Programe-se para o Encontro Ibero-Latino - ABLV
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Programe-se para o Encontro Ibero-Latino - ABLV
1 Editorial Prezados Colegas Otorrinolaringologistas, Estamos mais uma vez iniciando um novo ano, renovando as esperanças e revitalizando nossos ânimos para maximizar nosso desempenho em nossas atividades profissionais. Nós, da diretoria da Academia Brasileira de Laringologia e Voz, temos a plena sensação de que, apesar das dificuldades e algumas falhas, cumprimos a nossa missão da melhor forma possível durante o ano de 2004. Aproveitamos a oportunidade para agradecer imensamente por todo o apoio recebido durante todos esses meses. Destaque das atividades de 2004 foi a entrega do documento formal do Consenso Nacional sobre V oz Profissional Vo às esferas competentes, para dar seguimento à tramitação política. As normas, diretrizes e recomendações levaram três anos de debates e reuniões, sendo finalizadas no ano passado. O documento foi recebido com grande entusiasmo pelas autoridades dado à importância que esse tema tem dentro das questões que envolvem a saúde do trabalhador. Para 2005, temos novos projetos a serem realizados como a Campanha da V oz Vo (cujo material de divulgação já foi entregue, em sua maior parte, durante o Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia em Fortaleza), Encontro Iberolatino-americano de Laringologia e Fonocirurgia em Manaus, Cursos Itinerantes e o Congresso TTriológ riológ ico em Santos riológico Santos. Neste momento, por razões de cronograma, gostaríamos muito de convidálos a agendarem e a participarem do Encontro Ibero-latino-americano de Laringologia e Fonocirurgia em Manaus, a ser realizado no período de 26 a 28 de maio, juntamente com o Congresso Norte-nor- 2 deste de Otorrinolaringologia. Nesse evento, contaremos com a presença de renomados laringologistas e fonocirurgiões representantes de vários países da América LaDomingos Tsuji tina e Península (Presidente) Ibérica, além de vários expoentes da laringologia brasileira. A programação científica do Encontro iberolatino-americano está sendo elaborada com grande cuidado, procurando incluir temas que sejam proveitosos para todos, ao mesmo tempo em que os palestrantes possam apresentar aquilo que fazem de melhor dentro da laringologia. Será uma oportunidade única para nos atualizarmos cientificamente e conhecermos a exuberância da natureza amazônica e o seu afetuoso povo. Gostaríamos também de reiterar que o material da Campanha da Voz (que ocorrerá no período de 11 a 16 de abril), está a sua disposição na sede da ABLV. Finalmente, gostaríamos de desejar que 2005 seja um ano repleto de sucesso profissional e pessoal e, sobretudo, muita HARMONIA entre os membros de nossa sociedade. Abraços cordiais Diretoria ABLV Domingos Tsuji (Presidente) Geraldo Druck Sant’ Anna Sant’Anna (Vice-presidente) Paulo Perazzo (Secretário Geral) Jefferson D’ Avila D’A (Tesoureiro) Rui Imamura (Secretário Adjunto) José Eduardo Pedroso (Tesoureiro Adjunto) Patrícia Santoro (Diretora de publicações) DIRETORIA EXECUTIVA Presidente: Domingos Hiroshi Tsuji São Paulo – SP Vice Presidente: Geraldo Druck Sant’anna Porto Alegre - RS Secretário Paulo Perazzo Salvador - BA Secretário Adjunto Rui Imamura São Paulo - SP Tesoureiro Jéferson Sampaio D’avila Aracaju – SE Tesoureiro Adjunto José Eduardo Pedroso São Paulo – SP REPRESENTANTES REGIONAIS Regional I – Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima e Tocantins Eduardo A. Kauffman (Manaus) Regional II – Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba, e Rio Grande do Norte José Wilson Meireles (Fortaleza) Regional III – Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia Fabio Coelho A. Siqueira (Recife) Regional IV – Espírito Santo e Rio de Janeiro Guido Herbert F. Heisler (Rio de Janeiro) Regional V – Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais Edson Luiz Costa Monteiro (Goiânia) Regional VI – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul Marcos Antônio Nemetz (Sta. Catarina) Regional VII – São Paulo (interior) Mario Luiz A. da S. Freitas (Sorocaba) CONSELHO FISCAL Osíris de Oliveira Camponês do Brasil São Paulo - SP Gabriel Kuhl - Porto Alegre - RS Antônio Maciel da Silva - Andradina - SP Carlos Takahiro Chone - Campinas - SP Frederico José Jucá Pimentel - Recife - PE Vox Brasilis Ano 11 • Nº 11 • Fevereiro de 2005 Realização Sintonia Comunicação Coordenação Editorial Patrícia Paula Santoro Jornalista Responsável Claudio Barreto - MTB: 24.018 Projeto Gráfico Alisson Alonso Nunes Diretoria de Publicações [email protected] Vox Brasilis é o boletim informativo da Academia Brasileira de Laringologia e Voz. Fale conosco Av. Indianópolis, 740 • Moema • 04062-001 • São Paulo • SP Telefax: (11) 5052-2370 / 5052-9515 E-mail: [email protected] PÁGINA RESERVADA PARA ANÚNCIO SIGMA PHARMA 3 Agenda FEVEREIRO • 25 e 26 Fevereiro 2005 V th ELS W orkshop, Main TTopic: opic: “T he Workshop, “The Glottic Gap” Ilustre Colegio Oficial de Médicos de Madrid - President of the Organizing Committee: Primitivo Ortega - e-mail: [email protected] - site: http:// www.seorl.net/congreso_V.php MARÇO • 04 e 05 de Março 2005 V Curso Prático sobre o TTratamento ratamento de Ronco e Apnéia Obstrutiva do Sono da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto -USP - Coordenação Científica: Dr. José Antonio A Oliveira / Dr. Denilson Fomin - Local: CEAPS - Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Cidade: Ribeirão Preto - SP - Telefone: (16) 602-2863 • 09 e 10 Março 2005 Curso TTeórico-Prático eórico-Prático de Microcirurg ia Microcirurgia de Laringe com Dissecção de Peças Coordenadores: Domingos Tsuji, Luis Ubirajara Sennes, Richard Voegels e Rui Imamura - Local: Anfiteatro de ORL do Hospital das Clínicas - e-mail: www.forl.org.br • 10 a 13 Março 2005 2nd International Conference on Advanced Dig ital TTechnolog echnolog Digital echnologyy in Head and Neck Reconstrution: Future Directions. - Local: Banff, Alberta - Canadá - Cidade: Banff Telefone: (1) (858)272-1018 - Fax: (1) (858)272-7687 - e-mail: [email protected] site: www.res-inc.com/advanced_technology.htm • 11 e 12 Março 2005 Curso TTeórico-Prático eórico-Prático de TTireoplastia ireoplastia com Dissecção de Peças Coordenadores: Domingos Tsuji, Luis Ubirajara Sennes, Richard Voegels e Rui Imamura - Local: Anfiteatro de ORL do Hospital das Clínicas - e-mail: www.forl.org.br • 26 a 18 de Maio 2005 I I I Curso TTeórico-Prático eórico-Prático de Laringolog ia Laringologia da Santa Casa de São Paulo Local: Departamento de Otorrinolaringologia Santa Casa de São Paulo - Cidade: São Paulo - SP - telefone: (11) 3226-7235 ABRIL • 01 e 02 Abril 2005 VI Curso Internacional TTeórico-prático eórico-prático de laringologia e voz da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP - Coordenação Científica: Dr. Denilson Fomin - Local: Deptº de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço - cidade: Ribeirão Preto - SP - Telefone: (16) 602-2863 e-mail: [email protected] 4 • 6 a 8 Abril 2005 Airway Diseases - A Shared Approach to Management - York, UK - Organised by: The University of York - contact: [email protected] - site: http://www.airwaydiseasesyork2005.com • 25 a 30 Junho 2005 Congresso Mundial de Otorrinolaringologia Cidade: Roma - País: Itália - telefone: ++39 0577 40034 - e-mail: [email protected] site: www.ifosrome2005.com • 07 e 09 Abril 2005 XII Jornada Sul - Brasileira de Otorrinolaringologia - Coordenação Científica: Drs.: Álvaro Pacheco, Pedro Nunes, Syriaco Kotzias e Cláudio de Vincenzi - Local: Hotel Plaza Itapema - SC - Telefone: (47) 433-3060 e-mail: inscriçã[email protected] SETEMBRO • 25 a 28 Setembro 2005 2005 Annual Meeting & O TO EXPO OT American