341 Resumos Expandidos

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341 Resumos Expandidos
Resumos Expandidos
PROPAGAÇÃO DE CHAMAECYPARIS PISIFERA
(TUIA AZUL) ATRAVÉS DA MINIESTAQUIA
Patrícia de Barros Nunes Chrischner1;
Márcia Aparecida Novaes Gomes2
1
Tecnóloga em Silvicultura FATEC-CB; Profa. Dra. Tecnologia em Silvicultura
FATEC-CB ([email protected])
Introdução e Objetivo
Chamaecyparis pisifera, conhecida como
tuia azul ou cipreste azul, é uma árvore
perenifólia da família Cupressaceae
crescida no Japão, onde sua madeira,
com odor de limão e bastante resistente
ao apodrecimento, é usada na construção
de palácios, templos, santuários, saunas e
no fabrico de caixões [1]. Também possui
aplicações medicinais, com suas folhas
apresentando propriedades antibacterianas
(XIAO et al., 2001). No Brasil é
largamente cultivada no paisagismo,
notadamente no Sul e nas regiões de
maiores altitudes do Sudeste [2]. A espécie
pode ser propagada através de sementes,
entretanto a viabilidade dessas é baixa e há
ainda o fato de que certas características
desejáveis somente podem ser mantidas
com a propagação vegetativa. Assim, é
normalmente propagada através de estacaponteira e por alporques, as quais levam
muito tempo para enraizar, resultando
em um lento crescimento, tendo sido
observado que para atingir 1,2 metro de
altura, tamanho mais procurado para a
comercialização, necessitam de cerca de
quatro anos [3].
Visando
promover
um
melhor
enraizamento e o crescimento mais rápido,
o presente trabalho teve como objetivo
produzir mudas de C. pisifera através
da técnica de miniestaquia, testando-se
diferentes concentrações da auxina ácido
indolbutírico (AIB).
Material e métodos
O estudo foi conduzido em casa de
vegetação do Viveiro da LK AMBIENTAL
LTDA, cidade de Capão Bonito/SP
(23º57’03.69’’ S, 48º24’41.53’’ W), O
delineamento experimental foi em blocos
casualizados, com seis tratamentos em três
repetições e 100 plantas por repetição.
Miniestacas obtidas de brotações apical
de mudas jovens, após desinfestação
superficial em solução de hipoclorito
de sódio 5% por 1 minuto e lavadas em
água corrente, tiveram a base imersa em
solução de AIB nas concentrações de 0,
250, 500, 1000, 1500 e 2000 mg L-1 por
10 segundos e plantadas em tubetes de 50
cm3 de capacidade, contendo vermiculita
enriquecida com 3 kg m-3 de osmocote
(19:06:10) e a mesma quantidade de
superfosfato simples. Com 30 dias de
crescimento, foram obtidos os valores
da porcentagem de sobrevivência e de
enraizamento; altura das mudas a partir da
base do caule; e o diâmetro do caule. Em
seguida as mudas foram transferidas para
área aberta, a céu aberto, para a rustificação.
Os dados obtidos foram submetidos à
análise de variância seguida de comparação
das médias pelo teste de Tukey,
considerados significativos os resultados
com probabilidade menor que 5%.
Resultados e discussão
A maior porcentagem de enraizamento
e sobrevivência das mudas de C. pisifera
a partir das miniestacas ocorreu nos
tratamentos com maiores concentrações
de AIB, com 1000, 1500 e 2000 mg L-1,
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3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
sem ocorrer diferenças significativas entre
eles (tabela 1). As miniestacas tratadas sem
o hormônio e nas dosagens com 250 e 500
mg L-1 não enraizaram e não sobreviveram
após 30 dias de cultivo, o que indica que
os níveis endógenos de auxina são baixos
e que há a necessidade da aplicação de
auxina exógena para a obtenção de mudas
da espécie através de miniestacas.
Tabela 1. Porcentagem de sobrevivência
e de enraizamento de mudas de C. pisifera,
após 30 dias de cultivo, resultantes de
miniestacas submetidas a diferentes
concentrações de AIB.
AIB
(mg L-1)
Sobrevivência
(%)
Enraizamento
(%)
0
10 b
0b
250
0c
0b
500
0c
0b
1000
90 a
90 a
1500
100 a
100 a
2000
100 a
100 a
Letras diferentes na coluna indicam
diferenças significativas de 0,1 % entre os
tratamentos (teste de Tukey com valores
de p < 5%).
Quanto à altura média das mudas
produzidas houve uma diferença em 1%
do tratamento com 1000 mg L-1 para os
tratamentos com 1500 e 2000 mg L-1, não
havendo diferenças entre os dois últimos.
Já para o diâmetro médio do caule não
houve diferenças entre tais tratamentos
(tabela 2).
Tabela 2. Altura média e diâmetro médio do
caule de C. pisifera, após 30 dias de cultivo,
resultante de miniestacas submetidas a
diferentes concentrações de AIB.
AIB
Altura
Diâmetro Médio
(mg L-1)
Média (cm)
do Caule (cm)
0
0,70 ± 2,21 c
0,10 ± 0,31 b
342
250
0,0 0 ± 0,00 c
0,0 0 ± 0,00 b
500
0,00 ± 0,00 c
0,0 0 ± 0,00 b
1000
8,20 ± 0,79 b
2,68 ± 0,22 a
1500
9,05 ± 0,45 a
3,01 ± 0,44 a
2000
9,03 ± 0,57 a
3,03 ± 0,42 a
Letras diferentes na coluna indicam
diferenças significativas de 0,1 % entre os
tratamentos, exceto para a altura média,
com diferença de 1% entre b e a (teste de
Tukey com valores de p < 5%).
A influência positiva do uso de AIB
foi confirmada também na estaquia
das coníferas Chamaecyparis sp., Cedrus
sp., Cupressus sp. e Crytomeria japônica
(HARTMANN e KESTER, 1990).
Conclusões
Para Chamaecyparis pisifera, a técnica da
miniestaquia pode ser utilizada para a
produção de mudas da espécie, sendo a
aplicação de auxina exógena necessária
para o enraizamento e crescimento das
miniestacas.
Referências Bibliográficas
[1] FUKUHARA, N. Fertility in
interspecific
crossing
between
hinoki (Chamaecyparis obtusa Endl.)
and sawara (C. pisifera Endl.) and
identification of the hybrids. Bulletin of
the Forestry and Forest Products Research
Institute, n.354, p.1-38, 1989.
[2] LORENZI, H. Árvores Exóticas
no Brasil: madeireiras, ornamentais e
aromáticas. Nova Odessa, SP: Instituto
Plantarum, p.24, 2003.
[3] DUMITRASCU, M. et al. Rooting
of evergreen stem cuttings in different
substrates. Acta Horticulture, n.608,
p.267-271, 2003.
[4] HARTMANN, H.T. & KESTER,
D.E. Propagacion de plantas - principios
y practicas. México: Compañia Editorial
Continental S.A., 760 p., 1990.