Consulte a edição em pdf aqui. - Colégio Liceal de Santa Maria de

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Consulte a edição em pdf aqui. - Colégio Liceal de Santa Maria de
11 de maio
SANTIAGO
Num ambiente festivo, repleto
de atividades, comunidade escolar assinalou o dia do Colégio
e saudou o seu fundador. P 16
Alunos e professores do
Colégio rumaram a Santiago,
cumprindo um caminho de
constante descoberta, numa
lenta e inesquecível viagem. P 9
Fquest, Bio12,
Gvida e Fis12
ESADcr e Malhoa
Prémios conquistados pelos
nossos alunos nas competições
Nacionais de Ciência, na
Universidade de Aveiro.
Visita às Caldas da Raínha
permite novos rumos aos
alunos de cursos artísticos do
Colégio. P 13
Olimpíadas dE criatividade
Colégio vence competição nacional e obtém passaporte para a final
nos Estados Unidos. P2
JORNAL DO COLÉGIO LICEAL DE SANTA MARIA DE LAMAS . TRIMESTRAL . ANO XVII . ABRIL | MAIO | JUNHO 2013 . €0,75
Com alegria, entusiasmo e determinação
Bo
as
fé
r ia
s!
Final do ano letivo prepara
sucesso do próximo
2
| 51 | ENTRElinhas | ABRIL | MAIO | JUNHO 2013
Olimpíadas de CriAtividade - excelentes resultados do Colégio de Lamas
Alunos vencem competição nacional e apuram-se para a final nos Estados Unidos
olimpíadas da criatividade
Onze alunos do Colégio Liceal de Santa Maria de Lamas foram apurados para a Final Nacional
das Olimpíadas de CriAtividade que, de sexta-feira até domingo (12, 13 e 14 de abril), teve lugar
na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).
A prestação dos alunos do Colégio foi fantástica, pois nove alunos estiveram no
pódio dos grandes vencedores. A equipa ‘OCIntergerações’, orientada pelo
professor Paulo Costa, obteve o 1ºlugar
nas Olimpíadas de Criatividade na modalidade de Comunidade OCS. O grupo, constituído pelos alunos Gonçalo Soares, Beatriz
Barroso, Marta Silva e Maria Miguel Rodrigues,
desenvolveu um trabalho de solidariedade e
voluntariado com os idosos da Associação de
Bem Estar de Santa Maria de Lamas.
Na mesma modalidade, a equipa liderada
pelo professor Ricardo Coutada, constituída
pelas alunas Alexandra Amorim, Eliana Ribeiro, Márcia Silva e Patrícia Pinto obteve um
honroso 3º lugar, que premiou um projeto de
segurança rodoviária na zona envolvente ao
Colégio de Lamas.
Por outro lado, a aluna Maria Inês Azevedo, tendo como mentor o professor Luís Filipe
Ferreira, alcançou o 1ºlugar na modalidade de
Escrita OCS. Os outros finalistas foram o aluno
Nuno Pinto, na modalidade de Artes, cuja men-
tora foi a professora Margarida Coelho, e a aluna
Catarina Silva, na modalidade de Escrita, que foi
orientada pelo professor Ricardo Massano.
O grupo de onze alunos e cinco mentores vivem os três dias de competição com
autêntico espírito olímpico e a criatividade,
o entusiasmo, e o sentido de equipa colegial
foi uma constante. Representaram com muita dignidade a escola e a região das terras de
Santa Maria e elevaram bem alto o nome do
Colégio Liceal de Santa Maria de Lamas. A
equipa vencedora de Comunidade e a aluna
vencedora de Escrita ganharam o direito de
representar Portugal na Final Internacional
na Universidade de Indianápolis, nos Estados
Unidos, de 6 a 9 de junho.
A revista Visão Júnior, a Rádio Águia Azul,
bem como os jornais Terras da Feira e Correio
da Feira, destacaram, nas suas edições, esta
brilhante participação dos alunos do Colégio. Refira-se que a Universidade do Porto
acolheu, pela primeira vez, as Olimpíadas de
CriAtividade. Esta iniciativa é promovida, em
Portugal, pelo Torrance Center, uma associa-
ção científico-pedagógica que, em parceria
com a UPorto e em plena integração com a
competição internacional Future Problem
Solving Program, fomenta o evento mundial
de Resolução Criativa de Problemas aplicado
ao contexto educativo.
Este projeto tem como objetivo fundamental “incentivar o pensamento criativo,
crítico e analítico dos jovens e adolescentes
do 4º ao 12º ano de escolaridade”, sensibilizando, assim, a sociedade portuguesa para a
importância de se cultivar a criatividade, que
é aplicável em contextos cívicos, tecnológicos, linguísticos, empresariais, políticos e artísticos, por exemplo. Professor Paulo Costa,
coordenador
COMPETIÇÕES NACIONAIS DA CIÊNCIA
Alunos do Colégio brilham na universidade de Aveiro
prémio
No passado dia 24 de abril de 2013 realizou-se, na Universidade de Aveiro, o concurso CNC
(Competições Nacionais de Ciência), no âmbito do projeto PmatE (Projeto Matemática Ensino).
Estas competições dirigem-se não só ao
ensino secundário, mas também a alunos do
ensino básico, sendo que dia 24 se cumpriram as provas do ensino secundário. O Colégio participou nestas atividades e alcançou
excelentes resultados, quer a nível de escola,
quer a nível individual.
Relativamente aos alunos do secundário,
várias equipas, que incluíam alunos do 10º,
11º e 12º, realizaram provas de Matemática
(mat12), Biologia/Geologia (bio12 e GVIDA) e
Física/Química (FQuest e fis12).
Este tipo de projetos é uma mais-valia
para alunos, professores e para o próprio Colégio. Para além da oportunidade de aprenderem mais sobre as disciplinas lecionadas,
os alunos ficam a conhecer a universidade de
Aveiro e podem contactar com estudantes
de muitas outras escolas.
As provas decorreram apenas da par-
Prémios de equipa
Prémios Escola
1º Lugar no «Fquest»
1º Lugar no «Fquest»
Patricia Ribeiro e Rute Encarnação 3º Lugar no «Fis12»
2º Lugar no «Bio12»
Catarina Marques e André Costa
2º Lugar no «Gvida»
Patrícia Ribeiro e Rute Encarnação
te da manhã, pelo que o resto do dia pôde
ser aproveitado para descobrir um pouco
melhor a encantadora cidade de Aveiro. A
par das CNC, outras atividades, disponíveis,
preenchiam o recinto da universidade (matemática, informática, economia, eletrónica,
biologia, gestão…).
Neste dia, teve também lugar o concurso “O
Palco É Teu”, onde vários jovens mostraram
as suas aptidões no campo da dança, canto,
beat box e música, provando que existe imenso talento no nosso país.
Por fim, todos os presentes puderam ainda participar num divertido Harlem Shake,
organizado pelos coordenadores do projeto.
Em conclusão, foi um dia bem aproveitado e foi com grande satisfação que representamos o Colégio e vimos o nosso esforço
recompensado.
Para o ano fica a promessa de tentar fazer
ainda melhor. Rute Encarnação e Patrícia Ribeiro, 11º A5
3
ABRIL | MAIO | JUNHO 2013 | ENTRElinhas | 51 |
Ricardo Faria estudou no nosso
Colégio do 10º ao 12º ano. É licenciado em Economia e, profissionalmente, exerce o cargo
O Dia do Colégio
de diretor do Centro de Emprego e Formação Profissional de
Entre Douro e Vouga. Professor
Gautier de Oliveira
Percurso
Habilitações Literárias
Colégio
José Ricardo 10º ao •Licenciatura em Econoda Conceição 12º ano mia pela Faculdade de
Faria
Economia da Universidade do Porto
Diretor do
Centro de
Emprego e
Formação
Profissional de
Entre Douro e
Vouga
Percurso Profissional
•Foi Técnico Superior da Divisão Financeira da Delegação Regional do Norte.
•Foi Director do Centro de Aveiro do Instituto Português da Juventude.
•Foi Técnico Superior, responsável pelas áreas
Administrativa e Financeira, do Centro de Formação
Profissional de Rio Meão.
•Foi Coordenador do Núcleo de Gestão do Centro de
Formação de Rio Meão.
•Atualmente, é Diretor do Centro de Emprego e
Formação Profissional de Entre Douro e Vouga.
AGUARELAs
Exposição 11º B - Artes Visuais
A turma de Artes Visuais do 11.º ano apresentou, no espaço do bar
e secretaria, uma das mais abrangentes exposições de aguarela,
resultante do trabalho desenvolvido pelos alunos ao longo do segundo período.
O projeto principiou com
a finalidade de obter cópias rigorosas de obras de diversos
artistas, o que contribuiu para o
desenvolvimento prático, para
a capacidade de observação e
para o progresso da cultura artística individual.
A aguarela é uma técnica
que requer treino, paciência e
um forte envolvimento do artista
com o pincel, com aquela água
suja, com o espaço e até mesmo com o velho pano multicolor rasgado e húmido. Mas uma
vez dominada, torna-se numa
técnica companheira de longas
viagens ou de meros momentos.
Somos, assim, envolvidos pelas
paredes brancas que ganham
vida e que nos arrastam para um
reboliço de cores manchadas no
bruto papel, conduzindo-nos
desde a cidade até ao mar. Desaparece o conceito de exposição.
Desaparece o conceito de artista.
Prevalece somente o Homem…
Maria Leonor Silva 11º B
CONCURSO DE
“DIÁRIOS GRÁFICOS”
O concurso de diários gráficos,
promovido pelo grupo de artes
visuais, pretendeu premiar e
incentivar a criatividade, bem
como o trabalho regular que
promove e solidifica a aquisição de competências essenciais na área do Desenho.
As propostas apresentadas
pelos alunos a concurso estão patentes no edifício da secretaria.
O júri, reunido a 28 de maio,
deliberou premiar os seguintes
diários gráficos: 1.º prémio para
Tiago Coelho do 12.º B; 2.º pré-
mio para Fábio Araújo do 11.º B;
3.º prémio para a aluna Filipa
Santos do 11.ºB.
Foram ainda atribuídas menções honrosas aos alunos Denise
Oliveira do 12.º B; Marcelo Sousa
do 11.º B; Cláudia Pereira do 12.º B;
Nicole Silva do 12.º B e Patrícia Freire
do 11.º B. Professores Artes Visuais
Universidade de Aveiro
Lamas Geeks, vence concurso Amplifica-te
A equipa Lamas Geeks, constituída pelos alunos
Afonso Gonçalves, Alfredo Rochinha e Hélder
Magalhães, da turma do 12.º ano curso profissional de Eletrónica, Automação e Computadores,
orientados pelo professor Vítor Folgado e acompanhados pelo professor Cândido Lopes, vencem
o concurso Amplifica-te, promovido pela Associação de Eletrónica, Telecomunicações e Telemática
da Universidade de Aveiro, realizado no passado
dia 6 de março.
O concurso, de âmbito nacional, contou com
a participação, entre outras, de escolas de Aveiro,
Viseu, Águeda e Madeira.
O objetivo do concurso passava pela construção de um protótipo de um amplificador de áudio,
pela elaboração um relatório técnico e uma apresentação eletrónica que servisse de base à defesa oral do projeto. O júri era constituído por três
professores da Universidade de Aveiro da área de
eletrónica; os critérios de avaliação incidiam sobre a
apresentação do circuito por parte dos participantes, as melhorias e otimizações implementadas ao
circuito e o cumprimento dos requisitos mínimos.
Para além do concurso, os alunos participantes e os restantes alunos da turma tiveram a oportunidade de conhecer as instalações da Universidade de Aveiro através de uma visita guiada, assim
como ficaram a conhecer a oferta formativa para a
área da Eletrónica. Professor Vítor Folgado
Alunos de uma turma do 11.º ano, empenhados na realização de um trabalho inspirado pela
disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica, perguntaram-me, a modos de entrevista, “em
que valores se alicerça o Projeto Educativo do Colégio”, “que valores oferece o Cristianismo ao
homem de hoje” e “que contravalores mais nos devem preocupar”?
1 – O fundamento sólido e imutável de todo o nosso Ensino e Educação tem de ser, apenas,
o Ser Humano, única criatura que Deus Criador formou para Si, à Sua Imagem e Semelhança,
conforme a Sagrada Escritura, Antigo e Novo Testamento. O ser humano é formado por corpo e
alma, sendo esta espiritual e, por isso, imortal, intimamente fundidos num composto, que constitui a essência ou natureza humana.
O sentido da vida humana depende do fim supremo do homem, o qual, antes de mais e por
evidência, não pode ser outro senão o de ser homem, o que equivale a dizer que deve realizar
a sua própria essência. Encontra-se o ser humano no topo dos seres da Natureza e distingue-o a
alma, ou seja, a sua parte espiritual, o seu espírito. A plena realização do ser humano terá de estar, por essa razão, condicionada ao desenvolvimento de todas as suas aptidões e potencialidades
em ordem ao seu máximo de vida espiritual. Este máximo só poderá ser atingido se o homem
se abrir aos valores e sobretudo, por via da sua condição específica, aos valores espirituais. Será
pelo culto prestado a este tipo de valores que o homem atinge aquilo
que designamos por “personalidade” e que, em última análise, não é
António Vieira
outra coisa senão a realização de valores.
A missão essencial da escola, baseada no Ensino e na Educação,
é justamente a realização plena dos seus alunos, a formação integral
da sua personalidade, mediante o seu harmonioso e global desenvolvimento, na integridade de todas as dimensões do ser humano (corA missão essencial da
poral e espiritual, moral e religiosa) e, por isso, na abertura à transescola, baseada no
cendência e aos outros, com a vivência do lema do Colégio – Semper
Ensino e na Educação, é Ascendens.
2 – Ao homem de hoje, assim como ao homem do passado e do
justamente a realização
futuro, o Cristianismo oferece tudo o que precisa para saber quem é,
a sua origem e o seu destino.
plena dos seus alunos,
Só a dimensão transcendente ou sobrenatural do ser humano nos
a formação integral
revela a nossa verdadeira identidade: qual a nossa natureza, origem e
destino ou o sentido último e definitivo da nossa existência.
da sua personalidade,
Deus Criador, a Fonte e a Causa absolutas de tudo quanto existe
mediante o seu
e de tudo o que o ser humano realiza. Deus Redentor e Salvador que,
por um ato ou facto incontornável, Se fez Homem em Jesus Cristo, o
harmonioso e global
Filho ou Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. Foi pela Sua paixão
desenvolvimento, na
e morte que o ser humano alcançou a possibilidade da remissão e
perdão dos seus pecados e da sua salvação na vida eterna. Para isso,
integridade de todas
tem de conhecer a Mensagem, a Boa Nova ou Evangelho que Jesus
as dimensões do ser
Cristo nos confiou. Tem que aderir à Comunidade por Ele instituída,
a Igreja, tornando-se Seu discípulo, amigo e filho de Deus como Ele.
humano [...]
Esta Comunidade é um Corpo, o Corpo Místico de Cristo do qual é a
Cabeça, sendo membros, pelo Batismo, os Seus discípulos. A Ressurreição de Jesus, como Cabeça deste Corpo, é penhor e causa da ressurreição dos Seus discípulos, que são membros. Jesus Cristo, nossa
Páscoa, venceu a morte e abriu-nos as portas do Céu. O Cristianismo
é uma vida, vivida segundo o modelo do Divino Mestre.
3 – Dos principais contravalores, desvalores ou antivalores, que
são o relativismo, o hedonismo, o materialismo, o agnosticismo e o
ateísmo, destaco apenas os dois primeiros.
