o documento na íntegra - Academia da Vinha e do Vinho
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Perfil-País MÉXICO 2010 1 Apex-Brasil Alessandro G. Teixeira PRESIDENTE Mauricio Borges DIRETOR DE NEGÓCIOS Ricardo Schaefer DIRETOR DE PLANEJAMENTO E GESTÃO Marcos Tadeu Caputi Lélis COORDENADOR DA UNIDADE DE INTELIGÊNCIA COMERCIAL E COMPETITIVA (UICC) Camila Martins Araújo Gontijo Emanuel Teixeira Figueira Júnior AUTORES DO ESTUDO Leonardo Silva Machado COLABORADOR DO ESTUDO Letícia Ludwig Loder REVISORA DO TEXTO SEDE Setor Bancário Norte, Quadra 02, Lote 11, CEP 70.040-020 Brasília – DF Tel. 55 (61) 3426.0202 Fax. 55 (61) 3426.0263 E-mail: [email protected] © 2010 Apex-Brasil Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte. 2 APRESENTAÇÃO Este estudo traça um perfil do México através da apresentação dos panoramas econômico, político e comercial daquele país. A ênfase maior é dada às relações comerciais mexicanas, mais detalhadamente, àquelas estabelecidas com o Brasil. Além de analisar os principais dados do comércio entre Brasil e México, o trabalho também traz indicadores que estão envolvidos nas trocas comerciais entre esses dois países e as oportunidades de negócio para os exportadores brasileiros que desejam atuar no mercado mexicano. Abaixo, são listadas as informações encontradas em cada uma das seis partes do estudo. Parte 1 Introdução Localização Pag. 8 População Pag. 8 Principais Cidades Pag. 9 Parte 2 Panorama Econômico Desempenho Econômico Pag.13 Parte 3 Panorama Político Política Interna Pag.20 Política Externa Pag.20 Relações Bilaterais Brasil-México Parte 4 Panorama Comercial Pag.21 Política Comercial Acordos Comerciais Pag.24 Características do Mercado Pag.25 Ambiente de Negócios Pag.28 Capacidade de Pagamento Pag.29 Infraestrutura e Logística Intercâmbio Comercial Evolução do Comércio Exterior do México Pag.31 Destino das Exportações Mexicanas Pag.33 Principais Produtos da Pauta de Exportações do México Pag.34 Origem das Importações Mexicanas Pag.35 3 Principais Produtos da Pauta de Importações do México Pag.37 Intercâmbio Comercial Brasil-México Corrente de Comércio Pag.38 Saldo Comercial Pag.39 Principais Produtos Exportados pelo Brasil para o México Pag.41 Principais Produtos Importados pelo Brasil do México Pag.42 Indicadores de Comércio Brasil-México Parte 5 Oportunidades Pag.43 Índice de Complementaridade de Comércio (ICC) Pag.46 Índice de Intensidade de Comércio (IIC) Pag.48 Índice de Diversificação/Concentração das Exportações (HHI) Pag.49 Índice de Comércio Intrassetor Industrial Pag.50 Índice de Especialização Exportadora (IEE) Pag.52 Índice de Preços e Índice de Quantum Pag.55 Apresentação da Metodologia de Identificação das Oportunidades Comerciais Pag.58 Comerciais para o Brasil no México Parte 6 Anexos Agronegócios, Alimentos e Bebidas Pag.61 Casa e Construção Pag.68 Máquinas e Equipamentos Pag.78 Moda Pag.87 Tecnologia e Saúde / Entretenimento / Multissetorial Pag.84 Anexo 1: Descrição da Metodologia de Identificação das Pag.103 Oportunidades Comerciais Anexo 2: Contatos Pag.108 A Unidade de Inteligência Comercial e Competitiva, responsável pelo desenvolvimento deste estudo, gostaria de saber sua opinião sobre ele. Se você tem comentários ou sugestões a fazer, por favor, envie e-mail para: [email protected] 4 SUMÁRIO EXECUTIVO O México ocupa uma área de 1,9 milhão de km² e é o 15º maior país do mundo. Apesar de estar localizado na América do Norte, suas características culturais o identificam como país latino-americano. A população mexicana, em 2008, era de 107,8 milhões de habitantes, tornando o país o segundo mais populoso da América Latina e do Caribe e o 11º mais populoso do mundo. Estima-se que a população do México alcançará um número próximo a 110,3 milhões de habitantes em 2010, chegando a 115,7 milhões em 2015. O Produto Interno Bruto (PIB) do México, em valores correntes convertidos em dólares estadunidenses, é de US$ 1,09 trilhão, o que posiciona o país como a décima economia do mundo. Em termos de paridade poder de compra (PPC), o PIB mexicano alcançou I$ 1,5 trilhão em 2008, levando o país à 11ª colocação no ranking mundial. Entre as economias em desenvolvimento e emergentes, o México está na quinta posição, atrás de China, Índia, Rússia e Brasil. Entre os países latino-americanos, o México é a segunda maior economia. O panorama político mexicano foi redesenhado em 2000, quando o Partido de Ação Nacional (PAN) venceu a eleição para o executivo, elegendo Vicente Fox (2000-2006) e desbancando a hegemonia de 70 anos (1931-2000) do Partido Revolucionário Institucional (PRI). Ligado ao empresariado pró-Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte) e às classes médias urbanas, o PAN obteve outra vitória nas eleições presidenciais de 2006, quando Felipe Calderón derrotou López Obrador (PRD) – candidato vinculado às classes populares e aos movimentos camponeses. A principal inversão na política externa mexicana deu-se na década de 1980, quando o país abandonou as linhas do desenvolvimentismo e do terceiro-mundismo para abraçar a globalização neoliberal, a ideia de “governabilidade democrática”, as instituições financeiras internacionais e a aliança com os Estados Unidos. Apesar de não haver uma coincidência perfeita de interesses, os Estados Unidos são estruturalmente o parceiro preferencial do México. No entanto, cada vez mais, o governo mexicano vem tentando conquistar maior liderança na América Central e no Caribe. O objetivo é criar sinergia econômica, elevando a penetração do capital mexicano nos países vizinhos, trabalhar a agenda do narcotráfico e buscar maior espaço político na região. A relação bilateral entre o Brasil e o México passa por um momento de intensificação, mas ainda está muito aquém de suas possibilidades. Historicamente, os laços comerciais entre os dois países não são muito significativos, em parte devido às fortes relações que o México tem com os Estados Unidos, o que acaba fazendo com que o país tenha relações multilaterais pouco dinâmicas. 5 O comércio externo do México está altamente concentrado nas relações bilaterais com o mercado estadunidense. Mais de 80% das exportações mexicanas destinam-se aos Estados Unidos, de onde partem 50% das importações do México. O motor dessas relações comerciais é a indústria maquiladora, em que predominam as importações de insumos para a indústria automobilística mexicana e as exportações dos produtos finais, predominantemente para os Estados Unidos. Os investimentos brasileiros no México são da ordem de US$ 1 bilhão, enquanto os investimentos diretos mexicanos no Brasil estão em torno de US$ 4 bilhões, concentrando-se nos setores de telecomunicações (Grupo Claro), alimentos (FEMSA, Del Valle) e turismo. Entre as principais empresas brasileiras atuantes no México, pode-se citar a Braskem e a Petrobras. Os produtos industriais são os principais itens de exportação do México, seguidos de petróleo, prata, frutas, vegetais, café e algodão. Em relação às importações, os principais produtos são máquinas e equipamentos, produtos siderúrgicos, máquinas agrícolas, equipamentos elétricos, partes automotivas para linhas de montagem, partes para motores de veículos e aviões. A participação do mercado mexicano no total das exportações brasileiras é pouco significativa. Essa participação elevou-se no período 1988-1992, passando de 0,8% para 3,1%. No período 1992-1995, ocorreu um forte declínio, quando o México representou apenas 1,1% das exportações brasileiras. Ao longo do período seguinte (1995-2004), o mercado mexicano ganhou importância, passando de 1,1% para 4,1%. A partir de então, houve novamente um declínio acentuado, sendo que, em 2008, o México absorveu 2% do total exportado pelas empresas brasileiras. A importância relativa do mercado mexicano para as exportações brasileiras coincide com a participação dos bens e serviços mexicanos nas importações brasileiras. Entre 1998 e 2008, as importações brasileiras provenientes do México não atingiram uma participação maior do que 2% nas importações totais, com valor médio de 1,4%. Desde 2005, no entanto, essa participação vem aumentando, tendo alcançado 1,8% em 2008. Ao mesmo tempo em que existe um equilíbrio relativo nas trocas comerciais brasileiras e mexicanas, nota-se uma tendência à diminuição do saldo comercial relativo1 do Brasil frente ao México. Esse indicador chegou a representar 70% em 2004, caindo para 16% em 2008 e chegando a -2% em 2009. 1 O saldo comercial relativo mostra a participação do superávit ou déficit comercial na corrente de comércio (exportações + importações) de dois países. 6 PARTE 1 INTRODUÇÃO 7 LOCALIZAÇÃO / POPULAÇÃO Com uma área de 1,9 milhão de km², o México é o 15º maior país do mundo. Apesar de estar localizado na América do Norte, possui características culturais que o identificam como país latino-americano. Figura 01: Mapa Político México Fonte: CIA The World Factbook. A população mexicana, em 2008, era de 107,8 milhões de habitantes, tornando o país o segundo mais populoso da América Latina e do Caribe e o 11º mais populoso do mundo. Estima-se que a população do México alcançará um número próximo a 110,3 milhões de habitantes até o fim de 2010, chegando a 115,7 milhões em 2015 (Gráfico 1). Há, no país, uma tendência à queda das taxas de crescimento da população, tanto urbana quanto rural, movimento natural de regiões em processo de desenvolvimento econômico. Gráfico 01- População do México (em milhares de pessoas) 99.735 25.210 104.266 24.702 110.293 24.454 115.756 23.978 79.564 85.839 91.777 74.524 2000 2005 2010* 2015* População urbana População rural *Previsão Fonte: UN Population Division. Elaboração: UICC Apex-Brasil. 8 A participação relativa da população rural no total da população mexicana deverá ser reduzida, passando de 25,3% em 2000 para 20,7% em 2015. Isso é evidenciado no Gráfico 2 por meio da análise da sequência de taxas de crescimento negativas, quais sejam, de -0,4% em 2005, -0,2% em 2010 e, novamente, 0,4% em 2015. Gráfico 02 - Crescimento da população do México – variação acumulada em cinco anos 2,0% 1,7% 1,5% 1,3% 1,3% 1,1% 1,0% 0,9% 0,6% 2000 2005 2010* 2015* -0,2% -0,4% -0,4% *Previsão Crescimento da população total - México Crescimento da população rural - México Crescimento da população urbana - México Fonte: UN Population Division. Elaboração: UICC – Apex-Brasil. PRINCIPAIS CIDADES O Gráfico 03 evidencia o percentual da população total do México que reside nas seis principais cidades do país. Prevê-se que 30% da população mexicana (aproximadamente 35 milhões de habitantes) residirão, em 2015, nas seis cidades: Cidade do México, Guadalajara, Monterrey, Puebla, Tijuana e León de los Aldamas. Pela análise desses dados, nota-se, no entanto, um movimento de desconcentração populacional, evidenciado principalmente na Cidade do México, na qual, em 1990, residiam 18,2% da população mexicana (15,3 milhões de habitantes), número que deverá baixar para 17,4% (20,2 milhões de habitantes) em 2015. As cidades que mais terão incremento na participação relativa serão Monterrey e Tijuana. A primeira passará de 2,5 milhões de habitantes em 1990 para 4,2 milhões em 2015. Já Tijuana partiu de 760 mil habitantes e deverá atingir 1,8 milhão no mesmo período. 9 Gráfico 03: Percentagem da população total residente nas seis principais aglomerações urbanas com mais de 750.000 habitantes em 2007 (1990-2015) 20% 18% 16% 14% 12% 10% 8% 6% 4% 2% 0% 1990 1995 Cidade do México Puebla 2000 Guadalajara Tijuana 2005 2010* 2015* * Previsão Monterrey León de los Aldamas Fonte: UN Population Division. Elaboração: UICC – Apex-Brasil. O perfil etário dos mexicanos é apresentado no Gráfico 04. A primeira imagem revela a explosão demográfica que o país sofreu na década de 1980. Essa análise permite notar que a base da pirâmide, representativa das pessoas com até 20 anos, foi bastante alargada em relação às outras faixas e, em especial, àquela dos idosos com mais de 60 anos, o que evidencia a estrutura típica dos países subdesenvolvidos. Já em 2020, a configuração prevista da pirâmide assemelha-se à dos países com maior grau de desenvolvimento, com a base mais estreita e o corpo e o topo mais adensados. A partir da análise do Gráfico 04, verifica-se que, entre 1980 e 2020, a força de trabalho mexicana composta pela população entre 15 e 64 anos aumentará 41,8%, passando de 33,2 milhões para 79,3 milhões de habitantes, o que poderá trazer impactos sobre a oferta de empregos no país. O aumento da expectativa de vida permitirá que a população com mais de 60 anos cresça em 23,1% ao longo dos 40 anos em análise. Em termos relativos, sua participação no total da população passará de 5,5% para 12,9%, o que poderá gerar pressões sobre os serviços assistenciais prestados pelo Estado. Na separação por sexos, verifica-se que, em 2010, o número de homens supera o de mulheres discretamente até a faixa dos 19 anos. A partir desse ponto, a situação inverte-se e aprofunda-se. Parte da 10 explicação está na violência urbana, que vitima os rapazes em maior proporção, e na maior expectativa de vida das mulheres, que têm um estilo de vida mais saudável e menos problemas de saúde relacionados ao trabalho. Gráfico 04 – Pirâmides etárias no México – 1980, 2000, 2010 e 2020, da esquerda para a direita – em milhões de habitantes Homens 6,0 4,0 2,0 > 80 75-79 70-74 65-69 60-64 55-59 50-54 45-49 40-44 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5-9 0-4 Mulheres 0,0 2,0 4,0 Homens 8,0 6,0 6,0 4,0 2,0 0,0 2,0 4,0 6,0 6,0 4,0 2,0 > 80 75-79 70-74 65-69 60-64 55-59 50-54 45-49 40-44 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5-9 0-4 Mulheres 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 Milhões Milhões Homens > 80 75-79 70-74 65-69 60-64 55-59 50-54 45-49 40-44 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5-9 0-4 Mulheres Homens 6,0 4,0 Milhões 2,0 > 80 75-79 70-74 65-69 60-64 55-59 50-54 45-49 40-44 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5-9 0-4 Mulheres 0,0 2,0 4,0 6,0 Milhões Fonte: UNDP. Elaboração: UICC — Apex-Brasil. 11 PARTE 2 PANORAMA ECONÔMICO 12 DESEMPENHO ECONÔMICO O Produto Interno Bruto (PIB) do México, em valores correntes convertidos em dólares estadunidenses, é de US$ 1,09 trilhão, o que posiciona o país como a décima economia do mundo. Em termos de paridade poder de compra (PPC), o PIB alcançou I$ 1,5 trilhão em 2008, levando o México à 11ª colocação no ranking mundial (Tabela 01). Entre as economias em desenvolvimento e emergentes, o país está na quinta posição, atrás de China, Índia, Rússia e Brasil. Entre os países latino-americanos, o México é a segunda maior economia. O PIB per capita2 mexicano, em termos de PPC, foi de I$ 14.270 em 2008, colocando o país na 75ª posição mundial. O Índice de Gini3 do México, que é de 47,9, situa o país na 32ª posição entre os países mais desiguais do mundo4. Na América Latina, ele é a sexta economia menos desigual. Essa é uma característica dos países em desenvolvimento, nos quais a renda não se encontra bem distribuída entre a população. Sob a ótica do Índice de Desenvolvimento Humano5 (IDH), o México está classificado no grupo dos países de alto desenvolvimento, ocupando a 53ª posição no ranking mundial. Na estrutura produtiva da economia mexicana, a contribuição da agricultura na formação do PIB, em 2008, foi de 3,6%, enquanto a indústria participou com 30,3% e o setor de serviços com 69,3%. Pela ótica da oferta agregada6, as importações mexicanas representaram 34,2% do PIB. Quanto à demanda agregada7, o consumo total (medido como relação do PIB) representou 80,1% (sendo que o consumo privado foi de 69,7%), o investimento total 23,0% (o investimento privado foi de 17,7%) e as exportações foram 30,4% do PIB do país. O déficit externo da economia mexicana, considerando o comércio exterior de bens e serviços, alcançou 3,8% do PIB. 2 O PIB per capita é obtido dividindo-se o PIB pelo número de habitantes do país. 3 Índice que mede o grau de desigualdade de renda de uma população. 4 Considerando 134 países em anos variados. 5 O IDH leva em conta três componentes: PIB per capita - PPC, longevidade e educação. 6 A oferta agregada mede a produção interna do país mais as importações. 7 A demanda agregada é a quantidade de bens e serviços que os consumidores adquiriram no período. 13 Tabela 01 - Indicadores socioeconômicos do México Indicadores selecionados do México Descrição 1. Economia Crescimento do PIB PIB 2008 PPP (I$ bilhões)¹ PIB per capita - PPP PIB PPP share ¹ Taxa de inflação FBCF/PIB IDE/PIB IDE - Estoque de entrada de investimento direto, 2008 (US$ bilhões)² 2.População IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)³ População em 2008 (milhões de habitantes) População economicamente ativa Taxa de desemprego 3. Tecnologia, Competitividade e Instituições Network Readiness Index (Tecnologia de Informação), 2007-2008 Gastos em Pesquisa e Desenvolvimento, média 2000-2005 (% do PIB) Exportações de Bens de Alta Tecnologia, 2005 (% do total exportado) Exportações de Bens de Alta Tecnologia, 2008 (% do total exportado) Índice de Competitividade Global 2009-2010 2008 Ranking 1,3% 1.542 14.270 2,23% 5,1% 22,11% 2% 294 11º 75º 14º 0,854 107,836 45.295.300 4% 53º - 3,84 0,40 17 25,45 4,19 67º 67º 27º 60º Fontes: World Development Indicators 2009; World Economic Forum Competitiveness Report 2009; Human Development Report 2008 e 2009; International Trade Statistics 2008; World Investment Report 2008; Global Information Technology Report 2008; Euromonitor; (1) World Bank. O Banco Mundial considera 209 países na elaboração do ranking de cada indicador. (2) UNCTAD. (3) PNUD. A ONU considera 179 países em seu ranking. O IDH é elaborado com base na renda, escolaridade e expectativa de vida. (4) Indicador que procura capturar várias dimensões do processo de inovação tecnológica. O ranking inclui 134 países. (5) Índice que captura múltiplas dimensões da capacidade competitiva das nações. O ranking considera 133 países. O desempenho da economia do México, entre as décadas de 1990 e 2000, caracterizou-se pelo alto grau de instabilidade das taxas de crescimento do PIB. No início dos anos 1990, a economia experimentava moderadas taxas de crescimento do PIB e rápido declínio inflacionário. Em 1995, em decorrência da crise de 1994, cujos impactos foram denominados de “efeito tequila”, o PIB mexicano caiu 6,2%. Já a inflação acelerou-se fortemente, chegando a 51,7% no ano de 1995 como resultado do movimento de desvalorização do peso mexicano frente ao dólar estadunidense. No ano de 2000, a taxa de inflação, medida pelo índice de preços ao consumidor, voltou a ser de um dígito, mantendo-se nesse patamar desde então (Gráfico 05). 14 A breve e moderada recessão enfrentada pelos Estados Unidos em 2001 impactou expressivamente a economia mexicana, que já estava atrelada à estadunidense devido à entrada em vigor do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta8). Naquele ano, a taxa de crescimento do PIB mexicano foi de -0,2%. Gráfico 05 - Crescimento do PIB e Taxa de Inflação do México 4,5% 4,7% 5,1% 4,0% 4,0% 4,0% 5,1% 2004 2005 3,5% 3,3% 3,2% 1,7% 2003 3,6% 5,4% 2006 3,5% 1,3% 2007 2008 2009 2010* -6,7% Crescimento do PIB Taxa de Inflação * Previsão Fonte: FMI. Elaboração: UICC – Apex-Brasil. Com a recuperação da economia estadunidense, o PIB mexicano voltou a crescer entre os anos de 2001 a 2003, porém a taxas bastante modestas. No período de 2004 a 2007, essas taxas ficaram entre moderadas e altas, considerando o padrão mexicano de crescimento. Com o início da crise nos Estados Unidos, em 2007, a economia mexicana voltou a entrar em recessão, que foi agravada pelos efeitos da gripe suína. A previsão para 2010 já mostra uma taxa positiva de crescimento do PIB, da ordem de 3,5%. Porém, o resultado acumulado de quatro anos, considerando-se o início da análise em 2006, indica um crescimento nulo da renda média dos mexicanos, que, em 2010, será equivalente àquela observada em 2006. As perspectivas de recuperação sustentada do crescimento econômico do México, a curto prazo, dependem fundamentalmente de uma retomada rápida e forte da economia estadunidense. A distribuição da renda no México pode ser analisada no Gráfico 06, que mostra a participação dos lares por faixa de renda anual. Nota-se que, em 2008, 38,0% dos lares mexicanos recebiam até US$ 15 mil anuais (62% 8 NAFTA – North American Free Trade Agreement. 15 ganhavam acima desse valor), resultando em uma renda mensal média de até US$ 1.250 por família. No caso da economia brasileira durante o mesmo período, cerca de 68,5% da população recebia até US$ 15 mil anuais, sendo que 31,5% dos lares brasileiros ganhavam acima do patamar de renda indicado. Isso significa que, mesmo que a economia do Brasil seja maior do que a mexicana, a distribuição de renda entre os lares mexicanos é melhor do que entre os brasileiros. Ainda com relação ao Gráfico 06, observa-se que, entre 2003 e 2008, houve uma tendência à alteração na composição percentual das faixas de renda por lares no México. Verificou-se, no período, um aumento relativo do número de lares que ganhavam entre US$ 15.000 e US$ 65.000 ao ano e uma queda relativa do número de lares que recebiam renda anual entre US$ 2.500 e US$ 15.000. A melhora da distribuição de renda das famílias mexicanas pode estar associada ao desempenho econômico do México no período analisado, quando a taxa anual média de crescimento da economia chegou a um valor próximo de 3,0%. Outro componente que pode ter ajudado na melhora do padrão de renda, ainda que de forma artificial, foi a valorização da taxa de câmbio nominal da moeda mexicana frente ao dólar estadunidense, uma vez que as faixas de renda são fixadas em dólar estadunidense. Devido aos efeitos da crise econômica atual, que atingem a economia mexicana, estima-se que o percentual de lares daquele país com renda acima do padrão fixado (US$ 15 mil anuais) cairá de 62%, em 2008, para algo em torno de 47% em 2010, deixando 53% dos lares com renda inferior a US$ 1.250 mensais, o que representa uma expressiva mudança na distribuição de renda do país. 16 Gráfico 06 – Participação dos lares por faixa de renda anual em 2003 e 2008 1,1% 2,9% 1,5% 5,4% 44,3% 55,0% 49,1% 36,5% 2,6% 1,5% 2003 2008 Até US$ 2.500 US$ 65.000 a US$ 150.000 US$ 2.500 a US$ 15.000 Acima de US$ 150.000 US$ 15.000 a US$ 65.000 Fonte: Euromonitor. Elaboração: UICC – Apex-Brasil. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Renda e Gastos dos Lares — ENIGH9 — de 2008, realizada pelo Instituto Nacional de Estatística, Geografia e Informática — INEGI10 —, 60% dos lares com renda mais baixa somam apenas 26,7% da renda, enquanto que 10% dos lares da faixa mais alta detêm 36,3% da renda. Os investimentos estrangeiros no México devem seguir as regras nacionais, as quais determinam que alguns setores, como os de hidrocarbonetos, eletricidade e transporte terrestre, são de exclusividade do Estado, enquanto outros setores devem ser majoritariamente compostos por capital mexicano, tais como telecomunicações, transporte aéreo e administração portuária. Os fluxos dos movimentos de capitais (líquidos) no México são apresentados no Gráfico 07. Com a crise mexicana de 1994, o fluxo de investimentos estrangeiros diretos (IED) declinou nos anos de 1995 e 1996, recuperando-se com o pacote de ajuda externa dos Estados Unidos e a retomada do crescimento econômico mexicano. Os IEDs foram novamente impactados pela crise financeira de 2007 e pelo início da Grande Recessão nos Estados Unidos em 2008. 9 Encuesta Nacional de Ingresos y Gastos de los Hogares. 10 Instituto Nacional de Estadística, Geografía e Informática. 17 Gráfico 07 – Investimento estrangeiro direto no México em US$ bilhões (1990-2009) 29,8 27,4 23,8 23,6 23,7 22,4 19,9 18,1 16,6 12,8 12,7 13,7 12,5 11,0 9,5 4,8 2,6 4,4 9,2 4,4 Fonte: UNCTAD. Elaboração: UICC – Apex-Brasil. O valor total de investimentos estrangeiros anunciados no México no ano de 2009, segundo dados do fDi Markets11, girou em torno de US$ 16 bilhões. Dentre os segmentos que mais apresentaram investimentos estrangeiros anunciados no México, destaca-se o de bebidas, que recebeu, em 2009, cerca de US$ 5,4 bilhões, sendo a principal fonte os Estados Unidos. A indústria de plásticos recebeu cerca de US$ 2,6 bilhões em anúncio de investimentos no referido ano e o Brasil foi a principal fonte com mais de US$ 2 bilhões em investimentos anunciados naquele país. Outro segmento que atraiu investimentos estrangeiros foi o automotivo com US$ 1,1 bilhão em investimentos estrangeiros anunciados, cujas principais fontes foram Estados Unidos, Canadá, Brasil e Alemanha. O segmento de serviços financeiros também se destacou com anúncio de recebimento de investimentos da ordem de US$ 1 bilhão da Espanha. Destacou-se ainda o segmento de comunicações, com US$ 800 milhões de investimentos anunciados da Alemanha. 11 fDi Markets é um banco de dados on-line de rastreamento de investimentos anunciados por companhias de todo o mundo. Oferece monitoramento em tempo real dos projetos de investimento e criação de empregos bem como ferramentas para visualização de perfis de empresas globais. 