Praia da Maranduba - Jornal Maranduba News

Transcrição

Praia da Maranduba - Jornal Maranduba News
Maranduba, 20 de Novembro de 2011
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Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br
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Ano 2 - Edição 31
Foto: Emilio Campi
Praia da Maranduba
Tradição, modernidade e potencial num só lugar
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20 Novembro 2011
Jornal MARANDUBA News
Editorial:
Um chumaço de algodão já resolveria...
Vemos pela TV o desenrolar
das ações do poder público
na cidade maravilhosa do Rio
de Janeiro. Mas “maravilhosa”
mesmo foram as atitudes dos
governos municipal, estadual e federal que se juntaram
para sanar um problema que
atinge grande maioria dos
municípios brasileiros.
Maravilhosa foi a atitude em
não olhar o próprio umbigo e
pôr a mão na massa para valer. Isso mostra que quando
há vontade política, união de
poderes, ações coordenadas
e objetivo definido, as coisas
podem acontecer.
O mais curioso é que eles
não fizeram nada mais do que
suas obrigações como governos constituídos. Segurança
é uma obrigação do estado,
assim como saúde, educação,
obras públicas, saneamento
básico e outros direitos do cidadão.
Curioso também é que
quando o poder público resolve trabalhar a população dá
sua contrapartida, no caso do
Rio de Janeiro foram as maciças denúncias e colaboração
com as forças de ocupação na
favela da Rocinha.
Imagine se um vento noroeste vindo das bandas cariocas resolve trazer uma nuvem
com partículas dessa vontade
política, dessa união de forças
PARA ISIS
(07/05/2007 - 03/11/2010)
Isis...
Poderosa, guerreira, princesa
Querida, fofa, lindona...
Um presente de Deus
No mês de maio nasceu
Muita alegria nos deu
Pouco tempo viveu
Conosco tão pouco ficou
Mas lições de vida nos deixou
Lições de amor e persistência
De sofrer sem reclamar
Pela vida sempre lutar
Ter paciência e saber suportar
E um dia...
Tudo triste ficou
Nos braços de Deus foi morar
Com os anjos foi brincar
aqui para as terras de Coaquira?
Como não temos favelas
para invadir, essa nuvem poderia despertar ações mais
modestas, como por exemplo,
o problema dos moradores de
rua, mendigos e desocupados
que infestaram nossa cidade.
Basta sair a noite e tentar estacionar em locais como a feirinha Hippie, a Av. Iperoig e
alguns trechos da Leovegildo
no Itaguá. Chegam a vir em
bandos para pedir dinheiro,
tomar conta do carro e outras intimidações veladas que
só quem passa por isso sabe
como é.
Essa nuvem também poderia pairar sobre as péssimas
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Responsabilidade Editorial:
Emilio Campi
Colaboradores:
Adelina Campi, Ezequiel dos Santos e Fernando A. Trocole
Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores
e não refletem a opinião da direção deste informativo
condições que as ruas e estradas do município apresenta.
Falta de iluminação, calçadas
deficientes, praças sem limpeza e condições de se frequentar dignamente.
Não precisaria muito. Um
“chumacinho de algodão” vindo daquelas bandas com a tal
vontade política já resolveria
bastante os nossos problemas.
Vamos torcer para que os
daqui parem de olhar o próprio umbigo e preste mais
atenção ao céu, pois vai que
um chumaço de algodão vindo
de lá acerte alguém de cá.
Emilio Campi
Editor
Deixou de sofrer...
E no céu como estrela foi brilhar
Já faz um ano que você nos deixou
Mas sua presença sempre ficou
Sinto saudades do seu pé de bisnaguinha
Da sua mão gorducha e macia
De sua bochecha rosada
De tudo que é seu e todo dia
Fico a te procurar
Em cada estrela a brilhar
Ainda está difícil aceitar
E a saudade teima em machucar
Penso em você a todo momento
E a sua lembrança não sai do meu pensamento
No meu coração você vai sempre estar
Pois nunca vou deixar de te amar
Da vovó Tibinha para Isis com carinho.
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Padre Antonio Maria celebra tradicional missa no Morro do Emaús
EZEQUIEL DOS SANTOS
No último dia 8, o Padre Antonio Maria celebrou a tradicional missa a Nossa Senhora das
Graças no bairro do Sertão da
Quina. Cerca de 4.200 pessoas
presenciaram este ato de fé.
Padre Alessandro Coelho, Padre Carlos, Padre Xavier, Padre
André, Diáconos João Marcos,
Manoel e Carlos, seminarista
Bruno a as irmãs da Congregação Filhas de Maria Serva dos
Pequeninos também estiveram
presentes. Num momento de
inspiração o padre Antonio
Maria falou da “Deusdência” e
não coincidência de que uma
das meninas daqui se chamava
Iria e dois anos mais tarde, em
1917, lá em Fátima, Portugal,
outra Iria recebeu também a
visita da Virgem. Falou também da importância da obra
física a Maria e da felicidade
em estar naquele momento
participando de um momento
tão importante a Deus.
O convite partiu do Padre
Carlos que esteve o Padre Antonio no Vale do Paraíba. À
tarde, no mesmo dia, acompanhado do Padre Carlos, realizou uma visita as reforma da
Capela de Nossa Senhora das
Divinas Graças e ouviu atentamente o relato da visita das
meninas que viram a Jovem
Aparecida neste lugar. Crianças ofereceram e entregaram
de presente obras em artesanato de palha, relembrando os
áureos tempos das décadas
de 1910 a 1960, depois o padre Carlos foi quem entregou
lembranças da comunidade e
da paróquia. A sua chegada
ao monte santo causou uma
correria para tocá-lo e vê-lo de
tão perto.
No final da missa, acompanhado da banda da Capela,
cantou músicas de seu trabalho, algumas inéditas e outras
conhecidas cantadas pelos antigos moradores num passado
recente. Antes do encerramento da celebração houve uma
apresentação realizada pelo
Grupo de Jovens da região.Durante a celebração muitos fiéis
aproveitaram para fotografá-lo, sendo assim, nesta década
a personalidade mais fotografada na região. Simples, bem
humorado e atencioso com todos recebeu no altar crianças e
adultos pedindo suas bênçãos.
Ao final da celebração a “tietagem” de fiéis foi inevitável,
visitantes e turistas que presenciaram a missa aproveitaram a oportunidade. Um grupo de moradores do centro de
Ubatuba realizou o trajeto a
pé, saindo pela manhã e chegando pouco antes do início da
celebração, a peregrinação se
deu por uma graça alcançada.
Padre Antonio Maria recebeu
vários agradecimentos, elogios
e convites para retornar. Padre
Carlos informa que ele gostou
muito da região e seguramente irá voltar. Nesta noite, em
1915, após a reza do rosário
(19 horas aproximadamente)
apareceu pela primeira vez na
casa do Capelão Luiz Félix uma
jovem mulher “vestida de lua
e calçadas das estrelas” e que
neste dia de 2011, tem-se a
sensação de que as quatro me-
ninas agraciadas por Deus e
de mãos dadas com a Virgem
Nossa estavam observando
esta festa tão natural e parecida com aquelas que aconteciam há quase um século.
Projeto que trata da valorização da familia é aprovado na Câmara Municipal
Na sessão do último dia 01,
foi aprovado por unanimidade
projetos do vereador Rogério
Frediani-PSDB que tratam do
resgate dos valores familiares
e de melhorias ao meio ambiente.
O Projeto de Lei nº 55/11,
institui no município de
Ubatuba o Programa de Resgate de Valores Morais, Éticos
e Culturais.
O Programa deverá envolver diretamente a comunidade escolar, a família, lideranças comunitárias, empresas
públicas e privadas, meios
de comunicação, autoridades
locais e estaduais e as organizações não governamentais
e comunidades religiosas, por
meio de atividades culturais,
esportivas, literárias, mídia,
entre outras, que visem à
reflexão sobre a necessidade
da revisão sobre os valores
morais, sociais, éticos e espirituais.
O Poder Executivo deverá
firmar convênios e parcerias
articuladas e significativas,
com Órgãos Governamentais
e sociedade civil, no sentido
de possibilitar a execução do
cumprimento desta lei.
