas de peluches, bonecas, super-heróis, etc. O violinista entra, tocando. À medida que passa por entre as caixas, as crianças-brinquedos vão acordando, saindo e seguindo o violinista numa coreografia marcada. Cantam a canção: O espírito de Natal (música da canção Natal da Beira) Os brinquedos são de lata de borracha ou de cartão mas também têm que ter o sopro do coração cá vai, cá vai, cá vai, cá vai, espírito de Natal, Natal, Natal Se não vem amor A brilhar nas suas peças então, não têm valor temos o mundo às avessas Então, ele levou os brinquedos para um lugar muito distante, tanto que ninguém poderia supor onde… Saem em fila atrás do violinista. 35 CENA4 Naquela manhã de Natal, todas as pessoas tiveram uma grande surpresa e, sobretudo, as crianças, a maior tristeza das suas vidas. No lugar onde habitualmente encontrariam os presentes, fosse debaixo da árvore, na chaminé ou no sapato, nada havia. As crianças olhavam para os mais crescidos com um olhar perdido, desiludidas, mas os mais crescidos também tinham um olhar de crianças perdidas. Assim ficaram todos, calados, sem saber o que fazer, como se o mundo tivesse acabado. Cena preenchida com caixas de prendas de todos os tamanhos. Entram as crianças-CRIANÇAS (podem ser as mesmas da 1.ª cena) e alguns ADULTOS, um de cada vez. Entram alegres, expectantes, abrem as caixas...nada; depois ficam tristes, silenciosos, alguns choram… escrituras - o violinista e o pai natal U 36 Ainda nessa manhã, o Pai Natal foi procurar o violinista. Ele bem o tinha ouvido durante a noite. Conhecia aquela música, a sua preferida… Mas não fez nada - nem se levantou. Sempre queria ver até onde chegava aquele malandreco. O Pai Natal sabia que aquele duende andava triste com as pessoas, desde que fora viver para a cidade. Numa carta, escreveu que lhes faltava poesia. Mas o disparate era grave. Tinha que procurar o duende-violinista. O Pai Natal convocou todos os duendes e partiram para o Lugar-muito-distante-tanto-que-ninguém-poderia-supor-onde. (Só ele, que era o Pai Natal, sabia…) Quando lá chegaram, os brinquedos continuavam a dançar, hipnotizados, sempre à roda, à roda, à roda… do violinista-duende. Então, o Pai Natal perguntou-lhe: “O que fazes, violinista? Porque queres destruir o Natal de todas as crianças?”E o violinista-que-era-também-duende respondeu: “Não! Apenas quis pregar-lhes uma lição. Já ninguém, nem as crianças, quer saber do espírito do Natal. O que lhes interessa são os brinquedos! Coisas! Presentes e mais presentes! Então, desta vez não os têm!” Depois, o Pai Natal falou, de novo: “Sabes, que isso não pode ser. São os presentes que levam o espírito do amor. Anda, vai, leva os brinquedos atrás de ti até à cidade, deixa em cada casa os que forem para cada casa e se te perguntarem alguma coisa, toca, apenas, a tua música… “ CENA5 Entra o PAI NATAL (um adulto) e todas as crianças-duendes, que percorrem a sala até ao local onde está o violinista e as crianças brinquedos. Levam na mão candeias. O violinista continua a tocar para as crianças-brinquedos que dançam atrás dele. Encontram-se os dois grupos. Pára a música. Diálogo. Assim foi, e consta que naquela cidade, no dia de Natal, houve um grande concerto de violino, em que todos cantaram juntos no jardim municipal: Naquela cidade violino do mundo há um som que há-se crescer lá do fundo É a voz de anjos asas a brincar é a voz das crianças é a voz das crianças é a voz das crianças aprendem a