Senso Incomum, edição #03

Transcrição

Senso Incomum, edição #03
( in) tolerância
Arthur Franco
JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO UFU ● ANO 01 ● Nº 03 ● JUNHO - JULHO/2011
E spaço de diversidade,
universidade torna- se, muitas
vezes, local de seg regação
ATUALIDADES: Obras de expansão causam transtornos nos campi da UFU • Tempo de espera
nas filas do RU incomoda usuários do serviço • CIÊNCIA: Equipamento criado em pesquisa
multidisciplinar auxilia na reabilitação de lesões no ombro • Professores e alunos da computação
desenvolvem nova internet • CULTURA: Estudantes integram equipes de beisebol e rúgbi •
Trabalhos de jornalismo são premiados em São Paulo
Editorial
VOZES
Pós-conceito
Em defesa da diferença
Universidade, na sua origem latina, é palavra que deriva de universo, de todo. Em uma tradução livre, é o espaço que reúne a diversidade de
saberes, de pessoas, de opiniões. Aqui encontramos pesquisas das mais diversas, como as que criam tecnologias que auxiliam na manutenção e
recuperação da saúde do ser humano ou aquelas
que desenvolvem novas formas para as pessoas se
conectarem, trocarem informações e conhecimentos. Nela também achamos esportes e artes, diferentes modos para seus integrantes se
socializarem e divertirem, para ver e sentir o mun-
do. Nesse caleidoscópio, mesmo sem querer, nos
deparamos com cenas e cores que não fazem parte do sentido original que esse espaço deveria ter.
Intolerância não combina com universidade. A
aceitação do diferente deve ser o sentimento primeiro em um espaço que reúne os diferentes. As
diferenças podem ser de cor, religião, origem social, opção sexual, tendência política e ideológica,
ou qualquer outra, pois nenhuma pessoa é igual à
outra. Tolerar é o primeiro passo para conviver.
Sem isto, não há troca, não há diversidade, não
há universidade.
Triste época! É mais fácil desintegrar um
átomo do que um preconceito. Albert Einstein já
dizia no século passado o que ainda vivemos
nesse. Mas podemos dizer que, recentemente, o
Brasil deu um largo passo na caminhada contra a
discriminação. Com a aprovação da união estável
entre pessoas do mesmo sexo, com decisão
unânime dos ministros do STF, os gays tiveram
seus direitos defendidos, como pensão e herança,
o que representa um avanço tanto nas decisões
judiciárias quanto no pensamento cultural da
sociedade. E essa decisão pode, e deve, ser
encarada como uma das poucas vezes que a
doutrina do Estado laico funcionou. A justiça não
se deixou levar pelo tradicionalismo católico do
Mayra Cabrera país ou pela pressão exercida por entidades
Você tem medo de dizer eu te amo? Fala que eu NÃO te escuto
religiosas e decidiu pela certeza e pela igualdade.
http://migre.me/4AuWO
Pelo
menos no papel. O que foi feito pelos gays é
http://migre.me/4Avfg
Não deixe seu amor em segredo como fez Tan É melhor prestar mais atenção!
só uma parcela do que precisa ser feito para
Hong Ming.
destruir uma tradição culturalista e acabar, ou
Eu não queria que tu furasses meu pelo menos abrandar, a homofobia. E não apenas
com o preconceito sexual. Essa decisão mostra
braço não
Caiu na rede
Arthur Franco
que está havendo uma revolução de pensamento,
não só dentro dos tribunais, mas também na
sociedade civil. E esse é o primeiro passo para
que outras desigualdades sejam extintas: o
abismo existente entre homens e mulheres, a
discriminação contra os negros e o racismo, a
exclusão dos deficientes, a aversão a indivíduos
de outras religiões. O não à homofobia, junto
com as manifestações LGBT e as campanhas de
conscientização, vem ao encontro de que, em
pleno século XXI, a orientação sexual não pode
ser motivo de segregação, assim como a cor da
pele ou a condição social. Agora, se a premissa de
liberdade, igualdade e fraternidade será
cumprida e assegurada pelos tribunais de todo o
país, mesmo por aqueles que têm no comando
juízes preconceituosos, só o tempo irá dizer. As
mudanças já começaram, lentas e graduais. Mas
começaram. E mesmo que essa igualdade chegue
tarde, é melhor do que nunca. Porque, como
disse Henry Thoreau, nunca é muito tarde para
abandonarmos nossos preconceitos.
http://migre.me/4AviB
Será que já aconteceu uma situação parecida com VOZES
você?
O mundo está virado?
Lara e sua primeira DR
http://migre.me/4AuUc
Ela resolveu que os dois não vão dar certo e que
O amor, que, em pleno século XXI, devedevem ficar com outras pessoas...
ria ser tratado com grande naturalidade , sofre todos os dias com a hipocrisia. Um homossexual é
morto a cada dois dias, vítima de homofobia.
Com toda sinceridade, nós, LGBTs (lésbicas,
gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros), não estamos em momento de celebração. A
aprovação da união estável entre pessoas do mesem nossas redes sociais e participe sugerindo, mo sexo não vai combater a homofobia e não toropinando e criticando.
nará os seres humanos mais respeitosos e sem
preconceito.
Outrora, os casamentos eram arranjados,
a mulher dedicava sua vida ao seu homem, os homens visitavam os bordéis na calada da noite e as
pessoas morriam de “nó nas tripas”, “constipação” e “amargura”, nunca de sífilis, gonorreia e
AIDS. Hoje, o mundo não está virado. O modelo
urbano de vida trouxe à tona tudo o que as pessoas fingiam não ver.
2011. Os sentimentos estão cada vez
mais líquidos. Movimentos como “Beijaço Gay”
são organizados frequentemente. A união estável
entre casais do mesmo sexo é legalizada e muitos
homossexuais agem como se todos os problemas
tivessem sido solucionados. O projeto de Lei
Acesse o blog do Senso
(in)comum
O “Senso (in) Comum” chega à sua
quarta edição impressa com uma novidade: o
blog do jornal. Com uma linguagem informal e
jovem e um layout despojado, nossa proposta é
ser uma nova opção para divulgação de notícias
sobre a universidade, a partir dos interesses dos
estudantes. Agora, além de textos e fotos, você
também poderá acessar informações multimídia
e contribuir com a elaboração de conteúdo. A
multiplicidade é o que pretendemos oferecer,
sempre de um ponto de vista que fuja do senso
comum para alargar seu olhar sobre o mundo
universitário. Sua colaboração será decisiva, por
isso, acesse o blog, escreva, conecte-se conosco
Bazinga!
Stella Vieira
Expediente
O jornal-laboratório Senso (in)comum é produzido por discentes, docentes e técnicos do Curso
de Comunicação Social – Jornalismo da Universidade Federal de Uberlândia como projeto de
graduação e atividade curricular.
instituição
Isley Borges
122/2006, que criminaliza a homofobia, faz aniversário de cinco anos de engavetamento e descaso na Câmara de Deputados.
E agora, quem vai lutar pela sua aprovação? O que parece é que os direitos são dados
aos LGBTs para silenciá-los, apenas como um
“cala-boca”. As marchas contra a homofobia se
apresentam para os olhos de alguns, homofóbicos ou não, como grandes festivais de promiscuidade. A celebração da união civil não pode
também ser uma festa que encubra a luta pelos
outros direitos. A criminalização da homofobia é
a solução mais adequada para oferecer tal garantia.