Academy of Otolaryngology— Head and Neck Surgery California, September 25-28, 2005 - site: http://www.entlink.net/meetings/ meetings/Annual-Prep.cfm • 17 a 20 Abril 2005 10th International Congress on Surgical and Prosthetic Rehabilitation after Laryngectomy 6th International EGFL Workshop: High Tech Rehabilitation after Laryngectomy Groningen, The Netherlands Organised by: EGFL EGFL, ELS (invited society), ESEM (invited society) Contact: [email protected] www.med.rug.nl/bme/egfl MAIO • 05 a 07 Maio 2005 eórico-Prático sobre Ronco XI Curso TTeórico-Prático e Apnéia Obstrutuva do Sono Coordenação Científica: Dr. José Antônio Pinto - local: Hospital São Camilo - S. Paulo Cidade: São Paulo - SP - telefone: (11) 5573-1970 - e-mail: [email protected] • 26 a 28 Maio 2005 VIII Congresso Norte-Nordeste de Otorrinolaringologia e Encontro IberoLatino-Americano de Laringologia e Fonocirurgia Local: Hotel Tropical - cidade: Manaus AM - telefone: (11) 50529515 R:5 e-mail: [email protected] - site: www.sborl.org.br JUNHO • 13 e 14 Junho de 2005 I Curso TTeórico-Prático eórico-Prático de Disfunções da Deglutição e Refluxo Laringofaríngeo Coordenadores: Luis Ubirajara Sennes, Domingos H. Tsuji, Patrícia P. Santoro, Raquel A.Tavares - local: Anfiteatro de ORL do Hospital das Clínicas - e-mail: www.forl.org.br • 16 a 18 Junho 2005 8º Congresso da Associação Centro Brasileira de Otorrinolaringologia Local: CEA - Fac. Medicina do Triângulo Mineiro - Cidade: Uberaba - MG - telefone: (11) 5052-9515 R:5 - e-mail: [email protected] - site: www.sborl.org.br OUTUBRO • 06 a 08 Outubro 2005 Curso TTeórico-Prático eórico-Prático de Microcirurg ia Microcirurgia de Laringe com Dissecção de Peças Coordenadores: Dr. Domingos H. Tsuji, Dr. Luiz Ubirajara Sennes e Dr. Richard L. Voegels - local: Anfiteatro de ORL do Hospital das Clínicas - e-mail: www.forl.org.br • 20 e 21 Outubro 2005 Curso TTeórico-Prático eórico-Prático de Ronco e Apnéia do Sono Coordenadores: Dr. Gilberto Formigoni e Dr. Luiz Ubirajara Sennes - local: Anfiteatro de ORL do Hospital das Clínicas e-mail: www.forl.org.br • 27 a 29 de Outubro 2005 IV Curso TTeórico-Prático eórico-Prático de Laringolog ia Laringologia da Santa Casa de São Paulo Local: Departamento de Otorrinolaringologia Santa Casa de São Paulo - Cidade: São Paulo - SP - telefone: (11) 3226-7235 NOVEMBRO • 10 a 14 Novembro 2005 IV Congresso TRIOLÓGICO de Otorrinolaringologia Local: Centro de Convenções Mendes Cidade: Santos - SP - telefone: (11) 50529515 R:5 - e-mail: [email protected] site: www.sborl.org.br Manaus Programe-se para o Encontro Ibero-LatinoAmericano de Laringologia e Fonocirurgia, em Manaus, de 26 a 28 de maio Juntamente com o VIII Congresso Norte-Nordeste de Otorrinolaringologia, ocorrerá também a primeira versão do Encontro Ibero-LatinoAmericano de Laringologia e Fonocirurgia. A Academia Brasileira de Laringologia e Voz, em parceria com a Sociedade Norte-Nordeste de Otorrinolaringologia e a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia CérvicoFacial, tem mais uma vez a honra de convidá-los a participarem desse inédito evento, que ocorrerá em Manaus – AM, de 26 a 28 de maio. O evento contará com a presença de renomados laringologistas e fonocirurgiões de diversos países da América Latina, além de vários expoentes da laringologia brasileira. Dentre os convidados internacionais confirmados até o momento, estão: Dr. Masao Kume (México), Dr. Guillermo Campos (Colombia), Dr. Ricardo Serrano (Argentina), Dr. Pedro Hounie (Uruguai), Dr. Peter Batista (Venezuela), Dr. Ricardo Carrau (USA), Dra. Íris Rodriguez (Argentina), Dr. César Franco Peña (Paraguai) e Dr. José A. Campos. (Costa Rica). A programação científica, que já está quase completamente elaborada, procurou incluir temas de interesse de todos e que serão apresentados de maneira bastante dinâmica, privilegiando principalmente a discussão entre os ouvintes e os palestrantes. Assim, além de palestras de atualizações sobre temas específicos, teremos vários painéis, mesas-redondas, happy-hour com o professor, além de sessões onde a platéia poderá interagir diretamente com os apresentadores e componentes da mesa. Algumas sessões prometem atrair a atenção dos colegas, como: “Avaliação Clínica e Tratamento dos Distúrbios da Deglutição”, com Ricardo Carrau (USA); “Alergia e Voz”, ministrada por Victor Eduardo Vera Martinez (México); “Como Evitar Complicações em Fonocirurgia” será o tema abordado por Masao Kume (México); Guillermo Campos (Colombia) falará sobre “Manejo da Cicatrização Indesejável das Pregas Vocais” e “Manejo da Incompetência Glótica por Lipoinjeção”. Outras palestras previstas na programação, abordarão de forma dinâmica e atualizada temas controversos como: “Câncer de Laringe”, “Enfermidades faringolaríngeas de ordem neurológica”, “Lesões Benignas de Pregas Vocais (inflamatórias e AEM)” e “Disfonia em Profissionais da Voz”. Novidade na programação serão os Happy-Hour´s com o professor. Modelo vanguardista de reunião científica, as sessões prometem tornar bastante estreito e informal o conta- to dos congressistas com os palestrantes, abordando, num clima descontraído, temas de grande importância como: “Lesões Pré-Neoplásicas, Tumores Iniciais e Estenose Laríngea”, “Fonomicrocirurgia – Indicações e Técnicas”, “Tratamento NãoCirúrgico das Laringopatias”, e “Papilomatose Laríngea e Disfonia na Infância”. Na sessão de pôsteres, teremos a oportunidade de contar com a presença de convidados internacionais e nacionais que estarão à disposição para fazer comentários e sugestões sobre os trabalhos científicos apresentados, valorizando dessa forma a pesquisa realizada pelos nossos colegas. Esse evento conta também com o apoio da Associação Latino-Americana de Laringologia e Fonocirurgia recém-fundada em novembro durante o Congresso Panamericano de Otorrinolaringologia na Guatemala - e sediará a sua primeira reunião administrativa, onde discutiremos o seu novo estatuto, além de admitir novos associados. Acreditamos que essa rica programação científico-acadêmica e a relevância da reunião da Associação Latino-Americana de Laringologia e Fonocirurgia sejam de grande interesse para todos, constituindo oportunidade única para o nosso aperfeiçoamento profissional. Além disso, não podemos deixar de ressaltar os inúmeros atrativos culturais e geográficos da exuberante Amazônia, cujo apelo turístico, por si só, já justificaria sua vinda a Manaus. Isto sem contar o clima de amizade e cordialidade do afetuoso povo amazonense. Esperamos vocês em Manaus! E sejam muito bem-vindos! 5 Documento Consenso de Voz Profissional Após ter sido totalmente concluído, de forma democrática e representativa, com a participação de otorrinolaringologistas, foniatras, peritos e médicos do trabalho, o documento formal do Consenso Nacional sobre Voz Profissional foi entregue às autoridades competentes. O relatório chegou às mãos de autoridades representantes do Departamento do Regime Geral de Previdência Social do MPAS – DF, do COSAT – Ministério da Saúde – DF , do DSSTMinistério do Trabalho e Emprego – DF e da Força Sindical de São Paulo – SP, durante IV Fórum Presença ANAMT – 2004, ocorrido no dia 26 de novembro, em São Paulo. Estavam presentes para a solenidade de entrega do documento: Domingos Tsuji (Presidente da Academia Brasileira de Laringologia e Voz), René Mendes (Presidente da ANAMT), Aizenaque Grimaldi de Carvalho (Diretor da ANAMT e Presidente da Sociedade Paulista de Medicina do Trabalho – SP) e Arlindo Gomes (Diretor Científico da ANAMT – RJ). Entrega do Documento para o Representante da Força Sindical Sr. Valdete Lopes Ferreira - São Paulo - SP - Da esquerda para direita: Dr. Aizenaque Grimaldi de Carvalho (Diretor da ANAMT e Presidente da Sociedade P aulista de Medicina do TTrabalho rabalho – Paulista SP); Dr. Arlindo Gomes (Diretor Científico da ANAMT – RJ); Sr. Valdete Lopes Ferreira (Força Sindical – São Paulo – SP e Vice-Presidente do Sindicato dos Técnicos de Segurança do Trabalho no Estado de São P aulo); Dr omingos TTsuji suji Paulo); Dr.. D Domingos (Presidente da Academia Brasileira de Laringologia e Voz). Entrega do D ocumento para o Diretor do DSS T- Ministério do Documento DSST Trabalho e Emprego - Dr onciani - Brasília - DF Dr.. Mario B Bonciani Da esquerda para a direita: Dr. Mario Bonciani (Diretor do DSS T- Ministério do TTrabalho rabalho e Emprego – DF); DSST Dr. Arlindo Gomes (Diretor Científico da ANAMT – RJ); Dr omingos TTsuji suji (Presidente da Academia Brasileira de Dr.. D Domingos Laringologia e Voz). 