Na realidade o projeto tem
como objetivos promover o
resgate da cidadania, o fortalecimento das relações humanas, valorização da família,
da escola e da cultura como
um todo.
O projeto prevê ainda ações
essenciais que contribuam
para uma convivência saudável entre pessoas, estabele-
cendo relações de confiança
e respeito mútuo, alicerçada
em valores éticos, morais,
culturais, sociais, afetivos e
espirituais, como instrumento
capaz de prevenir e combater
as diversas formas de violência.
Como exemplo Frediani
se lembra da falta que faz o
“bom dia” como cumprimento
entre as pessoas, o que hoje
é raro. O projeto também tem
relação direta com os princípios dos Direitos Humanos
Universais.
“Na realidade trata-se de
uma nova visão do que já
existe e foi esquecido, é uma
forma de estimular o respeito
entre as pessoas e principalmente em favor das famílias”,
finaliza Frediani.
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Bonete realiza melhorias na captação e distribuição de água Irmãos se encontram pela primeira vez
após 40 anos de sofrimento e espera
EZEQUIEL DOS SANTOS
Depois de várias peregrinações a associação de moradores da Praia Grande do Bonete
consegue iniciar os trabalhos
de melhorias na captação e
distribuição de água de todo
bairro. Num total de quatro
quilômetros de mangueiras,
quatro reservatórios de vinte
mil litros cada, bases de concretos, ferramentas e muito
trabalho, a idéia é atender a
distribuição de quase a totalidade de residências da localidade - 101 casas e comércios
entre moradores e turistas.
Com as bases prontas, as
caixas em seus lugares, moradores já deram inicio a abertura de canalização para a
colocação das mangueiras. A
prefeitura intermedia o projeto
que teve recurso do governo
federal conseguido através do
ex-senador Aloísio Mercadante totalizando R$ 128 mil reais
para a melhoria.
Mercadante possui uma residência no Bonete e recebeu
insistentemente a visita de moradores para que a verba não
fosse devolvida aos cofres federais e todo o trabalho perdido. A comunidade busca ainda
a instalação de um filtro para
melhorar a qualidade da água
nas residências. Após o encerramento das obras haverá uma
discussão sobre a recuperação e
limpeza dos rios, para que eles
voltem a ter curso normal sem a
obstrução de mangueiras, como
ocorre atualmente. Existe ainda
a intenção de realizar estudos
ao que se refere ao tipo de fossa a ser implantado na comunidade para assim encerrar o
ciclo de melhorias ambientais
e qualidade de vida. Com isto o
solo, a quantidade e qualidade
de água na comunidade possam
suportar mais dois séculos de
existência e rara beleza.
Ilustres recebem Título em Sessão Solene
No último dia 28, em Sessão
Solene a Câmara Municipal de
Ubatuba realizou a entrega
dos Títulos de Cidadão Ubatubense e Ubatubano Ilustre
de 2011. O evento, marco na
história do município, comemorou os 374 anos de fundação de Ubatuba. Dentre os
agraciados estavam o Bispo
Dom Altieri e Antonio Pereira
dos Santos, reconhecidos pela
Câmara e indicados pelos vereadores Rogério Frediani e
Osmar de Souza.
O espaço ficou lotado de
amigos, familiares e convidados. Foi lido o histórico de
cada personalidade, logo após
a entrega e a foto oficial cada
um fez uso da tribuna para co-
Dom Altieri e Antonio Pereira, homenageados pela CMU
mentários particulares. Após
o ato oficial foram oferecidos
comes e bebes. Esteve presente na entrega o Secretario
Estadual de Turismo Marcio
França que neste evento representou o governador Geraldo Alckmim.
Numa história que mais parece de cinema, aconteceu na
vida real, no último dia 20 de
setembro a moradora do Sertão do Ingá, Aurora Santana
dos Santos reencontra o irmão
Galdino Santana, 71 anos, que
há quarenta anos desaparecido era considerado morto pela
família. Galdino foi encontrado
na cidade de Senador Amaral,
Minas Gerais, o Serviço Social
daquela cidade acreditou em
sua história e começou a investigar. Lá ele passou pelos
cuidados da doutora Amanda,
a Assistente Social Regina e
a Secretaria Ismaia também
do Serviço Social. Através de
vários telefonemas e investigações os profissionais de
Senador Amaral chegaram
ao nome de João Santana na
Vargem Grande, este entrou
em contato com sua parenta
Aurora, irmã de Galdino.
O vereador Osmar de Souza foi procurado e de pronto
colocou seu gabinete a realizar os contatos. No dia 20 de
setembro, a irmã e o vereador
encontram-se com o Serviço
Social e de lá vão ao encontro
de Galdino. Ele estava numa
casa simples e recebia toda a
assistência daquele município.
Após vencerem os processos
burocráticos e administrativos, em seis de outubro Galdino finalmente faz a viagem
de retorno ao convívio de sua
família. Para o vereador, “este
é um caso de muitos que deu
certo, muita gente não tem
esta oportunidade”, comenta
Osmar. A família agradece aos
profissionais de Senador Amaral-MG e ao vereador Osmar
de Souza que possibilitou que
um antigo sonho fosse realizado, o encontro e o retorno de
Galdino ao seio da família.
ACESSE
JORNAL MARANDUBA NEWS
NA INTERNET
www.jornalmaranduba.com.br
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Esporte Clube Vila Santana é
Trabalhos do Grupo Saíras do Bonete vai virar livro
homenageado na Câmara Municipal O Grupo Saíras - 12 mulhe-
Na Sessão do ultimo dia 1,
o Esporte Clube Vila Santana
recebeu das mãos do Vereador Osmar de Souza uma Moção de Congratulações pela
conquista do título da terceira
divisão de futebol municipal,
o que habilita o clube a participar da segunda divisão no
ano que vem. como técnico
auxiliar guarda varias vitórias
como tricampeão da Copa
Isaac, bicampeão da Copa do
Rio Escuro, campeão da Copa
Jurabelo, campeão da terceira
divisão da Liga Ubatubense de
Futebol e em 2008 considerado o melhor treinador da competição.
A homenagem foi aos esportistas fundadores Pedro
Marin Filho, treinador nos últimos anos do time principal,
dos veteranos e do infantil,
hoje, técnico auxiliar, Josias
Rodrigues Ferreira, Lucimar
Ferreira da Silva e Mauricio
Alves. O documento cita a importância de todo o trabalho e
da atividade esportiva realizada pelo clube, dos benefícios
para a saúde física e mental
e da construção de pontes de
amizade, uma rede de relacionamentos entre os moradores
sadia e produtiva.
Na sessão houve comentários dos vereadores da benesse que o esporte proporciona,
foram lembrados os áureos
tempos dos campinhos de várzea e outros espaços que abrigavam a pratica do futebol, da
importância de se investir não
só no futebol, mas em todas
as praticas esportivas no município. Na ocasião o Vereador
Osmar de Souza convidou o
Vereador Rogério Frediani
para a entrega da propositura.
“Motóquinha” faz um ano de vida
Depois de tanto, tanto, tanto, tanto, e tanto tempo, depois do nascimento da jovem
Suelen, nasceu um filho “varão” de Mota e Valéria que
aniversariou no último dia 9
completando um ano de vida.
Os amigos esperam que ele
realmente puxe a mãe e a
irmã.
Quando crescer vai ensinar
o pai a jogar bola de verdade. Parabéns a Erick Santos
Mota. Felicidades.
res da Praia Grande do Bonete
vem surpreendendo a todos
com suas atividades. Recentemente conseguiram através
do ProAC (Programa de Ação
Cultural do Governo do Estado de São Paulo) a aprovação
de um projeto para a confecção de livro que contará com
a história de vida e do cotidiano de cada Saíra, o artesanato, os doces, suas aptidões, a
“Timbopéva”, a “concertada”,
anseios e demais trabalhos
daquele belo lugar. Também a
pesquisa e resgate das ervas
medicinais e seus usos dentro
da comunidade no último século. A investida foi realizada
pelas coordenadoras Ana Carmem Nogueira e Vera Ferretti
que fizeram os contatos preliminares com o projeto. O projeto prevê uma verba de R$
18 mil reais para estruturar o
tão sonhado livro. Ao que tudo
indica o material foi enviado,
aprovado e a representante do
grupo Renilda Norma Guimarães já realizou a assinatura do
contrato. No próximo dia 13
haverá uma reunião do grupo
para definir detalhes sobre o
livro como o nome a ser dado
ao trabalho.
