Avaliação da Potência Aeróbia
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Avaliação da Potência Aeróbia
Prof. Fernando R. Ferreira Esquema de Aula Sistemas Produtores de Energia Índices de Prescrição de Treinamento Definições Terminologia (Limiar Anaeróbio) Critérios para um Protocolo de Avaliação do VO2max Etapas de Treinamento para o Desenvolvimento da Resistência Esquema de Aula Princípios do Treinamento Planejamento do Treinamento Periodização Métodos de Treinamento Erros Comuns no Treinamento Alguns Fatores Limitantes da Performance Atlética Teste de Campo SISTEMAS PRODUTORES DE ENERGIA • Sistema ATP-CP ou Fosfatogênio (Anaeróbios Alácticos); • Sistema Glicolítico (Anaeróbios Lácticos); • Sistema Aeróbio (Aeróbio – Ciclo de Krebs). SISTEMAS PRODUTORES DE ENERGIA Sistema ATP-CP ou Fosfatogênio: Promove a ressíntese do ATP através da utilização da energia da ligação fosfato-energética da creatina fosfato (CP). ADP + P + ENERGIA CP CREATINA – QUINASE ATP C + P + ENERGIA Ghorayeb et al, 2004 ATP - CP Exercícios Anaeróbios Aláticos Alta Intensidade Curta duração Até 10-15” • Força • Potência • Velocidade Mc Ardle et al, 2003 SISTEMAS PRODUTORES DE ENERGIA Metabolismo Anaeróbio: Ressíntese de ATP a partir da transformação anaeróbia da glicose em ácido láctico. GLICOGÊNIO GLICOSE ÁCIDO PIRÚVICO ÁCIDO LÁCTICO 2 MOLS ATP CICLO DE KREBS Ghorayeb et al, 2004 Metabolismo Anaeróbio Exercícios Anaeróbios Lácticos Alta Intensidade Duração Moderada ~ até 3 min. • Resistência de Velocidade • Resistência Anaeróbia • Resistência Localizada Mc Ardle et al, 2003 SISTEMAS PRODUTORES DE ENERGIA METABOLISMO AERÓBIO GLICOGÊNIO ÁCIDOS GRAXOS OXIGÊNIO Ghorayeb et al, 2004 GLICOSE ÁCIDO PIRÚVICO ACETIL CoA CICLO DE KREBS CO2 H2O 36ATP ÁCIDO LÁCTICO Metabolismo Aeróbio Exercícios Aeróbios Intensidade Moderada Longa duração Acima de 3 min. até horas • Resistência Aeróbia • Potência Aeróbia • Endurance Mc Ardle et al, 2003 Sistemas Produtores de Energia Contribuição da Produção Aeróbia/ Anaeróbia de ATP Durante o Exercício Duração do Exercício Máximo Segundos 10 30 60 2 Minutos 4 10 30 60 120 % De Prod. Aeróbia 10 20 30 40 65 85 95 98 99 % De Prod. Anaeróbia 90 80 70 60 35 15 5 2 1 Powers & Howley, 2001 PRODUÇÃO DO ATP DERIVADO DO METABOLISMO AERÓBIO EM VÁRIOS EVENTOS DE CORRIDA Evento (m) Porcentagem de ATP derivado do metabolismo aeróbio 100 200 400 800 1.500 5.000 10.000 <5 10 25 50 65 87 97 MARATONA 100 Newsholme et al, 2006 Índices para Prescrição de Treinamentos Limiar Anaeróbio VO2max / VO2pico Freqüência Cardíaca Lactato Outros Definições ??? VO2máx – É a máxima taxa de oxigênio consumida por um determinado indivíduo (Robergs et al, 2002). É a maior taxa de consumo de O2 que é possível de ser atingido durante o exercício máximo ou exaustivo (Jack Wilmore, 2001). VO2pico – É o maior valor de VO2 atingido durante um teste de esforço progressivo no qual não tenham sido atingidos todos os critérios para estabelecimento do VO2máx. (Robergs et al, 2002). Limiar Anaeróbio – E o maior nível de consumo de oxigênio durante o exercício acima do qual ocorre uma acidose láctica sustentada. (Ghorayeb et al, 2004). Limiar Anaeróbio Troca gasosa durante atividade física aeróbia Substrato + O2 Energia + CO2 Sangue O2 Pulmão O2 CO2 CO2 Gorayeb et al, 2004 Limiar Anaeróbio Troca gasosa durante atividade física aeróbia mais anaeróbia. O sistema tampão inicia sua ação através do bicarbonato, aumentando a produção de CO2. Substrato + O2 Anaeróbio Sangue O2 Pulmão O2 Aeróbio Energia + CO2 H+ La- + K+ HCO3 H2O + CO2 + K+ La- CO2 CO2 HCO3 NaLaCO2 CO2 Ghorayeb et al, 2004 TERMINOLOGIA Velocidade (km/h) Determinação dos Limiares Metabólicos pela dosagem de Lactato sangüíneo. (Limiares de 2 e 4 mmol). TERMINOLOGIA Determinação dos Limiares Metabólicos pelo Método Ventilatório (Medida Direta do Consumo de Oxigênio). Perda da linearidade dos Equivalentes Ventilatórios do Oxigênio e do Gás Carbônico. Critérios para um protocolo de Avaliação do VO2max Critério Descrição Duração do teste Duração do estágio Intensidade do aumento 8 – 12 min. Rampa 1 – 3 min Baseada na duração do estágio e na aptidão cardiorrespiratória do avaliado. Especificidade do individuo na base do treinamento, estado de doenças e considerações músculo esqueléticas. Critérios para estabelecer o VO2max, VO2pico, Platô do VO2, FC prevista, etc. Modo Interpretação dos dados Robergs et al, 2002 Etapas de treinamento para o desenvolvimento da resistência Etapa básica 60 a 70% do melhor Desempenho no percurso Lactato <3mmol,l Fc 130 a 150 bat;min (60 70% da VO2max) 1 Etapa 70 a 85% do melhor Desempenho no percurso Lactato 3 a 4 mmol;l Fc 140 a 160 bat;min (70 a 80% da VO2max) 2 Etapa 85 a 95% do melhor Desempenho no percurso Lactato 5 a 7 mmol;l Fc 160 a 180 bat;min (80 a 95% da VO2max) 3 Etapa (competição) acima de 95% do melhor Des. no percurso (competições) Lactato 5 a 7 mmol;l Fc 160 a 180 bat;min (80 a 95% da VO2max) Segundo Neumanny, 1994 (Weineck, 1999) PRINCÍPIOS DO TREINAMENTO Os princípios do treinamento são normas que devem ser respeitadas quando se elabora e prescreve um treinamento ou um planejamento de treinamento, para que este seja adequado ao indivíduo e consiga atingir todos os objetivos desejados. Individualidade Biológica Refere-se as diferenças individuais entre as pessoas: genética, idade, tipo de fibra muscular predominante, experiências motoras anteriores, etc. Sobrecarga Baseado no fato de um organismo, tecido ou sistema é submetido a um esforço maior do que está acostumado. Dependem diretamente da intensidade, freqüência, duração e o tipo de atividade física. Reversibilidade Perda ou diminuição do ganho para o tecido ou sistema quando é removido o estímulo, as adaptações provocadas pelo treinamento tendem a voltar aos estágio iniciais após a paralisação ou longas interrupções nos treinos. Especificidade Adaptação será específica ao estímulo dado. Estimulo Recuperação Supercompensação Estímulo mais Forte Intensidade Supercompensação am in to en Re c e Tr up e ra çã o Sistema ou Tecido PLANO DE TREINO Fatores relacionados: características da modalidade, nível dos atletas, os objetivos a alcançar e objetivos do próprio treinador. Treinador Características Da modalidade Planejamento Objetivos Nível Do Atleta Montar o Treino A identificação de índices fisiológicos; Fornece aos preparadores físicos, uma ferramenta precisa para prescrição da atividade física, respeitando os limites de cada atleta; de acordo com a necessidade, objetivo, limitações e fase de treinamento. (volume, intensidade e freqüência). Planejamento e particularidades; Aplicação da sobrecarga (intensidade X volume); Treinamento adequado; Melhora do desempenho ou qualidade de vida. Macrociclo Período Preparatório Geral: objetivo de desenvolver a condição de aptidão física e resistência geral. Período Preparatório Especifico ou PréCompetitivo: objetivo de desenvolver as capacidades