Mulheres latino-americanas e o pensamento - pibic
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Mulheres latino-americanas e o pensamento - pibic
MULHERES LATINO-AMERICANAS E O PENSAMENTO EDUCACIONAL DO SÉCULO XIX: COLÔMBIA E PERU Waléria Jaqueline Corrêa do Livramento (Bolsista PIBIC/UFPA) – [email protected] Curso de Pedagogia, Faculdade de Educação, Instituto de Ciências da Educação ProfªDrª Sônia Maria da Silva Araújo (Orientadora) – [email protected] Curso de Pedagogia, Faculdade de Educação, Instituto de Ciências da Educação O estudo tem com objeto de pesquisa o levantamento de mulheres colombianas e peruanas do século XIX que produziram escritos sobre educação. Os objetivos são: a) Fazer um levantamento de nome de mulheres colombianas e peruanas que produziram escritos sobre educação no século XIX; b) Construir verbetes sobre essas mulheres; c) Identificar as matrizes teóricas que fundamentam o pensamento dessas mulheres, articulando-as com a história. Teoricamente, o estudo se pauta na História Social do Pensamento, na História Intelectual e na História Cultural. Foram localizadas 9 (nove) mulheres, 3 (três) colombianas e 6 (seis) peruanas. As colombianas são: Maria Josefa Acevedo de Gómes (1803-1861), Silveira Espinosa de Rendón (1815-1886) e Soledad Acosta de Samper (1833-1913). As peruanas são: Clorinda de Mattos de Turner (18521909), Elvira Garcia y Garcia (1862-1951), Flora Tristán (1803-1844), Juana Mercedes Cabello Llosa de Carbonera (1845-1909), Lastenia Larriva de Llona (1848-1924), Tereza González de Fanning (1836-1918). Os resultados preliminares indicam que o pensamento de mulheres colombianas e peruanas, como nos demais países latinoamericanos, está intimamente vinculado ao projeto de liberdade iniciado com a independência política da Colômbia (1819) e do Peru (1824), que se articula à incorporação do iluminismo e do liberalismo no continente. Na Colômbia do século XIX nos deparamos com Maria Josefa Acevedo de Gómez, considerada a primeira escritora Civil da República, que influenciou sobremaneira o modo de pensar e escrever de mulheres colombianas. Por meio dela pode-se começar a falar de temas como a situação dos casados e do estatuto das mulheres na sociedade. Outra colombiana de renome, foi Soledad Acosta de Samper, filha de relevante militar e historiador o Sr. Joaquín Acosta, que se firmou como escritora e jornalista. No Peru encontramos Flora Trístan que, mesmo de nacionalidade franco-peruana, nos apresenta em seus diários várias mulheres latinas do século XIX, dentre elas, uma importante mulher peruana, a Senhora Pencha Gamarra, que governava o Peru de forma indireta, pois suas ideias eram expressas através de seu marido, o Sr. Gamarra, Presidente da República. Além disso, “Graças a eles (diários de bordo de Flora) se ouve o “eu”, a ‘voz das mulheres’. O diário de Flora encontra-se repleto de revelações sobre a condição feminina dos lugares por onde passou” (AMARANTE, 2015, p. 119). O século XIX foi marcado por muitas lutas em prol dos direitos dos indivíduos, como por exemplo a emancipação dos países da América Latina e a proposta de uma educação sob a tutela do Estado. Mesmo assim ainda se constata uma forte influência da igreja Católica em relação ao projeto de educação da Colômbia. Todavia, acrescenta-se, em particular, à questão da luta feminina no Peru a preocupação com as populações indígenas e ainda uma certa resistência de romper com a relação entre igreja e Educação. Palavras-Chave: Mulheres; Colômbia; Peru; Século XIX.