o documento na íntegra - Academia da Vinha e do Vinho

Transcrição

o documento na íntegra - Academia da Vinha e do Vinho
Perfil-País
MÉXICO
2010
1
Apex-Brasil
Alessandro G. Teixeira
PRESIDENTE
Mauricio Borges
DIRETOR DE NEGÓCIOS
Ricardo Schaefer
DIRETOR DE PLANEJAMENTO E GESTÃO
Marcos Tadeu Caputi Lélis
COORDENADOR DA UNIDADE DE INTELIGÊNCIA COMERCIAL E COMPETITIVA (UICC)
Camila Martins Araújo Gontijo
Emanuel Teixeira Figueira Júnior
AUTORES DO ESTUDO
Leonardo Silva Machado
COLABORADOR DO ESTUDO
Letícia Ludwig Loder
REVISORA DO TEXTO
SEDE
Setor Bancário Norte, Quadra 02, Lote 11,
CEP 70.040-020
Brasília – DF
Tel. 55 (61) 3426.0202
Fax. 55 (61) 3426.0263
E-mail: [email protected]
© 2010 Apex-Brasil
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.
2
APRESENTAÇÃO
Este estudo traça um perfil do México através da apresentação dos panoramas econômico, político e
comercial daquele país. A ênfase maior é dada às relações comerciais mexicanas, mais detalhadamente, àquelas
estabelecidas com o Brasil.
Além de analisar os principais dados do comércio entre Brasil e México, o trabalho também traz
indicadores que estão envolvidos nas trocas comerciais entre esses dois países e as oportunidades de negócio
para os exportadores brasileiros que desejam atuar no mercado mexicano.
Abaixo, são listadas as informações encontradas em cada uma das seis partes do estudo.
Parte 1
Introdução
Localização
Pag. 8
População
Pag. 8
Principais Cidades
Pag. 9
Parte 2
Panorama Econômico
Desempenho Econômico
Pag.13
Parte 3
Panorama Político
Política Interna
Pag.20
Política Externa
Pag.20
Relações Bilaterais Brasil-México
Parte 4
Panorama Comercial
Pag.21
Política Comercial
Acordos Comerciais
Pag.24
Características do Mercado
Pag.25
Ambiente de Negócios
Pag.28
Capacidade de Pagamento
Pag.29
Infraestrutura e Logística
Intercâmbio Comercial
Evolução do Comércio Exterior do México
Pag.31
Destino das Exportações Mexicanas
Pag.33
Principais Produtos da Pauta de Exportações do México
Pag.34
Origem das Importações Mexicanas
Pag.35
3
Principais Produtos da Pauta de Importações do México
Pag.37
Intercâmbio Comercial Brasil-México
Corrente de Comércio
Pag.38
Saldo Comercial
Pag.39
Principais Produtos Exportados pelo Brasil para o México
Pag.41
Principais Produtos Importados pelo Brasil do México
Pag.42
Indicadores de Comércio Brasil-México
Parte 5
Oportunidades
Pag.43
Índice de Complementaridade de Comércio (ICC)
Pag.46
Índice de Intensidade de Comércio (IIC)
Pag.48
Índice de Diversificação/Concentração das Exportações (HHI)
Pag.49
Índice de Comércio Intrassetor Industrial
Pag.50
Índice de Especialização Exportadora (IEE)
Pag.52
Índice de Preços e Índice de Quantum
Pag.55
Apresentação da Metodologia de Identificação das Oportunidades
Comerciais
Pag.58
Comerciais para o
Brasil no México
Parte 6
Anexos
Agronegócios, Alimentos e Bebidas
Pag.61
Casa e Construção
Pag.68
Máquinas e Equipamentos
Pag.78
Moda
Pag.87
Tecnologia e Saúde / Entretenimento / Multissetorial
Pag.84
Anexo 1: Descrição da Metodologia de Identificação das
Pag.103
Oportunidades Comerciais
Anexo 2: Contatos
Pag.108
A Unidade de Inteligência Comercial e Competitiva, responsável pelo desenvolvimento deste estudo,
gostaria de saber sua opinião sobre ele. Se você tem comentários ou sugestões a fazer, por favor, envie e-mail
para: [email protected]
4
SUMÁRIO EXECUTIVO
O México ocupa uma área de 1,9 milhão de km² e é o 15º maior país do mundo. Apesar de estar
localizado na América do Norte, suas características culturais o identificam como país latino-americano.
A população mexicana, em 2008, era de 107,8 milhões de habitantes, tornando o país o segundo mais
populoso da América Latina e do Caribe e o 11º mais populoso do mundo. Estima-se que a população do México
alcançará um número próximo a 110,3 milhões de habitantes em 2010, chegando a 115,7 milhões em 2015.
O Produto Interno Bruto (PIB) do México, em valores correntes convertidos em dólares estadunidenses,
é de US$ 1,09 trilhão, o que posiciona o país como a décima economia do mundo.
Em termos de paridade poder de compra (PPC), o PIB mexicano alcançou I$ 1,5 trilhão em 2008, levando
o país à 11ª colocação no ranking mundial. Entre as economias em desenvolvimento e emergentes, o México está
na quinta posição, atrás de China, Índia, Rússia e Brasil. Entre os países latino-americanos, o México é a segunda
maior economia.
O panorama político mexicano foi redesenhado em 2000, quando o Partido de Ação Nacional (PAN)
venceu a eleição para o executivo, elegendo Vicente Fox (2000-2006) e desbancando a hegemonia de 70 anos
(1931-2000) do Partido Revolucionário Institucional (PRI). Ligado ao empresariado pró-Nafta (Acordo de Livre
Comércio da América do Norte) e às classes médias urbanas, o PAN obteve outra vitória nas eleições presidenciais
de 2006, quando Felipe Calderón derrotou López Obrador (PRD) – candidato vinculado às classes populares e aos
movimentos camponeses.
A principal inversão na política externa mexicana deu-se na década de 1980, quando o país abandonou
as linhas do desenvolvimentismo e do terceiro-mundismo para abraçar a globalização neoliberal, a ideia de
“governabilidade democrática”, as instituições financeiras internacionais e a aliança com os Estados Unidos.
Apesar de não haver uma coincidência perfeita de interesses, os Estados Unidos são estruturalmente o
parceiro preferencial do México. No entanto, cada vez mais, o governo mexicano vem tentando conquistar maior
liderança na América Central e no Caribe. O objetivo é criar sinergia econômica, elevando a penetração do capital
mexicano nos países vizinhos, trabalhar a agenda do narcotráfico e buscar maior espaço político na região.
A relação bilateral entre o Brasil e o México passa por um momento de intensificação, mas ainda está
muito aquém de suas possibilidades. Historicamente, os laços comerciais entre os dois países não são muito
significativos, em parte devido às fortes relações que o México tem com os Estados Unidos, o que acaba fazendo
com que o país tenha relações multilaterais pouco dinâmicas.
5
O comércio externo do México está altamente concentrado nas relações bilaterais com o mercado
estadunidense. Mais de 80% das exportações mexicanas destinam-se aos Estados Unidos, de onde partem 50%
das importações do México. O motor dessas relações comerciais é a indústria maquiladora, em que predominam
as importações de insumos para a indústria automobilística mexicana e as exportações dos produtos finais,
predominantemente para os Estados Unidos.
Os investimentos brasileiros no México são da ordem de US$ 1 bilhão, enquanto os investimentos
diretos mexicanos no Brasil estão em torno de US$ 4 bilhões, concentrando-se nos setores de telecomunicações
(Grupo Claro), alimentos (FEMSA, Del Valle) e turismo. Entre as principais empresas brasileiras atuantes no
México, pode-se citar a Braskem e a Petrobras.
Os produtos industriais são os principais itens de exportação do México, seguidos de petróleo, prata,
frutas, vegetais, café e algodão. Em relação às importações, os principais produtos são máquinas e equipamentos,
produtos siderúrgicos, máquinas agrícolas, equipamentos elétricos, partes automotivas para linhas de montagem,
partes para motores de veículos e aviões.
A participação do mercado mexicano no total das exportações brasileiras é pouco significativa. Essa
participação elevou-se no período 1988-1992, passando de 0,8% para 3,1%. No período 1992-1995, ocorreu um
forte declínio, quando o México representou apenas 1,1% das exportações brasileiras. Ao longo do período
seguinte (1995-2004), o mercado mexicano ganhou importância, passando de 1,1% para 4,1%. A partir de então,
houve novamente um declínio acentuado, sendo que, em 2008, o México absorveu 2% do total exportado pelas
empresas brasileiras.
A importância relativa do mercado mexicano para as exportações brasileiras coincide com a participação
dos bens e serviços mexicanos nas importações brasileiras. Entre 1998 e 2008, as importações brasileiras
provenientes do México não atingiram uma participação maior do que 2% nas importações totais, com valor
médio de 1,4%. Desde 2005, no entanto, essa participação vem aumentando, tendo alcançado 1,8% em 2008.
Ao mesmo tempo em que existe um equilíbrio relativo nas trocas comerciais brasileiras e mexicanas,
nota-se uma tendência à diminuição do saldo comercial relativo1 do Brasil frente ao México. Esse indicador
chegou a representar 70% em 2004, caindo para 16% em 2008 e chegando a -2% em 2009.
1
O saldo comercial relativo mostra a participação do superávit ou déficit comercial na corrente de comércio (exportações + importações)
de dois países.
6
PARTE 1
INTRODUÇÃO
7
LOCALIZAÇÃO / POPULAÇÃO
Com uma área de 1,9 milhão de km², o México é o 15º maior país do mundo. Apesar de estar localizado
na América do Norte, possui características culturais que o identificam como país latino-americano.
Figura 01: Mapa Político México
Fonte: CIA The World Factbook.
A população mexicana, em 2008, era de 107,8 milhões de habitantes, tornando o país o segundo mais
populoso da América Latina e do Caribe e o 11º mais populoso do mundo. Estima-se que a população do México
alcançará um número próximo a 110,3 milhões de habitantes até o fim de 2010, chegando a 115,7 milhões em
2015 (Gráfico 1). Há, no país, uma tendência à queda das taxas de crescimento da população, tanto urbana
quanto rural, movimento natural de regiões em processo de desenvolvimento econômico.
Gráfico 01- População do México (em milhares de pessoas)
99.735
25.210
104.266
24.702
110.293
24.454
115.756
23.978
79.564
85.839
91.777
74.524
2000
2005
2010*
2015*
População urbana
População rural
*Previsão
Fonte: UN Population Division. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
8
A participação relativa da população rural no total da população mexicana deverá ser reduzida,
passando de 25,3% em 2000 para 20,7% em 2015. Isso é evidenciado no Gráfico 2 por meio da análise da
sequência de taxas de crescimento negativas, quais sejam, de -0,4% em 2005, -0,2% em 2010 e, novamente, 0,4% em 2015.
Gráfico 02 - Crescimento da população do México – variação acumulada em cinco anos
2,0%
1,7%
1,5%
1,3%
1,3%
1,1%
1,0%
0,9%
0,6%
2000
2005
2010*
2015*
-0,2%
-0,4%
-0,4%
*Previsão
Crescimento da população total - México
Crescimento da população rural - México
Crescimento da população urbana - México
Fonte: UN Population Division. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
PRINCIPAIS CIDADES
O Gráfico 03 evidencia o percentual da população total do México que reside nas seis principais cidades
do país. Prevê-se que 30% da população mexicana (aproximadamente 35 milhões de habitantes) residirão, em
2015, nas seis cidades: Cidade do México, Guadalajara, Monterrey, Puebla, Tijuana e León de los Aldamas. Pela
análise desses dados, nota-se, no entanto, um movimento de desconcentração populacional, evidenciado
principalmente na Cidade do México, na qual, em 1990, residiam 18,2% da população mexicana (15,3 milhões de
habitantes), número que deverá baixar para 17,4% (20,2 milhões de habitantes) em 2015. As cidades que mais
terão incremento na participação relativa serão Monterrey e Tijuana. A primeira passará de 2,5 milhões de
habitantes em 1990 para 4,2 milhões em 2015. Já Tijuana partiu de 760 mil habitantes e deverá atingir 1,8 milhão
no mesmo período.
9
Gráfico 03: Percentagem da população total residente nas seis principais aglomerações urbanas com mais de 750.000
habitantes em 2007 (1990-2015)
20%
18%
16%
14%
12%
10%
8%
6%
4%
2%
0%
1990
1995
Cidade do México
Puebla
2000
Guadalajara
Tijuana
2005
2010*
2015*
* Previsão
Monterrey
León de los Aldamas
Fonte: UN Population Division. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
O perfil etário dos mexicanos é apresentado no Gráfico 04. A primeira imagem revela a explosão
demográfica que o país sofreu na década de 1980. Essa análise permite notar que a base da pirâmide,
representativa das pessoas com até 20 anos, foi bastante alargada em relação às outras faixas e, em especial,
àquela dos idosos com mais de 60 anos, o que evidencia a estrutura típica dos países subdesenvolvidos. Já em
2020, a configuração prevista da pirâmide assemelha-se à dos países com maior grau de desenvolvimento, com a
base mais estreita e o corpo e o topo mais adensados.
A partir da análise do Gráfico 04, verifica-se que, entre 1980 e 2020, a força de trabalho mexicana
composta pela população entre 15 e 64 anos aumentará 41,8%, passando de 33,2 milhões para 79,3 milhões de
habitantes, o que poderá trazer impactos sobre a oferta de empregos no país.
O aumento da expectativa de vida permitirá que a população com mais de 60 anos cresça em 23,1% ao
longo dos 40 anos em análise. Em termos relativos, sua participação no total da população passará de 5,5% para
12,9%, o que poderá gerar pressões sobre os serviços assistenciais prestados pelo Estado.
Na separação por sexos, verifica-se que, em 2010, o número de homens supera o de mulheres
discretamente até a faixa dos 19 anos. A partir desse ponto, a situação inverte-se e aprofunda-se. Parte da
10
explicação está na violência urbana, que vitima os rapazes em maior proporção, e na maior expectativa de vida
das mulheres, que têm um estilo de vida mais saudável e menos problemas de saúde relacionados ao trabalho.
Gráfico 04 – Pirâmides etárias no México – 1980, 2000, 2010 e 2020, da esquerda para a direita – em milhões de
habitantes
Homens
6,0
4,0
2,0
> 80
75-79
70-74
65-69
60-64
55-59
50-54
45-49
40-44
35-39
30-34
25-29
20-24
15-19
10-14
5-9
0-4
Mulheres
0,0
2,0
4,0
Homens
8,0
6,0
6,0
4,0
2,0
0,0
2,0
4,0
6,0
6,0
4,0
2,0
> 80
75-79
70-74
65-69
60-64
55-59
50-54
45-49
40-44
35-39
30-34
25-29
20-24
15-19
10-14
5-9
0-4
Mulheres
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
Milhões
Milhões
Homens
> 80
75-79
70-74
65-69
60-64
55-59
50-54
45-49
40-44
35-39
30-34
25-29
20-24
15-19
10-14
5-9
0-4
Mulheres
Homens
6,0
4,0
Milhões
2,0
> 80
75-79
70-74
65-69
60-64
55-59
50-54
45-49
40-44
35-39
30-34
25-29
20-24
15-19
10-14
5-9
0-4
Mulheres
0,0
2,0
4,0
6,0
Milhões
Fonte: UNDP. Elaboração: UICC — Apex-Brasil.
11
PARTE 2
PANORAMA ECONÔMICO
12
DESEMPENHO ECONÔMICO
O Produto Interno Bruto (PIB) do México, em valores correntes convertidos em dólares estadunidenses,
é de US$ 1,09 trilhão, o que posiciona o país como a décima economia do mundo.
Em termos de paridade poder de compra (PPC), o PIB alcançou I$ 1,5 trilhão em 2008, levando o México
à 11ª colocação no ranking mundial (Tabela 01). Entre as economias em desenvolvimento e emergentes, o país
está na quinta posição, atrás de China, Índia, Rússia e Brasil. Entre os países latino-americanos, o México é a
segunda maior economia. O PIB per capita2 mexicano, em termos de PPC, foi de I$ 14.270 em 2008, colocando o
país na 75ª posição mundial.
O Índice de Gini3 do México, que é de 47,9, situa o país na 32ª posição entre os países mais desiguais do
mundo4. Na América Latina, ele é a sexta economia menos desigual. Essa é uma característica dos países em
desenvolvimento, nos quais a renda não se encontra bem distribuída entre a população.
Sob a ótica do Índice de Desenvolvimento Humano5 (IDH), o México está classificado no grupo dos
países de alto desenvolvimento, ocupando a 53ª posição no ranking mundial.
Na estrutura produtiva da economia mexicana, a contribuição da agricultura na formação do PIB, em
2008, foi de 3,6%, enquanto a indústria participou com 30,3% e o setor de serviços com 69,3%. Pela ótica da
oferta agregada6, as importações mexicanas representaram 34,2% do PIB. Quanto à demanda agregada7, o
consumo total (medido como relação do PIB) representou 80,1% (sendo que o consumo privado foi de 69,7%), o
investimento total 23,0% (o investimento privado foi de 17,7%) e as exportações foram 30,4% do PIB do país. O
déficit externo da economia mexicana, considerando o comércio exterior de bens e serviços, alcançou 3,8% do
PIB.
2
O PIB per capita é obtido dividindo-se o PIB pelo número de habitantes do país.
3
Índice que mede o grau de desigualdade de renda de uma população.
4
Considerando 134 países em anos variados.
5
O IDH leva em conta três componentes: PIB per capita - PPC, longevidade e educação.
6
A oferta agregada mede a produção interna do país mais as importações.
7
A demanda agregada é a quantidade de bens e serviços que os consumidores adquiriram no período.
13
Tabela 01 - Indicadores socioeconômicos do México
Indicadores selecionados do México
Descrição
1. Economia
Crescimento do PIB
PIB 2008 PPP (I$ bilhões)¹
PIB per capita - PPP
PIB PPP share ¹
Taxa de inflação
FBCF/PIB
IDE/PIB
IDE - Estoque de entrada de investimento direto, 2008 (US$ bilhões)²
2.População
IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)³
População em 2008 (milhões de habitantes)
População economicamente ativa
Taxa de desemprego
3. Tecnologia, Competitividade e Instituições
Network Readiness Index (Tecnologia de Informação), 2007-2008
Gastos em Pesquisa e Desenvolvimento, média 2000-2005 (% do PIB)
Exportações de Bens de Alta Tecnologia, 2005 (% do total exportado)
Exportações de Bens de Alta Tecnologia, 2008 (% do total exportado)
Índice de Competitividade Global 2009-2010
2008
Ranking
1,3%
1.542
14.270
2,23%
5,1%
22,11%
2%
294
11º
75º
14º
0,854
107,836
45.295.300
4%
53º
-
3,84
0,40
17
25,45
4,19
67º
67º
27º
60º
Fontes: World Development Indicators 2009; World Economic Forum Competitiveness Report 2009; Human Development Report 2008 e
2009; International Trade Statistics 2008; World Investment Report 2008; Global Information Technology Report 2008; Euromonitor;
(1) World Bank. O Banco Mundial considera 209 países na elaboração do ranking de cada indicador.
(2) UNCTAD.
(3) PNUD. A ONU considera 179 países em seu ranking. O IDH é elaborado com base na renda, escolaridade e expectativa de vida.
(4) Indicador que procura capturar várias dimensões do processo de inovação tecnológica. O ranking inclui 134 países.
(5) Índice que captura múltiplas dimensões da capacidade competitiva das nações. O ranking considera 133 países.
O desempenho da economia do México, entre as décadas de 1990 e 2000, caracterizou-se pelo alto grau
de instabilidade das taxas de crescimento do PIB. No início dos anos 1990, a economia experimentava moderadas
taxas de crescimento do PIB e rápido declínio inflacionário. Em 1995, em decorrência da crise de 1994, cujos
impactos foram denominados de “efeito tequila”, o PIB mexicano caiu 6,2%. Já a inflação acelerou-se fortemente,
chegando a 51,7% no ano de 1995 como resultado do movimento de desvalorização do peso mexicano frente ao
dólar estadunidense. No ano de 2000, a taxa de inflação, medida pelo índice de preços ao consumidor, voltou a
ser de um dígito, mantendo-se nesse patamar desde então (Gráfico 05).
14
A breve e moderada recessão enfrentada pelos Estados Unidos em 2001 impactou expressivamente a
economia mexicana, que já estava atrelada à estadunidense devido à entrada em vigor do Acordo de Livre
Comércio da América do Norte (Nafta8). Naquele ano, a taxa de crescimento do PIB mexicano foi de -0,2%.
Gráfico 05 - Crescimento do PIB e Taxa de Inflação do México
4,5%
4,7%
5,1%
4,0%
4,0%
4,0%
5,1%
2004
2005
3,5%
3,3%
3,2%
1,7%
2003
3,6%
5,4%
2006
3,5%
1,3%
2007
2008
2009
2010*
-6,7%
Crescimento do PIB
Taxa de Inflação
* Previsão
Fonte: FMI. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
Com a recuperação da economia estadunidense, o PIB mexicano voltou a crescer entre os anos de 2001
a 2003, porém a taxas bastante modestas. No período de 2004 a 2007, essas taxas ficaram entre moderadas e
altas, considerando o padrão mexicano de crescimento. Com o início da crise nos Estados Unidos, em 2007, a
economia mexicana voltou a entrar em recessão, que foi agravada pelos efeitos da gripe suína.
A previsão para 2010 já mostra uma taxa positiva de crescimento do PIB, da ordem de 3,5%. Porém, o
resultado acumulado de quatro anos, considerando-se o início da análise em 2006, indica um crescimento nulo da
renda média dos mexicanos, que, em 2010, será equivalente àquela observada em 2006. As perspectivas de
recuperação sustentada do crescimento econômico do México, a curto prazo, dependem fundamentalmente de
uma retomada rápida e forte da economia estadunidense.
A distribuição da renda no México pode ser analisada no Gráfico 06, que mostra a participação dos lares
por faixa de renda anual. Nota-se que, em 2008, 38,0% dos lares mexicanos recebiam até US$ 15 mil anuais (62%
8
NAFTA – North American Free Trade Agreement.
15
ganhavam acima desse valor), resultando em uma renda mensal média de até US$ 1.250 por família. No caso da
economia brasileira durante o mesmo período, cerca de 68,5% da população recebia até US$ 15 mil anuais, sendo
que 31,5% dos lares brasileiros ganhavam acima do patamar de renda indicado. Isso significa que, mesmo que a
economia do Brasil seja maior do que a mexicana, a distribuição de renda entre os lares mexicanos é melhor do
que entre os brasileiros.
Ainda com relação ao Gráfico 06, observa-se que, entre 2003 e 2008, houve uma tendência à alteração
na composição percentual das faixas de renda por lares no México. Verificou-se, no período, um aumento relativo
do número de lares que ganhavam entre US$ 15.000 e US$ 65.000 ao ano e uma queda relativa do número de
lares que recebiam renda anual entre US$ 2.500 e US$ 15.000. A melhora da distribuição de renda das famílias
mexicanas pode estar associada ao desempenho econômico do México no período analisado, quando a taxa
anual média de crescimento da economia chegou a um valor próximo de 3,0%. Outro componente que pode ter
ajudado na melhora do padrão de renda, ainda que de forma artificial, foi a valorização da taxa de câmbio
nominal da moeda mexicana frente ao dólar estadunidense, uma vez que as faixas de renda são fixadas em dólar
estadunidense.
Devido aos efeitos da crise econômica atual, que atingem a economia mexicana, estima-se que o
percentual de lares daquele país com renda acima do padrão fixado (US$ 15 mil anuais) cairá de 62%, em 2008,
para algo em torno de 47% em 2010, deixando 53% dos lares com renda inferior a US$ 1.250 mensais, o que
representa uma expressiva mudança na distribuição de renda do país.
16
Gráfico 06 – Participação dos lares por faixa de renda anual em 2003 e 2008
1,1%
2,9%
1,5%
5,4%
44,3%
55,0%
49,1%
36,5%
2,6%
1,5%
2003
2008
Até US$ 2.500
US$ 65.000 a US$ 150.000
US$ 2.500 a US$ 15.000
Acima de US$ 150.000
US$ 15.000 a US$ 65.000
Fonte: Euromonitor. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
Segundo dados da Pesquisa Nacional de Renda e Gastos dos Lares — ENIGH9 — de 2008, realizada pelo
Instituto Nacional de Estatística, Geografia e Informática — INEGI10 —, 60% dos lares com renda mais baixa
somam apenas 26,7% da renda, enquanto que 10% dos lares da faixa mais alta detêm 36,3% da renda.
Os investimentos estrangeiros no México devem seguir as regras nacionais, as quais determinam que
alguns setores, como os de hidrocarbonetos, eletricidade e transporte terrestre, são de exclusividade do Estado,
enquanto outros setores devem ser majoritariamente compostos por capital mexicano, tais como
telecomunicações, transporte aéreo e administração portuária.
Os fluxos dos movimentos de capitais (líquidos) no México são apresentados no Gráfico 07. Com a crise
mexicana de 1994, o fluxo de investimentos estrangeiros diretos (IED) declinou nos anos de 1995 e 1996,
recuperando-se com o pacote de ajuda externa dos Estados Unidos e a retomada do crescimento econômico
mexicano. Os IEDs foram novamente impactados pela crise financeira de 2007 e pelo início da Grande Recessão
nos Estados Unidos em 2008.
9
Encuesta Nacional de Ingresos y Gastos de los Hogares.
10
Instituto Nacional de Estadística, Geografía e Informática.
17
Gráfico 07 – Investimento estrangeiro direto no México em US$ bilhões (1990-2009)
29,8
27,4
23,8
23,6
23,7
22,4
19,9
18,1
16,6
12,8 12,7
13,7
12,5
11,0
9,5
4,8
2,6
4,4
9,2
4,4
Fonte: UNCTAD. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
O valor total de investimentos estrangeiros anunciados no México no ano de 2009, segundo dados do fDi
Markets11, girou em torno de US$ 16 bilhões. Dentre os segmentos que mais apresentaram investimentos
estrangeiros anunciados no México, destaca-se o de bebidas, que recebeu, em 2009, cerca de US$ 5,4 bilhões,
sendo a principal fonte os Estados Unidos. A indústria de plásticos recebeu cerca de US$ 2,6 bilhões em anúncio
de investimentos no referido ano e o Brasil foi a principal fonte com mais de US$ 2 bilhões em investimentos
anunciados naquele país. Outro segmento que atraiu investimentos estrangeiros foi o automotivo com US$ 1,1
bilhão em investimentos estrangeiros anunciados, cujas principais fontes foram Estados Unidos, Canadá, Brasil e
Alemanha. O segmento de serviços financeiros também se destacou com anúncio de recebimento de
investimentos da ordem de US$ 1 bilhão da Espanha. Destacou-se ainda o segmento de comunicações, com US$
800 milhões de investimentos anunciados da Alemanha.
11
fDi Markets é um banco de dados on-line de rastreamento de investimentos anunciados por companhias de todo o mundo. Oferece
monitoramento em tempo real dos projetos de investimento e criação de empregos bem como ferramentas para visualização de perfis de
empresas globais.
18
PARTE 3
PANORAMA POLÍTICO
19
POLÍTICA INTERNA
O panorama político mexicano foi redesenhado em 2000, ocasião em que o Partido de Ação Nacional
(PAN) venceu o pleito para o executivo com a eleição de Vicente Fox (2000-2006), quebrando a hegemonia de 70
anos (1931-2000) do Partido Revolucionário Institucional (PRI). Ligado ao empresariado pró-Nafta (Acordo de
Livre Comércio da América do Norte) e às classes médias urbanas, o PAN obteve outra vitória nas eleições
presidenciais de 2006, quando Felipe Calderón derrotou López Obrador (PRD) – candidato vinculado às classes
populares e aos movimentos camponeses.
A consolidação da democracia representativa formal, inaugurada em 2000, enfrenta, desde então, três
empecilhos principais. O primeiro está ligado à herança patrimonialista do país, que atravessou as décadas de
governo do PRI e não foi descontinuada a partir de 2000. O segundo refere-se à exclusão da população indígena
(concentrada no sul do país) do sistema político mexicano, o que tem gerado muitas tensões internas. Por fim, o
terceiro empecilho está ligado à penetração das organizações ligadas ao narcotráfico no setor público (seja
político ou burocrático), especialmente no norte do país.
O legislativo mexicano é bicameral. A câmara baixa é composta por 500 deputados, sendo 300 deles
eleitos por votação majoritária e 200 por lista plurinominal (proporcional), com base distrital. O Senado é
composto por 128 membros, também por métodos de votação mista, nos quais a base eleitoral são os estados da
Federação.
POLÍTICA EXTERNA
A principal inversão na política externa mexicana deu-se na década de 1980, quando o país abandonou
as linhas do desenvolvimentismo e do terceiro-mundismo para abraçar a globalização neoliberal, a ideia de
“governabilidade democrática”, as instituições financeiras internacionais e a aliança com os Estados Unidos.
Apesar de não haver uma coincidência perfeita de interesses, os Estados Unidos são estruturalmente o
principal parceiro comercial do México. Cada vez mais, no entanto, o governo mexicano vem tentando conquistar
maior liderança e primazia na América Central e no Caribe. O objetivo é criar sinergias econômicas, de forma a
elevar a penetração do capital mexicano nos países vizinhos e trabalhar a agenda do narcotráfico, buscando
maior espaço político naquela região.
Desde que Felipe Calderón, o atual presidente mexicano, foi eleito, em 2006, o país tem tentado realizar
uma política externa mais voltada para os seus vizinhos da América Latina, especialmente em contraste com a
política de seus presidentes anteriores, que acabaram por ser duramente criticados por diversos setores da
opinião pública e da sociedade mexicana. De fato, a excessiva dependência mexicana da economia estadunidense
20
pode ser comprovada pelo impacto que a crise econômica de 2008 nos Estados Unidos provocou no México, que
teve seu PIB reduzido em 11% em 2009. Esse dado sinaliza a necessidade de diversificação das relações
econômicas internacionais mexicanas.
Atualmente, o interesse mexicano na América do Sul tem se voltado para o âmbito energético, uma vez
que a deterioração da produção mexicana tem sido acompanhada de uma expansão considerável do setor de
hidrocarbonetos no subcontinente. Em outra esfera e tendo a agenda liberal-democrática como referência, o
país busca estabelecer parcerias com países europeus, dentre os quais a Espanha é uma interlocutora
privilegiada.
O comércio externo do México está altamente concentrado nas relações bilaterais com o mercado
estadunidense. Mais de 80% das exportações mexicanas destinam-se aos Estados Unidos, de onde partem 50%
das importações do México. O motor dessas relações comerciais é a indústria maquiladora, em que predominam
as importações de insumos para a indústria automobilística mexicana e as exportações dos produtos finais,
predominantemente para os Estados Unidos.
As relações comerciais e financeiras do México com os Estados Unidos tornaram-se bastante intensas
como resultado de um processo de liberalização econômica. O primeiro passo desse processo foi dado com o
acordo de renegociação da dívida externa mexicana, realizado nos marcos do Plano Brady (1989), que implicou a
liberalização do sistema financeiro e dos investimentos estrangeiros. A segunda etapa do processo foi a entrada
em vigor do Nafta em 1994, que teve como consequência a liberalização do comércio externo do México. Essas
duas medidas consolidaram o arcabouço institucional do modelo de crescimento econômico direcionado ao
mercado externo (export-led growth model).
