Apostila de Metodologia Cientifica

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Apostila de Metodologia Cientifica
FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA SAÚDE
IBES - Instituto Brasileiro de Educação e Saúde
Curso em Educação Física
Rafael André de Araújo
Mestrado em Educação Física e Saúde pela UCB - DF.
Graduado em Educação Física pela UCB - DF.
Coordenador do Curso de Educação Física da FACHS
Coordenador dos Cursos de Pós-Graduação Latu Sensu do IBES.
Currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/4592706602776681
E-mail: [email protected]
MSN: [email protected]
Brasília – DF
2012
APRESENTAÇÃO
Caros alunos,
A vida acadêmica requer de pesquisadores e estudantes universitários habilidade em
planejar, executar e apresentar trabalhos científicos. Nesse contexto, a disciplina Metodologia do
Trabalho Científico constitui uma iniciação nas práticas de investigação e tem o propósito de discutir
conceitos e características da ciência, bem como de familiarizar os alunos com técnicas de estudo e de
pesquisa científica. Sendo assim, abordaremos, nesta disciplina, métodos e técnicas de estudo
fundamentais para a compreensão e análise de textos escritos, entre os quais a leitura, a análise
textual, as técnicas de fichamento, de resumo e de síntese. Trataremos também das normas que
regem a publicação de trabalhos científico-acadêmicos, bem como questões vinculadas à participação
em congressos. Discutiremos ainda os principais conceitos envolvidos nas atividades de pesquisa, as
etapas pertinentes à elaboração do projeto e do trabalho monográfico, assim como a constituição de
bases de dados, entrevistas, utilização de fontes e de recursos eletrônicos.
As atividades apresentadas ao longo da disciplina podem ser realizadas com maior
flexibilidade de tempo, por integrarem um curso a semipresencial e ou distancia, mas não se deve
esquecer de que foram planejadas para serem concluídas com prazo determinado. Além disso, é
necessário conscientizar-se de que as leituras e orientações devem ser complementadas pela
bibliografia indicada no programa da disciplina.
OBJETIVO E CONTEÚDO
Objetivamos, neste curso, fornecer ao aluno condições para planejamento e
operacionalização de projeto de pesquisa e de trabalho monográfico. Para tanto, partimos de uma
discussão introdutória sobre a teoria do conhecimento e sobre a natureza, objetivos, concepções
metodológicas, tipos e as principais fases de um projeto de pesquisa, a fim de capacitá-lo na redação
de textos científicos. Sob esse foco, o curso foi estruturado em módulos, contemplando o seguinte
conteúdo:
MODULO I – CIÊNCIAS
1. VISÃO GERAL
Enquanto a investigação empírica do mundo natural
encontra-se descrita desde a antiguidade, a exemplo
por Aristóteles, Teofrasto e Caio Plínio Segundo (ver: ciência
greco-romana), e o método científico desde a Idade Média, a
exemplo por Ibn al-Haytham, Abu Rayhan Biruni e Roger Bacon, o
surgimento do que se chama hoje por ciência moderna é
normalmente definido como coincidente com o início da Idade
Moderna e com uma fase da história que ficou conhecida como
a Revolução Científica dos séculos XVI e XVII. Esse período
sucede o final da Idade Média e engloba a Renascença, época
marcada pela retomada dos conhecimentos clássicos produzidos
pelos gregos há cerca de dois milênios atrás e por uma
subsequente enorme evolução nas ideias científicas ligadas à
Galileo Galilei, uma das grandes
personalidades
da
época
física, à astronomia, e à biologia, entre outras (WIKIPÉDIA, 2012).
da revolução científica. Galileu é tido
Não renegando-se a importância de obras e
por muito como pai da ciência
personalidades anteriores, àquela época a primeira teoria que se
moderna
graças
às
suas
consolidaria em moldes modernos seria a teoria
contribuições no que se refere ao uso
da mecânica conforme proposta por Isaac Newton, encontrandodo método experimental na busca
pela compreensão da natureza.
se esta pela primeira vez no renomado livro Philosophiae
Galileu morreu no ano em que Isaa
Naturalis Principia Mathematica, publicado em 5 de julho de 1687
Newton nasceu, e suas contribuição
(WIKIPÉDIA, 2012).
mostrariam-se decisivas para a
A obra se tornaria uma verdadeira lenda dentro
consolidação da mecânica clássica,
da história e da ciência pois a publicação do "Principia" - conforme
levada a cabo por Newton com a
publicação do "Principia".
ficou conhecido - que contém, além da lei da gravitação universal,
as três leis de Newton para adinâmica dos corpos, determinaria uma verdadeira revolução na ciência,
na sociedade, e na forma de se pensar e compreender a natureza.
Dada a acuracidade da teoria da mecânica frente os fatos conhecidos à época, nos dois
séculos que se seguiram as ideias mecanicistas do universo se propagaram com vigor não só para as
diversas subáreas da física como também para as mais variadas áreas do conhecimento, e sua difusão
seria tão frutífera abrangente que a visão de mundo mecanicista perduraria sólida e inabalável até o
primeiro ano do século XX, ano em que Max Planck e cinco anos mais tarde Albert
Einstein estabeleceriam um segundo marco na ciência, e levariam a ciência moderna à era da física
moderna. Graças à física a ciência moderna se estabelecera, e graças a ela a ciência moderna
evoluiria a passos largos no século XX a ponto deste século ser reconhecido pela comunidade
científica como o século da física.
As mudanças mais recente e significativas nos paradigmas científicos em tempos atuais se
devem contudo não à física mas sim à outra área da ciência natural, a biologia. Ao que tudo indica,
apoiada pelo avanço tecnológico-científico ocorrido, a biologia será para a ciência do século XXI o que
o a física representou para a mesma no século XX.
2. ORIGENS DA CIÊNCIA
Em uma visão cronológica a ciência nasceu como uma
tentativa de se achar respostas para os questionamentos humanos,
questionamentos como "o que há lá fora?", "do que o mundo é
feito?", "qual é o segredo da vida?" e "como chegamos até aqui?"
(BBC, 2011). Mais do que capaz de satisfazer a curiosidade,
mostrou-se gradualmente como uma verdadeira ocupação,
inspirando trabalhos de vidas inteiras.
Isso porque se percebeu que, por meio da observação e
experimentação do método científico era possível não só
compreender o mundo que nos cerca, mas também a nós mesmos,
isso de forma a impelir o desenvolvimento de novas tecnologias e,
assim, melhorar a qualidade de vida das pessoas. Nesse sentido,
Ptolomeu. Na Grécia Antiga
embora não exista por si só e sim como uma produção humana, a
encontram-se as origens do
ciência é, de longe, a ferramenta mais indispensável à manutenção
pensamento científico.
do progresso.
Com um longo caminho ainda a trilhar antes de atingir a definição e status atual, o aqui com
ressalvas chamado "pensamento científico" surgiu na Grécia Antiga com os pensadores présocráticos que foram chamados de Filósofos da Natureza e também Pré-cientistas. Nesse período a
sociedade ocidental pela primeira vez ousou abandonar a forma de pensar baseada
em mitos e dogmas para estabelecer uma nova forma de pensar, uma forma de pensar naturalista
baseada no ceticismo.
O pensamento dogmático coloca as ideias como sendo superiores ao que se observa. O
Pensamento cético coloca o que é observado como sendo superior às ideias. Por mais que se observe
fatos que destruam o dogma, uma pessoa com pensamento dogmático preservará o seu dogma. Para
a ciência uma teoria é composta por um corpo de fatos e ideias, e se observarem-se fatos que
comprovem a falsidade da ideia, o cientista tem a obrigação de modificar ou reconstruir a teoria.
Na época de Sócrates e seus contemporâneos, o pensamento científico se consolidou,
principalmente com a difusão do conceito de prova científica (ao rigor moderno, "evidência científica",
"fato científico") atrelado à observância de repetição do fenômeno natural.
Embora não se encontre na Grécia antiga a definição de ciência em moldes modernos, é nela
que encontra-se o primeiro passo para se alcançá-la. Tanto as religiões como a ciência tentam
descrever a natureza. A diferença está na forma de pensar. O cientista não aceita descrever o natural
com o sobrenatural, e para ele é necessária a observação de evidências que eventualmente falseiam
as ideias. Para um cientista a ciência é uma só, pois a natureza é apenas uma. Sendo assim, as ideias
da física devem complementar as ideias da química, da paleontologia, geografia e assim por diante.
Embora a ciência seja dividida em áreas, para facilitar o estudo, ela ainda continua sendo apenas uma.
3. CONCEITOS E DEFINIÇÃO DE CIÊNCIAS
A ciência é um conjunto de atitudes e atividades racionais dirigidas ao sistemático
conhecimento com objetivo limitado, capaz de ser submetido à verificação”, diz Ferrari (1974, p.8) apud
Lakatos e Marconi (1991, p.80).
É um “[...] conjunto de proposições logicamente correlacionadas sobre comportamento de
certos fenômenos que se deseja estudar” estabelem Lakatos e Marconi (1991, p.80). Consiste em “[...]
estudo, com critérios metodológicos, das relações existentes entre causa e efeitos de um fenômeno
qualquer, no qual o estudioso se propõe a demonstrar a verdade dos fatos e sua aplicações práticas”,
conforme Oliveira (2001, p.47).
Em sentido amplo, ciência (do latim scientia, traduzido por "conhecimento") refere-se a
qualquer conhecimento ou prática sistemáticos. Em sentido estrito, ciência refere-se ao sistema de
adquirir conhecimento baseado no método científico bem como ao corpo organizado de conhecimento
conseguido através de tais pesquisas (SCIENCE, 2009).
Este artigo foca o sentido mais estrito da palavra. Embora as duas estejam fortemente
interconectadas, a ciência tal como enfatizada neste artigo é muitas vezes referida como ciência
experimental a fim de diferencia-la da ciência aplicada, que é a aplicação da pesquisa científica a
necessidades humanas específicas.
A ciência é o esforço para descobrir e aumentar o conhecimento humano de como o Universo
funciona. Refere-se tanto a (o): Investigação ou estudo racionais do Universo, direcionados à
descoberta da verdade e/ou realidade universais. Tal estudo ou investigação é metódico e
compulsoriamente realizado em acordo com o método científico um processo de avaliar
o conhecimento empírico; corpo organizado de conhecimentos adquiridos por tais estudos e pesquisas
(WIKIPÉDIA, 2012).
A ciência é o conhecimento ou um sistema de conhecimentos que abarca verdades gerais ou
a operação de leis gerais especialmente obtidas e testadas através do método científico. Nestes termos
ciência é algo bem distinto de cientista, podendo ser definida como o conjunto que encerra em si o
corpo sistematizado e cronologicamente organizado de todas as teorias científicas (destaque
normalmente é dado para os paradigmas válidos) bem como o método científico e todos os recursos
necessários à elaboração das mesmas (WIKIPÉDIA, 2012).
Da definição segue que um cientista é um elemento essencial à ciência, e como qualquer ser
humano dotado de um cérebro imaginativo que implica sentimentos e emoções, o cientista certamente
também tem suas crenças convicções que vão além das verdades gerais podendo esse até mesmo
ser, não raramente ou obstante, um teísta ou religioso convicto. Ao definirem-se ciência e cientista é de
relevância ressaltar por tal que a definição de ciência exige expressamente que o cientista saiba
manter suas crenças longe de seus artigos científicos e das teorias científicas com as quais esteja a
trabalhar; constituindo-se estes dois elementos ciência e cientista por definições certamente muito
distintas, portanto (WIKIPÉDIA, 2012).
Da correta compreensão é fato que a ciência não exclui os crentes, teístas e/ou religiosos do
seu leque de cientistas; contudo é também fato que a ciência, graças aos pré-requisitos do método
científico, exclui por completo, dela e de suas teorias científicas, as convicções não testáveis ou
contraditas via fatos daqueles, sendo a ciência por parágrafo constitutivo explícito em definição stricto
sensu expressamente cética e secular no que lhe cabe (SINGH, 2002).
4. PILARES DO PENSAMENTO CIENTÍFICO
A ciência constrói castelos de realidade sobre fundações tangíveis, e não castelos
de fantasias sobre ilusões. Com os gregos encontra-se a origem da ciência e de lá para cá aprendeu-
se muito, de forma que hoje pode-se dizer que a ciência apóia-se basicamente, entre outros, sobre
cinco pilares:
1. Princípio fundamental: o principal objetivo da ciência é compreender o Universo em sua
realidade e totalidade.
2. Princípio Uno: a ciência é única, pois o universo tangível também o é.
3. Principio naturalista: nunca usar o sobrenatural para descrever a natureza e o Universo.
As ideias propostas devem manter-se compulsoriamente atadas a fatos naturalmente verificáveis;
devem ser inequivocamente corroborada por tantos quanto os possíveis, e por pelo menos por um.
4. Princípio da falseabilidade: as hipóteses devem ser sempre testáveis (falseáveis);
apenas um novo fato verificável contudo contraditório é suficiente para que as ideias teóricas
conflitantes sejam compulsoriamente recicladas ou abandonadas.
5. Princípio da generalidade e simplicidade: as teorias científicas devem ser as mais
simples e abrangentes possíveis. Trata-se da conhecida Navalha de Ockham: "se em tudo o mais
forem idênticas às várias explicações de um fenômeno, a mais simples é a melhor" (William de
Ockham). Igualmente assume-se que: se em tudo o mais forem igualmente complicadas as várias
explicações para um conjunto de fenômenos em enfoque, a mais abrangente é a melhor.
5. OBJETIVOS DAS CIÊNCIAS
A ciência não se considera dona da verdade absoluta e
inquestionável. A partir do racionalismo crítico, todas as suas
"verdades" podem ser quebradas, bastando apenas um pingo de
evidência. A ciência, pois cria modelos e destes tira conclusões
acerca da realidade intrínseca e inerente ao universo natural,
valendo-se para tal de observações cautelosas da natureza, de
experimentação, e dos fatos destas resultantes.
A ciência não é uma fonte de julgamentos de valores
subjetivos, apesar de poder certamente tomar parte em casos
de ética e política pública ao enfatizar as prováveis consequências
naturais das ações tomadas. O que alguém projeta não apenas a
partir de hipóteses científicas válidas mas também a partir de A ciência tem objetivos definidos, e
embora nem sempre acerte na
bases oriundas de outras áreas de conhecimento que não as
mosca, ela esforça-se ao máximo
científicas não se configura em um tópico científico, e o método para fazê-lo, e mantem-se sob
científico não oferece qualquer assistência ou corroboração para
quem deseja fazê-lo dessa maneira.
A justificativa científica via refutação para muitas coisas é, ao contrário, frequentemente
exigida e, por questão de lógica, espera-se que válida, mesmo em áreas fora da ciência. Faz-se claro,
contudo que, nestes casos, os valores dos julgamentos sobre o que concerne à ciência tais como
veracidade e cientificidade da questão são intrínsecos à ciência.
O objetivo subjacente o propósito da ciência para a sociedade e indivíduos é o de
produzir modelos úteis da realidade. Tem-se dito que é virtualmente impossível fazerem-se
inferências a partir dos sentidos humanos que realmente descrevam o que "é". Por outro lado, como
dito, a ciência pode fazer predições baseadas em teorias oriundas das observações, e é inegável que
essas predições geralmente beneficiam a sociedade ou indivíduos humanos que fazem uso delas; por
exemplo, a física Newtoniana, e em casos mais extremos a relatividade, nos permitem compreender e
predizer desde a dinâmica de uma bola de bilhar e o efeito que terá em outras até trajetórias de sondas
espaciais e satélites. Do efeito em uma bola de futebol ao vôo de um avião passando certamente pela
construção de casas e edifícios, deve-se muito à mecânica de Newton.
As ciências sociais nos permitem predizer (com acurácia limitada até agora) coisas como a
turbulência econômica e também permite melhor entender o comportamento humano, o que leva à
produção de modelos úteis da sociedade e consequências como a elaboração de políticas
governamentais mais adequadas visto que encontram-se empiricamente suportadas.
A Física, a Química e a Biologia juntas têm
transformado nossa vida diária ao fornecerem a
estrutura tecnológico-científica necessária para se
transferi o árduo labor antes diretamente posto pela
natureza sobre nossos ombros à maquinaria auxiliar
que hoje nos cerca. Nos tempos modernos, essas
disciplinas científicas segregadas estão cada vez mais
sendo utilizadas conjuntamente a fim de produzirem-se
modelos e ferramentas cada vez mais complexos.
Em resumo, a ciência produz modelos
úteis sobre o universo natural os quais nos permitem
fazer predições e construir equipamentos de apoio
cada vez mais úteis. A ciência tenta descrever o que é
A ciência é uma atividade coletiva, por razões
e procura dizer o que pode ser, mas não é capaz práticas, e por definição. Na foto, Niels
de impor o que é ou o que será o que é impossível de Bohr, Werner Heisenberg, Wolfgang Pauli, Otto
se fazer, para razões naturais. Procura fazer com que Stern, Lise Meitner e outros, em um colóquio com
a natureza jogue a nosso favor, e não contra nós, sem, o ganhador do Prêmio Nobel de Física, em 1937.
contudo afrontá-la.
A ciência é uma ferramenta útil… é um corpo crescente de entendimento que nos permite
identificarmo-nos mais eficazmente com o meio ao nosso redor e nos permite decidir sobre a melhor
forma de adaptarmo-nos e evoluirmos como uma sociedade unida, contudo independentemente.
O individualismo é uma suposição tácita subjacente a muitas bases empíricas da ciência que
trata a ciência como se ela fosse puramente uma forma de um único indivíduo confrontar a natureza,
testando e predizendo hipóteses. Ao rigor da análise, contudo, a ciência é sempre uma
atividade coletiva conduzida por uma comunidade científica. Isso pode ser demonstrado de várias
maneiras; mesmo o resultado mais básico e trivial proveniente da ciência é comunicado com
uma linguagem; é por tal de se esperar que os valores das comunidades científicas permeiem a ciência
que elas produzam.
6. CIÊNCIA E RELIGIÃO
O pensamento religioso e o pensamento científico perseguem objetivos diferentes, mas não
opostos. A ciência procura saber como o universo existe e funciona desta maneira. A religião procura
saber por que o universo existe e funciona desta maneira. Os conflitos entre a ciência e a religião
produzem-se quando um dos dois pretende responder às questões atribuídas ao outro.
No entanto, para alguns sociólogos e etnólogos, como Emile Durkheim, a fronteira que
separa a ciência do pensamento religioso não é impermeável. No livro Nas Formas elementares da
vida religiosa (1912), Durkheim mostra que os quadros de pensamento científico como a lógica ou as
noções de tempos e de espaço encontram a suas origens nos pensamentos religiosos e mitológicos.
Contudo, apesar deste parentesco, os discursos científico e teológico frequentemente
chocaram-se na história. Casos como o de Hipátia de Alexandria, que testemunhou tal conflito em sua
forma típica, ocorrem desde os primórdios dos tempos, e no cristianismo, o processo de Galileu Galilei,
em 1633, marca o divórcio entre o pensamento científico e o pensamento religioso, este iniciado pela
execução de Giordano Bruno em 160.
O Concílio de Niceia de 325 tinha instaurado na Igreja o argumento dogmático segundo o
qual Deus tinha cria o céu e a terra em sete dias. Como explicações científicas foram possíveis a partir
deste credo, que não se pronunciava sobre a produção do mundo, esta lacuna teológica permitiu certa
atividade científica até a Idade Média, entre as quais a principal foi a Astronomia. Concile de
Trinta (1545-1563) autorizou as comunidades religiosas a efetuar investigações científicas. Se o
primeiro passo em prol do heliocentrismo que coloca a Terra em rotação em redor do Sol é feito
pelo Nicolau Copérnico, Galileu defronta-se com a posição da Igreja a favor de Aristóteles, e por
conseguinte, do Geocentrismo, ao apresentar não apenas a proposta como também sólidas evidências
experimentais a favor desta. Foi necessário esperar que Johannes Kepler prolongasse os trabalhos de
Galileu e de Tycho Brahe para fazer-se aceitar o movimento da Terra. A separação definitiva entre
ciência e religião é consumada no século XVIII, durante o Iluminismo.