A comunidade da região sul
aguarda ansiosa tais resultados
que aproveitou o melhor desta
comunidade-seu próprio povo,
que aliou experiência, juventude, sabedoria e a paciência e
que fez deste pequeno grupo de
mulheres exemplo a serem seguidas, copiadas e de fato reconhecidas, já que dentro de sua
grandeza o livro é um detalhe
para este mundo atual de que
elas existem e sabem o querem. Se depender delas muitos
outros trabalhos ainda surgirá.
Cida Ballio é homenageada no Circuito de Águas Abertas
No ultimo dia 30, na Praia
da Maranduba, a educadora e
caiçara Cida Ballio foi homenageada na 3ª etapa do 15º Circuito Ubatuba de Águas Abertas. Dentre as premiações o
Troféu Maria Apparecida do Prado (Cida Ballio) que foi entregue
a Maria Luiza Vieira, primeira
atleta de Ubatuba a completar
os 3.000 metros da prova. Esta
etapa contou com cerca de 450
atletas do Litoral Norte, Vale do
Paraíba, capital paulista e da
Esquadra Brasileira do Rio de
Janeiro. Filha da saudosa Maria
Ballio, o nome de Cida Ballio foi
indicado pelos relevantes serviços prestados à comunidade da
região, principalmente na área
da educação. Foi a principal
responsável pela implantação
do ginásio na região. O evento
contou com a organização da
Associação de Moradores e Amigos do Sertão da Quina-Amasq,
da Associação de Moradores da
Região Sul de Ubatuba, da Se-
cretaria Municipal de Esporte e
Lazer e de patrocinadores da
região sul que colaboraram para
que este grande evento pudesse
acontecer.
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O cômico dia em que Militares buscavam aeronave perdida em 1984
Foto: Arquivo Dona Chica
EZEQUIEL DOS SANTOS
Após uma sucessão de boatos sobre a queda de uma aeronave na Serra do Mar, enfim
vem a confirmação de que realmente militares procuravam
um avião Cesna, desaparecido entre Parati e Santos. Em
alguns locais haviam jogado
panfletos anunciando a queda
da aeronave com valores para
quem indicasse seu paradeiro.
Era por volta de dez da manhã, quando um grupo de
crianças da escola Tereza dos
Santos, Sertão da Quina, correu em direção ao campo de
futebol do bairro, lá se juntaram a outros moradores. Enquanto isso, outro grupo de
alunos, que faziam aulas de
educação física com o professor Caju no Morro do Emaús,
“despinguelaram” (desceram
sem condições de frear) o
morro por entre o sapé, bananeiras, casas de formigas e
marimbondos, hibisco (mimo),
caindo pela antiga barreira do
Zé Leal, parando somente no
barranco do campo de futebol.
Pela primeira vez um helicóptero da Força Aérea Brasileira havia pousado no local para buscar informações
sobre a floresta e auxilio dos
mateiros da região. Ele pousou sobre o gramado cerca de
meia hora, tempo o suficiente
para matar a curiosidade de
todos. Na empolgação e por
conta do barulho que se aproximava, o aluno Wilson Isaías
empurrou Emerson Leiva que
desceu com um dos pés sem
tênis, que na correria ficou no
cesto de lixo da sua sala de
aula.
Os que estavam no Emaús
chegaram com capim pelos
ouvidos, farpas de sapé em
todas as pernas, shorts e camisas sujas de barro e os cabelos despenteados e cheios
de flores de mato, outros largaram o que faziam naquele
horário. Foi uma corrida sem
precedentes.
Era janeiro de 1984 e não
havia noticia de que uma aeronave tinha descido por estas
bandas. Conheciam-se apenas os navios que ficavam na
baía da Caçandoca, os aviões
que desciam no aeroporto do
centro, os helicópteros na catástrofe de Caraguatatuba,
o carro de combate anfíbio
(“tanque de guerra”) que
saiu do mar próximo a barra
da Maranduba vindo de São
Sebastião, o avião de Hans
Maier que descia na Praia da
Lagoinha. Mas por aqui neste
fundo de vale, era a novidade
do momento.
O oficial (tenente
aviador) responsável
abriu a porta, desceu
e esticou seu braço até
a orelha de Nico e o
levou pendurado até a
beira do campo, todos
riram principalmente
Nico, que levou um
“pito” (sermão) daqueles.
Na ocasião um aluno muito
bagunceiro de nome Ananias,
cujo apelido era Nico, agarrou-se a cauda da aeronave
quando este levantava vôo, o
helicóptero fez a volta e pousou.
O oficial (tenente aviador)
responsável abriu a porta,
desceu e esticou seu braço
até a orelha de Nico e o levou pendurado até a beira
do campo, todos riram principalmente Nico, que levou um
“pito” (sermão) daqueles.
Depois todos se deram conta do que haviam feito e deixado. Salas de aulas abertas,
feijão no fogo, comércio aberto, casa escancarada, bicicleta
largada no meio da rua. No
morro, todos trataram de correr para procurar camisa, relógio, boné, tênis, meia, bola,
apito, mas tudo estava lá.
Eram crianças entre 10 a14
e uns de 15 anos e hoje muitos ainda se lembram daquele
dia. Ananias tinha um irmão
de nome Gedeão, que todos
conheciam por Dão.
Nico num certo dia, num
raro momento de silencio por
conta da prova, ele perguntou
ao professor Joaquim: “porque que a gente góspe (cospe), esfrega, esfrega o braço
e quando vai cheirar tem um
“fedô” (mau cheiro) de titica de galinha, professor?”. O
professor de imediato o encaminhou ao inspetor de alu-
nos, Seu Heitor, que o levou
a diretoria, a saudosa Dona
Esther. Foi conversa pra mais
de semana. Dentre as crianças
lembradas da época estavam
o Leiva, Eliziário, Haroldo, Dimas, João Alencar, Guto, Ana
Paula, Elizangela, Ana Lucia,
Estela, Josebel, Jucele, Benedito Orlando, Manoel, Betinho, Zé Geraldo, Nilo, André,
Sandro, Paulo, João Carlos,
Julio César, Alessandro, Celina, Adilson, Edmilson, Elizete,
Joãozinho, Margarete, Luciano, Renato, Zilda, Eduardo
(Duda), Edson, Braz, Mauricinho, Xuxa - irmã do Maurício,
Paulo, Edson Obara, Hideo
Obara, Rosely, Mario Castanho, Ângela, Roger, Taís,
Hilme, Giovane, Jean, Ninico,
Carlos, Toninho-Trô, Gordo.
A maioria dos meninos “arteiros” (bagunceiros) depois
foi a Cachoeira da Renata
onde costumeiramente se
refrescavam num delicioso
banho. A aeronave foi localizada, 27 anos após descer no
campo do Sertão da Quina,
por um mateiro, neste ano,
no fundo do vale de Toque-Toque Pequeno no município
de São Sebastião.
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Padaria Pão Nosso adquire forno Projeto Olho D’agua prevê compensação a moradores
O Projeto Olho Dágua é,
de esteira para esfiha e pizza
antes de qualquer coisa, um
Para atender a demanda de
esfiha e pizza, a Padaria Pão
Nosso conta com um novo aliado - sua máquina de esteira.
A novidade assa 1.200 unidades por hora e é a caçula dos
equipamentos no mercado, da
mesma utilizada por grandes
empreendimentos em esfiha e
pizza. Destaque é para o sabor que é o mais aproximado
daquelas assadas em fogão a
lenha. Maquina top de linha
ela acelera a quantidade de
exposição sem perder o sabor
e as texturas dos oito sabores
de esfiha existentes no cardá-
pio. Caso alguém queira uma
diferente basta informar os
proprietários.
projeto de incentivo a quem
protege as nascentes e as matas em propriedades de terras
urbanas ou rurais, de modo
a identificar, catalogar e preservar as nascentes de água
existentes em seus respectivos terrenos, principalmente
os produtores rurais, quilombolas, indígenas e moradores
tradicionais.
