3 de Setembro de 2005 - Carlos Oliveira
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3 de Setembro de 2005 - Carlos Oliveira
6 3 SETEMBRO 2005 CARLOS OLIVEIRA tem 28 anos, é formado em Engenharia de Sistemas e Informática pela Universidade do Minho e há cinco anos fundou, com três amigos, a Mobicomp, de que é o CEO. Agora trabalha na internacionalização da empresa, que já tem no curriculum alguns sucessos, como a compra de bilhetes para os cinemas do Grupo Lusomundo através do telemóvel, o portal móvel «My TMN» e uma parceria com a IBM. Em mais um almoço promovido pelo EXPRESSO e ORDEM DOS ECONOMISTAS, Carlos Oliveira diz que o mercado português é o ideal para testar o funcionamento de novas tecnologias À MESA NA «Inovar é a nossa missão» EXPRESSO – Como nasceu a Mobicomp? CARLOS OLIVEIRA – Quando a ‘ MobiComp foi criada, há cerca de cinco anos, eu estava a terminar a minha licenciatura na Universidade do Minho, e com a perspectiva de ingressar nela como investigador. A determinada altura, eu e um professor estávamos já a oferecer um conjunto de projectos na área das telecomunicações e na mobilidade, sendo que isto na Europa era algo completamente novo. Depois, encontrámo-nos com as pessoas certas, da área de gestão, e começámos por identificar, do ponto de vista dos objectivos e da visão da empresa, aquilo que queríamos fazer. A internacionalização era uma delas, a inovação era outra, e o foco. Nas tecnologias das telecoms, Portugal é precursor ’ EXP. – E focaram-se em que segmento? C.O. – Acredi- távamos que, num futuro mais ou menos próximo, iria haver espaço no mercado para que as soluções de mobilidade, as soluções ligadas às telecomunicações tivessem uma aceitação que faria deste um negócio interessante. Começámos por nos posicionar com o foco no mercado da mobilidade, nas tecnologias móveis, com operadores, com a mobilização de processos como aquele de que estávamos a falar e acreditámos que podíamos trazer valor acrescentado a este sector com a introdução de tecnologia diferenciadora. EXP. – Há uma aposta forte na inovação? C.O. – A inovação, para nós, foi desde sempre algo que faz parte da nossa missão. Abrimos sempre espaço para a inovação. Ou seja, faz parte da nossa cultura incentivar os nossos colaboradores a que em cada processo, em cada projecto, em cada pensamento num novo produto possam ser criativos e não a seguir «by the book», porque acreditamos que aí é que pode estar o nosso valor e a nossa diferenciação. EXP. – Quando é que ganharam o primeiro cliente? C.O. – Em finais de 2000, nos pri- meiros seis meses de actividade. Foi o projecto da bilheteira móvel da Lusomundo, ou seja, comprar bilhetes para o cinema através do telemóvel. Propusemos ao cliente não apenas apresentar uma solução em que seria possível navegar e escolher o cinema, comprar o bilhete, mas queríamos mostrar o desenho da sala. E isto é relevante, porque soluções deste género vinham um ano ou dois anos depois na Business Week: serviço inovador lançado em Inglaterra que permite compra do bilhete por SMS. E nós cá, um ano e meio antes, tínhamos feito um serviço completamente inovador. EXP. – Há mais oportunidades destas a explorar? C.O. – Isto passa-se muito neste sector. Ainda há pouco tempo, no Sessenta Minutos, estavam a fazer uma reportagem sobre o Google, e o exemplo que a jornalista, que estava algures em Nova Iorque, deu, foi: vou pedir aqui ‘ gue depois transmitir essa imagem? C.O. – Se há alguma coisa que A única ajuda que pedimos é a imagem de um Portugal inovador ’ um restaurante e vai aparecer dentro de alguns segundos no telefone qual é o restaurante mais próximo desta zona. O que eles há seis meses atrás catalogavam como perfeitamente