O relativismo é uma doutrina filosófica que admite que todo o
conhecimento é relativo, isto é, as ideias e os factos dependem das
condições do tempo e do meio, variando, portanto, com essas condições. Isto é alimentado pela ideia, hoje largamente espalhada, de que
não há uma verdade absoluta para guiar as nossas vidas. Na prática,
dando indiscriminadamente valor a tudo, o relativismo fez da “experiência” a coisa mais importante. Na realidade, as experiências, desligadas de qualquer consideração sobre o que é bom ou verdadeiro,
podem conduzir, não a uma liberdade genuína, mas a uma confusão
moral ou intelectual, a uma atenuação dos princípios, à perda da autoestima e mesmo ao desespero.
A vida não é uma mera sucessão de factos e experiências, mas,
sim, a busca da verdade, do bem e da beleza. Para isto fazemos as nossas opções, exercemos a nossa liberdade e nisso mesmo encontramos
felicidade e alegria.
Quanto ao hedonismo, sistema filosófico que faz do prazer o bem
supremo, a fonte de toda a felicidade, é evidente a sua filiação numa
cultura muito permissiva e relativista, não só a nível de práticas sexuais como a todos os níveis - social, moral e ético, filosófico. Se não
há critérios bem definidos sobre as várias opções e atitudes a tomar
é muito fácil deixar-se levar pelo ambiente e experimentar tudo o que socialmente se considera
que se pode experimentar. O que implica, já se sabe, que tudo é válido e no campo sexual tudo é
permitido…
É absolutamente indispensável uma correta e oportuna educação sexualizada ou personalizada, porque tem de ser adaptada às idades, sensibilidades e circunstâncias de cada um. Esta
educação só pode ser para a virtude, a pureza de costumes, a castidade, porque não há meio termo, ou “meias tintas”, ou alternativa, entre a virtude da castidade e o vício da luxúria, ou licenciosidade, ou impudicícia, ou corrupção de costumes. Uma verdadeira educação sexualizada ou
personalizada só pode ter como objetivo a qualidade moral das ações e a sanidade dos costumes.
No conceito cristão do Amor, complacência do bem, tanto sensitivo como espiritual, está
incluído Deus Criador, Redentor e Salvador. O seu objeto é o próprio Deus como fim principal e,
por amor d’Ele, o homem e o próximo. Daí o duplo preceito cristão do amor: “Amarás ao Senhor
teu Deus, com todo o Teu coração, e ao próximo como a ti mesmo”(Mt, XXII, 37, 40). Jesus insiste
nesse preceito: “Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como Eu vos
amei, amai-vos também uns aos outros”. Como nos amou? Dando a Sua vida, selando com o Seu
sangue a Nova Aliança com os homens.
Apenas o Amor, sinal do Amor de Deus, é necessário. Um amor que se traduz no serviço até dar
a vida, recusando qualquer forma de egoísmo, promovendo a dignidade, respeitando a liberdade.
Como é que nos amamos?
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| 51 | ENTRElinhas | ABRIL | MAIO | JUNHO 2013
Professores Fernando Vicente e Alexandra Salomé
ciência ENTRElinhas
Caros leitores e cientistas,
Nesta edição apresentamos um conjunto de
experiências, simples, realizadas por alunos do
10º ano, na disciplina de Física e Química. Pretendemos mostrar que alguns conteúdos “chatos”,
relativos a estas ciências, se podem aprender de
forma divertida! Apresentamos também algumas curiosidades, mais ou menos caricatas, sobre
o reino das aves.
Saudações científicas!
------------------------------------------------Física e Química divertida!!!
A forma como os jovens veem a Física e
a Química é cada vez mais deturpada e descontextualizada da realidade. Encaram-na
como uma disciplina muito teórica, feita só
de fórmulas e nomes de substâncias e grandezas estranhas, que não se concretizam no
seu quotidiano. De facto, e infelizmente para
muitos alunos do ensino secundário, a Física e
Química é assim mesmo.
Torna-se, assim, evidente a necessidade de
fazer algo mais para salientar a importância da
ciência na sociedade e da Física e Química, em
particular, no quotidiano do aluno. Importa
procurar formas cativantes de comunicar Física e Química. A realização de atividades experimentais entusiasma os alunos, prende-lhes a
atenção e desperta-lhes o interesse, levando-os a envolverem-se nos procedimentos e desejarem torná-los como seus.
Foi neste contexto que surgiu a ideia de
realizar algumas das atividades desenvolvidas
nas aulas de Física e Química do secundário:
evidenciar e explicar conteúdos do currículo
formal de forma criativa e divertida! As atividades foram desenvolvidas em aulas laboratoriais da disciplina de Física e Química A do 10º
ano e também em períodos extracurriculares.
Aqui ficam dois pequenos exemplos:
Como colocar um ovo dentro de uma garrafa sem o partir?
Material: Uma garrafa de vidro (como
aquelas que contêm polpa de tomate), um
ovo cozido, algodão e fósforos.
No interior da garrafa coloca-se um pedaço de algodão embebido em álcool etílico;
acende-se o fósforo e coloca-se no interior da
garrafa; imediatamente a seguir coloca-se o ovo
no topo da garrafa. O que acontece? O ovo é
sugado para o interior da garrafa sem se partir!
Explicação: com a queima do algodão no
interior da garrafa, queima-se o ar que lá existe,
havendo uma diminuição drástica da pressão.
A pressão exterior torna-se, instantaneamente,
maior e obriga o ovo a entrar na garrafa! Para
remover o ovo sem o partir (e sem partir a garrafa!) basta aumentar a pressão no interior da
garrafa com um sopro forte!
------------------------------------------------Férias com Ciência
Tal como em anos anteriores, sugerimos algumas possibilidades para Férias com Ciência!
São várias as Universidades que proporcionam
aos alunos programas de ocupação das férias,
com atividades científicas de índole diversificada. Estes programas de férias são destinados
particularmente a alunos do secundário, mas
também existem alguns específicos para alunos do ensino básico. Deixamos neste espaço
algumas sugestões. Para mais informações conversa com o teu professor de Física e Química,
Biologia e Geologia, Ciências Físico-químicas ou
Ciências Naturais.
Escola de Verão de Física – Faculdade de Ciências da Universidade do Porto
http://e-fisica.fc.up.pt/
Escola de Química – Faculdade de Ciências da
Universidade do Porto
http://universidadejunior.up.pt/
Academia de Verão - Universidade de Aveiro
http://academiadeverao.ua.pt/
------------------------------------------------Curiosidades do reino animal… as aves
A nota mágica
Como pegar fogo a uma nota sem a queimar?
Material: uma nota (quanto maior o valor, melhor!)
e uma solução mágica (mistura 50% de água e álcool etílico com um pouco de cloreto de sódio,
vulgarmente conhecido por sal de cozinha).
Mergulha-se a nota na solução e, com
auxílio de uma pinça, pega-se na nota e
acende-se um fósforo pegando fogo à nota:
a chama amarela é evidente e perdura alguns
segundos sem a nota queimar!
Explicação: quando se pega fogo à nota, o
que queima é a solução e, em particular, o
álcool etílico. A chama amarela é devida ao
cloreto de sódio que, quando queimado,
emite radiação desta cor. Turma do 10º A1 e
Professor Fernando Vicente
Por que razão os abutres não têm penas na
zona da cabeça?
Os abutres são aves necrófagas, o que significa
dizer que se alimentam de animais mortos. Para
o efeito, enfiam a cabeça dentro dos cadáveres
para rasgar a carne apodrecida. Se tivessem penas na cabeça, estas ficariam sujas e pegajosas!
Seria impossível limpá-las. Logo, careca é uma
questão de higiene!
Quantas penas tem uma ave?
Quanto maior for a ave, mais penas tem! Desde
900 até 25 000, respetivamente, num colibri (os
beija-flor) e num cisne. As penas têm formas,
tamanhos e texturas diferentes. As penas aquecem e protegem a ave da chuva, são isoladoras
e impermeáveis.
As aves voam, mas há uma que quando voa
não produz ruído, sabes qual é?
Os mochos são aves carnívoras e noturnas.
Estas aves predadoras têm umas penas especiais nas asas, uma espécie de franjas que não
fazem barulho quando se agitam no ar. Assim,
as suas presas, como coelhos e ratos, não ou-
vem aproximar-se o perigo e nem tempo têm
de escapar.
Todas as aves cantam?
Cerca de metade das aves canta, as outras não.
Os gansos grasnam, as gaivotas piam e o cucaburra australiano parece gargalhar. Quase sempre são os machos que cantam com o objetivo
de atrair uma fêmea para acasalar ou para avisar
outros machos que se afastem do caminho.
Qual é a ave mais pequena?
Nas florestas húmidas tropicais, em países
como o Brasil, há muitas aves de tamanho tão
pequeno como as borboletas, como por exemplo o colibri-de-cuba, da família do beija-flor. É
tão pequeno que conseguiria empoleirar-se na
ponta da borracha de um lápis!
Qual a ave mais gigantesca?
A avestruz, que tem 2,5 metros de altura! É alta,
mas não voa! Consegue correr e pode chegar
aos 72 km/h!
Qual é a ave mais rápida?
O falcão-peregrino recebe a medalha de velocidade! Atinge velocidades de 120 km/h quando
voa em direção ao seu alimento! Deve ser da
fome :)
Por que são as aves animais especiais?
As aves são animais com características como
voar, pôr ovos, ter bico… Sim, mas o morcego
também voa, os répteis como a tartaruga também põem ovos, o ornitorrinco também tem
bico… Porém, as aves são os únicos seres do
reino animal com PENAS! Ana Raquel, 5º A e
professora Alexandra Salomé
------------------------------Passaminutos...
Procura na sopa de letras
o nome de 10 aves, umas mais
conhecidas do que outras!
Aproveita o tempo de férias e
aumenta os teus conhecimentos sobre estes belíssimos animais! Usa a internet e procura mais informações sobre cada
um deles!...
T U C A N O A B E T A R F U
I M O L A M A S Y T W P O K
F A L C O P E R E G R I N O
C R I R E G R E S A S N O L
A I B A R A I L H I O G B H
O S R A L V R O J V G U E E
D C I S N E E H K O O I O G
A A S O M S W C Ç T S M A Q
T D L B A T R O Z A T M R R
E A B T A R A M B O L A E T
F E L I Z U F E R I A S V B
A D Q I U Z E R Y O U A B Z
PPUP’13 - Prémio de Programação da Universidade Portucalense
Curso de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos mostra potencialidades e arrecada quarto lugar
iniciativas
Pelo segundo ano consecutivo, os alunos do Curso Profissional de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos, do Colégio de Lamas, participaram na 10ª edição do Prémio de Programação da Universidade Portucalense
(PPUP’13), um concurso de programação destinado aos estudantes do ensino secundário em Portugal.
O Colégio participou com quatro equipas do 10ºano (EQ1-Miguel
Silva/Daniel Miguéis; EQ2-Pedro Correia/Fábio Castro; EQ3-Marino Pombeiro/Sérgio Ferreira; EQ4-Roberto
Pinto/Ricardo Belinha) e uma do
11ºano (EQ5-André Dias/Diogo Ferreira), orientadas e acompanhadas
pelos seus professores de informática Pedro Lima e Luís Oliveira.
O objetivo do PPUP’13 é incentivar, nos jovens, o interesse pela área
da programação e, em especial, fomentar a capacidade de resolução
de problemas computacionais.
Este ano, o concurso apresentou
um formato diferente do ano anterior. O concurso presencial, realizado
no dia 15 de maio, foi precedido de
um conjunto de três eliminatórias.
Em cada eliminatória, que contou
com todas as equipas inscritas (51),
onde foi lançado um problema
de programação, com uma determinada duração (tempo que foi
reduzindo à medida que as eliminatórias prosseguiam). No final das
três eliminatórias, as equipas foram
ordenadas pelo número de problemas resolvidos corretamente e pelo
tempo de resolução, ficando apenas
as 30 primeiras equipas apuradas
para participar no concurso presencial. Nesta fase, os nossos alunos de
informática ficaram em 2ª, 3ª, 4ª e 12º
lugares (ver quadro).
No dia 15 de maio, durante a tar-
de, os 60 alunos (30 equipas) estiveram nas instalações da Universidade
Portucalense a participar na final do
concurso. Durante mais de duas horas programaram para tentar resolver
os seis problemas de programação
propostos pela universidade. No final,
após o lanche-convívio, decorreu a
cerimónia de entrega de prémios.
Os nossos alunos conseguiram
alcançar um 4º lugar. De salientar que
foram alunos do 10ºano que participaram, pela primeira vez, ao passo que as
equipas classificadas nos três primeiros lugares já tinham marcado a sua
presença nos anos anteriores, além de
se tratar de alunos do 12º ano.
Os professores de informática e
o Colégio orgulham-se da prestação
dos seus alunos, que se destaca porque apenas há 6 meses contactam
com a área da programação.
Tanto os professores como os
alunos envolvidos no concurso acreditam que no próximo ano poderão
obter melhores classificações. O entusiasmo manifestado pelos nossos
alunos, no decorrer de todo o processo, foi exemplar, pois demonstraram
empenho, disciplina, rigor e uma boa
capacidade de raciocínio lógico para
conseguirem chegar com sucesso a
uma final de um concurso de programação desta envergadura. Professor
Pedro Lima
5
ABRIL | MAIO | JUNHO 2013 | ENTRElinhas | 51 |
BP Segurança ao Segundo
Chegamos à final!
A propósito do concurso “BP Segurança ao Segundo”, promovido pela BP, um
grupo de dez alunos do ensino secundário decidiu formar uma equipa para representar o nosso Colégio.
A equipa é composta pela Bárbara
Cancelinha e Marco Costa (10ºB); Fábio
Araújo e Leonor Castro (11ºB); Ana Martins, Cátia Pinto, Fábio Costa, João Costa,
Márcia Silva e Rafaela Rocha (11ºDesp.A),
coordenados pela professora Mariana
Oliveira.
Assim, depois de várias etapas, somos uma das 5 equipas apuradas para
disputar a final nacional do desafio “BP
Segurança ao Segundo”.
A final será disputada em Coimbra,
no dia 6 de junho, integrada no evento
“Capital Jovem da Segurança Rodoviária”.
As equipas finalistas terão o desafio
de, num dia, criar de raiz um spot vídeo
de 30 segundos sobre o tema da prevenção e segurança rodoviária.
Lá estaremos e daremos o nosso
melhor! Equipa hipnos
Educação Financeira e para o Consumo
Uma conferência para alunos do oitavo ano
No dia 17 de maio teve lugar, no Auditório António Joaquim Vieira, a conferência Educação
Financeira e para o Consumo.
A iniciativa, organizada pelo grupo disciplinar de Economia, contou com o importante contributo dos alunos do Curso de Ciências Socioeconómicas. O tema da conferência
está integrado nos conteúdos da disciplina
de Educação para a Cidadania, introduzida
no corrente ano letivo no currículo do 8.º ano.
Estiveram presentes, no auditório, as turmas
do 8.º ano, bem como alguns docentes. Sendo de interesse atual, a conferência esteve
aberta a toda a comunidade escolar, desde
encarregados de educação a professores.
Os primeiros oradores representaram
o Plano Nacional de Formação Financeira
(PNFF) que integra diversas entidades, nomeadamente o Banco de Portugal, o Instituto de
Seguros de Portugal e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.
A representar esta instituição estiveram
o Dr. Rui Fidalgo, quadro diretivo do Instituto de Seguros de Portugal (autoridade de
supervisão de seguros e fundos de pensões)
e representante da autoridade de supervisão
na Comissão de Coordenação do Plano Nacional de Formação Financeira, bem como
a Dra. Lucélia Fernandes, técnica-jurista no
Departamento de Relações com os Consumidores do Instituto de Seguros de Portugal e
integrante da equipa técnica de apoio à execução do PNFF.