RELAÇÕES BILATERAIS BRASIL-MÉXICO
A relação bilateral entre o Brasil e o México passa por um momento de intensificação, embora ainda
esteja muito aquém de suas possibilidades. Historicamente, os laços comerciais entre os dois países não são
muito significativos, em parte devido às fortes relações que o México tem com os Estados Unidos, o que acaba
fazendo com que o país tenha relações multilaterais pouco dinâmicas.
Desde o início do Governo Lula, o Brasil vem promovendo uma política externa mais autônoma para a
região, e existem muitas iniciativas que comprovam a maior importância que a América Central vem ganhando
para o país. Além da participação do Brasil na MINUSTAH, a missão de paz da ONU no Haiti, o país tem realizado
importantes investimentos na região, tanto na área da exploração de petróleo e produção de biodiesel, como já
ocorre nas Antilhas, quanto em projetos sociais, como o que está sendo realizado no Haiti, com financiamento do
21
Fundo IBAS. A melhora nas relações com o México também faz parte desse quadro de fortalecimento da posição
brasileira na região da América Central. Entretanto, é necessário mencionar que grande parte da dificuldade da
aproximação entre Brasil e México advém dos constrangimentos impostos à atuação internacional do México
pela proximidade com os Estados Unidos e pelo Nafta.
Em agosto de 2009, o presidente Calderón realizou visita oficial ao Brasil. O encontro foi extremamente
importante para dinamizar as relações bilaterais entre os dois países e para demonstrar a importância crescente
do Brasil na agenda mexicana.
Podem-se mencionar como principais pontos da atual política brasileira para o México: a aproximação
desse país com o Grupo do Rio12 e a intensificação do comércio bilateral; a promoção da cooperação técnicocientífica, especialmente nas áreas de biotecnologia, nanotecnologia e tecnologia espacial; a cooperação para o
desenvolvimento de bicombustível, com planos para a construção de centros binacionais de biocombustíveis; a
aproximação entre Petrobras e PEMEX (Petróleos Mexicanos), estatal mexicana cuja necessidade de atualização
técnica desperta seu interesse na tecnologia de extração em águas profundas desenvolvida no Brasil; a
cooperação para o tráfego de migrantes; e a cooperação para extradição e para envio de pessoas condenadas
pela Justiça. Adicionalmente, a possibilidade de criação de uma zona de livre comércio entre México e Mercosul,
que ainda está em fase de negociação, foi novamente abordada pelos dois presidentes.
As relações no plano bilateral também são discutidas nos âmbitos da Comissão Binacional Bilateral, que
se reuniu em 2007 e 2009 em Brasília, e do Grupo Especial de Alto Nível, que discute oportunidades de negócios
bilaterais. Essas duas iniciativas demonstram claramente a importância que cada um dos países atribui ao outro
na sua agenda internacional.
O Brasil tem dezenas de acordos, convênios e memorandos, entre outros atos, assinados com o México
desde o início do século XX. Aqueles instituídos a partir do ano 2000 versam principalmente sobre matéria de
cooperação nas áreas científica, de saúde, energia e cultura. Além desses, estão em vigor acordos que visam criar
uma comissão binacional Brasil-México e evitar a dupla tributação e a evasão fiscal em relação aos impostos
sobre a renda.
12
Mecanismo permanente de consulta e concertação política da América Latina e do Caribe.
22
PARTE 4
PANORAMA COMERCIAL
23
POLÍTICA COMERCIAL
ACORDOS COMERCIAIS
O México possui tratados bilaterais de comércio com mais de 40 nações. Em âmbito regional, o país faz
parte dos seguintes acordos: Grupo de los Tres (Colômbia, Venezuela e México), CA3 (El Salvador, Guatemala e
Honduras), Associação Europeia de Livre Comércio, Associação Latino-americana de Integração – Aladi – e Acordo
de Livre Comércio da América do Norte – Nafta.
Em relação aos investimentos, desde 1996, o México vem firmando acordos para a proteção e a
reciprocidade de investimentos estrangeiros diretos, chamados Acordos para Promoção e Proteção Recíproca de
Investimentos – APPRI. O país tem acordos firmados com cinco países da América Latina, 18 países da Europa e
quatro países da Ásia e Oceania, com destaque para a China13.
A Aladi é formada por 13 países da América Latina, inclusive o Brasil, e visa à formação de uma área de
preferência comercial entre os países signatários. Já o Nafta, que está em vigor desde 1994, estabelece uma zona
de livre comércio para bens e serviços entre México, Canadá e Estados Unidos. Além do Nafta, o México tem
acordo de livre comércio com Bolívia, Costa Rica, Colômbia, Chile, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua,
Israel e União Europeia14.
No que tange às organizações internacionais, o país também participa das negociações e comitês
especiais de Área de Livre Comércio das Américas – Alca –, Mecanismo de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico –
APEC (membro) –, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE – e ainda é membro da
Organização Mundial do Comércio – OMC. Na OMC, o país tem participação ativa, integrando também o Acordo
Geral em Comércio de Serviços15 – GATS –, tendo sido sede da Reunião Ministerial de Cancun em 2003.
O Mercosul possui dois acordos com o México, dos quais o Brasil também se beneficia. São eles:
•
Acordo de complementação econômica Mercosul-México (ACE – 54) de 2002. Trata-se de um
acordo-quadro que visa ao estabelecimento de aspectos básicos para um futuro acordo de livre comércio entre o
México e os países-membros do Mercosul;
13
Ver relação completa em: http://www.economia.gob.mx/swb/es/economia/p_APPRIS
14
Nesses acordos, somam-se 44 países. Mais informações: Policy Trade Review. Disponível em:
http://www.wto.org/english/tratop_e/tpr_e/tp295_e.htm
15
General Agreement on Trade in Services.
24
•
Acordo de complementação econômica Mercosul-México (ACE – 55) de 2003. Esse acordo versa
sobre produtos do setor automotivo (veículos e autopeças). As autopeças são comercializadas em regime de livre
comércio, enquanto os veículos leves e pesados seguem um cronograma de redução recíproca de alíquotas de
importação.
CARACTERÍSTICAS DO MERCADO
AMBIENTE DE NEGÓCIOS
De acordo com a publicação do Banco Mundial, Doing Business 2010, o México ocupa a 51ª posição no
ranking dos países segundo sua facilidade para fazer negócios, em um universo de 183 países avaliados pelo
organismo. Nessa classificação, são levadas em conta a facilidade ou a dificuldade relacionada à abertura de
empresas, obtenção de alvarás, contratação de empregados, registro de propriedades, obtenção de crédito,
proteção de investidores, pagamento de impostos, comércio exterior, cumprimento de contratos e fechamento
de empresas.
A avaliação de cada um dos critérios que compõem o índice de “facilidade de fazer negócios” do México
pode ser obtida no endereço: http://www.doingbusiness.org. Em tal listagem, quanto mais próximo da 1ª posição
no ranking, melhor o ambiente de negócios. Cingapura é considerado o melhor lugar do mundo para se realizar
um negócio, ao passo que a China aparece em 89º lugar.
Gráfico 08 - Doing Business 2010: Facilidade de fazer negócios – posição no ranking
89
90
80
70
51
60
50
40
30
20
10
4
8
0
Estados Unidos
Canadá
México
China
Fonte: Doing Business, Banco Mundial. Elaboração: UICC — Apex-Brasil.
Com o auxílio da Tabela 02, percebe-se que o México perdeu posições em seis critérios: “obtenção de
alvarás”, “registro de propriedades”, “obtenção de crédito”, “proteção de investidores”, “comércio exterior”, e
“cumprimento de contratos”, comparando-se os anos de 2009 e 2010.
25
Tabela 02 – Critérios para o índice “Facilidade de fazer negócios” no México :
mudanças entre 2009 e 2010
Item
Facilidade de fazer negócios
Abertura de empresas
Obtenção de alvarás
Contratação de empregados
Registro de propriedades
Obtenção de crédito
Proteção de investidores
Pagamento de impostos
Comércio exterior
Cumprimento de contratos
Fechamento de empresas
Ranking
de 2010
51
90
37
136
99
61
41
106
74
81
24
Ranking
de 2009
55
114
33
136
90
59
38
149
69
76
24
Mudanças
no
ranking
4
24
-4
0
-9
-2
-3
43
-5
-5
0
Fonte: Doing Business, Banco Mundial. Elaboração: UICC — Apex-Brasil.
A seguir, serão destacados os itens “cumprimento de contratos” e “comércio exterior”, que têm maior
relevância para o exportador. A análise é feita a partir de uma perspectiva comparada entre México, Canadá,
Estados Unidos, China e países da OCDE em grupo.
O item “cumprimento de contratos” busca medir a eficiência dos tribunais locais na resolução
de disputas relacionadas a operações de venda. São avaliados tempo, custo e número de procedimentos
envolvidos na contenda desde o momento do registro da ação até a efetivação do pagamento requerido por uma
das partes. O México está posicionado na média em relação aos demais países no que tange ao tempo
paraexecução da ação de contratos.
26
Gráfico 09 - Doing Business 2010: cumprimento de contratos
570
462
415 406
300
31 32 36 38 34
19 14 22 32 11
Número de procedimentos
OCDE
Duração (dias)
Estados Unidos
Custo (% da dívida)
Canadá
México
China
Fonte: Doing Business, Banco Mundial. Elaboração: UICC — Apex-Brasil.
Para a composição do item “comércio exterior”, o Banco Mundial analisa procedimentos, custo e tempo
implicados na importação e exportação de um contêiner padrão, desde a assinatura do contrato final entre as
partes que comerciam até a efetiva entrega dos bens. Nesses indicadores, o México está equiparado aos demais
países. Em relação ao custo de importação por contêiner, o México apresenta o mais alto valor entre os países
analisados.
Gráfico 10 - Doing Business 2010: comércio exterior
2.050
1.660
1.610
1.472
1.090
1315
1.146
1050
545
500
11 6 7 14 21
4 4 3 5 7
Documentos para
exportar (número)
Tempo para
exportar (dias)
OCDE
5 5 4 5 5
Custo para exportar
(US$ por contêiner)
Estados Unidos
Documentos para
importar (número)
Canadá
México
11 5 11 17 24
Tempo para
importar (dias)
Custo para importar
(US$ por contêiner)
China
Fonte: Doing Business, Banco Mundial. Elaboração: UICC — Apex-Brasil.
27
CAPACIDADE DE PAGAMENTO
A fim de refletir a capacidade e a disposição do México de honrar suas obrigações financeiras comerciais
feitas em moeda estrangeira, este estudo utiliza a classificação da agência Standard and Poor’s, que avalia
também a capacidade dos importadores mexicanos de adquirir moeda conversível16 para pagar pelos bens que
adquirem. O rating17 do México é medido em três momentos: longo prazo, tendência (horizonte de seis meses a
dois anos) e curto prazo.
No longo prazo, a qualificação do México foi BBB18, o que significa capacidade suficiente para arcar com
compromissos financeiros, mas sujeita a condições econômicas adversas. Para o curto prazo, o México recebeu a
nota A-3, que caracteriza a existência de medidas de proteção adequadas, porém podendo haver uma redução da
capacidade de honrar compromissos financeiros se houver mudanças conjunturais ou condições econômicas
adversas. A tendência, portanto, é de estabilidade. Para efeito de comparação, ressalta-se que Hungria e Índia
alcançaram as mesmas notas que o México19 para reservas internacionais.
Gráfico 11: Capacidade de pagamento – México
4,46
4,00%
3,69
3,22
3,49
3,61
3,25
2,88
3,00%
3,39
4,00
3,40
3,00
2,20
2,00%
2,00
1,00%
1,00
0,00%
0,00
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
-1,00%
-1,00
-2,00%
-2,00
-3,00%
-3,00
-4,00%
-4,00
Número de meses de importações pagáveis com as reservas internacionais
Transações correntes (em % do PIB)
Fonte: Euromonitor/FMI. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
Outra forma de medir a capacidade de pagamento de um país é avaliar o montante de suas
importações20 frente a suas reservas cambiais. Pode-se, inclusive, estimar quantos meses de importações o país
16
Moeda de troca internacional (em geral, Euro ou Dólar).
Avaliação da capacidade de um país de saldar seus compromissos financeiros feitos em moeda estrangeira
18
Em 10/06/2010.
19
Outros ratings disponíveis em: http://www.standardandpoors.com/ratings/articles/en/us/?assetID=1245213114875
17
20 Média mensal.
28
tem condições de bancar apenas com seus estoques de moeda estrangeira. No caso mexicano, entre 2000 e 2003,
houve variação positiva da razão entre reservas e importações (média mensal), isto é, as reservas podiam cobrir
mais meses de importações em 2003. Após 2006, percebe-se novo momento de crescimento das reservas
cambiais, que em 2009 já podiam cobrir 4,46 meses de importações. Para se ter alguns parâmetros, em 2009, as
reservas cambiais dos Estados Unidos cobriam 0,3 mês de importações enquanto que as reservas da China
cobriam 20,66 meses e as do Brasil, 15,3 meses.
INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA
O governo mexicano tem um plano de modernização e ampliação da infraestrutura nacional,
denominado Plano Nacional de Infraestrutura 2007-2012 (PNI), que busca também o desenvolvimento social e
econômico do país. O PNI prevê grandes investimentos em diferentes áreas, como portos, estradas e energia.
Segundo o estudo do Banco Mundial denominado Logística Comercial na Economia Global, no qual são
divulgados os indicadores e os índices de desempenho logístico de 155 países, o México, em 2010, foi classificado
com o 50º melhor índice, à frente de países como o Panamá, além de diversos outros da América Latina.
Tabela 03: Índices de desempenho logístico
Indicadores
IPL
Alfândega
Infraestrutura
Carregamento
internacional
Competência logística
Índice
3.05
2.55
2.95
Acompanhamento
Pontualidade
Posição no ranking
2.83
3.04
3.28
3.66
50
Fonte: Banco Mundial
Segundo o PNI do governo mexicano, o país estaria em sétimo lugar21 em infraestrutura na América
Latina, em terceiro considerando as ferrovias, em sexto em relação às rodovias, em oitavo em aeroportos, em
nono em telecomunicações, em 11º em portos e em 14º em eletricidade.
De acordo com o Instituto Nacional de Geografia e Estatística do México, o país conta com 26.715 km de
ferrovias, 366.341 km de rodovias, 114 portos e 85 aeroportos (57 nacionais e 28 internacionais). Para o México,
21
Em referência ao Fórum Econômico Mundial de 2007.
29
há linhas aéreas diretas das principais cidades dos Estados Unidos e da Austrália, além de diversos países da
América Latina e Europa.
A capacidade de movimentação de cargas nos portos mexicanos em 2006 era de 4 milhões de
contêineres de 20 pés ao ano. A previsão do governo mexicano com o PNI é de aumentar a capacidade de
movimentação para 8,2 milhões de contêineres ao ano até 2012.
Os principais portos do México estão localizados no Golfo do México e no Pacífico: Altamira, Vera Cruz,
Manzanillo e Lázaro Cárdenas, que respondem por 60% da movimentação de cargas no país. Outros importantes
portos são: Ensenada, La Paz, Guaymas, Topolobampo, Mazatlán, Puerto Vallarta, Acapulco, Salina Cruz,
Chetumal, Cancún, Progreso, Campeche, Ciudad del Carmen, Coatzacoalcos, Tuxpan e Tampico.
De acordo com dados da Secretaria de Comunicações e Transportes do México, em 2009, foram
movimentadas 235,5 milhões de toneladas de carga pelos portos mexicanos. Desse total, 53,2% corresponderam
a petróleo e derivados, 22,7% a minerais a granel, 9,1% foram contêineres, 6,4% foram carga solta, 4,9% carga
agrícola e 3,7% corresponderam a outros fluidos. O movimento de contêineres apresentou um crescimento
médio anual de 11,4% de 1994 a 2009, chegando a 3,3 milhões de contêineres em 2008 e 2,7 milhões em 2009.
Tabela 04: Investimentos previstos 2007-2012 (bilhões de pesos)
Recursos Recursos
Total
públicos privados
Novos Portos
3,4
23
26,4
Ampliações
9,3
32
41,3
Conservação
2,9
2,9
Total
15,6
55
70,6
Fonte: Secretaria de Comunicações e Transportes – México.
Os investimentos em infraestrutura no México foram equivalentes a 3,2% do PIB mexicano em média,
entre os anos de 2001 e 2006, e beneficiaram áreas como água, eletricidade, hidrocarbonetos, comunicações e
transportes.
Com relação à logística de comércio com o Brasil, em 200922, 87,5% das exportações brasileiras para o
México foram feitas por via marítima, com declínio médio de 0,7% de 2004 a 2009, e 12,2% por via aérea, com
crescimento médio de 7,2%. No caso das importações brasileiras provenientes do México, 80,2% foram realizadas
por via marítima e 19,7% por via aérea.
22
Segundo dados do MDIC/ALICEWEB.
30
INTERCÂMBIO COMERCIAL
EVOLUÇÃO DO COMÉRCIO EXTERIOR DO MÉXICO
O Gráfico 12 mostra a rápida expansão do comércio exterior (exportações e importações) mexicano,
especialmente a partir de 1994. Entretanto, observa-se que, com o colapso da bolsa NASDAQ em 2000 e a
recessão da economia estadunidense que se seguiu, o comércio externo mexicano ficou estagnado, voltando a
crescer rapidamente apenas depois da retomada do crescimento econômico dos Estados Unidos. Com a crise
financeira estadunidense iniciada em dezembro de 2008, o comércio externo do México sofreu novo declínio,
refletindo a grande dependência em relação aos Estados Unidos, principalmente como destino das exportações
mexicanas.
Gráfico 12 – Evolução do comércio exterior do México (1990-2010)
350
294,3
300
278,2
250
200
150
100
50
0
-16,1
-50
Exportações (US$ bilhões)
Importações (US$ bilhões)
Balança comercial (US$ bilhões)
Fonte: Deutsche Bank Research - http://www.dbresearch.com (Dados capturados em novembro de 2009)
A balança comercial mexicana mostrou-se superavitária somente nos primeiros anos após a entrada em
vigor do Nafta. A partir de 1998, o saldo da balança comercial voltou a ser deficitário. Em 2004, o principal
31
parceiro comercial mexicano, os Estados Unidos, absorveu 88,6% do total das exportações mexicanas e forneceu
56% de suas importações. Em 2009, as trocas comerciais mexicanas sofreram com a crise econômica, quando as
exportações para os Estados Unidos caíram 21% em relação a 2008, as importações dos Estados Unidos
diminuíram 24%, e o déficit da balança comercial chegou a 72%. Em 2009, todos os países membros da OCDE
(Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), bem como Brasil, Rússia, Índia e China,
apresentaram quedas significativas em suas balanças comerciais, na maioria dos casos em patamar superior a
20%.
Somente na relação comercial com seu principal parceiro, os Estados Unidos, o México apresentou
redução de US$ 48 bilhões nas exportações em 2009 em comparação com o ano anterior.
A maioria dos setores exportadores da economia mexicana apresentou contração no valor comercializado
em 2009, notadamente os 3 SH2 mais exportados, classificados como “máquinas e materiais elétricos, aparelhos
de som, imagem, televisão e acessórios” (SH2 85), “veículos automóveis e outros veículos terrestres, partes e
acessórios” (SH2 87) e “combustíveis, óleos e ceras minerais” (SH2 27). Esses produtos foram responsáveis por
54,2% das exportações em 2009, mesmo com diminuição dos valores exportados em relação a 2008 de 20%, 21%
e 39%, respectivamente.
As importações mexicanas tiveram crescimento médio de 3,6% de 2004 a 2009, com o maior volume
importado no ano de 2008, atingindo pico de US$ 617,2 bilhões, mas retrocedendo 24% em 2009. Essa queda
interrompeu uma sucessão de ganhos em volumes importados que perdurava desde o ano de 2002. Importações
nas categorias de “máquinas e materiais elétricos, aparelhos de som, imagem, televisão e acessórios” (SH2 85) e
“veículos automóveis e outros veículos terrestres, partes e acessórios” (SH2 87) foram os produtos mais
importados, representando 46% das importações em 2009.
A combinação de preços em queda no início de 2009 e recessão econômica nos Estados Unidos naquele
ano contribuiu para aumentar o déficit em conta corrente do México. A projeção para 201023 é de redução nesse
déficit atrelada ao aumento dos preços internacionais das commodities, muito embora as exportações líquidas,
em termos gerais, ainda permaneçam negativas.
23
Canadian International Merchandise Trade. June 2010. International Trade Division of Statistics Canada.Disponível em www.statcan.gc.ca. Acessado em 17
ago, 2010.
32
DESTINO DAS EXPORTAÇÕES MEXICANAS
Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Espanha, Colômbia e Brasil representaram os principais destinos das
exportações mexicanas em 2009, respondendo por 89% do total comercializado pelo país com o restante do
mundo. Em 2004, essa participação era de 60%. O comércio com os Estados Unidos é particularmente vital, muito
embora a dependência do mercado estadunidense tenha apresentado diminuição nos últimos anos. O México
vem buscando diversificar os destinos para suas mercadorias, haja vista que suas exportações para outros países
que não os Estados Unidos apresentaram certo crescimento.
Mesmo em face da crise que afetou as demandas mundiais no biênio 2008-2009, as exportações do
México para os Estados Unidos cresceram 2,17% em média entre os anos de 2004-2009. Nesse período, a
Espanha passou do terceiro para o quarto lugar como destino das vendas mexicanas, com um ritmo de
crescimento médio de 5% ao ano. O Brasil foi o que apresentou maior crescimento entre os seis principais
destinos das importações provenientes do México, crescendo, em média, 33% no período. O Canadá, integrante
do Nafta, aumentou suas compras do México em 24% ao ano no referido período, enquanto as exportações
mexicanas para a China tiveram um aumento de 36% no período.
Gráfico 13: Principais destinos das exportações mexicanas em 2004 e 2009 (%).
2009
2004
3,6%
1,4%
1,1%
1,5%
88,6%
Estados Unidos
1,1% 1,1%
1,0%
1,0%
1,0% 0,3%
0,3%
0,3%
6,1%
0,3%
0,3%
0,3%
Canadá
Alemanha
Espanha
Colômbia
80,7%
8,0%
Brasil
China
Países Baixos
Japão
Venezuela
0,7%
0,7%
0,6%
Outros
Fonte: Global Trade Information System - GTIS. Elaboração: UICC — Apex-Brasil.
Esse movimento de desconcentração nos destinos das exportações mexicanas pode ser constatado no
Gráfico 13. Em 2009, a queda nos preços das commodities energéticas e a retração na demanda por produtos
33
automotivos reduziram as exportações para os Estados Unidos e são, em parte, responsáveis pela diminuição da
participação do país no total das exportações do México.
Entre os principais destinos das exportações mexicanas, o Canadá e a China foram os mercados que
aumentaram suas importações entre 2008-2009, o primeiro aumentou 16% e o segundo 8%. As exportações para
o Canadá foram puxadas por “máquinas e materiais elétricos, aparelhos de som, imagem, televisão e acessórios”
(SH2 85), “veículos automóveis e outros veículos terrestres, partes e acessórios” (SH2 87) e “combustíveis, óleos,
e ceras minerais” (SH2 27) que, além de serem os principais produtos importados, apresentaram aumento de
importações no período.
Com relação à China, os principais produtos exportados pelo México com crescimento foram “minérios,
escórias e cinzas” (SH 26), “cobre e suas áreas” (SH 74) e “máquinas e materiais elétricos, aparelhos de som,
imagem, televisão e acessórios” (SH2 85). Em 2009, a China importou do México US$ 2,2 bilhões.
PRINCIPAIS PRODUTOS DA PAUTA DE EXPORTAÇÕES MEXICANA
As exportações mexicanas são pouco diversificadas, conforme a Tabela 05, na qual pode-se perceber
que os dez grupos de produtos mais exportados em 2009 corresponderam a 56,5% das exportações.
O principal setor exportado pelo México em 2004 (extração de petróleo e gás natural) continua tendo a
mesma participação na pauta de 2009, apesar do crescimento de 21,3% no valor exportado. Os CNAE com maior
crescimento foram o 323, que teve um crescimento de 121%, passando a ser o segundo setor mais exportado em
2009, e o CNAE 274, que cresceu 260%, passando a ser o oitavo mais exportado.
34
Tabela 05: Exportações do México em 2004 e 2009 – CNAE 3 dígitos
CNAE
111
Descrição
Extração de Petróleo e Gás Natural
Valor Exportado em
2004 em US$
21.258.898.502
Participação
nas
exportações
totais em
2004
CNAE
11,3%
111
Descrição
Extração de Petróleo e Gás Natural
Fabricação de Aparelhos Receptores
de Rádio e Televisão e de Reprodução,
Gravação Ou Amplificação de Som e
Vídeo
Fabricação de Aparelhos e
Equipamentos de Telefonia e
Radiotelefonia e de Transmissores de
Televisão e Rádio
Valor Exportado em
2009 em US$
Participação
nas
exportações
totais em
2009
25.787.995.676
11,3%
20.658.141.409
9,0%
18.029.313.992
7,9%
341
Fabricação de Automóveis,
Caminhonetas e Utilitários
13.908.264.546
7,4%
323
302
Fabricação de Máquinas e
Equipamentos de Sistemas Eletrônicos
Para Processamento de Dados
13.714.998.028
7,3%
322
12.528.047.266
6,7%
341
Fabricação de Automóveis,
Caminhonetas e Utilitários
16.351.286.341
7,1%
10.774.368.489
5,7%
344
Fabricação de Peças e Acessórios
Para Veículos Automotores
11.714.282.577
5,1%
10.477.417.102
4,6%
323
344
Fabricação de Aparelhos Receptores
de Rádio e Televisão e de Reprodução,
Gravação Ou Amplificação de Som e
Vídeo
Fabricação de Peças e Acessórios
Para Veículos Automotores
322
Fabricação de Aparelhos e
Equipamentos de Telefonia e
Radiotelefonia e de Transmissores de
Televisão e Rádio
8.160.167.031
4,3%
302
Fabricação de Máquinas e
Equipamentos de Sistemas Eletrônicos
Para Processamento de Dados
342
Fabricação de Caminhões e Ônibus
7.924.393.482
4,2%
342
Fabricação de Caminhões e Ônibus
8.876.496.412
3,9%
181
Confecção de Artigos Do Vestuário
6.559.848.246
3,5%
274
Metalurgia de Metais Não Ferrosos
8.133.911.593
3,6%
5.090.574.422
2,2%
4.796.942.005
2,1%
99.185.455.251
43,3%
229.101.816.780
100%
316
Fabricação de Material Elétrico Para
Veículos - Exceto Baterias
6.329.071.728
3,4%
331
321
Fabricação de Material Eletrônico
Básico
5.126.692.701
2,7%
291
Outros
81.695.692.472
43,5%
Outros
Total
187.980.442.491
100%
Total
Fabricação de Aparelhos e
Instrumentos p/Usos MédicosHospitalares, Odontológicos e de
Laboratórios e Aparelhos Ortopédicos
Fabricação de Motores, Bombas,
Compressores e Equipamentos de
Transmissão
Fonte: Comtrade. Elaboração: UICC —Apex-Brasil.
ORIGEM DAS IMPORTAÇÕES MEXICANAS
As importações mexicanas são representadas pelos países fornecedores no Gráfico 13. A presença dos
Estados Unidos na composição das importações mexicanas é notória, ainda que a participação estadunidense
apresente redução praticamente na mesma proporção em que a China conquista participação no mercado do
México.
A partir da análise do referido gráfico, observa-se que os Estados Unidos perderam participação nas
importações mexicanas no ano de 2009, sendo que o Canadá, outro parceiro do Nafta, permaneceu apenas como
o sexto maior fornecedor, mantendo a proporção de 3% das importações mexicanas. O Brasil passou de sétimo
para oitavo maior fornecedor para o México, de 2004 para 2009, apesar de manter a participação de 1,5% nas
importações do país. A China, que teve um crescimento médio de 17,7% no período, aumentou sua participação
35
de mercado de 7% para 14%. A Coreia do Sul, que teve crescimento de 16%, aumentou sua participação em
apenas 2%.
Gráfico 14: Principais origens das importações mexicanas em 2004 e 2009 (%).
1,3%
2004
1,4%
2,7%
1,4%
1,5%
2,2%
1,7%
3%
2%
5%
3,1%
3,6%
14%
49%
4%
13,4%
1,7%
13,2%
1%
2%
2009
1,3%
5%
48,1%
14%
4,2%
56,5%
2,7%
7,3%
4,7%
5,4%
Estados Unidos
13,9%
4,9%
China
Japão
Rep. Da Coreia
Alemanha
Canadá
Malásia
Brasil
Itália
Espanha
Outros
Fonte: Comtrade. Elaboração: UICC — Apex-Brasil.
Em 2009, as importações oriundas dos Estados Unidos apresentaram retração de 25,7% na comparação
com o ano anterior (US$ 151,7 bilhões), atingindo US$ 112 bilhões, o menor valor registrado desde 2005. Assim,
somente entre 2008 e 2009, o México deixou de comprar US$ 39 bilhões dos Estados Unidos. Grande parte desse
recuo deve-se a uma diminuição das importações mexicanas do SH 84 “máquinas, equipamentos e instrumentos
mecânicos”, do SH 85 “máquinas e materiais elétricos, aparelhos de som, imagem, televisão e acessórios” e do SH
27 “combustíveis, óleos e ceras minerais”, que juntos representaram 36% do valor importado dos Estados Unidos
em 2009.
Os produtos mais importados pelo México provenientes da China, representados pelos SH 85 “máquinas
e materiais elétricos, aparelhos de som, imagem, televisão e acessórios”, SH 84 “máquinas, equipamentos e
instrumentos mecânicos” e SH 95 “brinquedos e artigos esportivos”, compuseram 74% das importações chinesas
em 2009. Entre 2008 e 2009, as importações da China caíram 6%.
As importações oriundas do Japão, por sua vez, recuaram 30% entre 2008 e 2009, após cinco anos
consecutivos de crescimento, e foram prejudicadas pela diminuição das compras de “máquinas e materiais
elétricos, aparelhos de som, imagem, televisão e acessórios”, “máquinas, equipamentos e instrumentos
mecânicos” e “veículos automóveis”, que corresponderam a 65% das importações mexicanas desse país. A
participação brasileira nas importações mexicanas foi perdendo espaço nos últimos cinco anos, chegando a 2,4%
em 2004 e diminuindo até 1,5% em 2009.
36
PRINCIPAIS PRODUTOS DA PAUTA DE IMPORTAÇÕES MEXICANA
A pauta de importações do México é tão pouco diversificada quanto a de exportações, de modo que os
dez setores CNAE mais importados corresponderam a 44,5% das importações totais em 2009. O principal setor
CNAE de importações do México, o de fabricação de material eletrônico básico, teve um decréscimo de 23,6% no
período de 2004 a 2009. O segundo setor mais importado, o de fabricação de aparelhos receptores de rádio e
televisão e de reprodução, gravação ou amplificação de som e vídeo, cresceu 92,5% no período, pois era o sexto
mais importado em 2004 e, em 2009, foi o segundo setor mais importado. O setor de fabricação de produtos
derivados de petróleo cresceu 188,3% no período. Outro setor com alto crescimento entre os anos de 2004 e
2009 foi o setor 322 (fabricação de aparelhos e equipamentos de telefonia e radiotelefonia e de transmissão de
televisão e rádio), que cresceu 170%.