Na maioria das outras religiões, a ciência também não é oposta à religião. No Islamismo, a
ciência é favorecida porque ela não existe clero instituído; além disso, o mundo é visto como um código
a decifrar para compreender as mensagens divinas. Assim, na Idade Média, a ciência árabemuçulmana prosperou e desenvolveu a Medicina, a Matemática e
principalmente a Astronomia.
O embate entre ciência e autoridades religiosas é
antigo; existe desde os primórdios da ciência, e nem sempre é
pacífico. O "processo do macaco", um dos poucos casos onde
não houve queima de evidências - e de seus defensores tramitou pela corte de justiça norte-americana em 2005; embora,
mesmo presidido por um juiz criacionista, a ciência tenha levado a
melhor neste caso, é certo que o embate está longe de um fim,
mesmo em tempos modernos.
No século XIX os cientistas afirmam que a ciência é a
única que pode explicar o universo e que a religião é o "ópio do
povo", como diria mais tarde Karl Marx, que fundou a
visão materialista. Os sucessos científicos e técnicos, que
melhoram a civilização e a qualidade de vida, se somam ao
progresso científico e batem de frente com os dogmas religiosos em sua totalidade. As teorias
da Física (principalmente a teoria quântica) e da Biologia (com a teoria da evolução de Charles
Darwin), as descobertas da Psicologia (pela qual o sentimento religioso é um fenômeno interno ou
mesmo neurológico), superam as explicações místicas e espirituais. Contudo, muitos religiosos,
como Pierre Teilhard de Chardin e Georges Lemaître, tentam combinar as explicações científicas e
a ontologia religiosa. A encíclica Fides et ratio (1993), do Papa João Paulo II, reconhece que a religião
cristã e a ciência são dois modos de explicar o mundo.
No século XX, a confrontação dos partidários da teoria da evolução e dos criacionistas,
frequentemente procedentes das correntes religiosas mais radicais, cristalizam o difícil diálogo da fé e
da razão. "O processo do macaco" (a propósito da ascendência do homem) ilustra assim um debate
permanente na sociedade (GOLDING, 2006). Por último, alguns filósofos e epistemólogos interrogamse sobre a natureza da relação entre as duas instituições. O paleontólogo Stephen Jay Gould em "Que
Darwin Seja!" fala de dois magistérios, cada um permanecendo mestre do seu território mas não se
intrometendo nos assuntos do outro, enquanto que Bertrand Russell menciona na sua obra "Ciência e
religião" os conflitos entre os oponentes.
7. COMUNIDADE CIENTIFICA
A comunidade científica consiste no corpo de cientistas,
suas relações e interações, e nos meios necessários à manutenção
destas. Ela é normalmente dividida em "sub-comunidades", cada
uma trabalhando em um campo particular dentro da ciência.
Contudo, assim como a ciência é única, também o é a comunidade
científica.
7.1. instituições
Fachada da Royal Society, em
Londres, Inglaterra.
As sociedades científicas para a comunicação e para a
promoção de ideias e experimentos científicos existem desde o período da Renascença (PARROTT,
2007) A mais antiga instituição que ainda existe atualmente é a Accademia dei Lincei na Itália (2006).
As academias de ciência nacionais são instituições especiais - geralmente atreladas e apoiadas pelos
governos - que existem em vários países; as primeiras de que se tem notícia são a Royal
Society, inglesa, fundada em 1660 (Brief history of the Society, 2007) e a Académie des
Sciences, francesa, esta fundada em 1666 (MEYNELL, 2007)
Outras organizações nacionais incluem a National Scientific and Technical Research
Council na Argentina, CSIRO na Austrália, Centre national de la recherche scientifique na França,
Deutsche Forschungs gemeinschaft na Alemanha, CSIC na Espanha e Academia de Ciências da
Rússia.
Organizações científicas internacionais, como International Council for Science, tem sido
formadas para promover a cooperação entre as comunidades científicas de diferentes países.
Recentemente, agências governamentais influentes tem sido criadas para dar suporte à pesquisa
científica, incluindo a National Science Foundation nos Estados Unidos.
8. CARACTERIZAÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
Durante muito tempo, a pesquisa científica foi encarada como algo excepicional, que ocorria
por inspiração, independente de planejamento, ou seja, era “coisa de gênio”. Modernamente já se
entende que descobertas e invenções modernas não ocorrem por acaso, mas através de pesquisas
sistemáticas.
No entanto, em outro sentido, houve uma generalização do termo “pesquisa”, que vem sendo
relacionada a trabalho escolares que se constituem, muitas vezes, em repetições de experiências já
realizadas, síntese de textos (ANDRADE, 2004). Por isso, deve se atentar para algumas propriedades
e características da ciência. De acordo com Salomon (1996, p. 107), uma atividade é considerada
científica quando:
a) produz ciência;
b) ou dela deriva;
c) acompanha seu modelo de tratamento.
Nesse sentido, trabalho científico, segundo o autor, passa a designar a concreção da
atividade científica, ou seja, a pesquisa e o tratamento por escrito de questões abordadas
metodologicamente.
9. FORMAS DE CONHECIMENTO
O ser humano sente necessidade de conhecer, de compreender o mundo que o cerca, e
busca fazê-lo através de suas capacidades. Trata-se de uma relação que supõe três elementos: o
sujeito, o objeto e a imagem que se tem da realidade. O conhecimento não nasce no vazio. O homem
pode adquirir conhecimento por meio de sensações, da percepção, da imaginação, da memória, da
linguagem, do raciocínio e da intuição.
Há diversas modalidades de conhecimento, que se originam de diferentes fontes: a
observação, as experiências acumuladas ao longo da vida, as crenças religiosas, os relacionamentos,
as diferentes leituras são fontes de conhecimento. Lakatos; Marconi (2007, p. 15-21) apresentam as
principais formas de conhecimento:
a) Conhecimento popular (senso comum) - também chamado conhecimento vulgar, baseia-se em
informações obtidas por meio da convivência familiar e social, e caracteriza- se, em geral, por ser:
• valorativo - estados de ânimos e emoções da vida diária; os valores do sujeito impregnam
o objeto conhecido;
• reflexivo - mas limitado pela familiaridade com o objeto, isto é, não pode ser reduzido a
uma formulação geral;
• assistemático - fundamenta-se nas experiências particulares do sujeito cognoscente que
apreende o objeto conhecido, não possuindo um sistema organizado de ideias;
• verificável- perceptível no cotidiano do sujeito cognoscente;
• falível e inexato - limita-se à aparência e às informações sobre o objeto.
b) Conhecimento filosófico - caracteriza-se pelo esforço da ração pura para questionar os problemas
humanos e poder discernir entre o certo e o errado, unicamente recorrendo às luzes da própria razão
humana, com as seguintes características:
• valorativo - suas hipóteses não são submetidas à observação; o conhecimento filosófico
emerge da experiência e não da experimentação;
• não verificável - e seus resultados não podem ser confirmados nem rejeitados, pois seus
enunciados são frutos da experiência;
• racional - conjunto de enunciados logicamente relacionados;
• sistemático - suas hipóteses e enunciados têm de representar objetivamente a realidade
estudada;
• infalível e exato - seus postulados e hipóteses não são submetidos ao teste de observação
ou experimentação.
c) Conhecimento religioso (teológico) - funda-se na ideia de que as verdades tratadas são infalíveis
e indiscutíveis por se consistirem em revelações de uma divindade (sobrenatural). Caracteriza-se por
ser:
• valorativo - suas doutrinas contêm pressupostos sagrados;
• inspiracional - reveladas pelo sobrenatural;
• infalível - pressupostos indiscutíveis e exatos;
• sistemáticos - conhecimento organizado do mundo - origem, significado, finalidade e
destino revelado por divindades;
• não verificável - o conhecimento revelado implica uma atitude de fé.
d) Conhecimento científico (real) - lida com ocorrências ou fatos, isto é, com toda forma de existência
que se manifesta de algum modo e apresenta as características relacionadas a seguir:
• contingente - suas proposições ou hipóteses têm sua veracidade ou falsidade conhecida
por meio da experimentação e não apenas da razão;
• sistemático - saber ordenado logicamente formado em sistema de ideias, [teoria] e não
conhecimentos dispersos e desconexos;
• verificabilidade - suas hipóteses são verificadas - observação/experimentação para
comprovação/refutação;
• falível - verdades não definitivas e/ou absolutas;
• aproximadamente exato - novas proposições e desenvolvimento de técnicas podem
reformular o acervo de teoria existente.
A seguir, vejamos um quadro das características dos quatro tipos de conhecimento:
MODULO II – PESQUISA
1. CONCEITUAÇÃO DE PESQUISA
Nos cursos, em todos os níveis, exige-se, da parte do estudante, alguma atividade de
pesquisa. Esta, efetivamente tem sido mal compreendida quanto à sua natureza e finalidade por parte
de alguns alunos e professores. Muito do que se chama de pesquisa não passa de simples compilação
ou cópia de algumas informações desordenadas ou opiniões várias sobre determinado assunto e, o
que é pior, não referenciada devidamente.
Assim, pesquisar, num sentido amplo, é procurar uma informação que não se sabe e que se
precisa saber. Consultar livros e revistas, verificar documentos, conversar com pessoas, fazendo
perguntas para obter respostas, são formas de pesquisa, considerada como sinônimo de busca, de
investigação e indagação. Este sentido amplo de pesquisa opõe-se ao conceito de pesquisa como
tratamento de investigação científica que tem por objetivo comprovar uma hipótese levantada, através
do uso de processos científicos (ALMEIDA JÚNIOR, 1988, p. 102).
Mas, o que é realmente uma pesquisa? Segundo Lakatos e Marconi (1987, p.15) “a pesquisa
pode ser considerada um procedimento formal com método de pensamento reflexivo que requer um
tratamento científico e se constitui no caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir
verdades parciais”.
Segundo Ludke e André (1986), para realizar uma pesquisa é preciso promover um confronto
entre o dados, as evidências, as informações coletadas sobre determinado assunto e o conhecimento
teórico acumulado a respeito dele. Esse conhecimento é não só fruto da curiosidade, da inquietação,
da inteligência e da atividade investigativa do pesquisador, mas também da continuação do que foi
elaborado e sistematizado pelos que já trabalharam o assunto anteriormente.
Significa muito mais do que apenas procurar a verdade, mas descobrir respostas para
perguntas ou soluções para os problemas levantados através do emprego de métodos científicos. Para
os iniciantes em pesquisa o mais importante deve ser a ênfase, a preocupação na aplicação do método
científico do que propriamente a ênfase nos resultados obtidos. O objetivo dos principiantes deve ser a
aprendizagem quanto à forma de percorrer as fases do método científico e à operacionalização de
técnicas de investigação. À medida que o pesquisador amplia o seu amadurecimento na utilização de
procedimentos científicos, torna-se mais hábil e capaz de realizar pesquisas (BARROS; LEHFELD,
1986, p. 88).
As pesquisas devem contribuir para a formação de uma consciência crítica ou um espírito
científico do pesquisador. O estudante, apoiando-se em observações, análise e deduções
interpretadas, através de uma reflexão crítica, vai, paulatinamente, formando o seu espírito científico, o
qual não é inato. Sua edificação e seu aprimoramento são conquistas que o universitário vai obtendo
ao longo de seus estudos, da realização de pesquisas e elaboração de trabalhos acadêmicos. Todo
trabalho de pesquisa requer: imaginação criadora, iniciativa, persistência, originalidade e dedicação do
pesquisador.
2. TIPOLOGIA DA PESQUISA
Os critérios utilizados para classificar os diferentes tipos de pesquisa variam, de acordo com
a área da ciência, a natureza, os objetivos, os procedimentos, o objeto, a forma de abordagem.
Quanto à área da ciência, a pesquisa pode ser teórica, metodológica, empírica e prática.
A pesquisa teórica dedica-se ao estudo das teorias; a metodológica relaciona-se às
diferentes maneiras de estudar a ciência; a empírica ocupa-se com a face
mensurável da realidade social e a prática se propõe a intervir na realidade social.
As pesquisas podem classificar-se com base em diferentes critérios.
Segundo a natureza, pode tratar-se de um trabalho científico original ou um resumo
de assunto.
De acordo com os procedimentos, pode constituir-se em uma pesquisa de campo ou
de fonte de papel.
Quanto ao objeto, pode ser uma pesquisa bibliográfica, de laboratório ou de campo.
Conforme a forma de abordagem, ainda pode ser uma pesquisa quantitativa ou
qualitativa. Vejamos como se caracterizam algumas delas, de acordo com Andrade
(2004, p. 19):
3. PESQUISA QUANTO À NATUREZA
Nesse sentido, a pesquisa pode constituir-se de um trabalho original ou de um resumo do
assunto. No primeiro caso, trata-se de uma pesquisa realizada pela primeira vez, que venha a
contribuir com novas conquistas e descobertas para a evolução do conhecimento científico; no
segundo, consiste de uma pesquisa fundamentada em trabalhos mais avançados, publicados por
autoridades no assunto. Dispensa a originalidade, mas não o rigor científico, não se limitando a ser
simples cópia das ideias. São qualidades necessárias num resumo de assunto: análise e interpretação
dos fatos e ideias, metodologia adequada, originalidade de ponto de vista no enfoque ao tema.
4. NÍVEIS DE PESQUISA: QUANTO AO OBJETIVO
É possível agrupar as pesquisas em três níveis ou grupos, de acordo com o objetivo:
exploratórias, descritivas ou explicativas (GIL, 2006, p. 43).
4.1. Pesquisa exploratória
Estas pesquisas têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com
vistas a tomá-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como
objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições. Seu planejamento é
portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos
relativos ao fato estudado. Na maioria dos casos, essas pesquisas envolvem: (a) levantamento
bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema
pesquisado; e (c) análise de exemplos que “estimulem a compreensão” (SELLTIZ et al., 1967, p.63).
Embora o planejamento da pesquisa exploratória seja bastante flexível, na maioria dos casos
assume a forma de pesquisa bibliográfica ou de estudo de caso, respectivamente tem como finalidade
proporcionar maiores informações sobre determinado assunto, facilitar a delimitação de um tema de
trabalho.
Normalmente constituem a primeira etapa de uma investigação mais ampla. Desenvolve-se
com o objetivo de proporcionar uma visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato (GIL,
2006, p. 43). É realizada especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil
sobre ele formular hipóteses precisas e operacionalizáveis.
A pesquisa exploratória permite definir objetivos ou formular as hipóteses de uma pesquisa
mais ampla, descobrir novo enfoque para o tema, avaliar a possibilidade de se desenvolver uma boa
pesquisa sobre determinado tema. Envolve, habitualmente, levantamento bibliográfico e documental,
entrevistas não padronizadas e estudos de caso. Procedimentos de amostragem e técnicas
quantitativas de coleta de dados não são costumeiramente aplicados nesse tipo de pesquisa.
4.2. Pesquisa descritiva
Tal pesquisa observa, registra, analisa e ordenam dados, sem manipulá-los, isto é, sem
interferência do pesquisador. Assim, para coletar tais dados, utiliza-se de técnicas específicas, tais
como: entrevista, formulário, questionário e observação, leitura analítica (ALMEIDA, 1996, p. 104).
A diferença entre a pesquisa experimental e a pesquisa descritiva é que esta procura
classificar, explicar e interpretar fatos que ocorrem espontaneamente, enquanto a pesquisa
experimental pretende demonstrar as causas ou o modo pelo qual um fato é produzido. A pesquisa
descritiva pode assumir diversas formas, entre as quais se destacam: pesquisa bibliográfica,
documental, de campo, de opinião, de motivação, exploratória, histórica e estudo de caso.
As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial à descrição das características de
determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. Serão
inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas características mais
significativas estão na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário
e a observação sistêmica.
Entre as pesquisas descritivas, salientam-se aquelas que tem por objetivo estudar as
características de um grupo: sua distribuição por idade, sexo, procedência, nível de escolaridade,
estado de saúde física e mental etc. Outras pesquisas deste tipo são as que se propõem a estudar o
nível de atendimento dos órgãos públicos de uma comunidade, as condições de habitação de seus
habitantes, o índice de criminalidade que se registra etc. Serão incluídas neste grupo as pesquisas que
têm por objetivo levantar as opiniões, atitudes e crenças de uma população. Também serão pesquisas
descritivas aquelas que visam descobrir a existência de associações entre variáveis, como, por
exemplo, as pesquisas eleitorais que indicam a relação entre preferência político-partidário e nível de
rendimentos ou de escolaridade.
Algumas pesquisas descritivas vão além da simples identificação da existência de relações
entre variáveis, e pretendem determinar a natureza dessa relação. Nesse caso, tem-se uma pesquisa
descritiva que se aproxima da explicativa. Há, porém, pesquisas que, embora definidas como
descritivas com base em seus objetivos acabam servindo mais para proporcionar uma nova visão do
problema, o que as aproxima das pesquisas exploratórias.
As pesquisas descritivas são, juntamente com as exploratórias, as que habitualmente
realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuação prática. São também as mais
solicitadas por organizações como instituições educacionais, empresas comerciais, partidos políticos
etc. Geralmente assumem a forma de levantamento.
Visa observar, registrar, analisar, classificar e interpretar os dados sem interferência, sem
manipulação do pesquisador. Entre essas pesquisas estão as de opinião, as mercadológicas, os
levantamentos sócio-econômicos e psicossociais, em suma, a maioria das pesquisas desenvolvidas
nas Ciências Humanas e Sociais. Envolve técnica padronizada da coleta de dados, realizada
principalmente através de questionários e da observação sistemática.
4.3. Pesquisa explicativa
Essas pesquisas têm como preocupação central identificar os fatores que determinam ou que
contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Esse é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o
conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas. Por isso mesmo, é o tipo
mais complexo e delicado, já que o risco de cometer erros aumenta consideravelmente.
Pode-se dizer que o conhecimento científico está assentado nos resultados oferecidos pelos
estudos explicativos. Isso não significa, porém, que as pesquisas exploratórias e descritivas tenham
menos valor, porque quase sempre constituem etapa prévia indispensável para que se possa obter
explicações cientificas. Uma pesquisa explicativa pode ser a continuação de outra descritiva, posto que
a identificação dos fatores que determinam um fenômeno exige que este esteja suficientemente
descrito e detalhado.
As pesquisas explicativas nas ciências naturais valem-se quase exclusivamente do método
experimental. Nas ciências sociais, a aplicação deste método reveste-se de muitas dificuldades, razão
pela qual se recorre também a outros métodos, sobretudo ao observacional. Nem sempre se toma
possível a realização de pesquisas rigidamente explicativas em ciências sociais, mas em algumas
áreas, sobretudo da psicologia, as pesquisas revestem-se de elevado grau de controle, chegando
mesmo a ser chamada “quase experimental”.
Registra, analisa e interpreta os fenômenos estudados, procurando identificar suas razões,
seus fatores determinantes, suas causas. Embora esteja mais sujeita a erros, é o tipo de pesquisa que
aprofunda o conhecimento da realidade e, por isso, fundamenta o conhecimento científico.
A maioria das pesquisas explicativas utiliza o método experimental, caracterizado pela
manipulação e controle das variáveis, com o objetivo de identificar qual a variável independente que
determina a causa da variável dependente ou do fenômeno em estudo. Assume, em geral, a formas de
Pesquisa Experimental e Pesquisa Ex-post-facto. Ainda se podem apontar as seguintes modalidades
de pesquisa
• Teórica - a que tem como objetivo ampliar generalizações, definir leis mais amplas,
estruturar sistemas e modelos teóricos, relacionar e enfeixar hipóteses.