amar. Cantam todos a canção final: O violino mágico (música da canção Adestes Fideles) (*) Professor (**) Professor aposentado de Educação Visual Actividades do CFP Ágora em 2004 1 No ano de 2004, o Centro de Formação de dades sentidas pelos docentes e não docentes, tanto ao Professores Ágora (CFP Ágora) desenvolveu, como tem nível pedagógico-científico, como da sua qualificação feito nos últimos anos, o seu Projecto de Formação no profissional e tendo em conta os projectos educativos âmbito da Acção 5.1 da Medida 5 do Prodep III das escolas. (Formação contínua de Docentes e de outros Agentes A modalidade de formação dominante foi a de da Educação Pré-escolar e dos Ensinos Básico e Curso, mas desenrolaram-se sete turmas na moda- Secundário). lidade de Oficina de Formação e cinco na modalidade Assim, entre 9 Fevereiro e 31 de Dezembro, o de Círculo de Estudos, na procura de uma maior li- CFP Ágora desenvolveu 38 acções/40 turmas de for- gação aos contextos escolares e às práticas profissio- mação, divididas em nove turmas tendo como desti- nais. Realizaram-se também duas acções não formais natários formandos não docentes e 31 turmas dirigidas de curta duração, uma no formato de Jornadas (A a professores dos diversos graus de ensino. As acções Educação Artística nas Escolas), a outra no formato de foram de duração variável, entre as 7 e as 100 horas e, Módulo de Formação (O treino da voz para o trabalho no seu conjunto, perfizeram um total de 1255 horas docente). presenciais e 205 horas não presenciais. O local de realização das acções, apesar da Relativamente às áreas temáticas de formação, maioria das turmas (25) ter decorrido na escola-sede na execução de 2004, tendo em conta as linhas orien- (E. S. D. Duarte), foi também o de outras escolas asso- tadoras e de acção atrás enunciadas e face ao vo-lume ciadas - E. S. Quinta das Flores (7), E. S. Dr. Jaime de formação aprovado pelo Prodep, verifica-se, na Cortesão (1), E. B. 2, 3 Poeta Manuel da Silva Gaio sequência da experiência dos anos anteriores, uma (4), E. B. 2, 3 de S. Silvestre (1) - ou ainda noutros grande diversidade temática das acções, as quais espaços, a saber, o Pavilhão da A. A. C.-O. A. F. (1) e a abrangeram a maioria das áreas definidas como prio- Casa Municipal da Cultura (1). ritárias pelo Ministério da Educação (as tecnologias de De um conjunto de 1653 candidatos e de 764 informação e da comunicação, o ensino da Língua admitidos, o universo de formandos que, no ano de Portuguesa e da Matemática, a Educação dos valores e 2004, frequentou as acções financiadas pelo Prodep foi cidadania, o Ensino Experimental das Ciências…), bem de 722, tendo-as concluído 690. As acções tiveram como a formação no âmbito dos Novos Programas do como destinatários, tanto o pessoal não docente como Ensino Secundário (em articulação com os restantes CFAE's do distrito de Coimbra2) e, por fim, as necessi- o pessoal docente e, relativamente a estes, abrangeram todos os níveis de ensino. Evolução da formação no CFP Ágora de 1993 a 2004 Por outro lado, o universo de formandos que dades de formação, é de salientar a realização, pelo ter- frequentou as acções do CFP Ágora contempla um ceiro ano consecutivo, e na qualidade de acção credita- grande número proveniente de escolas não associadas e da não financiada pelo Prodep, da oficina Currículo de outras localidades. Tal como nos anos anteriores, alternativo na área da educação especial, na Escola