Durante esta primeira apresentação, foi
explicado o âmbito e objetivos do PNFF e
foi apresentado o trabalho desenvolvido por
esta entidade. Foi também apresentado o
sítio Todos contam, <http://www.todoscontam.pt>, que possui um conjunto de informa-
ções e ferramentas online que podem ser utilizadas nas diversas
etapas da vida.
A DECOJovem é um
projeto promovido
pela DECO (Associação Portuguesa para
a Defesa do Consumidor), dirigido aos
alunos e professores
dos Ensinos Básico
e Secundário, funcionando como estrutura de apoio, fonte de
informação e formação, centro de recursos e
um sítio para divulgar os projetos na área da
Educação do Consumidor.
Em representação desta entidade esteve
o seu fundador e coordenador pedagógico,
Dr. Paulo Lima. Este orador conseguiu captar
a atenção dos presentes, apresentando alguns vídeos cujo conteúdo alertava para os
perigos da publicidade enganosa e para a
necessidade de optarmos por um consumo
sustentável.
Através de um simples jogo, conseguiu
passar uma mensagem simples: a decisão de
sermos o que designou de “consumidor ideal”
depende única e exclusivamente de nós próprios. No final da apresentação, apresentou o
conceito da teia do consumidor consciente,
relevando as diversas implicações do consumo: na saúde, no ambiente, na segurança, a
nível social, na economia e do ponto de vista
legal. Professor José Carlos Guimarães
CursoS ProfissionaIS de Animação Sociocultural e DE Turismo Ambiental e Rural
Alunos dedicados e empenhados mostram as suas valências
Entre abril e maio, tiveram lugar as apresentações dos cursos profissionais aos alunos do 9º
ano do Colégio, da EB 2,3 de Lourosa, da EB 2,3 de Paços de Brandão e da EB 2,3 de Argoncilhe.
As apresentações do curso profissional
de Turismo Ambiental e Rural contaram com
a participação das diferentes turmas na sala
de convívio do Colégio.
Termas das Caldas de São Jorge
No dia 17 de abril, a turma do 10.º ano do
Curso Profissional de Turismo Ambiental e
Rural realizou uma visita de estudo às Termas
das Caldas de São Jorge com o objetivo de
conhecer melhor a oferta turística do nosso
Concelho – ali, os alunos ficaram a conhecer
as instalações e serviços desta unidade termal, nomeadamente os diferentes tratamen-
tos disponibilizados.
Dia 11 de Maio
No passado dia 11 de maio comemorou-se o dia do Colégio e o aniversário do fundador, Dr. António Vieira.
No âmbito das atividades programadas,
a turma do 11º de Animação Sociocultural foi
responsável pela recolha dos alimentos angariados, decorrentes da iniciativa da caminhada
solidária, e teve ainda responsabilidades no
acompanhamento e organização do referido
evento.
Foi um dia de muito trabalho para o 11ºAS,
mas valeu a pena todo o esforço, pois os obje-
tivos foram cumpridos: tornar esse dia num dia
mais animado e solidário.
O dia mundial da criança foi assinalado,
também, com diversas iniciativas, desde jogos, canções, decorações várias e muita diversão. Professor Carlos Nunes
Dia do Silêncio
Uma iniciativa a reter: medir o ruído para consciencializar da importância do silêncio
resultados estão apresentados na tabela.
Concluímos, então, que os locais mais
silenciosos são o espaço da biblioteca e o
bloco II, em tempo de aulas. Já a cantina e o
bloco II, na hora de entrada, atingiram os valores mais elevados em relação à intensidade
JORNAL DO COLÉGIO LICEAL DE SANTA MARIA DE LAMAS
TRIMESTRAL . ANO XVII ABRIL | MAIO | JUNHO 2013
www.colegiodelamas.com
[email protected]
Rua do Colégio - Apartado 107
4536-904 Sta Maria de Lamas
Director: Joana Vieira
Editor: Luis Filipe Aguiar
Design e Paginação: Daniel Pedrosa
NOTA: os artigos assinados são da responsabilidade dos autores.
Local
Intensidade
do som em
decibéis
Bloco 2 no horário de aulas
60.68
Biblioteca
62.88
Bloco 4 no horário de aulas
66.62
Aula de Educ. Física no Exterior
68.10
Aula de Educ. Física no Pavilhão
71.56
Sala de Convívio
78.24
Bar de cima
81.16
Cantina
81.52
Bloco 2 na hora de entrada
83.98
Textos de: Rute Encarnação e Patrícia Ribeiro - 11.º A5, Maria Leonor Silva - 11.º B, Ana Raquel - 5.º A, equipa hipnos, Lúcia Soares,
Luís Oliveira, Maria Batista, Maria Silva, Marta Costa e Miguel Costa - 8.º I, Sofia Raquel Cruz - 11.º A4, Catarina Oliveira e Beatriz
Sousa, - 8.º B, Lígia Nunes - 5.º E, Marta - 5.º E, Corneliu - 7.º E, Cláudia, Rafael - 7.º G, Bárbara, José Henrique, Marco - 7.º F, André - 7ºG,
Irina - 7.ºE, Simão - 7º G, Fabiana, Matilde - 7.º E, Fátima, Diogo Ferreira - 7.º G, Cátia Jesus, Catarina Fabiana, Gonçalo, Mariana - 7.º E,
Pilar - 7.º E, Beatriz Teixeira - 7.º F, Vitor e Lucas - 7.º G, Hugo Lucas - 6.º D, Inês Miranda - 7.º F, Renato - 7.º E, Mário - 7.º G, Renato - 7.º
E, Vera - 7.º G, Beatriz Barros, João Salvador - 7.º F, Ana Vendas, Daniel, Simão, 7.º E, Alexandre - 7º F, Daniela - 7.º E, Lucas - 7.º G, Hugo
Araújo e Manuel - 7.º F, 5.º H, 12.º A3, Mariana Silva - 10.º A5, Andreia Guimarães, Eva Silva e Bárbara Ferreira - 10.º A4, Patrícia Gomes
- 11.º A4, Renato Amorim 12.º A5D, 9.º J, Júlio Brito - 12.º A5D, Pedro Ferreira - 12.º A5D, João Soares - 12.º A5D, José Miguel - 12.º A5D,.
Professores: Paulo Costa, António Vieira, Gautier de Oliveira, Vitor Folgado, Artes Visuais, Fernando Vicente, Alexandra Salomé, Pedro Lima, José Carlos Guimarães, Carlos Nunes, grupo de inglês - 2º ciclo, Lita Correia, Grupo de História, João Pires,
Daniela Rodrigues, Maria Inês Azevedo, Rui Neves, Margarida Coelho, José Eduardo Pascoal, Museu de Lamas, Complexo
Desportivo, Fernando Correia, Manuel Jasmim, Nuno Soares, 5.º Grupo - Artes Visuais, João Sousa, Filipe Ferreira, A Equipa
da Biblioteca e Jacinto Santos. Fotografias de: Luis Filipe Aguiar, Margarida Coelho, Daniel Pedrosa, José Pascoal, Paulo Costa.
iniciativas
O instrumento utilizado para a realização
das medições foi um sonómetro digital, aparelho que tem como função a medição do
nível de pressão sonora.
Assim, realizaram-se cinco medições,
uma por cada espaço do Colégio, em várias
horas do dia. Nas medições, o grupo teve por
base o maior rigor possível, muito embora
carecesse do rigor científico que se aplica
noutras circunstâncias. De seguida, calculou-se a média aritmética dos valores obtidos. Os
do som. Reparámos também que as aulas de
Educação Física são mais barulhentas no interior do pavilhão do que no exterior.
O ruído elevado provoca problemas no
nosso dia a dia, como a redução do desempenho escolar, problemas auditivos,
redução das capacidades de compreensão e até perturbações no sono e stress.
Por isso, cabe a todos o esforço no
sentido de diminuir e regular o ruído
que produzimos no nosso Colégio, a
fim de criarmos condições para uma
menor poluição sonora. Lúcia Soares,
Luís Oliveira, Maria Batista, Maria Silva,
Marta Costa e Miguel Costa, 8º I
ficha
técnica
No passado dia 7 de maio comemorou-se
o Dia do Silêncio. Alguns alunos do 8º I, no âmbito
da disciplina de Educação para Cidadania, e com a ajuda do professor José Belinha, decidiram
medir a intensidade do som de alguns locais do Colégio.
6
| 51 | ENTRElinhas | ABRIL | MAIO | JUNHO 2013
Peça de teatro – Os Maias
Uma representação que superou expetativas
No passado dia 14 de março, pelas 15h, os alunos do 11º ano assistiram a uma representação teatral
da obra Os Maias, de Eça de Queirós, protagonizada pela companhia de teatro “Propositário Azul”,
no auditório do Colégio. Esta adaptação teatral tem uma grande pertinência curricular e serve
como complemento ao estudo de Os Maias, romance do grande prosador português do séc. XIX.
trutura versátil em que Carlos da Maia, com o
inseparável amigo Ega, vai desvendando aos
poucos o enredo do romance.
É, fundamentalmente, ao nível da intriga
principal que surgem os episódios caracterizadores do espaço social, ou seja, a crónica
de costumes, o que permite, a partir do retrato do Portugal que fomos, formar um olhar e
Esta peça de teatro a que tivemos o privilégio de assistir aborda a história da família
Maia ao longo de três gerações, dando especial relevo ao amor incestuoso de Carlos da
Maia e de Maria Eduarda (intriga principal).
Foi uma tarde extremamente bem passada na companhia de excelentes atores,
marcada pela diversão contagiante e pela es-
uma reflexão sobre o que somos hoje.
O humor que acompanhou a representação
teatral cativou todo o auditório, constituindo
uma mais-valia para o estudo de uma obra que é
dos maiores marcos da Literatura Portuguesa.
No final, os aplausos retribuíram e agradeceram o presente que foi esta maravilhosa
peça. Sofia Raquel Cruz , 11º A4
Tea Boxes and Tea Bags
iniciativas
Alunos do segundo ciclo embelezam o English corner
No passado dia 11 de maio, uma vez mais, se festejou o Dia do Colégio, uma data associada ao
aniversário do seu fundador.
Como sempre, o grupo de Inglês do 2º ci- nosso English Corner e enriqueceram mais
clo recorreu à criatividade dos mais pequenos este dia festivo. O seu esforço e o das suas
e o resultado do seu empenho transformou- famílias resultou num momento representa-se num espetáculo de cor onde se destacava tivo da cultura britânica, o Five o’clock tea (Chá
o vermelho, azul e branco, representativos da das Cinco). Da exposição constavam criativos
Tea bags, Tea boxes. Sem esquecer a chaleira, a
cultura britânica.
Os alunos do 2º ciclo estão de parabéns chávena e os scones que acompanham o chá.
pelos trabalhos com que embelezaram o Grupo de inglês, 2º ciclo
Mais um ano de boa experiência no Pmat
Estas provas realizaram-se na Universidade de Aveiro, onde a ansiedade aumentava
a cada minuto que passava. E quando, finalmente, entrámos no local onde se realizaram
as provas esperadas, o ambiente era tenso,
pois a maioria dos alunos tinha como objetivo ser um dos melhores.
Depois de terminadas as provas, esperá-
mos, ansiosamente, os resultados, com algumas expectativas de uma boa classificação.
Achamos que foi uma boa experiência e
esperamos voltar no próximo ano! Para quem
nunca teve uma experiência destas, fica aqui
um incentivo para que lá estejam no próximo
ano letivo. Vão ver que não se arrependem!
Catarina Oliveira e Beatriz Sousa, 8ºB
MatematicomaNIA
minhas disciplinas preferidas...” Lígia Nunes, 5º E
“...interessante, mas cómico pois através
2+ 30de
pequenas brincadeiras nos mostrou que a
Matemática está presente no nosso dia a
dia...” Marta, 5º E
“...foi uma boa ideia misturar a Matemática
com a magia...” Corneliu, 7º E
“...interessante, cativante, motivadora, animada,
realista, fantástica, espetacular...” Cláudia, Rafael, 7º G e Bárbara, José Henrique, Marco, 7º F
“...toda a dinâmica da peça realçou o lado
interessante e divertido da Matemática... as
personagens eram hilariantes, cativaram o
público...” André, 7º G e Irina, 7º E
“...os atores interagiram com o público e incentivaram-nos a aprender mais Matemática...” Simão, 7º G
“...sinceramente, pensei que ia ser uma seca,
mas afinal enganei-me... incentivou os alunos a
gostarem mais da Matemática e pensarem que
esta disciplina afinal não é uma chatice...” Fabiana, Matilde, 7º E e Fátima, Diogo Ferreira, 7º G
“...foi engraçado eles terem passado por aquilo tudo só para resolverem 3 exercícios de
TPC que o professor tinha marcado para o fim
de semana... normalmente quando os alunos
se deparam com o mesmo problema, não
procuram um mágico que os ensine, copiam
por um colega... Cátia Jesus, Catarina Fabiana,
Gonçalo e Mariana 7ªE
“...foi cumprido o objetivo de que os alunos
conhecessem a História da Matemática e percebessem como é importante na nossa vida, pois
saí do auditório a saber mais e diverti-me muito
a aprender...” Pilar, 7º E e Beatriz Teixeira, 7º F
“...gostava de voltar a ver esta peça...” Vitor e
Lucas, 7º G
“Não são muitas as companhias de teatro
que se lembram de peças para a Escola. Conseguiram facilmente cativar o público e interagir com ele.” Hugo Lucas,, 6º D
Momentos mais apreciados:
“...os dois netos a conversar com o avô, pois
mostra que a Matemática pode ser estudada
por toda a família e que devemos ouvir as
explicações dos mais velhos...” Inês Miranda,
7º F
“...a música (é 6ªfeira) também ajudou a que a
peça tivesse mais vida...” Renato, 7º E
“...o truque que o mágico fez para descobrir o
filme preferido do Paulo, apresentando vários
cálculos cujo resultado dava sempre 9, que era
o número do filme do Noody...” Mário, 7º G
“...gostei da personagem do Luís por ser o
mais descontraído e o que tinha mais piada...
mudava de voz, o que lhe dava mais vida... e dizia «Já sei!» mas não sabia nada...” Renato, 7º E e
Vera, 7º G e Beatriz Barros, João Salvador, 7º F
“...adorei o mágico, o efeito que fazia na bola
de cristal, a forma esquisita de falar e o facto
de ser sábio...” Ana Vendas, Daniel, Simão, 7º
E e Alexandre, 7º F
“...e no final, quando o Mário se despediu
como na sua terra, dizendo: beijinhos à prima!” Daniela, 7º E, Lucas, 7º G, Hugo Araújo
e Manuel, 7º F
reia, pretende divulgar fotos das atividades
que têm vindo a ser dinamizadas no âmbito
da disciplina (clube de Matemática, jogo do 24,
árvore de Natal com sólidos
platónicos e frisos, Olimpíadas
da Matemática, Números Divertidos, competições da ciência na Universidade de Aveiro,
workshop do astrolábio no Visiunarium de Santa
Maria da Feira, exposição internacional Experiencing Mathematics na Universidade de Aveiro,
exposições e visitas de estudo.
A partir desta página no
Facebook, será também
divulgado o sítio MatViva,
que se encontra em construção e contém recursos para
o ensino e aprendizagem da Matemática. Professora Lita Correia
A Companhia Profissional de Teatro EDUCA
trouxe até ao nosso colégio, no passado dia
15 de maio, o original espetáculo intitulado
“Matematicomania”.
Foi uma aula de Matemática bem diferente
para os alunos do 5.º ao 8.º ano. Não faltaram
situações cómicas, caricatas e até a interação
dos atores com o públic André, 7º G e Irina, 7º
E o ajudou a compor ainda mais esta peça.