18 PARTE 3 PANORAMA POLÍTICO 19 POLÍTICA INTERNA O panorama político mexicano foi redesenhado em 2000, ocasião em que o Partido de Ação Nacional (PAN) venceu o pleito para o executivo com a eleição de Vicente Fox (2000-2006), quebrando a hegemonia de 70 anos (1931-2000) do Partido Revolucionário Institucional (PRI). Ligado ao empresariado pró-Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte) e às classes médias urbanas, o PAN obteve outra vitória nas eleições presidenciais de 2006, quando Felipe Calderón derrotou López Obrador (PRD) – candidato vinculado às classes populares e aos movimentos camponeses. A consolidação da democracia representativa formal, inaugurada em 2000, enfrenta, desde então, três empecilhos principais. O primeiro está ligado à herança patrimonialista do país, que atravessou as décadas de governo do PRI e não foi descontinuada a partir de 2000. O segundo refere-se à exclusão da população indígena (concentrada no sul do país) do sistema político mexicano, o que tem gerado muitas tensões internas. Por fim, o terceiro empecilho está ligado à penetração das organizações ligadas ao narcotráfico no setor público (seja político ou burocrático), especialmente no norte do país. O legislativo mexicano é bicameral. A câmara baixa é composta por 500 deputados, sendo 300 deles eleitos por votação majoritária e 200 por lista plurinominal (proporcional), com base distrital. O Senado é composto por 128 membros, também por métodos de votação mista, nos quais a base eleitoral são os estados da Federação. POLÍTICA EXTERNA A principal inversão na política externa mexicana deu-se na década de 1980, quando o país abandonou as linhas do desenvolvimentismo e do terceiro-mundismo para abraçar a globalização neoliberal, a ideia de “governabilidade democrática”, as instituições financeiras internacionais e a aliança com os Estados Unidos. Apesar de não haver uma coincidência perfeita de interesses, os Estados Unidos são estruturalmente o principal parceiro comercial do México. Cada vez mais, no entanto, o governo mexicano vem tentando conquistar maior liderança e primazia na América Central e no Caribe. O objetivo é criar sinergias econômicas, de forma a elevar a penetração do capital mexicano nos países vizinhos e trabalhar a agenda do narcotráfico, buscando maior espaço político naquela região. Desde que Felipe Calderón, o atual presidente mexicano, foi eleito, em 2006, o país tem tentado realizar uma política externa mais voltada para os seus vizinhos da América Latina, especialmente em contraste com a política de seus presidentes anteriores, que acabaram por ser duramente criticados por diversos setores da opinião pública e da sociedade mexicana. De fato, a excessiva dependência mexicana da economia estadunidense 20 pode ser comprovada pelo impacto que a crise econômica de 2008 nos Estados Unidos provocou no México, que teve seu PIB reduzido em 11% em 2009. Esse dado sinaliza a necessidade de diversificação das relações econômicas internacionais mexicanas. Atualmente, o interesse mexicano na América do Sul tem se voltado para o âmbito energético, uma vez que a deterioração da produção mexicana tem sido acompanhada de uma expansão considerável do setor de hidrocarbonetos no subcontinente. Em outra esfera e tendo a agenda liberal-democrática como referência, o país busca estabelecer parcerias com países europeus, dentre os quais a Espanha é uma interlocutora privilegiada. O comércio externo do México está altamente concentrado nas relações bilaterais com o mercado estadunidense. Mais de 80% das exportações mexicanas destinam-se aos Estados Unidos, de onde partem 50% das importações do México. O motor dessas relações comerciais é a indústria maquiladora, em que predominam as importações de insumos para a indústria automobilística mexicana e as exportações dos produtos finais, predominantemente para os Estados Unidos. As relações comerciais e financeiras do México com os Estados Unidos tornaram-se bastante intensas como resultado de um processo de liberalização econômica. O primeiro passo desse processo foi dado com o acordo de renegociação da dívida externa mexicana, realizado nos marcos do Plano Brady (1989), que implicou a liberalização do sistema financeiro e dos investimentos estrangeiros. A segunda etapa do processo foi a entrada em vigor do Nafta em 1994, que teve como consequência a liberalização do comércio externo do México. Essas duas medidas consolidaram o arcabouço institucional do modelo de crescimento econômico direcionado ao mercado externo (export-led growth model). RELAÇÕES BILATERAIS BRASIL-MÉXICO A relação bilateral entre o Brasil e o México passa por um momento de intensificação, embora ainda esteja muito aquém de suas possibilidades. Historicamente, os laços comerciais entre os dois países não são muito significativos, em parte devido às fortes relações que o México tem com os Estados Unidos, o que acaba fazendo com que o país tenha relações multilaterais pouco dinâmicas. Desde o início do Governo Lula, o Brasil vem promovendo uma política externa mais autônoma para a região, e existem muitas iniciativas que comprovam a maior importância que a América Central vem ganhando para o país. Além da participação do Brasil na MINUSTAH, a missão de paz da ONU no Haiti, o país tem realizado importantes investimentos na região, tanto na área da exploração de petróleo e produção de biodiesel, como já ocorre nas Antilhas, quanto em projetos sociais, como o que está sendo realizado no Haiti, com financiamento do 21 Fundo IBAS. A melhora nas relações com o México também faz parte desse quadro de fortalecimento da posição brasileira na região da América Central. Entretanto, é necessário mencionar que grande parte da dificuldade da aproximação entre Brasil e México advém dos constrangimentos impostos à atuação internacional do México pela proximidade com os Estados Unidos e pelo Nafta. Em agosto de 2009, o presidente Calderón realizou visita oficial ao Brasil. O encontro foi extremamente importante para dinamizar as relações bilaterais entre os dois países e para demonstrar a importância crescente do Brasil na agenda mexicana. Podem-se mencionar como principais pontos da atual política brasileira para o México: a aproximação desse país com o Grupo do Rio12 e a intensificação do comércio bilateral; a promoção da cooperação técnicocientífica, especialmente nas áreas de biotecnologia, nanotecnologia e tecnologia espacial; a cooperação para o desenvolvimento de bicombustível, com planos para a construção de centros binacionais de biocombustíveis; a aproximação entre Petrobras e PEMEX (Petróleos Mexicanos), estatal mexicana cuja necessidade de atualização técnica desperta seu interesse na tecnologia de extração em águas profundas desenvolvida no Brasil; a cooperação para o tráfego de migrantes; e a cooperação para extradição e para envio de pessoas condenadas pela Justiça. Adicionalmente, a possibilidade de criação de uma zona de livre comércio entre México e Mercosul, que ainda está em fase de negociação, foi novamente abordada pelos dois presidentes. As relações no plano bilateral também são discutidas nos âmbitos da Comissão Binacional Bilateral, que se reuniu em 2007 e 2009 em Brasília, e do Grupo Especial de Alto Nível, que discute oportunidades de negócios bilaterais. Essas duas iniciativas demonstram claramente a importância que cada um dos países atribui ao outro na sua agenda internacional. O Brasil tem dezenas de acordos, convênios e memorandos, entre outros atos, assinados com o México desde o início do século XX. Aqueles instituídos a partir do ano 2000 versam principalmente sobre matéria de cooperação nas áreas científica, de saúde, energia e cultura. Além desses, estão em vigor acordos que visam criar uma comissão binacional Brasil-México e evitar a dupla tributação e a evasão fiscal em relação aos impostos sobre a renda. 12 Mecanismo permanente de consulta e concertação política da América Latina e do Caribe. 22 PARTE 4 PANORAMA COMERCIAL 23 POLÍTICA COMERCIAL ACORDOS COMERCIAIS O México possui tratados bilaterais de comércio com mais de 40 nações. Em âmbito regional, o país faz parte dos seguintes acordos: Grupo de los Tres (Colômbia, Venezuela e México), CA3 (El Salvador, Guatemala e Honduras), Associação Europeia de Livre Comércio, Associação Latino-americana de Integração – Aladi – e Acordo de Livre Comércio da América do Norte – Nafta. Em relação aos investimentos, desde 1996, o México vem firmando acordos para a proteção e a reciprocidade de investimentos estrangeiros diretos, chamados Acordos para Promoção e Proteção Recíproca de Investimentos – APPRI. O país tem acordos firmados com cinco países da América Latina, 18 países da Europa e quatro países da Ásia e Oceania, com destaque para a China13. A Aladi é formada por 13 países da América Latina, inclusive o Brasil, e visa à formação de uma área de preferência comercial entre os países signatários. Já o Nafta, que está em vigor desde 1994, estabelece uma zona de livre comércio para bens e serviços entre México, Canadá e Estados Unidos. Além do Nafta, o México tem acordo de livre comércio com Bolívia, Costa Rica, Colômbia, Chile, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Israel e União Europeia14. No que tange às organizações internacionais, o país também participa das negociações e comitês especiais de Área de Livre Comércio das Américas – Alca –, Mecanismo de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico – APEC (membro) –, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE – e ainda é membro da Organização Mundial do Comércio – OMC. Na OMC, o país tem participação ativa, integrando também o Acordo Geral em Comércio de Serviços15 – GATS –, tendo sido sede da Reunião Ministerial de Cancun em 2003. O Mercosul possui dois acordos com o México, dos quais o Brasil também se beneficia. São eles: • Acordo de complementação econômica Mercosul-México (ACE – 54) de 2002. Trata-se de um acordo-quadro que visa ao estabelecimento de aspectos básicos para um futuro acordo de livre comércio entre o México e os países-membros do Mercosul; 13 Ver relação completa em: http://www.economia.gob.mx/swb/es/economia/p_APPRIS 14 Nesses acordos, somam-se 44 países. Mais informações: Policy Trade Review. Disponível em: http://www.wto.org/english/tratop_e/tpr_e/tp295_e.htm 15 General Agreement on Trade in Services. 24 • Acordo de complementação econômica Mercosul-México (ACE – 55) de 2003. Esse acordo versa sobre produtos do setor automotivo (veículos e autopeças). As autopeças são comercializadas em regime de livre comércio, enquanto os veículos leves e pesados seguem um cronograma de redução recíproca de alíquotas de importação. CARACTERÍSTICAS DO MERCADO AMBIENTE DE NEGÓCIOS De acordo com a publicação do Banco Mundial, Doing Business 2010, o México ocupa a 51ª posição no ranking dos países segundo sua facilidade para fazer negócios, em um universo de 183 países avaliados pelo organismo. Nessa classificação, são levadas em conta a facilidade ou a dificuldade relacionada à abertura de empresas, obtenção de alvarás, contratação de empregados, registro de propriedades, obtenção de crédito, proteção de investidores, pagamento de impostos, comércio exterior, cumprimento de contratos e fechamento de empresas. A avaliação de cada um dos critérios que compõem o índice de “facilidade de fazer negócios” do México pode ser obtida no endereço: http://www.doingbusiness.org. Em tal listagem, quanto mais próximo da 1ª posição no ranking, melhor o ambiente de negócios. Cingapura é considerado o melhor lugar do mundo para se realizar um negócio, ao passo que a China aparece em 89º lugar. Gráfico 08 - Doing Business 2010: Facilidade de fazer negócios – posição no ranking 89 90 80 70 51 60 50 40 30 20 10 4 8 0 Estados Unidos Canadá México China Fonte: Doing Business, Banco Mundial. Elaboração: UICC — Apex-Brasil. Com o auxílio da Tabela 02, percebe-se que o México perdeu posições em seis critérios: “obtenção de alvarás”, “registro de propriedades”, “obtenção de crédito”, “proteção de investidores”, “comércio exterior”, e “cumprimento de contratos”, comparando-se os anos de 2009 e 2010. 25 Tabela 02 – Critérios para o índice “Facilidade de fazer negócios” no México : mudanças entre 2009 e 2010 Item Facilidade de fazer negócios Abertura de empresas Obtenção de alvarás Contratação de empregados Registro de propriedades Obtenção de crédito Proteção de investidores Pagamento de impostos Comércio exterior Cumprimento de contratos Fechamento de empresas Ranking de 2010 51 90 37 136 99 61 41 106 74 81 24 Ranking de 2009 55 114 33 136 90 59 38 149 69 76 24 Mudanças no ranking 4 24 -4 0 -9 -2 -3 43 -5 -5 0 Fonte: Doing Business, Banco Mundial. Elaboração: UICC — Apex-Brasil. A seguir, serão destacados os itens “cumprimento de contratos” e “comércio exterior”, que têm maior relevância para o exportador. A análise é feita a partir de uma perspectiva comparada entre México, Canadá, Estados Unidos, China e países da OCDE em grupo. O item “cumprimento de contratos” busca medir a eficiência dos tribunais locais na resolução de disputas relacionadas a operações de venda. São avaliados tempo, custo e número de procedimentos envolvidos na contenda desde o momento do registro da ação até a efetivação do pagamento requerido por uma das partes. O México está posicionado na média em relação aos demais países no que tange ao tempo paraexecução da ação de contratos. 26 Gráfico 09 - Doing Business 2010: cumprimento de contratos 570 462 415 406 300 31 32 36 38 34 19 14 22 32 11 Número de procedimentos OCDE Duração (dias) Estados Unidos Custo (% da dívida) Canadá México China Fonte: Doing Business, Banco Mundial. Elaboração: UICC — Apex-Brasil. Para a composição do item “comércio exterior”, o Banco Mundial analisa procedimentos, custo e tempo implicados na importação e exportação de um contêiner padrão, desde a assinatura do contrato final entre as partes que comerciam até a efetiva entrega dos bens. Nesses indicadores, o México está equiparado aos demais países. Em relação ao custo de importação por contêiner, o México apresenta o mais alto valor entre os países analisados. Gráfico 10 - Doing Business 2010: comércio exterior 2.050 1.660 1.610 1.472 1.090 1315 1.146 1050 545 500 11 6 7 14 21 4 4 3 5 7 Documentos para exportar (número) Tempo para exportar (dias) OCDE 5 5 4 5 5 Custo para exportar (US$ por contêiner) Estados Unidos Documentos para importar (número) Canadá México 11 5 11 17 24 Tempo para importar (dias) Custo para importar (US$ por contêiner) China Fonte: Doing Business, Banco Mundial. Elaboração: UICC — Apex-Brasil. 27 CAPACIDADE DE PAGAMENTO A fim de refletir a capacidade e a disposição do México de honrar suas obrigações financeiras comerciais feitas em moeda estrangeira, este estudo utiliza a classificação da agência Standard and Poor’s, que avalia também a capacidade dos importadores mexicanos de adquirir moeda conversível16 para pagar pelos bens que adquirem. O rating17 do México é medido em três momentos: longo prazo, tendência (horizonte de seis meses a dois anos) e curto prazo. No longo prazo, a qualificação do México foi BBB18, o que significa capacidade suficiente para arcar com compromissos financeiros, mas sujeita a condições econômicas adversas. Para o curto prazo, o México recebeu a nota A-3, que caracteriza a existência de medidas de proteção adequadas, porém podendo haver uma redução da capacidade de honrar compromissos financeiros se houver mudanças conjunturais ou condições econômicas adversas. A tendência, portanto, é de estabilidade. Para efeito de comparação, ressalta-se que Hungria e Índia alcançaram as mesmas notas que o México19 para reservas internacionais. Gráfico 11: Capacidade de pagamento – México 4,46 4,00% 3,69 3,22 3,49 3,61 3,25 2,88 3,00% 3,39 4,00 3,40 3,00 2,20 2,00% 2,00 1,00% 1,00 0,00% 0,00 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 -1,00% -1,00 -2,00% -2,00 -3,00% -3,00 -4,00% -4,00 Número de meses de importações pagáveis com as reservas internacionais Transações correntes (em % do PIB) Fonte: Euromonitor/FMI. Elaboração: UICC – Apex-Brasil. Outra forma de medir a capacidade de pagamento de um país é avaliar o montante de suas importações20 frente a suas reservas cambiais. Pode-se, inclusive, estimar quantos meses de importações o país 16 Moeda de troca internacional (em geral, Euro ou Dólar). Avaliação da capacidade de um país de saldar seus compromissos financeiros feitos em moeda estrangeira 18 Em 10/06/2010. 19 Outros ratings disponíveis em: http://www.standardandpoors.com/ratings/articles/en/us/?assetID=1245213114875 17 20 Média mensal. 28 tem condições de bancar apenas com seus estoques de moeda estrangeira. No caso mexicano, entre 2000 e 2003, houve variação positiva da razão entre reservas e importações (média mensal), isto é, as reservas podiam cobrir mais meses de importações em 2003. Após 2006, percebe-se novo momento de crescimento das reservas cambiais, que em 2009 já podiam cobrir 4,46 meses de importações. Para se ter alguns parâmetros, em 2009, as reservas cambiais dos Estados Unidos cobriam 0,3 mês de importações enquanto que as reservas da China cobriam 20,66 meses e as do Brasil, 15,3 meses. INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA O governo mexicano tem um plano de modernização e ampliação da infraestrutura nacional, denominado Plano Nacional de Infraestrutura 2007-2012 (PNI), que busca também o desenvolvimento social e econômico do país. O PNI prevê grandes investimentos em diferentes áreas, como portos, estradas e energia. Segundo o estudo do Banco Mundial denominado Logística Comercial na Economia Global, no qual são divulgados os indicadores e os índices de desempenho logístico de 155 países, o México, em 2010, foi classificado com o 50º melhor índice, à frente de países como o Panamá, além de diversos outros da América Latina. Tabela 03: Índices de desempenho logístico Indicadores IPL Alfândega Infraestrutura Carregamento internacional Competência logística Índice 3.05 2.55 2.95 Acompanhamento Pontualidade Posição no ranking 2.83 3.04 3.28 3.66 50 Fonte: Banco Mundial Segundo o PNI do governo mexicano, o país estaria em sétimo lugar21 em infraestrutura na América Latina, em terceiro considerando as ferrovias, em sexto em relação às rodovias, em oitavo em aeroportos, em nono em telecomunicações, em 11º em portos e em 14º em eletricidade. De acordo com o Instituto Nacional de Geografia e Estatística do México, o país conta com 26.715 km de ferrovias, 366.341 km de rodovias, 114 portos e 85 aeroportos (57 nacionais e 28 internacionais). Para o México, 21 Em referência ao Fórum Econômico Mundial de 2007. 29 há linhas aéreas diretas das principais cidades dos Estados Unidos e da Austrália, além de diversos países da América Latina e Europa. A capacidade de movimentação de cargas nos portos mexicanos em 2006 era de 4 milhões de contêineres de 20 pés ao ano. A previsão do governo mexicano com o PNI é de aumentar a capacidade de movimentação para 8,2 milhões de contêineres ao ano até 2012. Os principais portos do México estão localizados no Golfo do México e no Pacífico: Altamira, Vera Cruz, Manzanillo e Lázaro Cárdenas, que respondem por 60% da movimentação de cargas no país. Outros importantes portos são: Ensenada, La Paz, Guaymas, Topolobampo, Mazatlán, Puerto Vallarta, Acapulco, Salina Cruz, Chetumal, Cancún, Progreso, Campeche, Ciudad del Carmen, Coatzacoalcos, Tuxpan e Tampico. De acordo com dados da Secretaria de Comunicações e Transportes do México, em 2009, foram movimentadas 235,5 milhões de toneladas de carga pelos portos mexicanos. Desse total, 53,2% corresponderam a petróleo e derivados, 22,7% a minerais a granel, 9,1% foram contêineres, 6,4% foram carga solta, 4,9% carga agrícola e 3,7% corresponderam a outros fluidos. O movimento de contêineres apresentou um crescimento médio anual de 11,4% de 1994 a 2009, chegando a 3,3 milhões de contêineres em 2008 e 2,7 milhões em 2009. Tabela 04: Investimentos previstos 2007-2012 (bilhões de pesos) Recursos Recursos Total públicos privados Novos Portos 3,4 23 26,4 Ampliações 9,3 32 41,3 Conservação 2,9 2,9 Total 15,6 55 70,6 Fonte: Secretaria de Comunicações e Transportes – México. Os investimentos em infraestrutura no México foram equivalentes a 3,2% do PIB mexicano em média, entre os anos de 2001 e 2006, e beneficiaram áreas como água, eletricidade, hidrocarbonetos, comunicações e transportes. Com relação à logística de comércio com o Brasil, em 200922, 87,5% das exportações brasileiras para o México foram feitas por via marítima, com declínio médio de 0,7% de 2004 a 2009, e 12,2% por via aérea, com crescimento médio de 7,2%. No caso das importações brasileiras provenientes do México, 80,2% foram realizadas por via marítima e 19,7% por via aérea. 22 Segundo dados do MDIC/ALICEWEB. 30 INTERCÂMBIO COMERCIAL EVOLUÇÃO DO COMÉRCIO EXTERIOR DO MÉXICO O Gráfico 12 mostra a rápida expansão do comércio exterior (exportações e importações) mexicano, especialmente a partir de 1994. Entretanto, observa-se que, com o colapso da bolsa NASDAQ em 2000 e a recessão da economia estadunidense que se seguiu, o comércio externo mexicano ficou estagnado, voltando a crescer rapidamente apenas depois da retomada do crescimento econômico dos Estados Unidos. Com a crise financeira estadunidense iniciada em dezembro de 2008, o comércio externo do México sofreu novo declínio, refletindo a grande dependência em relação aos Estados Unidos, principalmente como destino das exportações mexicanas. Gráfico 12 – Evolução do comércio exterior do México (1990-2010) 350 294,3 300 278,2 250 200 150 100 50 0 -16,1 -50 Exportações (US$ bilhões) Importações (US$ bilhões) Balança comercial (US$ bilhões) Fonte: Deutsche Bank Research - http://www.dbresearch.com (Dados capturados em novembro de 2009) A balança comercial mexicana mostrou-se superavitária somente nos primeiros anos após a entrada em vigor do Nafta. A partir de 1998, o saldo da balança comercial voltou a ser deficitário. Em 2004, o principal 31 parceiro comercial mexicano, os Estados Unidos, absorveu 88,6% do total das exportações mexicanas e forneceu 56% de suas importações. Em 2009, as trocas comerciais mexicanas sofreram com a crise econômica, quando as exportações para os Estados Unidos caíram 21% em relação a 2008, as importações dos Estados Unidos diminuíram 24%, e o déficit da balança comercial chegou a 72%. Em 2009, todos os países membros da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), bem como Brasil, Rússia, Índia e China, apresentaram quedas significativas em suas balanças comerciais, na maioria dos casos em patamar superior a 20%. Somente na relação comercial com seu principal parceiro, os Estados Unidos, o México apresentou redução de US$ 48 bilhões nas exportações em 2009 em comparação com o ano anterior. A maioria dos setores exportadores da economia mexicana apresentou contração no valor comercializado em 2009, notadamente os 3 SH2 mais exportados, classificados como “máquinas e materiais elétricos, aparelhos de som, imagem, televisão e acessórios” (SH2 85), “veículos automóveis e outros veículos terrestres, partes e acessórios” (SH2 87) e “combustíveis, óleos e ceras minerais” (SH2 27). Esses produtos foram responsáveis por 54,2% das exportações em 2009, mesmo com diminuição dos valores exportados em relação a 2008 de 20%, 21% e 39%, respectivamente. As importações mexicanas tiveram crescimento médio de 3,6% de 2004 a 2009, com o maior volume importado no ano de 2008, atingindo pico de US$ 617,2 bilhões, mas retrocedendo 24% em 2009. Essa queda interrompeu uma sucessão de ganhos em volumes importados que perdurava desde o ano de 2002. Importações nas categorias de “máquinas e materiais elétricos, aparelhos de som, imagem, televisão e acessórios” (SH2 85) e “veículos automóveis e outros veículos terrestres, partes e acessórios” (SH2 87) foram os produtos mais importados, representando 46% das importações em 2009. A combinação de preços em queda no início de 2009 e recessão econômica nos Estados Unidos naquele ano contribuiu para aumentar o déficit em conta corrente do México. A projeção para 201023 é de redução nesse déficit atrelada ao aumento dos preços internacionais das commodities, muito embora as exportações líquidas, em termos gerais, ainda permaneçam negativas. 23 Canadian International Merchandise Trade. June 2010. International Trade Division of Statistics Canada.Disponível em www.statcan.gc.ca. Acessado em 17 ago, 2010. 32 DESTINO DAS EXPORTAÇÕES MEXICANAS Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Espanha, Colômbia e Brasil representaram os principais destinos das exportações mexicanas em 2009, respondendo por 89% do total comercializado pelo país com o restante do mundo. Em 2004, essa participação era de 60%. O comércio com os Estados Unidos é particularmente vital, muito embora a dependência do mercado estadunidense tenha apresentado diminuição nos últimos anos. O México vem buscando diversificar os destinos para suas mercadorias, haja vista que suas exportações para outros países que não os Estados Unidos apresentaram certo crescimento. Mesmo em face da crise que afetou as demandas mundiais no biênio 2008-2009, as exportações do México para os Estados Unidos cresceram 2,17% em média entre os anos de 2004-2009. Nesse período, a Espanha passou do terceiro para o quarto lugar como destino das vendas mexicanas, com um ritmo de crescimento médio de 5% ao ano. O Brasil foi o que apresentou maior crescimento entre os seis principais destinos das importações provenientes do México, crescendo, em média, 33% no período. O Canadá, integrante do Nafta, aumentou suas compras do México em 24% ao ano no referido período, enquanto as exportações mexicanas para a China tiveram um aumento de 36% no período. Gráfico 13: Principais destinos das exportações mexicanas em 2004 e 2009 (%). 2009 2004 3,6% 1,4% 1,1% 1,5% 88,6% Estados Unidos 1,1% 1,1% 1,0% 1,0% 1,0% 0,3% 0,3% 0,3% 6,1% 0,3% 0,3% 0,3% Canadá Alemanha Espanha Colômbia 80,7% 8,0% Brasil China Países Baixos Japão Venezuela 0,7% 0,7% 0,6% Outros Fonte: Global Trade Information System - GTIS. Elaboração: UICC — Apex-Brasil. Esse movimento de desconcentração nos destinos das exportações mexicanas pode ser constatado no Gráfico 13. Em 2009, a queda nos preços das commodities energéticas e a retração na demanda por produtos 33 automotivos reduziram as exportações para os Estados Unidos e são, em parte, responsáveis pela diminuição da participação do país no total das exportações do México. Entre os principais destinos das exportações mexicanas, o Canadá e a China foram os mercados que aumentaram suas importações entre 2008-2009, o primeiro aumentou 16% e o segundo 8%. As exportações para o Canadá foram puxadas por “máquinas e materiais elétricos, aparelhos de som, imagem, televisão e acessórios” (SH2 85), “veículos automóveis e outros veículos terrestres, partes e acessórios” (SH2 87) e “combustíveis, óleos, e ceras minerais” (SH2 27) que, além de serem os principais produtos importados, apresentaram aumento de importações no período. Com relação à China, os principais produtos exportados pelo México com crescimento foram “minérios, escórias e cinzas” (SH 26), “cobre e suas áreas” (SH 74) e “máquinas e materiais elétricos, aparelhos de som, imagem, televisão e acessórios” (SH2 85). Em 2009, a China importou do México US$ 2,2 bilhões. PRINCIPAIS PRODUTOS DA PAUTA DE EXPORTAÇÕES MEXICANA As exportações mexicanas são pouco diversificadas, conforme a Tabela 05, na qual pode-se perceber que os dez grupos de produtos mais exportados em 2009 corresponderam a 56,5% das exportações. O principal setor exportado pelo México em 2004 (extração de petróleo e gás natural) continua tendo a mesma participação na pauta de 2009, apesar do crescimento de 21,3% no valor exportado. Os CNAE com maior crescimento foram o 323, que teve um crescimento de 121%, passando a ser o segundo setor mais exportado em 2009, e o CNAE 274, que cresceu 260%, passando a ser o oitavo mais exportado. 34 Tabela 05: Exportações do México em 2004 e 2009 – CNAE 3 dígitos CNAE 111 Descrição Extração de Petróleo e Gás Natural Valor Exportado em 2004 em US$ 21.258.898.502 Participação nas exportações totais em 2004 CNAE 11,3% 111 Descrição Extração de Petróleo e Gás Natural Fabricação de Aparelhos Receptores de Rádio e Televisão e de Reprodução, Gravação Ou Amplificação de Som e Vídeo Fabricação de Aparelhos e Equipamentos de Telefonia e Radiotelefonia e de Transmissores de Televisão e Rádio Valor Exportado em 2009 em US$ Participação nas exportações totais em 2009 25.787.995.676 11,3% 20.658.141.409 9,0% 18.029.313.992 7,9% 341 Fabricação de Automóveis, Caminhonetas e Utilitários 13.908.264.546 7,4% 323 302 Fabricação de Máquinas e Equipamentos de Sistemas Eletrônicos Para Processamento de Dados 13.714.998.028 7,3% 322 12.528.047.266 6,7% 341 Fabricação de Automóveis, Caminhonetas e Utilitários 16.351.286.341 7,1% 10.774.368.489 5,7% 344 Fabricação de Peças e Acessórios Para Veículos Automotores 11.714.282.577 5,1% 10.477.417.102 4,6% 323 344 Fabricação de Aparelhos Receptores de Rádio e Televisão e de Reprodução, Gravação Ou Amplificação de Som e Vídeo Fabricação de Peças e Acessórios Para Veículos Automotores 322 Fabricação de Aparelhos e Equipamentos de Telefonia e Radiotelefonia e de Transmissores de Televisão e Rádio 8.160.167.031 4,3% 302 Fabricação de Máquinas e Equipamentos de Sistemas Eletrônicos Para Processamento de Dados 342 Fabricação de Caminhões e Ônibus 7.924.393.482 4,2% 342 Fabricação de Caminhões e Ônibus 8.876.496.412 3,9% 181 Confecção de Artigos Do Vestuário 6.559.848.246 3,5% 274 Metalurgia de Metais Não Ferrosos 8.133.911.593 3,6% 5.090.574.422 2,2% 4.796.942.005 2,1% 99.185.455.251 43,3% 229.101.816.780 100% 316 Fabricação de Material Elétrico Para Veículos - Exceto Baterias 6.329.071.728 3,4% 331 321 Fabricação de Material Eletrônico Básico 5.126.692.701 2,7% 291 Outros 81.695.692.472 43,5% Outros Total 187.980.442.491 100% Total Fabricação de Aparelhos e Instrumentos p/Usos MédicosHospitalares, Odontológicos e de Laboratórios e Aparelhos Ortopédicos Fabricação de Motores, Bombas, Compressores e Equipamentos de Transmissão Fonte: Comtrade. Elaboração: UICC —Apex-Brasil. ORIGEM DAS IMPORTAÇÕES MEXICANAS As importações mexicanas são representadas pelos países fornecedores no Gráfico 13. A presença dos Estados Unidos na composição das importações mexicanas é notória, ainda que a participação estadunidense apresente redução praticamente na mesma proporção em que a China conquista participação no mercado do México. A partir da análise do referido gráfico, observa-se que os Estados Unidos perderam participação nas importações mexicanas no ano de 2009, sendo que o Canadá, outro parceiro do Nafta, permaneceu apenas como o sexto maior fornecedor, mantendo a proporção de 3% das importações mexicanas. O Brasil passou de sétimo para oitavo maior fornecedor para o México, de 2004 para 2009, apesar de manter a participação de 1,5% nas importações do país. A China, que teve um crescimento médio de 17,7% no período, aumentou sua participação 35 de mercado de 7% para 14%. A Coreia do Sul, que teve crescimento de 16%, aumentou sua participação em apenas 2%. Gráfico 14: Principais origens das importações mexicanas em 2004 e 2009 (%). 1,3% 2004 1,4% 2,7% 1,4% 1,5% 2,2% 1,7% 3% 2% 5% 3,1% 3,6% 14% 49% 4% 13,4% 1,7% 13,2% 1% 2% 2009 1,3% 5% 48,1% 14% 4,2% 56,5% 2,7% 7,3% 4,7% 5,4% Estados Unidos 13,9% 4,9% China Japão Rep. Da Coreia Alemanha Canadá Malásia Brasil Itália Espanha Outros Fonte: Comtrade. Elaboração: UICC — Apex-Brasil. Em 2009, as importações oriundas dos Estados Unidos apresentaram retração de 25,7% na comparação com o ano anterior (US$ 151,7 bilhões), atingindo US$ 112 bilhões, o menor valor registrado desde 2005. Assim, somente entre 2008 e 2009, o México deixou de comprar US$ 39 bilhões dos Estados Unidos. Grande parte desse recuo deve-se a uma diminuição das importações mexicanas do SH 84 “máquinas, equipamentos e instrumentos mecânicos”, do SH 85 “máquinas e materiais elétricos, aparelhos de som, imagem, televisão e acessórios” e do SH 27 “combustíveis, óleos e ceras minerais”, que juntos representaram 36% do valor importado dos Estados Unidos em 2009. Os produtos mais importados pelo México provenientes da China, representados pelos SH 85 “máquinas e materiais elétricos, aparelhos de som, imagem, televisão e acessórios”, SH 84 “máquinas, equipamentos e instrumentos mecânicos” e SH 95 “brinquedos e artigos esportivos”, compuseram 74% das importações chinesas em 2009. Entre 2008 e 2009, as importações da China caíram 6%. As importações oriundas do Japão, por sua vez, recuaram 30% entre 2008 e 2009, após cinco anos consecutivos de crescimento, e foram prejudicadas pela diminuição das compras de “máquinas e materiais elétricos, aparelhos de som, imagem, televisão e acessórios”, “máquinas, equipamentos e instrumentos mecânicos” e “veículos automóveis”, que corresponderam a 65% das importações mexicanas desse país. A participação brasileira nas importações mexicanas foi perdendo espaço nos últimos cinco anos, chegando a 2,4% em 2004 e diminuindo até 1,5% em 2009. 