inovador, a TMN tem há três ou quatro anos. Portanto, há aqui um «gap» de dar a conhecer a inovação que se faz em Portugal para fora. E o sector das telecomunicações, muito pelo dinamismo que há em termos dos diferentes operadores, faz com que Portugal, a nível das tecnologias implementadas, seja um precursor que está sempre na linha da frente. EXP. – E porque é que não se conse- O teste português OS PROJECTOS de bilhética para a Lusomundo e de portal móvel para a TMN, ‘My TMN’, foram cruciais para a afirmação da Mobicomp, como reconhece Carlos Oliveira. Na verdade, a Mobicomp arrancou com quatro sócios e um capital de 5000 euros. «Não aconselho ninguém a repetir esta proeza, porque houve aqui muito esforço por parte dos investidores», adverte Carlos Oliveira. A Mobicomp ganhou também nos primeiros seis meses de vida o prémio 'Inovação' da Associação Nacional de Empresas de Tecnologia de Informação, através de uma parceria desenvolvida com a IBM. «Conseguimos pegar numa tecnologia que a IBM estava a desenvolver e sermos um dos primeiros implementadores de uma solução por cima dessa tecnologia, que estava ainda em fase nem sequer comercial. Fizemos um trabalho quase de explicar onde é que aquilo estava a falhar, o que deu um ‘case study’ internacional com a IBM». Para tanto, a estratégia foi «a de aproveitar o mercado português, que é um excelente ‘testbed’. Portugal assume-se também aí, naquela visão de um Portugal tecnológico, como um demonstrador real de como as tecnologias funcionam. A nossa visão foi: vamos ganhar know-how, desenvolver soluções e afirmarmo-nos no mercado nacional. Quando tivermos o capital e o investimento suficiente em produtos, vamos dar o passo da internacionalização». quem está a dirigir empresas na área das tecnologias de informação tipicamente pede, não são subsídios, não são apoios específicos, como outros sectores pedem, mas sim que nos ajudem com uma imagem de um Portugal inovador, uma imagem que nos possa ajudar, quando estamos lá fora, a não termos de passar uma boa parte da reunião a explicar como é que uns portugueses chegam ali para apresentar uma solução. EXP. – Temos vantagens nestas áreas? C.O. – Temos. Na área das teleco- municações já referi uma: nós adoptamos as tecnologias primeiro do que os outros. Temos inclusivamente, do ponto de vista da adopção, uma população ávida e disponível para experimentar as novas tecnologias. Viu-se isso com os cartões Fertagus e com a Via Verde. EXP. – Quem sai da Universidade está pronto a lançar outra Mobicomp? C.O. – Temos excelente forma- ção em Portugal nas áreas tecnológicas. As pessoas não saem imediatamente da Universidade com capacidade para trabalhar na MobiComp, como não sairão com capacidade para trabalhar na maior parte das empresas, mas saem com as ferramentas e com o «skill» adequado para depois, com uma pequena formação interna, ficarem rapidamente aptas a lidar com estas tecnologias. Nós notamos, quando vamos ao estrangeiro, que os nossos colaboradores na área técnica não ficam rigorosamente nada a dever ao que lá fora se faz, mesmo a nível de produtividade. EXP. – Ter a sede da empresa no Minho não é uma desvantagem? C.O. – Temos uma qualidade de vida diferente da de outras regiões do país: as pessoas trabalham e podem, se quiserem, ir almoçar a casa, porque demoram dez ou quinze minutos a chegar ao trabalho. Depois, o factor fundamental foi mesmo a Universidade do Minho. Com a relação próxima que temos, conseguimos ir buscar os melhores talentos e é isso que procuramos todos os anos. FOTOGRAFIAS DE NUNO BOTELHO N ICOLAU SANTOS Escaldão queima 40% da nossa pêra-rocha A PRODUÇÃO de pêra-rocha na região Oeste regista este ano uma quebra de produção entre 