O Movimento Teosófico Depois de H. P. Blavatsky Racismo em

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O Movimento Teosófico Depois de H. P. Blavatsky Racismo em
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O Movimento Teosófico
Depois de H. P. Blavatsky
Informe Especial Sobre uma História de
Traição e Lealdade, em Seis Documentos
PARTE DOIS - Documentos Três e Quatro
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DOCUMENTO TRÊS:
De “O Teosofista”, dezembro de 2007
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Racismo em Literatura “Teosófica”?
A. Besant e C.W. Leadbeater Defenderam Teses Pré-Nazistas
“A raça branca deve ser a primeira a estender a
mão da fraternidade aos povos de cor escura e a
chamar de ‘irmão’ o pobre ‘negro’ desprezado. Esta
perspectiva pode não agradar a todos, mas não é
teosofista aquele que se opõe a este princípio.”
[ Macha-Chohan, o Mestre dos Mestres de H.P. Blavatsky,
que inspiraram a criação do movimento teosófico. Em 1882.
Ver “Cartas dos Mestres de Sabedoria”, Ed. Teosófica, p. 18.]
“Por fim, vem o pior, os chamados mestiços, meio sangue
– raça mesclada que parecia, como às vezes acontece com
este tipo de raça, combinar todas as piores qualidades das
raças de ambos os progenitores.”
[ Charles W. Leadbeater, ao descrever o povo brasileiro em sua
obra "Salvo por um Espírito”, Ed. Pensamento, S.P., p. 110. ]
O povo brasileiro tem uma alma mestiça e multicultural. A miscigenação é o ponto
forte da formação do país. Os brasileiros sentem orgulho da sua origem negra, indígena,
mulata, cabocla, misturada. Com razão José Bonifácio, o patriarca da independência,
escreveu:
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“Nós não reconhecemos diferenças nem distinções na família humana: serão tratados por nós
como brasileiros o chinês e o português, o egípcio e o haitiano, o adorador do Sol e o de
Maomé.” [1]
O Brasil é uma nação jovem. Gente de todos os povos da Terra foi e é bem-vinda em nossa
terra. Somos uma amostra ampla e continental da diversidade humana. O racismo é,
inclusive, definido como crime inafiançável no artigo 5, inciso XLII, da Constituição Federal
de 1988. Como, então, poderiam ser aceitas por alguém, neste país indígena, negro e mulato,
as teorias raciais anti-fraternas defendidas por Charles W. Leadbeater e Annie Besant, e que
ainda hoje circulam em meios teosóficos?
Não há nada mais mais democrático (no sentido de fraternidade entre todos os seres) do que o
movimento teosófico em sua concepção original. “A raça branca deve ser a primeira a
estender a mão aos povos de cor escura e a chamar de ‘irmão’ o pobre ‘negro’ desprezado” ,
ensinou o Mestre.
O primeiro objetivo do movimento teosófico, criado em Nova Iorque em 1875, é a
construção de um núcleo de fraternidade universal que não leve em conta fatores como raça,
credo, sexo, casta, ideologia ou classe social. No entanto, após a morte de Helena Blavatsky
em 1891, a proposta original do movimento foi abandonada e Annie Besant deixou-se levar
por outras influências.
Felizmente, cada vez mais gente vem descobrindo a verdadeira teosofia – mas ainda há
muito por fazer. Entre as tarefas que necessitam ser realizadas está a de identificar, examinar
e descartar as concepções errôneas da doutrina de Besant e Leadbeater, ainda hoje
amplamente misturadas à filosofia autêntica.
Um dos pontos mais lamentáveis da doutrina dessa dupla de autores é a idéia de que os líderes
espirituais devem ser vistos como seres infalíveis, e que devem concentrar todo o poder em
suas mãos. Este tipo de liderança surgiu no movimento esotérico em torno de 1907,
antecipando, de modo extremamente infeliz, as doutrinas políticas do fascismo de Benito
Mussolini e do “nacional-socialismo” de Adolf Hitler. Tais movimentos políticos, baseados
em doutrinas sobre seres humanos “superiores” e “inferiores”, floresceram na década de
1920, com o apoio discreto do Vaticano.
No entanto, a teoria autoritária da liderança “absolutista” é apenas uma das várias distorções e
falsificações do ensinamento teosófico original. Outra moeda falsa atualmente circulando –
que o movimento teosófico deve ter a coragem de denunciar abertamente – está nas “teorias
raciais” expostas em obras de Charles W. Leadbeater.
