Faça o dowload aqui - Revista Mineira de Educação Física
Transcrição
Faça o dowload aqui - Revista Mineira de Educação Física
ARTIGO O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM-TREINAMENTODA TÉCNICA ESPORTIVA APLICADA AO FUTEBOL Marcelo de Oliveira ~ a t t ~ : Pablo Juan Greco RESUMO O processo de ensino-aprendizagem-treinamento da técnica desportiva é um componente de rendimento importante na formação esportiva do individuo. Neste processo, o planejamento sistemático e consciente gera caminhos seguros para a formação integral do indivíduo. O embasarnento teórico gera segurança na realização do trabalho, Atualmente, existe vasta bibliografia orientando e fundamentando o processo de formação esportiva. Entretanto, constatou-se nos livros de treinamento esportivo um menor número de paginas dedicadas ao estudo da técnica. Diferentes abordagens foram encontradas. O objetivo deste estudo não é trabalhar estas diferenças, mas sim realizar uma revisão bibliográfica sobre os elementos constitutivos da capacidade técnica e, dentro desta, a relação com o futebol de campo e sua aplicação na metodologia do processo de ensino-a~rendizaeem-treinamento. ' UNFFE~ÚMOS: Ensino-aprendizagem-treinamento, técnica, formação ' esportiva. O desenvolvimento dos componentes do rendimento esportivo é parte importante do processo de ensino-aprendizagem-treinamento inerente à formação do individuo. A preocupação de professores de educação física e técnicos esportivos em estimular o desenvolvimento equilibrado das capacidades fisicas, técnicas, táticas e psicológicas deve ser constante, objetivando a formação integral do indivíduo. Neste processo de ensinoaprendizagem-treinamento, o planejamento sistemático e consciente gera caminhos seguros para a formação biopsicossocial de indivíduos que gostam da prática esportiva e podem aspirar a serem atletas, ou para a prática como melhora do potencial de saúde ou pelo valor do lazer. Atualmente, existe vasta bibliografia orientando e fundamentando o processo de formação esportiva. Entretanto, os livros de treinamento esportivo dedicam amplo número de páginas ao estudo do treinamento das capacidades condicionais, enquanto o treinamento técnico, tático e psicológico destina-se a uma * Professor da Faculdade de Educação Física e Desportos - UFJF. ** Professor da Escola de Educaç5o Física da Universidade Federal de Minas Gerais. 34 R. min. Educ. Fís., Viçosa, 4 (2): 34-50,1996 quantidade bastante inferior. Vejamos os exemplos de uma rápida revisãode literatura de autores de livros na língua portuguesa e espanhola (Quadro 1). QUADRO 1 - Numero de páginas dedicadas aos estudos relacionados com o * O autor fez uma abordagem das capacidades técnicas e táticas no mesmo capítulo. A análise do conteúdo das referências bibliográficas dos autores pesquisados e a abordagem das capacidades apresentaram algumas semelhanças. Não cabe ao presente estudo trabalhar estas diferenças. O objetivo é realizar uma revisão bibliográfica sobre os elementos constitutivos da capacidade técnica e, dentro desta, a relação com o futebol de campo e sua aplicação na metodologia do processo de ensinoaprendizagem-treinamento. O futebol de campo é um esporte muito praticado nas escolas e nos clubes. Conseqüentemente, impõe-se que os professores de Educação Física que o utilizam como conteúdo de suas aulas e aqueles que trabalham em escola de iniciação ao futebol tenham uma fundamentação teórica suficientemente ampla e consistente em relação a tão importante capacidade inerente ao rendimento esportivo. Como visto no quadro anterior, os livros destinam poucas páginas ao estudo desta capacidade. A bibliografia especializada do futebol que foi consultada limita-se a conceituar os fundamentos, como se procede sua execução e quais os exercícios para seu desenvolvimento (Quadro 2). R. min. Educ. Fís., Viçosa, 4 (2): 34-50, 1996 35 QUADRO 2 - Abordagem dos livros de futebol em relação à técnica Sendo assim, o presente estudo vem preencher esse espaço e contribuir para o progresso do futebol, fornecendo embasamento teórico e fundamentando o trabalho daqueles que utilizam este esporte como conteúdo em atividades como professor de Educação Física. A literatura mostra várias definições de técnica. ZAKHAROV e GOMES (1992, 178) a definem como "ação motora como meio de solução da tarefa motora". Para o autor, a noção de técnica esportiva é percebida frequentemente como o modo mais eficiente de realização de um movimento. GROSSER e NEUMAIER (1982, 1 1 ) têm uma definição de técnica dividida em dois aspectos. No primeiro, "Técnica é o modelo ideal de um movimento relativo a uma disciplina desportiva. Este movimento ideal pode descrever-se baseando-se nos conhecimentos cientíJicos atuais e nas experiências praticas, verbalmente, de forma grafica, de forma matemática, anatômico-funcional e outras". No segundo, técnica " é a realização do movimento ideal a que todo desportista aspira. Ou seja, o método para realizar a ação motriz ótima por parte do desportista". De acordo com HEGEDUS (1984, 139), a técnica esportiva "consiste num sistema especzpco de ações sucessivas e/ou simultâneas, das quais operam como conseqüência da intenção de forças externas e internas e com um único objetivo: aproveitar de maneira mais efetiva todas estas ações em vista a alcançar um alto rendimento". WEINECK (1989, 195) entende por técnica esportiva "os processos desenvolvidos, geralmente pela pratica, para resolver mais racional e economicamente um problema motor determinado". GRECO (1995, apostila de aula) define como "a adequada interpretação no tempo espaço e situação do meio instrumental operativo necessário para solução da tarefa ou problema motor que se enfrenta no esporte". 