36 PRINCIPAIS PRODUTOS DA PAUTA DE IMPORTAÇÕES MEXICANA A pauta de importações do México é tão pouco diversificada quanto a de exportações, de modo que os dez setores CNAE mais importados corresponderam a 44,5% das importações totais em 2009. O principal setor CNAE de importações do México, o de fabricação de material eletrônico básico, teve um decréscimo de 23,6% no período de 2004 a 2009. O segundo setor mais importado, o de fabricação de aparelhos receptores de rádio e televisão e de reprodução, gravação ou amplificação de som e vídeo, cresceu 92,5% no período, pois era o sexto mais importado em 2004 e, em 2009, foi o segundo setor mais importado. O setor de fabricação de produtos derivados de petróleo cresceu 188,3% no período. Outro setor com alto crescimento entre os anos de 2004 e 2009 foi o setor 322 (fabricação de aparelhos e equipamentos de telefonia e radiotelefonia e de transmissão de televisão e rádio), que cresceu 170%. Tabela 06: Importações do México em 2004 e 2009 – CNAE 3 dígitos CNAE Descrição Participação nas Valor Importado importações em 2004 em US$ totais em 2004 CNAE Descrição 321 Fabricação de Material Eletrônico Básico 17.721.376.115 9,0% 321 302 Fabricação de Máquinas e Equipamentos de Sistemas Eletrônicos Para Processamento de Dados 11.657.767.690 5,9% 323 11.454.975.948 5,8% 232 9.115.915.902 4,6% 344 8.506.354.739 4,3% 322 7.016.248.347 3,6% 302 Fabricação de Máquinas e Equipamentos de Sistemas Eletrônicos Para Processamento de Dados 5.057.601.372 2,6% 252 Fabricação de Produtos de Plástico 4.875.467.100 2,5% 341 4.722.809.988 2,4% 291 344 341 252 323 291 289 Fabricação de Peças e Acessórios Para Veículos Automotores Fabricação de Automóveis, Caminhonetas e Utilitários Fabricação de Produtos de Plástico Fabricação de Aparelhos Receptores de Rádio e Televisão e de Reprodução, Gravação Ou Amplificação de Som e Vídeo Fabricação de Motores, Bombas, Compressores e Equipamentos de Transmissão Fabricação de Produtos Diversos de Metal 242 Fabricação de Produtos Químicos Orgânicos 272 Siderurgia Fabricação de Material Eletrônico Básico Fabricação de Aparelhos Receptores de Rádio e Televisão e de Reprodução, Gravação Ou Amplificação de Som e Vídeo Fabricação de Produtos Derivados Do Petróleo Fabricação de Peças e Acessórios Para Veículos Automotores Fabricação de Aparelhos e Equipamentos de Telefonia e Radiotelefonia e de Transmissores de Televisão e Rádio Fabricação de Automóveis, Caminhonetas e Utilitários Fabricação de Motores, Bombas, Compressores e Equipamentos de Transmissão Fabricação de Produtos Químicos Orgânicos Valor Importado em 2009 em US$ Participação nas importações totais em 2009 13.539.260.295 5,8% 13.508.842.569 5,8% 13.209.577.186 5,7% 13.099.710.952 5,6% 11.540.655.330 4,9% 10.968.234.854 4,7% 7.541.315.638 3,2% 7.087.448.621 3,0% 6.730.675.822 2,9% 4.721.784.144 2,4% 242 5.886.877.822 2,5% Outros 90.303.222.217 45,9% Outros 104.114.655.234 44,5% Total 196.809.380.548 100% Total 233.741.455.175 100% Fonte: Comtrade. Elaboração: UICC — Apex-Brasil. 37 INTERCÂMBIO COMERCIAL BRASIL – MÉXICO CORRENTE DE COMÉRCIO A participação do mercado mexicano no total das exportações brasileiras é pouco significativa. Essa participação elevou-se no período 1988-1992, passando de 0,8% para 3,1%. Já no período 1992-1995, ocorreu um forte declínio, quando o México representou apenas 1,1% das exportações brasileiras. Ao longo do período seguinte (1995-2004), o mercado mexicano ganhou importância, passando de 1,1% para 4,1%. A partir de então, houve novamente um declínio acentuado, sendo que, em 2008, o México absorveu 2% do total exportado pelas empresas brasileiras. A importância relativa do mercado mexicano para as exportações brasileiras coincide com a participação dos bens e serviços mexicanos nas importações brasileiras. Entre 1998 e 2008, as importações brasileiras totais provenientes do México nunca atingiram uma participação maior do que 2%, sendo o valor médio de 1,4%. Desde 2005, no entanto, essa participação vem aumentando, tendo alcançado 1,8% em 2008. Isso demonstra certo equilíbrio nas trocas comerciais entre o México e o Brasil. Esse movimento de equilíbrio comercial, aprofundado a partir de 2005, é sinalizado no Gráfico 15, no qual dois pontos chamam atenção. O primeiro deles é a forte queda na corrente comercial entre Brasil e México no ano de 2009, em função da crise econômica que atingiu os dois países, mais especialmente a economia mexicana. Essa queda da corrente de comércio alcançou 26,3% entre 2008 e 2009, com diminuição das exportações brasileiras para o México de mais de 37% e redução nas importações brasileiras provenientes do México da ordem de 10,9%. O segundo ponto de destaque do Gráfico 15 é o crescimento das importações brasileiras provenientes do mercado mexicano entre 2004 e 2008. Nesse período, o valor médio anual de crescimento das importações era de mais de 42%, sendo que, entre 2007 e 2008, a taxa de crescimento chegou a atingir 58%. Essa trajetória serviu para equilibrar o comércio entre os dois países, como indicado anteriormente. 38 Gráfico 15 – Corrente de comércio Brasil-México 7.407 6.240 5.769 5.459 4.917 4.662 4.281 4.458 4.074 3.535 3.280 2.567 4.260 3.958 2.926 2.783 3.125 2.747 1.985 1.686 2.781 1.871 1.002 618 1998 1.979 1.068 983 1999 2.676 2.346 1.310 754 695 580 533 704 2000 2001 2002 2003 2004 Exp. Brasileiras - US$ milhões FOB 844 2005 Imp. Brasileiras - US$ milhões FOB 2006 2007 2008 2009 Corrente Comercial - US$ milhões Fonte: MDIC. Elaboração: UICC – Apex-Brasil. SALDO COMERCIAL Ao mesmo tempo em que existe um equilíbrio relativo nas trocas comerciais brasileiras e mexicanas, nota-se uma tendência à diminuição do saldo comercial relativo24 do Brasil frente ao México. Esse indicador chegou a representar 70% em 2004, caindo para 16% em 2008 e chegando a -2% em 2009. 24 O saldo comercial relativo mostra a participação do superávit ou déficit comercial na corrente de comércio (exportações + importações) entre dois países. 39 Gráfico 16 – Saldo comercial relativo Brasil-México 67% 70% 66% 55% 37% 16% -2% 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Fonte: MDIC. Elaboração: UICC – Apex-Brasil. Existe, atualmente, um déficit na balança comercial do Brasil com o México da ordem de 2%. Um componente que pode ter colaborado para a geração desse déficit comercial foi a variação do câmbio real desses dois países entre 2003 e 2009. O Gráfico 17 mostra a evolução do câmbio real das moedas do México, Brasil, China, Venezuela, Colômbia e Argentina frente ao dólar estadunidense. Nota-se que o câmbio real do peso mexicano manteve-se estável entre 2003 e 2008, sofrendo um movimento de desvalorização, em termos reais, entre 2008 e 2009. Esse último movimento aconteceu também com as moedas dos demais países latino-americanos presentes no gráfico, com exceção da Venezuela. No período total, a moeda mexicana desvalorizou-se em termos reais mais de 11% frente ao dólar estadunidense, enquanto o Yuan valorizou-se mais de 20%. No caso da moeda brasileira, a valorização foi de 45% em termos reais. Considerando-se os países latino-americanos, a trajetória de valorização da moeda brasileira entre 2003 e 2009 só foi inferior à da moeda venezuelana, que chegou a se valorizar 53% em termos reais. O movimento de desvalorização real da moeda mexicana frente ao dólar estadunidense e o movimento inverso ocorrido com a moeda brasileira podem ter ajudado no aumento das exportações mexicanas para o Brasil. A política de manter estável a taxa de câmbio real da moeda mexicana frente ao dólar estadunidense pode ser uma tentativa de tornar as exportações do país competitivas no interior do Nafta, devido à forte concorrência chinesa enfrentada pelas empresas do México nos últimos anos. 40 Gráfico 17 – Evolução do câmbio real frente ao dólar estadunidense (Base: média 2003=100) 120 111,9 110 100 100 93,1 90 80,1 80 70 63,9 60 55,0 50 47,1 40 2003 2004 China Argentina 2005 2006 Brasil 2007 Colômbia 2008 México 2009 Venezuela Fonte: Euromonitor. Elaboração: UICC – Apex-Brasil. PRINCIPAIS PRODUTOS EXPORTADOS PELO BRASIL PARA O MÉXICO A Tabela 07 apresenta os setores nacionais que mais exportaram para o México nos anos de 2004 e 2009. Os dez principais setores, que correspondiam a 71,8% das exportações brasileiras em 2004, passaram ao equivalente a 60,4% em 2009. Destaca-se o aumento de participação de produtos do setor “fabricação de aparelhos e equipamentos de telefonia e radiotelefonia e de transmissores de televisão e rádio”, que cresceu, em média, 40% no período, e do setor de “fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão”, que cresceu 23,4%. Esse último setor era o 17º mais exportado em 2004 e passou a ser o quinto mais exportado pelo Brasil em 2009. Outros grupos de produtos que apresentaram alto crescimento nas exportações brasileiras, por CNAE, foram o de “fabricação de produtos farmacêuticos”, que cresceu, em média, 15%, e o setor de “fabricação de produtos químicos orgânicos”, que cresceu, em média, 17% entre 2004 e 2009. 41 Tabela 07 – Setores econômicos brasileiros que mais exportam para o México – 2004 e 2009 CNAE 341 272 344 353 295 Descrição Fabricação de Automóveis, Caminhonetas e Utilitários Siderurgia Fabricação de Peças e Acessórios Para Veículos Automotores Construção, Montagem e Reparação de Aeronaves Fabricação de Máquinas e Equipamentos de Uso Na Extração Mineral e Construção Participação nas Valor Exportado exportações em 2004 em US$ totais em 2004 1.407.505.014 CNAE 35,6% 341 292.666.601 7,4% 344 279.368.142 7,1% 251 276.864.862 7,0% 131.369.846 3,3% Descrição Fabricação de Automóveis, Caminhonetas e Utilitários Fabricação de Peças e Acessórios Para Veículos Automotores Valor Exportado em 2009 em US$ Participação nas exportações totais em 2009 509.182.083 19,1% 278.447.776 10,4% Fabricação de Artigos de Borracha 138.384.166 5,2% 272 Siderurgia 136.441.004 5,1% 291 Fabricação de Motores, Bombas, Compressores e Equipamentos de Transmissão 111.955.207 4,2% Fabricação de Caminhões e Ônibus 107.436.921 4,0% 97.774.207 3,7% 80.195.389 3,0% 79.972.094 3,0% 73.278.243 2,7% 342 Fabricação de Caminhões e Ônibus 130.632.578 3,3% 342 11 Produção de Lavouras Temporárias 127.660.640 3,2% 245 193 Fabricação de Calçados 72.706.133 1,8% 242 251 Fabricação de Artigos de Borracha 64.061.877 1,6% 322 131 Extração de Minério de Ferro 58.710.224 1,5% 295 Outros 1.116.407.462 28,2% Outros 1.058.870.708 39,6% Total 3.957.953.379 100% Total 2.671.937.798 100% Fabricação de Produtos Farmacêuticos Fabricação de Produtos Químicos Orgânicos Fabricação de Aparelhos e Equipamentos de Telefonia e Radiotelefonia e de Transmissores de Televisão e Rádio Fabricação de Máquinas e Equipamentos de Uso Na Extração Mineral e Construção Fonte: Comtrade. Elaboração: UICC — Apex-Brasil. PRINCIPAIS PRODUTOS IMPORTADOS PELO BRASIL DO MÉXICO A Tabela 08 traz os setores econômicos brasileiros que mais importaram do México. Assim como a pauta das exportações brasileiras para o México é concentrada, também as vendas mexicanas ao mercado brasileiro são concentradas. Em 2009, 77,5% das importações corresponderam aos dez principais setores apontados, enquanto, em 2004, os primeiros setores correspondiam a 73,6% das importações, mostrando que houve aumento da concentração dos produtos importados pelo Brasil. Dentre os dez setores apresentados com maiores valores importados, as importações do CNAE 272 – “siderurgia” – foram as que mais cresceram no período analisado, aumentando, em média, 135% ao ano e saindo da 16ª para a nona posição entre os produtos importados. Os produtos que mais contribuíram para esse aumento do grupo foram o 720839 – “produtos laminados planos, de ferro ou aços não ligados, de largura => 600mm, em rolos, laminados a quente, de espessura < 3mm, não folheados nem revestidos” – e o 720916 – “produtos laminados planos, de ferro ou aços não ligados, de largura => 600mm, em rolos, laminados a frio, de espessura > 1mm e < 3mm, não folheados nem revestidos”. Outros produtos com alto crescimento foram os dos CNAE 322 – “fabricação de aparelhos e equipamentos de telefonia e radiotelefonia e de transmissores de televisão e rádio” –, com crescimento médio de 100%, e o 274 – “metalurgia de metais não ferrosos” –, que cresceu, em média, 79%. 42 Tabela 08 - Setores econômicos brasileiros que mais importam do México – 2004 e 2009 CNAE 321 341 245 242 241 Descrição Participação nas Valor Importado importações em 2004 em US$ totais em 2004 Fabricação de Material Eletrônico Básico Fabricação de Automóveis, Caminhonetas e Utilitários Fabricação de Produtos Farmacêuticos Fabricação de Produtos Químicos Orgânicos Fabricação de Produtos Químicos Inorgânicos CNAE 100.650.168 14,3% 341 70.400.940 10,0% 242 70.062.967 10,0% 322 62.239.783 8,8% 274 46.181.648 6,6% 344 Descrição Fabricação de Automóveis, Caminhonetas e Utilitários Fabricação de Produtos Químicos Orgânicos Fabricação de Aparelhos e Equipamentos de Telefonia e Radiotelefonia e de Transmissores de Televisão e Rádio Metalurgia de Metais Não-Ferrosos Fabricação de Peças e Acessórios Para Veículos Automotores Fabricação de Máquinas e Equipamentos de Sistemas Eletrônicos Para Processamento de Dados Participação nas Valor Importado importações em 2009 em US$ totais em 2009 961.849.129 34,6% 359.533.506 12,9% 272.852.921 9,8% 125.591.992 4,5% 108.503.077 3,9% 75.323.506 2,7% 344 Fabricação de Peças e Acessórios Para Veículos Automotores 42.794.843 6,1% 302 323 Fabricação de Aparelhos Receptores de Rádio e Televisão e de Reprodução, Gravação Ou Amplificação de Som e Vídeo 42.703.293 6,1% 243 Fabricação de Resinas e Elastômeros 66.831.281 2,4% 243 Fabricação de Resinas e Elastômeros 37.311.306 5,3% 245 Fabricação de Produtos Farmacêuticos 64.226.672 2,3% 302 Fabricação de Máquinas e Equipamentos de Sistemas Eletrônicos Para Processamento de Dados 32.675.714 4,6% 272 Siderurgia 62.854.125 2,3% 252 Fabricação de Produtos de Plástico 13.000.905 1,8% 261 Fabricação de Vidro e de Produtos Do Vidro 60.324.365 2,2% Outros 185.815.276 26,4% Outros 625.103.294 22,5% Total 703.836.843 100% Total 2.782.993.868 100% Fonte: Comtrade. Elaboração: UICC — Apex-Brasil. INDICADORES DE COMÉRCIO BRASIL – MÉXICO Esta seção apresentará um conjunto de indicadores que estão envolvidos nas trocas comerciais internacionais e que afetam o comércio existente entre Brasil e México. A análise desses indicadores é essencial para se entender melhor a estrutura das relações comerciais entre esses dois países. Na abordagem dos indicadores, frequentemente é utilizado o conceito de “Medida de Intensidade Tecnológica”, empregado para classificar os setores econômicos envolvidos nas trocas comerciais entre dois países. O presente estudo adota a seguinte classificação para mensurar a intensidade tecnológica dos produtos comercializados entre Brasil e México: 43 Quadro 01 – Taxonomia da medida de intensidade tecnológica e respectivos setores da economia Medida de Intensidade Tecnológica Setores da Economia Produtos Primários Agrícolas, Minerais e Energéticos Indústria Intensiva em Recursos Naturais Indústria Agroalimentar, Indústria Intensiva em Outros Recursos Agrícolas, Indústria Intensiva em Recursos Minerais e Indústria Intensiva em Recursos Energéticos Indústria Intensiva em Trabalho Bens industriais de consumo não duráveis mais tradicionais: Têxteis, Confecções, Couro e Calçado, Cerâmico, Produtos Básicos de Metais, entre outros. Indústria Intensiva em Escala Indústria Automobilística, Indústria Siderúrgica e os Bens Eletrônicos de Consumo25 Fornecedores Especializados Bens de Capital sob Encomenda e Equipamentos de Engenharia. Indústria Intensiva em P&D Setores de Química Fina (produtos farmacêuticos, entre outros), Componentes Eletrônicos, Telecomunicação e Indústria Aeroespacial. Fonte: Holland e Xavier (2004) 26 A análise das exportações brasileiras para o México em 2009 por intensidade tecnológica mostra uma participação expressiva de manufaturados intensivos em economias de escala - 46,8% (que, em 2008, chegaram a 50,6%) e de produtos intensivos em recursos naturais (22,9%), conforme o Gráfico 18. Destacam-se os setores associados à indústria automobilística, em que existe elevado comércio intrassetor industrial entre as economias brasileira e mexicana. Observa-se que, no ano de 2004, as exportações concentravam-se em manufaturados intensivos em pesquisa e desenvolvimento, cuja participação foi de 41% naquele ano, havendo também significativa participação de manufaturados produzidos por fornecedores especializados, produtos intensivos em recursos naturais e manufaturados intensivos em economias de escala, cuja representatividade na pauta exportadora brasileira era de 18,8%, 15,2% e 15%, respectivamente. Dentre os produtos classificados como manufaturados intensivos em pesquisa e desenvolvimento, destacaram-se, em 2004, “outros medicamentos contendo produtos misturados, para fins terapêuticos ou profiláticos, em doses, para venda a retalho” (45,7%), “tubos catódicos para receptores de televisão e monitores 25 Os bens eletrônicos de consumo são especificados em três linhas básicas: (a) Vídeo – televisores, videocassete e câmera de vídeo; (b) Áudio – rádio, autorrádio, cd player, toca-disco, sistema de som, etc.; (c) Outros Produtos – forno de micro-ondas, calculadoras, aparelhos telefônicos, geladeiras, instrumentos musicais, entre outros. 26 Dinâmica e competitividade setorial das exportações brasileiras: uma análise de painel para o período recente, Anais do XXXII Encontro Nacional de Economia. 44 de vídeo, a cores” (19%) e “pigmentos contendo, em peso calculado sobre matéria seca, => 80% de dióxido de titânio” (8,5%). Com relação aos classificados como manufaturados produzidos por fornecedores especializados, os produtos mais exportados do Brasil para o México em 2004 foram “motores de pistão alternativo, de ignição por centelha, para propulsão de veículos do capítulo 87, de cilindrada > 1.000cm3” (39%), “unidades de entrada ou de saída, podendo conter, no mesmo corpo, unidades de memória, para máquinas automáticas de processamento de dados” (14%), “motores de pistão, de ignição por compressão, diesel ou semidiesel, utilizados para propulsão de veículos do capítulo 87” (5,6%) e “árvores (veios) de transmissão, incluídas as de excêntricos (cames) e virabrequins (cambotas) e manivelas” (5,6%). Dos produtos classificados como produtos intensivos em recursos naturais, foram mais exportados em 2004 “outros ácidos policarboxílicos aromáticos, seus anidridos, halogenetos, peróxidos, perácidos e seus derivados” (22,4%), “acetato de vinila” (15,5%), “outros tiocompostos orgânicos” (8,7%) e “cachaça e caninha (rum e tafiá)” (8,2%). Já no grupo classificado como manufaturados intensivos em economias de escala, os mais exportados em 2004 foram “acumuladores” (20%), “outras partes e acessórios para veículos automóveis das posições 8701 a 8705” (11%), “automóveis e outros veículos com motor de pistão alternativo, de ignição por centelha, de cilindrada > 1.500cm3 e =< 3.000cm3” (9,5%). Já no ano de 2009, o destaque em intensidade tecnológica foram os manufaturados intensivos em economias de escala, com participação de 47%, sendo que o produto mais exportado desse setor foi “automóveis e outros veículos com motor de pistão alternativo, de ignição por centelha, de cilindrada > 1.500cm3 e =< 3.000cm3” (65%), seguido por “automóveis e outros veículos com motor de pistão alternativo, de ignição por centelha, de cilindrada > 3.000cm3” (7,7%). O setor produtos intensivos em recursos naturais teve 23% de participação em 2009, com destaque para “ácido tereftálico e seus sais” (61%), “chumbo refinado (afinado), em formas brutas” (8,1%) e “prata em formas brutas” (5,8%). O terceiro grupo de produtos mais exportado pelo Brasil em 2009 foi o de manufaturados intensivos em pesquisa e desenvolvimento, com 16,7% de participação. Nessa classificação, os produtos mais exportados foram: “aparelho de radiotelefonia portátil, ex: walkie/handle-talkie” (33,5%), “outros medicamentos contendo produtos misturados, para fins terapêuticos ou profiláticos, em doses, para venda a retalho” (16,2%) e “pigmentos contendo, em peso calculado sobre matéria seca, => 80% de dióxido de titânio” (8,8%). A partir da análise das exportações brasileiras para o México por intensidade tecnológica, percebe-se que houve aumento significativo do setor manufaturados intensivos em economias de escala, crescendo, em média, 59,4% ao ano entre 2004 e 2009, chegando a US$ 1,145 bilhão em 2009. O segundo setor mais exportado (produtos intensivos em recursos naturais) também apresentou a segunda maior taxa de crescimento médio no 45 período (38%), alcançando US$ 559 milhões no último ano. Já o setor de produtos intensivos em trabalho foi o que apresentou o terceiro maior crescimento médio, aumentando as exportações em 15% em média. Gráfico 18 – Exportações brasileiras para o México por intensidade tecnológica – 2004 e 2009 0% 1% 2004 0% 15% 41% 17% 9% 2009 1% 23% 7% 5% 15% 47% 19% Produtos Primários Produtos Intensivos em Recursos Naturais Manufaturados Intensivos em Trabalho Manufaturados Intensivos em Economias de Escala Manufaturados Produzidos por Fornecedores Especializados Manufaturados Intensivos em P&D Não Classificados Fonte: MDIC. Elaboração: UICC – Apex-Brasil. Apresentada a intensidade tecnológica dos setores econômicos envolvidos nas trocas comerciais entre Brasil e México, seguem abaixo os indicadores de comércio entre esses dois países. Para efeito de comparação, foram incluídos também dados dos Estados Unidos e do Canadá. ÍNDICE DE COMPLEMENTARIDADE DE COMÉRCIO (ICC) Esse índice fornece informações sobre as perspectivas de integração comercial entre dois países. O índice de complementaridade de comércio entre o Brasil e o México é obtido comparando-se a pauta de exportações brasileira com a pauta de importações mexicana. Através dessa comparação, é possível verificar em que medida os produtos exportados pelo Brasil coincidem com os produtos importados pelo México27. Um Índice de Complementaridade de Comércio (ICC) igual a zero significa que não há complementaridade entre as importações e as exportações dos países analisados. Em contrapartida, se esse 27 Neste estudo, o índice é medido em nível de SH6. 46 índice for igual a 100, quer dizer que as pautas são perfeitamente complementares, ou seja, que um país exporta exatamente o que o outro deseja importar. O valor médio de complementaridade de comércio entre Brasil e México gira em torno de 31. O maior valor alcançado entre os anos de 2003 e 2008 foi de 32,78 (2006). Após esse ano, houve uma queda do indicador, que chegou ao menor patamar em 2008 (Gráfico 19). Durante todo o período analisado, as pautas de exportações do Brasil e de importações do México não apresentaram uma coincidência relevante (valor acima de 50), e a tendência é que essa divergência se mantenha. Isso indica que parte dos produtos exportados pelo Brasil não são importados pelo México, muito provavelmente porque são também produzidos naquele país. Efetivamente, os parques industriais das economias brasileira e mexicana são muito próximos em termos de tamanho, composição setorial e intensidade tecnológica. Gráfico 19 – Índice de Complementaridade de Comércio – Brasil-México e Brasil-países selecionados 41,00 39,00 37,00 35,00 32,78 33,00 32,06 31,13 30,78 2003 2004 31,00 31,19 30,51 29,00 27,00 25,00 México 2005 2006 EUA 2007 2008 Canadá Fonte: GTIS. Elaboração: UICC – Apex-Brasil. Observa-se que, entre os países da América do Norte, o México é o que apresenta o menor índice de complementaridade de comércio com o Brasil, enquanto o Canadá é o de maior complementaridade. Esse resultado pode estar atrelado à similaridade econômica entre Brasil e México e à divergência nesse padrão entre Brasil e Canadá. 47 ÍNDICE DE INTENSIDADE DE COMÉRCIO Esse índice determina em que medida o valor das exportações de um país para outro é maior ou menor do que o esperado. O cálculo do Índice de Intensidade de Comércio entre Brasil e México é obtido pela razão entre a participação das exportações brasileiras para o México e a participação das exportações brasileiras para o restante do mundo. Um valor superior a 1 indica que as exportações do Brasil para o mercado mexicano são maiores do que o esperado. Examinando a evolução do Índice de Intensidade de Comércio do Brasil com o México entre 2003 e 2008, encontram-se valores superiores a 1 em todos os anos. Gráfico 20 – Índice de Intensidade de Comércio – Brasil-México e Brasil-países selecionados 1,44 2003 1,94 ,60 1,26 2004 1,93 ,58 1,17 2005 1,88 ,66 1,13 2006 1,72 0,68 1,03 2007 1,55 ,65 1,04 2008 1,21 ,44 ,00 ,50 1,00 EUA 1,50 México 2,00 2,50 Canadá Fonte: GTIS. Elaboração: UICC – Apex-Brasil. Apesar de o México ser o país da América do Norte onde a economia brasileira apresenta maior intensidade de comércio, observa-se, ano após ano, uma diminuição no valor desse indicador. O mesmo deslocamento ocorre em relação aos outros países da América do Norte, o que significa que a intensidade de comércio do Brasil naquela região apresenta uma tendência de se aproximar do padrão esperado. A diminuição da intensidade de comércio entre o Brasil e o México, assim como a queda de complementaridade de comércio entre esses dois países, pode estar relacionada à similaridade bastante evidente entre os parques industriais das duas economias. 48 INDICADOR DE DIVERSIFICAÇÃO/CONCENTRAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES – ÍNDICE DE HERFINDAHL-HIRSCHMAN (HHI) O Índice de Herfindahl-Hirschman (HHI) indica o grau de concentração das exportações de um país28. Países com HHI menor do que 1.000 são considerados mercados com baixa concentração, ou seja, o valor de suas exportações não está concentrado em alguns poucos produtos. Países com HHI entre 1.000 e 1.800 são considerados de concentração moderada; e países com HHI superior a 1.800 são considerados concentrados. Os países em desenvolvimento possuem frequentemente um índice de concentração de exportações bastante elevado. Ainda que suas pautas exportadoras possam ter alguma diversificação, o valor de suas exportações está concentrado em poucos produtos primários – em geral, commodities, cujos preços tendem a oscilar, deixando as economias desses países muito expostas às mudanças do cenário externo. Quanto maior é o valor do índice de concentração das exportações de um país, maior também é sua dependência em relação aos diferentes contextos mundiais. A análise do HHI no Gráfico 21 mostra uma tendência à desconcentração da pauta de exportações brasileiras para a economia mexicana. Se, em 2003, o índice teve um valor bastante próximo de 3.000, apontando alta concentração, em 2008, o valor foi de 1.500, indicando concentração moderada. O principal motivo desse movimento de desconcentração foi a queda das exportações de automóveis, caminhonetas e utilitários, setor no qual o valor das exportações brasileiras para o México estava concentrado. Para se ter uma ideia, em 2003, a participação desse setor na pauta de exportações brasileiras era de 43,5%, reduzindo-se para 18,6% em 2008. Nesse mesmo período, não se observou forte elevação da participação de nenhum outro setor no valor das exportações brasileiras. A redução da concentração das exportações do Brasil para o México diminui os efeitos negativos gerados pelas quedas na intensidade e na complementaridade do comércio entre esses dois países. A pauta de exportações brasileiras para a economia estadunidense mostra uma concentração moderada, enquanto para o Canadá ela é bastante desconcentrada. 28 O indicador é calculado a partir do setor CNAE 2 dígitos. 