Falso clarividente, considerado um crápula pelo líder da independência indiana Mahatma
Gandhi, o sacerdote Charles Leadbeater evitou habilmente as investigações policiais de que
foi alvo na Austrália. Expulso da Sociedade Teosófica por Henry Olcott em 1906, ele voltou
a controlar a Sociedade de Adyar, graças a Besant, logo após a morte de Olcott em fevereiro
de 1907.
É verdade que Radha Burnier, a atual presidente internacional desta Sociedade, não defende
as obras “teosóficas” de Leadbeater. Ela não o faz em público, e não o faz em conversas
privadas. Anos atrás, uma teosofista brasileira – pessoa sincera, experiente e influente –
disse à sra. Radha em conversa pessoal que “não podia aceitar Leadbeater” como um autor
teosófico digno de consideração. E explicou os seus motivos, que eram sólidos. A sra. Radha
limitou-se a responder:
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“Está bem, mas você não precisa fazer um escândalo por causa disso”.
Esta política oficial de acobertamento – que já dura pouco mais de um século – vem
perdendo a sua eficácia.
Não é possível enganar a todos o tempo todo. A justiça e a verdade tardam, mas não falham.
Não se trata apenas de esclarecer as falsidades de uma literatura que se apresenta como
teosófica e não é, porque defende pontos diametralmente opostos à filosofia esotérica. Há
uma estrutura de poder e de movimento teosófico que é inspirada pelas “visões” de
Leadbeater e Besant e que dificulta enormemente o trabalho do movimento e impede a sua
livre renovação.
Em sua obra “Salvo Por Um Espírito” (Ed. Pensamento, SP, 167 pp.), o escritor Charles
Leadbeater orgulha-se de haver matado, em sua juventude, numerosos negros e índios
brasileiros. Na verdade tais “façanhas” jamais ocorreram, embora C. W. Leadbeater e C.
Jinarajadasa as tenham apresentado - e seus seguidores no Brasil ainda as apresentem - como
“eventos reais”. Mas o fato de que os relatos do livro “Salvo Por Um Espírito” sejam
apenas frutos de uma imaginação febril não justifica o seu conteúdo, que está cheio de
preconceito racial, e carregado de elogios implícitos, ou explícitos, à violência contra “as
raças inferiores”. Ainda que fosse apresentado como uma obra de ficção, o texto seria
profundamente racista e anti-teosófico.
O livro “Salvo Por Um Espírito” será abordado e discutido mais especialmente em uma
próxima edição de “O Teosofista”: por agora, cabe-nos examinar o que C. W. Leadbeater
escreveu sobre os povos indígenas em outra obra “clarividente”, um livro que até agora é
popular entre teosofistas brasileiros que consideram Leadbeater um autor aceitável. Trata-se
do volume “O Homem Visível e Invisível”.
O capítulo XIV do livro é dedicado aos povos indígenas, que Leadbeater chama de
“selvagens”. Defendendo a tese de que os indígenas são todos maldosos e destituídos de
sabedoria ou sentimentos nobres, Leadbeater escreve:
“Ocupemo-nos agora do corpo mental do selvagem, com apoio nestes ensinamentos que, à
primeira vista, podemos ver comprovados pelos fatos. Embora, no conjunto, seja um corpo
mesquinho e pouco desenvolvido, demonstra que o homem realizou alguns progressos. O
amarelo opaco, na parte superior, indica algo de inteligência; mas seu tom sujo denota
também que se dedica exclusivamente a fins egoístas.” [2]
Compare-se estas palavras com a profunda riqueza da tradição espiritual e teosófica dos
povos indígenas das três Américas. H. P. Blavatsky escreveu longamente sobre as tradições
de sabedoria dos povos andinos, que ela visitou pessoalmente nos anos 1850. H.P.B. também
afirmou que os Mestres e Discípulos dos Himalaias trabalham em profunda sintonia com
Mestres e Discípulos dos povos indígenas das três Américas, e são, em muitos casos, seus
amigos pessoais próximos, apesar da distância geográfica. Tais iniciados dispõem de meios
sutis, telepáticos, de comunicação.
Mas Leadbeater, embora se apresente como teosofista, prefere contrariar a idéia da
fraternidade universal e atribuir aos povos indígenas uma inferioridade moral e ética
intrínseca. Em sua descrição fantasiosa do que seria a aura dos “selvagens”, ele prossegue:
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“O cinzento azulado denota devoção fetichista, temerosa e inspirada em considerações de
interesse pessoal, enquanto que o carmesim lodoso da esquerda assinala os primeiros albores
de um afeto eminentemente egoísta. A franja de cor alaranjada opaca denota orgulho de
ordem inferior. A grande mancha escarlate expressa uma excessiva tendência à cólera, que
evidentemente explode à menor contrariedade.”
