Pag. 1 Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes

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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
Como sua empresa pode vencer
diante do caos?
Essa pergunta é respondida no livro
através de uma história bem elaborada e
divertida.
O livro trás dicas não só do autor, mas
também, dos maiores especialistas em
Liderança e Marketing em nível mundial,
como Jack Welch, Ram Charan, Tom
Peters, Philip Kotler, Jack Trout, Larry
Bossidy entre outros.
Sua empresa não precisa entrar em
dificuldades para buscar soluções. Leia o
livro e se prepare para os maus momentos.
Liderança, essa é a tônica do livro.
Como os líderes podem influenciar
positivamente as pessoas é amplamente
debatido.O autor conseguiu apresentar
ideias de forma descontraída e algre.
Boa leitura!
Fernando Fernandes
Título: Liderança Vitoriosa
Assunto: Economia
Autor: Fernando Fernandes
ISBN: 978-85-907938-1-6
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
Sobre...
...o Livro
Grande parte das empresas espera a tempestade, para só
então providenciar a saída. Isso foi o que aprendemos com o caos
econômico que atingiu praticamente todos os continentes, a partir de
outubro de 2008. Infelizmente, ainda continua fazendo vítimas.
Nessas ocasiões sempre aparecem muitas soluções, opiniões
e predições. Às vezes, a avalanche de informação sobre o que fazer,
é tão grande, que deixa empresários e líderes paralisados ou mesmo
sem saber o que fazer.
Esse livro, “Liderança Vitoriosa” é uma coletânea de ideias do
autor, com dicas dos maiores gurus de Marketing e Administração
que se tem notícia.
O livro traz à tona as maiores deficiências em liderança, assim
como sugestões, bem-humoradas , sobre como ser um líder eficaz
diante do caos.
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
...o autor
Fernando Fernandes trabalhou na Europa por
mais de 15 anos em grandes multinacionais. Foi
vendedor, gerente e diretor.
Atua na área comercial há mais de 30
anos. Começou a trabalhar com vendas ainda na
adolescência. Trabalhou no Brasil, África e Europa,
sempre focado na área comercial.
Atualmente, é escritor, palestrante e consultor
nas áreas de relacionamento com o cliente, vendas
e liderança. É professor de Marketing Comercial
e Vendas. Também é apresentador do programa
CASES, na TV aberta, onde aborda temas do mundo
corporativo.
/OProgramaCases
@ffescritor
www.linkedin.com/in/fernandofernandescases
www.Programacases.com.br
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Sumário
1 COMO TUDO COMEÇOU pág 9
2 TRABALHO EM EQUIPE pág 15
3 RECONHECIMENTO pág 19
4 O COMEÇO DA VIRADA pág 25
5 LÍDERES DEVEM GERAR NOVOS LÍDERES pág 28
6 LIDERANÇA ATRAVÉS DA EQUIPE pág 33
pág 35
pág 37
pág 43
O CAOS ECONÔMICO 7
ESTRATÉGIAS PARA VENCER NO CAOS 8
LIDERES SÃO PESSOAS QUE EXECUTAM 9
pág 48
O PODER DA NEGOCIAÇÃO 10
pág 51
pág 55
VITÓRIA 11
CAPITULO FINAL 12
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
INTRODUÇÃO
Estamos atravessando o maior apagão de liderança na história da
humanidade. Por isso, falar de liderança é imprescindível. Não desejo ser
pessimista, mas os fatos conduzem a essa conclusão. Desde que Lee Iaccoca
levantou essa questão, em seu último livro publicado com o tema “Cadê os
líderes?” (1) venho acreditando que ele está cheio de razão.
Essa pergunta foi feita por um dos mais influentes líderes do segmento
automotivo. Lee Iacocca salvou a Chrysler Corporation da ruína financeira,
arquitetou a criação da minivan, criou o Iacocca Institute for Leadership e a
Iacocca Foundation, que financia a pesquisa da cura da diabetes. Ele acredita
que os líderes nascem em momentos de crise – como o atual.
Quando Iacocca escreveu seu último livro Cadê os líderes? publicado
em 2007 no Brasil pela Editora Campus, ele já mostrava sua preocupação
com o apagão de liderança nos segmentos corporativos dos Estados Unidos,
principalmente no setor automotivo.
Na época, ninguém deu ouvidos aos apelos de Iacocca e o resultado foi
visto com a crise imobiliária americana, em 2008.
Iacocca foi um dos líderes mais influentes de sua geração. Seu legado
continua até nossos dias e, por isso, suas considerações sobre a ausência de
líderes me inspiraram a escrever sobre o tema.
Em sua última vinda ao Brasil, em 2010, Jeffrey Pfeffer, renomado
professor da Universidade de Stanford, comentou em sua palestra durante
Fórum Mundial de Liderança e Alta Performance da HSM, que a crise
econômica de 2008, na verdade, não foi uma crise de crédito, mas, sim, uma
crise de liderança.
Pfeffer mostrou-se indignado com a complacência e apatia dos líderes
frente às instituições financeiras. “Os bônus bilionários pagos a executivos
fracassados foi uma das maiores vergonhas corporativas dos Estados Unidos”,
disse ele na ocasião. Afinal, ficou claro que a única preocupação dos líderes
era salvar os seus bônus. Quanto às empresas, vale à pena refrescarmos a
memória sobre o que lhes aconteceu. Basta lembrar o desfecho que teve o
banco de investimentos Lehman Brothers em 2008, que ao pedir concordata
detonou toda a crise financeira mundial da época.
Liderança é exatamente o contrário de tudo isso. É comprometimento,
primeiramente, com a instituição e com seus funcionários e, posteriormente,
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quando cabível, com outros interesses. Quando os líderes pensam neles e
tão somente nos resultados de suas contas bancárias, os resultados são
catastróficos.
Passados quatro anos desde o lançamento do livro de Iacocca, a
pergunta “Cadê os líderes?” continua sem resposta. O mundo passa pelo
maior apagão de liderança de sua história.
Jack Welch foi considerado o líder do século, com todo merecimento.
Com mais de 40 anos de carreira na americana GE, Welch foi reconhecido
pela sua habilidade em tirar a empresa de uma grande burocracia e aplicar
diversas inovações gerenciais.
Mas, desde Michael Dell (fundador da Dell), passando por Bill Gates
(Microsoft), Steve Jobs (Apple), e, mais recentemente, pelo criador do
Facebook, Mark Zuckerberg, e pelos criadores do Google, Sergey Brin e
Larry Page, o que há de novo?
No Brasil, a única liderança fascinante foi Ricardo Semler e a história
do Grupo Semco. Fora este, são sempre os mesmos.
O Congresso Nacional espelha o que está acontecendo. Um festival de
continuísmo e mesmice. No mercado corporativo, não poderíamos esperar
algo diferente. Em um A reposta é simples: criar e desenvolver novos líderes.
Dar oportunidade para que surjam novos nomes, com ideias mais arejadas e
menos engessadas. Acredito que precisamos debater muito mais sobre esse
assunto, incentivando as empresas, mesmo que de forma lenta a pensar
sobre o tema liderança.
Baseado em minhas experiências como líder, trabalhando na Europa,
África e América Latina, acredito que possa contribuir para o enriquecimento
do tema. Espero que o leitor seja contagiado com a importância do tema
liderança e, juntos, possamos criar um amplo debate sobre o tema.
Levei quase um ano pensando em escrever sobre o tema liderança.
Pensava em algo descontraído, leve, divertido, mas ao mesmo tempo com
um conteúdo robusto, sério e de fácil entendimento.
Certo dia, passeando pelo Shopping Beira Mar em Florianópolis, decidi
dar uma olhada nos novos eletros eletrônicos. Confesso ser um apaixonado
por novas tecnologias. Na vitrine me deparei com um lançamento, o Tablet. A
vendedora fez uma pequena demonstração e seu comentário foi a centelha
para o livro. “Qualquer dia esses aparelhos assumirão vidas próprias de tão
avançados.”
A frase caiu como um raio em minha cabeça. Pedi um pedaço de papel,
sentei ali mesmo na loja e fiz os primeiros rabiscos sobre o livro.
Desejo que as orientações desta história possam ajudar você e sua
empresa a vencerem quando as dificuldades baterem à porta.
Boa leitura,
Fernando Fernandes
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COMO TUDO COMEÇOU
O líder número um de uma grande corporação, após reunião com sua
equipe, decide voltar a sua sala e continuar despachando alguns assuntos
importantes. Nesse momento, percebe que em sua mesa há um pacote
endereçado a ele, sem remetente. Curioso, indaga sua secretária sobre a
remessa e é informado que o tal pacote havia sido entregue pelos correios
naquele dia.
Ele decide abrir e verificar o que havia dentro. Surpreso, constata
que havia recebido um Tablet de última geração. Sem entender muito bem
porque tinha recebido o aparelho, decide guardá-lo, pensando ser mais uma
estratégia de retenção de clientes da sua companhia telefônica.
Quase no fim do dia, senta-se mais tranquilamente e começa a examinar
o telefone de forma mais cuidadosa. Ao tocar no Tablet, uma chamada
aparece.
Misteriosamente, nenhum número pode ser visto. Apesar disso, resolve
atendê-lo. Seu interlocutor aparece ta tela. Com uma voz grave, mas, ao
mesmo tempo agradável, começa a ser audível. Ele quase não acredita no
que está vendo, pois o sujeito está de terno e gravata e em sua cabeça há
um turbante.
“Meu amigo, você está encrencado! Por que permitiu que a situação
chegasse a esse ponto? Por que mudou tanto?”, diz o interlocutor parecido
com o Gênio da Lâmpada da clássica história de Aladim.
Atônito, o grande empresário começa a achar que está tendo alucinações.
Mesmo assim, continua olhando para o Tablet sem entender. Entretanto, a
voz em um tom amigável continua.
“Sinceramente, você está irreconhecível. Como deixou as coisas
ficarem quase fora de controle? Sua empresa está um caos.”
Apesar de não se sentir muito bem, decide interagir. De forma arrogante
e aos berros, diz:
“Não sei que truque é esse, mas eu não vou cair”. Com o dedo em riste
para o celular esbraveja:
“Sou o líder dessa empresa e tudo está indo muito bem. Nunca fui tão
rico e isso graças a minha liderança.
Lamento desapontá-lo, mas não tenho tempo a perder com um maluco
vestido de gênio.” Irado, desliga a chamada, guardando o Tablet em seu
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paletó, e decide voltar para casa.
Ao chegar, relembra o estranho encontro com o Tablet e seu misterioso
interlocutor. Ainda sem entender, começa a questionar quem teria tentado
dar-lhe aquela mensagem. Começa a sorrir, acreditando que talvez se trate
de uma ação de Marketing ou de uma pegadinha. No entanto, apesar de
intrigado, decide dormir e não tomar atitude alguma.
Chegando no dia seguinte à empresa, sua rotina é repentinamente
interrompida. O pessoal da área de Recursos Humanos (R.H.) solicita uma
reunião de emergência. Embora meio irritado por ser interrompido logo cedo,
concorda com a tal reunião.
Já na sala de reuniões, percebe que lá estão não apenas o pessoal do
R.H., mas também as equipes do Marketing e do Financeiro. Nosso grande
líder começa a pensar: “O que será essa agora. Todos com caras muito
sisudas. Qual será o pepino?”
O silêncio é quebrado por dona Simone, sua vice-presidente, uma
executiva de grande competência. Está linda como sempre, vestindo um belo
terninho azul marinho. Enquanto limpa seus óculos, vai logo falando.
“Senhor, precisamos conversar urgentemente. Gostaríamos de chamar
sua atenção para alguns fatos extremamente preocupantes.” No entanto,
enquanto fala, pensa: “Como sempre, mal-humorado”.
Todos assentem com a cabeça com rostos frios e fechados.
O líder então diz:
“Ok, podem começar, mas não tenho muito tempo”, diz, apontando para
seu Rolex.
“Por favor, sejam breves.”
Assim, dona Simone toma a palavra e começa descrever a situação.
Ela começa abordando que a empresa vem perdendo excelentes
profissionais para a concorrência.
“Na semana passada perdemos dois de nossos melhores gerentes
para nosso maior concorrente. Isso é extremamente preocupante”, relata ela,
andando nervosamente de um lado para o outro.
O líder, cético, apenas ouve. Com uma das mãos apoiada no queixo,
pergunta-se por que está ouvindo aquele “chororô”. “Eu os pago para
encontrarem soluções e não para me trazerem problemas”, pensa consigo
mesmo.
Neste exato momento, o gerente de Marketing, Jones, faz coro,
reforçando o que já havia sido dito. Afirma que está com dificuldades em
adotar algumas ações, pois há uma rotatividade muito grande, também na
área comercial.
Faz uma reclamação aberta sobre o departamento financeiro, que
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impôs cortes severos em todo departamento. “Como enfrentaremos essa
crise sem ações do departamento de Marketing?”, pergunta ele com ar ainda
muito carregado.
O diretor financeiro, Conrad, finalmente, de forma calma e tranquila,
diz:
“Toda essa rotatividade tem causado alguns prejuízos financeiros. O
turnover crescente, aliado à crise externa, está esvaziando nosso fluxo de
caixa, obrigando-nos a cortar recursos de algumas áreas da empresa. O
departamento de Marketing pareceu-me o mais favorável para isso. Estamos
perdendo muitos clientes”, conclui ele.
“Vocês me interrompem para choramingar seus problemas. Sai um
entra outro. Sempre foi assim e nunca vai mudar. Somos uma empresa líder
de mercado. Qual é o problema? Resolvam! Eu os pago para isso”, esbraveja
o grande líder. O silêncio que se segue à bronca é tamanho que é até possível
ouvir uma mosca voando. Todos ficam sem saber o que dizer.
