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CADERNOS DE HISTÓRIA DA ARTE
n.2 (2014)
Italian connections: as cercaduras acânticas dos manuscritos
hebraicos portugueses e sua eventual relação com a iluminura
napolitana
Tiago Moita
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
[email protected]
Resumo
Entre as composições mais características dos manuscritos hebraicos iluminados da “Escola de Lisboa”
destacam-se, pela sua exuberância e originalidade, as cercaduras preenchidas com folhagens acânticas e motivos
zoomórficos. Eventualmente relacionados com estas molduras encontra-se um conjunto significativo de livros
de horas, copiados e iluminados em Nápoles, entre cerca de 1460 e 1470, portanto, nos anos imediatamente
anteriores à produção portuguesa, que aqui documentamos pela primeira vez. O seu estudo é imperioso, abrindo
pistas de investigação absolutamente inovadoras em relação às eventuais conexões da iluminura hebraica
portuguesa com outras escolas artísticas coevas.
Abstract
Among the most characteristic compositions of Hebrew illuminated manuscripts of the "Lisbon School" stands
out, for their originality and exuberance, the borders filled with foliage of acanthus leaves and zoomorphic
motifs. Possibly related to these frames, we found a significant number of books of hours, copied and
illuminated in Naples circa 1460 and 1470, therefore, in the years immediately preceding the Portuguese
production documented in this paper for the first time ever. The study of those pieces is imperative, since it can
delineate absolutely innovative research lines regarding possible connections of the Hebrew Portuguese
illumination with other art schools coeval.
Os manuscritos hebraicos produzidos em Lisboa na segunda metade do século XV caracterizam-se
por uma estabilidade ornamental e compositiva que atesta o funcionamento de uma ativa escola de
iluminura ao serviço das importantes comunidades judaicas lisboetas.1 Particularmente centrada na
repetição de um conjunto fixo de diferentes tipologias de cercaduras entre os diversos manuscritos,
esta estabilidade decorativa não deve ser entendida como resultado de uma ausência de criatividade
ou de uma monotonia artística, detetando-se, ao contrário, a presença de algumas variantes, ou
mesmo modelos únicos, testemunhas de uma tentativa constante de renovação possível dos esquemas
definidos. É, aliás, em virtude desta estabilidade decorativa entre os manuscritos que podemos
identificar como portugueses, além, obviamente, dos três códices iluminados com colofão, e em
confronto com eles, um conjunto muito generoso de volumes hebraicos desprovidos daquela
importante nota histórica, os quais, de outro modo, permaneceriam genericamente classificados como
“manuscritos sefarditas”, dificilmente atribuíveis a Portugal.
De grande interesse no estudo das cercaduras dos manuscritos hebraicos de Lisboa é a sua abertura a
outras tradições artísticas – portuguesa, italiana, mudéjar –, e religiosas – cristã e islâmica –, com as
quais estabelecem um diálogo profundo, realizando uma síntese admirável de hibridismo e
ecumenismo. Este diálogo e abertura ao “outro”, característica dos manuscritos hebraicos
portugueses, não ofuscam o carácter eminentemente judaico dos mesmos, patente, não apenas na
escrita em língua hebraica dos seus textos, mas também na ausência da figuração humana, que um
Este texto enquadra-se no âmbito do projeto de investigação, financiado pela Fundação para a Ciência e
Tecnologia, intitulado «Iluminura Hebraica Portuguesa durante o século XV» (referência PTDC/EATHAT/119488/2010), do qual o autor foi bolseiro de investigação.
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certo aniconismo impedia de representar, ou mesmo na eventual releitura simbólica de alguns
motivos zoomórficos, presentes em manuscritos de outras confissões religiosas, coevos ou anteriores,
à luz das suas próprias tradições bíblica e rabínica. Uma das composições onde melhor se observa este
fenómeno são, sem dúvida, as cercaduras preenchidas com folhagens acânticas e motivos zoomórficos,
ricamente coloridas, que se apreciam nos códices mais sumptuosos de todo o conjunto. Com efeito,
além dos três manuscritos iluminados datados – a Mishneh Torah de Maimónides, de 1472 (Londres,
British Library: Ms. Harley 5698-5699), a Bíblia de Lisboa, de 1482 (Londres, British Library: Ms.
