Programe-se para o Encontro Ibero-Latino - ABLV

Transcrição

Programe-se para o Encontro Ibero-Latino - ABLV
1
Editorial
Prezados Colegas
Otorrinolaringologistas,
Estamos mais uma vez iniciando um
novo ano, renovando as esperanças e
revitalizando nossos ânimos para maximizar nosso desempenho em nossas
atividades profissionais.
Nós, da diretoria da Academia Brasileira de Laringologia e Voz, temos a
plena sensação de que, apesar das dificuldades e algumas falhas, cumprimos
a nossa missão da melhor forma possível durante o ano de 2004. Aproveitamos a oportunidade para agradecer
imensamente por todo o apoio recebido durante todos esses meses.
Destaque das atividades de 2004
foi a entrega do documento formal do
Consenso Nacional sobre V
oz Profissional
Vo
às esferas competentes, para dar
seguimento à tramitação política. As
normas, diretrizes e
recomendações levaram três anos de
debates e reuniões,
sendo finalizadas
no ano passado.
O documento foi recebido com grande
entusiasmo pelas autoridades dado à
importância que esse tema tem dentro
das questões que envolvem a saúde do
trabalhador.
Para 2005, temos
novos projetos a serem realizados como a
Campanha da V
oz
Vo
(cujo material de divulgação já foi entregue, em sua maior
parte, durante o
Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia em Fortaleza), Encontro Iberolatino-americano de
Laringologia e Fonocirurgia em Manaus, Cursos Itinerantes e o Congresso TTriológ
riológ
ico em Santos
riológico
Santos.
Neste momento, por razões de cronograma, gostaríamos muito de convidálos a agendarem e a participarem do Encontro Ibero-latino-americano de Laringologia e Fonocirurgia em Manaus, a ser
realizado no período de 26 a 28 de maio,
juntamente com o Congresso Norte-nor-
2
deste de Otorrinolaringologia.
Nesse evento, contaremos com a
presença de renomados laringologistas e fonocirurgiões representantes de vários países da América LaDomingos Tsuji
tina e Península
(Presidente)
Ibérica, além de vários expoentes da laringologia brasileira. A
programação científica do Encontro iberolatino-americano
está sendo elaborada com grande
cuidado, procurando incluir temas
que sejam proveitosos para todos,
ao mesmo tempo
em que os palestrantes possam apresentar aquilo que fazem de melhor dentro
da laringologia. Será uma oportunidade
única para nos atualizarmos cientificamente
e conhecermos a exuberância da natureza amazônica e o seu afetuoso povo.
Gostaríamos também de reiterar que
o material da Campanha da Voz (que
ocorrerá no período de 11 a 16 de abril),
está a sua disposição na sede da ABLV.
Finalmente, gostaríamos de desejar
que 2005 seja um ano repleto de sucesso profissional e pessoal e, sobretudo, muita HARMONIA entre os membros
de nossa sociedade.
Abraços cordiais
Diretoria ABLV
Domingos Tsuji
(Presidente)
Geraldo Druck Sant’
Anna
Sant’Anna
(Vice-presidente)
Paulo Perazzo
(Secretário Geral)
Jefferson D’
Avila
D’A
(Tesoureiro)
Rui Imamura
(Secretário Adjunto)
José Eduardo Pedroso
(Tesoureiro Adjunto)
Patrícia Santoro
(Diretora de publicações)
DIRETORIA EXECUTIVA
Presidente:
Domingos Hiroshi Tsuji
São Paulo – SP
Vice Presidente:
Geraldo Druck Sant’anna
Porto Alegre - RS
Secretário
Paulo Perazzo
Salvador - BA
Secretário Adjunto
Rui Imamura
São Paulo - SP
Tesoureiro
Jéferson Sampaio D’avila
Aracaju – SE
Tesoureiro Adjunto
José Eduardo Pedroso
São Paulo – SP
REPRESENTANTES REGIONAIS
Regional I – Acre, Amapá, Amazonas,
Rondônia, Roraima e Tocantins
Eduardo A. Kauffman (Manaus)
Regional II – Maranhão, Piauí, Ceará,
Paraíba, e Rio Grande do Norte
José Wilson Meireles (Fortaleza)
Regional III – Pernambuco, Alagoas,
Sergipe e Bahia
Fabio Coelho A. Siqueira (Recife)
Regional IV – Espírito Santo e Rio de Janeiro
Guido Herbert F. Heisler (Rio de Janeiro)
Regional V – Distrito Federal, Goiás, Mato
Grosso do Sul e Minas Gerais
Edson Luiz Costa Monteiro (Goiânia)
Regional VI – Paraná, Santa Catarina
e Rio Grande do Sul
Marcos Antônio Nemetz (Sta. Catarina)
Regional VII – São Paulo (interior)
Mario Luiz A. da S. Freitas (Sorocaba)
CONSELHO FISCAL
Osíris de Oliveira Camponês do Brasil
São Paulo - SP
Gabriel Kuhl - Porto Alegre - RS
Antônio Maciel da Silva - Andradina - SP
Carlos Takahiro Chone - Campinas - SP
Frederico José Jucá Pimentel - Recife - PE
Vox Brasilis
Ano 11 • Nº 11 • Fevereiro de 2005
Realização
Sintonia Comunicação
Coordenação Editorial
Patrícia Paula Santoro
Jornalista Responsável
Claudio Barreto - MTB: 24.018
Projeto Gráfico
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Diretoria de Publicações
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Vox Brasilis é o boletim informativo da
Academia Brasileira de Laringologia e Voz.
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04062-001 • São Paulo • SP
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3
Agenda
FEVEREIRO
• 25 e 26 Fevereiro 2005
V th ELS W
orkshop, Main TTopic:
opic: “T
he
Workshop,
“The
Glottic Gap”
Ilustre Colegio Oficial de Médicos de
Madrid - President of the Organizing
Committee: Primitivo Ortega - e-mail:
[email protected] - site: http://
www.seorl.net/congreso_V.php
MARÇO
• 04 e 05 de Março 2005
V Curso Prático sobre o TTratamento
ratamento de
Ronco e Apnéia Obstrutiva do Sono da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
-USP - Coordenação Científica: Dr. José Antonio A Oliveira / Dr. Denilson Fomin - Local: CEAPS - Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
Cidade: Ribeirão Preto - SP - Telefone:
(16) 602-2863
• 09 e 10 Março 2005
Curso TTeórico-Prático
eórico-Prático de Microcirurg
ia
Microcirurgia
de Laringe com Dissecção de Peças
Coordenadores: Domingos Tsuji, Luis
Ubirajara Sennes, Richard Voegels e Rui
Imamura - Local: Anfiteatro de ORL do Hospital das Clínicas - e-mail: www.forl.org.br
• 10 a 13 Março 2005
2nd International Conference on
Advanced Dig
ital TTechnolog
echnolog
Digital
echnologyy in Head
and Neck
Reconstrution: Future Directions. - Local:
Banff, Alberta - Canadá - Cidade: Banff Telefone: (1) (858)272-1018 - Fax: (1)
(858)272-7687 - e-mail: [email protected]
site: www.res-inc.com/advanced_technology.htm
• 11 e 12 Março 2005
Curso TTeórico-Prático
eórico-Prático de TTireoplastia
ireoplastia
com Dissecção de Peças
Coordenadores: Domingos Tsuji, Luis
Ubirajara Sennes, Richard Voegels e Rui
Imamura - Local: Anfiteatro de ORL do Hospital das Clínicas - e-mail: www.forl.org.br
• 26 a 18 de Maio 2005
I I I Curso TTeórico-Prático
eórico-Prático de Laringolog
ia
Laringologia
da Santa Casa de São Paulo
Local: Departamento de Otorrinolaringologia Santa Casa de São Paulo - Cidade:
São Paulo - SP - telefone: (11) 3226-7235
ABRIL
• 01 e 02 Abril 2005
VI Curso Internacional TTeórico-prático
eórico-prático
de laringologia e voz da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto
- USP - Coordenação Científica: Dr.