Diante do silêncio, o líder se levanta e vai para sua sala. Abre seu
notebook e começa a acompanhar a Bolsa de Valores, monitorando o
desempenho das ações de sua empresa.
O Tablet, que até então estava mudo, volta a tocar. O líder, ao perceber
que novamente não aparece a origem da chamada, desliga-o volta a guardálo.
Mesmo assim, o Tablet insiste em tocar. Completamente assustado, ele
percebe que o celular do Tablet toca mesmo desligado. Parece ter adquirido
vida própria.
Tentando não se desesperar, começa a se perguntar se deveria atender.
Finalmente, a curiosidade é maior e, assim, atende o telefone.
O Tablet apresenta novamente a imagem de alguém semelhante ao
gênio da lâmpada, embora mais bem vestido. O Gênio diz:
“Eu avisei que as coisas estão dando para trás bem debaixo de seu
nariz. Você parece ter adormecido depois do sucesso conquistado. Está na
hora de despertar aquele líder aguerrido que conheci.”
O líder, branco de susto e gaguejando, decide interagir.
“Olha, seja lá quem for. Tenho as coisas muito bem controladas. Aqui
está tudo bem.”
O Gênio explica que todos os líderes que ele conheceu nessa situação,
responderam a mesma coisa. Sempre negam que haja problemas em suas
empresas. O ego não os permite encarar seus próprios erros. Então, decide
abrir o jogo.
“Sua empresa está indo ladeira abaixo e você parece não querer
enxergar. Em outros tempos, nunca seria pego desprevenido, pois sempre
tinha uma solução na manga. Discutia exaustivamente com seus liderados,
ouvia opiniões e sugestões e, ao fim, a solução sempre aparecia.”
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“Sou o mesmo desde o primeiro dia em que fundei esta empresa. Não
mudei”, responde o líder sabichão.
“Então responda o seguinte: você conhece os mais importantes líderes
da empresa? Sabe quem são os seus melhores vendedores? Seus melhores
funcionários?”
O líder esfrega o queixo, resmunga algo baixinho e decide arriscar. Cita
uns poucos nomes e acaba desistindo. Esbraveja com o gênio, chamando-o
de intrometido. Diz que a empresa é sua e ele a dirige da forma que desejar.
O gênio então volta a desaparecer, mas desta vez deixa uma mensagem:
“Em tempos de tempestade econômica, perder
capital intelectual, voluntária ou involuntariamente,
significa um grande perigo para a sobrevivência de
qualquer corporação. As estrelas perdidas podem
ir parar nas mãos de seus maiores oponentes,
tornando a situação ainda mais difícil. Falaremos
disso mais tarde.”
O líder respira aliviado. Já estava ficando embaraçado diante das
perguntas do gênio. Lá no fundo, começa a ser confrontado com sua
consciência. Afinal, o gênio “tinha certa dose de razão” em suas observações.
Embora ainda confuso com todas as recentes e estranhas aparições
do gênio, fecha seu escritório e parte para o conforto de sua casa. Com seus
afazeres, acaba esquecendo-se do aparelho, bem como do Gênio.
Na manhã seguinte, mal bota o pé na empresa, encontra toda diretoria a
sua espera. Todos começam a falar ao mesmo tempo, causando uma grande
histeria. O grande líder, levantando os braços, pede calma.
“Por favor, um de cada vez!”, diz ao caminhar em direção a sua sala
com todos atrás. Dona Simone adentra a sala, colocando pilhas de papéis
em suas mãos.
Ricardo, o diretor comercial, pede a palavra. Com ar muito carregado
e gaguejando diz:
“Senhor, infelizmente acabamos de perder nosso maior e principal
cliente para nosso concorrente. A empresa “Feliz & Cia” cancelou todas as
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encomendas. Nem preciso dizer a encrenca em que isto nos coloca. Os
acionistas não param de telefonar. Querem saber o que está acontecendo.
Infelizmente, isso vazou para a imprensa e nossas ações estão em queda.”
Surpreso, o líder para no corredor, olha para todos sem saber o que
dizer, pois relembra como foi difícil conquistar a empresa “Feliz & Cia”, e
começa a balbuciar algumas palavras. Olhando para dona Simone, meio
amarelo de susto, diz:
“Como deixaram isso acontecer? Esse é um dos clientes mais lucrativos.
É um cliente antigo e de extrema importância.”
Apoiando suas duas mãos sobre uma pequena mesa numa antessala
do escritório, pergunta:
“Alguém pode me dizer o que está acontecendo”?
Todos ficam cabisbaixos, pois sabem do estrago que a perda deste
cliente vai causar. Finalmente, Ricardo, o diretor comercial, resolve dar sua
versão.
“Senhor, os responsáveis por isso foram alguns de nossos gerentes.
Eles não só pediram demissão, como também foram para a concorrência.
Como se isso não bastasse, levaram com eles uma boa fatia de nossos
clientes. Se quer saber mesmo a verdade, nós somos os responsáveis, pois
podíamos ter evitado isso.”
O líder, agora desesperado, recebe a pior notícia à queima roupa.
Agora percebe que outros importantes clientes estão partindo. Exibindo uma
expressão de grande preocupação e ainda meio branco do susto, diz:
“Por favor, gostaria de uma reunião de emergência dentro de algumas
horas com todo staff de líderes.”
Após todo esse tumulto, dirige-se a sua sala, como se o chão lhe
estivesse faltando. Todos ficam sem saber o que dizer. Partem para suas
salas e se preparam para uma reunião problemática. Cabeças poderiam rolar.
Ainda tenso, o líder se senta em sua cadeira meio cabisbaixo.
Repentinamente, o silêncio é quebrado pelo celular do Tablet, que ainda
estava em seu poder. Ele toca freneticamente. De forma mecânica, o líder
atende e só então percebe que o gênio estava de volta.
“Ah, não, de novo não! Não tenho tempo para brincadeiras. Por favor,
deixe-me em paz. Caso contrário, darei queixas à polícia, à companhia
telefônica ou a quem mais for necessário”, responde, enfurecido.
“Estou aqui apenas para ajudá-lo. Sei que está confuso com tudo o que
está acontecendo. Não deve ter sido fácil saber da perda da empresa ‘Feliz
& Cia,’” responde o Gênio apressadamente.
Nesse momento, o líder, que estava prestes a jogar o Tablet pela
janela, volta atrás e pergunta ao Gênio como soube de uma informação tão
confidencial. Sua voz estava meio trêmula e embargada, com grande dose
de desconfiança.
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
“Sou um gênio, lembra? Embora não acredite ainda, posso ajudá-lo a
sair dessa encrenca.”
O grande líder, sem saber o que dizer e ainda segurando o aparelho,
abre seu paletó e afrouxa a gravata. Passa sua mãos por entre seus cabelos,
limpa o suor do rosto enquanto pensa alto. “O que tenho a perder?” Decide,
então, entrar no jogo, mas ainda desconfiado.
“Um momento! Nas histórias, gênios não usam ternos. Por que você
está tão bem vestido e tão magro. Gênios não são gordinhos?”
O gênio, percebendo que havia quebrado a resistência do líder, começa
a falar:
“Bem, eu sou o responsável por ajudar líderes, empreendedores,
administradores e etc. Vocês dão muita importância à aparência. Por isso,
resolvi aderir. Meus colegas, por exemplo, que ajudam os profissionais do
Marketing, preferem a roupagem tradicional. Quanto a estar magro, até
mesmo nós entendemos a importância de cuidar do corpo. Mas, vamos ao
que interessa.
Desde que assumiu a presidência dessa empresa, você deixou de aplicar
princípios básicos de liderança que, aos poucos, o distanciaram da realidade.
Esse afastamento acabou também afetando as pessoas mais importantes
da empresa. Essa coisa de ser o número um, às vezes, faz com que alguns
líderes adormeçam. Se vocês aprendessem com os exemplos, dariam mais
atenção à história de algumas empresas, como GM, Kodak, Xerox, todas exlíderes que hoje estão atoladas em problemas, lutando desesperadamente
pela sobrevivência.”
O líder pede licença, vai até a porta, dá duas voltas na chave, trancando-a,
pois não quer correr o risco de ser visto por seus subordinados recebendo
lições de liderança de um Tablet.
“Se eu realmente precisasse de ajuda, o que acha que eu deveria fazer?
Tenho direito a três pedidos, certo?”
O Gênio dá uma gargalhada e diz que os tempos são outros. No entanto,
informa que dará ao líder uma assessoria em administração, especialmente
no capítulo liderança. “Está pronto
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TRABALHO EM EQUIPE
O Gênio prossegue, então, com suas explicações:
“Jack Welch, um de meus mais brilhantes discípulos, disse recentemente
que um líder até pode liderar isolando-se dentro de si mesmo, usando seu
escritório como um bunker impenetrável. Eventualmente, este método de
liderança, de não envolvimento com seus liderados – o que ele chama de
espremer o limão – pode até dar certo, mas fica sendo apenas um trabalho
sem graça, com o que concordo plenamente. Enquanto esteve na liderança
da GE, Welch implantou algo bastante revolucionário, que foi o envolvimento
dos funcionários nas decisões da empresa. Claro que dei uma ajudinha.”
O líder o interrompe com surpresa, pois acha Jack Welch um gênio
“com todo respeito, claro”, diz ele.
O Gênio faz uma cara séria e continua.
“O envolvimento com seus colaboradores é fundamental para uma
liderança de sucesso. Trabalho em equipe é um dos tripés do sucesso de um
líder. Hoje, não se pode pensar em liderança que não seja através da equipe.
Imagine uma grande equipe de futebol sendo treinada por um técnico
de renome mundial. No dia das partidas, ele sorrateiramente abandona o
banco e simplesmente vai para casa, a fim de assistir de lá às partidas. Como
acha que seus jogadores se sentiriam? O que acha que aconteceria quando
seus jogadores precisassem de alguma instrução especial ou de algum apoio
moral? Bem, podemos dizer que, aos poucos, esta equipe outrora fantástica,
viraria um saco de pancadas.
Ao contrário, os técnicos estão sempre presentes em todos os jogos e
em todos os treinos. Muitas vezes, se envolvem pessoalmente com alguns
jogadores com o objetivo de tirar deles o seu melhor.
Assim como nos esportes, se os líderes não estiverem presentes
para apoiar seus colaboradores, dando-lhes suporte e encorajamento,
principalmente nos momentos difíceis, o desânimo com certeza se abaterá
sobre as pessoas. Tornaria o trabalho apenas trabalho, algo mecânico e
desanimador. Quando tudo que foi planejado dá certo, a vitória sempre caberá
à equipe e nunca apenas a uma pessoa. Infelizmente, vejo com frequência
essa ordem ao inverso”, conclui o Gênio.
Enquanto fala, chega uma nova mensagem no aparelho:
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
“O trabalho em equipe é a essência da liderança.”
O líder começa a andar de um lado para outro, esfrega o queixo, passa
a mão pelos cabelos, ajeita seus óculos e pergunta: “Você está querendo
dizer que eu deixei de dar apoio à minha equipe? Que os deixei à deriva?”
O Gênio balança a cabeça e diz:
“Não, não apenas isso. Deixou de creditar também a eles parte de
seu sucesso. Seu sucesso como grande empresário e líder nunca teria sido
possível se não tivesse ao seu lado as pessoas que selecionou e finalmente
admitiu para trabalhar nesta empresa. Porém, com o passar do tempo, passou
a comandar esta companhia de sua própria casa, ou seja, trancando-se em
seu escritório, deixando de se envolver com as pessoas. Ninguém consegue
ser bem-sucedido sem ajuda de outras pessoas. Não existe esse negócio de
cavaleiro solitário. Nenhum ser humano é autossuficiente.
“A humildade surge quando percebemos que ‘homem algum é uma
ilha’ e que nenhum indivíduo detém todas as habilidades, todas as
ideias e toda capacidade de executar as funções do todo”
Stephen R. Covey
Sua empresa fabrica produtos de alta tecnologia. Alguns desses
produtos são verdadeiras vedetes no mercado. No entanto, as verdadeiras
estrelas são seus funcionários. São as pessoas que trabalham para você.
O investimento deve ser realizado também no homem, no ser humano e
não apenas na máquina. Inverter isso pode significar problemas no futuro.
Permita-me ainda recordá-lo que durante a noite suas fábricas são apenas
máquinas e concreto.”
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
“Bons líderes fazem as pessoas sentirem que estão no centro das
coisas, e não na periferia. Todas sentem que são importantes para
o sucesso da organização. Quando isso acontece, as pessoas se
sentem centradas e isso dá sentido ao trabalho delas.”
Warren Bennis
Sabendo que, em parte, o Gênio tinha razão, sentou-se com a face
abatida e murmurou como quem não desejasse ser ouvido, dizendo baixinho:
“Acho que fui negligente. Desviei-me dos princípios que sempre defendi.
Alguns líderes mais antigos até tentaram me avisar. Porém, nunca os levei a
sério.”
Quando o Gênio pensava em continuar sua lição, é interrompido pela
secretária. Por telefone, o líder é informando que todos já estavam a postos
para a reunião. Ele olha para o Tablet, na esperança de alguma resposta,
mas o Gênio havia sumido e deixado outra mensagem:
“Volte a ser você mesmo. Pratique aquilo em que
sempre acreditou. Estarei ao seu lado.”
O líder entra em uma grande e luxuosa sala de reuniões e vê que todos
já estão a postos. As caras, fúnebres e indecisas, são enigmáticas. Com um
grande sorriso senta em seu lugar e começa agradecendo.
“Gostaria de agradecer a presença de vocês. Tenho certeza de que
acharemos solução para esta tempestade que nos assola.”
Neste momento, dona Simone, sem perceber o que está acontecendo,
fica admirada. Ela se dá conta de que há muito tempo não houve palavras
encorajadoras de seu líder, muito menos um simples “obrigado”.