Or. 2626-2628), e o Sidur de Paris, de 1484 (BnF: Ms. Hébreu 592) –, estas cercaduras reconhecemse, ainda, noutros volumes sem colofão, como o Pentateuco de Almanzi (Londres, Bristish Library: Ms.
Add. 27167), o Pentateuco do Jewish Theological Seminary (Nova Iorque: Ms. L80), a Bíblia da Hispanic
Society of America (Nova Iorque: Ms. B241), o Pentateuco do Duque de Sussex (Londres, British Library:
Ms. Add. 15283), e a Bíblia de Paris (BnF: Ms. Hébreu 15). Entre os motivos zoomórficos mais
característicos destas molduras destacam-se os pássaros e aves, como os papagaios, os pavões (com a
cauda aberta ou fechada), os mochos de orelha, os galos, e muitos outros de difícil identificação, mas
também os leões, os coelhos, ou mesmo animais míticos, como os dragões. Partindo, essencialmente,
da decoração da banda inferior destas molduras podemos distinguir três modelos de cercaduras
acânticas:
(1) a margem de pé é decorada por um pavão, ao centro, com as plumas abertas, ladeado por um leão
e um dragão, nas extremidades esquerda e direita, respetivamente. Este modelo encontra-se,
particularmente, na Mishneh Torah (Ms. Harley 5698, fol. 11v) e na Bíblia de Paris (Ms. Hébreu
15, fol. 374v), a partir da qual o reproduzimos de forma muito esquemática (FIG. 1);
(2) a margem inferior é ornamentada por um dragão e um leão nos cantos esquerdo e direito,
invertendo-se, portanto, a localização destes animais quando comparada com o modelo anterior;
o pavão, de penacho aberto, encontra-se agora na margem superior, ao centro, dando espaço, na
margem de pé, à pintura de brasões. Este modelo aprecia-se na Bíblia de Lisboa (Ms. Or. 2628,
fol. 185v) e no Sidur de Paris (Ms. Hébreu 592, fol. 413v). No Pentateuco do Jewish Theological
Seminary (Ms. L80, fol. 1v) observa-se, aparentemente, este mesmo esquema, mas com o pavão
situado ao centro, na margem de pé, dada a ausência do brasão;
(3) as demais cercaduras de folhas de acanto (a larga maioria), não obstante apresentarem decoração
zoomórfica no preenchimento das suas bandas, excluem a específica sequência de animais na
margem de pé; só muito excecionalmente comparece um pavão ao centro, mas sem os demais
elementos nos cantos, ou dragões, em uma ou mesmo em ambas as extremidades.
As cercaduras com folhagens acânticas não são exclusivas, obviamente, dos manuscritos hebraicos de
Lisboa, apresentando-se também nos códices cristãos portugueses, particularmente (mas não
exclusivamente), em manuscritos de corte. Um caso paradigmático, entre muitos outros, constitui o
fólio de abertura da Crónica Geral de Espanha e de Portugal, copiada, entre 1454 e 1463, para D. Pedro,
condestável de Portugal, atualmente na Bibliothèque nationale de France (Paris: Ms. Portugais 9, fol.
1v). Não obstante a evidente inferioridade artística desta iluminura quando comparada com as
cercaduras acânticas dos códices hebraicos, são patentes as semelhanças entre os manuscritos, quer
na disposição da moldura no fólio, quer na representação do acanto na banda vertical exterior, com
um caule absolutamente direito e encimado por uma grande flor aberta, quer ainda na pintura destes
motivos sobre um fundo não colorido. É, contudo, ao nível dos motivos zoomórficos que mais se
destaca a originalidade das cercaduras hebraicas portuguesas, com opções decorativas análogas às
que se observam nos manuscritos iluminados italianos, particularmente, nos códices produzidos em
Nápoles, entre 1460 e 1470, portanto, nas duas décadas imediatamente anteriores ao início da grande
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produção hebraica portuguesa. Com efeito, nestes manuscritos napolitanos, na sua maioria livros de
horas, as cercaduras vegetalistas são habitadas com o mesmo vocabulário zoomórfico que
encontraremos nos manuscritos portugueses, com destaque, entre outros pássaros, para os papagaios
e os pavões (com plumagem aberta ou fechada, comparecendo, por vezes, também na margem