Como se tais adjetivos fossem poucos, Leadbeater prossegue em seu delírio sobre a aura dos
nossos irmãos indígenas:
“A larga franja verde-suja, que ocupa grande parte do corpo que estudamos, denota trapaçaria,
perfídia e avareza, indicada pelo tom moreno. Finalmente observamos na parte inferior do
oval uma espécie de depósito lodoso, que demonstra egoísmo em geral e ausência de toda
nobre qualidade. A ausência das qualidades superiores neste corpo mental nos permite prever
com certeza que, se observarmos o corpo astral correspondente, veremos que o seu possuidor
não tem nenhum domínio próprio.”
Antecipando as teorias raciais do nazi-fascismo, Leadbeater prossegue:
“Com efeito, grande parte do corpo astral está exclusivamente ocupada pela sensualidade, que
se manifesta por um repulsivo vermelho terroso (...). A trapaçaria, o egoísmo e a cobiça se
acham evidentemente neste corpo, como era de se prever, e a feroz cólera se revela nas
manchas vermelho-escarlate-opacas. Dificilmente se encontra neste veículo qualquer indício
de afeto, e a pouca inteligência e devoção que aparecem são de ínfima ordem.”
Na mesma página, Leadbeater refere-se aos cidadãos de pele branca pelo pronome “nós”, logo
depois de catalogar o indígena como desprezível:
“É um ser muito repulsivo; contudo, todos nós passamos por esta fase, e as experiências
colhidas nos elevaram a uma condição algo mais pura e nobre.”
Durante o período do escravismo e da dominação colonial, as teorias e idéias racistas serviam
como propaganda para justificar a dominação e o massacre dos povos indígenas, sob as
armas dos “povos superiores”. O que Leadbeater faz, na verdade, não é novo. Escrevendo
no período colonial, ele apenas adapta os velhos preconceitos racistas usados pelas grandes
potências e os coloca sob uma roupagem espiritual e “teosófica”. Não é por acaso que a
Sociedade presidida por Annie Besant se opôs à luta de Gandhi pela independência da Índia e
deixou de criticar as religiões dogmáticas.
Na obra “O Homem Visível e Invisível”, Leadbeater faz um “trabalho pioneiro” em relação
às teorias raciais nazistas, e finge comparar a aura ou “oval” do membro médio dos povos
indígenas com a aura do “homem branco comum”:
“No oval do selvagem temos observado um verde vicioso, que indica trapaçaria aliada à
avareza e ao egoísmo. As vibrações produtoras desta cor só se levantam numa matéria mais
densa e grosseira do que a do escarlate, que indica cólera. Pelo contrário, o verde
notoriamente mais agradável do corpo mental do homem comum transmite as suas vibrações
a uma matéria um pouco menos densa que a da cor escarlate. (...) O verde melhorou de tal
maneira, que indica certo grau de versatilidade e adaptabilidade, mais bem do que trapaçaria e
astúcia.” [3]
Estas idéias de superioridade racial são inaceitáveis em si mesmas, e ilegais, após a proibição
do Nazismo durante os anos 1940. Elas são anti-fraternas. Elas atacam diretamente a essência
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do movimento teosófico e esotérico, que tem como ponto de partida, e como meta central, a
idéia da fraternidade universal entre todos os povos.
Em uma das Cartas dos Mestres, podemos ler:
“Sob a dominação e a influência dos credos exotéricos, sombras gigantescas e distorcidas de
realidades teosóficas, sempre haverá a mesma opressão dos fracos e dos pobres e a mesma
luta tempestuosa dos ricos entre si mesmos... É somente a filosofia esotérica, a harmonização
espiritual e psíquica do homem com a natureza, que, através da revelação de verdades
fundamentais, pode trazer aquele tão almejado estado intermediário entre os dois extremos do
Egoísmo humano e do Altruísmo divino e, finalmente, conduzir ao alívio do sofrimento
humano.” [4]
Os próprios mestres de sabedoria que inspiraram mais diretamente a criação do movimento
teosófico eram indianos de pele escura, e como tal eram considerados “negros”, “sujos” e
inferiores pelos colonizadores europeus.
Em um mundo globalmente integrado como o do século 21, as idéias racistas e pré-nazistas
devem ser abandonadas, clara e definitivamente, junto com outras tantas ilusões colocadas em
circulação sob roupagem teosófica por Annie Besant, com ajuda de seus assessores e
sucessores. É uma bênção que haja, hoje, sinais crescentes de um novo e gradual despertar
para o movimento teosófico brasileiro.
NOTAS:
[1] “Projetos Para o Brasil”, José Bonifácio de Andrada e Silva, obra organizada por Miriam
Dolhnikoff, Cia. das Letras, SP, 1998, 371 pp., ver p. 176.