6 O documento foi recebido com grande entusiasmo pelas autoridades, dado a importância que esse tema representa dentro das questões que envolvem a saúde do trabalhador. Todos se comprometeram a estudar com cuidado a documentação e agradeceram a grande contribuição que os profissionais otorrinolaringologistas, médicos do trabalho e outros profissionais da área médica, que participaram do consenso, estavam fazendo com o preparo e entrega do material. Entrega do D ocumento para o Coordenador da COSA T– Documento COSAT Ministério da Saúde - Dr. Marco Antonio Perez - Brasília - DF Da esquerda para direita: Dr. Aizenaque Grimaldi de Carvalho (Diretor da ANAMT e Presidente da Sociedade Paulista de Medicina do TTrabalho rabalho – SP); Dr Dr.. Marco Antonio Perez (Coordenador da COSA T – Ministério da Saúde – DF); Dr COSAT Dr.. Arlindo Gomes (Diretor Científico da ANAMT – R J); Dr omingos TTsuji suji RJ); Dr.. D Domingos (Presidente da Academia Brasileira de Laringologia e Voz). Entrega do Documento para o Diretor do Departamento do Regime Geral de Previdência Social do MPAS - Dr. Geraldo Almir Arruda - Brasília - DF - Da esquerda para a direita: Dr. Aizenaque Grimaldi de Carvalho (Diretor da ANAMT e Presidente da Sociedade Paulista de Medicina do TTrabalho rabalho – SP); Dr omingos TTsuji suji (Presidente da Dr.. D Domingos Academia Brasileira de Laringologia e Voz); Dr. Geraldo Almir Arruda (Diretor do Departamento do Regime Geral de Previdência Social do MPAS – DF); Dr. Arlindo Gomes (Diretor Científico da ANAMT – RJ). Produção Científica Laringologia e Voz: uma especialidade em expansão O interesse pela Laringologia e Voz vem aumentando muito nos últimos anos, com um crescente número de otorrinolaringologistas comparecendo aos cursos de imersão e lotando salas de mesas redondas, painéis e cursos nos congressos de nossa especialidade. Trata-se de uma área relativamente nova, quando comparada às tradicionais: otologia e rinologia. Reflexo desta tendência é o próprio crescimento científico da sub-especialidade, com o desenvolvimento de linhas de pesquisas inéditas, metodologias criativas, além de teses experimentais de alto nível, colocando nossa literatura no contexto internacional. Mas ainda nos deparamos com diversos temas envoltos em grande controvérsia, como as alterações estruturais mínimas, as fonocirurgias, as estenoses laríngeas, o refluxo laringofaríngeo, a disfagia orofaríngea, as laringopatias ocupacionais, entre tantos outros. Apesar deste crescimento, o número de trabalhos científicos referentes à Laringologia e Voz, enviados para publicação na Revista Brasileira de ORL, ainda é pequeno em relação ao total de trabalhos enviados. “Temos no sistema da Revista Brasileira de ORL 201 trabalhos tramitando, sendo 33 de laringe”, contabiliza Henrique Olival Costa, diretor de publicações da ABORLCCF, e que atuou como presidente da Comissão Científica (temas livres) do 37.° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial – Fortaleza CE. O congresso, por sua vez, foi palco para a apresentação de interessantes temas livres em Laringologia e Voz, além de contar com uma maciça participação dos colegas otorrinolaringologistas, com um número expressivo de traba- lhos enviados de todas as sub-especialidades da Otorrinolaringologia. Chama a atenção o grande número de apresentações orais e pôsteres em comparação às demais áreas. Considerando que os trabalhos foram enviados na íntegra para participarem do congresso, nos moldes da Revista Brasileira de ORL, agora falta apenas revisá-los com maior rigor e enviá-los para publicação, consagrando a indexação da revista no Medline. Apesar do crescente desenvolvimento, a área ainda tem muito a ser explorada. Vamos fazer a nossa parte, elevando cada vez mais o nível científico das pesquisas em Laringologia e Voz. Confira, mais abaixo, os trabalhos premiados no 37.° Congresso Brasileiro, realizado na cidade de Fortaleza, relacionados à Laringologia e Voz e Cabeça e Pescoço. Temas livres apresentados no 37.° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial - Fortaleza - CE Área Apresentações Orais Pôsteres Vídeos Laringologia / Cabeça e Pescoço 78 90 2 Otologia 71 111 2 Rinologia 68 116 3 Otoneurologia 22 17 - Estomatologia 12 24 - ORL Pediátrica 28 24 - Total 279 382 7 Fonte: Revista Brasileira de Otorrinolaringologia - Anais / 37° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia - Fortaleza - CE - 2004 Categoria Ensaio Clínico e Casos Controle – segundo lugar: Estudo de linfonodo sentinela em pacientes com carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço com pescoços N0 Autor(es): Carlos TTakahiro akahiro Chone; Marcelo H. Sampaio; Elba Etchehebere; Alan O. Santos; Albina Altemani; Agricio N. Crespo. Introdução: O esvaziamento cervical eletivo (ELET) no paciente com carcinoma espinocelular (CEC) de cabeça e pescoço está indicado quando a probabilidade de metástase linfática é maior que 20%, de acordo com a localização e estádio do tumor primário. Po- rém, se o risco de metástase linfática de 20% justifica o ELET em todos pacientes com este risco, muitas das peças cirúrgicas, até 80%, serão histopatologicamente negativas. A ausência de uma metodologia em que se possa determinar qual paciente realmente apresenta metástase linfática ou não, ainda não nos permite deixar de realizar o ELET quando há alto risco de metástase linfática. O objetivo deste estudo foi utilizar a técnica de detecção e biópsia de linfonodo sentinela (LS) com linfocintilografia e gamma probe em 7 Produção Científica (continuação) pacientes com CEC de CO e OROF, para avaliar a taxa de falso negativo (LS negativo e linfonodo não sentinela positivo) e acurácia do método para, talvez, detectar quais são os pacientes que realmente necessitariam ou não de ELET. Forma de estudo: Clínico prospectivo. Material e métodos: Estudou-se vinte pacientes com CEC de CO e OROF e pescoços clinicamente negativos (cN0), sem tratamento prévio, com indicação de ELET. Todos foram submetidos a duas injeções peritumorais de 0,2 MCI de fitato99m-TC, duas horas antes da cirurgia e linfocintilografia duas horas da injeção. A seguir, o tumor primário foi ressecado e elevado retalho cutâneo para esvaziamento cervical. Com utilização de gamma probe manual foi localizado o LS e dissecado-o. Após, prosseguiuse com o ELET proposto. O LS foi encaminhado para exame histopatológico (HISTO) com hematoxilinaeosina e imunohistoquímica para avaliação de doença metastática por CEC. Resultados: Houve 17 pacientes com CEC da CO e três da OROF, elegíveis para o estudo, todos com LS detectáveis com a técnica proposta. Houve 33 pescoços avaliados, dos quais 24 apresentaram LS negativos ao exame HISTO, porém dois destes(8%) com metástases HISTO em outro linfonodo (falso negativo). Nove pescoços apresentaram LS positivos ao exame HISTO. Conclusão: A taxa de falso negativo da pesquisa e biópsia de LS deste estudo foi de 8%. A acurácia para detecção de pescoço