• Aplicada - a que tem como objetivo investigar, comprovar ou rejeitar hipóteses sugeridas
pelos modelos teóricos.
5. COMO CLASSIFICAR AS PESQUISAS COM BASE NOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS
UTILIZADOS?
A classificação das pesquisas em exploratórias, descritivas e explicativas é muito útil para o
estabelecimento de seu marco teórico, ou seja, para possibilitar uma aproximação conceitual. Todavia,
para analisar os fatos do ponto de vista empírico, para confrontar a visão teórica com os dados da
realidade, torna-se necessário traçar um modelo conceitual e operativo da pesquisa. Na literatura
científica da língua inglesa, esse modelo recebe o nome de design, que pode ser traduzido como
desenho, designo ou delineamento.
Desses três termos, o mais adequado é delineamento, já que bem expressa as ideias de
modelo, sinopse e plano. O delineamento refere-se ao planejamento da pesquisa em sua dimensão
mais ampla, que envolve tanto a diagramação quanto a previsão de análise e interpretação de coleta
de dados. Entre outros aspectos, o delineamento considera o ambiente em que são coletados os dados
e as formas de controle das variáveis envolvidas.
Como o delineamento expressa em linhas gerais o desenvolvimento da pesquisa, com ênfase
nos procedimentos técnicos de coleta e análise de dados, torna-se possível, na prática, classificar as
pesquisas segundo o seu delineamento.
O elemento mais importante para a identificação de um delineamento é procedimento
adotado para a coleta de dados. Assim, podem ser definidos dois grandes grupos de delineamentos:
aqueles que se valem das chamadas fontes de “papel” e aqueles cujos dados são fornecidos por
pessoas. No primeiro grupo, estão a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental. No segundo,
estão as pesquisas experimentais, a pesquisa ex-post facto, o levantamento e o estudo de caso.
Neste último grupo, ainda que gerando certa controvérsia, podem ser incluídas também a
pesquisa-ação e a pesquisa participante. Esta classificação não pode ser tomada como absolutamente
rígida, visto que algumas pesquisas, em função de suas características, não se enquadram facilmente
num ou noutro modelo. Entretanto, na maioria dos casos, torna-se possível classificar as pesquisas
com base nesse sistema.
6. PESQUISA QUANTO AOS PROCEDIMENTOS (Objeto)
Referente principalmente ao ambiente onde são realizadas as pesquisas. Procedimento é a
maneira pela qual são obtidos os dados necessários para a elaboração da pesquisa. De acordo com os
procedimentos técnicos adotados, classificam-se em pesquisa de campo e pesquisa de fonte.
6.1. Pesquisa de campo
É a pesquisa em que se observa e coleta os dados, tal como ocorrem espontaneamente, no
próprio local em que se deu o fato em estudo, caracterizando-se pelo contato direto com o mesmo, sem
interferência do pesquisador (LAKATOS; MARCONI, 1996, p. 75).
O estudo de campo apresenta muitas semelhanças com o levantamento. Distingue-se,
porém, em diversos aspectos. De modo geral, pode-se dizer que o levantamento tem maior alcance e o
estudo de campo, maior profundidade. Em termos práticos, podem ser feitas duas distinções
essenciais. Primeiramente, o levantamento procura ser representativo de universo definido e oferecer
resultados caracterizados pela precisão estatística. Já o estudo de campo procura muito mais o
aprofundamento das questões propostas do que a distribuição das características da população
segundo determinadas variáveis. Como consequência, o planejamento do estudo de campo apresenta
muito maior flexibilidade, podendo ocorrer mesmo que seus objetivos sejam reformulados ao longo da
pesquisa.
Outra distinção é que no levantamento procura-se identificar as características dos
componentes do universo pesquisado, possibilitando a caracterização precisa de seus segmentos. Já
no estudo de campo, estuda-se um único grupo ou comunidade em termos de sua estrutura social, ou
seja, ressaltando a interação entre seus componentes. Dessa forma, o estudo de campo tende a utilizar
muito mais técnicas de observação do que de interrogação.
O estudo de campo constitui o modelo clássico de investigação no campo da Antropologia,
onde se originou. Nos dias atuais, no entanto, sua utilização se em muitos outros domínios, como no da
Sociologia, da Educação, da Saúde Pública e da Administração. Tipicamente, o estudo de campo
focaliza uma comunidade, que não é necessariamente geográfica, já que pode ser uma comunidade de
trabalho, de estudo, de lazer ou voltada para qualquer outra atividade humana. Basicamente, a
pesquisa é desenvolvida por meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de
entrevistas com informantes para captar suas explicações e interpretações do que ocorre no grupo.
Esses procedimentos são geralmente conjugados com muitos outros, tais como a análise de
documentos, filmagem e fotografias.
No estudo de campo, o pesquisador realiza a maior parte do trabalho pessoalmente, pois é
enfatizada importância de o pesquisador ter tido ele mesmo uma experiência direta com a situação de
estudo. Também se exige do pesquisador que permaneça o maior tempo possível na comunidade, pois
somente com essa imersão na realidade é que se podem entender as regras, os costumes e as
convenções que regem o grupo estudado.
O estudo de campo apresenta algumas vantagens em relação principalmente aos
levantamentos. Como é desenvolvido no próprio local em que ocorrem os fenômenos, seus resultados
costumam ser mais fidedigno. Como não requer equipamentos especiais para a coleta de dados, tende
a ser bem mais econômico. E como o pesquisador apresenta nível maior de participação, torna-se
maior a probabilidade de os sujeitos oferecerem respostas mais confiáveis.
O estudo de campo apresenta, no entanto, algumas desvantagens. De modo geral, sua
realização requer muito mais tempo do que um levantamento. Como, na maioria das vezes, os dados
são coletados por um único pesquisador, existe risco de subjetivismo na análise e interpretação dos
resultados da pesquisa.
6.2. Pesquisa de fontes - pode ser de dois tipos:
6.2.1. Pesquisa bibliográfica
Segundo Lakatos e Marconi (1987, p. 66) a pesquisa bibliográfica trata-se do levantamento,
seleção e documentação de toda bibliografia já publicada sobre o assunto que está sendo pesquisado
em livros, enciclopédias, revistas, jornais, folhetos, boletins, monografias, teses, dissertações e material
cartográfico. Pretende-se, assim, colocar o pesquisador em contato direto com todo material já escrito
sobre o mesmo. Segundo Cervo e Bervian (1976, p. 69) qualquer tipo de pesquisa em qualquer área do
conhecimento, supõe e exige pesquisa bibliográfica prévia, quer para o levantamento da situação em
questão, quer para a fundamentação teórica.
Assim, afirmam que a pesquisa bibliográfica é um excelente meio de formação e juntamente
com a técnica de resumo de assunto ou revisão de literatura, constituí geralmente o primeiro passo de
toda pesquisa científica. Por isso, os universitários devem ser incentivados a usarem métodos e
técnicas científicas para realizá-la, tanto independente quanto como parte complementar de qualquer
tipo de pesquisa descritiva ou experimental.
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum
tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes
bibliográficas. Boa parte dos estudos exploratórios pode ser definida como pesquisas bibliográficas. As
pesquisas sobre ideologias, bem como aquelas que se propõem a uma análise das diversas posições
acerca de um problema, também costumam ser desenvolvida quase exclusivamente mediante fontes
bibliográficas.
As fontes bibliográficas são em grande número e podem ser assim classificadas:
de leitura corrente
Obras literárias
Obras de divulgação
livros
de referência
Fontes
Bibliográficas
publicações
periódicas
informativa
recessiva
dicionários
enciclopédias
anuários
almanaques
Jornais
revistas
impressos
diversos
Os livros constituem as fontes bibliográficas por excelência. Em função de sua forma de
utilização, podem ser classificados como de leitura corrente ou de referência.
Os livros de leitura corrente abrangem as obras referentes aos diversos gêneros literários
(romance, poesia, teatro etc.) e também as obras de divulgação, isto é, as que objetivam proporcionar
conhecimentos científicos ou técnicos.
Os livros de referência, também denominados livros de consulta, são aqueles que têm por
objetivo possibilitar a rápida obtenção das informações requeridas, ou, então, a localização das obras
que as contém. Dessa forma, pode-se falar em dois tipos de livros de referência: livros de referência
informativa, que contém a informação que se busca, e livros de referência remissiva, que remetem a
outras fontes.
Os principais livros de referência informativa são: dicionários, enciclopédias, anuários e
almanaques. Os livros de referência remissiva podem ser globalmente designados como catálogos.
São constituídos por uma lista ordenada das obras de uma coleção pública ou privada. Há vários tipos
de catálogos, que podem ser classificados de acordo com o critério de disposição de seus elementos;
os tipos mais importantes são: alfabético por autores, alfabético por assunto e sistemático. Neste
último, as obras são ordenadas segundo as referências lógicas de seu conteúdo.
Publicações periódicas são aquelas editadas em fascículos, em intervalos regulares ou
irregulares, com a colaboração de vários autores, tratando de assuntos diversos, embora relacionados
a um objetivo mais ou menos definido. As principais publicações periódicas são os jornais e as revistas.
Estas últimas representam nos tempos atuais uma das mais importantes fontes bibliográficas.
Enquanto a matéria dos jornais se caracteriza principalmente pela rapidez, a das revistas tende a ser
muito mais profunda e mais bem elaborada.
A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a
cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar
diretamente. Essa vantagem torna-se particularmente importante quando o problema de pesquisa
requer dados muito dispersos pelo espaço. Por exemplo, seria impossível a um pesquisador percorrer
todo o território brasileiro em busca de dados sobre população ou renda per capita; todavia, se tem a
sua disposição uma bibliografia adequada, não tem maiores obstáculos para contar com as
informações requeridas. A pesquisa bibliográfica também é indispensável nos estudos históricos. Em
muitas situações, não há outra maneira de conhecer os fatos passados se não com base em dados
bibliográficos.
Essas vantagens da pesquisa bibliográfica têm, no entanto, uma contrapartida que pode
comprometer em muito a qualidade da pesquisa. Muitas vezes, as fontes secundárias apresentam
dados coletados ou processados de forma equivocada. Assim, um trabalho fundamentado nessas
fontes tendem a reproduzir ou mesmo a ampliar esses erros. Para reduzir essa possibilidade, convém
aos pesquisadores assegurarem-se das condições em que os dados foram obtidos, analisar em
profundidade cada informação para descobrir possíveis incoerências ou contradições e utilizar fontes
diversas, cotejando-as cuidadosamente.
6.2.2. Pesquisa documental
É a que efetua tentando resolver um problema ou adquirir conhecimentos a partir do emprego
de informações retiradas de material gráfico e sonoro. Segundo Lakatos e Marconi (1996, p. 57) tais
informações são provenientes de órgãos que as realizaram e englobam todos os materiais escritos ou
não. Podem ser encontrados em arquivos públicos e particulares, assim como em fontes estatísticas
compiladas por órgãos oficiais e particulares. Incluem-se aqui como fontes não escritas: fotografias,
gravações, imprensa falada (rádio e televisão), desenhos, pinturas, canções, objetos de arte, folclore
etc.
A pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A diferença essencial
entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza
fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa
documental vale-se de materiais que não recebem ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem
ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa.
O desenvolvimento da pesquisa documental segue os mesmos passos da pesquisa
bibliográfica. Apenas cabe considerar que, enquanto na pesquisa bibliográfica as fontes são
constituídas, sobretudo por material impresso localizado nas bibliotecas, na pesquisa documental, as
fontes são muito mais diversificadas e dispersas. Há, de um lado, os documentos “de primeira mão”,
que não receberam nenhum tratamento analítico. Nesta categoria estão os documentos conservados
em arquivos de órgãos públicos e instituições privadas, tais como associações cientificas, igrejas,
sindicatos, partidos políticos etc. Incluem-se aqui inúmeros outros documentos como cartas pessoais,
diários, fotografias, gravações, memorandos, regulamentos, ofícios, boletins etc.
De outro lado, há os documentos de segunda mão, que de alguma forma já foram analisados,
tais como: relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatísticas etc. Nem sempre fica
clara a distinção entre a pesquisa bibliográfica e a documental, já que, a rigor, as fontes bibliográficas
nada mais são do que documentos impressos para determinado público. Além do mais, boa parte das
fontes usualmente consultada nas pesquisas documentais, tais como jornais, boletins e folhetos, pode
ser tratada como fontes bibliográficas. Nesse sentido, é possível até mesmo tratar a pesquisa
bibliográfica como um tipo de pesquisa documental, que se vale especialmente de material impresso
fundamentalmente para fins de leitura.
A maioria das pesquisas realizadas com base em material impresso pode ser classificada
como bibliográfica. As que se valem de outros tipos de documentos são em número mais restrito.
Todavia, há importantes pesquisas elaboradas exclusivamente mediante documentos outros que não
aqueles localizados em bibliotecas. Podem-se identificar pesquisas elaboradas baseadas em fontes
documentais as mais diversas, tais como: correspondência pessoal, documentos cartoriais, registros de
batismo, epitáfios, inscrições em banheiros etc.
A pesquisa documental apresenta uma série de vantagens. Primeiramente, há que se
considerar que os documentos constituem fonte rica e estável de dados. Como os documentos
subsistem ao longo do tempo, tornam-se a mais importante fonte de dados em qualquer pesquisa de
natureza histórica. Outra vantagem da pesquisa documental está em seu custo. Como a análise dos
documentos, em muitos casos, além da capacidade do pesquisador, exige apenas disponibilidade de
tempo, o custo da pesquisa torna-se significativamente baixo, quando comparado com o de outras
pesquisas. Outra vantagem da pesquisa documental é não exigir contato com os sujeitos da pesquisa.
É sabido que em muitos casos o contato com os sujeitos é difícil ou até mesmo impossível. Em outros,
a informação proporcionada pelos sujeitos é prejudicada pelas circunstâncias que envolvem o contato.
É claro que a pesquisa documental também apresenta limitações. As críticas mais frequentes
a esse tipo de pesquisa referem-se à não-representatividade e à subjetividade dos documentos. São
criticas sérias; todavia, o pesquisador experiente tem condições para, ao menos em parte, contornar
essas dificuldades. Para garantir a representatividade, alguns pesquisadores consideram um grande
número de documentos e selecionam certo número pelo critério de aleatoriedade.
O problema da objetividade é mais crítico; contudo, esse aspecto é mais ou menos presente
em toda investigação social. Por isso é importante que o pesquisador considere as mais diversas
implicações relativas aos documentos antes de formular uma conclusão definitiva. Ainda em relação a
esse problema, convém lembrar que algumas pesquisas elaboradas com base em documentos são
importantes não porque respondem definitivamente a um problema, mas porque proporcionam melhor
visão desse problema ou, então, hipóteses que conduzem a sua verificação por outros meios.
6.3. Pesquisa de laboratório
Utilizamos este tipo de pesquisa quando realizamos uma investigação minuciosa, através
dela podemos descrever e analisar o que será ou ocorrerá em situações controladas. As pesquisas de
laboratórios são realizadas em locais fechados ou ao ar livre, em ambientes artificiais ou reais, em
todos os casos, requerem um ambiente adequado, previamente estabelecido e de acordo com o estudo
a ser realizado. Ratificando, o que caracteriza a pesquisa de laboratório é o fato de que ela ocorre em
situações controladas, valendo-se de instrumental específico e preciso.
O pesquisador tem condições de provocar, produzir e reproduzir fenômenos em condição de
controle. Não se trata de um sinônimo de pesquisa experimental, embora a maioria das pesquisas de
laboratório seja experimental, nas Ciências Humanas e Sociais também se faz este tipo de pesquisa.
7. PESQUISA QUANTO À FORMA DE ABORDAGEM
7.1. Pesquisa quantitativa
A pesquisa quantitativa é um estudo estatístico que se destina a descrever as características
de uma determinada situação, medindo numericamente as hipóteses levantadas a respeito de um
problema de pesquisa. As informações são colhidas por meio de um questionário estruturado com
perguntas claras e objetivas. Isto garante a uniformidade de entendimento dos entrevistados. A que
traduz em números as opiniões e informações, utilizando técnicas estatísticas para serem classificadas
e analisadas;
7.2. Pesquisa qualitativa
É uma pesquisa descritiva, cujas informações não são quantificáveis; os dados obtidos são
analisados indutivamente; a interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no
processo de pesquisa qualitativa. É um estudo não-estatístico que identifica e analisa profundamente
dados não-mensuráveis (sentimentos, sensações, percepções, pensamentos, intenções,
comportamentos passados, entendimento de razões, significados e motivações) de um determinado
grupo de indivíduos em relação a um problema específico.
As técnicas mais utilizadas são: as discussões em grupo (variando entre 7 a 9 indivíduos) e
as entrevistas individuais em profundidade.
8. OUTROS TIPOS DE PESQUISA
O planejamento de uma pesquisa depende tanto do problema a ser estudado, da sua
natureza e situação espaço-temporal em que se encontra, quanto da natureza e nível de conhecimento
do pesquisador (KÖCHE, 1987, p. 122). Isso significa que pode haver vários tipos de pesquisa. Cada
tipo possui, além do núcleo comum de procedimentos, suas peculiaridades próprias. Não cabe, neste
texto, enumerar todos os aspectos que a pesquisa possa abordar ou transcrever todas as
classificações já apresentadas. A seguir serão caracterizados a pesquisa a experimental e os vários
tipos de pesquisa descritiva.
8.1. Pesquisa experimental
A pesquisa experimental é mais frequente nas ciências tecnológicas e nas ciências
biológicas. Tem como objetivo demonstrar como e por que determinado fato é produzido (ALMEIDA,
1996, p. 106-107). Portanto, na pesquisa experimental o pesquisador procura refazer as condições de
um fato a ser estudado, para observá-lo sob controle. Para tal, se utilizam de local apropriado,
aparelhos e instrumentos de precisão para demonstrar as causas ou o modo pelo qual um fato é
produzido, proporcionando assim o estudo de suas causas e efeitos (KELLER; BASTOS, 1991, p. 54).
A Pesquisa Experimental privilegia a observação dos fatos ou dos fenômenos naturais, sob
condições estabelecidas pelo pesquisador. Experimento ou situação criada em laboratório com a
finalidade de observar, sob controle, a relação existente entre fenômenos ou situações, ou seja, busca
saber se um fenômeno é a causa do outro (GIL 2006, p.66). De modo geral, o experimento representa
o melhor exemplo de pesquisa cientifica. Essencialmente, a pesquisa experimental consiste em
determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir as
formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto.
O esquema básico da experimentação pode ser assim descrito: seja Z o fenômeno estudado,
que em condições não experimentais se apresenta perante os fatores A, B, C e D. A primeira prova
consiste em controlar cada um desses fatores, anulando sua influência, para observar o que ocorre
com os restantes. Seja o exemplo:
A, B, e C
A, B, e D
B, C, e D
produzem Z
não produzem Z
produzem Z
Dos resultados dessas provas, pode-se inferir que C é condição para a produção de Z. Se for
comprovado ainda que unicamente com o fator C, excluindo-se os demais, Z também ocorre, pode-se
também afirmar que C é condição necessária e suficiente para a ocorrência de Z, ou, em outras
palavras, que é sua causa. Claro que o exemplo aqui citado é extremamente simples, pois na prática
verificam-se condicionamentos dos mais diferentes tipos, o que exige trabalho bastante intenso, tanto
para controlar a quantidade de variáveis envolvidas quanto para mensurá-las.