Ele começa fazendo algumas perguntas que considera relevantes.
“Como poderemos reverter este quadro? Será que ainda temos tempo
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
de recuperar o cliente “Feliz & Cia”? Quais são nossos melhores profissionais
que ainda estão na área comercial?”
Diante do bombardeio de perguntas, os participantes aguardam,
ansiosos, o momento certo para começar a respondê-las.
Ricardo, o diretor comercial, de forma mais animada, lembra-se de
alguns nomes importantes da área comercial. Segundo ele, a empresa não
poderia vê-los partir. Afirma que alguns são as estrelas que restaram, mas,
que na verdade, também andam descontentes com a empresa.
Agradecendo, informa que fará todo o possível para mantê-los no time.
Detalhe a detalhe, passa a relatar as dificuldades que a empresa enfrenta.
Afirma que os líderes, em particular os que lideram os escalões intermediários,
encontram-se muito abatidos com a indiferença da empresa, termina Ricardo.
Diante dos fatos apresentados, o grande líder comenta que em breve
poderá sentar-se com toda a liderança da empresa, a fim de ouvi-los e
esclarecer o que está acontecendo.
O dia finalmente acaba e ele retorna a sua casa para o seu merecido
repouso. No trajeto, seus pensamentos voam longe na tentativa de achar uma
rápida solução para os problemas. Ao mesmo tempo não deixa de pensar no
Gênio do celular e no porquê de ter sido escolhido.
O GÊNIO CONTINUA COM SUAS LIÇÕES.
Já em casa e após algum tempo de relaxamento, dirige-se ao seu
cantinho preferido. Abre seu computador pessoal e mostra-se preocupado em
preparar a pauta para a reunião com os líderes da empresa. Nesse momento,
seu Tablet volta a tocar. Ele o atende apressadamente. Agora, cheio de
ansiedade e muitas perguntas, pois já sabia quem estava do outro lado.
“Puxa, finalmente! Vamos retomar de onde paramos? Antes, porém,
gostaria de fazer uma pergunta a fim de matar minha curiosidade.”
O Gênio acena com a cabeça, dando consentimento.
“Quem foi seu último cliente ou líder?”
“Vou lhe dizer quem foi meu primeiro cliente. Era ainda um jovem, cheio
de ambição, extremamente inteligente. Seu nome era Peter Drucker.”
“Eu sabia, logo vi. Como poderia caber em um único homem tamanha
sabedoria?”
O gênio começa, então, sua lição sobre alguns princípios de liderança.
“Bem, voltaremos a falar mais tarde sobre o trabalho em equipe. Gostaria
agora de chamar sua atenção para outros fatos mais urgentes.”
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RECONHECIMENTO
“No fim dos anos 90 e até bem pouco tempo atrás, consultores e
mestres em estratégias de todo o mundo, afirmavam que o maior patrimônio
das empresas eram seus clientes. Todas as atenções das empresas foram,
então, voltadas quase que exclusivamente para eles. Estávamos saindo da
era do foco nos produtos para o foco nos clientes. É verdade que resultados
expressivos apareceram. Os consumidores passaram a ter melhor atenção.
A indústria deu um grande salto na conquista de novos mercados.
No entanto, lentamente, de forma silenciosa e, claro, com minha ajuda,
outra verdade surgiu: o maior patrimônio das empresas são seus funcionários,
o capital humano e em seguida os clientes. É neles que o foco das empresas
deve estar concentrado.
É muito importante que as empresas tenham como seu principal
cliente, os próprios funcionários. É fundamental que os funcionários sejam
apaixonados pelos produtos ou serviços da empresa para a qual trabalham.
Funcionários felizes significam clientes felizes. Como vocês costumam dizer,
é preciso “vestir a camisa”, ter comprometimento.
Lembre-se de que, se você não conseguir vender sua visão e missão
para eles, dificilmente conseguirá o mesmo com seus clientes. Quando os
funcionários trabalham apenas e tão somente pelo fator financeiro, surge a
desmotivação. Não há comprometimento. Quer dizer, a qualquer momento,
podem mudar para quem pagar um pouco mais. Como fazer com que os
funcionários trabalhem também por amor? Nada é mais importante para os
negócios do que priorizar e apoiar integralmente as pessoas. Lembre-se
de que está lidando com pessoas, com sentimentos e emoções”, enfatiza o
Gênio.
“Além disso, para manter um profissional motivado, é importante que ele
se sinta valorizado e que tenha consciência da importância de sua contribuição
para a empresa. Por isso, sempre que possível, é importante envolvê-los em
todos os projetos. Isso foi o que algumas empresas descobriram. É claro que
sempre existirão as resistências. Porém, serão em minoria. Uma das chaves
para a motivação é estar sempre disposto a “ouvir” as pessoas. Ouvir seus
liderados pode produzir bons resultados.”
O Gênio lembra ao líder um episódio ocorrido em 12 de agosto de 2000
– um acidente com um submarino nuclear russo que chocou o mundo. O
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
submarino Kursk afundou com 118 tripulantes.
Apenas 23 pessoas sobreviveram e emitiram sinais de socorro por 48
horas, batendo no casco do submarino, sem serem ouvidas, a 108 metros
de profundidade. Qualquer barulho que os sobreviventes tentassem fazer de
nada adiantaria. Ninguém os ouviria.
As autoridades russas, pensando em preservar seus segredos militares,
apenas recorreram à ajuda internacional quatro dias após o acidente. Não
houve sobreviventes.
“Gostaria de comparar esse infeliz e trágico acidente com o que
acontece com muitas empresas. Em muitos casos, os funcionários batem
freneticamente no casco, tentando chamar atenção para algo que não está
bem. Assim como aconteceu no Kursk, ninguém os ouve.”
O Gênio deixa mais uma mensagem.
“O reconhecimento é o combustível correto para
energizar seus funcionários. Mantenha sempre o
tanque cheio.”
O líder, atento a toda essa exposição, porém confuso, intervém:
“Do que você está falando? De salário?”
“As pessoas são pagas pelo que valem. Se alguém na empresa achar
que não está sendo pago adequadamente, deve, através de seu bom trabalho,
provar que merece receber mais. Um líder atento agirá de acordo. Não é apenas
uma questão financeira, mas algo ainda mais profundo. Por exemplo, por que
acha que alguns de seus gerentes foram embora?”, pergunta o Gênio.
“Acho que foram atrás de melhor remuneração.”
“Nada pode estar mais longe da verdade, meu amigo. Os gerentes
demissionários eram pessoas bem pagas. Quer dizer, além de pagar um salário
justo, o líder deve investir em outros aspectos, tão ou mais importantes do que
o fator financeiro”, respondeu o Gênio, sorrindo.
O líder dá um grande sorriso desconcertado de volta e pergunta o que
seria tão ou mais importante do que ganhar um bom salário.
“Não ter valorizado, por exemplo, através de reconhecimento, as estrelas
que tinha em suas mãos talvez tenha sido apenas um dos erros que cometeu.
Reconhecimento é permitir que os funcionários deixem de ser figurantes e
passem a atuar no centro do palco. É permitir que também recebam os aplausos
por suas atuações. Existem muitas maneiras de se fazer isso.
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
Funcionários infelizes e descontentes não podem fidelizar ou encantar
cliente algum. Muitas vezes, alguns acabam se tornando cadáveres
ambulantes. Apenas o esqueleto vai para empresa. Lembre-se de que
os humanos nascem com um forte desejo de reconhecimento. Segundo
especialistas, este é um dos maiores anseios do homem. Ser reconhecido
e valorizado está no topo das necessidades dos seres humanos. Claro que
só reconhecimento não é suficiente. O mesmo vale para remuneração. É
preciso equilíbrio entre essas duas atribuições. Ainda não consegui entender
por que é tão difícil para vocês, líderes, perceberem isso.
“O princípio mais profundo da natureza humana é o anseio por ser
reconhecido e valorizado.”
William James
Se formos analisar as 500 melhores empresas para se trabalhar, em
qualquer parte do mundo, constataremos isso.
Segundo a instituição que organiza o ranking dessas melhores empresas,
a Great Place to Work, pesquisas realizadas em várias regiões do mundo
demonstraram que a confiança entre líderes e liderados é definida como a
principal característica dos melhores locais de trabalho.
O ponto central da definição de excelente lugar para se trabalhar,
segundo eles, é um local onde os funcionários “acreditam nas pessoas para
quem trabalham, têm orgulho do que fazem e gostam das pessoas com quem
trabalham”, ou seja, a qualidade dos locais de trabalho pode ser mensurada em
três relações existentes na empresa:
• O relacionamento entre lideranças e suas equipes.
• O relacionamento de cada indivíduo com suas atribuições e empresa.
• O relacionamento entre funcionários.
Veja que é exatamente isso que sua liderança precisa fazer a fim de
retomar seu crescimento e solucionar seus problemas interno. As empresas aqui
mencionadas procuram equilibrar muito bem o reconhecimento e a valorização
de seus funcionários com os ganhos. Esse equilíbrio torna essas empresas
admiráveis. Seus funcionários têm índices de satisfação muito acima da média.
Muitas empresas já começaram a mudar de atitude, dando mais atenção
a seus funcionários. Elas entenderam a força do relacionamento e perceberam
que essas necessidades, quando atendidas, podem gerar excelentes resultados.
Vou dar alguns exemplos.
Por que acha que a Starbucks é um sucesso mundial?
Seus funcionários são os responsáveis pelo sucesso. Estar em um mercado
saturado e mesmo assim ter a ousadia de cobrar R$ 6,00 por um copo de café
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
e ainda fazer sucesso, como seria possível? Eu respondo: funcionários
apaixonados pela empresa. Por que são apaixonados? Porque o ambiente
interno é dos melhores, porque seus líderes geram confiança e, finalmente,
porque o relacionamento interno é motivador. Assim, estando felizes, fazem
os clientes também felizes. Existem falhas? Claro! No entanto, a empresa
tenta resolvê-las com brevidade, sempre dando ouvidos ao seu pessoal.
“Uma empresa é forte se seu vínculo for o amor em vez do medo.
Se os funcionários vierem primeiro, então estarão felizes.”
Herb Kelleher
Há ainda outro exemplo tão brilhante quanto esse, o exemplo da
Southwest Airlines.
Essa empresa nasceu entre as grandes companhias aéreas
americanas. Apesar de ataques ferozes da concorrência, vindos de todos
os lados, a Southwest prosperou. Sob a direção do lendário Herb Kelleher,
tornou-se uma empresa admirável. Transformou-se não apenas em uma
empresa invejável, mas também na mais rentável entre os gigantes. Qual foi
o segredo? Novamente funcionários apaixonados pela empresa. Assim como
na Starbucks, a Southwest dedica tempo a fim de encantar seus funcionários.
Os funcionários são valorizados e reconhecidos. Existem programas sérios
para conquistar o comprometimento das pessoas com a visão e a missão da
empresa. O resultado é uma companhia que não para de crescer e ganhar
dinheiro. A máxima deles? Funcionários felizes = Clientes felizes.
É preciso que na contratação de novos funcionários, as empresas se
certifiquem de que eles absorverão a cultura da empresa. Esse processo é
levado a sério na SouthWest.
Para não dizer que só dou exemplos de empresas americanas, queria
que soubesse de uma empresa brasileira de sucesso. Quando Ricardo Semler
assumiu a Semco, a empresa apresentava vários problemas financeiros.
Porém, após alguns anos sob a gestão desse líder visionário, a Semco
transformou-se numa grande empresa, hoje estimada em muitos milhões de
dólares. Ricardo foi um dos discípulos mais aplicados que jamais tive.
O que fez com que a Semco se tornasse uma empresa admirável? A
forma como Ricardo passou a encarar seus funcionários. Ricardo destruiu o
status quo.
O negócio que existe hoje guarda muito pouca semelhança com o
que o pai de Semler lhe deixou. No entanto, é uma história de sucesso sem
semelhança. A Semco não tem nada da pompa e circunstância tradicional
dos negócios, não tem hierarquia, não tem cartões de negócios, descrições
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
de cargos, mapa organizacional, nada disso. Desafios e satisfação pessoal
são estimulados primeiramente, antes do alcance dos objetivos corporativos
(2).
Por fim, cito Jack Mitchell, das lojas de vestuário Richard & Mitchel, que
transformou seu empreendimento em um negócio de sucesso. Ele acreditou
que seus funcionários são extremamente importantes para o sucesso da
empresa. Por isso, introduziu a cultura do abraço. Suas três lojas foram
incluídas entre as dez melhores lojas de roupas do mundo. Jack nem precisou
de minha ajuda, apenas entendeu a necessidade de prestar reconhecimento
aos seus funcionários, a quem ele chama de associados (3).
O Gênio, achando que já havia falado demais, achou melhor dar um
“Vá descansar, temos muito tempo pela frente.”
tempo, pois, já era tarde. Subitamente sumiu e deixou uma nova mensagem:
Após alguns dias, todos no escritório estavam à espera do grande líder.
Esperavam, como sempre, que ele surgisse com alguma solução inesperada.
Mal entra na empresa, a única coisa que seus ouvidos conseguem
captar é a palavra CRISE. Ao passar apressadamente pela portaria, ouve o
cochichar dos funcionários:
“Quero ver como ele conseguirá tirar um coelho da cartola, como sempre
fez. Com essa crise mundial batendo à porta, quero só ver.”
Ele, então, percebe que toda a empresa só falava na crise. Em todos
os corredores e em todo cantinho, a palavra crise estava estampada nas
pessoas.
Ao caminhar para sua sala, dona Simone o recepciona com entusiasmo.
“Senhor presidente, todos os nossos líderes estão na empresa e
ansiosos para nossa reunião.” Ele agradece e diz que após tomar seu café
irá para lá.