Ninguém pode ser recriminado por demonstrar amor pelas pessoas. Sabiamente, Caio
Fernando explica: “Não existe homossexualidade, nunca existiu. Existe sexualidade – voltada
para um objeto qualquer de desejo. Que pode ou
não ter genitália igual, e isso é um detalhe.”.
Meu desejo é que a decisão tomada pelo
STF sirva de estímulo para os grupos de apoio
aos LGBTs e o Congresso Nacional agirem. Não,
o mundo não está virado. Está “viado”, e vai ficar
ainda mais.
colaboração
Reportagem e redação: Aline de Sá, Anna Paula
Castro Alves, Arthur Franco, Cindhi Belafonte,
Dayane Nogueira, Diélen Borges, Elisa Chueiri,
Eric Dayson, Lucas Felipe Jerônimo, Mayra
Cabrera, Melina Paixão, Natália Farias, Tatiana
Oliveira e Victor Masson.
Opinião: Arthur Franco e Isley Borges.
Fotografia: Arthur Franco, Cindhi Belafonte, Diélen Borges, Elisa Chueiri, Lucas Felipe Jerônimo.
Reitor: Alfredo Júlio Fernandes Neto
Diretora da FACED: Mara Rúbia Alves Marques
Coordenadora do curso de Jornalismo: Adriana O Senso (in)Comum não se responsabiliza e
nem pode ser responsabilizado pelos textos
Cristina Omena dos Santos
opinativos publicados em suas páginas, pois eles
representam as opiniões dos seus autores.
equipe
Editora-chefe: Ana Spannenberg (MTb 9453)
Redação e edição: Laura Laís e Marina Martins
Arte e Diagramação: Danielle Buiatti
Revisão: Mônica Rodrigues Nunes e Diélen Borges
Tiragem: 2000 exemplares
Impressão: Imprensa Universitária - Gráfica UFU
E-mail: [email protected]
Telefone: (34) 3239-4163
INSTITUIÇÃO
Obras alteram rotina da UFU
Sujeira e barulho atrapalham aulas e podem prejudicar sistema respiratório
Cindhi Belafonte, Elisa Chueiri e Melina Paixão
Fotos: Cindhi Belafonte
As construções, que fazem parte do Reuni, serão concluídas até 2012
A Universidade Federal de Uberlândia
(UFU) passa por um processo de reestruturação
desde o início de 2008, decorrente do Programa
de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão
das Universidades Federais (Reuni), que visa
ampliar o número de vagas nas instituições de
ensino superior. Reformas e construções fazem
parte do cenário do campus Santa Mônica, para
absorver a demanda de alunos ingressantes em
novos cursos e oferecer a infraestrutura
necessária.
Segundo dados da Diretoria de
Infraestrutura da universidade, desde a
implantação do Programa, foram construídos
blocos de sala de aula e realizados diversos
reparos, como a ampliação do sistema hidráulico
e de esgoto, para suportar o aumento do fluxo de
usuários. De acordo com o projeto do Reuni, as
obras deverão ser concluídas até o ano de 2012,
mas ainda há previsão para construção de nove
blocos nos campi da UFU em Uberlândia, dos
quais quatro serão no campus Glória, dois no
campus Umuarama e três no campus Santa
Mônica.
As obras estão programadas para
acontecer durante o período de recesso
acadêmico, mas, em geral, ultrapassam esse
prazo. O Diretor de Infraestrutura da
universidade, Blaine Alves da Silva, explica que
isso ocorre porque o tempo médio de execução
das obras é de 12 a 14 meses, o que impede que o
planejamento seja cumprido no tempo
estabelecido.
Para o aluno de Engenharia Química
Rafael Pacheco, a situação “é no mínimo uma
falta de respeito”. Ele defende que as obras
deveriam ser realizadas no período de férias ou,
no caso de serem emergenciais, tinham de
ocorrer mais rapidamente, para não
comprometerem a organização da universidade.
Priscila Cardoso, aluna do 2º período de
Administração, comenta que o barulho é um dos
aspectos que mais atrapalham o rendimento nas
aulas. Ela considera que as obras são positivas,
mas incomodam um pouco. “Se elas derem um
retorno, são boas. Se não, elas atrapalham
bastante, por causa da poeira e do barulho,
principalmente pra gente que tem uma
construção aqui do lado”.
Ricardo de Oliveira é professor de física
do curso de Engenharia Química e suas aulas
acontecem no bloco 3Q, ao lado de onde está
sendo construído o bloco 5S. Para ele, o barulho
dispersa parte da sala, mas não o suficiente para
atrapalhar o rendimento dos alunos. Ele
considera que, de maneira geral, as obras são
necessárias ao crescimento da Universidade.
Instituto de Geografia, vê as obras como uma
demanda do crescimento da universidade. “O
que nós precisamos entender é que a
universidade cresceu e a infraestrutura dela tem
que acompanhar”, afirma. Para ele, o que é
problemático é o tempo de duração das
construções, que compromete o andamento das
aulas. “Algumas obras têm que ser aceleradas. No
meu entendimento, elas foram feitas num
período incorreto. Se não foi possível fazer nas
férias e estão fazendo agora, a gente tem que
solucionar o problema o mais rápido possível,
fora isso não tem o que fazer”, comenta.
De acordo com o diretor de
Infraestrutura da UFU, apesar das reclamações
da comunidade acadêmica em relação ao
incômodo gerado pelas obras, não há
alternativa. “Infelizmente, nós temos uma
programação a cumprir que é o Reuni. Temos
que acompanhar a entrada de alunos no campus,
com sala de aula, com infraestrutura, com
estacionamentos. Então, não tem como não fazer
as obras ao mesmo tempo”, afirma Silva. O
diretor também comenta os esforços para se
minimizar o impacto negativo destas reformas.
“O que nós temos feito é utilizar técnicas de
Impactos
execução como, por exemplo, fundações
Além do barulho, outro problema é o da escavadas ao invés de fundações com estacas présujeira gerada pelas construções. Com o aumento moldadas, que diminuem o barulho. Mas,
do número de alunos, o trânsito de pessoas e infelizmente, todas elas fazem barulho”, explica.
carros se intensifica e a terra é mais facilmente
espalhada pelo campus. Segundo a médica
especializada em clínica médica, Vera Alves
Nascimento, “além da poeira produzida pelas
construções, nessa época do ano chove pouco, o
que torna o ar mais seco, prejudicando ainda
mais a respiração”. Para ela, as obras constituem
um agravante de doenças respiratórias, como
bronquite, laringite, rinite, sinusite e até
pneumonia.
Sylvio Luiz Andreozzi, professor do Poeira e tempo seco podem agravar doenças respiratórias
Filas do RU aumentam em 2011
Maior movimento no Restaurante Universitário incomoda alunos e demais usuários
Marina Martins
Cindhi Belafonte
Desde o início de 2010, número de refeições aumentaram
em mais de 30%
O Restaurante Universitário da UFU é a
principal opção de muitos alunos, professores,
funcionários e até de pessoas da comunidade externa. A estimativa é que, todos os dias, duas mil
pessoas almoçam e 600 jantam no RU. O restaurante oferece um cardápio montado com auxílio
de uma nutricionista da universidade e varia a cada dia da semana.