positivo e negativo ao HISTO, neste estudo, foi de 93,9%. Categoria Iniciação Científica – Laringologia – melhor trabalho: Correlação entre pólipo de pregas vocais e achados nas pregas vocais Autor(es): João Renato Poli Swensson; Fernanda Lupere Donati; Alberto Starzewski; André de Campos Duprat; Leonardo Silva; Henrique Olival Costa. A literatura atual afirma que a principal etiologia dos pólipos de pregas vocais é o fonotrauma, que é muito freqüente em nosso meio. Acreditamos que possa existir alguma alteração anatômica prévia nas pregas vocais que possam predispor indivíduos a apresentarem lesões fonotraumáticas. Com o objetivo de contribuir na fisiopatologia dos pólipos de pregas vocais, o presente estudo procura encontrar correlação entre os pólipos de prega vocal e achados nas pregas vocais. Realizado trabalho retrospec- tivo a partir de 33 pacientes com microcirurgia de laringe por pólipo pregressa. O diagnóstico de pólipo foi feito clinicamente. Dos pacientes, 21 apresentaram pólipo em prega vocal direita, 10 na esquerda e 2 em ambas. Foram encontradas 27 lesões associadas, 10 lesões reacionais, 12 sulcos, 3 cistos, 2 ectasias capilares. Foram 14 lesões contra-laterais e 13 ipsilaterais. A nossa hipótese que uma lesão pré-existente nas pregas vocais deixa o paciente mais vulnerável é muito forte, pois das 27 le- sões encontradas, 17 são consideradas pré-existentes. As lesões poderiam interferir na coaptação das pregas vocais, gerando uma onda mucosa irregular durante a fonação, expondo o espaço de Reinke a uma agressão estrutural. Sempre que se faz o diagnóstico de pólipo de prega vocal, deve-se levar em conta não só apenas o pólipo, mas também a sua etiologia. Apesar do caráter preliminar do trabalho, ele já indica uma direção, da íntima ligação entre pólipos de pregas vocais e lesões estruturais mínimas. Categoria Melhor Pôster: Alterações da cartilagem tireóide e das pregas vocais durante a última metade do período fetal Autor(es): LLeila eila Freire Rêgo Lima; Victor Eulálio Sousa Campelo; Rui Imamura; Luciana M Nita; D omingos H TTsuji; suji; Luis U Sennes. Domingos Introdução: Com a evolução do atendimento aos neonatos, recémnascidos cada vez mais prematuros têm conseguido sobreviver. Entretanto, o desenvolvimento da laringe na última metade do período fetal não foi estudado extensivamente e tem sido descrito geralmente de forma qualitativa. O objetivo deste trabalho é o de avaliar as dimensões da cartilagem tireóide e das pregas vocais, suas relações com a idade e com as características corporais em indivíduos entre o quin- 8 to e nono mês de idade gestacional. Casuística e Métodos: Os dados para esse estudo foram obtidos de 19 laringes em autópsias de 17 natimortos e 2 recém-nascidos, com idade gestacional entre 5 e 9 meses. Resultados e Conclusão: Não houve também diferença significativa nas medidas da laringe em função do sexo (p >0,05). O peso foi a variável que apresentou relação mais próxima de uma associação linear com as medidas da laringe. A laringe da população em estudo, entre o 5.° e 9.° mês de idade gestacional, apresentou: (1) crescimento craniocaudal e ântero-posterior em função do peso, da idade gestacional e da altura; (2) crescimento das porções cartilaginosa e membranosa das pregas vocais em função do peso e da idade, mas não da altura; (3) crescimento ântero-posterior da lâmina da cartilagem tireóide maior na região posterior da lâmina do que na anterior. Não houve diferença nas dimensões da laringe em função do sexo nessa população. Capa 3.° Dia Mundial da Voz A Campanha da Voz deste ano, que será realizada durante a Semana Nacional da Voz, de 11 a 16 de abril, vai contar com a participação dos atores da Rede Globo Edson Celulari e Cláudia Raia. Os artistas, pacientes do otorrinolaringologista Marcos Sarvat, aceitaram colaborar com o evento cedendo suas imagens sem a cobrança de cachês. Eles estão em destaque nos cartazes e folders explicativos da campanha. As fotos dos artistas foram realizadas pelo fotógrafo Pedro Garrido, acostumado com as estrelas do showbizz. Ele cobrou um cachê reduzido. O mesmo ocorreu com o maquiador do casal, conhecido no meio artístico como Frazão. A maior parte do material da Semana da Voz já foi distribuída durante o 37.º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia CérvicoFacial, realizado em novembro, em Fortaleza. Com o patrocínio da Sigma Pharma, foram rodados 12 mil pôsteres, 500 mil folhetos para serem distribuídos para população e 3 mil folders explicativos para os médicos. A multinacional farmacêutica Astrazeneca patrocinou as maletas de poliuretano, que embalam o material. Pela primeira vez, a campanha conseguiu se antecipar e disponibilizar o material antes do início do Congresso Brasileiro. Isso porque o evento profissionalizou-se. Foi contratada uma empresa, a Sintonia Comunicação, para o gerenciamento da campanha. O evento deste ano traz uma novidade importante. Haverá um sorteio de prêmios para os médicos que colaborarem com a campanha. Os prêmios foram cedidos por várias empresas. Entre os brindes, estão um conjunto de microcirurgia de laringe, cedido pela Ferrari, uma Microcâmera para operações, cedido pela DocMed, uma Fonte de Luz, doado pela Machtec, um aparelho de televisão, patrocinado pela Fast Shop, além de 20 acessórios para computador, também cedidos pela Fast Shop. Durante a semana, é importante que o médico se conscientize da importância do preenchimento correto dos dados de atendimento. Com essas informações, será possível levantar uma estatística das doenças que podem prejudicar a voz. Já em sua sétima edição, a Campanha Nacional da Voz é um dos acontecimentos mais importantes para a otorrinolaringologia brasileira. Desde 1999, a cada ano, a ABLV une-se à ABORL-CCF para organizar o evento, com o intuito de orientar as pessoas para que cuidem melhor de sua voz, através de cuidados simples. Nos anos ímpares, caso de 2005, durante a Semana da Voz, os otorrinolaringologistas mobilizam-se para atender gratuitamente a população, avaliando pacientes e orientando-os quanto a um possível distúrbio na voz, ou até mesmo detectando casos mais graves. O sucesso da campanha brasileira foi tão grande que outros países resolveram adotar a idéia brasileira. A Academia Americana, assim como a Sociedade Européia de Laringologia, escolheu o dia 16 de abril como o Dia Mundial da Voz. Portugal, Espanha, Bélgica, Suíça, Itália, Argentina, Chile, Venezuela, Panamá e Estados Unidos já se manifestaram de forma positiva à campanha. Neste ano, mais países devem aderir ao evento. Contatos com a imprensa A Campanha Nacional da Voz tornou-se importante referência para os meios de comunicação graças ao esforço e a dedicação de todos os otorrinolaringologistas, que participam ativamente deste trabalho. A partir de 2003, quando foi institucionalizado o Dia Mundial da Voz, a campanha ganhou ainda mais importância e, sua divulgação, uma abrangência cada vez maior. Só nas duas últimas edições, foram veiculadas mais de 500 reportagens nas principais emissoras de rádio e TV, além de jornais e revistas de todo o país. Por isso, destacamos a importância do trabalho de assessoria de imprensa para o sucesso da campanha. Em 2005, a intenção é ampliar ainda mais esse trabalho, contando com a participação direta de todos os representantes regionais e estaduais. Sugerimos, portanto, que todos os nossos colaboradores estejam em contato com a Agência de Comunicação, pelo menos um mês antes da campanha, para unificarmos nossas ações de divulgação por todo o país. Cada representante pode contribuir com sugestões de pauta, dados estatísticos das últimas campanhas, além de informações específicas do trabalho em sua região. Solicitamos ainda que todos os contatos estabelecidos com a imprensa passem, antes, pela nossa assessoria de imprensa, o que facilitará o trabalho do jornalista e trará maior comodidade ao colega otorrino, que poderá contar com o apoio de profissionais especializados. Todas as informações da campanha estarão centralizadas no site da Semana Nacional da Voz 2005. Desta forma, você terá acesso aos dados oficiais da ABLV, que devem ser usados como referência durante a sua entrevista. Estamos trabalhando para que a Campanha Nacional da Voz mantenha seu crescimento, o que nos enche de orgulho e nos dá ainda mais motivação. 