Embora a reunião tivesse sido marcada para a tarde, todos já estavam
a postos. Não havia tempo a perder.
Enquanto toma seu café da manhã, seu Tablet começa a tocar. Ele já
sabia quem estava do outro lado. Atende e o Gênio aparece sorridente.
“Parece que surge uma chance de você mostrar o líder que sempre
foi. Ouça seu coração e não abandone os princípios que o nortearam na
construção dessa empresa. Parece que foi ontem. Ainda consigo lembrar
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
como tudo começou. Você ainda jovem, cheio de ideias e muito entusiasmo.”
O Gênio começa então a relembrá-lo como tudo havia começado.
“Você acreditava nas pessoas e sempre que achava alguém com
potencial, imediatamente o trazia para seu lado. Lembra-se de como
conseguiu o investimento necessário para dar início ao que você chamava
de ‘tacada de mestre’? Após convencer alguns amigos a ouvi-lo, fez uma
apresentação com tanto entusiasmo que todos resolveram embarcar em seu
sonho e emprestaram-lhe o capital necessário. Claro que correram riscos,
mas empreendedorismo é isso, certo? Sua ideia deu certo e todos receberam
seu investimento de volta com os lucros prometidos.”
Ele começa a rir ao lembrar-se dessa época. Já havia tempo que não
recordava desses amigos que foram leais num momento tão importante.
Afinal, tudo começou graças a eles. Lembra o quão importante é ter uma rede
de relacionamento, principalmente se a maioria são seus amigos. O gênio
interrompe e diz:
“Estas, são as pessoas que a quem você vem negligenciado. Pessoas
que sempre acreditaram em você e que estão dispostas a segui-lo para onde
você for. E quer ouvir o mais interessante? Elas ainda estão ao seu lado.”
O papo é interrompido pela secretária, que avisa sobre a reunião. O
líder se despede do Gênio com um aceno positivo.
“Ajudar as pessoas a ativar suas potencialidades é uma das
maiores recompensas do papel do líder”
K.Blanchar
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
| 04 |
O COMEÇO DA VIRADA
Ao chegar à sala, percebe que todos, sem exceção, estão presentes.
O ar do ambiente é carregado e fúnebre. O líder percebendo a tensão abre a
reunião de forma sorridente.
“Gostaria mais uma vez de agradecer por atenderem meu convite.
Tenho certeza de que juntos acharemos a solução para os problemas que nos
assolam.” Na sala, parece haver concordância quanto a isso e ele continua.
“Estamos enfrentando uma crise sem precedentes na empresa. Uma
crise externa, que bateu a nossa porta sem ser convidada, e uma crise
interna, que infelizmente nós mesmos a criamos e que veio a acontecer no
pior momento da economia mundial. Confesso que sou um dos responsáveis
pela segunda. Bem, começaremos falando sobre a perda de nosso maior
e mais importante cliente, a empresa ‘Feliz & Cia’. O que ainda é possível
fazer? Se é que ainda podemos fazer alguma coisa.”
Um dos gerentes de vendas, levantando a mão, pede a palavra.
“Como todos bem sabem, um de nossos ex-gerentes mantinha um
bom e estreito relacionamento com esse cliente. Nós, como empresa,
nos descuidamos quanto a isso. Presumimos que por estar satisfeito, não
precisávamos mais investir em estreitar e melhorar nosso relacionamento
com o cliente.”
Enquanto fala, há concordância entre todos sobre esse fato. Nesse
momento, a mente do líder dá uma leve vagueada, relembrando o que o Gênio
havia dito. Algumas empresas fazem tudo para conquistar determinado cliente.
Quando conseguem, tudo é festa. Com o passar do tempo, começam a dar
a esse cliente um atendimento sem vida, rotineiro. Presumem erroneamente
que basta fazer o trivial, pois o cliente está no papo. O líder volta sua atenção
novamente, enquanto o gerente continua com sua exposição.
“Presumimos erroneamente que o cliente ‘Feliz & Cia’, jamais nos
abandonaria. Deixamos tudo nas mãos de uma única pessoa, de um único
funcionário. Com isso, a blindagem em torno desse cliente mostrou ter falhas.
Quer dizer, não foi muito difícil perdê-lo para nossa concorrência. Além do
mais, deixamos de dar ouvidos ao nosso gerente. Suas necessidades não
estavam entre nossas prioridades. Lentamente, ele foi se desmotivando até
culminar com seu pedido de demissão”, conclui o gerente.
O grande líder se recorda de uma das lições do Gênio sobre o alto
custo em perder um bom funcionário, quem ele chama de estrela. Os clientes
quando bem tratados, acabam se apegando à pessoa que o atende, costumam
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
seguir o profissional para onde quer que vá. Esse apego ao funcionário e não
à empresa é algo que precisa ser muito bem acompanhado. É claro que isso
não é genérico, mas ocorre com muita frequência.
“Acho que vim subestimando as necessidades de meu pessoal. Achava
que estaria tudo bem se lhe pagasse um bom salário. Mas, falaremos disso
mais tarde.
Eu mesmo deveria continuar investindo meu tempo, como sempre fiz
com esse cliente. Lembro-me como era agradável visitar a empresa ‘Feliz &
Cia’, mesmo sem intenção de vendas. Havia uma boa relação. Acredito que
se eu fosse visitá-los apenas para dar um olá seria uma boa ideia. ”
Enquanto isso, um dos diretores, incrédulo na solicitude do grande líder
passa uma mensagem para dona Simone: “O que houve com nosso líder?
Ele está bem?”
Na sala, há um certo espanto, pois todos sabem que há tempos o
líder não visita os clientes. Vendo que ninguém apresenta sugestões, ele
recomeça.
“Sugiro implantarmos algumas estratégias, a fim de tentar reverter o
quadro a nosso favor. Começarei por solicitar uma visita de cordialidade.
Espero que o senhor Murdoch, presidente da empresa ‘Feliz & Cia’ ainda se
recorde de mim. Claro que apenas isso não fará com que ele mude de ideia,
mas já é um recomeço.
Gostaria de pedir também a todos os executivos da empresa que
nos forneçam ideias sobre como melhorar nosso relacionamento interno.
Assim como no caso dos clientes, não podemos nos descuidar de nossos
subordinados, quer dizer, de nossos funcionários. Precisamos introduzir na
empresa um programa de reconhecimento. Não um programa simplório, mas
“Em tempos de turbulência é mais fácil enfrentar as adversidades
quando a empresa está unida e respirando a mesma visão
e missão do líder.”
Philip Kotler
algo instigante e motivador. O que acham?
A essa altura, todos já estavam percebendo que o líder havia mudado.
Não entendiam ainda o que acontecera, mas era algo muito motivador.
Um dos gerentes mais antigos, aproveitando o clima descontraído,
pergunta como o presidente pretenderia admitir novos profissionais para as
vagas de gerência. Ele lembra que há duas vagas, pois seus ex-colegas
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
foram para concorrência.
Ricardo, o diretor comercial, comenta.
“Agradeço sua pergunta e acho que precisamos nos debruçar sobre
isso. Senhor presidente, como sabe, sempre fomos buscar fora nossos
gerentes. O que faremos agora? Continuaremos com essa estratégia?”
O líder fica meio indeciso, balbucia algumas palavras e finalmente diz:
“Faremos o seguinte, vamos para um intervalo. Tomaremos um café e
retornaremos em 20 minutos.”
Achando boa ideia, todos se levantam e começam a partir em direção
ao café. Enquanto se direcionam para lá e já longe do líder, Jones, o gerente
de Marketing, diz:
“Alguém pode me dizer o que está acontecendo? Só eu percebi ou
vocês também notaram como nosso chefe está estranho?” Simone pede
discrição e faz sinal para irem num lugar mais reservado.
Ao entrarem numa sala aconchegante onde o café é servido, começam
a falar ao mesmo tempo. Estão atônitos com a mudança radical que observam
no líder da empresa.
“Antes de você ser um líder, o sucesso tem tudo a ver com seu
crescimento pessoal. Quando você se torna um líder, o sucesso
tem tudo a ver com o crescimento dos outros.”
Jack Welch
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
| 05 |
LÍDERES DEVEM GERAR NOVOS
LÍDERES
Enquanto isso, o líder se dirige para sua sala, muito pensativo sobre
as decisões que precisaria tomar. Já segurava seu novo brinquedo, à espera
que tocasse. Havia muitas dúvidas e muitas perguntas.
Após alguns minutos, oTablet toca e ele o atende apressadamente.
“Parece que você compreendeu muito bem alguns pontos sobre os
quais conversamos. Sua nova postura, com certeza, é melhor que a anterior.
O líder precisa estar ao lado de sua equipe, não apenas nos bons momentos,
mas especialmente nos momentos mais difíceis. Caso haja algum vendaval,
todos saberão que há um capitão qualificado para enfrentar as tormentas. Se
o líder falha, todos são responsabilizados. A culpa, normalmente, sempre recai
sobre os funcionários, quando em geral a responsabilidade pelo fracasso é
do líder”, disse o Gênio.
“Fui confrontado com várias situações. Algumas, confesso, me
deixaram muito desconfortável. Por exemplo, como permiti que um grande
cliente partisse para a concorrência? Como pude permitir que alguns bons
profissionais nos deixassem?”
Nesse momento, o Gênio o interrompe e diz:
“Foram cometidos alguns erros básicos de administração e liderança.
Infelizmente, tenho visto muitas empresas cometerem os mesmo erros.
Pode demorar algum tempo, mas os resultados negativos sempre
aparecem. Esses enganos fizeram com que sua empresa perdesse dinheiro,
credibilidade e capital humano. Infelizmente os humanos têm essa tendência.
Aferrolham as portas apenas quando elas são arrombadas.
Normalmente nos momentos de crise, as empresas desejam fórmulas
mágicas e soluções milagrosas. Como disse Jim Collins, ficam à espera de
uma bala de prata. Esquecem-se que ‘crises’ são cíclicas. É preciso saber
utilizar os bons momentos da economia e proteger-se para os tempos de
turbulência.
Não é necessário que apareça o problema para só então tentar achar
a solução. O ideal é antever, identificar possíveis problemas e evitar que
eles aconteçam. Como dizia meu querido discípulo Peter Drucker, se você
não consegue ver o futuro, então o crie. O líder deve estar completamente
atento ao mercado, prevendo ou mesmo antevendo possíveis mudanças em
setores-chave da economia.”
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
“Líderes devem ser como as águias. Ter visão
aguçada e velocidade nas decisões.”
O grande líder sabendo que não dispõe de muito tempo diz:
“Sempre adotamos a política de contratar nossos executivos, buscandoos no mercado. Achávamos melhor não utilizarmos prata da casa. Porém,
hoje, somente hoje, comecei a questionar essa decisão. Gostaria de ouvir
sua opinião.”
O Gênio começa coçar o queixo, faz um sorriso maroto e então responde:
“Existem controvérsias no mundo corporativo quanto a isso. Algumas
empresas veem mais vantagem em ir ao mercado externo buscar seus
líderes.”
Preferem pessoas formadas em outras empresas, que cheguem com
“Seja cauteloso quando os outros são gananciosos e seja
ganancioso quando os outros são cautelosos.”
W. Buffett
uma visão mais periférica. Outras, no entanto, preferem capacitar e usar seus
próprios funcionários.
Antigamente, as empresas valorizavam muito o profissional que fazia
carreira na empresa. Hoje, existe uma corrente que prefere um profissional,
especialmente em cargos de liderança, que tenha passado por várias
experiências profissionais. Isso torna o profissional mais completo.
Quais a desvantagens em se trazer um profissional de fora?
Segundo Jack Welch, o contratado chega sem conhecer a cultura
da empresa. Isso faz com que sua adaptação ocorra de forma mais lenta.
Infelizmente, alguns até tentam apagar o legado deixado pelo líder anterior.
Muitas vezes, decisões de cunho meramente egoísta acabam por trazer
grandes complicações”. Claro que há histórico de sucesso. O Senhor Roberto
Lima, quando foi convidado para assumir a presidência da Vivo, não tinha
experiência alguma com telefonia móvel. Ele estava vindo da Credicard. No
entanto, foi um dos responsáveis pela grande virada da empresa. Quando
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
finalmente deixou a empresa, a Vivo era a número um no Brasil e uma das
gigantes mundiais em telefonia móvel.
“E quanto a utilizarmos os profissionais que temos na empresa?”,
interrompe o grande líder.
“Bem, segundo os maiores especialistas em administração, há
algumas vantagens, com as quais concordo. A Xerox está sendo salva por
um funcionário de carreira, promovido a CEO.
Na verdade, estamos falando de uma mulher, a senhora Mulcahy,
considerada em 2008 pela revista Chief Executive a CEO do ano (4). No
entanto, quando uma empresa não tem a cultura de promover seus profissionais
a cargos de liderança, corre o risco de perder um bom funcionário e ganhar
um péssimo gestor.”
“Para que isso não aconteça, o que poderemos fazer?”, pergunta o
líder em dúvida.
“No seu caso, sugiro que comece a pensar na avaliação, formação e
mentoring de potenciais candidatos. O que acha de começar criando uma
Escola de Líderes?”
O líder acha uma ideia excelente e já começa a planejar como poderia
construir algo assim. Seus pensamentos são interrompidos por outra ideia do
gênio.
“Podemos chamá-la de Escola de Águias, o que acha?”
“Acho ótimo, mas por que Escola de Águias?”
“Porque as águias têm visão aguçada. Conseguem ver suas presas a
centenas de metros. Voam a quase 200 quilômetros por hora, quando preciso,
exatamente como os líderes devem ser. Eles devem ter capacidade de
enxergar o que outros não conseguem e de decidir rápido quando necessário.
Precisam de visão aguçada a fim de encontrar soluções, especialmente em
tempos de crise. Há ainda algo para o qual gostaria de chamar sua atenção.