Nos últimos meses, as filas têm sido motivo de reclamações e discussões na universidade.
Do início de 2010 até hoje, o número de refeições servidas aumentou mais de 30% (de 1800 para 2600) e a espera, principalmente entre 12h15 e
13h, também cresceu. Para muitos, o tempo gasto na fila é um problema.
O gerente geral da UDI Alimentos, empresa responsável pelo Restaurante Universitário,
João Paulo Carvalho Serra Carneiro, atribui o aumento do movimento ao ingresso de mais alunos
à universidade e também ao maior conhecimento
que pessoas não vinculadas à UFU passaram a ter
sobre essa opção de alimentação. João Paulo esclarece que já existem mais funcionários trabalhando no restaurante e que, para diminuir as
filas, seria necessário ampliar o local e aumentar o
acesso a ele, o que é muito difícil devido, principalmente, ao orçamento. Segundo o gerente, a
universidade chegou a pensar numa ampliação
vertical, mas não foi possível porque os gastos seriam muito altos.
Aaluna Júnia Gomes Ferreira Silva, que almoça todos os dias no RU, diz que a principal vantagem é não precisar ir para casa e que o tempo
que fica na fila é irrelevante. Já o aluno Misael Pulhes considera que o tempo de espera prejudica
os alunos, pois ele poderia ser usado para relaxar
um pouco antes de voltar para a aula. Pulhes considera que o problema seria solucionado com a
restrição do acesso apenas a alunos ou através de
um investimento em ampliação.
Noélio Oliveira Dantas, professor do Instituto de Física da UFU, ressalta a qualidade da re-
feição servida no RU. “Conheço vários
restaurantes universitários, da USP, da UnB, e
considero o da UFU melhor que os outros”. Para
ele, as filas são um problema de infraestrutura. “A
universidade cresceu, o Reuni trouxe vários novos cursos e não foi construído nem um metro
quadrado de restaurante”, sintetiza.
O professor fala, ainda, da parcela de responsabilidade dos próprios alunos no tempo
gasto na fila e faz um apelo: “o DCE devia começar a fazer um trabalho de orientação e conscientização com os alunos. Muitas vezes, eles
furam fila, isso é uma falta de respeito muito
grande”.
Ao ser questionado, o membro do DCE
Diego Aguirre explicou que conhece o problema
e o diretório está buscando soluções. “Nós temos
feito uma campanha pra que respeitem a fila. No
próximo semestre, pretendemos intensificá-la,
mas é muito difícil mudar as pessoas culturalmente, isso demanda muitos anos”, conclui.
Falta de respeito às diferenças
Discriminação, estereótipos e exclusão caracterizam o ato homofóbico
Arthur Franco, Eric Dayson, Lucas Felipe Jerônimo, Natália Faria e Tatiana Oliveira
Era apenas mais uma festa universitária, homoafetiva.
não fosse o clima hostil criado em torno de um
O ato homofóbico pode ser representado
aluno. Tudo começou com a pergunta “qual é a de formas distintas: por meio de uma piada, atrasua tribo, você curte o quê?” e a resposta “eu pos- vés da exclusão do convívio com o indivíduo hoso dizer que eu curto homens”. Com isso, inte- mossexual ou ainda como agressão verbal e
grantes de uma organização de alunos da UFU física. O psicólogo Luiz Carlos Avelino da Silva,
buscavam saber a orientação sexual de um estu- do Instituto de Psicologia da UFU, explica que a
dante do primeiro período. Um tempo depois, os prática da homofobia é motivada por diversos famesmos alunos aproximaram-se novamente di- tores, entre eles, o exemplo dos adultos ao lidar
zendo ofensas aos homossexuais e frases como com o assunto na educação das crianças e adoles“todos os gays devem morrer”.
centes.
Uma colega do estudante humilhado inIsley Borges, 18, era responsável pela orterveio, questionando o motivo das agressões ver- ganização de eventos e por divulgar informes na
bais, mas foi ameaçada por um dos membros da escola em que estudava e, muitas vezes, foi chaorganização: “eu acho melhor você sair antes que mado por nomes pejorativos. O estudante do 1º
eu te meta a mão na cara”. Quando o grupo ques- primeiro período do curso de Comunicação Sotionou “como os colegas conseguem conviver cial – Jornalismo da Universidade Federal de
com um gay?” e sugeriu que a turma deveria “iso- Uberlândia (UFU) diz que a sociedade “ainda
lar” o estudante, o calouro começou a chorar. En- tem resistência em entender que existem gays e
tão, os colegas se reuniram para defender o aluno que não existe nada que possa ser feito em relae afastar o provocador mais exaltado.
ção a isso”. Para ele, os homossexuais são retrataDurante o restante da festa, os alunos da dos de forma estereotipada e mostrados de
agremiação tentaram intimidar a vítima e seus co- maneira superficial e distorcida, principalmente
legas de turma. “Eles ficaram passando e olhando na televisão.
com cara feia”, segundo o aluno ofendido. Além
Mesmo sem nunca ter sido vítima de hodisso, um dos agressores esbarrou em um estu- mofobia na UFU, Isley diz que o ambiente que
dante da turma e derrubou o copo de cerveja que deveria ser de diálogo e diversidade também
segurava. Com fúria, ameaçou bater no rapaz, abriga discriminação e segregação. “A universidamas foi
de é um
contido
espaço
pela nadis“As pessoas não gostam de ficar no lugar da de
morada,
cussão
que inter- diferença, tudo o que é diferente, de certa forma, de quesferiu na afronta. Entretanto ninguém consegue atender tões cosituação,
aos padrões de normalidade que a sociedade mo essa
evitando
e de toleconstrói.”
um prorância,
Luiz Avelino, psicólogo
blema
uma vez
mais séque as
rio.
pessoas
De acordo com o aluno que sofreu as estão no ensino superior e julga-se que são esclaagressões, que por medo de retaliação prefere recidas. Pessoas que leem jornais, que se infornão se identificar, as provocações continuam mam, julga-se que não sejam tão ignorantes
acontecendo no espaço da universidade. “Eles fi- quanto as que a gente encontra na rua atacando
cam me olhando de cara feia, jogam piadinhas, fi- homossexuais”, opina o estudante.
cam cochichando e rindo alto”, relata. No
Restaurante Universitário (RU), os integrantes
Raiz do problema
da agremiação que iniciaram a provocação na noiA Psicologia explica a homofobia como
te da festa, sentados em uma mesa à frente do alu- uma tentativa de rebaixamento do outro indivíno, debocham por meio de olhares, risos e duo, baseada na humilhação. Segundo Luiz Avecochichos. A homofobia é percebida também no lino, essa atitude leva em consideração o
Campus. Quando o estudante passa, ocorre uma posicionamento social. Quem age dessa forma
tentativa de ridicularização, com imitações estere- acredita estar em posição superior ao homosseotipadas, afetadas, voz fina e trejeitos.
xual. O indivíduo homofóbico, entretanto, não é,
“Viado”. “Bixinha”. Esses são alguns no- a princípio, doente, apesar de alguns apresentames usados por quem pratica a homofobia, carac- rem quadros psicopatológicos, diz o psicólogo.
terizada por ódio, repugnância ou preconceito
Do outro lado estão as vítimas de discricontra homossexuais. De origem grega, os termos minação e violência. Para Luiz Avelino, o conshomo (igual) e fobia (medo) remetem a um me- trangimento e o sentimento de menos-valia são
do irracional da homossexualidade, com uma co- implicações do ato homofóbico. O problema de
notação profunda de repulsa, total aversão, identidade é uma consequência. “Quando uma
mesmo sem motivo aparente. Nos últimos meses, pessoa é discriminada por algo que é inerente a
a mídia televisiva divulgou tanto casos de crimes ela, como orientação sexual, cor da pele ou deficontra homossexuais, como a aprovação da união ciência, é caracterizado um ataque profundo, é
um grupo militante da cidade para exigir políticas públicas e tem como objetivo defender e
atender o público LGBT da cidade.