36 R. min. Educ. Fís., Viçosa, 4 (2): 34-50, 1996 Percebe-se que a abrangência do termo técnica varia de autor para autor. Esses conceitos são aplicados de acordo com a importância que a técnica tem nos esportes. A ação motora como solução de um problema motor pode ser determinante para o sucesso a ser alcançado em um esporte, ou seja, a execução correta do fundamento esportivo está dentro de certos padrões predeterminados. Em outros esportes a execução dos fundamentos pode ser efetuada de diversas maneiras, desde que alcance o objetivo. WEINECK (1989, 195) divide a importância da técnica em quatro grupos: 1- Esportes de precisão e de expressão. 2- Esportes de força e explosão. 3- Esportes de combate e coletivos. 4- Esportes de resistência. Segundo WEINECK (1989, 195), os esportes de precisão "são aqueles que exigem o máximo de perfeição técnica, pois aí a técnica intervém como elemento autônomo na cotação da performance". Patinação Artística e Ginástica Olímpica são exemplos de esportes que exigem precisão na execução de movimentos. Nos esportes de força e explosão, "devido ao curto espaço de tempo e ao desenvolvimento máximo da força, é preciso uma grande habilidade técnica" (WEINECK, 1989, 195). Levantamento de peso, lançamento de dardo e arremesso de peso são exemplos deste grupo. O autor qualifica os esportes de combate e coletivos como aqueles em que "a técnica influencia prioritariamente a solução de situações complexas de combate ou de jogo" (WEINECK, 1989, 195). Os esportes coletivos e lutas como judô são exemplos. Finalmente, nos esportes de resistência, "a técnica intervém antes de tudo como economia de esforço" (WEINECK, 1989, 195). Corridas, triatlon e esqui servem de exemplo. De acordo com essa divisão, o futebol está relacionado com o grupo de esportes de combate e coletivos, pois a técnica na execução de um passe, de um chute, de um domínio ou de um cabeceio tem influência como mecanismo de solução de situações encontradas durante uma partida. Para o futebol, por ser um esporte em que a execução perfeita da técnica não é um fator que determina o alcance do objetivo, os conceitos de GRECO e WEINECK parecem ser os mais aplicados. No futebol a solução motora deve procurar ser eficaz, ou seja, a técnica como meio de se chegar a um fim (GRECO, 1991, 41, citando Letzelter 1978, 100). O passe deve alcançar seu companheiro, indiferentemente se ele foi executado com o pé de apoio próximo ou afastado da bola ou se foi com a perna predominante ou não. O fato de um chute ser feito em desequilíbrio, fora dos padrões colocados pela bibliografia específica do futebol, não determina que o gol não será convertido. Muitas vezes, o jogador executa o chute dentro dos padrões e o gol não é convertido. A bibliografia específica sobre futebol mostra como executar corretamente os diversos fundamentos que devem ser considerados como técnicas específicas. Entretanto, o fato de'ser o futebol um esporte dinâmico, em que algumas variáveis, como gramado e ambiente, inflrienciam na 37 R. min. Educ. Fís.,Viçosa, 4 (2): 34-50,1996 execução das técnicas, demonstra que não é a todo momento que o jogador vai executar técnicas conforme orientação da literatura. Dessa maneira, as vezes, não é possível ser eficiente durante a execução, ou seja, o processo de realização da técnica esportiva não vai ser de acordo com as leis inerentes ao movimento ideal. Os padrões ideais da técnica esportiva estão baseados em leis e modelos biomecânicos. Sua maior ou menor aplicação depende da capacidade do esportista. No futebol, estas leis e estes modelos também amparam a execução da técnica. Eles contribuem para a direção e precisão do chute, do passe, do cabeceio, do domínio e da progressão. Mas, não é a todo momento que o jogador poderá aplicá-los durante uma partida, pois o futebol, como já foi dito, é um esporte muito dinâmico, com inúmeros fatores influenciando na execução das técnicas. Porém, no processo de ensino-aprendizagemtreinamento, considera-se extremamente importante que os jogadores consigam o domínio das técnicas, para eles poderem canalizar as possibilidades de solução da tarefa motora da melhor maneira possível. Para que o atleta tenha total domínio da técnica, é preciso passar por um processo de ensino-aprendizagem-treinamento. E necessário treinar, ou seja, adquirir novas experiências, para aumentar a bagagem motora. MARTIN (1991, 07) entende que a expressão Treinamento da Técnica, para ser conceituada, tem de ser tratada separadamente, a fim de extrair seus conceitos específicos. O Treinamento "é um processo planificado, com o qual se procura alcançar determinado nível de desempenho, que é sempre o resultado da interação complexa de parâmetros condicionais, coordenativos, psíquicos e de qualidades pessoais. O treinamento tem também a finalidade de tornar estável, durante a competição, em nível de