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Ação cultural e a biblioteca pública
Alexandre Nogueira Paixão
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Fazer Ação Cultural se apresenta como uma das propostas para que as bibliotecas públicas
superem o estado de crise em que se encontram. Verificada pela constante queda no número
de usuários, esta crise pode ser concebida como manifestação do fim de um processo
histórico no qual as bibliotecas públicas serviram predominantemente como suporte para a
educação formal e tiveram no público escolar a base de suas estatísticas.
Num país em que o analfabetismo absoluto e funcional ainda são representativos, pode-se
dizer que a instituição desempenhou um papel legítimo. Nesse novo e ainda um tanto quanto
indefinido contexto, o fomento à leitura aparece como o principal eixo para a formulação de
políticas públicas para a biblioteca. Longe de ser seu papel natural, a visibilidade que o termo
possui nos dias de hoje é sintomático, pois parte da premissa de que o Brasil não é um país
de leitores, seja devido ao preço dos livros, ou falta de interesse – enfim, os argumentos são
vários.
A questão que se coloca é a seguinte: como a ação cultural poderia se tornar um ponto de
convergência entre a formulação de políticas para a biblioteca e a orientação das práticas de
fomento à leitura no País? No entanto, para esboçar uma resposta a essa questão, outra deve
ser resolvida: como a ação cultural pode se tornar uma prática no ambiente da biblioteca?
Das inúmeras variáveis que podem ser apresentadas como obstáculos à consolidação dessa
prática, aqui, o olhar deverá ser dirigido para a relação entre o sistema de classificação do
conhecimento e os regimes de espacialização existentes em algumas bibliotecas públicas.
Sem a reflexão sobre isto, será impossível fazer ação cultural em seu interior.
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Para isso, a adequação dos espaços das bibliotecas às demandas escolares e o sistema de
classificação que, embora um pouco mais distante dos currículos universitários, constituem-se
no principal entrave no momento, obstáculos à realização de ação cultural nesses espaços,
pois envolvem a postura de seus funcionários e o imaginário construído pela população.
Minha tentativa aqui será a de tentar expor algumas contradições existentes na relação entre
bibliotecas públicas e ação cultural. Ao expô-las, a intenção não será a de resolvê-las, pois
fazem parte da dialética da vida; tampouco evitá-las, pois a função da ação cultural, penso, é
exatamente a de fornecer subsídios para o enfrentamento destas.
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Sim, de ortografia
Sim, de impressão
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O caminho escolhido poderia ter sido o de levantar questões conceituais e apontar as
incongruências existentes. Essa perspectiva, no entanto, acabaria por reificar e mascarar o
problema, pois partiria de um ponto ideal e por isso externo ao problema em discussão.
Iniciarei, portanto, a partir de dentro, ou seja, daquilo que se manifesta na biblioteca. Do
material que revela a práxis, que por sua vez representa a visão de dos bibliotecários e seus
administradores.
Benita Prieto – Histórias sem
parar
Associação de Escritores e
Ilustradores de Literatura Infantil e
Juvenil (AEI-LIJ) - Rio Grande do
Sul
Sítio do Alexandre Marino
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Como minha experiência mais próxima em termos de biblioteca pública está em São Bernardo
do Campo, me orientei por ela para realizar este esboço crítico. O sistema de classificação
corrente na biblioteca pública de SBC pode ser dividido, de maneira geral, em duas
categorias: O científico/considerado real; o artístico/considerado ficção. Para que serve a
classificação? Para que se possa encontrar os livros com a menor dificuldade possível.
Simples? Aparentemente.
Suas subdivisões nas classificações das obras consideradas científicas varia de acordo com
as áreas do conhecimento, enquanto as consideradas ficcionais, de acordo com a origem dos
escritores e alguns gêneros, tais como teatro, poesia e suspense.
A questão aqui não se trata de indagar sobre a validade dos esquemas de classificação, mas
criticar a naturalização deste esquema, como se a ordem dos livros fosse imutável e
impusesse uma lógica inflexível.
No caso da biblioteca pública de São Bernardo, esse esquema de classificação se manifesta
pela divisão espacial dos setores: Fixo e circulante.
O setor fixo compreende as obras de referência – dicionários e enciclopédias – e concentram
as obras de “ciência”. As explicações para essa divisão podem ser as mais variadas e tiveram
sua legitimidade, por exemplo: Devido a grande procura destas por estudantes e a
impossibilidade de se disponibilizar vários exemplares do mesmo título, seria difícil atender à
demanda daqueles que quisessem emprestar essas obras.
No entanto ao se transcender esta questão existe um aspecto simbólico mais geral: A
Biblioteca não é pensada como lugar de lazer, o espaço destinado àqueles que permanecem
em suas dependências deve ser o território do estudo, do silêncio e da concentração,
enquanto que as obras de ficção, por estarem destinadas ao lazer poderiam e deveriam ser
emprestadas.
Se isto ocorreu porque os espaços da biblioteca foram apropriados por estudantes e a sua
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Eu Leio. E Você?
João Ubaldo Ribeiro diz que
seu pai proibia os filhos de
entrar em sua biblioteca, mas
sempre esquecia a porta
aberta. Ziraldo entende que
ler é mais importante do que
estudar.
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Alexandre Nogueira Paixão
Ação cultural e a biblioteca
pública
Como a ação cultural poderia
se tornar um ponto de
convergência entre a
formulação de políticas para a
biblioteca e a orientação das
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O espírito da nova Lei
Alcançada sua maioridade,
parece que a Lei Rouanet
será finalmente reformada ou mesmo substituída. O
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função histórica foi a de suporte para a educação formal, isto não interessa, pois reforçou no
imaginário das pessoas a idéia da biblioteca como lugar de estudos considerados sérios;
literatura como diversão, somente em casa.
debate promete ser animado.
O novo projeto traz diversas
novidades.
Algumas pessoas costumam imaginar que a fusão dos acervos, diluindo a diferença entre a
circulante e a fixa poderia ser devido à necessidade que os estudantes têm de levar os livros
para casa. Uma das justificativas, a impossibilidade das cópias xerográficas. Acho justo, mas
devemos pensar dialeticamente, pois a dialética não é um método, mas uma perspectiva da
vida. Ao se conceber a fusão dos acervos, não deveríamos pensar também em transformar o
espaço da biblioteca num lugar de lazer, leitura e fruição? Para isso as acomodações deverão
ser readequadas.
23/03/2009
Pode-se dizer que tal reorganização do espaço favoreceria o desenvolvimento da ação
cultural na biblioteca. Não concordo, pois também isso significaria reificar o problema, pois
não são os espaços que configuram as relações sociais, mas tão apenas podem ser
considerados como manifestações de uma visão de mundo, de uma ideologia.
Na minha opinião, redefinir a organização espacial seria, na realidade, a primeira forma de
ação de cultural nas bibliotecas públicas e para isso, um sistema de classificação menos
formal e por isso rígido e a própria disposição dos livros nas estantes, que hoje apenas
mostram suas lombadas, seriam caminhos para superar as fronteiras da ordem em que as
bibliotecas públicas se acostumaram a permanecer.
Alexandre Nogueira Paixão, historiador em São Bernardo do Campo.
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