[2] “O Homem Visível e Invisível”, de Charles Leadbeater, Ed. Pensamento, São Paulo,
1967, trad. de Joaquim Gervásio de Figueiredo, 132 pp., ver p. 87.
[3] “O Homem Visível e Invisível”, obra citada, pp. 92-93.
[4] “Cartas dos Mestres de Sabedoria”, editadas por C. Jinarajadasa, Editora Teosófica,
Brasília, 1996, 296 pp., ver Carta 82 da segunda série, pp. 265-266.
Sobre o Processo do Discipulado
Um Estudante Sério Pode “Decidir Que Será um Chela Leigo”
William Q. Judge
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A palavra sânscrita “chela” significa “discípulo”.
“Chelado” é “discipulado”, isto é, o processo de aprendizado
espiritual intenso, em que o aprendiz está dentro do campo de
observação de um, ou mais de um, mestre de sabedoria. O
texto a seguir é parte de uma carta de William Q. Judge.
Quando o autor menciona “Sociedade Teosófica”, deve-se
entender “Movimento Teosófico”, já que a Sociedade Teosófica
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original, de que ele falava, já não existe. Hoje é o Movimento,
na sua pluralidade, que cumpre o mesmo papel. (Nota do editor)
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Há tanta gente que pergunta sobre “Chelado” que a sua carta sobre isso se soma com as
minhas próprias experiências. Você diz que estas pessoas devem receber alguma resposta, e
nisso eu concordo com você. E quer eles estejam prontos ou não, nós devemos ser capazes de
dizer algo a eles. Mas geralmente eles não estão prontos, nem tampouco estão dispostos a dar
o primeiro e simples passo que é necessário. Vou discutir a questão com você de modo que
sirva para sua futuro orientação quanto a como responder estas questões; e talvez também
para passar a limpo minhas próprias idéias a respeito.
A primeira coisa que alguém deve perguntar-se é: “Quando e de que modo eu comecei a ter
um desejo de saber mais sobre chelado e tornar-me um chela?”; e, em segundo lugar, “O que
é um chela, o que é chelado?”
Há muitos tipos de chelas. Há chelas leigos e chelas probatórios; há chelas aceitos, e há
aqueles que estão tentando preparar-se para ser chelas leigos. Qualquer pessoa pode fazer de
si mesmo um chela leigo, sentindo com certeza que ele pode nunca ter notícias do seu guia na
vida atual. Quanto aos chelas probatórios, há uma regra invariável segundo a qual eles passam
por um período de testes de sete anos. Esta “provação” não se refere a testes fixos e
estabelecidos, mas a todos os eventos da vida e ao comportamento do chela probatório diante
deles. Não há um lugar ao qual os interessados possam dirigir-se e no qual o seu pedido
possa ser feito, porque estas questões não têm a ver com lugares ou com dirigentes: este é um
assunto da natureza interior. Nós nos tornamos chelas; nós obtemos esta posição na realidade
porque nossa natureza interior está até suficientemente aberta para que possa receber o
conhecimento: nós recebemos a recompensa das mãos da Lei.
Em um certo sentido, todo membro sincero da Sociedade Teosófica está no caminho para
tornar-se um chela, porque os Mestres fazem parte do Seu trabalho pela humanidade através
desta Sociedade, selecionada por Eles como Seu instrumento. E como todo o trabalho e
aspiração deles visam a ajudar a raça humana, nenhum dos Seus chelas pode ter a esperança
de permanecer como tal (ou alguém de tornar-se chela) se a motivação para tentar ser um
chela for um desejo egoísta de possuir pessoalmente riquezas espirituais. Uma tal motivação,
no caso de alguém que já seja chela, atua instantaneamente afastando-o do chelado, quer ele
esteja ou não consciente desta perda; e no caso de alguém que esteja lutando para tornar-se
um chela, esta motivação atua como obstáculo. Um verdadeiro chela tampouco espalha o fato
de que ele é chela. Porque esta Loja não é como sociedades exotéricas que dependem de
favores ou de meras aparências externas. É uma coisa real, com homens-Espírito à sua frente,
governada por leis que contêm dentro de si os seus próprios mecanismos de cumprimento e
execução e não requerem um tribunal, nem acusações, nem vereditos, nem notificação
alguma.
(...) Eles [ os Mestres ] são devedores honestos e generosos e sempre recompensam. Como
eles recompensam, e quando, não cabe a nós perguntar.
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Texto traduzido do livro “Letters That Have Helped Me”, de William Q. Judge, The
Theosophy Co., Los Angeles, 1946, 300 pp., ver pp. 40-41.