Contrário das punições que
vem ocorrendo à proposta de
Frediani trata o assunto como
parceria, como de interesse de
todos. O projeto prevê a catalogação das áreas, a preservação e a plantação de árvores
ao entorno das nascentes,
tudo de forma espontânea e
combinada com órgão municipal responsável pelo setor.
Prevê também a aplicação
do Bolsa Verde, um incentivo
em dinheiro, aos proprietários
que aderirem ao programa.
Também certificados alusivos
e benefícios fiscais aos participantes do programa.
“Este Projeto de Lei tem o
condão de preservar nascente
ou olho-d’água é o local onde
o lençol freático aflora, sendo,
portanto o berço dos rios e
dos cursos d’água e de onde
vem a água que bebemos, importante destacar os trabalhos
de captação e distribuição de
água aonde o poder público
não realiza estes serviços”,
comenta Frediani.
Infelizmente a punição é padrão e tratamento também,
porém, não basta somente a proteção das chamadas
matas ciliares para garantir
a qualidade e a quantidade
de uma nascente. A água é
captada em todo o terreno
ao redor e logo é necessário
um trabalho de conservação
do solo que evite ou minimize os efeitos da erosão e que
impeça o assoreamento e o
carregamento de agrotóxicos
ou outros dejetos para o lugar
de onde a água vem à tona e
para os rios e riachos.
O importante é analisar caso
a caso para avaliar a situação
de uma nascente, quais são
os procedimentos corretos
para sua conservação além de
instruir qual melhor ação naquele local e não chegar com
um talão de multa e entregar
somente. As ações têm de ser
empreendedoras e eficazes.
De modo geral, pode-se dizer que uma das maneiras de
proteger a nascente é recom-
pondo a vegetação nativa em
seu entorno, ou seja, fazendo
reflorestamento, mas se for
ocaso, tudo de acordo e combinado com os proprietários.
O projeto tem caráter voluntário, educacional e instrutivo. Assim sendo, o PL
visa apoiar a conservação da
cobertura vegetal nativa nos
entornos de nascentes e olhos
d`águas, mediante pagamento por serviços ambientais aos
proprietários e posseiros que
já preservam ou que se comprometem a recuperar a vegetação de origem nativa em
suas propriedades.
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Maranduba: tradição, modernidade e potencial num só lugar
EZEQUIEL DOS SANTOS
Cheiros, sabores, sons, temperaturas e texturas é o que
de melhor a região pode oferecer. Numa esfera de região praiana que por um lado
tem vestígios da formação
do povo brasileiro, consegue
se modernizar sem perder a
leveza das flores e aves que
a rodeiam. Por outro lado a
roça mantém as tradições caboclas das rodas de viola, do
feijão no fogão a lenha, das
falas caiçaras e da vontade
de liberdade com a natureza que deixa tudo aparente.
A Maranduba está localizada
a 25 quilômetros do centro
e possui vida própria, com
centro comercial, quiosques,
hotéis, pousadas, trenzinho
turístico, saltos de parapente,
restaurantes, lojas, postos de
gasolina, bancas de jornais e
sub-prefeitura.
Sua orla disputa com a Praia
Grande como point mais badalado da região. Tem vida
noturna agitada, barzinhos
e quiosques com música ao
vivo.
Ponto de partida para as
praias do Perez, Bonete,
Grande do Bonete (ao norte), ao quilombo Caçandoca,
Caçandoquinha e do condomínio do Pulso. Ponto de partida para várias cachoeiras no
Sertão da Quina como a do
Corrêa e Água Branca. Para
quem vem de Caraguatatuba,
esta é a primeira praia de
Ubatuba com acesso direto
pela rodovia. Praia com 2 km
de extensão, boa para banho,
ela forma com a praia do Sapê
e a praia da Lagoinha uma das
maiores orlas contínuas de
Ubatuba, com cerca de 7 Km
de extensão e uma bela vista
para ilhas da Maranduba e do
Pontal.
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Região abriga local de espetáculos da natureza e seu povo
A
Maranduba até a
Lagoinha foi palco de espetáculos sobre o mar e seu
povo. Ponto de encontro das
comunidades locais foi elo da
formação cultural que marcou
todas as gerações. Todos têm
o que falar desta praia. Nem
só de vinho ela viveu, muitos
pães amassou para mostrar-se como peça fundamental
de desenvolvimento aliado a
preservação histórica, cultural e ambiental da região sul
de Ubatuba. Seus parentes
mais próximos são as outras 29 praias, passando por
quilombos, condomínios, comunidades de pescadores,
desertas e escondidas. Sua
estrutura é pequena, porém
caminhando ao profissionalismo de que tanto é necessário
para o desenvolvimento ideal. O mais importante é que
as instituições privadas é que
dão o ar da graça.
Suas areias e marés têm
diversidade em toda a sua
orla. Não só de praia vive a
região, em seu interior temos
lindas cachoeiras, ruínas espetaculares, flores e frutos ao
alcance da mão. As aves dão
um espetáculo diferenciado de tudo que você já viu.
A região foi o maior exportador de gengibre do Brasil.
Tem em suas matas vestígios
da única estrada de ferro de
um século e meio atrás, tem
matas com as maiores formações de bromélias e orquídeas já vistas. Tem canhões e
muros de pedras que combatiam as tropas do governo no
período do trafico negreiro.
Tem artesanato de primeira.
Tem opções de estadia, mercado, postos de combustíveis
e serviços para todos os públicos. Tem ainda lugares que
pararam no tempo. Corridas
de canoas, festas religiosas,
atividades esportivas, trilhas,
mergulho, passeios de barcos, gastronomia. Muitos pequenos empresários se qualificam por isso se destacam
como fazem os produtores
rurais e artesãos desta parte
do paraíso.
A região tem fazenda debaixo dágua, as de mexilhões.
Tem praias onde as areias
emitem os “ics, ics” tamanha
pureza de suas águas e areias.
Tem praias que formam verdadeiras lagoas que de tão
próximas ao mar dá para ir
com um pulo. Águas calmas e
por vezes silenciosas. É possível se aventurar na chuva, na
fazenda. ou numa casinha de
sapé (como diz a melodia) lá
pelas bandas dos Sertões da
Quina, Arariba ou Ingá.
O lugar tem tantas qualidades que poderia ser um município. Ele é tão bom que muitos turistas vêm todo o ano do
município vizinho para apreciar nossas belezas. A serra
possui uma rede de caminhos
e trilhas que outrora foi utilizado pelos índios Tupinambás
e reaproveitado pelos negros
e depois pelas comunidades
tradicionais, dá para ir ao planalto, ao Rio de Janeiro e a
Santos. Até óvnis foram recolhidos em nossas águas.
A comunidade vai se adaptando as novas tendências,
mesmo pagando pelos pecados das grandes metrópoles.
Maranduba é assim, uma mulher bonita que vem sendo
cuidada aos poucos e que
quando estiver pronta surpreenderá muita gente. Gente
que ajudou a cuidar deste lugar tão belo e tão importante
para as pessoas, as plantas e
os animais que aqui habitam e
vem nos visitar.
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20 Novembro 2011
Jornal MARANDUBA News
PM e Moto Clubes realizam 1º Encontro de Intercambio do Litoral Norte
EZEQUIEL DOS SANTOS
Aconteceu no último dia
25, na sede do 20º Batalhão da Polícia Militar em
Caraguatatuba, o 1º Encontro
de Intercâmbio – Polícia Militar
e Motoclubes do Litoral Norte.
A iniciativa considerada inovadora começou da conversa
entre o Comandante da Base
Comunitária de Segurança da
Maranduba, sargento PM Ademir Prado, o ex-comandante
sargento PM André Luiz e os
motoclubes Dose Letal, Barbados e Cardume do Asfalto
da região sul de Ubatuba. O
evento tem como objetivo a
aproximação das comunidades a partir de grupos organizados como os motoclubes.