Quando os objetos em estudo são entidades físicas, tais como porções de líquidos, bactérias
ou ratos, não se identificam grandes limitações quanto à possibilidade de experimentação. Quando,
porém, se trata de experimentar com objetos sociais, ou seja, com pessoas, grupos ou instituições, as
limitações tomam-se bastante evidentes. Considerações éticas e humanas impedem que a
experimentação se faça eficientemente nas ciências humanas, razão pela qual os procedimentos
experimentais se mostram adequados apenas a um reduzido número de situações. Todavia, são cada
vez mais frequentes experimentos nas ciências humanas, sobretudo na Psicologia (por exemplo:
aprendizagem), na Psicologia Social (por exemplo: medição de atitudes, estudo do comportamento de
pequenos grupos, análise dos efeitos da propaganda etc.) e na Sociologia do Trabalho (por exemplo:
influência de fatores sociais na produtividade).
A pesquisa experimental constitui o delineamento mais prestigiado nos meios científicos.
Consiste essencialmente em determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis capazes de
influenciá-lo e definir as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no
objeto. Trata-se, portanto, de uma pesquisa em que o pesquisador é um agente ativo, e não um
observador passivo.
As pesquisas experimentais, ao contrário do que faz supor a concepção popular, não
precisam necessariamente ser realizada em laboratório. Pode ser desenvolvida em qualquer lugar,
desde que apresente as seguintes propriedades:
a) manipulação: o pesquisador precisa fazer alguma coisa para manipular pelo
menos uma das características dos elementos estudados;
b) controle: o pesquisador precisa introduzir um ou mais controles na situação
experimental, sobretudo criando um grupo de controle;
c) distribuição aleatória: a designação dos elementos para participar dos grupos
experimentais e de controle deve ser feita aleatoriamente.
Em muitas pesquisas, procede-se A manipulação de uma variável independente. Nem
sempre, porém, verifica-se o pleno controle da aplicação dos estímulos experimentais ou a distribuição
aleatória dos elementos que compõem os grupos. Nesses casos, não se tem rigorosamente uma
pesquisa experimental, mas quase experimental (CAMPBELL, STANLEY, 1979). Por exemplo, em
populações grandes, como as de cidades, indústrias, escolas e quartéis, nem sempre se toma possível
selecionar aleatoriamente subgrupos para tratamentos experimentais diferenciais, mas torna-se
possível exercer, por exemplo, o completo controle experimental sobre esses subgrupos.
Esses delineamentos quase-experimentais são substancialmente mais fracos, porque sem a
distribuição aleatória não se pode garantir que os grupos experimentais e de controle sejam iguais no
inicio do estudo. Não são, no entanto, destituídos de valor. 0 importante nestes casos e que o
pesquisador apresente seus resultados esclarecendo o que seu estudo deixou de controlar.
Há, ainda, pesquisas que, embora algumas vezes designadas como experimentais, não
podem, a rigor, ser consideradas como tal. É o caso dos estudos que envolvem um único caso, sem
controle, ou que aplicam pré-teste e pós-teste a um único grupo. Essas pesquisas apresentam muitas
fraquezas e melhor será caracterizá-las como pré-experimentais (CAMPBELL, STANLEY, 1979).
As pesquisas experimentais constituem o mais valioso procedimento disponível aos cientistas
para testar hipóteses que estabelecem relações de causa e efeito entre as variáveis. Em virtude de
suas possibilidades de controle, os experimentos oferecem garantia muito maior do que qualquer outro
delineamento de que a variável independente causa efeitos na variável dependente.
A despeito, porém, de suas vantagens, a pesquisa experimental apresenta várias limitações.
Primeiramente, existem muitas variáveis cuja manipulação experimental se toma difícil ou mesmo
impossível. Uma série de características humanas, tais como idade, sexo ou histórico familiar, não
podem ser conferidas às pessoas de forma aleatória.
Outra limitação consiste no fato de que muitas variáveis que poderiam ser tecnicamente
manipuladas estação sujeitas a considerações de ordem ética que proíbem sua manipulação. Não se
pode, por exemplo, submeter pessoas a atividades estressantes com vistas a verificar alterações em
sua saúde física ou mental. Ou privá-las de convívio social para verificar em que medida esse fator é
capaz de afetar sua auto-estima. A pesquisa experimental caracteriza-se por manipular diretamente
as variáveis relacionadas com o objeto de estudo. Procura-se interferir na realidade, manipulando-se a
variável independente a fim de observar o que acontece com a dependente.
8.2. Pesquisa Quase-Experimental
Quando investigadores procuram aumentar a validade externa e ecológica, o controle
cuidadoso e completo de um delineamento verdadeiro torna-se bastante difícil senão impossível. O
propósito do investigador na realização de pesquisa quase experimental é tentar preparar um
delineamento para o ambiente mais próximo do mundo real enquanto procura controlar, da melhor
forma possível, alguns condicionantes que afetam a validade interna
8.3. Pesquisa de opinião
Consiste em procurar saber atitudes, pontos de vista e preferências que as pessoas têm a
respeito de algum assunto, com o objetivo de tomar decisões. “Visa identificar a opinião de uma
comunidade, constatar as falhas, descrever condutas e reconhecer interesses e outros
comportamentos, para a tomada de decisões.” (ALMEIDA, 1996, p. 105).
8.4. Pesquisa de motivação
Para Almeida (1996, p. 105), a pesquisa de motivação coleta e analisa razões do
comportamento de um grupo ou comunidade, tendo como objetivo a identificação das mesmas, frente a
uma situação peculiar.
8.5. Estudo de caso
O estudo de caso é uma modalidade de pesquisa amplamente utilizada nas ciências
biomédicas e sociais. Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira
que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros
delineamentos já considerados.
Nas ciências, durante muito tempo, o estudo de caso foi encarado como procedimento pouco
rigoroso, que serviria apenas para estudos de natureza exploratória. Hoje, porém, é encarado como o
delineamento mais adequado para a investigação de um fenômeno contemporâneo dentro de seu
contexto real, onde os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente percebidos (Yin,
2001). Ora, nas ciências sociais a distinção entre o fenômeno e seu contexto representa uma das
grandes dificuldades com que se deparam os pesquisadores; o que, muitas vezes, chega a impedir o
tratamento de determinados problemas mediante procedimentos caracterizados por alto nível de
estruturação, como os experimentos e levantamentos. Daí, então, a crescente utilização do estudo de
caso no âmbito dessas ciências, com diferentes propósitos, tais como:
a)
b)
c)
d)
e)
explorar situações da vida real cujos limites não estão claramente definidos;
preservar o caráter unitário do objeto estudado;
descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada investigação;
formular hipóteses ou desenvolver teorias; e
explicar as variáveis causais de determinado fenômeno em situações muito complexas que
não possibilitam a utilização de levantamentos e experimentos.
A despeito de sua crescente utilização nas Ciências Sociais, encontram-se muitas objeções a
sua aplicação. Uma delas refere-se à falta de rigor metodológico, pois, diferentemente do que ocorre
com os experimentos e levantamentos, para a realização de estudos de caso não são definidos
procedimentos metodológicos rígidos. Por essa razão, são frequentes os vieses nos estudos de caso,
os quais acabam comprometendo a qualidade de seus resultados. Ocorre, porém, que os vieses não
são prerrogativa dos estudos de caso; podem ser constatados em qualquer modalidade de pesquisa.
Logo, o que cabe propor ao pesquisador disposto a desenvolver estudos de caso é que redobre seus
cuidados tanto no planejamento quanto na coleta e análise dos dados para minimizar o efeito dos
vieses.
Outra objeção refere-se à dificuldade de generalização. A análise de um único ou de poucos
casos de fato fornece uma base muito frágil para a generalização. No entanto, os propósitos do estudo
de caso não são os de proporcionar o conhecimento preciso das características de uma população,
mas sim o de proporcionar uma visão global do problema ou de identificar possíveis fatores que o
influenciam ou são por ele influenciados.
Outra objeção refere-se ao tempo destinado à pesquisa. Alega-se que os estudos de caso
demandam muito tempo para serem realizados e que frequentemente seus resultados tomam-se pouco
consistente. De fato, os primeiros trabalhos qualificados como estudos de caso nas Ciências Sociais
foram desenvolvidos em longos períodos de tempo. Todavia, a experiência acumulada nas últimas
décadas mostra que é possível a realização de estudos de caso em períodos mais curtos e com
resultados passiveis de confirmação por outros estudos.
Convém ressaltar, no entanto, que um bom estudo de caso constitui tarefa difícil de realizar.
Mas é comum encontrar pesquisadores inexperientes, entusiasmados pela flexibilidade metodológica
dos estudos de caso, que decidem adotá-lo em situações para as quais não é recomendado. Como
consequência, ao final de sua pesquisa, conseguem apenas um amontoado de dados que não
conseguem analisar e interpretar.
Nas ciências biomédicas, o estudo de caso costuma ser utilizado tanto como estudo-piloto
para esclarecimento do campo da pesquisa em seus múltiplos aspectos quanto para a descrição de
síndromes raras. Seus resultados, de modo geral, são apresentados em aberto, ou seja, na condição
de hipóteses, não de conclusões.
Baseia-se na observação dos fatos tal como ocorrem na realidade, diretamente no local onde
ocorrem os fenômenos. Utiliza-se de técnicas específicas, como observação direta, formulário e
entrevistas. A coleta é efetuada onde ocorrem os fenômenos, sem interferência do pesquisador. É
utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos sobre um problema para o qual
se busca uma resposta, ou de uma hipótese que se queira comprovar ou, ainda, descobrir novos
fenômenos ou as relações entre eles.
Consiste em coletar e analisar informações sobre um determinado indivíduo, família, grupo ou
comunidade, a fim de estudar aspectos variados de sua vida, de acordo com o assunto da pesquisa
(ALMEIDA, 1996, p. 106). Estudo de caso é quando envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou
poucos objetos de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento.
8.6. Pesquisa histórica
Consiste em descrever e comparar usos, costumes, tendências e diferenças, através da
documentação do passado (ALMEIDA, 1996, p. 106). Em síntese, a pesquisa descritiva, trabalha
sobre os dados colhidos da própria realidade. A coleta de dados é uma das atividades da pesquisa
descritiva e utiliza de diversos instrumentos. Porém, a coleta e o registro de dados não constituem, por
si só, uma pesquisa. É apenas uma etapa. A pesquisa, seja qual for o tipo, resulta da execução de
várias tarefas, desde a escolha e delimitação do assunto até o relatório final.
8.7. Pesquisa de Levantamento (surveys)
Quando a pesquisa envolve a interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja
conhecer. As pesquisas deste tipo caracterizam-se pela interrogação direta das pessoas cujo
comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se à solicitação de informações a um grupo
significativo de pessoas acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa,
obterem-se as conclusões correspondentes aos dados coletados.
Quando o levantamento recolhe informações de todos os integrantes do universo pesquisado,
tem-se um censo. Pelas dificuldades materiais que envolvem sua realização, os censos só podem ser
desenvolvidos pelos governos ou por instituições de amplos recursos. São extremamente úteis, pois
proporcionam informação geral acerca das populações, que são indispensáveis em boa parte das
investigações sociais.
Na maioria dos levantamentos, não são pesquisados todos os integrantes da população
estudada. Antes se seleciona, mediante procedimentos estatísticos, uma amostra significativa de todo
o universo, que é tomada como objeto de investigação. As conclusões obtidas com base nessa
amostra são projetadas para a totalidade do universo, levando em consideração a margem de erro, que
é obtida mediante cálculos estatísticos.
Os levantamentos por amostragem gozam hoje de grande popularidade entre os
pesquisadores sociais, a ponto de muitas pessoas chegarem mesmo a considerar pesquisa e
levantamento social a mesma coisa. Na verdade, o levantamento social é um dos muitos tipos de
pesquisa social que, como todos os outros, apresenta vantagens e limitações.
Entre as principais vantagens dos levantamentos estão:
a) conhecimento direto da realidade: à medida que as próprias pessoas informam acerca de
seu comportamento, crenças e opiniões, a investigação torna-se mais livre de interpretações calcadas
no subjetivismo dos pesquisadores;
b) economia e rapidez: desde que se tenha uma equipe de entrevistadores, codificadores e
tabuladores devidamente treinados, torna-se possível a obtenção de grande quantidade de dados em
curto espaço de tempo. Quando os dados são obtidos mediante questionários, os custos tornam-se
relativamente baixos;
c) quantificado: os dados obtidos mediante levantamento podem ser agrupados em tabelas,
possibilitando sua análise estatística. As variáveis em estudo podem ser quantificadas, permitindo o
uso de correlações e outros procedimentos estatísticos. À medida que os levantamentos se valem de
amostras probabilísticas, torna-se possível até mesmo conhecer a margem de erro dos resultados
obtidos.
Entre as principais limitações dos levantamentos estão:
a) ênfase nos aspectos perceptivos: os levantamentos reconhecem dados referentes a
percepção que as pessoas têm acerca de si mesmas. Ora, a percepção é subjetiva, o que pode
resultar em dados distorcidos. Há muita diferença entre o que as pessoas fazem ou sentem e o que
elas dizem a esse respeito. Existem alguns recursos para contornar este problema. E possível, em
primeiro lugar, omitir as perguntas que sabidamente a maioria das pessoas não sabe ou não quer
responder. Também se pode, mediante perguntas indiretas, controlar as respostas dadas pelo
informante. Todavia, esses recursos, em muitos dos casos, são insuficientes para sanar os problemas
considerados;
b) pouca profundidade no estudo da estrutura e dos processos sociais: mediante
levantamentos, é possível a obtenção de grande quantidade de dados a respeito dos indivíduos. Como,
porém, os fenômenos sociais são determinados, sobretudo por fatores interpessoais e institucionais, os
levantamentos mostram-se pouco adequados para a investigação profunda desses fenômenos;
c) limitada apreensão do processo de mudança: o levantamento, de modo geral, proporciona
visão estática do fenômeno estudado. Oferece, por assim dizer, uma espécie de fotografia de
determinado problema, mas não indica suas tendências à variação e muito menos as possíveis
mudanças estruturais. Como tentativa de superação dessas limitações, vêm sendo desenvolvidos com
frequência crescente os levantamentos do tipo painel, que consistem na coleta de dados da mesma
amostra ao longo do tempo. Muitas informações importantes tem sido obtidas mediante esses
procedimentos, particularmente em estudos sobre nível de renda e desemprego. Entretanto, os
levantamentos do tipo painel apresentam séria limitação, que é a progressiva redução da amostra por
causas diversas, tais como mudança de residência e fadiga dos respondentes.
Considerando as vantagens e limitações acima expostas, pode-se dizer que os
levantamentos tomam-se muito mais adequados para estudos descritivos que explicativos. São
inapropriados para o aprofundamento dos aspectos psicológicos e psicossociais mais complexos,
porém muito eficazes para problemas menos delicados, como preferência eleitoral e comportamento do
consumidor. São muito úteis para o estudo de opiniões e atitudes, porém pouco indicados no estudo de
problemas referentes a relações e estruturas sociais complexas
8.8. Pesquisa Coorte
O estudo de coorte refere-se a um grupo de pessoas que têm alguma característica comum,
constituindo uma amostra a ser acompanhada por certo período de tempo, para se observar e analisar
o que acontece com elas. Assim como o estudo de caso-controle é muito utilizado na pesquisa nas
ciências da saúde.
Os estudos de coorte podem ser prospectivos (contemporâneos) ou retrospectivos
(históricos). O estudo de coorte prospectivo é elaborado no presente, com previsão de
acompanhamento determinado, segundo o objeto de estudo. Sua principal vantagem é a de propiciar
um planejamento rigoroso, o que me confere um rigor cientifico que o aproxima do delineamento
experimental. O estudo de coorte retrospectivo é elaborado com base em registros do passado com
seguimento até o presente. Só se torna viável quando se dispõe de arquivos com protocolos completos
e organizados.
Suponha-se uma pesquisa que tem como objetivo verificar a exposição passiva à fumaça de
cigarro e a incidência de câncer no pulmão. Basicamente, a pesquisa começa pela seleção de uma
amostra de indivíduos expostos ao fator de risco e de outra amostra equivalente de não expostos.
A primeira amostra equivale ao grupo experimental e a segunda ao grupo de controle. A
seguir, faz-se o seguimento de ambos os grupos e, após determinado período, verifica-se o quanto os
indivíduos expostos estão mais sujeitos à doença do que os não expostos.
A despeito do amplo reconhecimento pela comunidade científica, os estudos de coorte
apresentam diversas limitações. Uma das mais importantes refere-se à não-utilização do critério de
aleatoriedade na formação dos grupos de participantes. Outra limitação refere-se à exigência de uma
amostra muito grande, o que faz com que a pesquisa se tome muito onerosa.
Recruta-se um grande numero de indivíduos e os dividem em dois grupos, conforme eles
tenham ou não sido exposto ao fato casual suspeito. Depois de um período, conta-se os indivíduos que
adquiriram a doença em estudo.
O estudo de Coorte é um estudo analítico baseado na relação causa-efeito (exposição doença), onde parte-se da causa para chegar ao efeito, observando grupos comprovadamente
expostos a um fator de risco suposto como causa de doença a ser detectada no futuro. É um tipo de
estudo longitudinal, porque há uma sequência da pesquisa a antecipação das possíveis causas e a
investigação de seus efeitos.
O grupo estudado deve ser o mais homogêneo possível em relação a todas as variáveis que
não o quesito expostos/ não expostos. As vantagens do estudo de Coorte é que tem alto poder
analítico, facilidade de análise de dados, não há problemas éticos quanto a decisões de expor as
pessoas a fatores de risco; a cronologia dos eventos é facilmente determinada; muitos desfechos
clínicos podem ser investigados, e produz medidas diretas de risco. Por outro lado, é vulnerável a
perdas, inadequado para doenças de baixa frequência (uma vez que parte da observação direta de um
grupo substancial), e possui alto custo relativo.
8.9. Pesquisa Ex-Post-Facto
Quando o “experimento” se realiza depois dos fatos. A tradução literal da expressão ex-post
facto é “a partir do fato passado”. Isso significa que neste tipo de pesquisa o estudo foi realizado após a
ocorrência de variações na variável dependente no curso natural dos acontecimentos.
O propósito básico desta pesquisa é o mesmo da pesquisa experimental: verificar a existência
de relações entre variáveis. Seu planejamento também ocorre de forma bastante semelhante. A
diferença mais importante entre as duas modalidades está em que na pesquisa ex-post facto o
pesquisador não dispõe de controle sobre a variável independente, que constitui o fator presumível do
fenômeno, porque ele já ocorreu. O que o pesquisador procura fazer neste tipo de pesquisa é
identificar situações que se desenvolveram naturalmente e trabalhar sobre elas como se estivessem
submetidas a controles.
Uma importante modalidade de pesquisa ex-post facto, muito utilizada nas ciências da saúde,
é a pesquisa caso-controle. Esta é baseada na comparação entre duas amostras. A primeira é
constituída por pessoas que apresentam determinada característica - casos - e a segunda é
selecionada de forma tal que seja análoga à primeira em relação a todas as características, exceto a
que constitui objeto da pesquisa.
Por exemplo, numa pesquisa para verificar a associação entre toxoplasmose e debilidade
mental, determinado número de crianças com diagnóstico de debilidade mental é submetido a teste
sorológico com o intuito de inferir se tiveram ou não infecção prévia pelo Toxoplasma gondii. O mesmo
exame é realizado em igual número de crianças sem debilidade mental, do mesmo sexo e idade, que
funcionam como controle.
Apesar das semelhanças com a pesquisa experimental, o delineamento ex-post facto não
garante que suas conclusões relativas a relações do tipo causa-efeito sejam totalmente seguras. O que
geralmente se obtém nesta modalidade de delineamento é a constatação da existência de relação
entre variáveis. Por isso é que essa pesquisa muitas vezes é denominada correlacional.
8.10.