Meio a brincar, meio a sério, falou-se de
sólidos geométricos, operações aritméticas,
teorema de Pitágoras, estatística, história da
matemática (com destaque para famosos
matemáticos portugueses) …e nem faltou
uma chamada de atenção para o cuidado a
ter na interpretação dos enunciados.
Foi, sem dúvida, uma tarde bem diferente
e ficou a vontade de repetir.
… e os alunos adoraram!...
“...gostei bastante porque abordou, de uma forma educativa, inovadora e animada, uma das
Matemática no Facebook
cateto da
matemática
O grupo de Matemática do Colégio Liceal
de Santa Maria de Lamas criou uma página
no Facebook, intitulada MatViva.
A página, gerida pela professora Lita Cor-
O dia do π
No passado dia 14 de março
celebrou-se mais um Dia do Pi.
Como vem sendo tradição no nosso colégio,
não podiam faltar os já famosos biscoitos do pi.
Ninguém fica indiferente a esta iguaria
que depressa aguça a curiosidade, mesmo
desconhecendo tão famoso número. 5º H
2
5
Jogo do 24
Realizou-se, mais uma vez, o torneio do
jogo do 24, no dia do colégio.
Com a sala cheia de jogadores do 5º e 6º
ano, empenhados em ganhar o maior número
de pontos, o grande grupo acabaria por ficar
reduzido a cinco elementos. Estes finalistas
obtiveram pontuações muito próximas, tendo
ficado em 1º lugar o aluno Igor Silva do 6ºE.
Parabéns a todos os participantes!
Os 5 finalistas, da esquerda para a direita: Eduardo
Melo, 6º.C; Igor Silva, 6.ºE; Ricardo Pinto, 6.ºI; David
Nunes, 6.ºA; Eduardo Rocha, 6.ºD
Logotipo por Fátima Rios
No dia 22 de abril, alguns dos alunos do 3º ciclo do Colégio de Lamas, após muito esforço e dedicação, partiram para Aveiro, de autocarro, para realizarem um grande desafio: as provas do Equamat.
7
Parte II - Século XIX / século XX - as duas últimas crises em Portugal
Fontes Pereira de Melo visto pela imprensa
Ilustração Luso-Brasileira (06.11.1858)
O Euro – depois da euforia, a desilusão
O Historiador José Mattoso defende que
é a História que nos habitua a descobrir a relatividade das coisas, das ideias, das crenças e das
doutrinas, e a detetar por que razão, sob aparências diferentes, se voltam a repetir situações análogas, se reproduz a busca de soluções parecidas
ou se verificam evoluções paralelas. Sem querer
assumir que a História se repete, até porque
os contextos são diferentes, podemos, porém, estabelecer paralelismos entre a última
crise, registada no fim do século XIX, e aquela
que se vive nos dias de hoje. Neste artigo, temos, ainda, como propósito analisar as razões
que justificam a atual situação de crise na Europa e em Portugal.
Ambas as crises se desenvolveram em
tempo de paz e estão articuladas com políticas cujo objectivo deveria ter sido o desenvolvimento do país.
Na segunda metade do século XIX, o desenvolvimento de infraestruras: transportes e
meios de comunicação, assim como a dinamização da actividade produtiva foram feitos
à custa de capitais estrangeiros, colocando-nos numa situação de dependência.
Nos dias de hoje, o investimento público no betão, quer se trate de auto-estradas,
túneis, estádios de futebol, ou outras obras
de grande envergadura serviram para endividar o Estado, cujo pagamento obriga, agora,
a mais impostos e retira recursos ao Estado
Social. Nas decisões sobre investimento, era
preciso ter sido assertivo e realizá-lo com
algum rigor, fiscalizar para que não se incorresse em sucessivas derrapagens e que o
mesmo fosse imprescindível para promover o
desenvolvimento económico. A falta de rigor
e critério na aplicação dos fundos estruturais
de coesão por parte do Estado e dos agentes
económicos resultaram numa oportunidade
perdida para reduzir as assimetrias regionais
e desenvolver o país. Nunca se devia ter esquecido a dinamização da economia, pois é
ela que cria a riqueza e sustenta a despesa.
Em 1990, a indústria Portuguesa representava 38% do PIB. Em 2010, já só contribuía com
17% para a riqueza do país.
Com cerca de 120 anos de distância, existe
em comum um sistema representativo estável, com dois grandes partidos a alternarem
pacificamente no poder. Ambos os governos
abriram a economia ao exterior e renunciaram
ao controlo da moeda. No caso atual, o euro;
no passado, o sistema de câmbios do padrão-ouro, que fazia com que, na prática, a moeda
que circulava em Portugal fosse a libra inglesa.
Era uma moeda internacional que não era controlada pelo Governo e que, portanto, facilitou
muito a circulação de capitais, dando acesso
ao Governo e aos particulares a um crédito
mais barato. Isto levou a um grande endividamento, quer numa ou noutra situação.
Existem também grandes diferenças entre
as duas situações.
Portugal é agora uma democracia de tipo
ocidental, integrada na União Europeia. Depois
da transferência de Macau, em 1999, e pela
primeira vez em 500 anos, Portugal não tem
possessões fora da Europa. A moeda é o euro,
administrada pelo Banco Central Europeu. A
população tornou-se mais urbana, mais saudável, mais instruída, mais velha e mais diversificada devido ao incremento de movimentos
migratórios. Cerca de 62,8% dos portugueses
trabalham no setor terciário, enquanto que o
setor primário emprega 9,9% e o sector secundário 27,3%. Três quartos dos agregados
domésticos dispõem de televisão por cabo e
mais de metade tem acesso à internet.
No entanto, se tudo mudou, nem tudo
se alterou de modo a poder ser interpretado
como progresso, pois caminhamos desastradamente para esta crise. Neste momento,
temos uma população que depende do Estado e o Estado com um tamanho que pouco tem em comum com o de há 120 anos.
Nessa altura, a despesa pública não pesaria
mais do que 10% do PIB. Hoje, o Estado Social
tornou-se um modo de vida: estima-se que
50% dos portugueses retirem rendimentos
do Estado por via do emprego, subsídio, ou
pensão. Atualmente, Portugal acumula uma
das maiores dívidas pública e privada da sua
História. A dívida pública portuguesa atingiu
em Fevereiro deste ano o valor de 209 mil
milhões de euros, o que equivale a cerca de
126% do PIB. 209 mil milhões de euros corresponde a cerca de 20.900 euros por cidadão.
Em 2011, o governo português pediu ajuda
externa, submetendo-se a um ajustamento
dirigido do estrangeiro que obriga o Estado
Português a uma forte política de austeridade, de corte na despesa pública e privada. A
crise financeira depressa tomou uma grave
dimensão económica e social.
Para sair da crise, a opção tomada, em
1890–92, não foi apenas o caminho da austeridade: foi a de sair daquele enquadramento
internacional em que Portugal se encontrava.
Abandonou o padrão-ouro e foi como se, com
as devidas distâncias, tivéssemos saído do euro.
Em 1892, os bancos internacionais que
estiveram disponíveis para ajudar Portugal
quiseram contrapartidas, nomeadamente
a austeridade para o equilíbrio das contas e
garantias de que determinados rendimentos
seriam cativados para pagar os juros desses
empréstimos.
José Dias Ferreira, na altura presidente do
conselho de ministros, achou que isso poria
em causa a soberania nacional e preferiu a
bancarrota, ou seja, uma suspensão parcial,
mas unilateral do pagamento da dívida. Foi
sobretudo uma decisão política. A austeridade continuou e até aumentou depois, mas
preferiu-se enfrentar a crise com os recursos
do país e dispensando a ajuda externa, o que
se traduziu no nosso isolamento.
Houve uma suspensão dos pagamentos
em junho de 1892. Negociações com comissões de credores, a partir de 1893 e, em 1902,
conseguiram um acordo para uma reestruturação da dívida. Do lado português havia
o receio de que os credores internacionais
exigissem como penhor os rendimentos
das alfândegas coloniais e que isso pudesse
ser entendido como sacrificar a soberania
sobre os territórios africanos. E, portanto, os
governos sucessivamente optaram por uma
estratégia de contenção de despesas e de
austeridade, que de certa maneira começou
em 1890 e durou até, praticamente, ao 25 de
Abril. Obviamente, continuou a haver operações financeiras portuguesas no exterior, mas
houve uma opção de manter o país muito
cauteloso em recorrer aos mercados, na medida em que a prioridade foi a de conservar
a soberania. Um empréstimo contraído pelo
Estado português em 1902 para tapar o buraco da dívida pública levou a que esta só acabasse de ser liquidada em 2001.
As Razões da Atual Crise – Breve análise
A atual crise portuguesa começou a
denunciar-se quando, nos E.U.A, ocorreu a
falência do banco de investimento Lehman
Brothers, no dia 15 de setembro de 2008. Este
facto teve um impacto tremendo sobre o estado de confiança dos mercados financeiros,
rompendo a convenção dominante de que
a autoridade monetária norte-americana iria
socorrer todas as instituições financeiras afetadas pelo estouro da bolha especulativa no
mercado imobiliário. O que principiou como
uma crise nas bolsas e nas instituições financeiras não tardou a alastrar, primeiro à economia real e, depois, às finanças públicas, quando
se tornou claro que o tempo durante o qual
se conseguia financiar orçamentos estatais a
juros baixos tinha chegado ao fim. Na Europa, o efeito deste “tsunami” financeiro fez-se
sentir na crise das dívidas soberanas, forçando
diversos países da zona euro a pedir resgate,
primeiro a Grécia, depois a Irlanda e finalmente
Portugal. Outros países poderão estar no limiar
de pedidos de auxílio financeiro.
A introdução da moeda única, em 2002,
iria colocar sérios problemas de competitividade a muitas empresas portuguesas. O euro
garantia duas coisas: o fim da inflação e juros
baixos. Em contrapartida, exigia o controlo dos
défices públicos, nunca além do equivalente
a 3% do PIB. Os sucessivos governos, de 1992
para cá, dedicaram-se, praticamente, a violar
os limites do défice, até chegarmos a esta situação. O efeito do euro foi perverso ao facilitar
o recurso ao crédito, tornou Portugal um dos
países europeus com mais casas, mais automóveis e telemóveis por habitante. Milhares
de portugueses endividaram-se muito para
lá da sua capacidade razoável de pagamento. Compraram casa, carro, férias… O dinheiro
circulava, mas não aumentava a riqueza produzida. Também as empresas se viraram para o
crédito bancário, fácil e barato. Além da banca,
os únicos verdadeiros potentados eram as empresas públicas ou as privadas que as substituíam, em regime de monopólio, e o grande retalho. Portugal cobria-se de grandes superfícies
comerciais, como se cobria de autoestradas, o
pequeno comércio morria aos poucos e o interior utilizava as autoestradas para ver passar
os produtos estrangeiros que sentenciavam de
morte a nossa agricultura e indústria. Incapazes
de competir com as importações, cedemos
à construção civil e ao comércio. Uma classe
política dependente do Estado nunca teve coragem para admitir que, com um crescimento
medíocre ou nulo, como o registado a partir
do fim da década de 1990, não podia satisfazer,
sem custos gravosos, todas as expetativas que
assentavam no Estado Social. A dívida pública em 10 anos duplicou em relação à riqueza
produzida pelo país, atingindo as percentagens
mais elevadas desde o século XIX. Para complicar ainda mais a situação, o endividamento do
Estado e elevado défice orçamental dos últimos
anos impossibilitaram a utilização da política fiscal para estimular a economia.
Além disso, nas duas últimas décadas temos vivido importantes transformações estruturais, ao nível da localização de novos eixos
económicos mundiais: o renascimento da Índia e da China tem originado enormes problemas de competitividade a muitas das nossas
empresas. Verificou-se que o nosso modelo
económico tradicional estava desajustado e
que, mais cedo ou mais tarde, os nossos principais setores exportadores não estariam à altura dos seus concorrentes asiáticos.
Com a economia de mercado global, assistiu-se à deslocalização das indústrias para
países com mão de obra barata, acarretando
problemas de desemprego e de desindustrialização no nosso país e na Europa. A globalização acarreta as duas faces da moeda. Por um
lado, transforma o Mundo numa aldeia global;
por outro, evidencia diferenças civilizacionais
que não podem, na nossa perspetiva, ser ignoradas: o desrespeito pelos Direitos Humanos.
Rui Ramos, especialista em História Contemporânea, lembra-nos que a dinâmica da
História prova que as transformações são permanentes, revolvendo o que parecia adquirido
e estabilizado. Nunca a prosperidade é o ponto
final da História; mas a crise também não o é.
A História “está a acontecer” e, não podendo ainda saber como esta crise vai ser superada, algo aponta no sentido de um novo
paradigma para a sociedade do século XXI.
Grupo de História
tribuna de história
ABRIL | MAIO | JUNHO 2013 | ENTRElinhas | 51 |
Feira do turismo e gestão
Integrada nas comemorações do Dia do Colégio do passado dia 11 de maio, realizou-se a 1.ª
edição da Feira do Turismo e Gestão.
Esta iniciativa surge no seguimento da
anteriormente designada Feira da Economia
e Gestão, tendo sido adaptada aos interesses
dos alunos do Curso Profissional de Turismo
Ambiental e Rural. Desta forma, a turma do 10.º
ano organizou cinco barraquinhas com diversas atividades, privilegiando os jogos tradicio-
nais, o artesanato e a gastronomia regional.
Para além da animação proporcionada,
esta Feira teve como objetivo a angariação
de fundos para a visita de estudo da turma à
Expotur, a Feira de Turismo Rural e da Natureza, que decorreu em Santarém. Professor José
Carlos Guimarães
iniciativas
Alunos do 10º ano dinamizam iniciativa
8
| 51 | ENTRElinhas | ABRIL | MAIO | JUNHO 2013
Imaginarius
Ritmare e Danças Urbanas emprestam cor, movimento e som ao espetáculo de teatro de rua
Nos passados dias 24 e 25, os nossos grupos Ritmare e Danças Urbanas, orientados pelos professores Pedro Almeida e Sofia Costa, respetivamente, participaram no espetáculo Imaginarius,
que decorreu de sexta a domingo, em Santa Maria da Feira.
num esforço recompensado pela beleza sincrónica dos movimentos e sons.
No fim, as imagens de força das danças e
o fantástico som dos instrumentos musicais
reciclados não deixaram indiferente quem
pôde assistir a um espetáculo de rua pleno
de vigor e energia. Pelo Entrelinhas
iniciativas
Depois de uma semana dedicada a rigorosos ensaios, foi com enorme satisfação
que os nossos alunos puderam contribuir, de
forma extraordinária, para a moldura humana
que consolidou o espetáculo que o Imaginarius representa.
A parada final (sexta-feira e sábado), foi
o culminar de horas de treino e ansiedade,
FÉRIAS DE VERÃO De 01 a 26 de julho
AQUAFESTAS
Momentos de partilha
e são convívio
complexo desportivo
O Colégio vai realizar, nas suas instalações, o
habitual programa de atividades Desportivas
e Culturais para ocupação dos tempos livres,
do dia 01 ao dia 26 de julho (de segunda a
sexta feira), no horário compreendido entre as
09:00h e as 17:30h.
No que diz respeito às atividades de âmbito cultural, o contacto com os Ateliers de
Expressão Plástica proporcionará aos jovens
novas experiências relacionadas com o Desenho e a Pintura, para além da música, do
Teatro e Cinema. Haverá ainda lugar, no que
toca à Informática e às novas Tecnologias
Educativas, para a divulgação e consequente utilização dos recursos multimédia de que
o Colégio dispõe. Está prevista, também, a
utilização dos laboratórios de Matemática,
Português, o Clube de Inglês, de Biologia e
de História para atividades lúdicas no âmbito
destas disciplinas.
