Caracterização do Município - Taquaritinga
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Caracterização do Município - Taquaritinga
PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE TAQUARITINGA – SP Fevereiro/2015 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 ÍNDICE I. IDENTIFICAÇÃO......................................................................................................................................... 1 1. Interessada...................................................................................................................................... 1 2. Responsabilidade Técnica........................................................................................................... 1 II. CONTEXTO................................................................................................................................................. 2 1. Histórico do Município................................................................................................................. 2 2. Localização...................................................................................................................................... 3 2.1. Localização Regional....................................................................................................... 3 3. Roteiro de Acesso.......................................................................................................................... 6 III. OBJETIVOS.................................................................................................................................................. 7 1. Objetivo Específico........................................................................................................................ 7 IV. MATERIAIS MÉTODOS............................................................................................................................. 7 V. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO ABIÓTICO........................................................................................... 8 1. Geologia........................................................................................................................................... 8 2. A Era Mesozóica............................................................................................................................ 10 2.1. A Formação Pirambóia................................................................................................... 10 2.2. A Formação Botucatu..................................................................................................... 10 2.3. A Formação Serra Geral................................................................................................. 11 2.4. A Formação Bauru........................................................................................................... 11 2.5. A Formação Adamantina............................................................................................... 12 3. A Era Cenozóica............................................................................................................................. 12 3.1. As Cascalheiras................................................................................................................. 13 3.2. Os Depósitos de Cobertura........................................................................................... 13 3.3. Os Depósitos Aluvionares.............................................................................................. 14 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 4. Geologia de Taquaritinga............................................................................................................ 14 5. Geomorfologia............................................................................................................................... 17 5.1. Unidades Morfoestruturais da Bacia Sedimentar no Paraná................................ 19 5.1.1. Planalto Ocidental Paulista............................................................................. 20 5.1.2. Depressão Periférica Paulista......................................................................... 22 5.2. Unidades Morfoestruturais das Bacias Sedimentares Cenozoicas...................... 22 5.2.1. Planícies Fluviais................................................................................................. 22 5.3. A rede de drenagem....................................................................................................... 24 5.4. As formas de relevo e a densidade de drenagem.................................................. 24 5.4.1. Colinas Amplas.................................................................................................. 24 5.4.2. Colinas Médias................................................................................................... 24 5.4.3. Colinas Arredondadas......................................................................................25 5.4.4. Morrotes Alongados e Espigões................................................................... 25 5.4.5. Encostas Sulcadas por Vales Subparalelos................................................. 25 5.4.6. Planícies Aluviais................................................................................................ 25 5.5. Descrição Geomorfológica do Município de Taquaritinga....................................25 6. Pedologia......................................................................................................................................... 28 6.1. Descrição dos Solos......................................................................................................... 30 6.1.1. Cambissolos........................................................................................................ 30 6.1.2. Gleissolos............................................................................................................. 31 6.1.3. Latossolos............................................................................................................ 32 6.1.4. Nitossolos............................................................................................................ 33 6.1.5. Argissolos............................................................................................................ 34 6.1.6. Neossolos............................................................................................................ 35 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 6.1.7. Planossolos......................................................................................................... 36 6.1.8. Organossolos..................................................................................................... 37 7. O Solo do Município de Taquaritinga...................................................................................... 38 7.1 Caracterização pedológica do Município de Taquaritinga...................................41 8. Clima................................................................................................................................................. 43 8.1. Regime Pluviométrico..................................................................................................... 43 8.2. Regime Térmico............................................................................................................... 46 8.3. Balanço Hídrico................................................................................................................. 48 8.4. O Clima no Contexto da Bacia do Tietê / Batalha................................................... 53 8.5. O Clima e o Comportamento Hídrico........................................................................ 56 8.6. O Mecanismo das Massas de Ar.................................................................................. 58 8.7. O Clima e as Atividades Humanas............................................................................... 58 9. Hidrologia........................................................................................................................................ 60 10. Rede de Drenagem.................................................................................................................... 63 10.1. Principais Drenagens e Nascentes do Município................................................... 66 10.2. Georreferenciamento dos Cursos d’água e Nascentes........................................ 66 1.1. Aguas Subterrâneas................................................................................................................... 70 VI. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO BIÓTICO.............................................................................................. 74 1. Caracterização Vegetacional Regional..................................................................................... 74 2. Considerações Regionais Sobre a Flora................................................................................... 78 2.1. Diagnóstico Florístico...................................................................................................... 84 2.2. Áreas de Preservação Permanente e Remanescentes Florestais Nativos do Município de Taquaritinga – SP........................................................................................... 84 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 3. Caracterização da Fauna Regional............................................................................................ 89 3.1. Avifauna............................................................................................................................. 89 3.2. Mastofauna....................................................................................................................... 95 3.3. Herpetofauna................................................................................................................... 98 2.3.1. Afíbios.................................................................................................................. 98 2.3.2. Répteis................................................................................................................. 101 4. Diagnóstico da fauna..................................................................................................................... 103 VII. MANEJO DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DO MUNICÍPIO............................................................ 104 1. RECOMENDAÇÕES....................................................................................................................... 116 1.1. Análise crítica.....................................................................................................................116 1.2. Recomendações de manejo.......................................................................................... 117 VIII. CONCLUSÃO........................................................................................................................................... 118 IX. EQUIPE TÉCNICA.......................................................................................................................................119 X. COLABORADORES.................................................................................................................................... 119 XI. REFERÊNCIAS............................................................................................................................................. 120 ANEXOS – MAPAS PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE TAQUARITINGA – SP I. IDENTIFICAÇÃO 1. Interessada Prefeitura Municipal de Taquaritinga CNPJ: 72.130.818/0001-30 Endereço: Praça Dr. Horácio Ramalho, 160. CEP 15.900-000 – Taquaritinga-SP Fone/Fax: (16) 32539100 Prefeito: Dr. Fúlvio Zuppani Secretário do Meio Ambiente: Fabiano Alexandre Dantes Bellam 2. Responsabilidade Técnica ECOPLANS – Ecologia Planejada Sustentável CNPJ: 06.063.664/0001-86 Registro IBAMA nº 2531413 Endereço: Avenida Dr. Flávio Rocha, nº 4.753. Parque dos Pinhais – Franca – SP - CEP 14405-600 Responsável legal: Eng.º Agrº. Dr. Célio Bertelli CREA – 060.106.512-1 Registro IBAMA nº 2379684 E-mail: [email protected] Tel.: (016) 37049933 1 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 II. CONTEXTO 1. Histórico do Município A fundação da cidade deu-se em 1868, segundo registro no Livro de Tombo da Paróquia de Araraquara, a respeito da doação do patrimônio da então Fazenda Boa Vista do Ribeirão dos Porcos, em favor de São Sebastião dos Coqueiros, primeira denominação da localidade. Foram doadores do patrimônio Bernardino José de Sampaio, irmãos Sebastião e José Domingos da Silva e outros. O povoado que aí se formou, ficou conhecido por Ribeirãozinho, originário do córrego que banha a cidade. O fato de ser ele afluente regular do Ribeirão dos Porcos deu origem entre os primitivos habitantes do lugar, à denominação de Ribeirãozinho, como ligação entre a designação do córrego com o ribeirão. Daí a corruptela Ribeirãozinho. O Distrito de Ribeirãozinho nos seus primórdios compreendia vastíssima região tendo como linhas de limites, entre outras, os Ribeirões dos Porcos, Cubatão, Três Barras (ou Água Limpa) e o Rio da Onça. Em 1892, Ribeirãozinho foi elevado à vila, com o nome de São Sebastião do Ribeirãozinho. Na ocasião da criação da comarca, em 1907, foi alterada sua denominação para Taquaritinga, de origem tupi-guarani, que significa taquara branca e fina. Gentílico: Taquaritinguense Formação Administrativa Distrito criado com a denominação de Ribeirãozinho, por lei provincial nº 9, de 16031880, subordinado ao município de Jaboticabal. Elevado à categoria de município com a denominação de Ribeirãozinho, por lei estadual nº 60, de 16-08-1892, desmembrado de Jaboticabal. Sede na antiga vila de Ribeirãozinho. Constituído do distrito sede. Instalado em 2212-1892. Elevado à condição de cidade, por lei estadual nº 1038, de 19-12-1906. Tomou a denominação de Taquaritinga, por lei estadual nº 1102-A, de 25-11-1907. Pela lei estadual nº 1240, de 23-12-1910, é criado o distrito de Santa Adélia e anexado ao município de Taquaritinga. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município de Taquaritinga é constituído de 2 distritos: Taquaritinga e Santa Adélia. Pela lei estadual nº 1315, 03-08-1912, é criado o distrito de Jurema e anexado ao município de Taquaritinga. Pela lei estadual nº 1441, de 19-12-1914, é criado o distrito de Santa Ernestina e anexado ao município de Taquaritinga. Lei Estadual nº 1499, de 22-03-1916, desmembra do município de Taquaritinga o distrito de Santa Adélia. Elevado à categoria de município. Pela lei estadual nº 1602, de 10-12-1918, é criado o distrito de Cândido 2 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Rodrigues e anexado ao município de Taquaritinga. Pela lei estadual nº 1606, de 31-10-1918, é criado o distrito de Guariroba e anexado ao município de Taquaritinga. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município de Taquaritinga é constituído de 5 distritos: Taquaritinga, Cândido Rodrigues, Guariroba, Jurema e Santa Ernestina. Pelo decreto-lei estadual nº 14334, de 30-11-1944, o distrito de Jurema passou a denominar-se Jurupema. No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o município é constituído de 5 distritos: Taquaritinga, Cândido Rodrigues, Guariroba, Jurupema ex-Jurema e Santa Ernestina. Em divisão territorial datada de 1VII-1955, o município é constituído de 5 distritos: Taquaritinga, Cândido Rodrigues, Guariroba, Jurupema e Santa Ernestina. Pela lei estadual nº 5285, de 18-02-1959, desmembra do município de Taquaritinga o distrito de Cândido Rodrigues. Elevado à categoria de município. Em divisão territorial datada de 01-VII-1960 o município de Taquaritinga é constituído de 4 Distritos: Taquaritinga, Guariroba, Jurupema e Santa Ernestina. Pela lei estadual nº 8092, de 28-02-1964, desmembra do município de Taquaritinga o distrito de Santa Ernestina. Elevado à categoria de município. Em divisão territorial datada de 31-XII-1968, o município é constituído de 3 distritos, Taquaritinga, Guariroba e Jurupema. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 14-V2001. Alteração Toponímica Municipal Ribeirãozinho para Taquaritinga alterado, pela lei estadual nº 1102-A, de 25-11-1907. 2. Localização 2.1. Localização Regional O Município de Taquaritinga localiza-se a uma latitude 21º24'21”sul e a uma longitude 48º30'18" oeste, estando a uma altitude de 565 metros. O ponto mais alto é o Monte do Broa, na Serra do Jabuticabal, com 718 metros. Possui uma área de 595,84 km². O clima é tropical de altitude com inverno moderado e seco e, verão quente e chuvoso. Temperatura média anual de 24 graus centígrados e precipitação pluviométrica de 1 600 mm O terreno é ondulado e a formação do solo predominante é o Arenito Bauru datado da era cenozoica. 3 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Figura 1. Localização do município Fonte: IBGE, 2014. Figura 2. Localização do município de Taquaritinga no Estado de São Paulo, indicado pela seta vermelha. 4 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Figura 3. Localização do município de Taquaritinga na UGRHI-16 destacado com a seta vermelha. 5 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 3. Roteiro de Acesso O Município de Taquaritinga encontra-se na mesorregião de Ribeirão Preto e na região central do Estado de São Paulo. A partir da cidade de Ribeirão Preto seguindo a rodovia SP 333, sentido oeste, por aproximadamente 81 km, até o trevo de acesso, defletindo a direito e acessando a cidade de Taquaritinga – SP. Imagem 1. Roteiro de acesso ao município de Taquaritinga. Imagem 2. Vista aérea da área urbana no Município de Taquaritinga Fonte: Google Earth 6 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 III. OBJETIVOS 1. Objetivo Específico O Projeto objetiva a caracterização do município de Taquaritinga – SP, desenvolvendo pesquisas do meio abiótico e biótico, através de um levantamento secundário e detalhado. IV. MATERIAIS MÉTODOS Os materiais utilizados para o desenvolvimento do estudo foram: GPS, câmera digital fotográfica, computadores, softwares do tipo AutoCAD e ArcGis, imagens de satélite Landsat 5 cenas 2011, banda 1, 2, 3 e 5, associado ao Google Earth 2008, cartas do IBGE 1:50.000 de 1972, fotografias aéreas IBC 1972, escalímetro, curvímetro e plotes. O método utilizado foi de comparação de imagem de satélite Landsat 5 atualizada contrasteando com as cartografias oficiais do IBGE e imagens do Google Earth em escala de 1:3.000; levantamento com GPS para determinar o georeferenciamento das nascentes como também pontos de divisas do município e aferimento com cartas oficiais com referência no DATUM SIRGAS 2000 georeferenciamento da cobertura vegetal nativa remanescente, bem como a ausência de cobertura nativa nas áreas de preservação permanente de acordo com o Código Florestal no seu artigo 2°, que define as APPs dos corpos d’água e declividade superior a 45% de topos de morro e demais inclinações. A referência sobre cobertura vegetal e suas fisionomias estão de acordo com nomenclatura do Manual Técnico da Vegetação Brasileira IBGE e levantamento do Instituto Florestal de São Paulo. Para melhor interpretação e conhecimento do município, foi incluído neste trabalho um estudo secundário sobre o meio biótico e abiótico. Para mensuração das APPs e remanescentes foram aplicados software AutoCAD e ArcGIS, fotointerpretação de imagens e posteriormente elaboração de cartas temáticas sobre a flora e recursos hídricos. Concluído os levantamentos, foram verificadas bibliografias consultadas em livros e via internet, que estão relacionados no final do trabalho, obtendo resultados com discussões técnicas e recomendações para plano de manejo de bacia hidrográfica no território do município de Taquaritinga. 7 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 V. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO ABIÓTICO 1. Geologia Neste item estão incluídas a história geológica e a descrição das camadas rochosas ou unidades litoestratigráficas do município. Se na História da Humanidade a contagem temporal é feita em séculos, anos etc., na História da Terra marca-se o tempo em eras, períodos, etc. Neste texto segue-se a contagem temporal clássica, partindo-se das camadas rochosas mais antigas para as mais atuais, acompanhando o sentido evolutivo destas Eras e períodos geológicos têm durações variadas, sendo como os livros que, conforme os números de páginas são mais ou menos volumosos. Assim, quando o nosso planeta iniciou o processo de resfriamento, entre 4500 a 570 milhões de anos atrás, na Era Pré-cambriana, formaram-se as primeiras camadas rochosas. A partir delas, por meio de processos de erosão, sedimentação, erupções vulcânicas, movimentos da crosta terrestre, etc., sucederam-se as eras: Paleozoica (570 a 230 milhões de anos), a Mesozoica (230 a 65 milhões de anos) e a Cenozoica (65 milhões de anos até a atualidade) com suas respectivas unidades litoestratigráficas e períodos geológicos. Submetidas aos inúmeros processos de erosão, as camadas rochosas foram sendo entalhadas, sucessivamente, das mais recentes para as mais antigas, fazendo com que aflorassem e pudessem ser estudadas. As camadas rochosas que afloram no município formaram-se, predominantemente, na Era Mesozoica e pertencem à unidade geotectônica chamada Bacia Intracratônica do Paraná, que se desenvolveu sobre as rochas cristalinas da Era Pré-cambriana do Escudo Atlântico. Na figura a seguir é mostrada a evolução da primeira fase desta bacia que é explicada pelo movimento de subsidência ou de afundamento da zona central ou eixo, permitindo a acumulação de grande espessura de sedimentos, lavas basálticas, soleiras e diques de diabásio (SINÉCLISE), enquanto as partes periféricas elevadas foram às fornecedoras dos referidos sedimentos (ANTÉCLISES). 8 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Figura 4. Evolução da bacia Intracratônica do Paraná A origem destas camadas de rochas sedimentares dependeu dos processos de erosão, transporte e sedimentação, que envolveram agentes como: as águas da chuva (origem pluvial); os cursos de águas superficiais (origem fluvial); as águas dos lagos (origem lacustre); ventos (origem eólica) e os gelos (origem glacial). Todos estes agentes, condicionados ao clima, determinaram e determinam, ainda hoje, os tipos de depósitos formados. Também o movimento de subsidência é o responsável pela inclinação das camadas e pela composição das unidades litoestratigráficas, considerando-se, especialmente, as antéclises. Em consequência das variações climáticas, das oscilações no afundamento da área central da bacia e dos tipos de rochas das zonas de fornecimento, a intensidade dos processos de erosão, transporte e acumulação aumentava ou diminuía. Assim, da Era Paleozoica até o fim da Era Mesozoica, houve mais acumulação de material, constituindo-se a primeira fase de formação da bacia. As unidades geológicas predominantes que ocupam a região de Taquaritinga do estado de São Paulo são as rochas mesozoicas pertencentes ao Grupo São Bento da Bacia do Paraná. Este Grupo é composto da base para o topo, pelas Formações Piramboia, Botucatu e as rochas ígneas basálticas da Formação Serra Geral. 