Uso da pedra

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Uso da pedra
PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE O USO DA PEDRA
DEZEMBRO DE 2014
Pessoa Colectiva Nº 502427035- Registada na Cons. do R.C. de Borba Matrícula Nº3/900905 Capital Social 498.800,00 €
Estrada Nacional Nº4 Km 158 – Apartado 48 – 7151-912 Borba – Telefone: +351 268 891510 – Fax: +351 268 891529 – e-mail: [email protected]
ÍNDICE GERAL
USP 1. Sou arquitecto e a utilização da pedra natural tem-me colocado algumas dificuldades,
nomeadamente ao nível da selecção das mais adequadas aos fins que pretendo. Pode dar-me alguns
conselhos? ..........................................................................................................................................8
USP 2. Para uma obra, o empreiteiro propôs-me a aplicação de uma pedra estrangeira que vinha
designada por mármore, mas, apresentada a amostra, duvidei de que realmente se tratasse de um
mármore. Solicitada a opinião de um perito, concluiu-se que era um calcário. Como se distinguem
estes dois tipos de pedra? ...................................................................................................................9
USP 3. Como profissional da indústria de construção, por vezes tenho dificuldade em saber quais são
os fornecedores das pedras que pretendo e como contactá-los. Pode dar-me uma ajuda? ................ 11
USP 4. Tenho observado que alguns ladrilhos de pedra colocados em fachadas de edifícios de altura
razoável se destacaram e caíram no solo, facto que poderia ter causado ou, se continuarem a soltarse, pode vir a causar graves danos em pessoas e bens. Existem processos de realizar revestimentos
sem que esse risco se coloque?.......................................................................................................... 12
USP 5. Estou a projectar uma fachada de 30 m de altura na região de Lisboa, na qual pretendo aplicar
um revestimento agrafado de placas de calcário Moleanos Rijo com as dimensões de 800 x 600 mm.
Qual é a espessura mínima que devem ter essas placas? ................................................................... 13
USP 6. A aplicação de placas de pedra em revestimentos de fachadas exige a execução de juntas.
Quais são os tipos de juntas e respectivo espaçamento, em geral? ................................................... 14
USP 7. Tenho constatado que, muitas vezes, as placas de pedra aplicadas em paredes exteriores se
apresentam manchadas por aquilo que me parece ser humidade. Que cuidados se devem ter para se
evitar que isso aconteça? .................................................................................................................. 15
USP 8. Gostaria de saber a vossa opinião sobre a razão pela qual algumas placas de mármore de
Carrara, após a aplicação, apresentam manchas amareladas. Este facto tem dado origem a litígios
entre os clientes e os fornecedores e/ou construtores. Como se pode evitar que tal aconteça? .......... 16
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USP 9. Como deve ser controlado o material de uma remessa? Quantos elementos devem ser colhidos
para verificação em função da quantidade recepcionada de um produto? ........................................ 16
USP 10. Recebi um fornecimento de 8 paletes, cada uma delas contendo 120 placas de granito. Para
verificação da remessa, quantas paletes devo amostrar e quantas placas devo colher em cada uma?
......................................................................................................................................................... 20
USP 11. Num pavimento exterior realizado com placas de 400 x 400 x 30 mm de granito amaciado
assentes com argamassa de cimento, apareceram, pouco tempo depois, manchas esbranquiçadas e
acastanhadas. A que pode ser devido esse fenómeno? ...................................................................... 21
USP 12. Sendo a pedra um material considerado quase eterno, muitos dos nossos monumentos
apresentam graves danos, chegando a ver-se que a pedra se desfez em grãos ou que dela se
destacaram alguns pedaços. Será que a pedra utilizada não foi a mais conveniente? ........................ 22
USP 13. Podem-me informar quais são os produtos recomendados para a remoção de manchas na
pedra natural? .................................................................................................................................. 23
USP 14. Fui contratado para projectar um pavimento em pedra numa praça da minha cidade e penso
utilizar placas de calcário de 600 x 400 mm assentes sobre uma argamassa de cimento. Sei que a
resistência à flexão da pedra a aplicar é de 8 MPa. Qual é a espessura recomendada? ..................... 25
USP 15. Com regularidade, forneço pedra para vários países da Europa, nomeadamente para França.
Uma das características em que mais insistem é a resistência ao gelo. Que critérios devo seguir
consoante a região e a utilização em vista para seleccionar a pedra conveniente? ............................ 26
USP 16. Há razões para considerar importante o ensaio de resistência ao gelo para a pedra a utilizar
no nosso País? .................................................................................................................................. 28
USP 17. Verifico que, alguns anos depois da sua colocação, algumas pedras perderam o brilho ou em
boa parte a sua tonalidade original. Qual é a causa? ........................................................................ 31
USP 18. Como construtor, tenho realizado diversos pisos interiores e exteriores em pedra natural, mas
gostaria de saber como me poderei assegurar de que não apresentam risco de escorregamento para
quem os utiliza. Desde já agradeço as suas informações. .................................................................. 32
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USP 19. Estou a proceder à selecção de pedra calcária para os pisos de um bloco de 20 apartamentos.
Os dados disponíveis indicam-me os valores da resistência ao desgaste das pedras, mas não sei como
avaliá-los. Existem disposições nesse sentido?................................................................................... 33
USP 20. Qual é o melhor tipo de pedra para tampos de mobiliário de cozinha? Um mármore ou um
granito? ............................................................................................................................................ 34
USP 21. Existem regulamentos sobre a pedra a utilizar em jazigos? .................................................. 35
USP 22. Ganhei um concurso para construir habitações junto ao mar e desejava saber como me posso
assegurar de que a pedra escolhida resiste ao nevoeiro salino. Existem ensaios com essa finalidade?
......................................................................................................................................................... 35
USP 23. Pretendemos saber a carga máxima que uma coluna cilíndrica de calcário Branco do Mar
com 280 cm de altura e diâmetro de 25 cm poderá suportar. Desde já agradeço que nos indiquem o
método de cálculo adoptado, a fim de o utilizarmos em casos semelhantes. ..................................... 36
USP 24. Venho por este meio pedir uma breve consultoria relativamente à aplicação de um
revestimento em pedra St. Florient Rose num lambrim da fachada de uma habitação. Pretendo saber
se é correcta a sua aplicação em exteriores, ou se há alguma restrição. Se assim for, recomenda
mudar para outro tipo de pedra? ...................................................................................................... 38
USP 25. Renovei a fachada em pedra do meu estabelecimento e não sei como poderei resolver um
problema que já anteriormente me preocupava e que é, nem mais nem menos, o de a proteger contra
inscrições do tipo “graffiti”. Pode dar-me um conselho? .................................................................... 38
USP 26. Tenho ouvido falar de ladrilhos calibrados. Pode-me dizer a que se refere este termo? ........ 39
USP 27. Tenho a intenção de revestir o chão da minha sala comum com placas de um calcário e
queria dar um tratamento superficial de impermeabilização ao pavimento. Que recomendações me
daria? ............................................................................................................................................... 39
USP 28. Tenho visto pavimentos feitos com placas de pedra cujas arestas se apresentam em parte
danificadas, com desprendimento de material. Fico-lhe grato se me esclarecer se isso se deve a fraca
qualidade da pedra utilizada ou a qualquer outro factor, porque desejo evitar a ocorrência desse
defeito nos pavimentos exteriores e interiores de uma moradia que estou a construir. ...................... 40
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USP 29. Qual é a espessura mais conveniente para os ladrilhos em pedra do pavimento de uma
cozinha? ........................................................................................................................................... 41
USP 30. Queria mandar fazer um tampo em granito preto para a banca da minha cozinha, mas tenho
ouvido dizer que alguns deles são muito susceptíveis às manchas. Como me poderei assegurar de que
isso não acontecerá com a pedra que venha a escolher? ................................................................... 41
USP 31. Que tipo de acabamento deverei escolher para o pavimento exterior da minha moradia a fim
de evitar que seja escorregadio, mas que seja de limpeza fácil? Esclareço que penso utilizar um
granito. ............................................................................................................................................. 42
USP 32. Calculei a espessura adequada de um pavimento exterior de lajes de 60 x 40 cm de granito de
Alpendorada utilizando a fórmula indicada na NP EN 1341, mas aconteceu que a pedra partiu numa
das zonas situadas à volta de uma tampa de saneamento em ferro com 50 x 50 cm. Há alguma
explicação para este facto? Esclareço que o pavimento foi assente sobre betão, se destina a tráfego
de peões e cargas muito ligeiras, e que nos meus cálculos da espessura utilizei o valor de 16,1 MPa
para a resistência à flexão da pedra. ................................................................................................. 43
USP 33. Mandei fazer um pavimento com uma pedra que me foi vendida como de 1ª qualidade, mas
o facto é que não estou satisfeito com o resultado do trabalho porque a pedra apresenta variações na
cor que eu não esperava, tem algumas manchas e o polimento não é uniforme. Acha isto normal
numa pedra de 1ª qualidade? ........................................................................................................... 44
USP 34. Quando destinadas a revestimentos agrafados, qual é a resistência às ancoragens mínima
que as placas devem ter? .................................................................................................................. 45
USP 35. Utilizei ladrilhos de 60 x 60 x 3 cm de uma ardósia estrangeira, assentes sobre apoios, para
pavimentar um pátio ao ar livre. Aconteceu que, decorrido um mês, muitos desses ladrilhos
começaram a lascar segundo um ou dois planos paralelos à face vista. Pergunto qual terá sido a
causa e como deveria ter procedido para me certificar de que tal não viesse a acontecer.................. 46
USP 36. O mercado disponibiliza materiais em pedra aglomerada com aspecto que lembra o da pedra
natural e verifico que, algumas vezes, possuem designações semelhantes, o que pode confundir o
utilizador. Será que a pedra aglomerada substitui a pedra natural em todos os seus atributos? ........ 47
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USP 37. Existem produtos que endurecem a pedra de uma fachada ou monumento e que podem
evitar ou retardar a sua deterioração? .............................................................................................. 47
USP 38. As Normas Europeias de placas e ladrilhos para pavimentos aludem a uma característica
designada por “tactilidade”. Gostaria de saber em que consiste e se existe algum documento que dê
indicações para a satisfação desse requisito. Fico-lhe muito grato pelas suas informações. ............... 48
USP 39. Sempre que sou solicitado para fazer pavimentos em interiores, deparo-me com dificuldades
para escolher as pedras mais adequadas consoante o uso previsto porque me quero assegurar de que
manterão um bom aspecto durante largos anos de utilização. Poderá dar-me algumas orientações?
......................................................................................................................................................... 48
USP 40. Fui alertado para o facto de que alguns metais se deterioram por reagirem por contacto com
outros metais e que, por isso, nem todos podem ser usados nos dispositivos metálicos de ancoragem
de placas em fachadas. Qual é a explicação desse fenómeno? .......................................................... 50
USP 41. Bom dia. Sou administrador de um prédio em Lisboa que tem revestimento exterior em pedra
Amarelo Negrais. A minha questão é se esse revestimento necessita de ser impermeabilizado para
resistir à intempérie e à poluição. E, se sim, qual o melhor produto. .................................................. 51
USP 42. Estou a construir uma casa, já em fase adiantada, e ontem reparei que uma pedra de um
parapeito tinha uma fissura, não muito grande nem muito profunda. Também verifiquei que se tinha
destacado um pedaço de uma pedra de canto do muro de vedação. ................................................. 52
USP 43. Fabrico produtos de pedra ornamental com diversos tipos de acabamento, embora nunca
tenha realizado o acabamento flamejado. Pergunto: Quais as vantagens desse acabamento? Em que
tipos de pedra pode ser aplicado? Os meus cumprimentos e obrigado. ............................................. 53
USP 44. Estou a utilizar uma base de dados de caracterização de rochas ornamentais para seleccionar
pedra para diversos pavimentos de um edifício, mas deparo-me com dificuldades quanto à escolha da
resistência à flexão que melhor se ajuste a cada um dos formatos das placas que tenho em vista
utilizar. Poderá dar-me alguma orientação prática sobre esse assunto que me ajude nesta fase de
selecção das pedras? ........................................................................................................................ 53
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USP 45. Sou um leigo na matéria e é a primeira vez que recorro à sua ajuda porque estou preocupado
com a ocorrência de alterações no aspecto de algumas pedras que mandei aplicar em pavimentos e
tampos de cozinha da minha casa. Na rubrica CANAL ABERTO da revista Rochas & Equipamentos já
tenho lido várias perguntas/respostas sobre o assunto, mas gostaria de me esclarecer melhor sobre
essas alterações e o que fazer, especificamente quanto às que ocorrem em interiores. ..................... 55
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PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE O USO DA PEDRA
USP 1. Sou arquitecto e a utilização da pedra natural tem-me colocado algumas dificuldades,
nomeadamente ao nível da selecção das mais adequadas aos fins que pretendo. Pode dar-me
alguns conselhos?