desempenho obtido" (MARTIN, 1991, 07). Técnica, para MARTIN, "é o uso sistemático de processos e operações para desenvolver uma determinada tarefa, para resolver um determinado problema" (MARTIN, 1991,07). GRECO (1995,98) diz que "se existe uma polêmica onde ainda não há consenso na literatura das ciências do treinamento, que também tem a ver com as particularidades do idioma, é em relação aos alcances dos termos aprendizagem motora e treinamento técnico". Segundo GRECO (1995, 98), "a escola americana utiliza preponderantemente o termo aprendizagem motora (motor learning), enquanto na escola alemã é mais frequente encontrar o conceito treinamento técnico". GRECO (1995, 98) continua, dizendo que "alguns autores (GROSSER e NEUMEIER, 1982; HARRE, 1979; LETZELTER, 1978; MEINEL e SCHNABEL, 1976 e 1987; ROTH, 1987; WEINECK 1983 e 1989) consideram o termo treinamento técnico como sinônimo de aprendizagem motora. Essa posição não é compartilhada por outros (LEHNERTZ, 1990; MARTIN, CARL e LEHNERTZ, 1991; MECHLING, 1984)". Entretanto, para GRECO (1995, 98), "na realidade, trata-se de diferentes momentos dentro de um mesmo processo: o processo de ensinoaprendizagem-treinamento". Este autor diz também que "a aprendizagem R. min. Educ. Fís., Viçosa, 4 (2): 34-50, 1996 38 motora é o caminho para obter e automatizar habilidades ou técnicas motoras como resultado de um sistemático e planejado 'processo de aprendizagem, decorrente de diferentes etapas e com objetivos bem definidos a serem atingidos em cada fase. A meta final é a melhoria da coordenação da ação do sistema nervoso central com o sistema neuromuscular". Resumindo, de acordo com GRECO (1995, 98), "a aprendizagem motora é uma fase dentro do processo de ensino-aprendizagem-treinamento, entendendo-se o termo treinamento, no sentido utilizado pela escola alemã, como aquele que inclui os processos de ensino aprendizagem". Dessa maneira, o processo de ensino-aprendizagem-treinamento, em forma de unidade estrutural, não existe um sem o outro. Atualmente é grande o número de crianças que participam de programas de iniciação esportiva. Os clubes, principalmente, acreditam que o investimento nestes programas tem um retomo a médio e longo prazo, pois estas crianças, futuramente, irão sustentar sistematicamente as equipes principais. Esses programas de iniciação esportiva não podem limitar-se apenas a formar atletas, mas sim auxiliar a criança na sua formação global, como, por exemplo, nos aspectos social, moral, cognitivo, cultural, além de outros. GRECO (1995, 196) propõe uma divisão do processo de ensinoaprendizagem-treinamento em nove fases. Esta divisão "visa uma seqüência da ação pedagógica paralela ao desenvolvimento do nível de performance do indivíduo no marco da estrutura temporal". O processo de formação esportiva do modelo criado na Escola de Educação Física da Universidade Federal de Minas Gerais, proposto por GRECO, "caracteriza-se por curtos períodos de duração de cada uma das fases, o que permite que exista uma aproximação com a evolução ontogenética. Por outro lado, evita-se a especialização precoce, pois esta, juntamente com a competição sistemática e alta competição, não são construtivas para as crianças". O modelo proposto pelo autor é dirigido fundamentalmente para os jogos coletivos e para os esportes de conjunto em geral. O modelo é composto das seguintes fases: I ) PRÉ-ESCOLAR (3-6 anos): procura-se caracterizar o processo de ensino-aprendizagein-treinamento nas três áreas de manifestação da aprendizagem, ou seja, na unidade e complexidade do sistema cogniçãoemoção-inotivação. Atividades de deslocamento, equilíbrio, acoplamento, esquema corporal, relação tempolespaço etc. são prioritárias e devem preferencialmente ser apresentadas em formas jogadas, tipo de imitação e perseguição. Jogos de uin contra um tentando a ultrapassagem, jogos de chute a gol, ein que cada criança terá a oportunidade de chutar várias vezes para seu companheiro que faz o papel de goleiro, e jogos de imitação, em que cada um vai tentar repetir todos os gestos que o companheiro está fazendo com a bola. R. min. Educ. Fís., Viçosa, 4 (2): 34-50, 1996 39 2) UNIVERSAL (6-12 anos): procura-se desenvolver todas as capacidades motoras e coordenativas de uma forma geral, criando uma base ampla e variada de movimentações que ressaltam o aspecto Iúdico. Nessas faixas etárias, o ensino-aprendizagem-treinamentodeve ser administrado conforme a idade e o nível de experiência motora. A ação do processo de ensinoaprendizagem-treinamento deveria ser voluntária, não atropelando outros possíveis interesses. Esta fase tem uma duração de 3 a 6 anos e se inicia, geralmente, aos 516 anos. Um dos aspectos mais descuidados nesta fase é o desenvolvimento das capacidades coordenativas, ou seja, enfatiza-se muito a técnica do gesto técnico. Não há harmonia nem interação no volume de trabalho dedicado as capacidades coordenativas. Fatores como desenvolvimento da imagem corporal e percepção sensorial diferenciada são esquecidos ou sacrificados, em procura de performance ou aperfeiçoamento do nível técnico. A "Iniciação Esportiva Universal" (IEU) e uma alternativa pedagógica importante para a faixa etária entre os 4 e os 11-12 anos. O jogo é o elemento didático-pedagógico que deverá ser oferecido conforme