49 Gráfico 21 – Índice de Concentração das Exportações (Índice de Herfindahl-Hirschman) – Brasil-México e Brasil-países selecionados 3500 3000 2937,65 2317,55 2500 2621,75 2394,93 2000 1777,47 1546,47 1500 1000 500 0 2003 2004 México 2005 EUA 2006 2007 2008 Canadá Fonte: GTIS. Elaboração: UICC – Apex-Brasil. ÍNDICE DE COMÉRCIO INTRASSETOR INDUSTRIAL Esse índice mostra a dinâmica do comércio exterior entre países que têm em comum um mesmo setor produtivo29. Tenha-se como exemplo o caso do comércio intrassetor industrial entre Brasil e México. Ambos são países que abrigam uma indústria automobilística desenvolvida. Apesar de parecerem competidoras no cenário internacional, essas indústrias são, na verdade, parceiras. Peças de veículos produzidas em grande escala no Brasil abastecem não apenas o mercado nacional, como também o mexicano. Indústrias do México são especialistas na fabricação de determinados itens que servem tanto aos automóveis mexicanos quanto aos brasileiros. Ocorre também de o Brasil exportar para o México peças que serão utilizadas na montagem de componentes mais complexos, que serão, posteriormente, importados pelo Brasil. Todos esses movimentos ocorrem tanto do lado brasileiro quanto do mexicano. Assim, as indústrias de ambos os países “cooperam” entre si, gerando o chamado comércio intrassetor industrial. 29 Mais informações sobre as características do comércio intrassetor industrial podem ser obtidas no Anexo 3 deste estudo. 50 A Tabela 09 mostra os produtos que integram a pauta do comércio intrassetor industrial entre Brasil e México.30 Tabela 09 - Comércio Intrassetor Industrial – Brasil-México CNAE Descrição 2003 2004 34 Fabricação e montagem de veículos automotores, reboques e carrocerias Fabricação de automóveis, caminhonetas e utilitários 26 Fabricação de produtos de minerais não-metálicos 264 Fabricação de produtos cerâmicos 2005 2006 2007 2008 0,12 0,10 0,12 0,43 0,75 0,86 0,04 0,08 0,22 0,44 0,40 0,75 0,75 0,62 0,94 0,73 0,96 0,63 18 Confecção de artigos do vestuário 181 Confecção de artigos do vestuário 0,07 0,08 0,12 0,37 0,93 182 0,13 Fabricação de acessórios do vestuário e de 0,05 segurança profissional Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos Fabricação de geradores, transformadores e 0,33 motores elétricos Fabricação de equipamentos para distribuição 0,76 e controle de energia elétrica Fabricação de fios, cabos e condutores elétricos 0,89 Fabricação de lâmpadas e equipamentos de 0,45 iluminação Fabricação de material elétrico para veículos 0,61 exceto baterias Fabricação de outros equipamentos e aparelhos 0,55 elétricos Edição, impressão e reprodução de gravações 0,11 0,33 0,09 0,16 0,92 0,31 0,31 0,34 0,40 0,52 0,91 0,81 0,74 0,76 0,95 0,15 0,65 0,53 0,89 0,72 0,43 0,31 0,26 0,65 0,97 0,50 0,46 0,39 0,69 0,69 0,48 0,62 0,60 0,79 0,66 341 261 Fabricação de vidro e de produtos de vidro 31 311 312 313 315 316 319 22 221 Edição e impressão 0,56 0,43 0,36 0,42 0,94 0,90 223 Reprodução de materiais gravados 0,00 0,00 0,00 0,00 0,72 0,84 15 Fabricação de produtos alimentícios e bebidas Processamento, preservação e produção de 152 conservas de frutas, legumes e outros vegetais 158 Fabricação de outros produtos alimentícios 0,34 0,00 0,01 0,49 0,97 0,89 0,42 0,31 0,38 0,21 0,33 0,60 Fabricação de equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, instrumentos de precisão e ópticos, equipamentos para 33 automação industrial, cronômetros e relógios Fabricação de aparelhos e instrumentos para 331 usos médico-hospitalares, odontológicos e de 0,23 0,39 0,35 0,23 0,43 0,89 laboratórios e aparelhos ortopédicos Fabricação de aparelhos e instrumentos de 332 medida, testes e controle - exceto equipamentos 0,96 0,82 0,88 1,00 0,79 0,67 para controle de processos industriais 14 Extração de minerais não metálicos 142 Extração de outros minerais não metálicos 0,88 0,81 0,84 0,70 0,88 0,61 0,33 0,52 0,95 0,30 0,61 0,95 0,87 0,82 Fabricação de produtos e preparados químicos 0,76 0,72 diversos Fabricação de sabões, detergentes, produtos de 0,48 0,63 limpeza e artigos de perfumaria Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes, lacas e 0,66 0,95 produtos afins Fabricação de produtos de metal (exclusive máquinas e equipamentos) Fabricação de tanques, caldeiras e 0,98 0,13 reservatórios metálicos Fabricação de produtos diversos de metal 0,15 0,21 0,99 0,83 0,80 0,92 0,71 0,86 0,84 0,90 0,56 0,61 0,55 0,76 0,62 0,48 0,74 0,75 0,17 0,56 0,05 0,86 0,29 0,32 0,58 0,82 24 Fabricação de produtos químicos Fabricação de fibras, fios, cabos e filamentos 244 contínuos, artificiais e sintéticos 245 Fabricação de produtos farmacêuticos 249 247 248 28 282 289 30 A classificação setorial empregada no cálculo do índice de comércio intrassetorial é a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), versão 1.0, detalhada em 3 dígitos. 51 Fonte: MDIC. Elaboração: UICC – Apex-Brasil. Verifica-se que praticamente todos os setores em que predomina o comércio intrassetor industrial são segmentos da indústria de transformação. Efetivamente, é nos segmentos industriais com alto valor agregado que se concentra o comércio intrassetor industrial entre o Brasil e o México. Em 2008, esse valor representou aproximadamente 30% da pauta de exportações do Brasil para o México, chegando a 35% em 2009. Os setores em que praticamente 100% das trocas comerciais entre Brasil e México ocorreram intrassetorialmente em 2008 foram “confecções e artigo do vestuário” e “fabricação de acessórios do vestuário e de segurança profissional”, que, em conjunto, somaram US$ 2,2 milhões. É importante analisar a evolução do comércio intrassetorial ocorrida no subsetor de fabricação de automóveis, caminhonetas e utilitários, que passou de 0,12, em 2003, para 0,86 em 2008. Essa consolidação ocorreu a partir do acordo automotivo Mercosul-México (acordo de complementação econômica número 55), que entrou em vigor em janeiro de 2003. Esse movimento gerou ganhos maiores para o México já que as exportações brasileiras para aquele país diminuíram de US$ 1,2 bilhão, em 2003, para US$ 798 milhões, em 2008, enquanto as exportações do México para o Brasil aumentaram de US$ 790 milhões para US$ 1,05 bilhão. Considerando o setor como um todo31, a economia brasileira exportou para o mercado mexicano US$ 1,9 bilhão em 2003, decaindo, em 2008, para US$ 910,5 milhões. Já as exportações do México para o Brasil passaram de US$ 119 milhões para US$ 1,2 bilhão. ÍNDICE DE ESPECIALIZAÇÃO EXPORTADORA (IEE) Esse indicador aponta se um país é especialista na exportação de produtos de determinado setor para um mercado definido. Neste estudo, o Índice de Especialização Exportadora confronta a especialização exportadora de setores brasileiros para o mundo com a especialização importadora desses setores do México em relação ao mundo. Um valor de IEE superior a 1 sugere que, no setor analisado, o Brasil tem vantagem de especialização exportadora no México. Isso não significa que o setor brasileiro com elevado IEE no México tenha assegurado o mercado consumidor daquele país. O setor agrícola do Brasil, por exemplo, tem elevado IEE no México que, apesar disso, compra produtos agrícolas dos Estados Unidos. Por isso, é necessário analisar o Índice de Especialização Exportadora, junto com o Índice de Complementaridade de Comércio e com a participação do setor no total importado do país. 31 CNAE 2 dígitos. 52 Em geral, os setores identificados com especialização exportadora do Brasil no México são produtores ou processadores de commodities ou intensivos em mão de obra. Uma análise especial deve ser feita no subsetor de fabricação e refino de açúcar. Em 2003, as empresas brasileiras exportaram mais de US$ 7,9 milhões para o México, conquistando uma participação de 13% das importações mexicanas. Já em 2008, o setor não contabilizou nenhuma exportação para aquele país. Enquanto as exportações brasileiras declinaram, as compras do México cresceram 10,8% ao ano, entre 2003 e 2008. Isso significa que, apesar de o Brasil ter um elevado IEE no setor de fabricação e refino de açúcar no México, aquele país está adquirindo seus produtos de outro mercado exportador. O único subsetor brasileiro que apresentou bons Índices de Especialização Exportadora no México e que, apesar disso, nunca exportou para aquele mercado foi o de fabricação de cimento. Tabela 10 – Índice de Especialização Exportadora – México 53 CNAE Descrição 13 Extração de minerais metálicos 131 Extração de minério de ferro 132 Extração de minerais metálicos não ferrosos 35 Fabricação de outros equipamentos de transporte 351 Construção e reparação de embarcações 2003 2004 92,99 1,08 60,06 1,85 2005 60,49 2,09 2006 2007 2008 71,94 1,64 86,33 3,72 64,55 4,65 0,38 36,94 7,78 ,45 24,98 34,98 11,94 19,88 23,18 16,54 9,11 11,20 1,25 1,48 1,49 1,23 1,02 0,87 2,66 2,11 2,90 5,18 5,69 5,03 39,46 39,94 55,34 22,83 19,59 27,75 4,05 4,69 4,87 4,65 5,04 5,02 7,04 5,71 4,82 5,25 6,62 5,17 15,76 13,37 9,40 7,65 7,40 6,97 82,03 27,50 45,05 23,14 124,43 22,53 48,03 23,52 62,18 21,67 83,66 22,60 1,22 1,10 0,98 1,00 1,03 1,06 191 Curtimento e outras preparações de couro 193 Fabricação de calçados 01 Agricultura, pecuária e serviços relacionados 11 Produção de lavouras temporárias 3,54 9,45 3,00 9,90 3,35 8,86 5,08 7,58 6,51 6,82 5,53 5,24 2,93 3,15 2,94 2,74 2,95 2,55 13 Produção de lavouras permanentes 14 Pecuária 20 Fabricação de produtos de madeira 201 Desdobramento de madeira 6,96 1,44 7,76 1,71 8,93 1,22 8,54 1,61 8,71 2,99 8,26 3,38 4,62 4,61 4,20 4,44 4,26 3,40 5,04 5,74 4,27 3,88 3,55 2,46 6,11 2,11 6,00 2,04 5,38 1,70 5,99 1,67 5,64 1,59 5,01 ,89 13,66 2,60 10,23 2,18 9,89 2,16 11,71 1,81 21,80 1,60 18,65 1,34 1,52 1,96 1,04 1,73 0,91 1,60 0,90 1,69 0,82 1,66 1,25 1,44 2,00 0,95 0,81 0,78 0,86 0,85 10,75 7,93 8,13 8,42 8,74 9,04 1,24 1,03 1,02 ,94 ,95 ,89 2,49 3,30 6,07 7,70 10,38 6,40 1,70 2,09 2,10 1,90 1,42 1,14 4,06 4,63 4,19 3,29 4,00 2,76 1,26 1,05 2,39 2,18 1,95 1,86 1,80 2,03 2,28 2,39 353 Construção, montagem e reparação de aeronaves 359 Fabricação de outros equipamentos de transporte 11 Extração de petróleo e serviços relacionados 111 Extração de petróleo e gás natural 16 Fabricação de produtos do fumo 160 Fabricação de produtos do fumo 15 Fabricação de produtos alimentícios e bebidas Abate e preparação de produtos de carne e 151 pescado Processamento, preservação e produção de 152 conservas de frutas, legumes e outros vegetais 153 Produção de óleos e gorduras vegetais e animais 156 Fabricação e refino de açúcar 157 Torrefação e moagem de café 158 Fabricação de outros produtos alimentícios 19 Preparação de couros e fabricação de artefatos Fabricação de produtos de madeira, cortiça e 202 material trançado - exceto móveis 14 Extração de minerais não metálicos 141 Extração de pedra, areia e argila 142 Extração de outros minerais não metálicos 27 Metalurgia básica 271 Produção de ferro-gusa e de ferroligas 272 Siderurgia 273 Fabricação de tubos - exceto em siderúrgicas 274 Metalurgia de metais não ferrosos 275 Fundição 21 Fabricação de celulose, papel e produtos de papel Fabricação de celulose e outras pastas para a 211 fabricação de papel Fabricação de papel, papelão liso, cartolina e 212 cartão 26 Fabricação de produtos de minerais não metálicos 262 Fabricação de cimento 264 Fabricação de produtos cerâmicos Aparelhagem de pedras e fabricação de cal e de 269 3,58 3,91 outros produtos de minerais não metálicos 05 Pesca, aquicultura e serviços relacionados 51 Pesca, aquicultura e serviços relacionados 6,54 6,59 34 Fabricação e montagem de veículos automotores, reboques e carrocerias 342 Fabricação de caminhões e ônibus 1,53 2,02 343 Fabricação de cabines, carrocerias e reboques 1,70 1,65 54 Fonte: GTIS. Elaboração: UICC – Apex-Brasil. ÍNDICE DE PREÇOS E ÍNDICE DE QUANTUM Neste estudo, os cálculos do Índice de Preços e do Índice de Quantum (quantidade)32 medem, respectivamente, quanto o preço e a quantidade exportada influenciam no aumento ou diminuição do valor das exportações brasileiras para o mercado mexicano. Analisando o passado recente, verifica-se que, em 2004, a taxa de crescimento do valor exportado para o México foi de 44,1%, sendo 28,9% decorrentes de um aumento da quantidade (quantum) exportada e 11,8% da variação de preços dos produtos. A partir do ano de 2005, a quantidade exportada apresentou taxas de crescimento negativas, atingindo, em 2009, um decréscimo de 34,8%, como resultado da crise econômica que afetou a economia mundial. O aumento de preços dos produtos exportados pelo Brasil para o México pode estar associado à alteração do tipo de produto vendido. Efetivamente, a participação do setor de máquinas e equipamentos, cujos produtos têm maior valor agregado e, por conseguinte, maior preço médio, vem crescendo na pauta de exportações brasileiras para a economia mexicana. 32 O índice de preços adotado é o Índice de Fischer, que consiste na média geométrica dos índices de Laspeyres e de Paasche (ver final desta nota). O Índice de Fischer mede a variação dos preços, e, quanto maior ele for, maior a variação de preços verificada nas exportações brasileiras para o país em foco. O índice de quantum, por sua vez, é obtido pela divisão do índice de variação do valor exportado pelo índice de Fischer (índice de preços) e mede o crescimento do volume exportado. Nesta análise, a medida de quantidade utilizada é o peso (em quilogramas) dos produtos, disponível nos dados de exportação divulgados pelo MDIC/Aliceweb. Salienta-se que, para o cálculo do índice de preços, foram excluídas, por produto, as taxas de crescimento do valor exportado que foram consideradas casos extremos da amostra, partindo da observação do gráfico Box-Plot de cada ano. O índice de Laspeyres pondera preços de insumos em duas épocas, inicial e atual, tomando como pesos as quantidades definidas para esses insumos na época inicial. O índice de Paasche, por sua vez, pondera os preços nas épocas inicial e atual, mas tomando como pesos as quantidades arbitradas para os insumos na época atual. 55 Gráfico 22 – Crescimento de valor, índice de preços e índice de quantum das exportações brasileiras para o México 44,1% 28,9% 11,8% 11,7% 9,4% 8,5% 17,2% 10,6% 2,9% 0,% -5,1% -2,0% -4,2% -4,4% -13,6% 2004 2005 2006 -14,3% 2007 2008 2009 -37,5% Crescimento de valor Índice de preços (Fischer) -34,8% Índice de quantum Fonte: MDIC. Elaboração: UICC – Apex-Brasil. 56 PARTE 5 OPORTUNIDADES COMERCIAIS PARA O BRASIL NO MÉXICO 57 OPORTUNIDADES COMERCIAIS PARA O BRASIL NO MÉXICO As oportunidades para os exportadores brasileiros no mercado mexicano foram identificadas através de uma metodologia desenvolvida pela Apex-Brasil, que pode ser encontrada no Anexo 1. Em termos gerais, a metodologia faz o cruzamento das importações mexicanas com as exportações brasileiras para o México, apontando as melhores chances para grupos e subgrupos de produtos33 brasileiros. O trabalho inicia-se com o levantamento dos 5.503 produtos que o México importou de todo o mundo em 2008. Esses produtos foram separados da seguinte maneira34: • Produtos com Exportações Incipientes – são aqueles cuja participação brasileira nas importações mexicanas é muito baixa, ou seja, o Brasil vende pouco para o México. Também são considerados como exportações incipientes aqueles produtos cuja exportação brasileira para o México não é contínua35. Outra característica dos produtos incipientes é que o Brasil é especialista em sua exportação36 e, em relação a eles, o mercado mexicano apresenta bom nível de dinamismo37. A conjunção desses dois últimos fatores indica que há chances para as exportações brasileiras, mas elas precisam ser trabalhadas numa estratégia de abertura do mercado mexicano. Daí porque os subgrupos formados pelos produtos com exportações incipientes são denominados “a desenvolver”. • Produtos com Exportações Expressivas – são aqueles cuja participação brasileira nas importações mexicanas é maior do que 1%, ou seja, o Brasil tem um volume significativo de vendas para o México. Além disso, a exportação brasileira desses produtos para o México é contínua. Os subgrupos de produtos com exportações expressivas são classificados em cinco categorias: 33 Os produtos analisados no estudo são reunidos em grupos e subgrupos de acordo com critérios definidos pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Os grupos, que são amplos, dividem-se em subgrupos. Normalmente, a denominação dos grupos é abrangente e genérica, enquanto a dos subgrupos é mais específica, permitindo que se identifiquem com maior clareza os produtos neles incluídos. 34 Os critérios utilizados para classificar as exportações como incipientes e expressivas são apresentados no Anexo 2. 35 Exportações contínuas são aquelas que, a partir da primeira venda efetuada, não são interrompidas em nenhum ano posterior. Em um período de quatro anos, se determinado produto foi vendido apenas nos dois primeiros anos, suas exportações são consideradas descontínuas. Se, no entanto, as vendas do produto se iniciaram no terceiro ano e se repetiram no quarto, as exportações são consideradas contínuas. 36 O Brasil é especialista na exportação de um produto quando, na pauta de exportações brasileira, esse produto é mais importante do que na pauta de exportações do mundo. A especialização de um país na exportação de determinado produto é medida por meio do cálculo da vantagem comparativa revelada (VCR). Explicações mais detalhadas sobre esse assunto são fornecidas no Anexo 2. 37 Constata-se que alguns grupos de produtos mexicanos são mais dinâmicos do que outros, ou seja, suas importações crescem em um ritmo mais acelerado do que as importações mundiais. Efetivamente, quanto mais dinâmico é um grupo de produtos, maior é o crescimento de suas importações e mais atraente ele se torna para os exportadores brasileiros. Foram, então, selecionados os subgrupos de produtos mexicanos considerados muito dinâmicos, dinâmicos e de dinamismo intermediário. As faixas de dinamismo utilizadas no estudo estão descritas no Anexo 2. 58 − Consolidados38 - é o caso dos subgrupos de produtos brasileiros que já estão bem posicionados no mercado mexicano (sua participação é igual ou superior a 30%) e gozam de uma situação confortável em relação a seus principais concorrentes. A estratégia de atuação para esses grupos de produtos é de manutenção do espaço já conquistado. Aqui estão boas oportunidades para as exportações brasileiras; − Em risco39 - é o caso dos subgrupos de produtos que já estiveram consolidados no mercado mexicano e, hoje, ainda têm uma participação significativa nele, mas vêm perdendo, ano após ano, espaço para os concorrentes. Esses grupos de produtos demandam uma estratégia distinta dos grupos consolidados, pois aqui deve haver um esforço para retomar o espaço perdido ou para, ao menos, reduzir a rapidez com que o Brasil perde participação no mercado mexicano para seus concorrentes; − Em declínio40 - é o caso dos subgrupos de produtos brasileiros que nunca estiveram consolidados no México e que vêm perdendo participação nesse mercado. Aqui as oportunidades para os exportadores brasileiros são menos interessantes; − A consolidar41 - é o caso dos subgrupos de produtos que ainda não são consolidados, mas que estão crescendo no mercado mexicano em um ritmo próximo ou superior ao dos concorrentes. Aqui estão as melhores oportunidades para os exportadores brasileiros; e − Desvio de comércio - é o caso de subgrupos de produtos em que o crescimento médio das exportações brasileiras é inferior ao das exportações dos concorrentes, sendo que o Brasil apresenta vantagens na exportação do grupo de produtos observado ( >1), ao contrário de seu principal concorrente (. 1). Isso indica que há algum elemento não determinado pela simples observação dos fluxos comerciais globais favorecendo nosso principal concorrente naquele mercado específico (como acordos comerciais, proximidade geográfica, etc.), o que provavelmente demanda um esforço distinto da promoção comercial a ser contornado pelo Brasil. A partir da observação da Tabela 11, nota-se que, nas vendas do Brasil para o México, há muito mais produtos com exportações incipientes (79,9%) do que expressivas (20,0%), ainda que o valor das exportações expressivas (86,5) seja bastante superior ao das exportações incipientes (13,45%). 38 O Brasil tem uma participação mínima de 30% nas importações mexicanas, e o crescimento médio das exportações brasileiras para o país é superior ao do concorrente, ou inferior em até 25% do crescimento das exportações do concorrente no período analisado. 39 A participação brasileira nas importações do país é igual ou superior a 30%, mas o crescimento médio das exportações dos concorrentes supera em mais de 25% o do Brasil no período analisado. 40 A participação brasileira nas importações do México é inferior a 30%, e o crescimento médio das exportações brasileiras é negativo, ou inferior a 15%, desde que o crescimento médio das exportações dos concorrentes seja superior a 25% do crescimento das exportações do Brasil. 41 A participação brasileira nas importações do país é inferior a 30%, mas o crescimento médio das exportações brasileiras é superior a 15% ao ano e, caso seja inferior a 15%, é superior a três quartos do valor do crescimento dos concorrentes no período analisado. 59 Tabela 11 - Classificação de produtos importados pelo México Importações Exportações Exportações Importações totais do totais do brasileiras para o Classificação Nº de SH6 Nº de SH6 (%) brasileiras para o México – 2008 (US$) México em México - 2008 México – 2008 (US$) 2008 (%) (%) Expressivo 602 11,16 61.905.393.261 20,06 4.485.663.495 86,55 Incipiente 4.794 88,84 246.677.726.679 79,94 696.999.939 13,45 Total 5.396 100,00 308.583.119.940 100,00 5.182.663.434 100,00 Fonte: UICC – Apex-Brasil, a partir de dados do COMTRADE A aplicação da metodologia permitiu identificar que há oportunidades no mercado mexicano tanto para os grupos de produtos com exportações incipientes quanto para os que têm exportações expressivas. Para apresentar as oportunidades de exportação para o mercado mexicano, os subgrupos de produtos brasileiros foram organizados em quatro grandes complexos: “agronegócio, alimentos e bebidas”, “casa e construção”, “máquinas e equipamentos”e “moda”. Há produtos que permeiam mais de um complexo ou não se encaixam em nenhum deles. Por isso, são classificados no complexo “multissetorial e outros”. Para cada um desses complexos, são apresentados os subgrupos com exportações incipientes e expressivas. AGRONEGÓCIO, ALIMENTOS E BEBIDAS O complexo “agronegócio, alimentos e bebidas” representou, em 2009, 8,2% do total das importações do México. Isso significou mais de US$ 18,7 bilhões importados por aquele país no referido ano. Esse complexo registrou crescimento médio de 6,5% considerando-se os valores das importações mexicanas entre 2004 e 2009. Os principais subgrupos de produtos importados pelo México desse complexo foram: cereais em grão e esmagados; massas alimentícias e preparações alimentícias; soja mesmo triturada; sementes oleaginosas (exceto soja), plantas ind. e med., gomas e sucos e extratos vegetais, mat.; e leite e derivados. A produção agrícola do México destina-se ao abastecimento nacional assim como de novos mercados e padrões de consumo. De acordo com a Secretaria de Agricultura, Pecuária, Desenvolvimento Rural, Pesca e Alimentação do México – Sagarpa42 –, o país tem problemas de abastecimento alimentar devido à heterogeneidade dos canais de distribuição, problemas de qualidade e certificações, mudanças nas normas, falhas em informação e falta de políticas públicas para que esses problemas sejam amenizados. 42 Secretaría de Agricultura, Ganadería, Desarrollo Rural, Pesca y Alimentación – www.sagarpa.gob.mx 60 Segundo o Instituto Nacional de Estatística e Geografia do México – INEGI43 –, o PIB do setor agrícola e de alimentos foi de 1,1 bilhão de pesos mexicanos44 em 2009. Como composição do setor, segundo a classificação do Instituto, a participação, em 2009, foi de 44,6% para indústria de alimentos, 24,9% para agricultura, 14% para pecuária, 13,1% para bebidas e tabaco e 3,4% para indústrias florestal e pesqueira. A balança comercial dos setores mexicanos de agropecuária e agroindústria, de acordo com dados do Banco do México45, teve um déficit de US$ 2,8 bilhões em 2009, sendo que, no ano anterior, esse déficit tinha sido de US$ 7,5 bilhões. De acordo com dados da Sagarpa, em 2008, milho, cana-de-açúcar, pastos, trigo, sorgo, tomate e abacate responderam por 52,2% do valor produzido pela agricultura. Já em relação à criação de animais, segundo o Serviço de Informação Agroalimentar e de Pesca do México – SIAP46 –, as aves (frangos) corresponderam a 40% em peso e a 37% do valor produzido em 2009, enquanto os bovinos corresponderam a 38,8% em peso e 40% do valor. Os outros 21% em valor produzidos ficaram entre suínos (18%), ovinos, caprinos e perus. A agroindústria, segundo dados da Sagarpa, tem desenvolvimento bastante heterogêneo no país, apresentando produções que empregam alta tecnologia enquanto outras não dispõem dos mesmos recursos. Em relação à atividade da agroindústria, 71% da sua composição representa elaboração de produtos de panificação, bebidas, carnes processadas e produtos lácteos. Os gastos do governo com pesquisa, inovação e desenvolvimento dos setores de agricultura, pecuária, desenvolvimento rural, pesca e alimentação, em 2007, representaram 6,6% do gasto total (2,3 bilhões de pesos mexicanos). O México cultiva algodão geneticamente modificado desde 2006 e soja geneticamente modificada desde 1997, enquanto o milho está em fase experimental. A Secretaria de Agricultura do México gere o Programa Setorial de Desenvolvimento Agropecuário e Pesqueiro (2007-2012), que tem como objetivos aumentar o nível de desenvolvimento humano da população rural, ter produtos de origem rural e da pesca para consumo nacional com qualidade, aumentar a renda dos produtores com agregação de valor e possibilidade de exportação, diminuir a degradação do meio ambiente e promover o desenvolvimento do meio rural. 43 Instituto Nacional de Estadística y Geografía – www.inegi.org.mx 44 Cotação do peso mexicano em 19/11/2010 – 1 peso = R$ 0,14 45 Banco de México – www.banxico.org.mx 46 Servicio de Información Agroalimentaria y Pesquera – www.siap.gob.mx 61 Desde a entrada do México no Acordo de Livre Comércio da América do Norte — Nafta —, a agricultura do país tem se diversificado, apesar do maior benefício para os setores de frutas e vegetais, que são exportados para os países do bloco. A produção de orgânicos é de cerca de 100 mil hectares e está majoritariamente voltada para a exportação para os Estados Unidos. A produção interna mexicana deve seguir duas normas para comercialização no país, as quais estão previstas na Lei Federal sobre Metrologia e Normalização – LFMN –, que são as Normas Oficiais Mexicanas – NOM – e as Normas Mexicanas – NMX. Os canais de distribuição tradicionais são maioria no México em relação aos modernos, fazendo com que os primeiros acarretem perdas de 15 a 35% nas vendas, enquanto os últimos levem a perdas de 7 a 15%. Nos centros urbanos, as famílias fazem suas compras de alimentos em supermercados e lojas de conveniência. Na área rural, o governo tem um sistema de distribuição dos produtos básicos. No setor de alimentos embalados, segundo estudo do Euromonitor47, a tendência é de que os consumidores optem por produtos de marcas mais baratas e comercializados em pequenas embalagens. Os consumidores de renda mais baixa tendem a comprar em pequenos mercados independentes, de uma a duas vezes por semana. O consumo de alimentos, segundo dados do Euromonitor, cresceu 31% entre 2000 e 2007, enquanto o consumo de bebidas cresceu 39% no mesmo período. Os produtos cujo consumo teve crescimento mais rápido foram peixes, frutos do mar, gorduras, leites, queijos e ovos. A tendência por consumo de produtos mais saudáveis é favorável para a venda de sucos e chás prontos para beber. Ainda de acordo com dados do Euromonitor, o consumo per capita de bebidas não alcoólicas e alimentos no México foi de US$ 1.347,7048 em 2007. EXPORTAÇÕES INCIPIENTES Os subgrupos de produtos com exportações incipientes que têm perspectivas de exportação para o México são listados na Tabela 12. Esses subgrupos têm em comum os fatos de o Brasil ser especialista em sua 47 O Euromonitor International é uma empresa privada provedora de informações mercadológicas acerca das preferências do consumidor e do desempenho e da atuação da indústria em diversos países. Criada em 1972, possui 600 analistas e escritórios em Londres, Chicago, Cidade de Cingapura, Xangai e Vilna (Lituânia). Para mais informações, consulte: www.euromonitor.com. 48 Para comparação, o gasto no Brasil com alimentos foi de US$ 1.005,82 e de bebidas não alcoólicas de US$ 21,75 em 2007 – Fonte: Consumer Lifestyle 2009, Euromonitor. 