Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro

Transcrição

Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro
Avaliação Externa das Escolas
Relatório de escola
Escola Secundária Rafael
Bordalo Pinheiro
CALDAS DA RAINHA
Delegação Regional de Lisboa e Vale do Tejo da IGE
Datas da visita: 24 e 25 de Novembro de 2008
I – INTRODUÇÃO
A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de
avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e
dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais
para a auto-avaliação e para a avaliação externa. Por sua vez,
o programa do XVII Governo Constitucional estabeleceu o
lançamento de um «programa nacional de avaliação das
escolas básicas e secundárias que considere as dimensões
fundamentais do seu trabalho».
Após a realização de uma fase piloto, da responsabilidade de
um Grupo de Trabalho (Despacho conjunto n.º 370/2006, de
3 de Maio), a Senhora Ministra da Educação incumbiu a
Inspecção-Geral da Educação (IGE) de acolher e dar
continuidade ao processo de avaliação externa das escolas.
Neste sentido, apoiando-se no modelo construído e na
experiência adquirida durante a fase-piloto, a IGE está a
desenvolver esta actividade, entretanto consignada como sua
competência no Decreto Regulamentar n.º 81-B/2007, de 31
de Julho.
O presente relatório expressa os resultados da avaliação
externa da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro,
realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita
efectuada entre 24 e 25 de Novembro de 2008.
Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro  24 e 25 de Novembro de 2008
Os capítulos do relatório ― Caracterização da Escola,
Conclusões da Avaliação por Domínio, Avaliação por Factor
e Considerações Finais ― decorrem da análise dos
documentos fundamentais da Escola, da sua apresentação e
da realização de entrevistas em painel.
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Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a
auto-avaliação e resulte numa oportunidade de melhoria
para a Escola, constituindo este relatório um instrumento de
reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e
pontos fracos, bem como oportunidades e constrangimentos,
a avaliação externa oferece elementos para a construção ou o
aperfeiçoamento
de
planos
de
melhoria
e
de
desenvolvimento de cada escola, em articulação com a
administração educativa e com a comunidade em que se
insere.
A equipa de avaliação externa congratula-se com a atitude
de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem
interagiu na preparação e no decurso da avaliação.
O texto integral deste relatório, bem como um eventual
contraditório apresentado pela Escola, será oportunamente
disponibilizado no sítio da IGE em: www.ige.min-edu.pt
Escala de avaliação
Níveis de classificação dos
cinco domínios
MUITO BOM – Predominam os pontos
fortes, evidenciando uma regulação
sistemática, com base em
procedimentos explícitos,
generalizados e eficazes. Apesar de
alguns aspectos menos conseguidos,
a organização mobiliza-se para o
aperfeiçoamento contínuo e a sua
acção tem proporcionado um impacto
muito forte na melhoria dos
resultados dos alunos.
BOM – A escola revela bastantes
pontos fortes decorrentes de uma
acção intencional e frequente, com
base em procedimentos explícitos e
eficazes. As actuações positivas são a
norma, mas decorrem muitas vezes
do empenho e da iniciativa
individuais. As acções desenvolvidas
têm proporcionado um impacto forte
na melhoria dos resultados dos
alunos.
SUFICIENTE – Os pontos fortes e os
pontos fracos equilibram-se,
revelando uma acção com alguns
aspectos positivos, mas pouco
explícita e sistemática. As acções de
aperfeiçoamento são pouco
consistentes ao longo do tempo e
envolvem áreas limitadas da escola.
No entanto, essas acções têm um
impacto positivo na melhoria dos
resultados dos alunos.
INSUFICIENTE – Os pontos fracos
sobrepõem-se aos pontos fortes. A
escola não demonstra uma prática
coerente e não desenvolve suficientes
acções positivas e coesas. A
capacidade interna de melhoria é
reduzida, podendo existir alguns
aspectos positivos, mas pouco
relevantes para o desempenho global.
As acções desenvolvidas têm
proporcionado um impacto limitado
na melhoria dos resultados dos
alunos.
II – CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA
A Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro situa-se no centro da cidade de Caldas da Rainha e tem
as suas raízes na Escola de Desenho Industrial Rainha Dona Leonor, fundada em 1884. Esta escola deu
origem, em 1919, à Escola de Artes e Ofícios que, posteriormente, passou a denominar-se Escola
Industrial e Comercial Rainha Dona Leonor. Com a reforma do ensino técnico, passa a chamar-se
Escola Industrial e Comercial de Caldas da Rainha, adoptando, a partir de 1973, a designação que tem
hoje. Actualmente, oferece o 3.º Ciclo do Ensino Básico, o Ensino Secundário (Cursos CientíficoHumanísticos, Tecnológicos e Profissionais) e Cursos de Educação e Formação, Tipo 2 e 3.
Dos 890 alunos que a frequentam, 168 são do 3.º Ciclo do Ensino Básico (6 turmas); 115 dos Cursos de
Educação e Formação que conferem o 9.º ano de escolaridade e qualificação profissional (7 turmas);
587 do Ensino Secundário (Científico-Humanísticos: 230 alunos/13 turmas; Tecnológicos: 119
alunos/8 turmas; Profissional: 213 alunos/11 turmas); 45 dos Cursos de Educação e Formação que
conferem o 12.º ano de escolaridade e qualificação profissional (4 turmas), funcionando duas destas
turmas em regime nocturno e 20 alunos frequentam Cursos de Educação e Formação de Adultos em
regime nocturno (2 turmas). Beneficiam de auxílios económicos, no âmbito da Acção Social Escolar,
452 alunos (47,6%). Do total de alunos, 51% tem computador em casa, sendo que 35% têm ligação à