as características evolutivas da criança, especialmente no que se refere à sua maturidade e evolução coordenativo-cognitiva. Exemplo: com crianças de 68 anos, deve-se dar ênfase aos jogos de perseguição, estafetas, e jogos de relevos no final desta faixa etária; já com crianças de 8-10 anos pode-se começar a desenvolver jogos esportivos coletivos na forma do jogo reduzido (por exemplo, situações de 2 x 2), jogos de iniciação, grandes jogos e, em alguns casos, jogos pré-desportivos. E importante ressaltar que o processo de ensino-aprendizagemtreinamento das capacidades físicas nesta fase deve, impreterivelmente, estar adequado ao nível de desenvolvimento e de experiência da criança, respeitando as "fases sensíveis" (MARTíN, 1982, 24) em que a criança se encontra. As capacidades coordenativas devem desenvolver-se seguindo o princípio do fácil para o difícil, do simples para o complexo. Nesta fase, aplicada ao futebol de campo, os jogos devem ser em campos com dimensões reduzidas e as equipes devem ter número reduzido de jogadores, para oportunizar o contato mais frequente com a bola, com jogos 2 contra 2, 3 contra 3, 4 contra 4 e outros, modificando as regras do jogo de acordo com o objetivo. Essas modificações podem ser na delimitação de toques que cada jogador pode dar ao ter posse de bola, aumentando ou diminuindo o tamanho do gol, ou até mesmo determinar que, para consignar um gol, todos os jogadores devem tocar na bola. 3) ORIENTAÇÃO (12-14 anos): com base do nível anterior, deve-se procurar o desenvolvimento e aperfeiçoamento das capacidades físicas (motoras e coordenativas) e se iniciar o processo de fixação e aprimoramento das técnicas. Deve-se aqui destacar que um dos objetivos é a iniciação técnica em sua forma global. Não se deve realizar treinamento técnico e sim uma passagem pelas técnicas das diferentes disciplinas esportivas, contemplando os níveis de exigência que se apresentam em cada uma delas. A correção deve estar dirigida a elementos grossos dos diferentes programas e esquemas 40 R. min. Educ. Fís., Viçosa, 4 (2): 34-50, 1996 motores. Deve ser priorizada a variação das técnicas, no sentido de aquisição de amplos repertórios de padrões motores. Isto significa que devem ser oferecidas atividades em que, por exemplo, por meio do jogo aplicado conforme a metodologia situacional, a criança seja levada a desenvolver, a aprender e aplicar técnicas de movimentos esportivos, porém sem um alto nível de perfeição gestual, unidas a momentos de tomada de decisão sobre o que fazer. A literatura específica do futebol apresenta um número variado de exercícios que podem ser aplicados nessa fase. Os exercícios devem retratar situações encontradas durante um jogo de futebol e suas possíveis soluções por meio do gesto técnico. As atividades devem envolver as técnicas do chute, do cabeceio, do domínio e das demais técnicas inerentes ao jogo de futebol. 4) DIREÇÃO (14-16 anos): com base no nível anterior, pode-se começar com o aperfeiçoamento e a especialização técnica em uina ou duas modalidades esportivas. E importante destacar a necessidade de que o jovem realize e participe de duas ou três modalidades esportivas, as quais devem ser de preferência complementares. Paulatinamente, aperfeiçoam-se as técnicas que encaminhem o atleta a otimização do seu rendimento. Esta fase se estende por, aproximadamente, dois anos e inicia-se, geralmente, aos 14 anos. As técnicas são trabalhadas em situações apresentadas na forma de exercícios complexos, em que a requisição da técnica seja variável em relação aos seus parâmetros de execução e aplicação. A inteligência e a capacidade de jogo continuarão a ser desenvolvidas por meio de atividades que exijam a aplicação do conhecimento adquirido na fase anterior, de forma tal a efetivar a concretização dos conceitos teóricos em ações esportivas. Deve-se, portanto, continuar utilizando exercícios complexos que apresentem exigências de execução relacionadas com o tipo de técnica a ser aplicada e incluam os parâmetros necessários para o êxito da ação, assim como exercícios que impliquem uma tomada de decisão no sentido tático, ou seja, do que será feito. As atividades relacionadas com futebol, nesta fase, devem ser mais complexas e envolver mais de uma técnica na solução da tarefa motora. O exemplo seria um exercício de cruzamentos na área, em que o indivíduo tenha como objetivo converter gols, utilizando todas as técnicas possíveis, adequadas e permitidas pela regra, para aquele momento. 5 ) ESPECIALIZAÇÃO (16-18 anos): será incrementado o trabalho nas áreas específicas da disciplina. Procura-se o aperfeiçoamento e a otimização do potencial físico, técnico e tático, que deve ser base para o emprego de comportamentos táticos de alto nível. Inicia-se, paralelamente, um processo de estabilização das capacidades psíquicas. A participação em competições aumenta sensivelmente. Esta fase inicia-se aproximadamente aos 16 anos e sua duração varia de 2 a 4 anos. 41 R. min. Educ. Fís., Viçosa, 4 (2): 34-50, 1996 Sobre o aspecto da integração do treinamento técnico com o treinamento tático, conformando assim um treinamento técnico-tático, é importante destacar que o desenvolvimento dos processos cognitivos no marco do processo de ensino-aprendizagem-treinamento é um pré-requisito