Participaram deste encontro
os dirigentes dos Moto Clubes
Dose Letal, Rattos da Praia,
Phanton, Tamoios, Puro Veneno, Cães Sem Freio e Kbça
de Kone, o empresário Nilton
Cardoso totalizando 20 integrantes.
Na abertura o Coronel Evandro Rogério Góes, comandante do batalhão, destacou a
importância deste encontro e
de seus atores engajados na
segurança do litoral norte,
com destaque à campanha de
educação de transito, principalmente ao que se refere à
prevenção de acidentes que
envolve veículos ciclomotores.
“Os motoclubes são difusores
de idéias e de trabalhos em prol
das comunidades”,comenta o
coronel.
Com uma didática especifica exemplos práticos, vídeos
e muita descontração foram
proferidos instruções sobre os
seguintes temas: Segurança
no trânsito, uso de capacetes e
viseiras, direção negativa, tangencia da curva, acionamento
dos freios, pista escorregadia,
comportamento em chuva
fina, situação dos pneus, campo de visão, retrovisores, postura, vestimentas, equipamentos de proteção, condições do
veículo. Muitas dúvidas sobre
a legislação de trânsito foram
discutidas e sanadas. Outros
questionamentos e dúvidas foram desmistificados, uma vez
que no passado havia um distanciamento entre a polícia e
motoclubes.
Também ficou registrada a
diferença entre motociclistas
e motoqueiros e a importância
do serviço 181-disque denuncia. O trabalho foi realizado
pela equipe da ROCAM sob o
comando do sargento PM Prior
que é fiscalizador e instrutor
de trânsito do 20º Batalhão.
Do lado de fora aconteceu
uma apresentação de praticas operacionais da PM na
abordagem de condutores de
ciclomotores. Vários tipos de
situações foram apresentados
pela equipe da ROCAM. Para
os idealizadores do encontro
foi uma novidade que resultou
na eliminação de duvidas e no
conhecimento dos trabalhos
da PM. Todos aprovam a idéia
que serviu como laboratório
e que poderá ser trabalhado
outras propostas. Sugestões
Terminada a obra da Sala do Santíssimo da Capela do Sertão da Quina
Uma pequena sala a lado e
ao fundo do altar na Capela de
Nossa Senhora das Graças tem
chamado a atenção de fiéis, turistas e visitantes. O espaço que
antes parecia ser utilizado para
guarda de materiais hoje é um
lugar de adoração e reflexão. Na
realidade é um das partes mais
importantes da capela, um local
de recolhimento e oração, onde
ficarão depositadas as reservas
eucarísticas (Hóstias Consagradas). Para muitos fiéis um local
apropriado para a um momento mais íntimo com Deus, um
local para realmente adorar ao
Senhor. O ambiente remete o
visitante fiel a um momento de
silêncio sagrado, o espaço ganhou características inovadoras
sem deixar o sentido histórico da
localidade. Neste último domingo, dia 6, aniversário do Padre
Carlos, fez questão de mostrar o
andamento da obra em curso e
as já terminadas como a Sala do
Santíssimo. O espaço ganhou
características aconchegantes e
iluminação adequada. Segundo
Padre Carlos é uma das peças
do conjunto para melhor atender os propósitos de Deus, a comunidade e os visitantes.
como o trabalho nas escolas
e temas como combate a incêndio nas estradas foram
aceitas. No final aconteceu a
entrega do certificado de participação, que sendo o primeiro, terá continuidade como
base de aproximação da PM
e comunidades, do serviço
de segurança comunitária e
difusão de boas praticas de
trânsito.
Jornal
Maranduba News
Valorizando a
Cultura Caiçara
20 Novembro 2011
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Jornal MARANDUBA News
A minha rua
CRISTINA DE OLIVEIRA
A minha rua foi e é uma rua
movimentada. Durante a noite um bom observador ainda
ouve os sapos e grilos que fazem a festa... Onde o rio faz a
volta para desembocar lá no ribeirão, lá pra bandas do Rio do
Boi... Tem casinha ladeada de
mimeiro, pés de laranja, abacate, roseira, coentro de cheiro
e jasmim para aromatizar as
casas. Minha rua tem prosa,
verso e poema, todos juntos
e misturados, basta somente
parar para ouvir. Crianças se
banhando no rio em tardes
quentes, mulheres com samburás pegando Piaba, Lambari
e Cará pra mistura e camarão
para farofa do café da tarde.
Minha rua tem conversa dos
compadres e comadres sentados em frente a casa, regada
a muito riso, café no bule, bolo
e receita de humor, todos iluminados por candeeiros aceso
a pavio de algodão.
Ah! A rua de minha casa
tem namoro, tem chilique e
de tudo um pouco, porque na
rua de minha casa, tem gente de bem e tem quem desconversa, só não tem asfalto
e comércio. Na rua de minha
casa ninguém leva nada sem
pedir, tem igrejinha, nas casas
um altar para rezar e pra tudo
agradecer, além de muito cachorro, gambá e galinha. Tem
flores e molecada, tem vida e
muita história. Foi rua de sitio
florido de um simples ranchinho com porta e janela seguro por tramelas. Na mesa um
gosto caipira, no canto um forno de alçapão. Do outro lado,
atravessando a velha porteira
um engenho, uma roça de milho, ao fundo um bananal cuidado por homens com chapéu
de palha. Ao lado da casa um
puxado de palha para cobrir a
tralha de uso roceiro, proteger
o milho e o feijão no esteio do
varal, no chão sacas de trigo,
farinha de mandioca e a cachaça de qualidade bem guardados para a venda na cidade.
A rua tem minha casa, que
no passado foi construída de
pau-a-pique, com barro vermelho e tabatinga (barro branco),
amarrado de imbira e coberta
com “empreitada” de Guaricanga. Os cantos erguidos com
o “cérno” do Ipê, com cadeiras
e prateleiras de tabuas feitas
no “traçadô”, no quintal os pés
de jambo embelezam o chão
com suas flores. Minha casa
poderia ser numa rua comum,
se não fosse por um detalhe: é
o lugar mais lindo que conheço, porque ali cresci, ouvi todas
as histórias de minha geração,
é todo um orgulho, é a minha
rua, que me viu crescer. Nela
fazemos vassoura de mato e a
limpamos em “bitirão” como os
antigos.
Foi caminho de servidão dos
indígenas de passado glorioso, dos bandeirantes, cafuzos
e mamelucos, de meus avôs
e seus antecessores, é a rua
de muita história formada por
“embornás”, samburás, fogão
a lenha e pés descalços, também de pés bem calçados.
Foi sem dúvida caminhos de
gerações, onde a minha se fez
presente e até hoje faz jus a
formação história desta rua,
da cidade, do estado e do país
e muitas vezes pagou e ainda
paga caro por isso. Gerações
que ouviam o barulho do rio, o
canto das aves, que felizmente ainda existe.
Eu amo minha rua por que
tem paz de verdade e respeito. Aqui quero respirar pureza.
Minha rua atravessou épocas
e permanece intacta, ela que
ajudou a dar o brilho roceiro
e caipira, do homem do mato
e do mar, de um povo caiçara
por aptidão, um brasileiro autentico, esteio de nossa nação
e inquilino de Deus deste a
formação desta terra.
E você valoriza sua rua?
Cuida dela? Ainda acha que
os outros que tem de cuidar?
Na época de meus pais eram
os m oradores quem cuidava
das ruas, do cemitério, dos
caminhos, dos roçados, dos
compadres, por isso as coisas
funcionavam.
A nossa rua é uma extensão
do que nós somos, não custa
nada ao menos cuidar da frente de casa. Sem ela para onde
vamos e quem virá até nós?
Não é a rua que gostaria de
ter, mas é a que tenho e gosto
de deixá-la como gostaria de
ser vista.