Internet. Quanto às habilitações dos pais e encarregados de educação, 4% possui um Curso Superior,
7% o Ensino Secundário e 89% o Ensino Básico ou inferior. A maioria tem ocupações profissionais
ligadas à indústria, construção civil e serviços.
O corpo docente é constituído por 157 professores, pertencendo 128 (81,5%) ao quadro de escola, 6
(4%) ao quadro de zona pedagógica e 23 (14,5%) são contratados. Quanto ao pessoal não docente,
exercem funções na Escola 49 elementos (administrativos, auxiliares e um técnico superior Psicólogo). Destes, 43 (88%) pertencem ao quadro e 6 (12%) são contratados.
III – CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO
SUFICIENTE
A Escola recolhe os dados relativos aos resultados académicos dos seus alunos e analisa-os nos
conselhos de turma, áreas disciplinares, departamentos e Conselho Pedagógico. Da análise dos
resultados disponibilizados pela Escola, relativos ao triénio 2005/2008, decorre que, no 3.º Ciclo do
Ensino Básico, a taxa global de sucesso tem tido um aumento progressivo, embora ainda inferior à
média nacional. Os resultados em exames nacionais do 9.º ano, em Língua Portuguesa e em
Matemática, apresentam uma evolução positiva, mas também registam, sempre, valores inferiores aos
nacionais.
No Ensino Secundário, as taxas de sucesso apresentam uma evolução muito significativa.
Relativamente aos resultados do 12.º ano, no triénio em análise, obtidos em exames nacionais, as
médias das classificações em Português, apresentam uma descida. Em Matemática, apresentam uma
evolução, situando-se, no ano lectivo 2007/2008, acima da média nacional.
No que se refere à taxa de abandono escolar, no 3.º Ciclo do Ensino Básico, embora tenha vindo a
baixar progressivamente ao longo do triénio e seja relativamente baixa no último ano, não é, ainda,
uma questão totalmente resolvida. No Ensino Secundário, a taxa de abandono, no último triénio, teve
um decréscimo muito significativo, estando muito próxima do zero, no último ano.
Os alunos têm participado nos órgãos de gestão em que devem estar representados mas, apenas
pontualmente, participam na planificação de actividades. De forma a estimular e valorizar os sucessos
individuais dos alunos, a Escola instituiu o “Quadro de Excelência”.
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1. RESULTADOS
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De um modo geral, os alunos têm um comportamento disciplinado, embora, por vezes, a indisciplina
perturbe o normal funcionamento dentro da sala de aula e cause também perturbação nos locais de
convívio, sendo que os casos de maior gravidade ocorrem com alunos do 3.º Ciclo.
Consciente das diferentes expectativas de encarregados de educação e alunos, a Escola diversificou a
sua oferta educativa/formativa, assegurando respostas tanto para aqueles que pretendem prosseguir
os estudos, como para aqueles que pretendem ingressar na vida activa.
2. PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO
BOM
A coordenação pedagógica é assumida, sobretudo, pelos coordenadores de áreas disciplinares, de
ciclos e de curso. Não estão institucionalizadas práticas de gestão curricular interdepartamental, no
ensino regular, estas acontecem pontualmente e de forma informal nos conselhos de turma. Contudo,
constituem prática sistemática nas coordenações de curso, em reuniões periódicas do corpo docente
dos Cursos de Educação e Formação e dos Cursos Profissionais.
O acompanhamento e a supervisão interna da prática lectiva dos professores são realizados pelos
coordenadores das áreas disciplinares através da monitorização do planeamento e cumprimento dos
programas. Não estão instituídas práticas de supervisão em sala de aula. Os alunos com necessidades
educativas especiais que chegam à Escola, geralmente, já vêm referenciados e são integrados nas
turmas regulares beneficiando de apoio directo do docente da educação especial, que presta, também,
apoio a alunos com dificuldades de aprendizagem. As medidas de apoio educativo prestadas são
monitorizadas com regularidade para avaliar a sua eficácia.
A Escola valoriza o conhecimento e incute a importância da aprendizagem contínua, como se pode
constatar pela implementação de diferentes iniciativas. As aulas laboratoriais, as visitas de estudo, as
actividades desenvolvidas no Clube de Ciências e a actividade “Laboratórios Abertos”, incentivam
uma prática activa na aprendizagem das ciências e constituem estímulos ao desenvolvimento de
atitudes positivas em relação à metodologia científica.
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As dimensões artística e desportiva revelam-se, designadamente, na exposição de trabalhos dos
alunos, nas actividades, projectos e clubes. As actividades culturais e sociais estão, igualmente,
patentes em diversos eventos que ocorrem ao longo do ano.
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3. ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR
SUFICIENTE
O Projecto Educativo define grandes áreas de intervenção, para as quais são estabelecidas prioridades
e estratégias, operacionalizadas, em parte, pelo Plano Anual de Actividades. Existe uma apropriação
do conteúdo dos documentos estruturantes da Escola por parte do pessoal docente, mas o mesmo já
não acontece com os alunos, os encarregados de educação e o pessoal não docente, à excepção do
Regulamento Interno.
A Escola não tem plano de formação para o pessoal docente e não docente, formalmente definido e
instituído. A identificação das acções de formação não tem por base um processo organizado das
necessidades individuais do desempenho profissional, sendo as acções de formação propostas pelo
Conselho Pedagógico, ou individualmente, ao Centro de Formação de Professores da área.
As instalações encontram-se desajustadas, quer em termos de conforto quer de adequação às novas