9 Capa Como participar da Campanha da voz Cadastramento É necessário que todo médico ou serviço que queira participar da Campanha da Voz faça seu cadastramento no site da ABLV, e que se comunique com seu coordenador regional ou estadual (lista no site). O médico ou instituição deverá ter uma infraestrutura mínima de atendimento. Divulgação Os médicos que não retiraram os cartazes, folders e CDs, entregues no 37º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia, ou que quiserem maior quantidade de material, deverão entrar em contato com os representantes estaduais ou regionais para recebê-lo. Organização O médico pode convidar profissionais de áreas afins, fonoaudiólogos, enfermeiros, fisioterapeutas, professores de canto, que poderão participar da campanha da voz sob sua coordenação. O atendimento poderá ser feito em hospitais ou consultórios, públicos ou particulares. Recomendamos que as consultas sejam agendadas de acordo com a capacidade de cada instituição. Caso a procura seja muito grande, senhas serão distribuídas segundo a capacidade de atendimento. Durante o atendimento, o paciente deve ser submetido a uma entrevista e/ou exame, direcionados de acordo com a ficha de atendimento padrão. Caso o paciente atendido necessite de tratamento específico, este poderá ser realizado na própria instituição (caso esta tenha interesse e infra-estrutura para tal) ou, encaminhado para um outro serviço mais adequado. O paciente deverá assinar o termo de ciência e consentimento, atestando estar ciente das orientações recebidas. 10 No final do atendimento, as fichas serão tabuladas com os principais dados e enviadas para a ABLV. Sugestões de atividades que poderão ser desenvolvidas Como é de conhecimento dos senhores, nos anos ímpares, um dos pontos fortes da Campanha é o atendimento do público com problemas vocais. Este atendimento baseia-se em dois pontos: na realização de avaliações médicas (incluindo laringoscopias), e na orientação da população. Além do atendimento à população, a Campanha pode envolver outras atividades. Em anos anteriores, diversos colegas obtiveram sucesso com diferentes atividades, que podem ser repetidas em 2005: • Orientação e esclarecimento da população quanto à saúde vocal, com a distribuição de panfletos da Campanha, em locais de grande circulação. • Shopping-centers, parques, escolas, praias, etc. • Eventos artísticos. • Shows, concertos, apresentações de coral, etc. Essas atividades podem estar associadas a palestras, mesas-redondas ou participação de médicos otorrinolaringologistas esclarecendo dúvidas da população. • Produção e inserção de anúncios gratuitos sobre a saúde vocal na mídia (rádio, TV...) Os colegas médicos estão autorizados, localmente, a fazerem contato com a Secretaria de Saúde de sua cidade, prefeitura, políticos, empresários, indústrias farmacêuticas, rádios, artistas, etc., para obtenção de quaisquer recursos para a realização e divulgação da Campanha. Sugerimos, entretanto, que o coordenador local seja consultado e informado anteriormente para evitar eventual duplicidade de solicitações. CONTEÚDO DO CD A ABLV está disponibilizando este CD,cujo conteúdo foi produzido para facilitar sua organização. Contém os seguintes arquivos: 1. Aula padrão Programa ultilizado: Microsoft Office owerPoint 2. Ficha de Atendimento P adrão com TTermo ermo de Ciência e Consentimento Padrão Programa ultilizado: Microsoft Office Word 3. Ficha de Encaminhamento Programa ultilizado: Microsoft Office Word 4. Relatório Final Programa ultilizado: Microsoft Office Word 5. Modelo de carta de solicitação de patrocínio Programa ultilizado: Microsoft Office Word 6. Folder 8 pgs.(para o médico) Programas ultilizados: QuarkXpress 6.0 e Adobe Reader 5.0 (PDF) 7. FFolder older 4 pgs.(para o público) Programas ultilizados: QuarkXpress 6.0 e Adobe Reader 5.0 (PDF) 8. Cartaz 40 x 60 cm Programas ultilizados:Corel Draw 10 e Adobe Reader 5.0 (PDF) 9. Encarte e Bolacha do CD Programas ultilizados:Corel Draw 10 e Adobe Reader 5.0 (PDF) 11 PÁGINA RESERVADA PARA ANÚNCIO 12 Artigo Histologia e ultra-estrutura da prega vocal humana Dr. Erich Christiano Madruga de Melo Doutor em Otorrinolaringologia pela FMUSP Professor do Departamento de Fisiologia e Patologia da UFPB Os seres humanos podem emitir sons dentro de uma ampla faixa de freqüência e intensidade, com uma grande variedade de qualidades tonais. Para isso, utilizam suas pregas vocais, que possuem características histológicas e estruturais muito bem adaptadas à função de fonação. Do ponto de vista fonatório, a noção mais importante da histologia da prega vocal é que ela constitui uma estrutura com múltiplas camadas, que têm propriedades mecânicas diferentes. A prega vocal não funciona como um vibrador de estrutura única, como a corda de um instrumento musical, mas sim como um vibrador de múltiplas camadas diferentes. Esta estrutura laminar permite a ampla gama de ajustes de freqüência e intensidade da voz humana. Hirano (1974) é o primeiro autor a descrever a estrutura histológica da prega vocal como um vibrador de múltiplas camadas. Iniciando uma série de estudos histológicos e ultraestruturais (Hirano 1975), o autor demonstra que a prega vocal é uma estrutura composta por cinco camadas: epitélio de revestimento; lâmina própria, com camada superficial, intermediária e profunda; e músculo vocal – a porção medial do músculo tireoaritenóideo. O epitélio de revestimento do bordo livre da prega vocal corresponde a um epitélio estratificado pavimentoso, enquanto o epitélio próximo ao ventrículo laríngeo ou a subglote é do tipo pseudo-estratificado ciliado, com uma região de transição entre eles. A lâmina própria é composta principalmente por tecido extracelular: fibras elásticas, colágenas, vasos sanguíneos e estroma; podendo ser dividida, de acordo com a distribuição dos componentes fibrosos, em três camadas: superficial, interme- diária e profunda. A camada superficial, ou espaço de Reinke, apresenta poucos componentes fibrosos (fibras elásticas e colágenas). A camada intermediária é composta por fibras elásticas, enquanto a camada profunda é composta principalmente por fibras colágenas. Nas extremidades anterior e posterior da prega vocal, se observam massas de fibras elásticas, fibroblastos e estroma, denominadas mácula flava anterior e posterior, respectivamente. As máculas flavas são continuações da camada intermediária da lâmina própria e parecem funcionar como amortecedores nas inserções da prega vocal, levando a uma mudança gradual na rigidez, da estrutura das cartilagens rígidas para a mucosa flexível. Anteriormente a mácula flava anterior, se observa uma massa de fibras colágenas, o tendão da comissura anterior, que se insere na cartilagem aritenóidea e se continua posteriormente com a camada profunda da lâmina própria. Não se observam glândulas nem vasos sanguíneos calibrosos próximos ao bordo livre da prega vocal. Na camada superficial se observam apenas capilares, enquanto na camada intermediária e profunda encontram-se arteríolas, vênulas, pequenas artérias e veias (Hirano 1981). Rosenfield et al (1982) analisa o músculo vocal, através de técnicas histoquímicas. Os