62 exportação49 e de o mercado mexicano ter bom nível de dinamismo50. A conjunção desses dois fatores indica que há chances para as exportações brasileiras, mas elas precisam ser trabalhadas numa estratégia de abertura do mercado mexicano. Daí porque esses subgrupos de produtos serem denominados “a desenvolver”. Tabela 12 – Subgrupos de produtos classificados como “a desenvolver” – Agronegócio, Alimentos e Bebidas Grupos de produtos Subgrupos de produtos Crescimento Importações médio anual das do México em imp. do México 2008 (US$) 2003 - 2008 (%) Nº de SH6 Dinamismo VCR do Brasil Carne de aves Carne de frango in natura 4 407.240.164 20,75 Intermediário 25,66 Carne de aves Carne de peru in natura 4 336.522.661 15,21 Dinâmico 7,34 Carne suína Carne de suíno in natura 6 658.193.683 13,73 Dinâmico 4,35 Cereais em grão e esmagados Cereais em grão e esmagados 41 4.917.110.258 16,44 Intermediário 1,26 Farinhas para animais Farinhas para animais 22 704.148.808 20,83 Intermediário ,92 Soja (grãos, óleos e farelo) Farelo de soja 1 372.919.774 19,16 Intermediário 19,73 Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS. No subgrupo “Carne de frango in natura”, foram identificados dois SH destaques, que são o 020712 – “carnes de galos e galinhas da espécie doméstica não cortadas em pedaços, congeladas” – e o 020714 – “pedaços e miudezas comestíveis de galos e galinhas da espécie doméstica, congelados” –, que corresponderam a 56,2% das importações do subgrupo a desenvolver, apesar de o Brasil não ter exportado esses produtos para o México em 2008. Para o subgrupo “carne de peru in natura”, houve um SH destaque, o 020727 – “carnes de peruas e de perus, da espécie doméstica, em pedaços e miudezas comestíveis, congeladas” –, que correspondeu a 32% das importações mexicanas do subgrupo, com crescimento médio de 12,4% entre 2003 e 2008. No caso das carnes suínas, os SH destaques foram responsáveis por 18% das importações do subgrupo em 2008. Os códigos destacados foram o SH 020321 – “carcaças e meias-carcaças de suíno, congeladas” –, e o SH 020329 – “outras carnes de suíno, congeladas” –, sendo que o primeiro teve um crescimento médio nas 49 O Brasil é especialista na exportação de um produto quando, na pauta de exportações brasileira, este produto é mais importante do que na pauta de exportações do mundo. A especialização de um país na exportação de determinado produto é medida através do cálculo da vantagem comparativa revelada (VCR). Explicações mais detalhadas sobre este assunto são fornecidas na metodologia encontrada no Anexo 2. 50 Constata-se que alguns grupos de produtos mexicanos são mais dinâmicos que outros, ou seja, suas importações crescem em um ritmo mais acelerado que as importações mundiais. Efetivamente, quanto mais dinâmico é um grupo de produtos, maior é o crescimento de suas importações e mais atraente ele se torna para os exportadores brasileiros. Foram então selecionados os grupos de produtos mexicanos considerados muito dinâmicos, dinâmicos e de dinamismo intermediário. As faixas de dinamismo utilizadas no estudo estão descritas na metodologia, no Anexo 2. 63 importações de 101,4% de 2003 a 2008, enquanto o segundo teve um aumento, em média, de 9,3% nas importações mexicanas no mesmo período. No subgrupo de maior valor importado pelo México, “cereais em grão e esmagados”, encontram-se cinco SH destaques, a saber: 100590 – “milho, exceto para semeadura” –, 100340 – “arroz quebrado (trinca de arroz)” – , 100700 – “sorgo em grão” –, 110220 – “farinha de milho” – e 110313 – “grumos e sêmolas de milho”. Esses SH juntos corresponderam a 55,8% das importações mexicanas do subgrupo em 2008, sendo que, desse total, o Brasil somente exportou “farinha de milho”. Entre os três SH mais importados do subgrupo, estão os SH 100590, 100700 e 100190 – “trigo (exceto trigo duro) e mistura de trigo com centeio”, somando 80% das importações do subgrupo. O SH classificado como “a desenvolver” no subgrupo “farelo de soja” foi o 230400 – “tortas e outros resíduos sólidos da extração do óleo de soja (farelo de soja)”. Em “farinhas para animais”, os SH destaques somaram 44% das importações do subgrupo, sendo eles: 230110 – “farinhas, pós e pellets de carnes ou de miudezas, impróprios para alimentação humana; torresmos” –, 230250 – “sêmeas, farelos e outros resíduos de leguminosas” –, 230610 – “tortas e outros resíduos sólidos da extração de óleo de algodão” – e 230990 – “outras preparações para alimentação de animais”. EXPORTAÇÕES EXPRESSIVAS • Subgrupos “A CONSOLIDAR” As importações mexicanas dos subgrupos classificados como “a consolidar” alcançaram US$ 351,6 milhões em 2008, ano em que a participação média das exportações brasileiras para esses subgrupos de produtos atingiu 12%. Merece destaque, na relação apresentada na Tabela 13, o valor importado pelo México do grupo de produtos “chocolate e suas preparações”, cujo SH “outros chocolates e preparações alimentícias contendo cacau” correspondeu a 57% do total comprado pelo país dos subgrupos “a consolidar” em 2008. Os maiores fornecedores têm sido Canadá e Argentina, além dos Estados Unidos, os quais juntos responderam por 87% das importações do país em 2008. As importações oriundas dos Estados Unidos tiveram crescimento médio de 13% de 2004 a 2009, enquanto as dos outros dois principais fornecedores cresceram, em média, 32% e 8%, respectivamente. O crescimento médio das exportações brasileiras dos subgrupos de produtos “a consolidar” tem sido maior do que o dos concorrentes para todos os casos, com destaque para “carne de boi industrializada”, em que 64 o país teve um crescimento médio das exportações de 75%, mantendo-se como quarto maior fornecedor desse produto para o mercado. Tabela 13 - Subgrupos de produtos classificados como “a consolidar” – Exportações expressivas Grupos de produtos Cacau e prod. de confeitaria (com e sem cacau) Cereais em grão e esmagados Chocolates, balas e confeitos Gorduras e óleos animais e vegetais Preparações de carnes, peixes e crustáceos Sementes oleaginosas (exceto soja), plantas ind. E med., gomas e sucos e extratos vegetais; mat. Sucos Subgrupos de produtos Pasta de cacau Cereais em grão e esmagados Chocolate e suas preparações Gorduras e óleos animais e vegetais Carne de boi industrializada Sementes oleaginosas (exceto soja), plantas ind. E med., gomas e sucos e extratos vegetais; mat. Demais sucos Suco de laranja não congelado Exportações Crescimento Crescimento Participa Importações Principal Participação brasileiras médio dos médio do ção do México concorren do principal para o concorrentes Brasil entre brasileira em 2008 te em concorrente México em entre 2003- 2003-2008 em 2008 (US$) 2008 em 2008 (%) 2008 (US$) 2008 (%) (%) (%) Nº de SH6 2 1.638.298 337.307 124,71 127,73 4 46.526.468 6.729.293 2,27 58,00 1 195.880.602 4 18.601.380 1.835.012 2.328.845 21,64 15,59 20,59Colômbia Estados 14,46 Unidos 58,37 49,2 14,32 Estados 12,52 Unidos 17,9 44,3 1.093.792 -7,89 74,68 4 65.934.014 12.347.713 7,82 15,05 18,73 Unidos 3 13.359.360 369.348 25 60,76 1 2.546.093 243.333 -7 112,80 7.074.367 72,9 Estados ,94 Unidos Estados 15,46 Unidos 1 26,4 Estados 2,76 Chile Estados 9,56 Unidos 71,4 54,9 88,9 Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS. Dentre os subgrupos apontados como “exportações expressivas a consolidar”, encontra-se, no Gráfico 23, o comportamento dos principais fornecedores para o mercado mexicano. Observam-se a manutenção dos Estados Unidos como o principal fornecedor para o mercado durante todo o período, com crescimento médio de 17%, e a ascensão do Canadá sobre a Argentina no fornecimento ao mercado mexicano. Dentre os principais fornecedores, o Canadá foi o que apresentou maior crescimento médio no período, de 44%. Os cinco maiores fornecedores foram responsáveis por 91% da importação mexicana de chocolate e suas preparações no ano de 2008. O Brasil foi o oitavo maior fornecedor em 2008, com o crescimento de suas exportações bastante superior ao dos concorrentes. 65 Gráfico 23: Participação dos principais fornecedores do subgrupo “chocolate e suas preparações” (%) – 2003 – 2008 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 Estados Unidos 2003 2004 2005 2006 2007 2008 59,46 54,60 51,97 44,87 39,29 49,25 Canadá 9,93 10,36 5,99 9,02 27,25 23,31 Argentina 18,31 18,31 16,05 16,19 16,71 14,07 Chile 3,34 5,62 2,87 2,75 1,99 3,03 Itália 1,51 0,68 1,49 2,17 2,76 1,77 Outros 7,46 10,44 21,63 25,01 12,00 8,57 Fonte: GTIS. Elaboração: UICC – Apex-Brasil. • Subgrupos “CONSOLIDADOS” Abaixo, indicamos os cinco subgrupos expressivos classificados como “consolidados” e os três classificados como “desvio de comércio”. Os subgrupos consolidados somaram US$ 351,6 milhões, dos quais o Brasil exportou US$ 25,3 milhões. Nos subgrupos classificados como “desvio de comércio”, foram importados US$ 503 milhões, nos quais a participação do Brasil foi de US$ 20,8 milhões. Entre os subgrupos apresentados como “consolidados”, o Brasil teve maior crescimento médio nas exportações do subgrupo “manteiga de cacau” para o México. No ano de 2009, o Brasil foi o oitavo maior fornecedor para o mercado, sendo que, em 2008, era o segundo maior fornecedor. De acordo com estudo do Euromonitor51, em 2009, a venda de chás no México respondeu por 4% das vendas de bebidas quentes, somando Mx$ 877 milhões, com crescimento médio de 2,7% entre 2004 e 2009. A 51 Hot drinks, Euromonitor International, March 2010. 66 previsão é de que as vendas sejam de Mx$ 1,1 bilhão em 2014. O Brasil é o principal fornecedor no subgrupo de “chá, mate e especiarias”. Nos demais subgrupos consolidados – “álcool etílico”, “castanhas de caju” e “leite e derivados” –, o Brasil é o principal fornecedor. Tabela 14 – Subgrupos de produtos de exportações expressivas “consolidados” Grupos de produtos Subgrupos de produtos Nº de SH6 Açúcar e álcool Álcool etílico Cacau e prod. de confeitaria (com e sem cacau) Chá, mate e especiarias Exportações Crescimento Crescimento Participa Importações Principal Participação brasileiras médio dos médio do ção do México concorren do principal para o concorrentes Brasil entre brasileira Classificação em 2008 te em concorrente México em entre 2003 - 2003 -2008 em 2008 (US$) 2008 em 2008 (%) 2008 (US$) 2008 (%) (%) (%) Estados 1 33.515.290 15.808.630 -15,47 3,59 47,17 29,71 Consolidado Unidos Manteiga de cacau 1 3.509.512 1.334.020 72,06 108,90 38,01 Colômbia Chá, mate e especiarias 4 10.811.753 9.543.088 -12,73 27,23 88,27 Frutas Castanhas de caju 1 3.753.255 3.095.882 -10,59 21,50 82,49 Leite e laticínios Leite e derivados 1 13.460 9.898 -30,14 -11,95 73,54 52,66 Consolidado Estados Unidos Estados Unidos Estados Unidos 2,05 Consolidado 14,35 Consolidado 26,46 Consolidado Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS. Nos subgrupos classificados como “desvio de comércio”, apesar de o Brasil ter uma VCR bem maior do que a dos principais concorrentes, a participação de mercado é bastante pequena, e as exportações para o México não têm crescido. Tabela 15 – Subgrupos de produtos de exportações expressivas “desvio de comércio” Grupos de produtos Açúcar e álcool Chocolates, balas e confeitos Subgrupos de produtos Crescimento Crescimento Participa Exportações Participação VCR do Nº Importações médio dos médio do ção Principal VCR do brasileiras para do principal Principal de do país em concorrentes Brasil entre brasileira concorrente Brasil em o México em concorrente Concorren SH6 2008 (US$) entre 2003 2003-2008 em 2008 em 2008 2008 2008 (US$) em 2008 (%) te em 2008 2008 (%) (%) (%) Açúcar refinado 1 91.093.707 67.156 21,46 -67,47 ,07 Estados Unidos 91,6 14,14 ,08 Produtos de confeitaria, sem 2 93.091.038 1.180.425 3,70 -6,26 1,27 Estados Unidos 67,2 1,77 ,51 6 200.101.807 12.391.607 7,88 -3,96 6,19 Estados Unidos 43,8 1,08 ,97 cacau Massas alimentícias Massas alimentícias e preparações e preparações alimentícias alimentícias Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS. CASA E CONSTRUÇÃO O México, assim como o Brasil, está em plena atividade no setor imobiliário. Esse cenário vem sendo beneficiado pelas perspectivas econômicas, pelo contexto político e pelas recentes leis que favorecem a entrada de investimentos estrangeiros. Todos esses fatores contribuíram para deflagrar uma onda de construções nos 67 setores residencial e comercial. Essa efervescência ocorreu após um período de seguidas baixas, iniciado em 2001, quando os preços de bens imóveis chegaram a cair em torno de 25%, prejudicando especialmente o segmento de escritórios comerciais. O crescimento do setor imobiliário no México, mais especificamente a construção de moradias com foco nas classes trabalhadoras e na classe média, foi impulsionado pelo então presidente Vicente Fox. As taxas de juros mais baixas deram impulso a esse crescimento e resultaram em hipotecas mais baratas. A construção civil no México apresenta previsões bastante animadoras e segue a tendência de melhoria da infraestrutura que acompanha o novo modelo de desenvolvimento mexicano, apoiado nos acordos internacionais que impulsionaram o crescimento do comércio internacional do país. O México encontra-se entre os países com melhor perspectiva de crescimento para o setor de construção civil, com previsões de crescimento de 6,4% para o período de 2009 a 2014 e de 6,2% para o período de 2014 a 2020. Em 2007, o país apresentou o Plano Nacional de Infraestruturas, que representa um investimento de US$ 20 bilhões no período entre 2007 e 2012. Esse plano envolve atividades relacionadas com a melhoria da rede de infraestrutura (desde estradas até gasodutos), das linhas de transmissão de energia, dos portos, dentre outros. As vendas do segmento de móveis e decoração52 no México atingiram US$ 13,7 bilhões em 2008, crescimento de 2,2% com relação ao ano anterior. Considerando-se o período entre 2003 e 2008, o crescimento nas vendas desses produtos foi de 6,5%. Do total das vendas, 5,12% foram em comercialização de tapetes e outras coberturas para piso53, 35,10% em artigos têxteis para o lar e decoração de interiores54 e 59,78% em 52 A definição do Euromonitor para “móveis e decoração” compreende: a mobília e outros artigos móveis de uma residência que são necessários ou úteis para conforto e conveniência. Os itens devem estar novos ao serem vendidos para o consumidor; artigos para decoração de interiores que sejam de segunda mão estão excluídos. Antiguidades também estão excluídas. 53 O Euromonitor define “tapetes e outras coberturas para piso” como: qualquer cobertura móvel para o piso, geralmente feita de tecido tufado. Esta categoria inclui tapetes avulsos/tapetes para cômodos e corredores, além de capachos e tapetes para banheiro. Estão excluídas dessa categoria quaisquer coberturas para pisos, móveis ou fixas, tais como carpetes, linóleo, piso laminado, piso de madeira, parquê e azulejos. Esses itens estão incluídos na categoria de “dry wall/piso/coberturas para janelas“. 54 De acordo com a definição do Euromonitor, “artigos têxteis para o lar e decoração de interiores” são: artigos para o lar feitos com qualquer tipo de tecido e não descritos supra. Podem ser de tecido, material sintético, couro, pele de animais ou suas combinações. Inclui tecidos/estofamentos para decoração de interiores; acortinados, cortinas, tapeçaria, cortinas de porta e persianas de tecido; artigos para cama (tais como futons, colchões, camas e travesseiros); roupa de cama (como lençóis, fronhas, cobertores, mantas, edredons e colchas); mesa (toalhas de mesa, guardanapos de mesa, jogos americanos de tecido); banho (toalhas e luvas para banho); e outros artigos para o lar feitos de tecido, como almofadas, sacolas de compras, sacolas de roupa suja, sacolas para sapatos, capas para roupas e/ou mobília, bandeiras, mosquiteiros, guardanapos e guarda-sóis. Bolsas e bagagens estão excluídas. Todos os tapetes e carpetes que não sejam fixos estão excluídos e classificados juntamente com carpetes e outras coberturas para piso. 68 mobília. Todos esses subsetores do referido segmento apresentaram crescimento nas vendas entre 2003 e 2008. Vale lembrar que as vendas desses produtos tendem a acompanhar a ampliação do setor imobiliário, que apresentou crescimento no México, sobretudo a partir de 2005. As principais empresas que comercializaram esses produtos no México, em 2008, foram: Grupo Elektra SA de CV com 6,9% das vendas; Grupo Famsa SA de CV com 5,8% de mercado; Almacenes Coppel SA de CV com 3,9%; Muebleria Standard responsável por 2,5% das vendas; Decore Muebles SA de CV com 2,1%; Muebles Dico SA de CV com 1,6% das vendas; Maderarte SA com 1,3% das vendas; Muebleria Aragon SA de CV com 1,2% e outras empresas com 74,7% de mercado. As principais marcas comercializadas naquele país em 2008 foram: Elektra, Famsa, Coppel, Muebleria Standard, Decore, Dico, Maderarte, Aragon, Holimaga e Troncoso. Com relação à distribuição, os móveis e artigos de decoração foram comercializados quase em sua totalidade por lojas varejistas no mercado mexicano em 2008. Essas vendas corresponderam a 98,7% do total comercializado, sendo que 8,0% desse total foram comercializados em lojas varejistas de alimentos e 90,7% em outros varejistas. Na categoria “outros”, estão varejistas de mercadorias em geral (33,0%); lojas de ferragens, ferramentas e bricolagem (2,7%); lojas de móveis e decoração (41,2%); e outros tipos de lojas varejistas (13,9%). Além das vendas em lojas varejistas, o restante (1,3%) foi comercializado por meio de vendas por catálogos (1,1%) e vendas pela internet (0,2%). Ressalta-se que não foram registradas vendas por telemarketing no período analisado (2003-2008), o que pode denotar uma característica particular do mercado mexicano. De acordo com dados disponibilizados pelo Euromonitor, estima-se que o crescimento médio no segmento de móveis e decoração, entre os anos de 2008 e 2013, gire em torno de 2,5%. O subsetor de tapetes e outras coberturas para piso poderá ter crescimento médio de 2,5% até 2013. Para o subsetor de mobília, projetase crescimento médio também de 2,5% para os próximos anos. Por fim, espera-se crescimento médio de 2,4% para os subsetores de artigos têxteis para o lar e decoração de interiores até 2013. Com relação ao segmento de artigos para o lar55, as vendas, em 2008, atingiram US$ 3 bilhões, aumento de 2,5% comparando-se com o ano anterior. Se for considerado o período entre 2003 e 2008, observa-se crescimento de 6,2% nas vendas desses produtos. Do total comercializado em 2008, 51,24% foram em vendas de 55 A definição do Euromonitor de “artigos para o lar” compreende: utensílios de cozinha, pratos, artigos para mesa, cutelaria, copos e outros pequenos artigos utilizados num lar. Os itens devem estar novos ao serem vendidos para o consumidor; estão excluídos os artigos para o lar de segunda mão. Antiguidades também estão excluídas. “Decoração de interiores” – a mobília e outros artigos móveis de uma residência que são necessários ou úteis para conforto e conveniência. Os itens devem estar novos ao serem vendidos para o consumidor; artigos para decoração de interiores que sejam de segunda mão estão excluídos. Antigüidades também estão excluídas. 69 louças e utensílios para mesa56, 17,06% em vendas de utensílios para cozinhar57 e 16,23% em vendas de utensílios de vidro58. Cutelaria59 aparece com 8,50% das vendas em 2008 e louças e utensílios para cozinha60 com 6,96% do total comercializado naquele ano. Todos esses subsetores apresentaram crescimento comparando-se o valor comercializando tanto no ano anterior quanto no período entre 2003 e 2008. As empresas que mais comercializaram esses produtos no mercado mexicano em 2008 foram: Libbey Inc. com 8,6% das vendas; Groupe SEB Mexicana SA de CV com 7,7% do mercado; World Kitchen Mexico, que respondeu por 7,5% das vendas naquele ano; Grupo Industrial Saltillo com 6,7% do mercado; Ekco SA de CV com 3,6% das vendas; Oneida SA de CV com 2,7% do mercado; Almacenes El Anfora SA de CV com 2,4% das vendas e Arc International Mexico SA de CV com 1,7% do mercado. As marcas próprias responderam por 6,0% e as de outras empresas por 53,3% das vendas em 2008. As principais marcas comercializadas naquele ano foram: Crisa, Tefal, Cinsa, Ekco, Oneida, El Anfora, Pyrex, Corelle, Visions, Luminarc, Santa Anita, Corningware e Gibson. 56 A definição do Euromonitor para “louças e utensílios para mesa” corresponde a: pratos, utensílios de vidro e prata utilizados na preparação da mesa para uma refeição. Essa categoria inclui conjuntos de jantar, xícaras, utensílios para servir alimentos, toalhas de mesa, jogos americanos e porta-copos. 57 De acordo com a definição do Euromonitor, “utensílios para cozinhar” engloba: utensílios de cozinha feitos de material que não derrete facilmente, destinados, principalmente, ao preparo de alimentos. Inclui panelas, frigideiras, woks, caçarolas, panelas de pressão. Inclui, também, utensílios de vidro (inclusive caçarolas resistentes ao calor e panelas de vitrocerâmica). 58 “Utensílios de vidro” pela definição do Euromonitor compreende: artigos domésticos de mesa feitos de vidro. Excluídos itens de armazenamento (ex. jarras de vidro), pois estão incluídos em utensílios de cozinha. Inclui utensílios para beber feitos de vidro (copos, taças, garrafas e jarras). Não inclui utensílios para cozinhar feitos de vidro (incluindo caçarolas resistentes ao calor e panelas de vitrocerâmica) nem louças de mesa (pratos de vidro, tigelas, travessas e centros de mesa); estes produtos devem ser categorizados, respectivamente, como utensílios para cozinhar e louças de mesa. Utensílios para cozinha: utensílios para uso na cozinha. Excluídos os utensílios utilizados para cozinhar, principalmente panelas e frigideiras. Inclui cafeteiras e bules, tábuas de cozinha, suporte para utensílios de cozinha e paneleiro, lixeiras para cozinha, balanças para cozinha, despensa, porta-pão, organizadores de cozinha, carrinhos de cozinha, jogos de facas com suporte, porta-xícaras, porta-rolo de papel, suporte para prato, ralo de cozinha, organizador de temperos, adegas, filtros de água, etc. 59 “Cutelaria”, de acordo com a definição do Euromonitor, significa: instrumentos e ferramentas para cortar, utensílios como facas, garfos e colheres utilizados como utensílios para a mesa. Qualquer instrumento ou melhoria utilizado para cortar e comer alimentos (facas, garfos e colheres). Essa categoria também inclui melhorias para o ato de preparar e servir alimentos, tais como facas de cozinha, conjunto de facas, colheres para cozinhar e conchas. Estão incluídos todos os tipos de materiais, tais como prata, laminados de prata, aço inox, madeira, porcelana, plástico e acrílico. Palitos também estão incluídos. Talheres descartáveis, tais como facas/garfos/colheres e palitos descartáveis estão excluídos. 60 De acordo com a definição do Euromonitor “utensílios para cozinha” engloba: utensílios de uso na cozinha. Utensílios, principalmente tigelas e panelas utilizadas para cozinhar, estão excluídos. Esta categoria inclui cafeteiras e bules, tábuas de cortar, suportes para utensílios de cozinha e paneleiros, latas de lixo para cozinha, balanças de cozinha, despensa, porta-pão, organizadores de cozinha, carrinhos de cozinha, jogos de facas com suporte, porta-xícaras, porta-rolo de papel, suporte para prato, ralo de cozinha, organizador de temperos, adegas, filtros de água, etc. 70 A comercialização de artigos para o lar no México deu-se quase na totalidade em lojas varejistas, que foram responsáveis pelas vendas de 98,7% do total comercializado desses produtos. Mais especificamente, 28,1% foram vendidos em lojas varejistas de alimentos e 70,6% em outros varejistas. Esses outros varejistas foram varejistas de mercadorias em geral (18,3%); lojas de ferragens, ferramentas e bricolagem (1,0%); lojas de móveis e objetos de decoração (29,4%); e outros tipos de lojas varejistas (21,9%). 1,3% restante foi comercializado por vendas por catálogo e pela internet (apenas 0,1%). Ressalta-se que, para esses produtos, também não foram registradas vendas por telemarketing. Segundo dados do Euromonitor, estima-se crescimento de 2,8% nas vendas de artigos para o lar no México até 2013. Todos os grupos de produtos mencionados deverão apresentar crescimento, sobretudo os utensílios para cozinha e os artigos de cutelaria. A seguir são destacadas as principais oportunidades para casa e construção no mercado mexicano. O volume que aquele país importou desses produtos, em 2008, chegou a US$ 16,7 bilhões, sendo que a participação brasileira nesse total foi de US$ 277 milhões. EXPORTAÇÕES INCIPIENTES • Subgrupos “A DESENVOLVER” O subgrupo de produtos do complexo Casa e Construção com exportações incipientes que tem perspectivas de exportação para o México está listado na Tabela 16. Esse subgrupo caracteriza-se pelos fatos de o Brasil ser especialista em sua exportação61 e de o mercado mexicano apresentar bom nível de dinamismo62. Esses dois fatores, se considerados conjuntamente, podem indicar que existem chances para as exportações brasileiras, embora elas tenham que ser trabalhadas em uma estratégia de abertura do mercado mexicano. Por isso mesmo esse subgrupo de produtos foi denominado “a desenvolver”. 61 O Brasil é especialista na exportação de um produto quando, na pauta de exportações brasileira, este produto é mais importante do que na pauta de exportações do mundo. A especialização de um país na exportação de determinado produto é medida por meio do cálculo da vantagem comparativa revelada (VCR). Explicações mais detalhadas sobre esse assunto são fornecidas na metodologia encontrada no Anexo 2. 62 Constata-se que alguns grupos de produtos mexicanos são mais dinâmicos que outros, ou seja, suas importações crescem em um ritmo mais acelerado que as importações mundiais. Efetivamente, quanto mais dinâmico for um grupo de produtos, maior será o crescimento de suas importações e mais atraente ele se torna para os exportadores brasileiros. São então selecionados os subgrupos de produtos considerados muito dinâmicos, dinâmicos e de dinamismo intermediário em determinado mercado. No caso específico do complexo casa e construção no México somente foram identificados produtos de dinamismo intermediário. As faixas de dinamismo utilizadas no estudo estão descritas na metodologia também no Anexo 2. 71 A Tabela 16 destaca o subgrupo “demais produtos minerais”, cujas exportações brasileiras para o México ainda encontram-se em estágio inicial (exportações incipientes). Dos 69 SH6 inclusos em “produtos minerais”, seis foram identificados como destaque, sendo que três SH6 merecem ênfase: 250410 – “grafita natural, em pó ou em escamas” –, 250610 – “quartzo” – e 250700 – “caulim e outras argilas caulínicas, mesmo calcinadas”. Esse último produto mereceu maior ênfase, pois apresentou VCR do Brasil naquele mercado de 12,31 e porque sua participação nas importações do subgrupo no México, em 2008, foi de 12,09%. Tabela 16: Subgrupos de produtos de exportações expressivas “a desenvolver” Grupos de produtos Produtos minerais Subgrupos de produtos Demais produtos minerais Nº de SH6 Crescimento Importações médio anual das do México em imp. do México 2008 (US$) 2003 - 2008 (%) 69 532.698.758 Dinamismo VCR do Brasil 14,42 Intermediário 1,35 Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS. EXPORTAÇÕES EXPRESSIVAS • Subgrupos “A CONSOLIDAR” A Tabela 17 detalha os subgrupos de produtos de exportações expressivas “a consolidar” do complexo Casa e Construção. Ressalta-se que os subgrupos classificados como “a consolidar” são considerados como as melhores oportunidades para os produtos brasileiros no mercado mexicano. Tabela 17 – Subgrupos de produtos de exportações expressivas “a consolidar” Grupos de produtos Subgrupos de produtos Ferramentas e Ferramentas, talheres e talheres outras obras de metais Obras de metais Crescimento Exportações Nº Importações do médio dos brasileiras para de México em 2008 concorrentes o México em SH6 (US$) entre 20032008 (US$) 2008 (%) Crescimento Participação médio do Participação Principal do principal Brasil entre brasileira concorrente concorrente 2003-2008 em 2008 (%) em 2008 em 2008 (%) (%) 26 548.225.662 48.159.499 10,58 20,68 8,78 4 319.613.357 5.040.567 13,23 13,99 1,58 Madeiras, cortiças e obras de trançaria Madeira compensada ou contraplacada 4 246.235.900 6.665.345 149,72 72,88 2,71 Máquinas e motores Torneiras e válvulas 1 103.999.033 6.593.402 9,89 51,73 6,34 Obras de pedras e semelhantes Obras diversas Obras de pedras e semelhantes Obras diversas 11 147.908.766 32.638.197 17,58 44,71 22,07 8 81.452.902 6.785.197 12,03 14,92 8,33 Produtos de limpeza Produtos de limpeza 2 10.664.471 476.861 14,81 151,14 4,47 Tintas Extratos tanantes e tintoriais 10 250.306.747 16.016.237 5,64 22,14 6,40 Vidro e suas obras Vidro e suas obras 17 429.157.659 30.237.390 4,99 13,39 7,05 Estados Unidos Estados Unidos Chile Estados Unidos Estados Unidos China Estados Unidos Estados Unidos Estados Unidos 39,9 57,5 37,4 72,1 37,5 25,6 46,2 45,8 70,2 Fonte: UICC – Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS. 72 Dentre os subgrupos mencionados na Tabela 17, serão analisados em maior detalhe os subgrupos: “ferramentas e talheres”, “obras de pedras e semelhantes” e “vidro e suas obras”. Esses subgrupos destacaramse por apresentarem os maiores valores importados pelo México e os maiores valores exportados pelo Brasil para aquele mercado em 2008. O subgrupo “ferramentas e talheres” sobressai pelo valor exportado pelo Brasil para o México em 2008, que foi de US$ 48 milhões. Nesse subgrupo, o Brasil apresentou crescimento médio de 20,68% entre 2003 e 2008. Dentre os SH6 que o compõem, convém mencionar o SH6 200730 – “ferramentas intercambiáveis de embutir, estampar ou de puncionar, de metais comuns” –, que foi responsável pelo maior valor importado pelo México desse subgrupo em 2008 (US$ 308 milhões), representando 56,24% do total importado, e também pelo maior valor exportado pelo Brasil para aquele mercado (US$ 23,8 milhões), representando 49,61% do total exportado desse subgrupo. Também se apresentou como relevante o SH6 821220 – “lâminas de barbear, de segurança, incluídos os esboços em tiras, de metais comuns” –, que foi responsável pelo segundo maior valor exportado pelo Brasil entre os produtos desse subgrupo (US$ 6,5 milhões), representando 13,64% do total de exportações brasileiras para o México desse subgrupo. O Gráfico 24 analisa a evolução da participação dos principais fornecedores no subgrupo “ferramentas e talheres”. Observa-se uma queda na participação dos Estados Unidos, principal fornecedor, que, em 2003, era de 49,82% e caiu para 39,91% em 2008. Observa-se, ainda, uma crescente participação de China, Canadá e Brasil, principais fornecedores entre os anos analisados. Ademais, verifica-se que não houve tendência à concentração de mercado, pois foi alta a participação dos demais concorrentes (outros) ao longo do período analisado. 