Do elenco das atividades desportivas,
tendo sempre como objetivo o divertimento,
o bem-estar e a aprendizagem motora, constam as seguintes modalidades: Atividades
Aquáticas (Natação, Pólo Aquático, Mergulho,
etc.), Basquetebol, Voleibol, Dança, Ginástica,
Squash e Badminton.
Este ano será incluída a modalidade de
Pilates para crianças e jovens, desenvolvida
pelo departamento de Fisioterapia do Complexo Desportivo. Professor João Pires
O Complexo Desportivo acaba de inaugurar um
programa de organização de festas de aniversário, no
qual se incluem atividades aquáticas, aulas de dança e
squash, orientadas pelos nossos professores e com a
dinamização de alunas do 12º ano de cursos profissionais permitindo, desta forma, colocar as nossas instalações ao serviço da comunidade na organização deste
tipo de eventos.
CURSO INTENSIVO DE NATAÇÃO
Estão abertas as inscrições para a realização de um
curso intensivo de natação durante o mês de julho, no
Complexo Desportivo.
O objetivo principal da implementação deste curso
prende-se com a necessidade cada vez maior de proporcionar a todos os interessados o acesso a aulas de
natação intensivas. Aprender a nadar num curto espaço
de tempo ou simplesmente aperfeiçoar as técnicas de
nado são dois dos objetivos contemplados.
9
ABRIL | MAIO | JUNHO 2013 | ENTRElinhas | 51 |
Peregrinação a Santiago de Compostela
Grupo de alunos e professores do Colégio numa aventura ímpar
– A ESCOLHA
Portuguesa – UDIP, nas pessoas do Dr. José
Rui Teixeira e da Drª Carmo Themudo - pela
simplicidade e disponibilidade com que tão
fraternalmente nos acolheram e ensinaram.
Professora Daniela Rodrigues
albergue Santiago Apostol, em Arzúa, onde
desfrutámos de um merecido descanso, tratamos as bolhas, confraternizámos à volta da
lareira e nos preparámos para mais um dia de
Caminho. Flávio Couto
DIA 2 – PORTOMARÍN – PALAS DE REI
DIA 4 –ARZÚA - PEDROUZO
– A PROXIMIDADE
Depois de deixar o albergue em Arzúa,
apenas dezoito quilómetros nos separavam
do nosso próximo destino, Pedrouzo.
O grupo acordou às sete da manhã.
Tomámos o pequeno-almoço e, cheios
de emoção e imenso sono à mistura, tivemos
uma proteção extra: nesse dia choveu imenso ao longo do camiño. Por isso lá nos apetrechámos com impermeáveis à altura.
Começámos a percorrer cada quilómetro
do nosso percurso cheios de emoção e de
alegria, e foi nesse dia que vivenciei um dos
melhores momentos da viagem.
Juntei-me a esta aventura sem qualquer
motivo, sem qualquer razão religiosa ou de
promessa. Apenas me aventurei a percorrer
e a viajar, nada mais. Contudo, nesse dia, em
Calles, que ficava a 7 km de Pedrouzo, conheci um padre português que estava a fazer o
caminho e juntei-me a ele.
Após uns breves minutos em silêncio,
começámos a conversar sobre imensas temáticas, desde assuntos filosóficos, a assuntos
históricos. E, claro, as conversas metafísicas
também foram abordadas.
Isto tudo ocorreu durante três breves horas que, sem qualquer margem de dúvida,
devem ter sido dos melhores momentos que
eu já partilhei com alguém. Foram realmente
momentos que jamais esquecerei e espero
um dia poder reencontrar esse padre.
Cada peregrino traça o seu caminho. E
o caminho é um percurso em que cada um,
cada ser humano, transforma inúmeros quilómetros em metáforas, exemplos e, acima
de tudo, em inspiração para viver e enfrentar
cada momento deste longo caminho que é a
nossa vida. Rui Neves
– O PRESENTE
A disciplina de EMRC organizou, entre os
dias 24 e 28 de abril, uma peregrinação a Santiago de Compostela.
Sob a orientação da professora Daniela
Rodrigues, partiu para a Galiza um grupo de
peregrinos, constituído por professores, alunos, familiares e amigos do nosso Colégio.
Aceite o desafio, de mochila às costas e
confiantes nas setas amarelas, aventuraram-se na rota do Caminho Francês, que milhares
de peregrinos, todos os anos, durante todo o
ano, trilham rumo à Catedral de Santiago de
Compostela, local onde estão depositados os
restos mortais do apóstolo.
Os Caminhos de Santiago são os trajetos
tradicionalmente percorridos pelos peregrinos que rumam a Santiago de Compostela há
mais de mil anos. Estes Caminhos de Santiago resultam do processo de cristianização de
ancestrais peregrinações até Finisterra (“finis
terrae”), depois de descobrirem, em meados
do século IX, a sepultura do apóstolo S. Tiago.
O Caminho de Santiago foi declarado
“Primeiro Itinerário Cultural Europeu” (1987)
e Património da Humanidade em Espanha
(1993) e França (1998).
O Caminho guarda ainda a iniludível verdade do mistério do Homem que se coloca
diante do mistério de Deus: é essa a condição do peregrino. E Santiago de Compostela
guarda ainda a alegria das metas provisórias,
o sentido do reencontro num lugar de onde
se parte, como se dizia dos peregrinos medievais, com um canto nos lábios e uma estrela na fronte.
Não existe apenas uma maneira de percorrer o Caminho de Santiago. Podemos
percorrê-lo sozinhos ou acompanhados por
um pequeno grupo de amigos; ou integrar
grupos organizados, com orientação espiritual. Podemos partir de casa ou escolher um
ponto de partida com tradição jacobeia. O
mesmo acontece em relação às motivações:
pode-nos motivar a experiência espiritual, a
dimensão cultural e humana inerente ao Caminho, o desejo de aventura ou o contacto
com a natureza. Há peregrinos que percorrem o Caminho após uma perda ou uma cura
(o que acrescenta intensidade existencial à
peregrinação) e há peregrinos que cedem à
insistência de um amigo ou experimentam o
Caminho por curiosidade.
Independentemente do caminho que
percorremos, do modo como o fazemos ou
daquilo que nos move, cada Caminho é uma
experiência única, mesmo que o tenhamos
percorrido muitas vezes. E, em certa medida, é
uma experiência indescritível, porque as palavras são escassas para dizer tudo o que ele nos
proporciona… Mesmo assim, deixamos um
pequeno registo do que foram aqueles dias…
Terminamos com um palavra de agradecimento ao grupo da Universidade Católica
Após uma chegada cansativa a Portomarín,
local de partida da nossa viagem, restabelecemo-nos e inaugurámos o nosso caminho com
umas belas tapas partilhadas. A noite foi algo
turbulenta, pois o ambiente geral era de expectativa, nervosismo e ainda uma certa hesitação
quanto à passagem do conforto de casa para
um ambiente totalmente desconhecido.
De manhã partimos bem cedo, percorrendo os primeiros 25 km rumo a Palas de Rei.
Os pés notaram cansaço, mas as primeiras
bolhas foram rapidamente esquecidas pelo
permanente contacto com a magnificência
da Natureza, algo tão puro quanto raro no
nosso quotidiano.
Concluímos esta primeira etapa ao fim de
umas boas horas de caminho e, de tarde, pudemos descansar, esticar as pernas e puxar uns
dedinhos de conversa com os restantes peregrinos. Ao final da tarde, o grupo do Colégio
e da Universidade Católica reuniu-se no jardim
para um momento de oração e introspeção.
O dia terminou com um grande jantar de
grupo, onde reinou a boa disposição, quer
portuguesa, quer irlandesa, e o sentimento
de que os próximos dias seriam inesquecíveis. E foram… Maria Inês Azevedo
DIA 3 – PALAS DE REI - ARZÚA
– A DESCOBERTA
palavras, dos rituais e das crenças, para lá do
pensamento e das teorias sobre o mundo e
o Homem, existe o entusiasmo. Este sopro
vindo de dentro, que não sabemos de onde
vem, nem para onde vai, é Deus. Este entusiasmo, este Deus interior é capaz em cada
um de nós de transformar uma angústia num
sorriso, este Deus faz-nos viver e amar.
Obrigada, Caminho, pelo despertar do
ser profundo que está dentro de nós, que nos
impele à mudança. Dizer qual deverá ser essa
mudança, cabe a cada um descobrir, cabe a
cada um ler no “livro” do seu interior.
Percorrer o Caminho de Santiago é um
encontro com a espiritualidade e a natureza,
numa viagem ao nosso interior e num claro
apelo à reflexão.
Obrigado a todos. Professora Margarida
Coelho
DIA 5 - PEDROUZO- SANTIAGO
– O RECONHECIMENTO
AGRADECIMENTOS:
Um novo dia, um novo objetivo.
Destino: Arzúa, a 29,5 Km de Palas de Rei. A
maior etapa do nosso percurso. Apesar das
bolhas resultantes da primeira etapa, partimos com a mesma vontade do primeiro dia,
se não com mais vontade ainda.
Após 14 km, parámos na cidade de Melide para almoçar e verificámos que alguns
peregrinos do grupo nunca mais chegavam
àquele local. Viemos a descobrir que estes se
tinham enganado no caminho, mesmo perto do local onde nos encontrávamos e que,
afinal, já estavam muito à nossa frente, para
nosso espanto…
Fizemo-nos novamente ao caminho e,
após mais 14,5 km, chegámos finalmente ao
A última etapa do Caminho …
Acompanhar o nascer do dia, desenhado
pela natureza circundante, tornou esta última
etapa do Caminho num novo amanhecer das
nossas vidas, que nunca esqueceremos.
As dúvidas, as incertezas se seríamos capazes de ultrapassar a dor física provocada pelo
esforço, foram ultrapassadas por uma nova
força que foi nascendo no nosso interior.
O entusiasmo da chegada a Santiago cria
momentos que dificilmente se poderão traduzir. A experiência é pessoalíssima. No final,
o abraço, o sorriso e até a lágrima se juntam
em comunhão.
Ele ensinou-nos que o essencial é saber
ver: ver que a verdadeira vida está a todo o
instante ao alcance do olhar e que para lá das
O grupo de peregrinos sente-se agraciado por
ter sido tão bem integrado no grupo da Universidade Católica Portuguesa – UDIP, na simplicidade e disponibilidade do Doutor José Rui Teixeira
e na doçura alegre da Drª Carmo Themudo que
tão fraternalmente nos acolheram e ensinaram... E, também, a todos os outros simpáticos
companheiros que nos deram massagens, curaram as bolhas, cantaram e alegraram o trilho
que tantos outros já palmilharam sempre em
busca de sentido!
visita de estudo
DIA 1 – SANTA MARIA DE LAMAS – PORTOMARÍN
10
| 51 | ENTRElinhas | ABRIL | MAIO | JUNHO 2013
Dunas de S. Jacinto, um local sempre apetecível
Alunos do 7º ano descobrem riqueza natural aqui ao pé
Teve lugar no final de abril, início
de maio de 2013, uma iniciativa do
Grupo de Geografia, envolvendo
alunos do 7º ano de escolaridade,
que culminou numa da visita de estudo à Reserva Natural das Dunas
de S. Jacinto (RNDSJ).
O objetivo principal foi dar a
conhecer aos alunos uma das áreas
protegidas mais bem preservadas
do litoral português, através de um
percurso pedestre de descoberta
da Natureza.
As visitas efetuaram-se durante
a manhã, a partir do Centro Interpretativo e de Acolhimento, onde
os técnicos da Reserva nos aguardavam para uma explicação inicial
sobre a história e as caraterísticas
daquela área protegida.
A RNDSJ situa-se no extremo
de uma península de areia que se
estende desde Ovar até à povoação
de S. Jacinto, limitada a poente pelo
Oceano Atlântico e a Nascente por
um dos braços da Ria de Aveiro. Do
ponto de vista da divisão administrativa do território, esta área protegida,
com uma superfície de aproximadamente 700 hectares, ocupa parte do
território da freguesia de S. Jacinto,
no concelho de Aveiro. Com exceção de uma pequena área que cons-
titui domínio privado, a maior parte
da superfície da reserva é do Estado.
Trata-se de uma zona costeira
com praia, dunas móveis e fixas,
mata de pinheiro-bravo e charcos
de água doce, local de passagem
ou de invernada de aves aquáticas
migratórias. O nome da RNDSJ provém do importante e bem conservado cordão dunar litoral, suporte
de uma vegetação caraterística.
No domínio da vegetação, a
RNDSJ pode dividir-se em duas
grandes manchas. A primeira corresponde à área da duna primária e
é banhada pelo Atlântico, onde se
podem observar as espécies espontâneas caraterísticas desse meio, nomeadamente o estorno, o narciso-das-areias e as acácias. Na segunda
mancha, inclui-se a duna secundária,
que se estende até à Ria, e que é dominada por uma mata de pinheiro
bravo. Na área situada entre as dunas primária e secundária surgem
espécies vegetais tais como a camarinha, o samouco, o medronheiro, o
amieiro e o salgueiro.
Para além das plantas, a RNDSJ
alberga uma fauna rica, desde mamíferos como a raposa, passando
por répteis como a lagartixa e a
cobra-de-água, e anfíbios como o
sapo-de-unha-negra. Mas os ani-
mais que chamam mais a atenção,
e que, aliás, são mais facilmente observáveis, são as aves, existentes em
mais uma centena, nomeadamente
chapins, patos-reais, piadeiras, gaivotas, guinchos e pilritos, entre outros.
Entre as intervenções mais recentes para a preservação da fauna conta-se a criação da pateira observatório,
localizada na área central da Reserva,
de modo a criar condições para o refúgio dos patos da Ria de Aveiro ou
para a eventual fixação de garças, que
tinham anteriormente o seu ponto de
nidificação mais a Norte.
Depois de uma explicação teórica, passámos à prática, percorrendo os trilhos da Reserva ao longo
de cerca de 1. 30 h, numa extensão
de 6 km, desde a ria até ao mar,
onde os mais resistentes mostraram
o que valiam, vencendo o cansaço
(e os mosquitos…).
No final da manhã, regressámos
ao Colégio, enriquecidos com mais
uma experiência geográfica que
nos deu a conhecer um dos sistemas dunares mais bem conservados do litoral português. Professor
José Eduardo Pascoal
IPATIMUP
visita de estudo
Manipulação genética de bactérias
Nos dias 7, 8, 14 e 15 de maio, as turmas de Biologia do 12º ano deslocaram-se ao laboratório
aberto do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP)
a fim de participarem numa atividade prática intitulada “Bactérias Fluorescentes”. A realização
desta atividade insere-se no contexto das técnicas de manipulação genética, abordadas no
programa da disciplina, em particular a técnica do DNA recombinante. O professor de cada
turma acompanhou os alunos nesta interessante e estimulante atividade.
Os alunos tiveram oportunidade de participar na realização de técnicas na área da
manipulação genética, que possibilitaram
dar resposta a questões como a estrutura
da parede celular das bactérias; sobre como
introduzir um plasmídeo numa bactéria, ou
mesmo sobre a possibilidade de manipular o
DNA de bactérias de modo a torná-las mais
resistentes a um antibiótico específico.
Na atividade realizada, os alunos aplicaram técnicas de coloração de bactérias para
observação microscópica e, recorrendo à técnica do DNA recombinante, promoveram a
alteração de bactérias através da introdução
de plasmídeos geneticamente manipulados.
Compararam as características das bactérias
modificadas com bactérias não manipuladas
e puderam observar a emissão de fluorescên-
cia por exposição à luz ultravioleta.