Pesquisa Transversal
A estrutura de um estudo transversal é semelhante à de um estudo de coorte, no entanto, nos
estudos transversais todas as medições são feitas num único "momento", não existindo, portanto,
período de seguimento dos indivíduos. Para levar a cabo um estudo transversal o investigador tem que,
primeiro, definir a questão a responder, depois, definir a população a estudar e um método de escolha
da amostra e, por último, definir os fenómenos a estudar e os métodos de medição das variáveis de
interesse.
Este tipo de estudos são apropriados para descrever características das populações no que
diz respeito a determinadas variáveis e os seus padrões de distribuição.
No estudo transversal, causa e efeito são detectados simultaneamente. É somente a análise
dos dados que permite identificar os grupos de interesse (expostos/não expostos; "doentes"/ "sadios"),
de modo a investigar a associação entre exposição e doença. Descrevem os indivíduos de uma
população com relação às suas características pessoais e suas historias de exposição a fatores
causais suspeitos.
Os estudos transversais podem, também, ser utilizados para descrever associações entre
variáveis. Neste caso, a definição de quais as variáveis independentes e quais as dependentes
depende, ao contrário dos estudos de coorte, da hipótese de causalidade estabelecida pelo
investigador e não do próprio desenho de estudo.
Decidir se uma variável é dependente ou independente é relativamente fácil no caso de
certos fatores constitucionais como a idade, sexo ou grupo étnico uma vez que estes não são alterados
por outras variáveis e são, assim, geralmente, variáveis independentes. Para a maior parte das
variáveis, porém, a escolha é algo mais complicada.
Por exemplo se através de um estudo transversal se encontra uma associação entre a prática
de exercício físico e a presença de doença coronária esta pode dever-se ao facto de os indivíduos que
praticam pouco exercício físico desenvolverem mais frequentemente doença coronária ou ao facto de
os indivíduos com doença coronária praticarem menos frequentemente exercício físico devido à sua
doença.
As vantagens do estudo transversal é que possui baixo custo, alto potencial descritivo,
simplicidade analítica; rapidez; objetividade na coleta dos dados; facilidade de obter amostra
representativa da população. É desvantaginoso porque é altamente vulnerável a viéses, tem baixo
poder analítico, a relação cronológica dos eventos pode não ser facilmente detectável; e não determina
risco absoluto (incidência).
8.11. Pesquisa-ação
Quando concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de
um problema coletivo. Os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema
estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.
8.12. Pesquisa participante
Quando se desenvolve a partir da interação entre pesquisadores e membros das situações
investigadas. A pesquisa participante, assim como a pesquisa-ação, caracteriza-se pela interação entre
pesquisadores e membros das situações investigadas. Há autores que empregam as duas expressões
como sinônimas. Todavia, a pesquisa-ação geralmente supõe uma forma de ação planejada, de caráter
social, educacional, técnico ou outro (THIOLLENT, 1985).
A pesquisa participante, por sua vez, envolve a distinção entre ciência popular e ciência
dominante. Esta última tende a ser vista como uma atividade que privilegia a manutenção do sistema
vigente e a primeira como o próprio conhecimento derivado do senso comum, que permitiu ao homem
criar, trabalhar e interpretar a realidade, sobretudo a partir dos recursos que a natureza lhe oferece.
A pesquisa participante envolve posições valorativas, derivadas sobretudo do humanismo
cristão e de certas concepções marxistas. Tanto é que a pesquisa participante suscita muita simpatia
entre os grupos religiosos voltados para a ação comunitária.
Além disso, a pesquisa participante mostra-se bastante comprometida com a minimização da
relação entre dirigentes e dirigidos e por essa razão tem-se voltado sobretudo para a investigação junto
a grupos desfavorecidos, tais como os constituídos por operários, camponeses, índios etc.
8.13. Pesquisa Desenvolvimentista
É o tipo de pesquisa que procura investigar as mudanças de comportamento que ocorrem
através dos anos. A partir de abordagens longitudinais ou transversais, a pesquisa desenvolvimentista
busca obter informações sobre a interação entre crescimento e maturação e de variáveis de
aprendizagem e desempenho.
O estudo é Longitudinal quando os mesmos sujeitos são estudados sobre um período
determinado de anos. O estudo é Transversal (cross-sectional) quando amostras de sujeitos de
diferentes grupos etários são selecionadas para proporcionar a avaliação dos efeitos de maturação.
8.14. Pesquisa Correlacional
É o tipo de pesquisa que procura explorar relações que possam existir entre variáveis, exceto
a relação de causa-efeito. O estudo das relações entre variáveis é descritivo porque não há a
manipulação de variáveis, sendo a predição o tipo de relação mais frequentemente estabelecida. No
entanto, a pesquisa correlacional precede a realização de pesquisa experimental, porque a relação de
causa-efeito somente poderá ser estabelecida quando duas variáveis são correlatas.
8.15. Caso Controle
Seleciona-se um grupo que tem uma característica de interesse e se compara com outro
grupo que não possui essa característica.
8.16. Pesquisa Analítica
As pesquisas analíticas envolvem o estudo e avaliação aprofundados de informações
disponíveis na tentativa de explicar o contexto de um fenômeno. Elas podem ser categorizadas em
histórica, filosófica, revisão e meta-análise.
Histórica = é o tipo de pesquisa que investiga eventos que já tenham ocorrido, utilizando
métodos descritivos e analíticos. Em alguns estudos históricos, o investigador está propriamente
interessado em preservar o registro de eventos e realizações passadas. Nesses estudos procura
utilizar o método histórico-descritivo para mapear a experiência passada, localizar no tempo e espaço
uma pessoa, uma tendência, um evento ou uma organização, a fim de providenciar respostas para
questões particulares. Em outros estudos históricos, o investigador está mais preocupado em descobrir
fatos que providenciarão maior compreensão e significância de eventos passados para explicar a
situação presente ou estado atual do fenômeno estudado. Nesses estudos é utilizado o método
histórico-analítico para abordar o evento na tentativa de encontrar informações sobre como o evento
ocorreu, quem o provocou, porque foi provocado, quais as possíveis consequências atribuídas, entre
outras.
Filosófica = é o tipo de pesquisa caracterizado pela investigação crítica na qual o
investigador estabelece hipóteses, examina e analisa fatos existentes e sintetiza as evidências dentro
de um modelo teórico estabelecido. A análise crítica caracteriza a pesquisa filosófica. O método
filosófico de pesquisa segue essencialmente os mesmos passos que outros métodos de resolver
problemas científicos, na medida em que utiliza-se de fatos científicos como base para a formulação e
testagem de hipóteses de pesquisa.
Revisão = é o tipo de pesquisa que procura avaliar criticamente a produção recente num
tópico particular. O investigador deve estar bastante informado sobre a literatura considerada bem
como dominar os tópicos e procedimentos de pesquisa. A pesquisa de revisão envolve análise,
avaliação e integração da literatura publicada, e também frequentemente conduz para conclusões
importantes a respeito dos resultados de pesquisas realizadas até o momento.
Síntese (Meta-análise) = é o tipo de revisão de literatura que contém uma metodologia e
quantificação definida dos resultados de vários estudos para estabelecer um padrão métrico que
permite a utilização de técnicas estatísticas como um meio de análise.
MODULO III - MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA
1. AS ETAPAS DA PESQUISA
Uma pesquisa desenvolve-se ao longo de uma série de etapas. Seu número, assim como seu
encadeamento, depende de muitos fatores, tais como a natureza do problema, o nível de
conhecimentos que o pesquisador dispõe sobre o assunto, o grau de precisão que se pretende conferir
à pesquisa etc. Assim, qualquer tentativa de apresentar um modelo para desenvolvimento de uma
pesquisa deverá ser entendida como arbitrária. Tanto é que os modelos apresentados pelos autores
que tratam desse assunto diferem significativamente entre si.
Neste capítulo, procura-se apresentar o desenvolvimento da pesquisa com base na
identificação de etapas sucessivas. Logo, o que se segue deve ser entendido não como um roteiro
rigoroso que se deva seguir, sob pena de comprometer irremediavelmente o trabalho, mas sim como
um roteiro, entre outros, elaborado com base na experiência de seu autor, cotejada com a experiência
de outros autores nesse campo.
A pesquisa pode, portanto, ser entendida como um processo que envolve as etapas:
a) escolha do tema;
b) levantamento bibliográfico preliminar ou revisão de literatura;
c) justificativa;
d) formulação do problema;
e) determinação da hipótese;
f) determinação de objetivos;
g) elaboração do plano provisório de assunto;
h) introdução
i) metodologia;
j) coleta de dados;
k) tabulação de dados;
l) resultados
m) análise e discussão dos resultados;
n) conclusão da análise dos resultados;
o) redação e apresentação do trabalho científico (monografia, dissertação ou tese).
2. ESCOLHA DO TEMA
Segundo Ludke e André (1986), para realizar uma pesquisa é preciso promover um confronto
entre os dados, as evidências, as informações coletadas sobre determinado assunto e o conhecimento
teórico acumulado a respeito dele. Esse conhecimento é não só fruto da curiosidade, da inquietação,
da inteligência e da atividade investigativa do pesquisador, mas também da continuação do que foi
elaborado e sistematizado pelos que já trabalharam o assunto anteriormente. A primeira fase do
processo de elaboração de uma pesquisa consiste na determinação do seu tema.
Nesta etapa você deverá responder à pergunta: “O que pretendo abordar?” O tema é um
aspecto ou uma área de interesse de um assunto que se deseja provar ou desenvolver. Escolher um
tema significa eleger uma parcela delimitada de um assunto, estabelecendo limites ou restrições para o
desenvolvimento da pesquisa pretendida.
A definição do tema pode surgir com base na sua observação do cotidiano, na vida
profissional, em programas de pesquisa, em contato e relacionamento com especialistas, no feedback
de pesquisas já realizadas e em estudo da literatura especializada (BARROS; LEHFELD, 1999).
A pesquisa bibliográfica, como qualquer outra modalidade de pesquisa, inicia-se com a escolha de um
tema. É uma tarefa considerada fácil, porque qualquer ciência apresenta grande número de temas
potenciais para pesquisa. No entanto, a escolha de um tema que de fato possibilite a realização de
uma pesquisa bibliográfica requer bastante energia e habilidade do pesquisador.
É muito comum a situação de estudantes que se sentem completamente desorientados ao
serem solicitados a escolher o tema de sua monografia de conclusão de curso ou dissertação de
mestrado. É claro que o papel do orientador nesta etapa é de fundamental importância. Com base em
sua experiência, ele é capaz de sugerir temas de pesquisa e indicar leituras que auxiliem o aluno no
desenvolvimento dos primeiros passos. Além disso, é capaz de advertir quanto às dificuldades que
poderão decorrer da escolha de determinados temas. No entanto, por mais capacitado que seja o
orientador, o papel mais importante nesta etapa do trabalho, assim como nas demais, é desempenhado
pelo próprio estudante.
Primeiramente, deve-se considerar que a escolha de um tema deve estar relacionada tanto
quanto for possível com o interesse do estudante. Muitas das dificuldades que aparecem neste
momento decorrem simplesmente do fato de não apresentarem interesse pelo aprofundamento em
qualquer dos temas com que tiveram contato ao longo do curso de graduação ou mesmo de pósgraduação. Para escolher adequadamente um tema, é necessário ter refletido sobre diferentes temas.
Assim, algumas perguntas poderão auxiliar nessa escolha, tais como: Quais os campos de sua
especialidade que mais lhe interessam? Quais os temas que mais o instigam? De tudo o que você tem
estudado, o que lhe dá mais vontade de se aprofundar e pesquisar?
O estudante não pode, para seu próprio bem, esperar que o orientador determine o tema da
pesquisa. A tarefa de realizar uma monografia ou dissertação por si só é bastante árdua mesmo para
os que estão motivados pela busca do conhecimento. Logo, pesquisar a respeito de um assunto pelo
qual se tenha pouco ou nenhum interesse pode tornar-se uma tarefa altamente frustrante.
Não basta, no entanto, o interesse pelo assunto. É necessário também dispor de bons
conhecimentos na área de estudo para que as etapas posteriores da monografia ou dissertação
possam ser adequadamente desenvolvidas. Quem conhece pouco dificilmente faz escolhas
adequadas. Isso significa que o aluno só poderá escolher um tema a respeito do qual já leu ou estudou
Cabe ressaltar, também, que é muito frequente a escolha de temas amplos e complexos, que exigem
volume de trabalho muito superior ao que será possível realizar no tempo proposto. É uma postura
muito comum, que em geral decorre de certa dose de onipotência dos pesquisadores iniciantes, ou da
falta de conhecimento da literatura da área. Assim, o papel do orientador torna-se decisivo nesse
momento.
3. LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO PRELIMINAR OU REVISÃO DE LITERATURA
Nesta fase você deverá responder às seguintes questões: quem já escreveu e o que já foi
publicado sobre o assunto, que aspectos já foram abordados, quais as lacunas existentes na literatura.
Pode objetivar determinar o “estado da arte”, ser uma revisão teórica, ser uma revisão
empírica ou ainda ser uma revisão histórica.
A revisão de literatura é fundamental, porque fornecerá elementos para você evitar a
duplicação de pesquisas sobre o mesmo enfoque do tema. Favorecerá a definição de contornos mais
precisos do problema a ser estudado.
4. JUSTIFICATIVA
A justificativa consiste em explicar as razões de ordem teórica e os motivos de ordem prática
que levaram o autor do trabalho acadêmico a estudar tal tema específico e não outro qualquer; ou que
tornaram importante a realização do mesmo (MARCONI, 2000, p. 70-71).
Portanto, deve-se mostrar a importância do estudo deste tema para a ciência e para o próprio
autor do trabalho acadêmico, com criatividade e capacidade de convencer sobre a importância do
mesmo no campo da teoria existente, como também, apresentar a contribuição que tal estudo pretende
proporcionar para o problema abordado.
5. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
Nesta etapa você irá refletir sobre o problema que pretende resolver na pesquisa, se é
realmente um problema e se vale a pena tentar encontrar uma solução para ele. A pesquisa científica
depende da formulação adequada do problema, isto por que objetiva buscar sua solução.
Na acepção científica, “problema é qualquer questão não solvida e que é objeto de
discussão, em qualquer domínio do conhecimento” (GIL, 1999, p.49). Problema, para Kerlinger (1980,
p.35), “é uma questão que mostra uma situação necessitada de discussão, investigação, decisão ou
solução”. Simplificando, problema é uma questão que a pesquisa pretende responder. Todo o processo
de pesquisa irá girar em torno de sua solução. Como exemplos de problemas de pesquisa, Gil (1999)
arrola questões para as quais ainda não se têm respostas.
• Qual a composição da atmosfera de Vênus?
• Qual a causa da enxaqueca?
• Qual a origem do homem americano?
• Será que a propaganda de cigarro pela TV induz ao hábito de fumar?
• Qual a relação entre subdesenvolvimento e dependência econômica?
• Que fatores determinam a deterioração de uma área urbana?
A formulação de um problema tem relação com as indagações:
• como são as coisas?;
• quais as suas causas?; e
• quais as suas consequências?
5.1. A escolha do problema de pesquisa
Muitos fatores determinam a escolha de um problema de pesquisa. Para Rudio (2000), o
pesquisador, neste momento, deve fazer as seguintes perguntas:
•
•
•
•
o problema é original?
o problema é relevante?
ainda que seja “interessante”, é adequado para mim?
tenho possibilidades reais para executar tal pesquisa?
• existem recursos financeiros que viabilizarão a execução do projeto?
• terei tempo suficiente para investigar tal questão?
O problema sinaliza o foco que você dará à pesquisa. Geralmente você considera na escolha
deste foco:
• a relevância do problema: o problema será relevante em termos científicos quando
propiciar conhecimentos novos à área de estudo e, em termos práticos, a relevância
refere-se aos benefícios que sua solução trará para a humanidade, país, área de
conhecimento, etc.;
• a oportunidade de pesquisa: você escolhe determinado problema considerando a
possibilidade de obter prestígio ou financiamento.
5.2. Formulação do problema de pesquisa
Na literatura da área de metodologia científica podem-se encontrar muitas recomendações a
respeito da formulação do problema de pesquisa. Gil (1999) considera que as recomendações não
devem ser rígidas e devem ser observadas como parâmetros para facilitar a formulação de problemas.
Veja algumas dessas recomendações:
• o problema deve ser formulado como pergunta, para facilitar a identificação do que se
deseja pesquisar;
• o problema tem que ter dimensão viável: deve ser restrito para permitir a sua
viabilidade. O problema formulado de forma ampla poderá tornar inviável a realização
da pesquisa;
• o problema deve ter clareza: os termos adotados devem ser definidos para esclarecer
os significados com que estão sendo usados na pesquisa;
• o problema deve ser preciso: além de definir os termos é necessário que sua aplicação
esteja delimitada.
Para melhor entendimento de como deve ser formulado um problema de pesquisa, observe
os exemplos abaixo (MARTINS, 1994):
Assunto:
Tema:
Problema:
Recursos Humanos
Perfil ocupacional
Qual é o perfil ocupacional dos trabalhadores em transporte urbano?
Assunto:
Tema:
Problema:
Finanças
Comportamento dos investidores
Quais os comportamentos dos investidores no mercado de ações de São Paulo?
Assunto:
Tema:
Problema:
Organizações
Cultura organizacional
Qual é a relação entre cultura organizacional e o desempenho funcional dos
administradores?
Assunto:
Tema:
Problema:
Treinamento Desportivo
Treinamento Desportivo para idosos
Qual é a relação entre o treinamento desportivo para saúde dos idosos?
6. DETERMINAÇÃO DA HIPÓTESE
Hipóteses são suposições colocadas como respostas plausíveis e provisórias para o
problema de pesquisa. As hipóteses são provisórias porque poderão ser confirmadas ou refutadas com
o desenvolvimento da pesquisa. Um mesmo problema pode ter muitas hipóteses, que são soluções
possíveis para a sua resolução. A(s) hipótese(s) irá(ão) orientar o planejamento dos procedimentos
metodológicos necessários à execução da sua pesquisa.
O processo de pesquisa estará voltado para a procura de evidências que comprovem,
sustentem ou refutem a afirmativa feita na hipótese. A hipótese define até aonde você quer chegar e,
por isso, será a diretriz de todo o processo de investigação. A hipótese é sempre uma afirmação, uma
resposta possível ao problema proposto.
As hipóteses podem estar explícitas ou implícitas na pesquisa. Quando analisados os
instrumentos adotados para a coleta de dados, é possível reconhecer as hipóteses subjacentes
(implícitas) que conduziram a pesquisa (GIL, 1991).
Para Luna (1997), a formulação de hipóteses é quase inevitável, para quem é estudioso da
área que pesquisa. Geralmente, com base em análises do conhecimento disponível, o pesquisador
acaba “apostando” naquilo que pode surgir como resultado de sua pesquisa. Uma vez formulado o
problema, é proposta uma resposta suposta, provável e provisória (hipótese), que seria o que ele acha
plausível como solução do problema.
6.1. Características das Hipóteses
Muitos autores já determinaram as características ou critérios necessários para a validade
das hipóteses. Lakatos e Marconi (1991) listaram onze (11) características já indicadas na litera-tura.
São elas:
•
•
•
•
•
•
•
•
consistência lógica: o enunciado das hipóteses não pode ter contradições e deve ter
compatibilidade com o corpo de conhecimentos científicos;
verificabilidade: devem ser passíveis de verificação;
simplicidade: devem ser parcimoniosas evitando enunciados complexos;
relevância: devem ter poder preditivo e/ou explicativo;
apoio teórico: devem ser baseadas em teoria para ter maior probabilidade de apresentar
genuína contribuição ao conhecimento científico;
especificidade: devem indicar as operações e previsões a que elas devem ser expostas;
plausibilidade e clareza: devem propor algo admissível e que o enunciado possibilite o
seu entendimento;
profundidade, fertilidade e originalidade: devem especificar os mecanismos aos quais
obedecem para alcançar níveis mais profundos da realidade, favorecer o maior número de
deduções e expressar uma solução nova para o problema.