73 Gráfico 24 – Participação dos principais fornecedores do subgrupo “ferramentas e talheres” (%) – 2003 a 2008 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Estados Unidos 49,82 36,43 38,00 32,56 42,29 39,91 China 7,26 7,15 8,01 8,26 10,49 11,33 Canadá 6,82 9,23 10,74 9,98 6,04 10,07 Brasil 5,86 5,13 6,30 6,74 5,66 8,78 Japão 6,90 7,33 11,60 12,66 6,65 5,37 Outros 23,35 34,73 25,34 29,79 28,87 24,54 Fonte: GTIS. Elaboração: UICC — Apex-Brasil. Em relação ao subgrupo “obras de pedras e semelhantes”, as importações mexicanas atingiram um valor de aproximadamente US$ 148 milhões em 2008. O Brasil apresentou crescimento médio de 44,71% para esse subgrupo entre os anos de 2003 e 2008 e exportou US$ 32,6 milhões para o México em 2008. Dos SH6 que compõem o referido subgrupo, vale mencionar o SH6 680223 – “granito, talhado ou serrado, de superfície plana ou lisa” –, que foi responsável pelo segundo maior valor importado pelo México desse subgrupo de produtos em 2008 (US$ 30,9 milhões), representando 20,93% do total importado, e pelo maior valor exportado pelo Brasil para aquele mercado (US$ 16,6 milhões), representando 51,14% do total exportado para o México desse subgrupo. Vale destacar também o SH6 680510 – “abrasivos naturais ou artificiais, em pó ou em grãos, aplicados apenas sobre tecidos de matérias têxteis” –, que representa o produto mais importado pelo México desse subgrupo (US$ 47,9 milhões), o que significou 32,39% do total importado pelo México desse subgrupo de produtos e que representou também 13,29% das exportações brasileiras para o mercado mexicano (US$ 4,3 milhões) em 2008 considerando-se esse subgrupo de produtos. O subgrupo “vidro e suas obras” foi destacado pelo valor importado pelo México em 2008, que foi de aproximadamente US$ 429 milhões. O Brasil exportou cerca de US$ 30 milhões em produtos desse subgrupo para o México em 2008 e apresentou crescimento médio de 13,39% considerando-se os anos de 2003 a 2008. Dentre os SH6 que merecem destaque, aponta-se o SH6 700910 – “espelhos retrovisores para veículos” –, que foi o responsável pelo maior valor importado pelo México em 2008 considerando-se esse subgrupo de produtos (US$ 74 92,1 milhões), o que equivale a 21,47% do total importado, e pelo segundo maior valor exportado pelo Brasil (US$ 6,5 milhões), o que representa 21,72% do total exportado pelo Brasil para aquele mercado também considerando-se esse subgrupo de produtos. Foi relevante ainda o SH6 700231 – “tubos de quartzo ou de outras sílicas fundidos, não trabalhados” –, cujas importações mexicanas (US$ 45 milhões) corresponderam a 10,50% do total importado por aquele país desse subgrupo de produtos e que representaram o maior valor exportado pelo Brasil para o México (US$ 7,3 milhões) em 2008, totalizando 24,16% de todas as exportações desse subgrupo de produtos para o mercado mexicano. • Subgrupos “CONSOLIDADO” e “EM DECLÍNIO” A Tabela 18 apresenta os subgrupos de produtos classificados como “consolidados” e “em declínio” do complexo Casa e Construção. Cumpre ressaltar que, para esse complexo, não houve classificação de subgrupos como “em risco”. Tabela 18 – Subgrupos de produtos classificados como “consolidados” e “em declínio” Grupos de produtos Subgrupos de produtos Produtos Demais produtos minerais minerais Madeiras, Madeira laminada cortiças e obras Madeira serrada Produtos Produtos cerâmicos cerâmicos Nº de SH6 Exportações Crescimento Crescimento Importações Participação brasileiras médio dos médio do Participação Principal do México do principal para o concorrentes Brasil entre brasileira concorrente Classificação em 2008 concorrente México em entre 2003 - 2003 -2008 em 2008 (%) em 2008 (US$) em 2008 (%) 2008 (US$) 2008 (%) (%) 8 11.336.880 6.069.591 3,45 132,26 53,54 Canadá 3 60.243.235 716.905 10,65 -10,17 2 375.406.718 11.217.252 12,91 -10,56 Estados Unidos 2,99 Chile 4 167.502.254 3.740.314 6,00 -10,68 2,23 China 1,19 15,5 Consolidado 48,2 Em declínio 48,0 Em declínio 44,7 Em declínio Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS. No subgrupo de produtos “demais produtos minerais”, classificado como “consolidado”, sobressai o produto SH6 252490 – “outras formas de amianto (asbesto)” –, cujo valor importado pelo México foi de US$ 6,7 milhões, em 2008, e o valor exportado pelo Brasil para aquele país foi, no mesmo ano, de US$ 4,9 milhões, embora não tenha havido importação desse produto nos anos anteriores analisados. Outro SH6 desse subgrupo que convém ser mencionado é o 251400 – “ardósia, inclusive desbastada ou cortada em blocos ou placas” –, que apresentou crescimento médio de 11,68% nas importações mexicanas entre 2003 e 2008 e crescimento médio de 24,29% nas exportações brasileiras para o México no mesmo período. Os três subgrupos classificados como “em declínio” totalizaram US$ 603 milhões em importações mexicanas em 2008, do quais US$ 15,6 milhões foram fornecidos pelo Brasil. Ressalte-se que a participação brasileira com esses produtos no mercado mexicano é baixa e que os principais concorrentes apresentam participação superior a 40%. Trata-se de produtos que registraram crescimento médio negativo ou bastante inferior ao verificado para os concorrentes entre os anos de 2003 e 2008 e, por isso mesmo, apresentaram queda 75 de participação no mercado mexicano. Foi o que aconteceu com o SH6 440710 – “madeira de coníferas, serrada, cortada em folhas ou desenrolada, de espessura > 6mm” –, do subgrupo “madeira serrada”, que registrou queda de US$ 7,6 milhões no valor exportado pelo Brasil para o México comparando-se o ano de 2008 e o ano de 2003, o que significou uma retração média de 10,88%. Nesse mesmo período, as importações mexicanas do referido SH6 registraram aumento de US$ 149 milhões considerando-se o ano de 2008 em relação ao ano de 2003, ou seja, houve crescimento médio de 11,63%, com grande aumento das importações provenientes do Chile e dos Estados Unidos. Situação semelhante foi observada no subgrupo de “produtos cerâmicos” para o SH6 691200 – “louças, outros artigos de uso da espécie doméstica e de higiene ou de toucador, de cerâmica, exceto de porcelana” –, que apresentou decréscimo de US$ 1,2 milhão no valor das exportações brasileiras para o mercado mexicano comparando-se os anos de 2008 e 2003, com retração média de 44,94%. As importações mexicanas desse produto tiveram aumento de US$ 19,9 milhões considerando-se o valor importado em 2008 e o valor importado em 2003. No período, o crescimento médio registrado foi de 15,43%, e o principal fornecedor para o mercado mexicano foi a China, com 78% de mercado em 2008, seguida por Colômbia, com 7,05% do mercado mexicano, e por Portugal, com 5,65% do mercado em 2008. • Subgrupos “DESVIO DE COMÉRCIO” Quatro subgrupos foram classificados como “desvio de comércio”. Para esses produtos, ainda que o Brasil possua alguma especialidade na exportação demonstrada pela VCR (vantagem comparativa revelada) verificada, a participação de mercado e o crescimento médio brasileiro são inferiores aos registrados para os concorrentes, o que evidencia que existem outros fatores que causam influência nesse cenário. A Tabela 19 evidencia esses subgrupos. Tabela 19: Subgrupos de produtos classificados como “desvio de comércio” Grupos de produtos Madeiras, cortiças e obras de trançaria Subgrupos de produtos Demais madeiras e manufaturas de madeiras Obras de marcenaria ou carpintaria Móveis e mobiliário médico-cirúrgico Tubos de ferro Produtos fundido,ferro ou metalúrgicos aço Móveis Crescimento Crescimento Exportações Principal Participação VCR do VCR do Nº Importações do médio dos médio do Participação brasileiras para concorren do principal Brasil Principal de país em 2008 concorrentes Brasil entre brasileira o México em te em concorrente em Concorrente SH6 (US$) entre 2003 2003-2008 em 2008 (%) 2008 (US$) 2008 em 2008 (%) 2008 em 2008 2008 (%) (%) 4 74.742.087 4.237.003 17,37 1,60 5,67 Estados Unidos 53,15 8,92 0,84 4 34.452.349 1.473.998 26,16 10,31 4,28 Estados Unidos 30,18 4,18 0,38 11 478.471.007 17.858.268 21,65 9,00 3,73 Estados Unidos 44,17 1,01 0,39 2 16.966.735 22.527 0,55 -17,59 0,13 Estados Unidos 68,17 1,58 0,77 Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS. 76 MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS O complexo “Máquinas e Equipamentos” representou, em 2008, 54,2% do total das importações do México. Isso significou US$ 124,2 bilhões importados por aquele país no ano. Esse complexo registrou crescimento médio de 2,4% considerando-se os valores das importações mexicanas entre 2003 e 2008. Os principais subgrupos de produtos desse complexo importados pelo México em 2008 foram: “aparelhos transmissores e receptores”, “plásticos e suas obras”, “autopeças”, “computadores e acessórios” e “demais materiais elétricos e eletrônicos”, os quais corresponderam a 53,1% das importações, os quais corresponderam a 50% das importações no ano. Já em 2009, os principais subgrupos de produtos importados pelo México foram: “demais máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos”, “plásticos e suas obras”, “demais materiais elétricos e eletrônicos”, “geradores e transformadores elétricos” e “aparelhos transmissores e receptores”, os quais corresponderam a 53,1% das importações. Entre os produtos desse complexo, o setor automobilístico destaca-se no México. No país, existem várias empresas instaladas no sistema de maquiladoras63, o que é incentivado pela inserção no Nafta – tendo como principal mercado os Estados Unidos – e pela posição geográfica na América Latina. A atividade da indústria maquiladora no país corresponde a cerca de 30% das importações e 40% das exportações do país. As empresas maquiladoras estão majoritariamente localizadas na região norte do país, estando envolvidas nos setores automobilístico, têxtil, moveleiro e de aparelhos elétricos. Desde 1996, a indústria local que fornece peças e outros materiais para as essas indústrias estão sendo beneficiadas pelo mesmo regime de duty-free das maquiladoras. Segundo a Unidade de Inteligência do The Economist – EIU64 –, 56% das exportações mexicanas em 2008 foram provenientes de maquiladoras, das quais os principais produtos exportados foram eletrônicos, seguidos por carros e peças, minerais e ferro, alimentos e bebidas, químicos e têxteis. 63 As maquiladoras são empresas multinacionais que importam as peças de suas matrizes para a montagem no país e posterior exportação. 64 Economist Intelligence Unit. Trata-se de uma importante firma de pesquisa e consultoria, líder no fornecimento de análises econômicas e políticas para diversos países. Fundada em 1946 e parte integrante do The Economist Group, a empresa conta com mais de 40 escritórios no mundo, tendo, entre seus clientes, instituições financeiras, empresas internacionais, universidades e agências governamentais. Para mais informações, acesse: www.eiu.com. 77 Segundo o informe de novembro do Instituto Nacional de Estatística e Geografia do México – INEGI65 –, que contempla informações sobre a atividade econômica do país até setembro de 2010, a produção industrial mexicana aumentou 6,3% em relação ao ano anterior. A indústria de manufatura cresceu 8,3%, a de construção 4,7%, a de eletricidade, água e gás 2,7% e a de mineração 2,7%, em relação ao mesmo mês de 2008. Os principais setores que contribuíram para o crescimento da indústria de manufatura mexicana foram veículos; máquinas e equipamentos; indústrias metálicas básicas; equipamentos de geração de eletricidade e equipamentos elétricos; produtos metálicos; indústria de alimentos; indústria de plásticos e de borracha; produtos à base de minerais não metálicos; móveis e produtos relacionados; e indústria do papel. De acordo com estudos do Serviço Comercial dos Estados Unidos66, alguns setores terão maior necessidade de compra de máquinas e equipamentos. O setor de agricultura no México já importa 90% da tecnologia e dos equipamentos utilizados, podendo haver espaço para os produtos brasileiros. Já no setor automotivo, pelo número de montadoras instaladas, as maiores oportunidades seriam em relação ao fornecimento de peças. No setor hoteleiro e de restaurantes, a principal demanda seria na parte de cozinha industrial, incluindo a parte de equipamentos específicos como fogões, fornos e refrigeradores, os quais são importados majoritariamente dos Estados Unidos. O crescimento nas vendas de embalagem, de 5,8% em 2008 em relação a 2005, indica a possível necessidade de equipamentos para o setor, incluindo as embalagens de papel, plástico, vidro e outros. O setor alimentício é responsável por 40% do consumo de embalagens no país, seguido por farmacêuticos e cosméticos. EXPORTAÇÕES INCIPIENTES O subgrupo de produtos com exportações incipientes que tem perspectivas de exportação para o México está na Tabela 20. Esse subgrupo tem em comum os fatos de o Brasil ser especialista em sua exportação e de o mercado mexicano ter bom nível de dinamismo. A conjunção desses dois fatores indica que há chances para as exportações brasileiras, mas elas precisam ser trabalhadas numa estratégia de abertura do mercado mexicano. Daí porque esses subgrupos de produtos serem denominados “a desenvolver”. 65 Instituto Nacional de Estadística y Geografía – www.inegi.org.mx 66 US Commercial Service – Doing Business in Mexico: 2010 Country Commercial Guide for U.S Companies. 78 Tabela 20 – Subgrupos de produtos classificados como “a desenvolver” Subgrupos de produtos Grupos de produtos Veículos automotores e suas partes Crescimento Importações médio anual das do México em Dinamismo imp. do México 2008 (US$) 2003 - 2008 (%) Nº de SH6 Veículos de carga 6 804.873.904 56,16 Muito dinâmico VCR do Brasil 1,52 Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS. Analisando-se o subgrupo, verifica-se que três SH6 foram indicados como destaque, sendo responsáveis por US$ 745,7 milhões importados pelo país em 2008: SH6 870410 - "dumpers concebidos para serem utilizados fora de rodovias”. SH6 870421 – “veículos automóveis para transporte de mercadorias, com motor de pistão, de ignição por compressão, de peso em carga máxima de 5 toneladas”. SH6 870422 – “veículos automóveis para transporte de mercadorias, com motor de pistão, de ignição por compressão, de peso em carga máxima entre 5 toneladas e 20 toneladas”. EXPORTAÇÕES EXPRESSIVAS • Subgrupos A CONSOLIDAR A Tabela 21 apresenta os subgrupos de produtos “a consolidar”, entre os quais há vários SH destaques, dos quais serão explorados os citados abaixo. Borracha e suas obras No subgrupo “pneumáticos e câmaras de ar”, os SH destaques são 401110 – “pneus novos de borracha dos tipos utilizados em automóveis de passageiros” – e 401120 – “pneus novos de borracha dos tipos utilizados em ônibus ou caminhões” –, os quais, juntos, somam 90% das exportações brasileiras em 2008. As importações mexicanas desses produtos cresceram, em média, 12% no período. Materiais elétricos e eletroeletrônicos No subgrupo “aparelhos e dispositivos elétricos de ignição e arranque”, o destaque foi o SH 851190 – “partes de aparelhos e dispositivos elétricos de ignição ou de arranque da posição 8511”, do qual o Brasil exportou US$ 10,3 milhões em 2008. Os produtos desse código tiveram 44,9% de participação nas importações mexicanas do subgrupo e 61% nas exportações brasileiras. Já no subgrupo “demais materiais elétricos e eletrônicos”, os SH destaques foram 854511 – “eletrodos de carvão, dos tipos utilizados em fornos, para usos elétricos” – e 854520 – “escovas de carvão para usos elétricos” – 79 , que tiveram, em média, 17% de crescimento das importações mexicanas entre 2003 e 2008 e somaram 72% das exportações brasileiras do subgrupo. Máquinas e motores Aparelhos para interrup., prot. de energia, suas partes” contém dois SH destaques: 853630 – “outros aparelhos para proteção de circuitos elétricos, para tensão até 1kV” – e 853649 – “outros relés, para tensão entre 60V e 1.000V” –, os quais, em conjunto, foram responsáveis por 89,6% das exportações brasileiras do subgrupo. Individualmente, o primeiro correspondeu a 27,6% das importações totais do México do subgrupo, e o segundo a 37,4%, tendo os dois SH um crescimento médio de 10,3% das importações entre 2003 e 2008. No subgrupo “compressores e bombas”, o SH destaque é o 841430 – “compressores para equipamentos frigoríficos” –, que teve 90% de participação nas exportações brasileiras do subgrupo. Em relação às importações mexicanas do SH, houve crescimento médio de 18% entre 2003 e 2008, com 64% das importações do subgrupo correspondendo a esse SH. O subgrupo “demais máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos“ teve quatro SH destaques, que corresponderam a 40,3% das exportações brasileiras do subgrupo, e teve um crescimento médio de importações de 28,7% entre 2003 e 2008. SH 840290 – “partes de caldeiras de vapor e de água superaquecida"; SH 840690 – “partes de turbinas a vapor”; SH 841221 – “motores hidráulicos, de movimento retilíneo (cilindros)”; SH 845710 – “centros de usinagem para trabalhar metais”. No subgrupo “máquinas e aparelhos de terraplanagem e perfuração”, foram três os SH destaques, que somaram 96% das exportações brasileiras do subgrupo, crescendo, em média, 43% no período analisado: SH 842911 – “bulldozers e angledozers, de lagartas, autopropulsores”; SH 842920 – “niveladores”; SH 842952 – “máquinas escavadoras, com capacidade de efetuar uma rotação de 360 graus, autopropulsores”. As exportações desses mesmos SH para o México cresceram, em média, 38%. 80 Para “máquinas e aparelhos de uso agrícola, exceto trator”, são três os SH destaques, listados abaixo. Esses produtos somaram 76% das exportações do subgrupo em 2008 e tiveram, em média, um crescimento de 55% das importações do México. SH 843351 – “ceifeiras debulhadoras”; SH 843359 – “outras máquinas e aparelhos para colheita”; SH 843610 – “máquinas e aparelhos para preparação de alimentos ou rações para animais”. Em “máquinas e aparelhos para trabalhar pedra e minério”, há um SH destaque, o 847490 – “partes de máquinas e aparelhos da posição 8474”, que correspondeu a 33,4% das exportações do subgrupo, crescendo, em média, 72% entre 2003 e 2008, nível bem superior ao crescimento das importações mexicanas, que foi de 21%. O SH destaque para o subgrupo “partes de motores para veículos automóveis” é o 840999 – “outras partes para motores diesel ou semidiesel” –, cujas exportações corresponderam a 51% do subgrupo e cresceram, em média, 20% no período. O SH 848310 – “árvores (veios) de transmissão, incluídas as de excêntricos (cames) e virabrequins (cambotas) e manivelas” – foi o destaque no grupo “rolamentos e engrenagens”. Esse SH foi responsável por 70% das exportações brasileiras do subgrupo. No grupo “veículos automotivos e suas partes”, o subgrupo “autopeças” teve quatro SH destaques, os quais corresponderam a 69,2% das exportações brasileiras do subgrupo para o México. As importações do país cresceram, em média, 23,5% para esses quatro SH, que são: 870850 – “eixos de transmissão com diferencial, para veículos automóveis das posições 8701 a 8705”; 870880 – “amortecedores de suspensão, para veículos automóveis das posições 8701 a 8705”; 870894 – “volantes, barras e caixas de direção, para veículos automóveis das posições 8701 a 8705”; 870899 – “outras partes e acessórios, para veículos automóveis das posições 8701 a 8705”. O SH destaque para o subgrupo “motocicletas” é o 871120 – “motocicletas e outros ciclos com motor de pistão alternativo, de cilindrada entre 50cm3 e 250cm3” –, cujas exportações foram 97% do subgrupo e cresceram, em média, 41,4% no período. 81 O SH destaque para o subgrupo “motores para veículos automóveis” é o 840820 – “motores de pistão, de ignição por compressão, diesel ou semidiesel, utilizados para propulsão de veículos do capítulo 87”, cujas exportações corresponderam a 86% do subgrupo e cresceram, em média, 36% no período. 82 Tabela 21 - Subgrupos de produtos classificados como “a consolidar” – Exportações expressivas Grupos de produtos Armas e munições Borracha e suas obras Subgrupos de produtos Armas e munições Pneumáticos e câmaras de ar Aparelhos mecân.p/projetar/pulveri zar líquidos/pós 1 16.808.747 273.226 43,56 26,92 12 1.718.084.298 195.113.077 12,31 33,44 11,36 Estados Unidos 48,3 1 190.454.313 8.987.812 11,30 16,16 4,72 Estados Unidos 72,3 Aquecedor e secador 2 60.658.505 964.707 22,22 27,81 Compressores e bombas 3 1.027.617.342 115.904.667 11,81 29,90 28 937.968.603 41.391.852 22,31 26,25 1 21.750.490 4.248.757 8,33 12,54 19,53 Suécia 2 103.799.568 16.382.290 27,58 32,83 15,78 2 67.081.344 1.577.693 4,18 8,32 6 1.328.485.490 204.260.363 32,91 32,22 15,38 Estados Unidos 66,0 13 189.782.422 23.301.591 17,15 43,08 12,28 Estados Unidos 60,1 5 129.584.838 4.669.578 8,06 23,92 3,60 Estados Unidos 25,2 2 113.066.684 1.844.368 16,79 12,68 1,63 Estados Unidos 39,7 4 334.175.739 15.208.023 20,70 66,80 4,55 Estados Unidos 44,2 4 131.660.408 7.415.249 19,66 14,78 5,63 Estados Unidos 25,8 3 3.414.177.071 207.789.276 6,99 16,41 6,09 Estados Unidos 64,7 61,1 Demais máquinas,aparelhos e instrumentos mecânicos Ferramentas manuais, pneumáticas ou hidráulicas Laminadores de metais Máquinas de lavar roupas e suas partes Máquinas e aparelhos de terraplanagem, perfuração Máquinas e motores Máquinas e aparelhos de uso agrícola,exceto trator Máquinas e aparelhos p/fabr.ind.alimentos/ bebidas Máquinas e aparelhos p/moldar borracha/plástico Máquinas e aparelhos p/trabalhar pedra e minério Máquinas e apar.de elevação de carga,descarga,etc Motores para veículos automóveis Partes de motores para veículos automóveis Rolamentos e engrenagens Aparelhos e dispositivos eletr.de ignição/arranque Materiais elétricos e eletroeletrônicos Plásticos e suas obras Veículos automotores e suas partes Veículos e materiais para vias férreas Crescimento Crescimento Exportações Principal Participação Nº Importações do médio dos médio do Participação brasileiras concorren do principal de México em 2008 concorrentes Brasil entre brasileira para o México te em concorrente SH6 (US$) entre 20032003-2008 em 2008 (%) em 2008 (US$) 2008 em 2008 (%) 2008 (%) (%) Aparelhos p/interrup.,prot.de energia,suas partes Apar.eletr.de iluminação/sinalização p/automóveis Condensadores eletr.fixos,variáveis ou ajustáveis Demais materiais elétricos e eletrônicos Plásticos e suas obras 1,63 Itália Estados Unidos Estados 11,28 Unidos 1,59 4,41 Estados Unidos Estados Unidos Estados 2,35 Unidos 45,0 43,6 50,7 27,9 32,0 21,9 47,7 2 2.388.772.962 91.673.997 10,77 17,83 Estados 3,84 Unidos 5 1.167.355.749 52.922.635 7,70 19,76 4,53 Estados Unidos 48,5 3 636.813.050 16.894.592 14,36 16,88 2,65 Estados Unidos 54,4 4 335.328.596 12.808.935 11,72 26,54 3,82 Estados Unidos 52,8 2 248.230.542 13.159.239 9,56 32,31 5,30 Estados Unidos 42,9 2 85.723.425 3.414.479 -4,44 26,04 3,98 Estados Unidos 23,4 7 190.775.284 11.694.787 9,38 27,08 6,13 Estados Unidos 54,2 10 172.082.659 13.039.147 9,27 19,18 7,58 Autopeças 9 7.671.554.168 297.010.102 12,90 28,17 3,87 Motocicletas 2 191.806.345 42.905.139 14,92 41,52 22,37 Tratores 1 173.418.049 24.276.320 25,04 27,53 14,00 Veículos de carga 1 2.400.611.790 163.467.103 9,05 15,90 6,81 Trens e materiais para vias férreas 1 174.044.814 6.879.238 31,38 119,39 3,95 Estados Unidos Estados Unidos China Estados Unidos Estados Unidos Estados Unidos 60,0 57,8 65,7 58,3 66,4 83,4 Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS. 83 Para o subgrupo “autopeças”, do grupo “veículos automotores e suas partes”, os cinco maiores fornecedores somaram 84,6% do fornecimento de autopeças em 2008. O Brasil, que era o quinto maior fornecedor, a partir de 2008 passou para a sexta posição, com uma participação de mercado de 4% nesse ano. A Alemanha, dentre os maiores fornecedores, é o que teve maior crescimento médio no período analisado, de 28%. Gráfico 25: Participação dos principais fornecedores do subgrupo “autopeças” (%) – 2003 – 2008 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Estados Unidos 77,23 74,66 68,50 67,45 61,17 57,46 Alemanha 5,06 4,39 6,18 5,46 7,53 9,58 Japão 4,76 5,72 7,32 9,25 9,55 7,30 Canadá 4,62 4,08 4,61 5,06 4,83 5,65 China 0,42 1,25 2,07 2,50 3,42 4,63 Outros 7,91 9,91 11,32 10,27 13,49 15,38 Fonte: GTIS. Elaboração: UICC – Apex-Brasil. Os maiores fornecedores de motores para veículos automóveis somaram 97% das importações em 2008. O Brasil manteve-se, entre 2003 e 2008, como o terceiro maior fornecedor, (16,43%). Os Estados Unidos, principal fornecedor para o México, tem perdido bastante espaço nos últimos anos, favorecendo o crescimento dos demais fornecedores. 84 Gráfico 26: Participação dos principais fornecedores do subgrupo “motores para veículos automóveis” (%) – 2003 – 2008 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 Estados Unidos 2003 2004 2005 2006 2007 2008 86,52 84,62 80,73 78,20 73,90 64,01 22,25 Alemanha 4,65 6,26 8,76 12,66 12,33 Brasil 4,08 4,10 5,91 3,83 5,23 6,21 Japão 0,07 1,03 0,24 0,77 1,06 2,20 Canadá 3,66 2,64 2,65 2,58 2,82 2,19 Outros 1,03 1,36 1,71 1,96 4,66 3,14 Fonte: GTIS. Elaboração: UICC – Apex-Brasil. Gráfico 27: Participação dos principais fornecedores do subgrupo “veículos de carga” (%) – 2003 – 2008 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Estados Unidos 64,40 72,40 64,56 62,53 64,46 66,38 Argentina 6,37 8,24 11,26 12,21 12,65 13,38 Brasil 5,11 6,05 6,08 10,15 8,63 6,81 Canadá 9,49 3,98 8,01 8,43 5,24 6,27 Japão 6,92 6,82 6,89 5,69 7,91 5,95 Outros 7,71 2,52 3,20 0,99 1,11 1,21 Fonte: GTIS. Elaboração: UICC – Apex-Brasil. 