A realização desta atividade permitiu o
contacto com material de laboratório mais
específico e a aplicação de técnicas na área
da biotecnologia. Proporcionou uma aula diferente, que abriu novos horizontes no campo da genética e ampliou o conhecimento
científico.
Foi uma visita com uma interessante e reveladora vertente experimental. Para concluir,
deixamos uma palavra de agradecimento aos
professores que promoveram e coordenaram
a atividade. 12º A3
Porto, uma cidade (ainda) por descobrir
Alunos do 11º ano visitam espaços histórico-geográficos
geografia
No dia 7 de maio, teve lugar uma visita de estudo à cidade do Porto, envolvendo alunos de História e de Geografia do 11º ano de escolaridade.
Organizada pelos professores
José Eduardo Pascoal e Maria Clara
Silva, a visita centrou-se nos temas
do Liberalismo, das Cidades e dos
Transportes.
A saída de campo começou no
Aeroporto Francisco Sá Carneiro, onde
os alunos puderam observar a dinâmica e a imponência desta infraestrutura urbana. A partir do Aeroporto
seguiram, de metro, até à estação da
Trindade, percebendo a importância
da intermodalidade, no contexto dos
transportes. Ao longo do trajeto, foi
ainda possível observar o predomínio
da função residencial nas áreas suburbanas da cidade do Porto.
Na Baixa, teve inicio um percurso pedestre pelos arruamentos e
praças mais conhecidas, com uma
primeira paragem na Praça da República, um espaço que assumiu um
papel preponderante na revolta de
31 de janeiro de 1891, aquando da
concentração das tropas republicanas. Depois, seguiu-se pela Rua dos
Bragas (onde agora está sediada a
Faculdade de Direito do Porto) até
à Rua de Cedofeita, uma das mais
antigas artérias comerciais da cidade. Percorremos esta rua, em grande parte pedonal, cruzando a Rua
Miguel Bombarda, conhecida pela
concentração de galerias de arte. A
partir da Praça dos Leões, passámos
o Piolho, o mais conhecido café da
tertúlia e boémia universitária portuense e a Torre dos Clérigos, até
chegarmos à Praça da Liberdade.
Estávamos, finalmente, no “centro de negócios e de serviços” (CBD)
da cidade, com a Câmara Municipal
no topo da Avenida dos Aliados e,
ao fundo, o Hotel Intercontinental. A
ladear a avenida, constatámos a presença de outras importantes funções
terciárias, nomeadamente dos Correios centrais e do Banco de Portugal.
Depois do almoço, percorremos
a Rua de Santa Catarina, a artéria
comercial mais conhecida da Baixa
da cidade, descemos a Rua de 31
de janeiro e, passando pela Estação
de S. Bento (antigo Convento de S.
Bento de Avé Maria), subimos até ao
Terreiro da Sé. Na Fundação Guerra
Junqueiro, tivemos a oportunidade
de assistir a um documentário sobre
a história da cidade do Porto.
Partimos, depois, em direção à
Ribeira, descendo as ruas íngremes
e sinuosas da freguesia da Sé onde,
a culminar a visita, nos aguardava
um mini-cruzeiro fluvial entre as seis
pontes que cruzam o rio Douro.
Foi, podemos dizer, uma visita
surpreendente pelo que ainda não
conhecíamos do Porto, uma cidade aqui tão perto de nós. Professor
José Eduardo Pascoal
11
ABRIL | MAIO | JUNHO 2013 | ENTRElinhas | 51 |
VISITA DE ESTUDO A LISBOA
Na capital, ao encontro da cultura, alunos do Colégio dilatam horizontes
No dia 16 de maio, as turmas 10ºA1, 10ºA3, 10ºA5 e 10ºB realizaram uma visita de estudo a
Lisboa, acompanhados pelos professores Conceição Couto, Cristina Milheiro, Lucília Reis, Joaquim Gautier, Paulo Costa e a Dra. Rita.
Após uma longa viagem, com início às
6h15, chegámos à capital, mais propriamente
a Belém, por volta das 10h20. Dirigimo-nos,
então, para o Centro Cultural de Belém, a fim
de visitarmos a Exposição Berardo, onde fomos muito bem recebidos pelos guias que
aguardavam a nossa chegada. Estes dispuseram-se, assim, a explicar-nos tudo muito
pormenorizadamente sobre as obras de arte
ali expostas. Esta era essencialmente uma exposição de Arte Contemporânea.
Já no exterior, fotografámos os magníficos
jardins que nos rodeavam, a que o dia parcialmente nublado não retirou a beleza. Entretan-
to, chegou a hora do almoço e, em pequenos
grupos de amigos, fizemos um piquenique
onde foi possível conviver e desfrutar do local
onde nos encontrávamos. Como sobremesa
optámos pelos famosos pastéis de Belém, da
Antiga Pastelaria de Belém (fundada em 1837).
De facto, os pastéis são divinais!
Por volta das 14h, visitámos o Mosteiro
dos Jerónimos, um monumento grandioso,
em tamanho e em história. Ali, para além dos
túmulos régios, encontram-se os túmulos de
Luís de Camões, de Vasco da Gama, de Fernando Pessoa e de Alexandre Herculano. Tivemos
oportunidade de conhecer o mosteiro e o seu
belo claustro, onde se veem esculpidas as cenas da Paixão de Cristo.
Seguidamente, dirigimo-nos ao Palácio
Nacional da Ajuda, a fim de visitar a exposição de Joana Vasconcelos, uma grande artista portuguesa. Todos nós já tínhamos alguma
noção do que seria, devido a reportagens televisivas ou a fotografias. No entanto, ao vivo,
as criações desta artista têm outra beleza e a
própria decoração e a riqueza do Palácio acabam por realçá-las ainda mais.
Finalizámos a nossa visita de estudo no
Parque das Nações. Pudemos jantar no Centro Comercial Vasco da Gama, desfrutando de
uma excelente vista para o Rio Tejo e para o
teleférico. E foram estes os nossos momentos
de despedida desta linda cidade.
Saímos de Lisboa por volta das 19h:00 e
chegámos ao Colégio pelas 22h30. A viagem
decorreu num ambiente muito agradável e
animado.
Adorámos esta experiência, pois passámos um dia excelente na companhia dos
nossos amigos e professores. Por isso, reco-
mendamos a todos os alunos que organizem
uma viagem como a nossa. Vão adorar! Marta Silva, 10ºA5
Viver com energia - Serralves acolhe turmas do 10º ano
Energias renováveis despertam curiosidade
Durante o mês de maio, as várias turmas do 10º ano do curso de Ciências e Tecnologias, realizaram uma visita de estudo à Fundação Serralves, no Porto, para participar num workshop
intitulado “Viver com energia”, inserido no tema “Energias Renováveis”, no âmbito da disciplina
de Físico-Química A, na companhia dos professores titulares das turmas.
A visita, na Fundação Serralves, foi repartida por três momentos. No primeiro, assistimos
a uma pequena apresentação em PowerPoint
sobre as energias renováveis. Neste momento
também houve espaço para o debate e troca
de ideias e de conceitos. De seguida, cada um
dos alunos fez um pequeno forno solar onde
foi colocada uma salsicha, que se pôs ao sol a
cozinhar. Por fim, a turma foi dividida em dois
grupos e cada grupo construiu um forno solar de diferentes conceções e com diferentes
materiais, cujo principal objetivo era estimular
a destreza e a criatividade dos alunos.
Em suma, os alunos adoraram a visita e
apreciaram a oportunidade de visitar os jardins
da Fundação Serralves. Gostaram também de
aprender como utilizar a energia solar, uma
energia renovável, no seu dia a dia para, por
exemplo, cozinhar alimentos.
Deve-se também destacar a excelente relação entre os alunos e os professores durante esta manhã que, apesar de curta, foi muito
bem aproveitada. Andreia Guimarães, Eva
Silva e Bárbara Ferreira, 10º A4
Uma visita de estudo com os olhos postos no futuro
No passado dia 13 de março, algumas turmas de 11ºano e 12ºano realizaram uma visita de
estudo à Faculdade de Engenharia de Universidade do Porto, no âmbito da disciplina de Física
e Química.
É sempre com grande agrado que participamos em visitas de estudo porque, além
do objetivo primeiro, o pedagógico, há sempre uma forte componente lúdica, que passa
pela interação entre alunos e professores.
Deste modo, foi com grande entusiasmo
que iniciamos a viagem, por volta da uma e
um quarto da tarde, rumo à cidade onde visitaríamos a FEUP para participar na “Semana:
Profissão Engenheiro”.
Chegados ao local previsto, fomos conduzidos a uma sala onde tivemos uma pequena introdução acerca dos diferentes
temas que viriam a ser abordados nos diferentes percursos escolhidos pelos alunos. Entre estes destacavam-se cinco grandes áreas
temáticas: “Salvo o Planeta”, “Desenho o novo
Homem”, “Crio a Sociedade do Futuro”, “Torno as empresas mais competitivas” e “Construo um Mundo novo”. Em todas as atividades
propostas e em todos os percursos idealizados foi-nos dada a conhecer a importância da
engenharia no nosso dia a dia, assim como o
significado da profissão “Engenheiro”.
A aventura pelo conhecimento terminou
com o regresso ao Colégio, mais uma vez
através de uma viagem tranquila, mas animada. Valeu a pena. Patrícia Gomes, 11º A4
visita de estudo
“Profissão Engenheiro” leva alunos À Faculdade de Engenharia
12
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SINAIS E PONTUAÇÃO
PARA UMAS FÉRIAS
COM SENTIDO…
A requalificação da
“Sala da Cortiça”
Exposição “Cortiça:
Estórias da História”
ADIÇÃO (+): Melhor que dar
coisas é dar-nos aos outros, pois
não perdemos nada e adicionamos felicidade, realização e sentido à vida e às férias.
ASPAS (“): É importante aproveitar o tempo livre para melhor
valorizarmos e pensarmos nos
nossos amigos e naquilo que
lhes é próprio e característico.
BARRA (/): É fundamental abreviar muita coisa que normalmente complicamos durante o
ano e procurar arranjar alternativas, soluções e complementos.
DIVISÃO (/): O nosso tempo tem
mais valor ao partilhar o que
somos, temos e sabemos com
quem mais precisa através da
solidariedade e do voluntariado.
DOIS PONTOS (:): É muito importante viajar e abrir-nos à
novidade, à aventura e ao desconhecido para acolher novos
mundos, culturas e gentes.
HÍFEN (-): Seria bom arranjar
tempo e disponibilidade para ser
na família elo de união e reconciliação em vez de ser fator de
divisão, discussão e confusão.
IGUAL (=): Não é igual ser desta maneira ou daquela ou fazer
isto ou aquilo, pois devemos
trilhar o nosso caminho com
verdadeira liberdade e responsabilidade.
MULTIPLICAÇÃO (x): Nas férias
deveríamos multiplicar-nos em
esforços para conhecermos
mais museus, castelos, palácios,
aldeias, vilas e cidades.
PARÊNTESIS (()): Importa aproveitar o tempo livre para fazer
parêntesis na vida, descansar, ir à
praia e pensar num futuro com
projetos, sonhos e conquistas.
PONTO (.): Que as férias sejam
o ponto final para o egoísmo e
a preguiça e uma oportunidade
de recomeçar um ano novo de
vida nova e em plenitude.
PONTO DE EXCLAMAÇÃO (!):
Que saibamos apreciar e admirar-nos com as coisas simples da
natureza: o mar, os rios, as montanhas, as planícies, os bosques,
o céu...
PONTO DE INTERROGAÇÃO (?):
Importa aproveitar as férias para
ler alguns livros para conhecer e
questionar a vida e o mundo na
procura de respostas.
PONTO E VÍRGULA (;): Parar e
discernir é importante pois a
melhor viagem turística é ir para
fora cá dentro, na descoberta de
nós mesmos.
RETICÊNCIAS (…): As férias e o
sentido da nossa vida estão incompletos se não nos abrirmos
pela fé e oração ao mistério, ao
transcendente, a Deus.
SUBTRAÇÃO (-): Também é interessante perder algum tempo
sem fazer nada, subtraindo tempo ao nosso tempo para relaxar,
descansar e dormir mais e melhor.
TRAVESSÃO (—): Temos muito
a aprender nas férias se pararmos, fizermos silêncio, dialogarmos e dermos a palavra aos
mais idosos e aos doentes.
VÍRGULA (,): Que nos esforcemos
por fazer ativas pausas diárias
para o exercício físico, pois o desporto é essencial para uma vida
saudável! Professor Paulo Costa
A “Sala da Cortiça”, assim apelidada por locais e
forasteiros, representou
desde sempre um lugar comum no imaginário
de todos aqueles que, direta ou
indiretamente, cresceram entre as cerandas de aroma a baunilha e a terra
molhada por Terras de Santa Maria.
Não raras vezes constatamos que,
fora de portas, esta obra orquestralmente arquitetada pelo benemérito da freguesia, Henrique Amorim,
consegue deixar marcas indeléveis.
Ainda que os últimos tempos tenham entristecido o semblante
deste espaço, deixando-o desvalido
e infeliz a acumular o pó que seu Fundador não pôde mais limpar, tem-se
denotado um esforço considerável
por parte da tutela do Museu em
renovar aquele que representa o
símbolo maior de uma parte dos
percursos de vida, individuais e coletivos da região.
cantinho do museu
A “Sala da Cortiça”- cujo impacto
provocado pela luz solar, que atravessa um pé-direito surpreendentemente pensado, arrebata
imediatamente os sentidos - reúne um conjunto de elementos
artísticos e populares, desvendando as impensáveis
potencialidades da matéria-prima e refletindo, ao mesmo
tempo, a importância desta para a comunidade que lhe serve de morada.
A requalificação deste espaço surge, pois, de uma necessidade. A cortiça e a rolha são identidade. Acreditamos que este núcleo museológico
representa a cristalização de narrativas
de vida das gentes deste território.
Urge, por isso, potenciar a melhoria deste espaço para que sirva,
simultaneamente, como alavanca
para o desenvolvimento da população e para a renovação da projeção
turística que se pretende dar à região do Entre Douro e Vouga (EDV)
e da Grande Área Metropolitana do
Porto (GAMP), atraindo segmentos
que lhe eram comummente associados, nomeadamente de turismo
cultural e de lazer, bem como outros
alternativos, tais como o enoturismo,
ecoturismo e turismo industrial.
Dando continuidade ao Projeto
de Reorganização Museológico e
Museográfico, em curso no Museu
desde 2004, é chegado o momento
de avançar com o mais ambicioso desafio: a requalificação da designada
“Sala da Cortiça”, doravante designada por núcleo museológico da cortiça,
que iniciamos com a exposição temporária Cortiça - Estórias da História
patente na Sala dos Escultores.
Com esta mostra pretendemos
exibir e potenciar este núcleo museológico, o trabalho de recuperação do espólio e da área que o integra, bem como
transmitir o estudo identitário da vertente industrial e artística deste espaço.
Uma viagem pelo Barroco no Museu... na companhia das turmas do
8.º ano do Colégio de Lamas
No mês de Maio, o Museu recebeu
as turmas do 8.º ano de escolaridade
do Colégio. No âmbito da disciplina
de História, os alunos realizaram uma
viagem pelo barroco no Museu, visita temática inserida no programa
permanente do Serviço Educativo
2012/2013. Através desta viagem, os
alunos tiveram a oportunidade de
conhecer a arte e cultura deste período, analisar diferentes espécimes
em talha dourada e escultura religiosa e assim apreender as principais
características estilísticas e artísticas
deste período.
Museu recebe estagiários dos Cursos de Animação Sociocultural e
Multimédia do Colégio de Lamas
Como vem sendo hábito, ao longo
do ano letivo, o Museu recebe estagiários de diversas instituições de ensino.