Para além de outros recursos, agora já dispõe do Manual da Pedra Natural para a Arquitectura,
publicado pela DGGE (Tel. 217 922 700, Fax 217 939 540), onde pode recolher muitas informações,
sugestões e até especificações para a pedra a utilizar nos diferentes tipos de produtos. Consulte,
também, o site http://rop.ineti.pt/rop, onde encontrará a descrição e a caracterização
circunstanciada das pedras nacionais.
Como complemento, e recorrendo ao que é dito no Manual referido, destacarei os pontos seguintes,
entendidos como princípios básicos a observar por quem tem em vista utilizar pedra natural.
A avaliação de que uma pedra é apropriada para determinada aplicação deve ter em conta a previsão
do seu desempenho ao longo do tempo e do custo da manutenção. Deve, pois, ponderar
criteriosamente a vida útil da obra, os requisitos técnicos e estéticos, escolher os tipos de pedra
menos susceptíveis de degradação estrutural ou da tonalidade e que dêem garantias de não virem a
necessitar de grande manutenção durante um período dilatado de utilização (25 anos, por exemplo).
Para isso, não poderá dispensar o conhecimento dos resultados de ensaios laboratoriais.
Consoante o tipo de pedra, o acabamento, o ambiente do local em que foi aplicado e o grau de
exposição aos agentes agressivos em função das posições ocupadas pelos elementos de construção
nos edifícios, deverá ser suficiente prever, na maioria dos casos, a realização de inspecções
periódicas (de 10 em 10 anos, por exemplo) e, eventualmente, proceder a uma manutenção regular.
É oportuno salientar que muitas das alterações estéticas e funcionais indesejáveis que possam vir a
manifestar-se no decurso da vida útil de uma obra em pedra não são directamente devidas aos tipos
de pedra utilizados, porque resultam, na maioria dos casos, de uma escolha inadequada ou da
adopção de sistemas de colocação incorrectos. Por via de regra, tais situações penalizam fortemente
a utilização das rochas ornamentais, gerando má informação e criando preconceitos.
É por isso que se torna importante que tenha em conta as características de cada tipo de pedra que
prevê utilizar e onde e como devem ser aplicados. Todavia, de um ponto de vista mais amplo e mais
geral, deve, tão cedo quanto possível, questionar-se ou providenciar sobre o seguinte:
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- Certificar-se sobre a origem da pedra a contratar, eventual variabilidade das suas
características na pedreira, plano de corte mais favorável, disponibilidade das quantidades
necessárias para a obra e formatos oferecidos. Note-se que algumas pedras poderão não existir em
quantidade suficiente ou poderão não dar para a confecção de determinados formatos (grandes
formatos, em particular);
- Certificar-se de que as características das pedras são adequadas para a utilização em vista,
não só do ponto de vista estético mas também do ponto de vista técnico, pelo que é importante
estabelecerem-se os requisitos necessários e, sem demora, realizarem-se os ensaios e os cálculos de
dimensionamento apropriados;
- Certificar-se de que a pedra contratada pode ser fornecida dentro do “timing” estabelecido
para a obra, facto importante na medida em que, muitas vezes, são elevadas as solicitações de pedra
“na moda” e os produtores sentem dificuldades em cumprir os prazos de entrega;
- Certificar-se das possibilidades de continuidade da existência dos tipos de pedra
seleccionados se forem necessárias ampliações ao projecto ou se, no futuro, houver necessidade de
reparações ou restauro (para acorrer a estes dois últimos casos, é mesmo aconselhável que o
proprietário constitua uma reserva da ordem de 1 % de cada produto colocado).
Note-se que a falta de comunicação entre os vários intervenientes no processo de utilização da pedra
– autor do projecto, exploração, transformação, aplicação, fiscalização e até de quem redige as
normas – leva, muitas vezes, à execução de trabalhos sem qualidade e a desentendimentos, mesmo
em trabalhos de qualidade. Não obstante, como a maior parte das pedras conhecidas já foram alvo
de estudos físicos, químicos e mecânicos, de possança das bancadas, das reservas disponíveis, etc., é
possível escolher-se, com uma boa margem de confiança, o material certo para o sítio certo em
função das quantidades, dimensões e prazos pretendidos.
USP 2. Para uma obra, o empreiteiro propôs-me a aplicação de uma pedra estrangeira que vinha
designada por mármore, mas, apresentada a amostra, duvidei de que realmente se tratasse de um
mármore. Solicitada a opinião de um perito, concluiu-se que era um calcário. Como se distinguem
estes dois tipos de pedra?
A confusão é frequente (e às vezes intencional), embora habitualmente os produtores portugueses
façam uma distinção clara entre estes dois tipos de rochas. Vejamos a questão com algum detalhe:
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Calcários e mármores são rochas semelhantes do ponto de vista químico-mineralógico,
habitualmente tendo como constituinte principal o mineral calcite (carbonato de cálcio), mais
raramente a dolomite (carbonato de cálcio e magnésio).
No entanto, do ponto de vista científico e segundo os critérios petrográficos adoptados pelas normas
EN (a petrografia é a ciência que caracteriza e descreve as rochas), o termo mármore apenas é
aplicável a rochas inteiramente recristalizadas, essencialmente constituídas por calcite e/ou dolomite
cristalinas. Derivaram dos calcários por metamorfismo (processo que induz transformações das
rochas no interior da crusta terrestre por acção da pressão e da temperatura). A fractura dos
mármores mostra cristais brilhantes, muitas vezes semelhantes a grãos de açúcar (textura sacaróide).
Por seu turno, os calcários são rochas de origem sedimentar, cuja formação está relacionada com
processos de precipitação química e/ou bioquímica em ambiente aquático, sob condições de pressão
e temperatura idênticas ou pouco diferentes das que actualmente ocorrem na maior parte da
superfície da Terra. A calcite ou a dolomite existem na matriz sob a forma micro ou criptocristalina
(cristais não visíveis a olho nu); em alguns casos, apenas nalgumas zonas da rocha se podem observar
alguns cristais. A respectiva fractura tem aparência geral baça, finamente granulosa ou globular e
alguns deles contêm fósseis de conchas, etc. No máximo, apenas alguns grãos ou agregados brilham.
Nas variedades mais duras, a superfície da fractura pode ser concóide.
Assim, tendo resultado de processos geológicos bem diferentes, estas rochas distinguem-se
facilmente pela sua textura.
Aspecto da fractura de um mármore
Aspecto da fractura de um calcário comum
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Apesar de a distinção petrográfica entre estas rochas ser muito simples, sob a denominação de
“mármore” são referidos, muitas vezes, tipos de rochas que não correspondem a verdadeiros
mármores nem mesmo, frequentemente, a rochas metamórficas. Este facto traduz que a
terminologia comercial (ou a que o vulgo utiliza), face a dificuldades de identificação das rochas,
emprega o vocábulo “mármore” como termo genérico para designar toda a rocha compacta,
carbonatada ou não, que, em particular, dá polimento.
Até mesmo a ASTM (Organismo de Normalização dos EUA) concorre para esta confusão com a sua
definição demasiado simplista de “mármore” (qualquer rocha que pode receber polimento), onde
inclui os verdadeiros mármores, os travertinos (que são calcários porque, embora sejam constituídos
por calcite bem cristalizada (de precipitação), na sua génese não interveio qualquer processo
metamórfico), os calcários marmíferos (calcários compactos, sobre os quais refere poderem ser
comercializados como pedra calcária ou como mármore) e os serpentinitos (rochas metamórficas em
que os carbonatos, como a calcite, etc., são meramente acessórios).
Assinale-se que temos conhecimento de um litígio recente ocorrido na Inglaterra, cujo desfecho
judicial foi desfavorável a um fornecedor que declarou ter vendido um mármore, o qual, na
realidade, se provou ser um calcário. Consequência: o cliente ficou isento de pagar.
USP 3. Como profissional da indústria de construção, por vezes tenho dificuldade em saber quais
são os fornecedores das pedras que pretendo e como contactá-los. Pode dar-me uma ajuda?
Já existem várias listas de produtores, transformadores e fornecedores das nossas pedras naturais
em várias publicações, nomeadamente no Manual da Pedra Natural para a Arquitectura, publicado
pela DGGE (Tel. 217 922 700, Fax 217 939 540), e no anuário Portuguese Industry of Natural Stone Rochas Ornamentais e Industriais, da ASSIMAGRA.
Para obter informações mais precisas e sempre actualizadas, contacte a ASSIMAGRA (Tel. 217 121
930, Fax 217 121 939, e-mail [email protected]).
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USP 4. Tenho observado que alguns ladrilhos de pedra colocados em fachadas de edifícios de altura
razoável se destacaram e caíram no solo, facto que poderia ter causado ou, se continuarem a
soltar-se, pode vir a causar graves danos em pessoas e bens. Existem processos de realizar
revestimentos sem que esse risco se coloque?
Sim, existem processos construtivos que reduzem consideravelmente ou eliminam totalmente essas
ocorrências. O caso apontado refere-se, certamente, a ladrilhos colados directamente no paramento
com argamassas, cimentos ou resinas epoxídicas que se degradam com o decurso do tempo. Por
isso, esse processo de colocação não deve ser utilizado em fachadas a partir da sobreloja dos
edifícios (~ 6 metros).
Actualmente é recomendada (ou, até, exigida para alturas superiores a 6 metros) a fixação das placas
de pedra nas paredes por intermédio de diferentes tipos de elementos e estruturas metálicas que
mantêm o revestimento afastado da estrutura. Estes sistemas garantem a sustentação do
revestimento, a sua resistência às acções do vento e o controlo dos seus movimentos, induzidos por
dilatações térmicas e vibrações.
As peças metálicas devem ser de aço inoxidável (embora o material encastrado na parede de suporte
possa não o ser). De qualquer modo, as peças de suporte devem ser chumbadas na parede com um
produto, inclusive cimento, que garanta estanquicidade à água.
São de evitar sistemas de ancoragem incorrectos ou utilizando materiais pouco resistentes ou
oxidáveis. A caixa de ar para ventilação da fachada deve ter, no mínimo, 30 mm de largura, podendo
ser aumentada até chegar a ser 2,5 vezes a espessura das placas.
A resistência às ancoragens necessária e a espessura conveniente das placas (30 mm é o mínimo
habitualmente preconizado na Europa) devem ser objecto de cálculo apropriado.
De qualquer modo, no caso de revestimentos aplicados por colagem directa (em muros ou
edificações de pequena altura ou para a fixação de rodapés, caso em que são uma boa solução
porque conferem à pedra uma maior resistência ao choque por impacto), o tardoz dos ladrilhos deve
ser lavado para remoção de sujidades e há que verificar ou rectificar o empenamento das paredes e
prover à sua limpeza antes da colocação das placas, colocação essa que só deve ser efectuada após
ser respeitado o tempo suficiente para estabilização do paramento, a fim de se evitarem
fendilhamentos devidos a pequenos assentamentos precoces das estruturas e se permitir a completa
secagem dos rebocos. Durante a colocação, os produtos de aderência que transbordem das juntas
devem ser imediatamente removidos.
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USP 5. Estou a projectar uma fachada de 30 m de altura na região de Lisboa, na qual pretendo
aplicar um revestimento agrafado de placas de calcário Moleanos Rijo com as dimensões de 800 x
600 mm. Qual é a espessura mínima que devem ter essas placas?
Vamos supor que cada placa vai ser fixada por 4 pontos de ancoragem.
Os cálculos a realizar exigem a determinação da resistência à flexão da pedra. Para o calcário
Moleanos Rijo, o resultado referente a esse ensaio, constante no sistema de pesquisa de rochas
ornamentais do INETI (site http://rop.ineti.pt/rop), é o seguinte:
- Resistência à flexão: 13,8 MPa
Em complemento, terá de se conhecer a pressão do vento sobre as placas em função da zona onde
vai ser construído o edifício (ver Manual da Pedra Natural para a Arquitectura, pgs. 100 e 101) e da
altura da fachada. Para este caso concreto, o valor indicado para a região de Lisboa (Zona B), no caso
de exposição normal aos ventos, é de 1,00 kN/m2.
NOTA: Se não tiver acesso à tabela de pressões do vento, arbitre um valor entre 0,9 kN/m 2 (edifícios
baixos) e 1,4 kN/m2 (edifícios altos), consoante a percepção que tenha da intensidade máxima das
rajadas de vento na zona onde pretende construir.
Para se calcular a espessura mínima da placa, aplica-se a fórmula seguinte:
e (mm) 
1500  Pv  c 2  F
l  Rf
onde,
e - Espessura da placa, em mm
Pv - Pressão do vento, em N/mm2, pelo que se deve dividir o valor tabelado por 1000
c - Comprimento da placa, em mm
F - Factor de segurança
l - Largura da placa, em mm
Rf - Resistência à flexão, em MPa
No nosso caso, temos que:
Pv - Pressão do vento = 0,001 N/mm2
c - Comprimento da placa = 800 mm
F - Factor de segurança = 3
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l - Largura da placa = 600 mm
Rf - Resistência à flexão = 13,8 MPa
Por aplicação da citada fórmula, obtém-se que a espessura mínima da placa deve ser de 18,7 mm,
sendo de adoptar a espessura de 30 mm, recomendada na Europa. Caso se deseje um factor de
segurança superior (justificável para calcários ou outras rochas em que os valores da resistência à
flexão se dispersem bastante), por exº, F = 6, a espessura calculada será de 26,4 mm, valor que ainda
fica abaixo dos 30 mm recomendados. Mas note que os elementos a serem colocados
horizontalmente devem, por via de regra, ter 40 mm de espessura mínima.