Além de ajudar os homossexuais, a ONG
também presta auxílio à população. O projeto
“Vivendo e Convivendo com HIV/AIDS” auxilia
pessoas que têm o vírus HIV ou que desenvolveram a AIDS e também orienta amigos, familiares
e parceiros de quem possui o vírus. São desenvolvidos também serviços de atendimento social,
psicológico e jurídico, principalmente, no âmbito
do direito de família, como herança, pensão e
previdência.
Outra atividade do grupo é a divulgação
de panfletos sobre educação sexual em locais
frequentados pelo público homossexual, como
boates, saunas e cinemas eróticos. O SHAMA
também realiza oficinas de capacitação, com aulas de cabeleireiro e artesanato.
Fotos: Lucas Felipe Jerônimo
" Você pode não aceitar, mas tem de respeitar" , afirma
Isley Borges
destrutivo para quem sofre”, explica.
Uma consequência social da discriminação é a formação dos guetos. “As pessoas não gostam de ficar no lugar da diferença, tudo o que é
diferente, de certa forma, afronta. Entretanto, ninguém consegue atender aos padrões de normalidade que a sociedade constrói,” diz o psicólogo.
No ambiente escolar, crianças e adolescentes são
ridicularizados, o que caracteriza bullying homofóbico. De acordo com ele, os pais, professores e
o corpo escolar podem intervir. Por parte dos educadores, é possível agir preventivamente para que
não ocorra a humilhação e também acolher a denúncia por parte de quem sofre.
Apoio
O Grupo SHAMA, (Associação Homossexual de Ajuda Mútua), é uma ONG de Uberlândia que busca diminuir o preconceito contra
lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e
transgêneros, os chamados LGBTs. A ONG, existente há mais de 10 anos, surgiu da reunião de
Ambiente acadêmico
Desde 2009, a UFU mantém uma parceria com o Grupo SHAMA, através da Pró-Reitoria de Extensão. O objetivo inicial foi
desenvolver o Programa de Formação Continuada em Educação, Saúde e Culturas Populares,
hoje extinto. Segundo Adeonn Souza, vice-presidente da ONG, o Grupo continua com participações em eventos da Faculdade de Direito e,
anualmente, participa do Salão PROEX com o
“Stand da Diversidade”.
O SHAMA também está promovendo o
projeto “Nossos Direitos! Educação e Diretos
Humanos LGBT”. Lançado neste ano em parceria com a PROEX, o objetivo é proporcionar o
debate a respeito das relações da homossexualidade e a forma como são estudadas pelo Direto e
outras ciências. O projeto acontece até dezembro de 2011.
Para Isley Borges, já houve melhoras na
tolerância ao homossexual, mas é preciso enfatizar a necessidade de respeito. “Você pode muito
bem não aceitar, mas tem de respeitar. Acima de
tudo, ele é ser humano, não só gay. É estudante,
filho da fulana e é gay. É uma característica. Não
é uma questão fundamental,” explica.
Conquista
No dia 12 de maio, aconteceu a primeira união civil de homossexuais em Uberlândia
desde que o Supremo Tribunal Federal (STF)
reconheceu a união homoafetiva como entidade familiar. Joel Peixoto de Souza, empresário,
e Marcelo Leite de Melo, professor, oficializaram a relação de 20 anos em uma cerimônia civil realizada no Cartório do 2º Ofício de Notas,
localizado no centro da cidade. O blog Senso
(In)comum foi o primeiro a divulgar a notícia.
A união homoafetiva como entidade
familiar foi aprovada no dia cinco de maio pelo
STF. Isso significa que, a partir de agora, os casais homossexuais podem oficializar sua relação e que possuem os mesmos direitos
jurídicos de casais heterossexuais em uniões estáveis. Para isso, eles se dirigem a um cartório e
assinam uma escritura simples ou procuram
um advogado que redige um contrato de união
homoafetiva, uma espécie pacto pré-nupcial.
Depois de pronto, o documento é assinado e
levado ao cartório para oficialização.
Joel e Marcelo, após 20 anos de convívio, oficializam união
Fotos: Tatiana Oliveira
Projeto contra homofobia tramita no Senado
Aprovado no Congresso, PLC 122 aguarda votação dos senadores desde 2006
Conheça a proposta
Os atos homofóbicos vêm chamando
atenção da sociedade brasileira. Desde o ano
2000, quando começaram as primeiras decisões
nos tribunais a respeito da questão homossexual,
a comunidade gay de todo o país tem se reunido
em associações para poder reivindicar seus
direitos e deveres.
Assim como o casamento entre pessoas
do mesmo sexo que esteve em discussão no STF,
existe um projeto de lei que tramita no Senado
desde 2006. O Projeto de Lei da Câmara (PLC)
122 pretende comparar a discriminação contra
homossexuais à discriminação racial e traz
especificações de pena que variam de acordo com
a gravidade do dano. Também será considerado
crime proibir a livre expressão e manifestação de
afetividade de cidadãos homossexuais, bissexuais,
travestis e transexuais.
Bruno Ribeiro, advogado do Grupo
SHAMA há seis anos, diz que como ainda não
existe uma lei que defina a homofobia como um
crime, os casos de preconceito, muitas vezes, são
enquadrados em um dos crimes contra a honra:
calúnia, difamação e injúria. Calúnia é atribuir
falsamente a alguém a responsabilidade de algum
fato considerado crime, enquanto difamação é
falar algo ofensivo à reputação de alguém. Já
injúria consiste em ofender verbalmente, por
escrito ou até fisicamente outra pessoa. Até que o
projeto de lei seja aprovado, portanto, “quando
se tratando de violência física se enquadra no
crime de lesão corporal do código penal, quando
for algum tipo de discriminação verbal, se
enquadra no crime de injúria”, explica o
advogado.
Em Uberlândia, o SHAMA presta
assistência jurídica a vítimas de homofobia desde
2005. Diversas pessoas procuram a ONG por
telefone, e-mail e até mesmo comparecem ao
estabelecimento em busca de informação. Dos
casos de homofobia que procuram o SHAMA,
apenas dois chegaram à fase de processo legal.
Ribeiro acredita que nem todos levam a
denúncia adiante por medo de exposição e
retaliação. Além do atendimento a vítimas de
preconceito por orientação sexual, a entidade
também trabalha com a confecção de “Contrato
de União Estável Homoafetivo”.
