Lucília Chacoto Universidade do Algarve Centro de Linguística da

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Lucília Chacoto Universidade do Algarve Centro de Linguística da
SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS DOS PROVÉRBIOS METEOROLÓGICOS NO ESPAÇO LUSÓFONO
Lucília Chacoto
Universidade do Algarve
Centro de Linguística da Universidade de Lisboa (CLUL)
[email protected]
Os provérbios meteorológicos apresentam, em geral, um significado literal e um uso
restrito a uma área geográfica (e climática) determinada, o que limita a migração ipsis
verbis destes enunciados. A partir do confronto dos provérbios meteorológicos
portugueses, propomo-nos analisar as semelhanças e as diferenças que apresentam no
espaço lusófono, observando com especial incidência aspectos como:
a) A toponímia: Aberto para Castela, chuva como terra; Ande o vento por onde andar,
nos Passos está em Ovar; Espanha escura, sol de dura.
b) A fauna e as condições climáticas: Canta o melro em Janeiro, temos neve até ao
rolheiro; Garças em terra, água na serra (Açores); Mosca impertinente, chuva de
repente.
c) As estações do ano: Dos Santos ao atal, Inverno natural; Se o Inverno não erra o
seu caminho, cá virá no S. Martinho.
d) Regionalismos: «Chuiva» de Janeiro [/] S. Sebastião primeiro, Sfola as trombas às
ovelhas [/] E as pernas às dueiras; Labandeiras pelas portas, águas pelas grotas.
e) Referências à topografia: Arco da velha na serra, chuva na terra; Vermelhão no
sertão, velhas no fogão (Brasil).
Será que podemos falar de um só adagiário português? Onde há “sobreposição” do
adagiário e porquê? Qual o momento em que deveremos começar a falar de adagiários
locais? Sendo o Português falado não só no Continente, mas também nas ilhas (Madeira
e Açores), de que forma a insularidade e as condições climáticas distintas se repercutem
no adagiário meteorológico? E em relação ao Brasil? Uma situação distinta, mas
igualmente pertinente, é ainda o que acontece com os provérbios meteorológicos nos
Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa. Em suma, quais as eventuais adaptações
dos provérbios meteorológicos a uma região ou país diferente?
SEMEJANZAS Y DIFERENCIAS DE LOS PROVERBIOS METEOROLÓGICOS EN EL ESPACIO
LUSÓFONO
Lucília Chacoto
Universidad del Algarve
Centro de Linguística da Universidade de Lisboa (CLUL)
[email protected]
Los proverbios meteorológicos presentan, en general, un significado literal y un uso
restringido a un área geográfica (y climática) determinada, lo que limita la migración
ipsis verbis de estos enunciados. A partir de la confrontación de los proverbios
meteorológicos portugueses, nos proponemos analizar las semejanzas y las diferencias
que presentan en el espacio lusófono, observando con especial interés aspectos como:
a) La toponimia: Aberto para Castela, chuva como terra; Ande o vento por onde andar,
nos Passos está em Ovar; Espanha escura, sol de dura.
b) La fauna y las condiciones climáticas: Canta o melro em Janeiro, temos neve até ao
rolheiro; Garças em terra, água na serra (Açores); Mosca impertinente, chuva de
repente.
c) Las estaciones del año: Dos Santos ao atal, Inverno natural; Se o Inverno não erra
o seu caminho, cá virá no S. Martinho.
d) Regionalismos: «Chuiva» de Janeiro [/] S. Sebastião primeiro, Sfola as trombas às
ovelhas [/] E as pernas às dueiras; Labandeiras pelas portas, águas pelas grotas.
e) Referencias a la topografía: Arco da velha na serra, chuva na terra; Vermelhão no
sertão, velhas no fogão (Brasil).
¿Podemos hablar de un solo refranero portugués? ¿Dónde hay “superposición” del
refranero y por qué? ¿En qué momento debemos empezar a hablar de refraneros
locales? Dado que el portugués no se habla solo en el continente, sino también en las
islas (Madeira y Azores), ¿de qué forma la insularidad y las distintas condiciones
climáticas repercuten en el refranero meteorológico? ¿Y en relación con Brasil? Una
situación distinta, pero igualmente pertinente, es lo que sucede con los proverbios
meteorológicos en los países africanos de lengua oficial portuguesa. En suma, ¿cuáles
son las eventuales adaptaciones de los proverbios meteorológicos a una región o país
diferente?

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