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Até aqui, “O Teosofista” -- Dezembro de 2007
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DOCUMENTO QUATRO:
Do website www.filosofiaesoterica.com
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A Função da L.U.T. no
Movimento Teosófico
Origem e Significado Histórico
da Loja Unida de Teosofistas
Carlos Cardoso Aveline
Amigos,
H.P.Blavatsky morreu de infecção respiratória provocada por gripe, às 14h25 de 08 de maio
de 1891, em Londres. Havia uma epidemia.
Em tese, H.P.B. poderia ter sido curada pelos Mestres, como ocorreu em várias ocasiões
anteriores. Mas é provável que a situação interna do movimento já não recomendasse o
prosseguimento do esforço até 1899, como era esperado. Em ocultismo, as datas relativas a
ciclos são aproximadas. O essencial havia sido feito. Desde o início do ano de 1891, H.P.B.
foi tornando-se pouco comunicativa, até que vieram a rápida doença e a morte
surpreendente.
Naquele momento, Annie Besant era uma intelectual brilhante, uma palestrante famosa
recém-chegada ao movimento ― alguém em quem H.P.B. havia depositado confiança, e que
por isso passava, agora, a compartilhar com William Q. Judge a direção da Escola Esotérica.
Além de liderar o movimento na América do Norte, Judge era também vice-presidente
internacional e, portanto, era visto como provável sucessor de Henry S. Olcott na presidência
da Sociedade Teosófica.
Pouco experiente em assuntos espirituais, Besant perde o rumo do ponto de vista ético e
espiritual, e resolve buscar o poder visível. Para isso, depois de alguma hesitação, faz uma
aliança política com H. S. Olcott. Essa aliança iria terminar causando a primeira grande
divisão da Sociedade Teosófica original e o afastamento de William Q. Judge, um dos
fundadores de 1875 em Nova Iorque.
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Onde foi que o presidente Olcott errou? As dificuldades dele para ter uma afinidade oculta
mais precisa com os Mestres já vinham de antes, e estão claramente retratadas na Carta 47,
primeira série, do livro “Cartas dos Mestres de Sabedoria” (Ed. Teosófica, Brasília, pp. 107108).
Ali, o mestre diz:
“Porque a Sociedade libertou-se do nosso controle e influência e a deixamos ir ― não
fazemos escravos à força.” (p. 108)
A Carta consiste de anotações feitas por HPB de palavras de um Mestre em conversa com ela.
Naquele momento, a segunda metade dos anos 1880, a S.T. indiana havia perdido a clareza. O
trabalho dos Mestres estava sendo reconstituído por H.P.B. a partir da Inglaterra, onde a
Escola Esotérica foi fundada em 1888.
É sabido, e é reconhecido ecumenicamente por todos, que a Escola foi criada em grande parte
por iniciativa e por um esforço prático do William Judge. Ele foi a Londres produzir a
concepção da E.E. sob a orientação de HPB e, naturalmente, com aprovação dos Mestres.
Henry Olcott, por sua vez, nunca havia tido uma grande aptidão oculta. Enquanto pôde, ele
fez oposição ativa à criação da Escola Esotérica. No entanto, Olcott era leal, e acatou a
ordem expressa de um Mestre no sentido de que deixasse H.P.B. organizar a Escola. Esta
ordem, dada em tom extremamente forte e claro, constitui a Carta 19, primeira série, de
“Cartas dos Mestres de Sabedoria”. Ali, na p. 62 da edição brasileira, o Mestre diz a Olcott
que as questões ocultas do movimento ― que não são “políticas” ou institucionais, mas sim
de conteúdo ― dizem respeito a H.P.B. e não a ele.
Diz a Carta:
“Para auxiliá-lo em sua atual perplexidade: H.P.B. não tem quase nenhum interesse em
detalhes administrativos e deve ser mantida à parte deles, na medida em que sua forte
natureza puder ser controlada. Mas você deve falar a todos o seguinte: em relação a assuntos
ocultos, ela tem tudo a ver. Nós não a abandonamos. Ela não está ‘entregue aos chelas’. Ela é
nossa agente direta. Advirto-o para que não permita que suas suspeitas e ressentimentos
contra ‘suas muitas tolices’ perturbem sua lealdade intuitiva para com ela. Na condução deste
assunto europeu, terá duas coisas a considerar ― a externa e administrativa; e a interna e
psíquica. Mantenha a primeira sob seu controle e dos seus associados mais prudentes, em
conjunto; deixe a última para ela.”
Com esta mensagem, datada de agosto de 1888, os Mestres vencem a resistência de Olcott
em relação à liderança de HPB sobre um setor do movimento, o setor esotérico, embora,
como vimos acima, a S.T. enquanto S.T. já se tivesse “libertado da influência deles”.