fundamental. Para isso será necessário: "desenvolver e aperfeiçoar a regulação dos programas e processos motores, particularmente em situações sob influência da ação do adversário, respeitando a cooperação com colegas :i diminuindo o tempo que o jogador necessita para recepção, descoberta e elaboração das informações, a fim de minimizar a quantidade de erros no jogo"(K0NZAG e KONZAG, 1981,26). A regulação dos programas motores será realizada pela união do treinamento técnico com o treinamento tático, e ambos serão integrados em um treinamento teórico. A diminuição dos erros será proposta através de um processo metodológico que se baseia na construção de árvores genealógicas para tomada de decisão. Num treinamento de futebol seria necessário treinar todas as possibilidades de tomada de decisão, ou seja, após a percepção de todo ambiente externo (posicionamento dos jogadores adversários e local que se encontra no campo) e ambiente interno (seu corpo), verificar quais as possibilidades existentes de êxito e escolher a mais adequada. 6 ) APROXIMAÇÃO~TEGRAÇÃO (18-21 anos): esta fase pode ser considerada como o momento mais importante na transição do jovem amador para uma possível carreira profissional. Aqui serão estabelecidos os limites de rendimento que o indivíduo tem e projetada sua possibilidade concreta de êxito no esporte de alto nível. A fase de crescimento encontra-se quase que finalizada, ficando assim determinados o biótipo corporal e os fortes traços de seu perfil psicológico. A soma desses fatores faz com que o momento da decisão pelo esporte de alto nível ou o esporte como lazer, ou em nível de competição, seja relativamente reduzido. Toma-se aqui importante dedicar um volume grande de tempo ao processo de ensino-aprendizagem-treinamento, juntamente com o trabalho de aperfeiçoamento, a otimização das capacidades físicas, técnicas, táticas, e a otimização das capacidades psíquicas e sociais. Não é fácil realizar-se no esporte profissional; por este motivo esta fase permite uma integração com a fase seguinte. Grandes talentos que s6 ficam na promessa e que as vezes "não chegam" a ser grandes resultam, precisamente, da ausência de uma adequada estrutura de treinamento. No futebol, esta fase é retratada pela passagem do jogador júnior para o jogador profissional. O jogador amador tem de ir familiarizando-se com a nova realidade gradualmente. Sua integração a equipe de profissionais deve ser adequada, para que todo seu potencial não seja prejudicado. E necessário saber o momento certo de "lançar" o atleta amador na equipe profissional, pois houve um investimento na sua formação esportiva que não pode ser desprezado. As atividades desta fase devem ser variadas, estabilizando as tomadas de decisão. 42 R. min. Educ. Fís., Viçosa, 4 (2): 34-50,1996 7) ALTO NÍVEL (a partir dos 21 anos): a estabilização do rendimento nas capacidades físico-técnico-tático e psíquicas, atingida na fase anterior, será aprimorada considerando-se um significativo aumento da relação das cargas de treinamento quanto ao volume, a intensidade e à densidade "psíquicotécnico-técnico-tática"; deve-se, conseqüentemente, dirigir o processo para a meta de otimização dos processos cognitivos (em relação I? situação esportiva, ao alto rendimento e ao estilo de vida) e psicológicos (psicorregulação e motivação intrínseca). A Figura 1 completa-se com as fases de esporte de recreaçãolsaúde e a fase de readaptação. Esta última é dirigida aqueles que realizaram esporte de alto nível durante muito tempo e tem por objetivo uma "volta à normalidade", principalmente dos parâmetros fisiológicos do indivíduo. I ~ V ' J ~DE L RENDIMENTO - FASE P&FASE ESCOLAR U~ERSAL I: C5mor -) D: 2-3D:6F: 2 ~ n r F, 23 ., I FASE FASE DREfio ORIENTAC& -+ I: 12-14 mor + I: I C 1 6 a o D: 2-4D: 2 4 ira F: 2-3 ~ o c r F: 34t Fi\SE FASE READAPTAÇAO R E F Ç Ã a SAUDE I: 16-18R 2F: 2-3 ~ a I: -) D: 2>F: 2-3 VEZCS - -a FIGURA 1 - Sistema de formação esportiva LEGENDA: I = IDADE: D = DLIIUÇÃO; F = F R E Q ~ C I A R. min. Educ. Fls., Viçosa, 4 (2): 34-50, 19% 43 ' Este modelo das fases de formação esportiva, proposto pela Escola de Educação Física da Universidade Federal de Minas Gerais, vem auxiliar na sistematização e no planejamento consciente dos professores de Educação Física, não só nos programas de iniciação esportiva, como também nas aulas de Educação Física Escolar. A aprendizagem da técnica será oportunizada a todos. ROTH (1993, 18) entende que a aprendizagem de uma técnica esportiva corresponde, primeiramente, a aquisição de um programa motor (SCHMIDT, 1988; ROTH, 1989 e 1990). Rosembaum (1985) e Schmidt (1988), citados por ROTH (1993), entendem que os programas motores se constituem com poucos componentes fixos, suficientes para "dar vida as relações estruturais externas, específicas de diversas habilidades motoras" (1993, 18). Um baixo número de fatores internos que não variam e que são próprios do programa serve de guia a diferentes movimentos cujos parâmetros externos são específicos e podem se transferir de um movimento para outro. ROTH (1993, 18), citando Schmidt (1988), coloca que os programas !motores transmitem aos músculos que efetuam um movimento informações sobre sequência de impulso de tempo e força. Os programas motores .agregam impulsos temporariamente ordenados