Tabela 06: Importações do México em 2004 e 2009 – CNAE 3 dígitos
CNAE
Descrição
Participação
nas
Valor Importado
importações
em 2004 em US$
totais em
2004
CNAE
Descrição
321
Fabricação de Material Eletrônico
Básico
17.721.376.115
9,0%
321
302
Fabricação de Máquinas e
Equipamentos de Sistemas Eletrônicos
Para Processamento de Dados
11.657.767.690
5,9%
323
11.454.975.948
5,8%
232
9.115.915.902
4,6%
344
8.506.354.739
4,3%
322
7.016.248.347
3,6%
302
Fabricação de Máquinas e
Equipamentos de Sistemas Eletrônicos
Para Processamento de Dados
5.057.601.372
2,6%
252
Fabricação de Produtos de Plástico
4.875.467.100
2,5%
341
4.722.809.988
2,4%
291
344
341
252
323
291
289
Fabricação de Peças e Acessórios Para
Veículos Automotores
Fabricação de Automóveis,
Caminhonetas e Utilitários
Fabricação de Produtos de Plástico
Fabricação de Aparelhos Receptores
de Rádio e Televisão e de Reprodução,
Gravação Ou Amplificação de Som e
Vídeo
Fabricação de Motores, Bombas,
Compressores e Equipamentos de
Transmissão
Fabricação de Produtos Diversos de
Metal
242
Fabricação de Produtos Químicos
Orgânicos
272
Siderurgia
Fabricação de Material Eletrônico
Básico
Fabricação de Aparelhos Receptores
de Rádio e Televisão e de Reprodução,
Gravação Ou Amplificação de Som e
Vídeo
Fabricação de Produtos Derivados Do
Petróleo
Fabricação de Peças e Acessórios Para
Veículos Automotores
Fabricação de Aparelhos e
Equipamentos de Telefonia e
Radiotelefonia e de Transmissores de
Televisão e Rádio
Fabricação de Automóveis,
Caminhonetas e Utilitários
Fabricação de Motores, Bombas,
Compressores e Equipamentos de
Transmissão
Fabricação de Produtos Químicos
Orgânicos
Valor Importado
em 2009 em US$
Participação
nas
importações
totais em
2009
13.539.260.295
5,8%
13.508.842.569
5,8%
13.209.577.186
5,7%
13.099.710.952
5,6%
11.540.655.330
4,9%
10.968.234.854
4,7%
7.541.315.638
3,2%
7.087.448.621
3,0%
6.730.675.822
2,9%
4.721.784.144
2,4%
242
5.886.877.822
2,5%
Outros
90.303.222.217
45,9%
Outros
104.114.655.234
44,5%
Total
196.809.380.548
100%
Total
233.741.455.175
100%
Fonte: Comtrade. Elaboração: UICC — Apex-Brasil.
37
INTERCÂMBIO COMERCIAL BRASIL – MÉXICO
CORRENTE DE COMÉRCIO
A participação do mercado mexicano no total das exportações brasileiras é pouco significativa. Essa
participação elevou-se no período 1988-1992, passando de 0,8% para 3,1%. Já no período 1992-1995, ocorreu um
forte declínio, quando o México representou apenas 1,1% das exportações brasileiras. Ao longo do período
seguinte (1995-2004), o mercado mexicano ganhou importância, passando de 1,1% para 4,1%. A partir de então,
houve novamente um declínio acentuado, sendo que, em 2008, o México absorveu 2% do total exportado pelas
empresas brasileiras.
A importância relativa do mercado mexicano para as exportações brasileiras coincide com a participação
dos bens e serviços mexicanos nas importações brasileiras. Entre 1998 e 2008, as importações brasileiras totais
provenientes do México nunca atingiram uma participação maior do que 2%, sendo o valor médio de 1,4%. Desde
2005, no entanto, essa participação vem aumentando, tendo alcançado 1,8% em 2008. Isso demonstra certo
equilíbrio nas trocas comerciais entre o México e o Brasil.
Esse movimento de equilíbrio comercial, aprofundado a partir de 2005, é sinalizado no Gráfico 15, no
qual dois pontos chamam atenção. O primeiro deles é a forte queda na corrente comercial entre Brasil e México
no ano de 2009, em função da crise econômica que atingiu os dois países, mais especialmente a economia
mexicana. Essa queda da corrente de comércio alcançou 26,3% entre 2008 e 2009, com diminuição das
exportações brasileiras para o México de mais de 37% e redução nas importações brasileiras provenientes do
México da ordem de 10,9%. O segundo ponto de destaque do Gráfico 15 é o crescimento das importações
brasileiras provenientes do mercado mexicano entre 2004 e 2008. Nesse período, o valor médio anual de
crescimento das importações era de mais de 42%, sendo que, entre 2007 e 2008, a taxa de crescimento chegou a
atingir 58%. Essa trajetória serviu para equilibrar o comércio entre os dois países, como indicado anteriormente.
38
Gráfico 15 – Corrente de comércio Brasil-México
7.407
6.240
5.769
5.459
4.917
4.662
4.281
4.458
4.074
3.535
3.280
2.567
4.260
3.958
2.926
2.783
3.125
2.747
1.985
1.686
2.781
1.871
1.002
618
1998
1.979
1.068
983
1999
2.676
2.346
1.310
754
695
580
533
704
2000
2001
2002
2003
2004
Exp. Brasileiras - US$ milhões FOB
844
2005
Imp. Brasileiras - US$ milhões FOB
2006
2007
2008
2009
Corrente Comercial - US$ milhões
Fonte: MDIC. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
SALDO COMERCIAL
Ao mesmo tempo em que existe um equilíbrio relativo nas trocas comerciais brasileiras e mexicanas,
nota-se uma tendência à diminuição do saldo comercial relativo24 do Brasil frente ao México. Esse indicador
chegou a representar 70% em 2004, caindo para 16% em 2008 e chegando a -2% em 2009.
24
O saldo comercial relativo mostra a participação do superávit ou déficit comercial na corrente de comércio (exportações + importações)
entre dois países.
39
Gráfico 16 – Saldo comercial relativo Brasil-México
67%
70%
66%
55%
37%
16%
-2%
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
Fonte: MDIC. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
Existe, atualmente, um déficit na balança comercial do Brasil com o México da ordem de 2%. Um
componente que pode ter colaborado para a geração desse déficit comercial foi a variação do câmbio real desses
dois países entre 2003 e 2009.
O Gráfico 17 mostra a evolução do câmbio real das moedas do México, Brasil, China, Venezuela,
Colômbia e Argentina frente ao dólar estadunidense. Nota-se que o câmbio real do peso mexicano manteve-se
estável entre 2003 e 2008, sofrendo um movimento de desvalorização, em termos reais, entre 2008 e 2009. Esse
último movimento aconteceu também com as moedas dos demais países latino-americanos presentes no gráfico,
com exceção da Venezuela. No período total, a moeda mexicana desvalorizou-se em termos reais mais de 11%
frente ao dólar estadunidense, enquanto o Yuan valorizou-se mais de 20%. No caso da moeda brasileira, a
valorização foi de 45% em termos reais. Considerando-se os países latino-americanos, a trajetória de valorização
da moeda brasileira entre 2003 e 2009 só foi inferior à da moeda venezuelana, que chegou a se valorizar 53% em
termos reais. O movimento de desvalorização real da moeda mexicana frente ao dólar estadunidense e o
movimento inverso ocorrido com a moeda brasileira podem ter ajudado no aumento das exportações mexicanas
para o Brasil. A política de manter estável a taxa de câmbio real da moeda mexicana frente ao dólar
estadunidense pode ser uma tentativa de tornar as exportações do país competitivas no interior do Nafta, devido
à forte concorrência chinesa enfrentada pelas empresas do México nos últimos anos.
40
Gráfico 17 – Evolução do câmbio real frente ao dólar estadunidense (Base: média 2003=100)
120
111,9
110
100
100
93,1
90
80,1
80
70
63,9
60
55,0
50
47,1
40
2003
2004
China
Argentina
2005
2006
Brasil
2007
Colômbia
2008
México
2009
Venezuela
Fonte: Euromonitor. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
PRINCIPAIS PRODUTOS EXPORTADOS PELO BRASIL PARA O MÉXICO
A Tabela 07 apresenta os setores nacionais que mais exportaram para o México nos anos de 2004 e
2009. Os dez principais setores, que correspondiam a 71,8% das exportações brasileiras em 2004, passaram ao
equivalente a 60,4% em 2009.
Destaca-se o aumento de participação de produtos do setor “fabricação de aparelhos e equipamentos
de telefonia e radiotelefonia e de transmissores de televisão e rádio”, que cresceu, em média, 40% no período, e
do setor de “fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão”, que cresceu 23,4%.
Esse último setor era o 17º mais exportado em 2004 e passou a ser o quinto mais exportado pelo Brasil em 2009.
Outros grupos de produtos que apresentaram alto crescimento nas exportações brasileiras, por CNAE,
foram o de “fabricação de produtos farmacêuticos”, que cresceu, em média, 15%, e o setor de “fabricação de
produtos químicos orgânicos”, que cresceu, em média, 17% entre 2004 e 2009.
41
Tabela 07 – Setores econômicos brasileiros que mais exportam para o México – 2004 e 2009
CNAE
341
272
344
353
295
Descrição
Fabricação de Automóveis,
Caminhonetas e Utilitários
Siderurgia
Fabricação de Peças e Acessórios
Para Veículos Automotores
Construção, Montagem e Reparação
de Aeronaves
Fabricação de Máquinas e
Equipamentos de Uso Na Extração
Mineral e Construção
Participação
nas
Valor Exportado
exportações
em 2004 em US$
totais em
2004
1.407.505.014
CNAE
35,6%
341
292.666.601
7,4%
344
279.368.142
7,1%
251
276.864.862
7,0%
131.369.846
3,3%
Descrição
Fabricação de Automóveis,
Caminhonetas e Utilitários
Fabricação de Peças e Acessórios
Para Veículos Automotores
Valor Exportado
em 2009 em US$
Participação
nas
exportações
totais em
2009
509.182.083
19,1%
278.447.776
10,4%
Fabricação de Artigos de Borracha
138.384.166
5,2%
272
Siderurgia
136.441.004
5,1%
291
Fabricação de Motores, Bombas,
Compressores e Equipamentos de
Transmissão
111.955.207
4,2%
Fabricação de Caminhões e Ônibus
107.436.921
4,0%
97.774.207
3,7%
80.195.389
3,0%
79.972.094
3,0%
73.278.243
2,7%
342
Fabricação de Caminhões e Ônibus
130.632.578
3,3%
342
11
Produção de Lavouras Temporárias
127.660.640
3,2%
245
193
Fabricação de Calçados
72.706.133
1,8%
242
251
Fabricação de Artigos de Borracha
64.061.877
1,6%
322
131
Extração de Minério de Ferro
58.710.224
1,5%
295
Outros
1.116.407.462
28,2%
Outros
1.058.870.708
39,6%
Total
3.957.953.379
100%
Total
2.671.937.798
100%
Fabricação de Produtos
Farmacêuticos
Fabricação de Produtos Químicos
Orgânicos
Fabricação de Aparelhos e
Equipamentos de Telefonia e
Radiotelefonia e de Transmissores de
Televisão e Rádio
Fabricação de Máquinas e
Equipamentos de Uso Na Extração
Mineral e Construção
Fonte: Comtrade. Elaboração: UICC — Apex-Brasil.
PRINCIPAIS PRODUTOS IMPORTADOS PELO BRASIL DO MÉXICO
A Tabela 08 traz os setores econômicos brasileiros que mais importaram do México. Assim como a
pauta das exportações brasileiras para o México é concentrada, também as vendas mexicanas ao mercado
brasileiro são concentradas. Em 2009, 77,5% das importações corresponderam aos dez principais setores
apontados, enquanto, em 2004, os primeiros setores correspondiam a 73,6% das importações, mostrando que
houve aumento da concentração dos produtos importados pelo Brasil.
Dentre os dez setores apresentados com maiores valores importados, as importações do CNAE 272 –
“siderurgia” – foram as que mais cresceram no período analisado, aumentando, em média, 135% ao ano e saindo
da 16ª para a nona posição entre os produtos importados. Os produtos que mais contribuíram para esse
aumento do grupo foram o 720839 – “produtos laminados planos, de ferro ou aços não ligados, de largura =>
600mm, em rolos, laminados a quente, de espessura < 3mm, não folheados nem revestidos” – e o 720916 –
“produtos laminados planos, de ferro ou aços não ligados, de largura => 600mm, em rolos, laminados a frio, de
espessura > 1mm e < 3mm, não folheados nem revestidos”. Outros produtos com alto crescimento foram os dos
CNAE 322 – “fabricação de aparelhos e equipamentos de telefonia e radiotelefonia e de transmissores de
televisão e rádio” –, com crescimento médio de 100%, e o 274 – “metalurgia de metais não ferrosos” –, que
cresceu, em média, 79%.
42
Tabela 08 - Setores econômicos brasileiros que mais importam do México – 2004 e 2009
CNAE
321
341
245
242
241
Descrição
Participação
nas
Valor Importado
importações
em 2004 em US$
totais em
2004
Fabricação de Material Eletrônico
Básico
Fabricação de Automóveis,
Caminhonetas e Utilitários
Fabricação de Produtos
Farmacêuticos
Fabricação de Produtos Químicos
Orgânicos
Fabricação de Produtos Químicos
Inorgânicos
CNAE
100.650.168
14,3%
341
70.400.940
10,0%
242
70.062.967
10,0%
322
62.239.783
8,8%
274
46.181.648
6,6%
344
Descrição
Fabricação de Automóveis,
Caminhonetas e Utilitários
Fabricação de Produtos Químicos
Orgânicos
Fabricação de Aparelhos e
Equipamentos de Telefonia e
Radiotelefonia e de Transmissores de
Televisão e Rádio
Metalurgia de Metais Não-Ferrosos
Fabricação de Peças e Acessórios
Para Veículos Automotores
Fabricação de Máquinas e
Equipamentos de Sistemas Eletrônicos
Para Processamento de Dados
Participação
nas
Valor Importado
importações
em 2009 em US$
totais em
2009
961.849.129
34,6%
359.533.506
12,9%
272.852.921
9,8%
125.591.992
4,5%
108.503.077
3,9%
75.323.506
2,7%
344
Fabricação de Peças e Acessórios
Para Veículos Automotores
42.794.843
6,1%
302
323
Fabricação de Aparelhos Receptores
de Rádio e Televisão e de Reprodução,
Gravação Ou Amplificação de Som e
Vídeo
42.703.293
6,1%
243
Fabricação de Resinas e Elastômeros
66.831.281
2,4%
243
Fabricação de Resinas e Elastômeros
37.311.306
5,3%
245
Fabricação de Produtos
Farmacêuticos
64.226.672
2,3%
302
Fabricação de Máquinas e
Equipamentos de Sistemas Eletrônicos
Para Processamento de Dados
32.675.714
4,6%
272
Siderurgia
62.854.125
2,3%
252
Fabricação de Produtos de Plástico
13.000.905
1,8%
261
Fabricação de Vidro e de Produtos Do
Vidro
60.324.365
2,2%
Outros
185.815.276
26,4%
Outros
625.103.294
22,5%
Total
703.836.843
100%
Total
2.782.993.868
100%
Fonte: Comtrade. Elaboração: UICC — Apex-Brasil.
INDICADORES DE COMÉRCIO BRASIL – MÉXICO
Esta seção apresentará um conjunto de indicadores que estão envolvidos nas trocas comerciais
internacionais e que afetam o comércio existente entre Brasil e México. A análise desses indicadores é essencial
para se entender melhor a estrutura das relações comerciais entre esses dois países.
Na abordagem dos indicadores, frequentemente é utilizado o conceito de “Medida de Intensidade
Tecnológica”, empregado para classificar os setores econômicos envolvidos nas trocas comerciais entre dois
países. O presente estudo adota a seguinte classificação para mensurar a intensidade tecnológica dos produtos
comercializados entre Brasil e México:
43
Quadro 01 – Taxonomia da medida de intensidade tecnológica e respectivos setores da economia
Medida de Intensidade Tecnológica
Setores da Economia
Produtos Primários
Agrícolas, Minerais e Energéticos
Indústria Intensiva em Recursos Naturais
Indústria Agroalimentar, Indústria Intensiva em Outros Recursos
Agrícolas, Indústria Intensiva em Recursos Minerais e Indústria
Intensiva em Recursos Energéticos
Indústria Intensiva em Trabalho
Bens industriais de consumo não duráveis mais tradicionais:
Têxteis, Confecções, Couro e Calçado, Cerâmico, Produtos Básicos
de Metais, entre outros.
Indústria Intensiva em Escala
Indústria Automobilística, Indústria Siderúrgica e os Bens
Eletrônicos de Consumo25
Fornecedores Especializados
Bens de Capital sob Encomenda e Equipamentos de Engenharia.
Indústria Intensiva em P&D
Setores de Química Fina (produtos farmacêuticos, entre outros),
Componentes Eletrônicos, Telecomunicação e Indústria
Aeroespacial.
Fonte: Holland e Xavier (2004)
26
A análise das exportações brasileiras para o México em 2009 por intensidade tecnológica mostra uma
participação expressiva de manufaturados intensivos em economias de escala - 46,8% (que, em 2008, chegaram
a 50,6%) e de produtos intensivos em recursos naturais (22,9%), conforme o Gráfico 18. Destacam-se os setores
associados à indústria automobilística, em que existe elevado comércio intrassetor industrial entre as economias
brasileira e mexicana.
Observa-se que, no ano de 2004, as exportações concentravam-se em manufaturados intensivos em
pesquisa e desenvolvimento, cuja participação foi de 41% naquele ano, havendo também significativa
participação de manufaturados produzidos por fornecedores especializados, produtos intensivos em recursos
naturais e manufaturados intensivos em economias de escala, cuja representatividade na pauta exportadora
brasileira era de 18,8%, 15,2% e 15%, respectivamente.
Dentre os produtos classificados como manufaturados intensivos em pesquisa e desenvolvimento,
destacaram-se, em 2004, “outros medicamentos contendo produtos misturados, para fins terapêuticos ou
profiláticos, em doses, para venda a retalho” (45,7%), “tubos catódicos para receptores de televisão e monitores
25
Os bens eletrônicos de consumo são especificados em três linhas básicas: (a) Vídeo – televisores, videocassete e câmera de vídeo; (b)
Áudio – rádio, autorrádio, cd player, toca-disco, sistema de som, etc.; (c) Outros Produtos – forno de micro-ondas, calculadoras, aparelhos
telefônicos, geladeiras, instrumentos musicais, entre outros.
26
Dinâmica e competitividade setorial das exportações brasileiras: uma análise de painel para o período recente, Anais do XXXII Encontro
Nacional de Economia.
44
de vídeo, a cores” (19%) e “pigmentos contendo, em peso calculado sobre matéria seca, => 80% de dióxido de
titânio” (8,5%). Com relação aos classificados como manufaturados produzidos por fornecedores especializados,
os produtos mais exportados do Brasil para o México em 2004 foram “motores de pistão alternativo, de ignição
por centelha, para propulsão de veículos do capítulo 87, de cilindrada > 1.000cm3” (39%), “unidades de entrada
ou de saída, podendo conter, no mesmo corpo, unidades de memória, para máquinas automáticas de
processamento de dados” (14%), “motores de pistão, de ignição por compressão, diesel ou semidiesel, utilizados
para propulsão de veículos do capítulo 87” (5,6%) e “árvores (veios) de transmissão, incluídas as de excêntricos
(cames) e virabrequins (cambotas) e manivelas” (5,6%). Dos produtos classificados como produtos intensivos em
recursos naturais, foram mais exportados em 2004 “outros ácidos policarboxílicos aromáticos, seus anidridos,
halogenetos, peróxidos, perácidos e seus derivados” (22,4%), “acetato de vinila” (15,5%), “outros tiocompostos
orgânicos” (8,7%) e “cachaça e caninha (rum e tafiá)” (8,2%). Já no grupo classificado como manufaturados
intensivos em economias de escala, os mais exportados em 2004 foram “acumuladores” (20%), “outras partes e
acessórios para veículos automóveis das posições 8701 a 8705” (11%), “automóveis e outros veículos com motor
de pistão alternativo, de ignição por centelha, de cilindrada > 1.500cm3 e =< 3.000cm3” (9,5%).
Já no ano de 2009, o destaque em intensidade tecnológica foram os manufaturados intensivos em
economias de escala, com participação de 47%, sendo que o produto mais exportado desse setor foi “automóveis
e outros veículos com motor de pistão alternativo, de ignição por centelha, de cilindrada > 1.500cm3 e =<
3.000cm3” (65%), seguido por “automóveis e outros veículos com motor de pistão alternativo, de ignição por
centelha, de cilindrada > 3.000cm3” (7,7%).
O setor produtos intensivos em recursos naturais teve 23% de participação em 2009, com destaque
para “ácido tereftálico e seus sais” (61%), “chumbo refinado (afinado), em formas brutas” (8,1%) e “prata em
formas brutas” (5,8%).
O terceiro grupo de produtos mais exportado pelo Brasil em 2009 foi o de manufaturados intensivos
em pesquisa e desenvolvimento, com 16,7% de participação. Nessa classificação, os produtos mais exportados
foram: “aparelho de radiotelefonia portátil, ex: walkie/handle-talkie” (33,5%), “outros medicamentos contendo
produtos misturados, para fins terapêuticos ou profiláticos, em doses, para venda a retalho” (16,2%) e
“pigmentos contendo, em peso calculado sobre matéria seca, => 80% de dióxido de titânio” (8,8%).
A partir da análise das exportações brasileiras para o México por intensidade tecnológica, percebe-se
que houve aumento significativo do setor manufaturados intensivos em economias de escala, crescendo, em
média, 59,4% ao ano entre 2004 e 2009, chegando a US$ 1,145 bilhão em 2009. O segundo setor mais exportado
(produtos intensivos em recursos naturais) também apresentou a segunda maior taxa de crescimento médio no
45
período (38%), alcançando US$ 559 milhões no último ano. Já o setor de produtos intensivos em trabalho foi o
que apresentou o terceiro maior crescimento médio, aumentando as exportações em 15% em média.
Gráfico 18 – Exportações brasileiras para o México por intensidade tecnológica – 2004 e 2009
0% 1%
2004
0%
15%
41%
17%
9%
2009
1%
23%
7%
5%
15%
47%
19%
Produtos Primários
Produtos Intensivos em Recursos Naturais
Manufaturados Intensivos em Trabalho
Manufaturados Intensivos em Economias de Escala
Manufaturados Produzidos por Fornecedores Especializados
Manufaturados Intensivos em P&D
Não Classificados
Fonte: MDIC. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
Apresentada a intensidade tecnológica dos setores econômicos envolvidos nas trocas comerciais entre
Brasil e México, seguem abaixo os indicadores de comércio entre esses dois países. Para efeito de comparação,
foram incluídos também dados dos Estados Unidos e do Canadá.
ÍNDICE DE COMPLEMENTARIDADE DE COMÉRCIO (ICC)
Esse índice fornece informações sobre as perspectivas de integração comercial entre dois países. O
índice de complementaridade de comércio entre o Brasil e o México é obtido comparando-se a pauta de
exportações brasileira com a pauta de importações mexicana. Através dessa comparação, é possível verificar em
que medida os produtos exportados pelo Brasil coincidem com os produtos importados pelo México27.
Um Índice de Complementaridade de Comércio (ICC) igual a zero significa que não há
complementaridade entre as importações e as exportações dos países analisados. Em contrapartida, se esse
27
Neste estudo, o índice é medido em nível de SH6.
46
índice for igual a 100, quer dizer que as pautas são perfeitamente complementares, ou seja, que um país exporta
exatamente o que o outro deseja importar.
O valor médio de complementaridade de comércio entre Brasil e México gira em torno de 31. O maior
valor alcançado entre os anos de 2003 e 2008 foi de 32,78 (2006). Após esse ano, houve uma queda do indicador,
que chegou ao menor patamar em 2008 (Gráfico 19). Durante todo o período analisado, as pautas de exportações
do Brasil e de importações do México não apresentaram uma coincidência relevante (valor acima de 50), e a
tendência é que essa divergência se mantenha. Isso indica que parte dos produtos exportados pelo Brasil não são
importados pelo México, muito provavelmente porque são também produzidos naquele país. Efetivamente, os
parques industriais das economias brasileira e mexicana são muito próximos em termos de tamanho, composição
setorial e intensidade tecnológica.
Gráfico 19 – Índice de Complementaridade de Comércio – Brasil-México e Brasil-países selecionados
41,00
39,00
37,00
35,00
32,78
33,00
32,06
31,13
30,78
2003
2004
31,00
31,19
30,51
29,00
27,00
25,00
México
2005
2006
EUA
2007
2008
Canadá
Fonte: GTIS. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
Observa-se que, entre os países da América do Norte, o México é o que apresenta o menor índice de
complementaridade de comércio com o Brasil, enquanto o Canadá é o de maior complementaridade. Esse
resultado pode estar atrelado à similaridade econômica entre Brasil e México e à divergência nesse padrão entre
Brasil e Canadá.
47
ÍNDICE DE INTENSIDADE DE COMÉRCIO
Esse índice determina em que medida o valor das exportações de um país para outro é maior ou menor
do que o esperado. O cálculo do Índice de Intensidade de Comércio entre Brasil e México é obtido pela razão
entre a participação das exportações brasileiras para o México e a participação das exportações brasileiras para o
restante do mundo. Um valor superior a 1 indica que as exportações do Brasil para o mercado mexicano são
maiores do que o esperado.
Examinando a evolução do Índice de Intensidade de Comércio do Brasil com o México entre 2003 e
2008, encontram-se valores superiores a 1 em todos os anos.
Gráfico 20 – Índice de Intensidade de Comércio – Brasil-México e Brasil-países selecionados
1,44
2003
1,94
,60
1,26
2004
1,93
,58
1,17
2005
1,88
,66
1,13
2006
1,72
0,68
1,03
2007
1,55
,65
1,04
2008
1,21
,44
,00
,50
1,00
EUA
1,50
México
2,00
2,50
Canadá
Fonte: GTIS. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
Apesar de o México ser o país da América do Norte onde a economia brasileira apresenta maior
intensidade de comércio, observa-se, ano após ano, uma diminuição no valor desse indicador. O mesmo
deslocamento ocorre em relação aos outros países da América do Norte, o que significa que a intensidade de
comércio do Brasil naquela região apresenta uma tendência de se aproximar do padrão esperado.
A diminuição da intensidade de comércio entre o Brasil e o México, assim como a queda de
complementaridade de comércio entre esses dois países, pode estar relacionada à similaridade bastante evidente
entre os parques industriais das duas economias.
48
INDICADOR DE DIVERSIFICAÇÃO/CONCENTRAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES – ÍNDICE DE HERFINDAHL-HIRSCHMAN (HHI)
O Índice de Herfindahl-Hirschman (HHI) indica o grau de concentração das exportações de um país28.
Países com HHI menor do que 1.000 são considerados mercados com baixa concentração, ou seja, o valor de suas
exportações não está concentrado em alguns poucos produtos. Países com HHI entre 1.000 e 1.800 são
considerados de concentração moderada; e países com HHI superior a 1.800 são considerados concentrados.
Os países em desenvolvimento possuem frequentemente um índice de concentração de exportações
bastante elevado. Ainda que suas pautas exportadoras possam ter alguma diversificação, o valor de suas
exportações está concentrado em poucos produtos primários – em geral, commodities, cujos preços tendem a
oscilar, deixando as economias desses países muito expostas às mudanças do cenário externo. Quanto maior é o
valor do índice de concentração das exportações de um país, maior também é sua dependência em relação aos
diferentes contextos mundiais.
A análise do HHI no Gráfico 21 mostra uma tendência à desconcentração da pauta de exportações
brasileiras para a economia mexicana. Se, em 2003, o índice teve um valor bastante próximo de 3.000, apontando
alta concentração, em 2008, o valor foi de 1.500, indicando concentração moderada.
O principal motivo desse movimento de desconcentração foi a queda das exportações de automóveis,
caminhonetas e utilitários, setor no qual o valor das exportações brasileiras para o México estava concentrado.
Para se ter uma ideia, em 2003, a participação desse setor na pauta de exportações brasileiras era de 43,5%,
reduzindo-se para 18,6% em 2008. Nesse mesmo período, não se observou forte elevação da participação de
nenhum outro setor no valor das exportações brasileiras.
A redução da concentração das exportações do Brasil para o México diminui os efeitos negativos
gerados pelas quedas na intensidade e na complementaridade do comércio entre esses dois países.
A pauta de exportações brasileiras para a economia estadunidense mostra uma concentração
moderada, enquanto para o Canadá ela é bastante desconcentrada.
28
O indicador é calculado a partir do setor CNAE 2 dígitos.
49
Gráfico 21 – Índice de Concentração das Exportações (Índice de Herfindahl-Hirschman) – Brasil-México e Brasil-países
selecionados
3500
3000
2937,65
2317,55
2500
2621,75
2394,93
2000
1777,47
1546,47
1500
1000
500
0
2003
2004
México
2005
EUA
2006
2007
2008
Canadá
Fonte: GTIS. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
ÍNDICE DE COMÉRCIO INTRASSETOR INDUSTRIAL
Esse índice mostra a dinâmica do comércio exterior entre países que têm em comum um mesmo setor
produtivo29. Tenha-se como exemplo o caso do comércio intrassetor industrial entre Brasil e México. Ambos são
países que abrigam uma indústria automobilística desenvolvida. Apesar de parecerem competidoras no cenário
internacional, essas indústrias são, na verdade, parceiras. Peças de veículos produzidas em grande escala no Brasil
abastecem não apenas o mercado nacional, como também o mexicano. Indústrias do México são especialistas na
fabricação de determinados itens que servem tanto aos automóveis mexicanos quanto aos brasileiros. Ocorre
também de o Brasil exportar para o México peças que serão utilizadas na montagem de componentes mais
complexos, que serão, posteriormente, importados pelo Brasil. Todos esses movimentos ocorrem tanto do lado
brasileiro quanto do mexicano. Assim, as indústrias de ambos os países “cooperam” entre si, gerando o chamado
comércio intrassetor industrial.
29
Mais informações sobre as características do comércio intrassetor industrial podem ser obtidas no Anexo 3 deste estudo.