A carta 19 da primeira série de C.M.S. ― cujo texto inteiro merece ser lido e relido ― ocorre
na véspera da criação da Escola Esotérica por parte de H.P.B. Com ela, conquista-se uma
certa liberdade de ação para os que estavam interessados no ensinamento esotérico dos
Mestres. Essa liberdade durou até a morte de HPB em 1891. A partir desse ponto, Olcott foi
outra vez facilmente manipulado pelas tentações “políticas” e corporativas e acabou cegado
pelas manobras ambíguas de Annie Besant. Quando abriu os olhos em 1906, era tarde demais.
Olcott morreu em fevereiro de 1907, e sua morte abriu caminho para escândalos e delírios
pseudo-clarividentes de todo tipo, sob a proteção e com o apoio presidencial de A. Besant. A
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sra. Besant também se considerava clarividente. Ela não só anunciou a volta de Cristo ao
mundo, mas chegou a declarar que alcançara o Adeptado, a libertação final, ao lado de outros
teosofistas de Adyar, conforme vemos no livro “Vida e Morte de Krishnamurti”, de Mary
Lutyens (Ed. Teosófica, Brasília, pp. 84-88).
Estas dificuldades e esses fracassos do movimento não são inteiramente surpreendentes. Na
verdade, sempre houve, em todos os movimentos filosóficos e religiosos, uma diferença
aguda e frequentemente traiçoeira entre a “Doutrina do Olho” (a visão exotérica baseada em
letra morta, crença cega, cargos, poder e aparências) e a “Doutrina do Coração” (a busca
mística da sabedoria).
Estas são duas linhas paralelas no movimento teosófico.
A mesma luta entre o exotérico e o esotérico está presente no plano individual da vida de
cada aspirante à sabedoria, e se expressa, exteriormente, na vida coletiva do movimento.
Mais tarde, como decorrência da oposição sem trégua entre forma e conteúdo, iria emergir em
1909 a Loja Unida de Teosofistas com uma proposta na linha de HPB e dos Mestres, que
recomenda “deixar um pouco de lado” as questões burocráticas e de poder
institucionalizado, para tratar das questões de conteúdo ou ocultas.
Mas voltemos ao século 19.
Lá por 1890, William Judge já era chela havia 13 anos (segundo escreveu a própria HPB),
além de vice-presidente mundial. Com a morte de HPB, passou a dividir com Besant a
direção da seção esotérica do movimento. Besant, aliada a Olcott, faz falsas acusações no
sentido de que Judge estava forjando mensagens dos Mestres. A calúnia sempre foi ― e é até
hoje ― uma arma política predileta dos adversários do trabalho teosófico autêntico. Assim,
a seção norte-americana e William Judge tiveram de se separar da S.T. de Adyar em 1894-95
― conservando consigo a concepção esotérica e a filosofia original do movimento.
Judge morre pouco depois disso, em 21 de março de 1896. Ao sair de campo, Judge deixa a
proposta original não só preservada, mas adaptada para o período pós-HPB. Isso faria grande
diferença para a sobrevivência do movimento no futuro. Judge fez a transição conceitual e
organizativa para o período posterior às décadas pioneiras do movimento. Seus escritos são
mais acessiveis que os de HPB, mas inteiramente baseados na obra e na filosofia que foi
escrita através dela.
Com sua morte, há novos desafios. A S.T. de Judge fica no primeiro momento com Katherine
Tingley, que inova tremendamente na dimensão organizativa. Tingley, de certo modo, foi a
contrapartida de Annie Besant e compartilhou alguns dos seus defeitos na luta pelo “controle
do movimento”. Desta S.T. que se afastava da proposta original, emerge Robert Crosbie em
1904.
Em 1907, Crosbie cria o núcleo original de alguma coisa nova. A semente germina. A Loja
Unida de Teosofistas é criada publicamente em 18 de fevereiro de 1909, com base nas linhas
originais do movimento. A principal diferença é que a L.U.T. trabalha mais esotericamente,
num esquema mais defensivo, silencioso, discreto, considerando que está no “ciclo difícil do
século” (1900-1975) .
A partir de 1929, com a morte de Katherine Tingley, Gottfried de Purucker assume a
liderança da S.T. de Point Loma/Pasadena e a organização retoma gradualmente HPB e
Judge, revalorizando a visão organizativa original, mas ainda assim com fortes fantasias de
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iniciações e “grandes contatos com mestres” por parte de Purucker. A L.U.T., por outro lado,
nunca perdeu o bom senso.