9 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 2. A Era Mesozoica 2.1. A Formação Piramboia Uma das camadas sedimentar mais antiga que aflora no Estado de São Paulo chama-se Formação Piramboia, originada entre os períodos Jurássico-Triássico, a partir de 230 milhões de anos. As características litológico-estruturais desta camada revelam que o depósito de seus sedimentos foi realizado em clima continental úmido, especialmente por cursos d'água com meandros (curvas) e planícies de inundação, contendo pequenas lagoas esparsas. No fim do período de formação desta camada, os clásticos grosseiros (conglomerados) que nela aparecem indicam que o clima foi se tornando árido e que as correntes de água temporárias transportavam este material. Sua presença revela ter ocorrido um soerguimento mais intenso, somado à diminuição da cobertura vegetal das areias aluviais que passaram a ser retrabalhadas pelo vento (origem eólica). De modo geral, a formação Piramboia apresenta as seguintes características: arenitos de finos a médios, avermelhados, síltico-argilosos, de estratificação cruzada ou plano-paralela; níveis de folhelho e de arenitos argilosos de cores variadas e raras intercalações de natureza areno-conglomerática. 2.2. A Formação Botucatu Continuando a história geológica do Município de Taquaritinga, jamais se poderia imaginar que este território já foi um deserto do tipo do atual Saara africano. Os estudos comprovam que do Período Jurássico Superior ao Cretáceo Inferior, os arenitos foram depositados em dunas desérticas pelos ventos, originando a Formação Eólica Botucatu. Esta unidade litoestratigráficas constitui-se quase inteiramente de arenitos de granulação fina a média, uniforme, com boa seleção de grãos foscos com alta esfericidade. São avermelhados e exibem estratificação cruzada, tangencial de médio a grande porte, característica das dunas caminhantes, condicionadas aos ventos que sopravam, principalmente, de Norte a Nordeste. 10 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 2.3. A Formação Serra Geral Ao mesmo tempo em que o deserto se desenvolvia na plataforma SulAmericana, da qual fazia parte o Escudo Atlântico ou Embasamento Cristalino Brasileiro, que é a base da Bacia Sedimentar do Paraná, iniciaram-se os processos téctono-magmáticos de reativação da referida plataforma. Em outras palavras, este vulcanismo, que corresponde ao maior derrame de lavas básicas do mundo, em extensão, foi provocado pela ruptura da Placa Gondwânica, associada à separação da América do Sul e África. O magma oriundo das profundezas da Terra, por meio de fendas, espalhou-se sobre as superfícies dunares, originando as rochas basálticas. Muitas vezes, a ação das lavas sobre o arenito desértico Botucatu, em formação ou já formado, provocou a sua silicificação, conferindo-lhe resistência maior do que a do próprio basalto, aos processos erosivos, criando, no relevo, escarpas abruptas. Quando o magma não atingia a superfície, consolidava-se entre as camadas das rochas sedimentares pré-existentes e nas próprias fendas, formando as rochas intrusivas básicas, que aparecem sob as formas de soleiras (sill) ou de diques. Tanto as rochas extrusivas como as intrusivas originaram a Formação Serra Geral, entre 147 e 119 milhões de anos passados, ou seja, do Jurássico Superior ao Cretáceo Inferior. 2.4. A Formação Bauru No fim da Era Mesozoica, ou seja, no Período Cretáceo Superior, tendo cessado os fenômenos desérticos e vulcânicos, iniciou-se a sedimentação da Formação Bauru, de cuja subdivisão estratigráfica resultou para o município em estudo, os sedimentos correlatos à Formação Itaqueri. Esta sedimentação foi realizada em clima semiárido; como a área em questão estava próxima da zona de fornecimento de material, onde se realizava um movimento epirogenético positivo, houve aí grande retomada de erosão pelos cursos d'água. 11 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 2.5. A Formação Adamantina Os sedimentos da formação Adamantina compreendem arenitos finos a muito finos que podem conter cimentação e nódulos carbonáticos, além de lentes de siltitos arenosos e argilitos, na forma de bancos maciços. Exibem grande variedade de estruturas sedimentares, caraterizadas pela presença de estratificações plano-paralela e cruzada de pequeno porte. A existência de variações regionais significativas fizeram com que muitos estudiosos dividissem a formação Adamantina em subunidades de mapeamento, baseadas em diferenças petrográficas e estruturais. A formação é a de mais ampla distribuição entre as unidades geológicas encontradas na Bacia do Baixo Tietê, sendo encontrada nos níveis mais elevados do relevo, uma vez que foi totalmente removida pela erosão nos baixos vales dos principais rios. Suas rochas são em geral pouco alteradas, destacando-se pela coloração bege ou creme, às vezes amarronzada clara, sendo por isto de fácil distinção das demais unidades do Grupo Bauru. As maiores espessuras são encontradas nos espigões aonde chegam a alcançar dezenas de metros, adelgaçando-se nas porções mais erodidas e em direção as regiões leste e nordeste da bacia. A Formação Adamantina é a que aflora em toda área do Município em pauta, sendo que as cotas altimétricas mais baixas estão a 565 metros e as mais elevadas a 718 metros no Monte do Broa na Serra do Jaboticabal. 3. A Era Cenozoica A segunda fase da história geológica da bacia intracratônica do Paraná, inicia-se após o período Cretáceo, ou seja, no princípio da era Cenozoica, com a epirogênese ascensional da borda da referida bacia, e dos terrenos pré-cambrianos orientais mineiros. Tal acontecimento acelerou os processos erosivos nestes locais em elevação, entalhando e embutindo os vales dos cursos d'água, esboçando o atual relevo. 12 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Figura 5. Epirogênese ascensional da borda da bacia. 3.1. As Cascalheiras Associado ao levantamento regional, o clima semiárido proporcionava chuvas torrenciais, com grandes escoamentos difusos e concentrados, capazes de transportar material dos mais variados tamanhos, que se depositavam ao longo das encostas, formando a "Stone line" (linha de pedra), cascalheiras ou paleopavimentos, alguns deles diamantíferos. 3.2. Os Depósitos de Cobertura Em períodos posteriores, geralmente as cascalheiras foram capeadas pelos chamados Depósitos de Cobertura ou materiais transportados, por efeito da gravidade, de um lugar para outro e que acompanham o relevo atual, ficando neles contidos os horizontes superficiais dos solos. Geralmente, estes depósitos coluvionares refletem, em sua granulometria e composição mineralógica, uma certa correspondência com os produtos de alteração das rochas predominantes. Assim, os depósitos que capeiam os basaltos e os diabásios são mais argilosos em relação aos das litologias sedimentares arenosas. 13 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Nas encostas baixas das serras e nos sopés aparecem matacões ou pedras grandes, tanto de basalto como de arenito silicificado, imersos em matriz arenosa, com até 10 metros de espessura. O estudo das cascalheiras e dos depósitos de cobertura é de suma importância, não só porque através de pesquisas locais pode-se chegar a um conhecimento mais efetivo da gênese, concentração e dispersão de pedras preciosas, mas também porque apresentam estreita relação com as tentativas para a melhor compreensão das modificações paleogeográficas e paleoclimáticas ocorridas no Período Quaternário. 3.3. Os Depósitos Aluvionares O movimento epirogenético ascensional da região continua até os nossos dias e a sedimentação é realizada ao longo dos rios, nas margens rasas e nas vertentes, onde há a diminuição da velocidade do escoamento superficial. No município em estudo, destacam-se os aluviões recentes, acumulados nas planícies fluviais do Ribeirão dos Porcos, constituídos de argilas com ou sem matéria orgânica, siltes, areias e cascalhos. 4. Geologia de Taquaritinga A Formação Adamantina aflora de modo generalizado em praticamente toda a área de ocorrência do Grupo Bauru, onde se encontra o Município de Taquaritinga. Esta Formação é constituída por um conjunto de fácies cuja principal característica é a presença de bancos de arenitos de granulação de fina a muito fina, cor de róseo a castanho, portando estratificação cruzada, com espessuras variando entre 2 a 20 metros, alternados com bancos de lamitos, siltitos e arenitos lamíticos, de cor castanho-avermelhado a cinza castanha, maciça ou com acamamento plano-paralelo grosseiro, frequentemente com marcas de onda a micro-estratificação cruzada (Soares et allii, 1980 ). São comuns a ocorrência de eixos de argilito da própria unidade, cimento e nódulos carbonáticos. O contato inferior da Formação Adamantina normalmente se dá com a Formação Santo Anastácio, ou diretamente com o embasamento basáltico. Ocorre por vasta extensão do oeste do Estado de São Paulo, constituindo os terrenos da maior parte do Planalto Ocidental, só deixando de aparecer nas porções mais rebaixadas dos vales dos principais rios, onde já foi removida pela erosão. A espessura desta formação chega a atingir 190m. 14 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Figura 6. Mapa geológico, seta vermelha destacando Taquaritinga. Fonte: relatório de situação dos recursos hídricos da bacia hidrográfica do tietê/batalha – UGRHI-16, 1999. 15 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Figura 7: Mapa geológico, sem escala, do Município de Taquaritinga – SP. Mapa com escala anexo. 16 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 5. Geomorfologia A geomorfologia é a ciências que estuda a gênese e a evolução das formas de relevo sobre a superfície da terra. Essas formas são resultantes dos processos atuais e pretéritos ocorridos sobre a litologia e origina-se a partir de forças endógenas, resultado da dinâmica da Terra e responsável por esculpir as formas de relevo, e exógenas, resultado da interação sol, água e litologia que modelam a superfície terrestre. A partir da ação dessas duas forças, a superfície da Terra está em constante mudança. As formas de relevo se alteram entre as regiões como resultadas da ação conjunta dos componentes da natureza, que por sua vez, também são influenciados em diferentes proporções pelas formas de relevo. O Estado de São Paulo está dividido em cinco províncias geomorfológicas: Planalto Atlântico, Província Costeira, Depressão Periférica, Cuestas Basálticas e Planalto Ocidental de acordo com a proposta de Almeida (1964:20). TAQUARITINGA Figura 8. Mapa geomorfológico do Estado de São Paulo (IPT, 1981). 17 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 O trabalho de Almeida (1964) serviu de suporte ao primeiro mapeamento sistemático do relevo no Estado, elaborado por Ponçano et. al. (1981). Os autores utilizaram metodologia desenvolvida pelo "Commnonwealth Scientific and Industrial Research Organization CSIRO" e identificaram as regiões no Estado a partir de padrões recorrentes de topografia, solos e vegetação, resultando em um mapa sintético que enfatizou os padrões morfológicos do relevo. Para realizar o mapeamento, utilizaram Imagens Landsat (1:250.000 e 1:500.000), mosaicos semicontrolados de radar do Projeto RADAMBRASIL (1:250.000) e cartas topográficas (1:50.000 e 1:100.000). (PONÇANO et. al. 1981:12,13) Seguindo esta metodologia, os autores identificaram as províncias geomorfológicas do Estado e realizaram a subdivisão em zonas (mapeando os sistemas de relevo) e em subzonas (as unidades de relevo). A proposta de Ross e Moroz (1997), posterior ao trabalho de Ponçano et. al. (1981), levou em consideração que cada unidade geomorfológica de grande dimensão se distingue na paisagem pelas suas características fisionômicas (morfologia), mas também pela gênese e idade. Utilizou os conceitos de morfoestrutura e morfoescultura e enfatizou que "o estrutural e o escultural estão presentes em qualquer tamanho de forma, embora suas categorias de tamanhos, idades, gêneses e formas, são possíveis de serem identificadas e cartografadas separadamente e, portanto em categorias distintas". (ROSS & MOROZ, 1997:17) As principais características dos tipos de relevo da área correspondente aos domínios da ABAG/RP puderam ser identificadas, com base no Mapa Geomorfológico do Estado de São Paulo proposto por Ross e Moroz (1997) e editado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Como resultado preliminar do diagnóstico na área de estudo, baseado em levantamento bibliográfico, verifica-se a ocorrência dos seguintes tipos principais de relevo, conforme a Tabela abaixo: UNIDADES MORFOESTRUTURAIS Bacia Sedimentar do Paraná Bacias Sedimentares Cenozoicas UNIDADES MORFOESCULTURAIS Planalto Ocidental Paulista Depressão Periférica Paulista Depressão Periférica Paulista TIPOS DE RELEVO Planalto Centro Ocidental Patamares Estruturais de Ribeirão Preto Planaltos Residuais de Franca/Batatais Planalto Residual de São Carlos Depressão de Mogi-Guaçu Planícies Fluviais Diversas Tabela 1. Unidades morfoestruturais e tipos de relevo identificados na área de estudo (ABAG-RP) 18 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 5.1. Unidades Morfoestruturais da Bacia Sedimentar no Paraná De acordo com Ross (1985), essa morfoestrutura é caracterizada pela presença de terrenos sedimentares do Devoniano ao Cretáceo e com forte ocorrência de rochas vulcânicas, preferencialmente do sul da bacia formadas no Jurássico-Cretáceo. O contato desta unidade é marcadamente formado pela presença de Cuestas. Durante a Era Cenozoica, esta região sofreu processo de epirogênese, que resultou no soerguimento desigual da Plataforma Sul-americana, iniciando novos processos erosivos, sob diferentes condições climáticas e ocasionando as diferenciações entre o Planalto Ocidental e a Depressão Periférica. (ROSS & MOROZ, 1997:41). Figura 9: Mapa de altimetria e unidades Morfoestruturais do Município de Taquaritinga, em vermelho. ABAG/RP 2005. 19 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 5.1.1. Planalto Ocidental Paulista Possui o relevo levemente ondulado onde predominam as colinas amplas e baixas com topos aplainados. (ROSS & MOROZ, 1997:42). a. Planalto Centro Ocidental Segundo Ross & Moroz (1997:42), nesta unidade predominam as formas de relevo denudacionais, marcadamente formadas por colinas amplas e baixas com topos convexos, aplanados ou tabulares. Os entalhamentos médios dos vales apresentam-se inferiores a 20 metros, as dimensões interfluviais médias estão entre 1.750 e 3.750 metros, as altitudes variam entre 400 e 700 metros e as declividades médias das vertentes entre 2% e 10%. Os rios apresentam padrão paralelo com traçados ligeiramente inclinados em direção ao rio Paraná. A densidade de drenagem é baixa e os vales são pouco entalhados, apresentando baixa dissecação. Em geral, apresenta-se com baixo nível de fragilidade potencial, no entanto, as vertentes mais inclinadas são extremamente susceptíveis aos processos erosivos. As planícies são terrenos planos, de natureza sedimentar fluvial quaternária, geradas por processos de agradação (decomposição de sedimentos), que correspondem às áreas sujeitas a inundações periódicas. Os terraços fluviais também são áreas planas ou levemente inclinadas, poucos metros mais elevados que as planícies fluviais e, portanto, quase sempre livres de inundações. As planícies fluviais apresentam declividades inferiores a 2% e posicionam-se em diferentes níveis altimétricos. São formadas por sedimentos fluviais arenosos e argilosos inconsolidados e os solos são do tipo Glei Húmico e Glei Pouco Húmico. O potencial de fragilidade destas planícies é muito alto por serem áreas sujeitas a inundações periódicas, com lençol freático pouco profundo e sedimentos inconsolidados sujeitos a acomodações constantes. b. Planalto residual de São Carlos Segundo Ross & Moroz (1997:43) esta unidade encontra-se no reverso da cuesta no interflúvio Tietê/Mogi-Guaçu. As formas de relevo predominante são as denudacionais, basicamente formadas por colinas de topos convexos e tabulares. O entalhamento dos vales varia em torno de 20 a 80 metros e a dimensão média dos interflúvios de 250 a 3.750 20 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 metros. As altitudes predominantes estão entre 600 e 900 metros, a declividade das vertentes com valores de 2 a 30% (nos setores mais dissecados, que apresentam um alto e até muito alto nível de fragilidade). A densidade de drenagem é classificada como média a alta. c. Patamares Estruturais de Ribeirão Preto Segundo Ross & Moroz (1997:42,43), as formas de relevo desta unidade são predominantemente denudacionais, marcadamente formadas por colinas amplas e baixas com topos tabulares. Os vales possuem entalhamento médio com valores inferiores a 20 metros, as dimensões dos interflúvios variam de 750 até 3.750 metros, sendo os principais cursos d'água formados pelos rios Pardo e Mogi-Guaçu e seus tributários. As altitudes encontram-se entre 500 e 700 metros e as declividades médias variam em torno de 2% a 10%. d. Planaltos Residuais de Franca/Batatais ou Cuestas Basálticas Esta Província caracteriza-se morfologicamente por apresentar um relevo escarpado nos limites com a Depressão Periférica e segundo Ross & Moroz (1997:43) esta unidade encontra-se no reverso da cuesta no interflúvio Mogi-Guaçu/Grande. Nesta classe predominam formas de relevo denudacionais, basicamente formadas por colinas de topos aplanados ou tabulares, com vales entalhados de 20 a 40 metros e dimensão média dos interflúvios entre 750 a 3.750 metros. As declividades das vertentes variam em torno de 2 a 10% e as altitudes entre 800 a 1.100 metros. Por serem áreas mais altas são também regiões dispersoras da rede de drenagem. Quanto à constituição litológica, tem-se que a Província é denominada por derrames de rochas eruptivas básicas, superposto, extensos de várias dezenas até mais de uma centena de quilômetros, e espessos de várias dezenas de metros. Os derrames recobriram depósitos das formações Piramboia e Botucatu, basicamente formados por arenitos de origem fluvial ou eólica, respectivamente. Lentes de arenitos eólicos, sobre os basaltos, encontram-se muitas vezes intercaladas nos derrames. Dada a heterogeneidade litológica nas áreas dos planaltos residuais, a cartografia de detalhe permite individualizar de forma detalhada alguns sistemas de relevo (IPT, 1981b), que se caracterizam por formas diferenciadas. 21 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 5.1.2. Depressão Periférica Paulista Com base em Ross (1990), a depressão periférica está localizada quase que totalmente nos sedimentos Paleo-mesozóicos da bacia do Paraná. Apresenta vários modelados devido à ação do tectonismo, diversidade de litologias e diferenciações paleoclimáticas. No geral, as altitudes oscilam entre 600 e 750 metros, possui densa rede de drenagem (os principais rios são: Tietê, Paranapanema, Mogi-Guaçu e Pardo) que possuem curso consequente em direção ao Rio Paraná, o maior deles. a. Depressão de Mogi-Guaçu Segundo Ross e Moroz (1997:46), as formas de relevo denudacionais que se apresentam com modelados de colinas em topos tabulares amplos predominam nesta unidade. O entalhamento dos vales é de até 20 metros e a dimensão dos interflúvios varia entre 1.750 a 3.750 metros. A rede de drenagem apresenta-se com padrão dendrítico. As altitudes encontram-se entre 500 e 650 metros e as declividades entre 5 a 10%. 5.2. Unidades Morfoestruturais das Bacias Sedimentares Cenozoicas De acordo com Ross e Moroz (1997:49) estas morfoestruturas ocorrem de forma restrita e descontínua em praticamente todas as outras unidades morfoestruturais. 5.2.1. Planícies Fluviais Estas unidades ocorrem "em áreas restritas, associadas aos depósitos a montante de níveis de base locais e regionais. Corresponde às áreas essencialmente planas, geneticamente geradas por deposição de origem fluvial, onde atualmente predominam os processos agradacionais". (ROSS & MOROZ, 1997:49) a. Planícies Fluviais Diversas Segundo Ross e Moroz (1997:52) os terrenos que, devido a baixa declividade (inferiores a 2%) são formadas por sedimentos fluviais de idade geológica recente (quaternário) e encontram-se às margens dos rios estando sujeitos a inundações periódicas onde ocorrem sedimentos formados principalmente por areia e argila. A região central do Estado de São Paulo está inserida em sua maior parte na Província Geomorfológica na Província do Planalto Ocidental Paulista. 22 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Figura 10: Mapa de declividade, sem escala, do Município de Taquaritinga. Mapa com escala anexo. 23 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 5.3 A rede de drenagem No estudo das aerofotos e das imagens de radar e de satélites, o que mais chama atenção é o controle estrutural exercido sobre a drenagem da área em foco, das camadas rochosas e diques, fraturas nelas contidas. Tal fato é refletido no paralelismo e na retilinidade de certos seguimentos da rede de drenagem. O Município de Taquaritinga é drenado por várias sub-bacias, onde as mais importantes são: Ribeirão dos Porcos e seus tributários, Córrego do Rumo e seus tributários, Córrego da onça e seus tributário, Ribeirão da Jurema e seus Tributários, Córrego da Capivara e seus Tributários, Córrego Água limpa e seus Tributários e o Ribeirãozinho. 5.4. As formas de relevo e a densidade de drenagem Esta rede de drenagem e o relevo por ela esculpido apresentam certas individualidades dentro da área municipal. As características individuais de cada sistema de relevo podem ser melhores entendidas comparando-se os Mapas Geológicos e Geomorfológicos. Destacam-se as seguintes formas de relevo: 5.4.1. Colinas Amplas Este é o tipo de relevo dominante nas áreas de arenito Piramboia e de intrusivas básicas das partes mais baixas. Estas colinas são amplas, apresentando topos extensos e aplainados e vertentes com perfis de retilíneos a convexos e com declividade baixa. A densidade de drenagem é baixa, com padrão de subdendrítico a retangular, resultando vales abertos, às vezes com planícies aluviais restritas, como as dos rios Santa Bárbara, São Francisco e Capanema. 5.4.2. Colinas Médias Esculpidas nos sedimentos correlatos à Formação Itaqueri e nos Depósitos de Cobertura. As áreas entre os cursos d’água, ou interflúvios, variam de 1 e 4 km², com topos planos e perfis de vertentes de convexos a retilíneos. A densidade de drenagem varia de média a baixa, com padrão sub-retangular, sendo que os vales podem ser abertos ou fechados. 24 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 5.4.3. Colinas Arredondadas Este tipo de topografia caracteriza-se pelos morros de topos arredondados e localmente achatados, vertentes com perfis variando de convexos a retilíneos, declividades superiores a 15% e localmente bastante revinados, ou erodidos. Há algumas exposições locais de rochas nos espigões curtos. A densidade de drenagem é média, de padrão que varia de dendrítico a subdendrítico, apresentando vales fechados, o que confere ao relevo um aspecto mais movimentado. Os morrotes desenvolvem-se em rochas basálticas e diabásicas da Formação Serra Geral e nos arenitos Piramboia e Botucatu. 5.4.4. Morrotes Alongados e Espigões Predominam interflúvios sem orientação preferencial, com topos angulosos a achatados e vertentes ravinadas com perfis retilíneos, são notados principalmente onde os basaltos se acham mais entalhados, na região entre cuestas internas e externas. Drenagem de média a alta densidade, com padrão dendrítico e vales fechados, ocorre em áreas restritas na cabeceira do Ribeirão São Pedro, sobre substrato arenoso das formações Marília e Adamantina. Esta formação é encontrada ao norte e nordeste do Município. 