e são caracterizados de maneira concreta por três elementos ou relações que não variam ( teoria do "impuls-timing"): "Sequencing": refere-se A sequência de cada impulso e a ordem em que os músculos serão estimulados. "Timing" relativo: refere-se à extensão temporal' de cada impulso que guia o movimento (tempo de ativação), expressa em cocientes de duração correspondente a duração do estímulo, guardando a proporção com os anteriores e os que seguem. Força relativa: refere-se as relações entre amplitude, intensidade e magnitude de cada impulso. "Aprender movimentos básicos que reproduzem de forma precisa e estável, ou seja, de padrões motores fechados" é entendido por ROTH (199 1,02) como o A do ABC para o treinamento técnico nos esportes. A capacidade de saber modificar, unir e combinar a execução dos programas motores do grupo A de forma variada e precisa é o objetivo B no ABC do treinamento técnico em esportes. Os programas motores acoplados um sobre o outro vão somando sequencialmente ou combinando os impulsos de modo a facilitar a execução. A técnica desejada será oferecida "peça a peça', solucionando o problema motor. O C do ABC é a capacidade de alongar e encurtar o modelo básico, velozmente, de forma variável e adequando-o as exigências de mudanças das situações de jogo, de forma a facilitar a antecipação e a elaboração mental das possíveis ações a serem executadas. Essas associações e adaptações dos elementos invariáveis do programa motor, oportunizadas pela exercitação e prática nas sessões, facilitarão a fixação de esquemas motores na memória. Esta memória, através do reconhecimento e da recordação, fornece importantes 44 R. min. Educ. Fís.,Viçosa, 4 (2): 34-50,1.996 informações para solução dos problemas motores. Esse esquema, inicialmente, exige três informações diferentes da memória: - posição inicial do movimento; - programa de alongamento-encurtamento do movimento; - o resultado/posição final. Essas informações são gravadas progressivamente e convertidas em regras gerais, que servem para antecipar o movimento da posição inicial até o final. ROTH (1991, 09) diz que, para o processo de ensino-aprendizagemtreinamento das variações técnicas, há a princípio três possibilidades de simplificação: 1- Princípio do encurtamento do esquema motor (alongamento1 encurtamento) - descreve uma forma metodológica na qual é impreterível a aplicação permanente do principio de encurtamento-alongamento do programa básico para, assim, paralelamente, permitir a formação do esquema de recordação. Um exemplo deste princípio aplicado ao futebol seria uin exercício de cabeceio, em que o executante repete várias vezes o mesmo exercício e a bola percorre o mesmo espaço no mesmo tempo, antes de chegar a ele. 2- Principio da posição constante (posição de saídafinicio) - pode ser caracterizado pelo fato de que, para uma posição constante de início do movimento, podem ser modificados (encurtados/alongados) os movimentos finais do programa. Um exercício de cabeceio que pode servir de exemplo para este princípio é aquele em que o executante repete várias vezes o gesto partindo de uma mesma posição e a bola percorre várias trajetórias até chegar a ele. 3- Princípio do resultado constante - são mantidos os movimentos que conformam a posição final do programa e modificados os do início. Um exercício aplicado ao futebol que retrata este princípio é aquele em que o executante cabeceia a bola procurando alcançar o mesmo ponto várias vezes, indiferente da direção e da trajetória da bola percorrida antes de ele cabecear. Cabe agora estimular a adaptação das técnicas às situações defrontadas durante a competição. ROTH (1990), citando Gohner (1979), entende que esse processo está ligado a quatro parâmetros básicos de relação. São eles: a- objetivo do movimento; b- condições do movimento (regras do esporte); c- atributos do movimento; d- condições de execução do movimento1meio ambiente. Gohner (1979), citado por ROTH (1991, 1l), apresenta cinco possibilidades táticas de simplificação da tarefa, de acordo com os parâmetros básicos relacionados anteriormente. Eles serão citados a seguir, juntamente com um exercício aplicado no futebol, para melhor entendimento. o executante, ao a- Simplificação dos objetivos do movimento realizar a técnica do cabeceio, terá como objetivo atingir um local com + R. min. Educ. Fís., Viçosa, 4 (2): 34-50,1996 45 dimensões superiores ao normal. Assim sendo, o alcance do objetivo através do cabeceio será facilitado. b- Simplificação das regras durante uma partida de futebol só será permitido converter gol através de uma cabeçada. c- Redução da ação do adversário + o executante vai desenvolver o exercício dentro da grande área, onde ele terá como objetivo cabecear a bola para dentro do gol. Dentro da área estarão posicionados, de maneira passiva, companheiros que farão o papel do adversário. O executante vai se deslocar em direção à bola, desviando de seus companheiros, e executar a cabeçada. d- Redução da ação do colega + a dinâmica deste exercício é a mesma do princípio anterior, entretanto será somado ao exercício um companheiro, que fará o papel de jogador de sua equipe. O objetivo neste exercício é o seguinte: após desviar dos agentes passivos que estão posicionados dentro da grande área e alcançar a