85 O Brasil é o terceiro maior fornecedor de veículos de carga (SH 870431 – “veículos automóveis para transporte de mercadorias, com motor de pistão, de ignição por centelha, de peso em carga máxima =< 5 toneladas”), tendo crescido, em média, 16% entre 2003 e 2008. Os cinco maiores fornecedores responderam por 98,8% das importações totais do subgrupo. • Subgrupos “CONSOLIDADOS” e “DESVIO DE COMÉRCIO” No complexo “Máquinas e Equipamentos”, um subgrupo de produtos foi classificado como “consolidado” e quatro subgrupos foram classificados como “desvio de comércio”. Para o subgrupo “chassis e carroçarias para veículos automóveis”, o crescimento médio das exportações brasileiras é bastante superior ao dos concorrentes, mantendo o Brasil como líder de mercado. Tabela 22 – Subgrupos de produtos de exportações expressivas “consolidados” Grupos de produtos Nº Subgrupos de produtos de SH6 Veículos Chassis e carroçarias para automotores veículos automóveis e suas partes Crescimento Crescimento Importações Exportações Principal Participação médio dos médio do Participação do México brasileiras para concorren do principal concorrentes Brasil entre brasileira Classificação em 2008 o México em te em concorrente entre 2003 - 2003 -2008 em 2008 (%) (US$) 2008 (US$) 2008 em 2008 (%) 2008 (%) (%) 3 227.791.159 104.694.625 1,14 12,97 45,96 Suécia 22,3 Consolidado Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS. Nos subgrupos da tabela abaixo classificados como “desvio de comércio”, observa-se que o Brasil tem VCR superiores às dos Estados Unidos, que é o principal fornecedor desses subgrupos para o mercado. Tabela 23 – Subgrupos de produtos de exportações expressivas “desvio de comércio” Grupos de produtos Materiais elétricos e eletro eletrônicos Subgrupos de produtos Aparelhos transmissores e receptores Geradores e transformadores elétricos Pilhas,baterias e acumuladores elétricos Veículos automotores Automóveis e suas partes Nº de SH6 3 5 2 2 Crescimento Participa VCR do Exportações Crescimento Principal Participação médio dos ção VCR do Principal brasileiras para médio do concorren do principal concorrentes brasileira Brasil em Concorren o México em Brasil entre te em concorrente entre 2003 em 2008 2008 te em 2008 (US$) 2003-2008 (%) 2008 em 2008 (%) 2008 (%) (%) 2008 Estados 4.772.440.281 95.038.548 26,95 21,80 1,99 37,4 1,39 ,37 Unidos Estados 348.405.554 21.722.698 19,45 -4,12 6,23 50,0 3,00 ,54 Unidos Estados 168.587.829 3.907.337 8,10 -5,72 2,32 82,0 1,29 ,94 Unidos Importações do país em 2008 (US$) 4.747.394.599 667.396.358 8,64 -10,97 14,06 Estados Unidos 27,4 1,12 ,90 Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS. MODA As indústrias têxtil e de vestuário são atividades produtivas tradicionais no México. Sua importância relaciona-se, principalmente, à contribuição na geração de empregos e ao produto gerado pela atividade na 86 economia de diversas regiões do país. Segundo informações do Instituto Nacional de Estatística e Geografia do México (INEGI67, na sigla em espanhol), esse segmento industrial empregava pouco mais de 172 mil trabalhadores em dezembro de 200868. Nesse mesmo ano, o valor a preços correntes adicionado por essas atividades representou 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) mexicano. Na década de 1990, com a ratificação do Tratado de Livre Comércio da América do Norte – Nafta (TLCAN, na sigla em espanhol), essas indústrias beneficiaram-se da abertura comercial e das vantagens alfandegárias no comércio com os Estados Unidos. A partir do ano 2000, contudo, o país passou a enfrentar crescente concorrência das importações provenientes da China e Índia. De fato, nos últimos anos, essas indústrias têm enfrentado sucessivas crises, que se traduzem em cortes de empregos, perda de competitividade e contração da produção. A indústria têxtil mexicana, segundo informações colhidas pelo Centro de Estudos da Competitividade69, é formada principalmente por micro e pequenas empresas (85,9%). Em termos de valor, houve maior produção de insumos têxteis (69,5%) do que fabricação de produtos têxteis (30,5%) em 2006. No que tange à indústria de artigos de vestuário, os maiores competidores mexicanos são países asiáticos e latino-americanos, que administram menores custos de mão de obra. No México, as compras de artigos de vestuário e calçados são, tradicionalmente, aquisições planejadas. Os consumidores de renda mais baixa usualmente poupam algum dinheiro para adquirir produtos disponíveis no mercado doméstico, ao passo que os consumidores de renda mais elevada e que vivem nas regiões mais setentrionais do país costumam guardar dinheiro para fazer compras nos Estados Unidos. As compras de artigos de vestuário nos Estados Unidos são comuns entre os habitantes dos municípios fronteiriços e das zonas metropolitanas, que constituem a maior parte da expansão populacional no México. Desde a adesão ao Nafta, tornou-se cada vez mais usual para os mexicanos atravessar a fronteira e comprar roupas no país vizinho. Cerca de metade da população do México vive a menos de 12 horas por terra da fronteira, o que lhes permite viajar até duas vezes por ano para os Estados Unidos a fim de fazer compras. Aqueles consumidores que apresentam bom nível de renda e vivem mais ao sul do país, em cidades como Puebla, Mérida, Cancun ou na Cidade do México, podem pagar por produtos de melhor qualidade disponíveis no mercado doméstico enquanto planejam sua 67 O INEGI (Instituto Nacional de Estadística y Geografía, em espanhol) foi criado em janeiro de 1983 por decreto presidencial reunindo a Diretoria Geral de Estatística (Dirección General de Estadística, em espanhol), em atividade desde 1982; a Diretoria Geral de Geografia, em atividade desde 1968; a Diretoria Geral de Política Informática (Dirección General de Política Informática, em espanhol) e a Diretoria Geral de Integração e Análise da Informação (Dirección General de Integración y Análisis de la Información, em espanhol). Para mais informações, acessar www.inegi.org.mx. 68 Aqui incluídos os subsetores “fabricação de insumos têxteis” (313), “fabricação de produtos têxteis, exceto artigos de vestuário” (314), “fabricação de artigos de vestuário” (315) e “fabricação de artefatos de couro, peleteria e materiais semelhantes, exceto artigos de vestuário” (316), classificados segundo o Sistema de Classificação Industrial da América do Norte (SCIAN, em espanhol), em sua versão de 2002. 69 O Centro de Estudios de Competitividad (CEC) é uma organização privada mexicana por meio da qual o Instituto Tecnológico Autônomo do México (Instituto Tecnológico Autónomo de México, em espanhol) realiza projetos de pesquisa e consultoria para empresas, instituições governamentais e organismos internacionais. Para maiores informações, acesse http://cec.itam.mx/index.html. 87 próxima viagem. Em função disso, as compras de artigos de vestuário no México são sazonais, marcadamente fortes nos períodos de férias e em datas comemorativas70. De acordo com informações do Euromonitor International, o gasto per capita do consumidor mexicano com artigos de vestuário e calçados atingiu U$S 165,3 em 2007. Segundo os dados, a aquisição desses itens varia de acordo com a renda. Os consumidores de renda mais baixa frequentemente compram roupas em estabelecimentos informais. As compras em supermercados e em lojas de descontos, como Soriana, Wal-Mart ou Costco, bem como em lojas de departamentos, como Suburbia, Sears e Woolworths, são populares entre os consumidores de renda baixa e média. Há lojas de departamento cujo público-alvo são os consumidores de renda mais elevada, tais como Palácio de Hierro e Liverpool. Ademais, os estabelecimentos que vendem marcas próprias são comuns no comércio varejista mexicano de artigos de vestuário, reunindo tanto marcas globalmente conhecidas, dos Estados Unidos e Europa, quanto marcas locais. Cabe destacar que o comércio eletrônico ainda é pouco difundido entre os consumidores mexicanos. Um dos maiores desafios para os empresários que desejem atuar no México é atrair os consumidores para o comércio formal doméstico. Aqueles consumidores de renda mais elevada que costumam fazer suas compras no exterior o fazem por uma série de razões, que envolvem a percepção de um melhor equilíbrio de preço e qualidade e uma maior variedade de opções disponíveis, ao passo em que os consumidores de renda mais baixa procuram o mercado informal em função da comodidade e do menor preço. Propiciar a esses consumidores um mix que os atraia, como crédito facilitado, novos desenhos, lojas mais atrativas e melhores preços, pode representar uma oportunidade às empresas interessadas em atuar no mercado mexicano. As tendências de moda seguidas no México urbano são similares àquelas presentes nos Estados Unidos e na Europa devido à forte influência da televisão, do cinema e de outras mídias. As importações mexicanas do complexo “Moda” representaram, em 2008, 4,3% do total comprado pelo México do mundo, ou seja, US$ 13,3 bilhões. Os SH “algodão, não cardado nem penteado” (SH 520100), “ouro em outras formas brutas, para usos não monetários” (SH 710812) e “artefatos de joalharia, de outros metais preciosos, mesmo revestidos, folheados ou chapeados de metais preciosos” (SH 711319) responderam por 8,2% desse total. A participação brasileira nas importações mexicanas do complexo atingiu 2% em 2008. Nesse ano, foram comprados do Brasil US$ 274,3 milhões, notadamente de “outras obras de couro natural ou reconstituído” (SH 420500), “outros couros e peles inteiros, de bovinos ou de equídeos, preparados após curtimenta ou secagem” (SH 410719) e “outras fitas de fibras sintéticas ou artificiais” (SH 580632), que somaram US$ 70 milhões em importações do México. 70 Consumer Lifestyles - Mexico. Euromonitor International. September 2008. Para maiores informações, acessar www.euromonitor.com. 88 EXPORTAÇÕES INCIPIENTES • Subgrupos “A DESENVOLVER” Os subgrupos de produtos com exportações incipientes que apresentam perspectivas positivas de exportação para o México são listados na Tabela 24. Esses subgrupos possuem em comum os fatos de o Brasil ser especialista em sua exportação para o mundo e de o mercado mexicano apresentar bom nível de dinamismo. A conjunção desses dois fatores indica que há chances para as exportações brasileiras, mas elas precisam ser trabalhadas numa estratégia de abertura do mercado mexicano. Daí a razão de esses subgrupos de produtos serem denominados “a desenvolver”. Esses produtos apresentaram valor importado pelo México de US$ 261,6 milhões em 2008, notadamente em compras do SH 410150, descrito como “couros e peles de bovinos, inteiros, de peso unitário >16kg”. As exportações brasileiras atendem somente 0,12% do total importado pelo país e somaram pouco mais de US$ 311,4 milhões em 2008. Tabela 24: Subgrupos de produtos classificados como “a desenvolver” do complexo “Moda”. Grupos de produtos Subgrupos de produtos Nº de SH6 Peles, peleteria e couros e seus artefatos(exceto calçados e suas partes) Couro 28 Crescimento médio Importações do México em anual das imp. do 2008 (US$) México 2003 - 2008 (%) 261.579.848 4,78 Dinamismo Muito dinâmico VCR do Brasil 3,36 Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS. Entre os SH6 identificados como destaques, cabe mencionar também o valor das compras oriundas do Brasil do SH 410712, descrito como “couros e peles inteiros, de bovinos ou de equídeos, preparados após curtimenta ou secagem, divididos, com a flor”, que atingiu US$ 112,3 mil em 2008, representando 0,4% do total importado pelo país desse produto. Houve crescimento médio de 6,4% nas compras mexicanas desse produto provenientes do Brasil entre 2003 e 2008. Entretanto, em 2008, o Uruguai foi o principal fornecedor desta mercadoria, com participação de mercado de 66,8%. Ademais, a participação brasileira nas compras mexicanas do SH 411520, descrito como “aparas e outros desperdícios de couros ou de peles preparados ou reconstituídos, serragem, pó e farinha de couro”, foi de 5,4% no ano de 2008, quando foram importados US$ 21,3 mil oriundos do Brasil. EXPORTAÇÕES EXPRESSIVAS • Subgrupos “A CONSOLIDAR” 89 As importações mexicanas dos subgrupos “a consolidar” alcançaram, em 2008, US$ 1,8 bilhão. A participação brasileira nessas importações foi de 10,8% nesse ano, atingindo US$ 198,5 milhões. Para esses subgrupos, os Estados Unidos constituem-se no principal concorrente à expansão das exportações brasileiras, com participação média no mercado superior a 48,8%. Tabela 25: Subgrupos de produtos classificados como “a consolidar” do complexo “Moda”. Grupos de produtos Subgrupos de produtos Higiene pessoal e Higiene pessoal e cosméticos cosméticos Artigos de joalharia de metais preciosos Metais e pedras Demais metais e preciosas pedras preciosas Pedras preciosas e semipreciosas Peles, peleteria e Couro Produtos do couro couros e seus Chapéus e semelhantes Confecções Demais produtos Têxteis têxteis Fios sintéticos ou artificiais Tecidos de algodão Nº de SH6 13 Exportações Crescimento Importações Crescimento brasileiras médio dos Participação Principal do México médio do para o concorrentes brasileira concorrente em em 2008 Brasil entre México em entre 2003em 2008 (%) 2008 (US$) 2003-2008 (%) 2008 (US$) 2008 (%) 303.881.742 26.785.445 Participação do principal concorrente em 2008 (%) 6,57 26,58 8,81 Estados Unidos 45,44 1 4.266.401 364.325 10,63 57,39 8,54 Estados Unidos 61,51 2 8.700.355 867.380 46,06 19,65 9,97 Estados Unidos 55,13 2 6.603.504 306.443 -6,47 8,58 4,64 Estados Unidos 30,36 406.884.507 63.524.951 156.810.034 32.943.906 -10,96 -8,38 19,62 314,69 15,61 21,01 Estados Unidos Estados Unidos 32,19 35,05 10 4 247.952 41,73 19,70 14,88 19 1 370.143.583 33.147.857 0,53 38,40 8,96 Estados Unidos 55,45 12 221.054.210 11.935.695 17,01 113,88 5,40 Estados Unidos 78,31 4 20 1.666.867 67.349.554 Bolívia 44,51 4.261.774 31,06 23,93 6,33 Estados Unidos 46,51 282.811.857 24.166.059 1,45 33,81 8,54 Estados Unidos 51,98 Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS. Entre os subgrupos de produtos classificados, foram identificados 88 SH6, dentre os quais 11 são SH6 destaques. O maior valor de importações mexicanas oriundas do Brasil entre esses SH6 destacados foi registrado para o SH 420500, do subgrupo “produtos do couro”, descrito como “outras obras de couro natural ou reconstituído”, atingindo US$ 31,6 milhões, representando 20,5% do total comprado da mercadoria internacionalmente pelo México. Outros SH6 relevantes para o comércio bilateral, tendo em vista o valor exportado pelo Brasil no ano de 2008, estão relacionados ao subgrupo “couro”. A participação dos principais fornecedores mexicanos do subgrupo encontra-se representada no Gráfico 28. 90 Gráfico 28: Participação dos principais fornecedores do subgrupo “couro” entre 2003-2008 (%). 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 Estados Unidos 2003 2004 2005 2006 2007 2008 67,23 71,85 55,78 42,96 37,01 32,16 Brasil 4,06 3,35 12,82 12,15 14,64 15,60 Itália 10,85 11,05 11,41 13,28 11,74 12,67 República Dominicana 0,00 0,00 3,37 7,72 10,63 10,05 Argentina 12,01 7,00 5,81 9,14 9,04 9,34 Outros 5,85 6,76 10,80 14,75 16,94 20,18 Fonte: GTIS. Elaboração: UICC — Apex-Brasil. Por meio do gráfico, verifica-se gradual perda de participação dos Estados Unidos no total importado pelo México dos dez SH6 que compõem o subgrupo, ao passo que as exportações brasileiras cresceram a um ritmo médio de 19,6% entre 2003 e 2008, o que permitiu ao país tornar-se o segundo maior fornecedor do mercado nesse período. Entre os SH6 do subgrupo, destacam-se os seguintes: SH 410411, descrito como “couros e peles curtidos, de bovinos ou de equídeos, depilados, no estado seco ("crust"), plena flor, não divididos”, com US$ 8,2 milhões em exportações brasileiras em 2008 e 112% de crescimento médio nas vendas entre os anos de 2003 e 2008; e SH 410799, descrito como “outros couros e peles, incluídas as ilhargas, de bovinos ou de equídeos, preparados após curtimenta ou secagem”, do qual houve exportações brasileiras de US$ 13,7 milhões em 2008 e crescimento médio de 11,7% nas compras oriundas do Brasil entre 2003 e 2008. 91 Gráfico 29: Participação dos principais fornecedores do subgrupo “confecções” entre 2003-2008 (%). 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Estados Unidos 75,03 68,39 59,65 55,95 56,47 55,49 Brasil 1,95 2,39 3,85 5,83 9,90 8,96 Canadá 1,74 5,91 10,37 8,96 7,37 7,45 China 3,12 2,67 7,01 10,46 6,49 5,95 Taiwan 1,95 2,24 2,30 1,83 1,95 2,19 Outros 16,21 18,38 16,80 16,98 17,82 19,96 Fonte: GTIS. Elaboração: UICC — Apex-Brasil. Conforme demonstrado no Gráfico 29, o fornecimento dos 19 SH6 que compõem o subgrupo “confecções” é majoritariamente proveniente dos Estados Unidos. Entre 2003 e 2008, contudo, as importações mexicanas oriundas desse país registraram decréscimo médio de 3,9% ao ano, diminuindo, em valor, US$ 45,2 milhões. No mesmo período, aquelas provenientes do Brasil verificaram um incremento médio de 38,5% e aumentaram em US$ 26,7 milhões. Apenas um SH6 foi identificado como destaque para esse subgrupo. Trata-se do SH 630222, descrito como “outras roupas de cama, de fibras sintéticas ou artificiais, estampadas”, com importações oriundas do Brasil no valor de US$ 8,5 milhões no ano de 2008, correspondente a 61,2% do total importado desse produto pelo país naquele ano. • Subgrupos “CONSOLIDADOS” e “EM DECLÍNIO” A Tabela 26 apresenta os subgrupos de produtos classificados como “consolidados” e “em declínio” do complexo “Moda”. Os três subgrupos classificados totalizaram US$ 532,7 milhões em importações mexicanas em 2008, dos quais US$ 41,9 foram fornecidos pelo Brasil em 2008. 92 Tabela 26: Subgrupos de produtos classificados como “consolidados” e “em declínio” do complexo “Moda”. Subgrupos de produtos Grupos de produtos Têxteis Calçados e suas partes Fios de algodão Calçados Partes de calçados Crescimento Importações Exportações Crescimento Principal Participação médio dos Participação Nº de do México brasileiras para médio do concorren do principal concorrentes brasileira Classificação SH6 em 2008 o México em Brasil entre te em concorrente entre 2003 em 2008 (%) (US$) 2008 (US$) 2003 -2008 (%) 2008 em 2008 (%) 2008 (%) 1 1.789.955 736.816 -0,86 22,67 41,16 França 39,68 Consolidado 12 510.925.513 40.221.561 12,97 -9,34 7,87 Vietnã 37,90 Em declínio 3 19.956.234 922.397 -6,16 -20,19 4,62 China 47,66 Em declínio Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS. Como observado na Tabela 26, há, no complexo “Moda”, dois subgrupos de produtos classificados como “em declínio”. Trata-se de mercadorias que registraram crescimento médio negativo ou consideravelmente inferior àquele verificado para os concorrentes entre 2003 e 2008 e, consequentemente, perda de participação brasileira no mercado mexicano. É o caso do SH 640399, descrito como “outros calçados de couro natural”, e do SH 640299, descrito como “outros calçados de borracha ou plástico”, ambos do subgrupo “calçados”, que registraram decréscimo de US$ 15,3 milhões e US$ 11,6 milhões no valor exportado pelo Brasil no período, respectivamente. Em 2003, o Brasil atendia 25% da demanda mexicana do primeiro SH6, ao passo que, em 2008, esse percentual caiu para 7,2%. O mesmo aconteceu com o segundo SH6, com uma retração verificada na participação brasileira de 18,9 pontos percentuais entre 2003 e 2008, quando atendeu 12,9% do mercado. TECNOLOGIA E SAÚDE / ENTRETENIMENTO / MULTISSETORIAL Nessa seção, serão apresentados os produtos relacionados aos complexos de “Entretenimento”, “Tecnologia e Saúde” e aqueles classificados como “Multissetorial”. Esse último englobará os subgrupos de produtos que podem ser incluídos em mais de um complexo ou em outro complexo não listado anteriormente. O complexo “Entretenimento” (que reúne instrumentos musicais e obras de arte tais como quadros e antiguidades), representou, em 2008, 0,7% do total comprado pelo México do mundo, ou seja, US$ 2,4 bilhões. “Jogos de vídeo utilizáveis com receptor de televisão” (SH 950410), “outros artigos para jogos de salão” (SH 950490) e “artigos e equipamentos para cultura física, ginástica ou atletismo” (SH 950691) responderam por 81,7% desse total. O complexo “Tecnologia e Saúde” registrou US$ 29,3 bilhões em compras externas mexicanas no ano de 2008, o equivalente a 9,5% do total que o país importou do mundo. Entre os principais produtos comprados destacam-se: “outros dispositivos de cristais líquidos e outros aparelhos e instrumentos ópticos” (SH 901380), “outros medicamentos contendo produtos misturados, para fins terapêuticos ou profiláticos, em doses, para venda a retalho” (SH 300490), “outros instrumentos e aparelhos para medicina, cirurgia ou veterinária” (SH 93 901890) e “p-xileno” (SH 290243). Juntos, esses produtos representaram 29,1% das compras mexicanas nesse complexo. Por fim, as importações do México do complexo “Multissetorial” representaram, em 2008, 20,2% do total das importações do México, ou seja, US$ 62,5 bilhões. Entre 2003 e 2008, o complexo registrou crescimento médio de 5,7%, variando, em valor, cerca de US$ 38,9 bilhões. Os principais produtos importados pelo México desse complexo, em 2008, foram: “óleos leves de petróleo ou de minerais betuminosos e preparações, exceto desperdícios” (SH 271011), “outros óleos de petróleo ou de minerais betuminosos e preparações, exceto desperdícios” (SH 271019), “gás natural no estado gasoso” (SH 271121), “outras obras de ferro ou aço” (SH 732690) e “gás natural, liquefeito” (SH 271111). Essas cinco mercadorias representaram 43,8% das importações mexicanas do complexo naquele ano. No que tange às importações mexicanas provenientes do Brasil, merece destaque a participação brasileira no total importado pelo México do complexo “Multissetorial”, de 1,5% em 2008. Nesse ano, foram comprados do Brasil US$ 928,3 milhões, notadamente de “minérios de ferro não aglomerados e seus concentrados” (SH 260111), “pasta química de madeira de não conífera, à soda ou sulfato, semibranqueada ou branqueada” (SH 470329), “ferro fundido bruto não ligado, contendo, em peso =< 0,5% de fósforo” (SH 720110) e “alumínio não ligado em forma bruta” (SH 760110). EXPORTAÇÕES INCIPIENTES • Subgrupos “A DESENVOLVER” Os subgrupos de produtos com exportações incipientes que apresentam perspectivas positivas de exportação para o México são listados na Tabela 27. Esses subgrupos possuem em comum os fatos de o Brasil ser especialista na sua exportação para o mundo e de o mercado mexicano apresentar bom nível de dinamismo. A conjunção desses dois fatores indica que há chances para as exportações brasileiras, mas elas precisam ser trabalhadas numa estratégia de abertura do mercado mexicano. Daí a razão de esses subgrupos de produtos serem denominados “a desenvolver”. Na Tabela 27, indicam-se os cinco subgrupos de produtos que apresentam essas características para o complexo “Multissetorial”. Esses produtos apresentaram valor total importado pelo México de US$ 6,2 bilhões no ano de 2008, notadamente em compras de “produtos laminados planos de ferro ou aço”. As exportações brasileiras atenderam somente 0,3% desse total e somaram pouco mais de US$ 16,1 milhões em 2008. 94 Tabela 27: Subgrupos de produtos classificados como “a desenvolver” do complexo “Multissetorial”. Grupos de produtos Nº de SH6 Subgrupos de produtos Barras,perfis,fios,chapas e tiras,de alumínio Catodos de cobre Pólvora Pólvora Produtos laminados planos de ferro ou aço Produtos metalúrgicos Produtos semimanufaturados de ferro ou aço Metais não ferrosos 14 1 8 62 8 Crescimento Importações médio anual das VCR do do México em importações do Dinamismo Brasil 2008 (US$) México 2003 2008 (%) 1.722.086.443 17,66 Intermediário 0,94 21,59 Muito dinâmico 299.277.287 0,85 261.721.325 11,73 Intermediário 0,79 3.450.431.781 19,45 Intermediário 1,08 509.779.015 37,75 Intermediário 6,27 Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS. Entre os SH6 identificados como destaques, cabe mencionar o valor das compras oriundas do Brasil do SH 720712, descrito como “outros semimanufaturados, de ferro ou aço, não ligados, contendo em peso <0,25% de carbono, de seção transversal retangular”, que atingiu US$ 8,5 milhões em 2008, representativo de 2% do total importado pelo país desse produto. Houve crescimento médio de 89,2% nas compras mexicanas provenientes do Brasil entre 2003 e 2008. Entretanto, em 2008, Reino Unido e Países Baixos foram os principais fornecedores desta mercadoria, com participação de mercado de 56,7% e 24%, respectivamente. O complexo “Tecnologia e Saúde”, por sua vez, registrou US$ 983 mil em importações oriundas do Brasil em 2008. Esse valor representa apenas 0,06% do total importado pelo país do subgrupo no ano. Ademais, conforme apresentado na Tabela 28, embora reúna 17 códigos SH6, apenas 12 foram identificados como destaques. Entre esses, tendo em vista o valor importado pelo México em 2008, cabe ressaltar: SH 280469, descrito como “outros silícios”, com importações de US$ 30,4 milhões; e SH 281820, descrito como “óxidos de alumínio, exceto corindo artificial”, com compras externas de US$ 30,3 milhões. Tabela 28: Subgrupos de produtos classificados como “a desenvolver” do complexo “Tecnologia e Saúde”. Grupos de produtos Produtos químicos Subgrupos de produtos Nº de SH6 Produtos químicos inorgânicos 170 Importações do Crescimento médio anual México em 2008 das importações do Dinamismo (US$) México 2003 - 2008 (%) 1.492.214.115 17,87 Intermediário VCR do Brasil 1,82 Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS. EXPORTAÇÕES EXPRESSIVAS • Subgrupos “A CONSOLIDAR” 95 As importações mexicanas dos subgrupos “a consolidar” alcançaram, em 2008, US$ 1,9 bilhão para o complexo “Multissetorial” e US$ 4,4 bilhões para “Tecnologia e Saúde”. A participação brasileira nessas importações foi de 9,2% para o primeiro complexo e de 5,4% para o segundo. Não houve subgrupos classificados como “a consolidar” para o complexo “Entretenimento”, uma vez que os Estados Unidos constitui-se no principal concorrente à expansão das exportações brasileiras, com participação média no mercado superior a 50%. Entre os subgrupos de produtos classificados no complexo “Multissetorial”, foram identificados 34 SH6. A maior parte deles (12) está associada ao subgrupo “papel e suas obras”. Entre esses, destacam-se os seguintes: SH 480256, descrito como “papéis contendo <=10% de fibras obtidas por processo mecânico, de peso >= 40g/m2, mas não <= 150g/m2, em folhas nas quais um lado <=435mm e o outro <= 297mm, quando não dobradas”, com importações oriundas do Brasil de US$ 25,1 milhões no ano de 2008, correspondentes a 39% do total importado pelo país naquele ano; e SH 481159, descrito como “outros papéis e cartões branqueados, revestidos, impregnados ou recobertos de plástico”, com importações provenientes do Brasil de US$ 10 milhões em 2008, ou seja, 11,2% do total importado pelo país. Tabela 29: Subgrupos de produtos classificados como “a consolidar” do complexo “Multissetorial”. Grupos de produtos Nº de SH6 Subgrupos de produtos Demais produtos de Demais produtos de borracha borracha e suas e suas obras obras Colas e enzimas Colas e enzimas Alumínio em bruto Demais produtos de metais Metais não ferrosos não ferrosos Ligas de alumínio Papel e suas obras Papel e celulose Produtos para Produtos para fotografia fotografia Crescimento Exportações Crescimento Importações médio dos Participação Principal brasileiras médio do do México em concorrentes brasileira concorrente em para o México Brasil entre 2008 (US$) entre 2003em 2008 (%) 2008 em 2008 (US$) 2003-2008 (%) 2008 (%) Participação do principal concorrente em 2008 (%) 9 74.351.814 6.527.737 11,59 44,79 8,78 Estados Unidos 64,84 1 1 47.891.846 365.832.132 2.642.555 63.422.299 6,18 9,53 88,54 175,03 5,52 Estados Unidos 17,34 Estados Unidos 75,45 42,92 4 2.877.355 229.314 -3,97 48,28 7,97 Uganda 1 12 880.158.888 373.028.084 53.513.059 46.243.776 21,89 5,33 27,34 31,18 6,08 Estados Unidos 12,40 Estados Unidos 6 232.906.381 9.015.149 6,05 9,93 3,87 Estados Unidos 25,59 55,20 46,53 60,12 Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS. Outros SH6 relevantes para o comércio bilateral, tendo em vista o valor exportado pelo Brasil no ano de 2008, estão relacionados aos subgrupos “ligas de alumínio” e “alumínio em bruto”. Os dois subgrupos apresentam somente um SH6 cada, mas responderam por 63% das importações mexicanas totais entre os subgrupos classificados como “a consolidar”. Tratam-se dos SH 760120, descrito como “ligas de alumínio, em formas brutas”, e do SH 760110, descrito como “alumínio não ligado em forma bruta”. Esse último registrou crescimento médio de 175% nas compras oriundas do Brasil entre 2003 e 2008. 96 Gráfico 30: Participação dos principais fornecedores do subgrupo “ligas de alumínio” entre 2003-2008 (%). 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Estados Unidos 42,28 52,28 60,78 60,39 63,02 55,23 Canadá 20,72 17,65 8,76 9,97 11,07 14,98 Venezuela 25,22 19,63 16,43 12,87 10,44 11,44 Brasil 4,95 5,33 2,68 1,88 5,57 6,07 Rússia 1,73 0,97 1,76 2,54 1,74 2,70 Outros 5,10 4,14 9,59 12,36 8,16 9,58 Fonte: GTIS. Elaboração: UICC — Apex-Brasil. Conforme demonstrado no Gráfico 30, o fornecimento do SH 760120, único a compor o subgrupo “ligas de alumínio”, é majoritariamente oriundo dos Estados Unidos. Entre 2003 e 2008, as importações mexicanas oriundas desse país registraram crescimento médio de 29% ao ano, variando, em valor, US$ 350 milhões. No mesmo período, aquelas provenientes do Brasil verificaram um incremento médio de 27,3% e aumentaram em US$ 37,5 milhões. Tabela 30: Subgrupos de produtos classificados como “a consolidar” do complexo “Tecnologia e Saúde”. Grupos de produtos Instrumentos de precisão Produtos farmacêuticos Produtos químicos Subgrupos de produtos Instrumentos, aparelhos de ótica, precisão, partes, peças Produtos farmacêuticos Produtos químicos inorgânicos Produtos químicos orgânicos Nº de SH6 Importações do México em 2008 (US$) Crescimento Crescimento Exportações Participação Principal médio dos médio do brasileiras para brasileira concorrente em concorrentes Brasil entre o México em entre 2003em 2008 (%) 2008 2008 (US$) 2003-2008 (%) 2008 (%) Participação do principal concorrente em 2008 (%) 15 434.160.321 32.526.574 5,79 8,41 7,49 Estados Unidos 59,76 8 12 18 2.598.799.010 74.499.249 1.292.563.180 81.615.815 9.162.095 112.742.797 14,52 15,03 13,01 13,92 26,76 46,40 3,14 12,30 8,72 Estados Unidos 23,99 27,92 83,33 Estados Unidos Estados Unidos Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS. Entre os quatro subgrupos classificados como “a consolidar” do complexo “Tecnologia e Saúde”, como apresentado na Tabela 30, foram identificados 53 SH6, notadamente no subgrupo “produtos químicos orgânicos” (18), com especial destaque para o SH 290243, descrito como “p-xileno”, cujas importações mexicanas oriundas do Brasil representaram 7,8% do total de US$ 906,5 milhões importados pelo país em 2008. Ademais, no subgrupo “produtos farmacêuticos”, cabe destacar a importância relativa do SH 300490, descrito como “outros medicamentos contendo produtos misturados, para fins terapêuticos ou profiláticos, em 97 doses, para venda a retalho”, do qual houve importações mexicanas de US$ 2 bilhões em 2008. O Brasil atendeu pouco mais de 2,3% do mercado, muito embora as importações mexicanas oriundas do Brasil tenham registrado crescimento médio de 11,5% entre os anos de 2003 e 2008. Gráfico 31: Participação dos principais fornecedores do subgrupo “produtos farmacêuticos” entre 2003-2008 (%). 