verifica-se, em relação à proveniência dos formandos Básica 2,3 de S. Silvestre, orientada pela Professora dos do CFP Ágora, que esta extravasa largamente o univer- Apoios Educativos, Ana Neto, para um grupo de so natural de formandos, já que abarca quer desti- docentes dessa escola. soas; 43,43 %), quer também muitos que não residem no concelho de Coimbra (156 pessoas; 22,22 %). Na qualidade de iniciativas de formação não creditadas, financiadas com verbas próprias e em co- organização ou colaboração com as escolas ou outras Relativamente a outras actividades do Centro de Formação Ágora, mas ainda no âmbito das activi- entidades, decorreram ainda várias sessões dirigidas aos docentes ou não docentes associados: 2 Refira-se, ainda, que, no quadro do Plano de Formação nos Novos Programas do Secundário, o CFP Ágora disponibilizou apoio logístico e a sua Sala de Formação para a realização das acções financiadas pelo Prodep relativas aos novos programas de MACS e de Filosofia - 11.º ano, e promovidas, respectivamente, pelos CFAE's da Figueira da Foz e do Baixo Mondego.. info-ágora natários que não são de escolas associadas (314 pes- 37 Formação Sessões de Formação não formal þ A Escola face à Dislexia - Literatura Francesa Contemporânea, orien- - implicações no processo de ensino-aprendizagem Prof. dos 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico Formadora: Maria da Piedade Ramos Escola EB 2,3 Inês de Castro 15 de Junho de 2005 1.ª turma - 9h30 às 12h30 | 2.ª turma - das 14h30 às 17h30 tada por Claire Garand (E. S. D. Duarte); þ Novos olhares sobre - Estilos de Vida Saudável - Prevenção de alguns programas de Francês do Secundário Formadora: Manuela Sousa Tavares (Autora de Programas) Prof. de Francês do 3.º Ciclo do Ens. Básico e Ens. Secundário Escola Secundária D. Duarte 8 de Abril de 2005 das 10h30 às 13h30 e das 15h00 às 18h00 Comportamentos de Risco - PND, orientada por José António Rêgo e Maria da Luz Pedroso (E. S. D. Duarte, ao abrigo do Protocolo com a Fundação Portuguesa “A Comunidade contra a SIDA"); - Construção do Projecto Curricular de Turma - 1.º Ciclo, orientada por Álvaro Leitão (Agrupamento de S. Silvestre e Ageupamento de Penacova); þ Oficinas de Escrita Professores de Língua Portuguesa ou Estrangeira 1.ª parte - Graça Trindade e Madalena Relvão 2.ª parte - Rosa Oliveira Escola Secundária D. Duarte 6 de Abril de 2005 das 14h30 às 17h30 - Expressão Dramática na sala de aula, orientada por João Paulo Janicas (Instituto de Almalaguês); - Portfólio para Aprender e Avaliar , orientada por Teresa Eça - APECV (E. S. D. Teatro Duarte); - Utilização de calculadoras gráficas no novo programa de Física - 11.º ano (E. S. da Quinta das Flores). Merece, igualmente, relevo em 2004 a publicação de dois novos números da Revista Ágora, o n.º 7, tendo como dossier temático Novos Programas do Secundário, e o n.º 8, com o dossier temático Motivações para Aprender e Ensinar. Destacam-se, por fim, no âmbito dos protocolos de colaboração com o Centro de Documentação 25 de Abril da UC e com a Bonifrates - Cooperativa de Produções Teatrais e Realizações Culturais, a concretização da Oficina de Formação O 25 de Abril e os valores de cidadania e das Jornadas A Educação Artística nas Escolas. Próximo espectáculo da Bonifrates A Cooperativa Bonifrates estreia a 16 de Março a peça “Puta de vida”, criação colectiva com encenação de A. Kowalski e fixação de texto e dramaturgia de João