ofertas da Escola, começando a sentir-se a necessidade de novos espaços destinados, nomeadamente a
salas específicas para Cursos Profissionais e gabinetes de trabalho para docentes. Os espaços
destinados à prática desportiva são adequados e diversificados. A Biblioteca Escolar/Centro de
Recursos Educativos é um espaço de grande dinamismo, com um plano de actividades diversificado.
Embora os directores de turma implementem algumas estratégias de forma a promover a integração e
co-responsabilização dos pais e encarregados de educação no processo educativo dos seus educandos,
a sua participação não atingiu ainda os níveis desejados.
4. LIDERANÇA
SUFICIENTE
Os documentos orientadores da vida da Escola identificam como principal linha de acção a promoção
do sucesso escolar dos alunos, mas a não definição, de forma clara, das estratégias a implementar, bem
como a sua calendarização prejudicam o estabelecimento de prioridades e de planos de acção para a
resolução dos problemas identificados. A não definição de uma estratégia clara e articulada de
actuação dos órgãos de gestão não propicia a consolidação das lideranças intermédias.
A Escola está receptiva e tem reagido com determinação na procura de soluções inovadoras,
procurando trilhar diferentes caminhos, para responder às necessidades formativas dos alunos
oriundos, em grande parte, de um meio socioeconómico e cultural desfavorecido, facultando-lhes um
ensino mais ajustado às suas necessidades e expectativas.
Os diversos projectos, parcerias e clubes, ao enriquecerem a oferta educativa, constituem importantes
dispositivos para a melhoria das aprendizagens e da relação entre a Escola e a comunidade.
5. CAPACIDADE DE AUTO-REGULAÇÃO E MELHORIA DA
ESCOLA
[CLASSIFICAÇÃO]
SUFICIENTE
A sustentabilidade do progresso depende, essencialmente, da capacidade da Escola planear e
implementar mecanismos de auto-avaliação que incluam todos os domínios da organização e que, de
forma sistemática e coerente, lhe permitam identificar prioridades de intervenção e definir planos de
acção.
IV – AVALIAÇÃO POR FACTOR
1. RESULTADOS
1.1 SUCESSO ACADÉMICO
A Escola faz a recolha de dados relativos aos resultados académicos dos seus alunos que são
analisados nos conselhos de turma, áreas disciplinares, departamentos e Conselho Pedagógico. A
partir da análise realizada identificou algumas causas para o insucesso escolar, nomeadamente a falta
de motivação para o estudo de um número significativo de alunos, bem como as carências
socioeconómicas e a fraca participação das famílias no acompanhamento escolar dos seus educandos.
Da análise dos resultados disponibilizados pela Escola, relativos ao triénio 2005/2008, no 3.º Ciclo do
Ensino Básico, decorre que a taxa global de sucesso tem vindo a aumentar (60%, 62%, e 75%), no
entanto apresenta sempre valores inferiores aos nacionais. Os resultados nos exames nacionais do 9.º
ano, em Língua Portuguesa (2,4 - 2006; 3,1 - 2007; 3,0 - 2008) e em Matemática (2,0 - 2006; 1,8 - 2007; 2,5
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Os procedimentos de auto-avaliação da Escola incidem, fundamentalmente, na recolha e tratamento
estatístico dos resultados académicos dos alunos. Ainda assim, estes procedimentos têm permitido a
identificação de alguns pontos fortes e fracos e proporcionado o desenvolvimento de algumas acções
de melhoria. No entanto, a inexistência de um projecto formalizado de auto-avaliação, que alargue o
âmbito dos aspectos avaliados e que mobilize toda a comunidade educativa dificulta a definição de
planos de melhoria.
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- 2008), apresentam uma evolução, embora com pequenas flutuações, mas registam, sempre,
classificações inferiores às médias nacionais.
No que se refere às diferenças entre as médias das classificações internas e as de exame, em Língua
Portuguesa os resultados apresentam, também, uma evolução, sendo a média de exame relativamente
mais baixa em 2005/2006 (- 0,7) e mais alta em 2006/2007 (+ 0,2), não registando qualquer desvio no
ano 2007/2008. Na disciplina de Matemática, a diferença entre o valor da média da classificação
interna e a de exame foi diminuindo gradualmente ao longo do triénio, sendo de salientar que, no
passado ano lectivo, a média interna igualou o valor da média de exame.
No Ensino Secundário, a taxa global de sucesso, relativa ao triénio em análise, apresenta uma
evolução significativa (53,2%, 60,6%, e 76,4 %), mas ainda abaixo da taxa nacional. Relativamente aos
resultados obtidos nos exames nacionais do 12.º ano, as médias das classificações em Português,
apresentam uma descida e, no ano lectivo 2007/2008, situam-se abaixo da média nacional (-0,6
valores), também neste ano lectivo, a média das classificações internas apresenta um acentuado desvio
(+4,1 valores), relativamente à média de exame. Em Matemática, apresentam uma evolução, situandose, no ano lectivo 2007/2008, acima da média nacional (+1,3). Nesta disciplina, as médias das
classificações internas têm vindo a evoluir, sendo de assinalar que, no passado ano lectivo, a média de
exame foi superior à média das classificações internas (+3,1).
No que se refere à taxa de abandono escolar, no 3.º Ciclo do Ensino Básico, embora tenha vindo a
baixar progressivamente ao longo do triénio, e seja relativamente baixa no último ano, não é, ainda,
uma questão totalmente resolvida (8%, 5%, e 3%, respectivamente). No Ensino Secundário, a taxa de
desistência, no último triénio, teve um decréscimo muito significativo (13,8%, 13,8% e 0,7%,
respectivamente).
A Escola tem tomado medidas para melhorar o sucesso académico e contrariar as ameaças de
abandono/desistência, nomeadamente com a criação dos Cursos de Educação e Formação e Cursos