Denilson Fomin - Local: Deptº de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia
de Cabeça e Pescoço - cidade: Ribeirão
Preto - SP - Telefone: (16) 602-2863 e-mail: [email protected]
4
• 6 a 8 Abril 2005
Airway Diseases - A Shared Approach
to Management
- York, UK - Organised by: The University
of York - contact: [email protected]
- site: http://www.airwaydiseasesyork2005.com
• 25 a 30 Junho 2005
Congresso Mundial de Otorrinolaringologia
Cidade: Roma - País: Itália - telefone:
++39 0577 40034 - e-mail: [email protected]
site: www.ifosrome2005.com
• 07 e 09 Abril 2005
XII Jornada Sul - Brasileira de Otorrinolaringologia
- Coordenação Científica: Drs.: Álvaro
Pacheco, Pedro Nunes, Syriaco Kotzias e
Cláudio de Vincenzi - Local: Hotel Plaza
Itapema - SC - Telefone: (47) 433-3060 e-mail: inscriçã[email protected]
SETEMBRO
• 25 a 28 Setembro 2005
2005 Annual Meeting & O
TO EXPO
OT
American Academy of Otolaryngology—
Head and Neck Surgery
California, September 25-28, 2005 - site:
http://www.entlink.net/meetings/
meetings/Annual-Prep.cfm
• 17 a 20 Abril 2005
10th International Congress on Surgical
and Prosthetic Rehabilitation after
Laryngectomy
6th International EGFL Workshop: High
Tech Rehabilitation after Laryngectomy
Groningen, The Netherlands
Organised by: EGFL
EGFL, ELS (invited society),
ESEM (invited society)
Contact: [email protected]
www.med.rug.nl/bme/egfl
MAIO
• 05 a 07 Maio 2005
eórico-Prático sobre Ronco
XI Curso TTeórico-Prático
e Apnéia Obstrutuva do Sono
Coordenação Científica: Dr. José Antônio
Pinto - local: Hospital São Camilo - S. Paulo
Cidade: São Paulo - SP - telefone: (11)
5573-1970 - e-mail: [email protected]
• 26 a 28 Maio 2005
VIII Congresso Norte-Nordeste de
Otorrinolaringologia e Encontro IberoLatino-Americano de Laringologia e
Fonocirurgia
Local: Hotel Tropical - cidade: Manaus AM - telefone: (11) 50529515 R:5 e-mail: [email protected] - site:
www.sborl.org.br
JUNHO
• 13 e 14 Junho de 2005
I Curso TTeórico-Prático
eórico-Prático de Disfunções
da Deglutição e Refluxo Laringofaríngeo
Coordenadores: Luis Ubirajara Sennes,
Domingos H. Tsuji, Patrícia P. Santoro,
Raquel A.Tavares - local: Anfiteatro de
ORL do Hospital das Clínicas - e-mail:
www.forl.org.br
• 16 a 18 Junho 2005
8º Congresso da Associação Centro
Brasileira de Otorrinolaringologia
Local: CEA - Fac. Medicina do Triângulo Mineiro - Cidade: Uberaba - MG - telefone: (11) 5052-9515 R:5 - e-mail:
[email protected] - site: www.sborl.org.br
OUTUBRO
• 06 a 08 Outubro 2005
Curso TTeórico-Prático
eórico-Prático de Microcirurg
ia
Microcirurgia
de Laringe com Dissecção de Peças
Coordenadores: Dr. Domingos H. Tsuji,
Dr. Luiz Ubirajara Sennes e Dr. Richard L.
Voegels - local: Anfiteatro de ORL do Hospital das Clínicas - e-mail: www.forl.org.br
• 20 e 21 Outubro 2005
Curso TTeórico-Prático
eórico-Prático de Ronco e
Apnéia do Sono
Coordenadores: Dr. Gilberto Formigoni
e Dr. Luiz Ubirajara Sennes - local:
Anfiteatro de ORL do Hospital das Clínicas
e-mail: www.forl.org.br
• 27 a 29 de Outubro 2005
IV Curso TTeórico-Prático
eórico-Prático de Laringolog
ia
Laringologia
da Santa Casa de São Paulo
Local: Departamento de Otorrinolaringologia Santa Casa de São Paulo - Cidade:
São Paulo - SP - telefone: (11) 3226-7235
NOVEMBRO
• 10 a 14 Novembro 2005
IV Congresso TRIOLÓGICO de Otorrinolaringologia
Local: Centro de Convenções Mendes
Cidade: Santos - SP - telefone: (11) 50529515 R:5 - e-mail: [email protected]
site: www.sborl.org.br
Manaus
Programe-se para o Encontro Ibero-LatinoAmericano de Laringologia e Fonocirurgia,
em Manaus, de 26 a 28 de maio
Juntamente com o VIII Congresso Norte-Nordeste de Otorrinolaringologia, ocorrerá também a primeira versão do Encontro Ibero-LatinoAmericano de Laringologia e
Fonocirurgia. A Academia Brasileira de
Laringologia e Voz, em parceria com
a Sociedade Norte-Nordeste de
Otorrinolaringologia e a Associação
Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia CérvicoFacial, tem mais uma vez a
honra de convidá-los a participarem desse inédito evento, que ocorrerá em Manaus
– AM, de 26 a 28 de maio.
O evento contará com a
presença de renomados
laringologistas e fonocirurgiões de diversos países
da América Latina, além de
vários expoentes da
laringologia brasileira. Dentre os convidados internacionais confirmados até o
momento, estão: Dr. Masao
Kume (México), Dr. Guillermo Campos (Colombia), Dr.
Ricardo Serrano (Argentina), Dr. Pedro Hounie (Uruguai), Dr. Peter Batista (Venezuela),
Dr. Ricardo Carrau (USA), Dra. Íris
Rodriguez (Argentina), Dr. César Franco Peña (Paraguai) e Dr. José A. Campos. (Costa Rica).
A programação científica, que já
está quase completamente elaborada, procurou incluir temas de interesse de todos e que serão apresentados de maneira bastante dinâmica,
privilegiando principalmente a discussão entre os ouvintes e os palestrantes. Assim, além de palestras de atualizações sobre temas específicos, teremos vários painéis, mesas-redondas, happy-hour com o professor,
além de sessões onde a platéia poderá interagir diretamente com os
apresentadores e componentes da
mesa.
Algumas sessões prometem atrair
a atenção dos colegas, como: “Avaliação Clínica e Tratamento dos Distúrbios da Deglutição”, com Ricardo
Carrau (USA); “Alergia e Voz”, ministrada por Victor Eduardo Vera
Martinez (México); “Como Evitar Complicações em Fonocirurgia” será o
tema abordado por Masao Kume
(México); Guillermo Campos
(Colombia) falará sobre “Manejo da
Cicatrização Indesejável das Pregas
Vocais” e “Manejo da Incompetência
Glótica por Lipoinjeção”. Outras palestras previstas na programação,
abordarão de forma dinâmica e atualizada temas controversos como:
“Câncer de Laringe”, “Enfermidades
faringolaríngeas de ordem neurológica”, “Lesões Benignas de Pregas
Vocais (inflamatórias e AEM)” e
“Disfonia em Profissionais da Voz”.
Novidade na programação serão
os Happy-Hour´s com o professor.
Modelo vanguardista de reunião científica, as sessões prometem tornar
bastante estreito e informal o conta-
to dos congressistas com os
palestrantes, abordando, num clima
descontraído, temas de grande importância como: “Lesões Pré-Neoplásicas, Tumores Iniciais e Estenose
Laríngea”, “Fonomicrocirurgia – Indicações e Técnicas”, “Tratamento NãoCirúrgico das Laringopatias”, e
“Papilomatose Laríngea e Disfonia na
Infância”.
Na sessão de pôsteres, teremos a oportunidade de contar com a presença de convidados internacionais e nacionais que estarão à disposição
para fazer comentários e sugestões sobre os trabalhos científicos apresentados, valorizando dessa forma a pesquisa
realizada pelos nossos colegas.
Esse evento conta também com o apoio da Associação Latino-Americana de
Laringologia e Fonocirurgia recém-fundada em novembro
durante o Congresso Panamericano de Otorrinolaringologia na Guatemala - e
sediará a sua primeira reunião
administrativa, onde discutiremos o seu novo estatuto, além de
admitir novos associados.
Acreditamos que essa rica programação científico-acadêmica e a relevância da reunião da Associação
Latino-Americana de Laringologia e
Fonocirurgia sejam de grande interesse para todos, constituindo oportunidade única para o nosso aperfeiçoamento profissional. Além disso, não podemos deixar de ressaltar os inúmeros atrativos culturais e
geográficos da exuberante Amazônia, cujo apelo turístico, por si só, já
justificaria sua vinda a Manaus. Isto
sem contar o clima de amizade e
cordialidade do afetuoso povo
amazonense. Esperamos vocês em
Manaus! E sejam muito bem-vindos!