50
A Tabela 09 mostra os produtos que integram a pauta do comércio intrassetor industrial entre Brasil e
México.30
Tabela 09 - Comércio Intrassetor Industrial – Brasil-México
CNAE
Descrição
2003
2004
34 Fabricação e montagem de veículos automotores, reboques e carrocerias
Fabricação de automóveis, caminhonetas e
utilitários
26 Fabricação de produtos de minerais não-metálicos
264 Fabricação de produtos cerâmicos
2005
2006
2007
2008
0,12
0,10
0,12
0,43
0,75
0,86
0,04
0,08
0,22
0,44
0,40
0,75
0,75
0,62
0,94
0,73
0,96
0,63
18 Confecção de artigos do vestuário
181 Confecção de artigos do vestuário
0,07
0,08
0,12
0,37
0,93
182
0,13
Fabricação de acessórios do vestuário e de
0,05
segurança profissional
Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos
Fabricação de geradores, transformadores e
0,33
motores elétricos
Fabricação de equipamentos para distribuição
0,76
e controle de energia elétrica
Fabricação de fios, cabos e condutores elétricos
0,89
Fabricação de lâmpadas e equipamentos de
0,45
iluminação
Fabricação de material elétrico para veículos 0,61
exceto baterias
Fabricação de outros equipamentos e aparelhos
0,55
elétricos
Edição, impressão e reprodução de gravações
0,11
0,33
0,09
0,16
0,92
0,31
0,31
0,34
0,40
0,52
0,91
0,81
0,74
0,76
0,95
0,15
0,65
0,53
0,89
0,72
0,43
0,31
0,26
0,65
0,97
0,50
0,46
0,39
0,69
0,69
0,48
0,62
0,60
0,79
0,66
341
261 Fabricação de vidro e de produtos de vidro
31
311
312
313
315
316
319
22
221 Edição e impressão
0,56
0,43
0,36
0,42
0,94
0,90
223 Reprodução de materiais gravados
0,00
0,00
0,00
0,00
0,72
0,84
15 Fabricação de produtos alimentícios e bebidas
Processamento, preservação e produção de
152
conservas de frutas, legumes e outros vegetais
158 Fabricação de outros produtos alimentícios
0,34
0,00
0,01
0,49
0,97
0,89
0,42
0,31
0,38
0,21
0,33
0,60
Fabricação de equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, instrumentos de precisão e ópticos, equipamentos para
33
automação industrial, cronômetros e relógios
Fabricação de aparelhos e instrumentos para
331 usos médico-hospitalares, odontológicos e de
0,23
0,39
0,35
0,23
0,43
0,89
laboratórios e aparelhos ortopédicos
Fabricação de aparelhos e instrumentos de
332 medida, testes e controle - exceto equipamentos
0,96
0,82
0,88
1,00
0,79
0,67
para controle de processos industriais
14 Extração de minerais não metálicos
142 Extração de outros minerais não metálicos
0,88
0,81
0,84
0,70
0,88
0,61
0,33
0,52
0,95
0,30
0,61
0,95
0,87
0,82
Fabricação de produtos e preparados químicos
0,76
0,72
diversos
Fabricação de sabões, detergentes, produtos de
0,48
0,63
limpeza e artigos de perfumaria
Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes, lacas e
0,66
0,95
produtos afins
Fabricação de produtos de metal (exclusive máquinas e equipamentos)
Fabricação
de
tanques,
caldeiras
e
0,98
0,13
reservatórios metálicos
Fabricação de produtos diversos de metal
0,15
0,21
0,99
0,83
0,80
0,92
0,71
0,86
0,84
0,90
0,56
0,61
0,55
0,76
0,62
0,48
0,74
0,75
0,17
0,56
0,05
0,86
0,29
0,32
0,58
0,82
24 Fabricação de produtos químicos
Fabricação de fibras, fios, cabos e filamentos
244
contínuos, artificiais e sintéticos
245 Fabricação de produtos farmacêuticos
249
247
248
28
282
289
30
A classificação setorial empregada no cálculo do índice de comércio intrassetorial é a Classificação Nacional de Atividades Econômicas
(CNAE), versão 1.0, detalhada em 3 dígitos.
51
Fonte: MDIC. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
Verifica-se que praticamente todos os setores em que predomina o comércio intrassetor industrial são
segmentos da indústria de transformação. Efetivamente, é nos segmentos industriais com alto valor agregado
que se concentra o comércio intrassetor industrial entre o Brasil e o México. Em 2008, esse valor representou
aproximadamente 30% da pauta de exportações do Brasil para o México, chegando a 35% em 2009.
Os setores em que praticamente 100% das trocas comerciais entre Brasil e México ocorreram
intrassetorialmente em 2008 foram “confecções e artigo do vestuário” e “fabricação de acessórios do vestuário e
de segurança profissional”, que, em conjunto, somaram US$ 2,2 milhões.
É importante analisar a evolução do comércio intrassetorial ocorrida no subsetor de fabricação de
automóveis, caminhonetas e utilitários, que passou de 0,12, em 2003, para 0,86 em 2008. Essa consolidação
ocorreu a partir do acordo automotivo Mercosul-México (acordo de complementação econômica número 55),
que entrou em vigor em janeiro de 2003. Esse movimento gerou ganhos maiores para o México já que as
exportações brasileiras para aquele país diminuíram de US$ 1,2 bilhão, em 2003, para US$ 798 milhões, em 2008,
enquanto as exportações do México para o Brasil aumentaram de US$ 790 milhões para US$ 1,05 bilhão.
Considerando o setor como um todo31, a economia brasileira exportou para o mercado mexicano US$ 1,9 bilhão
em 2003, decaindo, em 2008, para US$ 910,5 milhões. Já as exportações do México para o Brasil passaram de US$
119 milhões para US$ 1,2 bilhão.
ÍNDICE DE ESPECIALIZAÇÃO EXPORTADORA (IEE)
Esse indicador aponta se um país é especialista na exportação de produtos de determinado setor para um
mercado definido. Neste estudo, o Índice de Especialização Exportadora confronta a especialização exportadora
de setores brasileiros para o mundo com a especialização importadora desses setores do México em relação ao
mundo. Um valor de IEE superior a 1 sugere que, no setor analisado, o Brasil tem vantagem de especialização
exportadora no México. Isso não significa que o setor brasileiro com elevado IEE no México tenha assegurado o
mercado consumidor daquele país. O setor agrícola do Brasil, por exemplo, tem elevado IEE no México que,
apesar disso, compra produtos agrícolas dos Estados Unidos. Por isso, é necessário analisar o Índice de
Especialização Exportadora, junto com o Índice de Complementaridade de Comércio e com a participação do
setor no total importado do país.
31
CNAE 2 dígitos.
52
Em geral, os setores identificados com especialização exportadora do Brasil no México são produtores
ou processadores de commodities ou intensivos em mão de obra.
Uma análise especial deve ser feita no subsetor de fabricação e refino de açúcar. Em 2003, as empresas
brasileiras exportaram mais de US$ 7,9 milhões para o México, conquistando uma participação de 13% das
importações mexicanas. Já em 2008, o setor não contabilizou nenhuma exportação para aquele país. Enquanto as
exportações brasileiras declinaram, as compras do México cresceram 10,8% ao ano, entre 2003 e 2008. Isso
significa que, apesar de o Brasil ter um elevado IEE no setor de fabricação e refino de açúcar no México, aquele
país está adquirindo seus produtos de outro mercado exportador.
O único subsetor brasileiro que apresentou bons Índices de Especialização Exportadora no México e
que, apesar disso, nunca exportou para aquele mercado foi o de fabricação de cimento.
Tabela 10 – Índice de Especialização Exportadora – México
53
CNAE
Descrição
13 Extração de minerais metálicos
131 Extração de minério de ferro
132 Extração de minerais metálicos não ferrosos
35 Fabricação de outros equipamentos de transporte
351 Construção e reparação de embarcações
2003
2004
92,99
1,08
60,06
1,85
2005
60,49
2,09
2006
2007
2008
71,94
1,64
86,33
3,72
64,55
4,65
0,38
36,94
7,78
,45
24,98
34,98
11,94
19,88
23,18
16,54
9,11
11,20
1,25
1,48
1,49
1,23
1,02
0,87
2,66
2,11
2,90
5,18
5,69
5,03
39,46
39,94
55,34
22,83
19,59
27,75
4,05
4,69
4,87
4,65
5,04
5,02
7,04
5,71
4,82
5,25
6,62
5,17
15,76
13,37
9,40
7,65
7,40
6,97
82,03
27,50
45,05
23,14
124,43
22,53
48,03
23,52
62,18
21,67
83,66
22,60
1,22
1,10
0,98
1,00
1,03
1,06
191 Curtimento e outras preparações de couro
193 Fabricação de calçados
01 Agricultura, pecuária e serviços relacionados
11 Produção de lavouras temporárias
3,54
9,45
3,00
9,90
3,35
8,86
5,08
7,58
6,51
6,82
5,53
5,24
2,93
3,15
2,94
2,74
2,95
2,55
13 Produção de lavouras permanentes
14 Pecuária
20 Fabricação de produtos de madeira
201 Desdobramento de madeira
6,96
1,44
7,76
1,71
8,93
1,22
8,54
1,61
8,71
2,99
8,26
3,38
4,62
4,61
4,20
4,44
4,26
3,40
5,04
5,74
4,27
3,88
3,55
2,46
6,11
2,11
6,00
2,04
5,38
1,70
5,99
1,67
5,64
1,59
5,01
,89
13,66
2,60
10,23
2,18
9,89
2,16
11,71
1,81
21,80
1,60
18,65
1,34
1,52
1,96
1,04
1,73
0,91
1,60
0,90
1,69
0,82
1,66
1,25
1,44
2,00
0,95
0,81
0,78
0,86
0,85
10,75
7,93
8,13
8,42
8,74
9,04
1,24
1,03
1,02
,94
,95
,89
2,49
3,30
6,07
7,70
10,38
6,40
1,70
2,09
2,10
1,90
1,42
1,14
4,06
4,63
4,19
3,29
4,00
2,76
1,26
1,05
2,39
2,18
1,95
1,86
1,80
2,03
2,28
2,39
353
Construção, montagem e reparação de aeronaves
359 Fabricação de outros equipamentos de transporte
11 Extração de petróleo e serviços relacionados
111 Extração de petróleo e gás natural
16 Fabricação de produtos do fumo
160 Fabricação de produtos do fumo
15 Fabricação de produtos alimentícios e bebidas
Abate e preparação de produtos de carne e
151
pescado
Processamento, preservação e produção de
152
conservas de frutas, legumes e outros vegetais
153 Produção de óleos e gorduras vegetais e animais
156 Fabricação e refino de açúcar
157 Torrefação e moagem de café
158 Fabricação de outros produtos alimentícios
19 Preparação de couros e fabricação de artefatos
Fabricação de produtos de madeira, cortiça e
202
material trançado - exceto móveis
14 Extração de minerais não metálicos
141 Extração de pedra, areia e argila
142 Extração de outros minerais não metálicos
27 Metalurgia básica
271 Produção de ferro-gusa e de ferroligas
272 Siderurgia
273 Fabricação de tubos - exceto em siderúrgicas
274 Metalurgia de metais não ferrosos
275 Fundição
21 Fabricação de celulose, papel e produtos de papel
Fabricação de celulose e outras pastas para a
211
fabricação de papel
Fabricação de papel, papelão liso, cartolina e
212
cartão
26 Fabricação de produtos de minerais não metálicos
262 Fabricação de cimento
264 Fabricação de produtos cerâmicos
Aparelhagem de pedras e fabricação de cal e de
269
3,58
3,91
outros produtos de minerais não metálicos
05 Pesca, aquicultura e serviços relacionados
51 Pesca, aquicultura e serviços relacionados
6,54
6,59
34 Fabricação e montagem de veículos automotores, reboques e carrocerias
342 Fabricação de caminhões e ônibus
1,53
2,02
343 Fabricação de cabines, carrocerias e reboques
1,70
1,65
54
Fonte: GTIS. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
ÍNDICE DE PREÇOS E ÍNDICE DE QUANTUM
Neste estudo, os cálculos do Índice de Preços e do Índice de Quantum (quantidade)32 medem,
respectivamente, quanto o preço e a quantidade exportada influenciam no aumento ou diminuição do valor das
exportações brasileiras para o mercado mexicano.
Analisando o passado recente, verifica-se que, em 2004, a taxa de crescimento do valor exportado para
o México foi de 44,1%, sendo 28,9% decorrentes de um aumento da quantidade (quantum) exportada e 11,8% da
variação de preços dos produtos. A partir do ano de 2005, a quantidade exportada apresentou taxas de
crescimento negativas, atingindo, em 2009, um decréscimo de 34,8%, como resultado da crise econômica que
afetou a economia mundial.
O aumento de preços dos produtos exportados pelo Brasil para o México pode estar associado à
alteração do tipo de produto vendido. Efetivamente, a participação do setor de máquinas e equipamentos, cujos
produtos têm maior valor agregado e, por conseguinte, maior preço médio, vem crescendo na pauta de
exportações brasileiras para a economia mexicana.
32
O índice de preços adotado é o Índice de Fischer, que consiste na média geométrica dos índices de Laspeyres e de Paasche (ver final
desta nota). O Índice de Fischer mede a variação dos preços, e, quanto maior ele for, maior a variação de preços verificada nas exportações
brasileiras para o país em foco. O índice de quantum, por sua vez, é obtido pela divisão do índice de variação do valor exportado pelo
índice de Fischer (índice de preços) e mede o crescimento do volume exportado. Nesta análise, a medida de quantidade utilizada é o peso
(em quilogramas) dos produtos, disponível nos dados de exportação divulgados pelo MDIC/Aliceweb. Salienta-se que, para o cálculo do
índice de preços, foram excluídas, por produto, as taxas de crescimento do valor exportado que foram consideradas casos extremos da
amostra, partindo da observação do gráfico Box-Plot de cada ano.
O índice de Laspeyres pondera preços de insumos em duas épocas, inicial e atual, tomando como pesos as quantidades definidas para
esses insumos na época inicial.
O índice de Paasche, por sua vez, pondera os preços nas épocas inicial e atual, mas tomando como pesos as quantidades arbitradas para os
insumos na época atual.
55
Gráfico 22 – Crescimento de valor, índice de preços e índice de quantum das exportações brasileiras para o
México
44,1%
28,9%
11,8%
11,7%
9,4%
8,5%
17,2%
10,6%
2,9%
0,%
-5,1%
-2,0%
-4,2%
-4,4%
-13,6%
2004
2005
2006
-14,3%
2007
2008
2009
-37,5%
Crescimento de valor
Índice de preços (Fischer)
-34,8%
Índice de quantum
Fonte: MDIC. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
56
PARTE 5
OPORTUNIDADES COMERCIAIS
PARA O BRASIL NO MÉXICO
57
OPORTUNIDADES COMERCIAIS PARA O BRASIL NO MÉXICO
As oportunidades para os exportadores brasileiros no mercado mexicano foram identificadas através de
uma metodologia desenvolvida pela Apex-Brasil, que pode ser encontrada no Anexo 1. Em termos gerais, a
metodologia faz o cruzamento das importações mexicanas com as exportações brasileiras para o México,
apontando as melhores chances para grupos e subgrupos de produtos33 brasileiros.
O trabalho inicia-se com o levantamento dos 5.503 produtos que o México importou de todo o mundo
em 2008. Esses produtos foram separados da seguinte maneira34:
•
Produtos com Exportações Incipientes – são aqueles cuja participação brasileira nas importações
mexicanas é muito baixa, ou seja, o Brasil vende pouco para o México. Também são considerados como
exportações incipientes aqueles produtos cuja exportação brasileira para o México não é contínua35. Outra
característica dos produtos incipientes é que o Brasil é especialista em sua exportação36 e, em relação a eles, o
mercado mexicano apresenta bom nível de dinamismo37. A conjunção desses dois últimos fatores indica que há
chances para as exportações brasileiras, mas elas precisam ser trabalhadas numa estratégia de abertura do
mercado mexicano. Daí porque os subgrupos formados pelos produtos com exportações incipientes são
denominados “a desenvolver”.
•
Produtos com Exportações Expressivas – são aqueles cuja participação brasileira nas importações
mexicanas é maior do que 1%, ou seja, o Brasil tem um volume significativo de vendas para o México. Além disso,
a exportação brasileira desses produtos para o México é contínua. Os subgrupos de produtos com exportações
expressivas são classificados em cinco categorias:
33
Os produtos analisados no estudo são reunidos em grupos e subgrupos de acordo com critérios definidos pela Secretaria de Comércio Exterior
do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Os grupos, que são amplos, dividem-se em subgrupos. Normalmente, a denominação dos
grupos é abrangente e genérica, enquanto a dos subgrupos é mais específica, permitindo que se identifiquem com maior clareza os produtos neles
incluídos.
34
Os critérios utilizados para classificar as exportações como incipientes e expressivas são apresentados no Anexo 2.
35
Exportações contínuas são aquelas que, a partir da primeira venda efetuada, não são interrompidas em nenhum ano posterior. Em um
período de quatro anos, se determinado produto foi vendido apenas nos dois primeiros anos, suas exportações são consideradas
descontínuas. Se, no entanto, as vendas do produto se iniciaram no terceiro ano e se repetiram no quarto, as exportações são
consideradas contínuas.
36
O Brasil é especialista na exportação de um produto quando, na pauta de exportações brasileira, esse produto é mais importante do que
na pauta de exportações do mundo. A especialização de um país na exportação de determinado produto é medida por meio do cálculo da
vantagem comparativa revelada (VCR). Explicações mais detalhadas sobre esse assunto são fornecidas no Anexo 2.
37
Constata-se que alguns grupos de produtos mexicanos são mais dinâmicos do que outros, ou seja, suas importações crescem em um
ritmo mais acelerado do que as importações mundiais. Efetivamente, quanto mais dinâmico é um grupo de produtos, maior é o
crescimento de suas importações e mais atraente ele se torna para os exportadores brasileiros. Foram, então, selecionados os subgrupos
de produtos mexicanos considerados muito dinâmicos, dinâmicos e de dinamismo intermediário. As faixas de dinamismo utilizadas no
estudo estão descritas no Anexo 2.
58
−
Consolidados38 - é o caso dos subgrupos de produtos brasileiros que já estão bem posicionados no mercado
mexicano (sua participação é igual ou superior a 30%) e gozam de uma situação confortável em relação a seus
principais concorrentes. A estratégia de atuação para esses grupos de produtos é de manutenção do espaço já
conquistado. Aqui estão boas oportunidades para as exportações brasileiras;
−
Em risco39 - é o caso dos subgrupos de produtos que já estiveram consolidados no mercado mexicano e, hoje,
ainda têm uma participação significativa nele, mas vêm perdendo, ano após ano, espaço para os concorrentes.
Esses grupos de produtos demandam uma estratégia distinta dos grupos consolidados, pois aqui deve haver um
esforço para retomar o espaço perdido ou para, ao menos, reduzir a rapidez com que o Brasil perde participação
no mercado mexicano para seus concorrentes;
−
Em declínio40 - é o caso dos subgrupos de produtos brasileiros que nunca estiveram consolidados no México e
que vêm perdendo participação nesse mercado. Aqui as oportunidades para os exportadores brasileiros são
menos interessantes;
−
A consolidar41 - é o caso dos subgrupos de produtos que ainda não são consolidados, mas que estão crescendo no
mercado mexicano em um ritmo próximo ou superior ao dos concorrentes. Aqui estão as melhores
oportunidades para os exportadores brasileiros; e
−
Desvio de comércio - é o caso de subgrupos de produtos em que o crescimento médio das exportações brasileiras
é inferior ao das exportações dos concorrentes, sendo que o Brasil apresenta vantagens na exportação do grupo
de produtos observado ( >1), ao contrário de seu principal concorrente (. 1). Isso indica que há
algum elemento não determinado pela simples observação dos fluxos comerciais globais favorecendo nosso
principal concorrente naquele mercado específico (como acordos comerciais, proximidade geográfica, etc.), o que
provavelmente demanda um esforço distinto da promoção comercial a ser contornado pelo Brasil.
A partir da observação da Tabela 11, nota-se que, nas vendas do Brasil para o México, há muito mais
produtos com exportações incipientes (79,9%) do que expressivas (20,0%), ainda que o valor das exportações
expressivas (86,5) seja bastante superior ao das exportações incipientes (13,45%).
38
O Brasil tem uma participação mínima de 30% nas importações mexicanas, e o crescimento médio das exportações brasileiras para o país
é superior ao do concorrente, ou inferior em até 25% do crescimento das exportações do concorrente no período analisado.
39
A participação brasileira nas importações do país é igual ou superior a 30%, mas o crescimento médio das exportações dos concorrentes
supera em mais de 25% o do Brasil no período analisado.
40
A participação brasileira nas importações do México é inferior a 30%, e o crescimento médio das exportações brasileiras é negativo, ou
inferior a 15%, desde que o crescimento médio das exportações dos concorrentes seja superior a 25% do crescimento das exportações do
Brasil.
41
A participação brasileira nas importações do país é inferior a 30%, mas o crescimento médio das exportações brasileiras é superior a 15%
ao ano e, caso seja inferior a 15%, é superior a três quartos do valor do crescimento dos concorrentes no período analisado.
59
Tabela 11 - Classificação de produtos importados pelo México
Importações
Exportações
Exportações
Importações totais do totais do
brasileiras para o
Classificação Nº de SH6 Nº de SH6 (%)
brasileiras para o
México – 2008 (US$) México em
México - 2008
México – 2008 (US$)
2008 (%)
(%)
Expressivo
602
11,16
61.905.393.261
20,06
4.485.663.495
86,55
Incipiente
4.794
88,84
246.677.726.679
79,94
696.999.939
13,45
Total
5.396
100,00
308.583.119.940
100,00
5.182.663.434
100,00
Fonte: UICC – Apex-Brasil, a partir de dados do COMTRADE
A aplicação da metodologia permitiu identificar que há oportunidades no mercado mexicano tanto para
os grupos de produtos com exportações incipientes quanto para os que têm exportações expressivas.
Para apresentar as oportunidades de exportação para o mercado mexicano, os subgrupos de produtos
brasileiros foram organizados em quatro grandes complexos: “agronegócio, alimentos e bebidas”, “casa e
construção”, “máquinas e equipamentos”e “moda”. Há produtos que permeiam mais de um complexo ou não se
encaixam em nenhum deles. Por isso, são classificados no complexo “multissetorial e outros”. Para cada um
desses complexos, são apresentados os subgrupos com exportações incipientes e expressivas.
AGRONEGÓCIO, ALIMENTOS E BEBIDAS
O complexo “agronegócio, alimentos e bebidas” representou, em 2009, 8,2% do total das importações
do México. Isso significou mais de US$ 18,7 bilhões importados por aquele país no referido ano. Esse complexo
registrou crescimento médio de 6,5% considerando-se os valores das importações mexicanas entre 2004 e 2009.
Os principais subgrupos de produtos importados pelo México desse complexo foram: cereais em grão e
esmagados; massas alimentícias e preparações alimentícias; soja mesmo triturada; sementes oleaginosas (exceto
soja), plantas ind. e med., gomas e sucos e extratos vegetais, mat.; e leite e derivados.
A produção agrícola do México destina-se ao abastecimento nacional assim como de novos mercados e
padrões de consumo. De acordo com a Secretaria de Agricultura, Pecuária, Desenvolvimento Rural, Pesca e
Alimentação do México – Sagarpa42 –, o país tem problemas de abastecimento alimentar devido à
heterogeneidade dos canais de distribuição, problemas de qualidade e certificações, mudanças nas normas,
falhas em informação e falta de políticas públicas para que esses problemas sejam amenizados.
42
Secretaría de Agricultura, Ganadería, Desarrollo Rural, Pesca y Alimentación – www.sagarpa.gob.mx
60
Segundo o Instituto Nacional de Estatística e Geografia do México – INEGI43 –, o PIB do setor agrícola e
de alimentos foi de 1,1 bilhão de pesos mexicanos44 em 2009. Como composição do setor, segundo a classificação
do Instituto, a participação, em 2009, foi de 44,6% para indústria de alimentos, 24,9% para agricultura, 14% para
pecuária, 13,1% para bebidas e tabaco e 3,4% para indústrias florestal e pesqueira.
A balança comercial dos setores mexicanos de agropecuária e agroindústria, de acordo com dados do
Banco do México45, teve um déficit de US$ 2,8 bilhões em 2009, sendo que, no ano anterior, esse déficit tinha
sido de US$ 7,5 bilhões.
De acordo com dados da Sagarpa, em 2008, milho, cana-de-açúcar, pastos, trigo, sorgo, tomate e
abacate responderam por 52,2% do valor produzido pela agricultura. Já em relação à criação de animais, segundo
o Serviço de Informação Agroalimentar e de Pesca do México – SIAP46 –, as aves (frangos) corresponderam a 40%
em peso e a 37% do valor produzido em 2009, enquanto os bovinos corresponderam a 38,8% em peso e 40% do
valor. Os outros 21% em valor produzidos ficaram entre suínos (18%), ovinos, caprinos e perus.
A agroindústria, segundo dados da Sagarpa, tem desenvolvimento bastante heterogêneo no país,
apresentando produções que empregam alta tecnologia enquanto outras não dispõem dos mesmos recursos. Em
relação à atividade da agroindústria, 71% da sua composição representa elaboração de produtos de panificação,
bebidas, carnes processadas e produtos lácteos.
Os gastos do governo com pesquisa, inovação e desenvolvimento dos setores de agricultura, pecuária,
desenvolvimento rural, pesca e alimentação, em 2007, representaram 6,6% do gasto total (2,3 bilhões de pesos
mexicanos). O México cultiva algodão geneticamente modificado desde 2006 e soja geneticamente modificada
desde 1997, enquanto o milho está em fase experimental.
A Secretaria de Agricultura do México gere o Programa Setorial de Desenvolvimento Agropecuário e
Pesqueiro (2007-2012), que tem como objetivos aumentar o nível de desenvolvimento humano da população
rural, ter produtos de origem rural e da pesca para consumo nacional com qualidade, aumentar a renda dos
produtores com agregação de valor e possibilidade de exportação, diminuir a degradação do meio ambiente e
promover o desenvolvimento do meio rural.
43
Instituto Nacional de Estadística y Geografía – www.inegi.org.mx
44
Cotação do peso mexicano em 19/11/2010 – 1 peso = R$ 0,14
45
Banco de México – www.banxico.org.mx
46
Servicio de Información Agroalimentaria y Pesquera – www.siap.gob.mx
61
Desde a entrada do México no Acordo de Livre Comércio da América do Norte — Nafta —, a agricultura
do país tem se diversificado, apesar do maior benefício para os setores de frutas e vegetais, que são exportados
para os países do bloco. A produção de orgânicos é de cerca de 100 mil hectares e está majoritariamente voltada
para a exportação para os Estados Unidos.
A produção interna mexicana deve seguir duas normas para comercialização no país, as quais estão
previstas na Lei Federal sobre Metrologia e Normalização – LFMN –, que são as Normas Oficiais Mexicanas – NOM
– e as Normas Mexicanas – NMX.
Os canais de distribuição tradicionais são maioria no México em relação aos modernos, fazendo com que
os primeiros acarretem perdas de 15 a 35% nas vendas, enquanto os últimos levem a perdas de 7 a 15%. Nos
centros urbanos, as famílias fazem suas compras de alimentos em supermercados e lojas de conveniência. Na
área rural, o governo tem um sistema de distribuição dos produtos básicos.
No setor de alimentos embalados, segundo estudo do Euromonitor47, a tendência é de que os
consumidores optem por produtos de marcas mais baratas e comercializados em pequenas embalagens. Os
consumidores de renda mais baixa tendem a comprar em pequenos mercados independentes, de uma a duas
vezes por semana.
O consumo de alimentos, segundo dados do Euromonitor, cresceu 31% entre 2000 e 2007, enquanto o
consumo de bebidas cresceu 39% no mesmo período. Os produtos cujo consumo teve crescimento mais rápido
foram peixes, frutos do mar, gorduras, leites, queijos e ovos. A tendência por consumo de produtos mais
saudáveis é favorável para a venda de sucos e chás prontos para beber. Ainda de acordo com dados do
Euromonitor, o consumo per capita de bebidas não alcoólicas e alimentos no México foi de US$ 1.347,7048 em
2007.
EXPORTAÇÕES INCIPIENTES
Os subgrupos de produtos com exportações incipientes que têm perspectivas de exportação para o
México são listados na Tabela 12. Esses subgrupos têm em comum os fatos de o Brasil ser especialista em sua
47
O Euromonitor International é uma empresa privada provedora de informações mercadológicas acerca das preferências do consumidor e
do desempenho e da atuação da indústria em diversos países. Criada em 1972, possui 600 analistas e escritórios em Londres, Chicago,
Cidade de Cingapura, Xangai e Vilna (Lituânia). Para mais informações, consulte: www.euromonitor.com.
48
Para comparação, o gasto no Brasil com alimentos foi de US$ 1.005,82 e de bebidas não alcoólicas de US$ 21,75 em 2007 – Fonte:
Consumer Lifestyle 2009, Euromonitor.
62
exportação49 e de o mercado mexicano ter bom nível de dinamismo50. A conjunção desses dois fatores indica que
há chances para as exportações brasileiras, mas elas precisam ser trabalhadas numa estratégia de abertura do
mercado mexicano. Daí porque esses subgrupos de produtos serem denominados “a desenvolver”.
Tabela 12 – Subgrupos de produtos classificados como “a desenvolver” – Agronegócio, Alimentos e Bebidas
Grupos de produtos
Subgrupos de produtos
Crescimento
Importações
médio anual das
do México em
imp. do México
2008 (US$)
2003 - 2008 (%)
Nº de
SH6
Dinamismo
VCR do
Brasil
Carne de aves
Carne de frango in natura
4
407.240.164
20,75 Intermediário
25,66
Carne de aves
Carne de peru in natura
4
336.522.661
15,21
Dinâmico
7,34
Carne suína
Carne de suíno in natura
6
658.193.683
13,73
Dinâmico
4,35
Cereais em grão e esmagados Cereais em grão e esmagados
41 4.917.110.258
16,44 Intermediário
1,26
Farinhas para animais
Farinhas para animais
22
704.148.808
20,83 Intermediário
,92
Soja (grãos, óleos e farelo)
Farelo de soja
1
372.919.774
19,16 Intermediário
19,73
Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
No subgrupo “Carne de frango in natura”, foram identificados dois SH destaques, que são o 020712 –
“carnes de galos e galinhas da espécie doméstica não cortadas em pedaços, congeladas” – e o 020714 – “pedaços
e miudezas comestíveis de galos e galinhas da espécie doméstica, congelados” –, que corresponderam a 56,2%
das importações do subgrupo a desenvolver, apesar de o Brasil não ter exportado esses produtos para o México
em 2008.
Para o subgrupo “carne de peru in natura”, houve um SH destaque, o 020727 – “carnes de peruas e de
perus, da espécie doméstica, em pedaços e miudezas comestíveis, congeladas” –, que correspondeu a 32% das
importações mexicanas do subgrupo, com crescimento médio de 12,4% entre 2003 e 2008.
No caso das carnes suínas, os SH destaques foram responsáveis por 18% das importações do subgrupo em
2008. Os códigos destacados foram o SH 020321 – “carcaças e meias-carcaças de suíno, congeladas” –, e o SH
020329 – “outras carnes de suíno, congeladas” –, sendo que o primeiro teve um crescimento médio nas
49
O Brasil é especialista na exportação de um produto quando, na pauta de exportações brasileira, este produto é mais importante do que
na pauta de exportações do mundo. A especialização de um país na exportação de determinado produto é medida através do cálculo da
vantagem comparativa revelada (VCR). Explicações mais detalhadas sobre este assunto são fornecidas na metodologia encontrada no
Anexo 2.
