mais - preservação e compartilhamento do acervo gouvêa
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Sônia Mota Danças apresentam DIVAGAR criação conjunta com as bailarinas Célia Gouvêa, Luciana Porta, Mara Borba e Sônia Mota. 0 espetáculo aprofunda-se na reflexão sobre o Tempo, sua passagem, ritmo e movimento. Tá vendo, eu sabia que ia chegar a tempo" Tranquilla Trampeltreu de Michael Ende Teatro Mars - 25 de maio à 6 de junho de 2010 (menos sábados e segundas) DIVAGAR Projeto de Sônia Mota Criação e Encenação: Célia Gouvêa, Luciana Porta, Mara Borba, Sônia Mota Desenho de luz: Sergio Funari Trilha Sonora: Daniel Maia, Cuenco e Brian Eno Cenário e Figurinos: do elenco Assitência coreográfica: Claudia Lobo Assistência e operação do som: Patricia Rizzi Projeto gráfico e produção: Lilian Breda Administração: Spdance Produção e Representação Ltda Reservas pelo e-mail:[email protected] Assessoria de imprensa: Canal Aberto Fotografia: Alix Breda Menna Barreto UM PROJETO, DOIS ESPETÁCULOS Divagar faz parte do projeto Vagar e Navegar, do Núcleo Mars de Dança, contemplado com o Prêmio Klauss Vianna da Funarte em 2009. O projeto é composto também pela coreografia In the Land of P..., da bailarina e coreógrafa italiana Teresa Ranieri, que estréia no dia 9 de junho neste ! mesmo teatro. Os espetáculos formam um díptico, um conjunto de duas performances que fazem uma investigação sobre a essência do tempo e os sentidos da dor e do prazer. Sônia teve como objetivo, proporcionar o encontro de profissionais experientes, com linguagens e carreiras diferenciadas. Célia Gouvêa, Luciana Porta, Mara Borba e Sônia Mota, profissionais com reconhecida trajetória no cenário da dança nacional e internacional, compartilham em Divagar, suas tendências criativas e buscam uma nova visão sobre si mesmas. TEATRO MARS / PROJETO SPDANCE Vinte anos após sua inauguração, o Teatro Mars desenvolve um novo perfil, criando um Centro de Estudos da Dança, dedicado exclusivamente à pesquisa e estudos especiais na área de Dança. O principal objetivo deste projeto é estimular a integração da dança e os diversos meios de expressão artística, incentivando o risco e a originalidade, e assim valorizar talentos novos e veteranos. O Projeto Spdance está em campanha para recuperação do Teatro Mars através das leis de incentivo.Agradecemos a compreensão e a presença do publico e dos artistas desta noite. Célia Gouvea, terceira filha mulher, pouco antes de nascer, o pai, enquanto se barbeava, disse à mãe: se for mais uma menina, não faz mal.Vai se chamar Célia. Clarice Lispector disse algo mais ou menos assim: “nascer ruivo, numa terra de morenos, conduz inevitavelmente a uma revolta involuntária”. É provável que o diferencial a tenha levado à convivência com a caixa escura dos teatros, ao invés de expor-se ao sol, já que este não queria nada com ela. Aos 20, partiu para Bruxelas, com uma passagem de ida apenas, para passar por um teste no MUDRA. Jamais poderia imaginar que, de quebra, dois Maurices entrariam em sua vida: Béjart, o diretor do Centro e Vaneau, com quem manteve uma longa parceria na vida e na arte, que gerou muitos frutos. Alguns, efêmeros, como inúmeros espetáculos; e os duradouros sobretudo, as duas filhas, Yara e Vânia. Neste 2010, voltou a cursar Filosofia, retomando os estudos iniciados na USP no tumultuado 1968. Percebeu então que se ocupou a vida toda de coisas sem uma aparente finalidade útil, como Dança e Filosofia. Sempre sonhou em ter gerânios vermelhos nas janelas. Hoje, rega diariamente as três jardineiras com gerânios coloridos em seu terraço. Luciana Porta teve seu primeiro insight sobre ”o ser na eternidade do mundo" ainda criança. Adolescente, entrou (por acaso?) para as artes cênicas e entre tandues e plies acabou aprimorando o que seria sua profissão: dançar. Na porta dos 40, aproveita a recém conquistada maturidade para tentar compreender uma suas mais profundas inquietudes: entender a humanidade. A maturidade tornou-a também mais displiscente em relação à organização de coisas e mais atenta à valorização de pessoas. Seus cabelos vão ajudar a drenar o ólpo derramado no Golfo do México. Ah, um de seus defeitos é não saber jogar conversa fora. Mara Borba nasceu impetuosamente. Não esperou nem a parteira que o pai foi buscar tropeçando nas calças, depois de uma noite caliente. A mãe queria um menino. Veio outra menina... A única caipira entre os irmãos, que perdeu a chance de nascer em São Paulo. Apesar de ter cruzado fronteiras, alçado vôos e vivido tantas vidas, nunca desceu da porteira. Até hoje se emociona diante de uma jabuticabeira carregadinha. Casou duas vezes. Do primeiro,teve um filho que,apesar de crescer nos bastidores dos teatros, preferiu ser advogado - fica liiiiindo de terno! Do segundo, ganhou na diferença de idade:tem 15 anos a mais que ele. Vive nas nuvens com esse casamento, acumulando milhas entre Brasil e Alemanha. Escolheu a carreira artística quando percebeu que se divertia mais no palco que na platéia. Com suas frases tipo: Quando a vida complica, um sorvete facilita - supera suas crises, simplificando sempree dispensando pretensões.Construiu sua casa no mato. No mato não, na mata! corrige ela.Entre cobras e lagartos foi plantando tantas árvores que no dia que elas crescerem a Amazônia muda de lugar. Ficou subindo e descendo dunas em vez de subir e descer do palco. Virou artivista! A memória mais antiga que Sônia Mota guarda de si mesma é a de uma menina fechada num quarto, dançando em frente ao espelho do armário (do tio). Um mundo lá fora para ser vivido, e a menina sonhando esse mundo dentro dela, transformando-o em pequenos movimentos dançantes. Fora do quarto, era esquisita, tímida, triste, fechada, egoísta, quase autista... Aos oito anos colocaram-na numa escola de balé. Achavam que era o que ela queria... E era! Durante quarenta anos praticou a dança diariamente. Entrava numa sala de aula como se entrasse num templo. Conectava vida e dança, do primeiro ao último respiro. De repente, todos os sentimentos não vividos, acumulados e pressionados dentro de si, começaram a espoucar como furúnculos, como lava de vulcão, como fogos de artifício! Acabou, assim, transformando sua arte da ausência em arte da presença! •Nos últimos dez anos, esta presença foi se acalmando e ela busca, agora, estar tartarugamente presente na mulher que redesabrocha, na mãe que ainda é, na vovó que poderá vir a ser. E nas outras danças, outras músicas, outros sonhos, outras incertezas e delicadezas que ainda estão por vir. Teatro Mars - Rua João Passalacqua, 80. Bela Vista, São Paulo [email protected] (11) 3105 7221 www.spdance.com.br____________
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