5.4.5 Encostas Sulcadas por Vales Subparalelos Desfeitos em interflúvios lineares de topos angulosos a arredondados, vertentes de perfis retilíneos. Drenagem de média densidade, padrão subparalelo a dendrítico, vales fechados. Restrito ao flanco sul do Planalto de Marília, sustentado por arenitos e conglomerados com cimento carbonático. 5.4.6 Planícies Aluviais Este tipo de relevo apresenta terrenos baixos e mais ou menos planos junto às margens do Ribeirão dos Porcos e Córrego da Onça, no limite de Taquaritinga e Matão. 5.5. Descrição Geomorfológica do Município de Taquaritinga O município de Taquaritinga esta localizado em uma área onde predominam características geomorfológica de relevo colinoso com predomínio de baixas declividades e amplitudes locais inferiores a 100m, sendo composto por colinas médias com 25 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 predomino de interflúvios com áreas de 1 a 4 km, topos aplainados vertentes com perfis convexos retilíneos, vertentes ravinadas com perfis convexos e retilíneos. Drenagem de média a baixa densidade, vales fechados, planícies aluviais inferiores. Há também uma área de predominância de relevos de encosta de transição onde amplitudes são maiores que 100 m e médias declividades, esta área é composto por encostas sulcadas por vales subparalelos desfeitas em interflúvios lineares de topos angulosos e arredondado, vertente de perfis retilíneos. Drenagem de média densidade, vales fechados. Figura 11. Mapa geomorfológico, seta vermelhando indicando o Município de Taquaritinga - SP. Fonte: Relatório de Situação dos Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Tietê/Batalha – UGRHI-16, 1999. 26 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Figura 12: Mapa geomorfológico, sem escala, do Município de Taquaritinga – SP. Mapa com escala anexo. 27 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 6. Pedologia Conforme estudos da ABAG-RP, em sua área de abrangência situada na área central e Nordeste do Estado de São Paulo, por sua extensão apresenta grande variabilidade de classes de solos. São identificadas segundo o “Mapa Pedológico do Estado de São Paulo” principalmente as seguintes classes de solos: Argissolos Vermelho-Amarelos, Cambissolos Háplicos, Gleissolos Háplicos, Gleissolos Melânicos, Latossolos Amarelos, Latossolos VermelhoAmarelos, Latossolos Vermelhos, Neossolos Flúvicos, Neossolos Litólicos, Neossolos Quartzarênicos, Nitossolos Vermelhos, Organossolos e Planossolos Háplicos. As unidades de mapeamento são as mesmas do trabalho de Oliveira et al. (1999). Figura 13. Mapa pedológico da região de atuação da ABAG/RP, 2005. 28 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 O relevo pode apresentar diferentes declividades, predominado as classes de relevo suave ondulado (3-8% de declive) e plano (<3% de declive). Predominam na região solos distróficos, com exceção de inclusões por toda a área e da porção oeste, que apresenta solos predominantemente eutróficos. Tal característica indica que a maioria dos solos necessita de calagem para neutralizar a acidez e elevar os teores de Ca2++ e Mg2++, como também de fertilizantes. Porém, como o relevo local dominante favorece a mecanização, estas práticas são de execução relativamente simples, quando adotadas as tecnologias adequadas. A classe de solos dominante é a dos Latossolos, em relevo pouco declivoso. Esses solos geralmente possuem propriedades morfológicas e físicas que facilitam o manejo agrícola, facilitando a aplicação de corretivos e fertilizantes que garantam elevadas produtividades. Apresentam baixa erodibilidade quando comparados a outras classes de solos, como é o caso dos Argissolos e Neossolos Quartzarênicos. Estes últimos requerem atenção mais cuidadosa quanto ao manejo, para evitar a degradação dos solos. Os Latossolos pelas condições físicas e de relevo, quando bem manejados podem refletir em elevada produtividade agrícola. Ocorrem solos mais rasos em regiões mais declivosas como os Cambissolos e os Neossolos Litólicos. Tais solos apresentam limitações para trafegabilidade e alta erodibilidade, tendo baixa aptidão agrícola quando comparados aos Latossolos, Nitossolos e Argissolos de relevo pouco declivoso. Nos fundos dos vales e nas várzeas podem ser encontrados principalmente Gleissolos, Organossolos, Cambissolos, Neossolos Flúvicos e Planossolos. Os Gleissolos e os Organossolos apresentam como principal limitação o excesso de água, necessitando de sistemas de drenagem para seu manejo agrícola. Na área da ABAG-RP existem muitos perímetros com agricultura irrigada, localizados em um eixo sudeste-noroeste, com maior densidade na porção noroeste. Em uma análise simples pode ser verificado que os projetos foram bem locados quanto à aptidão agrícola dos solos e seus potenciais produtivos. A Tabela a seguir apresenta que 95% da área irrigada localizam-se em solos profundos, bem drenados e com relevo plano ou suave ondulado das classes dos Latossolos ou Nitossolos. 29 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 CLASSE DE SOLO ÁREA IRRIGADA (%) Latossolos Vermelhos 80 Latossolos Amarelos 6 Latossolos Vermelho-Amarelos 4 Nitossolo Vermelho 5 Gleissolos 4 Argissolos Vermelho-Amarelos 1 Tabela 2. Área percentual dos perímetros irrigados segundo as principais classes de solos. Estas são as principais classes de solos encontradas na região da ABAGRP, seus atributos principais e as unidades de mapeamento segundo os trabalhos Oliveira (1999), Oliveira et al. (1999) e Embrapa (1999), onde se localiza o município de Taquaritinga. 6.1. Descrição dos Solos 6.1.1. Cambissolos Definição: Tipo de solos constituídos por material mineral, que apresentam horizonte A ou hístico com espessura < 40 cm, seguido de horizonte B incipiente e satizfazendo os seguintes requisitos: • B incipiente não coincidente com horizonte glei dentro de 50 cm da superfície do solo; • B incipiente não coincidente com horizonte plíntico; • B incipiente não coincidente com horizonte vértico dentro de 100 cm da superfície do solo; e não apresentar a conjugação de horizonte A chernozêmico e horizonte B incipiente com alta saturação por bases e argila de atividade alta. Sub-ordens registradas: - Cambissolos Háplicos Atributos principais: Os Cambissolos da área de estudo estão situados em relevo ondulado. Apresentam restrições ao uso agrícola, pois possuem elevada erodibilidade, forte risco de degradação, forte limitação à trafegabilidade, à qual é aumentada com a pedregosidade 30 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 e afloramentos de rocha. São solos pobres em nutrientes e ácidos, apresentando elevados teores de alumínio trocável, condição difícil de ser corrigida pelas limitações de trafegabilidade. É comum a presença de solos apresentando horizonte Cr (saprolito) constituído por rocha parcialmente intemperizada a profundidades inferiores a 1,5m. Geralmente, tais saprolitos apresentam significativo estádio de intemperismo, sendo, portanto, de consistência branda, não oferecendo limitações ao sistema radicular das plantas. Devido aos solos serem relativamente pouco evoluídos, os Cambissolos apresentam, em geral, significativos teores de minerais primários facilmente intemperizáveis, os quais podem constituir apreciável reserva de nutrientes para as plantas, particularmente de K+ lábil. 6.1.2. Gleissolos Definição: São solos constituídos por material mineral com horizonte glei imediatamente abaixo de horizonte A, ou de horizonte hístico com menos de 40 cm de espessura; ou horizonte glei começando dentro de 50 cm da superfície do solo. Não apresentam horizonte plíntico ou vértico, acima do horizonte glei ou coincidente com este, nem horizonte B textural com mudança textural abrupta coincidente com horizonte glei, nem qualquer tipo de horizonte B diagnóstico acima do horizonte glei. Sub-ordens registradas: - Gleissolos Melânicos: solos com horizonte H hístico com menos de 40cm de espessura ou horizonte A húmico, proeminente ou chernozêmico; - Gleissolos Háplicos: outros Gleissolos. Atributos principais: Os Gleissolos apresentam sérias limitações impostas pela presença de lençol freático a pouca profundidade. A aeração inadequada aumenta a resistência da difusão dos gases do solo para a atmosfera e vice-versa, consumindo rapidamente o oxigênio do solo pelos microrganismos e plantas, inibindo o crescimento das raízes. Além disso, há importante perda de N mineralizado e o ambiente redutor facilita a formação de compostos bivalentes de Fe e Mn os quais são tóxicos. A utilização de tais solos com plantas mesófilas requer, portanto, que sejam drenados a fim de melhorar as condições de aeração na zona da rizosfera. 31 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Devido à formação em sedimentos aluviais, os Gleissolos apresentam geralmente textura errática ao longo do perfil, às vezes com variações texturais muito grandes entre os horizontes. A maioria dos Gleissolos são distróficos e bastante ácidos requerendo a aplicação de corretivos e fertilizantes para a obtenção de colheitas satisfatórias. Exceção dos solos com A chernozêmico. Os gleissolos, principalmente os melânicos podem apresentar problemas de trafegabilidade tanto pelo alto lençol freático, como pelos elevados teores de material orgânico, que diminuem sua capacidade de suporte. Por estarem situados em várzeas, os Gleissolos apresentam elevado risco de inundação. 6.1.3. Latossolos Definição: São solos constituídos por material mineral, apresentando horizonte B latossólico imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte A, dentro de 200cm da superfície do solo ou dentro de 300cm, se o horizonte A apresenta mais que 150cm de espessura. Sub-ordens registradas - Latossolos Amarelos – Solos com matiz mais amarelo que 5YR na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA). - Latossolos Vermelhos – Solos com matiz 2,5YR ou mais vermelho na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA). - Latossolos Vermelho-Amarelo – Outros solos com matiz 5YR ou mais vermelhos e mais amarelos que 2,5YR na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA). Atributos principais: A classe dos Latossolos constitui o agrupamento de solos mais extenso do Estado de São Paulo. São, em geral, solos com boas propriedades físicas e situados, na maioria dos casos, em relevo favorável ao uso intensivo de máquinas agrícolas, exceção dos solos em regiões serranas. Os Latossolos tendem a apresentar elevada porosidade e friabilidade, o que facilidade seu manejo agrícola. O relevo com declividade geralmente inferior a 5% qualifica os Latossolos como os mais adequados para a agricultura extensiva no Estado de São Paulo. Sua principal limitação é a baixa disponibilidade de nutrientes nos solos distróficos e a 32 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 toxicidade por alumínio trocável. Porém, o relevo favorecendo a mecanização, torna tais deficiências de fácil correção quando aplicada a tecnologia adequada. São solos com boa drenagem interna, mesmo os argilosos. Os Latossolos Férricos devido ao elevado teor de óxidos de ferro apresentam elevada capacidade de adsorção de fósforo. Tal fato pode ser de importância na planificação de emprego de insumos em áreas porventura ainda não agricultadas. Esses solos, quando ácricos, apresentam virtual ausência de alumínio ao longo do perfil, o que constitui fator positivo, mas natureza oxídica do material desses solos permite que se manifeste a pouca profundidade, a predominância de cargas positivas sobre as negativas. Consequentemente, a retenção de ânions (sulfatos, fosfatos, nitratos) é maior que a de cátions, fato que demanda práticas específicas de manejo. Na região de Guaíra, no norte do estado, foram registradas significativas áreas de Latossolos Vermelhos e Latossolos Amarelos, ambos acriférricos. Tais solos podem apresentar horizonte pretoplíntico contínuo (bancada laterítica) à profundidade que varia de 80200 cm. Nesses solos, especialmente nos Latossolos Amarelos, devido a situarem-se em relevo praticamente plano, na época chuvosa, chega a formar-se temporariamente um “lençol d’água” pelo fato de este tipo de horizonte petroplíntico ser praticamente impermeável, exceção das fendas existentes. Nos Latossolos de textura média, o teor relativamente elevado de areias, confere-lhes uma geometria de poros onde os macroporos são preponderantes. Nesta situação a capacidade de retenção de água é baixa e a permeabilidade do solo alta, favorecendo a déficits hídricos nos períodos de veranicos. A baixa atividade das argilas dos Latossolos confere-lhes diminuta expansibilidade e contratilidade, qualificando, os de textura argilosa, como excelente material para piso de estradas. Por serem solos fáceis de serem escavados e ainda bastante profundos e porosos são bastante apropriados para aterros sanitários. 6.1.4. Nitossolos Definição: São solos constituídos por material mineral que apresentam horizonte B nítico, com argila de atividade baixa imediatamente abaixo do horizonte A ou dentro dos primeiros 50 cm do horizonte B. 33 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Sub-ordens registradas: - Nitossolos Vermelhos – Solos com matiz 2,5YR ou mais vermelho na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (exclusive BA). Atributos principais: Os Nitossolos apresentam sempre estrutura em blocos ou prismática bem desenvolvida no horizonte B. As principais limitações desses solos se relacionam à erosão, pois tem sido notada maior susceptibilidade à erosão desses solos quando comparados aos Latossolos Vermelhos de textura argilosa. São solos com discreto aumento de argila em profundidade, apresentando, apesar de argilosos, boa drenagem interna. Os Nitossolos Férricos apresentam alta capacidade de adsorção de fósforo, o que deve ser considerado no manejo da adubação fosfatada. Em alguns ambientes de ocorrência desses solos a declividade é mais acentuada, o que limita a produção agrícola de culturas anuais. Os Nitossolos latossólicos apresentam propriedades físicas semelhantes aos Latossolos. Quando em relevo plano ou suave ondulado, podem ser manejados também de maneira semelhante. 6.1.5. Argissolos Definição: São solos constituídos por material mineral, apresentando horizonte B textural com argila de atividade baixa imediatamente abaixo do horizonte A ou E, e satisfazendo, ainda, os seguintes requisitos: • Horizonte plíntico, se presente, não está acima e nem é coincidente com a parte superior do horizonte B textural; • Horizonte glei, se presente, não está acima e nem é coincidente com a parte superior do horizonte B textural. Sub-ordens registradas - Argissolos Vermelho-Amarelos – Solos com matiz 5YR ou mais vermelho e mais amarelo que 2,5YR na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA). Atributos principais: O acréscimo de argila em profundidade e a capacidade de troca de cátions inferior a 27cmol/kg de argila, são os principais atributos diagnósticos para todos os Argissolos. 34 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Na área da ABAG-RP os Argissolos na sua maioria apresentam caráter eutrófico, indicando maior fertilidade do que a maioria desses solos. Os Argissolos quando apresenta elevado gradiente textural são muito susceptíveis à erosão, sendo necessários cuidados especiais, principalmente nos arênicos e espessarênicos. Nas regiões serranas é comum a presença de afloramentos rochosos associadas a esses solos. Essas características estão geralmente associadas a relevos forte ondulado e montanhoso, o que limita tais solos ao uso agrícola. 6.1.6. Neossolos Definição: Solos pouco evoluídos e sem horizonte B diagnóstico. Sub-ordens registradas: - Neossolos Litólicos (Solos Litólicos) – Solos com horizonte A ou O hístico com menos de 40 cm de espessura, assente diretamente sobre a rocha ou sobre um horizonte C ou Cr, ou sobre material com 90% (por volume), ou mais de sua massa constituída por fragmentos de rocha com diâmetro maior que 2 mm (cascalhos, calhaus e matacões) e que apresentam um contato lítico dentro de 50 cm de superfície do solo. Admite um horizonte B, em início de formação cuja espessura não satisfaz a qualquer tipo de horizonte B diagnóstico. - Neossolos Flúvicos (Solos Aluviais) – Solos derivados de sedimentos aluviais com horizonte A assente sobre horizonte C, constituídos de camadas estratificadas, sem relação pedogenética entre si, apresentando ambos ou um destes requisitos: • Decréscimo irregular do conteúdo de carbono orgânico em profundidade, dentro de 200 cm da superfície do solo; • Camadas estratificadas em 25% ou mais do volume do solo, dentro de 200 cm da superfície do solo. - Neossolos Quartzarênicos (Areias Quartzosas) – Outros solos com sequência de horizontes A-C, sem contato lítico dentro de 50 cm de profundidade, apresentando textura areia ou areia franca nos horizontes até, no mínimo, a profundidade de 150 cm a partir da superfície do solo ou até um contato lítico. São essencialmente quartzosos, tendo nas frações areia grossa e areia fina 95% ou mais de quartzo, calcedônia e opala e, praticamente, ausência de minerais primários alteráveis (menos resistentes ao intemperismo). 35 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Atributos principais: Os Neossolos Litólicos são por definição solos que apresentam reduzida profundidade efetiva. Essa condição limita seu uso com agricultura devido ao reduzido volume de terra disponível para o ancoramento das plantas e para a retenção de umidade. A maioria desses solos ocorre em relevos acidentados, portanto muito susceptíveis à erosão e apresentam sérias limitações de trafegabilidade. Seu uso requer cuidados especiais quanto aos tratos conservacionistas. Os Neossolos Quartzarênicos são, em geral, essencialmente arenoquartzosos. Isso determina que sejam virtualmente desprovidos de minerais primários intemperizáveis, que apresentem atividade coloidal muito baixa, além de baixa capacidade de retenção de nutrientes e de água. Devido à baixa adesão e coesão apresentam elevada erodibilidade; são, contudo em geral solos profundos. Sua pobreza de nutrientes torna imprescindível a aplicação de insumos para que sejam possíveis produções satisfatórias. Seu baixo poder tampão demanda que as aplicações de insumos sejam efetuadas parceladamente de forma a minimizar as perdas e evitar saturação do complexo sortivo. Em consequência da textura grosseira, são muito porosos e com elevada permeabilidade. Tal atributo, juntamente com a baixa capacidade adsortiva, caracteriza-os como material pouco adequado para receber efluentes que contenham produtos tóxicos devido à facilidade de contaminação dos aquíferos. Durante o período seco podem apresentar limitações quanto a trafegabilidade. Os Neossolos Flúvicos situam-se em planícies aluviais e em função do relevo apresentam profundidades efetivas variadas. Em média, porém, pode-se dizer que predominam os solos profundos, sendo o fator limitante a presença de lençol freático, o qual está sempre bem mais profundo que nos Gleissolos, com os quais se associam na paisagem. São geralmente de fácil preparo e ricos em minerais primários, principalmente micas. Por serem formados por sedimentos aluviais é comum textura errática no perfil. É solo estratificado, com camadas de diferentes naturezas. 6.1.7. Planossolos Definição: Solos constituídos por material mineral com horizonte A ou E seguido por B plânico e satisfazendo, ainda, os seguintes requisitos: • Horizonte plíntico, se presente, coincide com um destes dois horizontes; • Horizonte glei, se presente, coincide com o B plânico. 36 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 -Sub-ordens registradas: - Planossolos Háplicos – Solos que não apresentam caráter sódico ou hidromorfismo. Atributos principais: Os Planossolos estão situados em planícies aluviais e no terço inferior das vertentes. Apesar do relevo pouco declivoso, requer atenção quanto à erodibilidade, pois o grande gradiente textural entre o horizonte A ou E e o B, torna-os altamente susceptíveis à erosão hídrica. O horizonte B plânico apresenta densidade do solo relativamente elevada e porosidade total em geral baixa, podendo dificultar o desenvolvimento de raízes de plantas pouco agressivas e a permeabilidade nesse horizonte. Fato que pode limitar a produção agrícola no período chuvoso por falta de aeração do solo. Quanto à mecanização, se o horizonte B estiver à pequena profundidade pode dificultar o trabalho e formar grandes torrões que necessitam de destorroamento. 6.1.8. Organossolos Definição: Solos constituídos por material orgânico, que apresentam horizonte O ou H hístico com teor de matéria orgânica 0,2kg/kg de solo ( 20% em massa), com espessura mínima de 40cm, quer se estendendo em seção única a partir da superfície, quer tomado, cumulativamente, dentro de 80cm da superfície do solo, ou com no mínimo 30cm de espessura, quando sobrejacente a contato lítico. Atributos principais: Os Organossolos são caracterizados por apresentarem elevados teores de material orgânico, e podem localizar-se nas várzeas em ambientes muito mal drenados, necessitando de drenagem para seu uso agrícola. Ocorrem como componentes secundários de associações com Gleissolos, Planossolos e Neossolos Quartzarênicos. Os elevados teores de material orgânico conferem alta capacidade de troca de cátions e poder tampão, porém muitas vezes o predomínio no complexo sortivo é de cátions como H+ e Al3+, e não de bases como Ca2+ e Mg2+, sendo em muitos casos solos relativamente de baixa fertilidade. 37 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 A drenagem necessária para o manejo agrícola favorece o processo de subsidência dos Organossolos, que significa perder volume, se contrair. A secagem pura e simples de um Organossolo pode levar a uma contração natural com perda de volume de mais de 50%, a drenagem e consequente oxidação, favorece a mineralização da matéria orgânica. Estes solos quando secos podem se inflamar, o que também aumenta o processo de subsidência. O tipo de material orgânico, a profundidade dos drenos e o manejo agrícola podem influenciar no potencial de subsidência de um Organossolo. Além dos fatores citados os Organossolos oferecem pequena resistência mecânica e podem ser facilmente compactados por máquinas agrícolas ou pisoteio animal. Porém, segundo alguns autores, essa compactação pode ser até benéfica no sentido de diminuir a mineralização da matéria orgânica. Parece que 30 cm de profundidade do lençol freático é a melhor situação para minimizar a subsidência dos Organossolos e sua destruição. Áreas com Organossolos têm sido exploradas para venda de turfa, que pode ter muita utilidade nos setores agrícola, energético e químico. Organossolos podem apresentar diferentes tipos de material orgânico, fíbrico, hêmico ou sáprico, onde o fíbrico é o material menos transformado, rico em restos vegetais e o sáprico o mais transformado e humificado. O material fíbrico tende a ser menos pegajoso e reter maior umidade quando comparado ao material sáprico. A cor desses solos tende a ser predominantemente escura, porém existem solos ou horizonte orgânicos de coloração mais clara, cinzenta ou brunada clara. 