50
Constata-se que alguns grupos de produtos mexicanos são mais dinâmicos que outros, ou seja, suas importações crescem em um ritmo
mais acelerado que as importações mundiais. Efetivamente, quanto mais dinâmico é um grupo de produtos, maior é o crescimento de suas
importações e mais atraente ele se torna para os exportadores brasileiros. Foram então selecionados os grupos de produtos mexicanos
considerados muito dinâmicos, dinâmicos e de dinamismo intermediário. As faixas de dinamismo utilizadas no estudo estão descritas na
metodologia, no Anexo 2.
63
importações de 101,4% de 2003 a 2008, enquanto o segundo teve um aumento, em média, de 9,3% nas
importações mexicanas no mesmo período.
No subgrupo de maior valor importado pelo México, “cereais em grão e esmagados”, encontram-se cinco
SH destaques, a saber: 100590 – “milho, exceto para semeadura” –, 100340 – “arroz quebrado (trinca de arroz)” –
, 100700 – “sorgo em grão” –, 110220 – “farinha de milho” – e 110313 – “grumos e sêmolas de milho”. Esses SH
juntos corresponderam a 55,8% das importações mexicanas do subgrupo em 2008, sendo que, desse total, o
Brasil somente exportou “farinha de milho”. Entre os três SH mais importados do subgrupo, estão os SH 100590,
100700 e 100190 – “trigo (exceto trigo duro) e mistura de trigo com centeio”, somando 80% das importações do
subgrupo.
O SH classificado como “a desenvolver” no subgrupo “farelo de soja” foi o 230400 – “tortas e outros
resíduos sólidos da extração do óleo de soja (farelo de soja)”.
Em “farinhas para animais”, os SH destaques somaram 44% das importações do subgrupo, sendo eles:
230110 – “farinhas, pós e pellets de carnes ou de miudezas, impróprios para alimentação humana; torresmos” –,
230250 – “sêmeas, farelos e outros resíduos de leguminosas” –, 230610 – “tortas e outros resíduos sólidos da
extração de óleo de algodão” – e 230990 – “outras preparações para alimentação de animais”.
EXPORTAÇÕES EXPRESSIVAS
•
Subgrupos “A CONSOLIDAR”
As importações mexicanas dos subgrupos classificados como “a consolidar” alcançaram US$ 351,6
milhões em 2008, ano em que a participação média das exportações brasileiras para esses subgrupos de produtos
atingiu 12%.
Merece destaque, na relação apresentada na Tabela 13, o valor importado pelo México do grupo de
produtos “chocolate e suas preparações”, cujo SH “outros chocolates e preparações alimentícias contendo cacau”
correspondeu a 57% do total comprado pelo país dos subgrupos “a consolidar” em 2008. Os maiores
fornecedores têm sido Canadá e Argentina, além dos Estados Unidos, os quais juntos responderam por 87% das
importações do país em 2008. As importações oriundas dos Estados Unidos tiveram crescimento médio de 13%
de 2004 a 2009, enquanto as dos outros dois principais fornecedores cresceram, em média, 32% e 8%,
respectivamente.
O crescimento médio das exportações brasileiras dos subgrupos de produtos “a consolidar” tem sido
maior do que o dos concorrentes para todos os casos, com destaque para “carne de boi industrializada”, em que
64
o país teve um crescimento médio das exportações de 75%, mantendo-se como quarto maior fornecedor desse
produto para o mercado.
Tabela 13 - Subgrupos de produtos classificados como “a consolidar” – Exportações expressivas
Grupos de produtos
Cacau e prod. de
confeitaria (com e sem
cacau)
Cereais em grão e
esmagados
Chocolates, balas e
confeitos
Gorduras e óleos
animais e vegetais
Preparações de carnes,
peixes e crustáceos
Sementes
oleaginosas (exceto
soja), plantas ind. E
med., gomas e sucos e
extratos vegetais; mat.
Sucos
Subgrupos de produtos
Pasta de cacau
Cereais em grão e
esmagados
Chocolate e suas
preparações
Gorduras e óleos animais e
vegetais
Carne de boi
industrializada
Sementes
oleaginosas (exceto soja),
plantas ind. E med., gomas
e sucos e extratos
vegetais; mat.
Demais sucos
Suco de laranja não
congelado
Exportações Crescimento Crescimento Participa
Importações
Principal Participação
brasileiras médio dos
médio do
ção
do México
concorren do principal
para o
concorrentes Brasil entre brasileira
em 2008
te em concorrente
México em entre 2003- 2003-2008 em 2008
(US$)
2008 em 2008 (%)
2008 (US$)
2008 (%)
(%)
(%)
Nº de
SH6
2
1.638.298
337.307
124,71
127,73
4
46.526.468
6.729.293
2,27
58,00
1 195.880.602
4
18.601.380
1.835.012
2.328.845
21,64
15,59
20,59Colômbia
Estados
14,46 Unidos
58,37
49,2
14,32
Estados
12,52 Unidos
17,9
44,3
1.093.792
-7,89
74,68
4
65.934.014 12.347.713
7,82
15,05
18,73 Unidos
3
13.359.360
369.348
25
60,76
1
2.546.093
243.333
-7
112,80
7.074.367
72,9
Estados
,94 Unidos
Estados
15,46 Unidos
1
26,4
Estados
2,76 Chile
Estados
9,56 Unidos
71,4
54,9
88,9
Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
Dentre os subgrupos apontados como “exportações expressivas a consolidar”, encontra-se, no Gráfico 23,
o comportamento dos principais fornecedores para o mercado mexicano. Observam-se a manutenção dos
Estados Unidos como o principal fornecedor para o mercado durante todo o período, com crescimento médio de
17%, e a ascensão do Canadá sobre a Argentina no fornecimento ao mercado mexicano. Dentre os principais
fornecedores, o Canadá foi o que apresentou maior crescimento médio no período, de 44%. Os cinco maiores
fornecedores foram responsáveis por 91% da importação mexicana de chocolate e suas preparações no ano de
2008. O Brasil foi o oitavo maior fornecedor em 2008, com o crescimento de suas exportações bastante superior
ao dos concorrentes.
65
Gráfico 23: Participação dos principais fornecedores do subgrupo “chocolate e suas preparações” (%) – 2003 – 2008
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
Estados Unidos
2003
2004
2005
2006
2007
2008
59,46
54,60
51,97
44,87
39,29
49,25
Canadá
9,93
10,36
5,99
9,02
27,25
23,31
Argentina
18,31
18,31
16,05
16,19
16,71
14,07
Chile
3,34
5,62
2,87
2,75
1,99
3,03
Itália
1,51
0,68
1,49
2,17
2,76
1,77
Outros
7,46
10,44
21,63
25,01
12,00
8,57
Fonte: GTIS. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
•
Subgrupos “CONSOLIDADOS”
Abaixo, indicamos os cinco subgrupos expressivos classificados como “consolidados” e os três
classificados como “desvio de comércio”. Os subgrupos consolidados somaram US$ 351,6 milhões, dos quais o
Brasil exportou US$ 25,3 milhões. Nos subgrupos classificados como “desvio de comércio”, foram importados US$
503 milhões, nos quais a participação do Brasil foi de US$ 20,8 milhões.
Entre os subgrupos apresentados como “consolidados”, o Brasil teve maior crescimento médio nas
exportações do subgrupo “manteiga de cacau” para o México. No ano de 2009, o Brasil foi o oitavo maior
fornecedor para o mercado, sendo que, em 2008, era o segundo maior fornecedor.
De acordo com estudo do Euromonitor51, em 2009, a venda de chás no México respondeu por 4% das
vendas de bebidas quentes, somando Mx$ 877 milhões, com crescimento médio de 2,7% entre 2004 e 2009. A
51
Hot drinks, Euromonitor International, March 2010.
66
previsão é de que as vendas sejam de Mx$ 1,1 bilhão em 2014. O Brasil é o principal fornecedor no subgrupo de
“chá, mate e especiarias”.
Nos demais subgrupos consolidados – “álcool etílico”, “castanhas de caju” e “leite e derivados” –, o Brasil
é o principal fornecedor.
Tabela 14 – Subgrupos de produtos de exportações expressivas “consolidados”
Grupos de
produtos
Subgrupos de
produtos
Nº de
SH6
Açúcar e álcool Álcool etílico
Cacau e prod.
de confeitaria
(com e sem
cacau)
Chá, mate e
especiarias
Exportações Crescimento Crescimento Participa
Importações
Principal Participação
brasileiras médio dos
médio do
ção
do México
concorren do principal
para o
concorrentes Brasil entre brasileira
Classificação
em 2008
te em concorrente
México em entre 2003 - 2003 -2008 em 2008
(US$)
2008 em 2008 (%)
2008 (US$)
2008 (%)
(%)
(%)
Estados
1 33.515.290 15.808.630
-15,47
3,59
47,17
29,71 Consolidado
Unidos
Manteiga de cacau
1
3.509.512
1.334.020
72,06
108,90
38,01 Colômbia
Chá, mate e
especiarias
4 10.811.753
9.543.088
-12,73
27,23
88,27
Frutas
Castanhas de caju
1
3.753.255
3.095.882
-10,59
21,50
82,49
Leite e
laticínios
Leite e derivados
1
13.460
9.898
-30,14
-11,95
73,54
52,66 Consolidado
Estados
Unidos
Estados
Unidos
Estados
Unidos
2,05 Consolidado
14,35 Consolidado
26,46 Consolidado
Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
Nos subgrupos classificados como “desvio de comércio”, apesar de o Brasil ter uma VCR bem maior do
que a dos principais concorrentes, a participação de mercado é bastante pequena, e as exportações para o
México não têm crescido.
Tabela 15 – Subgrupos de produtos de exportações expressivas “desvio de comércio”
Grupos de produtos
Açúcar e álcool
Chocolates, balas e
confeitos
Subgrupos de
produtos
Crescimento Crescimento Participa
Exportações
Participação
VCR do
Nº Importações
médio dos
médio do
ção
Principal
VCR do
brasileiras para
do principal
Principal
de do país em
concorrentes Brasil entre brasileira concorrente
Brasil em
o México em
concorrente
Concorren
SH6 2008 (US$)
entre 2003 2003-2008 em 2008 em 2008
2008
2008 (US$)
em 2008 (%)
te em 2008
2008 (%)
(%)
(%)
Açúcar refinado
1
91.093.707
67.156
21,46
-67,47
,07
Estados
Unidos
91,6
14,14
,08
Produtos de
confeitaria, sem
2
93.091.038
1.180.425
3,70
-6,26
1,27
Estados
Unidos
67,2
1,77
,51
6 200.101.807
12.391.607
7,88
-3,96
6,19
Estados
Unidos
43,8
1,08
,97
cacau
Massas alimentícias Massas alimentícias
e preparações
e preparações
alimentícias
alimentícias
Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
CASA E CONSTRUÇÃO
O México, assim como o Brasil, está em plena atividade no setor imobiliário. Esse cenário vem sendo
beneficiado pelas perspectivas econômicas, pelo contexto político e pelas recentes leis que favorecem a entrada
de investimentos estrangeiros. Todos esses fatores contribuíram para deflagrar uma onda de construções nos
67
setores residencial e comercial. Essa efervescência ocorreu após um período de seguidas baixas, iniciado em
2001, quando os preços de bens imóveis chegaram a cair em torno de 25%, prejudicando especialmente o
segmento de escritórios comerciais.
O crescimento do setor imobiliário no México, mais especificamente a construção de moradias com foco
nas classes trabalhadoras e na classe média, foi impulsionado pelo então presidente Vicente Fox. As taxas de
juros mais baixas deram impulso a esse crescimento e resultaram em hipotecas mais baratas. A construção civil
no México apresenta previsões bastante animadoras e segue a tendência de melhoria da infraestrutura que
acompanha o novo modelo de desenvolvimento mexicano, apoiado nos acordos internacionais que
impulsionaram o crescimento do comércio internacional do país.
O México encontra-se entre os países com melhor perspectiva de crescimento para o setor de
construção civil, com previsões de crescimento de 6,4% para o período de 2009 a 2014 e de 6,2% para o período
de 2014 a 2020. Em 2007, o país apresentou o Plano Nacional de Infraestruturas, que representa um
investimento de US$ 20 bilhões no período entre 2007 e 2012. Esse plano envolve atividades relacionadas com a
melhoria da rede de infraestrutura (desde estradas até gasodutos), das linhas de transmissão de energia, dos
portos, dentre outros.
As vendas do segmento de móveis e decoração52 no México atingiram US$ 13,7 bilhões em 2008,
crescimento de 2,2% com relação ao ano anterior. Considerando-se o período entre 2003 e 2008, o crescimento
nas vendas desses produtos foi de 6,5%. Do total das vendas, 5,12% foram em comercialização de tapetes e
outras coberturas para piso53, 35,10% em artigos têxteis para o lar e decoração de interiores54 e 59,78% em
52
A definição do Euromonitor para “móveis e decoração” compreende: a mobília e outros artigos móveis de uma residência que são
necessários ou úteis para conforto e conveniência. Os itens devem estar novos ao serem vendidos para o consumidor; artigos para
decoração de interiores que sejam de segunda mão estão excluídos. Antiguidades também estão excluídas.
53
O Euromonitor define “tapetes e outras coberturas para piso” como: qualquer cobertura móvel para o piso, geralmente feita de tecido
tufado. Esta categoria inclui tapetes avulsos/tapetes para cômodos e corredores, além de capachos e tapetes para banheiro. Estão
excluídas dessa categoria quaisquer coberturas para pisos, móveis ou fixas, tais como carpetes, linóleo, piso laminado, piso de madeira,
parquê e azulejos. Esses itens estão incluídos na categoria de “dry wall/piso/coberturas para janelas“.
54
De acordo com a definição do Euromonitor, “artigos têxteis para o lar e decoração de interiores” são: artigos para o lar feitos com
qualquer tipo de tecido e não descritos supra. Podem ser de tecido, material sintético, couro, pele de animais ou suas combinações. Inclui
tecidos/estofamentos para decoração de interiores; acortinados, cortinas, tapeçaria, cortinas de porta e persianas de tecido; artigos para
cama (tais como futons, colchões, camas e travesseiros); roupa de cama (como lençóis, fronhas, cobertores, mantas, edredons e colchas);
mesa (toalhas de mesa, guardanapos de mesa, jogos americanos de tecido); banho (toalhas e luvas para banho); e outros artigos para o lar
feitos de tecido, como almofadas, sacolas de compras, sacolas de roupa suja, sacolas para sapatos, capas para roupas e/ou mobília,
bandeiras, mosquiteiros, guardanapos e guarda-sóis. Bolsas e bagagens estão excluídas. Todos os tapetes e carpetes que não sejam fixos
estão excluídos e classificados juntamente com carpetes e outras coberturas para piso.
68
mobília. Todos esses subsetores do referido segmento apresentaram crescimento nas vendas entre 2003 e 2008.
Vale lembrar que as vendas desses produtos tendem a acompanhar a ampliação do setor imobiliário, que
apresentou crescimento no México, sobretudo a partir de 2005.
As principais empresas que comercializaram esses produtos no México, em 2008, foram: Grupo Elektra
SA de CV com 6,9% das vendas; Grupo Famsa SA de CV com 5,8% de mercado; Almacenes Coppel SA de CV com
3,9%; Muebleria Standard responsável por 2,5% das vendas; Decore Muebles SA de CV com 2,1%; Muebles Dico
SA de CV com 1,6% das vendas; Maderarte SA com 1,3% das vendas; Muebleria Aragon SA de CV com 1,2% e
outras empresas com 74,7% de mercado. As principais marcas comercializadas naquele país em 2008 foram:
Elektra, Famsa, Coppel, Muebleria Standard, Decore, Dico, Maderarte, Aragon, Holimaga e Troncoso.
Com relação à distribuição, os móveis e artigos de decoração foram comercializados quase em sua
totalidade por lojas varejistas no mercado mexicano em 2008. Essas vendas corresponderam a 98,7% do total
comercializado, sendo que 8,0% desse total foram comercializados em lojas varejistas de alimentos e 90,7% em
outros varejistas. Na categoria “outros”, estão varejistas de mercadorias em geral (33,0%); lojas de ferragens,
ferramentas e bricolagem (2,7%); lojas de móveis e decoração (41,2%); e outros tipos de lojas varejistas (13,9%).
Além das vendas em lojas varejistas, o restante (1,3%) foi comercializado por meio de vendas por catálogos (1,1%)
e vendas pela internet (0,2%). Ressalta-se que não foram registradas vendas por telemarketing no período
analisado (2003-2008), o que pode denotar uma característica particular do mercado mexicano.
De acordo com dados disponibilizados pelo Euromonitor, estima-se que o crescimento médio no
segmento de móveis e decoração, entre os anos de 2008 e 2013, gire em torno de 2,5%. O subsetor de tapetes e
outras coberturas para piso poderá ter crescimento médio de 2,5% até 2013. Para o subsetor de mobília, projetase crescimento médio também de 2,5% para os próximos anos. Por fim, espera-se crescimento médio de 2,4%
para os subsetores de artigos têxteis para o lar e decoração de interiores até 2013.
Com relação ao segmento de artigos para o lar55, as vendas, em 2008, atingiram US$ 3 bilhões, aumento
de 2,5% comparando-se com o ano anterior. Se for considerado o período entre 2003 e 2008, observa-se
crescimento de 6,2% nas vendas desses produtos. Do total comercializado em 2008, 51,24% foram em vendas de
55
A definição do Euromonitor de “artigos para o lar” compreende: utensílios de cozinha, pratos, artigos para mesa, cutelaria, copos e
outros pequenos artigos utilizados num lar. Os itens devem estar novos ao serem vendidos para o consumidor; estão excluídos os artigos
para o lar de segunda mão. Antiguidades também estão excluídas. “Decoração de interiores” – a mobília e outros artigos móveis de uma
residência que são necessários ou úteis para conforto e conveniência. Os itens devem estar novos ao serem vendidos para o consumidor;
artigos para decoração de interiores que sejam de segunda mão estão excluídos. Antigüidades também estão excluídas.
69
louças e utensílios para mesa56, 17,06% em vendas de utensílios para cozinhar57 e 16,23% em vendas de utensílios
de vidro58. Cutelaria59 aparece com 8,50% das vendas em 2008 e louças e utensílios para cozinha60 com 6,96% do
total comercializado naquele ano. Todos esses subsetores apresentaram crescimento comparando-se o valor
comercializando tanto no ano anterior quanto no período entre 2003 e 2008.
As empresas que mais comercializaram esses produtos no mercado mexicano em 2008 foram: Libbey
Inc. com 8,6% das vendas; Groupe SEB Mexicana SA de CV com 7,7% do mercado; World Kitchen Mexico, que
respondeu por 7,5% das vendas naquele ano; Grupo Industrial Saltillo com 6,7% do mercado; Ekco SA de CV com
3,6% das vendas; Oneida SA de CV com 2,7% do mercado; Almacenes El Anfora SA de CV com 2,4% das vendas e
Arc International Mexico SA de CV com 1,7% do mercado. As marcas próprias responderam por 6,0% e as de
outras empresas por 53,3% das vendas em 2008. As principais marcas comercializadas naquele ano foram: Crisa,
Tefal, Cinsa, Ekco, Oneida, El Anfora, Pyrex, Corelle, Visions, Luminarc, Santa Anita, Corningware e Gibson.
56
A definição do Euromonitor para “louças e utensílios para mesa” corresponde a: pratos, utensílios de vidro e prata utilizados na
preparação da mesa para uma refeição. Essa categoria inclui conjuntos de jantar, xícaras, utensílios para servir alimentos, toalhas de mesa,
jogos americanos e porta-copos.
57
De acordo com a definição do Euromonitor, “utensílios para cozinhar” engloba: utensílios de cozinha feitos de material que não derrete
facilmente, destinados, principalmente, ao preparo de alimentos. Inclui panelas, frigideiras, woks, caçarolas, panelas de pressão. Inclui,
também, utensílios de vidro (inclusive caçarolas resistentes ao calor e panelas de vitrocerâmica).
58
“Utensílios de vidro” pela definição do Euromonitor compreende: artigos domésticos de mesa feitos de vidro. Excluídos itens de
armazenamento (ex. jarras de vidro), pois estão incluídos em utensílios de cozinha. Inclui utensílios para beber feitos de vidro (copos,
taças, garrafas e jarras). Não inclui utensílios para cozinhar feitos de vidro (incluindo caçarolas resistentes ao calor e panelas de
vitrocerâmica) nem louças de mesa (pratos de vidro, tigelas, travessas e centros de mesa); estes produtos devem ser categorizados,
respectivamente, como utensílios para cozinhar e louças de mesa. Utensílios para cozinha: utensílios para uso na cozinha. Excluídos os
utensílios utilizados para cozinhar, principalmente panelas e frigideiras. Inclui cafeteiras e bules, tábuas de cozinha, suporte para utensílios
de cozinha e paneleiro, lixeiras para cozinha, balanças para cozinha, despensa, porta-pão, organizadores de cozinha, carrinhos de cozinha,
jogos de facas com suporte, porta-xícaras, porta-rolo de papel, suporte para prato, ralo de cozinha, organizador de temperos, adegas,
filtros de água, etc.
59
“Cutelaria”, de acordo com a definição do Euromonitor, significa: instrumentos e ferramentas para cortar, utensílios como facas, garfos e
colheres utilizados como utensílios para a mesa. Qualquer instrumento ou melhoria utilizado para cortar e comer alimentos (facas, garfos e
colheres). Essa categoria também inclui melhorias para o ato de preparar e servir alimentos, tais como facas de cozinha, conjunto de facas,
colheres para cozinhar e conchas. Estão incluídos todos os tipos de materiais, tais como prata, laminados de prata, aço inox, madeira,
porcelana, plástico e acrílico. Palitos também estão incluídos. Talheres descartáveis, tais como facas/garfos/colheres e palitos descartáveis
estão excluídos.
60
De acordo com a definição do Euromonitor “utensílios para cozinha” engloba: utensílios de uso na cozinha. Utensílios, principalmente
tigelas e panelas utilizadas para cozinhar, estão excluídos. Esta categoria inclui cafeteiras e bules, tábuas de cortar, suportes para utensílios
de cozinha e paneleiros, latas de lixo para cozinha, balanças de cozinha, despensa, porta-pão, organizadores de cozinha, carrinhos de
cozinha, jogos de facas com suporte, porta-xícaras, porta-rolo de papel, suporte para prato, ralo de cozinha, organizador de temperos,
adegas, filtros de água, etc.
70
A comercialização de artigos para o lar no México deu-se quase na totalidade em lojas varejistas, que
foram responsáveis pelas vendas de 98,7% do total comercializado desses produtos. Mais especificamente, 28,1%
foram vendidos em lojas varejistas de alimentos e 70,6% em outros varejistas. Esses outros varejistas foram
varejistas de mercadorias em geral (18,3%); lojas de ferragens, ferramentas e bricolagem (1,0%); lojas de móveis e
objetos de decoração (29,4%); e outros tipos de lojas varejistas (21,9%). 1,3% restante foi comercializado por
vendas por catálogo e pela internet (apenas 0,1%). Ressalta-se que, para esses produtos, também não foram
registradas vendas por telemarketing.
Segundo dados do Euromonitor, estima-se crescimento de 2,8% nas vendas de artigos para o lar no
México até 2013. Todos os grupos de produtos mencionados deverão apresentar crescimento, sobretudo os
utensílios para cozinha e os artigos de cutelaria.
A seguir são destacadas as principais oportunidades para casa e construção no mercado mexicano. O
volume que aquele país importou desses produtos, em 2008, chegou a US$ 16,7 bilhões, sendo que a participação
brasileira nesse total foi de US$ 277 milhões.
EXPORTAÇÕES INCIPIENTES
•
Subgrupos “A DESENVOLVER”
O subgrupo de produtos do complexo Casa e Construção com exportações incipientes que tem
perspectivas de exportação para o México está listado na Tabela 16. Esse subgrupo caracteriza-se pelos fatos de o
Brasil ser especialista em sua exportação61 e de o mercado mexicano apresentar bom nível de dinamismo62. Esses
dois fatores, se considerados conjuntamente, podem indicar que existem chances para as exportações brasileiras,
embora elas tenham que ser trabalhadas em uma estratégia de abertura do mercado mexicano. Por isso mesmo
esse subgrupo de produtos foi denominado “a desenvolver”.
61
O Brasil é especialista na exportação de um produto quando, na pauta de exportações brasileira, este produto é mais importante do que
na pauta de exportações do mundo. A especialização de um país na exportação de determinado produto é medida por meio do cálculo da
vantagem comparativa revelada (VCR). Explicações mais detalhadas sobre esse assunto são fornecidas na metodologia encontrada no
Anexo 2.
62
Constata-se que alguns grupos de produtos mexicanos são mais dinâmicos que outros, ou seja, suas importações crescem em um ritmo
mais acelerado que as importações mundiais. Efetivamente, quanto mais dinâmico for um grupo de produtos, maior será o crescimento de
suas importações e mais atraente ele se torna para os exportadores brasileiros. São então selecionados os subgrupos de produtos
considerados muito dinâmicos, dinâmicos e de dinamismo intermediário em determinado mercado. No caso específico do complexo casa e
construção no México somente foram identificados produtos de dinamismo intermediário. As faixas de dinamismo utilizadas no estudo
estão descritas na metodologia também no Anexo 2.
71
A Tabela 16 destaca o subgrupo “demais produtos minerais”, cujas exportações brasileiras para o
México ainda encontram-se em estágio inicial (exportações incipientes). Dos 69 SH6 inclusos em “produtos
minerais”, seis foram identificados como destaque, sendo que três SH6 merecem ênfase: 250410 – “grafita
natural, em pó ou em escamas” –, 250610 – “quartzo” – e 250700 – “caulim e outras argilas caulínicas, mesmo
calcinadas”. Esse último produto mereceu maior ênfase, pois apresentou VCR do Brasil naquele mercado de 12,31
e porque sua participação nas importações do subgrupo no México, em 2008, foi de 12,09%.
Tabela 16: Subgrupos de produtos de exportações expressivas “a desenvolver”
Grupos de produtos
Produtos minerais
Subgrupos de produtos
Demais produtos minerais
Nº de
SH6
Crescimento
Importações
médio anual das
do México em
imp. do México
2008 (US$)
2003 - 2008 (%)
69
532.698.758
Dinamismo
VCR do
Brasil
14,42 Intermediário
1,35
Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
EXPORTAÇÕES EXPRESSIVAS
• Subgrupos “A CONSOLIDAR”
A Tabela 17 detalha os subgrupos de produtos de exportações expressivas “a consolidar” do complexo
Casa e Construção. Ressalta-se que os subgrupos classificados como “a consolidar” são considerados como as
melhores oportunidades para os produtos brasileiros no mercado mexicano.
Tabela 17 – Subgrupos de produtos de exportações expressivas “a consolidar”
Grupos de produtos
Subgrupos de
produtos
Ferramentas e
Ferramentas, talheres e talheres
outras obras de metais
Obras de metais
Crescimento
Exportações
Nº Importações do
médio dos
brasileiras para
de México em 2008
concorrentes
o México em
SH6
(US$)
entre 20032008 (US$)
2008 (%)
Crescimento
Participação
médio do Participação Principal
do principal
Brasil entre brasileira concorrente
concorrente
2003-2008 em 2008 (%) em 2008
em 2008 (%)
(%)
26
548.225.662
48.159.499
10,58
20,68
8,78
4
319.613.357
5.040.567
13,23
13,99
1,58
Madeiras, cortiças e
obras de trançaria
Madeira compensada
ou contraplacada
4
246.235.900
6.665.345
149,72
72,88
2,71
Máquinas e motores
Torneiras e válvulas
1
103.999.033
6.593.402
9,89
51,73
6,34
Obras de pedras e
semelhantes
Obras diversas
Obras de pedras e
semelhantes
Obras diversas
11
147.908.766
32.638.197
17,58
44,71
22,07
8
81.452.902
6.785.197
12,03
14,92
8,33
Produtos de limpeza
Produtos de limpeza
2
10.664.471
476.861
14,81
151,14
4,47
Tintas
Extratos tanantes e
tintoriais
10
250.306.747
16.016.237
5,64
22,14
6,40
Vidro e suas obras
Vidro e suas obras
17
429.157.659
30.237.390
4,99
13,39
7,05
Estados
Unidos
Estados
Unidos
Chile
Estados
Unidos
Estados
Unidos
China
Estados
Unidos
Estados
Unidos
Estados
Unidos
39,9
57,5
37,4
72,1
37,5
25,6
46,2
45,8
70,2
Fonte: UICC – Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
72
Dentre os subgrupos mencionados na Tabela 17, serão analisados em maior detalhe os subgrupos:
“ferramentas e talheres”, “obras de pedras e semelhantes” e “vidro e suas obras”. Esses subgrupos destacaramse por apresentarem os maiores valores importados pelo México e os maiores valores exportados pelo Brasil para
aquele mercado em 2008.
O subgrupo “ferramentas e talheres” sobressai pelo valor exportado pelo Brasil para o México em 2008,
que foi de US$ 48 milhões. Nesse subgrupo, o Brasil apresentou crescimento médio de 20,68% entre 2003 e 2008.
Dentre os SH6 que o compõem, convém mencionar o SH6 200730 – “ferramentas intercambiáveis de embutir,
estampar ou de puncionar, de metais comuns” –, que foi responsável pelo maior valor importado pelo México
desse subgrupo em 2008 (US$ 308 milhões), representando 56,24% do total importado, e também pelo maior
valor exportado pelo Brasil para aquele mercado (US$ 23,8 milhões), representando 49,61% do total exportado
desse subgrupo. Também se apresentou como relevante o SH6 821220 – “lâminas de barbear, de segurança,
incluídos os esboços em tiras, de metais comuns” –, que foi responsável pelo segundo maior valor exportado pelo
Brasil entre os produtos desse subgrupo (US$ 6,5 milhões), representando 13,64% do total de exportações
brasileiras para o México desse subgrupo.
O Gráfico 24 analisa a evolução da participação dos principais fornecedores no subgrupo “ferramentas e
talheres”. Observa-se uma queda na participação dos Estados Unidos, principal fornecedor, que, em 2003, era de
49,82% e caiu para 39,91% em 2008. Observa-se, ainda, uma crescente participação de China, Canadá e Brasil,
principais fornecedores entre os anos analisados. Ademais, verifica-se que não houve tendência à concentração
de mercado, pois foi alta a participação dos demais concorrentes (outros) ao longo do período analisado.
73
Gráfico 24 – Participação dos principais fornecedores do subgrupo “ferramentas e talheres” (%) – 2003 a 2008
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Estados Unidos
49,82
36,43
38,00
32,56
42,29
39,91
China
7,26
7,15
8,01
8,26
10,49
11,33
Canadá
6,82
9,23
10,74
9,98
6,04
10,07
Brasil
5,86
5,13
6,30
6,74
5,66
8,78
Japão
6,90
7,33
11,60
12,66
6,65
5,37
Outros
23,35
34,73
25,34
29,79
28,87
24,54
Fonte: GTIS. Elaboração: UICC — Apex-Brasil.