Como nota final, e face aos resultados dos cálculos efectuados, diremos que é acertada a escolha da
pedra Moleanos Rijo para o fim em vista.
USP 6. A aplicação de placas de pedra em revestimentos de fachadas exige a execução de juntas.
Quais são os tipos de juntas e respectivo espaçamento, em geral?
Em placagens de fachadas exteriores, onde pedra e edifício dilatam de modo diverso, há que
respeitar as juntas estruturais do edifício e, consoante as dimensões das placas e a técnica de
colocação, prever:
- juntas de expansão, verticais, colocadas de 6 em 6 metros e com a largura mínima de 10
mm;
- juntas de compressão, horizontais, colocadas ao nível de cada piso e com a largura mínima
de 15 mm;
- juntas adequadas entre elementos contíguos, que podem ser de 2 mm (ladrilhos colados),
de 6 mm (placas até 0,3 m2), de 8-10 mm (placas da ordem de 1 m2) e de 10-12 mm para tamanhos
superiores, sendo estes três últimos casos referentes ao dimensionamento de juntas abertas a
utilizar para placas agrafadas.
Se frequentemente as juntas são deixadas abertas, muitas outras vezes são seladas, sendo
conveniente serem preenchidas com um material elástico e impermeabilizante.
Por outro lado, a elasticidade do agente de colagem deve ser capaz de compensar as dilatações
diferenciais entre as placas e a estrutura de suporte. Ter em atenção que as pedras escuras ou
negras (ardósias, gabros, etc.) absorvem muito mais calor que as rochas claras e que, por isso,
dilatam mais.
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USP 7. Tenho constatado que, muitas vezes, as placas de pedra aplicadas em paredes exteriores se
apresentam manchadas por aquilo que me parece ser humidade. Que cuidados se devem ter para
se evitar que isso aconteça?
Quando se trata de placas coladas, a água da chuva e das argamassas de aplicação ou a proveniente
do paramento de suporte tende a concentrar-se na superfície e, daí, as manchas observadas se as
condições ambientais do local de aplicação (ventilação, exposição ao sol,...) não facilitarem a
evacuação da humidade. A este propósito, deve dizer-se que, regra geral, nas rochas mais
impermeáveis, a humidade se concentra mais nas juntas (dando lugar ao chamado efeito de
“moldura”), enquanto que as rochas porosas a absorvem por todo. As placas só devem ser coladas
após a completa secagem dos rebocos. Há quem cole as placas por pontos e não por todo o tardoz
(ou as grampeie por este lado), e daí aparecerem manchas com aspecto circular em zonas mais ou
menos equidistantes dos bordos.
De qualquer modo, há que ter sempre em atenção os sistemas de drenagem das águas pluviais,
incluindo a drenagem de humidades da base das fachadas. Em algumas situações, pode justificar-se
a impermeabilização do tardoz das placas e a sua colagem exclusivamente com resinas epoxídicas. Se
julgado absolutamente necessário, qualquer tratamento de com hidrofugantes da face vista das
placas só deve ser aplicado cerca de 30 dias após a colocação, ou, no caso de obras já existentes, no
mínimo 48 h após ter cessado a chuva, para permitir a completa libertação das humidades.
No caso de revestimentos aplicados com sistemas de ancoragem em zonas chuvosas, as fachadas
viradas a Norte e as que, igualmente, são pouco ou nada ensolaradas, devem ter uma caixa de
ventilação adequada e igualmente serem tratadas com hidrofugantes.
Em qualquer dos casos, a impermeabilização da face vista deve ser feita com produtos adequados
que permitam a ”respiração” da pedra (o que significa que devem ser permeáveis aos gases) e serve
não só para se impedir que absorvam água, mas também para evitar que, devido à humidade
residual, as partículas sólidas em suspensão no ar adiram às placas e possam vir a torná-las propícias
ao desenvolvimento de musgos, fungos e/ou líquenes, nomeadamente quando de acabamentos
grosseiros (bujardados, por exemplo), que aumentam consideravelmente a área exposta.
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USP 8. Gostaria de saber a vossa opinião sobre a razão pela qual algumas placas de mármore de
Carrara, após a aplicação, apresentam manchas amareladas. Este facto tem dado origem a litígios
entre os clientes e os fornecedores e/ou construtores. Como se pode evitar que tal aconteça?
Já tivemos ensejo de estudar algumas amostras de mármores de Carrara, antes e depois de
aplicados, e constatámos que o facto não ocorre em todas as variedades desse mármore.
Verificámos que, quando ainda não aplicadas, as variedades que mancham se apresentam tão
límpidas como as outras, o que impede, de certa maneira, um diagnóstico prévio.
Concluiu-se que, apesar da possibilidade de existência de cristais de pirite disseminados nesse
mármore, a causa da génese de manchas amareladas seria sobretudo o conteúdo em ferro do
cimento cinzento, vulgarmente utilizado para colar as lajes. De facto, não se vê nenhuma reacção em
torno dos grãos de pirite, pelo que o pigmento ferruginoso terá de ter outra origem.
Tanto quanto apurámos, o problema deve-se à ascensão, através das placas, da água utilizada no
assentamento ou proveniente do suporte. Os ingredientes dos cimentos usuais, nomeadamente o
ferro, migram com ela até à superfície (particularmente através das zonas mais porosas, dos
venados, etc.) e, após evaporação da água e da actuação da luz solar, geram-se as referidas manchas
amarelo-acastanhadas ou até outros tipos de eflorescências. Este fenómeno é comum em muitos
outros tipos de pedra assentes com cimento.
Uma possível solução para este problema será a impermeabilização do tardoz das placas, assim como
a utilização de um agente de colagem isento de todo e qualquer pigmento que oxide. Uma bem
conhecida firma italiana de produtos para a construção, a MAPEI, recomenda, para colocação do
mármore de Carrara, um produto especial chamado Granirapid Branco. É uma cola de dois
componentes, composta por um agente ligante especial de cor branca, areia e um látex de borracha
sintética. Mas, no mercado, há vários outros produtos similares.
USP 9. Como deve ser controlado o material de uma remessa? Quantos elementos devem ser
colhidos para verificação em função da quantidade recepcionada de um produto?
Entre outros métodos passíveis de serem utilizados, a norma UNE-EN 66020-1:2001 define, na
secção 10.1, os diversos níveis de inspecção, discriminando quatro níveis especiais (S-l a S-4),
utilizados quando o tamanho da amostra é relativamente pequeno e possam ou devam tolerar-se
alguns riscos na amostragem.
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Por coerência com a norma EN 12326-1:2005 de soletos de ardósia, utilizam-se, correntemente, o
nível de inspecção S-3 e um Nível de Qualidade Aceitável (NQA) de 4 %. Uma vez aceites estes
pressupostos, recorre-se à Tabela I (um extracto da Tabela 4-5. Letras de código do tamanho da
amostra da UNE-EN 66020-1:2001 e referente a um nível de inspecção S-3).
Tabela I - Tamanho da amostra em função do tamanho do lote ou da remessa para um nível de
inspecção S-3 (Fonte: Norma UNE-EN 66020-1:2001)
Número de elementos do
lote ou da remessa
Tamanho da amostra
2a8
2
9 a 15
2
16 a 25
3
26 a 50
3
51 a 90
5
91 a 150
5
151 a 280
8
281 a 500
8
501 a 1200
13
1201 a 3200
13
3201 a 10000
20
10001 a 35000
20
35001 a 150000
32
150001 a 500000
32
> 500000
50
Definido o plano de amostragem e efectuada a colheita das amostras, realizam-se as observações, as
medições e, quando necessário, os ensaios referentes a cada uma das propriedades a controlar,
segundo Normas adequadas, num laboratório credível e reconhecido pelas partes. No
correspondente relatório, deverão ser indicados os resultados individuais das verificações e/ou
ensaios efectuados em cada um dos elementos da amostra, para que se possa verificar se cada um
deles cumpre as especificações de produto apropriadas, ou seja, os valores máximos ou mínimos
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Tabela II - Critério de aceitação/rejeição (no caso de inspecção normal e para um nível de verificação
S-3) em função do tamanho da amostra e do número de elementos não conformes
(Fonte: Tabela da norma UNE-EN 66020-1:2001, simplificada).
Nível de qualidade aceitável (NQA)
Tamanho da
0,10 %
amostra
1,0 %
1,5 %
2,5 %
4,0 %
6,5 %
10,0 %
Critério de aceitação/rejeição (no caso de inspecção normal) em função do
número de elementos não conformes
Ac
Re
Ac
Re
Ac
Re
Ac
Re
Ac
Re
Ac
Re
Ac
Re
2
0
1
0
1
0
1
0
1
0
1
0
1
1
2
3
0
1
0
1
0
1
0
1
0
1
0
1
1
2
5
0
1
0
1
0
1
0
1
0
1
1
2
1
2
permitidos, conforme o caso.
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8
0
1
0
1
0
1
0
1
1
2
1
2
2
3
13
0
1
0
1
0
1
1
2
1
2
2
3
3
4
20
0
1
0
1
0
1
1
2
2
3
3
4
5
6
32
0
1
1
2
1
2
2
3
3
4
5
6
7
8
50
0
1
1
2
2
3
3
4
5
6
7
8
10
11
Ac = Valor de aceitação, em termos do nº máximo de elementos amostrados não conformes
Re = Valor de rejeição, em termos do nº mínimo de elementos amostrados não conformes
Em função do tamanho da amostra e do tipo de inspecção (em princípio, supõe-se uma inspecção
normal) ou ensaio, utiliza-se a Tabela II, escolhendo-se o nível de qualidade aceitável (NQA)
desejado, e determinam-se os valores de aceitação e rejeição correspondentes.
Exemplo prático:
Procede-se à recepção de uma remessa de 240 elementos iguais.
De acordo com a Tabela I, o tamanho da amostra a colher para verificação é de 8 elementos.
Adoptando (como atrás ficou estabelecido) um NQA de 4 %, obtém-se que o critério de
aceitação/rejeição da remessa após inspecção é o seguinte (ver Tabela II):
- a remessa será aceite se o número de elementos amostrados não conformes for menor ou
igual a 1 (valor de aceitação);
- a remessa será rejeitada se o número de elementos amostrados não conformes for igual ou
maior que 2 (valor de rejeição).
NOTA: A UNE-EN 66020-1:2001 não prevê a tomada de quaisquer acções de tratamento das não
conformidades quando o número de elementos não conformes for igual ou superior ao valor de
rejeição indicado na Tabela II. É razoável que se permita que o fornecedor substitua todos os
elementos não conformes da remessa, caso o número de elementos amostrados não conformes seja
inferior a 30 % do total da amostra colhida para verificações.
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USP 10. Recebi um fornecimento de 8 paletes, cada uma delas contendo 120 placas de granito.
Para verificação da remessa, quantas paletes devo amostrar e quantas placas devo colher em cada
uma?
Na resposta à pergunta USP 9 indicámos um método para se saber quantos elementos devem ser
colhidos para verificação de remessas em função da quantidade total de um produto fornecido a
granel.
No caso de um fornecimento em paletes, sugiro a utilização do procedimento de amostragem
constante na norma NF B 10-601: 2006, que passo a descrever.
Sendo Ptotal o número total de paletes do mesmo produto que chega ao mesmo tempo ao mesmo
local, o número de paletes a seleccionar aleatoriamente para retirar amostragens é o seguinte:
- Seleccionar 1 palete se o nº total de paletes (Ptotal) for de 1 a  5
- Seleccionar 2 paletes se o nº total de paletes (Ptotal) for > 5 e  10
- Seleccionar 3 paletes se o nº total de paletes (Ptotal) for > 10 e  30
Se a remessa for superior a 30 paletes, decompõe-se o seu número total (Ptotal) em múltiplos de 30,
acrescentando-se um lote complementar se ainda sobrarem paletes (por exemplo, a 36 paletes
correspondem 2 lotes: 1 lote de 30 + 1 lote de 6, e então deverão ser seleccionadas 3+2 paletes para
amostragem).
Depois, como assumimos que se trata de paletes contendo o mesmo produto, toma-se em
consideração o número N de elementos contidos em cada uma das que foram seleccionadas e de
cada uma dessas paletes retira-se uma amostra de X elementos para verificações geométricas ou
para ensaios, se necessários.
O número X de elementos a colher em cada palete deve ser:
- X = N (ou seja, todos os elementos) se N < 4
- X = 3 se N for > 4 e  20
- X = 5 se N for > 20 e  100
- X = 7 se N for > 100 e  300
- X = 10 se N for > 300 e  600
- X = 15 se N for > 600
Como indica que recebeu um fornecimento de 8 paletes (Ptotal), segundo o critério aqui descrito
basta-lhe seleccionar ao acaso 2 paletes e, como cada uma contém N = 120 placas de granito, deve
retirar X = 7 placas de cada palete para as verificações que entender necessárias.