35 e 40%, segundo estimativas da Associação Nacional de Produtores de Pêra-Rocha (ANP). Na origem da calamidade, segundo os agricultores, estiveram a «seca e o escaldão solar que provocou danos nos frutos de maior calibre». A pêra «não cresceu o esperado, não atingindo o tamanho necessário para entrar na comercialização», diz Patrícia Vaz, secretária-geral da ANP. A escassez de água já fazia temer uma quebra na produção, mas a ocorrência de dois dias muito quentes na segunda semana de Agosto originou um escaldão que destruiu «parte significativa dos frutos de maior calibre», segundo a associação. Estima-se que a produção deste ano se cifre nas 105 a 125 mil toneladas. Em termos de peso económico, a pêra-rocha é o produto frutícola mais exportado, sendo Portugal um dos dez maiores exportadores mundiais deste fruto. A falta de reservas de água, a seca e o escaldão são identificadas pelo Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional como o principal problema dos produtores do Oeste. REGIÃO DE LEIRIA/REDE E XPRESSO REGIÕES SLN investe nas Caldas O GRUPO Português de Saúde, «sub-holding» para a área de saúde da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), de que o Banco Português de Negócios é a face mais visível, adquiriu a empresa Cedima, das Caldas da Rainha, especializada em imagiologia. Com esta aquisição, o grupo reforça a anunciada estratégia de se assumir como um dos maiores «players» do sector privado da saúde em Portugal. Em 2004, o negócio da saúde representou para o grupo ¤65 milhões de volume de negócios. («Gazeta das Caldas») Climar reforça competências 7.º CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO BANCÁRIO, DA BOLSA E DOS SEGUROS (ANO LECTIVO 2005 / 2006) Coordenador: Professor Doutor João Calvão da Silva Estrutura: O Curso tem a duração de um ano lectivo, com quatro disciplinas nucleares complementadas por módulos/conferências. Disciplinas nucleares: A) Fundos de Investimento e Fundos de Garantia (Coordenador: Professor Doutor João Calvão da Silva) – Fundos de Investimento Mobiliário; – Fundos de Investimento Imobiliário; – Fundos e Sociedades de Titularização de Créditos («Securitização»); – Fundos de Pensões; – Fundo de Garantia Automóvel e Seguro; – Fundo de Acidentes de Trabalho e Seguro; – Fundo de Garantia de Depósitos; – Fundo de Garantia de Crédito Agrícola Mútuo; – Fundo de Contragarantia Mútuo; – Fundos de Capital de Risco; – Sistema de Indemnização de Investidores não Institucionais. B) Direito Europeu da Banca, da Bolsa e dos Seguros (Coordenador: Professor Doutor João Calvão da Silva) – Direito Europeu da Banca; – Direito Europeu do Mercado de Capitais; – Direito Europeu dos Seguros; – Conglomerados Financeiros; – A União Económica e Monetária. C) Direito Privado da Banca, da Bolsa e dos Seguros (Coordenador: Professor Doutor João Calvão da Silva) – Valores Mobiliários; – Contratos (bancários, da bolsa e dos seguros) e garantias; UNIVERSIDADE DE COIMBRA Faculdade de Direito – Contratos à distância de serviços financeiros; – Comércio electrónico e meios de pagamento; – Sigilo bancário; – Derivados financeiros (swaps, futuros e opções); – Responsabilidade por informações, por crédito e por transferências; responsabilidade por prospecto; – Grupos de sociedades, fusão / concentração de empresas e concorrência. D) Direito Constitucional e Administrativo da Banca, da Bolsa e dos Seguros (Coordenador: Professor Doutor António Barbosa de Melo) – Supervisão, regulação e responsabilidade do Banco de Portugal, da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários e do Instituto de Seguros de Portugal; – Contencioso nacional e comunitário; – Contra-ordenações. Módulos/Conferências: – Direito Penal da Banca, da Bolsa e dos Seguros; – Banco Mundial, FMI e BEI; – Banca e Código de Processos Especiais de Recuperação da Empresa e de Falência; – Levantamento ou desconsideração da Personalidade Colectiva; – Técnicas de Seguro e Resseguro; – Seguros Especiais: responsabilidade civil, produtos, seguro de vida; – Risk management da Banca, da Bolsa e dos Seguros; – Marketing e distribuição de produtos financeiros; – Contabilidade das Instituições Financeiras; – Fiscalidade dos produtos financeiros; – Engenharia Financeira; – Off-shores e paraísos fiscais. Professores: Professor Doutor Rui de Alarcão; Professor Doutor Oliveira Ascensão; Professor António Barbosa de Melo; Professor Doutor Diogo Leite de Campos; Professor Doutor Manuel Lopes Porto; Professor Doutor António Avelãs Nunes; Professor Doutor Menezes Cordeiro; Professor Doutor Sinde Monteiro; Professor Doutor António Pinto Monteiro; Professor Doutor Henrique Mesquita; Professor Doutor João Calvão da Silva; Professor Doutor Carlos Ferreira de Almeida; Professor Doutor Rabindranath Capelo de Sousa; Professor Doutor Coutinho de Abreu. Objectivos do Curso: – Estudos avançados, pós-licenciatura, nas áreas da banca, da bolsa e dos seguros; – Visão integrada do mundo dos negócios e da actividade empresarial, nos aspectos do direito, da economia, da gestão e da administração, tanto a nível nacional como europeu; – Novos horizontes profissionais nas áreas jurídico-económicas e financeiras da banca, da bolsa e dos seguros. Informações: O Curso decorrerá entre Outubro de 2005 e Julho de 2006, às Sextas-Feiras (16h30m – 20h30m) e Sábados (9h00 – 13h00). Condições: Licenciatura. Inscrições: 40 vagas por ordem de chegada até 10 de Outubro de 2005. Inscrição = ¤ 300. Propinas = ¤ 120 x 10 meses (Out. – Julho). Enviar fotocópia da certidão de habilitações, com média final, curriculum vitae e 1 fotografia para: BBS – Instituto de Direito Bancário, da Bolsa e dos Seguros – Faculdade de Direito de Coimbra – 3004-545 COIMBRA. Contactos: Telefones: 239 83 20 78; Fax: 239 83 59 43 www.fd.uc.pt/bbs Email: [email protected] Patrocinadores: Banco de Portugal; Comissão do Mercado de Valores Mobiliários; Instituto de Seguros de Portugal; Grupo Caixa Geral de Depósitos; Grupo Banco Comercial Português; Grupo Totta; Grupo Banco Português de Investimento; Montepio Geral; Finibanco; Associação Portuguesa de Seguradores; Fundação Luso-Americana. A Climar – Indústria de Iluminação SA, de Águeda, aderiu à Sociedade Norte-Americana da Ciência da Iluminação (IESNA), a principal autoridade técnica no sector da iluminação nos Estados Unidos e uma referência mundial no estudo e desenvolvimento de novas tecnologias e competências no sector, com 10 mil associados. («O Aveiro») Relva lusa para o Real Madrid AS ESTRELAS do Real Madrid vão começar a treinar e jogar em novos tapetes de relva, originária de Vila Nova de Milfontes. A empresa Camposol foi a vencedora do concurso para arrelvamento dos três campos de treinos e do Estádio Santiago de Barnabéu. Os primeiros 17.200 metros quadrados de tapete de relva, para dois campos de treinos, chegaram na última semana a Madrid, tendo sido mobilizados 40 camiões TIR. A substituição do terceiro relvado está prevista para Outubro, realizando-se em Fevereiro a colocação do tapete do Santiago de Barnabéu. («Diário do Alentejo») Nova subestação da Rede Eléctrica A REDE Nacional de Transporte de Energia chegará a Castelo Branco em Setembro de 2006, com a construção de uma subestação onde a Rede Eléctrica Nacional vai investir 15,5 milhões de euros. Com esta obra melhorará o abastecimento e será reforçada a capacidade de captação e distribuição da energia eólica. («Reconquista»)