No ano letivo que agora termina, o Museu acolheu 5 estagiárias
do Colégio Liceal de Santa Maria de
Lamas. Do Curso Profissional de Animação Sociocultural, as estagiárias
Andreia Linhares, Nádia Marinho,
Cátia Nogueira e Daniela Preda, desenvolveram trabalho no âmbito do
Serviço Educativo; Rute Braga, do
Curso Profissional de Multimédia,
trabalhou na realização de um vídeo
promocional do Museu.
Cafuné
de Mário Zambujal
Clube do Autor, 243 páginas
complexo desportivo
Cafuné é o título da mais recente obra do autor português Mário Zambujal.
De volta à escrita, o autor mostra a sua perspicaz comicidade, pela escrita atrativa e inconfundível que, misturada com erudição, “prende” qualquer um às 243
páginas do romance. A imaginação patente na diegese e
nos constantes apartes e subentendidos criam passagens
muito ricas (“Uma particularidade do ser humano é não se
limitar aos ciclos do cio. Todo o tempo é bom tempo”).
Desta vez, Zambujal traz-nos um romance histórico
coincidente com o período crítico das invasões francesas. A leitura remete-nos para um país pobre e um rei
amedrontado pelo poderio gaulês que, como sabemos,
encontra refúgio na Terra de Vera Cruz. Acompanhamos
a evolução do jovem Rodrigo Favinhas que, por via da sua fraqueza pelos encantos femininos, se vê inserido num mundo diferente daquele em que cresceu.
A história de vida desta personagem é repleta de imprevistos e aventuras,
que tendem a acabar da melhor forma, mas que podem levar o leitor a refletir
sobre a sua vida pessoal. Aquilo que se retém da leitura é que a força da intuição
não deve ser desprezada e “quem muito pensa nada faz”. Apesar da ponderação
tornar a nossa vida mais estável e previsível, a intuição foi aquilo que distinguiu,
entre os demais, aqueles que para sempre edificaram túmulo nos livros de história e na memória dos mais conhecedores.
Por tudo isto, Cafuné revelou-se uma excelente leitura e uma opção desafiadora. As risadas que desperta originam horas de compenetração neste divertido
enredo que é ao mesmo tempo uma reflexão sobre a sociedade contemporânea. Deixo um último excerto presente na contracapa:
«Inventar a cama foi a primeira urgência dos homens, pela vontade de se deitarem, sozinhos ou acompanhados. Em pé, tudo se torna mais dificultoso, incluindo o dormir». Renato Amorim, 12º A5D
Philipe
Centro de Educação Ambiental das Ribeiras de Gaia
iniciativas
Alunos reforçam consciência ecológica
No âmbito da disciplina de Geografia, a turma do 9º J, no passado dia 15 de maio,
na companhia da professora Margarida Castro, visitou o Centro de Educação
Ambiental das Ribeiras de Gaia, situado em Miramar. Este centro tem como função sensibilizar para a necessidade de agir, de ser e de estar no ambiente.
A visita começou com a visualização de um filme alusivo à importância
dos cursos de água, seguindo-se uma
visita à sala dos aquários, com a explicação das características das espécies
presentes, nas ribeiras de Gaia, desde a
nascente à foz. De seguida teve lugar
outra visualização, à lupa, de macroinvertebrados, como bioindicadores de
qualidade de água e, por fim, efetuamos um passeio pedonal ao longo da
ribeira do Espirito Santo, com a explica-
ção da fauna e flora local.
Antes do regresso, demos um pequeno passeio pela praia de Miramar
que, graças ao tratamento das águas das
Uma exposição a visitar
artes
A dimensão catártica do desespero
Aluna do Colégio até há pouco tempo, a Maria João Marques inaugurou, no passado sábado,
dia 18 de maio, na Almadas Galeria, Rua do Almada, no Porto, uma exposição de pintura intitulada A dimensão catártica do desespero.
Já enquanto estudante de artes visuais, a cida, que revela uma grande força plástica e
Maria João habituou-nos a um trabalho mar- temática que não nos deixará indiferentes.
cado pelo talento e pela irreverência. Agora, Professora Margarida Coelho
poderemos fruir a sua obra, mais amadure-
ribeiras de Gaia, possui bandeira azul.
Foi uma manhã enriquecedora,
onde não faltou boa disposição e convívio entre todos. A turma 9º J
13
ABRIL | MAIO | JUNHO 2013 | ENTRElinhas | 51 |
À descoberta dos encantos de Paris
Outros pontos de interesse visitados pela
comitiva do Colégio foram o Arc de Triomphe,
l’Arche de la Défense, os Champs Élysées, o Jardin des Tuilleries, que envolve o Musée du Louvre, onde os alunos apontaram, sem cessar, as
suas máquinas fotográficas ao quadro mais
famoso do mundo, a célebre Gioconda. Também houve tempo para uma ida a Versailles,
onde o Palais e os seus célebres jardins deliciaram os alunos, além de uma ida ao Parc de
La Villette.
A cereja no topo do bolo, porém, na perspetiva de alguns, estava reservada para o penúltimo dia, que foi integralmente passado na
Eurodisneyland, onde as diversas montanhas
russas fizeram as delícias dos mais corajosos
e aventureiros, ou onde os mais sensíveis puderam emocionar-se com as paradas em que
as principais personagens do universo Disney
percorriam as ruas do empreendimento.
Uma palavra especial fica para a D. Júlia, a
simpática emigrante portuguesa proprietária
do restaurante onde, diariamente, a comitiva
jantava, e também para os professores Artur
e Angelina Santos, pela importante ajuda na
coordenação de 22 alunos que dignificaram
o nome do Colégio. Professores Fernando
Correia e Manuel Jasmim
1ª Prova de Cicloturismo do Colégio de Lamas
A pedalar por terras de Santa Maria
Foram endereçados convites a todos os alunos e aos seus familiares para que participassem
nesta iniciativa e contribuíssem com um bem de
primeira necessidade, a reverter para as instituições de solidariedade da nossa localidade.
Com condições climatéricas instáveis (a
chuva ameaçava mas não aparecia), foram chegando, em bom número, os participantes. Após
algumas ameaças de chuva, a prova arrancou
pelas 10:30 horas.
O momento de partida foi de alguma azáfama e os primeiros problemas mecânicos apareceram. Apesar disto, com menor ou maior dificuldade, todos conseguiram partir e pedalar por
um percurso entre Stª Mª Lamas e S. João de Ver.
O percurso, apesar de se ter revelado bastante acidentado e com um grau de dificuldade
considerável, foi sendo cumprido por todos, com
a ajuda dos mais experientes e com a intervenção do imprescindível carro vassoura.
A prova desenrolou-se a bom ritmo e, à chegada, todos os rostos espelhavam satisfação.
Apesar da incerteza meteorológica, é de
salientar a presença de cerca de 240 cicloturistas, que contribuíram voluntariamente para
causas sociais e, em simultâneo, criaram uma
moldura humana nunca vista nas estradas da
vila de Santa Maria de Lamas.
Não poderíamos terminar sem agradecer o
apoio do gabinete de desporto da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, da Associação
de Pais e dos nossos motards de serviço, professores Fernando Correia e Manuel Jasmim.
Bem hajam e até para o ano! Professor Nuno Soares
iniciativas
No âmbito das atividades ligadas ao desenvolvimento do valor responsabilidade social, o grupo de Educação Física, com a colaboração da Associação de Pais, decidiu organizar, no dia 16
de março, uma prova de cicloturismo com fins solidários.
Visita de estudo às Caldas da Rainha
À semelhança de anos anteriores, no passado dia 29 de maio, alunos do Secundário de Artes
Visuais, Profissional de Design Gráfico e Profissional de Multimédia visitaram as Caldas da Rainha, na companhia de sete professores do 5º grupo.
O objetivo desta visita de estudo à ESAD
(Escola de Artes e Design), teve como pano
de fundo dar a conhecer o universo do ensino universitário, sensibilizando os alunos para
a aquisição e desenvolvimento de métodos
de trabalho que facilitem a transição do ensino secundário para o universitário, assim
como esclarecer algumas dúvidas na escolha
do curso a que se pretendem candidatar.
A visita foi orientada pela Dr.ª Anabela Monteiro, responsável pelo gabinete de
comunicação e organização de eventos, na
companhia de uma ex-aluna nossa, a Joana
Bernardo, atualmente finalista do curso de
Artes Plásticas. Os nossos alunos ficaram bastante entusiasmados com a oferta das diferentes licenciaturas na área do Design, Artes
Plásticas, Som e Imagem e de Teatro.
Para além das licenciaturas, a escola também tem uma oferta bastante interessante nos
Cursos de Especialização Tecnológica (CET),
que vão mais ao encontro das possibilidades de
prosseguimento de estudos dos nossos alunos,
atualmente a frequentar o ensino profissional.
Assim se criou, em alguns deles, a vontade de
modificarem a sua postura perante as tarefas
escolares, no sentido de poderem realizar um
sonho que vai para além do 12º ano.
A visita ao Museu de José Malhoa teve por
intenção divulgar e sensibilizar os alunos para
a frequência de espaços de arte, completando desta forma os saberes desenvolvidos na
sala de aula, através da análise e observação
de obras de arte.
O Museu José Malhoa mostra o maior núcleo de obras do seu patrono e uma importante coleção de pintura e de escultura dos
séculos XIX e XX, revelando-se, a quem o visita, como o museu do naturalismo português.
Completam as coleções uma Secção de
Cerâmica das Caldas (articulada em torno da
importância de que se revestiu a atuação de
Rafael Bordalo Pinheiro para a faiança local), o
núcleo de Escultura ao Ar Livre e uma Biblioteca
de Arte com um acervo de mais de 5.000 peças.
O dia correu muito bem e foi bastante
enriquecedor, apesar da chuva e do frio que
também se fizeram sentir. Professores do 5º
Grupo - artes visuais
artes e multimédia
ESAD e Museu Malhoa entusiasmam alunos de artes
Paris
No dia da partida, as primeiras emoções
fizeram sentir-se quando o avião descolou,
uma vez que vários alunos experimentavam,
pela primeira vez, as sensações de uma viagem naquele meio de transporte.
Uma vez na capital francesa, um longo
programa, que foi integralmente cumprido,
aguardava os alunos, que tiveram de acordar,
diariamente, às 8:00 horas.
Depois de uma primeira refeição, tomada ainda no hotel, por volta das 9:00 horas,
os visitantes iniciavam, a cada dia, uma longa
jornada, que nunca terminava antes das 22:00
horas, mas que em alguns dias se estendeu
até perto da meia-noite.
Foi o caso dos dois primeiros dias, em que
o programa da noite contemplava, respetivamente, a subida ao topo da Tour Eiffel, de onde
se pôde ter uma perspetiva da imensidão da
cidade e, também, da beleza proporcionada
pela iluminação dos seus principais pontos
de interesse; e um passeio de Bâteau-Mouche,
no rio Sena, num percurso que passou por
algumas das pontes mais emblemáticas de
Paris, e que permitiu observar, a partir do rio,
os Musées du Louvre e d’Orsay, e a Cathédrale
de Notre-Dame, por exemplo.
Como não podia deixar de ser, a visita a
Paris permitiu aos alunos conhecer a zona de
Pigalle. Daí, a pé, subiram a Montmartre, onde
puderam observar, em atividade, os pintores,
bem como a grandiosidade da Basilique du
Sacré-Coeur.
visita de estudo
No passado mês de março, entre os dias 21 e 26, um grupo de 22 alunos, de diversas turmas
do 9º ano, no âmbito da disciplina de Francês, teve a oportunidade de visitar alguns dos locais
mais emblemáticos de Paris.
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LEITURAS
Umberto Eco
Dentro do Segredo
Os Irmãos Sisters
Se eu fechar os olhos agora
de José Luís Peixoto
de Patrick Dewitt
de Edney Silvestre
Editora Quetzal, 304 páginas
Editora Alfaguara Portugal, 380 páginas
Planeta 262 páginas
Dentro do Segredo é a primeira incursão do escritor num género
diferente do romance, o dos livros de viagens, que se aproximam mais
do jornalismo que da literatura.
A Coreia do Norte é a ditadura mais repressiva do mundo, um país totalmente isolado, a sociedade mais fechada do mundo. Mas, em 2012,
José Luís Peixoto participou na viagem mais longa que o governo norte coreano autorizou nos
últimos anos, tendo passado por todos os pontos
simbólicos do país e do regime, mas também por
algumas cidades e lugares que não recebiam visitantes estrangeiros há mais de sessenta anos.
A viagem teve dezenas de pormenores saborosos, alguns dos
quais relatados pelo escritor. Por exemplo, teve de entregar o telemóvel à entrada, e só lhe foi devolvido à saída. A única forma de se
comunicar com o exterior à sua disposição era o telefone fixo do hotel
de Pyongyang, em chamadas que custavam 6 euros ao minuto, começando a contar o tempo a partir do momento em que começava
a chamar. “Se não estivesse ninguém, tinha de pagar os seis euros à
mesma”, disse. Um livro que nos permite conhecer melhor alguns dos
segredos de um país que fascina, precisamente por ser ainda tão desconhecido. Professor João Sousa
Com todos os ingredientes de um western
à boa moda antiga, Os Irmãos Sisters transporta-nos até 1850, apresentando ao leitor elementos históricos característicos dos filmes do velho
oeste: pistoleiros, saloons,
caçadores de ouro, índios,
bandidos e duelos.
Os irmãos são Eli e
Charlie, assassinos profissionais. No entanto, a sua
vida muda completamente quando ambos são contratados para eliminarem alguém que descobriu uma fórmula
para encontrar pepitas de ouro nos rios da
Califórnia. De facto, estamos em plena época
da corrida ao metal precioso.
Patrick DeWitt, através de uma linguagem
simples e direta, conta-nos uma história divertida, mas também nos apresenta uma reflexão sobre a precariedade da vida, sobre a
condição humana. Professor João Sousa
Com um título que deixa em aberto uma certa linha de suspeição, este
romance de Edney Silvestre é capaz de agarrar desde as primeiras linhas até
ao último parágrafo.
A leitura, verdadeiramente cativante, transporta-nos até ao início da segunda metade do século passado, no espaço de uma pequena cidade do interior
do Brasil.
Na senda do romance policial, a ação começa
quando dois rapazes encontram, junto a um lago
onde habitualmente se banhavam, o corpo de uma
mulher brutalmente assassinada.
Os dois amigos, nos seus sonhos de infância,
planeando ser astronautas ou engenheiros ou até cientistas, acabam por, de
forma ingénua, iniciar a investigação do crime que quase presenciaram.
O auxílio que o velho senhor Uribatan lhes presta serve, também, para
consolidar o crescimento destes jovens que caminham a passos rápidos
para o final da sua meninice e mergulham no universo complexo e perturbante de uma adolescência que ainda não compreendem.
Os diálogos, plenos de significação e até humor, conferem a esta obra
uma fina leveza que proporcionará, seguramente, momentos de agradável
e “viciante” leitura. Professor Luís Filipe Ferreira
FILMES
Voando Sobre um Ninho de Cucos
ou uma reflexão em torno da loucura
Muito pode ser dito acerca de Voando
Sobre um Ninho de Cucos e outros filmes de
qualidade ímpar, mas
afirmar que este talvez
seja um dos trabalhos
mais geniais alguma
vez contemplados no
grande ecrã será, provavelmente, um bom
começo.
Vencedor de cinco
óscares da Academia, o filme, realizado por Milos
Forman, numa adaptação do romance de 1962
do americano Ken Kesey, conta a história de R.
P. McMurphy (interpretado por Jack Nicholson),
um inteligente criminoso que alega insanidade
mental de modo a evitar a prisão e que é, consequentemente, transferido para o hospital estatal
juntamente com os verdadeiros “loucos”.