7. O Solo do Município de Taquaritinga Considera-se como solo a camada de terra arável possuidora de vida microbiana que nasce com a alteração das rochas. É um complexo vivo existente no contato da litosfera, que lhe fornece os minerais, com a hidrosfera que contribui com a água, assim como a atmosfera, com o ar, e a biosfera, que através dos animais e plantas dá a matéria orgânica. Um conjunto de processos mecânicos, químicos e biológicos provocam a destruição física e a decomposição química dos minerais e rochas, originando o regolito, material de origem dos solos. Por sua vez, o regolito, submetido à ação do clima e de organismos vivos em determinado relevo durante certo tempo, transforma-se em solo. A Comissão de Solos Central Nacional de ensino e Pesquisas Agronômicas (1960) classificou os solos paulistas através da ação do clima sobre as rochas. Considerando estes dois fatores, os solos da área em pauta são: 38 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Latossolo Roxo O latossolo roxo (ou terra roxa legítima) é originado da decomposição de rochas intrusivas (diabásios) e extrusivas (basaltos) da formação Serra Geral e cobre 266 km² da área municipal. Este solo tem baixo teor de sílica e teores elevados de óxido de ferro, titânio e manganês. Às vezes, a parte superficial deles corresponde aos depósitos coluvionares, de natureza argilosa e coloração vermelha. O solo de alteração do basalto é geralmente argiloso, com espessura de até 15 metros, e o solo de alteração do diabásio é mais siltoso, de cor amarelada e com espessura de até 7 metros. Podzólico Vermelho Amarelo – Variação Laras (PVls) Os solos provenientes das outras formações geológicas, que perfazem 345 km² do município, caracterizam-se pelo alto teor de areia em relação às demais frações. O arenito Piramboia origina os solos Podzólicos Vermelho Amarelo – variação Laras, que são amarelados, de cores pálidas, areno-argiloso, com pequena retenção de água, por tanto, sujeitos a secas de inverno além de facilmente erodidos. Regosol O arenito eólico Botucatu gera um solo quimicamente paupérrimo chamado Regosol (R). Tem textura arenosa, é profundo e muito friável, sendo sujeito à falta d’água. A parte superficial dos PVls e R é espessa, correspondendo na sua maior parte aos depósitos coluvionares de areia fina, solta, e argila. Latosol Vermelho Amarelo Este tipo de solo pode ser gerado tanto pelo arenito Botucatu como pelo arenito Bauru, sendo ácido, de fertilidade baixa e facilmente erodida. As suas partes mais superficiais também podem corresponder a depósitos coluvionares. 39 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Litosol (Li) Quando os solos são pouco desenvolvidos, com espessura em torno de 35 cm, capeando afloramentos rochosos, recebem o nome de Litosol (Li). No município de Taquaritinga o Litosol pode apresentar substrato de basalto ou de arenito Botucatu silicificado, que ocorrem nas áreas escarpadas das serras, com declives de 40%, aproximadamente. Solo Aluvial Quando ao solo Aluvial (A), que aparece ao longo de alguns trechos dos rios Ribeirão dos Porcos e Córrego da Onça, geralmente é superficial, pouco desenvolvido e com predominância de argila orgânica. Argilas, siltes e cascalhos apresentam estrutura típica de aluvião, ou seja, estratificação e diferenciação granulométrica das camadas. Classes de capacidades de uso de Terra Para fins de planejamento agrícola, a classificação de solos mais usada é a das “Classes de Capacidade de Uso da Terra”, dando-se destaque à aptidão de uso, capacidade produtiva e limitações, considerado através de levantamentos pedológicos e apreciação de aspectos físicos, como declividade, erosão, pedregosidade, drenagem, etc. As limitações de capacidades de uso dos solos Taquaringuenense são pequenas, pois a maior parte da área municipal está na categoria A desta classificação, englobando as terras próprias para culturas, pastagens e florestas. Os solos de Categoria B apresentam-se impróprios para culturas, porém próprios para pastagens e florestas, enumerandose como limitações à capacidade de uso: a declividade das encostas (acima de 40%); os sérios problemas de fertilidade e a falta d’água dos solos PVls e r; os solos aluvionares sujeitos a inundações periódicas e os solos pedregosos. Apenas pequenas áreas de afloramentos rochosos estão na categoria C, isto é, terras impróprias para a exploração agrícola; porém, esta categoria aparece no município apenas nas partes de paredões, Serra de Jaboticabal, onde as rochas basálticas ou os arenitos silicificados afloram. 40 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 7.1 Caracterização pedológica do Município de Taquaritinga Os solos na região de Taquaritinga são Argissolos, constituídos por material mineral, apresentando horizonte B textural com argila de atividade baixa imediatamente abaixo do horizonte A ou E, e satisfazendo, ainda os seguintes requisitos: horizonte plíntico, se presente, não está acima e nem é coincidente com a parte superior do horizonte B textural; horizonte glei, se presente, não está acima nem é coincidente com a parte superior do horizonte B textural. Os Argissolos podem ser Argissolos Vermelho-Amarelos, solos com matiz 5YR ou mais vermelho e mais amarelo que 2,5YR na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA). O acréscimo de argila em profundidade e a capacidade de troca de cátions inferior a 27 cmol/kg de argila são os principais atributos diagnósticos para todos os Argissolos. Figura 14. Mapa pedológico de Taquaritinga. Fonte: Relatório de Situação Dos Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Tietê/Batalha – UGRHI-16, 1999. 41 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Figura 15: Mapa pedológico, sem escala, do município de Taquaritinga – SP. Mapa com escala anexo. 42 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 8. Clima As características atmosféricas de um determinado local são influenciadas pelas condições reinantes no lugar resultantes da combinação de algumas grandezas físicas denominadas elementos climáticos. Tais condições são chamadas de tempo meteorológico, popularmente chamado de “condições do tempo”. O clima seria a síntese; a generalização das diferentes condições de tempo prevalecentes nesse lugar, e considera um número bem maior de dados, como a frequência de ocorrência de alguns fenômenos meteorológicos mais comuns no local, além das condições médias de tempo. O tempo varia em curto espaço de tempo cronológico, por exemplo, um dia. O clima, entretanto, varia de um local para outro principalmente devido às variações da intensidade, quantidade e distribuição dos elementos climáticos entre os quais, os mais simples de serem obtidos, e mais importantes são a temperatura e a precipitação que também são os de maior interesse no âmbito dos incêndios florestais. Desta forma, para caracterização do clima, foram utilizados a série de dados de temperatura e precipitação, coletados em estações meteorológicas pelo CIIAGRO/CEB/IAC e INMET entre os anos de 1961 e 1990, os quais foram cartografados em mapas da área de abrangência da ABAGRP na forma de isolinhas das diferentes variáveis consideradas. Enquanto os elementos climáticos variam no tempo e no espaço, os fatores climáticos podem ser estáticos e dinâmicos, externos e internos, e modificam os elementos do clima. Fatores como a circulação atmosférica global normalmente sobrepõe-se a fatores locais como (altitude, proximidade do mar, cadeias de montanhas, exposição aos ventos dominantes, natureza e revestimento do solo etc.) os quais são mais importantes em sub-regiões climáticas diferenciadas. Apesar de grande parte da região apresentar elevada evapotranspiração potencial anual, as chuvas são normalmente abundantes, principalmente no verão, favorecendo a agricultura e a pecuária. 8.1. Regime Pluviométrico A distribuição das chuvas no Estado de São Paulo está associada ao domínio das massas tropicais (continental e marítima) e polares, com correntes de sul a leste; à disposição do relevo e à proximidade ou não do mar. 43 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Devido a essas características, conforme MONTEIRO (1973) e SANT’ANNA NETO (1995), cerca de 70 a 80% das chuvas no Estado de São Paulo são originadas dos sistemas extra tropicais, gerados pela Frente Polar Atlântica. O Estado de São Paulo recebe grande quantidade de chuvas, com índices anuais que variam de 1.100 a 2.000 mm. Existem pequenas manchas isoladas com índices inferiores a 1.100 mm, e outras (áreas serranas do litoral) com os índices mais elevados do País, em torno de 4.500 mm (MONTEIRO, op. cit.). As chuvas se concentram, de maneira geral, de outubro a março, com diferenciações quanto ao trimestre mais chuvoso, o período de menor pluviosidade ocorre de abril a setembro, com o trimestre mais seco entre junho e agosto, como acontece praticamente em todo o Estado. Isto ocorre porque a Massa Polar Atlântica (dominante) gera estabilidade do tempo e ocorre a dissipação das frentes para o nordeste do país. As precipitações do Estado de São Paulo diminuem do litoral para o interior, em função da continentalidade, não prevalecendo essa constatação para aquelas áreas com relevo mais elevado, como as linhas de cuestas e a Serra da Mantiqueira (SANT’ANNA NETO, 1995). A frequência de ocorrência de precipitação em determinadas faixas pode ser visualizada mensalmente, assim como a distribuição de precipitação mensal caracterizando a área de atuação da ABAG-RP como região de estação de verão chuvoso e de inverno seco. Os municípios com maiores e menores médias anuais de precipitação encontram-se na tabela a seguir: MAIORES PRECIPITAÇÕES (MM) MENORES PRECIPITAÇÕES (MM) Franca 1.545 Boa Esperança do Sul 1.197 Jeriquara 1.530 Ibitinga 1.222 Ribeirão Preto 1.529 Borborema 1.226 Buritizal 1.524 Barretos 1.250 Igarapava 1.524 Ribeirão Bonito 1.291 Altinópolis 1.517 Colina 1.295 Tabela 3. Relação dos municípios pertencentes à área de atuação da ABAG-RP com maiores e menores médias de precipitação. 44 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Tabela 4. Média de chuvas mensais no município de Taquaritinga – SP. MÊS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Ano Min Max TEMPERATURA DO AR (°C) Mínima média Máxima média Média 19.1 30.4 24.7 19.3 30.5 24.9 18.6 30.3 24.4 16.0 29.0 22.5 13.4 27.2 20.3 12.1 26.2 19.2 11.6 26.5 19.0 13.1 29.0 21.0 15.2 30.1 22.6 16.8 30.3 23.6 17.5 30.3 23.9 18.6 30.0 24.3 15.9 11.6 19.3 29.1 26.2 30.5 22.5 19.0 24.9 CHUVA (mm) 251.8 186.3 161.4 74.9 58.0 29.1 25.1 24.6 58.0 119.2 137.2 237.6 1363.2 24.6 251.8 Fonte: http://www.cpa.unicamp.br/outras-informacoes/clima_muni_601.html Figura 16: Mapa de chuvas no estado de São Paulo. 45 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Figura 17. Gráfico de chuvas no município de Taquaritinga – SP. 8.2. Regime Térmico Com relação ao regime térmico da área da ABAG, a distribuição das temperaturas médias anuais e extremas que ocorrem na estação do verão e inverno, as quais são obtidas com base nas temperaturas médias diárias coletadas nas estações meteorológicas nos horários sinópticos de 12, 15 e 21 h (GMT). Na Figura 12, visualiza-se que a distribuição dos valores médios de temperaturas mínimas, que ocorrem na estação do inverno, os quais variam próximo de 21 °C na porção noroeste da área de atuação da ABAG-RP. Já quando se caminha na direção sul, há redução dos valores médios, chegando-se a valores próximo de 18 °C. Nesse caso, associa-se a distribuição da temperatura a influência da variação de latitude, ou seja, maiores latitudes, menores temperaturas médias. Na Figura 13, visualiza-se que na porção oeste da área da ABAG as regiões com as temperaturas médias máximas alcançadas na estação do verão, em torno de 25 °C, e quando se caminha em direção ao nordeste encontram-se temperaturas próximo de 23 °C em média. Tal comportamento da temperatura pode estar associado a influência da continentalidade, ou seja, a variação longitudinal da temperatura alcançando menores valores quando caminha-se em direção ao oceano. 46 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Na Figura 14, visualiza-se que a leste da área de atuação da ABAG-RP encontram-se as áreas de ocorrência das temperaturas médias anuais, próxima de 21 °C, enquanto os maiores valores são alcançados quando se caminha em direção à porção oeste da mesma área. Figuras 18,19 e 20. Temperaturas mínimas, máximas e médias anuais. Fonte: ABAG/RP – EMBRAPA, 2005. Deve-se considerar que além da continentalidade e da latitude, a altitude é outro fator que influencia na temperatura de uma determinada localidade. 47 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 8.3. Balanço Hídrico Em um determinado volume de solo em estudo, pode-se contabilizar a variação de água em um determinado espaço de tempo. De maneira bem simples pode-se dizer que o balanço entre o volume de água que entrou e o que saiu num determinado volume, denominado volume de controle, representa a variação do armazenamento de água nesse volume. No estudo do clima de determinada região, o limite do volume a ser considerado está normalmente definido pelo maior alcance do sistema radicular das plantas predominantes naquele solo representativo da região na qual deve estar localizado o ponto de coleta dos elementos climáticos, em especial a chuva. Pode-se dizer então, que o Balanço Hídrico Climatológico é a contabilização da água no solo representativo da região. Esse método climatológico é considerado simples, prático e fisicamente consistente. Foi introduzido primeiramente por Thornthwaite em 1948 como recurso para superar as limitações da classificação climática proposta por Wladimir Köppen em 1901, que até então se baseava exclusivamente na vegetação natural como a melhor forma de expressão do clima. A determinação do balanço hídrico auxilia a determinação dos valores e coeficientes ponderadores na execução da cobrança, bem como orienta a atuação do CBH-TB no que diz respeito às políticas de gestão dos recursos hídricos. Tabela 5. Balanço Hídrico Semanal: Matão no período de 19/10/2009 até 23/01/2011 Período (Semana) Temperatura Média (ºC) Precipitação Armazenamento 19/10/2009 a 25/10/2009 26/10/2009 a 01/11/2009 02/11/2009 a 08/11/2009 09/11/2009 a 15/11/2009 16/11/2009 a 22/11/2009 23/11/2009 a 29/11/2009 30/11/2009 a 06/12/2009 07/12/2009 a 13/12/2009 14/12/2009 a 20/12/2009 21/12/2009 a 27/12/2009 28/12/2009 a 03/01/2010 04/01/2010 a 10/01/2010 11/01/2010 a 17/01/2010 18/01/2010 a 24/01/2010 25/01/2010 a 31/01/2010 01/02/2010 a 07/02/2010 08/02/2010 a 14/02/2010 15/02/2010 a 21/02/2010 22/02/2010 a 28/02/2010 26,2 25,4 26 27 26,6 25,7 25,4 24,5 25,1 25,8 25,6 25,3 25,8 24,9 24,1 27,6 25,7 25,8 26 48,9 19,2 44,5 39,6 4 39,5 82,1 102,8 14,1 50,9 108,7 8,9 41,4 19,4 52,6 0,5 28 44,5 75,2 93 86 95 96 74 79 125 125 107 122 125 103 109 98 120 87 84 95 125 Evapotranspiração Déficit Real Hídrico (mm) 33 0 27 4 35 0 38 0 26 12 35 0 33 0 31 0 32 1 36 0 35 0 31 2 35 0 30 3 30 0 33 8 31 3 34 0 34 0 Excedente Hídrico 0 0 0 0 0 0 3 72 0 0 70 0 0 0 0 0 0 0 41 48 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 01/03/2010 a 07/03/2010 08/03/2010 a 14/03/2010 15/03/2010 a 21/03/2010 22/03/2010 a 28/03/2010 29/03/2010 a 04/04/2010 05/04/2010 a 11/04/2010 12/04/2010 a 18/04/2010 19/04/2010 a 25/04/2010 26/04/2010 a 02/05/2010 03/05/2010 a 09/05/2010 17/05/2010 a 23/05/2010 24/05/2010 a 30/05/2010 31/05/2010 a 06/06/2010 07/06/2010 a 13/06/2010 14/06/2010 a 20/06/2010 21/06/2010 a 27/06/2010 28/06/2010 a 04/07/2010 05/07/2010 a 11/07/2010 12/07/2010 a 18/07/2010 19/07/2010 a 25/07/2010 26/07/2010 a 01/08/2010 02/08/2010 a 08/08/2010 09/08/2010 a 15/08/2010 16/08/2010 a 22/08/2010 23/08/2010 a 29/08/2010 30/08/2010 a 05/09/2010 06/09/2010 a 12/09/2010 13/09/2010 a 19/09/2010 20/09/2010 a 26/09/2010 27/09/2010 a 03/10/2010 04/10/2010 a 10/10/2010 11/10/2010 a 17/10/2010 18/10/2010 a 24/10/2010 25/10/2010 a 31/10/2010 01/11/2010 a 07/11/2010 08/11/2010 a 14/11/2010 15/11/2010 a 21/11/2010 22/11/2010 a 28/11/2010 29/11/2010 a 05/12/2010 06/12/2010 a 12/12/2010 13/12/2010 a 19/12/2010 20/12/2010 a 26/12/2010 27/12/2010 a 02/01/2011 03/01/2011 a 09/01/2011 10/01/2011 a 16/01/2011 17/01/2011 a 23/01/2011 24,7 25 25,1 26,5 25,8 20,4 22,8 25,3 23,1 23,5 19 21,5 18,9 18,3 19,9 22 21,5 20,8 24,1 25,7 22,7 20,8 21,6 19,2 24,3 25,1 22,9 25,9 25,1 21,5 23,1 23,8 23,9 23,9 24,2 23,9 24,6 26,4 26,5 27,1 24,9 25,7 25,6 25,2 24,9 25 63,6 40,8 9,2 78,5 44 21,8 0 5 10 3 7 0 10,2 0 0 0 0 0 5,1 0 0 0 0 0 0 0 7,5 0 9 172 9 6 7 24,6 22,3 7 31 25 58,2 12,3 62,5 45 47,4 153,9 79,6 7 125 125 107 125 125 125 107 92 84 75 71 54 52 48 43 38 34 30 28 23 21 18 16 14 12 10 9 7 6 125 110 93 79 77 72 60 60 55 76 61 91 100 112 125 125 125 28 28 27 33 30 18 18 20 18 12 11 7 12 4 5 5 4 4 8 5 2 3 2 2 2 2 9 2 10 21 24 23 21 27 27 19 31 30 37 27 33 36 35 33 33 5 0 0 1 0 0 0 2 4 2 5 3 9 2 8 8 9 10 10 9 15 14 14 15 13 19 20 13 27 17 0 1 4 6 0 3 10 1 6 0 12 0 0 0 0 0 0 36 13 0 28 14 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 32 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 108 47 2 Fonte: Seção de Climatologia Agrícola – IAC. 49 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 50 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 51 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Figuras 21 a 32. Mapas de precipitação em mm, mês a mês, na área de atuação da ABAG/RP (2005), em vermelho está o Município de Taquaritinga – SP. 52 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 8.4 O Clima no Contexto da Bacia do Tietê / Batalha De acordo com SETZER (1966), com base na classificação climática propostas por Köeppen, existem na Bacia dois tipos climáticos com predomínio do tipo Cwa, e áreas de ocorrência do tipo Aw: a) o clima Aw é tropical úmido com estiagem no inverno. O total de chuva no período seco é inferior a 30 mm, a temperatura média no mês mais quente é superior a 22°C, e no mês mais frio superior a 18 °C; b) o clima Cwa é quente úmido, com inverno seco. Apresenta no mês mais seco totais de chuvas inferiores a 30 mm; temperaturas médias superiores a 22 °C no mês mais quente, e temperaturas menores que 18 °C no mês mais frio. Figura 33. Mapa de Classificação climática da UGRHI-16. 53 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Apesar da pequena variação no clima e das diferenças dos subtipos climáticos, o clima na totalidade na região é conhecido popularmente como clima de cerrado, ou da Savana Brasileira, associado principalmente à vegetação nativa de Cerrado e Mata Atlântica anteriormente predominante na área. Quando falamos do clima, nos referimos ao clima ao longo de toda a história de um lugar. Resumidamente, pode-se assumir que o clima atua direta e indiretamente sobre as condições topográficas de um lugar. O clima é um elemento que exerce forte influência no solo, vegetação e consequentemente na própria paisagem de um local. Logo, torna-se imprescindível o uso sistemático do conhecimento do clima na área de interesse para a melhor orientação de produtores e agronegócios. MONTEIRO (1973), em seu trabalho sobre a dinâmica das chuvas no Estado de São Paulo, identificou para o Estado nove unidades climáticas. Essa unidade é caracterizada por clima tropical alternadamente seco e úmido, sendo controlada por massas equatoriais e tropicais. SANT’ANNA NETO (1995), com base na variação espacial das chuvas, no período de 1971-1993, identificou três grandes conjuntos. Destes, a Bacia do Tietê / Batalha está inserida, em sua maior parte no terceiro conjunto com pluviosidade média anual entre 1.100 e 1.500 mm. Com base na classificação climática proposta por MONTEIRO (1973) e nas análises dos dados obtidos em 394 postos pluviométricos (1971-1993), além de considerar a dinâmica atmosférica e a configuração do relevo, SANT’ANNA NETO (1995) apresentou uma carta síntese da variação têmporo-espacial das chuvas, definindo oito “unidades regionais” e 25 “subunidades homogêneas” para o Estado de São Paulo. Destas unidades, a área de estudo compreendida na unidade Cuestas Basálticas, subunidade São Carlos/São Pedro; e na unidade oeste, subunidade Vale Médio do Rio Tietê. a) unidade Cuestas Basálticas – corresponde à região central até nordeste do Estado, no limite com o Estado de Minas Gerais, onde está inserido o município de Taquaritinga. Na região central está inserida a subunidade São Carlos/São Pedro, com altitudes entre 300 e 500 m, apresentando totais de chuvas médias anuais entre 1.300 e 1.500 mm. As chuvas concentram-se nos meses de outubro a março, representando de 75% a 80% do total anual. O trimestre mais chuvoso é de novembro a janeiro, por influência dos sistemas tropicais 54 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 provenientes do centro oeste do Brasil. O período mais seco se distribui de junho a agosto, abrangendo cerca de 20% a 25% das chuvas anuais. Na Bacia, como na maior parte do Estado, o período chuvoso ocorre de outubro a março, recebendo cerca de 80% das chuvas anuais, com o trimestre mais chuvoso de dezembro a fevereiro. O período mais seco vai de abril a setembro, com o trimestre mais seco entre junho e agosto, onde ocorrem cerca de 20% das chuvas. Quanto à variação temporal, SANT’ANNA NETO (op. cit.) observou em 23 anos (1971-1993), sendo que dez anos se mostraram dentro do padrão normal (habitual), oito se apresentaram chuvosos e cinco secos, para as duas subunidades. O autor citado utilizou os seguintes valores de precipitação anual para definir os anos secos e chuvosos: a) anos normais / habituais: 1.423 a 1.628 mm; b) anos com tendência a chuvosos: 1.628 a 1.730 mm; c) anos chuvosos: superiores a 1.730 mm; d) anos com tendência a secos: 1.320 a 1.423 mm; e e) anos secos: inferiores a 1.320 mm. Quanto às temperaturas, estas são condicionadas pela altitude e latitude de cada lugar. No Estado de São Paulo, as temperaturas diminuem de norte/noroeste para sul/sudoeste, sendo mais baixas nas porções serranas e aumentando em direção à baixada litorânea. Assim, na Bacia, as temperaturas médias anuais se apresentam em torno de 22°C; a média das máximas em janeiro é de 30°C no interflúvio, e 20°C no altiplano; e a média das mínimas em julho de 12°C no interflúvio, e 10°C no altiplano (IPT, 1987). SANT’ANNA NETO (1995) observou um aumento de cerca de 10% na pluviosidade do Estado, em 53 anos analisados. Acrescenta que a tendência de elevação dos totais pluviais não ocorre de maneira uniforme em todo o território paulista. Assim, como o clima exerce influência sobre as atividades humanas, acredita-se que ações antrópicas inadequadas provocam alterações nas condições climáticas, interferindo no ciclo hidrológico e na disponibilidade de água superficial, através de 55 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 desmatamentos em grandes extensões, das queimadas, da urbanização e industrialização, do desencadeamento de processos erosivos, assoreamento dos corpos d’água, etc. Estudos detalhados sobre os atributos locais do clima possibilitam o gerenciamento dos recursos hídricos, o planejamento regional, a produção econômica etc., de forma mais adequada, com a finalidade de prevenir e minimizar efeitos adversos do clima. 8.5 O Clima e o Comportamento Hídrico O ar atmosférico que nos envolve (e sem o qual não vivemos) sofre constantes variações que são registradas pelos nossos sentidos, como as de temperatura (quente e frio), de umidade (seco e úmido) etc., além de ter movimentação contínua, com velocidades e direções variadas expressas, especialmente, pela dança cadenciada das folhagens vegetais. A variação sucessiva das características do ar ou dos estados de tempo, com peculiaridades locais, comandadas pela circulação atmosférica das massas de ar, é que origina os diversos tipos de clima. O Município de Taquaritinga é composto basicamente por um tipo climático distinto, o clima CWA, que é quente e úmido e com inverno seco. Apresenta no mês mais seco totais de chuvas inferiores a 30 mm; temperaturas médias superiores a 22°C no mês mais quente, e temperaturas menores que 18°C no mês mais frio. 56 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Figura 34: Mapa de Clima, sem escala, do Município de Taquaritinga-SP. Mapa com escala anexo. 