6.2. Classificação das Hipóteses
O problema, sendo uma dificuldade sentida, compreendida e definida, necessita de uma
resposta “provável, suposta e provisória”, que é a hipótese. Para Lakatos e Marconi (1991, p.104) a
principal resposta é denominada de hipótese básica e esta pode ser complementada por outras
denominadas de hipóteses secundárias.
6.2.1. Hipótese Básica
É a afirmação escolhida por você como a principal resposta ao problema proposto. A hipótese
básica pode adquirir diferentes formas, tais como:
•
•
•
•
“afirma, em dada situação, a presença ou ausência de certos fenômenos;
se refere à natureza ou características de dados fenômenos, em uma situação específica;
aponta a existência ou não de determinadas relações entre fenômenos;
prevê variação concomitante, direta ou inversa, entre fenômenos, etc”.
6.2.2. Hipóteses Secundárias
São afirmações complementares e significam outras possibilidades de resposta para o
problema. Podem:
•
•
•
•
•
“abarcar em detalhes o que a hipótese básica afirma em geral;
englobar aspectos não-especificados na hipótese básica;
indicar relações deduzidas da primeira;
decompor em pormenores a afirmação geral;
apontar outras relações possíveis de serem encontradas, etc”.
6.3. Como formular Hipóteses
O processo de formulação de hipóteses é de natureza criativa e requer experiência na área.
Gil (1991) analisou a literatura referente à descoberta científica e concluiu que na formulação de
hipóteses podem-se usar as seguintes fontes:
• observação;
• resultados de outras pesquisas;
• teorias;
• intuição.
6.4. Considerações Finais
Para encerrar a abordagem sobre Problema e Hipóteses de Pesquisa, apresenta-se um
delineamento de uma pesquisa mostrando:
• a definição do problema de pesquisa; e
• as hipóteses que nortearão o seu desenvolvimento.
Então, observe:
Assunto:
Finanças
Tema:
O investidor diante do risco e o retorno dos investimentos
Problema:
Como descobrir carteiras (conjunto de aplicações) que apresentem os maiores
retornos esperados para os níveis de risco aceitáveis para o investidor?
Hipóteses
Hipótese Básica
Com a teoria de carteiras (de Markowitz), é possível combinar aplicações em ativos para
obter carteiras de maiores retornos para vários níveis de risco.
Hipóteses Secundárias
O modelo de precificação de ativos (CAPM) permite a obtenção de uma relação linear válida
de equilíbrio, entre retorno esperado e risco para todos os ativos.
Com a curva de utilidade do investidor e a relação risco-retorno do modelo CAPM, é possível
determinar a carteira ótima desse investidor.
7. DETERMINAÇÃO DOS OBJETIVOS: GERAL E ESPECÍFICOS
Nesta etapa você pensará a respeito de sua intenção ao propor a pesquisa. Deverá sintetizar
o que pretende alcançar com a pesquisa. Os objetivos devem estar coerentes com a justificativa e o
problema proposto.
O objetivo geral será a síntese do que se pretende alcançar, e os objetivos específicos
explicitarão os detalhes e serão desdobramentos do objetivo geral. Os objetivos informarão para que
você está propondo a pesquisa, isto é, quais os resultados que pretende alcançar ou qual a
contribuição que sua pesquisa irá efetivamente proporcionar.
Os enunciados dos objetivos devem começar com um verbo no infinitivo e este verbo deve
indicar uma ação passível de mensuração. Como exemplos de verbos usados na formulação dos
objetivos, podem-se citar para:
•
determinar estágio cognitivo de conhecimento: os verbos apontar, arrolar, definir,
enunciar, inscrever, registrar, relatar, repetir, sublinhar e nomear;
•
determinar estágio cognitivo de compreensão: os verbos descrever, discutir,
esclarecer, examinar, explicar, expressar, identificar, localizar, traduzir e transcrever;
•
determinar estágio cognitivo de aplicação: os verbos aplicar, demonstrar, empregar,
ilustrar, interpretar, inventariar, manipular, praticar, traçar e usar;
•
determinar estágio cognitivo de análise: os verbos analisar, classificar, comparar,
constatar, criticar, debater, diferenciar, distinguir, examinar, provar, investigar e
experimentar;
•
determinar estágio cognitivo de síntese: os verbos articular, compor, constituir,
coordenar, reunir, organizar e esquematizar;
•
determinar estágio cognitivo de avaliação: os verbos apreciar, avaliar, eliminar,
escolher, estimar, julgar, preferir, selecionar, validar e valorizar.
8. ELABORAÇÃO DO PLANO PROVISÓRIO DE ASSUNTO
Após a formulação clara do problema e de sua delimitação, elabora-se um plano de assunto,
que consiste na organização sistemática das diversas partes que compõem o objeto de estudo.
Construir um plano significa, pois, definir a estrutura lógica do trabalho, de forma que as partes estejam
sistematicamente vinculadas entre si e ordenadas em função da unidade de conjunto (Salvador, 1982).
Não se pode com propriedade elaborar logo de início um plano definitivo, pois nessa fase não
se conhece suficientemente a matéria. Parte-se, pois, de um plano provisório tão completo quanto
permitam os conhecimentos nesta fase, mas que provavelmente passará por diversas reformulações
ao longo do processo de pesquisa. O plano provisório constitui, portanto, apenas a primeira etapa. O
plano definitivo só poderá ser elaborado ao fim da coleta de dados.
Esse plano de trabalho geralmente apresenta a forma de itens e subitens ordenados em
seções correspondentes ao desenvolvimento que se pretende dar à pesquisa. Uma pesquisa, por
exemplo, que tenha como objetivo analisar o mercado de trabalho do economista no Brasil poderia ser
norteada pelo seguinte plano:
1. A profissão de administrador de empresas
1.1 Características da profissão
1.2 Requisitos pessoais e técnicos para o exercício da profissão
1.3 Formação profissional do administrador de empresas
1.4 Regulamentação da profissão
2. Áreas de atuação do administrador de empresas
2.1 No setor público
2.2 Em empresas industriais
2.3 No comércio
2.4 Em bancos
2.5 No magistério
2.6 Em atividades de consultoria
3. A remuneração do administrador de empresas
3.1 Formas de remuneração
3.2 Níveis de remuneração
4. Perspectivas de trabalho do administrador de empresas
4.1 Alterações estruturais no mercado de trabalho
4.2 Interfaces do administrador de empresas com outros profissionais
4.3 O papel do administrador num "mundo sem empregos"
MODULO IV - O PROJETO DE PESQUISA (TRABALHO ACADÊMICO, DISSERTAÇÃO OU TESE)
1. ARTIGO CIENTÍFICO
1.1. Conceito
O artigo científico relata informações e resultados de uma pesquisa de maneira clara e
concisa. Sua característica principal é ser publicado em periódicos científicos. As orientações que se
seguem são baseados na NBR 6022/2003 da ABNT, portanto, caso deseje publicar o artigo em um
periódico específico é importante que seja verificado o "Regulamento para Publicação" do periódico no
qual se pretende publicar. É extremamente importante se reconhecer o formato básico exigido. O artigo
pode ser rejeitado por não se encontrar no formato padrão, mesmo que apresente um bom conteúdo.
1.2. Funções
Existem várias razões para se publicar um artigo técnico ou uma publicação científica, como:
• Divulgação científica - A publicação de um artigo científico ou técnico é uma forma de
transmitir à comunidade técnico-científica o conhecimento de novas descobertas, e o desenvolvimento
de novos materiais, técnicas e métodos de análise nas diversas áreas da ciência.
• Aumentar o prestígio do autor - Pesquisadores com um grande volume de publicações
desfrutam do reconhecimento técnico dentro da comunidade científica, alcançam melhores colocações
no mercado de trabalho, e divulgam o nome da instituição a qual estão vinculados.
• Apresentação do seu trabalho - Muitas instituições de ensino e/ou pesquisa, e várias
empresas comerciais frequentemente requerem que os seus profissionais apresentem o progresso de
seu trabalho e/ou estudo através da publicação de artigos técnico-científicos.
• Aumentar o prestígio da sua instituição ou empresa - Instituições ou empresas que
publicam constantemente usufruem do reconhecimento técnico de seu nome, o que ajuda a atrair
maiores investimentos e ganhos para esta organização.
• Se posicionar no mercado de trabalho - O conhecido ditado em inglês "Publish or perish",
ou seja, "Publique ou pereça", provavelmente nunca foi tão relevante como nos dias de hoje. Redigir
um artigo técnico lhe trará uma boa experiência profissional, e contribuirá para enriquecer o seu
currículo, aumentando assim suas chances de obter uma melhor colocação no mercado de trabalho.
1.3. Tipos de Artigo Científico
1.3.1. Artigos originais
São contribuições destinadas a divulgar resultados pesquisa original que possam sem
generalizados ou replicados. Incluem estudos controlados e randomizados, estudos de testes
diagnósticos e de triagem e de outros estudos descritivos e de intervenção, bem como a pesquisa
básica com animais de laboratório.
1.3.2. Relatos de casos ou Caso clínico
São trabalhos de observações clínicas originais acompanhados de análise e discussão.
Tratam de pacientes ou situações singulares, doenças raras ou nunca descritas, assim como formas
inovadoras de diagnóstico ou tratamento. O texto é composto por uma introdução breve que situa o
leitor quanto à importância do assunto e apresenta o objetivo da apresentação do caso; por um relato
resumido do caso; e por comentários que discutem aspectos relevantes e comparam o relato com
outros casos descritos na literatura.
1.3.3. Artigos de revisão
Avaliação crítica sistemática da literatura sobre determinado assunto, devendo conter
conclusões. A organização do texto do artigo, com exceção da Introdução, Discussão e Conclusão, fica
a critério do autor.
1.3.4. Artigos especiais
São textos não classificáveis nas categorias acima, que o Conselho Editorial da revista julgue
de especial relevância para as ciências da saúde ou ensino na área da saúde. Sua revisão admite
critérios próprios, não havendo limite de tamanho ou exigência prévias quanto as referências
bibliográficas.
2. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DE UM ARTIGO - ESTRUTURA
A estrutura de uma tese, dissertação ou de um trabalho acadêmico compreende: elementos
pré-textuais, elementos textuais e elementos pós-textuais. O trabalho acadêmico poderá conter a
seguinte estrutura, ou sofrer alterações por parte do Colegiado do Curso ou do Professor.
• Capa (obrigatória)
• Folha de rosto (obrigatória)
• Folha de aprovação (obrigatória para monografias de final de curso de graduação,
dissertações e teses)
• Dedicatória (opcional)
• Agradecimentos (opcional)
• Epígrafe (opcional)
• Resumo na linguagem original (obrigatório: dissertações e teses)
• Resumo em língua estrangeira (obrigatório: dissertações e teses)
• Listas de ilustrações, abreviaturas e siglas, símbolos e tabelas (opcional)
• Sumário (obrigatório)
• Corpo do texto (Obrigatório: Introdução, Objetivos, Desenvolvimento (metodologia,
materiais e métodos) resultados e discussão e Conclusão)
• Referências (obrigatória)
• Bibliografia (obrigatória: dissertações e teses)
• Apêndice(s) (opcional)
• Anexo(s) (opcional)
2.1. Elementos Pré-Textuais
Os elementos pré-textuais são aqueles que antecedem o texto com informações que
contribuem para a identificação e utilização do trabalho.
• Capa ..................................................................(obrigatório)
• Folha de rosto ....................................................(obrigatório)
• Errata....................................................................(opcional)
• Folha de aprovação.............................................(obrigatório)
• Dedicatória............................................................(opcional)
• Agradecimentos......................................................(opcional)
• Epígrafe.................................................................(opcional)
• Resumo na língua vernácula e estrangeira..........(obrigatório)
• Listas de ilustrações, tabelas, abreviaturas e siglas,
símbolos...................................................(opcional)
• Sumário..............................................................(obrigatório)
2.1.1. Capa
A capa, elemento obrigatório que identifica o trabalho, deve conter as informações na ordem
estabelecida pela NBR 14724, entretanto, por uma questão de praticidade, usaremos os elementos
identificadores na seguinte ordem:
• Nome da Universidade: localizado na margem superior, centralizado, letras
maiúsculas, fonte 14 e em negrito.
• Nome do curso: logo abaixo do nome da Universidade, em letras maiúsculas,
centralizado, fonte 14 e em negrito.
• Nome(s) do(s) autor(es): nome e sobrenome do(s) autor(es), em ordem alfabética,
em letras maiúsculas, centralizado, (considerando o alinhamento horizontal), fonte 14 e
em negrito.
• Título do trabalho: em letras maiúsculas, centralizado, fonte 16, negrito, faça um título
curto, que chame a atenção, e além de tudo, que reflita o tema principal do artigo.
• Local e ano: nas duas últimas linhas da folha, em letras maiúsculas, centralizado,
fonte 12 e em negrito. Tais elementos devem ser distribuídos de maneira equidistantes na
folha.
Curso de Bacharelado em Administração
ALESSANDRO DIAS OLIVEIRA
A IMPORTÂNCIA DA GINÁSTICA LABORAL SOBRE O
ESTRESSE NO AMBIENTE DE TRABALHO
Brasília - DF
2012
2.1.2. A Folha de Rosto
A Folha de Rosto, elemento obrigatório, é a repetição da capa com a descrição da natureza e
objetivo do trabalho, portanto, contém detalhes da identificação do trabalho na mesma ordem.
• Natureza e objetivo do trabalho: trata-se de uma nota explicativa de referência ao texto.
• Deve ser impresso em espaço simples, fonte 10 e com o texto alinhado a partir da
margem direita.
Curso de Bacharelado em Administração
ALESSANDRO DIAS OLIVEIRA
A IMPORTÂNCIA DA GINÁSTICA LABORAL SOBRE O
ESTRESSE NO AMBIENTE DE TRABALHO
Artigo de Revisão apresentado ao programa de
Graduação da Faculdade de Unisaber, como
requisito parcial para obtenção do título de
bacharel em Administração.
Orientador: Prof. Rafael André de Araújo
Brasília - DF
2012
2.1.3. Folha de Aprovação (obrigatória):
Esta folha deve ser impressa, a partir da metade da página. Grafado em letras maiúsculas,
fonte 12, em negrito, BANCA EXAMINADORA. Abaixo desta, imprimir quatro linhas para as assinaturas
dos membros da banca examinadora. É utilizada, como elemento obrigatório, nos trabalhos que são
avaliados por bancas, como por exemplo, nos TCCs, dissertações de mestrado etc.
Curso de Bacharelado em Administração
ATA DE APROVAÇÃO
Artigo Revisão de autoria Alessandro Dias Oliveira intitulado A importância da
ginástica laboral sobre o estresse no ambiente de trabalho apresentado como requisito
parcial para obtenção do título de bacharel em Administração da Faculdade UNISABER, em
XXX de março de 20XX, defendida e aprovada pela Comissão Examinadora abaixo
assinado:
__________________________________________
Rafael André de Araújo
Prof. do Curso de Administração da Faculdade Unisaber
Orientador
__________________________________________
XXXXXXXXXXXXXXXX
Prof. do Curso de XXXXXXX Instituição de Ensino - Sigla
Examinador
__________________________________________
XXXXXXXXXXXXXXXX
Prof. do Curso de XXXXXXX Instituição de Ensino - Sigla
Examinador
Brasília - DF
2011
2.1.4. Dedicatória
Esta é a folha em que o(s) autor(es) dedica(m) o trabalho e/ou faz(em) uma citação ou ainda,
presta(m) uma homenagem. É um elemento opcional, porém, se utilizada, o texto é impresso em itálico,
fonte 10, na parte inferior da folha, à direita e a folha é encabeçada pela palavra "Dedicatória",
centralizado, em letras maiúsculas, fonte 14, em negrito.
2.1.5. Agradecimentos
Esta folha é opcional. Quando utilizada deve privilegiar, àqueles que merecem destaque por
sua contribuição ao trabalho. Desse modo, agradecimentos e contribuições rotineiras, não são, em
geral, destacados.
Esta folha é encabeçada pela palavra AGRADECIMENTO, em letras maiúsculas,
centralizada, fonte tamanho 14, em negrito. Em geral inclui agradecimentos: ao coordenador e/ou
orientador, professores, instituições, empresas e/ou pessoas que colaboraram de forma especial na
elaboração do trabalho. O texto é composto utilizando-se a fonte tamanho 12.
2.1.6. Epígrafe (opcional)
Pensamentos retirados de um livro, música, poema, normalmente relacionado com o tema do
trabalho, entre aspas, seguida da autoria, espaço simples entre as linhas e letras minúsculas. A
epígrafe pode também constar nas folhas de abertura das seções primárias.
2.1.7. Resumo em Língua Vernácula
O resumo redigido pelo próprio autor do trabalho na língua original deve constituir a síntese
dos pontos relevantes do trabalho, tais como: tema, problema de pesquisa, justificativa, objetivo(s),
material e método proposto, os resultados alcançados, as conclusões e recomendações. O resumo
deve ser digitado em um só parágrafo. Não inclua referências, figuras ou equações nesta seção.
As pessoas se baseiam no Resumo para decidirem ler ou não o restante de um artigo. Assim,
resuma de maneira precisa os tópicos principais do artigo e as conclusões obtidas através do seu
trabalho. É a condensação do trabalho, enfatizando-se seus pontos mais relevantes de modo a passar
ao leitor uma ideia completa do teor do trabalho.
O texto será apresentado um espaços abaixo do título, em espaço simples entrelinhas, sem
parágrafo. O resumo deverá conter entre 200 e 500 palavras. É redigido na terceira pessoa do singular,
com o verbo na voz ativa e não deve incluir citações bibliográficas. É um elemento obrigatório e deverá
conter também as palavras representativas do conteúdo do trabalho, isto é, palavras-chave ou
descritores.
2.1.8. Resumo em Língua Estrangeira ou Abstract
O Abstract é a versão do Resumo em inglês. Por uma questão de coerência, ele deve possuir
tamanho e significado compatíveis com o resumo em língua portuguesa. Algumas línguas são mais
concisas que outras, mas é inaceitável que o Resumo e o Abstract contenham divergências. Além
disso, a versão em inglês não deverá ser apenas uma tradução literal ou convencional do resumo, mas
sim uma tradução científica, com a tradução precisa dos termos e expressões técnicas, ou o seu
trabalho poderá ser rejeitado para publicação. por exemplo; é apresentado em página separada. Nos
TCC's e dissertações de mestrado, trata-se de um elemento obrigatório.
RESUMO
OLIVEIRA, A.D.; ARAÚJO, R.A. Teste de Avaliação Física: Evolução das Capacidades Físicas em
Militares, como Adaptação ao Treinamento Físico Militar – TFM. Artigo de Original. Curso de
Licenciatura em Educação Física da Faculdade de Ciências humanas e da Saúde – SESPA, Brasília,
2012.
Introdução: A melhoria da aptidão física contribui para o aumento significativo da prontidão dos
militares para o combate e proporciona melhores condições para que os mesmos possam suportar o
estresse debilitante nos combates. O Exército Brasileiro (EB) realiza sessões de Treinamento Físico
Militar (TFM) para o desenvolvimento, manutenção e recuperação de padrões de desempenho físico de
seus militares, dentre estes o Teste de Avaliação Física (TAF) é uma maneira simples de medir a
aptidão física e a capacidade para realizar tarefas militares. O EB procura incorporar em suas fileiras
pessoas aparentemente ativas e com bom condicionamento físico. Posteriormente a esta incorporação,
inicia-se um treinamento para torná-los condicionados. Objetivo: Avaliar a evolução do nível do
condicionamento físico (neuromuscular e cardiovascular) de recrutas durante o período de um ano.