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USP 11. Num pavimento exterior realizado com placas de 400 x 400 x 30 mm de granito amaciado
assentes com argamassa de cimento, apareceram, pouco tempo depois, manchas esbranquiçadas e
acastanhadas. A que pode ser devido esse fenómeno?
Existem três causas principais para a alteração da tonalidade da superfície das pedras naturais após
aplicação, mesmo das que são muito pouco porosas, como será o caso:
a) penetração de substâncias corantes ou descorantes a partir do exterior após a colocação
ou durante a utilização;
b) arrastamento de substâncias existentes no interior da pedra e que se depositam à
superfície;
c) ascensão de substâncias a partir do agente de assentamento ou do paramento de suporte,
que induzem alterações mineralógicas ou cristalizações que resultam na modificação parcial da
tonalidade da face exposta da pedra.
Nos casos das alíneas b) e c), o fenómeno é basicamente causado por uma combinação da humidade
com matérias solúveis.
Assim, a humidade do cimento e a que possa ter origem no paramento de suporte, pode arrastar
consigo cal, sulfatos, cloretos ou até silicatos dissolvidos em direcção à superfície. Aqui, a água
evapora-se e os sais cristalizam sob a forma de eflorescências, que consistem em manchas em geral
de tom esbranquiçado, mais ou menos pulverulentas ou não muito consistentes constituídas por sais
solúveis depositados. Habitualmente, este tipo de manchas pode ser facilmente removido com
agentes de limpeza.
Um caso diferente é a génese das manchas amarelo-acastanhadas em granitos: este tipo de manchas
é, na maioria dos casos, provocada pela instabilização da estrutura da biotite ou dos sulfuretos
(pirite, por exº), com libertação de ferro. Devido às características fortemente alcalinas dos cimentos,
incluindo os cimentos-cola (pH da ordem de 12 ou superior), o ferro do cimento, do substrato e das
biotites ou dos sulfuretos é solubilizado e arrastado através dos poros e microfissuras da pedra até à
superfície, onde se deposita e é oxidado por acção da luz solar (daí a cor acastanhada). Por vezes,
deposita-se sobretudo nas fissuras ou nos planos de clivagem e nos contornos dos minerais. Em
teoria, a remoção destas manchas é possível, mas pode não ser fácil.
Em qualquer dos casos apontados, o problema pode ser prevenido com a aplicação de uma
impermeabilização no tardoz das placas. Com o recente desenvolvimento da tecnologia de presa e
secagem rápidas, existem produtos que reduzem drasticamente o risco de aparecimento destas
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patologias. Uma outra alternativa é utilizar colas epoxídicas para o assentamento.
USP 12. Sendo a pedra um material considerado quase eterno, muitos dos nossos monumentos
apresentam graves danos, chegando a ver-se que a pedra se desfez em grãos ou que dela se
destacaram alguns pedaços. Será que a pedra utilizada não foi a mais conveniente?
Não será bem esse o caso. Após aplicação, qualquer tipo de pedra, mormente quando
prolongadamente exposto à intempérie, pode sofrer modificações no respectivo aspecto e na
própria estrutura. Tudo depende, em muito, do grau de actividade dos agentes de intemperismo
locais e da poluição.
Mas é claro que a porosidade, a microfissuração e o grau de alteração inicial das rochas são
considerados como as principais características para explicar a maior ou menor facilidade com que se
degradam, pois representam as vias de acesso da água ao interior da pedra e facilitam a sua
permanência na superfície exterior dos elementos pétreos por um maior período de tempo.
De um modo geral, em algumas pedras aplicadas poderão ocorrer aumento de volume
("empolamento"), fissuração, esfoliação ou escamação, alveolização, desagregação granular,
dissoluções ou modificações na estrutura da pedra. A desagregação é o fenómeno mais significativo,
porque resulta da perda de coesão intergranular e, consequentemente, as características mecânicas
da pedra deterioram-se gravemente.
Nas paredes, a desagregação, fissuração, fracturação e lascagem provocadas pelas variações
térmicas ou por outros agentes do intemperismo e por esforços mecânicos, incluindo o peso próprio
do material, são os efeitos mais comuns.
Noutros casos, porém, observam-se fenómenos superficiais de desplacagem, motivados pela
congelação da água ou pela cristalização de sais (normalmente sulfato hidratado de cálcio (gesso) ou
hidróxidos de cálcio solubilizados) e/ou pela concentração de vapor na zona sub-superficial,
substâncias essas que, sobretudo originárias do material de assentamento circularam no interior da
pedra através de poros e fissuras. Por razões de ordem vária (por exemplo, impermeabilização da
face vista), tais fluidos ficam retidos próximo da superfície e a acção do calor solar dá origem à
cristalização desses sais (com aumento de volume) e à transformação da água em vapor, provocando
tensões sobre a zona superficial da pedra e ocasionando o destaque de pequenas placas. Muitas
vezes, nas zonas onde esse destaque ocorreu, observa-se um precipitado branco de sais como os
indicados na resposta anterior.
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O fenómeno da génese de pequenas ampolas à superfície tem explicação semelhante, parecendo, no
entanto, dever-se, sobretudo, à cristalização de sais. Nas regiões muito frias, o aumento de volume
da água no interior da pedra devido à congelação é, também, um importante agente de degradação.
Noutros casos, o destacamento de pequenas lascas de pedra é favorecido pelo corte da pedra subparalelamente à orientação média das fissuras, dos venados ou da laminação da pedra, se existente.
Sobretudo em calcários, a presença de minerais argilosos torna as pedras muito sensíveis à presença
da água e, da expansão que a água induz nesses minerais, também resulta, frequentemente, o
desenvolvimento de escamas, lascas ou mesmo destacamento de placas, o que se traduz sempre por
perdas muito significativas das superfícies afectadas.
É de salientar que a génese de gesso nos mármores e nos calcários devido à poluição é
extremamente perniciosa, porque afecta a coesão entre os grãos. Trata-se de um produto
pulverulento, facilmente removível pelas chuvas ou durante as lavagens periódicas, provocando
desagregações e alveolizações.
USP 13. Podem-me informar quais são os produtos recomendados para a remoção de manchas na
pedra natural?
Não existe um único método aplicável à remoção de todos os tipos de manchas, nem o mesmo
produto serve para todas as pedras. Muitas vezes, é recomendável consultar um especialista na
matéria.
Porém, sugerimos que comece por lavar a pedra com água quente e sabão neutro várias vezes. Se a
mancha não sair, utilize os seguintes tratamentos específicos (indicados em Paolo Davini, OSNET Ed.,
Vol. 9), considerados apropriados para a eliminação de algumas das manchas causadas pelo derrame
acidental de líquidos ou produtos caseiros, pela acumulação de detritos, oxidações, etc.:
- Manchas ferruginosas (em granitos) – Solução de ácido ortofosfórico (H3PO4) + ácido
oxálico (H2C2O4) a 5 % de cada.
- Manchas ferruginosas (em mármores polidos) - Solução de oxalato de amónio (NH4)2C2O4 a
5 % ou de sulfito de sódio (Na2SO3) + EDTA a 5 % de cada.
- Manchas ferruginosas (em mármores amaciados) - Solução de ácido ortofosfórico (H3PO4) +
ácido oxálico (H2C2O4) a 5 % de cada (em alternativa, esfregar com lã de aço # 0000).
- Crustas de hidróxido de cálcio (em granitos) - Solução de ácido clorídrico (HCl) a 10 %.
- Crustas negras – Solução de soda cáustica (NaOH) a 5 %, raspando levemente.
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- Verdete - Emplastro de sepiolite impregnado com uma solução de amónia (NH 3) +
carbonato de amónio (NH4)2CO3 a 5 % de cada.
- Óleo e todos os tipos de gorduras - Emplastro de sepiolite impregnado com tolueno.
- Azeite - Solução de amónia (NH3).
- Chá, café, sumo de frutas, vinho tinto, vinagre, tinta de escrever, tanino e marcas de folhas
– Água oxigenada (H2O2) a 30-35 % (concentração aproximadamente correspondente a 100
volumes); se o brilho da pedra tiver sido afectado, repolir a superfície após a eliminação
das manchas.
- Tinta de escrever ou de marcadores - Emplastro de sepiolite impregnado com
diclorometano (CH2Cl2).
- Queimadelas de cigarros - Emplastro de sepiolite impregnado com tolueno.
- Chiclete – Raspagem após congelação com neve carbónica.
- Urina (recente) – Solução de bicarbonato de sódio (NaHCO3) a 5 %.
- Algas, líquenes e fungos – Lixívia comum.
Nestes e noutros casos, também pode ser útil a utilização criteriosa de diluentes, álcoois, terebintina,
acetona, etc.
Os emplastros (ou cataplasmas) costumam ser eficazes: um agente absorvente (sepiolite, atapulgite,
talco, algodão, lenço ou toalhete de papel, etc.) é impregnado com o agente de remoção, aplicado
sobre a mancha, coberto com um recipiente (copo, malga, etc.) ou com uma folha de plástico bem
vedada para não evaporar rapidamente e deixado a actuar durante umas 12 a 24 horas.
Em qualquer caso, se a mancha não for removida, limpar a pedra e repetir sucessivamente o
procedimento. No final do tratamento, é sempre indicada a lavagem cuidada da pedra com
detergentes de limpeza com pH neutro.
Sendo que os principais agentes causadores de manchas são líquidos, nas circunstâncias mais sujeitas
a manchas (cozinhas, refeitórios, etc.) e antes de se iniciar a utilização destas instalações, é
aconselhável o emprego de selantes, repelentes ou ceras adequadas que não afectem as
características das pedras e que protejam as superfícies contra as manchas e facilitem a limpeza,
ajudando à conservação do aspecto pretendido. Neste campo, os produtos do tipo silano-siloxano
vêm ganhando progressiva aplicação, porque penetram bem abaixo da superfície, não a mancham,
permitem a circulação do ar no interior da pedra e mantêm a capacidade protectora por largos anos,
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mesmo nas condições menos favoráveis. Mas, quanto à aplicabilidade destes e de outros produtos
similares, têm a palavra as empresas que os fabricam e os técnicos habilitados.
USP 14. Fui contratado para projectar um pavimento em pedra numa praça da minha cidade e
penso utilizar placas de calcário de 600 x 400 mm assentes sobre uma argamassa de cimento. Sei
que a resistência à flexão da pedra a aplicar é de 8 MPa. Qual é a espessura recomendada?
Tudo depende das cargas a que esse pavimento irá ser sujeito. O Anexo A da norma NP EN 1341
indica a carga mínima, em kN, a que as placas aplicadas em pavimentos devem resistir em função da
utilização prevista, a saber:
Utilização prevista
p (kN) mínima
Lajes assentes com argamassas em áreas para uso exclusivo de peões
0,75
Zonas pedonais e para bicicletas
3,5
Zonas com acesso ocasional de automóveis, veículos ligeiros e motociclos.
Entradas de garagens
Zonas de trânsito de peões, praças de mercados com circulação ocasional de
veículos de distribuição e de emergência
6,0
9,0
Zonas pedonais com circulação frequente de veículos pesados
14,0
Ruas e estradas, estações de abastecimento de combustível
25,0
Conhecida a carga de ruptura mínima necessária para cumprir os requisitos da aplicação em vista, a
espessura da laje ou placa pode ser devidamente calculada através da fórmula seguinte, que inclui
um factor de segurança FS que depende das dimensões planares dos elementos e do modo de
colocação em obra (ver o Anexo A da NP EN 1341):
e=
Fs × 1500 × c × p
Rf × l
onde,
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e- espessura, em mm
FS - factor de segurança
c - comprimento do elemento, em mm
l - largura do elemento, em mm
Rf - resistência à flexão, em MPa
p - carga de rutura mínima requerida, em kN, consoante a utilização prevista
Por exemplo, as placas previstas (de dimensões c = 600 mm e l = 400 mm e com 8 MPa de resistência
à flexão), assentes como referiu, devem, no caso de assentamento sobre uma superfície rígida (factor
de segurança FS = 1,2), ser dimensionadas com a espessura mínima de:
- 15,9 mm, se a carga de rutura mínima requerida para a aplicação em vista for de 0,75 kN (≈
75 kg)
- 34,4 mm, se a carga de rutura mínima requerida para a aplicação em vista for de 3,5 kN (≈
350 kg)
- 45,0 mm, se a carga de rutura mínima requerida para a aplicação em vista for de 6,0 kN (≈
600 kg)
- 55,1 mm, se a carga de rutura mínima requerida para a aplicação em vista for de 9,0 kN (≈
900 kg),
e assim sucessivamente.
Verifica-se, pois, que basta actuar na espessura para que a mesma pedra seja susceptível de ser
utilizada em placas para aplicações sujeitas a cargas muito diferentes.
Mas note que, por via de regra, a espessura das placas ou lajes para pavimentos exteriores (excepto
espelhos de degraus) deve ser sempre igual ou superior a 20 mm.