O Projeto de Lei da Câmara (PLC) 122
surgiu de uma iniciativa da Associação Brasileira
de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e
Transexuais (ABGLT). A ABGLT, e mais de 200
organizações afiliadas desenvolveram o Projeto
de Lei 5003/2001, que se tornou o PLC
122/2006 e propõe a criminalização da
homofobia.
Caso aprovada no Senado, a lei pretende
tornar crime qualquer discriminação por
orientação sexual e identidade de gênero,
igualando essa situação à discriminação por raça,
cor, etnia, religião, procedência nacional, sexo e
gênero. Assim, qualquer indivíduo que sofrer
preconceito pode prestar queixa em uma
delegacia e ajuizar uma ação (veja ao lado onde
se pode fazer a denúncia).
O projeto pretende alterar a Lei nº 7.716,
de cinco de janeiro de 1989, conhecida como Lei
do Racismo. Já foi aprovado pelo Congresso
Nacional, mas enfrenta dificuldades pela
oposição de setores conservadores no Senado e
de segmentos fundamentalistas religiosos. Na
proposta, existe uma pena prevista para cada tipo
de discriminação, com pena máxima de cinco
anos de reclusão.
A ABGLT lidera uma campanha nacional
a favor do PLC 122/2006. No endereço eletrônico www.abglt.org.br, é possível encontrar explicações sobre o projeto, notícias sobre a
tramitação do processo, debates sobre sua relação com as diferentes religiões, além de uma série de informações sobre as ações da organização.
O site também disponibiliza um formulário para
composição de um abaixo-assinado em apoio à
aprovação da proposta no Senado.
Onde denunciar
Juizado Especial em Uberlândia
Av. Floriano Peixoto, 1.125 - Aparecida
Uberlândia / MG
Fones: (34) 3228-8380 (Criminal)
(34) 3228-8378 (Cível)
Juizado Especial de Patos de Minas
Rua José de Santana, 1.370 - Centro
Patos de Minas / MG
Fone: (34) 3821-2473
Juizado Especial de Ituiutaba
Av. 15, 703 - Centro
Ituiutaba / MG
Fone: (34) 3261-4500
Juizado Especial Criminal da
Comarca de Monte Carmelo
Rua Tito Fulgêncio, 245
Monte Carmelo / MG
Fone: (34) 3842-1450
SHAMA (Associação Homossexual
de Ajuda Mútua)
Av. Rio Branco, 750 – Centro
Uberlândia / MG
Fone: (34) 3210-2124
Foto: Arquivo Shama
Geografia pesquisa cidades saudáveis
Estudo aborda saúde como assunto interdisciplinar
Professores e alunos do Instituto de Geografia (IG-UFU), em parceria com a Universidade de Lisboa, em Portugal, estão desenvolvendo
um projeto sobre cidades saudáveis. O estudo sobre a microrregião de Uberlândia e a região metropolitana da cidade de Lisboa iniciou-se em
2008 e envolve atividades de pesquisa e extensão.
“O projeto é sobre o lugar que construímos para viver, que deve produzir bem-estar e
saúde. Podemos encontrar lugares muito insalubres e o que precisamos fazer é transformá-los
em lugares cada vez mais saudáveis”, explica o
professor Samuel do Carmo Lima, do IG-UFU,
coordenador do grupo.
Para o pesquisador, a saúde é uma questão interdisciplinar: “antigamente, era muito forte a ideia de que o meio ambiente afetava a saúde,
mas só o meio físico, biológico, climático. De um
tempo pra cá, começou-se a pensar que é um ambiente social, econômico, cultural”.
A criação de uma cidade saudável, na perspectiva do grupo, começa com o mapeamento
dos lugares de vulnerabilidade social – mais pobres e sem infraestrutura – e a redução desses problemas que afetam a saúde das pessoas. Em
seguida, segundo os geógrafos, é preciso criar nos
territórios possibilidades de geração de renda, esporte, lazer e cultura.
“Não buscamos causa para doença, buscamos o contexto. A ideia de causa é muito antiga,
ligada ao modelo biomédico. No final do século
XIX, pensava-se que combatendo os microorganismos (vírus e bactérias), a saúde das populações estaria garantida. Mas começou-se a
perceber que tinha o vetor do microorganismo,
por exemplo, um mosquito, além do ambiente
em que ele vivia. Descobriram que as doenças são
relacionadas com a pobreza, com a dificuldade social e econômica”, esclarece Lima.
Ações
O projeto Cidades Saudáveis envolve
mais de 30 pessoas, entre elas, professores e estudantes de graduação e pós-graduação. O grupo realiza estudos, como a “Pesquisa participante e
mobilização comunitária como estratégia de avaliação e gerenciamento de riscos ambientais à saúde humana”, e também projetos de extensão,
como o “Tenda da Saúde - Cidadania e qualidade
de vida nas comunidades de Uberlândia”.
Diélen Borges
O grupo da UFU também integra o Ob- primeiro passo é mostrarmos que esse é o camiservatório da Saúde, um órgão ligado à Pró-Reito- nho. Nós trouxemos aqui, no ano passado, a preria de Extensão, localizado no campus sidente dessa rede de municípios saudáveis, que
Umuarama. O professor Lima dirige o centro e contou a experiência de vários municípios, e tíexplica que é “um espaço multidisciplinar, com nhamos na mesa pessoas do governo municipal,
pessoas da Geografia, da Economia, das Ciências da secretaria de saúde, da secretaria de meio amSociais, áreas que não são historicamente ligadas biente. A ideia foi criar uma aproximação com esà saúde, além de pessoas da Medicina, da Enfer- se tema”.
magem, da Odontologia, da
Nutrição”.
Atualmente, os pesquisadores estão mapeando a área
do Programa Saúde da Família
(PSF) Lagoinha, que inclui os
bairros Saraiva, Lagoinha e Carajás, para entender como a
saúde se estabelece naqueles
bairros e que condições são necessárias para transformá-los
em ambientes mais saudáveis.
Vários municípios brasileiros já fazem parte da rede
de municípios potencialmente
Diélen Borges
saudáveis, mas Uberlândia ainda não. Para o coordenador, “o Samuel Lima coordena parceria entre IG-UFU e Universidade de Lisboa
PESQUISA
Estrutura robótica ajuda a tratar lesões no ombro
Versão comercial, mais barata e acessível, já está em estudo
O projeto é
coordenado pelo
professor Rogério
Sales, da Faculdade
de Engenharia Mecânica (FEMEC), e
conta com mais
dois professores da
mesma faculdade,
João Carlos Mendes Carvalho e José
Francisco Ribeiro, e
um da Faculdade
de Educação Física
(FAEFI), professor
Sílvio Soares. A pesquisa é realizada
com o auxílio de
Anna Paula Castro Alves
um bolsista de mesCom o protótipo montado, a equipe trabalha na finalização do controle
trado, Wilgo MoreiUm grupo de pesquisa interdisciplinar da ra, e um de Iniciação Científica, Lucas Rodrigues.