Em relação ao subgrupo “obras de pedras e semelhantes”, as importações mexicanas atingiram um valor
de aproximadamente US$ 148 milhões em 2008. O Brasil apresentou crescimento médio de 44,71% para esse
subgrupo entre os anos de 2003 e 2008 e exportou US$ 32,6 milhões para o México em 2008. Dos SH6 que
compõem o referido subgrupo, vale mencionar o SH6 680223 – “granito, talhado ou serrado, de superfície plana
ou lisa” –, que foi responsável pelo segundo maior valor importado pelo México desse subgrupo de produtos em
2008 (US$ 30,9 milhões), representando 20,93% do total importado, e pelo maior valor exportado pelo Brasil para
aquele mercado (US$ 16,6 milhões), representando 51,14% do total exportado para o México desse subgrupo.
Vale destacar também o SH6 680510 – “abrasivos naturais ou artificiais, em pó ou em grãos, aplicados apenas
sobre tecidos de matérias têxteis” –, que representa o produto mais importado pelo México desse subgrupo (US$
47,9 milhões), o que significou 32,39% do total importado pelo México desse subgrupo de produtos e que
representou também 13,29% das exportações brasileiras para o mercado mexicano (US$ 4,3 milhões) em 2008
considerando-se esse subgrupo de produtos.
O subgrupo “vidro e suas obras” foi destacado pelo valor importado pelo México em 2008, que foi de
aproximadamente US$ 429 milhões. O Brasil exportou cerca de US$ 30 milhões em produtos desse subgrupo para
o México em 2008 e apresentou crescimento médio de 13,39% considerando-se os anos de 2003 a 2008. Dentre
os SH6 que merecem destaque, aponta-se o SH6 700910 – “espelhos retrovisores para veículos” –, que foi o
responsável pelo maior valor importado pelo México em 2008 considerando-se esse subgrupo de produtos (US$
74
92,1 milhões), o que equivale a 21,47% do total importado, e pelo segundo maior valor exportado pelo Brasil (US$
6,5 milhões), o que representa 21,72% do total exportado pelo Brasil para aquele mercado também
considerando-se esse subgrupo de produtos. Foi relevante ainda o SH6 700231 – “tubos de quartzo ou de outras
sílicas fundidos, não trabalhados” –, cujas importações mexicanas (US$ 45 milhões) corresponderam a 10,50% do
total importado por aquele país desse subgrupo de produtos e que representaram o maior valor exportado pelo
Brasil para o México (US$ 7,3 milhões) em 2008, totalizando 24,16% de todas as exportações desse subgrupo de
produtos para o mercado mexicano.
•
Subgrupos “CONSOLIDADO” e “EM DECLÍNIO”
A Tabela 18 apresenta os subgrupos de produtos classificados como “consolidados” e “em declínio” do
complexo Casa e Construção. Cumpre ressaltar que, para esse complexo, não houve classificação de subgrupos
como “em risco”.
Tabela 18 – Subgrupos de produtos classificados como “consolidados” e “em declínio”
Grupos de
produtos
Subgrupos de
produtos
Produtos
Demais produtos
minerais
minerais
Madeiras,
Madeira laminada
cortiças e obras
Madeira serrada
Produtos
Produtos cerâmicos
cerâmicos
Nº
de
SH6
Exportações Crescimento Crescimento
Importações
Participação
brasileiras
médio dos
médio do Participação Principal
do México
do principal
para o
concorrentes Brasil entre brasileira concorrente
Classificação
em 2008
concorrente
México em entre 2003 - 2003 -2008 em 2008 (%) em 2008
(US$)
em 2008 (%)
2008 (US$)
2008 (%)
(%)
8
11.336.880
6.069.591
3,45
132,26
53,54 Canadá
3
60.243.235
716.905
10,65
-10,17
2 375.406.718
11.217.252
12,91
-10,56
Estados
Unidos
2,99 Chile
4 167.502.254
3.740.314
6,00
-10,68
2,23 China
1,19
15,5 Consolidado
48,2 Em declínio
48,0 Em declínio
44,7 Em declínio
Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
No subgrupo de produtos “demais produtos minerais”, classificado como “consolidado”, sobressai o
produto SH6 252490 – “outras formas de amianto (asbesto)” –, cujo valor importado pelo México foi de US$ 6,7
milhões, em 2008, e o valor exportado pelo Brasil para aquele país foi, no mesmo ano, de US$ 4,9 milhões,
embora não tenha havido importação desse produto nos anos anteriores analisados. Outro SH6 desse subgrupo
que convém ser mencionado é o 251400 – “ardósia, inclusive desbastada ou cortada em blocos ou placas” –, que
apresentou crescimento médio de 11,68% nas importações mexicanas entre 2003 e 2008 e crescimento médio de
24,29% nas exportações brasileiras para o México no mesmo período.
Os três subgrupos classificados como “em declínio” totalizaram US$ 603 milhões em importações
mexicanas em 2008, do quais US$ 15,6 milhões foram fornecidos pelo Brasil. Ressalte-se que a participação
brasileira com esses produtos no mercado mexicano é baixa e que os principais concorrentes apresentam
participação superior a 40%. Trata-se de produtos que registraram crescimento médio negativo ou bastante
inferior ao verificado para os concorrentes entre os anos de 2003 e 2008 e, por isso mesmo, apresentaram queda
75
de participação no mercado mexicano. Foi o que aconteceu com o SH6 440710 – “madeira de coníferas, serrada,
cortada em folhas ou desenrolada, de espessura > 6mm” –, do subgrupo “madeira serrada”, que registrou queda
de US$ 7,6 milhões no valor exportado pelo Brasil para o México comparando-se o ano de 2008 e o ano de 2003,
o que significou uma retração média de 10,88%. Nesse mesmo período, as importações mexicanas do referido
SH6 registraram aumento de US$ 149 milhões considerando-se o ano de 2008 em relação ao ano de 2003, ou
seja, houve crescimento médio de 11,63%, com grande aumento das importações provenientes do Chile e dos
Estados Unidos.
Situação semelhante foi observada no subgrupo de “produtos cerâmicos” para o SH6 691200 – “louças,
outros artigos de uso da espécie doméstica e de higiene ou de toucador, de cerâmica, exceto de porcelana” –,
que apresentou decréscimo de US$ 1,2 milhão no valor das exportações brasileiras para o mercado mexicano
comparando-se os anos de 2008 e 2003, com retração média de 44,94%. As importações mexicanas desse
produto tiveram aumento de US$ 19,9 milhões considerando-se o valor importado em 2008 e o valor importado
em 2003. No período, o crescimento médio registrado foi de 15,43%, e o principal fornecedor para o mercado
mexicano foi a China, com 78% de mercado em 2008, seguida por Colômbia, com 7,05% do mercado mexicano, e
por Portugal, com 5,65% do mercado em 2008.
•
Subgrupos “DESVIO DE COMÉRCIO”
Quatro subgrupos foram classificados como “desvio de comércio”. Para esses produtos, ainda que o
Brasil possua alguma especialidade na exportação demonstrada pela VCR (vantagem comparativa revelada)
verificada, a participação de mercado e o crescimento médio brasileiro são inferiores aos registrados para os
concorrentes, o que evidencia que existem outros fatores que causam influência nesse cenário. A Tabela 19
evidencia esses subgrupos.
Tabela 19: Subgrupos de produtos classificados como “desvio de comércio”
Grupos de
produtos
Madeiras,
cortiças e
obras de
trançaria
Subgrupos de
produtos
Demais madeiras e
manufaturas de
madeiras
Obras de
marcenaria ou
carpintaria
Móveis e mobiliário
médico-cirúrgico
Tubos de ferro
Produtos
fundido,ferro ou
metalúrgicos
aço
Móveis
Crescimento Crescimento
Exportações
Principal Participação VCR do
VCR do
Nº Importações do
médio dos
médio do Participação
brasileiras para
concorren do principal Brasil
Principal
de
país em 2008
concorrentes Brasil entre
brasileira
o México em
te em
concorrente
em
Concorrente
SH6
(US$)
entre 2003 2003-2008 em 2008 (%)
2008 (US$)
2008
em 2008 (%)
2008
em 2008
2008 (%)
(%)
4
74.742.087
4.237.003
17,37
1,60
5,67
Estados
Unidos
53,15
8,92
0,84
4
34.452.349
1.473.998
26,16
10,31
4,28
Estados
Unidos
30,18
4,18
0,38
11
478.471.007
17.858.268
21,65
9,00
3,73
Estados
Unidos
44,17
1,01
0,39
2
16.966.735
22.527
0,55
-17,59
0,13
Estados
Unidos
68,17
1,58
0,77
Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
76
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
O complexo “Máquinas e Equipamentos” representou, em 2008, 54,2% do total das importações do
México. Isso significou US$ 124,2 bilhões importados por aquele país no ano. Esse complexo registrou
crescimento médio de 2,4% considerando-se os valores das importações mexicanas entre 2003 e 2008.
Os principais subgrupos de produtos desse complexo importados pelo México em 2008 foram:
“aparelhos transmissores e receptores”, “plásticos e suas obras”, “autopeças”, “computadores e acessórios” e
“demais materiais elétricos e eletrônicos”, os quais corresponderam a 53,1% das importações, os quais
corresponderam a 50% das importações no ano.
Já em 2009, os principais subgrupos de produtos importados pelo México foram: “demais máquinas,
aparelhos e instrumentos mecânicos”, “plásticos e suas obras”, “demais materiais elétricos e eletrônicos”,
“geradores e transformadores elétricos” e “aparelhos transmissores e receptores”, os quais corresponderam a
53,1% das importações.
Entre os produtos desse complexo, o setor automobilístico destaca-se no México. No país, existem
várias empresas instaladas no sistema de maquiladoras63, o que é incentivado pela inserção no Nafta – tendo
como principal mercado os Estados Unidos – e pela posição geográfica na América Latina. A atividade da indústria
maquiladora no país corresponde a cerca de 30% das importações e 40% das exportações do país.
As empresas maquiladoras estão majoritariamente localizadas na região norte do país, estando
envolvidas nos setores automobilístico, têxtil, moveleiro e de aparelhos elétricos. Desde 1996, a indústria local
que fornece peças e outros materiais para as essas indústrias estão sendo beneficiadas pelo mesmo regime de
duty-free das maquiladoras.
Segundo a Unidade de Inteligência do The Economist – EIU64 –, 56% das exportações mexicanas em 2008
foram provenientes de maquiladoras, das quais os principais produtos exportados foram eletrônicos, seguidos
por carros e peças, minerais e ferro, alimentos e bebidas, químicos e têxteis.
63
As maquiladoras são empresas multinacionais que importam as peças de suas matrizes para a montagem no país e posterior exportação.
64
Economist Intelligence Unit. Trata-se de uma importante firma de pesquisa e consultoria, líder no fornecimento de análises econômicas e
políticas para diversos países. Fundada em 1946 e parte integrante do The Economist Group, a empresa conta com mais de 40 escritórios
no mundo, tendo, entre seus clientes, instituições financeiras, empresas internacionais, universidades e agências governamentais. Para
mais informações, acesse: www.eiu.com.
77
Segundo o informe de novembro do Instituto Nacional de Estatística e Geografia do México – INEGI65 –,
que contempla informações sobre a atividade econômica do país até setembro de 2010, a produção industrial
mexicana aumentou 6,3% em relação ao ano anterior. A indústria de manufatura cresceu 8,3%, a de construção
4,7%, a de eletricidade, água e gás 2,7% e a de mineração 2,7%, em relação ao mesmo mês de 2008.
Os principais setores que contribuíram para o crescimento da indústria de manufatura mexicana foram
veículos; máquinas e equipamentos; indústrias metálicas básicas; equipamentos de geração de eletricidade e
equipamentos elétricos; produtos metálicos; indústria de alimentos; indústria de plásticos e de borracha;
produtos à base de minerais não metálicos; móveis e produtos relacionados; e indústria do papel.
De acordo com estudos do Serviço Comercial dos Estados Unidos66, alguns setores terão maior
necessidade de compra de máquinas e equipamentos. O setor de agricultura no México já importa 90% da
tecnologia e dos equipamentos utilizados, podendo haver espaço para os produtos brasileiros. Já no setor
automotivo, pelo número de montadoras instaladas, as maiores oportunidades seriam em relação ao
fornecimento de peças. No setor hoteleiro e de restaurantes, a principal demanda seria na parte de cozinha
industrial, incluindo a parte de equipamentos específicos como fogões, fornos e refrigeradores, os quais são
importados majoritariamente dos Estados Unidos.
O crescimento nas vendas de embalagem, de 5,8% em 2008 em relação a 2005, indica a possível
necessidade de equipamentos para o setor, incluindo as embalagens de papel, plástico, vidro e outros. O setor
alimentício é responsável por 40% do consumo de embalagens no país, seguido por farmacêuticos e cosméticos.
EXPORTAÇÕES INCIPIENTES
O subgrupo de produtos com exportações incipientes que tem perspectivas de exportação para o México
está na Tabela 20. Esse subgrupo tem em comum os fatos de o Brasil ser especialista em sua exportação e de o
mercado mexicano ter bom nível de dinamismo. A conjunção desses dois fatores indica que há chances para as
exportações brasileiras, mas elas precisam ser trabalhadas numa estratégia de abertura do mercado mexicano.
Daí porque esses subgrupos de produtos serem denominados “a desenvolver”.
65
Instituto Nacional de Estadística y Geografía – www.inegi.org.mx
66
US Commercial Service – Doing Business in Mexico: 2010 Country Commercial Guide for U.S Companies.
78
Tabela 20 – Subgrupos de produtos classificados como “a desenvolver”
Subgrupos de
produtos
Grupos de produtos
Veículos automotores e suas partes
Crescimento
Importações
médio anual das
do México em
Dinamismo
imp. do México
2008 (US$)
2003 - 2008 (%)
Nº de
SH6
Veículos de carga
6
804.873.904
56,16
Muito
dinâmico
VCR do
Brasil
1,52
Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
Analisando-se o subgrupo, verifica-se que três SH6 foram indicados como destaque, sendo responsáveis
por US$ 745,7 milhões importados pelo país em 2008:
SH6 870410 - "dumpers concebidos para serem utilizados fora de rodovias”.
SH6 870421 – “veículos automóveis para transporte de mercadorias, com motor de pistão, de ignição
por compressão, de peso em carga máxima de 5 toneladas”.
SH6 870422 – “veículos automóveis para transporte de mercadorias, com motor de pistão, de ignição
por compressão, de peso em carga máxima entre 5 toneladas e 20 toneladas”.
EXPORTAÇÕES EXPRESSIVAS
•
Subgrupos A CONSOLIDAR
A Tabela 21 apresenta os subgrupos de produtos “a consolidar”, entre os quais há vários SH destaques,
dos quais serão explorados os citados abaixo.
Borracha e suas obras
No subgrupo “pneumáticos e câmaras de ar”, os SH destaques são 401110 – “pneus novos de borracha
dos tipos utilizados em automóveis de passageiros” – e 401120 – “pneus novos de borracha dos tipos utilizados
em ônibus ou caminhões” –, os quais, juntos, somam 90% das exportações brasileiras em 2008. As importações
mexicanas desses produtos cresceram, em média, 12% no período.
Materiais elétricos e eletroeletrônicos
No subgrupo “aparelhos e dispositivos elétricos de ignição e arranque”, o destaque foi o SH 851190 –
“partes de aparelhos e dispositivos elétricos de ignição ou de arranque da posição 8511”, do qual o Brasil
exportou US$ 10,3 milhões em 2008. Os produtos desse código tiveram 44,9% de participação nas importações
mexicanas do subgrupo e 61% nas exportações brasileiras.
Já no subgrupo “demais materiais elétricos e eletrônicos”, os SH destaques foram 854511 – “eletrodos de
carvão, dos tipos utilizados em fornos, para usos elétricos” – e 854520 – “escovas de carvão para usos elétricos” –
79
, que tiveram, em média, 17% de crescimento das importações mexicanas entre 2003 e 2008 e somaram 72% das
exportações brasileiras do subgrupo.
Máquinas e motores
Aparelhos para interrup., prot. de energia, suas partes” contém dois SH destaques: 853630 – “outros
aparelhos para proteção de circuitos elétricos, para tensão até 1kV” – e 853649 – “outros relés, para tensão entre
60V e 1.000V” –, os quais, em conjunto, foram responsáveis por 89,6% das exportações brasileiras do subgrupo.
Individualmente, o primeiro correspondeu a 27,6% das importações totais do México do subgrupo, e o segundo a
37,4%, tendo os dois SH um crescimento médio de 10,3% das importações entre 2003 e 2008.
No subgrupo “compressores e bombas”, o SH destaque é o 841430 – “compressores para equipamentos
frigoríficos” –, que teve 90% de participação nas exportações brasileiras do subgrupo. Em relação às importações
mexicanas do SH, houve crescimento médio de 18% entre 2003 e 2008, com 64% das importações do subgrupo
correspondendo a esse SH.
O subgrupo “demais máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos“ teve quatro SH destaques, que
corresponderam a 40,3% das exportações brasileiras do subgrupo, e teve um crescimento médio de importações
de 28,7% entre 2003 e 2008.
SH 840290 – “partes de caldeiras de vapor e de água superaquecida";
SH 840690 – “partes de turbinas a vapor”;
SH 841221 – “motores hidráulicos, de movimento retilíneo (cilindros)”;
SH 845710 – “centros de usinagem para trabalhar metais”.
No subgrupo “máquinas e aparelhos de terraplanagem e perfuração”, foram três os SH destaques, que
somaram 96% das exportações brasileiras do subgrupo, crescendo, em média, 43% no período analisado:
SH 842911 – “bulldozers e angledozers, de lagartas, autopropulsores”;
SH 842920 – “niveladores”;
SH 842952 – “máquinas escavadoras, com capacidade de efetuar uma rotação de 360 graus, autopropulsores”.
As exportações desses mesmos SH para o México cresceram, em média, 38%.
80
Para “máquinas e aparelhos de uso agrícola, exceto trator”, são três os SH destaques, listados abaixo.
Esses produtos somaram 76% das exportações do subgrupo em 2008 e tiveram, em média, um crescimento de
55% das importações do México.
SH 843351 – “ceifeiras debulhadoras”;
SH 843359 – “outras máquinas e aparelhos para colheita”;
SH 843610 – “máquinas e aparelhos para preparação de alimentos ou rações para animais”.
Em “máquinas e aparelhos para trabalhar pedra e minério”, há um SH destaque, o 847490 – “partes de
máquinas e aparelhos da posição 8474”, que correspondeu a 33,4% das exportações do subgrupo, crescendo, em
média, 72% entre 2003 e 2008, nível bem superior ao crescimento das importações mexicanas, que foi de 21%.
O SH destaque para o subgrupo “partes de motores para veículos automóveis” é o 840999 – “outras
partes para motores diesel ou semidiesel” –, cujas exportações corresponderam a 51% do subgrupo e cresceram,
em média, 20% no período.
O SH 848310 – “árvores (veios) de transmissão, incluídas as de excêntricos (cames) e virabrequins
(cambotas) e manivelas” – foi o destaque no grupo “rolamentos e engrenagens”. Esse SH foi responsável por 70%
das exportações brasileiras do subgrupo.
No grupo “veículos automotivos e suas partes”, o subgrupo “autopeças” teve quatro SH destaques, os
quais corresponderam a 69,2% das exportações brasileiras do subgrupo para o México. As importações do país
cresceram, em média, 23,5% para esses quatro SH, que são:
870850 – “eixos de transmissão com diferencial, para veículos automóveis das posições 8701 a 8705”;
870880 – “amortecedores de suspensão, para veículos automóveis das posições 8701 a 8705”;
870894 – “volantes, barras e caixas de direção, para veículos automóveis das posições 8701 a 8705”;
870899 – “outras partes e acessórios, para veículos automóveis das posições 8701 a 8705”.
O SH destaque para o subgrupo “motocicletas” é o 871120 – “motocicletas e outros ciclos com motor de
pistão alternativo, de cilindrada entre 50cm3 e 250cm3” –, cujas exportações foram 97% do subgrupo e cresceram,
em média, 41,4% no período.
81
O SH destaque para o subgrupo “motores para veículos automóveis” é o 840820 – “motores de pistão, de
ignição por compressão, diesel ou semidiesel, utilizados para propulsão de veículos do capítulo 87”, cujas
exportações corresponderam a 86% do subgrupo e cresceram, em média, 36% no período.
82
Tabela 21 - Subgrupos de produtos classificados como “a consolidar” – Exportações expressivas
Grupos de produtos
Armas e munições
Borracha e suas
obras
Subgrupos de produtos
Armas e munições
Pneumáticos e câmaras
de ar
Aparelhos
mecân.p/projetar/pulveri
zar líquidos/pós
1
16.808.747
273.226
43,56
26,92
12
1.718.084.298
195.113.077
12,31
33,44
11,36
Estados
Unidos
48,3
1
190.454.313
8.987.812
11,30
16,16
4,72
Estados
Unidos
72,3
Aquecedor e secador
2
60.658.505
964.707
22,22
27,81
Compressores e bombas
3
1.027.617.342
115.904.667
11,81
29,90
28
937.968.603
41.391.852
22,31
26,25
1
21.750.490
4.248.757
8,33
12,54
19,53 Suécia
2
103.799.568
16.382.290
27,58
32,83
15,78
2
67.081.344
1.577.693
4,18
8,32
6
1.328.485.490
204.260.363
32,91
32,22
15,38
Estados
Unidos
66,0
13
189.782.422
23.301.591
17,15
43,08
12,28
Estados
Unidos
60,1
5
129.584.838
4.669.578
8,06
23,92
3,60
Estados
Unidos
25,2
2
113.066.684
1.844.368
16,79
12,68
1,63
Estados
Unidos
39,7
4
334.175.739
15.208.023
20,70
66,80
4,55
Estados
Unidos
44,2
4
131.660.408
7.415.249
19,66
14,78
5,63
Estados
Unidos
25,8
3
3.414.177.071
207.789.276
6,99
16,41
6,09
Estados
Unidos
64,7
61,1
Demais
máquinas,aparelhos e
instrumentos mecânicos
Ferramentas
manuais, pneumáticas ou
hidráulicas
Laminadores de metais
Máquinas de lavar roupas
e suas partes
Máquinas e aparelhos de
terraplanagem,
perfuração
Máquinas e motores
Máquinas e aparelhos de
uso agrícola,exceto trator
Máquinas e aparelhos
p/fabr.ind.alimentos/
bebidas
Máquinas e aparelhos
p/moldar
borracha/plástico
Máquinas e aparelhos
p/trabalhar pedra e
minério
Máquinas e apar.de
elevação de
carga,descarga,etc
Motores para veículos
automóveis
Partes de motores para
veículos automóveis
Rolamentos e
engrenagens
Aparelhos e dispositivos
eletr.de ignição/arranque
Materiais elétricos e
eletroeletrônicos
Plásticos e suas
obras
Veículos
automotores e suas
partes
Veículos e materiais
para vias férreas
Crescimento Crescimento
Exportações
Principal Participação
Nº Importações do
médio dos
médio do Participação
brasileiras
concorren do principal
de México em 2008
concorrentes Brasil entre
brasileira
para o México
te em
concorrente
SH6
(US$)
entre 20032003-2008 em 2008 (%)
em 2008 (US$)
2008
em 2008 (%)
2008 (%)
(%)
Aparelhos
p/interrup.,prot.de
energia,suas partes
Apar.eletr.de
iluminação/sinalização
p/automóveis
Condensadores
eletr.fixos,variáveis ou
ajustáveis
Demais materiais
elétricos e eletrônicos
Plásticos e suas obras
1,63 Itália
Estados
Unidos
Estados
11,28
Unidos
1,59
4,41
Estados
Unidos
Estados
Unidos
Estados
2,35
Unidos
45,0
43,6
50,7
27,9
32,0
21,9
47,7
2
2.388.772.962
91.673.997
10,77
17,83
Estados
3,84
Unidos
5
1.167.355.749
52.922.635
7,70
19,76
4,53
Estados
Unidos
48,5
3
636.813.050
16.894.592
14,36
16,88
2,65
Estados
Unidos
54,4
4
335.328.596
12.808.935
11,72
26,54
3,82
Estados
Unidos
52,8
2
248.230.542
13.159.239
9,56
32,31
5,30
Estados
Unidos
42,9
2
85.723.425
3.414.479
-4,44
26,04
3,98
Estados
Unidos
23,4
7
190.775.284
11.694.787
9,38
27,08
6,13
Estados
Unidos
54,2
10
172.082.659
13.039.147
9,27
19,18
7,58
Autopeças
9
7.671.554.168
297.010.102
12,90
28,17
3,87
Motocicletas
2
191.806.345
42.905.139
14,92
41,52
22,37
Tratores
1
173.418.049
24.276.320
25,04
27,53
14,00
Veículos de carga
1
2.400.611.790
163.467.103
9,05
15,90
6,81
Trens e materiais para
vias férreas
1
174.044.814
6.879.238
31,38
119,39
3,95
Estados
Unidos
Estados
Unidos
China
Estados
Unidos
Estados
Unidos
Estados
Unidos
60,0
57,8
65,7
58,3
66,4
83,4
Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
83
Para o subgrupo “autopeças”, do grupo “veículos automotores e suas partes”, os cinco maiores
fornecedores somaram 84,6% do fornecimento de autopeças em 2008. O Brasil, que era o quinto maior
fornecedor, a partir de 2008 passou para a sexta posição, com uma participação de mercado de 4% nesse ano. A
Alemanha, dentre os maiores fornecedores, é o que teve maior crescimento médio no período analisado, de 28%.
Gráfico 25: Participação dos principais fornecedores do subgrupo “autopeças” (%) – 2003 – 2008
80,00
70,00
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Estados Unidos
77,23
74,66
68,50
67,45
61,17
57,46
Alemanha
5,06
4,39
6,18
5,46
7,53
9,58
Japão
4,76
5,72
7,32
9,25
9,55
7,30
Canadá
4,62
4,08
4,61
5,06
4,83
5,65
China
0,42
1,25
2,07
2,50
3,42
4,63
Outros
7,91
9,91
11,32
10,27
13,49
15,38
Fonte: GTIS. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
Os maiores fornecedores de motores para veículos automóveis somaram 97% das importações em 2008.
O Brasil manteve-se, entre 2003 e 2008, como o terceiro maior fornecedor, (16,43%). Os Estados Unidos,
principal fornecedor para o México, tem perdido bastante espaço nos últimos anos, favorecendo o crescimento
dos demais fornecedores.
84
Gráfico 26: Participação dos principais fornecedores do subgrupo “motores para veículos automóveis” (%) – 2003 – 2008
90,00
80,00
70,00
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
Estados Unidos
2003
2004
2005
2006
2007
2008
86,52
84,62
80,73
78,20
73,90
64,01
22,25
Alemanha
4,65
6,26
8,76
12,66
12,33
Brasil
4,08
4,10
5,91
3,83
5,23
6,21
Japão
0,07
1,03
0,24
0,77
1,06
2,20
Canadá
3,66
2,64
2,65
2,58
2,82
2,19
Outros
1,03
1,36
1,71
1,96
4,66
3,14
Fonte: GTIS. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
Gráfico 27: Participação dos principais fornecedores do subgrupo “veículos de carga” (%) – 2003 – 2008
80,00
70,00
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Estados Unidos
64,40
72,40
64,56
62,53
64,46
66,38
Argentina
6,37
8,24
11,26
12,21
12,65
13,38
Brasil
5,11
6,05
6,08
10,15
8,63
6,81
Canadá
9,49
3,98
8,01
8,43
5,24
6,27
Japão
6,92
6,82
6,89
5,69
7,91
5,95
Outros
7,71
2,52
3,20
0,99
1,11
1,21
Fonte: GTIS. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
85
O Brasil é o terceiro maior fornecedor de veículos de carga (SH 870431 – “veículos automóveis para
transporte de mercadorias, com motor de pistão, de ignição por centelha, de peso em carga máxima =< 5
toneladas”), tendo crescido, em média, 16% entre 2003 e 2008. Os cinco maiores fornecedores responderam por
98,8% das importações totais do subgrupo.
•
Subgrupos “CONSOLIDADOS” e “DESVIO DE COMÉRCIO”
No complexo “Máquinas e Equipamentos”, um subgrupo de produtos foi classificado como
“consolidado” e quatro subgrupos foram classificados como “desvio de comércio”.
Para o subgrupo “chassis e carroçarias para veículos automóveis”, o crescimento médio das exportações
brasileiras é bastante superior ao dos concorrentes, mantendo o Brasil como líder de mercado.
Tabela 22 – Subgrupos de produtos de exportações expressivas “consolidados”
Grupos de
produtos
Nº
Subgrupos de produtos de
SH6
Veículos
Chassis e carroçarias para
automotores
veículos automóveis
e suas partes
Crescimento Crescimento
Importações Exportações
Principal Participação
médio dos médio do Participação
do México brasileiras para
concorren do principal
concorrentes Brasil entre brasileira
Classificação
em 2008 o México em
te em concorrente
entre 2003 - 2003 -2008 em 2008 (%)
(US$)
2008 (US$)
2008 em 2008 (%)
2008 (%)
(%)
3 227.791.159
104.694.625
1,14
12,97
45,96
Suécia
22,3 Consolidado
Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
Nos subgrupos da tabela abaixo classificados como “desvio de comércio”, observa-se que o Brasil tem
VCR superiores às dos Estados Unidos, que é o principal fornecedor desses subgrupos para o mercado.
Tabela 23 – Subgrupos de produtos de exportações expressivas “desvio de comércio”
Grupos de
produtos
Materiais
elétricos e
eletro
eletrônicos
Subgrupos de produtos
Aparelhos transmissores e
receptores
Geradores e
transformadores elétricos
Pilhas,baterias e
acumuladores elétricos
Veículos
automotores Automóveis
e suas partes
Nº
de
SH6
3
5
2
2
Crescimento
Participa
VCR do
Exportações
Crescimento
Principal Participação
médio dos
ção
VCR do Principal
brasileiras para
médio do
concorren do principal
concorrentes
brasileira
Brasil em Concorren
o México em
Brasil entre
te em concorrente
entre 2003 em 2008
2008
te em
2008 (US$)
2003-2008 (%)
2008 em 2008 (%)
2008 (%)
(%)
2008
Estados
4.772.440.281
95.038.548
26,95
21,80
1,99
37,4
1,39
,37
Unidos
Estados
348.405.554
21.722.698
19,45
-4,12
6,23
50,0
3,00
,54
Unidos
Estados
168.587.829
3.907.337
8,10
-5,72
2,32
82,0
1,29
,94
Unidos
Importações do
país em 2008
(US$)
4.747.394.599
667.396.358
8,64
-10,97
14,06
Estados
Unidos
27,4
1,12
,90
Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
MODA
As indústrias têxtil e de vestuário são atividades produtivas tradicionais no México. Sua importância
relaciona-se, principalmente, à contribuição na geração de empregos e ao produto gerado pela atividade na
86
economia de diversas regiões do país. Segundo informações do Instituto Nacional de Estatística e Geografia do
México (INEGI67, na sigla em espanhol), esse segmento industrial empregava pouco mais de 172 mil trabalhadores
em dezembro de 200868. Nesse mesmo ano, o valor a preços correntes adicionado por essas atividades
representou 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) mexicano.
Na década de 1990, com a ratificação do Tratado de Livre Comércio da América do Norte – Nafta
(TLCAN, na sigla em espanhol), essas indústrias beneficiaram-se da abertura comercial e das vantagens
alfandegárias no comércio com os Estados Unidos. A partir do ano 2000, contudo, o país passou a enfrentar
crescente concorrência das importações provenientes da China e Índia. De fato, nos últimos anos, essas indústrias
têm enfrentado sucessivas crises, que se traduzem em cortes de empregos, perda de competitividade e contração
da produção.