USP 15. Com regularidade, forneço pedra para vários países da Europa, nomeadamente para
França. Uma das características em que mais insistem é a resistência ao gelo. Que critérios devo
seguir consoante a região e a utilização em vista para seleccionar a pedra conveniente?
A variedade de rochas ornamentais existente e a diversidade das situações de utilização em
exteriores torna difícil a adopção de critérios unificados a nível das características climáticas das
diversas regiões do globo.
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É claro que os países mais afectados pelo gelo já produziram disposições práticas adequadas tanto
para cada região como para cada tipo de aplicação, estabelecendo para cada caso o número de ciclos
de gelo-degelo que a pedra deve suportar sem evidenciar deterioração. Aos países menos afectados,
se exportadores, interessa conhecerem o comportamento das suas pedras ao gelo, quando se
destinam a países frios.
Para o seu caso, uma regra geral pode ser a seguinte:
Áreas
Áreas
Áreas
fracamente gelivas
moderadamente
fortemente gelivas
gelivas
Paredes
(  2 dias/ano com
(entre 3 e 10
(> 10 dias/ano com
temperaturas
dias/ano com
temperaturas
inferiores a - 5 ºC)
temperaturas entre
inferiores a
- 5 e - 10 ºC)
- 10 ºC)
 12 ciclos
 24 ciclos
 24 ciclos
 48 ciclos
 96 ciclos
 48 ciclos
 96 ciclos
 168 ciclos
lisas
verticais
Rebordos salientes,
balaustradas,
parapeitos,
corrimãos
e
espelhos de degraus
Cornijas,
placas
maciças
de
varandas, pedestais,
a)
pavimentos,
soleiras,
patamares, rodapés
e
cobertores
de
degraus
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Pavimentos
para
tráfego de veículos
 96 ciclos
 168 ciclos
 168 ciclos
a)
Pilares de pontes,
tinas,
fontes
 168 ciclos
públicas e
valetas
a)
Em situações particularmente gelivas a resistência ao gelo deve ser expressamente
especificada.
Note-se que os elementos de alvenaria são simplesmente declarados como resistentes ou não
resistentes ao gelo/degelo, tendo em conta as condições do local de aplicação. E será justamente
através da análise detalhada dos registos de temperaturas de cada região que se poderá determinar
com rigor o número de ciclos mais apropriado para cada uma delas, em função das situações de
maior ou menor exposição à acção do gelo dos elementos em pedra colocados na mesma obra e do
número de anos previsto para a vida útil da pedra.
USP 16. Há razões para considerar importante o ensaio de resistência ao gelo para a pedra a
utilizar no nosso País?
Apesar do nosso clima suave, existem, em Portugal, algumas zonas onde as temperaturas mínimas
descem abaixo dos – 5 ºC, limite a partir do qual a resistência ao gelo das pedras utilizadas em
exteriores deve ser equacionada. Nessas circunstâncias, também haverá que estabelecer o número
de ciclos de gelo-degelo a que as pedras devem resistir para serem aplicadas em tais zonas.
Da análise dos registos de temperaturas de um período de 30 anos existente para a maioria das
estações meteorológicas nacionais, podem retirar-se indicações úteis para o cálculo do respectivo
índice de gelo anual (Ig) utilizando um algoritmo concebido por López-Mesones (vide Manual para el
uso de la piedra en la Arquitectura, Ed. IT & B, Bilbao) e que é traduzido pela equação
36030
 T ( 5)
Ig =
0
30
para o qual, tendo em conta o carácter moderador da influência atlântica no nosso território,
definimos, em alternativa ao proposto pelo referido autor, que
36030

T(5) é o somatório das
0
temperaturas mínimas mensais abaixo de – 5 ºC durante um período de 30 anos.
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Calculados os Índices de gelo para o território nacional continental, concluímos que, ao contrário do
que se poderia pensar, há a necessidade de se ponderar a adequação da pedra a aplicar em
exteriores em algumas das regiões manifestamente susceptíveis de situações de gelividade. Os
Índices de gelo mais elevados obtidos foram os seguintes:
- Mirandela: 5,6
- Bragança: 9,2
- Miranda do Douro: 9,6
- Figueira de Castelo Rodrigo: 10,3
- Guarda: 11,0
- Serra da Estrela (Penhas Douradas): 17,8
- Serra da Estrela (Lagoa Comprida): 28,6
Estudando a distribuição dos Índices de gelo calculados, verificou-se que, na verdade, a maior parte
do nosso País (≈ 85 %) se enquadra em zonas não-gelivas ou de muito fraca gelividade, mas é de
acentuar a efectiva possibilidade da ocorrência de situações de acção do gelo sobre a pedra aplicada
nas zonas mais montanhosas, felizmente com poucos efeitos na medida em que o tipo litológico aí
mais utilizado é o granito, o qual possui características ímpares para lhe resistir, quando são. Todavia,
a utilização de outros tipos de pedra nessas regiões exigirá a realização de ensaios para que dêem
garantias de que resistirão ao gelo durante um período mínimo de 50 anos, tempo de vida útil
actualmente previsto para a maioria dos edifícios privados.
Pensamos que poderá ser estabelecida uma equivalência à determinação de índices de gelo,
adoptando uma aproximação, menos rigorosa mas mais simples e objectiva, que tem em conta a
altitude (critério utilizado em França desde longa data e com provas dadas) e, dentro de cada uma
das zonas estabelecidas, a situação das construções face à maior ou menor exposição a condições de
frio (ou seja, maior ou menor “continentalidade”) do local onde se implantem. Genericamente,
propomos a seguinte correspondência:
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Altitude a considerar para locais relativamente
Altitude a considerar para locais mais
menos sujeitos ao frio
prolongadamente sujeitos ao frio ou de
(em geral, as vertentes que mais beneficiam
cumeada
do sol e da influência atlântica)
Ig = 5
600 m
500 m
Ig = 10
1000 m
900 m
Ig = 20
1500 m
1400 m
Ig >20
>1500 m
Nota: Os Índices de gelo para altitudes intermédias podem ser obtidos por interpolação.
A expressão proposta por López-Mesones (obra citada) para o cálculo do número de ciclos de ensaio
a realizar de acordo com o índice de gelo de cada região e com o número de anos previsto para a
vida útil da obra, é a seguinte:
N=
Ig n
t
k
onde,
N - Número mínimo de ciclos de ensaio de gelo a que a pedra deve resistir
Ig - Índice de gelo local
k - Factor de susceptibilidade à acção do gelo
t - Temperatura mínima do ensaio (em geral, t = 12,5 C)
n - Número de anos desejado para a duração da pedra
O factor de susceptibilidade k à acção do gelo, também proposto por López-Mesones, relaciona-se
com as diferentes funções e posições ocupadas pelos elementos em pedra nos edifícios e tem como
máximo o valor 1, aplicável, em particular, a pavimentos exteriores.
Factor k
1
0,8
Condições de susceptibilidade à acção do
gelo
Pavimentos exteriores, fontes, pilares
Chaminés, rodapés, rebordos salientes,
áreas sujeitas a salpicos em paredes verticais
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0,4
Placas de paredes verticais assentes com
cimento, balaustradas, cornijas,
coroamentos, parapeitos e corrimãos
0,2
Fachadas agrafadas ventiladas, paredes
verticais de alvenaria, lajes apoiadas de
varandas
Assim, por exemplo para a Guarda (Ig = 11,0), a pedra a utilizar em pavimentos exteriores e em
fachadas agrafadas ou alvenarias deve resistir ao número mínimo (N) seguinte de ciclos de ensaio de
gelo, considerando 50 anos para a vida útil da obra:
- Pavimentos exteriores: N = 44 ciclos de gelo-degelo.
- Fachadas agrafadas ou alvenarias: N = 9 ciclos de gelo-degelo.
Conclusão: Para a Guarda, justifica-se realizar o ensaio de resistência ao gelo da pedra destinada a
pavimentos exteriores, o mesmo não acontecendo se destinada a fachadas agrafadas ou alvenarias
(o resultado obtido para este tipo de utilização não o justifica, a não ser que a pedra que se quer
utilizar pareça mesmo muito fraca).
USP 17. Verifico que, alguns anos depois da sua colocação, algumas pedras perderam o brilho ou
em boa parte a sua tonalidade original. Qual é a causa?
A cor das pedras é devida ao seu conteúdo em determinados pigmentos (minerais ou orgânicos), que
se alteram em função da acção dos agentes ambientais e não só dos decorrentes da poluição
atmosféricos. A luz solar, as variações de temperatura, a fixação de organismos, etc., ocorrem
mesmo quando a pedra é aplicada em locais de baixa poluição atmosférica.
Mas é nas cidades e nas zonas industrializadas que a tonalidade (e a durabilidade) das pedras
naturais tem sido mais afectada nos últimos decénios, em função das variações na composição dos
gases da atmosfera associados a condições várias de humidade, temperatura, acção de aerossóis e
aderência de partículas sólidas de natureza orgânica e inorgânica e de organismos vivos, neste caso
reforçada por acções corrosivas dos próprios produtos de desassimilação. E não há dúvida de que as
chamadas chuvas ácidas afectam sobremaneira o acabamento polido das rochas carbonatadas
(mármores e calcários), tornando-as progressivamente mais baças.
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Por isso, tanto a poluição ambiental, na qual têm grande influência os diversos poluentes dispersos
na atmosfera (SO2, NOx, Cl-, F-, CO e CO2), como a acção de agentes atmosféricos naturais (vento,
chuva, intensas variações de frio e calor, etc.) são os principais agentes que causam a deterioração
da pedra aplicada, sobretudo em exteriores. Também a adesão de partículas sólidas ou coloidais em
suspensão no ar (fumos ou poeiras) prejudica largamente o aspecto da pedra.
Organismos vivos (algas, musgos, fungos, líquenes, bactérias, etc.) podem colonizar a superfície das
pedras, sobretudo em locais de elevados índices de humidade relativa (muito frequentes, por
exemplo, nas casas de banho, fontes, caves ou outras zonas suficientemente húmidas, mesmo em
exteriores). Mancham a pedra, desassimilam produtos nefastos, causam um efeito visual bastante
desagradável e alguns são de difícil remoção.
A pedra aplicada nos pavimentos, ao estar sujeita ao tráfego, sofre acções de desgaste e acaba por
perder gradualmente o seu brilho natural, também ocorrendo, por vezes, microfracturação e
desprendimento de partículas.
Mesmo os detergentes de limpeza comuns, porque muitos contêm substâncias alcalinas ou ácidas,
podem ser corrosivos para a pedra e contribuir para a alteração da respectiva estrutura, da cor
(descolorando-a ou escurecendo-a) e do seu brilho.
Por outro lado, com o decorrer do tempo, a pedra adquire tonalidades muito próprias, designadas
por pátinas, as quais se convertem, quase sempre, num atributo de importância estética. Estas
pátinas podem ter origens diversas, sejam elas o efeito da luz e do calor, a instalação de seres vivos
ou, mesmo, a adesão de sujidades. Em geral, não afectam em nada o desempenho dos elementos
construtivos e, por isso, não devem ser consideradas como um efeito negativo.
Como vê, as causas são muito diversas!
USP 18. Como construtor, tenho realizado diversos pisos interiores e exteriores em pedra natural,
mas gostaria de saber como me poderei assegurar de que não apresentam risco de
escorregamento para quem os utiliza. Desde já agradeço as suas informações.
Tudo depende, em muito, do tipo de acabamento do pavimento. Um acabamento polido utilizado
em zonas ocasional ou frequentemente húmidas constitui um perigo de considerar.
Antes de mais, o que deve fazer é ensaiar a pedra, com o acabamento pretendido, quanto à
resistência ao escorregamento (ensaio do pêndulo de atrito). Note que não é necessário realizar o
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ensaio quando a rugosidade superficial for superior a 1 mm, porque o acabamento é considerado
seguro.
Se a rugosidade superficial for igual ou inferior a 1 mm, o ensaio torna-se indispensável. Obterá,
então, um valor SRV (Slip Resistance Value) que o habilita a avaliar se o seu piso será seguro quanto
ao deslizamento, de acordo com o seguinte:
-Valor SRV considerado seguro em pisos domésticos interiores horizontais:  20
-Valor SRV considerado seguro para pisos industriais e exteriores horizontais:  35
-Valor SRV considerado seguro para pisos exteriores em rampa suave:  40
Também deve ter em conta que a pedra aplicada em pavimentos sofre desgaste por abrasão ao
longo do tempo, o que lhe pode vir a conferir um certo polimento, a que acresce, em exteriores, a
acção dos agentes do intemperismo, que podem tornar a situação mais gravosa. Assim, para
exteriores, escolha rochas duras.
Em degraus interiores e exteriores é muito comum a instalação de bandas antiderrapantes ou a
abertura de rasgos paralelos numa faixa situada perto do “focinho” do degrau.
USP 19. Estou a proceder à selecção de pedra calcária para os pisos de um bloco de 20
apartamentos. Os dados disponíveis indicam-me os valores da resistência ao desgaste das pedras,
mas não sei como avaliá-los. Existem disposições nesse sentido?