Universidade Federal de Uberlândia (UFU) está
A proposta da equipe é criar um equipadesenvolvendo uma estrutura robótica comanda- mento que auxilie nas sessões de fisioterapia para
da por cabos que pode auxiliar na reabilitação dos tratamento de problemas na região dos ombros.
movimentos do ombro. Além de ajudar na recu- “Pensamos em uma estrutura na qual o fisioteraperação de vítimas de acidentes, o aparelho pode peuta pudesse fazer a movimentação uma vez
ser utilizado para tratar pessoas que têm artrose com o braço humano e depois a máquina repetiou que já sofreram um acidente vascular cerebral ria estes movimentos num determinado ciclo”, ex(AVC, conhecido também como AVE), casos em plicou o coordenador.
que os movimentos do ombro são comprometiA estrutura robótica já foi montada e, no
dos. Também pode contribuir na recuperação de momento, o grupo trabalha para finalizar a parte
atletas olímpicos e paraolímpicos.
de controle do equipamento. Os testes são realiza-
dos com um boneco e a previsão para testes com
humanos é para o próximo ano. O coordenador
disse que o produto ainda não foi oferecido a nenhuma empresa porque esta estrutura ainda é
um protótipo, mas complementou que a equipe
já está trabalhando em uma versão comercial. “A
gente está tentando projetar essa máquina para
ser o mais barata possível, para que seja acessível
à população”, declarou o bolsista Lucas Rodrigues.
Com relação à contribuição do projeto
para a formação dos alunos envolvidos, o mestrando Wilgo Moreira afirma que aprendeu muito. "Achei interessante essa área de engenharia
com biológicas, duas áreas que estão ligadas entre
si e eu não sabia”, sintetiza.
O projeto foi financiado pelo Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e está sendo desenvolvido há
três anos. Segundo o coordenador, a previsão é
de que seja finalizado em 2012.
Terapêutica
De acordo com o fisioterapeuta e professor da UFU, Valdeci Carlos Dionísio, existem
muitas patologias que afetam a região dos ombros e que necessitam de tratamento realizado
com o movimento passivo (no qual o paciente
não força) para facilitar a cicatrização. Como não
existem muitos equipamentos, os fisioterapeutas
realizam os movimentos manualmente, ou com
ferramentas improvisadas.
Pesquisadores criam nova internet
Diferença se dá pela personalização do uso da rede
Rosa mostra o diploma do prêmio recebido
A internet é uma ferramenta muito utilizada para comunicação em tempo real. Mas com a
tecnologia que temos hoje, ela ainda possui alguns problemas na transmissão de dados. Ao fazer uma videoconferência pelo Skype, por
exemplo, é comum sobrecargas do sistema e falhas na transmissão. Isso ocorre porque todos os
usuários utilizam a mesma rede, através do Protocolo de Controle de Transmissão e do Protocolo
da Internet (TCP/IP), como explica Pedro Frozi
Rosa, professor da Faculdade de Computação da
UFU.
Segundo ele, nesses protocolos, a Internet é compartilhada por todos de uma única for-
ma, desde o usuário que
faz atividades mais simples
até os que utilizam recursos mais pesados. Porém,
certos tráfegos na rede, como vídeos, precisam de um
melhor desempenho para
funcionar bem.
Diante dessas limitações da atual Internet, o
pesquisador pensou em criar uma nova rede. A proposta é tornar possível a
definição de um novo protocolo através de um conjunto de regras que
Mayra Cabrera permita especificar para o
meio físico (wireless, cabos
ou fibras óticas) a necessidade do tráfego, de acordo com a mídia que vai ser
utilizada. Desta forma, as transmissões de vídeo,
som, imagem e texto tornam-se mais eficientes, já
que a comunicação é personalizada com o tipo de
uso que se faz da Internet. De acordo com Pedro
Frosi Rosa, essa nova rede prevê a mobilidade.
“Você pode se movimentar utilizando uma internet de alta qualidade”, diz.
O projeto, denominado MEHAR, que
vem do hebraico e significa a criação de algo novo, surgiu a partir de conversas informais entre o
professor e seu aluno João Henrique de Souza Pereira. Hoje, João Henrique também é docente e
Anna Paula Castro Alves
Para Dionísio, a estrutura robótica auxiliaria bastante. “Numa situação dessas, onde o
indivíduo possa produzir os movimentos, numa velocidade controlada, o paciente poderá
ter o controle da máquina sozinho, sem o terapeuta estar intervindo, o que facilita muito os
processos de atendimento dentro de clínicas e
seria muito interessante dentro dos hospitais”.
Ele considera essa dinâmica decisiva no processo de reabilitação. “Quanto mais precoce o retorno do movimento, mais fácil e rápida é a
recuperação”, afirma.
O aparelho é operado por computador que possui placa
com os comandos e pelo profissional que acompanha o
tratamento
Aula de
anatomia
Mayra Cabrera
faz doutorado na USP. O projeto, na área de internet de próxima geração, conta com outros 34
colaboradores, entre eles, professores, alunos de
doutorado, mestrado e graduação. Apenas parte
do projeto é financiada pela Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais e Pereira e Rosa são os dois únicos bolsistas.
Mesmo com a falta de apoio, o MEHAR
tem crescido tanto nas suas áreas de pesquisa que
seus subprojetos ganharam vida própria. Um deles é chamado pelo grupo de Finlan, que é um
novo protocolo da Internet. Anteriormente, essa
pesquisa foi uma prova de conceito (POC), ou
seja, uma realização de um determinado método
ou ideia para demonstrar sua viabilidade. Segundo o professor Rosa, os outros dois são pesquisas
que analisam o desempenho. O estudo “Arquitetura de Sistemas Escaláveis” (ASE) prevê a distribuição do tráfego entre vários servidores e as
“Arquiteturas Altamente Disponíveis” (HASH)
prevê servidores sempre disponíveis, que nunca
caem.
O grupo de pesquisa já colhe resultados.
O MEHAR ganhou premiações em congressos
internacionais, como o “IEEE International Conference on Industrial Electronics Control and
Instrumentation” e teve um capítulo de livro publicado no final de maio pela editora alemã
Springer Verlag, principal referência europeia em
Internet do Futuro. Confira mais informações e o
artigo completo no blog do Senso (in)comum:
sensoincomumufu.blogspot.com.
Estudantes do 2º ano do ensino médio
assistiram a aulas práticas de Anatomia Comparada no laboratório do Instituto de Ciências
Biomédicas (ICBIM). As visitas ocorreram no
mês de maio como parte da disciplina de estágio, oferecida no curso de Biologia. No total,
140 jovens da Escola Estadual Segismundo
Pereira, orientados por alunos do 8º período
da Licenciatura em Ciências Biológicas da
Universidade Federal de Uberlândia (UFU),
puderam ver órgãos animais e humanos nos
seus diferentes sistemas, além de um corpo
humano.
Segundo a professora responsável,
Helena Maura Silingardi, o projeto surgiu
quando ela percebeu o interesse dos futuros
professores em lecionar dentro do espaço físico do campus. As atividades acontecem durante o período em que os graduandos estão
ministrando aulas após um processo de preparação prévia. Confira mais informações no
blog do Senso (in)comum: sensoincomumufu.blogspot.com.
Lucas Felipe Jerônimo
DESTAQUE
ESPORTE
Beisebol e rúgbi conquistam espaço
Equipes buscam difundir as duas modalidades na cidade e região
Aline de Sá e Mariana Lima
O time de rúgbi foi criado por alunos das engenharias
A prática de esportes é recomendada por
médicos de muitas especialidades como uma das
providências mais saudáveis e eficazes para o tratamento de vários distúrbios de saúde. É ainda
uma das melhores ferramentas para aliviar o
stresse. No contexto acadêmico não é diferente.