Profissionais, bem como com a identificação precoce de situações de risco. É de destacar que um aluno
só pode anular a matrícula, junto dos serviços administrativos, se apresentar um formulário
preenchido e assinado em reunião realizada com o director de turma e o encarregado de educação.
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1.2 PARTICIPAÇÃO E DESENVOLVIMENTO CÍVICO
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No início do ano lectivo, os alunos são informados dos seus direitos e deveres, constantes do
Regulamento Interno, que é objecto de reflexão, nomeadamente nas aulas de Formação Cívica. Os
alunos têm participado nos órgãos de gestão em que devem estar representados, mas, apenas
pontualmente, participam na planificação de actividades, no sentido de serem co-responsabilizados
nas decisões. A Associação de Estudantes tem, também, vindo a desenvolver actividades lúdicas e
desportivas. A Escola incrementa algumas iniciativas no sentido de promover nos alunos o sentimento
de pertença, como sejam a participação em concursos e exposições.
De forma a estimular e valorizar os sucessos individuais dos alunos, a Escola instituiu o “Quadro de
Excelência”, atribuindo diplomas e prémios pecuniários, com a colaboração de uma benemérita local e
do Rotary Club.
1.3 COMPORTAMENTO E DISCIPLINA
De um modo geral, os alunos mostram conhecer as regras de funcionamento da Escola e têm um
comportamento disciplinado, embora, por vezes, a indisciplina perturbe o normal funcionamento
dentro da sala de aula e cause também perturbação nos locais de convívio. Da análise dos dados
disponibilizados pela Escola, no último triénio, e considerando o tipo de sanções aplicadas que
indiciam o nível de gravidade dos actos de indisciplina, decorre que os casos mais graves tiveram
como intervenientes alunos do 3.º Ciclo.
A acção concertada de docentes e não docentes, na exigência do cumprimento das regras de conduta,
bem como o acompanhamento das situações mais problemáticas realizado pelos professores, em
estreita colaboração com os directores de turma/curso e com os coordenadores de ciclo, faz com que
os alunos tenham vindo a adoptar progressivamente comportamentos mais adequados. Assim, o
registo de comportamentos desajustados está a ter pouco significado no Ensino Secundário. No
sentido de contribuir para melhorar a disciplina, foi proposta a criação do Centro de Mediação de
Conflitos “Porta Aberta”. De assinalar, que os alunos e os encarregados de educação entrevistados
consideram a Escola tranquila e segura.
1.4 VALORIZAÇÃO E IMPACTO DAS APRENDIZAGENS
Consciente das diferentes expectativas de encarregados de educação, alunos e comunidade local, a
Escola diversificou a sua oferta educativa/formativa, assegurando respostas, tanto para aqueles que
pretendem prosseguir os estudos, como para aqueles que pretendem ingressar na vida activa.
A Escola tem vindo a ganhar relevância no ensino e na preparação profissional dos seus alunos, sendo
manifesto o prestígio de que goza no meio, nomeadamente pela facilidade em encontrar estágios
profissionais nas empresas sediadas no concelho e em concelhos limítrofes.
De salientar, como manifestação do impacto na comunidade local, o funcionamento na Escola do
Centro de Novas Oportunidades que regista um número elevado de formandos, nas diversas
modalidades de formação oferecidas.
2. PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO
2.1 ARTICULAÇÃO E SEQUENCIALIDADE
A articulação interdisciplinar decorre da realização de projectos, de algumas actividades que constam
do Plano Anual de Actividades e, pontualmente e de forma informal, nos conselhos de turma.
Contudo, nas reuniões periódicas dos docentes dos Cursos de Educação e Formação e dos Cursos
Profissionais, verifica-se que existe planeamento didáctico, avaliação do trabalho desenvolvido,
redefinição de estratégias, partilha de experiências e de materiais. A continuidade das equipas
pedagógicas e a realização de testes diagnóstico, em algumas disciplinas, são medidas adoptadas para
garantir a sequencialidade curricular.
No ano lectivo transacto, o cargo de coordenador dos directores de turma foi substituído pelos de
coordenadores de ciclo e de curso, de forma a promoverem uma maior articulação entre os directores
de turma e as restantes estruturas de orientação educativa.
A orientação dos alunos na transição de ciclos/níveis de ensino é assegurada pelo psicólogo da Escola
que realiza ao longo do ano, sessões semanais de orientação vocacional e profissional para os alunos
de 9.º ano e faz atendimento individualizado aos do Ensino Secundário que voluntariamente se
deslocam ao gabinete.
2.2 ACOMPANHAMENTO DA PRÁTICA LECTIVA EM SALA DE AULA
O acompanhamento e a supervisão interna da prática lectiva dos professores são realizados pelos
coordenadores das áreas disciplinares, através da monitorização do planeamento e cumprimento dos
programas. Não estão instituídas práticas de supervisão em sala de aula. Contudo, quando algum
docente revela dificuldades, no ensino ou na relação pedagógica, o coordenador da respectiva área
disciplinar desenvolve acções de acompanhamento para superá-las.
A confiança na avaliação e nos resultados dos alunos é conseguida pela implementação de algumas
medidas, designadamente, a definição dos critérios de avaliação por disciplina/ano, a divulgação
destes critérios aos alunos e aos respectivos encarregados de educação, a utilização comum de
matrizes de testes, em algumas disciplinas e a reflexão sobre os resultados escolares.
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A Escola funciona com sete departamentos organizados por áreas disciplinares, sendo a coordenação
pedagógica assumida, sobretudo, pelos coordenadores das áreas disciplinares, de ciclos e de curso,