57 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 8.6 O Mecanismo das Massas de Ar O povo taquaritinguense pode sentir, praticamente, o ano todo, uma corrente de ar vinda comumente da direção nordeste. É a chamada massa de ar Tropical Atlântica (mTa), que no verão, tendo a sua base aquecida, provoca tempo instável, sujeito a chuvas. No inverno, a base da referida massa de ar é resfriada, o que colabora para o bom tempo. No verão, além da ação da massa de ar Tropical Atlântica que proporciona fortes aguaceiros com trovoadas e chuvas convectivas, duas correntes penetram no município, pelo noroeste: a massa de ar Equatorial Continental, que provoca um acréscimo na temperatura, e a massa de ar Tropical Continental, que, além de fazer subir a temperatura, aumenta a umidade, que é acompanhada de chuvas. Ainda no verão, podem ocorrer incursões da Frente Polar, que vem do Sul, ocasionando abaixamentos rápidos da temperatura e chuvas. No inverno, quando há maior permanência da massa de ar Tropical Atlântica, que motiva o deslocamento da massa de ar Polar Atlântica para o Sul, o tempo é relativamente quente, com raras chuvas. Porém, nos anos de grande atividade e permanência da massa de ar Polar Atlântica na área em questão, aparecem as “ondas de frio”, às vezes acompanhadas de geadas, que ocorrem de 1 a 4 dias ao ano. Quando há aquecimento préfrontal de massa Polar Atlântica, reforçam-se as chuvas. Portanto, as variações da temperatura e as precipitações atmosféricas anuais dependem, diretamente, da movimentação ou dinâmica destas massas de ar, das modificações de propriedades sofridas durante a sua passagem por áreas variadas e dos mecanismos de desenvolvimento de suas frentes. 8.7. O Clima e as Atividades Humanas O planejamento agrícola (lavoura e pecuária) está em estreita dependência do clima no decurso anual, regendo os períodos de cultivo das plantas. O calendário agrícola, geralmente, tem início em setembro, com o começo do umedecimento do solo, aproveitado para o semeio. Conforme o clico vegetativo de cada tipo de planta (soja, feijão, arroz, milho etc.), estabelece-se o calendário agrícola municipal. 58 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Segundo as condições topoclimáticas (do clima de um lugar), podem-se prever as limitações das possibilidades do estabelecimento desta ou daquela cultura. Conhecendo-se bem as condições climáticas, consegue-se adaptar certas espécies a um determinado tipo de clima, através de técnicas genéticas. Já observamos que, nas partes de clima tropical de altitude do Município, podem-se cultivar frutas, antes consideradas apenas de áreas temperadas. Relacionando-se clima e relevo, constata-se que os terrenos côncavos acumulam mais ar frio e mais geada nas noites frias e mais orvalho nas noites quentes. Também alguns elementos de microclima favorecem o desenvolvimento de doenças. Assim, a neblina é favorável ao desenvolvimento de determinados fungos nas plantas. A ferrugem do café não se desenvolve sem um mínimo de condições de umidade favoráveis para completar o ciclo na mesma noite, sendo, portanto, o café arejado menos sujeito a esta doença. Os cafeicultores podem observar que o vento, provocando o atrito das folhagens, assim como as chuvas de pedras que as ferem, colabora para o desenvolvimento de bactérias nos tecidos feridos, aparecendo às manchas aureoladas. Assim, plantas, meio ambiente e hóspedes devem ser bem conhecidos para organizar-se o controle fitossanitário e a escolha das áreas mais convenientes, ou menos susceptíveis, aos organismos patogênicos que limitam ou anulam o trabalho e os investimentos dos agricultores. Embora vários elementos do clima constituam recursos naturais aproveitados pelo homem, a água da chuva que abastece os solos, os lençóis subterrâneos, os cursos d’água etc., é o de maior destaque. Os recursos hídricos, tendo em vista os seus inúmeros aproveitamentos, são regidos pelo Código de Águas do Estado, sendo que o Departamento de Águas e Energia Elétrica – DAEE, ligado à Secretaria de Obras e do Meio Ambiente, presta, quando solicitado, assistência técnica aos municípios. Os recursos hídricos municipais são abundantes e bem aproveitados, devendo-se apenas evitar a poluição dos mesmos. As águas poluídas devem ser tratadas antes de retornarem aos cursos normais, como fazem os países desenvolvidos. 59 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 9. Hidrologia A água, elemento formador da bacia hidrográfica, não é somente importante como recurso natural, mas também desempenha um papel crítico, por exemplo, na determinação da produção agropecuária. Os rios são as principais unidades morfológicas da bacia hidrográfica e interagem diretamente com a atmosfera e seu entorno, exibindo um constante intercâmbio de energia e matéria, portanto, sendo afetados, em um primeiro momento, por alterações microclimáticas locais e regionais ou por atividades humanas, como a agricultura e o desenvolvimento urbano, os quais alteram, por vezes, a morfologia dos rios e seu fluxo hidráulico. Por sua vez, as bacias hidrográficas são unidades naturais da paisagem, refletindo os recursos presentes e as atividades interligadas e interdependentes, não sendo delimitadas por limites políticos. É fato que seu equilíbrio dinâmico pode ser rompido devido a mudanças no uso da terra ou pela falta de manejo e/ou planejamento ambiental. O estudo da hidrografia é fundamental para a identificação dos componentes naturais e antropogênicos envolvidos no fluxo hidráulico. Este estudo permite quantificar cada um dos componentes envolvidos na dinâmica da bacia, identificando suas magnitudes, frequências e durações, sempre considerando sua importância geográfica e ecológica e a determinação do volume mínimo requerido para um pré-determinado estado de conservação. Figura 35. Representação de uma bacia hidrográfica Fonte: Unicamp 2005 60 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 O conceito de planejamento de bacias hidrográficas tem evoluído nas últimas décadas para uma concepção de integração de fatores ambientais e socioeconômicos. As características biogeofísicas de uma bacia tendem a formar sistemas hidrológicos e ecológicos relativamente coerentes, e assim, as bacias hidrográficas têm sido utilizadas como unidades de planejamento de desenvolvimento. As bacias hidrográficas são unidades naturais da paisagem, que contém uma organização de recursos e atividades interligadas e interdependentes, e não relacionados com limites políticos. Seu equilíbrio dinâmico pode ser rompido com mudanças no uso da terra, pela falta de manejo ou planejamento. Atualmente, foram definidas pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH), pela lei 9034/94 que dispôs sobre o Plano Estadual de Recursos Hídricos, as 22 Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHI) para o Estado de São Paulo. A UGRHI 16 localiza-se na região centro-oeste do Estado de São Paulo. É definida por uma série de bacias hidrográficas de cursos d’água que desembocam, pelas margens esquerda e direita, no reservatório formado no rio Tietê pela barragem da UHE de Promissão, cujo estirão atinge no extremo de montante, a barragem da UHE de Ibitinga. Entre tais cursos d’água destacam-se os rios Batalha, Dourado e São Lourenço. Ela limita-se ao norte com a UGRHI 18, da Bacia do Rio São José dos Dourados, e UGRHI 15, da Bacia do Turvo/Grande, a leste com a UGRHI 9, da Bacia do Rio Mogi-Guaçu, a sudeste com a UGRHI 13, da Bacia do Tietê/Jacaré, ao sul com a UGRHI 17, da Bacia do Médio Rio Paranapanema, a sudoeste com a UGRHI 20, da Bacia do Rio Aguapeí e a oeste com a UGRHI 19, da Bacia do Baixo Tietê. A Bacia Hidrográfica do Tietê / Batalha ocupa uma área de 1.339.400 ha, de acordo com seus limites físicos, apresentando 75.927 ha de vegetação natural remanescente que correspondem a 5,7% de sua superfície. A cobertura vegetal natural representa apenas 5,78% do total da área ocupada pela UGRHI e culturas perenes (café e citrus) e semiperenes (principalmente cana-deaçúcar) que representam 22,6%. 61 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 UGRHI 16 Figura 36 Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos no Estado de São Paulo. Figura 37. Delimitação da bacia Hidrográfica Tietê/Batalha – UGRHI-16 62 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Existem 33 municípios que se inserem na UGRHI-16. Os municípios de Matão, Dobrada, Santa Ernestina e Taquaritinga se situam na UGRHI-16, mas, parte de suas áreas se localizam na UGRHI-9; e os municípios de Fernando Prestes e Cândido Rodrigues se dividem com a UGRHI-15 e Itápolis, Tabatinga, Ibitinga com UGRHI-13. Confira na tabela abaixo: Tabela 6. Tabela mostrando os municípios com sede na UGRHI-16. 10. Rede de Drenagem O Município de Taquaritinga é drenado por várias sub-bacias hidrográficas, onde a maioria delas conflui para o Ribeirão dos Porcos, tributário do rio Tietê: a sub-bacia do Córrego Santo Antônio e sub-bacia do Ribeirão da Dobrada confluem para o Ribeirão dos Porcos em sua margem esquerda, enquanto a sub-bacia do Rio Jurema, a sub-bacia do Córrego Itagaçaba, sub-bacia do Córrego Santa Maria e a sub-bacia do Córrego da Fazenda Maria são contribuintes pela margem direita do Ribeirão dos Porcos. Há, também, algumas outras sub-bacias importantes para o município que não são contribuintes do Ribeirão dos Porcos, subbacia do Córrego das Areias, sub-bacia do Córrego do Rumo, sub-bacia do Córrego do Vivã, sub-bacia do Córrego do Carretão e sub-bacia do Córrego do Coco. 63 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Imagem 3. Rede de drenagem Fonte: ABAG/RP-EMBRAPA 2005. 64 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Figura 38: Rede de Drenagem do Município de Taquaritinga – SP. Mapa sem escala. 65 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 10.1. Principais Drenagens e Nascentes do Município O Município de Taquaritinga possui um total de 277 nascentes e tem como principais drenagens, o Ribeirão dos Porcos, que corta quase todo município, com aproximadamente 41,82 km de extensão, o Córrego do Rico com aproximadamente 15,62 km de extensão, o Ribeirão da Jurema com aproximadamente 11,19 km de extensão, o Córrego do Coco com aproximadamente 8,55 km de extensão, o Córrego São João com aproximadamente 8,34 km de extensão, o Córrego água Limpa com aproximadamente 7,87 km de extensão, O Córrego do Carretão com aproximadamente 7,55 km de extensão, o Ribeirãozinho com aproximadamente 7,41 km de extensão, o Córrego do Rumo com aproximadamente 7,36 km de extensão e o Córrego da capivara com aproximadamente 7,26 km de extensão. 10.2. Georreferenciamento dos Cursos d’água e Nascentes A relação das principais drenagens com suas extensões e número de nascentes se encontra a seguir (melhor visualizadas no mapa em anexo de georreferenciamento de nascentes do Município). TABELA 7: Georeferenciamento das Principais Nascentes do Município de Taquaritinga-SP. Nascente Coordenada (E) Coordenada (n) 1 777.773,9679 7.636.138,8038 2 770.229,2662 7.631.967,5846 8 769.981,6717 7.634.893,9309 9 773.032,2809 7.635.499,1765 12 776.516,9470 7.637.534,2156 15 768.778,9780 22 768.173,8165 7.631.856,2209 36 762.247,1511 7.635.711,6480 38 763.153,3182 7.637.984,9372 39 762.708,9077 7.638.095,5602 43 756.877,8903 7.635.698,8065 50 763.435,8780 Tributário Córrego do Coco Córrego do Pimenta Córrego do Carretão Córrego São Domingos Córrego do Rico Córrego do Vivã Córrego do Rumo Córrego das Areias Córr. Da Faz. Amélia Córr. Da Faz. Paulo Correia Córr. Da Faz. Da Glória Córr. Da 757.683,5071 7.637.710,6307 Serrinha Extensão Coordenada Nascente (km) (E) Coordenada (n) 8,55 144 751.548,7745 7.624.193,6336 3,19 149 752.710,4569 7.631.768,4107 7,55 153 756.189,1982 7.636.481,1613 3,91 160 753.707,7436 7.638.112,4133 15,62 171 749.979,5150 7.636.238,4904 6,52 186 743.850,3772 7.632.991,5259 7,36 193 746.994,9641 7.622.813,7921 2,97 200 744.460,4715 7.621.705,3068 2,98 203 741.866,4232 7.621.869,1119 1,64 210 739.278,8353 7.621.862,5909 6,96 216 742.589,7882 7.634.285,7982 2,63 223 736.204,1008 7.620.809,4770 Tributário Riacho Santa Rosa Córrego da Itagaçaba Ribeirão da Jurema Córrego do Barro Preto Córrego da Pata Córrego do André Córrego da Barra Mansa Córrego da Esplanada Córrego da Barra Mansa Córrego Santo Antônio Córrego da Capivara Córrego São João Extensão (km) 3,79 6,44 11,19 4,74 2,37 5,26 6,08 4,23 6,08 5,68 7,26 8,34 66 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Córrego da Faz. S. Maria Córrego Santa Maria Córrego da Água 61 769.154,4185 7.631.447,3893 85 761.902,7394 7.629.820,1095 95 758.943,2813 7.635.154,9145 102 763.237,3499 7.632.097,8159 Ribeirãozinho 111 757.075,8046 7.633.448,1798 136 754.160,5858 7.632.278,9390 139 753.326,1662 7.624.207,9436 Córrego da Água Espalhada Córrego da Bolinha Córrego do João Valério 6,72 234 741.446,1713 7.621.036,0524 2,68 245 743.976,8599 7.614.796,3553 3,32 255 745.215,8273 7.620.997,8932 7,41 260 755.196,4776 7.623.067,8981 4,92 268 755.008,0817 7.619.759,2886 5,43 271 756.940,8990 7.620.561,2855 3,00 275 759.370,7314 7.619.932,2182 Córrego Seco Córrego da Agulha Córrego Santa Maria Córrego da Agua Limpa Córrego do Pavão Riacho do Palmital Córrego da Onça 6,25 2,55 3,94 7,87 3,75 2,51 6,41 A seguir é apresentada a síntese da relação das nascentes no Município de Taquaritinga e o mapa de georreferenciamento (melhores visualizados no mapa em anexo de georreferenciamento de nascentes do Município). Tabela 8: Síntese das nascentes do Município de Taquaritinga – SP. Síntese da relação das nascentes do Município de Taquaritinga - SP Nascente 1 Coordenada (E) 777.773,9679 Coordenada (n) 7.636.138,8038 Tributário Nascente 2 770.229,2662 7.631.967,5846 3 771.349,0323 4 5 769.467,1084 770.771,9799 6 7 8 Coordenada (n) 7.625.116,0309 Tributário 140 Coordenada (E) 752.212,9983 7.631.676,3449 Córrego do Coco Córrego do Pimenta trib. 1 141 752.795,5963 7.629.983,2051 trib. 121 7.632.903,0178 7.634.061,1548 trib. 2 trib. 3 142 751.562,1784 7.629.550,5227 trib. 122 143 144 751.031,4421 751.548,7745 7.624.058,4664 7.624.193,6336 trib. 4 trib. 5 Córrego do Carretão Córrego São Domingos trib. 6 145 146 147 750.408,2680 750.007,6959 749.419,9343 7.624.822,9736 7.624.928,5892 7.625.448,0363 trib. 123 Riacho Santa Rosa trib. 124 trib. 125 trib. 126 755.644,2468 776.205,5509 769.981,6717 7.633.994,4727 7.634.818,3927 7.634.893,9309 9 773.032,2809 7.635.499,1765 148 748.733,1321 7.626.318,8306 trib. 127 10 774.612,1804 7.635.354,1920 149 752.710,4569 7.631.768,4107 trib. 7 Córrego do Rico trib. 7 trib. 8 150 151 752.319,1953 750.169,4124 7.632.382,0503 7.631.356,7470 Córrego da Itagaçaba trib. 128 trib. 129 11 12 775.482,8862 776.516,9470 7.636.789,8799 7.637.534,2156 13 14 771.769,9374 770.479,0558 7.638.383,4096 7.639.205,6064 152 153 751.373,8799 756.189,1982 7.630.755,6411 7.636.481,1613 15 768.778,9780 763.435,8780 Córrego do Vivã 154 755.773,4077 7.635.458,8330 trib. 120 trib. 130 Ribeirão da Jurema trib. 131 67 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 16 17 18 19 20 768.102,8185 767.768,4726 770.142,4997 769.622,3971 767.691,6916 7.636.544,9531 7.637.527,0148 7.636.902,8800 7.638.336,7525 7.638.841,8920 trib. 9 trib. 10 trib. 11 trib. 12 trib. 13 155 156 157 158 159 755.264,1830 754.811,3278 754.495,4490 753.603,5532 752.961,7201 7.636.462,5412 7.636.617,6427 7.636.572,1081 7.632.601,6956 7.633.640,7770 trib. 132 trib. 133 trib. 134 trib. 135 trib. 136 21 766.911,3079 7.638.038,3242 trib.14 160 753.707,7436 7.638.112,4133 22 768.173,8165 7.631.856,2209 161 753.709,8491 7.637.583,1640 23 24 25 26 767.873,1426 768.037,9425 767.018,9629 765.643,9522 7.632.705,2020 7.633.358,6942 7.633.827,9895 7.632.805,3829 Córrego do Rumo trib. 15 trib. 16 trib. 17 trib. 18 Córrego do Barro Preto trib. 137 162 163 164 165 752.401,3751 751.745,8698 753.900,9272 754.183,4041 763.837,7257 7.637.879,4843 7.636.926,7660 7.636.626,1030 trib. 138 trib. 139 trib. 140 trib. 141 27 28 29 30 31 32 763.664,5629 763.063,8105 762.897,8864 764.757,0990 765.023,4677 767.617,4660 7.632.605,4725 7.633.795,2037 7.635.120,2316 7.635.834,3739 7.636.250,5878 7.634.465,5148 trib. 19 trib. 20 trib. 21 trib. 22 trib. 23 trib. 24 166 167 168 169 170 171 751.571,7522 751.310,3373 751.043,0006 751.849,0266 75.805,3683 749.979,5150 7.637.856,8757 7.637.729,9925 7.637.908,7174 7.633.791,2732 7.633.581,1605 7.636.238,4904 33 767.511,8494 7.635.754,2632 trib. 25 172 750.443,0960 7.632.917,6597 trib. 142 trib. 143 trib. 144 trib. 145 trib. 146 Córrego da Pata trib. 147 34 35 36 767.034,8372 766.458,9879 762.247,1511 7.636.778,7610 7.637.714,3457 7.635.711,6480 173 174 175 749.683,7066 748.862,7574 748.062,6525 7.632.303,6408 7.631.528,7679 7.631.383,7743 trib. 148 trib. 149 trib. 150 37 38 763.052,1581 763.153,3182 7.637.033,2314 7.637.984,9372 176 177 746.190,5933 748.634,6292 7.632.003,0765 7.630.676,3112 trib. 151 trib. 152 39 762.708,9077 7.638.095,5602 178 746.016,5193 7.630.657,1360 trib. 153 40 41 42 43 761.578,2686 761.924,3508 762.320,8081 756.877,8903 7.637.008,4873 7.637.132,7074 7.637.562,7223 7.635.698,8065 179 180 181 182 747.928,5138 747.551,8794 748.236,0135 745.842,0648 7.629.398,1941 7.624.624,3972 7.625.629,5175 7.628.281,7926 trib. 154 trib. 155 trib. 156 trib. 157 44 45 757.278,6501 758.253,2420 7.637.045,8862 7.635.773,4405 trib. 26 trib. 27 Córrego das Areias trib. 28 Córr. Da Faz. Amélia Córr. Da Faz. Paulo Correia trib. 29 trib. 30 trib. 31 Córr. Da Faz. Da Glória trib. 32 trib. 33 183 184 746.019,7853 745.259,2358 7.626.114,8135 7.625.723,1250 trib. 158 trib. 159 46 47 759.388,5803 761.415,2504 7.635.640,3405 7.634.738,9181 trib. 34 trib. 35 185 186 744.597,3874 743.850,3772 7.628.235,4251 7.632.991,5259 48 49 50 761.232,9025 760.715,0685 757.683,5071 7.636.312,0791 7.637.173,6986 7.637.710,6307 187 188 189 743.273,1796 744.785,2926 745.012,5921 7.631.675,9801 7.631.187,3353 7.630.910,1695 51 52 53 740.766,7369 740.665,3890 740.076,5809 7.633.013,9360 7.632.329,5172 7.631.426,4111 trib. 36 trib. 37 Córr. Da Serrinha trib. 38 trib. 39 trib. 40 trib. 160 Córrego do André trib. 161 trib. 162 trib. 163 190 191 192 745.013,4683 745.181,9645 743.047,3872 7.630.455,5285 7.629.487,9138 7.628.960,4285 trib. 164 trib. 165 trib. 166 68 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Figura 39: Mapa, sem escala, do Georreferenciamento das nascentes do Município de Taquaritinga – SP. Mapa com escala anexo 69 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 11. Águas Subterrâneas O “Estudo de Águas Subterrâneas das Regiões Administrativas 7 (Bauru), 8 (São José do Rio Preto) e 9 (Araçatuba)”, desenvolvido pelo DAEE em 1976 classifica as unidades lito-estratigráficas que ocorrem na área da Bacia do Tietê/Batalha em três grandes sistemas aquíferos: Aquífero Bauru, Aquífero Serra Geral e Aquífero Botucatu ou Guarani. O Aquífero Bauru engloba as formações Adamantina, onde se encontra o município de Taquaritinga-SP, e Marília. Nos 3 sistemas aquíferos, além da marcante diferenciação litológica e estratigráfica, esses aquíferos são caracterizados pelas condições de armazenamento e circulação das águas em seus arcabouços. De acordo com esses estudos, os aquíferos Bauru e Botucatu são classificados como aquíferos “permeáveis por porosidade granular” e o aquífero Serra Geral é classificado como “permeável por porosidade de fissuras”. O Quadro abaixo contém uma síntese das características hidrogeológicas gerais das três unidades aquíferas. Tabela 9: Características Hidrogeológicas dos aquíferos. 70 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Figura 40. Mapa dos aquíferos do Estado de São Paulo Fonte: CETESB Relatório de Qualidade das Águas Subterrâneas do Estado de São Paulo – 2001/2003 Figura 41. Águas subterrâneas na UGRHI-16. 2008. 71 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 O aquífero Bauru ocorre aflorando de forma predominante por toda a área da Bacia do Tietê/Batalha. De acordo com Campos (1987), o pacote de sedimentos do Cretáceo que constitui o sistema aquífero Bauru, comporta-se como um aquífero livre ou freático, em toda a sua extensão regional e está assentado sobre um substrato impermeável formado pelo topo dos derrames de basalto da formação Serra Geral. Portanto, a superfície de contato entre os sedimentos e o basalto sotoposto, que constitui o limite basal do aquífero Bauru, mostra-se de forma irregular, com uma descontinuidade resultante tanto de falhamentos como do paleo-relevo esculpido pelo ciclo erosivo anterior a deposição do Bauru. A tendência geral do mergulho do contato entre os dois aquíferos é de um caimento suave de Leste para Noroeste, em direção à calha do Rio Paraná. A espessura saturada dos arenitos do Grupo Bauru, na maior parte de sua área de ocorrência, varia desde poucos metros nos fundos dos vales das principais drenagens da bacia, próximo ao contato com o basalto sotoposto, até pouco mais de 150 metros nas áreas mais elevadas situadas próximas aos divisores de água entre as principais sub-bacias. Figura 42: Vazão explorável do Aquífero Bauru (com destaque para a UGRHI 16). Fonte: Mapa de águas subterrâneas do Estado de São Paulo 2005, Conselho Estadual de Recursos Hídricos. Assim, a variação da espessura saturada revela a existência de um duplo controle nas condições de potencialidade do aquífero Bauru na região. O primeiro se deve a 72 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 morfologia da superfície e atua de forma transversal aos principais rios da bacia, com as espessuras variando em “ondulações", mais espessas nos espigões, ou divisores de água, e adelgaçando em direção aos vales. O segundo controle é exercido pela morfologia do paleorelevo basáltico impondo um caimento regional de Sudeste para Noroeste na porção de montante da bacia e de para Leste para Oeste na porção mais à jusante da área da bacia, além de alterações localizadas na espessura do aquífero, condicionadas pela ocorrência de estruturas tectônicas secundárias que afetaram a região. As condições de circulação de água subterrânea e o comportamento hidráulico do aquífero Bauru indicam uma situação de recarga natural se dando diretamente a partir das precipitações pluviais que ocorrem na própria bacia e a superfície potenciométrica apresenta uma configuração nitidamente associada à morfologia dos terrenos, com os divisores da superfície potenciométrica da água subterrânea seguindo um posicionamento muito próximo, em subsuperfície, aos divisores do escoamento superficial de água das sub-bacias hidrográficas. Desta forma, as isopiezas (linhas de mesma cota do nível freático da água) apresentam-se alongadas, acompanhando a topografia dos espigões e planaltos. As linhas de fluxo do escoamento subterrâneo convergem naturalmente em direção as calhas dos rios que tem caráter efluente, ou seja, recebem contribuição direta das águas subterrâneas. Os gradientes hidráulicos da superfície potenciométrica do aquífero Bauru são elevados, variando de 8 a 12 metros/km nas áreas de montante das sub-bacias hidrográficas e de 3 a 6 metros/km, nas áreas de jusante das mesmas. A velocidade média da água subterrânea nas direções predominantes de fluxo, estimada com base no gradiente hidráulico, na permeabilidade e na porosidade eficaz dos arenitos, apresenta uma variação, em escala regional, da ordem de 4 cm/dia nas áreas de domínio da Formação Adamantina. Do ponto de vista da produtividade do aquífero Bauru é utilizado o conceito de capacidade específica com valores obtidos a partir de testes de bombeamento realizados nos poços tubulares da região quando do desenvolvimento do estudo do DAEE em 1976. Cabe relembrar a capacidade específica como parâmetro definido pelo quociente resultante da divisão da vazão (Q) do poço, em m³/h, pelo rebaixamento (Δs) do nível de água, em metros, verificado no poço em questão. Segundo Rocha et al. (1982), os valores médios da capacidade específica variam, geralmente, de 0,5 a 1,0 m³/h/m nas áreas de domínio da Formação Adamantina, unidade predominante na Bacia do Tietê/Batalha. 