Maria André. A apresentação ao público decorrerá em Abril, estando previstos espectáculos nos dias 6, 8, 12, 14, 20, 22 25, 27 e 30 , sempre às 21h45, no Teatro-estúdio Bonifrates (Casa Municipal da Cultura). Os elementos das escolas associadas do CF Ágora podem usufruir de um desconto para assistir ao espectáculo, no âmbito do protocolo entre o centro de formação e aquela cooperativa. Espectáculo p/ maiores de 16 anos 1) 38 Adaptado do Relatório de Avaliação Interna Reserva de bilhetes pelo telefone 239 716 095. do Plano de Formação 2003 do CPF Ágora Visite a página da bonifrates: http://bonifrates.planetaclix.pt Recursos Educativos disponíveis no CF Ágora O Boletim da Associação Portuguesa de Professores de Biologia e Geologia traz no seu vigésimo terceiro número a publicação de artigos apresentados em alguns dos painéis do VI Congresso Nacional da APPBG, de que destacamos, “O Petróleo como exemplo de um assunto CTSA no currículo”, de Ana M. Freire e Cecília Galvão, “Riscos Naturais”, de E. Ivo Alves, “Sismos Históricos”, de F. C. Lopes, “Áreas de ntervenção da Geofísica no início do Século XXI”, de Nuno M. S. Alte da Veiga, “Instrumentos didáctico-pedagógicos no ensino da Hidrogeologia. A região de Penacova como 'laboratório de campo'”, de S. M. R. Silva e J. M. M. Azevedo, um longo artigo que propõe numerosos tópicos e estratégias de discussão no âmbito da Educação Ambiental, da responsabilidade de Elisabete Forte, Ana Huisman e Teresa Loureiro, com o título “Outro Vénus? Não, Obrigado!”, um artigo sobre Avaliação de procedimentos e atitudes através de registos sistemáticos, de Aires Alexandre (E. S. Dr. Jaime Cortesão); por fim, surgem duas interessantes propostas, uma de Pedro M. Callapez e Luís Duarte, para uma saída de campo, na região de Tomar, em busca dos aspectos litológicos, dos corpos geológicos e dos fósseis da região; outra, de Anabela Marisa de J. R. Azul, à descoberta de cogumelos na cidade de Coimbra: Mata de Vale da Canas e Vale do Inferno. Da Gazeta da Física, revista da Sociedade Portuguesa da Física, foram publicados os fascículos 3 e 4, de 2004. Prestes a entrar no Ano Mundial da Física 2005, a informação apresentada nestes números sobre as iniciativas e realizações previstas para este ano têm um destaque particular. Têm relevo, no primeiro destes fascículos, a entrevista ao Nobel da Física, o francês Pierre-Gilles de Gennes, sobre uma série de temas actuais e pertinentes da Física, um artigo sobre Magnetoencefalografia, de Maria João Gomes Trindade, e outro sobre "Astronomia versus Astrologia", de Ana Carla Campos; no fascículo 4/2004, a relação entre a Física e as Artes, particularmente a Literatura e a Música, patente em textos de KlausR. Macke, Rui César Vilão, Teresa Direitinho e Jorge Casimiro, e uma pequena peça de Teatro premiada, “Concurso de Demiurgos”, de Ana Carla Campos e Ana Cristina Oliveira, em que se põe em cena a origem da Terra e da vida na Terra. Os CEI, Cadernos da Educação de Infância, revista da APEI - Associação de Profissionais de Educação de Infância, traz no seu n.