não sendo muito evidente uma cultura de integração e articulação interna que garanta uma coerência
de procedimentos nos diferentes departamentos, a nível da gestão do currículo.
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2.3 DIFERENCIAÇÃO E APOIOS
Os alunos com necessidades educativas especiais que chegam à Escola, geralmente, já vêm
referenciados e são integrados nas turmas regulares, beneficiando de apoio directo do docente da
educação especial, que presta, também, apoio a alunos com dificuldades de aprendizagem.
Ocasionalmente a referenciação ocorre em conselho de turma, sendo o encaminhamento dos alunos
feito pela docente da educação especial, após entrevista aos alunos e encarregados de educação, num
trabalho articulado com o psicólogo do Serviço de Psicologia e Orientação, os professores da turma e
organismos externos, nomeadamente o Centro de Saúde, o Centro de Educação Rainha D. Leonor, o
Instituto de Reinserção Social, e a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens, quando é necessário
fazer um encaminhamento mais especializado.
O apoio a prestar aos alunos com dificuldades de aprendizagem, identificadas pelos professores das
disciplinas, é decidido em Conselho de Turma, em articulação com o professor de apoio. São
elaborados planos de acompanhamento e de recuperação e realizada a sua monitorização.
A Escola tem implementado outras medidas que visam melhorar os resultados escolares,
designadamente, o Laboratório de Matemática, aberto para apoio permanente a todos os alunos,
incluindo os dos cursos nocturnos, o Plano de Acção para a Matemática, o apoio prestado
voluntariamente pelos professores do Ensino Secundário na preparação para os exames, como por
exemplo os “Cursos de Verão” de Geometria Descritiva.
2.4 ABRANGÊNCIA DO CURRÍCULO E VALORIZAÇÃO DOS SABERES E DA
APRENDIZAGEM
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A Escola valoriza o conhecimento e incute a importância da aprendizagem contínua, como se pode
constatar pela implementação de diferentes iniciativas, sendo de destacar a participação nas
Olimpíadas da Matemática e no Concurso Canguru Sem Fronteiras, a atribuição de prémios de
excelência, diplomas e bolsa de mérito, em cerimónia pública, a realização de conferências e debates
sobre diversos temas, integrados no Projecto Educação para a Saúde, a participação na “Corrida Mais
Louca do Ano”, promovida pela autarquia e no fórum de exposição de trabalhos dos alunos dos
Cursos Profissionais, realizado na Feira Internacional de Lisboa.
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As aulas laboratoriais, realizadas com regularidade, as visitas de estudo, as actividades desenvolvidas
no Clube de Ciências e a actividade “Laboratórios Abertos”, incentivam uma prática activa na
aprendizagem das ciências e constituem estímulos ao desenvolvimento de atitudes positivas em
relação à metodologia científica.
As dimensões artística e desportiva revelam-se, designadamente na exposição de trabalhos dos
alunos, nas actividades, projectos e clubes, de que são exemplos o Desporto Escolar, com várias
modalidades, em que a Escola se faz representar em diversos torneios e nas visitas de estudo a museus
e locais com interesse histórico e arquitectónico.
As actividades culturais e sociais estão, igualmente, patentes em diversos eventos que ocorrem ao
longo do ano, designadamente, a Feira do Livro e as actividades desenvolvidas pelos alunos na Área
de Projecto, com destaque para as “Aulas Abertas” realizadas regularmente com convidados de
diversas especialidades.
As actividades decorrentes do desenvolvimento curricular dos Cursos Profissionais, Tecnológico e de
Educação e Formação, as visitas de estudo a instituições de Ensino Superior, a empresas e entidades
prestadoras de serviços da região; a realização da “Semana da orientação vocacional e profissional”,
que conta com a participação de estabelecimentos do ensino superior, escolas profissionais, centro de
formação profissional e entidades empregadoras, contribuem para a valorização dos saberes práticos e
do conhecimento profissional.
3. ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR
3.1 CONCEPÇÃO, PLANEAMENTO E DESENVOLVIMENTO DA ACTIVIDADE
O Projecto Educativo define grandes áreas de intervenção, para as quais são estabelecidas prioridades
e estratégias. No entanto, a não definição de etapas e das metas a atingir, dificulta a avaliação da
concretização deste documento. O Plano Anual de Actividades resulta das propostas de diferentes
estruturas não sendo a sua articulação com Projecto Educativo muito evidente.
Existe uma apropriação do conteúdo dos documentos estruturantes da Escola por parte do pessoal
docente, mas, à excepção do Regulamento Interno, os alunos, os encarregados de educação e o pessoal
não docente desconhecem os objectivos do Projecto Educativo, do Projecto Curricular de Escola, bem
como do Plano Anual de Actividades. Embora não exista uma matriz comum para a concepção dos
Projectos Curriculares de Turma, é sugerido no Projecto Curricular de Escola um guião de
procedimentos para a sua elaboração.
É realizado um planeamento do ano escolar, assente na calendarização e planificação das actividades e
tarefas de natureza pedagógica e administrativa. A gestão do tempo escolar passa por garantir a todos
os docentes, de cada área disciplinar, uma tarde ou uma manhã em comum sem actividades lectivas,
para a realização de reuniões e de actividades de enriquecimento curricular. De destacar a criação de
grupos de nível, no ensino da língua estrangeira (Inglês) nos 7.º e 8.º anos que tem contribuído para a
melhoria dos resultados nesta disciplina.
3.2 GESTÃO DOS RECURSOS HUMANOS
O Conselho Executivo revela estar atento às competências pessoais e profissionais dos professores e