A indústria têxtil mexicana, segundo informações colhidas pelo Centro de Estudos da Competitividade69,
é formada principalmente por micro e pequenas empresas (85,9%). Em termos de valor, houve maior produção
de insumos têxteis (69,5%) do que fabricação de produtos têxteis (30,5%) em 2006. No que tange à indústria de
artigos de vestuário, os maiores competidores mexicanos são países asiáticos e latino-americanos, que
administram menores custos de mão de obra.
No México, as compras de artigos de vestuário e calçados são, tradicionalmente, aquisições planejadas.
Os consumidores de renda mais baixa usualmente poupam algum dinheiro para adquirir produtos disponíveis no
mercado doméstico, ao passo que os consumidores de renda mais elevada e que vivem nas regiões mais
setentrionais do país costumam guardar dinheiro para fazer compras nos Estados Unidos. As compras de artigos
de vestuário nos Estados Unidos são comuns entre os habitantes dos municípios fronteiriços e das zonas
metropolitanas, que constituem a maior parte da expansão populacional no México. Desde a adesão ao Nafta,
tornou-se cada vez mais usual para os mexicanos atravessar a fronteira e comprar roupas no país vizinho. Cerca
de metade da população do México vive a menos de 12 horas por terra da fronteira, o que lhes permite viajar até
duas vezes por ano para os Estados Unidos a fim de fazer compras. Aqueles consumidores que apresentam bom
nível de renda e vivem mais ao sul do país, em cidades como Puebla, Mérida, Cancun ou na Cidade do México,
podem pagar por produtos de melhor qualidade disponíveis no mercado doméstico enquanto planejam sua
67
O INEGI (Instituto Nacional de Estadística y Geografía, em espanhol) foi criado em janeiro de 1983 por decreto presidencial reunindo a
Diretoria Geral de Estatística (Dirección General de Estadística, em espanhol), em atividade desde 1982; a Diretoria Geral de Geografia, em
atividade desde 1968; a Diretoria Geral de Política Informática (Dirección General de Política Informática, em espanhol) e a Diretoria Geral
de Integração e Análise da Informação (Dirección General de Integración y Análisis de la Información, em espanhol). Para mais informações,
acessar www.inegi.org.mx.
68
Aqui incluídos os subsetores “fabricação de insumos têxteis” (313), “fabricação de produtos têxteis, exceto artigos de vestuário” (314),
“fabricação de artigos de vestuário” (315) e “fabricação de artefatos de couro, peleteria e materiais semelhantes, exceto artigos de
vestuário” (316), classificados segundo o Sistema de Classificação Industrial da América do Norte (SCIAN, em espanhol), em sua versão de
2002.
69
O Centro de Estudios de Competitividad (CEC) é uma organização privada mexicana por meio da qual o Instituto Tecnológico Autônomo
do México (Instituto Tecnológico Autónomo de México, em espanhol) realiza projetos de pesquisa e consultoria para empresas, instituições
governamentais e organismos internacionais. Para maiores informações, acesse http://cec.itam.mx/index.html.
87
próxima viagem. Em função disso, as compras de artigos de vestuário no México são sazonais, marcadamente
fortes nos períodos de férias e em datas comemorativas70.
De acordo com informações do Euromonitor International, o gasto per capita do consumidor mexicano
com artigos de vestuário e calçados atingiu U$S 165,3 em 2007. Segundo os dados, a aquisição desses itens varia
de acordo com a renda. Os consumidores de renda mais baixa frequentemente compram roupas em
estabelecimentos informais. As compras em supermercados e em lojas de descontos, como Soriana, Wal-Mart ou
Costco, bem como em lojas de departamentos, como Suburbia, Sears e Woolworths, são populares entre os
consumidores de renda baixa e média. Há lojas de departamento cujo público-alvo são os consumidores de renda
mais elevada, tais como Palácio de Hierro e Liverpool. Ademais, os estabelecimentos que vendem marcas próprias
são comuns no comércio varejista mexicano de artigos de vestuário, reunindo tanto marcas globalmente
conhecidas, dos Estados Unidos e Europa, quanto marcas locais. Cabe destacar que o comércio eletrônico ainda é
pouco difundido entre os consumidores mexicanos.
Um dos maiores desafios para os empresários que desejem atuar no México é atrair os consumidores
para o comércio formal doméstico. Aqueles consumidores de renda mais elevada que costumam fazer suas
compras no exterior o fazem por uma série de razões, que envolvem a percepção de um melhor equilíbrio de
preço e qualidade e uma maior variedade de opções disponíveis, ao passo em que os consumidores de renda
mais baixa procuram o mercado informal em função da comodidade e do menor preço. Propiciar a esses
consumidores um mix que os atraia, como crédito facilitado, novos desenhos, lojas mais atrativas e melhores
preços, pode representar uma oportunidade às empresas interessadas em atuar no mercado mexicano.
As tendências de moda seguidas no México urbano são similares àquelas presentes nos Estados Unidos
e na Europa devido à forte influência da televisão, do cinema e de outras mídias.
As importações mexicanas do complexo “Moda” representaram, em 2008, 4,3% do total comprado pelo
México do mundo, ou seja, US$ 13,3 bilhões. Os SH “algodão, não cardado nem penteado” (SH 520100), “ouro em
outras formas brutas, para usos não monetários” (SH 710812) e “artefatos de joalharia, de outros metais
preciosos, mesmo revestidos, folheados ou chapeados de metais preciosos” (SH 711319) responderam por 8,2%
desse total.
A participação brasileira nas importações mexicanas do complexo atingiu 2% em 2008. Nesse ano, foram
comprados do Brasil US$ 274,3 milhões, notadamente de “outras obras de couro natural ou reconstituído” (SH
420500), “outros couros e peles inteiros, de bovinos ou de equídeos, preparados após curtimenta ou secagem”
(SH 410719) e “outras fitas de fibras sintéticas ou artificiais” (SH 580632), que somaram US$ 70 milhões em
importações do México.
70
Consumer Lifestyles - Mexico. Euromonitor International. September 2008. Para maiores informações, acessar www.euromonitor.com.
88
EXPORTAÇÕES INCIPIENTES
•
Subgrupos “A DESENVOLVER”
Os subgrupos de produtos com exportações incipientes que apresentam perspectivas positivas de
exportação para o México são listados na Tabela 24. Esses subgrupos possuem em comum os fatos de o Brasil ser
especialista em sua exportação para o mundo e de o mercado mexicano apresentar bom nível de dinamismo. A
conjunção desses dois fatores indica que há chances para as exportações brasileiras, mas elas precisam ser
trabalhadas numa estratégia de abertura do mercado mexicano. Daí a razão de esses subgrupos de produtos
serem denominados “a desenvolver”.
Esses produtos apresentaram valor importado pelo México de US$ 261,6 milhões em 2008,
notadamente em compras do SH 410150, descrito como “couros e peles de bovinos, inteiros, de peso unitário
>16kg”. As exportações brasileiras atendem somente 0,12% do total importado pelo país e somaram pouco mais
de US$ 311,4 milhões em 2008.
Tabela 24: Subgrupos de produtos classificados como “a desenvolver” do complexo “Moda”.
Grupos de produtos
Subgrupos de
produtos
Nº de
SH6
Peles, peleteria e couros e seus
artefatos(exceto calçados e suas partes)
Couro
28
Crescimento médio
Importações
do México em
anual das imp. do
2008 (US$) México 2003 - 2008 (%)
261.579.848
4,78
Dinamismo
Muito dinâmico
VCR do
Brasil
3,36
Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
Entre os SH6 identificados como destaques, cabe mencionar também o valor das compras oriundas do
Brasil do SH 410712, descrito como “couros e peles inteiros, de bovinos ou de equídeos, preparados após
curtimenta ou secagem, divididos, com a flor”, que atingiu US$ 112,3 mil em 2008, representando 0,4% do total
importado pelo país desse produto. Houve crescimento médio de 6,4% nas compras mexicanas desse produto
provenientes do Brasil entre 2003 e 2008. Entretanto, em 2008, o Uruguai foi o principal fornecedor desta
mercadoria, com participação de mercado de 66,8%.
Ademais, a participação brasileira nas compras mexicanas do SH 411520, descrito como “aparas e
outros desperdícios de couros ou de peles preparados ou reconstituídos, serragem, pó e farinha de couro”, foi de
5,4% no ano de 2008, quando foram importados US$ 21,3 mil oriundos do Brasil.
EXPORTAÇÕES EXPRESSIVAS
•
Subgrupos “A CONSOLIDAR”
89
As importações mexicanas dos subgrupos “a consolidar” alcançaram, em 2008, US$ 1,8 bilhão. A
participação brasileira nessas importações foi de 10,8% nesse ano, atingindo US$ 198,5 milhões. Para esses
subgrupos, os Estados Unidos constituem-se no principal concorrente à expansão das exportações brasileiras,
com participação média no mercado superior a 48,8%.
Tabela 25: Subgrupos de produtos classificados como “a consolidar” do complexo “Moda”.
Grupos de produtos
Subgrupos de
produtos
Higiene pessoal e Higiene pessoal e
cosméticos
cosméticos
Artigos de joalharia
de metais preciosos
Metais e pedras Demais metais e
preciosas
pedras preciosas
Pedras preciosas e
semipreciosas
Peles, peleteria e Couro
Produtos do couro
couros e seus
Chapéus
e
semelhantes
Confecções
Demais
produtos
Têxteis
têxteis
Fios sintéticos ou
artificiais
Tecidos de algodão
Nº de
SH6
13
Exportações Crescimento
Importações
Crescimento
brasileiras médio dos
Participação
Principal
do México
médio do
para o concorrentes
brasileira concorrente em
em 2008
Brasil entre
México em entre 2003em 2008 (%)
2008
(US$)
2003-2008 (%)
2008 (US$) 2008 (%)
303.881.742 26.785.445
Participação
do principal
concorrente
em 2008 (%)
6,57
26,58
8,81
Estados Unidos
45,44
1
4.266.401
364.325
10,63
57,39
8,54
Estados Unidos
61,51
2
8.700.355
867.380
46,06
19,65
9,97
Estados Unidos
55,13
2
6.603.504
306.443
-6,47
8,58
4,64
Estados Unidos
30,36
406.884.507 63.524.951
156.810.034 32.943.906
-10,96
-8,38
19,62
314,69
15,61
21,01
Estados Unidos
Estados Unidos
32,19
35,05
10
4
247.952
41,73
19,70
14,88
19
1
370.143.583 33.147.857
0,53
38,40
8,96
Estados Unidos
55,45
12
221.054.210 11.935.695
17,01
113,88
5,40
Estados Unidos
78,31
4
20
1.666.867
67.349.554
Bolívia
44,51
4.261.774
31,06
23,93
6,33
Estados Unidos
46,51
282.811.857 24.166.059
1,45
33,81
8,54
Estados Unidos
51,98
Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
Entre os subgrupos de produtos classificados, foram identificados 88 SH6, dentre os quais 11 são SH6
destaques. O maior valor de importações mexicanas oriundas do Brasil entre esses SH6 destacados foi registrado
para o SH 420500, do subgrupo “produtos do couro”, descrito como “outras obras de couro natural ou
reconstituído”, atingindo US$ 31,6 milhões, representando 20,5% do total comprado da mercadoria
internacionalmente pelo México.
Outros SH6 relevantes para o comércio bilateral, tendo em vista o valor exportado pelo Brasil no ano de
2008, estão relacionados ao subgrupo “couro”. A participação dos principais fornecedores mexicanos do
subgrupo encontra-se representada no Gráfico 28.
90
Gráfico 28: Participação dos principais fornecedores do subgrupo “couro” entre 2003-2008 (%).
80,00
70,00
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
Estados Unidos
2003
2004
2005
2006
2007
2008
67,23
71,85
55,78
42,96
37,01
32,16
Brasil
4,06
3,35
12,82
12,15
14,64
15,60
Itália
10,85
11,05
11,41
13,28
11,74
12,67
República Dominicana
0,00
0,00
3,37
7,72
10,63
10,05
Argentina
12,01
7,00
5,81
9,14
9,04
9,34
Outros
5,85
6,76
10,80
14,75
16,94
20,18
Fonte: GTIS. Elaboração: UICC — Apex-Brasil.
Por meio do gráfico, verifica-se gradual perda de participação dos Estados Unidos no total importado
pelo México dos dez SH6 que compõem o subgrupo, ao passo que as exportações brasileiras cresceram a um
ritmo médio de 19,6% entre 2003 e 2008, o que permitiu ao país tornar-se o segundo maior fornecedor do
mercado nesse período. Entre os SH6 do subgrupo, destacam-se os seguintes:
SH 410411, descrito como “couros e peles curtidos, de bovinos ou de equídeos, depilados, no estado
seco ("crust"), plena flor, não divididos”, com US$ 8,2 milhões em exportações brasileiras em 2008 e 112% de
crescimento médio nas vendas entre os anos de 2003 e 2008; e
SH 410799, descrito como “outros couros e peles, incluídas as ilhargas, de bovinos ou de equídeos,
preparados após curtimenta ou secagem”, do qual houve exportações brasileiras de US$ 13,7 milhões em 2008 e
crescimento médio de 11,7% nas compras oriundas do Brasil entre 2003 e 2008.
91
Gráfico 29: Participação dos principais fornecedores do subgrupo “confecções” entre 2003-2008 (%).
80,00
70,00
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Estados Unidos
75,03
68,39
59,65
55,95
56,47
55,49
Brasil
1,95
2,39
3,85
5,83
9,90
8,96
Canadá
1,74
5,91
10,37
8,96
7,37
7,45
China
3,12
2,67
7,01
10,46
6,49
5,95
Taiwan
1,95
2,24
2,30
1,83
1,95
2,19
Outros
16,21
18,38
16,80
16,98
17,82
19,96
Fonte: GTIS. Elaboração: UICC — Apex-Brasil.
Conforme demonstrado no Gráfico 29, o fornecimento dos 19 SH6 que compõem o subgrupo
“confecções” é majoritariamente proveniente dos Estados Unidos. Entre 2003 e 2008, contudo, as importações
mexicanas oriundas desse país registraram decréscimo médio de 3,9% ao ano, diminuindo, em valor, US$ 45,2
milhões. No mesmo período, aquelas provenientes do Brasil verificaram um incremento médio de 38,5% e
aumentaram em US$ 26,7 milhões. Apenas um SH6 foi identificado como destaque para esse subgrupo. Trata-se
do SH 630222, descrito como “outras roupas de cama, de fibras sintéticas ou artificiais, estampadas”, com
importações oriundas do Brasil no valor de US$ 8,5 milhões no ano de 2008, correspondente a 61,2% do total
importado desse produto pelo país naquele ano.
•
Subgrupos “CONSOLIDADOS” e “EM DECLÍNIO”
A Tabela 26 apresenta os subgrupos de produtos classificados como “consolidados” e “em declínio” do
complexo “Moda”. Os três subgrupos classificados totalizaram US$ 532,7 milhões em importações mexicanas em
2008, dos quais US$ 41,9 foram fornecidos pelo Brasil em 2008.
92
Tabela 26: Subgrupos de produtos classificados como “consolidados” e “em declínio” do complexo “Moda”.
Subgrupos de
produtos
Grupos de produtos
Têxteis
Calçados e suas partes
Fios de algodão
Calçados
Partes de calçados
Crescimento
Importações Exportações
Crescimento
Principal Participação
médio dos
Participação
Nº de do México brasileiras para
médio do
concorren do principal
concorrentes
brasileira
Classificação
SH6
em 2008
o México em
Brasil entre
te em concorrente
entre 2003 em 2008 (%)
(US$)
2008 (US$)
2003 -2008 (%)
2008
em 2008 (%)
2008 (%)
1
1.789.955
736.816
-0,86
22,67
41,16
França
39,68 Consolidado
12
510.925.513
40.221.561
12,97
-9,34
7,87
Vietnã
37,90 Em declínio
3
19.956.234
922.397
-6,16
-20,19
4,62
China
47,66 Em declínio
Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
Como observado na Tabela 26, há, no complexo “Moda”, dois subgrupos de produtos classificados como
“em declínio”. Trata-se de mercadorias que registraram crescimento médio negativo ou consideravelmente
inferior àquele verificado para os concorrentes entre 2003 e 2008 e, consequentemente, perda de participação
brasileira no mercado mexicano. É o caso do SH 640399, descrito como “outros calçados de couro natural”, e do
SH 640299, descrito como “outros calçados de borracha ou plástico”, ambos do subgrupo “calçados”, que
registraram decréscimo de US$ 15,3 milhões e US$ 11,6 milhões no valor exportado pelo Brasil no período,
respectivamente. Em 2003, o Brasil atendia 25% da demanda mexicana do primeiro SH6, ao passo que, em 2008,
esse percentual caiu para 7,2%. O mesmo aconteceu com o segundo SH6, com uma retração verificada na
participação brasileira de 18,9 pontos percentuais entre 2003 e 2008, quando atendeu 12,9% do mercado.
TECNOLOGIA E SAÚDE / ENTRETENIMENTO / MULTISSETORIAL
Nessa seção, serão apresentados os produtos relacionados aos complexos de “Entretenimento”,
“Tecnologia e Saúde” e aqueles classificados como “Multissetorial”. Esse último englobará os subgrupos de
produtos que podem ser incluídos em mais de um complexo ou em outro complexo não listado anteriormente.
O complexo “Entretenimento” (que reúne instrumentos musicais e obras de arte tais como quadros e
antiguidades), representou, em 2008, 0,7% do total comprado pelo México do mundo, ou seja, US$ 2,4 bilhões.
“Jogos de vídeo utilizáveis com receptor de televisão” (SH 950410), “outros artigos para jogos de salão” (SH
950490) e “artigos e equipamentos para cultura física, ginástica ou atletismo” (SH 950691) responderam por
81,7% desse total.
O complexo “Tecnologia e Saúde” registrou US$ 29,3 bilhões em compras externas mexicanas no ano de
2008, o equivalente a 9,5% do total que o país importou do mundo. Entre os principais produtos comprados
destacam-se: “outros dispositivos de cristais líquidos e outros aparelhos e instrumentos ópticos” (SH 901380),
“outros medicamentos contendo produtos misturados, para fins terapêuticos ou profiláticos, em doses, para
venda a retalho” (SH 300490), “outros instrumentos e aparelhos para medicina, cirurgia ou veterinária” (SH
93
901890) e “p-xileno” (SH 290243). Juntos, esses produtos representaram 29,1% das compras mexicanas nesse
complexo.
Por fim, as importações do México do complexo “Multissetorial” representaram, em 2008, 20,2% do
total das importações do México, ou seja, US$ 62,5 bilhões. Entre 2003 e 2008, o complexo registrou crescimento
médio de 5,7%, variando, em valor, cerca de US$ 38,9 bilhões. Os principais produtos importados pelo México
desse complexo, em 2008, foram: “óleos leves de petróleo ou de minerais betuminosos e preparações, exceto
desperdícios” (SH 271011), “outros óleos de petróleo ou de minerais betuminosos e preparações, exceto
desperdícios” (SH 271019), “gás natural no estado gasoso” (SH 271121), “outras obras de ferro ou aço” (SH
732690) e “gás natural, liquefeito” (SH 271111). Essas cinco mercadorias representaram 43,8% das importações
mexicanas do complexo naquele ano.
No que tange às importações mexicanas provenientes do Brasil, merece destaque a participação
brasileira no total importado pelo México do complexo “Multissetorial”, de 1,5% em 2008. Nesse ano, foram
comprados do Brasil US$ 928,3 milhões, notadamente de “minérios de ferro não aglomerados e seus
concentrados” (SH 260111), “pasta química de madeira de não conífera, à soda ou sulfato, semibranqueada ou
branqueada” (SH 470329), “ferro fundido bruto não ligado, contendo, em peso =< 0,5% de fósforo” (SH 720110) e
“alumínio não ligado em forma bruta” (SH 760110).
EXPORTAÇÕES INCIPIENTES
•
Subgrupos “A DESENVOLVER”
Os subgrupos de produtos com exportações incipientes que apresentam perspectivas positivas de
exportação para o México são listados na Tabela 27. Esses subgrupos possuem em comum os fatos de o Brasil ser
especialista na sua exportação para o mundo e de o mercado mexicano apresentar bom nível de dinamismo. A
conjunção desses dois fatores indica que há chances para as exportações brasileiras, mas elas precisam ser
trabalhadas numa estratégia de abertura do mercado mexicano. Daí a razão de esses subgrupos de produtos
serem denominados “a desenvolver”.
Na Tabela 27, indicam-se os cinco subgrupos de produtos que apresentam essas características para o
complexo “Multissetorial”. Esses produtos apresentaram valor total importado pelo México de US$ 6,2 bilhões no
ano de 2008, notadamente em compras de “produtos laminados planos de ferro ou aço”. As exportações
brasileiras atenderam somente 0,3% desse total e somaram pouco mais de US$ 16,1 milhões em 2008.
94
Tabela 27: Subgrupos de produtos classificados como “a desenvolver” do complexo “Multissetorial”.
Grupos de produtos
Nº de
SH6
Subgrupos de produtos
Barras,perfis,fios,chapas e tiras,de alumínio
Catodos de cobre
Pólvora
Pólvora
Produtos laminados planos de ferro ou aço
Produtos metalúrgicos
Produtos semimanufaturados de ferro ou aço
Metais não ferrosos
14
1
8
62
8
Crescimento
Importações médio anual das
VCR do
do México em importações do
Dinamismo
Brasil
2008 (US$)
México 2003 2008 (%)
1.722.086.443
17,66
Intermediário
0,94
21,59 Muito dinâmico
299.277.287
0,85
261.721.325
11,73
Intermediário
0,79
3.450.431.781
19,45
Intermediário
1,08
509.779.015
37,75
Intermediário
6,27
Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
Entre os SH6 identificados como destaques, cabe mencionar o valor das compras oriundas do Brasil do
SH 720712, descrito como “outros semimanufaturados, de ferro ou aço, não ligados, contendo em peso <0,25%
de carbono, de seção transversal retangular”, que atingiu US$ 8,5 milhões em 2008, representativo de 2% do total
importado pelo país desse produto. Houve crescimento médio de 89,2% nas compras mexicanas provenientes do
Brasil entre 2003 e 2008. Entretanto, em 2008, Reino Unido e Países Baixos foram os principais fornecedores
desta mercadoria, com participação de mercado de 56,7% e 24%, respectivamente.
O complexo “Tecnologia e Saúde”, por sua vez, registrou US$ 983 mil em importações oriundas do Brasil
em 2008. Esse valor representa apenas 0,06% do total importado pelo país do subgrupo no ano. Ademais,
conforme apresentado na Tabela 28, embora reúna 17 códigos SH6, apenas 12 foram identificados como
destaques. Entre esses, tendo em vista o valor importado pelo México em 2008, cabe ressaltar:
SH 280469, descrito como “outros silícios”, com importações de US$ 30,4 milhões; e
SH 281820, descrito como “óxidos de alumínio, exceto corindo artificial”, com compras externas de US$ 30,3
milhões.
Tabela 28: Subgrupos de produtos classificados como “a desenvolver” do complexo “Tecnologia e Saúde”.
Grupos de produtos
Produtos químicos
Subgrupos de produtos
Nº de
SH6
Produtos químicos inorgânicos
170
Importações do Crescimento médio anual
México em 2008 das importações do
Dinamismo
(US$)
México 2003 - 2008 (%)
1.492.214.115
17,87 Intermediário
VCR do
Brasil
1,82
Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
EXPORTAÇÕES EXPRESSIVAS
•
Subgrupos “A CONSOLIDAR”
95
As importações mexicanas dos subgrupos “a consolidar” alcançaram, em 2008, US$ 1,9 bilhão para o
complexo “Multissetorial” e US$ 4,4 bilhões para “Tecnologia e Saúde”. A participação brasileira nessas
importações foi de 9,2% para o primeiro complexo e de 5,4% para o segundo. Não houve subgrupos classificados
como “a consolidar” para o complexo “Entretenimento”, uma vez que os Estados Unidos constitui-se no principal
concorrente à expansão das exportações brasileiras, com participação média no mercado superior a 50%.
Entre os subgrupos de produtos classificados no complexo “Multissetorial”, foram identificados 34 SH6. A
maior parte deles (12) está associada ao subgrupo “papel e suas obras”. Entre esses, destacam-se os seguintes:
SH 480256, descrito como “papéis contendo <=10% de fibras obtidas por processo mecânico, de peso >= 40g/m2,
mas não <= 150g/m2, em folhas nas quais um lado <=435mm e o outro <= 297mm, quando não dobradas”, com
importações oriundas do Brasil de US$ 25,1 milhões no ano de 2008, correspondentes a 39% do total importado
pelo país naquele ano; e
SH 481159, descrito como “outros papéis e cartões branqueados, revestidos, impregnados ou recobertos de
plástico”, com importações provenientes do Brasil de US$ 10 milhões em 2008, ou seja, 11,2% do total importado
pelo país.
Tabela 29: Subgrupos de produtos classificados como “a consolidar” do complexo “Multissetorial”.
Grupos de produtos
Nº de
SH6
Subgrupos de produtos
Demais produtos de
Demais produtos de borracha
borracha e suas
e suas obras
obras
Colas e enzimas
Colas e enzimas
Alumínio em bruto
Demais produtos de metais
Metais não ferrosos
não ferrosos
Ligas de alumínio
Papel e suas obras
Papel e celulose
Produtos para
Produtos para fotografia
fotografia
Crescimento
Exportações
Crescimento
Importações
médio dos
Participação
Principal
brasileiras
médio do
do México em
concorrentes
brasileira concorrente em
para o México
Brasil entre
2008 (US$)
entre 2003em 2008 (%)
2008
em 2008 (US$)
2003-2008 (%)
2008 (%)
Participação
do principal
concorrente
em 2008 (%)
9
74.351.814
6.527.737
11,59
44,79
8,78 Estados Unidos
64,84
1
1
47.891.846
365.832.132
2.642.555
63.422.299
6,18
9,53
88,54
175,03
5,52 Estados Unidos
17,34 Estados Unidos
75,45
42,92
4
2.877.355
229.314
-3,97
48,28
7,97
Uganda
1
12
880.158.888
373.028.084
53.513.059
46.243.776
21,89
5,33
27,34
31,18
6,08 Estados Unidos
12,40 Estados Unidos
6
232.906.381
9.015.149
6,05
9,93
3,87 Estados Unidos
25,59
55,20
46,53
60,12
Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
Outros SH6 relevantes para o comércio bilateral, tendo em vista o valor exportado pelo Brasil no ano de
2008, estão relacionados aos subgrupos “ligas de alumínio” e “alumínio em bruto”. Os dois subgrupos
apresentam somente um SH6 cada, mas responderam por 63% das importações mexicanas totais entre os
subgrupos classificados como “a consolidar”. Tratam-se dos SH 760120, descrito como “ligas de alumínio, em
formas brutas”, e do SH 760110, descrito como “alumínio não ligado em forma bruta”. Esse último registrou
crescimento médio de 175% nas compras oriundas do Brasil entre 2003 e 2008.
96
Gráfico 30: Participação dos principais fornecedores do subgrupo “ligas de alumínio” entre 2003-2008 (%).
70,00
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Estados Unidos
42,28
52,28
60,78
60,39
63,02
55,23
Canadá
20,72
17,65
8,76
9,97
11,07
14,98
Venezuela
25,22
19,63
16,43
12,87
10,44
11,44
Brasil
4,95
5,33
2,68
1,88
5,57
6,07
Rússia
1,73
0,97
1,76
2,54
1,74
2,70
Outros
5,10
4,14
9,59
12,36
8,16
9,58
Fonte: GTIS. Elaboração: UICC — Apex-Brasil.
Conforme demonstrado no Gráfico 30, o fornecimento do SH 760120, único a compor o subgrupo “ligas
de alumínio”, é majoritariamente oriundo dos Estados Unidos. Entre 2003 e 2008, as importações mexicanas
oriundas desse país registraram crescimento médio de 29% ao ano, variando, em valor, US$ 350 milhões. No
mesmo período, aquelas provenientes do Brasil verificaram um incremento médio de 27,3% e aumentaram em
US$ 37,5 milhões.
Tabela 30: Subgrupos de produtos classificados como “a consolidar” do complexo “Tecnologia e Saúde”.
Grupos de produtos
Instrumentos de precisão
Produtos farmacêuticos
Produtos químicos
Subgrupos de produtos
Instrumentos, aparelhos de
ótica, precisão, partes, peças
Produtos farmacêuticos
Produtos químicos inorgânicos
Produtos químicos orgânicos
Nº de
SH6
Importações do
México em 2008
(US$)
Crescimento
Crescimento
Exportações
Participação
Principal
médio dos
médio do
brasileiras para
brasileira concorrente em
concorrentes
Brasil entre
o México em
entre 2003em 2008 (%)
2008
2008 (US$)
2003-2008 (%)
2008 (%)
Participação
do principal
concorrente
em 2008 (%)
15
434.160.321
32.526.574
5,79
8,41
7,49
Estados Unidos
59,76
8
12
18
2.598.799.010
74.499.249
1.292.563.180
81.615.815
9.162.095
112.742.797
14,52
15,03
13,01
13,92
26,76
46,40
3,14
12,30
8,72
Estados Unidos
23,99
27,92
83,33
Estados Unidos
Estados Unidos
Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
Entre os quatro subgrupos classificados como “a consolidar” do complexo “Tecnologia e Saúde”, como
apresentado na Tabela 30, foram identificados 53 SH6, notadamente no subgrupo “produtos químicos orgânicos”
(18), com especial destaque para o SH 290243, descrito como “p-xileno”, cujas importações mexicanas oriundas
do Brasil representaram 7,8% do total de US$ 906,5 milhões importados pelo país em 2008.
Ademais, no subgrupo “produtos farmacêuticos”, cabe destacar a importância relativa do SH 300490,
descrito como “outros medicamentos contendo produtos misturados, para fins terapêuticos ou profiláticos, em
97
doses, para venda a retalho”, do qual houve importações mexicanas de US$ 2 bilhões em 2008. O Brasil atendeu
pouco mais de 2,3% do mercado, muito embora as importações mexicanas oriundas do Brasil tenham registrado
crescimento médio de 11,5% entre os anos de 2003 e 2008.
Gráfico 31: Participação dos principais fornecedores do subgrupo “produtos farmacêuticos” entre 2003-2008 (%).
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Alemanha
9,42
13,95
17,92
18,38
15,96
17,47
Estados Unidos
21,29
18,63
15,38
15,44
14,33
15,65
Porto Rico
9,25
9,43
10,09
8,30
7,18
8,35
Reino Unido
12,14
10,47
8,55
8,06
7,49
8,06
França
5,59
7,01
7,28
7,22
7,13
7,81
Outros
42,30
40,52
40,78
42,60
47,92
42,66
Fonte: GTIS. Elaboração: UICC — Apex-Brasil.