º 72 um artigo sobre A Educação Cívica segundo António Sérgio, da autoria de José Augusto Gonçalves, um artigo, da responsabilidade de numerosos especialistas, sobre a síndrome da Paralesia Cerebral e as estratégias práticas de Manejamento, Terapia da Fala, Terapia Ocupacional e outras ajudas técnicas utilizadas com/por as crianças com PC.; inclui ainda uma investigação sobre A Relação Sono/Distúrbios de comportamento em idade pré-escolar, de Engrácia M. L. Roberto, Maria L. S. Pombeiro e Anabela M. S. Pereira (Universidade de Aveiro). Reforçamos a divulgação de dois projectos que podem ser visitados na Internet: Coelhos e Cia. Ser e Estar em Projecto (www.meujardim.pt.vu), dinamizado pela Educadora Mónica Rolo, e o portal “Eu sei!”, da autoria da Equipa do Projecto Nónio Séc. XXI da ESSE de Santarém (http://nonio.eses.pt/asp/eusei/), com um conjunto diversificado de actividades e jogos interactivos destinados a crianças do Pré-Escolar e dos 1. e 2.º Ciclos do Ensino Básico. próxima publicação do CFP Ágora Cadernos da Formação N.º 2 info-ágora O CD Extinção dos Dinossauros, editado pelo Colectivo Multimédia Perve no âmbito do Projecto Nónio Século XXI, tem por base o Programa de Geologia do 10.º ano de escolaridade, organizando-se em 4 grandes temas: o Sistema Terra, as Rochas como Arquivos da História da Terra, O Tempo Geológico e a Idade da Terra e A Terra em Mudança. O objectivo central do CD-ROM é apresentar algumas das causas que terão levado à extinção dos dinossauros, o que o utilizador pode procurar descobrir seguindo várias pistas (vídeos, fotografias, sons e textos) como um detective-investigador. 39 A. Mendonça/F. Moura…Esc. Sec. Qt.ª das Flores Victoriano Nazareth Esc. Sec. D. Duarte Victoriano Nazareth Esc. Sec. D. Duarte José Torres Pereira Esc. Sec. D. Duarte José Torres Pereira Esc. Sec. D. Duarte Jerónimo Silva Esc. Sec. Qt.ª das Flores Pedro Paulo Esc. Sec. D. Duarte AAE e EPAAE (**) AAE e EPAAE (**) PA e CSAE (**) Todos (*) Todos (**) AAE e EPAAE (**) AAE e EPAAE dias úteis entre 15 de Junho e 15 de Julho a divulgar oportunamente Abr: 18, 20 e 22 (9h00-12h30 e 14h00-17h00) Abr: 5, 7 e 11 (9h00-12h30 e 14h00-17h30); dia 13 (9h00-12h00) Fev: 1, 2, 3, 4, 10, 11, 15, 16, 17 e 18 (14h00-17h30) Mai: 3, 4, 5, 6, 9, 10, 11 e 12 (Ter., Qua., Qui. e Sex: 14h00 às 17h30) Fev: 2, 3, 4, 10 e 11 (9h00-12h30) dia 14 (9h00-12h30 e 14h00-18h00) Jun: 27 e 29 (9h-12h30) Jul: 5 e 7 (9h-12h30); dias 1 e 8 (das 9h-16h) Os Critérios de Selecção dos formandos são os critérios habituais do CF Ágora excepto nas acções 5, 7, 42, 33, 34, 36, 37, 38 e 39. Deve consultar os pormenores relativos ao Plano de Formação - 1.ª fase do Boletim de Divulgação incluído nesta Revista ou no site do Centro em http://cfpagora.planetaclix.pt Período de Inscrição: 29 de Novembro de 2004 a 14 de Janeiro de 2005 (*) Docentes sem competências prévias na área; (**) Formandos com competências prévias na área ou em condições específicas (consultar o Boletim de Divulgação incluído nesta Revista ou no site do Centro) (a) - horas presenciais + horas não presenciais. 42 21 24 35 28 25 28 Comunicação e relações interpessoais Sistema Educativo Qualidade e modernização administrativa Introdução à Informática Internet e Correio Electrónico Apoio a aulas experimentais - Química Educação, higiene e segurança alimentar Pavilhão da AAC Calendarização Fev: 15, 17, 19, 22, 24 e 26; Mar: 1, 3, 5, 8, 10, 12 e 15; Abr: 5, 7, 9, 12, 14, 16 18h00-20h00 ou 9h00-13h00) Todos Fev: 14, 16, 21 e 23 (18h-21h) dia 28 e Mar: 2, 7, 9 (18h00-21h15) Todos (*) Fev: 15, 17, 19 22, 24 e 26; Mar: 1 e 3 (18h30-20h30/21h00); dia 5 (9h00-13h00) Todos (**) Jun: 30; Jul: 1, 7 e 8 (10h00-13h00 e 14h30-17h30/18h00) Todos (**) Jul: 5, 6, 14 e 15 (14h30-18h30/19h00); 9 e 16 (9h00-13h00) 2.