autores mostram que o músculo assemelha-se aos demais músculos estriados esqueléticos do corpo humano, mas apresentam uma grande especialização para as funções de fonação e proteção das vias aéreas superiores (função de esfíncter), com características morfológicas e metabólicas únicas. Hirano, Kakita (1985), após a demonstração da estrutura em camadas da prega vocal, iniciam uma série de estudos da estrutura, propriedades mecânicas, ajustes e comportamento vibratório das pregas vocais no Departamento de Otolaringologia da Universidade de Kurume, que culmina com a proposição da Teoria do Corpo e Cobertura da vibração das pregas vocais. Do ponto de vista mecânico, as cinco camadas histológicas podem ser reclassificadas em três secções: cobertura, consistindo do epitélio e da camada superficial da lâmina própria, que é a região que mais vibra durante a fonação, por ser uma estrutura frouxa e flexível; região de transição, representada pelo ligamento vocal (camadas intermediária e profunda da lâmina própria); e corpo, consistindo no músculo vocal, que é uma estrutura densa, com propriedades contráteis que permitem o ajuste de rigidez e tensão no sistema. Hirano (1991) reforça os aspectos descritos anteriormente, chamando a atenção também para o arranjo vascular na prega vocal. Os vasos sanguíneos da mucosa, no bordo livre, originam-se das regiões anterior e posterior da parte intermembranácea da glote e a partir daí, correm paralelamente ao bordo livre da prega vocal. Alguns poucos vasos penetram na mucosa diretamente do músculo subjacente, e todos são muito pequenos. Este arranjo vascular ajuda a manter a vibração do tecido. Gray (1991) demonstra como o epitélio da prega vocal é ancorado na lâmina própria da prega vocal, através da zona da membrana basal do epitélio. Esta região é composta por quatro áreas: membrana plasmática da célula basal do epitélio, lâmina lúcida, lâmina densa e sublâmina densa; que têm como função ancorar o epitélio. Gray et al (1993) realizam um 13 trabalho de revisão sobre a estrutura molecular e celular da prega vocal humana. Os autores reforçam o conceito da estrutura em camadas das prega vocais nos indivíduos adultos, assim como a variação da sua estrutura no sentido longitudinal da prega. Do ponto de vista celular, os autores mostram as especializações do epitélio do bordo livre, como a presença dos microvilos na superfície epitelial e a presença dos desmossomos, que promovem uma forte adesão celular. Essas especializações ajudam na hidratação da prega vocal e impedem o desprendimento celular, durante a vibração. A zona da membrana basal é descrita como uma região de grande importância, pois é responsável pela fixação do epitélio à camada superficial da lâmina própria. Os autores evidenciam colágeno do tipo IV, laminina, proteoglicanas e colágeno tipo VII nesta região. A lâmina própria, em especial a camada superficial, é uma área dinâmica, com uma composição especial de fibras (fibras elásticas e colágenas), vasos sanguíneos e substância amorfa, formada por água, glicoproteínas e glicosaminoglicanas, como o ácido hialurônico. Os fibroblastos são as células responsáveis pela síntese de todo o material extracelular. A maioria dos fibroblastos encontra-se em repouso, com exceção dos localizados nas máculas flava. Três tipos de fibras colágenas são identificados na prega vocal. O tipo predominante na lâmina própria é o tipo III, que é o colágeno que forma as fibras de colágeno. Tipo IV e VII são identificados na zona da membrana basal do epitélio. O autor também chama a atenção para a fibronectina, uma glicoproteína com função de adesão, encontrada em toda a lâmina própria da prega vocal. Hirano, Sato (1993) apresentam a estrutura anatômica de pregas vocais humanas, através de secções histológicas de laringes inteiras. Neste trabalho, os autores também mostram um corte coronal da parte intermembranácea da prega vocal de um indivíduo adulto e um recém-nascido para demonstrar a composição única da estrutura vibratória da prega vocal. 14 Friedrich et al (1993) reforçam o conceito da estrutura complexa da prega vocal, que é a base da compreensão da capacidade vocal humana. Os autores relatam diferenças histológicas ao longo do eixo longitudinal. A porção vibratória, ou parte intermembranácea da glote, apresenta uma lâmina própria com três camadas histologicamente diferentes, conectadas ao rígido esqueleto laríngeo por zonas de transição altamente diferenciadas: as máculas flavas anterior e posterior (MFA e MFP). Os autores observam também cinco regiões diferentes, histológica e funcionalmente: MFA, porção média do bordo livre vibrátil e MFP (glote anterior); e processo vocal e cartilagem aritenóidea (glote posterior). Rodeño et al (1993) voltam a analisar histoquímica e morfometricamente os músculos laríngeos. Os autores identificam que 66,15% das fibras musculares do cricoaritenóideo posterior são do tipo I, enquanto 55,84% das fibras do tireoaritenóideo são do tipo II. Isso se correlaciona com a função desses diferentes músculos: o cricoaritenóideo posterior é um músculo abdutor, inspiratório, que necessita de grande resistência à fadiga, enquanto o tireoaritenóideo é um músculo rápido, com função esfincteriana. Gray et al (1994) analisam laringes humanas, através de microscopia eletrônica de transmissão. Os autores detalham os aspectos ultraestruturais da zona da membrana basal do epitélio da prega vocal, em especial, das fibras de ancoragem, que são compostas predominantemente por colágeno tipo VII. Essas fibras têm um aspecto de elo de corrente, unindo a lâmina densa da zona da membrana basal às fibras de colágeno da camada superficial da lâmina própria. Sato, Hirano (1995) analisam as máculas flavas de laringes humanas de indivíduos adultos, através de microscopia óptica, microscopia eletrônica de varredura e de transmissão. As máculas flava anterior e posterior apresentam uma forma elíptica e são compostas por fibroblastos, fibras elásticas, fibras colágenas e substân- cia amorfa. Os fibroblastos sintetizam e, ocasionalmente, fagocitam as fibras elásticas e as fibras de colágeno. Ishii et al (1996) realizam um estudo tridimensional do arranjo das fibras elásticas e colágenas na prega vocal, através de técnicas de digestão seletivas para as fibras. Na camada superficial da lâmina própria, observam-se agrupamentos de fibras colágenas e fibras elásticas finas de trajeto retilí-neo ou em espiral. Na camada intermediária, se encontram fibras elásticas espessas, fibras colágenas de trajeto longitudinal ao bordo livre da prega vocal e finas fibras elásticas em espiral. O espaço entre as fibras de colágeno são amplos e preenchidos pelas fibras elásticas espessas e abundantes. Na camada profunda, encontram-se feixes densos de fibras colágenas e finas fibras elásticas em espiral. Pawlak et al (1996) analisam, de forma pioneira, a substância amorfa da lâmina própria da prega vocal humana. A matriz extracelular da lâmina própria é composta de dois grupos de macromoléculas: as proteínas fibrosas (fibras elásticas e colágenas); e as proteínas intersticiais ou “de preenchimento” (proteoglicanas e glicoproteínas), que compõem a substância amorfa. Os proteoglicanos (decorina, fibromodulina, agregan, versican, perlecan) são constituídos por glicosaminoglicanas ligadas covalentemente a uma cadeia protéica. As glicosaminoglicanas (querantansulfato, condroitinsulfato, dermatansulfato, heparansulfato e o ácido hialurônico) são polissacarídeos lineares negativamente carregados. Enquanto o colágeno e as fibras elásticas conferem, respectivamente, resistência e elasticidade aos tecidos, os proteoglicanos e as glicosaminoglicanas formam géis, que tem diversas funções na matriz extracelular, como preenchimento