Igualmente importante é a implantação do que chamamos de empowerment,
o empoderamento ou a libertação do poder que há nas pessoas. Muito tem
se falado em seu mundo sobre essa grande ferramenta. Alguns a confundem
com delegar, mas é muito mais do que isso.
Para a criação de líderes, é necessário não apenas treinar, mas deixar
que os funcionários em treinamento assumam riscos, que sejam autorizados a
tomar decisões. Claro que estou falando em decisões que não comprometam
a saúde financeira da empresa.
Infelizmente, alguns líderes sofrem da síndrome do poder. Essa síndrome
ocorre com mais frequência em pequenas empresas ou em empresas
familiares, quando o empreendedor ou o iniciador do negócio não deseja ver
seu poder ou influência diminuído. Por isso, para este tipo de líder é mais
difícil deixar que seus liderados assumam qualquer grande responsabilidade.
Eles possuem uma necessidade de sempre estarem no centro das atenções.
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
Isso gera desconforto e muita desmotivação entre os funcionários.
Assim, recomendo que os funcionários que estiverem no programa de
mentoring, devam ser incentivados a tomarem decisões”, termina o Gênio.
O grande chefe, agora cheio de novas informações e mais esclarecido,
retorna para a reunião. Sua secretária, percebendo sua volta, convoca
novamente os participantes.
“Acho que é hora de a empresa começar a mudar alguns critérios
que eram considerados imutáveis. Acabo de conceber a possibilidade de
começarmos a usar nossos funcionários, quando houver necessidade de
promoções. O que vocês acham?”
Alguns líderes na sala ficam se entreolhando sem entender nada.
Anteriormente ele considerava essa hipótese praticamente nula.
Um dos gerentes pede a palavra e diz:
“Senhor, isso nos deixaria muito feliz. Falando a verdade, a atitude
de não promover os funcionários e ir buscar fora novos talentos é uma das
razões do descontentamento de muitos de nossos funcionários. Acho mesmo
que essa notícia não poderia vir em melhor momento.”
Todos concordam com um grande sorriso. Na sala, um clima de confiança
começa a tomar conta das pessoas. Dona Simone não cabe nela de tamanha
alegria ao ver seu chefe voltar a ser ele mesmo, como nos velhos tempos.
O diretor financeiro, Conrad, claro, preocupado com ‘custos’, pergunta
se ele tem em mente alguma estratégia para isso.
Com um sorriso, que dava para iluminar a sala, diz que teve uma grande
ideia e que gostaria da opinião de todos.
“Vamos criar uma escola de líderes. Começaremos a capacitar nossos
funcionários para futuras responsabilidades na empresa. O que acham de
a chamarmos de “Escola de Águias?”Silêncio e perplexidade dominam o
ambiente.
Diante do silêncio, continua:
“Não podemos promover alguém apenas para preenchermos uma vaga
ou mesmo para acalmar os ânimos dos descontentes. É preciso um programa
sério de empowerment. Levaremos a sério um programa de capacitação.
Afinal, essa é uma das responsabilidades de qualquer líder, em qualquer
corporação. É necessário gerar novos líderes.
Para isso, o treinamento se apresenta como uma ferramenta poderosa
e que deve ser usada a nosso favor.”
O diretor de Marketing, Jones, finalmente diz:
“Acho que essa é uma das melhores decisões que poderíamos ter
tomado, mesmo em tempos de crise. Recordo-me que este foi um dos pontos
altos da gestão de Jack Welch à frente da GE. Isso com certeza dará um
novo ânimo a toda a corporação.”
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
“Funcionários dizem aquilo que você quer ouvir. Líderes, dizem
aquilo que você precisa ouvir.”
J. Maxwell
Enquanto isso, Simone, volta a receber mensagens no celular. A maioria
das perguntas eram o que havia acontecido com o chefe. Porém, a maioria
dos textos demonstravam entusiasmo com a nova postura do grande líder.
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
| 06 |
LIDERANÇA ATRAVÉS DA EQUIPE
Ele continua:
“Tenho algumas ideias e gostaria de discuti-las com vocês. Além da
Escola de Líderes, precisamos fazer o seguinte:
Primeiro — precisamos estancar a saída de nosso capital intelectual.
Caso contrário, essa tendência pode nos prejudicar. Esses funcionários
demissionários podem ser cooptados pelos nossos maiores concorrentes.
Só Deus sabe os prejuízos que isso pode nos causar.
Segundo — Fortalecer o relacionamento com os clientes de nosso
portfólio. É importantíssimo que os clientes percebam que estamos ao seu
lado. Continuaremos investindo para o estreitamento de nossas relações,
independentemente da crise. Faremos isso com o mesmo entusiasmo de
quando desejávamos conquistá-los.”
Neste instante, o diretor de Marketing, Jones, começa a sorrir,
concordando com as ações.
“Na outra ponta — tentaremos recuperar os clientes que partiram. Como
nós sabemos, custará muito mais caro recuperá-los. No entanto, no caso da
empresa ‘Feliz & Cia’, todo esforço valerá a pena.”
A secretária interrompe para informar que já é hora do almoço. A reunião
estava tão interessante que ninguém percebeu o tempo passar.
O presidente concorda com uma breve interrupção para o almoço.
Todos deveriam estar de volta em no máximo uma hora e meia.
“É mais fácil vender mais para os mesmos clientes do que
conquistar novos clientes. O objetivo é angariar clientes leais,
na expectativa de que eles não só repitam com frequência suas
compras, mas também digam coisas boas sobre a empresa.”
Philip Kotler
Há uma grande euforia ao saírem da sala de reunião. Era claro que
uma grande reviravolta estava a caminho. Dona Simone parece uma criança
de tão feliz.
Ricardo, o diretor comercial, enquanto se dirige para o restaurante,
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
confraterniza com os gerentes a decisão da nova escola de líderes. Finalmente,
os funcionários começariam realmente a ser valorizados e reconhecidos.
O grande chefe pede desculpas por não poder almoçar com a equipe,
pois ainda tem que despachar alguns assuntos importantes. Ele almoça no
próprio escritório.
Ao chegar a sua sala, afrouxa a gravata, senta-se em sua cadeira e dá
um grande suspiro de alívio. Nesse instante, seu Tablet entra mais uma vez
em ação.
“Estou me sentindo muito bem. Parece que algumas toneladas estão
saindo de minhas costas.”
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
| 07 |
O CAOS ECONÔMICO
O Gênio sorrindo, pede licença para expor mais algumas ideias.
“Como sabemos, o mundo está em completo caos. Empresas, outrora
consideradas imbatíveis e seguras, desabaram feito castelos de areia.
Veja o caso do Lehman Brothers, o quarto maior banco americano. Uma
empresa centenária que resistiu a uma guerra civil, à grande depressão
americana. Resistiu a duas guerras mundiais, mas não à crise mundial de
2008. Os humanos cultivam hábitos estranhos e formas muito esquisitas de
reagir nessas horas. Em mares tempestivos, óbvio, bons comandantes são
revelados. Com certeza, presenciaremos o surgimento de grandes empresas.”
Embora o mundo tenha vivido um período de calmaria após uma pequena
estabilidade a partir de 2010, a fragilidade de alguns países europeus, como
Portugal, Espanha,Grécia e finalmente a Itália, pode gerar um novo contágio.
Não podemos nos esquecer de que as medidas do governo americano para
conter a crise de 2008 foram muito paliativas. Assim sendo, a instabilidade
pode atormentar os mercados por mais tempo do que o previsto.
“Como agir em tempos de caos? Que solução adotar?”, pergunta o
Gênio.
“Bem, no nosso caso, precisamos agir com cautela. Estamos enfrentando
duas crises. Particularmente, acho que poderemos nos aproveitar muito bem
da crise externa, se soubermos agir. Quanto ao vendaval interno, ainda tenho
algumas dúvidas”, responde o líder.
O Gênio diz que o deixará almoçar com calma e que mais tarde poderiam
continuar. Ele concorda e antes de dizer mais alguma coisa, seu Tablet alerta
para uma nova mensagem:
“Bom Apetite.”
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
O Líder telefona para o restaurante da empresa e solicita seu almoço,
dizendo que deve ser entregue diretamente em seu escritório. Enquanto isso,
decide tomar nota das últimas lições recebidas.
Saboreia seu almoço, que na verdade foi um sanduíche caprichado.
Come apressadamente. A papelada sobre sua mesa denuncia que há muito
que fazer.
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
| 08 |
ESTRATÉGIAS PARA
VENCER NO CAOS
Enquanto isso, no restaurante, um único assunto ainda permeia toda
a conversa. O que aconteceu com o nosso chefe? Porque uma mudança
tão drástica em sua liderança? Todos estão animados com as mudanças
e muito mais confiantes. Simone é bombardeada por perguntas vindas de
todas as direções. Porém, a única resposta é: “Não sei o que está havendo,
mas espero que continue assim.”
Toda a equipe volta para a sala de reuniões, cheios de perguntas e
dúvidas. Eles deixam transparecer que há um sentimento de grande união
entre eles. Parece que cerram punho declarando guerra à crise.
“A dura realidade é que as empresas precisam cortar custos quando
a atividade econômica entra em queda. Porém, é fundamental que
as iniciativas da redução de despesas não prejudiquem o quociente
de singularidade da organização, levando a não mais corresponder
às necessidades e expectativas dos clientes ou pondo em perigo
sua cultura e seus valores.“
Philip Kotler
O líder volta para a sala de reunião, toma seu lugar e recomeça
perguntando.
“Gostaria de fazer uma pergunta. Por que um cirurgião usa um bisturi
numa cirurgia?”
Na sala, sem entender o objetivo da pergunta, todos ficam à espera de
que alguém responda. Finalmente, algumas respostas começam a surgir. Até
que Conrad, o diretor financeiro, arrisca uma resposta:
“O cirurgião precisa de precisão e, por isso, um instrumento de corte
preciso.”
O líder parabeniza seu diretor pela observação e complementa:
“O mesmo acontece em tempos de caos. Quando empresas chegam
à decisão sobre a necessidade de realizar alguns cortes, a precisão é
fundamental. Caso um cirurgião não leve em conta a precisão, pode
comprometer a saúde e às vezes a própria vida de seu paciente. Da mesma
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
forma, se o líder conceber cortes na empresa de forma aleatória, pode
comprometer a saúde da corporação. Por que estou abordando esse assunto?
A saída de alguns gerentes para a concorrência, somados à perda do
cliente ‘Feliz & Cia’, bem como a de outros clientes importantes, culminando
com a crise externa, fizeram com que nossos resultados líquidos minguassem.
Os acionistas estão nos pressionando por melhores resultados.”
Nesse momento, a equipe percebe que a crise enfrentada pela empresa
afetou-a mais do que esperavam. E, quando o assunto envolve corte, claro,
todos imaginam o óbvio – demissões.
“Nas últimas semanas, tenho ouvido algumas sugestões das diretorias
de R.H. e financeira. Ambas concordam que se nós fizéssemos uma redução
de pessoal poderíamos melhorar nossos resultados e diminuir a pressão sobre
nosso fluxo de caixa. Não havia comentado nada, pois queria ter certeza
absoluta que seria bom para a empresa. Porém, após alguns dias pensando
sobre o assunto e ouvindo alguns conselhos, cheguei a uma conclusão. Tenho
ideias totalmente opostas à demissão como solução para nossos problemas.
Essa seria uma decisão de risco. Temos uma estrutura enxuta e, tão logo
a crise passe, seremos obrigados a recontratar, o que nos custaria ainda
mais caro. Parece-me que a demissão é a decisão menos viável, pelo menos
nesse momento.
É verdade que precisamos fazer algo. Por isso, a partir de hoje, penso
que a melhor medida a tomarmos seria começar a cortar apenas o que for
considerado ‘gordura’. Todos sabem que quando tudo vai bem, costumamos
fazer vista grossa quanto a certas despesas. No entanto, esse é o momento
de realinharmos algumas condutas. Caso tenhamos que cortar na própria
‘carne’, começaremos com a nossa.
Sendo assim, gostaria que pensassem sobre isso com calma. Espero
que na próxima reunião possam trazer sugestões quanto a reduzirmos nossos
custos de forma racional.”
“Todos cortam despesas, mas fazê-lo de maneira a melhorar
o projeto e o desempenho do empreendimento distingue os
vencedores dos perdedores.”
John Sviokla, Diamont Management & Technology Consultants
Todos na sala estão felizes e sorridentes ao ver que afinal o barco volta
a ter um verdadeiro comandante.
A equipe o cumprimenta pelas belas ideias apresentadas e pelas
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
decisões tomadas. Ele agradece e enfatiza a necessidade de feedback o
mais breve possível.
Chega o fim de semana e o Tablet parece não entrar em ação. O líder,
não querendo desperdiçar tempo, usa seus momentos de folga para planejar
como fazer a empresa voltar a crescer. Já perto do fim do dia, seu brinquedo
entra em ação mais uma vez. O Gênio pergunta se precisa de alguma ajuda.
Ele diz que toda ajuda é bem-vinda.
“Não costumo invadir os fins de semana das pessoas que estão sob meus
cuidados. Acredito que o descanso é muito importante para o carregamento
das ‘baterias’. No entanto, como estamos tratando de assuntos emergenciais,
acho que posso ajudar.
Gostei muito de suas intervenções na última reunião. Acredito que está
voltando a ser o que sempre foi. Tudo o que conversamos pode tê-lo ajudado
a abrir um pouco mais sua mente.”
Interessado no assunto o líder solicita ao Gênio que continue.
“Em tempos de crise e caos econômico, é preciso muito cuidado com o
movimento das peças. Imagine que está em um grande tabuleiro de xadrez.