5
Documento
Consenso de Voz Profissional
Após ter sido totalmente concluído, de forma democrática e representativa, com a participação de
otorrinolaringologistas, foniatras, peritos e médicos do trabalho, o documento formal do Consenso Nacional sobre Voz Profissional foi entregue às autoridades competentes.
O relatório chegou às mãos de
autoridades representantes do Departamento do Regime Geral de Previdência Social do MPAS – DF, do COSAT –
Ministério da Saúde – DF , do DSSTMinistério do Trabalho e Emprego –
DF e da Força Sindical de São Paulo –
SP, durante IV Fórum Presença ANAMT
– 2004, ocorrido no dia 26 de novembro, em São Paulo.
Estavam presentes para a solenidade de entrega do documento:
Domingos Tsuji (Presidente da Academia Brasileira de Laringologia e
Voz), René Mendes (Presidente da
ANAMT), Aizenaque Grimaldi de Carvalho (Diretor da ANAMT e Presidente
da Sociedade Paulista de Medicina do
Trabalho – SP) e Arlindo Gomes (Diretor Científico da ANAMT – RJ).
Entrega do Documento para o Representante da Força Sindical Sr. Valdete Lopes Ferreira - São Paulo - SP - Da esquerda para
direita: Dr. Aizenaque Grimaldi de Carvalho (Diretor da ANAMT
e Presidente da Sociedade P
aulista de Medicina do TTrabalho
rabalho –
Paulista
SP); Dr. Arlindo Gomes (Diretor Científico da ANAMT – RJ);
Sr. Valdete Lopes Ferreira (Força Sindical – São Paulo – SP
e Vice-Presidente do Sindicato dos Técnicos de Segurança do
Trabalho no Estado de São P
aulo); Dr
omingos TTsuji
suji
Paulo);
Dr.. D
Domingos
(Presidente da Academia Brasileira de Laringologia e Voz).
Entrega do D
ocumento para o Diretor do DSS
T- Ministério do
Documento
DSST
Trabalho e Emprego - Dr
onciani - Brasília - DF
Dr.. Mario B
Bonciani
Da esquerda para a direita: Dr. Mario Bonciani
(Diretor do DSS
T- Ministério do TTrabalho
rabalho e Emprego – DF);
DSST
Dr. Arlindo Gomes (Diretor Científico da ANAMT – RJ);
Dr
omingos TTsuji
suji (Presidente da Academia Brasileira de
Dr.. D
Domingos
Laringologia e Voz).
6
O documento foi recebido com
grande entusiasmo pelas autoridades,
dado a importância que esse tema
representa dentro das questões que
envolvem a saúde do trabalhador.
Todos se comprometeram a estudar com cuidado a documentação
e agradeceram a grande contribuição que os profissionais otorrinolaringologistas, médicos do trabalho
e outros profissionais da área médica, que participaram do consenso, estavam fazendo com o preparo e entrega do material.
Entrega do D
ocumento para o Coordenador da COSA
T–
Documento
COSAT
Ministério da Saúde - Dr. Marco Antonio Perez - Brasília - DF
Da esquerda para direita: Dr. Aizenaque Grimaldi de Carvalho
(Diretor da ANAMT e Presidente da Sociedade Paulista de
Medicina do TTrabalho
rabalho – SP); Dr
Dr.. Marco Antonio Perez
(Coordenador da COSA
T – Ministério da Saúde – DF); Dr
COSAT
Dr.. Arlindo
Gomes (Diretor Científico da ANAMT – R
J); Dr
omingos TTsuji
suji
RJ);
Dr.. D
Domingos
(Presidente da Academia Brasileira de Laringologia e Voz).
Entrega do Documento para o Diretor do Departamento do Regime Geral de Previdência Social do MPAS - Dr. Geraldo Almir Arruda
- Brasília - DF - Da esquerda para a direita: Dr. Aizenaque Grimaldi
de Carvalho (Diretor da ANAMT e Presidente da Sociedade Paulista
de Medicina do TTrabalho
rabalho – SP); Dr
omingos TTsuji
suji (Presidente da
Dr.. D
Domingos
Academia Brasileira de Laringologia e Voz); Dr. Geraldo Almir
Arruda (Diretor do Departamento do Regime Geral de Previdência Social do MPAS – DF); Dr. Arlindo Gomes (Diretor Científico
da ANAMT – RJ).
Produção Científica
Laringologia e Voz:
uma especialidade em expansão
O interesse pela Laringologia e Voz
vem aumentando muito nos últimos
anos, com um crescente número de
otorrinolaringologistas comparecendo
aos cursos de imersão e lotando salas
de mesas redondas, painéis e cursos
nos congressos de nossa especialidade. Trata-se de uma área relativamente
nova, quando comparada às tradicionais: otologia e rinologia.
Reflexo desta tendência é o próprio crescimento científico da sub-especialidade, com o desenvolvimento
de linhas de pesquisas inéditas, metodologias criativas, além de teses experimentais de alto nível, colocando
nossa literatura no contexto internacional. Mas ainda nos deparamos com
diversos temas envoltos em grande
controvérsia, como as alterações estruturais mínimas, as fonocirurgias, as
estenoses laríngeas, o refluxo laringofaríngeo, a disfagia orofaríngea, as
laringopatias ocupacionais, entre tantos outros.
Apesar deste crescimento, o número de trabalhos científicos referentes à
Laringologia e Voz, enviados para publicação na Revista Brasileira de ORL,
ainda é pequeno em relação ao total
de trabalhos enviados. “Temos no sistema da Revista Brasileira de ORL 201
trabalhos tramitando, sendo 33 de laringe”, contabiliza Henrique Olival Costa, diretor de publicações da ABORLCCF, e que atuou como presidente da
Comissão Científica (temas livres) do
37.° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial
– Fortaleza CE.
O congresso, por sua vez, foi palco
para a apresentação de interessantes
temas livres em Laringologia e Voz, além
de contar com uma maciça participação dos colegas otorrinolaringologistas,
com um número expressivo de traba-
lhos enviados de todas as sub-especialidades da Otorrinolaringologia.
Chama a atenção o grande número de apresentações orais e pôsteres em comparação às demais áreas. Considerando que os trabalhos
foram enviados na íntegra para participarem do congresso, nos moldes da
Revista Brasileira de ORL, agora falta
apenas revisá-los com maior rigor e
enviá-los para publicação, consagrando a indexação da revista no Medline.
Apesar do crescente desenvolvimento, a área ainda tem muito a ser
explorada. Vamos fazer a nossa parte, elevando cada vez mais o nível
científico das pesquisas em Laringologia e Voz.
Confira, mais abaixo, os trabalhos
premiados no 37.° Congresso Brasileiro, realizado na cidade de Fortaleza, relacionados à Laringologia e Voz
e Cabeça e Pescoço.
Temas livres apresentados no 37.° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia
e Cirurgia Cérvico-Facial - Fortaleza - CE
Área
Apresentações Orais
Pôsteres
Vídeos
Laringologia / Cabeça e Pescoço
78
90
2
Otologia
71
111
2
Rinologia
68
116
3
Otoneurologia
22
17
-
Estomatologia
12
24
-
ORL Pediátrica
28
24
-
Total
279
382
7
Fonte: Revista Brasileira de Otorrinolaringologia - Anais / 37° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia - Fortaleza - CE - 2004
Categoria Ensaio Clínico e Casos Controle – segundo lugar:
Estudo de linfonodo sentinela em pacientes com carcinoma epidermóide
de cabeça e pescoço com pescoços N0
Autor(es): Carlos TTakahiro
akahiro Chone; Marcelo H. Sampaio; Elba Etchehebere; Alan O. Santos; Albina Altemani; Agricio N. Crespo.