bola, o executante tentará, através de uma cabeçada, alcançar seu companheiro de equipe. e- Simplificação do meio ambiente onde se executa a técnica + um exercício que pode retratar este princípio é o jogo de futebol em que as dimensões do campo sejam menores e as balizas (gols), maiores. Durante esse jogo só será permitido consignar gols através de cabeçadas. Estes cinco princípios representam, também, um guia para a elaboração do processo de ensino-aprendizagem-treinamento, conforme a deficiência que o atleta acusa. Pode-se concluir, de acordo com o modelo de aprendizagem da técnica proposto por ROTH, que, para executar as técnicas do futebol, é necessário criar o programa motor de todas as técnicas do esporte. Este programa motor é fechado. Conforme as condições da situação encontrada durante uma partida, o jogador associa ao programa motor movimentos que lhe permitirão solucionar a tarefa motora. Essas soluções motoras, através da utilização de técnicas específicas, estão associadas a esquemas de memória, que SCHMIDT (199 1) denomina recordação e reconhecimento. Elas são gravadas progressivamente e convertidas em regras gerais, para serem aplicadas em diferentes momentos do jogo. + METODOLOGIA A metodologia utilizada para elaborar os processos de ensinoaprendizagem-treinamento dos jogos esportivos coletivos vem mudando com o tempo. A forma metodológica "séries de exercícios" foi utilizada pela Educação Física na década de 60. Esta metodologia caracteriza-se pelo ensino dos jogos através da aprendizagem das técnicas básicas e formas analíticas. Estas técnicas básicas eram decompostas em partes. Por meio de uma sequência, do simples para o complexo, procurava-se chegar ao gesto ideal. Mais tarde, duas novas formas metodológicas de ensinoaprendizagem-treinamento dos jogos coletivos aparecem: "sequência de jogo.' e "confronto direto". Segundo GRECO (1995a, 133), citando Dietrich et al. (1976) e Landau (1974), o método "séries de jogos" apresenta três argumentos antagônicos a metodologia "séries de exercícios". São eles: R. min. Educ. Fís., Viçosa, 4 (2): 34-50, 1996 46 1- o jogo é mais que a soma de técnica, tática e condição física; 2- a idéia do jogo deve ser preconizada; 3- os processos de pensamento, aprendizagem e motivação do educando encontram-se, simultaneamente, na situação de aprendizagem. O método "confronto direto" é entendido por GRECO (1995a, 134) como uma "variação dentro da mesma idéia da globalidade". Neste método, o jogo é aprendido jogando. Não se dividem os elementos que o compõem. Separam-se duas equipes com poucas informações sobre as regras e joga-se. Este método tem como lema o "jogar-jogar-jogar". A proposta deste artigo é aplicar o "método situacional" proposto por GRECO (1995~)no processo de ensino-aprendizagem-treinamento do futebol. Neste método, o jogo é aprendido desde o começo por meio de técnicas simples. Segundo GRECO (1995a, 128), "o ensino do jogo baseiase na união da técnica ao processo tático, mediante a apresentação de situações de jogo que exigem uma solução". O "método situacional" agrega uma sugestão didático-metodológica que enfatiza a importância do desenvolvimento das capacidades cognitivas de percepção, antecipação e tomada de decisão do jogador ( GRECO, 1995a, 128). -A dedicação de tempo da sessão de ensino-aprendizagemtreinamento na aquisição de técnicas, separada da parte tática, é considerada perda de tempo. As habilidades técnicas e táticas servem para dar soluções as tarefas motoras específicas do jogo. As decisões tomadas para as soluções motoras surgem de duas perguntas: o quê? e como?. A primeira pergunta, o quê?, segundo GRECO (1995a, 129), "é a escolha de uma alternativa de solução para o problema de jogo". Por exemplo, no futebol, se o jogador deve cruzar ou chutar a bola para o gol. A segunda pergunta, como?, segundo GRECO (1995a, 129),"são as técnicas adquiridas dentro do processo de ensino-aprendizagem-treinamento, que estão à disposição do jogador, nas variadas e amplas formas". As decisões serão tomadas conforme o nível de habilidade de cada um. Através das sessões de prática, as decisões escolhidas serão, cada vez mais, adequadas a realidade. Atualmente, nas competições de alto nível, a tomada de decisão torna-se um fator determinante no resultado de um jogo. As jogadas programadas dependem do comportamento desejado do adversário, para que elas alcancem o objetivo. Caso o adversário não se comporte conforme o desejado, o jogador, naquele instante, deve mudar o planejado. Outra decisão deve ser tomada; neste caso, cabe um questionamento: será que o jogador tem a capacidade de solucionar esse problema, já que ele estava preparado apenas para a jogada programada? O "método situacional" permite ao jogador maior flexibilidade e criatividade na hora de decidir. Durante o jogo a tomada de decisão cabe ao jogador e não ao treinador. A formação do "jogador inteligente" é o objetivo deste processo de ensino-aprendizagem-treinamento dos esportes coletivos. - I ~ R. min. Educ. Fís., Viçosa, 4 (2): 34-50, 1996 47 Neste método, todas as possibilidades de tomada de decisão devem ser treinadas até sua automatização. O "método situacional" é adequado ao processo de ensinoaprendizagem-treinamento do futebol, por ser este um esporte dinâmico e porque, atualmente, as