do pessoal não docente, na distribuição de serviço. Assim sendo, tem como princípios orientadores, na
atribuição do serviço docente, o perfil do professor, as características da turma e o ano de
escolaridade, privilegiando o critério da continuidade pedagógica, sempre que possível.
A Escola não tem plano de formação para o pessoal docente e não docente formalmente definido e
instituído. A identificação das acções de formação não tem por base um processo organizado das
necessidades individuais do desempenho profissional, sendo as acções de formação propostas pelo
Conselho Pedagógico, ou individualmente, ao Centro de Formação de Professores a que a Escola
pertence. De referir, que os docentes recentemente colocados, mostram boa integração e realçam o
bom acolhimento de que foram alvo, aquando da sua chegada à Escola.
Os Serviços de Administração Escolar encontram-se organizados por áreas funcionais. Os serviços
respondem de forma satisfatória às exigências, sendo reconhecido pela comunidade educativa o
empenho e a afectividade demonstrada no atendimento.
3.3 GESTÃO DOS RECURSOS MATERIAIS E FINANCEIROS
A Escola evidencia, nos seus variados espaços interiores e exteriores, sinais de desgaste acentuado,
num edifício com mais de 40 anos de existência, apesar de ter sido objecto de algumas intervenções de
conservação/manutenção, que se têm revelado insuficientes.
As instalações encontram-se desajustadas, quer em termos de conforto quer de adequação às novas
ofertas da Escola. Neste contexto, começa a sentir-se a necessidade de novos espaços destinados a
salas específicas para cursos profissionais, uma sala polivalente para alunos, um anfiteatro, um bufete,
um refeitório e gabinetes de trabalho para docentes. Prevê-se que se iniciem, em breve, obras de
ampliação e modernização do edifício. Os espaços destinados à prática desportiva são adequados e
diversificados. A Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos faz parte da Rede de Bibliotecas
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O exercício de cargos, designadamente, os de direcção de turma, é atribuído aos docentes cujo perfil
melhor se ajusta às características das diferentes turmas. No que respeita ao pessoal não docente,
tendo em conta as dimensões da Escola e as várias tarefas que é necessário executar, é realizada uma
gestão rigorosa para dar resposta a todas as solicitações.
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Escolares e é um espaço de grande dinamismo, com um plano de actividades diversificado, sendo um
pólo dinamizador de vários projectos com impacto na comunidade educativa.
É de salientar que, embora exista um Plano de Prevenção e de Segurança, ainda não foi realizado
qualquer simulacro.
A Escola angaria receitas próprias, especialmente, através da cedência de salas e de instalações
desportivas e da adesão a projectos nacionais e comunitários.
3.4 PARTICIPAÇÃO DOS PAIS E OUTROS ELEMENTOS DA COMUNIDADE EDUCATIVA
A participação dos pais e encarregados de educação na vida escolar é desigual: alguns envolvem-se de
forma activa e outros raramente se deslocam à Escola, sendo a sua colaboração mais visível nas
turmas dos Cursos de Educação e Formação e Cursos Profissionais. Talvez esta seja uma das razões da
inexistência de Associação de Pais. Embora os directores de turma implementem algumas estratégias
de forma a promover a integração e a co-responsabilização dos pais e encarregados de educação no
processo educativo dos seus educandos, nomeadamente com a adequação das horas de atendimento
(horário pós-laboral) e a disponibilização de outros meios de contacto, designadamente através de
telemóvel, a sua participação não atingiu ainda os níveis desejados.
É de realçar o relacionamento que a Escola mantém com diversas instituições locais que se afiguram
como um recurso indispensável para a abertura desta à comunidade e para a
implementação/realização de determinados projectos. Esta articulação tem facilitado a oferta de
estágios por parte de empresas aos alunos dos Cursos Profissionais e a celebração de protocolos com
instituições de ensino superior, com vista à cedência de materiais de trabalho.
3.5 EQUIDADE E JUSTIÇA
Uma das grandes linhas de acção da Escola passa pelo investimento na qualificação de todos os seus
alunos, pelo que tem vindo a diversificar a sua oferta educativa e formativa, tornando-se mais
inclusiva.
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Tendo em conta o meio socioeconómico de que provém grande parte dos alunos, para além dos
apoios fornecidos no âmbito da Acção Social Escolar, o órgão de gestão presta atenção aos casos de
carência económica, proporcionando-lhes apoios complementares.
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4. LIDERANÇA
4.1 VISÃO E ESTRATÉGIA
Os documentos orientadores da vida da Escola identificam como principal linha de acção a promoção
do sucesso escolar dos alunos. No entanto, a não definição, de forma clara, das metodologias e dos
recursos, bem como a calendarização das acções a desenvolver, prejudicam o estabelecimento de
prioridades e de planos de acção para a resolução dos problemas identificados.
Ainda assim, são de realçar as sinergias mobilizadas pela Escola de forma a adequar a oferta educativa
às características da sua comunidade, constituída em grande parte por alunos oriundos, de um meio
socioeconómico e cultural mais desfavorecido, facultando-lhes um ensino mais ajustado às suas
necessidades e expectativas.
A opção de implementar os cursos profissionalizantes constituiu um factor decisivo na redução do
abandono escolar e a abertura do Centro Novas Oportunidades tem contribuído para qualificar uma
parcela da população com reduzida escolarização. Assim, a Escola tem vindo a desenvolver um
trabalho no sentido de ser um referencial de qualidade e profissionalismo, com forte identidade, para