físicas específicas da modalidade esportiva, e desenvolvimento da tática. Macrociclo Período Competitivo: caracterizado pela alta intensidade, treinamento específico/técnico. Período Transitório: objetivo de recuperação mental e física, diminuição das cargas. Macrociclo Preparatório Competitivo Transitório Macrociclo Mesociclo Incorporação: início de temporada, composto por 3 ou 4 semanas com cargas moderadas para baixas. Desenvolvimento: elevar os níveis de aptidão física pelo uso de cargas altas. Mesociclo Estabilizador: estabilizar as cargas crescente, permitindo assim, que sejam assimiladas pelo organismo. Recuperativo: favorecer a recuperação organismo, as cargas são diminuídas. do Mesociclo Aperfeiçoamento: conteúdos são determinados pela especificidade da modalidade, pelo sistema de preparação escolhida e pelo calendário. Microciclos É um modo de organizar as influências do treino exercidas no organismo do desportista durante uma série e dias de treinamento consecutivos, que variam conforme sua tabela. - Constante - Crescente - Decrescente - Variativo Ex. 2º forte, 4º médio, 6º fraco (treino) Métodos de Treinamento Os métodos de treinamento são as diferentes formas de como os exercícios podem ser realizados (Monteiro, 2001). Vários procedimentos tomados para sistematizar os meios que devem garantir os resultados almejados (Gomes, 1999). Métodos de Treinamento Método Contínuo ou Método Intervalado Contínuo: Exercícios de longa duração (+ 30’), podem ser lentos, rápidos, corrida, natação, ciclismo etc. Intervalado: Envolve a realização de exercícios contínuos alternados por breves períodos de recuperação. -Constante -Crescente -Decrescente-Crescente -Crescente / Decrescente -Variativo Ex. Treino Intervalado Tiros intervalo nº rep. Intensidade 200m 300m 400m 200m 200m 300m ? ? ? max./sub.max. max./sub.max max./sub.max 1000m 300m ? max./sub.max Obs: nº rep. até o rendimento começar a cair, medindo pelo tempo do tiro. Volume X Intensidade Erros Comuns no Treinamento Treinamento em Excesso (OVERTRAINING) Queda de desempenho; Alterações no estado de humor; Perda de peso corporal; Fadiga crônica. Intensidades e exercícios não específicos ao esporte Princípios da Especificidade. Erros Comuns no Treinamento Planejamento do programa a longo prazo Periodização Treinamento Insuficiente Utilização de baixas cargas de treinamento que não provocarão as adaptações desejadas. Modelo dos mecanismos envolvidos na readaptação do consumo máximo de oxigênio no período de destreinamento. EVANGELISTA, F.S. & BRUM, P.C. (1999) Comparação de Artigos EVANGELISTA, F.S. & BRUM, P.C. (1999) Alguns fatores limitantes de performance atlética Volume minuto Trabalho cardíaco Taxa de captação de substrato pelo músculo Transporte de oxigênio para o músculo Taxa de remoção de produtos do metabolismo Limiar anaeróbio Controle da utilização de substratos Tamanho dos estoques de substratos Taxa de mobilização de substratos Capacidade de síntese de ATP nos músculos Massa muscular Conservação de glicose sanguínea para o cérebro Manutenção da temperatura corporal. Teste de Cooper (pista) O testado deve correr ou caminhar, se não puder correr, em pista demarcada, a maior distância possível em 12 minutos . Os valores da distância são anotados e substituídos na fórmula abaixo para predizer o VO2max. Este teste tem como principal vantagem a simplicidade de aplicação, podendo ser utilizado em grandes grupos, simultaneamente. Porém, algumas