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Gente da Nossa História
EZEQUIEL DOS SANTOS
No canto da Maranduba (canto da “préia”- praia), próximo
a subida do morro, indo para a
Caçandoca havia uma casa simples como as outras, feita de
pau-a-pique, cuja sala grande
transformou-se em uma sala de
aula, era a escola do Tabatinga,
como ficou conhecida. A casa
era de seu avô Antonio Zacarias, depois passou ao pai Bazílio
Zacarias, que casado com Luzia
Bernardino de Oliveira teve seis
filhos: Bernardo, Tonico, Dona
Santa, Valter, Eliza e o protagonista desta história. A casa estava num local privilegiado, de
frente para o mar, sob a sombra
da mata, os sons dos riachos e as
ondas do mar, o canto das aves
e do vento que vinha do lagamar.
Naquele ambiente lindo, porém
severo, nascia para o mundo
Ângelo Zacarias de Oliveira, que
mal sabia ele, iria influenciar toda
uma geração. Era 10 de março
de 1927 e esse menino ainda
teria muita história pra contar.
A base se sua alimentação era o
caldo de peixe, o mingau de farinha de mandioca, banana madura assada no fogão a lenha,
café de cana, batata doce cozida, pixé (farinha de milho fina),
no “terrero” (quintal) galinhas
soltas, patos que se misturam as
aves da mata. Cresceu na lida
da pesca de arrasto, tresmalho,
picaré, espinhel, tendo como vizinho e professor Chico Romão,
também desenvolveu as culturas
de subsistência a seu redor. Aos
poucos conquistou seu espaço na
comunidade.
Jovem forte e comunicativo
enveredou-se a outras paragens
como os trabalhos nos bananais
em Santos. Com ele os jovens
Tião Pedro, Mané Ramiro, Ditinho
Marcolino, Messias entre outros.
Era por volta de 1948-49, aonde
eles iam a pé até Caraguatatuba,
dormiam na casa de Pedro do
Prado e por volta das cinco da
manhã pegavam o ônibus a Santos. Ângelo ia sempre de barco,
no Ubatubinha. Também trabalhou na fazenda dos Ingleses lá
pelas bandas do Anglo como o
amigo Mané Pedro. Os dias de
solteiro haviam acabado, ele conhecera Florisbela Prado de Oliveira, que mais tarde viria a ser
carinhosamente conhecida por
20 Novembro 2011
Jornal MARANDUBA News
Ângelo Zacarias de Oliveira
Dona Bela. Ela filha de João Antonio do Prado e Margarida Florisbela do Prado, proprietários de
um engenho de pinga onde hoje
está o posto de saúde do Sertão
da Quina. Aos oito anos levava
café para os camaradas. Ela que
havia nascido na antiga casa do
telégrafo, onde foi a farmácia do
Darcy, estudou na escolinha de
Joana Carlota, na atual Rua do
Eixo. Depois do namoro, chegou
a hora do casório, era 24 de abril
de 1952. Foi uma verdadeira peregrinação, saíram de canoa da
Caçandoca, foram a até a Enseada, depois de carro até o centro,
lá tiraram os calçados da “trôxa”
(sacola), lavaram os pés no chafariz, calçaram as
sandálias e seguiram
até a Matriz para a
celebração. A festa
foi na casa do Pradinho - Antonio Rocha
Prado no centro da
cidade. Já em casa
ficaram quatro dias
sem seus móveis,
como o mar estava
“grosso” (revolto) a
loja não pode entregar a tempo da estréia, então o casal
dormiu estes dias
numa cama de solteiro. Tiveram cinco
filhos: Ângelo, Margarida, Luiz Carlos,
João e Maria, como dizem os antigos “graças a Deus todos bem
encaminhados”. Ângelo montou
uma pequena “venda” (comércio) onde era a casa do Calixto,
depois foi para a Caçandoca,
onde a esposa deu aulas a 40
alunos, lá também o marido
montou uma venda.
Ele buscava de canoa mantimentos no Maciel da Enseada.
Lá ficaram por seis anos, depois voltaram para o canto da
Maranduba, próximo ao hotel Picaré, aonde ainda era trecho da
rodovia. Quantas vezes dona Idalina, mãe do Tião Pedro, passava
por lá com os netos e ganhava
um quinhão de mantimentos de
Ângelo. Depois voltaram para o
Sapê, onde hoje é o bar do Ari,
onde ficaram em definitivo. Lá
compraram a casa de Joana Custódio. O local era maravilhoso,
havia um espaço onde tinham
como vizinho o Calixto, o pessoal
Um homem bom de verdade
do Nestor, o Cruzeiro, o armazém do Pimenta, a 1ª Capela, a
casa da Quininha, a do telégrafo,
a do Idomeu do Prado, de Maria
Ballio, a praia, a praça, o pátio e
a estrada.
Ângelo comprava também a
produção local, chegou a adquirir
400 kg de peixes, o que vendia
no balcão, vendia. O restante era
levado ao Rio do Boi, chamava as
mulheres para “consertar” (limpar), lanhar, escalar e salgar os
peixes. Trabalhavam nesta empreitada a Maria do Chico “Féle”
(Félix), Mariana, Santa, Martinha,
Olivia entre outras. Estas pessoas ganhavam o dia e peixes para
mistura. Neste dia ela mandava
matar dois frangos para o almoço das mulheres. Era uma época
de muita fartura. Os abastados
usavam camisa branca de peito
pregueado, era chique para a
época. Só quem tinha condições
de possuir estas camisas eram os
Carlotas, os Amorim e os Prados.
Ângelo gostava muito de peixe,
frango assado, que muitas vezes
eram compartilhados com os caixeiros viajantes (vendedores).
Dona Bela ajudava no orçamento lecionando, chegou a dar aulas também no Horto Florestal,
quando chegava ao centro da
cidade uma carroça a levava até
a escolinha na fazenda. Ela se recorda bem de uma questão que
aplicou numa prova de aritmética: “Uma roseira tinha quatro
galhos, cada galho quatro rosas,
quantas rosas tinham a roseira?”.
Ângelo fornecia para o Moisés
Isaías do Sertão da Quina, este
buscava os fardos de mantimen-
tos em uma bicicleta verde, cujo
quadro possui até hoje. Vendia a
caderneta e todos pagavam, era
a época do fio de bigode.
Ele sabia cativar os clientes,
sempre tinha uma surpresa agradável a eles. Gostava das Folias
de Reis, das festas do Bito Helói,
Mané Pedreira. Na época em que
as latas de banha eram cheias
de doces de mamão, abóbora,
melado de cana. Nunca largou a
pesca e sempre com seus amigos passavam, por vezes, noite
inteiras na pesca de caçoa. Era
tão querido que tinha liberdade
com todos, todos o admiravam.
Só uma coisa Ângelo tinha medo
e não gostava de jeito maneira,
de dentista. Certa
tarde, com terríveis
dores de dente,
entrou no banheiro
com um alicate e
simplesmente arrancou o dente, só
para não ir ao dentista. Na época era
o jipe do Pacheco
que se fazia de ambulância da localidade e dona Bela vivia
indo ao hospital
acompanhando os
enfermos. Mas tudo
tem um fim, quem
não se lembra daquele homem educado, de fala suave,
meigo, agradável, amável, que
vestia um jaleco azul claro de comerciante e atendia a todos com
muito carinho. Seus amigos e
compadres eram o André Pereira,
João Rosa, Florindo, Olívio, Tião
Pedro, Mané Pedro dentre tantos
que o admiravam.
Mas no dia 7 de março de 1967,
algo de tão belo aconteceu seguido de uma tristeza profunda e
muitos “porquês”. Antes de amanhecer a família havia saído para
Aparecida do Norte, quem dirigia
a Kombi era Oswaldo Rofino. Lá
o casal assistiu a missa, subiu de
mãos dadas para beijar a Santa,
depois vieram embora. Encontraram-se com o Mané Santana no caminho, em São Luiz do
Paraitinga, haviam dado carona
ao padre Pio. Quando chegou
ao Morro do Foge, pararam para
dar carona a João Garapa com a
namorada, desceu abriu a porta aos dois e voltou ao volante,
de repente ele cai, o trouxeram
até a sua casa, ele reanima e diz
que não tem nada, na cozinha cai
novamente, houve uma correria,
levaram-no para o hospital, no
caminho, no Lazaro, ele retoma
a consciência e pede a esposa
um pouco de água, em seguida,
nos braços da amada ele fecha os
olhos, para sempre.