Introdução: O esvaziamento cervical
eletivo (ELET) no paciente com carcinoma espinocelular (CEC) de cabeça
e pescoço está indicado quando a probabilidade de metástase linfática é maior que 20%, de acordo com a localização e estádio do tumor primário. Po-
rém, se o risco de metástase linfática
de 20% justifica o ELET em todos pacientes com este risco, muitas das peças
cirúrgicas, até 80%, serão histopatologicamente negativas. A ausência de
uma metodologia em que se possa
determinar qual paciente realmente
apresenta metástase linfática ou não,
ainda não nos permite deixar de realizar o ELET quando há alto risco de
metástase linfática. O objetivo deste estudo foi utilizar a técnica de detecção e
biópsia de linfonodo sentinela (LS) com
linfocintilografia e gamma probe em
7
Produção Científica (continuação)
pacientes com CEC de CO e OROF,
para avaliar a taxa de falso negativo
(LS negativo e linfonodo não sentinela positivo) e acurácia do método para,
talvez, detectar quais são os pacientes
que realmente necessitariam ou não
de ELET. Forma de estudo: Clínico
prospectivo. Material e métodos: Estudou-se vinte pacientes com CEC de
CO e OROF e pescoços clinicamente
negativos (cN0), sem tratamento prévio, com indicação de ELET. Todos foram submetidos a duas injeções peritumorais de 0,2 MCI de fitato99m-TC,
duas horas antes da cirurgia e linfocintilografia duas horas da injeção. A
seguir, o tumor primário foi ressecado e elevado retalho cutâneo para esvaziamento cervical. Com utilização de
gamma probe manual foi localizado
o LS e dissecado-o. Após, prosseguiuse com o ELET proposto. O LS foi encaminhado para exame histopatológico (HISTO) com hematoxilinaeosina e imunohistoquímica para avaliação de doença metastática por CEC.
Resultados: Houve 17 pacientes com
CEC da CO e três da OROF, elegíveis
para o estudo, todos com LS
detectáveis com a técnica proposta.
Houve 33 pescoços avaliados, dos
quais 24 apresentaram LS negativos
ao exame HISTO, porém dois destes(8%) com metástases HISTO em
outro linfonodo (falso negativo). Nove
pescoços apresentaram LS positivos ao
exame HISTO. Conclusão: A taxa de
falso negativo da pesquisa e biópsia
de LS deste estudo foi de 8%. A
acurácia para detecção de pescoço positivo e negativo ao HISTO, neste estudo, foi de 93,9%.
Categoria Iniciação Científica – Laringologia – melhor trabalho:
Correlação entre pólipo de pregas vocais e achados nas pregas vocais
Autor(es): João Renato Poli Swensson; Fernanda Lupere Donati; Alberto Starzewski; André de Campos Duprat;
Leonardo Silva; Henrique Olival Costa.
A literatura atual afirma que a
principal etiologia dos pólipos de
pregas vocais é o fonotrauma, que
é muito freqüente em nosso meio.
Acreditamos que possa existir alguma alteração anatômica prévia
nas pregas vocais que possam predispor indivíduos a apresentarem
lesões fonotraumáticas. Com o objetivo de contribuir na fisiopatologia
dos pólipos de pregas vocais, o presente estudo procura encontrar
correlação entre os pólipos de prega vocal e achados nas pregas vocais. Realizado trabalho retrospec-
tivo a partir de 33 pacientes com
microcirurgia de laringe por pólipo
pregressa. O diagnóstico de pólipo
foi feito clinicamente. Dos pacientes, 21 apresentaram pólipo em
prega vocal direita, 10 na esquerda e 2 em ambas. Foram encontradas 27 lesões associadas, 10
lesões reacionais, 12 sulcos, 3 cistos, 2 ectasias capilares. Foram 14
lesões contra-laterais e 13 ipsilaterais. A nossa hipótese que uma
lesão pré-existente nas pregas vocais deixa o paciente mais vulnerável é muito forte, pois das 27 le-
sões encontradas, 17 são consideradas pré-existentes. As lesões poderiam interferir na coaptação das
pregas vocais, gerando uma onda
mucosa irregular durante a fonação, expondo o espaço de Reinke
a uma agressão estrutural. Sempre
que se faz o diagnóstico de pólipo
de prega vocal, deve-se levar em
conta não só apenas o pólipo, mas
também a sua etiologia. Apesar do
caráter preliminar do trabalho, ele
já indica uma direção, da íntima ligação entre pólipos de pregas vocais e lesões estruturais mínimas.
Categoria Melhor Pôster:
Alterações da cartilagem tireóide e das pregas vocais
durante a última metade do período fetal
Autor(es): LLeila
eila Freire Rêgo Lima; Victor Eulálio Sousa Campelo; Rui Imamura; Luciana M Nita; D
omingos H TTsuji;
suji; Luis U Sennes.
Domingos
Introdução: Com a evolução do
atendimento aos neonatos, recémnascidos cada vez mais prematuros têm conseguido sobreviver. Entretanto, o desenvolvimento da laringe na última metade do período
fetal não foi estudado extensivamente e tem sido descrito geralmente de forma qualitativa. O objetivo
deste trabalho é o de avaliar as dimensões da cartilagem tireóide e
das pregas vocais, suas relações com
a idade e com as características corporais em indivíduos entre o quin-
8
to e nono mês de idade gestacional.
Casuística e Métodos: Os dados para
esse estudo foram obtidos de 19
laringes em autópsias de 17
natimortos e 2 recém-nascidos, com
idade gestacional entre 5 e 9 meses.
Resultados e Conclusão: Não houve também diferença significativa nas
medidas da laringe em função do
sexo (p >0,05). O peso foi a variável que apresentou relação mais próxima de uma associação linear com
as medidas da laringe. A laringe da
população em estudo, entre o 5.° e
9.° mês de idade gestacional, apresentou: (1) crescimento craniocaudal
e ântero-posterior em função do
peso, da idade gestacional e da altura; (2) crescimento das porções
cartilaginosa e membranosa das pregas vocais em função do peso e da
idade, mas não da altura; (3) crescimento ântero-posterior da lâmina da
cartilagem tireóide maior na região
posterior da lâmina do que na anterior. Não houve diferença nas dimensões da laringe em função do
sexo nessa população.
Capa
3.° Dia Mundial da Voz
A Campanha da Voz deste ano,
que será realizada durante a Semana
Nacional da Voz, de 11 a 16 de abril,
vai contar com a participação dos atores da Rede Globo Edson Celulari e
Cláudia Raia. Os artistas, pacientes do
otorrinolaringologista Marcos Sarvat,
aceitaram colaborar com o evento
cedendo suas imagens sem a cobrança de cachês. Eles estão em destaque
nos cartazes e folders explicativos da
campanha. As fotos dos artistas foram realizadas pelo fotógrafo Pedro
Garrido, acostumado com as estrelas
do showbizz. Ele cobrou um cachê reduzido. O mesmo ocorreu com o
maquiador do casal, conhecido no
meio artístico como Frazão.
A maior parte do material da Semana da Voz já foi distribuída durante o 37.º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia CérvicoFacial, realizado em novembro, em
Fortaleza. Com o patrocínio da Sigma
Pharma, foram rodados 12 mil pôsteres, 500 mil folhetos para serem distribuídos para população
e 3 mil folders explicativos para
os médicos. A multinacional farmacêutica Astrazeneca patrocinou as maletas de poliuretano,
que embalam o material.
Pela primeira vez, a campanha conseguiu se antecipar e
disponibilizar o material antes do
início do Congresso Brasileiro. Isso porque o evento profissionalizou-se. Foi
contratada uma empresa, a Sintonia
Comunicação, para o gerenciamento
da campanha.
O evento deste ano traz uma novidade importante. Haverá um sorteio
de prêmios para os médicos que colaborarem com a campanha. Os prêmios foram cedidos por várias empresas. Entre os brindes, estão um conjunto de microcirurgia de laringe, cedido pela Ferrari, uma Microcâmera
para operações, cedido pela DocMed,
uma Fonte de Luz, doado pela
Machtec, um aparelho de televisão,
patrocinado pela Fast Shop, além de
20 acessórios para computador, também cedidos pela Fast Shop.
Durante a semana, é importante
que o médico se conscientize da importância do preenchimento correto
dos dados de atendimento. Com essas informações, será possível levantar uma estatística das doenças que
podem prejudicar a voz.
Já em sua sétima edição, a Campanha Nacional da Voz é um dos
acontecimentos mais importantes
para a otorrinolaringologia brasileira. Desde 1999, a cada ano, a ABLV
une-se à ABORL-CCF para organizar o evento, com o intuito de orientar as pessoas para que cuidem
melhor de sua voz, através de cuidados simples.