73 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 VI. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO BIÓTICO 1. Caracterização Vegetacional Regional Pelo Inventário Florestal do Estado de São Paulo realizado pelo Instituto Florestal (IFSP, 2002) verificou-se que restam 13,7 % de cobertura vegetal nativa (34,6 mil km2), localizada principalmente, em áreas com pouca possibilidade de aproveitamento agrícola. Analisando alguns trabalhos realizados na região da ABAG de Ribeirão Preto (SILVA e SOARES, 2003; KOTCHETKOFF-HENRIQUES, 2003; PROGRAMA BIOTA/FAPESP, 2004) pode-se concluir que hoje, os fragmentos remanescentes estão sob frequente perturbação e são de diferentes unidades fitogeográficas: Floresta Estacional Semidecidual; Floresta Paludosa, Floresta Estacional Decidual e fisionomias de Cerrados (Mapa Programa Biota/FAPESP). Kotchetkoff-Henriques (2003) em um levantamento da vegetação natural do município de Ribeirão Preto (651 km2) encontrou 102 remanescentes florestais (sendo 99 com vegetação natural correspondendo a 3,8% da área do município), enquadrados em quatro grupos de vegetação: Floresta Estacional Semidecidual (1,37%), Floresta Estacional Decidual (1,06%), Floresta Estacional Semidecidual com Influência Fluvial Permanente (Mata Paludícola – 0,64%) e Cerrado (0,83%), estando estes tipos vegetacionais estreitamente correlacionados com as características edáficas ocorrentes, respectivamente, em Latossolo Roxo, Litossolo, Solo Hidromórfico e Latossolo Vermelho Escuro ou Latossolo Vermelho Amarelo. A maioria dos fragmentos eram pequenos e isolados, sugerindo a criação de Áreas de Proteção Ambiental (APA), para potencializar as ações de conservação de muitos fragmentos situados em área de expansão urbana (expostos a maior pressão antrópica) e para conservação de fragmentos grandes e próximos entre si, que apresentam elevado valor de conservação na região sul do município, ao longo do Ribeirão da Onça. 1.1 Floresta Estacional Semidecidual (IBGE, 1991): como o nome diz, este tipo de vegetação está condicionado a estacionalidade climática (verão chuvoso e inverno seco ou clima subtropical sem seca, mas com intenso frio, temperaturas médias abaixo de 15ºC) e pela queda das folhas durante o período seco, em 20 a 50% das árvores caducifólias da floresta. Na região da ABAG-RP esta vegetação aparece com formações: Aluvial (vegetação em zona ciliar com encharcamento temporário do solo); Submontana (na faixa de 50 a 500m entre 16º até 24º latitude S) e Montana (acima de 16º de latitude Sul entre 400 a 1500 m de altitude). Hoje, as 74 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 pequenas extensões de florestas estacionais semidecíduas correspondem às Unidades de Conservação e a matas residuais em propriedades privadas. 1.2 Floresta Estacional em Contato com a Savana: originalmente ocupava 14% da superfície total do Estado de SP, incluindo fitofisionomias variáveis desde campo limpo, avançando para campo sujo (savana gramíneo-lenhosa), campo cerrado (savana arborizada), cerrado sensu strictu até cerradão (savana florestada), com manchas dispersas no interior do planalto, sobretudo na margem oriental do planalto ocidental e na depressão interior (região da ABAG-RP), localizado nos solos mais pobres. Atualmente, pouco restou dessa cobertura vegetal original, menos de 1% em todo Estado (SMA, 2000). Os cerrados permaneceram preservados na região da ABAG-RP até por volta de 1960-70 quando foram substituídos pela cultura da cana-de-açúcar. Mas mesmo assim, a região possui a maior área remanescente preservada do Estado, que é a Estação Ecológica do Jataí, no Município de Luís Antônio (IFSP, 2002). A instituição do ICMS ecológico (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) nos Estados que fazem parte da região do Cerrado, como o Estado de SP, tem incentivado a criação de áreas protegidas com planejamento ambiental e manejo sustentável dos sistemas produtivos da região. 1.3. Mata Ciliar: adensamento da vegetação localizada ao longo do curso dos rios, formando a mata que protege a margem dos rios da erosão e abriga os animais silvestres. O Código Florestal Brasileiro (Lei 4771 de 21 de agosto de 1965) determina que seja respeitada a vegetação ciliar em cada margem (metragem de 30 a mais de 200 metros, de acordo com a largura do rio). Mas sabe-se, que atualmente no Estado de SP, perto de um milhão de hectares de áreas ciliares não possuem vegetação devido ao desmatamento principalmente, para uso agropastoril e que 120 mil km de cursos de água estão sem proteção, aumentando a erosão. 1.4. Floresta Secundária: vegetação que surge após a destruição da cobertura vegetal primitiva (ação antrópica) para uso agrícola ou pecuário, e posterior abandono, obedecendo a uma sucessão natural, dividida em fases de colonização. Assim, com a expansão da agricultura, as Florestas Estacionais Semideciduais da região da ABAG-RP foram sumindo, restando pequenos fragmentos na forma de capoeiras principalmente, ou como pequenas áreas residuais. O Cerrado, que apresenta em algumas áreas do município, ocupa as partes elevadas do relevo com solos mais pobres, compreende uma vasta área (cerca de 25% do 75 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 território brasileiro) e comporta dentro de seus limites diversos tipos de formações vegetais nativas, tais como as matas de galeria (matas ciliares), as florestas estacionais semideciduais e o próprio bioma de cerrado, com suas diferentes fisionomias. Também inclui as zonas de contato entre a vegetação de savana (cerrado) e a floresta ombrófila. Quando há contato entre duas ou mais regiões fitoecológicas, com suas floras justapondo-se ou interpenetrando-se, formam-se áreas de tensão ecológica. Estas áreas são às vezes, coincidentes com o contato de duas formações geológicas e com faixas de transição climática (IBGE, 1993). Os encraves são cada mosaico de vegetação que guarda a sua identidade florística e fisionômica sem se misturar, permitindo a definição da formação ou subformação dominante. No caso dos ecótonos, a identidade florística passa a ser a nível de espécies, não se determinando a dominância de uma região sobre a outra. Frequentemente ocorrem endemismos que melhor as identificam. Grande parte do Estado de São Paulo está inserida dentro do limite fitogeográfico dos cerrados e sua transição com outros domínios. No município de Taquaritinga, verifica-se a presença das formações vegetais encontradas no Domínio de Floresta estacional semi-decídual em contato com Cerrados. Próximo à área urbanizada, apresenta-se a vegetação do tipo savânica, sendo verificada a categoria fisionômica que caracteriza a vegetação de cerrado, em estágio médio e avançado de regeneração, sendo área de tensão ecológica com floresta estacional semidecidual, segundo Goodland & Ferri (1979): campo limpo, campo sujo, campo cerrado, cerrado sensu stricto e cerradão. As quatro primeiras caracterizam-se por serem formações predominantemente campestres, enquanto a última, os chamados cerradões, constituem uma formação florestal conforme representado na Imagem 10. 76 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Figura 43. Ilustração com as 5 categorias fisionômicas de cerrado (Coutinho, 1978). Ao contrário do que se possa imaginar, o cerrado (nome aqui empregado em sua forma mais ampla) é condicionado pela pobreza relativa dos solos que o sustentam e não pela escassez de água nos mesmos. Prova disso é o fato de diversas espécies arbustivas e arbóreas encontradas nos ambientes de cerrado serem capazes de rebrotar, crescer e até mesmo florescer em plena estação seca. Assim, o alto grau de escleromorfismo evidenciado na maioria destas espécies (esclerofilia, xilopódios e caules tortuosos com cobertura espessa) é atribuído à deficiência nutricional e à acidez dos latossolos presentes em áreas onde ocorre o referido bioma. Nestes locais as formações vegetais originam um mosaico ambiental integrado, tanto do ponto de vista florístico quanto paisagístico. Nas zonas de contato entre as diferentes fitofisionomias é comum encontrar-se espécies típicas de ambientes de cerrado, de floresta estacional e mesmo de floresta ombrófila, habitando numa mesma localidade. Alguns fragmentos de mata podem abrigar espécies arbóreas que caracterizam a vegetação savânica, tais como Tabebuia ochracea e Caryocar brasiliense e, por outro lado, áreas que apresentam fisionomia de cerrado, onde há o predomínio de uma vegetação constituída originalmente por formações herbáceas, intercaladas por plantas arbustivas lenhosas, de folhas coriáceas e xilopódios, também comportam espécies pioneiras da mata semidecídua e da floresta ombrófila (exemplo: Tapirira guianensis e Trema micrantha). O que se vê atualmente são muito poucos remanescentes de vegetação original, estando estes restritos a fragmentos de cerrados localizados dentro de propriedades particulares e também a fragmentos de matas ciliares. Provavelmente, a preservação dos mesmos deve-se às medidas legais incidentes, que viabilizaram a manutenção das Áreas de Preservação 77 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Permanente (APP) e sua vegetação nativa, além das características impeditivas do solo aos processos de ocupação humana, para prática agrícola, principalmente nas zonas de encraves latossólicos. O mapa, representado na Figura 11, indica os fragmentos de cerrado remanescentes do Estado de São Paulo, ajudando a compreender melhor os efeitos da pressão antrópica sobre esse bioma, não só na região de Taquaritinga, mas em todo o Estado de São Paulo. As áreas de Mata Atlântica se restringem às encostas, partes baixas e áreas ripárias. A formação florestal predominante é a floresta estacional com as fasciações semidecidual e perenifólia, sobre solos hidromórficos ou drenados. Figura 44. Remanescentes florestais na área de atuação da ABAG-RP. Fonte: ABAG-RP 2005 2. Considerações Regionais Sobre a Flora A Bacia Hidrográfica do Tietê / Batalha ocupa uma área de 1.339.400 ha, de acordo com seus limites físicos, apresentando 75.927 ha de vegetação natural remanescente que correspondem a 5,7% de sua superfície. 78 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 As categorias de maior ocorrência são a Floresta Estacional Semidecidual (21.299 ha) e sua correspondente formação de Vegetação Secundária (13.378 ha); Floresta Estacional em Contato Savana / Floresta Estacional (7.892 ha) e sua correspondente formação com Vegetação Secundária (11.832 ha). Destacam-se também as categorias Formação Arbórea / Arbustivo-Herbácea em Região de Várzea (8.393 ha) e Savana (6.088 ha). A vegetação remanescente (75.927 ha) está dividida em 4.370 fragmentos, sendo que deste total 2.762 (63,2%) apresentam superfície até 10 ha e 763, até 20 ha. Observa-se, portanto, que 3.525 fragmentos (80,7%) apresentam superfície entre 0 e 20 ha. TAQUARITINGA UGRHI - 09 UGRHI - 16 Figura 45. Remanescentes florestais UGRHI-16 e parte da UGRHI-09 com destaque para o município de Taquaritinga – SP Fonte: Relatório de Situação dos Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Tietê/Batalha – UGRHI-16, 1999. 79 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 O bioma Cerrado apresenta vegetação cujas fisionomias englobam formações florestais, savânicas e campestres. Em sentido fisionômico, floresta é a área com predominância de espécies arbóreas, onde há formação de dossel, contínuo ou descontínuo. As formações florestais são representadas por Mata Ciliar, Mata de Galeria, Mata Seca e Cerradão. Savana é a área com árvores e arbustos espalhados sobre um estrato graminoso onde não há formação de dossel contínuo. As formações savânicas são representadas por Cerrado: denso, típico, ralo e rupestre; Vereda, Parque de Cerrado e Palmeiral. O termo campo designa áreas com predomínio de espécies herbáceas e algumas arbustivas, observando-se a inexistência de árvores na paisagem. As formações campestres são representadas por Campo: sujo, limpo e rupestre (Ribeiro et al., 1983 e Ribeiro & Walter, 1998). Figura 46. Inventário Florestal do Instituto Florestal 2010. Na Figura 47 abaixo é apresentada espacialmente a distribuição das diferentes categorias de vegetação para o município de Taquaritinga – SP. 80 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Figura 47: Mapa, sem escala, dos tipos de vegetação do Município de Taquaritinga – SP. Mapa com escala anexo. 81 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 As florestas classificadas como Floresta Estacional Semidecidual, são caracteristicamente descontínuas, entremeadas, em alguns trechos, por cerrados, campos rupestres e matas ciliares. Ocorrem em áreas de clima e solo variados, porém com a constância climática de invernos secos e frios e verões úmidos e quentes. São também sazonais, com um período de perda de folhas nos meses mais frios (Leitão Filho, 1982). Para se obter dados sobre as espécies da flora ocorrentes na região foram realizadas consultas ao Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo (BIOTA-FAPESP), às coleções disponibilizadas on-line pelo Cria/Splink e pesquisa bibliográfica para todos os municípios da bacia hidrográfica do Tietê/Batalha. Foram considerados apenas bibliografia atualizada e registros confiáveis e recentes em coleções, dos últimos dez anos. As categorias de ameaça de cada espécie são fornecidas de acordo com as listas oficiais da flora ameaçada do Estado de São Paulo (Resolução SMA - 8, de 31-1-2008) e do Brasil (Instrução Normativa n° 6, de 23 de setembro de 2008). Tabela 10 – Lista das espécies florísticas caracterizadas no Município Família Anacardiaceae Annonaceae Apocynaceae Arecaceae Asteraceae Bignoniaceae Boraginaceae Burseraceae Cannabaceae Caricaceae Combretaceae Euphorbiaceae Fabaceae- AMEAÇA SP BR Nome científico Nome popular Classe Sucessional Astronium graveolens Tapirira guianensis Annona cacans Rollinia sylvatica Xylopia aromática Xylopia brasiliensis Aspidosperma polyneuron Peschiera fuchsiaefolia Acrocomia aculeata Gochnatia polymorpha Handroanthus serratifolius Cordia ecalyculata Cordia trichotoma Patagonuda americana Protium heptaphyllum Trema micranta Jacaratia spinosa Terminalia argentea Alchornea triplinervia Croton floribundus Hevea brasiliensis Copaifera langsdorfii Guaritá NC NC Não Pioneira Pau pombo NC NC Não Pioneira Araticum de paca NC NC Pioneira Araticum do mato NC NC Pimenta de macaco NC NC Não Pioneira Pioneira Pindaíba NC NC Não Pioneira Peroba rosa QA NC Não Pioneira Leiteiro NC NC Pioneira Macaúba NC NC Não Pioneira Cambará NC NC Pioneira Ipê-amarelo NC NC Não Pioneira Café de Bugre QA Não Pioneira Louro-pardo NC Guaiuvira NC NC NC NC NC Almecega-de-cheiro NC DD Não Pioneira Pau-pólvora NC NC Pioneira Não Pioneira Não Pioneira Jacaratiá NC NC Não Pioneira Capitão do campo NC NC Pioneira Tapiá NC NC Pioneira Capixingui NC NC Pioneira Seringueira Óleo de copaíba NC QA NC NC Não Pioneira Não Pioneira 82 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 AMEAÇA SP BR Família Nome científico Nome popular Caesalpinioideae Holocalyx balansae Peltophorum dubium Bauhinia fusconervis Ormosia arborea Centrolobium tomentosum Lonchocarpus guilleminianus Lonchocarpus leucanthus Machaerium stipitatum Myroxylon balsamum Sweetia fruticosa Senegalia polyphylla Parapiptadenia rigida Piptadenia gonoacantha Pithecellobium edwallii Endlicheria paniculata Ocotea catharinensis Ocotea velutina Aegiphila sellowiana Cariniana estrellensis Ceiba speciosa Luehea divaricata Luehea speciosa Christiana macrodon Guarea guidonia Cedrela fissilis Trichilia catigua Trichilia lagoensis Mollinedia widgrenii Chlorophora tinctoria Virola sebifera Ardisia ambigua Campomanesia guaviroba Myrcianthes pungens Psidium guajava Pisonia ambigua Gallesia gorarema Roupala brasiliensis Rhamnidium elaeocarpum Coutarea hexandra Rudgea jasminoides Balfourodendron riedellianum Metrodorea nigra Zanthoxylum pohlianum Casearia gossypiosperma Casearia sylvestris Alecrim-de-campinas NC NC Fabaceae-Cercideae Fabaceae-Faboideae Fabaceae-Mimosoideae Lauraceae Lamiaceae Lecythidaceae Malvaceae Meliaceae Monimiaceae Moraceae Myristicaceae Myrsinaceae Myrtaceae Nyctaginaceae Phytolaccaceae Proteaceae Rhamnaceae Rubiaceae Rutaceae Salicaceae Classe Sucessional Não Pioneira Canafístula QA NC Pioneira Pata de vaca VU NC Não Pioneira Olho de cabra NC NC Não Pioneira Araribá NC NC Não Pioneira Imbira-de-sapo NC NC Não Pioneira Embira NC NC Não Pioneira Sapuvussu NC NC Não Pioneira Cabreúva-vermelha VU NC Não Pioneira Guaiçara NC NC Monjoleiro NC NC Não Pioneira Pioneira Angico-vermelho NC NC Não Pioneira Jacaré NC NC Pioneira Farinha-seca NC NC Não Pioneira Canela-fedida NC NC Não Pioneira Canela-preta NC A Não Pioneira Canelão NC NC Não pioneira Tamanqueira NC NC Pioneira Jequitibá-branco QA NC Não Pioneira Paineira NC NC Não Pioneira Acoita-cavalo NC NC Não Pioneira Acoita-cavalo NC NC Não Pioneira Algodoeiro NC DD - Marinheiro QA NC Não Pioneira Cedro rosa QA NC Não Pioneira Catiguá NC NC Não Pioneira Goiaba-do-mato NC NC Não Pioneira - NC NC Não Pioneira Taiuvá NC NC Não Pioneira Ucuúba NC NC Não Pioneira Lustroso NC NC Não Pioneira Gabiroba NC NC Não Pioneira Fura-olho NC NC Não Pioneira Araça-goiaba NC NC Não Pioneira Maria faceira NC NC Não Pioneira Pau-d’álho NC NC Não Pioneira Carne-de-vaca NC NC Não Pioneira Saguariji NC NC Não Pioneira Quina-branca NC NC Não Pioneira Jasmim-do-campo NC DD Não Pioneira Marfim QA NC Não Pioneira Carrapateiro NC NC Não Pioneira Juvá NC NC Não Pioneira Pau-espeto NC NC Pioneira Língua-de-lagarto NC NC Pioneira 83 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 AMEAÇA SP BR Família Nome científico Nome popular Sapindaceae Diatenopteryx sorbifolia Chrysophyllum gonocarpum Solanum granulo-leprosum Solanum lycocarpum Urera bacifera Aloysia virgata Qualea jundiahy Correeiro NC NC Pioneira Caixeta amarela NC NC Não Pioneira Cuvitinga NC NC Pioneira Lobeira NC NC Pioneira Urtiga NC Lixa NC NC NC Pioneira Sapotaceae Solanaceae Urticaceae Verbenaceae Classe Sucessional Vochysiaceae Pau-terra NC NC Não Pioneira SP= Resolução SMA 08, de 2008 – NC=não consta; QA=quase ameaçada; VU=vulnerável e BR=Instrução Normativa no de 2008 – NC= não consta; DD- Dados Deficientes e A=ameaçada. 2.1. Diagnóstico Florístico No total foram caracterizadas 74 espécies divididas em 39 famílias e 65 gêneros, na qual, de acordo com a Resolução SMA 08/2008 e Portaria IBAMA nº 37-N, de 3 de abril de 1992, 8 espécies se encontram em estado de Quase Ameaça (QA), que são: Balfourodendron riedellianum (Marfim), Cedrela fissilis (Cedro rosa), Guarea guidonia (Marinheiro), Cariniana estrellensis (Jequitibá-branco), Peltophorum dubium (Canafistula), Copaifera langsdorfii (Óleo de copaiba), Cordia ecalyculata (Café de Bugre) e Aspidosperma polyneuron (Peroba rosa), 2 espécie Vulnerável (VU) que são: Myroxylon balsamum (Cabreúva-vermelha), Bauhinia fusconervis (Pata de vaca), 1 espécie Ameaçada (A) que é a Ocotea catharinensis (Canela-preta) e 3 espécies com Dados Deficientes (DD) que são: Rudgea jasminoides (Jasmim-do-campo), Christiana macrodon (Algodoeiro), e Protium heptaphyllum (Almecega-de-cheiro). 2.2. Áreas de Preservação Permanente e Remanescentes Florestais Nativos do Município de Taquaritinga – SP De acordo com as Leis n° 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, 11.428, de 22 de dezembro de 2006, 12.651, de 25 de maio de 2012, 7.754, de 14 de abril de 1989, Medida Provisória n° 2.166-67, de 24 de agosto de 2001 e Resolução CONAMA 303, de 20 de março de 2002. 84 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Figura 48: Mapa, sem escala, de remanescentes e APPs do Município de Taquaritinga – SP. Mapa com escala anexo. 85 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Foto 1: Remanescente florestal entre cultura de cana de açúcar. Foto 2: Remanescente florestal próximo a pastagem e culturas de cana de açúcar e citros. O Município de Taquaritinga – SP, com área de 594 km² ou 59.400 ha, possui um total de APP com vegetação de 7.327,02 ha, 12,34% da área do município, e uma área de remanescentes florestais fora das APPs de 4.942,58 ha, 8,32% da área do município, totalizando uma Área de Preservação Permanente vegetada com essências nativas para o Município de Taquaritinga de 2.384,44 ha ou 4,02% da área total do Município. 86 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Foi apresentado à Câmara legislativa estadual o PROJETO DE LEI Nº 177, 2001, que ainda não foi apreciado, onde se pretende a implantação de área de proteção de grande valor ambiental, na serra do Jaboticabal, região que abrange Taquaritinga, Jaboticabal, Monte Alto, Pirangi e Taiúva de acordo com os termos do Projeto: “DECLARA COMO ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL A SERRA DE JABOTICABAL” A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO decreta: Artigo 1º - É declarada Área de Proteção Ambiental (APA) a Serra de Jaboticabal, situada no Estado de São Paulo. Artigo 2º - A área compreende as cuestas, as escarpas, as encostas e as matas adjacentes da Serra de Jaboticabal, bem como seus mananciais e a vida silvestre que inclui toda a flora e fauna remanescentes dentro de seu perímetro. Artigo 3º - A Área da Serra de Jaboticabal fica assim demarcada: Abrangendo os municípios de Jaboticabal, Taquaritinga, Monte Alto, Pirangi e Taiúva, (...). O referido projeto já foi reformulado 2 vezes e reapresentado e a população aguarda a apreciação legislativa para poder resguardar a referida área, de grande interesse ecológico. Foto 3: Detalhe da vegetação de Taquaritinga. Ao fundo, a Serra do Jaboticabal. 87 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Foto 4: Monte do Broa, na serra do Jaboticabal, ponto mais alto do município de Taquaritinga. Foto 5: Detalhe da Serra do Jaboticabal ao fundo. 88 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 3. Caracterização da Fauna Regional A fragmentação de áreas naturais provoca a perda de habitat original pela diminuição e isolamento da vegetação original. Quando a proporção do habitat favorável diminui na paisagem, os efeitos resultantes do tamanho e isolamento da área influenciam as populações que nele habitam, contribuindo para o declínio da diversidade biológica dentro do habitat original. As populações que passam a viver nos fragmentos podem ser drasticamente afetadas, não só pelo tamanho da área, mas também pela distância entre um fragmento e outro, pelas mudanças físicas e bióticas que neles ocorrem e pela paisagem circundante (Andrén, 1994). As atividades agrícolas e silviculturais, assim como o desenvolvimento urbano, são predominantes no Estado de São Paulo, de forma que a cobertura vegetal do interior, composta por Mata Semidecidual e manchas de Cerrado, é hoje quase totalmente modificada e fragmentada, sendo que áreas naturais extensas e pouco perturbadas são cada vez mais raras (Morellato & Leitão-Filho, 1995), fato que torna preocupante o status das espécies com ocorrência no Estado. Apesar de abrigar fauna e flora muito diversas, apenas 25% das áreas de vegetação natural remanescente no Estado de São Paulo encontra-se protegida (Rodrigues & Bononi, 2008). O nordeste paulista é um exemplo de região especialmente prejudicada pelo avanço da monocultura canavieira. Este fato, aliado a quase ausência de estudos faunísticos, geram conhecimento limitado da biota local (Pozza, 2002). O município de Taquaritinga tem uma área total de 59.400 (ha) sendo 7.327,02 (ha) de vegetação nativa. 