e controle da viscosidade. Os autores sugerem um papel importante para a fibromodulina em toda a lâmina própria, especialmente na região do ligamento vocal. A decorina está presente principalmente na região da camada superficial, onde se liga a fibras de colágeno do tipo I e III, alterando sua cinética de formação. In vitro, são sintetizadas fibras colágenas mais finas e menores na presença dessa proteoglicana. O agregan e o versican parecem não ter grande importância na prega vocal. O perlecan (heparansulfato proteoglicano) encontra-se na zona da membrana basal do epitélio e se liga a laminina, fibronectina e colágeno IV. Hammond et al (1997) estudam as características morfológicas de dois importantes constituintes da matriz extracelular da prega vocal: a elastina e o ácido hialurônico (AH), além de realizar o primeiro estudo histológico quantitativo. Os autores identificam fibras elásticas maduras concentradas nas camadas intermediária e profunda da lâmina própria, especialmente na primeira. Fibras elásticas finas também são observadas na camada superficial, sendo distintas das fibras elásticas maduras da camada intermediária. As fibras da camada superficial são do tipo oxitalânicas, formadas por microfilamentos com pouca quantidade de elastina no centro, e elaunínicas, com um pouco mais de elastina. Também descrevem uma maior concentração de AH na camada intermediária da prega vocal. Štiblar-Martinèiè (1997) realiza ampla revisão sobre a histologia da mucosa laríngea, com ênfase no epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado da parte vibrátil das prega vocais, no epitélio pseudo-estratificado ciliado (respiratório) do restante da laringe e no epitélio de transição entre eles. Entre as células basais do epitélio estratificado, as células de Langerhans formam uma rede de células imunocompetentes, que tem importante função imunológica na apresentação de antígenos. O epitélio do tipo respiratório é formado por quatro tipos de células epiteliais e por células neuro-endócrinas. Sanders et al (1998) analisam o músculo tireoaritenóideo de laringes humanas, através de microscopia óptica. Segundo os autores, a porção medial do músculo, denominada músculo vocal (VOC), teria dois subcompartimentos: um superior e outro inferior, diferentes do ponto de vista anatômico e funcional. Apesar dos recentes conhecimen- tos evidenciarem a importância da lâmina própria na mecânica da vibração, os estudos até então se concentram na análise de diferentes proteínas da lâmina própria, não avaliando seu componente celular. Catten et al (1998) são os pioneiros a analisar a celularidade da lâmina própria. Os autores quantificam três tipos diferentes de células (fibroblastos, miofibroblastos e macrófagos) na lâmina própria de pregas vocais humanas. Os fibroblastos constituem o principal componente celular, presentes em toda a lâmina própria e apresentando maior concentração na região mais profunda; os miofibroblastos se concentram na região mais superficial; em 30% dos casos também se identificam macrófagos na região mais superficial. O maior número fibroblastos em estado ativo na região superficial pode indicar um processo de reparo contínuo a injúria vocal; assim como o maior número de macrófagos pode indicar uma resposta inflamatória aos irritantes de mucosa. Sato, Hirano (1997) analisam, através de microscopia eletrônica de varredura e transmissão, a estrutura tridimensional dos pequenos vasos sanguíneos da lâmina própria da prega vocal, com atenção especial aos pericitos. Os autores demonstram muitos pericitos em torno dos capilares da mucosa, que têm a função de suporte mecânico e proteção da parede capilar durante a vibração tecidual. Milutinoviæ et al (1998) analisam histologicamente pregas vocais humanas e demonstram, mais uma vez, o ajuste funcional para a função de fonação. Sato (1998) mostra a estrutura tridimensional das fibras reticulares, fibras de colágeno do tipo III, que são encontradas nas camadas superficial e intermediária da lâmina própria da prega vocal. Essas fibras não formam feixes, mas se ramificam e anastomosam em uma delicada trama tridimensional, bem espaçada. Os espaços entre as fibras são preenchidos por glicosaminoglicanas (proteoglicanos), glicoproteínas e fibras elásticas. Hirano et al (1999) analisam, através de microscopia eletrônica de transmissão, os fibroblastos em duas regiões da prega vocal: na região da mácula flava e no espaço de Reinke. Na mácula flava, os fibroblastos apresentam forma estrelada, com delicados processos citoplasmáticos e mostram sinais de atividade na síntese de fibras colágenas e elásticas. No espaço de Reinke, a maioria dos fibroblastos mostra sinais de inatividade na produção de fibras. Os autores postulam que os fibroblastos das macula flava são responsáveis pelo desenvolvimento e metabolismo das proteínas do ligamento vocal, enquanto os presentes no espaço de Reinke só são ativados quando ocorre lesão tissular. Gray et al (1999) revisam a função dos proteoglicanos, glicosaminoglicanas e glicoproteínas na biomecâ-nica da fonação e analisam a distribuição dos proteoglicanos decorina, fibromudulina e biglican na lâmina própria da prega vocal humana. A decorina se concentra predominantemente na camada superficial, enquanto a fibromodulina nas camadas intermediária e profunda. A presença de decorina na camada superficial é provavelmente um dos fatores responsáveis pela menor quantidade de fibras colágenas, uma vez que ela se liga ao colágeno tipo I, levando a formação de fibras mais finas e menores. A fibromodulina concentra-se na região do ligamento vocal e acredita-se que ela influencie a performance do ligamento, “engraxando” as fibras colágenas e elásticas. A fibronectina é uma glicoproteína onipresente na lâmina própria, relacionada a adesão entre os diversos componentes da matriz extracelular e das células teciduais. Os autores analisam também a distribuição do ácido hialurônico, que se concentra na camada intermediária da lâmina própria, com coloração mais intensa na região imediatamente abaixo do bordo livre da prega vocal, onde se inicia a onda mucosa. Gray et al (2000) discutem a composição molecular da prega vocal e a relação entre as proteínas fibrosas (fibras elásticas e fibras colágenas), 15 com a fisiologia e a biomecânica deste tecido. Os autores discutem a importância dessas fibras, através de curvas de tensão-estiramento, analisando a participação das fibras elásticas e colágenas na variação dinâmica do pitch vocal. O colágeno é uma proteína que suporta tensão e contribui para a resistência do tecido, enquanto as fibras elásticas são proteínas que permitem a deformação e o retorno à forma original do tecido. Gray (2000) faz uma ampla revisão da histologia e ultraestrutura das pregas vocais, correlacionando esses dados com condições de saúde e doença vocal. O autor se detém no epitélio, zona da membrana basal e na lâmina própria, analisando tanto do ponto de vista da microscopia óptica quanto da microscopia eletrônica. Analisando os diversos constituintes da lâmina própria, como os componentes celulares e a matriz extracelular, com ênfase nas proteínas fibrosas (fibras elásticas e colágenas), proteínas intersticiais (glicosaminoglicanas, proteoglicanos e glicoproteínas) e outras moléculas, como carboidratos e lipídeos. O autor ainda discute o mecanismo de regulação da matriz extracelular, realizada pelos fibroblastos. Não existem estudos em humanos que avaliam a regulação da matriz extracelular da prega vocal. No entanto, alguns modelos animais podem explicar esse mecanismo. Ding e Gray (2001) observam, em ratos, que a produção de colágeno diminui dramaticamente com a idade. A produção das enzimas que degradam o colágeno, as