inferior, ao centro, de forma isolada), e outros animais, como os coelhos. Do mesmo modo, idênticos
são também outros aspetos relevantes, como a disposição das cercaduras no fólio, o seu
enquadramento em filetes de ouro, o preenchimento decorativo sobre um fundo não pintado, ou a
localização dos brasões, ao centro, na margem de pé, como nos manuscritos hebraicos. Entre estes
códices napolitanos merecem especial atenção os decorados por Cola Rapicano (1451-1488),
iluminador oficial da corte aragonesa em Nápoles (Cambridge, Fitzwilliam Museum: Ms. McClean
71) e pelo Mestre dos Sufrágios ou Mestre de Isabel de Chiaromonte (Cambridge, Fitzwilliam
Museum: Ms. McClean 72; Cambridge, Houghton Library, Harvard University: Ms. Typ. 463;
Baltimore, Walters Art Gallery: Ms. W. 328 e Ms. W. 329; Barcelona, Biblioteca Nacional de
Catalunya: Ms. 562). Entre os mais interessantes livros de horas napolitanos e com mais evidentes
conexões com os códices hebraicos de Lisboa encontra-se, sobremaneira, o livro de horas do J. Paul
Getty Museum, em Los Angeles (Ms. Ludwig IX 12), iluminado para um certo Tomás, cerca de
1460, possivelmente um mercador ligado à indústria têxtil (Katzenstein, 1990: 69-98; Kren e
Barstow, 2005: 45-47; Toscano, 2009: 445-456). A produção deste livro de horas é atribuída a três
personalidades artísticas distintas – o Mestre dos Ofícios, o Mestre das Sete Alegrias de Nossa
Senhora, e o já conhecido Mestre dos Sufrágios –, responsáveis, cada um, pela decoração das horas
com que ficaram conhecidos. As cercaduras florais, pintadas num fundo não colorido, em torno das
cenas bíblicas e hagiográficas, são habitadas pelos motivos zoomórficos que acima descrevemos, e
enquadradas por filetes de ouro, no interior ou também no exterior (FIG. 2). É, porém, nas molduras
coloridas pelo Mestre das Sete Alegrias de Nossa Senhora que vamos encontrar as mais profundas
ligações com os manuscritos hebraicos de Lisboa, especialmente na cercadura que envolve o painel da
“Anunciação” (FIG. 3), onde aos motivos de pássaros e aves já conhecidos se juntam, nas
extremidades da banda inferior, o leão e o dragão, e ao centro, o pavão, de cauda aberta, numa
sequência análoga à das cercaduras acânticas mais complexas dos manuscritos judaicos portugueses.
Em rigor, com o livro de horas do J. Paul Getty Museum deparamo-nos, pela primeira vez, com uma
moldura decorativa que ostenta os mesmos motivos zoomórficos, em idêntica disposição no fólio, que
os manuscritos hebraicos portugueses; paralelamente, e robustecendo esta proximidade, os demais
livros de horas indicados apresentam uma gramática visual de elementos animais, que não só os
acomuna, mas os coloca, eventualmente, em relação com os manuscritos judaicos lisbonenses.
De modo semelhante, estamos em crer que alguns dos manuscritos judaicos de Nápoles apresentam
idêntica decoração zoomórfica nas suas cercaduras. Com efeito, a Bíblia hebraica da Universidade de
Aberdeen (Ms. 23), cópia de Issac ben David Balansi, em 1493, na cidade napolitana (Roth, 1958) é
ornamentada por pavões (de cauda aberta ou fechada), papagaios, coelhos e leões (dois ladeiam a
coroa floral, ao centro, na margem de pé, como se verifica, também, no Pentateudo de Almanzi), num
fundo não colorido, e com um preenchimento vegetalista distinto dos livros de horas, mas
aproximado à iluminura de Ferrara, cidade com a qual Nápoles virá a estabelecer mais vivas relações
nas décadas de setenta e oitenta do século XV.
Devemos ter em conta que um dos aspetos menos estudados em relação aos códices hebraicos de
Lisboa prende-se, precisamente, com as suas eventuais ligações a outras escolas de iluminura,
nacionais ou internacionais. Com efeito, nos seus trabalhos, Gabriélle Sed-Rajna aponta como
principal área de ligação a iluminura de Florença (Sed-Rajna, 1970: 106); Narkiss, por seu lado,
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sublinha a importância da iluminura de Ferrara (Narkiss, Cohen-Mushlin, Tcherikover, 1982: 137).