º/3ºCEB e Sec. Fev: 18 e 25 (18h00-21h30); 19 e 26 (9h30-12h30 e 14h00-18h00); Mar: dia 4 (18h00-21h30) e dia 5 (9h30-12h30 e 14h00-18h00) Todos Fev: 14, 15, 17, 22 e 24 (18h00-21h00) Todos Fev: 18, 19; Mar: 5, 11, 12, 18 e 19 (Sex: 18h00-20h / Sáb: 9h30-13h00) Pré-Esc./1.º CEB Mar: 4, 5, 11, 12, 18 e 19; Abr: 8, 9, 15 e 16 (18h00-21h00 ou 9h00-13h00) 1.º/2.º e 3º CEB Abr: 6, 8, 11 e 15 Mai: 4 e 6 (18h00-21h00) e 21(9h30-12h00 e 14h30-17h30) 2.º/3.º CEB e Sec. Mai: dia 6 (18h30-21h30); dias 7 e 14, (9h-13h e 15h-17h/18h); dia 21 (9h-13h) Pré-Esc./1.º CEB Abr: 8, 9, 15, 16, 29 e 30; Mai: 6, 7, 13, 14, 20 e 21 (18h30-20h30 ou 9h-13h) 2.º/3.º CEB e Sec. Jan: 27 e 31 (18h00-21h00); 29 (Sáb: 9h30-12h30 e 14h30-17h30); Fev: 2, 3, 10 e 11 (18h00-21h00); 5 (Sáb: 9h30-12h30 e 14h30-17h30) 1.º CEB Fev: 23, 24, 25 e 28; Mar: 7 e 8; Abr: 21 e 22 (17h30-20h30) 3º CEB/Sec. (Mat.) Jun: dias 30 (14h00-19h00); Jul: dias 2 e 9 (9h00-12h30/13h00) dias 5 e 7 (9h00-13h00 e 15h00-17h30) 3.º CEB/Sec.(Biol.) Fev: 11, 12, 18, 19; Mar: 4, 5; Abr: 15, 16; Mai: 20; 21 (18h00-21h00 ou 10h00-13h00) Ens. Sec. (FQ) Entre 13 de Junho e 15 de Julho (9h30-12h30 e 14h-17h30) 2.º/3.º CEB (EV/EVT) Fev: 11, 12, 18, 19, 25 e 26; Mar: 4, 5, 8, 11 e 12; Abr: 8, 9, 15 e 16 (18h00-20h30, aos dias de semana, ou 9h30-13h00, ao sábado) Pré-Esc./1.º CEB Fev: 4, 5, 11, 12, 18, 19, 25 e 26; Mar: 4, 5, 11 e 12 (18h-20h00 ou 10h00-13h00) 2.º/3º CEB e Sec. Destinatários Fundo Social Europeu 33 34 36 37 38 39 40 Curso Curso Curso Curso Curso Curso Curso Curso 30 Paula Santos 28 Prát. de Expr. Corporal e de Dança na Infância Pessoal Não Docente Esc. Sec. Qt.ª das Flores Esc. Sec. D. Duarte Curso 45 E. Cardoso/J. Silva C. Est. 50 José Dias 21 Trab. Prát. na persp. novos progr. FQ.-11º Ano 26 Práticas Artísticas em Educação Maria da Luz Pedroso Esc. Sec. D. Duarte José A. Rocha Almeida Esc. Sec. D. Duarte J. Rocha/P. Constantino Esc. Sec. D. Duarte Leonor Castro Nunes Esc. EB 2,3 P. Silva Gaio M. Relvão, G. Trindade Esc. Sec. D. Duarte Elvira Braga Esc. Sec. D. Duarte J. Laiginhas/C. LourençoEsc. Sec. Qt.ª das Flores Esc. EB 2,3 P. Silva Gaio Esc. Sec. D. Duarte Esc. Sec. D. Duarte Esc. Sec. D. Duarte Esc. Sec. Qt.ª das Flores Oficina 60a I. Paiva e Pilar Carreira Esc. Sec. Qt.ª das Flores 15 25 35 50a 50 35 30 Margarida Campos Manuel Tavares Pedro Almeida Manuel Tavares José Vieira Lourenço 20 Biologia - Ensinos Experimental e Ambiental Curso Curso Curso Oficina Curso Curso Curso Promoção e Educação para a Saúde (...) Alterações do comportamento na escola (...) Curríc. funcionais: interv. educ. na def. mental Memória e sucesso escolar O novo Progr. de Língua Port.: (...) Mitologia clássica e literatura infanto-juvenil(...) Desenv. de comp. e aval. da aprend. nas línguas 25 25 25 25 30 Oficina 50a Ana Paula A. Rodrigues Esc. Sec. D. Duarte Curso 25 N. Soares/M.ª J. Lopes Esc. Sec. D. Duarte Curso Curso Curso Curso Curso Powerpoint - programa de apresentações (…) Internet no ensino - iniciação Criação e gestão de web sites - Dreamweaver MX Linux: Caixa Mágica e OpenOffice.org Educar para a Cidadania: Métodos Activos Esc. Sec. Qt.ª das Flores Local de Realização 18 É com Letras que se faz Matemática 43 O GSP 4 no estudo da Geometria e das funções 11 12 13 22 41 16 25 4 5 7 42 10 C. Est. 50 Eugénio Pereira Pessoal Docente 2 Excel - Folha de cálculo: suas aplicações Formadores Modal. Hrs Nº Acção de Formação Plano de Formação 2005/1.ª Fase (Set./Dezembro) UNIÃO EUROPEIA obs.