Qualquer peça movimentada, sem cuidado no movimento, pode levar o
jogador à derrota. No mundo dos negócios acontece a mesma coisa. Todos os
movimentos do líder devem ser realizados com arrojo e prudência ao mesmo
tempo. Caso contrário, pode levar ao xeque-mate do mercado.
Em tempos ruins, a primeira reação de muitos líderes é cortar, cortar e
cortar. A poda generalizada passa a ser a tônica da empresa.
A primeira vítima a ser decapitada ou mutilada é sempre o departamento
de Marketing. Alguns empresários começam a achar da noite para o dia que
Marketing é ‘gordura’.
Quando o mar está em fúria, um submarino que precisa emergir para
realizar algumas manobras pode tranquilamente vedar todas as escotilhas,
submergir e aguardar a tempestade passar. Na vida real, uma empresa não
pode se esconder e esperar o caos passar. Não enfrentar a tempestade pode
causar a perda de muitos clientes e danos irreparáveis.
Quanto mais as empresas se esconderem, na tentativa de não
serem atingidas, mais se afastarão da mente de seus clientes, caindo no
esquecimento. É na crise que as empresas precisam investir para manter os
clientes e proteger terrenos já conquistados.
É vital estancar a saída desse valioso patrimônio para a concorrência.
Os clientes precisam perceber claramente que há uma tentativa em manter
ou melhorar o relacionamento. É aí que o departamento de Marketing pode
fazer a diferença. Ações focadas para manter os clientes e melhorar o
relacionamento são fundamentais.
Existe uma história milenar, porém com uma grande lição sobre como
vencer em tempos de crise. É a história de José do Egito. Você já ouviu essa
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
história?”, pergunta o Gênio. O líder responde que muito vagamente e, então,
o Gênio continua.
“Sendo informado sobre uma séria crise que se abateria sobre seu
país, José prepara o primeiro plano econômico que a história da humanidade
tem conhecimento. Usa os sete anos de fartura para fortalecer o ‘caixa’ do
Egito. Quando finalmente a crise se apresenta, o Egito estava fortalecido e
preparado.” O Gênio vendo que o líder está concentrado acrescenta: ¬
“José nos ensinou duas coisas.
Primeiro – em tempos de CRISE ‘fluxo de caixa’ é fundamental. Foi por
manter fluxo de caixa durante a crise que o Egito em pouco tempo se tornou
uma potência mundial.
Segundo – as CRISES são cíclicas. Elas vão e voltam. Parece que os
humanos não aprendem pelo exemplo, o que é uma pena. Deveriam aproveitar
os momentos favoráveis da economia para o fortalecimento interno. Usar os
bons momentos a fim de se preparar para enfrentar qualquer reviravolta da
economia.
Quando finalmente o caos se instalar, as empresas estariam prontas para
investir, comprar, contratar e crescer. Exatamente o que José nos ensinou.
Simples, não? Em vez de encolher, crescer. Em vez de cortar, investir. No
lugar de demitir, contratar. Claro, sempre fazendo as peças se movimentarem
de forma consciente.”
O líder o interrompe e pergunta se essas dicas poderiam ser usadas
em sua empresa.
“Se os movimentos forem cuidadosos, sim. É por isso que quando a
crise finalmente passa, muitas empresas emergem mais fortes, mais sólidas
e passam a ocupar um lugar ainda mais significativo no mercado. Na outra
ponta, as empresas que deixam de investir com medo da crise, fazendo
cortes aleatórios, acabam desaparecendo também quando a crise passa.
No entanto, vale à pena lembrar que não existe tamanho único em termos
de solução. Cada caso é um caso. Não dá para pedir ao departamento de
Marketing, por exemplo: Por favor, quero uma solução de tamanho M.
É necessário compreender que não é no momento de caos econômico
que as empresas encontrarão soluções mágicas. É preciso ter sempre
preparado um plano alternativo. Alternativas bem planejadas para imprevistos
são como água no deserto. Remendos são sempre muito perigosos.
Como já acompanho as crises por muitos anos, penso que estou
habilitado a dar-lhe algumas dicas. São as seguintes:
• Fluxo de Caixa é tudo.
• Estancar a saída de clientes e profissionais para a concorrência.
• Através de estratégias planejadas pelo Marketing, reforçar o
relacionamento com os clientes já conquistados.
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
• Prospecção, apenas se for altamente lucrativa. O custo de buscar novos
clientes é alto.
• Evitar cortes, especialmente no departamento de Vendas e Marketing.
• Se for preciso cortar, comece com a ‘gordura’.
• Se precisar cortar na ‘carne’, comece por cima, quer dizer com a sua,
com as pessoas que estão no topo: redução de bônus; de viagens, em
particular com jatinhos da empresa; de mordomias antes toleradas;
estabelecimento de objetivos e metas, não no curto, mas no médio e
longo prazos.
• Contratar as estrelas que as empresas concorrentes estejam
dispensando.
• Ocupar espaços estratégicos abandonados pelo concorrente e fortalecer
os já conquistados (5).
“Não Existe solução fácil para problemas complexos. O que existe,
em vez disso, é uma direção óbvia.”
Jack Trout
Quando os funcionários percebem por parte de seus líderes a atitude
“faça o que digo, mas não faça o que eu faço”, a desmotivação é certa. Vocês
humanos aprendem 80% pelo que vêem e não pelo que ouvem. São assim
desde crianças. É preciso que as palavras casem com as ações. Portanto,
liderança é exemplo. Certamente, você deve se recordar da atitude dos
líderes da GM.
Eles foram de jatinho ao congresso americano com o pires na mão,
dizendo estar em dificuldades econômicas – isso para não dizer que estavam
praticamente falidos. Quem acreditaria na história deles? Não foi difícil
entender a reação da imprensa e dos congressistas. Eles demonstraram
não estar preocupados com a saúde da corporação, e sim com a deles. O
resultado? Estamos ainda observando com gosto amargo. Essas atitudes
são às vezes mais perigosas do que a própria crise.
“Lucro e potencial financeiro serão o aplauso que receberemos por
um trabalho bem feito.”
K. Blanchard
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
Bem, vamos fazer uma pequena pausa. Gosto muito de parar de vez
em quando e recapitular. Ajuda reter melhor alguns pontos. Então, vamos lá”,
diz o Gênio, sorrindo.
“Apenas um submarino é completamente blindado. As empresas são
vulneráveis. Por isso, é preciso ser proativo. Lembre-se de que quando o
Titanic foi construído, seus construtores disseram que seria impossível
naufragá-lo.
Assim como o cirurgião precisa de cortes precisos, o mesmo acontece
com as empresas. Quando for necessário lançar mão de cortes, a fim de
aliviar a pressão sobre o fluxo de caixa e melhorar os resultados, o líder
também precisará de precisão.
José do Egito nos ensinou que em tempos de crise é preciso preservar
o fluxo de caixa. É nos bons momentos da economia que a corporação deve
se fortalecer para possíveis vendavais.
O Gênio achando que já havia interferido demais, diz ao líder que deve
descansar para os dias seguintes. O líder sorri e agradece a ajuda. Pega sua
Harley para dar umas voltas e refrescar a cabeça.
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| 09 |
LIDERES SÃO PESSOAS
QUE EXECUTAM
Na segunda-feira, o líder chega bem mais cedo ao escritório. Quando
dona Simone vai até a sua sala tem uma surpresa. Ele está a sua espera com
uma xícara de café. Nesse dia, dona Simone completa dez anos de empresa.
Entregando-lhe a xícara, ele diz que ela tem sido seu braço direito.
Reconhece que sem sua ajuda, sua vida na empresa seria muito mais difícil.
Enquanto conversam, entram na sala Rachell, a diretora de R.H., e Willian, o
diretor financeiro. Rachell entrega a ela um presente – um belo relógio. Todos
a aplaudem. Dona Simone, aos prantos, agradece. Ela afirma que confia
na liderança da empresa e, prestando continência, diz que sempre será um
soldado leal. Todos dão uma grande gargalhada e caminham para tomarem
café.
Na empresa é um tremendo alvoroço, pois sabem como o chefe tem
sido pão duro nos últimos anos. Alguns se perguntam se ele finalmente teria
acordado. Enquanto isso, Simone desfila toda sorridente com seu troféu
no braço. Quando ela percebe que toda a diretoria e gerentes já estão na
empresa, comunica-lhes que o líder deseja uma reunião.
A diretoria e os gerentes estão ávidos para entregarem algumas
sugestões sobre como reduzir o custo fixo, melhorar a performance da empresa
e o relacionamento interno. Algumas sugestões vieram de funcionários que
aderiram à ideia. Parece que toda a corporação está agora não só debaixo
do mesmo teto, mas também com a mesma visão.
“Perguntaram certa vez a Hellen Keller o que seria
pior do que a cegueira. Ela respondeu: ‘Enxergar,
mas não ter visão’.”
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
Enquanto o líder está em sua sala saboreando um delicioso cappuccino,
seu Tablet toca mais uma vez.
“Parece que você está entendendo claramente o que é liderar através da
equipe. Todos estão dispostos a cooperar com você, pois estão contagiados
pelo mesmo espírito. Essa união pode transformar qualquer empresa modesta
em uma empresa vencedora. Mais adiante, voltaremos a falar sobre liderança
e trabalho em equipe”, termina o Gênio.
O líder confirma que há muito tempo não se sentia tão bem. Comenta
que está se sentindo melhor preparado para atravessar o caos e sair vitorioso.
Quando chega à sala de reuniões, o ânimo é notório. Toda a equipe
concorda que a empresa está retomando seu verdadeiro rumo.
“Parece que temos boas notícias vindas de todos vocês, certo?”,
pergunta o líder.
O diretor comercial afirma que a empresa recebeu várias ideias. Muitos
querem saber como recuperar alguns clientes que foram parar nas mãos dos
concorrentes. Parece ser essa uma das maiores preocupações que permeiam
a empresa.
“Eu entrei em contato com o presidente da empresa ‘Feliz & Cia’ e
marcamos uma reunião para essa semana. Fui muito bem recebido e
conversamos por alguns bons minutos sobre vários assuntos. Acho que foi
dado o primeiro passo. Estou montando uma estratégia para essa reunião e
gostaria de ir acompanhado de um de vocês.”
Os gerentes ficam sem saber o que dizer, pois há muito tempo isso
não acontecia. O próprio presidente visitando clientes na companhia de
funcionários já não acontecia havia anos. Alguns acreditam ser um milagre.
O líder, então, continua:
“O que mais me preocupa nesse momento, fazendo um pequeno
resumo, é o seguinte:
• Manter nosso faturamento sem grandes oscilações e proteger
nosso caixa.
• Nossos clientes precisam saber que estamos ao seu lado. Faremos
tudo que for possível para deixar isso claro.
• Não podemos perder terrenos já conquistados.
• Precisamos rapidamente tranquilizar nossos acionistas e dar um
forte recado ao mercado. Gostaria de saber o que estão preparando.”
O diretor de Marketing, Jones, começa a explicar a todos o que o
departamento preparou.
“Nossas ações contemplarão basicamente quatro frentes:
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
• Cortaremos nossos investimentos com mídia de 30 seg em 50%.
Como sabem, somos um dos grandes anunciantes em nosso seguimento.
Esse corte de 50% nos proporcionará uma economia significativa, nos dando
oxigênio para outras ações. Apenas nosso lançamento não terá sua verba
reduzida.
• Investiremos mais fortes nos Pontos de Venda, que são a extensão
de nossa empresa. Não podemos nos descuidar deles. Queremos marcar
melhor nossa presença e estar mais perto de nossos clientes e consumidores.
Nossa agência já está preparando uma campanha para essas novas ações.
• Investiremos de forma significativa em mídia na internet. Penso
que perdemos algumas oportunidades nesse segmento e chegou a hora de
mudarmos e realizarmos algumas ações. Vamos investir, por exemplo, nas
redes sociais.
• Entraremos com força no comércio eletrônico.”
Nesse momento, o líder assente com a cabeça, gostando da ideia.
Jones percebe o gesto e continua:
“Nosso foco estará concentrado nos 20% de nossos clientes que são
responsáveis por 80% de nosso faturamento. Estes clientes receberão maior
atenção da empresa em todos os sentidos. Contrataremos mais profissionais
para promoção e merchandising nos pontos de venda.”
Jones agora se enche de entusiasmo:
“Como já comentado, todos nós estamos preocupados com a perda de
clientes para nossa concorrência. Precisamos parar o processo imediatamente.
Estamos começando, a partir de hoje, a tomar medidas a fim de recuperar
alguns de nossos clientes que migraram para a concorrência. Sabemos que
custa muito caro recuperar clientes perdidos. Assim, escolheremos apenas
os clientes mais significativos. Claro que todo o restante de nossa carteira
estará recebendo atenção por parte de área comercial.”
A diretora de R.H., Rachell, pede a palavra e começa a expor suas
ações.
“Já começamos a nos preparar para a escola de líderes. Iniciamos
na semana passada a reforma de uma de nossas salas para isso. Haverá
um pequeno auditório com toda infraestrutura para ministrarmos os cursos.
Embora não tenhamos comentado, estamos contratando consultores
especialistas em liderança. Esses consultores treinarão todos os nossos
líderes, que, por sua vez, treinarão os funcionários candidatos a ocuparem
cargos de chefia e liderança. Também estamos tomando providências para
segurar os funcionários descontentes.”
O líder parabeniza Rachell pela iniciativa e dá sinal verde para a ação.
Ricardo, o diretor comercial, começa sua explanação.
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
“Embora nosso pessoal do departamento de Pesquisa e Desenvolvimento
esteja presente, fui incumbido de dar as boas novas. Gostaria de anunciar
algumas medidas que nosso departamento, bem como o de pesquisa, adotará.