Nos anos ímpares, caso de 2005,
durante a Semana da Voz, os otorrinolaringologistas mobilizam-se para
atender gratuitamente a população,
avaliando pacientes e orientando-os
quanto a um possível distúrbio na
voz, ou até mesmo detectando casos mais graves.
O sucesso da campanha brasileira foi tão grande que outros países
resolveram adotar a idéia brasileira. A
Academia Americana, assim como a
Sociedade Européia de Laringologia,
escolheu o dia 16 de abril como o
Dia Mundial da Voz. Portugal, Espanha, Bélgica, Suíça, Itália, Argentina,
Chile, Venezuela, Panamá e Estados
Unidos já se manifestaram de forma
positiva à campanha. Neste ano, mais
países devem aderir ao evento.
Contatos com a imprensa
A Campanha Nacional da Voz tornou-se importante referência para os
meios de comunicação graças ao esforço e a dedicação de todos os otorrinolaringologistas, que participam ativamente deste trabalho.
A partir de 2003, quando foi institucionalizado o Dia Mundial da Voz, a
campanha ganhou ainda mais importância e, sua divulgação, uma abrangência
cada vez maior. Só nas duas últimas edições, foram veiculadas mais de 500 reportagens nas principais emissoras de
rádio e TV, além de jornais e revistas de
todo o país. Por isso, destacamos a importância do trabalho de assessoria de
imprensa para o sucesso da campanha.
Em 2005, a intenção é ampliar ainda mais esse trabalho, contando com
a participação direta de todos os representantes regionais e estaduais. Sugerimos, portanto, que todos os
nossos colaboradores estejam em
contato com a Agência de Comunicação, pelo menos um mês
antes da campanha, para unificarmos nossas ações de divulgação por todo o país.
Cada representante pode contribuir com sugestões de pauta,
dados estatísticos das últimas
campanhas, além de informações específicas do trabalho em sua região.
Solicitamos ainda que todos os contatos estabelecidos com a imprensa
passem, antes, pela nossa assessoria
de imprensa, o que facilitará o trabalho do jornalista e trará maior comodidade ao colega otorrino, que poderá contar com o apoio de profissionais especializados.
Todas as informações da campanha estarão centralizadas no site da
Semana Nacional da Voz 2005. Desta
forma, você terá acesso aos dados oficiais da ABLV, que devem ser usados
como referência durante a sua entrevista. Estamos trabalhando para que a
Campanha Nacional da Voz mantenha
seu crescimento, o que nos enche de
orgulho e nos dá ainda mais motivação.
9
Capa
Como participar da Campanha da voz
Cadastramento
É necessário que todo médico ou
serviço que queira participar da Campanha da Voz faça seu cadastramento no site da ABLV, e que se comunique com seu coordenador regional
ou estadual (lista no site). O médico
ou instituição deverá ter uma infraestrutura mínima de atendimento.
Divulgação
Os médicos que não retiraram
os cartazes, folders e CDs, entregues
no 37º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia, ou que quiserem
maior quantidade de material, deverão entrar em contato com os representantes estaduais ou regionais
para recebê-lo.
Organização
O médico pode convidar profissionais de áreas afins, fonoaudiólogos, enfermeiros, fisioterapeutas, professores de canto, que poderão participar da campanha da voz sob sua
coordenação.
O atendimento poderá ser feito
em hospitais ou consultórios, públicos ou particulares. Recomendamos
que as consultas sejam agendadas
de acordo com a capacidade de
cada instituição. Caso a procura seja
muito grande, senhas serão distribuídas segundo a capacidade de
atendimento.
Durante o atendimento, o paciente
deve ser submetido a uma entrevista
e/ou exame, direcionados de acordo
com a ficha de atendimento padrão.
Caso o paciente atendido necessite de tratamento específico, este
poderá ser realizado na própria instituição (caso esta tenha interesse e
infra-estrutura para tal) ou, encaminhado para um outro serviço mais
adequado. O paciente deverá assinar o termo de ciência e consentimento, atestando estar ciente das
orientações recebidas.
10
No final do atendimento, as fichas
serão tabuladas com os principais
dados e enviadas para a ABLV.
Sugestões de atividades que
poderão ser desenvolvidas
Como é de conhecimento dos senhores, nos anos ímpares, um dos
pontos fortes da Campanha é o atendimento do público com problemas
vocais. Este atendimento baseia-se em
dois pontos: na realização de avaliações médicas (incluindo laringoscopias), e na orientação da população.
Além do atendimento à população, a Campanha pode envolver outras atividades. Em anos anteriores,
diversos colegas obtiveram sucesso
com diferentes atividades, que podem
ser repetidas em 2005:
• Orientação e esclarecimento da
população quanto à saúde vocal, com
a distribuição de panfletos da Campanha, em locais de grande circulação.
• Shopping-centers, parques,
escolas, praias, etc.
• Eventos artísticos.
• Shows, concertos, apresentações
de coral, etc.
Essas atividades podem estar associadas a palestras, mesas-redondas
ou participação de médicos otorrinolaringologistas esclarecendo dúvidas
da população.
• Produção e inserção de anúncios gratuitos sobre a saúde vocal na mídia (rádio, TV...)
Os colegas médicos estão autorizados, localmente, a fazerem contato
com a Secretaria de Saúde de sua
cidade, prefeitura, políticos, empresários, indústrias farmacêuticas, rádios,
artistas, etc., para obtenção de quaisquer recursos para a realização e divulgação da Campanha. Sugerimos,
entretanto, que o coordenador local
seja consultado e informado anteriormente para evitar eventual duplicidade de solicitações.
CONTEÚDO DO CD
A ABLV está disponibilizando este CD,cujo conteúdo foi produzido
para facilitar sua organização.
Contém os seguintes arquivos:
1. Aula padrão
Programa ultilizado: Microsoft Office owerPoint
2. Ficha de Atendimento P
adrão com TTermo
ermo de Ciência e Consentimento
Padrão
Programa ultilizado: Microsoft Office Word
3. Ficha de Encaminhamento
Programa ultilizado: Microsoft Office Word
4. Relatório Final
Programa ultilizado: Microsoft Office Word
5. Modelo de carta de solicitação de patrocínio
Programa ultilizado: Microsoft Office Word
6. Folder 8 pgs.(para o médico)
Programas ultilizados: QuarkXpress 6.0 e Adobe Reader 5.0 (PDF)
7. FFolder
older 4 pgs.(para o público)
Programas ultilizados: QuarkXpress 6.0 e Adobe Reader 5.0 (PDF)
8. Cartaz 40 x 60 cm
Programas ultilizados:Corel Draw 10 e Adobe Reader 5.0 (PDF)
9. Encarte e Bolacha do CD
Programas ultilizados:Corel Draw 10 e Adobe Reader 5.0 (PDF)
11
PÁGINA RESERVADA PARA ANÚNCIO
12
Artigo
Histologia e ultra-estrutura
da prega vocal humana
Dr. Erich Christiano Madruga de Melo
Doutor em Otorrinolaringologia pela FMUSP
Professor do Departamento de Fisiologia e Patologia da UFPB
Os seres humanos podem emitir
sons dentro de uma ampla faixa de
freqüência e intensidade, com uma
grande variedade de qualidades tonais. Para isso, utilizam suas pregas
vocais, que possuem características
histológicas e estruturais muito bem
adaptadas à função de fonação.
Do ponto de vista fonatório, a noção mais importante da histologia da
prega vocal é que ela constitui uma
estrutura com múltiplas camadas, que
têm propriedades mecânicas diferentes. A prega vocal não funciona como
um vibrador de estrutura única, como
a corda de um instrumento musical,
mas sim como um vibrador de múltiplas camadas diferentes. Esta estrutura laminar permite a ampla gama
de ajustes de freqüência e intensidade da voz humana.
Hirano (1974) é o primeiro autor a descrever a estrutura histológica
da prega vocal como um vibrador de
múltiplas camadas. Iniciando uma
série de estudos histológicos e ultraestruturais (Hirano 1975), o autor
demonstra que a prega vocal é uma
estrutura composta por cinco camadas: epitélio de revestimento; lâmina
própria, com camada superficial, intermediária e profunda; e músculo
vocal – a porção medial do músculo
tireoaritenóideo.