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Alemanha 9,42 13,95 17,92 18,38 15,96 17,47 Estados Unidos 21,29 18,63 15,38 15,44 14,33 15,65 Porto Rico 9,25 9,43 10,09 8,30 7,18 8,35 Reino Unido 12,14 10,47 8,55 8,06 7,49 8,06 França 5,59 7,01 7,28 7,22 7,13 7,81 Outros 42,30 40,52 40,78 42,60 47,92 42,66 Fonte: GTIS. Elaboração: UICC — Apex-Brasil. Como apresentado no Gráfico 31, os principais fornecedores das mercadorias associadas ao subgrupo “produtos farmacêuticos” apresentaram grande variabilidade no período sob análise. Os Estados Unidos perdeu participação relativa no mercado mexicano entre 2003 e 2008, muito embora o valor de suas vendas externas para o país tenha apresentado crescimento médio de 7,7% ao ano. As compras provenientes da Alemanha, todavia, registraram crescimento muito mais acentuado entre esses anos, de 29,6%, aumentando, em valor, US$ 330,1 milhões. No último ano da série, 2008, o Brasil foi o décimo maior fornecedor do mercado, com exportações de US$ 81,6 milhões. • Subgrupos “CONSOLIDADOS”, “EM RISCO” e “EM DECLÍNIO” A Tabela 31 apresenta os subgrupos de produtos classificados como “consolidados”, “em risco” e “em declínio” do complexo “Multissetorial”. Os três subgrupos classificados como “consolidados” totalizaram US$ 483 milhões em importações mexicanas em 2008, dos quais US$ 234,2 milhões foram fornecidos pelo Brasil, uma participação média brasileira superior a 50%. Já os subgrupos classificados como “em risco” somaram US$ 417,4 milhões em importações do México, sendo US$ 289,4 milhões de exportações brasileiras. 98 Tabela 31: Subgrupos de produtos classificados como “consolidados”, “em risco” e “em declínio” do complexo “Multissetorial”. Grupos de produtos Subgrupos de produtos Papel e celulose Celulose Ferro fundido bruto e ferro Produtos "spiegel" (ferro gusa) metalúrgicos Ferro-ligas Demais produtos metalúrgicos Produtos laminados planos de ferro ou aço Produtos Produtos semimanufaturados de metalúrgicos ferro ou aço Produtos semimanufaturados de ferro ou aço Produtos Minérios de ferro minerais Nº de SH6 1 Crescimento Crescimen Exportações Participação Importações do médio dos to médio Participação Principal brasileiras para do principal país em 2008 concorrentes do Brasil brasileira concorrente em Classificação o país em 2008 concorrente (US$) entre 2003- entre 2003-em 2008 (%) 2008 (US$) em 2008 (%) 2008 (%) 2008 (%) 227.485.627 91.578.233 47,8 Consolidado 14,54 17,71 40,26 Estados Unidos 1 111.726.439 91.253.812 -16,60 54,48 81,68 Reino Unido 13,8 Consolidado 6 20 143.717.078 827.017.450 51.336.621 28.444.629 23,29 18,03 37,56 2,61 35,72 China 3,44 Estados Unidos 17,5 Consolidado 57,9 Em declínio 19 2.111.459.106 50.020.015 24,30 -2,54 2,37 Estados Unidos 50,7 Em declínio 1 87.906.025 36.722.271 44,92 13,32 41,77 Reino Unido 19,1 Em risco 1 87.906.025 36.722.271 44,92 13,32 41,77 Reino Unido 43,2 Em risco 1 329.481.285 252.698.299 41,26 28,42 76,70 Peru 12,0 Em risco Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS. Entre os subgrupos “consolidados”, sobressai o valor importado do SH 260111, descrito como “pasta química de madeira de não conífera, à soda ou sulfato, semibranqueada ou branqueada”, muito embora a participação do principal concorrente tenha sido superior à brasileira no ano de 2008. Sobre isto, No que concerne a participação de mercado do Brasil, cabe destacar o SH 720110, descrito como “ferro fundido bruto não ligado, contendo, em peso <= 0,5% de fósforo”, do qual as importações brasileiras responderam por 81,7% do total importado pelo país em 2008. Em termos de valor importado, cabe ainda destacar o subgrupo “ferro-ligas”. O Brasil foi o principal fornecedor do México em 2008, concentrando 82,8% de suas exportações no SH 720293, descrito como “ferronióbio”. Todavia, o SH mais importado pelo México em 2008, dentre os seis contidos no subgrupo, foi o SH 720292, descrito como “ferrovanádio”, com US$ 43,9 milhões em compras externas e das quais a Coreia do Sul foi o principal fornecedor, com 31,9% do total. Como observado na Tabela 31 há, no complexo “Multissetorial”, dois subgrupos de produtos classificados como “em declínio”. Trata-se de mercadorias que registraram crescimento médio negativo ou consideravelmente inferior àquele verificado para os concorrentes entre 2003 e 2008 e, consequentemente, perda de participação no mercado mexicano. É o caso do SH 721012, descrito como “produtos laminados planos, de ferro ou aço não ligados, de largura >=600mm, estanhados, de espessura <0,5mm”, do subgrupo “produtos laminados planos de ferro ou aço”, que registrou decréscimo de US$ 15,3 milhões no valor exportado pelo Brasil no período, ou seja, uma retração média de 68% ao ano. Em 2003, o Brasil atendia 11,3% da demanda mexicana ao passo que, em 2008, este percentual caiu para 0,02%. Ao mesmo tempo, as importações totais mexicanas do 99 SH6 entre esses anos registraram incremento de US$ 89,3 milhões com aumento considerável das importações oriundas do Japão e Alemanha, principais fornecedores do mercado em 2008. Retração semelhante é verificada para o SH 721621, descrito como “perfis de ferro ou aço não ligados, em L, laminados, estirados ou extrudados a quente, de altura <80mm”, do subgrupo “demais produtos metalúrgicos”, para o qual a participação brasileira no mercado recuou de 42,6% em 2003 para 0,02% em 2008. No período, as exportações brasileiras registraram decréscimo médio de 75% ao ano. Em relação aos dois subgrupos classificados como “em risco” e tendo em vista a expressiva participação de mercado do Brasil e a soma importada pelo México, vale ressaltar o crescimento médio sensivelmente superior ao registrado nas exportações dos principais concorrentes entre os anos de 2003 e 2008 face ao verificado para o Brasil para o SH 260111, descrito como “minérios de ferro não aglomerados e seus concentrados”. Tabela 32: Subgrupos de produtos classificados como “em declínio” do complexo “Entretenimento”. Grupos de produtos Subgrupos de produtos Instrumentos de Instrumentos musicais precisão Nº de SH6 Crescimento Crescimen Exportações Principal Importações do médio dos to médio Participação brasileiras para país em 2008 concorrentes do Brasil brasileira concorrente em o país em 2008 (US$) entre 2003- entre 2003- em 2008 (%) 2008 (US$) 2008 (%) 2008 (%) 1 10.416.503 140.497 12,65 2,44 Participação do principal Classificação concorrente em 2008 (%) 1,35 China 39,7 Em declínio Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS. Por fim, na Tabela 32, apresenta-se o subgrupo de produtos do complexo “Entretenimento” classificado como “em declínio”. Somente um SH6 foi identificado para esse subgrupo. Trata-se do SH 920600, descrito como “instrumentos musicais de percussão (tambores, caixas, xilofones, pratos, castanholas e maracas)”. • Subgrupos “DESVIO DE COMÉRCIO” Dois subgrupos aparecem classificados como “desvio de comércio”. Nesses casos, embora o Brasil possua alguma especialidade na exportação dessas mercadorias (demonstrada pela VCR apresentada), a participação de mercado e o crescimento médio brasileiro são inferiores àqueles registrados para os concorrentes, o que indica haverem outros fatores que contribuem para esse cenário. Tabela 33: Subgrupos de produtos classificados como “desvio de comércio” do complexo “Multissetorial” Grupos de produtos Produtos metalúrgicos Subgrupos de produtos Fio-máquinas e barras de ferro ou aço Exportações Nº Importações brasileiras de do país em para o SH6 2008 (US$) México em 2008 (US$) 7 523.927.824 16.290.245 Crescimento Crescimento médio dos médio do Participação concorrente Brasil entre brasileira s entre 2003 - 2003-2008 em 2008 (%) 2008 (%) (%) 14,98 -10,58 Principal concorrente em 2008 3,11 Estados Unidos VCR do Participação VCR do Principal do principal Brasil em Concorren concorrente 2008 te em em 2008 (%) 2008 52,8 1,35 0,31 Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS. 100 No subgrupo “fio-máquinas e barras de ferro ou aço”, destaque para as exportações brasileiras do SH 721499, descrito como “outras barras de ferro ou aços não ligados, estiradas ou extrudadas a quente”, que atingiram US$ 8,4 milhões em 2008. No subgrupo “demais produtos químicos”, destaque para o SH 380892, descrito como “fungicidas embalados para uso domissanitário direto”, cujas exportações somaram US$ 7,4 milhões naquele ano. Tabela 34: Subgrupos de produtos classificados como “desvio de comércio” do complexo “Tecnologia e Saúde”. Grupos de produtos Produtos químicos Subgrupos de produtos Crescimento Crescimento Exportações Nº Importações médio dos médio do Participação Principal brasileiras para concorrentes Brasil entre brasileira concorrente em de do país em o México em SH6 2008 (US$) entre 2003 -2008 2003-2008 em 2008 (%) 2008 2008 (US$) (%) (%) Demais produtos 10 químicos 183.168.894 20.227.323 37,45 29,15 11,04 Estados Unidos VCR do Participação VCR do Principal do principal Brasil em Concorren concorrente 2008 te em em 2008 (%) 2008 41,0 2,01 0,85 Fonte: UICC — Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS. 101 Anexo 1 Metodologia de Identificação de Oportunidades para as Exportações Brasileiras em Determinado Mercado-alvo O trabalho de identificação de oportunidades para as exportações brasileiras inicia-se com o levantamento de todos os produtos (SH6) que o mercado-alvo importou do mundo nos últimos seis anos. Esses produtos são separados em dois grupos: produtos com exportações expressivas e produtos com exportações incipientes. Para identificar quais produtos têm exportações expressivas, são realizados três passos, na ordem estabelecida abaixo: 1º - Identificam-se os produtos cuja participação média nas exportações brasileiras em relação à média no total importado pelo mercado-alvo tenha sido superior a 1%, nos últimos seis anos, 2º - Desconsidera-se o primeiro quartil formado pelos produtos identificados no passo 1. Consideram-se, assim, apenas os produtos que estão entre os 75% com maior participação nas exportações brasileiras para o mercadoalvo; 3º - Verifica-se, então, se as exportações dos produtos identificados ao final do passo 2 são contínuas. Exportações contínuas são aquelas que, a partir da primeira venda efetuada, não são interrompidas em nenhum ano posterior. Analisando-se, por exemplo, um período de quatro anos, se determinado produto foi vendido apenas nos dois primeiros anos, suas exportações são descontínuas. Se, no entanto, as vendas do produto se iniciaram no terceiro ano e se repetiram no quarto, suas exportações são consideradas contínuas. Os produtos com exportações incipientes são aqueles excluídos em um dos três passos acima descritos. Dessa maneira, assegura-se que todos os produtos importados pelo mercado-alvo, mesmo os que não são exportados pelo Brasil, participaram da análise de oportunidade. Uma vez separados os produtos que têm exportações expressivas dos que têm exportações incipientes, eles são agregados em grupos. A partir de então, os grupos de produtos com exportações expressivas e incipientes são analisados separadamente através de diferentes critérios metodológicos. Análise de oportunidades para grupos de produtos com exportações expressivas 102 Para se identificar, no conjunto de exportações expressivas, os grupos de produtos que têm maior destaque no mercado-alvo, são analisados, num período de seis anos, dois indicadores: 1 – A contribuição de cada grupo de produtos para o crescimento das importações totais do mercadoalvo ou a contribuição das exportações brasileiras para esse mercado; 2 – O crescimento médio das importações totais do mercado ou das exportações brasileiras do grupo de produtos. Aplica-se uma média geométrica simples a esses dois valores, chegando a dois índices para cada grupo de produtos, um considerando as importações totais do mercado e outro considerando as exportações brasileiras para esse mercado. Os grupos que alcançarem um desempenho superior à média geral em, ao menos, um dos índices são avaliados mais detalhadamente. A inclusão do primeiro indicador (contribuição para o crescimento) na construção desse índice busca minimizar o chamado “efeito base” sobre a taxa de crescimento dos grupos de produtos. Esse efeito ocorre porque os grupos de produtos com menor valor exportado apresentam uma tendência de indicarem taxas de crescimento superiores àquelas atingidas pelos grupos de produtos com maior valor exportado. A taxa de contribuição para o crescimento aponta para um movimento contrário, em que os grupos de produtos com maior participação na pauta de exportação ou importação, em princípio, apresentarão uma taxa mais elevada do que os grupos de produtos com menor participação. A média geométrica dessas duas taxas visa suavizar os grupos com baixo valor exportado e forte taxa de crescimento, tornando a análise mais eficiente. Já o cruzamento entre as importações totais do mercado e as exportações brasileiras destinadas ao mercado-alvo busca avaliar os grupos de produtos tendo em conta tanto a demanda do mercado (importações totais) como a oferta brasileira para o mercado (exportações brasileiras). Os grupos de produtos com exportações expressivas são classificados em cinco categorias: “consolidados”, “em risco”, “em declínio”, “desvio de comércio” e “a consolidar”. A classificação é feita, considerando-se: • O posicionamento do Brasil em relação a seus concorrentes em cada grupo de produtos. Isso é verificado através da análise das participações do Brasil e do principal concorrente nas importações do mercadoalvo no último ano do período considerado e da análise do crescimento médio das exportações brasileiras em relação ao crescimento médio das exportações dos concorrentes. 103 • A especialização do Brasil na exportação de produtos daquele grupo em relação à especialização exportadora do principal concorrente, definida a partir do cálculo da Vantagem Comparativa Revelada (VCR) de cada país71. Um grupo de produtos é considerado “consolidado” quando o Brasil já tem, no mínimo, 30% de participação no mercado-alvo, e o crescimento médio das exportações brasileiras é igual ou superior ao crescimento médio das exportações dos concorrentes, no período considerado. A característica principal desses grupos de produtos é que eles já gozam de uma situação confortável no mercado-alvo, que demanda apenas esforços para sua manutenção. Os grupos de produtos considerados “em risco” são aqueles em que o Brasil tem uma participação de mercado igual ou superior a 30%, mas o crescimento médio das exportações dos concorrentes supera em mais de 50% o crescimento médio das exportações brasileiras, o que significa que a posição do Brasil encontra-se ameaçada. Grupos de produtos com “desvio de comércio” são aqueles cujo crescimento médio das exportações brasileiras é inferior ao das exportações dos concorrentes, apesar de o Brasil apresentar vantagens na exportação do grupo de produtos observado ( >1), ao contrário de seu principal concorrente (. 1). Isso indica que há algum elemento não determinado pela simples observação dos fluxos comerciais globais favorecendo o principal concorrente do Brasil no mercado-alvo. Pode ser a existência de acordos comerciais, a proximidade geográfica, entre outros. Para se contornar o desvio de comércio, são necessários esforços que normalmente vão além da promoção comercial. Um grupo de produto está “em declínio” se não há diferença de especialização na exportação entre o Brasil e o principal concorrente (VCRBR>1 e VCRConc.>1 ou VCRBR<1 e VCRConc.<1) e o crescimento médio das exportações brasileiras é negativo. A situação de declínio também acontece quando, ao mesmo tempo, o crescimento das exportações do Brasil é positivo, porém inferior a 15%72, e a taxa de crescimento dos concorrentes é o dobro da taxa de crescimento brasileira. Nos grupos de produtos classificados como “a consolidar”, a participação do Brasil no mercado-alvo é inferior a 30%, mas as exportações brasileiras acompanham o ritmo dos concorrentes ou são mais aceleradas. 71 A VCR é calculada pela participação do grupo de produtos nas exportações totais brasileiras para o mundo em relação à participação do mesmo grupo nas exportações mundiais totais. 72 A taxa média anual de crescimento abaixo de 15% foi definida como valor máximo para um grupo caracterizar-se como “em declínio” porque, acumulada em um período de seis anos, representa um crescimento total de aproximadamente 100% no valor exportado pelo Brasil. Assim, ainda que a taxa de crescimento das exportações brasileiras seja menos da metade da taxa dos concorrentes, considera-se que a variação total das vendas do Brasil para o mercado foram significativas, e o grupo de produtos não poderia ser caracterizado como “em declínio”. 104 Esses são os grupos de produtos onde estão as melhores oportunidades para o aumento das exportações brasileiras. Por isso, eles são investigados mais profundamente. Para tanto, os grupos de produtos “a consolidar” são abertos em subgrupos. O objetivo é encontrar aqueles segmentos que são mais significativos para o desempenho do grupo como um todo. Os subgrupos recebem classificação semelhante à dos grupos: “consolidado”, “em risco”, “em declínio” e “a consolidar”. Apenas a categoria de desvio de comércio não é utilizada para subgrupos, porque, nesse ponto, não se considera o principal concorrente do Brasil. Nos casos em que a participação brasileira no mercado-alvo seja inferior a 30% e o crescimento das exportações nacionais seja menor do que o dos concorrentes, o grupo de produtos poderá estar “em declínio” ou “a consolidar”. Da mesma forma que os grupos de produtos, os subgrupos “a consolidar” são considerados como as principais oportunidades para as exportações brasileiras. Nesse caso, são levantados os produtos mais significativos, representados por códigos SH6. Para isso, utilizam-se duas variáveis: 1 - Contribuição de cada produto para o crescimento total das exportações brasileiras do subgrupo; 2 - Tendência de crescimento de cada produto. Essa tendência é calculada comparando-se o valor exportado pelo Brasil no último ano do período analisado com a média do valor exportado nos últimos três anos. Produtos que contribuíram para o crescimento de seu subgrupo acima da média e que foram mais exportados no último ano do que na média dos últimos três anos são considerados mais determinantes para o desempenho positivo do subgrupo. Análise de oportunidades para grupos de produtos com exportações incipientes No caso das exportações incipientes, as variáveis adotadas para seleção dos principais grupos e subgrupos de produtos levam em conta apenas a demanda do mercado-alvo (dados de importações), já que o Brasil ainda não se estabeleceu no país com esse conjunto de produtos. Em primeiro lugar, determina-se o dinamismo do grupo de produtos. O dinamismo relaciona o desempenho das importações do mercado-alvo com as importações mundiais. Calcula-se a média entre as taxas de crescimento do primeiro e do último biênio do período em análise, tanto para as importações do mercado de um determinado grupo de produtos quanto para as importações mundiais totais. Essa média é calculada para minimizar os efeitos de grandes variações de valores ao longo do período, que podem ser causadas não por um aumento de quantidades importadas, mas por um aumento anormal de preços ou pela inflação, por exemplo. O dinamismo do grupo de produtos no mercado será determinado pela comparação de sua média com a média das importações mundiais totais. 105 Em relação ao dinamismo, um grupo de produtos pode estar “em decadência”, apresentar “baixo dinamismo”, “dinamismo intermediário”, ser “dinâmico” ou “muito dinâmico”. Apenas os grupos dinâmicos e muito dinâmicos prosseguem na análise. Para eles, é calculada a vantagem comparativa do Brasil, com o objetivo de avaliar se a economia brasileira tem oferta exportável para entrar no mercado-alvo com aquele grupo de produtos. Os grupos de produtos em que o Brasil tem VCR acima de 0,7 são classificados como “a desenvolver”, ou seja, aqueles em que o Brasil apresenta maiores chances de abertura de mercado. Esses grupos, assim como os “a consolidar” do conjunto de exportações expressivas, são abertos em subgrupos. Para os subgrupos “a desenvolver”, o Brasil também deverá apresentar VCR mínima de 0,7, e os subgrupos deverão ser “intermediários”, “dinâmicos” “muito dinâmicos”. Mas, nesse caso, o dinamismo será avaliado tendo-se em conta não a média das importações mundiais totais, mas a média das importações do mercado para o grupo de produtos no qual o subgrupo se insere. Os subgrupos “a desenvolver” são aqueles que impulsionam o desempenho do grupo e, portanto, representam as principais oportunidades do conjunto de exportações incipientes, sendo analisados com mais profundidade. Os principais produtos dentro de cada subgrupo são determinados a partir da VCR do Brasil nas exportações daquele produto para o mundo e da tendência de crescimento das importações daquele produto. produtos para os quais a VCR do Brasil seja maior que 0,7 e que tenham sido mais importados pelo mercado-alvo no último ano de análise que na média dos últimos três anos são considerados como os mais determinantes para o desempenho positivo do subgrupo. 106 Anexo 2 Contatos 1. CONTATOS73 1.1. Órgãos oficiais 1.1 No México a) Representação diplomática e consular brasileira Embaixada do Brasil Rua Lope de Armendáriz, 130 - Lomas de Virreyes. Delegación Miguel Hidalgo. 11000 México, D.F. - México Telefones: +52 (55) 5201-4531 / 5520-3286 Fax: +52 (55) 5520-4929 E-mail: [email protected] Home page: www.brasil.org.mx Setor de Promoção Comercial Rua Lope de Armendáriz, 130 - Lomas de Virreyes. Delegación Miguel Hidalgo. 11000 México, D.F. - México Telefone: +52 (55) 5202-7500 / 5520-3286 Fax: +52 (55) 5520-4929 E-mail: [email protected] Home page: www.brasil.org.mx b) Órgãos oficiais mexicanos Banco Mexicano de Comércio Exterior Camino a Santa Teresa No. 1679, Col. Jardines del Pedregal México, Distrito Federal Telefones: +52 (55) 5481 6000 /5449 9000 Fax: +52 (55) 5449 9028 E-mail: [email protected] Home page: www.bancomext.com Administración General de Aduanas Administración Central de Contabilidad y Glosa Av. Hidalgo No. 77, Módulo IV, Piso 1 Col. Guerrero, Delegación Cuauhtémoc 06300, México, D.F. 73 http://www.braziltradenet.gov.br/ARQUIVOS/Publicacoes/ComoExportar/CEXMexico.pdf 107 Secretaría de Economía Insurgentes Sur 1940 Piso 8 Col. Florida, Del. Álvaro Obregón México, D.F. Telefone: +52 (55) 5229-6100 Secretaria de Economía – UPCI Unidad de Prácticas Comerciales Internacionales Insurgentes Sur 1940 Col. Florida, Del. Álvaro Obregón México, D.F Telefone: +52 (55) 5229-6100 Instituto Mexicano de la Propiedad Industrial Periférico Sur Nº 3106 Col. Jardines del Pedregal México,D.F. Módulo de información (Térreo) Telefone: +52 (55) 5624-0400 Ext. 4748 e 4749 Promoción Telefone: +52 (55) 5624-0400 Ext. 4615 e 4616 Patentes y Diseños Industriales Telefone: +52 (55) 5624-0400 Ext. 4708 Marcas Telefone: +52 (55) 5624-0400 Ext. 4722 Información Tecnológica Telefone: +52 (55) 5624-0400 Ext. 4770 Subsecretaría de Agricultura Libre 377 Col. Santa Cruz Atoyac, Del. Benito Juárez P 2 B Telefone: +52 (55) 9183-1000 E-mail: [email protected] Secretaría de Salud Lieja No. 7, 1er. piso, Col. Juárez, Deleg. Cuauhtémoc Telefones: +52 (55) 5553-0758/ 5553-1353 /5553-6967 / 5553-7017 Fax: +52 (55) 5553-7917 c) Organismos de certificação de normas oficiais mexicanas Dirección General de Normas – Secretaría de Economía Av. Puente de Tecamachalco #6, Sección Fuentes Col. Lomas de Tecamachalco, Telefone: +52 (55) 5729-9300 Fax: +52 (55) 5520-9715 Asociación de Normalización y Certificación – ANCE 108 Av. Lázaro Cárdenas 869, Col. Nueva Industrial Vallejo México, D.F. Telefone: +52 (55) 5747-4550 Fax: +52 (55) 5747-4560 E-mail: [email protected] Home page: www.ance.org.mx Normalización y Certificación Electrónica – NYCE Av. Lomas de Sotelo No. 1097, Col. Lomas de Sotelo 11200, México, D.F. Telefone: +52 (55) 5395-0777 Fax: +52 (55) 5395-0700 E-mail: [email protected] Home page: www.nyce.org.mx Calidad Mexicana Certificada – CALMECAC José Vasconcelos No. 83, Col. San Miguel Chapultepec 11850, México, D.F. Telefone: +52 (55) 5553-0571 Fax: +52 (55) 5211-6702 E-mail: [email protected] Home page: www.calmecac.com.mx Instituto Mexicano de Normalización y Certificación - IMNC Manuel María Contreras No. 133, Piso 6, Col. Cuahtémoc 06470, México, D.F. Telefone: +52 (55) 5566-4750 / 5546-4144 Fax: +52 (55) 5705-3686 E-mail: [email protected] Sociedad Mexicana de Normalización y Certificación Cto. Geógrafos No. 20, Col. Cd. Satelite 53101, Naucalpan de Juárez, Estado de México. Telefone: +52 (55) 5374-1402 Fax: +52 (55) 5374-2037 E-mail: [email protected] Société Générale de Surveillance de México, S.A. de C.V. División Internacional Certification Services. – SGS Ingenieros Militares No. 85, Piso 5, Col. Argentina Poniente 11230, México, D.F. Telefone: +52 (55) 3003-4900 Fax: +52 (55) 3003-4989 E-mail: [email protected] Home page: www.sgsgroup.com Organismo Nacional de Normalización y Certificación de la Construcción y Edificación 109 Constitución No. 50, Col. Escandón, 11800, México, Distrito Federal. Telefone/Fax: +52 (55) 5273-1991 E-mail: certificació[email protected] International Certification of Quality Systems – IQS Moras No. 533, Primer Piso, Col. Del Valle, 03100, México, Distrito Federal Telefone: +52 (55) 5524-3737 / 5534-4707 Fax: +52 (55) 5534-1757 E-mail: [email protected] Quality Management Institute Insurgentes Sur No. 586, 5º piso, Desp. 501, Col. Del Valle 03100, México, D.F. Telefone: +52 (55) 5536-9444 Fax: +52 (55) 5536-0147 E-mail: [email protected] Home page: www.qmi.com Factual Services Insurgentes Sur No. 594 – 303 – 304, Col. Del Valle 03100, México, Distrito Federal Telefone: +52 (55) 5543-8278 Fax: +52 (55) 5343-3454 E-mail: [email protected] BVQI Mexicana Ejercito Nacional No. 418, primer piso, Col. Chapultepec Morales México, Distrito Federal Telefone: +52 (55) 5531-0671 Fax: +52 (55) 5531-8540 E-mail: [email protected] Home page: www.bureauveritas.com TUV Rheinland de México Av. Santa Fé No. 170, Oficina 2 – 4 – 10, Col. Lomas de Santa Fé 01210, México, D.F. Telefone: +52 (55) 8503-9940 Fax: +52 (55) 8503-9947 E-mail: [email protected] Asociación Española de Normalización y Certificación – AENOR Presidente Masaryk No. 473 (3º), Col. Polanco 11510, México, D.F. Telefone: +52 (55) 5280-7755 Fax: +52 (55) 5280-7880 Underwriters Laboratories Inc. – UL Fuente de Pirámides No. 1 – 806, Col. Lomas de Tecamachalco 110 53950, Naucalpan, Estado de México. Telefone: +52 (55) 5294-7660 Fax: +52 (55) 5294-7969, 5294-7089 International Quality Certifications – IQC Joselillo No. 6-A, Col. El Parque, 53390 Naucalpan, Estado de México Telefones: +52 (55) 5557-9629 / 5557-5023 / 5557-5149 Fax: +52 (55) 5557-9629 Lloyds Register Quality Assurance Inc. Torre Guía, Piso 2, Av. Morones Prieto No. 2805, Col. Lomas de San Francisco 64710, Monterrey, Nuevo León Telefone: +52 (81) 8399-0148 Fax: +52 (81) 8399-0144 E-mail: [email protected] Quality Solution Register Vicente Suárez No. 9, Col. Condesa, 06140, México, Distrito Federal Telefone/Fax: +52 (55) 5286-4991 E-mail: [email protected] Home page: www.qsr.com.mx México Q. S. A. G. Montecito No. 38, Piso 5, Oficina 23, Col. Nápoles, 03810 México, Distrito Federal Telefone: +52 (55) 5488-3306 Fax: +52 (55) 5488-3309 E-mail: [email protected] Det Norske Veritas México Insurgentes Sur No. 950, Piso 6, Col. Del Valle, 03100 México, Distrito Federal Telefone: +52 (55) 5687-6600 Fax: +52 (55) 5687-6692 E-mail: [email protected] LGAI México Av. De Las Fuentes No. 41 – A, 10º Piso, Col. Lomas de Tecamachalco, 53950, Naucalpan, Estado de México Telefone: +52 (55) 5294-9491 / 5294-7200 Fax: +52 (55) 5293-1573 E-mail: [email protected] American Trust Register Paseo Hacienda de Echegaray No. 121, Col. 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