a comunidade local.
4.2 MOTIVAÇÃO E EMPENHO
Os órgãos de gestão estão motivados e empenhados em atingir os objectivos consignados no Projecto
Educativo. No entanto, a não definição de uma estratégia clara e articulada de actuação não tem
promovido a consolidação das lideranças intermédias.
A dedicação dos docentes evidencia-se na disponibilidade para apoiar os alunos mesmo fora dos
horários estabelecidos, bem como no contacto regular que mantêm com os encarregados de educação
informando-os sobre aspectos da vida escolar dos seus educandos, enviando, através de telemóvel,
mensagens escritas.
O absentismo do pessoal docente é reduzido, devido ao sistema de reposição e troca de aulas e da
própria estabilidade do corpo docente. No entanto, alguns funcionários não docentes apresentam
índices elevados de absentismo de média/longa duração.
4.3 ABERTURA À INOVAÇÃO
A Escola está receptiva e tem reagido com determinação na procura de soluções inovadoras, exemplo
disso é a abertura de cursos profissionalizantes e as iniciativas adoptadas relativamente às novas
oportunidades procurando trilhar diferentes caminhos para responder às necessidades educativas e
formativas da população da comunidade a que pertence.
Acompanhando a evolução tecnológica, aderiu à plataforma Moodle e construiu uma página na
Internet que são utilizadas e consultadas pela maioria dos docentes e dos alunos e por encarregados
de educação. Esta aposta na utilização dos meios informáticos tem permitido agilizar a comunicação e
a circulação de informação, dentro e fora da Escola. O impacto da utilização dos recursos informáticos
na gestão diária e na segurança é também visível com a introdução do cartão electrónico do aluno.
O estabelecimento de parcerias e protocolos de colaboração, com diversas entidades da comunidade
envolvente, tem contribuído para a melhoria das aprendizagens dos alunos e da relação entre a Escola
e a comunidade, nomeadamente com a Câmara Municipal de Caldas da Rainha, a Câmara Municipal
de Óbidos, a Caixa Agrícola, o Instituto Politécnico de Leiria, a Associação Industrial da Região Oeste
(AIRO), a Escola de Sargentos do Exército, diversas Juntas de Freguesia (no âmbito do Centro de
Novas Oportunidades), a Universidade Católica e o Teatro da Rainha. Existem ainda parcerias com
empresas concelhias, que asseguram os estágios dos alunos dos Cursos de Educação e Formação e dos
Cursos Profissionais e Tecnológicos.
No que se refere a projectos de âmbito nacional, a Escola está envolvida no Plano de Acção para a
Matemática, no Plano Nacional de Leitura, no Projecto CRIE (Computadores, Redes e Internet nas
Escolas) e no Programa Rede de Bibliotecas Escolares. No plano internacional estabeleceu parcerias
com escolas europeias através do Projecto Sócrates/Comenius.
5. CAPACIDADE DE AUTO-REGULAÇÃO E MELHORIA DA ESCOLA
5.1 AUTO-AVALIAÇÃO
Os procedimentos de auto-avaliação da Escola assentam, essencialmente, na recolha e tratamento
estatístico dos resultados académicos dos alunos, cuja análise e reflexão são realizadas em diferentes
órgãos.
Estes procedimentos têm proporcionado o desenvolvimento de algumas acções de melhoria, de que
são exemplo a criação de Cursos de Educação e Formação e de Cursos Profissionais, a adesão ao Plano
de Acção para a Matemática e ao Plano Nacional de Leitura, ou ainda a implementação do
Laboratório de Matemática, de grupos de nível na disciplina de Inglês, ou a oferta de “Cursos de
Verão”. No entanto, a inexistência de um projecto formalizado de auto-avaliação, que alargue o
Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro  24 e 25 de Novembro de 2008
4.4 PARCERIAS, PROTOCOLOS E PROJECTOS
11
âmbito dos aspectos avaliados e que mobilize toda a comunidade educativa, não permite, à Escola
elaborar, de forma estruturada, planos de melhoria.
5.2 SUSTENTABILIDADE DO PROGRESSO
A Escola tem tomado opções estratégicas que demonstram que os procedimentos de auto-avaliação
existentes, apesar de não haver um projecto formalizado, têm produzido alguma informação útil.
Conhece alguns dos seus pontos fortes e fracos e implementou estratégias que já produziram
melhorias, como se verifica em termos de alguns resultados escolares e na redução do abandono
escolar no 3.º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário.
No entanto, a sustentabilidade do progresso depende, fundamentalmente, da capacidade da Escola
planear e implementar mecanismos de auto-avaliação que incluam todos os domínios da organização
e que, de forma sistemática e coerente, lhe permitam identificar prioridades de intervenção e definir
planos de acção articulados e mecanismos de monitorização.
V – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo, apresenta-se uma selecção dos atributos da Escola Secundária Rafael Bordalo
Pinheiro (pontos fortes e fracos) e das condições de desenvolvimento da sua actividade
(oportunidades e constrangimentos). A equipa de avaliação externa entende que esta selecção
identifica os aspectos estratégicos que caracterizam a Escola e define as áreas onde devem incidir os
seus esforços de melhoria.
Entende-se aqui por ponto forte: atributo da organização que ajuda a alcançar os seus objectivos; por
ponto fraco: atributo da organização que prejudica o cumprimento dos seus objectivos; por
oportunidade: condição ou possibilidade externas à organização que poderão favorecer o
cumprimento dos seus objectivos; por constrangimento: condição ou possibilidade externas à
organização que poderão ameaçar o cumprimento dos seus objectivos.
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Os tópicos aqui identificados foram objecto de uma abordagem mais detalhada ao longo deste
relatório.
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Pontos fortes