O epitélio de revestimento do
bordo livre da prega vocal corresponde a um epitélio estratificado pavimentoso, enquanto o epitélio próximo ao ventrículo laríngeo ou a
subglote é do tipo pseudo-estratificado
ciliado, com uma região de transição
entre eles. A lâmina própria é composta principalmente por tecido
extracelular: fibras elásticas, colágenas,
vasos sanguíneos e estroma; podendo ser dividida, de acordo com a distribuição dos componentes fibrosos,
em três camadas: superficial, interme-
diária e profunda. A camada superficial, ou espaço de Reinke, apresenta
poucos componentes fibrosos (fibras
elásticas e colágenas). A camada intermediária é composta por fibras
elásticas, enquanto a camada profunda é composta principalmente por
fibras colágenas. Nas extremidades
anterior e posterior da prega vocal,
se observam massas de fibras elásticas, fibroblastos e estroma, denominadas mácula flava anterior e posterior, respectivamente. As máculas
flavas são continuações da camada
intermediária da lâmina própria e
parecem funcionar como amortecedores nas inserções da prega vocal,
levando a uma mudança gradual na
rigidez, da estrutura das cartilagens
rígidas para a mucosa flexível. Anteriormente a mácula flava anterior, se
observa uma massa de fibras colágenas, o tendão da comissura anterior, que se insere na cartilagem aritenóidea e se continua posteriormente
com a camada profunda da lâmina
própria. Não se observam glândulas
nem vasos sanguíneos calibrosos
próximos ao bordo livre da prega
vocal. Na camada superficial se observam apenas capilares, enquanto
na camada intermediária e profunda
encontram-se arteríolas, vênulas, pequenas artérias e veias (Hirano 1981).
Rosenfield et al (1982) analisa o
músculo vocal, através de técnicas
histoquímicas. Os autores mostram
que o músculo assemelha-se aos
demais músculos estriados esqueléticos do corpo humano, mas apresentam uma grande especialização
para as funções de fonação e proteção das vias aéreas superiores (função de esfíncter), com características
morfológicas e metabólicas únicas.
Hirano, Kakita (1985), após a
demonstração da estrutura em camadas da prega vocal, iniciam uma
série de estudos da estrutura, propriedades mecânicas, ajustes e comportamento vibratório das pregas
vocais no Departamento de Otolaringologia da Universidade de
Kurume, que culmina com a proposição da Teoria do Corpo e Cobertura da vibração das pregas vocais. Do
ponto de vista mecânico, as cinco
camadas histológicas podem ser
reclassificadas em três secções: cobertura, consistindo do epitélio e da camada superficial da lâmina própria,
que é a região que mais vibra durante a fonação, por ser uma estrutura frouxa e flexível; região de transição, representada pelo ligamento
vocal (camadas intermediária e profunda da lâmina própria); e corpo,
consistindo no músculo vocal, que é
uma estrutura densa, com propriedades contráteis que permitem o
ajuste de rigidez e tensão no sistema.
Hirano (1991) reforça os aspectos descritos anteriormente, chamando
a atenção também para o arranjo
vascular na prega vocal. Os vasos
sanguíneos da mucosa, no bordo livre, originam-se das regiões anterior
e posterior da parte intermembranácea da glote e a partir daí, correm
paralelamente ao bordo livre da prega vocal. Alguns poucos vasos penetram na mucosa diretamente do
músculo subjacente, e todos são
muito pequenos. Este arranjo vascular
ajuda a manter a vibração do tecido.
Gray (1991) demonstra como o
epitélio da prega vocal é ancorado
na lâmina própria da prega vocal,
através da zona da membrana basal
do epitélio. Esta região é composta
por quatro áreas: membrana plasmática da célula basal do epitélio, lâmina lúcida, lâmina densa e sublâmina densa; que têm como função ancorar o epitélio.
Gray et al (1993) realizam um
13
trabalho de revisão sobre a estrutura
molecular e celular da prega vocal humana. Os autores reforçam o conceito da estrutura em camadas das
prega vocais nos indivíduos adultos,
assim como a variação da sua estrutura no sentido longitudinal da prega. Do ponto de vista celular, os autores mostram as especializações do
epitélio do bordo livre, como a presença dos microvilos na superfície
epitelial e a presença dos desmossomos, que promovem uma forte
adesão celular. Essas especializações
ajudam na hidratação da prega vocal e impedem o desprendimento
celular, durante a vibração. A zona
da membrana basal é descrita como
uma região de grande importância,
pois é responsável pela fixação do
epitélio à camada superficial da lâmina própria. Os autores evidenciam colágeno do tipo IV, laminina,
proteoglicanas e colágeno tipo VII
nesta região. A lâmina própria, em
especial a camada superficial, é uma
área dinâmica, com uma composição
especial de fibras (fibras elásticas e
colágenas), vasos sanguíneos e substância amorfa, formada por água,
glicoproteínas e glicosaminoglicanas,
como o ácido hialurônico. Os fibroblastos são as células responsáveis
pela síntese de todo o material
extracelular. A maioria dos fibroblastos
encontra-se em repouso, com exceção dos localizados nas máculas flava.
Três tipos de fibras colágenas são
identificados na prega vocal. O tipo
predominante na lâmina própria é o
tipo III, que é o colágeno que forma
as fibras de colágeno. Tipo IV e VII
são identificados na zona da membrana basal do epitélio. O autor também chama a atenção para a fibronectina, uma glicoproteína com função de adesão, encontrada em toda
a lâmina própria da prega vocal.
Hirano, Sato (1993) apresentam
a estrutura anatômica de pregas vocais humanas, através de secções
histológicas de laringes inteiras. Neste
trabalho, os autores também mostram
um corte coronal da parte intermembranácea da prega vocal de um indivíduo adulto e um recém-nascido
para demonstrar a composição única
da estrutura vibratória da prega vocal.
14
Friedrich et al (1993) reforçam o
conceito da estrutura complexa da
prega vocal, que é a base da compreensão da capacidade vocal humana. Os autores relatam diferenças histológicas ao longo do eixo longitudinal. A porção vibratória, ou parte intermembranácea da glote, apresenta
uma lâmina própria com três camadas histologicamente diferentes,
conectadas ao rígido esqueleto laríngeo por zonas de transição altamente diferenciadas: as máculas flavas anterior e posterior (MFA e MFP). Os
autores observam também cinco regiões diferentes, histológica e funcionalmente: MFA, porção média do
bordo livre vibrátil e MFP (glote anterior); e processo vocal e cartilagem
aritenóidea (glote posterior).
Rodeño et al (1993) voltam a
analisar histoquímica e morfometricamente os músculos laríngeos.
Os autores identificam que 66,15%
das fibras musculares do cricoaritenóideo posterior são do tipo I,
enquanto 55,84% das fibras do
tireoaritenóideo são do tipo II. Isso
se correlaciona com a função desses diferentes músculos: o cricoaritenóideo posterior é um músculo abdutor, inspiratório, que necessita de grande resistência à fadiga, enquanto o tireoaritenóideo é
um músculo rápido, com função
esfincteriana.
Gray et al (1994) analisam laringes humanas, através de microscopia
eletrônica de transmissão. Os autores detalham os aspectos ultraestruturais da zona da membrana basal
do epitélio da prega vocal, em especial, das fibras de ancoragem, que são
compostas predominantemente por
colágeno tipo VII. Essas fibras têm um
aspecto de elo de corrente, unindo a
lâmina densa da zona da membrana basal às fibras de colágeno da
camada superficial da lâmina própria.
Sato, Hirano (1995) analisam as
máculas flavas de laringes humanas
de indivíduos adultos, através de microscopia óptica, microscopia eletrônica de varredura e de transmissão.
As máculas flava anterior e posterior
apresentam uma forma elíptica e são
compostas por fibroblastos, fibras
elásticas, fibras colágenas e substân-
cia amorfa. Os fibroblastos sintetizam
e, ocasionalmente, fagocitam as fibras
elásticas e as fibras de colágeno.
Ishii et al (1996) realizam um estudo tridimensional do arranjo das
fibras elásticas e colágenas na prega
vocal, através de técnicas de digestão seletivas para as fibras. Na camada superficial da lâmina própria,
observam-se agrupamentos de fibras
colágenas e fibras elásticas finas de
trajeto retilí-neo ou em espiral. Na camada intermediária, se encontram fibras elásticas espessas, fibras colágenas de trajeto longitudinal ao
bordo livre da prega vocal e finas fibras elásticas em espiral. O espaço
entre as fibras de colágeno são amplos e preenchidos pelas fibras elásticas espessas e abundantes. Na camada profunda, encontram-se feixes
densos de fibras colágenas e finas
fibras elásticas em espiral.