É em 1929, também, que Jiddu Krishnamurti se afasta de S.T. de Adyar. Nesse meio tempo,
Boris de Zirkoff, um descendente direto de HPB por parte da família de sua mãe ― von
Hahn ― já estava ativo na S.T. de Point Loma / Pasadena. Zirkoff viria a publicar os
"Collected Writings" de HPB em 15 volumes, um grande esforço ecumênico do movimento
realizado com apoio ativo da S.T. de Adyar. Embora mantivesse boas relações com Zirkoff, a
L.U.T. não participou do empreendimento.
As três principais correntes ou tendências internacionais do movimento são hoje a S.T. de
Adyar, que deve ter talvez 85 ou 90 por cento dos teosofistas do mundo; a S.T. de Pasadena;
e a L.U.T. Pode-se dizer que há ainda uma quarta tendência internacional do movimento,
muito pequena, que são uns poucos grupos espalhados que se identificam pela expressão
"Point Loma". Os "grupos de Point Loma" são uma pequena cisão da S.T. de Pasadena,
ocorrida pela metade do século 20; há alguma coisa funcionando nos EUA e alguma coisa na
Alemanha, talvez em mais algum país. Em Edmonton, Canadá, há uma Sociedade Teosófica
de alcance local/regional (Edmonton Theosophical Society), mas que é influente
internacionalmente por suas edições, por seu excelente centro de documentação e sua
significativa revista trimestral “Fohat”. Ela tem uma visão de movimento teosófico bastante
próxima da visão da LUT, embora também tenha algumas diferenças significativas.
Em 1922, no momento culminante do movimento "Back to Blavatsky" (De Volta a
Blavatsky), um líder expressivo da S.T. na Índia, B. P. Wadia, sai da S.T. de Adyar
acompanhado por muita gente, adere à L.U.T. e dá a ela uma expressão internacional mais
forte. Era a época do "festival de iniciações e absurdos" em Adyar; e a L.U.T., com sua
proposta de bom senso e lealdade, crescia.
A L.U.T. se expande acentuadamente até os anos 1930, e depois passa a crescer mais
devagar. Hoje ela tem lojas organizadas em cerca de 13 países, fora gente espalhada e inícios
de trabalho, como em Portugal ou Brasil. Entre os países que têm lojas da L.U.T. estão, além
da Índia, a França, o México, Camarões (África), a Suécia, o Canadá, a Grécia e a Inglaterra.
Atualmente, o segundo maior grupo teosófico internacionalmente organizado, embora
bastante pequeno, é provavelmente a L.U.T., ficando a Sociedade Teosófica de Pasadena
em um terceiro lugar. A S.T. de Pasadena está relativamente enfraquecida nesse momento da
história.
Pasadena extinguiu sua Escola Esotérica em meados do século 20. Por outro lado, a L.U.T. é,
toda ela, uma figura intermediária entre uma escola esotérica e uma "Sociedade Teosófica"
pública. A L.U.T. resolveu preservar o coração da coisa, e trabalha quase
imperceptivelmente, do ponto de vista de quem está situado no público amplo. Ela cresce
mais por osmose que por outros meios. Por isso não tem sido muito fácil para os membros da
S.T. de Adyar que descobrem a importância de HPB saberem que existe algo como a L.U.T.,
uma alternativa internacionalmente ativa ao aparente “monopólio” da S.T. de Adyar.
A editora da L.U.T., a “Theosophy Co.”, é mais conhecida internacionalmente e vários
teosofistas brasileiros já compraram seus livros. Porém, a primeira vez que a L.U.T. como
proposta abrangente de movimento fez contato duradouro com um teosofista brasileiro foi no
início de 2005, quando o editor de uma revista eletrônica ligada à L.U.T. ― “The Aquarian
Theosophist” ― escreveu-me pedindo autorização para publicar um artigo que havia
aparecido na revista impressa "Fohat", do Canadá. Foi inevitável perceber, então, que a
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L.U.T. é um reservatório de percepções profundas sobre o Caminho e uma associação de
aspirantes sinceros à sabedoria.
A L.U.T. manteve todo o esquema de ensino montado por HPB. Ela foi o primeiro grupo
teosófico a organizar e provocar, bibliograficamente, o início da volta à literatura original e
aos textos de HPB, sem “alterações” ou “adaptações”. Em 1925, associados da L.U.T.
publicaram pioneiramente a edição original literal de "A Doutrina Secreta" (na época
totalmente esgotada), criando uma alternativa à edição mudada e enxertada dessa obra,
publicada por Annie Besant e G.R.S. Mead em 1897 (que é a que está à venda no Brasil).
Mais tarde, os outros grupos do movimento seguiram aos poucos o exemplo da L.U.T. Em
1978, a própria S.T. de Adyar finalmente abandonou a "Doutrina Secreta" na versão de
Besant, adotando uma edição fiel à original, cuidadosamente preparada por Boris de Zirkoff.