Materiais e Métodos: A amostra foi composta por 600 recrutas incorporados, no Batalhão da Guarda
Presidencial em 2009, fisicamente ativos, com idade média (18,02 ± 0,1). Os voluntários foram
submetidos a exames médicos e odontológicos a fim de se tornarem aptos para o serviço do EB e para
a prática do TFM. Foram realizados no período de março a novembro três TAF, constituído de cinco
provas na seqüência de acordo com manual de treinamento Físico Militar (C2020). Primeiro dia: Teste
de corrida de 12 minutos (TC12); flexão de braço (FB), Abdominal Supra (AbS); Segundo dia: flexão na
barra (FBr), e Pista de Pentatlo Militar (PPM), para a avaliação da evolução do nível de
condicionamento de cada militar. No intervalo entre os testes ao outro, os militares eram submetidos ao
TFM três vezes por semana, numa sessão de 90 minutos ao dia. Resultados: TC12: Pré (2637,3 ±
632,4) e Pós (3146,4 ± 685,7*) metros, p≤ 1,26; FB: Pré (30,7 ± 4,1) e Pós (36,4 ± 4,6) flexões, p ≤
1,71; AbS: Pré (52,0 ± 7,4) e Pós (68,0 ± 13,4); FBr: Pré (6,0 ± 3,4) e Pós (12,0 ± 3,1); e PPM: Pré
(00:07:11 ± 0,9) e Pós (00:05:26 ± 1,2). Conclusão: Com base nos resultados encontrados neste
estudo observou-se que os militares sofreram mudanças positivas no nível de condicionamento físico,
com uma evolução do sistema cardiovascular de 19,30% no TC12, sendo que o VO2Max do grupo no
teste evolui 23,15%, no primeiro TAF (48,8 ± 8,3 ml/kg.min) conceito bom e no terceiro TAF (59,7 ± 8,7
ml/kg.min) conceito excelente, foi adotada a tabela de referencia criada por COOPER (1975) para
calculo do VO2Max indireto, e modificada pelos militares no Projeto TAF (1984). Nos testes das
capacidades físicas neuromusculares (teste de abdominal, flexão de braço e flexão na barra) houve
uma evolução média de 38,5%. Os dados apresentados levam a conclusão que houve evolução do
nível de condicionamento físico no sistema neuromuscular e no cardiovascular, nos militares
incorporados no ano de 2009 através das sessões de Treinamento Físico Militar, o que ratifica a
continuidade deste programa de treinamento.
Palavras-chave: Treinamento Físico Militar, Teste de Avaliação Física, Exército Brasileiro.
2.1.9. Palavras-Chave em Língua Estrangeira ou Key-Words
È necessário a inclusão de um conjunto de palavras-chave que caracterizem o seu artigo.
Estas palavras serão usadas posteriormente para permitir que o artigo seja encontrado por sistemas
eletrônicos de busca. Por isso, você deve escolher palavras-chave abrangentes, mas que ao mesmo
tempo identifiquem o(s) assunto(s) de que trata o artigo. A fonte de informação para localização de
palavras-chave na área de ciências da saúde é o DECS (Descritores em Ciências da Saúde) no site da
bireme: http://decs.bvs.br/
2.1.10. Sumário
É um elemento obrigatório, constituído pela enumeração das principais divisões, seções e
outras partes do trabalho, na mesma ordem em que aparecem no seu desenvolvimento, ou seja, deve
conter exatamente os mesmos títulos, subtítulos que constam no trabalho e as respectivas páginas em
que aparecem.
O título SUMÁRIO deve estar em letras maiúsculas, fonte 14, centralizado e em negrito. Após
três espaços, serão grafados os capítulos, títulos, itens e/ou subitens, conforme aparecem no corpo do
texto.
SUMÁRIO
RESUMO .................................................................................................................................................. 4
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 6
2. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................................................... 8
3. REVISÃO LITERATURA ...................................................................................................................... 9
3.1. Saúde e Trabalho ......................................................................................................................... 9
3.2. Ginástica Laboral ........................................................................................................................ 10
3.3. Modalidades ............................................................................................................................... 11
3.4. Ginástica Laboral Preparatória ................................................................................................... 11
3.5. Ginástica Laboral de Compensatória .......................................................................................... 11
3.6. Ginástica Laboral de Relaxamento ............................................................................................. 12
3.7. Ginástica Laboral Corretiva ........................................................................................................ 12
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................................ 15
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................. 16
2.1.11. Lista de Ilustrações
É um elemento opcional que se destina a identificar os elementos gráficos, na ordem em que
aparecem no texto, indicando seu título e o número da página em que estão impressos. É grafado o
título: LISTA DE ILUSTRAÇÕES no centro da página, em letras maiúsculas, fonte 14, negrito.
2.1.12. Lista de Tabelas
São opcionais e correspondem às listas de abreviaturas, siglas, símbolos e/ou grandezas;
obedecem às mesmas regras das Listas de Elementos Gráficos. São utilizadas, se necessárias, para
dar ao leitor as melhores condições de entendimento do trabalho.
2.2. ELEMENTOS TEXTUAIS
•
•
•
•
•
Introdução
Revisão de Literatura
Metodologia
Resultados (Análise e Discussão)
Conclusão
2.2.1. Corpo do Trabalho - Argumentação
São considerados elementos textuais, a parte do trabalho em que se apresenta o assunto. A
argumentação do trabalho é composta pela introdução, material e método, resultados, discussão e
conclusão, no caso de artigo original. São na verdade, o verdadeiro conteúdo do trabalho. É evidente
que todos as demais que compõem o artigo são importantes e essenciais. Na verdade, são nesses
itens que serão concentrados todos os esforços de compreensão e entendimento, discussão e análise,
síntese e demonstração do conhecimento.
2.2.2. Introdução
A introdução é um apanhado geral do conteúdo do artigo científico sem entrar em muitos
detalhes. Apenas poucos parágrafos são o suficiente. Deve descrever brevemente a importância da
área de estudo e especificada a relevância da publicação do artigo, ou seja, explicar como o trabalho
contribui para ampliar o conhecimento em uma determinada área da ciência, ou se ele apresenta novos
métodos para resolver um problema. Apresenta-se uma revisão da literatura recente (publicada nos
últimos 5 anos), especificando sobre o tópico abordado, ou forneça um histórico do problema.
Definição do problema - Definir o problema ou tópico estudado, explicar a terminologia
básica, e estabelecer claramente os objetivos e as hipóteses. Os artigos são frequentemente rejeitados
para publicação porque os autores apresentam apenas os objetivos, mas não as hipóteses.
A introdução deve ser finalizada com a apresentação do(s) objetivo(s) do trabalho. Para se
escrever uma introdução informativa para o artigo é necessário estar familiarizado com o problema. A
introdução deve apresentar a evolução natural de sua pesquisa. Ela pode ser elaborada após escrever
Discussão e Conclusões. Neste capítulo serão apresentados o tema de pesquisa, o problema a ser
pesquisado e a justificativa.
Contextualize, abordando o tema de forma a identificar os motivos ou o contexto no qual o
problema ou a(s) questão(ões) de pesquisa foram identificados. Permita que se tenha uma visualização
situacional do problema. Restrinja sua abordagem apresentando a(s) questão(ões) que fizeram você
propor esta pesquisa. Indique as hipóteses ou os pressupostos que estão guiando a execução da
pesquisa. Hipóteses ou pressupostos são respostas provisórias para as questões colocadas acima.
Arrole os argumentos que indiquem que sua pesquisa é significativa, importante e/ou relevante. Indique
os resultados esperados com a elaboração da pesquisa.
2.2.3. Material e Método
A denominação Metodologia poderia ser substituída por Procedimentos Metodológicos ou
Materiais e Métodos. Descreve o tipo de estudo/delineamento; a população alvo do estudo
(especificação e caracterização com os critérios de inclusão e exclusão) - trata-se da delimitação do
universo que será pesquisado, seja seres animados ou inanimados. Consiste em explicitar o que foi
pesquisado: pessoas, coisas, fenômenos, enumerando suas características comuns, como por
exemplo, sexo, faixa etária, organização a que pertencem, comunidade onde vivem, etc.; a amostra
utilizada(s) quando a pesquisa não abrange a totalidade do universo pesquisado, surgindo a
necessidade de se investigar apenas uma parte dessa população; as variáveis estudadas, os
procedimentos adotados e as técnicas utilizadas. Essas últimas correspondem à prática de coleta de
dados e análise dos dados (observação, entrevista, questionário).
Os procedimentos metodológicos empregados para o levantamento de dados e sua utilização
no processo de análise, devem estar claros no artigo. Esses procedimentos devem estar adequados ao
problema a ser investigado e aos objetivos definidos pelo autor.
2.2.4. Resultados e discussão
Descrição panorâmica dos dados levantados para propiciar ao leitor a percepção adequada e
completa dos resultados obtidos de forma clara e precisa, sem interpretações pessoais.
Quando pertinente, deve-se incluir ilustrações como quadros, tabelas e figuras (gráficos,
mapas, fotos, etc.). A apresentação de tabelas/quadros com os dados obtidos aparecem nesse item, no
entanto, os comentários devem ser guardados para a seção Discussão.
Uma vez que artigos com tabelas irão obter um maior número de citações porque outros
pesquisadores podem usar os dados como base de comparação, construa as tabelas com sublegendas
adequadas para as linhas e colunas. Se possível, utilize figuras, gráficos, e outras representações
diagramáticas atrativas para ilustrar claramente os dados. Gráficos e tabelas devem sempre ter
legendas, dizendo exatamente o que representam.
Falhas comuns em artigos técnicos incluem o uso inapropriado de tabelas e figuras que
confundem os leitores, e a falta de análises estatísticas adequadas. Tabelas devem ser incluídas
quando se deseja apresentar um número pequeno de dados. Não devem ser usadas para listar dados
levantados para se plotar um gráfico. Neste caso apenas o gráfico deve ser apresentado. A seção
Resultados deve ser apenas longa o suficiente para apresentar as evidências do estudo.
2.2.5. Conclusão
Apresente argumentos convincentes e adequados, prova matemática, exemplos, equações,
análises estatísticas, padrões/tendências observadas, opiniões e ideias além da coleção de números
coletados e tabelados. Devem ser feitas comparações com resultados obtidos por outros
pesquisadores, caso existam. Apresenta a síntese interpretativa dos principais argumentos usados,
onde será mostrado se os objetivos foram atingidos e se a(s) hipótese(s) foi (foram) confirmada(s) ou
rejeitada(s).
Devem constar da conclusão a recapitulação sintetizada dos capítulos e a autocrítica
referente ao desenvolvimento da pesquisa, onde você fará um balanço dos resultados obtidos.
Andrade (1995) ressalta que a conclusão deve ser “breve, exata e convincente”.
2.2.6. Sugira aplicações para o trabalho.
Resumir, apontar e reforçar as ideias principais e as contribuições proporcionadas pelo
trabalho faz parte da discussão/conclusão. A finalização do artigo pode dizer o que foi aprendido
através do seu estudo. A conclusão deve ser analítica, interpretativa, e incluir argumentos explicativos.
Deve ser capaz de fornecer evidências da solução de seu problema através dos resultados obtidos
através do trabalho. Cada objetivo deve ser analisado e confrontado com os achados da pesquisa.
Deve-se ainda comentar sobre os planos para um trabalho futuro com relação ao mesmo
problema, ou modificações a serem feitas e/ou limitações do método utilizado que poderão ou não
serem superadas. Não apresente conclusões que o trabalho não evidenciar. Isso denuncia a sua
fragilidade de argumentação e falta de conhecimento lógico do conteúdo desenvolvido. Não faça
projeções em cima do provável, do inexistente, simplesmente para apontar um determinado local de
chegada ou compreensão.
2.3. ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS
Referências.........................................................(obrigatório)
Glossário................................................................(opcional)
Apêndice................................................................(opcional)
Anexo.....................................................................(opcional)
2.3.1. Referências
Apresentar a bibliografia citada é obrigatório, pois todo o trabalho científico é fundamentado
em pesquisa bibliográfica (revisão de literatura, fundamentação teórica). Todas as publicações
utilizadas no decorrer do texto deverão estar listadas de acordo com as normas para a elaboração de
referências - NBR6023 da ABNT (2002). Se necessário, outras referências poderão ser apresentadas e
organizadas por grau de autoridade (obras citadas, consultadas e indicadas).
2.3.2. Glossário
Nem sempre usual nas dissertações e teses, consiste em uma lista de palavras ou
expressões técnicas que precisam ser definidas para o entendimento do texto.
2.3.3. Apêndices
Aparece no final do trabalho (opcional). Apêndice, segundo a NBR14724 da ABNT (2002)
consiste em um texto ou documento elaborado pelo próprio autor, a fim de complementar sua
argumentação, sem prejuízo da unidade nuclear do trabalho. Os apêndices são identificados por letras
maiúsculas consecutivas (A, B, ...), travessão (-) e pelos respectivos títulos.
Exemplo
APÊNDICE A –
APÊNDICE B –
2.3.4. Anexos
Aparece no final do trabalho (opcional). Anexo, segundo a N-BR14724 da ABNT (2002),
consiste em um texto ou documento, não elaborado pelo autor, que serve de fundamentação,
comprovação e ilustração. Os anexos são identificados por letras maiúsculas consecutivas (A, B, ...)
seguido de travessão (-) e pelos respectivos títulos.
Exemplo
ANEXO A –
ANEXO B –
2.4. APRESENTAÇÃO GRÁFICA DO ARTIGO CIENTÍFICO
2.4.1. Emprego de Citações
2.4.1.1. Conceituação
As citações são trechos transcritos ou informações retiradas dos documentos pesquisados,
com a finalidade de fundamentar, comentar ou de ilustrar as ideias do autor para realização do
trabalho. As citações devem ser acompanhadas de referências que permitam ao leitor comprovar os
fatos citados ou ampliar seu conhecimento do assunto, mediante consulta às fontes originais.
A definição de RUIZ2 diz que citações “são os textos documentais levantados com a máxima
fidelidade durante a pesquisa bibliográfica e que se prestam para apoiar a hipótese do pesquisador ou
para documentar sua interpretação”.
O sistema utilizado para apresentação das citações podem ser AUTOR/DATA ou
NUMÉRICO. No caso de artigos científicos utiliza-se o sistema de NUMERICO como apresentado nos
exemplos a seguir.
2.4.1.2. Tipos de citações
2.4.1.2.1. Citação textual ou transcrição
É um trecho transcrito de forma idêntica aquela utilizada pelo autor original. Deve-se
transcrever as palavras tal como estão, entre aspas duplas, obedecendo a pontuação original.
Exemplo :
“Citar é como testemunhar num processo. Precisamos estar sempre em condições de
retomar o depoimento e demonstrar que é fidedigno.”
2.4.1.3. Citação livre ou paráfrase
É uma forma livre, mas fiel, de apresentar ideias e/ou informações de um outro autor. Propicia
a quem redige o texto uma maior liberdade em ordenar as ideias, assim como facilitar a apresentação
de um texto homogêneo no estilo e melhor organizado para leitura.
Nas informações obtidas oralmente: palestras, debates, entrevistas, comunicações, etc.
indicar entre parênteses a expressão: informação verbal.
Exemplo:
MELLO4 constatou que no tratamento com AZT em aidéticos no Hospital Souza Aguiar
demonstrou melhorias em 75% dos casos (informação verbal). Ou O tratamento com AZT em aidéticos
no Hospital Souza Aguiar demonstrou melhorias em 75% dos casos (informação verbal)4.
2.4.1.4. Citação de citação
2.4.1.4.1. Baseada na NBR 10520
É a transcrição ou a paráfrase de um texto já citado por outro, cujo original não foi possível
ser consultado. Neste caso é indispensável a menção, no texto, entre parênteses, do autor do
documento original, sucedido da expressão latina apud e do autor da obra consultada.
Exemplo:
A identificação das fontes utilizadas no texto constitui-se ainda num princípio de probidade
intelectual e ética profissional. A menção dessas fontes valoriza e complementa o trabalho. Sugere o
empenho e habilidade por parte do autor em utilizá-las. (LUFT apud NAHUZ6)
2.4.1.5. Citação mista
Este tipo de citação é constituído por uma mistura da paráfrase e da transcrição. Nela
transcreve-se entre aspas apenas alguns termos ou expressões do autor original, completando a frase
com suas próprias palavras.
Exemplo:
As comunicações de massa, constituem, como diz McLuhan7, “um dos fenômenos centrais do
nosso tempo.” Recorde-se que, somente na Itália, segundo Saroy8 , dois indivíduos em cada três
passam um terço do dia em frente ao televisor.
2.4.1.6. Regras gerais
Segundo a ABNT (NBR 10520/2001, p. 2)9 “é indispensável mencionar os dados necessários
à identificação da fonte da citação”. Os trabalhos citados no texto devem aparecer em lista no fim do
texto no capítulo REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. Nas citações utilizar o sistema autor-data. Nesse
caso, as entradas no texto serão pelo sobrenome do autor, pela instituição responsável ou título + ano
da publicação separado por vírgula. Quando uma dessas entradas for incluída na sentença devem ser
em letras minúsculas e quando estiverem entre parênteses devem ser letras maiúsculas. Quando a
citação for direta é necessário ainda especificar no texto a(s) página(s), volume(s), tomo(s) ou
seção(ões), se houver.
2.4.1.7. Apresentação
a) Citações longas (mais de três linhas) devem constituir um parágrafo independente,
recuado, com tabulação padrão de 4,0 cm a partir da margem esquerda (cerca de 18 toques) e com
espaço simples nas entrelinhas, com letra menor que a do texto utilizado e sem as aspas.
Exemplo:
Segundo as LAVINAS11 (p. 134) as citações devem ser indicadas no texto por um sistema
numérico ou autor-data. Qualquer que seja o método adotado, deve ser seguido consistentemente ao
longo de todo trabalho porque a consistência na apresentação dos informações é um dos elementos
mais importantes nos trabalhos.
b) Citações curtas de até três linhas devem ser inseridas no texto. As aspas simples são
utilizadas para indicar citação no interior da citação.
Exemplos:
A citação pressupõe que a idéia do autor citado seja compartilhada, a menos que o trecho
seja precedido e seguido de expressões críticas12.
Para Ruiz13 “as citações devem indicar fontes quando as ‘sínteses ou refraseamentos
pessoais’ traduzirem fielmente o conteúdo da fonte citada”. “Sempre que se omitir a transcrição de uma
parte do texto, isso será assinalado pondo reticências entre
colchetes.”
Para Rey15 (p. 2) “as citações são as informações utilizadas pelo autor com o propósito de
fundamentar, de comentar, ou de ilustrar as asserções do texto [ ... ].” Complementando Ruiz12 (p. 81)
coloca que “as citações são textos documentais levantados com a máxima fidelidade durante a
pesquisa bibliográfica e que se
presta para apoiar a hipótese do pesquisador [ ... ].”
2.4.1.8. Nas referências bibliográficas no final da obra:
Exemplo:
ECO, U. Como se faz uma tese. São Paulo : Perspectiva, 1989.
LAVINAS, P.S. Pesquisa e referências bibliográficas. Rev. Bras. Anestesiologia, v. 40, n.
2, p. 133-135, mar./abr. 2001.
REY, L. Planejar e redigir trabalhos científicos. 2.ed. São Paulo : Edgard Blucher, 1999.
240 p.
2.5. ELABORAÇÃO DE REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Ao se elaborar um trabalho é imprescindível a menção dos documentos que serviram de base
para sua produção. Para que esses documentos possam ser identificados, é necessário que os
elementos que permitam sua identificação sejam reconhecidos, e isto só acontecerá através das
referências bibliográficas. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define padrões para
apresentação de trabalhos, sem esses padrões fica difícil localizar e identificar as fontes utilizadas no
trabalho científico.