Na cidade, o Padre Pio foi chamado e não acreditava que aquele homem o havia trazido a cidade
há poucas horas havia falecido.
Tinha ele sofrido um derrame cerebral. Dona Bela nos conta que
sente o frio no braço que segurou
o esposo até o hospital. Tristeza,
emoção, saudades, estes foram
os primeiros sentimentos de uma
família de toda uma comunidade.
Após sua morte, uma firma chamada Aragon, que construía a
rodovia deu calote no armazém,
foi um duro golpe.
Evarista Santos Oliveira, 69,
sobrinha de Ângelo, conta-nos
que no meio da “somana” ele e
a esposa haviam realizado uma
visita aos compadres, amigos,
familiares como se fosse uma
despedida. No quintal de Evarista ele olhou a criação, para o pé
de limão galego que possuía, ele
tava numa serenidade, comentou
que tava cansado e que queria
descansar um pouco, ficar mais
folgado com sua família. Ângelo
Zacarias havia nos deixado aos
49 anos, cedo demais para um
grande homem. Não tive a honra
e o privilégio de conhecê-lo, mas
pelos olhos de quem me contou
sua história percebi que é considerado um dos grandes mestres
de nossas vidas.
Um homem do bem e para o
bem. Sua maior arma foi o amor
com que fazia as coisas, vi na
casa da esposa uma linda foto,
onde ele parecia dançar com ela
no quintal, pra mim a imagem
perfeita de um amor puro e verdadeiro. Talvez por isso Deus o
quisesse por perto, um homem
preparado e escolhido, por sua
lisura, seu amor, seu companheirismo e por seu valor, daqueles
raros. Os não escolhidos ficaram
para contar a história de um
grande homem. Um dia sei que o
encontrarei e como sinal de respeito o chamarei como todos, de
“Seu Ângelo”.
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Jornal MARANDUBA News
Dicionário de vocábulos e expressões caiçaras - Parte 4
BATISTéRIO - ( s.m.) - certidão de batismo na igreja católica ;
BATUíRA - ( s.f. )- espécie de
pássaro ;
BEDêLHO - (s.m.) - meter o
bedelho; intrometer-se em assuntos alheios ;
BEIÇO - ( s.m.) - lábios ; dar
um beiço , passar para trás ;
BELISCá(R) – ( v. t. d. ) –
mesmo que lambiscar; comer
uma pequena quantidade de
comida.
BERBIGãO - ( s.m. ) - marisco que vive enterrado na areia
a 20 cm. de profundidade,
sendo comum da região de
Santos para o Sul. De concha quase circular, com sulcos longitudinais que partem
do ápice, irradiando-se para
a periferia em forma de leque, sua coloração varia entre branca, castanho-escura,
preta ou rajada. Ë usado na
ali-mentação, e foi o principal
o principal alimento dos indígenas do passado, constituindo-se por isso, na maior parte
dos sambaquís. Sua concha
foi usada até o anos cincoenta, para cascalhar as ruas centrais na cidade de Cananéia
- SP e, pelo fato de serem
retiradas dos sambaquís da
região, era comum, depois de
uma forte chuvarada, encontrar-se parte de ossos e utensílios indigenas, como pontas
de flecha, pedras de tacape,
junto com as conchas lavadas pela água da chuva. É conhecido também co-mo: Em
Cananéia é conhecido como
PEGOAVA e em outras regiões como sarnambí, cernambí,
cernambitinga, maçambique,
moçambique,
samanguaiá,
sapinhanguá, simanguaiá, simongoiá, rala-coco, mija-mija,
papa-fumo, sarro de pito, tamati etc...
BéRDAMéRDA - (s.m.) - joão-ninguém ;
BERERéCA - (s.f.) -espécie de
biju de mandioca;
BERUANHA ou BIRUANHA –
(s.f.) – (tupi mberú ãi) – varejeira: mosca azulada que põe
seus ovos em tecidos deteriorados;
BESPA - (s.f.) - vespa ; uma
espécie de marimbondo ;
BIBóCA - ( s.f.) - pequena
venda ou armazém ;
BICANCA - ( s.f.) - chute de
bico, dado com o bico da chuteira ou c/ o dedão do pé.
BICHA - ( s.f. ) - lombriga e
outros vermes intestinais;
“ eu benzo de cobrêro, de
impingia,eu benzo de quebranto, benzo de bichas tudo”.
BICHêRO - (s.m.) - fisga em
forma de gancho; pedaço de
barra metal recurvado em
forma de anzol, para içar o
peixe.
BICHO-DE-CONCHA - ( s.m.)
- indivíduo solitário, esquivo ,
esquisito ;
BIJú - ( s.m. ) - bolo de tapioca.
Subproduto do beneficiamento da mandioca que se obtém
mediante o seguinte processo:
uma vez prensada a massa da
mandioca sevada e escorrido
o caldo para uma gamela, decantada a água, fica, em seu
fundo, uma fécula alva e fina,
que depois de seca, peneirada no forno e torrada, ao ser
cortada em talhadas, resulta
em bonitas, saborosas e sa-
dias panquecas. As migalhas
que sobram fazem também a
apreciada farinha de tapioca. ”
O biju? Mistura aquela goma
e mistura cum massa...”.
BILú-TETéIA - ( loc.v.) - mimo
que se faz à criança e que
consiste em passar o dedo
em sua boca dizendo bilú, bilú
, bilú laaa tetéia ( apontando
para a lua )
BIRRA - (s.f.) -teimosia;
amuo; zanga ; obstinação ;
BISCA - ( s.f.) - meretriz; pessoa de péssima reputação ;
BISCATE- (s.m.) - pequenos
serviços; (s.f.) - meretriz ;
BIZITá - ( v.t. ) - mesmo que
visitar.
“ Deisde antonte não tenho
ido bizitá meu cerco.Deve de
tá atopetado de tainha”;
BOBA - ( s.f. ) - veja bouba
; doença da galinha.“deu a
bôba na minha criação tudo “
BOBERAGê - (s.f.) - bobagem;
bobice; coisa sem importância;
“ largai dessa boberagê, sim “
BOCA - ( s.f. ) - largura do
bojo da canoa, cujo comprimento deve corresponder a
sete vezes e meia a medida
da boca.
“ É uma canoa bunita, uma
canoa com quaje quatro parmo de boca, quaje um metro
de boca “
BOCA DA BARRA - ( s.f. ) - lugar onde as águas do leito de
barra, se confundem com
as águas da praia, acabando o
percurso do rio.
BOCA DA NOITE - ( s.f.) - crepúsculo; anoitecer ;
“ dancemo da boca da noite
inté o dia amanhecê “
BOCA DE FORNO - ( s.f. ) abertura do forno de barro por
onde se introduz a lenha
para ser queimada e aquecer
o forno de forneá farinha de
mandioca.
BOCA DO DIA - (s.f.) - início
do dia; pequenos clarões da
aurora ;
BODéGA - (s.f.) - taberna ;
coisa que não presta ;
BODóQUE - ( s.m.) - apetrecho de madeira para atirar
pelotes de barro ou pedra,
que consiste em um arco de
guamiova envergado, de uma
cabeça ( corte na extremidade, onde é amarrada a corda
) à outra, por duas cordas cochadas de embira, que têm ao
meio uma malha, de quatro
cordinhas trançadas, onde se
coloca a pedra a ser arremessada.Nas duas extremidades
do arco, abaixo de cada
cabeça, há
o gogó
e
o pauzinho; correspondentes,
que mantém a malha aberta.
O arco é flexionado apoiando-se a mão direita no pega-mão
, enquanto a esquerda estica
as cordas a partir da malha,
procedendo-se então ao arremesso, tomando-se o cuidado
de sincronizar o ato
da mão esquerda largar o pelote da malha com uma ligeira torção da mão direita para
o lado direito, afim de evitar
atingir o proprio dedo.
BOLA DE CAPOTãO - ( s.f. ) antiga bola de couro costurada à mão, para futebol.