As estratégias implementadas, nomeadamente a diversificação e valorização da oferta
educativa/formativa, que contribuíram para a redução significativa do abandono escolar;

As boas práticas de articulação e gestão curricular dos docentes dos Cursos Profissionais e dos
Cursos de Educação e Formação que constituem um estímulo ao trabalho cooperativo nos
outros cursos e níveis de ensino, para a renovação das práticas docentes e a adaptação a novas
realidades;

O clima e relações interpessoais, envolvendo os vários elementos da comunidade educativa;

A coordenação e o funcionamento da Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos.
Pontos fracos

As baixas taxas de sucesso obtidas, tanto no 3.º Ciclo do Ensino Básico como no Ensino
Secundário;

A insuficiente intervenção da generalidade da comunidade educativa na construção, análise e
discussão dos documentos orientadores da vida da Escola;

A inexistência de mecanismos de acompanhamento e supervisão directa da prática lectiva em
sala de aula, de forma a garantir a qualidade do ensino e a reflexão sobre as práticas;

A falta de um plano de formação centrado nas necessidades, que propicie o desenvolvimento
profissional dos recursos humanos;

A inexistência de uma estratégia promotora de lideranças participativas dos órgãos de gestão
intermédia;

A inexistência de projecto de auto-avaliação que permita o seu desenvolvimento numa
perspectiva estratégica, focada e progressiva, de forma a tornar-se um instrumento de gestão
da Escola.
Oportunidade

O reconhecimento, por parte das empresas que recebem estagiários, da qualidade da
formação prestada pela Escola poderá constituir um reforço para uma cooperação mais
alargada.

A inexistência de espaços para actividades e reuniões de trabalho;

O deficiente estado de conservação do edifício escolar.
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Constrangimentos
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