A maioria dos cursos possui equipes em diversas
modalidades que disputam os campeonatos universitários. Contudo, dois esportes pouco difundidos no Brasil e praticados na Universidade
Federal de Uberlândia (UFU) chamam atenção:
o beisebol e o rúgbi.
O time de beisebol da UFU, formado há
um ano, possui 20 jogadores de diversos cursos.
Guilherme Uehara, 21, aluno da Engenharia Elétrica, foi quem decidiu organizar a equipe, que já
disputou quatro campeonatos, além de amistosos. De acordo com Uehara, o time foi montado
porque a modalidade está presente em torneios
como o Tubarão – em Campinas – e o Tusca –
em São Carlos.
Outro atleta do time, Dario Neto, 20, afirma
que “praticar esportes é muito importante no meio universitário, porque une os
alunos e os estudantes têm
uma interação maior”. Para
ele, participar de campeonatos é uma forma de adquirir
experiência. As outras equipes possuem jogadores com
mais de 40 anos, enquanto
no time da UFU todos os atletas têm menos de 23 anos e
apenas cinco alunos já pratiFotos: Arquivo pessoal cavam o esporte antes de se
juntarem ao grupo.
Por fazerem parte do único time de beisebol da cidade, eles treinam aos sábados com a
equipe de softball no Centro Esportivo e Social
Alexandrino Garcia (Cesag). Às segundas e sextas-feiras, os treinos são no campo de futebol society em frente ao bloco K, do Campus Santa
Mônica, sempre às 16 horas. Os interessados em
participar devem comparecer a um dos treinos e
pagar uma mensalidade de 10 reais. Essa taxa é cobrada para que o time possa participar dos torneios.
Já o time de rúgbi da UFU, fundado por
alunos das engenharias, existe há cerca de cinco
anos. Segundo Thomás Luz dos Santos, 22, aluno do 7º período de Medicina e capitão do time
desde 2009, apesar de ser uma equipe da UFU, ela
é aberta para a comunidade e os interessados precisam somente comparecer aos treinos. “Há apenas uma restrição aos campeonatos universitários
nos quais, claro, só jogam os alunos”, explica.
O capitão considera que não só o rúgbi,
mas qualquer outro esporte é fundamental para o
crescimento do ser humano. “Por ser um esporte
com muito contato físico, mas também muito
respeito, é essencial para a formação acadêmica e
social. Sem falar que é uma válvula de escape do
dia-a-dia”, resume.
Para os interessados, os treinos acontecem às terças e quintas, das 20 às 22 horas, e também aos sábados, das 16 às 18 horas, no Campus
Educação Física.
A participação na equipe de rúgbi é aberta à comunidade
Saiba mais!
O beisebol é um esporte disputado por dois times de nove pessoas. Os dois times se
alternam na defesa e no ataque durante nove tempos (chamados de innings). Cada tempo é
dividido em duas partes. Um time ataca na primeira e se defende na segunda e vice-versa. Em caso
de empate, são disputados tempos extras até que se tenha um vencedor.
Universidade sob um novo olhar
Entre os dias 15 e 24 de agosto de 2011 Comunicação e Educação”. A mostra apresenta
acontece, na biblioteca do campus Santa Mônica, os resultados da disciplina de Fotojornalismo e
a exposição de fotos “Outros Olhares em todos os trabalhos expostos foram produzidos
pelos alunos de Comunicação Social com
habilitação em Jornalismo da Universidade
Federal de Uberlândia (UFU).
O tema traz uma nova dimensão do
espaço acadêmico. A intenção é revelar detalhes
que podem não ser captados no cotidiano, agora
flagrados pelas lentes dos estudantes que,
durante todo o semestre, desenvolveram a
técnica e aprenderam todas as etapas da
produção fotográfica analógica.
Para o professor Gerson de Souza,
orientador da mostra, a proposta é mostrar o
trabalho para a universidade, como forma de
valorizar a produção feita em sala e devolver o
conteúdo produzido. “Não quero que os
trabalhos fiquem cerrados no meu armário,
temos que fazer um diálogo aberto com a
comunidade”.
Nas imagens, predomina o uso do preto e
branco. A ausência de cores, que inicialmente se
configura como deficiência técnica, acaba por
colaborar com a temática da exposição,
adicionando um olhar diferenciado, minimalista
Gisllene Rodrigues e até poético do ambiente universitário, explica o
professor que orientou os trabalhos.
Victor Masson
Nayla Gomes
Brunner Macedo
Jornalismo
premiado
Trabalhos vencem
em duas categorias
Mariana Lima
Trinta e nove alunos da UFU participaram do Congresso de Ciências da Comunicação da Região Sudeste – Intercom Sudeste
que aconteceu entre os dias 12 e 14 de maio,
na Fecap, Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, em São Paulo. Os estudantes
concorreram ao Prêmio Expocom Sudeste
2011 em 14 categorias e receberam dois prêmios.
Os trabalhos concorrentes foram realizados em 2010 como atividades
curriculares, por alunos do terceiro e quinto
períodos do curso de Comunicação Social:
Jornalismo. Para o concurso, primeiro, eles
passaram por uma seleção interna, feita pelos
docentes e, depois, foram avaliados por uma
comissão julgadora do próprio concurso, que
selecionou 14 dos 17 inscritos para apresentação no congresso.
Durante as apresentações, os alunos
foram avaliados por uma banca composta de
três professores especializados na área. Após
as exposições de todos os trabalhos, os avaliadores reuniram-se para dar notas e escolher o
melhor. Grande parte dos produtos enviados
para o Expocom são feitos em grupo, que decide quem será o aluno-líder, que faz o artigo
que acompanha o produto e representa a
equipe durante a apresentação do trabalho.
No dia 14, durante o encerramento
do congresso, foram entregues medalhas aos
estudantes que defenderam os melhores produtos. O curso da UFU foi premiado em duas
categorias: Design gráfico, representada por
Felipe Saldanha, do quinto período, e Charge,
caricatura e ilustração, defendida por Marcos
Reis, do terceiro semestre.
Felipe conta que ficou surpreso ao
receber a notícia. “Apesar da expectativa, o nível dos trabalhos concorrentes era alto e eu
estava consciente do quanto seria concorrido”, explica. Segundo ele, ganhar o Expocom
confirma que ele e seu grupo foram bem orientados, tanto na confecção do produto feito
na disciplina de Planejamento Gráfico
Aplicado ao Jornalismo, quanto na elaboração
do artigo, conseguindo um resultado de qualidade.
Para Marcos Reis, que enviou seu
trabalho para o congresso pela primeira vez e
já vê os resultados, é importante destacar a
elaboração coletiva do trabalho. “É muito
bom porque não foi só um trabalho meu, foi
tudo feito em grupo, então é uma sensação
muito legal de vitória, nesse sentimento do
coletivo mesmo”.
Este é o segundo ano que o Curso
de Comunicação Social com habilitação em
Jornalismo da UFU participa da tradicional
premiação e, em ambas, conseguiu garantir
vagas para a etapa nacional. “O fato de a UFU
ter vencedores na etapa regional do prêmio
pela segunda vez consecutiva mostra que o
curso está preparando alunos que já são reconhecidos pelo universo acadêmico e, certamente, serão bem-sucedidos no mercado”,
opina Felipe Saldanha.