Irreverente, rebelde, conflituoso e sempre
provocador, McMurphy rapidamente consegue
destabilizar os pacientes que lá se encontram,
perturbando o pacato ambiente local e alterando a restrita rotina imposta pela vilã da história, a
enfermeira Ratched (Louise Fletcher).
A fonte das mulheres
ou o papel da mulher numa sociedade
expressão e opinião
“Não se tem uma biblioteca para arrumar os livros, mas para guardar aqueles que é preciso ler”.
Há filmes que retratam de uma forma tão
exímia e magistral a realidade que envolve o ser
humano que deveriam
ser coroados.
O filme La Source
Des Femmes (A Fonte
das Mulheres), de Radu
Mihaileanu, é um desses exemplos, não só por
versar várias temáticas de índole sociocultural,
mas também pela maneira como as desnuda.
O filme retrata a dolorosa rotina das mulheres numa aldeia islâmica, situada entre as montanhas, algures entre o Norte de África e o Médio
Oriente - entre outras tarefas, são elas quem têm
de ir buscar água ao cimo de uma montanha,
por um caminho longo e difícil.
Entretanto, uma jovem mulher (Leila) inconformada com as injustiças resultantes do machismo
que vigora na aldeia, inicia um movimento de
revolta através de uma greve, a greve do amor.
Desta forma, Leila incita as outras mulheres a
recusarem a cumplicidade sexual com os seus
maridos de maneira a lutar não só contra a sub-
“Num filme, o que importa não é a realidade, mas o que dela possa extrair a imaginação.”
Chaplin , Charles
Os constantes conflitos e lutas de poder
entre McMurphy e a enfermeira Ratched, por
razões tão banais e simples como ver um jogo
de basebol na televisão, indiciam um confronto
que irá afetar não só os seus futuros, mas também o de todos os doentes internados num
hospital em que quem não é doido passa a
sê-lo e, inevitavelmente, acaba sem autonomia
e digno de descrédito. Tudo isto culmina num
final simplesmente implacável, mas delicioso
e memorável, que deixa o espetador imerso
nas emoções que foram sendo despertadas ao
longo do filme.
Voando Sobre um Ninho de Cucos é, deveras, uma obra espetacular, pois convida a
uma reflexão profunda sobre temas sensíveis
e controversos como a individualidade, o livre
arbítrio, a saúde mental e o conformismo, para
além de constituir uma crítica ao funcionamento dos hospitais psiquiátricos até meados
da década de 70, em que os pacientes destas
instituições eram frequentemente vítimas de
injustiças pela sociedade, mal entendidos e
submetidos a tratamentos cruéis que visavam
“curá-los”. Trata-se, portanto, dum clássico imperdível que ninguém deveria perder ou esquecer. Júlio Brito, 12 A5D
The Truman Show ou um olhar
sobre os órgãos de comunicação
Peter Weir é um nome relativamente estranho para a maioria dos
aficionados do mundo
cinemático: Contudo,
em The Truman Show
reside a sua obra-prima,
materializada numa personagem algo peculiar:
Truman Burbank. Jim
Carrey interpreta-o fenomenalmente, naquele que é o papel mais importante na sua magnífica carreira. A capacidade de Carrey aliar a sua persona cómico-maníaca
a detalhes que requerem mais seriedade à que
está acostumado é perfeita para o filme.
Truman vive num mundo que é controlado
pelo mundo dos meios de comunicação. As
suas acções são incessantemente manipuladas
por alguém que o quer ver refletir, até ao dia
Amigos improváveis
uma visão diferente sobre a aparente diferença
missão da mulher face às tradições e costumes
muçulmanos, mas também contra a ociosidade
do homem.
Deste modo, com um toque de mestria, o
filme lança um olhar crítico sobre vários aspetos.
Em primeira instância, o extremismo muçulmano e a ascensão do fundamentalismo religioso representado pelas interpretações do Alcorão
de acordo com a conveniência dos homens. Em
segunda instância, o trabalho escravo da mulher
e a privação do acesso da mulher à educação.
Em terceira instância, os casamentos por conveniência, onde as mulheres são obrigadas a casar
com um homem pelo qual não nutrem nenhum
sentimento. Por fim, a violência doméstica sobre
as mulheres.
Assim sendo, o filme instiga o espetador a
refletir sobre aquelas questões. Poderá o relativismo moral (os valores morais ou éticos são relativos a cada cultura) justificar as inúmeras atrocidades que muitas mulheres sofrem ainda hoje
em dia? Ou haverá um limite entre tolerância de
culturas e a ética e a moral?
Em suma, A fonte da Mulheres pauta-se, sem
dúvida, pela bravura, inteligência e excecionalidade do caráter feminino para se insurgir contra
a sua subordinação no mundo. João Soares 12º
A5D
Amigos Improváveis relata a história de
Philippe, um rico aristocrata francês de meia
idade que, após um acidente de parapente, ficou tetraplégico, necessitando assim de auxílio
vinte e quatro horas por
dia. Por isso, decide
contratar alguém que o
apoie nas suas rotinas diárias.
É então que conhece Driss, um jovem
senegalês de um bairro problemático, recém
saído da prisão. Contra todas as expectativas, Driss é escolhido apesar de, segundo as
aparências, ser alguém completamente inadequado ao cargo. Mas quase de imediato se
estabelece uma forte ligação entre ambos.
A partir deste momento, todo o filme
avança na relação e no cruzamento de dois
mundos completamente opostos - enquanto Driss se envolve num mundo de riqueza,
cultura, boas maneiras e educação, Philipe
deixa-se levar pela irreverência, impulsividade
e loucura do jovem Driss, fazendo com que se
esqueça da incapacidade que o limita.
Assim, com o passar dos dias, aqueles dois
homens, com vidas tão distintas, vão encontrar coisas em comum que ninguém julgaria
em que começa a ver certos acontecimentos
que não se equiparam às suas noções pré-concebidas de como a vida deveria realmente ser.
O filme levanta algumas questões interessantes: até que ponto as nossas experiências,
como seres humanos, são reais? Por outro
lado, também abrange algumas temáticas religiosas, como a suposta existência de um ser
omnipotente. No entanto, o principal propulsor desta obra-prima está assente nas implicações que os media trazem ao nosso mundo. A
vida de Truman inspira audiências por todo o
mundo, isto é, as suas vidas são praticamente
controladas pela dele. Assim, o poder e a hegemonia dos reality shows estão perfeitamente representados, sendo que o paralelismo entre a vida real e os elementos falsos se baseia
numa linha que pode facilmente ser apagada.
The Truman Show é uma hilariante sátira, mas
as ideias subjacentes fizeram deste filme mais do
que outra comédia. É imperativo que o casual
espetador o veja, caso contrário seria uma perda
sem precedentes. Pedro Ferreira, 12º A5D
possíveis, nascendo entre eles uma amizade
que, apesar de improvável, se tornará mais
profunda a cada dia.
Este filme mostra assim dois estereótipos
da nossa sociedade, dois seres pertencentes a
classes muito diferentes que desenvolveram
uma relação capaz de ultrapassar qualquer
barreira, em que cada uma das partes deu a
conhecer o melhor dos seus mundos à outra.
Vemos assim que, por vezes, o que se considera desajustado, o que aparentemente não
apresenta benefícios para uma melhor qualidade de vida (e que, ao contrário disso, cria
problemas e dificuldades aos olhos dos outros),
poderá ir muito além das expectativas com
um voto de confiança. Foi o caso de Driss que,
incentivado pela bondade e generosidade de
Philippe, viu a sua vida mudar, até pela partilha
de experiências únicas e revitalizantes.
Podemos concluir, na verdade, que classes
sociais, condições financeiras, origens e culturas são meros pormenores numa amizade, tal
como na amizade de Philippe e Driss.
Este filme, baseado em factos reais, mostra que nem sempre nos conhecemos tão
bem como julgamos. E realça que os ideais
por nós definidos podem não ser os mais
ajustados, pelo que precisamos de alguém
que nos mostre como realmente somos e que
nos leve a fazer coisas que não esperaríamos
fazer, dando assim um novo sentido à nossa
vida. José Miguel, 12º A5D
15
ABRIL | MAIO | JUNHO 2013 | ENTRElinhas | 51 |
Concurso Nacional de Leitura
Historial do Colégio
Uma brilhante participação
Com a Telescola começou
O projeto que tanto estimamos,
O Colégio Liceal não parou
De melhorar, ao longo dos anos
Na primeira fase do concurso, realizada
nas várias escolas, foram apuradas, no Colégio, três alunas do ensino secundário e três
do ensino básico.
Do ensino secundário, apenas a Catarina
Pimenta compareceu em Espinho, visto que
os outras apuradas participaram noutros
eventos que tiveram lugar no mesmo dia.
Das três alunas do ensino básico – a Isabel
Ferreira, a Inês Miranda e a Bárbara Barbosa
- as duas primeiras fizeram parte dos cinco
finalistas dum grupo de centena e meia de
participantes, oriundos das várias escolas do
distrito de Aveiro.
O concelho de Santa Maria da Feira destacou-se claramente ao colocar três alunas
na final, entre as quais as nossas duas alunas
do ensino básico e uma aluna do ensino secundário da Escola Secundária da Feira.
A Inês e a Isabel estão de parabéns, tal
como os outros participantes que, apesar
de não terem vencido na final, demonstraram o seu empenho e capacidade competitiva. Biblioteca do Colégio
prémio
Como vem sendo hábito, a biblioteca do Colégio divulgou o projeto e motivou os alunos para
participarem no Concurso Nacional de Leitura, cuja fase distrital decorreu no passado dia 24
de abril, na biblioteca municipal de Espinho.
O seu diretor - Dr. Vieira
Tinha em mente a afirmação
Da educação para todos
Num concelho com pouca instrução
Nos anos sessenta, foi criado
O Externato Liceal
As aulas na Casa do Povo ali ao lado
Não corriam nada mal
Pessoa revisitado
Ou as várias faces de Fernando Pessoa
acompanhou, já no Teatro do Campo Alegre,
os alunos que se mostraram interessados em
revisitar a obra de Fernando Pessoa, através
do diálogo entre ortónimo e heterónimos.
No final da peça, foi evidente a satis-
fação com que os discentes se referiram à
representação dramática, que consideraram
ter sido um importante contributo para a
compreensão do mundo pessoano. A Equipa da Biblioteca
Desporto Escolar
Um balanço (muito) positivo
Algumas classificações finais
mega sprinter
Guilherme Prata
corta-mato
3 terceiros lugar para equipa de femininos na fase local
tag-rugby
participou na fase nacional
basquetebol
finalista vencido no apuramento para o regional
voleibol
2º lugar na fase CLDE
badminton
1º lugar por equipas e individual na fase CLDE
danças modernas
7º lugar no regional
danças urbanas
5º lugar no regional
ténis
2º lugar na fase CLDE
apurado para fase regional
E o Colégio aumentou
Em alunos, professores, edifícios e equipamentos
Seus ideais afirmou
“Semper Ascendens” em todos os momentos
É ainda nos anos noventa
Com a Dra. Joana a liderar
Que novos desafios enfrenta
Numa escola sempre a caminhar
Clube do Desporto Escolar lança o desafio
para que, no futuro, colegas de outros grupos
disciplinares se juntem a nós, iluminados pelo
espírito de cooperação interdisciplinar.
À senhora diretora pedagógica, Dra. Joana Vieira, presidente do Clube do Desporto
Escolar do Colégio de Lamas, dedicamos todos os nossos êxitos e agradecemos a forma
como brilhantemente foi gerindo os recursos
disponíveis, para dar continuidade ao projeto.
Contamos com todos na cerimónia de
encerramento que se realizará no dia 21 de
junho, pelas 21 horas, no pavilhão gimnodesportivo do Colégio. O sarau final será
abrilhantado pelos grupos de atividades rítmicas e expressivas do Colégio - dança moderna e urbana - e ainda pelas habitualmente convidadas escolas do Cerco do Porto e
Secundária Almeida Garrett, de Vila Nova
de Gaia, que se fazem representar com os
respetivos núcleos de ginástica acrobática.
Professor Jacinto Santos, coordenador do
clube do desporto escolar
Internet, Laboratórios, Centro de cópias, Papelaria
São criados com razão
Os professores e alunos
Agradecem a intenção
Um complexo desportivo com piscina
Completam esta instituição
Auditórios e Cantina
Para manter a mente e corpo são
Cursos gerais e profissionais
Saberes tradicionais e inovação
Pois o saber nunca é demais
É lema desta instituição
Hoje em dia o Colégio
Novos desafios enfrenta
Continuar a captar alunos
Mantendo a qualidade e a excelência
clube de desporto escolar
soubemos reconhecer o valor da vitória dos
nossos adversários , aplaudindo-os.
No dia 14 de junho fechamos as atividades do clube do Desporto Escolar e fechamos também um ciclo quadrianual de sucessos, mas sempre na expectativa de que
um novo se iniciará com novas ideias, novos
compromissos e, certamente, novos êxitos.
Para todos os que se atravessaram no
nosso percurso - alunos, pais, encarregados de educação, empregados, professores,
(sem esquecer os nossos adversários), deixamos um sentido agradecimento.
A simpática disponibilidade de alguns colegas contribuiu para a dinâmica logística de
alguns dos eventos. No caso da modalidade
de badminton, conseguimos realizar um torneio paralelo ao oficial, envolvendo alunos
que, de outra forma, não competiriam este
ano letivo. Nas danças, a colaboração de um
deles foi fundamental na rapidez e eficiência
de apresentação das classificações finais. O
Nos anos oitenta alterou-se
A dita designação
De Externato para Colégio
Liceal, de tradição
No ano dois mil, a qualidade
Está na base da criação
De um projeto arrojado
De alma, e de coração
No final do ano letivo fechamos um ciclo vitorioso de quatro anos. Milhares de alunos passaram pela experiência do confronto desportivo saudável com outras instituições escolares.
Na memória dos atletas ficarão registados, para sempre, momentos únicos e peripécias inesquecíveis.
O nosso clube, uma vez mais, não teve rival à altura durante estes anos, em quase todas as modalidades, nas fases da coordenação local do desporto escolar de Entre Douro
e Vouga. Conseguimos metas de sucesso
que se estenderam até às fases regionais e
nacionais - percorremos o norte, o centro e
o sul do país na procura de troféus, mas também de convívio, conhecimento e cultura.
Fomos um clube de extrema simpatia na
vitória e na derrota, respeitamos sempre os
nossos adversários, fomos e seremos também uma referência positiva porque honramos sempre os nossos compromissos.
Estivemos, este ano, com o mesmo rigor
de tantos outros. Conhecemos novos colegas, fizemos amigos, discutimos culturas e,
mais importante que tudo, vencemos e somos reconhecidos como uma escola de referência no desporto escolar. Mas também
Quando à noite havia aulas
Outros alunos vinham à escola
Eram cerca de novecentos
Os estudantes de sacola
No dia 5 de Maio
Cumpre-se uma vez mais a tradição
Parabéns Dr. Vieira
Pelo aniversário e serviço à Educação
José Eduardo Pascoal
Aguarela de Fábio Araújo, 11º B
Ao longo do mês de abril, o Seiva Trupe levou a cena a peça intitulada Pessoas.
Não tendo o Seiva Trupe mostrado disponibilidade para se deslocar ao Colégio,
a equipa da biblioteca divulgou o evento e
visita de estudo
No edifício do museu
As salas de aula cresciam
Lado a lado com a cortiça
Os estudantes aprendiam
11 de maio, Dia do Colégio
Atividades diversificadas assinalam a data e
mostram a dinâmica de uma escola viva e ativa