3.1. Avifauna As aves pertencem a um grupo zoológico extremamente diverso se comparado com os demais tetrápodes. Além disso, são encontradas em praticamente todos ambientes terrestres, existindo diversas espécies que ocupam somente alguns ambientes. Alguns exemplos destas espécies são as espécies florestais insetívoras de sub-bosque (espécies e gêneros das famílias Formicariidae, Dendrocolaptidae e da sub-familia Philydorinae) e algumas frugívoras (espécies e gêneros das famílias Pipridae, Cracidae, Trogonidae, Cotingidae). 89 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Segundo o CBRO (2014), existem no Brasil 1.901 espécies de aves, sendo 234 endêmicas. No Estado de São Paulo são registradas aproximadamente de 793 espécies (Silveira & Uezu, 2011), representando 41,7% das espécies brasileiras. Como esperado para um Estado com vocação florestal, a grande maioria das espécies está associada a, pelo menos, um tipo fisionômico deste ambiente, principalmente mata atlântica e mata mesófila. Juntos, estes dois biomas abrigam aproximadamente dois terços da avifauna do Estado (Silva, 1998). O avançado processo de substituição de florestas por ambientes antropizados, associado ao fato de que muitas das espécies de aves não ocorrem em habitats perturbados, colocam o grupo como um dos mais ameaçados do planeta (Brooks & Balmford 1996). A fragmentação e modificação estrutural das formações florestais causam drástica modificação na composição específica da comunidade de aves, sendo que diversos estudos sobre o tema apontam as aves florestais de sub-bosque e algumas frugívoras como as mais afetadas por tais processos (Willis 1979, Aleixo e Vielliard 1995, Galleti e Aleixo 1998, Bierregaard, 1989, Aleixo 2001, Pizo 2001, Protomastro 2001). Além da fragmentação e da modificação na estrutura dos fragmentos florestais, a matriz em que estes estão inseridos se mostra muito importante para a manutenção da avifauna local, uma vez que ela pode facilitar ou dificultar a dispersão das aves florestais e a recolonização de alguns fragmentos por elas (Aleixo 2001). Existem evidências de que pastagens e canaviais dificultam tais processos, ao passo que paisagens mais “sujas”, com arbustos e árvores, os facilitam (Aleixo, op cit.). Além de excelentes bioindicadores (Ramos, 1997), as aves ocupam ambientes variados e são, em geral, facilmente detectáveis pelos pesquisadores, o que faculta o uso de listagens desse grupo como uma das ferramentas para avaliação ambiental (Furness & Greenwood, 1993). Porém, a falta de dados sobre a situação da avifauna regional dificulta a tomada de decisões conservacionistas, contribuindo para a continuidade da perda de espécies durante o tempo (Simon & Ribon, 1997). Tabela 11. Lista das espécies da avifauna do Município. FAMÍLIA Accipitridae NOME CIENTÍFICO Buteo brachyurus Elanus leucurus Gampsonyx swainsonii Geranoaetus albicaudatus Gavião-de-cauda-curta Gavião-peneira Gaviãozinho AMEAÇA SP BR LC NC LC NC LC NC Gavião-de-rabo-branco LC NOME POPULAR NC GUILDA TRÓFICA Ca Ca Ca Ca ENDEMISMO SENSIBILIDADE A DISTÚRBIOS N N N M B B N M 90 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 FAMÍLIA Alcedinidae Anatidae Aramidae Ardeidae Caprimulgidae Cardinalidae Cariamidae Cathartidae Charadriidae Columbidae Corvidae Cuculidae Dendrocolaptidae Donacobiidae Falconidae Fringillidae Furnariidae NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR Ictinia plumbea Rupornis magnirostris Chloroceryle amazona Megaceryle torquata Amazonetta brasiliensis Dendrocygna viduata Aramus guarauna Ardea alba Ardea cocoi Bubulcus ibis Butorides striata Egretta thula Nycticorax nycticorax Syrigma sibilatrix Tigrisoma lineatum Chordeiles acutipennis Chordeiles nacunda Hydropsalis albicollis Hydropsalis torquata Piranga flava Cariama cristata Coragyps atratus Vanellus chilensis Columba livia Columbina picui Columbina squammata Columbina talpacoti Patagioenas picazuro Zenaida auriculata Cyanocorax cristatellus Crotophaga ani Guira guira Lepidocolaptes angustirostris Donacobius atricapilla Caracara plancus Falco sparverius Milvago chimachima Euphonia chlorotica Certhiaxis cinnamomeus Furnarius rufus Phacellodomus ruber Sovi Gavião-carijó Martim-pescador-verde Martim-pescador-grande Pé-vermelho Irerê Carão Garça-branca-grande Garça-moura Garça-vaqueira Socozinho Garça-branca-pequena Savacu Maria-faceira Socó-boi Bacurau-de-asa-fina Corucão Bacurau Bacurau-tesoura Sanhaçu-de-fogo Seriema Urubu-de-cabeça-preta Quero-quero Pombo-doméstico Rolinha-picui Fogo-apagou Rolinha-roxa Pombão Pomba-de-bando Gralha-do-campo Anu-preto Anu-branco AMEAÇA SP BR LC NC LC NC LC NC LC NC LC NC LC NC LC NC LC NC LC NC X* NC LC NC LC NC LC NC LC NC LC NC LC NC LC NC LC NC LC NC LC NC LC NC LC NC LC NC X* NC LC NC LC NC LC NC LC NC LC NC LC NC LC NC LC NC Arapaçu-de-cerrado LC NC Japacanim Caracará Quiriquiri Carrapateiro Fim-fim Curutié João-de-barro Graveteiro Andorinha-domésticagrande Andorinha-do-campo Andorinha-pequena-decasa Andorinha-serradora Andorinha-do-rio Andorinha-de-sobrebranco Garibaldi LC LC LC LC LC LC LC LC Progne chalybea Progne tapera Hirundinidae Pygochelidon cyanoleuca Stelgidopteryx ruficollis Tachycineta albiventer Tachycineta leucorrhoa Icteridae Chrysomus ruficapillus GUILDA TRÓFICA Ca / In Ca / In Ca Ca On On On On Ca In Ca / In Ca Ca Ca / In Ca / In In In In In On Ca / In Ca Ca / In On Gr Fr Gr / On Fr Fr / Gr On Ca / In Ca / In ENDEMISMO SENSIBILIDADE A DISTÚRBIOS N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N C N N N N N N N N C N N M B B B B B M B B B B B B M M B B B B B M B B B B B B M B M B B In N M NC NC NC NC NC NC NC NC In Ca Ca Ca Fr In In In N N N N N N N M B B B B M B B LC NC In N B LC NC In N B LC NC In N B LC LC NC NC In In N N B B LC NC In N B LC NC On N B 91 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO Icterus pyrrhopterus Molothrus bonariensis Pseudoleistes guirahuro Sturnella superciliaris Jacanidae Jacana jacana Mimidae Mimus saturninus Nyctibiidae Nyctibius griseus Ammodramus humeralis Passerellidae Zonotrichia capensis Passeridae Passer domesticus Phalacrocoracidae Phalacrocorax brasilianus Colaptes campestris Colaptes melanochloros Picidae Picumnus albosquamatus Polioptilidae Polioptila dumicola Amazona aestiva Aratinga auricapillus Psittacidae Brotogeris chiriri Rallidae Ramphastidae Forpus xanthopterygius Psittacara leucophthalmus Aramides cajaneus Ramphastos toco Recurvirostridae Himantopus melanurus Rhynchocyclidae Todirostrum cinereum Athene cunicularia Megascops choliba Strigidae Thamnophilidae Herpsilochmus longirostris Tinamidae Thamnophilus doliatus Coereba flaveola Lanio cucullatus Nemosia pileata Paroaria dominicana Sicalis flaveola Sicalis luteola Sporophila caerulescens Sporophila leucoptera Sporophila lineola Tangara cayana Tangara sayaca Volatinia jacarina Mesembrinibis cayennensis Phimosus infuscatus Nothura maculosa Trochilidae Amazilia fimbriata Thraupidae Threskiornithidae NOME POPULAR Encontro Vira-bosta Chopim-do-brejo Polícia-inglesa-do-sul Jaçanã Sabiá-do-campo Mãe-da-lua Tico-tico-do-campo Tico-tico Pardal Biguá Pica-pau-do-campo Pica-pau-verde-barrado Pica-pau-anãoescamado Balança-rabo-demáscara Papagaio-verdadeiro Jandaia-de-testavermelha Periquito-de-encontroamarelo Tuim AMEAÇA SP BR LC NC LC NC LC NC LC NC LC NC LC NC LC NC LC NC LC NC X* NC LC NC LC NC LC NC GUILDA TRÓFICA In/ Fr/ Ne Gr On In On On In Gr Fr / In On Ps In In ENDEMISMO SENSIBILIDADE A DISTÚRBIOS N N N N N N N N N N N N N M B B B B B B B B B B B B LC NC In N B LC NC In N M NT NC Fr N M LC NT Fr N M LC NC Fr N M LC NC Fr N B Periquitão-maracanã LC NC Fr N B Saracura-três-potes Tucanuçu Pernilongo-de-costasbrancas Ferreirinho-relógio Coruja-buraqueira Corujinha-do-mato Chorozinho-de-bicocomprido Choca-barrada Cambacica Tico-tico-rei Saíra-de-chapéu-preto Cardeal-do-nordeste LC LC NC NC On On N N A M LC NC On N M LC LC LC NC NC NC In Ca / In Ca N N N B M B EN NC In N M LC LC LC LC LC LC LC LC LC LC LC LC LC LC LC LC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC In In / Ne Gr / In On Gr Gr / In Gr Gr Gr Gr / In On On Gr / In On On On N N N N N N N N N N / Bi N N N N N N B B B B B B B B B M B B M M B LC NC Ne N B Canário-da-terra-verdadeiro Tipio Coleirinho Chorão Bigodinho Saíra-amarela Sanhaçu-cinzento Tiziu Coró-coró Tapicuru-de-cara-pelada Codorna-amarela Beija-flor-de-gargantaverde 92 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR AMEAÇA SP BR GUILDA TRÓFICA ENDEMISMO SENSIBILIDADE A DISTÚRBIOS Besourinho-de-bicoLC NC Ne N B vermelho Eupetomena macroura Beija-flor-tesoura LC NC In / Ne N B Troglodytidae Troglodytes musculus Corruíra LC NC In N B Turdus amaurochalinus Sabiá-poca LC NC On N B Turdidae Turdus leucomelas Sabiá-barranco LC NC On N B Arundinicola leucocephala Freirinha LC NC In N B Guaracava-de-barrigaElaenia flavogaster LC NC On N B amarela Empidonomus varius Peitica LC NC On N B Fluvicola albiventer Lavadeira-de-cara-branca LC NC In N M Fluvicola nengeta Lavadeira-mascarada LC NC In N M Griseotyrannus Peitica-de-chapéuLC NC In N B aurantioatrocristatus preto Gubernetes yetapa Tesoura-do-brejo LC NC In N M Hirundinea ferruginea Gibão-de-couro LC NC In N B Machetornis rixosa Suiriri-cavaleiro LC NC In N B Myiarchus ferox Maria-cavaleira LC NC In N B Tyrannidae Myiarchus swainsoni Irré LC NC In N B Maria-cavaleira-deMyiarchus tyrannulus LC NC In N B rabo-enferrujado Bentevizinho-deMyiozetetes similis LC NC In N B penacho-vermelho Pitangus sulphuratus Bem-te-vi LC NC Fr / In N B Pyrocephalus rubinus Príncipe LC NC In N B Satrapa icterophrys Suiriri-pequeno LC NC In N B Serpophaga subcristata Alegrinho LC NC In N B Tyrannus melancholicus Suiriri LC NC In N B Tyrannus savana Tesourinha LC NC In N B Xolmis cinereus Primavera LC NC In N B Xolmis velatus Noivinha-branca LC NC In N M Vireonidae Cyclarhis gujanensis Pitiguari LC NC In N B CR = Criticamente em Perigo; EN = Em Perigo; VU = Vulnerável; NT = Quase Ameaçada; RE = Regionalmente Extinta; LC = De Menor Chlorostilbon lucidus Risco; DD = Dados Deficientes; NE = Não avaliada; Lista das espécies de mamíferos ameaçadas de extinção no Brasil e respectivas categorias de ameaça - Ministério do Meio Ambiente, Instrução Normativa nº 3, de 27 de maio de 2003 e Machado et al. 2005) – NC: (Não Consta); CR: (Criticamente em Perigo); EN (Em Perigo); VU (Vulnerável). Guilda Trófica; Ca= Carnívoro; Fr= Frugívoro; In= Insetívoro; On= Onívora; Ne= Nectívoro; Gr= Granívora; Ps= Piscívoro. Endemismo; X* = espécie exótica introduzida no Estado de São Paulo; MA= Endêmica Mata Atlântica, C= Endêmica Cerrado; N= Não Endêmica; Bi= Bioindicadora. Sensibilidade a distúrbios: A= Alto; M= Médio; B= Baixo. Fonte: Wikiaves Foram registradas pela caracterização 123 espécies de aves distribuídas em 43 famílias. Dentre elas, 2 espécies se encontram em alguma categoria de ameaça para o Estado (SMA, 2009) e 1 espécie se encontra na categoria de ameaça para o Brasil: Papagaio verdadeiro (Amazona aestiva) na categoria quase ameaçada (NT) e Chorozinho-de-bicocomprido (Herpsilochmus longirostris) na categoria em perigo (EN) para o estado de São Paulo, a espécie Jandaia de testa vermelha (Aratinga auricapillus) encontra-se na categoria de quase ameaça para o Brasil. 93 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 A presença de espécies ameaçadas em uma determinada área pode ser indicativa da qualidade ambiental da mesma, além de qualificar essa área como habitat crítico para conservação dessas espécies (Meffe & Carroll, 1994). Foto 6: Tucanuçu (Ramphastos toco) Foto 8: Andorinha serradora (Stelgidopteryx ruficollis) Foto 7: Quero quero (Vanellus chilensis) Foto 9: Urubu de cabeça preta (Coragyps atratus) Foto 10: Pica pau verde barrado (Colaptes melanochloros) Foto 11: Curruíra (Troglodytes musculus) 94 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 3.2. Mastofauna Existem no Brasil 710 espécies de mamíferos nativas e seis espécies exóticas, introduzidas no país, voltando ao estado silvestre (Reis et al., 2011). No Estado de São Paulo, estima-se 231 espécies. (Vivo, 2011). Os mamíferos são comparativamente as aves, um grupo mais heterogêneo em seus padrões de uso de habitat e modos de vida. Muitas espécies são pequenas, noturnas e habitam lugares particulares de difícil acesso, o que torna sua captura e identificação uma tarefa, por vezes, dificultada. As espécies de maior porte, embora muitas delas também noturnas e com hábitos discretos, podem ter sua presença inferida no ambiente a partir de marcas e sinais temporários (pegadas, fezes, abrigos, restos alimentares, odores), sendo, portanto, possível a sua identificação mesmo na ausência de observação direta. Para os mamíferos que vivem em regiões onde ocorre o cerrado, as matas ciliares possuem importância fundamental servindo como abrigo aos animais, que habitualmente utilizam os habitats adjacentes para buscar alimento (Marinho- Filho & Reis, 1989; Alho, 1990). Fornecem alimento e/ ou água pelo menos durante a seca, para espécies que em períodos mais favoráveis exploram áreas abertas, além de permitir a manutenção da diversidade biológica nas formações abertas onde elas ocorrem. A caça, perda do habitat, fragmentação e isolamento dos remanescentes florestais são atualmente as maiores ameaças para as espécies de mamíferos, principalmente os de médio e grande porte. O grupo possui necessidade de grandes áreas de uso em comparação com outros grupos, e pouca capacidade de dispersão por áreas abertas como pastagens ou canaviais e/ou áreas urbanas (Biota, 2006). Tabela 12. Lista das espécies da mastofauna no Município. AMEAÇA FAMÍLIA Canidae Caviidae Cebidae Cervidae NOME CIENTÍFICO Cerdocyon thous Canis familiaris Chrysocyon brachyurus Hydrochoerus hydrochaeris Cavia spp. Cebus sp Alouatta fusca Mazama americana NOME POPULAR Cachorro-do-mato Cachorro doméstico Lobo guará Capivara Preá Macaco-prego Bugio Veado-mateiro SP BR GUILDA TRÓFICA LC VU LC LC VU VU NC VU NC NC CR EN On Ca On He He On He / Fr He ENDEMISMO N N C N N MA MA N TOLERANCIA PRESENÇA HUMANA P A A S S A A A 95 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 AMEAÇA FAMÍLIA Cuniculidae Dasypodidae Dasyproctidae Didelphidae Erethizontidae Felidae Leporidae Mephitidae Procyonidae NOME CIENTÍFICO Cuniculus paca Dasypus novemcinctus Dasypus septemcinctus Euphractus sexcinctus Dasyprocta sp. Didelphis azarae Coendou villosus Leopardus pardalis Puma concolor Sylvilagus brasiliensis Conepatus semistriatus Nasua nasua Procyon cancrivorus NOME POPULAR Paca Tatu galinha Tatu galinha pequeno Tatu peba Cotia Gambá Ouriço Jaguatirica Onça parda Tapiti Jaritataca Quati Mão-Pelada SP BR GUILDA TRÓFICA NT LC LC LC LC LC LC VU VU LC DD LC LC NC NC NC NC NC NC NC VU VU NC NC NC NC He On / In On / In On He On He / In Ca Ca He On Fr Ca / Fr ENDEMISMO N N N N N N N N N N N N N TOLERANCIA PRESENÇA HUMANA A S P S P S P P P P P P P CR = Criticamente em Perigo; EN = Em Perigo; VU = Vulnerável; NT = Quase Ameaçada; RE = Regionalmente Extinta; LC = De Menor Risco; DD = Dados Deficientes; NE = Não avaliada; X* = espécie exótica introduzida no Estado de São Paulo. Lista das espécies de mamíferos ameaçadas de extinção no Brasil e respectivas categorias de ameaça - Ministério do Meio Ambiente, Instrução Normativa nº 3, de 27 de maio de 2003 e Machado et al. 2005) – NC: (Não Consta); CR: (Criticamente em Perigo); EN (Em Perigo); VU (Vulnerável). Guilda Trófica; Ca= Carnívoro; Fr= Frugívoro; In= Insetívoro; He= Herbívoro; On= Onívoro. Endemismo; X* = espécie exótica; MA= Endêmica Mata Atlântica, C= Endêmica Cerrado; N= Não Endêmica. Tolerância à presença humana; S= sinantrópica: bem tolerante ou exclusiva de áreas antrópicas; P= periantrópica: tolerante a baixas densidades de presença humana; A= aloantrópica pouco tolerante a presença humana. Fonte: Plano de Bacia Hidrográfica Tietê Batalha Ugrhi-16, 2008. São registradas duas espécies do gênero Cebus para o Estado de São Paulo, Cebus libidinosus que consta na categoria Dados Deficientes e Cebus nigritus, na categoria Quase Ameaçada. Devido a incerteza de qual espécie registrada no município de Taquaritinga (Cebus sp.), a categoria de ameaça fica também incerta. Foram registradas 21 espécies de mamíferos distribuídas em 13 famílias, sendo que 6 constam em alguma categoria de ameaça: Paca (Cuniculus paca) consta na categoria Quase Ameaçada para o Estado; Veado-mateiro (Mazama americana) na categoria Vulnerável, para o Estado de São Paulo; Bugio (Alouatta fusca) na categoria Vulnerável, para o Estado de São Paulo e na categoria Criticamente em Perigo para o Brasil; Jaguatirica (Leopardus pardalis), Onça parda (Puma concolor) e Lobo gurá (Chrysocyon brachyurus) na categoria Vulnerável tanto para o Estado, quanto para o Brasil (SMA, 2009; MMA, 2003), e 1 com Dados Deficientes para o Estado de São Paulo, Jaritataca (Conepatus semistriatus). 96 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Foto 12: Foto ilustrativa casal de bugio (Alouatta fusca) Foto 13: Foto ilustrativa Cachorro do mato (Cerdocyon thous). Fonte: Wigold B. Schaffer Fonte: Pró – Carnívoros / Adriano Gambarini. Foto 14 e 15: Fotos ilustrativas de jaguatirica (Leopardus pardalis) e Lobo Guará (Chrysocyon brachyurus) Fonte: Pró-carnívoros / Adriano Gambarini. Foto 16: Foto ilustrativa de Onça parda (Puma concolor) Fonte: Pró-carnívoros / Adriano Gambarini. Foto 17: Foto ilustrativa de Veado mateiro (Mazama americana) Fonte: Maurício Duarte 97 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 3.3. Herpetofauna Anfíbios e répteis são negativamente afetadas pelos efeitos decorrentes do processo de fragmentação (Gibbons et al., 2000; Stuart et al., 2004) e os possíveis riscos de extinção e empobrecimento dessas comunidades estão associados à essa fragmentação, além das mudanças climáticas e patógenos (Gibbons et al., 2000; Dixo, 2005; Eterovick et al., 2005; Carnaval et al., 2006). Os padrões de diversidade, uso de habitat e distribuição das espécies da herpetofauna, ainda são pouco conhecidos, principalmente em áreas alteradas (Vasconcelos & Rossa-Feres, 2005). Porém sabe-se que fatores espaciais e temporais podem determinar o delineamento amostral com implicações nos métodos a serem utilizados. Em levantamentos de curta duração, deve-se relevar a exploração de uma grande diversidade de micro-ambientes, utilizados de maneiras diferentes pelas espécies, assim como a escolha do período de amostragem, já que a temporada reprodutiva está diretamente relacionada à temperatura ambiente e a disponibilidade de ambientes aquáticos temporários para certas espécies (Bernarde & Anjos, 1999). 3.3.1. Afíbios Anfíbios são animais ectotérmicos com pele úmida e permeável que permite a absorção de água e a respiração cutânea, por isso mesmo, susceptível as substâncias tóxicas contidas no meio ambiente. Tanto a água quanto os gases atravessam facilmente a pele destes animais, tornando-os relativamente mais susceptíveis à poluição ambiental. São conhecidas atualmente 1026 espécies de anfíbios para o território nacional, entre elas, 988 pertencem à ordem anura, uma à ordem caudata e 33 à ordem gymnophiona (SBH, 2014). A última lista de espécies do Estado de São Paulo foi atualizada, totalizando 236 espécies de anfíbios, das quais 230 são anuros e seis são Gymnophiona. Foram removidos da lista Bokermannohyla gouveai e Sphaenorhynchus surdus por não ocorrerem no Estado de São Paulo. O número de espécies de anuros registrado representa 27% da riqueza de espécies do país e um aumento de 31% em relação ao número de espécies registradas para o Estado em 1998, demonstrando que, a despeito do Estado de São Paulo ser a região brasileira onde os anuros foram mais estudados, o número de espécies conhecidas deve aumentar nos próximos anos. (Biota Neotropica, 2011.) 98 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 No Brasil, a ordem Anura é a mais diversificada. Reconhecidas popularmente como sapos, rãs e pererecas, as espécies dessa ordem não possuem cauda, mas apresentam membros posteriores adaptados ao salto. Os machos emitem vocalizações características durante o período reprodutivo para atrair as fêmeas e/ou defender seu território de machos rivais. A maioria das espécies possui fases larvais (girinos) aquáticas, com alimentação ativa. De maneira geral, os anfíbios não possuem nomes populares difundidos. Somente as espécies mais conspícuas recebem nomes que apresentam grande variação regional. Os três nomes mais utilizados para o grupo - sapos, rãs e pererecas - referem-se a três tipos morfológicos básicos associados, nem sempre corretamente, às famílias Bufonidae, Leptodactylidae e Hylidae, respectivamente. São considerados sapos aquelas espécies cujos exemplares possuem pele seca e rugosa, hábitos terrestres e locomoção por pequenos saltos. As rãs são exemplares com pele lisa, pernas desenvolvidas e adaptadas a grandes saltos e hábitos geralmente aquáticos. Pererecas são as espécies arborícolas, com discos digitais nas extremidades dos dedos, olhos grandes e membros delgados e longos (Haddad & Sazima, 1992). Dados da literatura indicam uma variedade considerável de espécies de Anuros em áreas próximas a estudada. No entanto, os anfíbios são animais extremamente sensíveis às variações climáticas e, em geral, concentram sua atividade reprodutiva nas estações quentes e úmidas (outubro a março). Anfíbios é negativamente afetados pelos efeitos decorrentes do processo de fragmentação (Gibbons et al., 2000; Stuart et al., 2004) e os possíveis riscos de extinção e empobrecimento dessas comunidades estão associados à essa fragmentação, além das mudanças climáticas e patógenos (Gibbons et al. 2000; Dixo, 2005; Eterovick et al. 2005; Carnaval et al. 2006). Tabela 13. Lista das espécies de anfíbios no Município. AMEAÇA FAMÍLIA Bufonidae Hylidae Leptodactylidae NOME CIENTÍFICO Bufo marinus Rhinella schneideri Hypsiboas faber Scinax fuscovarius Hypsiboas albopunctatus Hypsiboas lundii Dendropsophus minutus Dendropsophus nanus Dendropsophus sanborni Scinax fuscovarius Leptodactylus Labyrinthicus NOME POPULAR Sapo cururu Sapo boi Sapo ferreiro Perereca Rã cabra Perereca Perereca Perereca Perereca Perereca de banheiro Rã pimenta SP BR GUILDA TRÓFICA LC LC LC LC LC LC LC LC LC LC LC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC In In In In In In In In In In In ENDEMISMO N N MA N N C N N N N N TOLERANCIA PRESENÇA HUMANA S S P S S S P P P S P 99 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 AMEAÇA TOLERANCIA PRESENÇA SP BR HUMANA Leptodactylus fuscus Rã assobiadora LC NC In N P Physalaemus cuvieri Rã cachorro LC NC In N S Leptodactylus latrans Rã parda LC NC In N P Leiuperidae Eupemphix nattereri Rã quatro olhos LC NC In N P CR = Criticamente em Perigo | EN = Em Perigo | VU = Vulnerável | NT = Quase Ameaçada | RE = Regionalmente Extinta | LC = De Menor Risco | DD = Dados Deficientes | NE = Não avaliada | X* = espécie exótica introduzida no Estado de São Paulo. Lista das espécies de mamíferos ameaçadas de extinção no Brasil e respectivas categorias de ameaça - Ministério do Meio Ambiente, Instrução Normativa nº 3, de 27 de maio de 2003 e Machado et al. 2005) – NC: (Não Consta); CR: (Criticamente em Perigo); EN (Em Perigo); VU (Vulnerável). Guilda Trófica; Ca= Carnívoro; In= Insetívoro; On= Onívoro·. Endemismo; X* = espécie exótica; MA= Endêmica Mata