Nenhum dos autores, porém, aponta exemplos direitos satisfatórios que justifiquem as suas
propostas. Neste sentido, e à luz dos manuscritos napolitanos indicados, afigura-se cada vez mais
sedutora a hipótese dos manuscritos hebraicos portugueses encontrarem na iluminura de Nápoles, de
entre cerca de 1460-1470, a sua mais próxima referência. Naturalmente que se afigura imprescindível
o estudo dos códices judaicos napolitanos da segunda metade do século XV, por hipótese, o canal de
circulação destes modelos decorativos,2 porém, no estado atual da nossa investigação, são os livros de
horas cristãos que melhor documentam as conexões entre os dois grupos de manuscritos –
napolitanos e portugueses. Não se pretende indicar, com este facto, que os artistas portugueses
conheceriam diretamente os manuscritos napolitanos referidos, mas sim, ao menos, que não lhes era
absolutamente indiferente o programa ornamental que neles se observava, também ele, aliás,
marcado, no que se refere às molduras ornamentais, por uma forte estabilidade compositiva e
decorativa. A hipótese que aqui damos conta abre uma pista de investigação inovadora, que
esperamos desenvolver em estudos subsequentes. É imperioso aprofundar os contextos políticos,
comerciais e artísticos entre as cidades de Lisboa e de Nápoles, e entre as comunidades judaicas das
duas metrópoles.3 Estamos em crer, pois, que a análise destes contextos históricos, e o estudo
aprofundado dos códices cristãos e hebraicos de Nápoles, poderão contribuir para uma mais clara
compreensão das eventuais relações artísticas entre os manuscritos produzidos em Nápoles e aqueles
realizados em Lisboa.
Bibliografia
CHALLÉAT, Claire – ‘Le cose di Fiandra che allora sole erano in prezzo’: Modèle artistique et modèle
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KREN, Thomas, BARSTOW, Kurt – Italian Illuminated Manuscripts in The J. Paul Getty Museum. Los Angeles:
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METZGER, Thérèse – Les Manuscrits Hébreux copiés et décorés à Lisbonne dans les dernières décennies du XVe siècle.
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NARKISS, Bezalel, COHEN-MUSHLIN, Aliza, TCHERIKOVER, Anat – Hebrew Illuminated Manuscripts in the
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ROTH, Cecil – The Aberdeen codex of the Hebrew Bible. Aberdeen: University of Aberdeen, 1958.
SED-RAJNA, Gabriélle – Manuscrits Hébreux de Lisbonne. Un atelier de copistes et d’enlumineurs au XVe siècle.
Paris: Centre Nacional de Recherche Scientifique, 1970.
TOSCANO, Gennaro – La miniature in Italia Meridionale (da Alfonso a Ferrante). In PUTATURO
MURANO, Antonella, SAGGESE, Alessandra (a cura di) – La Miniatura in Italia. Dal tardogotico al manierismo.
Nápoles: Edizioni Scientifiche Italiane – Vaticano: Biblioteca Apostolica Vaticana, 2009, pp. 445-456.
Não pudemos encontrar até ao momento nenhuma gravura com os mesmos elementos zoomórficos ou idêntica
disposição dos animais na banda inferior das cercaduras, porém, não se exclui, de momento, esta hipótese.
3 Excetuando-se Florença e Ferrara, as cidades no norte itálico apresentam políticas muito desfavoráveis aos
judeus; situação muito diversa observamos no reino de Nápoles, marcado por uma política pró-judaica intensa.
Deste modo se explica que Isaac Abravanel e toda a sua família, bem como muitos outros judeus, não hesitem
em procurar refúgio naquela cidade da Campânia após a expulsão dos reinos dos Monarcas Católicos, em 1492
(Netanyahu, 2012: 107-128).
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FIG. 1. Esquema gráfico da banda inferior da cercadura acântica da Bíblia de Paris (BnF: Hébreu 15,
fol. 374v).
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FIG. 2. Livro de Horas, Nápoles, c. 1460. The J. Paul Getty Museum, Los Angeles. Ms. Ludwig IX
12, fol. 259v. Mestre dos Sufrágios. Dimensões: 17.1 x 12.1 cm.
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FIG. 3. Livro de Horas, Nápoles, c. 1460. The J. Paul Getty Museum, Los Angeles. Ms. Ludwig IX
12, fol. 250v. Mestre das Sete Alegrias de Nossa Senhora. Dimensões: 17.1 x 12.1 cm.
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