metaloproteinases, também diminui significativamente com a idade. A produção dos inibidores teciduais das metaloproteinases, por sua vez, não se altera com o envelhecimento, permanecendo relativamente constante. O efeito fisiológico é uma lentificação na renovação do colágeno, que se torna “velho”. Esse colágeno velho apresenta um maior número de ligações cruzadas entre suas moléculas, levando ao aumento da rigidez tecidual. Essas alterações, num dos componentes principais da matriz extracelular da prega vocal, podem contribuir de maneira impor- 16 tante para as alterações vocais que ocorrem na presbifonia. Guida, Zorzetto (2000) voltam a analisar histoquímica e morfometricamente o músculo vocal. Confirmam os achados de distribuição em mosaico dos tipos de fibras musculares, sendo que 40,5% das fibras são do tipo I, 54,75% do tipo IIA e 4,75% IIB. Esses achados mostram que o músculo vocal tem um metabolismo aeróbico, resistente a fadiga e de contração rápida. Sato et al (2001) complementam os estudos de Hirano et al (1999) sobre os fibroblastos da prega vocal humana. Ward et al (2002) realizam uma extensa revisão da estrutura molecular e da função biológica do ácido hialurônico, e de sua importância na voz humana. Reafirmam seu papel fundamental na estrutura da prega vocal, controlando a viscosidade tecidual, a absorção de choques e o preenchimento de espaço. Hirschi et al (2002) realizam uma revisão sobre a fibronectina na prega vocal humana, que tem função importante na ligação entre as moléculas da matriz extracelular (colágeno, ácido hialurônico e proteoglicanos) e entre as células e a matriz, assim como na embriogênese, na cicatrização de feridas e na trombose. Recentemente, contestamos a distribuição das fibras colágenas na lâmina própria da prega vocal. A concentração das fibras apenas na camada profunda não explica completamente muitas das propriedades viscoelásticas da lâmina própria. A camada superficial é a região que mais vibra durante a fonação, necessitando, portanto, de um arcabouço fibroso para manter sua integridade estrutural. Coerentes com nossas suposições, estudos recentes sugerem um padrão diferente de distribuição, com uma faixa consistente de colágeno na região da camada superficial da lâmina própria (Hammond et al, 2000; Sato et al, 2002). Nosso grupo de pesquisa (Melo et al, 2003; Melo, 2004), analisando a distribuição das fibras colágenas na Figura 1 (a) - Fotomicrografia de corte histológico transversal da porção média da glote intermembranácea de homem de 57 anos, corada pelo Picrossírius e observada sob iluminação convencional e luz polarizada. Figura 1 (b) - Observe as duas faixas de colágeno, uma imediatamente abaixo do epitélio, e outra mais densamente organizada na camada profunda, superficialmente ao músculo vocal (setas), com uma delicada camada de permeio. x 50 lâmina própria através do Método da Picrossírius-polarização, observou uma estreita faixa superficial de fibras colágenas, imediatamente abaixo do epitélio, e outra faixa de fibras colágenas mais densamente organizadas na região profunda da lâmina própria, superficialmente ao músculo vocal. Ambas as faixas são constituídas por fibras vermelhas e amarelas, com uma camada de permeio, mostrando uma delicada trama de fibras b). Ao anaesverdeadas (Figura 1a e b) lisar as imagens em maior aumento, evidenciou-se que a fina faixa de fibras colagenosas, a qual se encontra abaixo da membrana basal do epitélio, apresenta um arranjo de fibras entrelaçadas em uma delicada trama semelhante a uma “cesta de vime” (Figura 2a). Na objetiva de imersão, notaram-se duas populações de fibras colágenas neste arranjo em trama: uma população de fibras coradas em amarelo ou vermelho, gros- Figura 2 (a) - Fotomicrografia de corte histológico transversal da porção média da glote intermembranácea, de mulher de 59 anos, corada pelo Picrossírius e observada sob luz polarizada. Observe o arranjo entrelaçado das fibras formando uma rede na faixa estreita abaixo do epitélio (EP). x 400. sas, fortemente birrefringentes e outra de fibras coradas em verde, finas, fracamente birrefringentes (Figura 2b). As primeiras são caracterizadas como fibras colágenas tipo I, e as últimas, como colágeno tipo III (Montes, Junqueira, 1991). Ao observar a lâmina própria em detalhe, verificou-se que as fibras colágenas, na sua região profunda, apresentaram- Figura 2 (b) - Observe as duas populações de fibras colágenas no arranjo em rede: uma população de fibras amarelas ou vermelhas, espessas, fortemente birrefringentes (seta), e uma outra de fibras verdes, finas e fracamente birrefringentes (seta). x 1000 se também com um arranjo entrelaçado, porém mais densamente organizado. O colágeno da camada profunda da lâmina própria penetrou no músculo vocal, através de prolongamentos com o mesmo padrão de organização em torno dos feixes musculares, constituindo o perimísio (Figura 3). Até o presente momento, a imunoistoquímica identifica o colágeno tipo III como o tipo predominante na lâmina própria, não identificando co- Figura 3 – Fotomicrografia de corte histológico transversal da porção média da glote intermembranácea de homem de 57 anos, corada pelo Picrossírius e observada sob luz polarizada. Observe que as fibras colágenas na camada profunda da lâmina própria também apresentam o padrão entrelaçado, mais densamente organizado, penetrando no músculo vocal (VOC), em torno dos feixes musculares, através de prolongamentos com o mesmo padrão de organização (setas). x 200 lágeno I na prega vocal (Gray et al, 1993). No entanto, a imunoistoquímica depende da interação com antígenos teciduais, e o colágeno rapidamente perde sua antigenicidade no “post mortem” (Gray et al, 2000). Com o Método da Picrossírius-polarização, foram evidenciadas duas populações de fibras colágenas na lâmina própria que, provavelmente, correspondem aos tipos I e III. A identificação dos dois tipos de colágeno na lâmina própria é concordante com as descrições ultraestruturais observadas na literatura (Hirano, 1975; Hirano, 1981; Ishii et al, 1996; Sato, 1998), que descrevem dois tipos de fibras de colágeno: fibras finas e delicadas Figura 4 (a) - Esquema tridimensional do arranjo espacial das fibras de colágeno em “cesta de vime” . (colágeno III) e fibras grossas, que formam feixes (colágeno I). O arranjo, descrito por nosso grupo, pode permitir um certo afastamento entre as fibras, como uma malha que se abre (Figura 4a e b) b).. Mesmo as fibras de colágeno sendo pouco extensíveis, o deslizamento entre elas permite que a estrutura seja deformada como um todo, até o ponto máximo de estiramento do sistema, exigindo pouco alongamento das fibras individuais, à semelhança dos achados em pleura visceral humana (Lemos et al, 1997). Esta configura- Figura 4 (b) - O deslizamento entre as fibras permite a deformação da estrutura, como uma malha que se abre. ção proporciona um arcabouço flexível à camada superficial, que vibra acentuadamente na fonação e necessita desse arranjo de fibras para manter sua integridade estrutural. Ao mesmo tempo, esse arranjo confere resistência ao ligamento vocal, que apresenta um entrelaçamento mais denso de fibras. Concluímos que, mesmo com o crescente interesse no estudo da histologia e da ultraestrutura da prega vocal ocorrido nos últimos anos, ainda resta muito a ser pesquisado até compreendermos completamente todas as propriedades biomecânicas desses poderosos instrumentos, que são nossas pregas vocais. Em especial, os processos de interação e de regulação gênica da matriz extracelular e suas alterações relacionadas ao envelhecimento e aos diversos estados de doença vocal. 17 Referências Catten M, Gray SD, Hammond TH, Zhou R, Hammond EH. 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