BOLANDEIRA - ( s.f. ) - peça
componente do tráfico de fazer farinha; grande roda que
move o rodete de ralar mandioca.
BOLéU - ( s.m. ) - aos boléus;
aos encontrões; aos trambolhões ;
“ parem c’o esse boléu que o
pai de voces tá prá chegá “
BOLINA - ( s.f. ) - cabo que
sustenta a vela na canoa.
Fonte: PEQUENO DICIONÁRIO DE VOCÁBULOS E EXPRESSÕES CAIÇARAS DE CANANÉIA. Obra registrada sob nº 377.947Liv.701. Fls. 107 na Fundação Biblioteca
Nacional do Ministério da Cultura para Edgar Jaci Teixeira – CANANÉIA –SP .
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“Haurélho das Louras”‫‏‬
Enviado pela correspondente Cláudia Félix (morena)
Abismado: Aquele que caiu num abismo
Armarinho: Vento que vem do mar
Aspirado: Carta de baralho maluca
Assaltante: Um ‘A’ que salta
Barganhar: Receber de herança de um bar
Barracão: Proíbe a entrada de cachorros
Bimestre: Mestre em duas artes marciais
Caçador: Quem procura ter dor
Cerveja: O sonho de toda revista
Cleptomaníaco: Fã de Eric Clapton
Coitado: Ví­tima de coito
Conversão: Papo prolongado
Coordenada: Que não tem cor
Democracia: Sistema de governo do inferno
Detergente: Ato de prender humanos
Determine: Prender a namorada do Mickey
Diabetes: Dançarinas do diabo
Edifi­cio: Antônimo de ‘É de fácil
Eficiência: Estudo das propriedades do ‘F’
Estouro: Touro que virou boi
Expedidor: Antigo mendigo
Fluxograma: Direção em que cresce o capim
Halogênio: Cumprimento a um gênio
Homossexual: Sabão para lavar as
partes íntimas
Luz solar: Sapato com luz na sola
Ministério: Pequeno aparelho de som
Missão: Missa prolongada
Padrão: Padre muito alto
Pornográfico: O mesmo que por no desenho
Presidiário: Que vai preso todos os dias
Pressupor: Colocar preço em algo
Ratificar: Tornar-se um rato
Regime militar: Dieta feita no exército
Suburbanos: Habitantes de túneis do metrô
Tripulante: Especialista em salto triplo
Violentamente: Viu bem devagar
Volátil: Avisa ao tio que vai lá
20 Novembro 2011
20 Novembro 2011
Página 15
Jornal MARANDUBA News
Coluna da
Lagoinha usufrui de projeto piloto
de reurbanização sustentável
Adelina Campi
Moisés e Ramsés
Conta-se que Moisés,
o grande líder de
Israel, foi “dedurado” ao Faraó, pelo
seu primo Ramsés, acusando-o de conceder regalias aos
escravos hebreus. O Faraó,
imediatamente, mandou chamá-lo e Moisés mandou-lhe
dizer que não poderia naquele
momento, pois estava muito
ocupado, construindo a cidade para o Jubileu - conforme o
próprio Faraó o determinara.
Indignado e sentindo-se desobedecido, o Faraó foi até
o local das obras. Chegando
lá, acompanhado de Ramsés,
deparou-se com um Moisés
totalmente absorto no trabalho que realizava. Naquele
exato momento, estava sendo
levantado um gigantesco obelisco, que seria o monumento
- símbolo do Jubileu do Faraó.
Mais de três mil homens- técnicos, gerentes e operativos faziam parte daquele grande
projeto. Finalmente o obelisco
ficou erguido e, agora, seria
necessário, apenas o acabamento para firmá-lo mais ao
chão. Começa, então, o interrogatório do Faraó a Moisés:
“- É verdade que você deu
trigo dos celeiros do templo
para os escravos?” ” - É verdade.” Respondeu Moisés.
Nesse momento, Ramsés,
numa muda torcida, pegou
uma pequena pedra e colocou
num dos pratos de uma balança e o prato começou a pender.
Continuou o Faraó: “- É verdade que você permitiu uma
hora de descanso, por dia,
para os escravos?” “- Moisés
lhe respondeu: “- É verdade. ” E outra pedra
foi colocada na balança, por Ramsés.
“- É verdade que você concedeu um dia de descanso
semanal para os escravos?”
“- É verdade” . Respondeu-lhe Moisés, ao tempo em que
Ramsés colocava uma terceira pedra no prato da balança,
que baixou totalmente para
um lado.
“E o que você me diz disso
que fez?” Concluiu o Faraó.
“- É verdade tudo isso. Mas,
é verdade, também que escravos bem tratados, bem
alimentados, saudáveis e descansados produzem mais e
com mais prazer. ” Respondeu
Moisés, colocando um tijolo
inteiro no outro prato da balança - que baixou totalmente
para o lado dele.
* *
*
O aprendizado que se tira
dessa história é que pessoas
motivadas são pessoas apaixonadas. Motivação está sendo, cada vez mais, a grande
necessidade nos ambientes de
trabalho. O processo de motivação é uma postura que depende de cada pessoa, é uma
força que vem de dentro: a
automotivação.
Automotivação é o desejo
de se realizar algo, fazendo diferente. É ter iniciativa, fazer
mais que o óbvio, ser proativo, sair da mesmice.
Motivação é querer, firmeza
e determinação caminhando
juntos, produzindo força e
impulsionando o indivíduo na
busca do objetivo desejado.
Com iniciativa inovadora, o
condomínio Salga e o arquiteto e urbanista Rinaldo Antonio
desenvolveram um projeto de
drenagem de águas pluviais
para proteção da Praia e do
Jundú da Lagoinha.
O projeto idealizado em
metodologias orientais é de
baixo custo e fácil realização.
Consiste na construção de bolsões nas esquinas por onde
passam a água das chuvas em
direção a praia, elas captam
até 90% das águas, dos sedimentos e até a sujeira.
Após a chuva os sedimentos
que ficam por cima da grama são coletados e o local é
limpo para receber a próxima
enxurrada. Onde está o Jundu
hoje foi possível restringir a
passagem de pedestres para
a proteção do local, aonde a
água escorria para a praia foi
construído uma espécie de
passarela para os moradores e
visitantes iram a areia. Como
as ruas do litoral têm queda
acentuada às praias e muitas
delas não está protegida con-
tra as enxurradas, suas ruas,
que tem areia em sua base,
tiveram de ser aterradas com
barro, que são carregadas e
suas marcas identificadas nas
areias das praias. Tudo isto
ocorria por conta de técnicas
inadequadas na urbanização
dos loteamentos.
No caso da Lagoinha, este
declive fazia com que as águas
ganhassem força retirando as
mudas do Jundu de seus lugares, causando a mortandade
da espécie, a mudança da coloração das areias e o depósito
de sedimentos das ruas nas
praias. Todo o projeto foi baseado em no emprego de bambus, britas e Bidin (uma espécie de manta filtradora) como
base do processo da construção destes drenos. Na praia foi
à colocação de sacos der areias
para conter a areia e manter
as plantas protegidas. Quem
passa pelo local não percebe a
obra que fica enterrada, porém
percebe que após as chuvas
não existem mais manchas na
areia, o Jundu cresce com mais
vigor, eliminou-se os barrancos produzidos pelas águas da
chuva e os pequenos animais
daquele ecossistema voltaram
a povoar o lugar.
Rinaldo comenta que o projeto ideal seria por começar
pelas calhas das casas. Ele
lembra ainda que o bambu
dentro da terra não apodrece.
Este mesmo conceito foi realizado para drenar o campo de
futebol do Beira Rio, no bairro
do Sertão do Ingá, na mesma
região. O processo da Praia da
Lagoinha levou cerca de quatro
semanas para ficar pronto e o
resultado foi 100% satisfatório, superando as expectativas.
O processo na realidade faz
a comunicação da rua com o
solo arenoso facilitando a passagem da água e segurando a
sujeira e os detritos que iriam
diretamente para a praia. O
projeto do Jundu contou com
a parceria da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, mas
só acelerou quando resolveu o
problema das enxurradas com
a criação dos bolsões.
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