Em Portugal, não existem especificações homologadas para a resistência ao desgaste requerida em
função da utilização. Sugerimos que utilize a seguinte proposta de valores, em uso no LNEG:
Tribómetro de
CARACTERÍSTICAS
Amsler
Máquina Capon
DO TRÁFEGO
(percurso 200
(disco de 70 mm)
metros)
Tráfego intenso (1)
Uso público
 0,8 mm
 18,0 mm
Tráfego forte (2)
Uso público
 2,0 mm
 19,5 mm
e forte a moderado (2)
Uso colectivo
 3,5 mm
 21,5 mm
Tráfego moderado
Uso colectivo
 5,5 mm
 24,5 mm
Tráfego fraco
Uso privado
 9,5 mm
 30,0 mm
(1) Inclui tráfego de veículos pesados e outros de transporte de cargas
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(2) Inclui circulação ocasional de veículos de emergência e de transporte de cargas
Salvo qualquer particularidade do projecto, deverá considerar, como possíveis, os tipos de tráfego
com as características seguintes:
a) Zona exterior situada na periferia do edifício: tráfego forte a moderado;
b) Zona ou zonas interiores de entrada do edifício: tráfego moderado;
c) Zonas interiores privadas: tráfego fraco.
Os valores constantes na nossa proposta de indicam:
- para a): Pedra com resistência ao desgaste Amsler  3,5 mm ou Capon  21,5 mm;
- para b): Pedra com resistência ao desgaste Amsler  5,5 mm ou Capon  24,5 mm;
- para c): Pedra com resistência ao desgaste Amsler  9,5 mm ou Capon  30,0 mm.
Agora, resta-lhe decidir se utilizará um único tipo de pedra (que dê para todas estas situações) ou
opta por vários tipos de pedra, cada um deles adequado ao tráfego a que se destina.
USP 20. Qual é o melhor tipo de pedra para tampos de mobiliário de cozinha? Um mármore ou um
granito?
A questão é bem definida, mas uma resposta taxativa não é tão fácil como à primeira vista poderia
parecer. É verdade que o granito é considerado como uma rocha muito compacta, mas o mármore
também o é e há granitos que são menos compactos que os mármores. Por outro lado, os mármores
possuem características físico-mecânicas mais uniformes e oferecem uma maior gama de
tonalidades e padrões ornamentais que os granitos propriamente ditos (é certo, porém, que os
“granitos” brasileiros, por exº, também oferecem vários padrões e tonalidades muito diversas).
Apesar de tudo, não há dúvida de que os granitos de qualidade são bastante procurados para tal fim,
na medida em que praticamente não se deixam riscar e o polimento é quase eterno. Têm um senão:
alguns deles impregnam-se de óleos e gorduras com facilidade. Este inconveniente pode ser
resolvido com a selagem da superfície da pedra com substâncias hidrófobas ou tensioactivas, o que,
em princípio, também convém fazer em qualquer outro tipo de pedra aplicada em tampos de
mobiliário de cozinha. Não obstante as vantagens invocadas para os granitos, conhecemos muitos
balcões em mármore que têm tido um desempenho assinalável.
De qualquer modo, e em qualquer circunstância, é de remover de imediato da superfície dos tampos
os possíveis agentes agressivos derramados ou outras sujidades.
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USP 21. Existem regulamentos sobre a pedra a utilizar em jazigos?
Desconhecemos que, a nível nacional, haja regulamentos específicos para as construções fúnebres,
mas em algumas localidades poderão existir certas disposições a esse respeito. Talvez em virtude do
doloroso problema que a morte constitui, são normalmente deixados ao critério das famílias muitos
dos aspectos com relacionados com essas construções. Daí a variedade dos tipos de túmulos e,
consoante o gosto, uso e costume de cada região, a diversidade dos materiais mais utilizados.
Contudo, há que ter em mente que, em geral, se trata de construções expostas ao intemperismo
(chuvas, calor, etc.) e cuja expectativa de durabilidade excede largamente o normal, pelo que a sua
realização reclama os melhores materiais. E nem todos os materiais duráveis devem ser utilizados,
quando desvirtuam claramente o local onde se inserem e o bom gosto exigido para uma última
morada.
Em suma: a escolha da pedra mais adequada deve não só preservar a estética dominante de cada
cemitério, mas também assegurar a inviolabilidade das sepulturas. Materiais que mudam de cor ou
se degradam com o tempo são de todo não recomendados.
USP 22. Ganhei um concurso para construir habitações junto ao mar e desejava saber como me
posso assegurar de que a pedra escolhida resiste ao nevoeiro salino. Existem ensaios com essa
finalidade?
Uma atmosfera salina pode conduzir à alteração de minerais pouco estáveis, influenciando a
durabilidade das pedras ou, pelo menos, o seu bom aspecto ornamental. A névoa penetra nos poros
e nas microfissuras das rochas e dos minerais e, por secagem, o sal cristaliza com aumento de
volume. Daí que algumas rochas graníticas apresentem, à superfície, pequenas escamas salientes ou
produtos pulverulentos. Por outro lado, pelo facto de o cloro ser sensível à luz solar dando origem a
um ácido na presença de humidade, ele acaba por atacar alguns dos minerais que fazem parte dos
granitos e os componentes essenciais dos mármores e calcários (os carbonatos) afectando o
polimento e também ataca os minerais metálicos (por exemplo, a pirite) eventualmente presentes
em diversas rochas, ocasionando pontuações e manchas ferruginosas.
A melhor maneira de conhecer o comportamento da sua pedra face a esse agente agressivo é
submetê-la ao ensaio de resistência ao envelhecimento por acção de nevoeiro salino (NP EN 14147).
Será conveniente que os provetes a utilizar possuam o acabamento final previsto.
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USP 23. Pretendemos saber a carga máxima que uma coluna cilíndrica de calcário Branco do Mar
com 280 cm de altura e diâmetro de 25 cm poderá suportar. Desde já agradeço que nos indiquem o
método de cálculo adoptado, a fim de o utilizarmos em casos semelhantes.
Para dar uma resposta à sua questão, haverá que determinar a tensão normal crítica admissível
através da fórmula de Euler e da do índice de esbeltez e verificar a condição de estabilidade
requerida para a coluna em apreço. Iremos assumir que a coluna é bi-rotulada (ou bi-articulada) nos
extremos, que a carga é vertical e centrada e, por uma questão de segurança, que se trata de um
pilar longo.
Previamente, terá de se conhecer o valor do módulo de elasticidade do Branco do Mar, determinado
por ensaio. Sabido isso, à partida dispomos dos seguintes dados:
- comprimento da coluna: L = 280 cm
- medida linear da secção transversal (diâmetro): d = 25 cm e, daí, r = 12,5 cm
- módulo de elasticidade do Branco do Mar (dado de arquivo): E = 33800 MPa = 3380 kN/cm 2
De seguida, teremos de calcular a tensão normal crítica  cr   2 . E / 2 onde,
E é o módulo de elasticidade (em kN/cm2)
 = Le/rmin é o índice de esbeltez
Le (neste caso = L) é o comprimento de flambagem (em cm), função do tipo de apoio das
extremidades da coluna considerado (bi-rotulagem)
rmin (neste caso = d/4) é o raio de giração mínimo (em cm), função do diâmetro da secção
transversal da coluna (no caso um círculo)
e, a partir de  cr , calcular a tensão normal crítica admissível  cr  0,5 .  cr
Finalmente, a inequação seguinte define a tensão de compressão máxima  c max que a coluna
suporta, ou seja, estabelece as condições de estabilidade da mesma tendo em conta a área da sua
secção transversal:
 c max 
 cr
1,4
.A
onde,
 cr  0,5 .  cr , como atrás referimos
A é a área da secção transversal da coluna (em cm2)
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Cálculos aplicados ao seu caso:
1 – Cálculo da tensão normal crítica através da equação  cr   2 . E / 2
- Cálculo de  = Le/rmin
- Le = L
= 280 = 280 cm
- rmin = d/4
= 25/4 = 6,25 cm
-  = Le/rmin
= 280 / 6,25
= 44,8
- Cálculo de  cr , utilizando os dados conhecidos e os agora calculados:
 cr   2 . E / 2
= 3,14 2 . 3380 / 44,8 2
= 9,86 . 3380 / 2007,04
= 33326,8 / 2007,04
= 16,605 kN/cm2
2 – Cálculo da tensão normal crítica admissível através da equação  cr  0,5 .  cr
 cr = 0,5 . 16,605 = 8,30 kN/cm2
3 – Cálculo da tensão de compressão máxima  c max 
 cr
1,4
. A que garante a estabilidade da coluna:
A =  . r2 = 3,14 . 12,5 2 = 3,14 . 156,25 = 490,625 cm2
 c max 
8,30
. 490,625  5,930 . 490,625  2909,406 kN
1,4
Conclusão:
Nas condições assumidas, a coluna será estável até uma carga de 2909,406 kN = 2909406 N = 296643
kg.
(Nota: o factor de conversão de N em kg é x0,10196)
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USP 24. Venho por este meio pedir uma breve consultoria relativamente à aplicação de um
revestimento em pedra St. Florient Rose num lambrim da fachada de uma habitação. Pretendo
saber se é correcta a sua aplicação em exteriores, ou se há alguma restrição. Se assim for,
recomenda mudar para outro tipo de pedra?
O St. Florient Rose é, geralmente, um calcário compacto e não vejo qualquer razão especial que o
não recomende. É possível que a acção da luz solar venha a fazer esbater um pouco a tonalidade rosa
ao longo do tempo e, se o local de implantação da construção for junto ao mar, é sabido que perderá
polimento, se for esse o tipo de acabamento. Em qualquer caso, deverá avaliar a possibilidade de
virem a ter lugar situações de impactos no rodapé e a sua intensidade. Neste contexto, para
satisfazer a conveniente resistência a impactos (6 joules) de qualquer pedra que seja utilizada no
lambrim exterior de uma moradia, tenha em conta que a espessura mínima indispensável será de 35
mm no caso de utilizar agrafagens, podendo ser um pouco inferior se a pedra for cuidadosamente
colada (ou seja, sem ocos).
USP 25. Renovei a fachada em pedra do meu estabelecimento e não sei como poderei resolver um
problema que já anteriormente me preocupava e que é, nem mais nem menos, o de a proteger
contra inscrições do tipo “graffiti”. Pode dar-me um conselho?
Infelizmente, são comuns as inscrições ou pinturas feitas dolosamente com tinta indelével nas
paredes dos prédios ou nos monumentos.
Se prevê que isso possa continuar a acontecer na sua fachada, deverá proteger a superfície da pedra
com ceras que podem ser facilmente removidas com água quente, arrastando consigo os “graffiti”.
Estes produtos têm carácter semi-permanente, pelo que devem ser de novo aplicados cada vez que
se proceder a uma limpeza. Também são utilizados polímeros fluoretados, silanos e siloxanos, etc.,
que não deixam que as tintas penetrem na pedra e, por isso, será possível removê-las por lavagem.
Em princípio, a durabilidade deste tipo de protecção deve ser garantida por 10 anos.
Aconselho-o a consultar uma firma especializada na protecção contra “graffiti” e na sua remoção,
que lhe indicarão o procedimento mais correcto. Caso anteveja que a situação de lhe rabiscarem a
parede pode vir a ocorrer frequentemente, o melhor será fazer um contrato (que pensamos não ser
caro) com uma das tais firmas especializadas, porque está provado que o melhor modo de
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desencorajar quem tem por mau hábito andar a fazer grafismos onde não deve é removê-los de
imediato.
USP 26. Tenho ouvido falar de ladrilhos calibrados. Pode-me dizer a que se refere este termo?
Trata-se de ladrilhos quadrados ou rectangulares de pedra natural, normalmente com dimensões
planares iguais ou inferiores a 610 mm, obtidos por corte a uma espessura nominal inferior ou igual a
12 mm.
Os ladrilhos calibrados são enquadrados na EN 12057 (referente a ladrilhos modulares), mas, como a
própria Norma os define, trata-se de um produto submetido a acabamento mecânico específico a fim
de se obterem dimensões mais precisas e que é adequado para ser aplicado directamente, utilizando
camadas finas de argamassas ou colas.
As tolerâncias nas dimensões, planeza e esquadria dos ladrilhos calibrados são as seguintes:
Características
Dimensões
Tolerâncias para as dimensões e para a
forma
± 0,5 mm
(comprimento, largura e espessura)
Planeza
0,10 %
Esquadria
0,10 %
USP 27. Tenho a intenção de revestir o chão da minha sala comum com placas de um calcário e
queria dar um tratamento superficial de impermeabilização ao pavimento. Que recomendações me
daria?
Em alguns casos, como poderá ser o seu, pode justificar-se um tratamento de impermeabilização da
superfície dos pavimentos, utilizando os produtos adequados que o mercado disponibiliza.
Recomendo-lhe que recorra a um profissional qualificado, mas note que esse tratamento só deve ser
aplicado cerca de 30 dias após a colocação do pavimento, para se permitir a completa libertação das
humidades.