Em termos públicos, a L.U.T. é menos conhecida que a sua editora, a "Theosophy
Company". Ao invés de criar uma “Sociedade Teosófica” com um trabalho público e visível,
a L.U.T. preferiu manter-se como um projeto mais interno de ação educativa e vivencial. A
L.U.T. é basicamente uma rede informal de estudantes de HPB que sabem da importância de
Judge. Ela não tem pessoa jurídica. A coisa mais pública e visível que a L.U.T. possui é a
“Theosophy Company”, que funciona como uma fundação, com unidades autônomas em
diferentes países (Índia e Los Angeles são dois exemplos).
Como calcular a força de um movimento?
Há hoje apenas duas revistas impressas mensais do movimento teosófico, em língua inglesa.
Uma delas é "The Theosophist", de Adyar. A outra é "The Theosophical Movement",
publicada em Mumbai (antiga Bombaim), na Índia, e que é da L.U.T. Essa última trabalha
com a verdadeira teosofia.
Atualmente Pasadena não tem uma publicação mensal. A principal revista internacional de
Pasadena, "Sunrise", era bimestral mas recentemente passou a ser trimestral. Uma boa
revista. Já a principal revista norte-americana da L.U.T., "Theosophy", criada em 1912 por R.
Crosbie, foi mensal durante mais de 50 anos, mas hoje é bimestral. Alguns dos muitos
excelentes artigos da coleção completa da revista “Theosophy” estão disponíveis no website
www.filosofiaesoterica.com .
Outro exemplo da influência pouco visível mas significativa da L.U.T. no movimento é o
fato de que Sylvia Cranston, autora de uma das principais obras da literatura nas últimas
décadas ― a biografia "H.P.B." ― foi a vida toda uma associada da L.U.T. Na verdade,
"Sylvia Cranston" é um pseudônimo de Anita Atkins. Anita não vive mais. Já estava muito
doente enquanto preparávamos a edição brasileira da sua obra sobre HPB, lançada em 1997.
A L.U.T. trabalha em grande parte de modo anônimo, por vários motivos, inclusive como
parte do treinamento em impessoalidade e em esquecimento do eu pessoal.
Organizativamente, ela faz questão de dizer que "não é 'uma' Sociedade Teosófica, nem 'a'
Sociedade Teosófica", mas sim ‘uma escola de Teosofia’. Daí o seu caráter informal e não
burocrático.
Se somarmos os grupos teosóficos hoje leais à proposta original do movimento, eles são
provavelmente do mesmo tamanho médio que os setores que eram leais aos Mestres, em vida
de HPB e Judge (período 1875-1891).
12
Parece que não há a possibilidade de milagres espetaculares em matéria de crescimento do
movimento nesta fase do Kali Yuga. Quando se fala do primeiro objetivo do movimento,
“formar um núcleo de fraternidade universal”, não se está falando do tamanho deste núcleo,
formado por quem vive altruisticamente a filosofia dada pelos Mestres através de HPB, e que
foi “estabilizada” por Judge.
Este núcleo internacional, visto de modo amplo, inclui hoje não só a L.U.T., mas também
grande parte da S.T. de Pasadena; a Sociedade Teosófica de Edmonton, no Canadá; os
grupos “Point Loma”; iniciativas independentes como a “Fundación Blavatsky”, que inspira
várias lojas teosóficas no México; e indivíduos e empreendimentos localizados aqui e ali,
além de alguns estudantes da S.T. de Adyar, agora mais isolados e enfraquecidos desde a
morte de Geoffrey Farthing em maio de 2004.
Farthing ― com quem me correspondi desde 1997 até 2004 ― foi ex-presidente nacional da
S.T. de Adyar na Inglaterra. Ele tinha um grande respeito por W. Judge e fez um ótimo
trabalho, internacionalmente influente. Foi também o inspirador da eficiente Fundación
Blavatsky, que hoje se destaca no México. No entanto, tendo ficado dentro dos muros
corporativos de Adyar, o trabalho de Farthing é rapidamente anulado após sua morte.
A esperança do movimento está cada vez mais no campo plural dos grupos teosóficos
independentes de Adyar, entre os quais a L.U.T. cumpre um papel significativo. Das velhas
estruturas burocráticas, emergem estudantes auto-confiantes, que pensam por si mesmos mas
são solidários na ação pela causa comum.
Fraternalmente, Carlos.
( 05 Abril 2007 )
00000000000000000000000000000000000000
Final da Parte Dois do Informe Especial
“O Movimento Teosófico Depois de H. P. Blavatsky”
0000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000
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