Há alguns meses, estávamos envolvidos em vários projetos, especialmente
no desenvolvimento de novos produtos. Decidimos que alguns lançamentos
ficarão suspensos à espera de melhores dias. Os de longo prazo serão
temporariamente abandonados. Quanto aos lançamentos de curto prazo,
pertinentes àqueles que já estavam em processo de finalização, daremos
prosseguimento à produção, concentrando neles todas as nossas energias.
Estamos trabalhando em um projeto altamente sigiloso, no qual
apostamos muito e está praticamente pronto.
O lançamento seria mais à frente, mas, diante dos acontecimentos,
decidimos antecipar. Trata-se de um novo computador portátil híbrido, que
concordamos em chamar de BlueSky Tablet. É uma mistura de Tablet e laptop
Nosso portátil terá uma bateria tão pequena quanto a de um celular
e uma autonomia de 72 horas. Será o computador pessoal mais leve e de
maior autonomia jamais produzido”, todos aplaudem com rostos cheios de
otimismo.
¬¬“Porém, o maior segredo é que nosso portátil será alimentado por
energia solar. O usuário estará livre para usar seu computador onde estiver
e quando quiser. Esse é nosso slogan. Além disso, não podemos mais
negligenciar o tema da sustentabilidade. Acreditamos que o crescimento
sustentável é a melhor solução. É preciso crescer e inovar, mas sempre
pensando nas futuras gerações. Dessa maneira, usaremos os recursos de
nosso planeta de maneira mais inteligente.”
A surpresa toma conta de todos. Ricardo continua.
“Decidimos também participar ativamente em recuperar todos os
nossos produtos que serão descartados pelo usuário. Os consumidores que
desejarem substituir seus produtos por produtos mais avançados poderão
procurar nossos parceiros e devolvê-los. Daremos um belo desconto caso o
cliente traga um modelo antigo e compre um novo. Fizemos uma parceria com
uma grande empresa de reciclagem desses materiais. Assim, não veremos
mais nossos produtos serem descartados em lugares inapropriados. ”
Ricardo, querendo dividir o sucesso da apresentação com o pessoal
do departamento de Pesquisa e Desenvolvimento, convida a gerente Francis
a falar sobre as outras novidades. Francis, cheia de orgulho, agradece e
continua.
“Além de todas essas novidades temos outra fantástica. A tela de LED
se desdobra posicionando-se sobre os teclados. Será a primeira tela LED
antirrisco e gordura das mãos a ser lançada no mercado. O consumidor
poderá usar o computador tocando suavemente na tela como um tablet. O
computador é quase todo em fibra de carbono. Dessa maneira, conseguimos
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
produzir um computador robusto, porém, muito leve e fino.”
Todos na sala começam, mais uma vez, a bater palmas e a parabenizar
os colegas.
O presidente dá um sorriso de aprovação e parabeniza todos pelo bom
trabalho. Especialmente por todos estarem empenhados em encontrar um
caminho.
O presidente toma a palavra e comenta sua satisfação com as medidas.
Enquanto ainda está falando, seu Tablet começa a vibrar. Ele disfarça, dá
uma olhada e sorri discretamente. O Gênio está dançando de alegria.
Ele continua falando sobre sua visita à empresa “Feliz & Cia”. Confirma
o agendamento para a sexta-feira. Visto que ninguém se ofereceu para
ir, convida Ricardo, o diretor comercial, para acompanhá-lo. Ricardo fica
orgulhoso com o convite e concorda imediatamente.
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| 10 |
O PODER DA NEGOCIAÇÃO
Chega finalmente o dia da visita à empresa “Feliz & Cia”. A secretária
os recepciona e informa que o senhor Murdoch logo os receberá. Os dois
estão ansiosos por essa reunião e mentalmente vão se preparando.
Murdoch demora apenas alguns minutos. Entra sorrindo, dando-lhes
um forte aperto de mãos. Ele entra acompanhado com dois de seus diretores
executivos e as apresentações são feitas.
Após conversarem sobre algumas trivialidades, finalmente o líder entra
direto no assunto.
“Senhor Murdoch, como deve imaginar, estamos aqui com o objetivo
reavê-los como clientes. Temos longos anos de relacionamento, e tenho
certeza de que nossos produtos vinham atendendo suas necessidades.
Infelizmente, nos descuidamos e o perdemos para concorrência.”
Murdoch concorda com as afirmações e responde.
“Estamos atravessando uma grande crise mundial e nossas vendas
caíram de modo assustador. Nossas filiais em outros países, especialmente
na Europa, atravessam o pior momento desde nossa fundação. Uma de
nossas decisões foi baixar drasticamente os custos. Na verdade, o Brasil
vem salvando um pouco nossos resultados. Como sabem, por aqui a crise
não foi tão severa. Por isso, decidimos buscar novos fornecedores com
preços mais competitivos. Quando apareceu seu ex-gerente com uma boa
proposta, não hesitamos. Lamento não termos tentado negociar com vocês,
mas precisávamos de decisões rápidas.”
O líder comenta que entende a decisão adotada.
“Compreendo sua situação. Não estamos imunes. Nós também
enfrentamos algumas turbulências e tomamos várias medidas para manter
nossa posição no mercado e continuar atendendo nossos clientes. Sua
empresa é um dos maiores varejistas em nível mundial. Gostaríamos que
continuassem a distribuir nossos produtos e, por isso, temos uma proposta
interessante para apresentar”, conclui o grande líder.
Nesse momento, Murdoch se aproxima, mostrando interesse em ouvir a
proposta. Ricardo, recebendo um sinal positivo, começa a expor a estratégia.
“Estamos lançando um novo computador pessoal, com o qual temos
absoluta certeza de que faremos uma revolução no mercado mundial”, o
diretor abre seu notebook e começa a demonstrar todas as vantagens do novo
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Liderança Vitoriosa - Fernando Fernandes
computador pessoal, o BlueSky Tablet. O senhor Murdoch e seus executivos
começam a observar a apresentação e ficam fascinados. Ricardo termina
sua apresentação e espera que o grande líder aceite a proposta.
“Senhor Murdoch, como acha que poderíamos reaver nosso
relacionamento comercial? Compreendo que por terem recebido recentemente
os produtos do concorrente seu estoque deve estar alto. Mesmo assim,
acredito que com este lançamento poderemos voltar a realizar uma parceria
em nível mundial,” conclui o grande líder.
“Estou verdadeiramente impressionado com esse produto e não tenho
dúvidas de que será um estrondoso sucesso. No entanto, não posso deixar
de reconhecer que nosso estoque é alto, mas precisamos encontrar uma
solução”, responde o presidente da empresa “Feliz & Cia”, andando de um
lado para o outro.
“Acho que tenho uma solução interessante. Penso que há uma saída
que o agradará”, replica o Líder.
“Por favor, em que está pensando? Estou curioso. Gostaria de ouvir
sua proposta”, diz o senhor Murdoch.
“Em se tratando de um dos maiores varejistas em eletroeletrônico
do país e com forte presença em quase todos os continentes, sugiro que
excepcionalmente no lançamento realizemos um contrato de exclusividade
por três meses. A primeira encomenda terá um prazo de pagamento mais
elástico do que o habitual. Em contrapartida, os senhores voltariam a adquirir
todos os nossos lançamentos futuros”, conclui o líder.
Nesse momento, o senhor Murdoch caminha de um lado para o
outro, segurando seus óculos. Sua fisionomia é séria, cenho franzido e ar
pensativo. Murmura algumas palavras, quando finalmente volta a sentar-se.
Ele responde:
“Bem, concordo que seja uma boa proposta. Agradeço sua consideração.
No entanto, estamos falando em valores altíssimos.”
“Senhor Murdoch”, tenta novamente o líder, “estamos falando de
um produto revolucionário e inovador, que certamente fará com que seu
faturamento cresça consideravelmente. Com a exclusividade e os prazos
de pagamento mais elásticos, contribuiremos para melhorar o seu fluxo de
caixa”, rebate o líder.
“Hum, vejamos”, murmura Murdoch. Nesse momento, seus executivos
da área comercial sugerem que façam uma pausa para o café. Na verdade,
precisavam analisar melhor a proposta. Ele concorda e a reunião para. Pedem
licença para providenciar o café, prometendo retornar em instantes à sala.
O café é servido num clima de amizade e transcorre sem problemas.
Ao fim, voltam para seus lugares, pois estão entusiasmados para conclui-la.
O senhor Murdoch retoma a palavra:
“Após algumas considerações com meus executivos, propomos o
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seguinte:
Compraremos o novo produto para todas as nossas filiais – inclusive as
do exterior. Quanto à aquisição dos produtos com que vínhamos trabalhando
e que foram substituídos pelo concorrente, deixaremos como está, mas
aceitamos trabalhar com seus lançamentos futuros. O que acham? Fechamos
assim?”, conclui Murdoch com ar confiante.
O líder olha sorridente para Ricardo, que faz um leve aceno de cabeça,
e, então, intervém.
“Proteger o fluxo de caixa é o desafio mais importante que quase
todas as empresas enfrentam hoje, independentemente de
perceberem isso ou não.”
Ram Charam
“Senhor Murdoch, penso que esse é um bom acordo. Providenciaremos
imediatamente o contrato para selarmos nosso negócio.”
Estendendo a mão, o líder cumprimenta Murdoch de forma vigorosa.
Todos se cumprimentam de forma alegre. Em seguida, Murdoch solicita
taças de espumante para celebrarem o acordo. De volta ao escritório e ainda
em seu carro, ele cumprimenta Ricardo e agradece seu apoio. Ricardo diz
que foi um belo trabalho de equipe. Na empresa todos estão ansiosos pelos
resultados e os aguardam com ansiedade.
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| 11 |
A VITÓRIA
Passava das dezoito horas quando o líder, acompanhado de Ricardo,
volta à empresa e entra na sala de reuniões. Os dois entram cabisbaixos,
rostos tristes e fúnebres. Dona Simone percebe que alguma coisa dera errado
e fica sem saber o que fazer. O restante da diretoria não quer acreditar que
não conseguiram reconquistar a empresa “Feliz & Cia”.
O líder senta em sua cadeira timidamente, olha para todos e diz lamentar.
Dona Simone de cabeça baixa, esboça todo seu desapontamento, quando
de repente ouve uma grande gargalhada. Ao levantar sua cabeça, vê o líder
e Ricardo dando saltos de alegria. Começam a dizer que fecharam um dos
maiores contratos da história da empresa. No mesmo instante, toda empresa
entra em festa. Dona Simone cai no choro de alegria e mal consegue falar.
O diretor financeiro que sempre foi durão não consegue conter a emoção. O
presidente também não esconde sua emoção. Há um grande clima de vitória.
“Estamos comemorando a vitória de uma batalha. Quero parabenizar
a empresa como um todo. Como Ricardo disse muito bem, foi uma vitória
da equipe. Tenho certeza de que com esse espírito, conseguiremos sair
vitoriosos de todos os problemas que nos assolam. Daqui para frente, darei
maior atenção ao trabalho em equipe. O individualismo que vinha praticando
não fará mais parte de minha conduta. Demos um passo gigantesco no
saneamento de nossas dificuldades. Não podemos nos descuidar. Quero
aproveitar a oportunidade e convidar todos vocês para jantar. Faço questão
que tragam maridos e esposas para a confraternização.”
Todos cumprimentam o líder e combinam o horário no restaurante.
Finalmente saem e deixam-no sozinho. O grande líder, orgulhoso, segura
seu Tablet à espera que toque. Quando acontece, pensa em agradecer o
apoio que vem recebendo, mas o Gênio vem logo falando:
“Estou muito orgulhoso, meu amigo. Tinha certeza que conseguiria
contornar as adversidades. Ninguém consegue dar o que não tem. Se você
não fosse competente, com certeza não triunfaria. A única coisa que fiz
foi trazer à tona valores e princípios em que sempre acreditou e aos quais
defendeu. Os humanos precisam de sacudidelas de vez em quando. Foi o
que fiz e tudo que já havia dentro de você veio novamente à tona. Parabéns!
Mas, ainda precisamos trabalhar”, conclui o Gênio, sorrindo.
O líder concorda e comenta que precisa partir para o jantar. O Gênio se
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despede com um ‘Bon a petit’.
O jantar com sua diretoria e alguns gerentes corre muito bem. A sexta
“Quem está na defesa sempre deve partir para o ataque tão logo
tenha conquistado o benefício da defesa.”
Carl Phillip Gottfried Von Clausewitz, On War
feira termina em grande estilo. Todos regressam para suas casas mais leves
e ainda mais motivados.
O líder passa seu fim de semana com um pouco mais de tranquilidade.
Consegue até sair com alguns amigos num passeio com sua motocicleta. No
entanto, em sua mente, ainda há algumas preocupações. Outras batalhas
serão travadas.
Na semana seguinte, toda sua diretoria está à sua espera. Desejam
continuar fornecendo feedback às estratégias solicitadas pelo grande líder.
Ele chega cedo à empresa e dirige-se para sua sala. Assim que entra, seu
Tablet volta a entrar em ação.
“Meu amigo, essa semana será decisiva para toda a empresa. Estarei
todo tempo ao seu lado”, diz o Gênio.
“Tenho certeza que sim. Estamos tomando todas as medidas
necessárias para reverter o quadro negativo. Claro que sem sua ajuda jamais
teria conseguido chegar até aqui. Toda a empresa está unida e comprometida”,
responde o líder com um grande sorriso nos lábios.
Dona Simone entra sorridente, avisando que a sala de reuniões está
preparada e os executivos convidados para a reunião estão prontos.
O líder agradece e diz para informá-los que estará presente dentro
de alguns minutos. Aproveita para se despedir do Gênio e combinam de se
encontrarem mais tarde.
“O líder eficaz está sempre atento à necessidade
de Feedback. Procrastinar significa: ‘Não sei como
resolver’.”