2.5.1. Baseada na NBR 6023 da ABNT
2.5.1.1. Definição
Referência bibliográfica é o conjunto de elementos detalhados que permite a identificação no
todo ou em parte, de documentos e/ou outras fontes de informação. Orienta a preparação e compilação
de referências de material utilizado para a produção de documentos e para inclusão em bibliografias,
resumos, resenhas, recensões e outros.
Cada uma das classes de documento tem suas características e, assim, aqueles elementos
também podem aparecer de maneira diversificada quanto à localização, na própria referência.
2.5.2. Monografias em Geral
a) Livro
BEVILACQUA, F.; BENSOUSSAN, E.; JANSEN, J. M. et al. Manual do exame clínico. 11. ed. rev.
atual. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 1997. 476 p. il. ISBN 85-7006-202-8.
b) Folheto
WAGNER, G. R. Actividades de detección y vigilancia para los trabajadores expuestos a polvos
minerales. Ginebra: Organización Mundial de la Salud, 1998. 67 p. ISBN 924 354 4985.
c) Monografias
CARNEIRO, H. G. A infância perdida: desnutrição e exclusão social. 1996. 48 f. Monografia
(Especialização em Educação e Saúde) - Faculdade de Medicina de Campos, Campos dos
Goytacazes, 1996.
VERGUEIRO, M. G. A desnutrição infantil em Campos dos Goytacazes. 1998. 38 f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em Medicina) - Faculdade de Medicina de Campos, Campos dos
Goytacazes, 1996.
d) Dissertação
DIAS, E. P. A forma da papila renal e sua importância na avaliação de cicatrizes corticais: estudo
em moldes do sistema pielocalicial. 1987. 69 p. Dissertação (Mestrado em Anatomia Patológica) Universidade Federal Fluminense, Niterói, 1987.
e) Tese
MELO, P. A. Estudos da atividade miotóxica de venenos crotalídeos e de substâncias
antagonistas. 1992. Tese (Doutorado em Ciências) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, 1992.
f) Separata de monografia
MUÑHOZ AMATO, P. Planejamento. Rio de Janeiro: FGV, 1955. 55 p. Separata de Introducción a
La administración pública . México: Fondo de Cultura Económica, 1955. Cap. 3.
g) Relatório oficial
A entrada é feita pelo nome da instituição e não pelo nome do autor do relatório. Só é incluída a editora
quando diferente do autor. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Relatório 1995. São Paulo, 1995. 65 p.
h) Biografias e obras críticas
RIBEIRO, G. Manoel de Abreu. São Paulo: Fundo Editorial Byk, 1989. 180 p. il. 22 cm.
i) Enciclopédias e dicionários
ENCICLOPÉDIA Mirador Internacional. São Paulo: Encyclopédia Britannica do Brasil, 1975.
2.5.3. Partes de Monografias (Capítulos, Trechos, Fragmentos, Volumes) Sem autoria especial
a) Livros
GUYTON, A. C. Fisiologia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988. Cap. 7, p. 78-95:
Anatomia funcional e contração do músculo.
b) Verbetes de dicionários e enciclopédias sem indicação de autoria
OMOPLATA. In: FORTES, H. ; PACHECO, G. Dicionário médico. Rio de Janeiro: Fábio de Mello,
1968. p.806.
2.5.3.1. Com autoria própria
a) Livros
SILVA, C. M. Cefaléia e enxaqueca. In: LEÃO, E.; CORRÊA, E. J.; VIANA, M. B. et al. Pediatria
ambulatorial. 2. ed. Belo Horizonte : Cooperativa Editora e de Cultura Médica, 1989. p. 135-137. il.
b) Separatas
As separatas de monografias são referenciadas como monografias consideradas em parte,
substituindo-se a expressão “In” por Separata de MANISSADYIAN, A. K.; OKAY, Y. Patologia do
aparelho urinário em Pediatria. Separata de MARCONDES, E. Pediatria básica. São Paulo: SARVIER,
1978. p. 1411-1570
c) Eventos
MAGNA, L. A. Algumas considerações sobre a avaliação da formação médica. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO MÉDICA, 29., FORUM NACIONAL DE AVALIAÇÃO DO ENSINO
MÉDICO, 1., 1991, Campinas. Anais... São Paulo: Associação Brasileira de Educação Médica, 1991. p.
17-19.
d) Verbetes de dicionário e enciclopédias com indicação de autoria
FREIRE, J. G. Pater familias. In: ENCICLOPÉDIA Luso-Brasileria de Cultura Verbo. Lisboa: Editorial
Verbo. 1971. p. 237.
2.5.4. Publicações Periódicas
Publicação periódica é a constituída de fascículos, números ou partes, editados a intervalos
prefixados, por tempo indeterminado, com a colaboração de diversas pessoas, sob a direção de uma
ou várias, em conjunto ou sucessivamente, tratando de assuntos diversos, segundo um plano definido.
2.5.4.1. Artigos em revistas
a) Com indicação de autoria
CUNHA, F. Melanomas. Oncologia atual, São Paulo, v. 7, n. 4, p. 199-211, maio 1997.
Mais de três autores, com destaque para os três primeiros.
AMARANTE, A.; AMARANTE NETO, F. P.; TELES JUNIOR, J. et al. Zumbido - sintoma ou doença?
Revista de Medicina e Cirurgia, Rio de Janeiro, v. 8, n. 1, p. 27-42, 1997.
b) Sem indicação de autoria (a entrada é feita pelo título)
MÚLTIPLA personalidade: patologia que intriga psiquiatras. Diálogo médico, Rio de Janeiro,
v. 22, n. 5, p. 52- 55, nov./dez. 1996.
2.5.4.1. Artigos em jornais
c) Com indicação de autoria
AZEVEDO, T. Pronto - socorro da Aids. Jornal O Dia, Rio de Janeiro, 14 abr. 1998. Ciência e
saúde, p. 16.
d) Sem indicação de autoria (a entrada é feita pelo título)
DESCOBERTA ligação entre vacina MMR e autismo. O Globo, Rio de Janeiro, 28 fev. 1998.
Ciência e Vida, p.36.
2.5.4.2. Artigo em suplemento de jornal
SODRÉ, M. A sedução pelo seqüestro. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 20 maio 1990. Idéias,
ensaios, p. 9.
2.5.4.3. Referência Legislativa
BRASIL. Constituição (1988). Constituição [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado
Federal, 1988.
BRASIL. Lei n º 2481, de 3 de outubro de 1988. Dispõe sobre o registro provisório para o estrangeiro
em situação ilegal em território nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF,
v. 126, n. 190, p. 19291-19292, 4 out. 1988. Seção 1, pt. 1.
2.5.5. Multimeios
São considerados multimeios os suportes de informação diferentes do livro, tais como: fitas
cassete, slides, filmes cinematográficos, gravações de vídeo, materiais iconográficos, materiais
cartográficos, gravações de som, microformas, música impressa.
a) Gravação de vídeo
VILLA-LOBOS : o índio de casaca. Rio de Janeiro: Manchete Vídeo, 1987. 1 videocassete (120 min) :
VHS, son., color.
b) Fita cassete
FAGNER, R. Revelação. Rio de Janeiro : CBS, 1988. 1 cassete sonoro (60 min) : 3 3/4, pps, estéreo.
c) Slide (Diapositivo)
PEROTA, C. Corte estratigráfico do sítio arqueológico Guará I. 1989. 1 slide : color.
d) Fotografia
FORMANDOS de Biblioteconomia, turma 1968/ Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 1968. 1 fot.:
p&b.
e) Atlas
PEREYRA, E. A. G. ; GUERRA, D. M. M. ; FOCCHI, J. et al. Atlas de colposcopia. São Paulo:
Fundação Byk, 1995. 1 atlas (44 p.) : il. color. : 21 x 30 cm.
f) Filme
O AMIGO do povo. São Paulo: ECA, 1969. 1 bobina cinematogr. (10 min) : son., p&b, 16 mm.
ou
O AMIGO do povo. Entidade produtora Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo.
Direção e produção de Jean Koudela. São Paulo : ECA, 1969. 1 bobina cinematogr. (10 mm) : son.,
p&b ; 16mm.
g) Radiografias
RADIOGRAFIAS do esôfago, estômago e duodeno. Radiografado por Lúcia D.E.M. Rodrigues. Niterói,
Brasmed, 1990. 16 radiografias; 9 x 12 cm e 23 x 29 cm. Material iconográfico.
h) Transparências
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE. Núcleo de Documentação. Orientação aos usuários das
Bibliotecas da UFF: ciclo básico. Niterói, 1981. 15 transparências: p&b. 35 x 22 cm. Material
iconográfico
2.5.6. Documentos Eletrônicos Disponíveis na Internet
2.5.6.1. Trabalho individual com indicação de autoria
WALKER, J. R. MLA-style citations of eletronic sources. Disponível em: http:www.mla.edu/pml.hmtl.
Acesso em: 28 Jul. 2010.
2.5.6.2. Trabalho individual sem indicação de autoria
PREFACE to representative poetry. Disponível em: <http:www.libray.utoronto.ca>. Acesso em: 28
jul.2010.
2.5.6.3. Autor corporativo
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO. Núcleo de Processamento de Dados. CursosNPD/UFES [online]. 1997. Disponível em: <http:www.npd1.ufes.br/~cursos>. Acesso em: 01 mar. 1997.
2.5.6.4. Parte de um trabalho
SILVA, R.N. ; OLIVEIRA, R. Os limites pedagógicos do paradigma da qualidade total na educação. In:
CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFPE, 4., 1996, Recife. Anais eletrônicos ... Recife,
1996. Disponível em: http//wwwpropesq.ufpe.br/anais/anais.html. Acesso em: 28 jul. 2010.
2.5.7. Artigo de jornal com indicação de autoria
DAUCH, K. Alta qualificação credencia brasileiras ao sucesso. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 28 jul.
2010.Mulher. Disponível em: http://http://www.estado.com.br/edicao/mulhet/trabalho/pos.html. Acesso
em: 03 mar. 2012.
2.5.7.1. Sem indicação de autoria
AS MULHERES de 12 anos. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 26 maio 1996. Espaço Aberto.
Disponível em: http://www.estado.com.br Acesso em: 27 maio 1996.
2.5.7.2. Artigo de revista com indicação de autoria
TAVARES, J. F. Procuradoria da infância e da juventude Dataveni@, João Pessoa, n. 4, p. 1-3, fev.
1997. Disponível em: http://www.cqnet.com.br/[email protected] Acesso em: 3 mar. 1997.
2.5.7.3. Sem indicação de autoria
MULTIMIDIA para iniciantes. PC World, São Paulo, fev. 1997.
http://http:www.idg.com.br/pcworld/56multim.html Acesso em: 2 mar. 1997.
Disponível
em:
2.5.7.4. Mensagem pessoal (E-mail)
MORAFF, S. Re: Jongg. Fichas de pesquisa. [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por
[email protected] em 8 jan. 1997.
2.5.7.5. Mensagem em lista de discussão
MODA. Lista de discussão sobre moda. Disponível em: mailto:[email protected] Acesso em: 28 fev.
1997.
2.5.8. Documentos Eletrônicos Disponíveis em Cd-Rom
2.5.8.1. Trabalho individual
JORGE Amado : vida e obra Rio de Janeiro : MI -Montreal Informática, 1994. 1 CD-ROM.
2.5.8.2. Parte de um trabalho
BRASIL colônia. In: HISTÓRIA do Brasil ATR. Rio de Janeiro : ART Multimedia, 1995. 1 CD-ROM.
2.5.9. Apresentação de Ilustrações
As ilustrações (gráficos, gravuras, fotografias, mapas, desenhos, tabelas, quadros, fórmulas,
esquemas, modelos e outros) servem para elucidar, complementar e explicar o entendimento de um
texto.
2.5.9.1. Tipos
1. Para a uniformização do uso das ilustrações, elas foram divididas em três grupos:
a) figuras - toda e qualquer ilustração que não se enquadre na categoria de tabelas e quadros;
Ex.: gráficos, fotografias, mapas, desenhos, estampas, diagramas, organogramas,
fluxogramas etc.
b) quadros - a NBR-12256 considera “quadros” as apresentações de tipo tabular que não empregam
dados estatísticos;
c) tabelas - as que apresentam informações textuais agrupadas em colunas e que empregam dados
estatísticos.
Apresentação
• As ilustrações devem ser centradas na página e impressas o mais próximo possível do texto onde são
• As ilustrações devem-se enquadrar nas mesmas margens adotadas para o texto.
• As ilustrações (com exceção de tabelas, quadros) são designadas no texto, sempre como “figuras”
a) Figuras:
Elementos demonstrativos de síntese que constituem unidade autônoma e explicam ou
complementam visualmente o texto. Qualquer que seja seu tipo, sua identificação aparece na parte
inferior precedida da palavra Figura, no texto em algarismos arábicos, do respectivo título e/ou legenda
explicativa e da fonte, se necessário.
No texto, a sua indicação pode integrar o texto, ou localizar-se entre parênteses no final da
frase. A abreviatura FIG. é usada no singular, mesmo quando se fizer referência a mais de uma figura.
Exemplos:
A FIG. 4 mostra o comportamento. Durante .... (FIG. 5)
Observação:
Toda figura que já tenha sido publicada anteriormente deve conter, abaixo da legenda, dados
sobre a fonte (autor, data e página) de onde foi extraída. A referência bibliográfica completa, relativa à
fonte da ilustração, deve figurar na listagem de referências bibliográficas no final da obra.
b) As tabelas ou quadros são confeccionados com o objetivo de apresentar resultados
numéricos e valores comparativos, principalmente quando em grande quantidade. Relacionam-se as
tabelas e/ou quadros em lista própria após o sumário, incluindo-se aquelas que foram apresentadas
como anexos e/ou apêndices.
Tabelas são elementos demonstrativos de síntese que constituem unidade autônoma. No
texto, a referência se fará pela indicação TAB. acompanhada do número de ordem na forma direta ou
entre parênteses no final da frase. Não se usa plural na abreviatura de tabela.
Exemplos:
TAB. 4 e 5.
(TAB. 20, ANEXO 1)
2. Apresentação
As tabelas situam-se o mais próximo possível do texto.
As tabelas pequenas devem ser centralizadas na página e na seguinte disposição:
1º Na parte superior a palavra TABELA OU QUADRO, seguida do seu número de ordem em
algarismo arábico.
2º Logo após, o título, em caixa baixa, só a letra inicial em caixa alta.
3º O corpo da tabela ou quadro, com fios horizontais para separar os títulos das colunas no
cabeçalho e fechar a tabela ou quadro no pé.
4º Notas de rodapé das tabelas ou quadros aparecem após o fio de fechamento, no pé do
quadro ou tabela, da seguinte forma:
a) Nota de fonte: autor, data e página.
b) Notas gerais: observações ou comentários sobre o conteúdo da tabela ou quadro.
c) Notas referentes a uma parte específica da tabela: símbolos, fórmulas e outros.
Observações:
• a tabela ou quadro não deve ser fechado lateralmente, tampouco se colocar traços
horizontais separando os dados numéricos.
• não se deve deixar nenhuma casa vazia no corpo da tabela ou quadro.
• ressaltar as relações existentes, usando-se os símbolos convencionais de padrão
internacional, destacando o que se pretende demonstrar.
• as frações são escritas em números decimais, a não ser que se trate de medidas
comumente usadas em frações ordinárias.
• evitar o uso de abreviaturas e símbolos nas tabelas, quando indispensáveis, deve-se adotar
apenas aqueles que sejam padronizados.
Exemplo:
TABELA 2 - Produção e distribuição regional das fábricas em Operação – 1980
2.5.8. Apresentação de Apêndices e Anexos
2.5.8.1. Conceituação
Parte do artigo que complementa o raciocínio do autor, constituída por tabelas, quadros e
figuras (gráficos, ilustrações), questionários ou outras informações que, embora sendo úteis, devem
aparecer ao final do texto para não alongá-lo e não interromper a seqüência lógica da sua exposição.
O apêndice é um elemento opcional, que consiste em texto ou documento elaborado pelo
autor, a fim de complementar sua argumentação, sem prejuízo da unidade nuclear do trabalho. Os
apêndices são identificados pela palavra APÊNDICE e por letras maiúsculas consecutivas, travessão e
pelos respectivos títulos.
O anexo é um elemento opcional, que consiste em um texto ou documento não elaborado
pelo autor, que serve de fundamentação, comprovação e ilustração. Os anexos são identificados pela
palavra ANEXO e por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respectivos títulos.
Os anexos e/ou apêndices devem ser citados no texto entre parênteses, quando vierem no
final da frase. Se inserido na redação, o termo ANEXO e/ou APÊNDICE vem livre dos parênteses.
2.5.9. Formato, Margem e Espacejamento
Para uniformizar a apresentação gráfica de um artigo científico, seguem-se algumas
indicações.
2.5.10. Formato
Os artigos devem ser apresentadas no formato impresso (em papel branco, formato A-4
(21,0 cm x 29,7 cm), digitados no anverso da folha, em uma só face da folha) e digital (disquete, cdrom). O projeto gráfico é de responsabilidade dos autores do trabalho.
2.5.11. Digitação
Os tipos devem ser de tamanho, médio e redondo, evitando-se tipos inclinados.
Ex.: Letra Tipo Arial, Times New Roman etc. - tamanho 12
O título do artigo e o(s) nome(s) do(s) do(s) autor (es) e deve(m) ser apresentado(s) em caixa
alta (maiúsculas)
Para as citações textuais, notas de rodapé e titulações, variações tipográficas são permitidas,
como por
Exemplo: itálico, negrito, ou tipo de caráter menor (tamanho 10) do que o adotado no
trabalho.
2.5.12. Margens
A folha deve apresentar margem de 3 cm à esquerda e superior; e inferior e direita de 2,0 cm.
2.5.13. Parágrafo e alíneas
Todo texto deve ser digitado com 1,5 cm de espaço entre as linhas. Para iniciar, seis toques a
partir da margem esquerda ou formatar com alinhamento esquerdo pela tabulação padrão com 1,2 cm.
Os títulos das seções devem ser separados do texto que os precede ou que os sucede por uma
entrelinha dupla (um espaço duplo ou dois espaços simples).
2.5.14. Citações longas
As citações textuais longas (mais de três linhas) devem constituir um parágrafo independente,
recuado a mais ou menos dezoito toques da margem esquerda ou formatado com alinhamento
esquerdo pela tabulação padrão com 4,0 cm e espaço simples entrelinhas com tamanho de letra 10 e
espaço entre as linhas simples. As citações textuais pequenas (até três linhas) podem ser inseridas no
texto.
2.5.15. Referência bibliográfica
Elemento obrigatório, que consiste em um conjunto padronizado de elementos descritivos
retirados de um documento, que permite sua identificação individual, conforme a NBR 6023, mesmo
mencionados em notas de rodapé.
2.5.16. Espacejamento
Todo texto deve ser digitado com espaço de 1,5 cm entre as linhas, com exceção:
- Citações longas, notas, referências bibliográficas, e os resumos, com espaço simples.
- As notas de rodapé devem ser digitadas dentro das margens, ficando separadas do texto
por um espaço duplo e um traço contínuo de 4 cm a partir da margem esquerda.
- Entre referências bibliográficas deixar espaço duplo ou dois simples.
- Os títulos devem ser digitados a partir da margem esquerda, a dois espaços dos respectivos
indicativos.
2.5.17. Paginação
Todas as páginas do artigo devem ser contadas seqüencialmente e o número colocado, a
partir da primeira folha em algarismos arábicos, no canto superior direito da folha, a 2,0 cm da borda
superior. Havendo apêndice e anexo, as suas folhas devem ser numeradas de maneira contínua e sua
paginação deve dar seguimento à do texto principal.
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