Sendo assim, para verificar se os ladrilhos estão completamente secos, aplique uma folha de plástico
fino transparente em diversos locais do pavimento (inclusive sobre as juntas), selando os bordos com
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fita-cola a fim de garantir estanquicidade, e, ao fim de 24 horas, verifique se ainda nota sinais de
condensação no interior da folha de plástico. Se sim, o pavimento ainda não estará seco; se não, já
está seco e poderá mandar impermeabilizá-lo.
USP 28. Tenho visto pavimentos feitos com placas de pedra cujas arestas se apresentam em parte
danificadas, com desprendimento de material. Fico-lhe grato se me esclarecer se isso se deve a
fraca qualidade da pedra utilizada ou a qualquer outro factor, porque desejo evitar a ocorrência
desse defeito nos pavimentos exteriores e interiores de uma moradia que estou a construir.
É claro que uma pedra destinada a ser utilizada em pavimentos deve possuir as características físicomecânicas adequadas para o tráfego a que se destina.
No entanto, o problema que refere pode ocorrer com qualquer tipo de pedra, sendo que nos
pavimentos é algo habitual constatarem-se desnivelamentos (vulgarmente designados por
“barbote”) entre as arestas e/ou vértices das faces à vista de unidades confinantes como
consequência da sua diferente espessura, de colocação deficiente (incluindo má preparação do
substrato de assentamento) ou de empenamento. Para além de afectarem a segurança de quem
caminha, as arestas e vértices expostos são alvo de impactos que resultam na sua deterioração por
arrancamento de material.
Em qualquer caso, para conseguir um bom pavimento, o colocador terá de ser capaz de controlar
esses ressaltos, os quais, de um modo geral, não devem exceder 0,3 a 0,5 mm, consoante a utilização
a dar ao pavimento. Em espaços onde circulem meios de carga com rodados rígidos (por ex., em
supermercados, aeroportos, estações de caminho de ferro, etc.) os ressaltos não devem mesmo
exceder os 0,3 mm. Em locais de pouco tráfego, e principalmente quando as juntas são largas (da
ordem de 1 cm ou mais), a tolerância permitida poderá ser superior (da ordem dos 0,8 mm), mas em
pavimentos interiores de habitações deve ser reduzida ao mínimo.
Caso venha a verificar que existem desnivelamentos entre ladrilhos contíguos fora dos limites trás
referidos, coloque o assunto nas mãos do construtor. Algumas vezes, quando possível em termos
práticos e económicos, os ressaltos podem ser minimizados ou até eliminados por tratamento final
da superfície após o assentamento, o que se torna mais caro e mais difícil quando se trata de pedra
granítica.
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USP 29. Qual é a espessura mais conveniente para os ladrilhos em pedra do pavimento de uma
cozinha?
Em princípio, o valor da espessura nominal de ladrilhos para pavimentos interiores deve ser superior
a 12 mm. A espessura mais conveniente depende das características físico-mecânicas da pedra que
irá utilizar, nomeadamente a sua resistência ao choque.
Assim, escolha uma pedra suficientemente compacta e procure saber a espessura que lhe dá
garantias de, no mínimo, poder suportar um impacto de 3 joule (mais ou menos equivalente ao
impacto da queda, da altura de 0,80 m, de uma garrafa pequena de vidro de refrigerante, por
exemplo).
Na generalidade, uma espessura de 20 mm será suficiente para pavimentos aplicados por
assentamento directo, desde que cuidadosamente efectuado (ou seja, sem deixar ocos). Casos
haverá em que, prevendo a eventualidade de impactos mais fortes, essa espessura terá que ser
aumentada.
Ainda que nada tenha a ver com a espessura dos ladrilhos, chamo-lhe a atenção do seguinte: a pedra
não deve ser muito porosa para não se impregnar facilmente com líquidos que ocasionalmente se
derramem e deve ser capaz de suportar o desgaste decorrente da movimentação das pessoas na
cozinha, tendo em conta que certas zonas da mesma tendem a ser bastante frequentadas.
USP 30. Queria mandar fazer um tampo em granito preto para a banca da minha cozinha, mas
tenho ouvido dizer que alguns deles são muito susceptíveis às manchas. Como me poderei
assegurar de que isso não acontecerá com a pedra que venha a escolher?
É verdade que há pedras mais susceptíveis às manchas que outras e que, nas pedras mais escuras,
qualquer mancha, mesmo que leve, se nota mais.
Geralmente, os chamados “granitos pretos” são na realidade gabros, variedade de rochas ígneas que
não tem a composição mineralógica dos granitos. E, de facto, alguns gabros, sobretudo quando
polidos, perdem brilho e/ou tonalidade quando sobre eles se derramam certos líquidos ou outras
substâncias. Muito mais problemáticos ainda são os gabros ou outras pedras “pretas” que foram
objecto de tratamento com um corante para lhes reforçar a cor escura.
Se se quiser certificar de que a pedra que tenciona escolher é susceptível de manchar, coloque sobre
a superfície de uma amostra umas gotas de limão ou de vinagre branco, deixe actuar durante uns 15
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minutos, remova o excesso de líquido absorvendo-o com um pano e, decorridas 24 horas, limpe bem
com água morna e deixe secar. Se notar que ficam manchas ou que o brilho diminuiu, ficará ciente
do que poderá acontecer se a utilizar.
Apesar de tudo, este problema pode ser resolvido com a selagem da superfície da pedra com
substâncias hidrófobas ou tensioactivas, que a protegerão. Mas, neste caso, não dispense a ajuda de
quem saiba escolher e aplicar os produtos convenientes.
Note que, em qualquer caso, é sempre uma boa regra remover de imediato da superfície dos tampos
os possíveis agentes agressivos derramados ou quaisquer outras sujidades.
USP 31. Que tipo de acabamento deverei escolher para o pavimento exterior da minha moradia a
fim de evitar que seja escorregadio, mas que seja de limpeza fácil? Esclareço que penso utilizar um
granito.
A sua preocupação é legítima, porquanto se trata de uma aplicação que ocasional ou
frequentemente se encontrará húmida e, por isso, um acabamento polido está fora de causa pelo
risco de escorregamento que representa.
A Norma EN 1341 estabelece que, para pavimentos exteriores horizontais, o valor de SRV (valor da
resistência ao escorregamento, determinada através do ensaio do pêndulo de atrito) deve ser igual
ou superior a 35. Para superfícies ligeiramente inclinadas, é comum tomar-se como seguro um valor
de SRV igual ou superior a 40.
Para o seu caso, e partindo do princípio de que se trata de uma superfície horizontal, recomendaria
um acabamento amaciado, que à partida cumprirá o requisito necessário e será suficientemente liso
para poder ser lavado com facilidade, o que será benéfico para remoção de poeiras eventualmente
acumuladas (ou de líquenes), porque, uma vez humedecidas, se tornam escorregadias.
Antes de tudo, escolhido o granito e decidido o acabamento a dar-lhe, mande fazer um ensaio com o
pêndulo de atrito para se certificar de que a resistência ao escorregamento cumpre o valor de SVR
desejável.
Mas, no futuro, deve ter em conta que a pedra sofre desgaste ao longo do tempo em função da
intensidade de utilização do pavimento, o que lhe pode vir a conferir um certo grau de polimento.
Será prudente inspeccioná-lo de tempos a tempos e, quando e onde porventura tal acontecer,
mande restaurar o acabamento amaciado.
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USP 32. Calculei a espessura adequada de um pavimento exterior de lajes de 60 x 40 cm de granito
de Alpendorada utilizando a fórmula indicada na NP EN 1341, mas aconteceu que a pedra partiu
numa das zonas situadas à volta de uma tampa de saneamento em ferro com 50 x 50 cm. Há
alguma explicação para este facto? Esclareço que o pavimento foi assente sobre betão, se destina
a tráfego de peões e cargas muito ligeiras, e que nos meus cálculos da espessura utilizei o valor de
16,1 MPa para a resistência à flexão da pedra.
Depreendo que considerou 3,5 kN como a carga mínima a que as placas de pedra devem resistir em
função da utilização prevista e que o resultado que obteve para a espessura foi de 24,2 mm
(certamente utilizou placas com 25 ou 30 mm). De facto, é isso que se obtém utilizando a fórmula
que vem na Norma que refere:
e
1,2 . 1500 . l. p
R .w
onde,
e- Espessura da laje ou placa, em mm
1,2 - Factor de segurança Fs referente às condições de aplicação
l - Comprimento da laje ou placa, em mm
w - Largura da laje ou placa, em mm
R - Resistência à flexão, em MPa
p - Carga de ruptura mínima prevista, em kN
Mas acontece que a tampa de saneamento, devido às suas dimensões, só ocupou parte da área das
placas de pedra (que tiveram de ser cortadas) e, assim, geraram-se elementos com dimensões
diferentes das que utilizou para fazer o seu cálculo. Veja o exemplo abaixo (as placas de pedra com
as dimensões originais de 60 x 40 cm estão representadas com aspecto texturado e a tampa de
saneamento com 50 x 50 cm tem cor cinzenta escura):
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A
Pode verificar que, por exemplo, da placa da esquerda só ficou uma parte A com 40 x 10 cm. Se,
utilizando a mesma fórmula, formos calcular a espessura mínima que este pedaço de placa deve ter
para suportar a tal carga de 3,5 kN obteremos 40,1 mm.
Outro tanto acontece para a placa da direita, que também necessita de ser redimensionada quanto à
espessura.
Em resumo: a espessura que utilizou (25 ou 30 mm) é insuficiente para casos como o exemplificado
porque as dimensões das placas onde foi instalada a tampa de saneamento passaram a ser outras.
Ficou esclarecido quanto às surpresas que teve?
USP 33. Mandei fazer um pavimento com uma pedra que me foi vendida como de 1ª qualidade,
mas o facto é que não estou satisfeito com o resultado do trabalho porque a pedra apresenta
variações na cor que eu não esperava, tem algumas manchas e o polimento não é uniforme. Acha
isto normal numa pedra de 1ª qualidade?
Compreendo as suas queixas, mas lamento dizer-lhe que não existem quaisquer disposições que
possam classificar uma pedra como de 1ª qualidade. Por esse facto, qualquer fornecedor é livre de
qualificar as suas pedras (e/ou os seus produtos) como entender, mas isso não indica que se baseou
em qualquer critério científico ou legal. É certo que, comercialmente, essa designação é muitas vezes
utilizada, mas apenas para fazer uma destrinça entre os produtos oferecidos no que se refere a
características geométricas, padrão ornamental, acabamento, etc., mas, se se queixa de polimento
não uniforme, já se vê que alguma coisa falhou.
Como regra geral, uma pedra para ser considerada “de qualidade” apenas precisa de ser adequada
ao fim em vista e é óbvio que deve satisfazer o gosto pessoal do destinatário, pelo que deverá ser
parecida com as amostras que lhe foram fornecidas. No entanto, como se trata de materiais naturais,
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haverá que ter em conta que apresentam, quase sempre, certas variações, seja na tonalidade, seja
no padrão ornamental. Um produto que fosse isento de quaisquer variações seria bastante caro,
porque implicaria uma selecção muito apertada, do tipo peça a peça, com rejeição de muitas delas.
Note porém que a beleza da pedra natural assenta precisamente nalgumas das variações que
apresenta e que a tornam um material único (ou seja, não há dois trabalhos iguais), ao contrário do
que acontece com os ladrilhos de cerâmica, por exemplo.
Sendo que quem lida com a pedra todos os dias se torna um especialista na matéria, o que é
necessário é encontrar-se um fornecedor de confiança e, possivelmente, acaba-se por comprar um
produto que serve bem pagando menos, até porque há bons pavimentos feitos com pedra de
qualidade tida como normal. De facto, a escolha de uma pedra requer boa informação e tempo para
se chegar à conclusão mais acertada.
USP 34. Quando destinadas a revestimentos agrafados, qual é a resistência às ancoragens mínima
que as placas devem ter?
Para placas destinadas a revestimentos agrafados, os valores mínimos de resistência à tracção ao
nível do orifício de ancoragem exigidos pelas especificações mais correntes, são os seguintes:
- Placagens interiores:  200 N e  6/5 do peso da placa
- Placagens exteriores:  300 N e  6/5 do peso da placa
NOTA: Na prática, considera-se que 10 N

1 kg
Verifica-se, assim, que o valor a ter em conta é também função do peso da placa, devendo ser
superior a esse peso em 1/5. Estas especificações baseiam-se no ensaio realizado de acordo com a
EN 13364 em placas de 30 mm de espessura e utilizando um sistema de ancoragem com as seguintes
características:
- Dimensões da cavilha de ancoragem (em aço inox):
- diâmetro: 6,0  0,1 mm
- comprimento:  50 mm
- Dimensões dos orifícios de ancoragem:
- diâmetro: 10,0  0,5 mm
- profundidade: 30,0  0,2 mm, devendo os bordos do fundo do orifício serem boleados
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Caso os valores acima especificados não sejam atingidos com a espessura de 30 mm, haverá que
aumentá-la até satisfazer os requisitos. É possível o dimensionamento da espessura das placas
através de cálculos adequados, que têm em conta o comprimento e a largura das mesmas, as
características mecânicas da pedra e a pressão do vento em cada local, função da zona de
implantação dos edifícios, da sua altura e da exposição das fachadas. Na resposta que demos à
pergunta USP 5 encontrará um modo expedito para efectuar esse cálculo.