Como apresentado no Gráfico 31, os principais fornecedores das mercadorias associadas ao subgrupo
“produtos farmacêuticos” apresentaram grande variabilidade no período sob análise. Os Estados Unidos perdeu
participação relativa no mercado mexicano entre 2003 e 2008, muito embora o valor de suas vendas externas
para o país tenha apresentado crescimento médio de 7,7% ao ano. As compras provenientes da Alemanha,
todavia, registraram crescimento muito mais acentuado entre esses anos, de 29,6%, aumentando, em valor, US$
330,1 milhões. No último ano da série, 2008, o Brasil foi o décimo maior fornecedor do mercado, com
exportações de US$ 81,6 milhões.
•
Subgrupos “CONSOLIDADOS”, “EM RISCO” e “EM DECLÍNIO”
A Tabela 31 apresenta os subgrupos de produtos classificados como “consolidados”, “em risco” e “em
declínio” do complexo “Multissetorial”. Os três subgrupos classificados como “consolidados” totalizaram US$ 483
milhões em importações mexicanas em 2008, dos quais US$ 234,2 milhões foram fornecidos pelo Brasil, uma
participação média brasileira superior a 50%. Já os subgrupos classificados como “em risco” somaram US$ 417,4
milhões em importações do México, sendo US$ 289,4 milhões de exportações brasileiras.
98
Tabela 31: Subgrupos de produtos classificados como “consolidados”, “em risco” e “em declínio” do complexo
“Multissetorial”.
Grupos de
produtos
Subgrupos de produtos
Papel e celulose Celulose
Ferro fundido bruto e ferro
Produtos
"spiegel" (ferro gusa)
metalúrgicos
Ferro-ligas
Demais produtos metalúrgicos
Produtos laminados planos de
ferro ou aço
Produtos
Produtos semimanufaturados de
metalúrgicos
ferro ou aço
Produtos semimanufaturados de
ferro ou aço
Produtos
Minérios de ferro
minerais
Nº de
SH6
1
Crescimento Crescimen
Exportações
Participação
Importações do
médio dos to médio Participação
Principal
brasileiras para
do principal
país em 2008
concorrentes do Brasil brasileira concorrente em
Classificação
o país em 2008
concorrente
(US$)
entre 2003- entre 2003-em 2008 (%)
2008
(US$)
em 2008 (%)
2008 (%)
2008 (%)
227.485.627
91.578.233
47,8 Consolidado
14,54
17,71
40,26 Estados Unidos
1
111.726.439
91.253.812
-16,60
54,48
81,68 Reino Unido
13,8 Consolidado
6
20
143.717.078
827.017.450
51.336.621
28.444.629
23,29
18,03
37,56
2,61
35,72 China
3,44 Estados Unidos
17,5 Consolidado
57,9 Em declínio
19
2.111.459.106
50.020.015
24,30
-2,54
2,37 Estados Unidos
50,7 Em declínio
1
87.906.025
36.722.271
44,92
13,32
41,77 Reino Unido
19,1 Em risco
1
87.906.025
36.722.271
44,92
13,32
41,77 Reino Unido
43,2 Em risco
1
329.481.285
252.698.299
41,26
28,42
76,70 Peru
12,0 Em risco
Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
Entre os subgrupos “consolidados”, sobressai o valor importado do SH 260111, descrito como “pasta
química de madeira de não conífera, à soda ou sulfato, semibranqueada ou branqueada”, muito embora a
participação do principal concorrente tenha sido superior à brasileira no ano de 2008. Sobre isto, No que
concerne a participação de mercado do Brasil, cabe destacar o SH 720110, descrito como “ferro fundido bruto
não ligado, contendo, em peso <= 0,5% de fósforo”, do qual as importações brasileiras responderam por 81,7% do
total importado pelo país em 2008.
Em termos de valor importado, cabe ainda destacar o subgrupo “ferro-ligas”. O Brasil foi o principal
fornecedor do México em 2008, concentrando 82,8% de suas exportações no SH 720293, descrito como
“ferronióbio”. Todavia, o SH mais importado pelo México em 2008, dentre os seis contidos no subgrupo, foi o SH
720292, descrito como “ferrovanádio”, com US$ 43,9 milhões em compras externas e das quais a Coreia do Sul foi
o principal fornecedor, com 31,9% do total.
Como observado na Tabela 31 há, no complexo “Multissetorial”, dois subgrupos de produtos
classificados como “em declínio”. Trata-se de mercadorias que registraram crescimento médio negativo ou
consideravelmente inferior àquele verificado para os concorrentes entre 2003 e 2008 e, consequentemente,
perda de participação no mercado mexicano. É o caso do SH 721012, descrito como “produtos laminados planos,
de ferro ou aço não ligados, de largura >=600mm, estanhados, de espessura <0,5mm”, do subgrupo “produtos
laminados planos de ferro ou aço”, que registrou decréscimo de US$ 15,3 milhões no valor exportado pelo Brasil
no período, ou seja, uma retração média de 68% ao ano. Em 2003, o Brasil atendia 11,3% da demanda mexicana
ao passo que, em 2008, este percentual caiu para 0,02%. Ao mesmo tempo, as importações totais mexicanas do
99
SH6 entre esses anos registraram incremento de US$ 89,3 milhões com aumento considerável das importações
oriundas do Japão e Alemanha, principais fornecedores do mercado em 2008.
Retração semelhante é verificada para o SH 721621, descrito como “perfis de ferro ou aço não ligados,
em L, laminados, estirados ou extrudados a quente, de altura <80mm”, do subgrupo “demais produtos
metalúrgicos”, para o qual a participação brasileira no mercado recuou de 42,6% em 2003 para 0,02% em 2008.
No período, as exportações brasileiras registraram decréscimo médio de 75% ao ano.
Em relação aos dois subgrupos classificados como “em risco” e tendo em vista a expressiva participação
de mercado do Brasil e a soma importada pelo México, vale ressaltar o crescimento médio sensivelmente
superior ao registrado nas exportações dos principais concorrentes entre os anos de 2003 e 2008 face ao
verificado para o Brasil para o SH 260111, descrito como “minérios de ferro não aglomerados e seus
concentrados”.
Tabela 32: Subgrupos de produtos classificados como “em declínio” do complexo “Entretenimento”.
Grupos de
produtos
Subgrupos de produtos
Instrumentos de
Instrumentos musicais
precisão
Nº de
SH6
Crescimento Crescimen
Exportações
Principal
Importações do
médio dos to médio Participação
brasileiras para
país em 2008
concorrentes do Brasil
brasileira concorrente em
o país em 2008
(US$)
entre 2003- entre 2003- em 2008 (%)
2008
(US$)
2008 (%)
2008 (%)
1
10.416.503
140.497
12,65
2,44
Participação
do principal
Classificação
concorrente
em 2008 (%)
1,35 China
39,7 Em declínio
Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
Por fim, na Tabela 32, apresenta-se o subgrupo de produtos do complexo “Entretenimento” classificado
como “em declínio”. Somente um SH6 foi identificado para esse subgrupo. Trata-se do SH 920600, descrito como
“instrumentos musicais de percussão (tambores, caixas, xilofones, pratos, castanholas e maracas)”.
•
Subgrupos “DESVIO DE COMÉRCIO”
Dois subgrupos aparecem classificados como “desvio de comércio”. Nesses casos, embora o Brasil
possua alguma especialidade na exportação dessas mercadorias (demonstrada pela VCR apresentada), a
participação de mercado e o crescimento médio brasileiro são inferiores àqueles registrados para os
concorrentes, o que indica haverem outros fatores que contribuem para esse cenário.
Tabela 33: Subgrupos de produtos classificados como “desvio de comércio” do complexo “Multissetorial”
Grupos de
produtos
Produtos
metalúrgicos
Subgrupos de produtos
Fio-máquinas e barras de
ferro ou aço
Exportações
Nº Importações brasileiras
de do país em
para o
SH6 2008 (US$) México em
2008 (US$)
7
523.927.824
16.290.245
Crescimento Crescimento
médio dos
médio do Participação
concorrente Brasil entre brasileira
s entre 2003 - 2003-2008 em 2008 (%)
2008 (%)
(%)
14,98
-10,58
Principal
concorrente
em 2008
3,11 Estados Unidos
VCR do
Participação
VCR do Principal
do principal
Brasil em Concorren
concorrente
2008
te em
em 2008 (%)
2008
52,8
1,35
0,31
Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
100
No subgrupo “fio-máquinas e barras de ferro ou aço”, destaque para as exportações brasileiras do SH
721499, descrito como “outras barras de ferro ou aços não ligados, estiradas ou extrudadas a quente”, que
atingiram US$ 8,4 milhões em 2008. No subgrupo “demais produtos químicos”, destaque para o SH 380892,
descrito como “fungicidas embalados para uso domissanitário direto”, cujas exportações somaram US$ 7,4
milhões naquele ano.
Tabela 34: Subgrupos de produtos classificados como “desvio de comércio” do complexo “Tecnologia e Saúde”.
Grupos de
produtos
Produtos químicos
Subgrupos de
produtos
Crescimento Crescimento
Exportações
Nº Importações
médio dos
médio do Participação
Principal
brasileiras para
concorrentes Brasil entre brasileira concorrente em
de do país em
o México em
SH6 2008 (US$)
entre 2003 -2008 2003-2008 em 2008 (%)
2008
2008 (US$)
(%)
(%)
Demais produtos
10
químicos
183.168.894
20.227.323
37,45
29,15
11,04 Estados Unidos
VCR do
Participação
VCR do Principal
do principal
Brasil em Concorren
concorrente
2008
te em
em 2008 (%)
2008
41,0
2,01
0,85
Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
101
Anexo 1
Metodologia de Identificação de Oportunidades para as Exportações Brasileiras em Determinado
Mercado-alvo
O trabalho de identificação de oportunidades para as exportações brasileiras inicia-se com o
levantamento de todos os produtos (SH6) que o mercado-alvo importou do mundo nos últimos seis anos. Esses
produtos são separados em dois grupos: produtos com exportações expressivas e produtos com exportações
incipientes.
Para identificar quais produtos têm exportações expressivas, são realizados três passos, na ordem
estabelecida abaixo:
1º - Identificam-se os produtos cuja participação média nas exportações brasileiras em relação à média no total
importado pelo mercado-alvo tenha sido superior a 1%, nos últimos seis anos,
2º - Desconsidera-se o primeiro quartil formado pelos produtos identificados no passo 1. Consideram-se, assim,
apenas os produtos que estão entre os 75% com maior participação nas exportações brasileiras para o mercadoalvo;
3º - Verifica-se, então, se as exportações dos produtos identificados ao final do passo 2 são contínuas.
Exportações contínuas são aquelas que, a partir da primeira venda efetuada, não são interrompidas em nenhum
ano posterior. Analisando-se, por exemplo, um período de quatro anos, se determinado produto foi vendido
apenas nos dois primeiros anos, suas exportações são descontínuas. Se, no entanto, as vendas do produto se
iniciaram no terceiro ano e se repetiram no quarto, suas exportações são consideradas contínuas.
Os produtos com exportações incipientes são aqueles excluídos em um dos três passos acima descritos.
Dessa maneira, assegura-se que todos os produtos importados pelo mercado-alvo, mesmo os que não são
exportados pelo Brasil, participaram da análise de oportunidade.
Uma vez separados os produtos que têm exportações expressivas dos que têm exportações incipientes,
eles são agregados em grupos. A partir de então, os grupos de produtos com exportações expressivas e
incipientes são analisados separadamente através de diferentes critérios metodológicos.
Análise de oportunidades para grupos de produtos com exportações expressivas
102
Para se identificar, no conjunto de exportações expressivas, os grupos de produtos que têm maior
destaque no mercado-alvo, são analisados, num período de seis anos, dois indicadores:
1 – A contribuição de cada grupo de produtos para o crescimento das importações totais do mercadoalvo ou a contribuição das exportações brasileiras para esse mercado;
2 – O crescimento médio das importações totais do mercado ou das exportações brasileiras do grupo de
produtos.
Aplica-se uma média geométrica simples a esses dois valores, chegando a dois índices para cada grupo
de produtos, um considerando as importações totais do mercado e outro considerando as exportações brasileiras
para esse mercado. Os grupos que alcançarem um desempenho superior à média geral em, ao menos, um dos
índices são avaliados mais detalhadamente.
A inclusão do primeiro indicador (contribuição para o crescimento) na construção desse índice busca
minimizar o chamado “efeito base” sobre a taxa de crescimento dos grupos de produtos. Esse efeito ocorre
porque os grupos de produtos com menor valor exportado apresentam uma tendência de indicarem taxas de
crescimento superiores àquelas atingidas pelos grupos de produtos com maior valor exportado. A taxa de
contribuição para o crescimento aponta para um movimento contrário, em que os grupos de produtos com maior
participação na pauta de exportação ou importação, em princípio, apresentarão uma taxa mais elevada do que os
grupos de produtos com menor participação. A média geométrica dessas duas taxas visa suavizar os grupos com
baixo valor exportado e forte taxa de crescimento, tornando a análise mais eficiente. Já o cruzamento entre as
importações totais do mercado e as exportações brasileiras destinadas ao mercado-alvo busca avaliar os grupos
de produtos tendo em conta tanto a demanda do mercado (importações totais) como a oferta brasileira para o
mercado (exportações brasileiras).
Os grupos de produtos com exportações expressivas são classificados em cinco categorias:
“consolidados”, “em risco”, “em declínio”, “desvio de comércio” e “a consolidar”. A classificação é feita,
considerando-se:
•
O posicionamento do Brasil em relação a seus concorrentes em cada grupo de produtos. Isso é
verificado através da análise das participações do Brasil e do principal concorrente nas importações do mercadoalvo no último ano do período considerado e da análise do crescimento médio das exportações brasileiras em
relação ao crescimento médio das exportações dos concorrentes.
103
•
A especialização do Brasil na exportação de produtos daquele grupo em relação à especialização
exportadora do principal concorrente, definida a partir do cálculo da Vantagem Comparativa Revelada (VCR) de
cada país71.
Um grupo de produtos é considerado “consolidado” quando o Brasil já tem, no mínimo, 30% de
participação no mercado-alvo, e o crescimento médio das exportações brasileiras é igual ou superior ao
crescimento médio das exportações dos concorrentes, no período considerado. A característica principal desses
grupos de produtos é que eles já gozam de uma situação confortável no mercado-alvo, que demanda apenas
esforços para sua manutenção.
Os grupos de produtos considerados “em risco” são aqueles em que o Brasil tem uma participação de
mercado igual ou superior a 30%, mas o crescimento médio das exportações dos concorrentes supera em mais de
50% o crescimento médio das exportações brasileiras, o que significa que a posição do Brasil encontra-se
ameaçada.
Grupos de produtos com “desvio de comércio” são aqueles cujo crescimento médio das exportações
brasileiras é inferior ao das exportações dos concorrentes, apesar de o Brasil apresentar vantagens na exportação
do grupo de produtos observado ( >1), ao contrário de seu principal concorrente (. 1). Isso
indica que há algum elemento não determinado pela simples observação dos fluxos comerciais globais
favorecendo o principal concorrente do Brasil no mercado-alvo. Pode ser a existência de acordos comerciais, a
proximidade geográfica, entre outros. Para se contornar o desvio de comércio, são necessários esforços que
normalmente vão além da promoção comercial.
Um grupo de produto está “em declínio” se não há diferença de especialização na exportação entre o
Brasil e o principal concorrente (VCRBR>1 e VCRConc.>1 ou VCRBR<1 e VCRConc.<1) e o crescimento médio das
exportações brasileiras é negativo. A situação de declínio também acontece quando, ao mesmo tempo, o
crescimento das exportações do Brasil é positivo, porém inferior a 15%72, e a taxa de crescimento dos
concorrentes é o dobro da taxa de crescimento brasileira.
Nos grupos de produtos classificados como “a consolidar”, a participação do Brasil no mercado-alvo é
inferior a 30%, mas as exportações brasileiras acompanham o ritmo dos concorrentes ou são mais aceleradas.
71
A VCR é calculada pela participação do grupo de produtos nas exportações totais brasileiras para o mundo em relação à participação do mesmo grupo nas
exportações mundiais totais.
72
A taxa média anual de crescimento abaixo de 15% foi definida como valor máximo para um grupo caracterizar-se como “em declínio” porque, acumulada
em um período de seis anos, representa um crescimento total de aproximadamente 100% no valor exportado pelo Brasil. Assim, ainda que a taxa de
crescimento das exportações brasileiras seja menos da metade da taxa dos concorrentes, considera-se que a variação total das vendas do Brasil para o
mercado foram significativas, e o grupo de produtos não poderia ser caracterizado como “em declínio”.
104
Esses são os grupos de produtos onde estão as melhores oportunidades para o aumento das exportações
brasileiras. Por isso, eles são investigados mais profundamente. Para tanto, os grupos de produtos “a consolidar”
são abertos em subgrupos. O objetivo é encontrar aqueles segmentos que são mais significativos para o
desempenho do grupo como um todo. Os subgrupos recebem classificação semelhante à dos grupos:
“consolidado”, “em risco”, “em declínio” e “a consolidar”. Apenas a categoria de desvio de comércio não é
utilizada para subgrupos, porque, nesse ponto, não se considera o principal concorrente do Brasil. Nos casos em
que a participação brasileira no mercado-alvo seja inferior a 30% e o crescimento das exportações nacionais seja
menor do que o dos concorrentes, o grupo de produtos poderá estar “em declínio” ou “a consolidar”.
Da mesma forma que os grupos de produtos, os subgrupos “a consolidar” são considerados como as
principais oportunidades para as exportações brasileiras. Nesse caso, são levantados os produtos mais
significativos, representados por códigos SH6. Para isso, utilizam-se duas variáveis:
1 - Contribuição de cada produto para o crescimento total das exportações brasileiras do subgrupo;
2 - Tendência de crescimento de cada produto. Essa tendência é calculada comparando-se o valor
exportado pelo Brasil no último ano do período analisado com a média do valor exportado nos últimos três anos.
Produtos que contribuíram para o crescimento de seu subgrupo acima da média e que foram mais exportados no
último ano do que na média dos últimos três anos são considerados mais determinantes para o desempenho
positivo do subgrupo.
Análise de oportunidades para grupos de produtos com exportações incipientes
No caso das exportações incipientes, as variáveis adotadas para seleção dos principais grupos e
subgrupos de produtos levam em conta apenas a demanda do mercado-alvo (dados de importações), já que o
Brasil ainda não se estabeleceu no país com esse conjunto de produtos.
Em primeiro lugar, determina-se o dinamismo do grupo de produtos. O dinamismo relaciona o
desempenho das importações do mercado-alvo com as importações mundiais. Calcula-se a média entre as taxas
de crescimento do primeiro e do último biênio do período em análise, tanto para as importações do mercado de
um determinado grupo de produtos quanto para as importações mundiais totais. Essa média é calculada para
minimizar os efeitos de grandes variações de valores ao longo do período, que podem ser causadas não por um
aumento de quantidades importadas, mas por um aumento anormal de preços ou pela inflação, por exemplo. O
dinamismo do grupo de produtos no mercado será determinado pela comparação de sua média com a média das
importações mundiais totais.
105
Em relação ao dinamismo, um grupo de produtos pode estar “em decadência”, apresentar “baixo
dinamismo”, “dinamismo intermediário”, ser “dinâmico” ou “muito dinâmico”. Apenas os grupos dinâmicos e
muito dinâmicos prosseguem na análise. Para eles, é calculada a vantagem comparativa do Brasil, com o objetivo
de avaliar se a economia brasileira tem oferta exportável para entrar no mercado-alvo com aquele grupo de
produtos. Os grupos de produtos em que o Brasil tem VCR acima de 0,7 são classificados como “a desenvolver”,
ou seja, aqueles em que o Brasil apresenta maiores chances de abertura de mercado.
Esses grupos, assim como os “a consolidar” do conjunto de exportações expressivas, são abertos em
subgrupos. Para os subgrupos “a desenvolver”, o Brasil também deverá apresentar VCR mínima de 0,7, e os
subgrupos deverão ser “intermediários”, “dinâmicos” “muito dinâmicos”. Mas, nesse caso, o dinamismo será
avaliado tendo-se em conta não a média das importações mundiais totais, mas a média das importações do
mercado para o grupo de produtos no qual o subgrupo se insere. Os subgrupos “a desenvolver” são aqueles que
impulsionam o desempenho do grupo e, portanto, representam as principais oportunidades do conjunto de
exportações incipientes, sendo analisados com mais profundidade.
Os principais produtos dentro de cada subgrupo são determinados a partir da VCR do Brasil nas
exportações daquele produto para o mundo e da tendência de crescimento das importações daquele produto.
produtos para os quais a VCR do Brasil seja maior que 0,7 e que tenham sido mais importados pelo mercado-alvo
no último ano de análise que na média dos últimos três anos são considerados como os mais determinantes para
o desempenho positivo do subgrupo.
106
Anexo 2
Contatos
1. CONTATOS73
1.1. Órgãos oficiais
1.1 No México
a) Representação diplomática e consular brasileira
Embaixada do Brasil
Rua Lope de Armendáriz, 130 - Lomas de Virreyes.
Delegación Miguel Hidalgo. 11000
México, D.F. - México
Telefones: +52 (55) 5201-4531 / 5520-3286
Fax: +52 (55) 5520-4929
E-mail: [email protected]
Home page: www.brasil.org.mx
Setor de Promoção Comercial
Rua Lope de Armendáriz, 130 - Lomas de Virreyes.
Delegación Miguel Hidalgo. 11000
México, D.F. - México
Telefone: +52 (55) 5202-7500 / 5520-3286
Fax: +52 (55) 5520-4929
E-mail: [email protected]
Home page: www.brasil.org.mx
b) Órgãos oficiais mexicanos
Banco Mexicano de Comércio Exterior
Camino a Santa Teresa No. 1679, Col. Jardines del
Pedregal
México, Distrito Federal
Telefones: +52 (55) 5481 6000 /5449 9000
Fax: +52 (55) 5449 9028
E-mail: [email protected]
Home page: www.bancomext.com
Administración General de Aduanas
Administración Central de Contabilidad y Glosa
Av. Hidalgo No. 77, Módulo IV, Piso 1
Col. Guerrero, Delegación Cuauhtémoc
06300, México, D.F.
73
http://www.braziltradenet.gov.br/ARQUIVOS/Publicacoes/ComoExportar/CEXMexico.pdf
107
Secretaría de Economía
Insurgentes Sur 1940 Piso 8
Col. Florida, Del. Álvaro Obregón
México, D.F.
Telefone: +52 (55) 5229-6100
Secretaria de Economía – UPCI
Unidad de Prácticas Comerciales Internacionales
Insurgentes Sur 1940
Col. Florida, Del. Álvaro Obregón
México, D.F
Telefone: +52 (55) 5229-6100
Instituto Mexicano de la Propiedad Industrial
Periférico Sur Nº 3106 Col. Jardines del Pedregal
México,D.F.
Módulo de información (Térreo)
Telefone: +52 (55) 5624-0400 Ext. 4748 e 4749
Promoción
Telefone: +52 (55) 5624-0400 Ext. 4615 e 4616
Patentes y Diseños Industriales
Telefone: +52 (55) 5624-0400 Ext. 4708
Marcas
Telefone: +52 (55) 5624-0400 Ext. 4722
Información Tecnológica
Telefone: +52 (55) 5624-0400 Ext. 4770
Subsecretaría de Agricultura
Libre 377 Col. Santa Cruz Atoyac,
Del. Benito Juárez P 2 B
Telefone: +52 (55) 9183-1000
E-mail: [email protected]
Secretaría de Salud
Lieja No. 7, 1er. piso, Col. Juárez, Deleg. Cuauhtémoc
Telefones: +52 (55) 5553-0758/ 5553-1353 /5553-6967 /
5553-7017
Fax: +52 (55) 5553-7917
c) Organismos de certificação de normas oficiais mexicanas
Dirección General de Normas – Secretaría de Economía
Av. Puente de Tecamachalco #6, Sección Fuentes
Col. Lomas de Tecamachalco,
Telefone: +52 (55) 5729-9300
Fax: +52 (55) 5520-9715
Asociación de Normalización y Certificación – ANCE
108
Av. Lázaro Cárdenas 869, Col. Nueva Industrial Vallejo
México, D.F.
Telefone: +52 (55) 5747-4550
Fax: +52 (55) 5747-4560
E-mail: [email protected]
Home page: www.ance.org.mx
Normalización y Certificación Electrónica – NYCE
Av. Lomas de Sotelo No. 1097, Col. Lomas de Sotelo
11200, México, D.F.
Telefone: +52 (55) 5395-0777
Fax: +52 (55) 5395-0700
E-mail: [email protected]
Home page: www.nyce.org.mx
Calidad Mexicana Certificada – CALMECAC
José Vasconcelos No. 83, Col. San Miguel Chapultepec
11850, México, D.F.
Telefone: +52 (55) 5553-0571
Fax: +52 (55) 5211-6702
E-mail: [email protected]
Home page: www.calmecac.com.mx
Instituto Mexicano de Normalización y Certificación - IMNC
Manuel María Contreras No. 133, Piso 6, Col. Cuahtémoc
06470, México, D.F.
Telefone: +52 (55) 5566-4750 / 5546-4144
Fax: +52 (55) 5705-3686
E-mail: [email protected]
Sociedad Mexicana de Normalización y Certificación
Cto. Geógrafos No. 20, Col. Cd. Satelite
53101, Naucalpan de Juárez, Estado de México.
Telefone: +52 (55) 5374-1402
Fax: +52 (55) 5374-2037
E-mail: [email protected]
Société Générale de Surveillance de México, S.A. de C.V.
División Internacional Certification Services. – SGS
Ingenieros Militares No. 85, Piso 5, Col. Argentina
Poniente
11230, México, D.F.
Telefone: +52 (55) 3003-4900
Fax: +52 (55) 3003-4989
E-mail: [email protected]
Home page: www.sgsgroup.com
Organismo Nacional de Normalización y Certificación de la
Construcción y Edificación
109
Constitución No. 50, Col. Escandón, 11800, México, Distrito Federal.
Telefone/Fax: +52 (55) 5273-1991
E-mail: certificació[email protected]
International Certification of Quality Systems – IQS
Moras No. 533, Primer Piso, Col. Del Valle, 03100, México,
Distrito Federal
Telefone: +52 (55) 5524-3737 / 5534-4707
Fax: +52 (55) 5534-1757
E-mail: [email protected]
Quality Management Institute
Insurgentes Sur No. 586, 5º piso, Desp. 501, Col. Del Valle
03100, México, D.F.
Telefone: +52 (55) 5536-9444
Fax: +52 (55) 5536-0147
E-mail: [email protected]
Home page: www.qmi.com
Factual Services
Insurgentes Sur No. 594 – 303 – 304, Col. Del Valle
03100, México, Distrito Federal
Telefone: +52 (55) 5543-8278
Fax: +52 (55) 5343-3454
E-mail: [email protected]
BVQI Mexicana
Ejercito Nacional No. 418, primer piso, Col. Chapultepec Morales
México, Distrito Federal
Telefone: +52 (55) 5531-0671
Fax: +52 (55) 5531-8540
E-mail: [email protected]
Home page: www.bureauveritas.com
TUV Rheinland de México
Av. Santa Fé No. 170, Oficina 2 – 4 – 10, Col. Lomas de Santa
Fé
01210, México, D.F.
Telefone: +52 (55) 8503-9940
Fax: +52 (55) 8503-9947
E-mail: [email protected]
Asociación Española de Normalización y Certificación – AENOR
Presidente Masaryk No. 473 (3º), Col. Polanco
11510, México, D.F.
Telefone: +52 (55) 5280-7755
Fax: +52 (55) 5280-7880
Underwriters Laboratories Inc. – UL
Fuente de Pirámides No. 1 – 806, Col. Lomas de Tecamachalco
110
53950, Naucalpan, Estado de México.
Telefone: +52 (55) 5294-7660
Fax: +52 (55) 5294-7969, 5294-7089
International Quality Certifications – IQC
Joselillo No. 6-A, Col. El Parque, 53390
Naucalpan, Estado de México
Telefones: +52 (55) 5557-9629 / 5557-5023 / 5557-5149
Fax: +52 (55) 5557-9629
Lloyds Register Quality Assurance Inc.
Torre Guía, Piso 2, Av. Morones Prieto No. 2805, Col. Lomas
de San Francisco
64710, Monterrey, Nuevo León
Telefone: +52 (81) 8399-0148
Fax: +52 (81) 8399-0144
E-mail: [email protected]
Quality Solution Register
Vicente Suárez No. 9, Col. Condesa, 06140, México,
Distrito Federal
Telefone/Fax: +52 (55) 5286-4991
E-mail: [email protected]
Home page: www.qsr.com.mx
México Q. S. A. G.
Montecito No. 38, Piso 5, Oficina 23, Col. Nápoles, 03810
México, Distrito Federal
Telefone: +52 (55) 5488-3306
Fax: +52 (55) 5488-3309
E-mail: [email protected]
Det Norske Veritas México
Insurgentes Sur No. 950, Piso 6, Col. Del Valle, 03100
México, Distrito Federal
Telefone: +52 (55) 5687-6600
Fax: +52 (55) 5687-6692
E-mail: [email protected]
LGAI México
Av. De Las Fuentes No. 41 – A, 10º Piso, Col. Lomas de
Tecamachalco, 53950, Naucalpan, Estado de México
Telefone: +52 (55) 5294-9491 / 5294-7200
Fax: +52 (55) 5293-1573
E-mail: [email protected]
American Trust Register
Paseo Hacienda de Echegaray No. 121, Col. Bosques de
Echegaray, 53310
111
Naucalpan, Estado de México
Telefone: +52 (55) 5236-7384
Fax: +52 (55) 5236-7284
1.2 No Brasil
a) Representação diplomática e consular do México
Embaixada do México
SES Av. das Nações Q. 805 Lote 18
70412-900 – Brasília - D.F.
Telefones: (61) 3204-5200
Fax: (61) 3204-5201
E-mail: [email protected]
Home page: www.mexico.org.br
Escritório Comercial do México
Rua Holanda, 14 - Jardim Europa
01446-900 São Paulo - SP
Telefone: (11) 3088-4811 / 3088-4257 / 3088-4725
Fax: (11) 3088-3941
E-mail: [email protected]
Home page: www.bancomext.gob.mx
Consulado-Geral do México no Rio de Janeiro
Praia de Botafogo 242-301 – 3º Andar, Botafogo
22250-040 - Rio de Janeiro – RJ
Telefones: (21) 3262-3200
Fax: (21) 3262-3210
E-mail: [email protected]
Consulado-Geral do México em São Paulo
Vistos de negócios e de trabalho
Rua Holanda Nº 274, Jardim Europa
01446-030 São Paulo - SP
Telefone: (11) 3081-4921/4721
Fax: (11) 3082-4319, 3088-7768
E-mail: [email protected]
3. Câmaras de comércio
No México
Cámara de Industria y Comercio México - Brasil
FFCC de Cuernavaca # 211 - 1er. Piso, Col. Chapultepec
Morales, Del. Miguel Hidalgo
11570 México, D.F.
Telefone: +52 (55) 5282-3164
112
Fax: +52 (55) 5280-7211
E-mail: [email protected]
Home page: www.camebra.org.mx
No Brasil
Câmara de Indústria, Comércio e Turismo Brasil - México
Rua Prof. Carlos de Carvalho 28 - cj. 53
04531-080 São Paulo - SP
Telefone: (11) 3307-8041
Fax: (11) 3384-8041
Home page: www.bramex.org.br
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