Película perfeita Letra a letra
EM CENA
Artistas buscam espaços
alternativos
Teatros Municipal e Grande Otelo são
aguardados
Assalto ao Banco Central
O filme dirigido por
Marcos Paulo é baseado em um dos assaltos
mais bem planejados
Laura Laís
do país. Em agosto de
2005, um grupo invadiu o Banco Central
em Fortaleza através de
um túnel e levou mais
de 164 milhões de reais. O que terá acontecido
com
os
criminosos? O longa estará em cartaz no dia 22
de julho.
Laura Laís
Conclusão das obras do teatro Municipal está prevista para 2012
No início do mês de março foram retomadas as obras do Teatro Municipal de Uberlândia.
O espaço, que teve o projeto assinado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, em 1989, está em andamento há 18 anos e tem entrega prevista para
setembro do ano que vem. João Niemeyer, sobrinho e chefe de escritório de Oscar, está acompanhando a fase de acabamento. O investimento
nessa etapa é de R$13 milhões.
O espaço terá capacidade interna para
mil pessoas. Com o palco reversível, ainda será viabilizado estender esse público para 20 mil na
área externa. Mesmo sem as obras concluídas, o
teatro já recebeu eventos da região, como o Triângulo Fashion e o Festival de Dança do Triângulo,
além de apresentações da Orquestra Sinfônica de
Minas Gerais e dos grupos de teatro locais.
Marsial Azevedo, mestrando em Artes
Cênicas pela UFU, adverte que a cidade tem uma
deficiência de espaços voltados para a produção local e teme que o Teatro Municipal não beneficie os
grupos pequenos da região. “Nós temos medo de
que o teatro vire aquele elefante branco e seja usado somente para produções de fora, não correspondendo à necessidade de um espaço para aquecer a
cultura local e mostrar os trabalhos dacidade”.
A produtividade artística da cidade de
Uberlândia é destacada por Azevedo, que, porém,
aponta falhas na questão do espaço físico voltado
Dayane Nogueira
Eric Dayson
para as apresentações dos grupos locais. “Temos
o Teatro Rondon Pacheco, que é pequeno e não
atende à demanda da cidade, nós precisamos de
espaços para espetáculos de vanguarda, experimentais”, resume. A alternativa encontrada pelos
grupos foi criar seu próprio palco, como é o caso
do Grupontapé e da Trupe de Truões.
Harry Potter e as Relíquias da Morte:
Parte 2
Nenhum lugar é
seguro, nem mesmo
Hogwarts. Harry Potter
enfrenta seu maior desafio: um duelo decisivo
contra seu rival, Lord
Voldemort. Entre perdas e conquistas, Harry
desvenda todos os mistérios sobre sua vida. O
lançamento nacional
em 3D será no dia 15 de julho.
Grande Otelo
Outro espaço alternativo é o Teatro
Grande Otelo. Interditado desde 2002, o prédio
apresenta problemas de infraestrutura e, segundo
laudos técnicos, não é viável fazer uma restauração
do local. A ideia de demolição foi substituída por
uma proposta de reconstrução do espaço, após vá- Qualquer Gato Vira-Lata
rias manifestações da comunidade local.
Conforme a Secretaria de Cultura de
Depois de ser
Uberlândia, o espaço será mantido, voltado para a
deixada por Marcelo,
cultura da cidade. Foi liberada a abertura de licitaTati, vivida por Cléo Pição para a reconstrução do teatro, mas o início das
res, procura ajuda de
obras ainda não foi definido.
Conrado, um professor
O prédio que abriga o teatro foi consde biologia, para tentar
truído em 1966, na época, inaugurado como “Cireconquistá-lo. Ele prone Vera Cruz”. Vinte e sete anos depois, foi
põe mudanças de hábidesapropriado pela Prefeitura e, então, transfortos baseadas no
mado no Teatro Grande Otelo. O espaço já foi
comportamento animal.
reformado, no ano de 1997, quando uma parte
As coisas correm bem
da estrutura física desmoronou devido a um tem- até que Conrado se apaixona por Tati. A comédia
poral.
estreiou no dia 10 de junho.
Limp Bizkit – Gold Cobra
Adiado
várias vezes, o
lançamento do
álbum dos norte-americanos
foi definido para 28 de junho.
Desde 2003
sem lançar um
disco de inéditas, o grupo já divulgou duas faixas: “Why Try” e
“Walking Away”. O CD foi produzido por Fred
Durst e Wes Borland, vocalista e guitarrista da
banda, respectivamente.
Os Azuis – II
O lançamento do disco
II (Dois) será
no dia 1º de julho. A banda regravou diversas
vezes até obter
o resultado final. Algumas
das 12 faixas
presentes no álbum já foram divulgadas, como a
música “De tudo que já fiz”. O CD será disponibilizado para download no MySpace da banda:
www.myspace.com/osazuis.
Esquiva – O esmagado
Formada
em 2008, a banda uberlandense
lança seu primeiro CD no final
de junho, sem
data definida.
Segundo os integrantes, o álbum
independente,
que possui seis faixas, é uma forma de “bater de
frente” com o dia-a-dia do grupo. Para mais informações do lançamento, acesse: www.myspace.com/esquivarock
Saindo do forno
Mariana Lima
Eu fui a melhor amiga de Jane Austen
Liberdade
Escolhas
A Obra de Cora Harrison procura
introduzir os leitores jovens ao mundo dos
livros da autora inglesa. Combina realidade e
ficção, apresentando a relação entre a
adolescente Jane Austen e sua prima, Jenny
Cooper.
Jonathan Franzen conta a história de
uma família de classe média e de como
traumas, complexos e segredos podem
contaminar relações humanas baseadas em
amor. A trama é ambientada nos Estados
Unidos de hoje e tem como pano de fundo a
cena política americana.
No livro, Luciene Gonçalves narra a
vida de uma jovem que tenta se livrar das
drogas. A história escancara os pré-conceitos
enfrentados por portadores do vírus HIV e
mostra que pessoas com AIDS podem
continuar vivendo em sociedade e realizando
seus sonhos.
gizmodo. com. br
Considerado um dos melhores
sites de tecnologia do mundo, o
Gizmodo apresenta o maravilhoso mundo high tech e ensina
a usar corretamente e aproveitar ao máximo as ferramentas
da rede.
tramavirtual. uol. com. br
você que tem uma banda e deUma música livre para baixar? seja compartilhar seu trabalho.
Você encontra isso e muito
mais no Trama Virtual. O site
coloca à disposição mais de duzentas mil músicas do circuito
musical independente. Além
disso, oferece um espaço para
placar. abril. com. br
Para os loucos por futebol, nada melhor que o site
da maior revista esportiva do
país: Placar. Notícias sobre campeonatos do Brasil e do mundo,
Aline de Sá além da cobertura completa sobre o seu time do coração.
Pe n s o ,
log o clico
hsw. uol. com. br
A versão em português do site
“How StuffWorks” traz explicações sobre vários assuntos que
vão de motores de carros a cuidados com a saúde, utilizando
linguagem acessível, muitas ilustrações e vídeos.