Pawlak et al (1996) analisam, de
forma pioneira, a substância amorfa
da lâmina própria da prega vocal humana. A matriz extracelular da lâmina
própria é composta de dois grupos
de macromoléculas: as proteínas fibrosas (fibras elásticas e colágenas);
e as proteínas intersticiais ou “de preenchimento” (proteoglicanas e glicoproteínas), que compõem a substância amorfa. Os proteoglicanos (decorina, fibromodulina, agregan, versican, perlecan) são constituídos por
glicosaminoglicanas ligadas covalentemente a uma cadeia protéica. As
glicosaminoglicanas (querantansulfato, condroitinsulfato, dermatansulfato, heparansulfato e o ácido hialurônico) são polissacarídeos lineares
negativamente carregados. Enquanto o colágeno e as fibras elásticas conferem, respectivamente, resistência
e elasticidade aos tecidos, os proteoglicanos e as glicosaminoglicanas formam géis, que tem diversas funções
na matriz extracelular, como preenchimento e controle da viscosidade.
Os autores sugerem um papel importante para a fibromodulina em
toda a lâmina própria, especialmente
na região do ligamento vocal. A decorina está presente principalmente
na região da camada superficial,
onde se liga a fibras de colágeno do
tipo I e III, alterando sua cinética de
formação. In vitro, são sintetizadas fibras colágenas mais finas e menores
na presença dessa proteoglicana. O
agregan e o versican parecem não
ter grande importância na prega vocal. O perlecan (heparansulfato proteoglicano) encontra-se na zona da
membrana basal do epitélio e se liga
a laminina, fibronectina e colágeno IV.
Hammond et al (1997) estudam
as características morfológicas de dois
importantes constituintes da matriz
extracelular da prega vocal: a elastina
e o ácido hialurônico (AH), além de
realizar o primeiro estudo histológico
quantitativo. Os autores identificam fibras elásticas maduras concentradas
nas camadas intermediária e profunda da lâmina própria, especialmente
na primeira. Fibras elásticas finas também são observadas na camada superficial, sendo distintas das fibras
elásticas maduras da camada intermediária. As fibras da camada superficial são do tipo oxitalânicas, formadas por microfilamentos com pouca
quantidade de elastina no centro, e
elaunínicas, com um pouco mais de
elastina. Também descrevem uma
maior concentração de AH na camada intermediária da prega vocal.
Štiblar-Martinèiè (1997) realiza
ampla revisão sobre a histologia da
mucosa laríngea, com ênfase no epitélio estratificado pavimentoso não
queratinizado da parte vibrátil das
prega vocais, no epitélio pseudo-estratificado ciliado (respiratório) do
restante da laringe e no epitélio de
transição entre eles. Entre as células
basais do epitélio estratificado, as células de Langerhans formam uma
rede de células imunocompetentes,
que tem importante função imunológica na apresentação de antígenos.
O epitélio do tipo respiratório é formado por quatro tipos de células epiteliais e por células neuro-endócrinas.
Sanders et al (1998) analisam o
músculo tireoaritenóideo de laringes
humanas, através de microscopia óptica. Segundo os autores, a porção medial do músculo, denominada músculo vocal (VOC), teria dois subcompartimentos: um superior e outro inferior, diferentes do ponto de vista
anatômico e funcional.
Apesar dos recentes conhecimen-
tos evidenciarem a importância da lâmina própria na mecânica da vibração, os estudos até então se concentram na análise de diferentes proteínas da lâmina própria, não avaliando seu componente celular. Catten
et al (1998) são os pioneiros a analisar a celularidade da lâmina própria.
Os autores quantificam três tipos diferentes de células (fibroblastos, miofibroblastos e macrófagos) na lâmina própria de pregas vocais humanas. Os fibroblastos constituem o
principal componente celular, presentes em toda a lâmina própria e
apresentando maior concentração
na região mais profunda; os miofibroblastos se concentram na região
mais superficial; em 30% dos casos
também se identificam macrófagos
na região mais superficial. O maior
número fibroblastos em estado ativo na região superficial pode indicar
um processo de reparo contínuo a
injúria vocal; assim como o maior número de macrófagos pode indicar
uma resposta inflamatória aos irritantes de mucosa.
Sato, Hirano (1997) analisam,
através de microscopia eletrônica de
varredura e transmissão, a estrutura tridimensional dos pequenos
vasos sanguíneos da lâmina própria
da prega vocal, com atenção especial aos pericitos. Os autores demonstram muitos pericitos em torno dos capilares da mucosa, que
têm a função de suporte mecânico
e proteção da parede capilar durante a vibração tecidual.
Milutinoviæ et al (1998) analisam histologicamente pregas vocais
humanas e demonstram, mais uma
vez, o ajuste funcional para a função de fonação.
Sato (1998) mostra a estrutura
tridimensional das fibras reticulares,
fibras de colágeno do tipo III, que
são encontradas nas camadas superficial e intermediária da lâmina própria da prega vocal. Essas fibras não
formam feixes, mas se ramificam e
anastomosam em uma delicada trama tridimensional, bem espaçada. Os
espaços entre as fibras são preenchidos por glicosaminoglicanas
(proteoglicanos), glicoproteínas e fibras elásticas.
Hirano et al (1999) analisam,
através de microscopia eletrônica de
transmissão, os fibroblastos em duas
regiões da prega vocal: na região da
mácula flava e no espaço de Reinke.
Na mácula flava, os fibroblastos apresentam forma estrelada, com delicados processos citoplasmáticos e mostram sinais de atividade na síntese de
fibras colágenas e elásticas. No espaço de Reinke, a maioria dos fibroblastos mostra sinais de inatividade
na produção de fibras. Os autores
postulam que os fibroblastos das macula flava são responsáveis pelo desenvolvimento e metabolismo das
proteínas do ligamento vocal, enquanto os presentes no espaço de
Reinke só são ativados quando ocorre lesão tissular.
Gray et al (1999) revisam a função dos proteoglicanos, glicosaminoglicanas e glicoproteínas na biomecâ-nica da fonação e analisam a distribuição dos proteoglicanos decorina,
fibromudulina e biglican na lâmina
própria da prega vocal humana. A
decorina se concentra predominantemente na camada superficial, enquanto a fibromodulina nas camadas intermediária e profunda. A presença de decorina na camada superficial é provavelmente um dos fatores
responsáveis pela menor quantidade de fibras colágenas, uma vez que
ela se liga ao colágeno tipo I, levando
a formação de fibras mais finas e menores. A fibromodulina concentra-se
na região do ligamento vocal e acredita-se que ela influencie a performance do ligamento, “engraxando” as fibras colágenas e elásticas. A
fibronectina é uma glicoproteína
onipresente na lâmina própria, relacionada a adesão entre os diversos
componentes da matriz extracelular
e das células teciduais. Os autores
analisam também a distribuição do
ácido hialurônico, que se concentra
na camada intermediária da lâmina
própria, com coloração mais intensa
na região imediatamente abaixo do
bordo livre da prega vocal, onde se
inicia a onda mucosa.
Gray et al (2000) discutem a composição molecular da prega vocal e a
relação entre as proteínas fibrosas
(fibras elásticas e fibras colágenas),
15
com a fisiologia e a biomecânica deste tecido. Os autores discutem a importância dessas fibras, através de
curvas de tensão-estiramento, analisando a participação das fibras elásticas e colágenas na variação dinâmica do pitch vocal. O colágeno é uma
proteína que suporta tensão e contribui para a resistência do tecido,
enquanto as fibras elásticas são proteínas que permitem a deformação e
o retorno à forma original do tecido.
Gray (2000) faz uma ampla revisão da histologia e ultraestrutura das
pregas vocais, correlacionando esses
dados com condições de saúde e doença vocal. O autor se detém no
epitélio, zona da membrana basal e
na lâmina própria, analisando tanto
do ponto de vista da microscopia
óptica quanto da microscopia eletrônica. Analisando os diversos constituintes da lâmina própria, como os
componentes celulares e a matriz
extracelular, com ênfase nas proteínas fibrosas (fibras elásticas e
colágenas), proteínas intersticiais
(glicosaminoglicanas, proteoglicanos e
glicoproteínas) e outras moléculas,
como carboidratos e lipídeos. O autor ainda discute o mecanismo de
regulação da matriz extracelular, realizada pelos fibroblastos.