atitudes ofensivas dependem de muita criatividade e flexibilidade nas tomadas de decisões, devido aos fortes esquemas defensivos. O método situacional pode propiciar ganhos efetivos na aprendizagem de táticas no ataque. Através deste ensaio, acreditamos ajudar aqueles que trabalham no processo de formação esportiva. Esta revisão bibliográfica veio preencher um espaço referente ao treinamento técnico aplicado ao futebol. Convém ressaltar o modelo de fases de formação esportiva proposto pela Escola de Educação Física da CTFMG, pois ele oferece uma seqüência sistematizada, coerente e fundamentada. Esta revisão bibliográfica veio demonstrar a necessidade de estudos na área de treinamento técnico. Esse componente do rendimento esportivo deve ter uma maior dedicação pelos autores dos livros de treinamento esportivo. A importância da técnica na solução das tarefas motoras durante uma partida de futebol é essencial. O acervo motor deve ser grande para uma melhor tomada de decisão. Atualmente, um fator determinante nos jogos de futebol é a capacidade técnica dos atletas, pois os espaços para as ações ofensivas são pequenos. Dessa maneira, acreditamos cumprir com o objetivo do ensaio, pois ele veio fundamentar e apresentar uma sistematização no processo de formação esportiva. ARAÚJO, S. O futebol e seus fundamentos. 2. ed. Rio de Janeiro: Imago. 1976. BARBANTI, V. Teoria e prática do treinamento desportivo. 4. ed. São Paulo: Blucher. 1987. BAUER, G.; UERBELE, H.: FÚTBOL - Fatores de rendimento. Direccion de jugadores y de1 equipo. Barcelona: Martins Roca, 1988. BAYER, C. La ensefianza de 10s juegos deportivos colectivos. Barcelona: Hispano Europea, 1986. BORSARI, J. R., FACCA, F. B. Manual de educacão física. São Paulo: EPU, 1974-78. V. 3. 48 R. min. Educ. Fís., Viçosa, 4 (2): 34-50, 1996 BUSCH, W. Fútbol en la escuela Buenos Aires: Kapelusz, 1976. DANTAS, E. H. M. A prática da preparacão fisica. Rio de Janeiro: Sprint, 1985. DE HEGEDUS, J. La ciencia de1 entrenamiento devortivo. Buenos Aires: Stadium, 1984. DIAS, D. S. Futebol total. Juiz de Fora: Instituto Maria, 1980. DIETRICH, H. Teória de1 entrenamiento desuortivo. Buenos Aires: Stadium, 1987. DIETRICH, K. O futebol - aprendido e jogado corretamente. Rio de Janeiro: Tecnoprint. 1984. DIETRICH, K.; DURRWACHTER, G.; SCHALLER, H-J. Os grandes jogos:- metodologia e prática. Rio de Janeiro: Ao livro Técnico, 1984. FERNANDES, J. L. Futebol: ciência, arte ou ... sorte! Treinamento para profissionais- alto rendimento: preparação fisica, técnica, tática e avaliação. São Paulo: EPU, 1994. GONZALEZ, A. Bases v urincípios de1 entrenamiento devortivo. Buenos Aires: Stadium, 1985. GRECO, P. J. Fundamentacão do treinamento técnico no esporte. Belo Horizonte: UFMG, 1991. p.39-48. (Coletânea do Departamento de Esportes, 1). GRECO, P. J. O ensino do comuortamento tático nos iogos esportivos coletivos: aplicação no handebol. Campinas: Unicamp, 1995a. Tese (Doutorando em Educação Física) Universidade de Campinas, 1995. GRECO, P. J., BENDA, R. técnico. In: 1995. Da aprendizagem motora ao treinamento GROSSER, M.; BRÜGGEMANN, P.; ZINTIL, F. Alto rendimento deuortivo. Planificación y desarrolo. Barcelona: Martinez Roca, 1988. GROSSER, M.; NEUMEIER, Martinez Roca, 1986. Tecnicas de entrenamiento. Barcelona: GROSSER, M.; STARISCKA, S.; ZIMMERMANN, E. Princípios de1 entrenamiento deportivo. Barcelona: Martinez, 1988. R. min. Educ. Fís., Viçosa, 4 (2): 34-50, 1996 49 KARL, H. H. Futbol Kapelusz, 1978. - de1 aprendizaje a la competencia Buenos Aires: KONZAG, G; KONZAG, I. Anforderungen an die kognitiven. Funktionen in der psychischer regulation sportticher. Spielhandliengen. Theorie und Praxis der Koruerkuttus. v. 3 1, p. 20-3 1, 1981. KUNZE, A. Futebol. Lisboa: Estampa, 1387. MARTIN, D.: Leistungsenturcklung und traineer barpeit ponditionelles und Revista Lcistiengss~ort. koordenatives komponentess iri kindes~tter.~ Frankfurt (M): n. 1 p. 14-24, 1982. MARTIN, D.: Técnica deportiva e teoriz de1 entretiamiento. Stadium. Buenos Aires: v. 25, n. 147, p. 6-13, 1991. MATTA, M. O. Escolinha de Esporte: uma abordagem pedagógica Educativa. Juiz de Fora: v. 1, n. 1, p. 1991. MATVÉIEV, L. P. Horizonte, 1986. Fundamentos do treino desportivo. Lisboa: Livros ROTH, K. De lo fácil a lo difícil ... gradualmente. Aspectos teóricos metodológicos y práticos de1 aprendizaje motor en e1 deporte. Stadiurn. n. 160, p. 17-24, 1993. ROTH, K. Ein neus "ABC" fur das techniktraining im sport. Sportwissenschaft. n. 1, p. 9-26, 1990. SANTOS, E. 1979. Caderno técnico-didático; futebol. Brasília: SEEDIDDD, TUBINO, M. J. G. Metodoloaia científica do treinamento desportivo. 2. ed. São Paulo: Ibrasa, 1980. VIANA, A. R.; RIGUEIRA, J. E.: Futebol prático: preparação física, técnica e tática Viçosa: Imprensa Universitária, 1981. WEINECK, J. Manual de treinamento esportivo. São Paulo: Manole, 1991. ZAKHAROV, A., GOMES, A. C. Ciência do treinamento desportivo. Rio de Janeiro: Palestra, 1992. 50 R. min. Educ. Fís., Viçosa, 4 (2):34-50,1996
Documentos relacionados
Evolução técnico-tática do handebol (1986 a 1995)
neste estudo, recomendamos maior atenção ao se formar jogadores, no sentido de dotá-los de recursos que permitam desenvolver capacidade de jogo e, principalmente, dentro de sistemas defensivos cada...
Leia mais