variáveis influem no resultado como a tática da corrida, que levam os inexperientes a conseguir valores muito baixos. É importante lembrar, que os resultados podem apresentar erros em indivíduos altamente treinados, crianças ou mulheres, que devem ser considerados com ressalvas. Material: -Pista de 400 com marcação a cada 100 m -Cronômetro Teste de Cooper (pista) VO2max= (Distância percorrida (metros) - 504.9) / 44.73 = VO2 em ml 1/(kg.min) Fonte dos testes: Pini, M.C. Fisiologia Esportiva - 1983 Medidas e Avaliação em Ciências do Esporte - Paulo E. Carnaval - Sprint A prática da avaliação Física - José Fernandes Filho - Shape Cooper (1968), Burke (1976) Teste de 2.400 m (pista) O testado deverá percorrer correndo ou caminhando, se não puder correr, uma distância de 2400 metros em pista de atletismo, no menor tempo possível. Ao final, não deve parar instantaneamente, deve ir reduzindo a intensidade com a caminhada. O tempo conseguido, ao percorrer a distância deve ser transformado em segundos e aplicados na fórmula abaixo: VO2máx= (2400m x 60 x 0,2) + 3,5 / tempo (seg) = VO2 em ml 1/(kg.min) Fonte dos testes: Pini, M.C. Fisiologia Esportiva - 1983 Medidas e Avaliação em Ciências do Esporte -Paulo E. Carnaval - Sprint A prática da avaliação Física - José Fernandes Filho - Shape Teste de 1000m (pista) O testado deverá percorrer correndo uma distância de 1000 metros em pista de atletismo, no menor tempo possível. Ao final, não deve parar instantaneamente, deve ir reduzindo a intensidade com a caminhada. O tempo conseguido, ao percorrer a distância deve ser transformado em segundos e aplicados na fórmula abaixo: VO2max= 652, 17 - tempo (seg)/ 6,762 = VO2 em ml 1/(kg.min) Fonte dos testes: Pini, M.C. Fisiologia Esportiva - 1983 Medidas e Avaliação em Ciências do Esporte - Paulo E. Carnaval - Sprint A prática da avaliação Física - José Fernandes Filho - Shape Teste Máximo de Balke para Esteira Nesta metodologia, a velocidade da esteira é fixada em 5,4 km. 1/h (90 m.1/min) e, sem que o indivíduo apóie as mãos na barras protetoras, o grau de inclinação é aumentado em 1% após cada minuto de teste. O cálculo do VO² máx é feito a partir do tempo total do teste, através desta equação: VO2max= 11,826 + 1,62 (T - 1)=VO² em ml 1/(kg.min) T=tempo total do teste em minutos Fonte dos testes: Pini, M.C. Fisiologia Esportiva - 1983 Medidas e Avaliação em Ciências do Esporte - Paulo E. Carnaval - Sprint A prática da avaliação Física - José Fernandes Filho - Shape BIBLIOGRAFIAS 1-DENADAI, B.S., ORTIZ, M.J., MELLO, M.T. Índices fisiológicos associados com a "performance" aeróbia em corredores de "endurance": efeitos da duração da prova. Rev Bras Med Esporte, 2004 set./out.10(5): 401-404. 2-SIMÕES, H.G., MARCON, F., OLIVEIRA, F., CAMPBELL, C.S.G., BALDISSERA, V., COSTA ROSA, L.F.B.P. Resposta da razão testosterona/cortisol durante o treinamento de corredores velocistas e fundistas. Rev Bras Educ Fís Esp, 2004,18(1): 31-46. 3-SANTOS, A.L., SILVA, S.C., FARINATTI, P.T.V., MONTEIRO, W.D. Respostas da freqüência cardíaca de pico em testes máximos de campo e laboratório. Rev Bras Med Esporte, 2005, 11(3): 177-180. 4-ROBERGS, R.A., ROBERTS, S.O. Princípios fundamentais de fisiologia do exercício para aptidão, desempenho e saúde. 1º ed. São Paulo: Phorte Editora; 2002. p. 265-315. 5-NEWSHOLME, E., LEECH, T., DUESTER, G. Corrida: ciência do treinamento e desempenho. 1º ed. 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