Atlântica, C= Endêmica Cerrado; N= Não Endêmica. Tolerância à presença humana; S= sinantrópica: bem tolerante ou exclusiva de áreas antrópicas; P= periantrópica: tolerante a baixas densidades de presença humana; A= aloantrópica pouco tolerante a presença humana. FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR GUILDA TRÓFICA ENDEMISMO Foram registradas 15 espécies de anfíbios anuros, distribuídas em 4 famílias, sendo que a grande maioria é encontrada tanto em ambientes alterados quanto em áreas de vegetação natural, sendo que nem uma das espécies caracterizadas se encontra em alguma categoria de ameaça, tanto para o Estado de São Paulo quanto para o Brasil. Foto 18: Rã cachorro (Physalaemus cuvieri) Foto 19: Rã cabra (Hypsiboas albopunctatus) Foto 20: Rã Pimenta (Leptodactylus Labyrinthicus) Foto 21: Perereca (Hypsiboas lundii) 100 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 3.3.2 Répteis Tradicionalmente chamamos de répteis um grupo de animais que possui em comum a ectotermia (capacidade de utilizar fontes externas de calor para regular a temperatura corporal) e a pele recoberta por escamas. Esse grupo inclui diversas linhagens (lagartos, serpentes, anfisbenas, quelônios e jacarés), embora algumas delas sejam pouco aparentadas entre si. Por exemplo, sabe-se hoje que os jacarés são mais aparentados às aves (e também aos extintos dinossauros) do que aos lagartos, às cobras e às tartarugas, embora na prática os jacarés continuem sendo tratados junto com esses animais, dentro do grupo que chamamos de répteis. Os répteis ocorrem em praticamente todos os ecossistemas brasileiros e, por serem ectotérmicos são especialmente diversos e abundantes nas regiões mais quentes do país. Assim, nossa maior diversidade de répteis é encontrada na Amazônia (cerca de 350 espécies), na Mata Atlântica (quase 200 espécies), no Cerrado (mais de 150 espécies) e na Caatinga (mais de 110 espécies). É possível encontrar até mais de uma centena de espécies de répteis coexistindo na mesma área. Em uma mesma floresta da região de Manaus, por exemplo, são encontradas mais de 110 espécies de répteis, a maioria delas de serpentes e lagartos. A maioria dos répteis é especialista em habitat, ou seja, só consegue sobreviver em um ou em poucos ambientes distintos. A grande maioria das espécies de lagartos e serpentes das florestas tropicais brasileiras não consegue sobreviver em ambientes alterados, como pastos, plantações de diversos tipos e até de florestas monoespecíficas para extração de madeira e celulose, como eucaliptais e pinheirais. Por outro lado, algumas espécies parecem se beneficiar da alteração de habitats pela ação humana, como é o caso da cascavel. Ao contrário do que ocorre com a imensa maioria dos répteis brasileiros, a distribuição geográfica da cascavel está aumentando, pois essa espécie é capaz de invadir áreas abertas criadas pela derrubada de florestas tropicais (Marques et al., 2004). Tabela 14. Lista das espécies de répteis no Município. AMEAÇA FAMÍLIA Amphisbaenidae Teiidae Boidae NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR Amphisbaena mertensii Tupinambis merianae Ameiva ameiva Boa constrictor amarali Cobra-cega Teiú Lagarto esmeralda Jiboia SP BR GUILDA TRÓFICA LC LC LC LC NC NC NC NC Ca / In On On Ca ENDEMISMO N N N N TOLERANCIA PRESENÇA HUMANA S S S P 101 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 AMEAÇA FAMÍLIA Colubridae Elapidae Dipsadidae Viperidae NOME CIENTÍFICO Eunectes murinus Liophis miliaris Sibynomorphus mikanii Spilotes pullatus Micrurus frontalis Erythrolamprus aesculapii Bothrops moojeni Bothrops jararaca Crotalus durissus NOME POPULAR Sucuri Cobra d’água Dormideira Caninana Coral Falsa-coral Caiçaca Jararaca Cascavel SP BR GUILDA TRÓFICA LC LC LC LC LC LC LC LC LC NC NC NC NC NC NC NC NC NC Ca Ca In Ca Ca Ca / In Ca Ca Ca ENDEMISMO N N N N N N N N N TOLERANCIA PRESENÇA HUMANA A P S P P P P P P CR = Criticamente em Perigo | EN = Em Perigo | VU = Vulnerável | NT = Quase Ameaçada | RE = Regionalmente Extinta | LC = De Menor Risco | DD = Dados Deficientes | NE = Não avaliada | X* = espécie exótica introduzida no Estado de São Paulo. Lista das espécies de mamíferos ameaçadas de extinção no Brasil e respectivas categorias de ameaça - Ministério do Meio Ambiente, Instrução Normativa nº 3, de 27 de maio de 2003 e Machado et al. 2005) – NC: (Não Consta); CR: (Criticamente em Perigo); EN (Em Perigo); VU (Vulnerável). Guilda Trófica; Ca= Carnívoro; In= Insetívoro; On= Onívoro. Endemismo; X* = espécie exótica; MA= Endêmica Mata Atlântica, C= Endêmica Cerrado; N= Não Endêmica. Tolerância à presença humana; S= sinantrópica: bem tolerante ou exclusiva de áreas antrópicas; P= periantrópica: tolerante a baixas densidades de presença humana; A= aloantrópica pouco tolerante a presença humana. Foram registradas 13 espécies de répteis, distribuídas em 7 famílias, sendo que a grande maioria também é encontrada tanto em ambientes alterados quanto em áreas de vegetação natural, sendo que nem uma das espécies caracterizadas se encontra em alguma categoria de ameaça, tanto para o Estado de São Paulo quanto para o Brasil. Foto 22: Lagarto Teiú (Tupinambis merianae) Foto 23: Cascavel (Crotalus durissus) 102 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 4. Diagnóstico da fauna O município possui uma riqueza faunística, sendo que há várias espécies indicadoras de qualidade ambiental. Há a necessidade de um levantamento sistemático para a identificação das espécies nativas que usam o território do Município para alimentação abrigo e reprodução. Com a caracterização da fauna no município de Taquaritinga-SP foram levantadas, 172 espécies entre anfíbios, répteis, aves e mamíferos, sendo que nenhuma espécie de anfíbio e réptil se encontra em alguma categoria de ameaça segundo SMA 2009 e a MMA de 2003. Na avifauna foram identificadas 2 espécies que se encontram em alguma categoria de ameaça para o Estado (SMA, 2009): Papagaio verdadeiro (Amazona aestiva) na categoria quase ameaçada (NT) e Chorozinho-de-bico-comprido (Herpsilochmus longirostris) na categoria em perigo (EN) e a espécie Jandaia de testa vermelha (Aratinga auricapillus) encontra-se na categoria de quase ameaça para o Brasil; além de 3 espécies exóticas introduzidas no Estado de São Paulo; Pardal (Passer domesticus), Pombo doméstico (Columba livia) e Garça vaqueira (Bubulcus ibis). Na mastofauna foram identificadas 6 espécies que se encontram em alguma categoria de ameaça: Paca (Cuniculus paca) consta na categoria Quase Ameaçada para o Estado; Veado-mateiro (Mazama americana) na categoria Vulnerável, para o Estado de São Paulo; Bugio (Alouatta fusca) na categoria Vulnerável, para o Estado de São Paulo e na categoria Criticamente em Perigo para o Brasil; Jaguatirica (Leopardus pardalis), Onça parda (Puma concolor) e Lobo gurá (Chrysocyon brachyurus) na categoria Vulnerável tanto para o Estado, quanto para o Brasil (SMA, 2009; MMA, 2003), e 1 com Dados Deficientes para o Estado de São Paulo, Jaritataca (Conepatus semistriatus). Sob um aspecto geral a comunidade presente pode ser colocada como relativamente preservada, porém alguns problemas envolvem a ameaça à fauna de vertebrados terrestres da região, citando-se a expansão agro-industrial, a caça, os atropelamentos e a falta de informações suficientes sobre as espécies. A perda de habitat original, dado o processo de fragmentação pela expansão agrícola, principalmente da monocultura de cana-de-açúcar, vem propiciando a 103 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 redução das populações de espécies mais sensíveis, de ocorrência exclusiva em áreas preservadas de vegetação natural. Estas espécies permanecem na região pela existência de alguns fragmentos de cerrado, matas estacionais e ripárias, as quais devem ser priorizadas com medidas que visem sua manutenção a partir da conservação dos fragmentos existentes (criação e ampliação de unidades de conservação) e recuperação através da revegetação e adequação ambiental das propriedades. Quando da instalação de empreendimentos agro-industriais, recomendase avaliação preliminar de impactos sobre a fauna, mais específicos e detalhados sobre as espécies constantes em categorias de ameaças. Registraram-se mamíferos e aves de valor cinegético na região, portanto, Recomenda-se uma fiscalização mais efetiva. Por fim, a pesquisa científica com as espécies de ocorrência na região deve ser incentivada e a educação ambiental deve ser promovida, tanto no município de Taquaritinga, como nos municípios adjacentes, para que se conheçam as necessidades e peculiaridades da fauna regional e que a conservação e preservação venham como consequência. VII. MANEJO DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DO MUNICÍPIO O ciclo hidrológico pode ser imaginado como uma série de armazenagens (“depósitos”) de água ligada por transferências, conforme sugerido por DREW (1986) e esquematizado na Figura 49. Sob tal ótica, o ciclo hidrológico pode ser encarado como um sistema de tubulação, através do qual a água escoa constantemente em direção ao ponto inferior do sistema, que é representado pelos oceanos. As várias saídas laterais permitem seu escape, através da evapotranspiração (em vapor), diretamente para a atmosfera. 104 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Figura 49. Representação do ciclo hidrológico, mostrando grandes e pequenos pontos de intervenção humana (DREW, 1986). 105 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Os vários retângulos da referida figura podem ser interpretados como armazenagens, que poderiam ser subdivididos em unidades interligadas menores. Podem ainda ocorrer as realimentações. O trajeto seguido pela água, através do sistema de tubulação, desde o ponto de entrada, ou seja, a precipitação pluvial varia de lugar para lugar na superfície terrestre, dependendo da natureza do solo e do clima. Por outro lado, a distribuição da água, em qualquer região, muda com o tempo. A título de exemplo, a Figura 50 ilustra alguns trajetos fluviais, dentro de uma mesma bacia. As áreas pontilhadas do referido fluxograma representam as armazenagens, segundo a proporção da entrada total de água, a partir da precipitação. A espessura das linhas de transferência é proporcional à importância dos vários mecanismos de transferência. O modelo do fluxograma apresentado baseia-se numa bacia hidrográfica de porte médio, sob utilização agrícola. O ciclo hidrológico está sendo considerado como um sistema aberto, ou seja, um conjunto de componentes ligados por fluxos de energia e funcionando como uma unidade. Trata-se de um sistema aberto, porque recebe energia do exterior, e devolve energia, através da evapotranspiração. Dentro do contexto adotado, a biodiversidade e, mais especificamente, a cobertura vegetal (flora), desempenha importante papel na distribuição da água, a saber: a) a interceptação da chuva pelas folhas das plantas, com a provável reevaporação de alguma parcela da água, varia de acordo com a densidade da vegetação e com as diferentes espécies vegetais. Assim, uma cultura de cereais, com estrutura fisionômica dominantemente vertical, intercepta menos água do que uma plantação de batatas, que possui estrutura horizontal, espalhada pelo solo, portando folhas largas. Da mesma forma, uma floresta tende a interceptar mais água que as terras cultivadas ou as pastagens; 106 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Figura 50. Fluxograma simplificado do segmento terrestre do ciclo hidrológico. As armazenagens possuem áreas pontilhadas conforme a proporção da entrada total de água que processam. A espessura das linhas de transferência é mais ou menos proporcional à importância dos mecanismos de transferência (DREW, 1986). 107 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 b) desmatamento ou o reflorestamento normalmente exercem considerável efeito nas perdas de água. A retirada da cobertura arbórea, a curto prazo, reduz a perda de água do solo por transpiração ou evapotranspiração, graças à subtração das raízes profundas das árvores. Esta última abrange a perda combinada da água por evaporação (através da superfície do solo) e pela transpiração das árvores expressa em mm ou cm por dia. Tal fato também provoca menor interceptação de água de precipitação pluviométrica, assim como acarreta um maior escoamento das águas na superfície dos terrenos, visto que a antiga manta amortecedora de folhas caídas foi substituída pela terra nua. Desta forma, pode-se admitir o aumento do fluxo direto da água para os rios. É válido o registro de que o aumento do total de água que flui por meio dos rios não representa o único efeito hidrológico causado pelos desmatamentos; também aumenta o ritmo e o volume da água de escoamento para o rio. Percebe-se a descarga dos rios (hidrogramas) resultante de aguaceiros, em bacias semelhantes. Os três hidrogramas representam a água de escoamento em três tipos diferentes de usos dos solos, a saber: em áreas com florestas nativas (naturais), em áreas com florestas regeneradas após desmatamento, e em áreas dedicadas à agricultura (parte com lavoura e parte com pastagens). A bacia de drenagem com lavoura reage prontamente à precipitação pluviométrica e produz um fluxo fluvial muito maior. A bacia ocupada por floresta natural, por sua vez, processa de modo muito diferente a mesma entrada de água, pois a descarga do rio aumenta lentamente, após o aguaceiro, atingindo seu fluxo máximo em nível inferior. c) o reflorestamento reduz o volume do fluxo d’água, proveniente da precipitação pluviométrica, e que se transfere pelos sucessivos estágios do ciclo hidrológico. Particularmente nos trópicos, têm-se feito tentativas para reduzir as perdas de água por transpiração sem mexer no tipo de vegetação. A pulverização da superfície das folhas com substâncias como atrozina tem diminuído as perdas de água em até 50%, por curtos períodos e em espaços reduzidos. 108 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Figura 51. Efeitos do desmatamento no fluxo de um rio, na região dos Apalaches. Em (a), a quantidade de água proveniente de uma pequena bacia que foi desmatada em 1940 e, novamente, em 1963 (conforme HIBBERT, 1967 in DREW, 1986); em (b) estão hidrogramas de aguaceiros em bacias da mesma área, mas sob diferentes usos do solo: floresta natural, floresta regenerada e agricultura (conforme DIB, 1957 in DREW, 1986). As modificações no ciclo hidrológico de uma bacia hidrográfica, após o reflorestamento são mostradas na Figura 52. 109 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Figura 52. Modificações no ciclo hidrológico de uma bacia hidrográfica, após o reflorestamento. 110 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Outro dado a ser considerado no manejo das bacias hidrográficas, frente à biodiversidade refere-se ao ciclo dos nutrientes minerais no solo. Na Figura 53 observa-se um modelo simplificado do ciclo mineral, quando os minerais são absorvidos do solo pelas plantas. Desta forma, incorporam-se ao tecido vegetal, retornam à superfície como restolho (parte de restos vegetais ou palha que fica no campo após a colheita) e voltam ao solo via decomposição e lixiviação. Sob esta ótica, é enfocado como sistema fechado, sem ganhos nem perdas para o meio em geral. Figura 53. Ciclo dos nutrientes minerais, formulado como um sistema fechado (conforme GERSMEHL, 1976 in DREW 1986). Dentro de uma ótica mais realista, a Figura 54 mostra o ciclo de nutrientes minerais, formulado como um sistema aberto (segundo GERSMEHL 1976 in DREW, 1986), onde ocorrem trocas com o meio externo, onde ele está inserido. A ação atmosférica, a precipitação pluvial, o transporte de terra e os fertilizantes artificiais são entradas externas; a lixiviação, a água de escoamento e as colheitas representam saídas do sistema. 111 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Figura 54. O ciclo de nutrientes minerais formulado como um sistema aberto (conforme GERSMEHL, 1976 in DREW 1986). A taxa de transferência interna de nutrientes, assim como a externa, depende da umidade, da temperatura e da quantidade e tipos de organismos presentes. Tais fatores funcionam como válvulas de segurança nas trocas entre os depósitos ou acumuladores do sistema (Figura 55). 112 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Figura 55. Válvulas de controle sobre mecanismo de transferência do ciclo de nutrientes minerais (GERSMEHL, 1976 in DREW 1986). Em condições ambientais estáveis, a atividade dos ciclos minerais tornase equilibrada, com as entradas e saídas estreitamente equiparadas, proporcionando alto grau de conservação interna da massa e da energia. No entanto, qualquer alteração no ambiente desestabiliza o sistema, numa amplitude que depende do grau de modificação imposta. Por exemplo, a remoção da cobertura vegetal de certa área acarreta a redução abrupta da transferência de nutrientes minerais do solo para a biomassa, assim como do volume acumulado de biomassa. A água, já agora desnecessária para a transpiração, removerá mais nutrientes do 113 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 solo por lixiviação e escoamento, ao mesmo tempo em que aumentará o aporte de águas pluviais ao solo, devido à falta de interceptação das copas das árvores. Como exemplos comparativos, a Figura 56 exemplifica a operação do ciclo dos nutrientes minerais em duas regiões: em florestas deciduais e em cerrados (biomas presentes na Bacia). A grandeza das armazenagens de nutrientes é proporcional às quantidades absolutas e relativas dos nutrientes armazenados. A espessura das setas de transferência é proporcional à quantidade de nutrientes transferidos. Figura 56. Operação do ciclo de nutrientes nas regiões de floresta semidecídua, à esquerda e cerrados, à direita (DREW, 1986). Mudanças no ciclo de nutrientes minerais em uma região de floresta semidecídua podem ser visualizadas na Figura 57, causando pontos de interferências no sistema global. 114 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 Figura 57. Mudanças no ciclo de nutrientes minerais de uma região de floresta decídua, antes e depois do corte das árvores (DREW, 1986). Aplicando-se as considerações anteriormente emitidas para área do Município, podem ser evocados os seguintes fatos: 115 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 a) A presença de terras cultivadas e de pastagens, aliada aos desmatamentos (evapotranspiração), pressupõe a redução da perda da água do solo por transpiração, graças à retirada das raízes profundas da cobertura vegetal arbórea. Dessa forma, é possível se esperar um maior escoamento das águas na superfície terrestre, provocando um aumento do fluxo das águas para os rios e, consequentemente, um incremento no nível erosional dos terrenos; b) O cultivo da cana de açúcar e pastagem, na área estudada, exibindo uma estrutura fisionômica vertical, pressupõe menor taxa de interceptação da água pluvial pelas suas folhas alongadas, acarretando o aumento de aporte de água ao solo e a remoção de maior quantidade de nutrientes do solo por lixiviação e escoamento; c) A remoção da cobertura vegetal primária deve ter reduzido a transferência de nutrientes minerais do solo para a biomassa, bem como o volume acumulado de biomassa. Tal tipo de interferência alterará o ciclo de nutrientes minerais, afetando não apenas a situação do solo e da vegetação, mas, por via deles, o clima local, a operação de parte do ciclo hidrológico, e a carga de sedimentos e de material em solução. 1. RECOMENDAÇÕES 1.1 Análise crítica O estudo da Geodiversidade paralelamente com a existência do cerrado, floresta estacional semidecidual e matas ciliares nas áreas do Município de Taquaritinga conduz às seguintes reflexões: a) Os solos das áreas portadoras de cerrados são conhecidos pela sua acentuada pobreza em cálcio, magnésio, enxofre, zinco, boro e molibdênio; são muito ácidos e exibem baixo teor de matéria orgânica. No entanto, apresentam fixação de fósforo em grau relativamente alto, bem como baixa ou moderada retenção de água. Na quase totalidade dos cerrados, o balanço hídrico é deficitário nos meses de abril a setembro (SOUZA et al.,1977 in FERRI, 1977); 116 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 b) As reservas de água nos solos, em geral com 20 m ou mais de profundidade, devem corresponder às precipitações médias de três anos; c) Abaixo da superfície, os teores médios de umidade, em percentagem de peso de solo seco, são elevados mesmo durante a estação seca (9,4%); a partir desse nível os valores sobem muito, chegando a cerca de 40%, a 17 m, em camadas próximas do lençol freático; d) A cultura de hortifrúti e a cultura da cana de açúcar são as principais atividades econômicas na Bacia e tende a aumentar sua importância na economia. e) Os aspectos positivos dessas áreas, ressaltam-se suas boas condições para agricultura, topografia que facilita a mecanização, proximidades de áreas urbanas, boa infraestrutura de transporte e comunicações. 1.2 Recomendações de manejo O manejo integrado de Bacia deve considerar parâmetros do meio físico, aliados à ocupação humana. Esta ocupação é traduzida pela pressão antrópica, materializada pela agropecuária, pelas redes viárias e pelos vetores de expansão urbana. a) Áreas com fragmentos remanescentes de mata ciliar devem ser preservadas e reflorestadas as áreas degradadas de Áreas de Preservação Permanente, priorizando o reflorestamento das APPs das bacias e sub-bacias do Município, evitando-se a pressão antrópica, para a proteção do recurso hídrico e a biodiversidade local; b) As áreas agricultáveis e de pecuária deverão realizar um plano de conservação de solo para evitar erosão, com plantio direto e rotação de cultura, evitando o transporte de sedimentos, sedimentação dos recursos hídricos e também contribuir na infiltração das águas pluviais. 117 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 VIII. CONCLUSÃO A Prefeitura Municipal baseado neste levantamento de geodiversidade do Município, e com levantamento da Flora e Fauna, poderá mensurar os projetos executivos de Conservação de solo e Reflorestamento das Matas Ciliares, para executar um planejamento de gestão ambiental nas propriedades rurais, atendendo os instrumentos legais e o uso múltiplos dos recursos hídricos dentro do princípio do desenvolvimento sustentável. Taquaritinga, 02 de fevereiro de 2015. Prefeito Municipal Secretário do Meio Ambiente Responsável Técnico Dr. Fúlvio Zuppani Fabiano Alexandre Dantes Bellam Engº Agrº Dr. Célio Bertelli CREA 060.106.512-1 118 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 IX. EQUIPE TÉCNICA Responsável Técnico: Eng. Agrº. Dr. Célio Bertelli – CREA: 060.106.512-1 Estudo Biótico: Biólogo Tâmer de Oliveira Faleiros – CRBio: 89166/01-D Fotointerpretação e AutoCAD: Graduanda em Eng° Civil Cecília Uehara Severiano Fotointerpretação e Geoprocessamento: Eng° Civil Pedro Henrique Garcia Bertelli CREA: 506.931.790-6 Eng° Ambiental Bruno Justino Morelli CREA: 141.053.569-0 Tec. Em Meio Ambiente Carlos Roberto da Silva Revisão Gráfica e Direito Ambiental: Dra. Márcia Garcia Bertelli OAB: 118.221 / SP Estagiária: Graduanda em História: Bruna Limonti X. COLABORADORES Zootecnista Eliana Viesi Velocci Ramia Eng. Agrônomo Vitor Velocci Ramia Biólogo Fabiano Alexandre Dantas Bellam Cleber Tedd 119 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30 XI. REFERÊNCIAS ABE, A. S., 1983. Observations on dormancy in tegu lizards, Tupinambis teguixin (Reptilia, Teiidae). Naturalia 8: 235-239. AB’SABER, A. N. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. 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