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Já na sala, o presidente cumprimenta um a um e, na sequência, toma
seu lugar. Todo o ambiente está permeado de otimismo e esperança. Rachell,
a diretora de R.H., abre a reunião.
“Desde nossa ultima reunião, quando falamos sobre a escola de líderes,
já se passaram algumas semanas. Como havíamos nos comprometido
anteriormente, alguns planos estão em andamento. A Escola de Águias já
é uma realidade. Começamos nossos treinamentos para líderes há alguns
dias e posso adiantar que está sendo um verdadeiro sucesso. Os líderes
envolvidos no treinamento demonstram excelente espírito de cooperação.
A empresa contratou novos profissionais de vendas, a fim de estarem
presentes nos pontos de venda e reforçar nossa presença. Os clientes e
consumidores estão reagindo muito bem. Alguns até nos enviaram feedbacks
positivos, dizendo estarem satisfeitos com as novas medidas. Parece que o
mercado está percebendo nosso recado, assim como nos recomendou. Nosso
turnover é praticamente zero. Conseguimos estancar a saída de funcionários,
especialmente das estrelas restantes. O ânimo dos funcionários é excelente.”
O líder sorri e assente com a cabeça, concordando com aquilo que está
sendo exposto.
Ricardo, vendo que Rachell havia terminado, aproveita para tomar a
palavra.
“Todos os nossos clientes já receberam nosso lançamento. O BlueSKy
Tablet já é um verdadeiro frisson no mercado. A empresa ‘Feliz & Cia’ também
acaba de receber seu pedido.
Posso adiantar que todas as encomendas fizeram com que nossos
resultados tivessem uma melhora significativa. Segundo nossos gerentes de
vendas, conseguiremos bater todas as nossas metas antes do fim do ano.
O mercado está recebendo muito bem nosso lançamento. Claro que quando
nossa campanha publicitária começar, isto é, amanhã, esperamos melhorar
ainda mais nossos resultados.”
O diretor de Marketing, Jones, pede a palavra, a fim de dar algumas
explicações sobre a campanha.
“Conseguimos que a mídia de 30 segundos fosse impactante e de
fácil leitura para compensar a redução de 50% no quantitativo total. A mídia
estará presente nos melhores programas de TV de nosso país, além de estar
em todos os meios de comunicação. Os sites mais representativos também
receberam nossa atenção. Mas, a grande novidade é que o BlueSky Tablet
será o computador pessoal do James Bond. O filme já começou a ser rodado
e acreditamos que mexerá muito com o mercado. Tudo isso foi possível
sem ultrapassarmos nosso limite financeiro. O corte de custo que fizemos,
possibilitou todo esse investimento sem grande impacto em nosso fluxo de
caixa.”
Nesse momento, Jones é aplaudido pelas estratégias adotadas. O
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grande líder diz estar muito feliz. Acredita que tem nas mãos uma equipe
imbatível. Jones agradece e confessa que o espírito de união que permeia a
empresa tem dado forças a todo departamento. Toda a equipe de Marketing
foi responsável belo resultado, segundo o diretor. Em nome deles, Jones
agradece a homenagem. Também comenta que o site da empresa fora
totalmente remodelado para poder atender os consumidores e clientes. O
comércio eletrônico havia começado de fato.
“Estamos nas redes sociais mais badaladas e as respostas são
excelentes,” explica o diretor.
O presidente ouve com atenção e, quando necessário, intervém dando
sugestões ou apoiando as ações.
O dia finalmente termina. O líder fica a sós em seu escritório, se
preparando para partir, quando seu aparelho toca mais uma vez.
“As pessoas não lhe darão a mão antes de verem seu coração.”
J. Maxwell
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CAPITULO FINAL
“Parabéns pelas suas intervenções, mas especialmente por sua
mudança de atitude. Já se passaram alguns meses desde que começamos
as lições de liderança. Liderança é exatamente isso, atitude. A atitude pode
transformar pessoas outrora comuns em grandes líderes. Os grandes líderes
estão sempre ao lado de sua equipe, apoiando ou corrigindo quando necessário
– pronto para servir e atender suas necessidades. Quando a equipe tem um
líder desse calibre, tem a certeza de que o sucesso é inevitável”, diz o Gênio.
“Tome como exemplo dois generais que ficaram imortalizados por sua
capacidade de liderança: Napoleão e George Paton.
Comenta-se que em certa ocasião, numa determinada batalha, os
oficiais chamaram a atenção de Napoleão, pedindo que ele se retirasse do
front e ficasse na linha de trás. Tinham medo de que Napoleão fosse ferido.
Sabe o que ele respondeu? ‘É mais fácil puxar do que empurrar. ’ Ele tinha
toda razão.
Quando o líder dá exemplo, sempre terá pessoas dispostas a seguilo. Parafraseando Paton, ‘liderar é exemplo, exemplo, exemplo. ’ O general
americano Paton foi um dos poucos líderes da segunda grande guerra a ser
temido e respeitado pelos inimigos. Ele se recusava a ficar em um castelo
ou em um bunker como seus pares, discutindo e elaborando estratégias. Ele
preferia estar na frente de batalha, encorajando seus soldados e oficiais. Um
grande líder precisa ser resiliente, capaz de vergar, mas voltar ao seu estado
inicial.
“A posição não faz o líder. É o líder que faz a posição.”
J. Maxwell
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Do lado oposto, quando líderes se mostram arrogantes, egocêntricos
ou presunçosos seus liderados terão como certo a desmotivação.
Mesmo que líderes ajam assim e consigam ser vitoriosos, nunca serão
líderes agregadores. Eu acredito que líderes devam ser como grandes
magnetos. Seus liderados se sentem inexoravelmente atraídos por ele.
Quando isso acontece, eles também são imantados, tornando-se também
magnetos ou imãs. Essa reação, quando toma conta da empresa, torna toda
a corporação um magneto, atraindo, assim, os consumidores.
Nesse período em que estivemos juntos, pude notar sua capacidade
de adaptação e seu senso autocrítico. Quando líderes estão dispostos a
reconhecer seus erros, isso gera um forte espírito de confiança entre seus
liderados.
Por exemplo, sabia que um de seus principais executivos, tem um filho
com necessidades especiais?”, pergunta o Gênio.
Com semblante de dúvida, o líder responde:
“Não faço a menor ideia de quem seja, mas já me sinto constrangido
por nunca ter tido conhecimento.”
“Sua vice-presidente enfrenta vários problemas pessoais. Pode ter
certeza que uma palavra de consolo seria como água no deserto. Ela cuida
sozinha de seus pais idosos e doentes. O líder atento pode ser de grande
consolo e encorajamento nesses momentos. Hoje, é praticamente impossível
dissociar os problemas pessoais dos da empresa. Quando o funcionário se
sente amparado e percebe que a empresa o apoia nos momentos difíceis de
sua vida pessoal, essa gratidão gera uma lealdade indissolúvel. Assim como
o sol e a água são revigorantes para as plantas, o elogio e o reconhecimento
proporcionam encorajamento aos humanos. Não deveria ser necessário um
gênio para lhe dizer essas coisas, concorda?”
Enquanto o gênio continua sua lição de liderança, o grande líder escuta
atentamente e até faz algumas anotações. Até que intervém e comenta:
“Confesso que o sucesso conseguiu ofuscar alguns princípios que são
imutáveis, como, por exemplo, o respeito por nossos colaboradores. Nunca
nos devemos nos esquecer de prestar reconhecimento. O trabalho em equipe,
como disse várias vezes, é um dos tripés da liderança. Temos que sempre
estar atentos às necessidades de nossos liderados. Ser um líder significa
estar disposto a servir. Obrigado pelas informações. Farei o possível para
prestar ajuda às pessoas mencionadas. Daqui pra frente estarei disposto a
ouvir meus funcionários.”
“Estivemos aplicando princípios da liderança dentro da esfera
corporativa. Porém, eles devem ultrapassar qualquer fronteira, pois podem
ser aplicados em vários segmentos. Na família, na escola, na sociedade e
até individualmente. Os princípios que regem uma boa liderança, quando
aplicados, por exemplo, por pais, professores e etc. podem tornar as famílias
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mais fortes e unidas, gerando uma sociedade mais justa e equitativa”, diz o
Gênio.
Veja que após sua mudança de postura as respostas passaram a ser
positivas. É a velha questão de ação e reação. Por isso, verdadeiros líderes
não podem se acomodar. Nunca devem deixar de aprender. Liderança é um
eterno aprendizado. Quando o líder para de aprender também para de liderar.
O mundo muda numa velocidade incrível. Muitas verdades consideradas
outrora absolutas em pouco tempo ficam obsoletas. Ou seja, o risco de ficar
desatualizado é muito grande. Posso garantir que estar desatualizado é tudo
que seus concorrentes desejam de você.
Felizmente você está conseguindo reverter todo o quadro. As medidas
adotadas por sua liderança e a cooperação de sua equipe foram decisivas.
Porém, nunca se esqueça: não se descuide. Mantenha-se sempre alerta,
pois as crises são cíclicas.”
O líder concorda que em pouco tempo a empresa deu uma guinada
fantástica. Corrigiu seu curso e agora ruma a águas mais tranquilas.
Um novo espírito passou a permear a empresa. Na verdade, esse
espírito foi o grande propulsor das mudanças.
Nesse momento, sua secretária entra de forma repentina, apenas para
perguntar se necessitará de algo. Ela informa que já é tarde e que precisa ir
para casa. O líder agradece e comunica que ficará por mais algum tempo.
Quando pensa em retomar a conversa, percebe que no Tablet havia
uma mensagem.
“Gostaria de me conhecer? Vá até a sala da
Simone e terá uma grande surpresa".
Ao ler a mensagem, o líder sem entender nada e meio surpreso sai
correndo para a sala de sua Vice presidente.
Ao entrar na sala, encontra seu pai sentando conversando com
D.Simone. Os dois se levantam e percebendo a perplexidade do líder,
D.Simone, pede licença e diz que deixará os dois sozinhos.
O líder confuso diz não estar entendendo nada. Ainda sem saber o
que fazer, olha para seu pai com ar apreensivo. Nesse momento seu pai
se aproxima abraça-o ternamente. Os dois choram copiosamente. O pai de
nosso líder dá uns tapinhas nas costas, e diz: “sente-se, acho que lhe devo
algumas explicações”.
Ele começa a explicar que ficou sabendo por D. Simone dos problemas
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que a empresa estava enfrentando. “Como ela se mostrou muito preocupada,
eu resolvi entrar em ação. Desde nossa última discussão, quase briga,
quando decidi passar-lhe o cargo de presidente, tinha resolvido aposentarme. Mas, desde então, tenho me dedicado a um projeto de ensino a distância
sobre liderança. Venho desenvolvendo um software capaz de interagir com o
usuário, dando treinamento e dicas sobre liderança. Como o projeto estava
quase pronto, resolvi enviá-lo a você através do Tablet. Eu ia alimentado com
informações conforme a necessidade. Acredito que ele está pronto para ser
comercializado.”
O líder confuso chega a uma conclusão. Todo aquele tempo estava na
verdade, conversando com seu próprio pai, e recebendo lições de liderança,
de alguém que chegou a pensar que estava ultrapassado.
“Como sabia que não me ouviria, pois estávamos com nossa relação
meio estremecida, pensei que essa seria uma forma de ajudá-lo, sem
que você percebesse. Quero lhe pedir desculpas, por achar que você era
intransigente. Agora sei que você é um excelente líder, e que a empresa está
em boas mãos”.
O líder ainda com lágrimas nos olhos, pede também desculpas ao pai,
por acreditar que seus métodos eram meio antiquados.
“Pai, afinal temos um produto revolucionário para introduzir no mercado.
Gostaria que voltasse, e juntos pudéssemos fazer decolar esse novo negócio.
Afinal, você sempre foi um gênio mesmo”. Os dois dão uma grande gargalhada
enquanto se abraçam.
D. Simone entra na sala nesse momento e comenta: ”agora sim, está
tudo no lugar”.
Os três saem sorridentes e felizes, pois sabiam que uma nova empresa
acabara de nascer.
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NOTAS
(1) Iacocca, Lee. Cadê os Lideres? São Paulo: Editora Campus, 2007,
248p.
(2) McCreadie, Karen. Napoleon Hill Pense e enriqueça. São Paulo: Editora
Globo, 2004, 168p.
(3) Mitchell, Jack. Abrace sua equipe. São Paulo: Editora Sextante, 2009,
208p.
(4) Collins, Jim. Como as Gigantes Caem. São Paulo: Editora Campus,
2010, 224p.
(5) Kotler, Philip e Caslione, John A. Vencer nos caos. São Paulo: Editora
Campus, 2009, 240p.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bossidy, Larry e Charan, Ram. Execução: a Disciplina para Atingir Resultados.
São Paulo: Editora Campus, 2004, 264p.
Charan, Ram. Liderança na era da turbulência econômica. São Paulo: Editora
Campus, 2009,160p.
Drucker, Peter. Gerente Eficaz. São Paulo: Editora LTC, 1990, 166p.
Hunter, James C. O Monge e o Executivo. São Paulo: Editora Sextante, 2005,
144p.
Fernandes, Fernando. Mil e uma aventuras do vendedor bumerangue. Rio de
Janeiro: Editora Ciência Moderna, 2009, 192p.
Kouzes, Jim e Posner, Barry. Líder-Mestre. São Paulo: Editora Campus,
2007,167p.
Maxwell, John C. As 21 irrefutáveis leis da Liderança. São Paulo: Editora
Mundo Cristão, 1999, 243p.
Trout, Jack. Marketing: Em busca do óbvio. São Paulo: Editora M. Books,
2010, 216p.
Welch, Suzy e Welch, Jack. Paixão por Vencer: a Bíblia do Sucesso. São
Paulo: Editora Campus, 2005, 346p.
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