Não existem estudos em humanos que avaliam a regulação da matriz extracelular da prega vocal. No
entanto, alguns modelos animais podem explicar esse mecanismo. Ding
e Gray (2001) observam, em ratos,
que a produção de colágeno diminui dramaticamente com a idade. A
produção das enzimas que degradam o colágeno, as metaloproteinases, também diminui significativamente com a idade. A produção dos inibidores teciduais das metaloproteinases,
por sua vez, não se altera com o envelhecimento, permanecendo relativamente constante. O efeito fisiológico
é uma lentificação na renovação do
colágeno, que se torna “velho”. Esse
colágeno velho apresenta um maior
número de ligações cruzadas entre
suas moléculas, levando ao aumento da rigidez tecidual. Essas alterações,
num dos componentes principais da
matriz extracelular da prega vocal,
podem contribuir de maneira impor-
16
tante para as alterações vocais que
ocorrem na presbifonia.
Guida, Zorzetto (2000) voltam a
analisar histoquímica e morfometricamente o músculo vocal. Confirmam os achados de distribuição em
mosaico dos tipos de fibras musculares, sendo que 40,5% das fibras
são do tipo I, 54,75% do tipo IIA e
4,75% IIB. Esses achados mostram
que o músculo vocal tem um metabolismo aeróbico, resistente a fadiga
e de contração rápida.
Sato et al (2001) complementam
os estudos de Hirano et al (1999)
sobre os fibroblastos da prega vocal
humana.
Ward et al (2002) realizam
uma extensa revisão da estrutura
molecular e da função biológica do
ácido hialurônico, e de sua importância na voz humana. Reafirmam
seu papel fundamental na estrutura da prega vocal, controlando
a viscosidade tecidual, a absorção
de choques e o preenchimento de
espaço.
Hirschi et al (2002) realizam
uma revisão sobre a fibronectina
na prega vocal humana, que tem
função importante na ligação entre as moléculas da matriz extracelular (colágeno, ácido hialurônico
e proteoglicanos) e entre as células e a matriz, assim como na
embriogênese, na cicatrização de
feridas e na trombose.
Recentemente, contestamos a distribuição das fibras colágenas na lâmina própria da prega vocal. A concentração das fibras apenas na camada profunda não explica completamente muitas das propriedades viscoelásticas da lâmina própria. A camada superficial é a região que mais
vibra durante a fonação, necessitando, portanto, de um arcabouço fibroso para manter sua integridade estrutural. Coerentes com nossas suposições, estudos recentes sugerem um
padrão diferente de distribuição, com
uma faixa consistente de colágeno na
região da camada superficial da lâmina própria (Hammond et al, 2000;
Sato et al, 2002).
Nosso grupo de pesquisa (Melo
et al, 2003; Melo, 2004), analisando
a distribuição das fibras colágenas na
Figura 1 (a) - Fotomicrografia de
corte histológico transversal da porção
média da glote intermembranácea de
homem de 57 anos, corada pelo Picrossírius e observada sob iluminação
convencional e luz polarizada.
Figura 1 (b) - Observe as duas faixas de colágeno, uma imediatamente
abaixo do epitélio, e outra mais densamente organizada na camada profunda, superficialmente ao músculo vocal
(setas), com uma delicada camada de
permeio. x 50
lâmina própria através do Método da
Picrossírius-polarização, observou
uma estreita faixa superficial de fibras
colágenas, imediatamente abaixo do
epitélio, e outra faixa de fibras colágenas mais densamente organizadas
na região profunda da lâmina própria, superficialmente ao músculo vocal. Ambas as faixas são constituídas
por fibras vermelhas e amarelas, com
uma camada de permeio, mostrando uma delicada trama de fibras
b). Ao anaesverdeadas (Figura 1a e b)
lisar as imagens em maior aumento,
evidenciou-se que a fina faixa de fibras colagenosas, a qual se encontra
abaixo da membrana basal do epitélio, apresenta um arranjo de fibras
entrelaçadas em uma delicada trama
semelhante a uma “cesta de vime”
(Figura 2a). Na objetiva de imersão,
notaram-se duas populações de fibras colágenas neste arranjo em trama: uma população de fibras coradas em amarelo ou vermelho, gros-
Figura 2 (a) - Fotomicrografia de
corte histológico transversal da porção
média da glote intermembranácea, de
mulher de 59 anos, corada pelo Picrossírius e observada sob luz polarizada. Observe o arranjo entrelaçado das
fibras formando uma rede na faixa estreita abaixo do epitélio (EP). x 400.
sas, fortemente birrefringentes e outra
de fibras coradas em verde, finas, fracamente birrefringentes (Figura 2b).
As primeiras são caracterizadas
como fibras colágenas tipo I, e as
últimas, como colágeno tipo III (Montes, Junqueira, 1991). Ao observar
a lâmina própria em detalhe, verificou-se que as fibras colágenas, na
sua região profunda, apresentaram-
Figura 2 (b) - Observe as duas populações de fibras colágenas no arranjo em rede: uma população de fibras
amarelas ou vermelhas, espessas, fortemente birrefringentes (seta), e uma
outra de fibras verdes, finas e fracamente birrefringentes (seta). x 1000
se também com um arranjo entrelaçado, porém mais densamente organizado. O colágeno da camada
profunda da lâmina própria penetrou no músculo vocal, através de
prolongamentos com o mesmo padrão de organização em torno dos
feixes musculares, constituindo o
perimísio (Figura 3).
Até o presente momento, a imunoistoquímica identifica o colágeno
tipo III como o tipo predominante na
lâmina própria, não identificando co-
Figura 3 – Fotomicrografia de
corte histológico transversal da
porção média da glote intermembranácea de homem de 57 anos,
corada pelo Picrossírius e observada sob luz polarizada. Observe
que as fibras colágenas na camada profunda da lâmina própria
também apresentam o padrão entrelaçado, mais densamente organizado, penetrando no músculo
vocal (VOC), em torno dos feixes
musculares, através de prolongamentos com o mesmo padrão de
organização (setas). x 200
lágeno I na prega vocal (Gray et al,
1993). No entanto, a imunoistoquímica depende da interação com
antígenos teciduais, e o colágeno rapidamente perde sua antigenicidade
no “post mortem” (Gray et al, 2000).
Com o Método da Picrossírius-polarização, foram evidenciadas duas populações de fibras colágenas na lâmina própria que, provavelmente,
correspondem aos tipos I e III. A
identificação dos dois tipos de
colágeno na lâmina própria é concordante com as descrições ultraestruturais observadas na literatura
(Hirano, 1975; Hirano, 1981; Ishii
et al, 1996; Sato, 1998), que descrevem dois tipos de fibras de
colágeno: fibras finas e delicadas
Figura 4 (a) - Esquema tridimensional do arranjo espacial das fibras
de colágeno em “cesta de vime” .
(colágeno III) e fibras grossas, que
formam feixes (colágeno I).
O arranjo, descrito por nosso grupo, pode permitir um certo afastamento entre as fibras, como uma
malha que se abre (Figura 4a e b)
b)..
Mesmo as fibras de colágeno sendo pouco extensíveis, o deslizamento entre elas permite que a
estrutura seja deformada como um
todo, até o ponto máximo de
estiramento do sistema, exigindo
pouco alongamento das fibras individuais, à semelhança dos achados em pleura visceral humana (Lemos et al, 1997). Esta configura-
Figura 4 (b) - O deslizamento entre
as fibras permite a deformação da estrutura, como uma malha que se abre.
ção proporciona um arcabouço flexível à camada superficial, que vibra
acentuadamente na fonação e necessita desse arranjo de fibras para
manter sua integridade estrutural. Ao
mesmo tempo, esse arranjo confere
resistência ao ligamento vocal, que
apresenta um entrelaçamento mais
denso de fibras.
Concluímos que, mesmo com
o crescente interesse no estudo
da histologia e da ultraestrutura da prega vocal ocorrido nos
últimos anos, ainda resta muito
a ser pesquisado até compreendermos completamente todas as
propriedades biomecânicas desses poderosos instrumentos, que
são nossas pregas vocais. Em especial, os processos de interação e de regulação gênica da matriz extracelular e suas alterações
relacionadas ao envelhecimento
e aos diversos estados de doença vocal.
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