USP 35. Utilizei ladrilhos de 60 x 60 x 3 cm de uma ardósia estrangeira, assentes sobre apoios, para
pavimentar um pátio ao ar livre. Aconteceu que, decorrido um mês, muitos desses ladrilhos
começaram a lascar segundo um ou dois planos paralelos à face vista. Pergunto qual terá sido a
causa e como deveria ter procedido para me certificar de que tal não viesse a acontecer.
Como sabe, as ardósias são rochas com xistosidade muito evidente, podendo dividir-se facilmente
em lâminas paralelas, mais ou menos espessas (clivam segundo os planos de xistosidade). No geral,
trata-se de rochas de granularidade muito fina que sofreram metamorfismo de muito baixo grau mas
suficiente para propiciar a orientação dos minerais argilosos, levando-os a disporem-se em planos
paralelos, sendo que as forças de ligação entre esses planos são muito fracas (daí a clivagem das
ardósias e dos xistos em geral ser fácil).
Pode mesmo acontecer que a grandeza dessas forças de ligação seja menor em alguns dos planos e
daí resulte que, após terem sofrido vários períodos de humedecimento/secagem, as placas venham a
lascar segundo os planos de menor coesão. E quanto mais espessa for a placa, maior probabilidade
existirá de conter planos de maior fraqueza.
Por outro lado, existem rochas a que comercialmente se dá o nome de ardósias e que, na verdade o
não são. É o caso dos lutitos e de muitas outras rochas sedimentares laminadas, que, ao contrário
das ardósias e dos xistos, quando “abrem”, isso acontece segundo planos paralelos à estratificação (e
não segundo planos de xistosidade). Esses planos de estratificação são, em regra, ainda menos
coesos que os de xistosidade.
É claro que existem diversas qualidades de ardósia e, para a utilização pretendida (um pátio ao ar
livre) deveria ter sido seleccionada uma ardósia de qualidade extra. O que poderia ter feito para
verificar o comportamento da ardósia que escolheu quando exposta aos agentes atmosféricos, era
mandar realizar um ensaio de choque térmico, o qual reproduz as acções do calor e da humidade
sobre a pedra. Em alternativa, bastaria mesmo mergulhar uma ou várias placas em água deixando
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que se embebam bem, depois secá-las completamente ao sol ou em forno muito brando (não
excedendo os 110 ºC), de imediato mergulhá-las novamente em água e repetir o procedimento umas
vinte vezes. Se a ardósia não lascasse, seria considerada adequada.
USP 36. O mercado disponibiliza materiais em pedra aglomerada com aspecto que lembra o da
pedra natural e verifico que, algumas vezes, possuem designações semelhantes, o que pode
confundir o utilizador. Será que a pedra aglomerada substitui a pedra natural em todos os seus
atributos?
A pedra aglomerada é um produto feito com fragmentos e pó de pedra natural (90 a 95 %)
aglutinados por um ligante, normalmente uma resina. À partida, diremos que não será difícil
distingui-la da pedra natural por simples observação e muito menos o será ao microscópio.
Já existem Normas harmonizadas para a marcação CE de alguns produtos de pedra aglomerada, pelo
que a sua qualidade industrial está assegurada se essas Normas forem seguidas. Quanto ao
respectivo desempenho em obra, é um facto que já a temos visto aplicada com resultados
satisfatórios. Todavia, ainda é cedo para se conhecer a sua durabilidade, a qual irá depender
sobretudo do comportamento do agente ligante. Ou seja, depende em muito do que valer a resina.
Por outro lado, é certo que não tem o comportamento ao fogo da pedra natural, dado que tais
resinas são combustíveis.
De qualquer modo, é minha opinião (e a de muita gente) que a pedra aglomerada não tem a
“nobreza” da pedra natural.
USP 37. Existem produtos que endurecem a pedra de uma fachada ou monumento e que podem
evitar ou retardar a sua deterioração?
Efectivamente, hoje existem produtos que permitem corrigir o estado de consolidação das pedras
aplicadas. São produtos à base de resinas que endurecem a zona superficial e que são tanto mais
efectivos quanto a porosidade e a velocidade de penetração do tratamento o permitam. Todavia, a
utilização de tais produtos deve ser feita com muito cuidado, pois pode resultar em significativos
fracassos, particularmente graves se se tratar de monumentos de valor histórico. Assim, é
recomendável que, antes de se aplicar o tratamento definitivo, sejam realizados ensaios em zonas de
pequeno impacto visual.
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USP 38. As Normas Europeias de placas e ladrilhos para pavimentos aludem a uma característica
designada por “tactilidade”. Gostaria de saber em que consiste e se existe algum documento que
dê indicações para a satisfação desse requisito. Fico-lhe muito grato pelas suas informações.
Na verdade, a tactilidade deve ser declarada para placas e ladrilhos destinados a pavimentos e
degraus (excluindo rodapés e espelhos) quando existam requisitos regulamentares ou sempre que
solicitado. As superfícies tácteis, ao disporem de corrugações perceptíveis com uma bengala ou com
a sola dos pés, servem para dar informação às pessoas com deficiências visuais, não só sobre por
onde se podem deslocar à vontade, mas também sobre perigos potenciais (por exemplo, a
proximidade de um arruamento com circulação de veículos).
Na especificação CEN/TS 15209:2008 – “Tactile paving surface indicators produced from concrete,
clay and stone” encontrará informações sobre os requisitos a que devem obedecer os indicadores de
tactilidade da superfície de pavimentos (saliências com a forma de tronco de cone ou de prisma ou
saliências ou ranhuras paralelas, em diagonal ou em retículo), os respectivos perfis e dimensões e em
que circunstâncias cada um destes tipos de indicadores deve ser preferencialmente utilizado.
Segundo o disposto nas Normas de pavimentos e degraus, o produtor deve fornecer a descrição do
perfil e da forma das corrugações das superfícies palpáveis.
USP 39. Sempre que sou solicitado para fazer pavimentos em interiores, deparo-me com
dificuldades para escolher as pedras mais adequadas consoante o uso previsto porque me quero
assegurar de que manterão um bom aspecto durante largos anos de utilização. Poderá dar-me
algumas orientações?
Tem toda a razão em se preocupar com a escolha, porque um pavimento feito com uma pedra não
adequada ao tipo de tráfego que irá suportar sofrerá seguramente desgaste excessivo e rapidamente
perderá o polimento, caso seja esse o tipo de acabamento.
Todavia, a UE ainda não estabeleceu especificações para caracterizar a intensidade de utilização dos
pavimentos nem a resistência ao desgaste requerida em cada caso. E não será tarefa fácil, tendo em
vista as variadas condições de uso dos pavimentos interiores para peões, que vão desde a maior ou
menor intensidade do tráfego à maior ou menor rapidez de deslocação dos utentes, às mudanças
súbitas de direcção, etc., sabendo-se mesmo que desde a porta de entrada de um edifício até um
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elevador ou escada interior a acção abrasiva sobre a superfície do pavimento vai diminuindo
progressivamente (ou seja, as condições de desgaste vão sendo diferentes ao longo do trajecto).
No entanto, e salvo qualquer particularidade dos projectos, aconselho-o a considerar os tipos de
tráfego seguintes e para cada um deles escolher pedras cujas características de resistência ao
desgaste se enquadrem, de preferência, na proposta de valores de desgaste Amsler e Capon
seguinte, da autoria do LNEG:
Proposta de valores
Uso
Caracterização
Desgaste Amsler
Desgaste Capon
(ensaio de 200
(disco de 70 mm)
metros)
Privado
 Aposentos de habitações individuais  9,5 mm
(tráfego
(eventualmente à excepção das zonas
fraco)
mais frequentadas de cozinhas)
Colectivo
 Zonas
(tráfego
multifamiliares (com o máximo de 30 (consoante a maior ou mm
comuns
de
habitações  3,5 mm a  5,5 mm
moderado) habitações)
 Zonas
comuns
 30,0 mm
 21,5 mm a  24,5
menor intensidade de (consoante a maior ou
de
edifícios
de utilização prevista)
menor intensidade de
utilização prevista)
escritórios (com o máximo de 50
funcionários)
 Zonas comerciais com frequência
moderada
 Lojas, salas de aula, etc.
Público
 Zonas de entrada e halls comuns de  0,8 mm a  2,0 mm
(tráfego
blocos de apartamentos com mais de (consoante a maior ou mm
forte)
30 habitações
 Zonas
comuns
 18,0 mm a  19,5
menor intensidade de (consoante a maior ou
de
edifícios
de utilização prevista)
escritórios com mais de 50 funcionários
menor intensidade de
utilização prevista)
 Supermercados e grandes centros
comerciais, zonas comuns de tribunais e
escolas
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 Estações de caminhos-de-ferro e
aeroportos
É claro que “cada caso é um caso” e merece ser detalhadamente estudado, tomando sempre como
referência as zonas do pavimento sobre as quais irá incidir maior tráfego.
Creio que, agora, já dispõe de elementos para apoiar as suas decisões e, porque as poeiras são
abrasivas, não se esqueça de recomendar aos seus clientes que os pavimentos sejam diariamente
aspirados ou varridos com uma vassoura ou espanador de pêlos ou materiais sintéticos macios e
periodicamente lavados com um detergente apropriado e, eventualmente, encerados.
USP 40. Fui alertado para o facto de que alguns metais se deterioram por reagirem por contacto
com outros metais e que, por isso, nem todos podem ser usados nos dispositivos metálicos de
ancoragem de placas em fachadas. Qual é a explicação desse fenómeno?
A vulgar corrosão de um metal (oxidação) é devida à sua reacção com agentes existentes na
atmosfera. Mas aquilo de que está a falar é a corrosão galvânica, devida à utilização conjunta de
metais não compatíveis na presença de ar (sobretudo do oxigénio do ar) e de humidade, como meio
condutor.
A relação entre a massa de dois metais diferentes, a área de contacto e a diferença de potencial
electroquímico entre eles irá determinar o grau de corrosão e a deterioração. Gera-se entre eles uma
corrente eléctrica (do tipo “pilha”), sendo que a corrosão ocorrerá no metal de potencial mais
negativo.
O Quadro seguinte contém recomendações acerca da compatibilidade de contactos bi-metálicos
para os metais mais frequentemente utilizados na construção com pedra natural.
Metal
Potencial
Aço
electroquímico
galvanizad
(volts)
o
Aço
Ferro
inoxidável
fundido
Alumínio
Cobre /
Bronze
latão
fosforoso
Aço galvanizado
- 1,07
Sim
Não
Sim
Sim
Não
Não
Aço inoxidável
- 0,25
Não
Sim
Não
Sim
*
*
Ferro fundido
- 0,70
Sim
Não
Sim
Não
Não
Não
Alumínio
- 0,78
Sim
Não
Não
Sim
Não
Não
Cobre / latão
- 0,25 / - 0,30
Não
*
Não
Não
Sim
Sim
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Bronze fosforoso
- 0,22
Não
*
Não
Não
Sim
Sim
* Utilizáveis em condições controladas, ou seja, na ausência de humidade.
Os casos são tanto mais gravosos quanto maior for a diferença entre os potenciais electroquímicos
dos metais (por ex., para os pares aço inoxidável/aço galvanizado; cobre/aço galvanizado; bronze
fosforoso/aço galvanizado).
A utilização conjunta de metais não compatíveis só é admissível desde que se tomem os cuidados
necessários para que fiquem devidamente isolados um do outro, a fim de se evitarem as correntes
galvânicas.
Como regra geral, é aconselhável utilizar-se um único tipo de metal, sendo que para dispositivos
metálicos de sustentação e de retenção para exteriores em contacto directo com as placas de
revestimento é recomendado o uso de aço inoxidável.
Não é recomendável a utilização de dispositivos metálicos de aço galvanizado em contacto directo
com calcários.
Como nota final, deve assinalar-se que tudo o que aqui foi dito a propósito da
compatibilidade/incompatibilidade de metais para dispositivos de ancoragem se aplica por inteiro
aos metais utilizados em componentes de edifícios, nomeadamente em tubagens para condução de
águas, em coberturas e em caixilharias. Por exemplo, nas redes de distribuição de água é um erro
fazer uniões de tubagens de aço galvanizado com latão ou usar tubos de aço galvanizado ligados a
tubos de cobre ou de aço inoxidável. Nas tubagens de aço galvanizado devem-se usar acessórios do
mesmo material, nas de cobre devem-se usar acessórios de latão ou bronze e nas de aço inoxidável
as uniões devem ser de aço inoxidável ou, em certas condições, podem ser de ligas de cobre.
USP 41. Bom dia. Sou administrador de um prédio em Lisboa que tem revestimento exterior em
pedra Amarelo Negrais. A minha questão é se esse revestimento necessita de ser impermeabilizado
para resistir à intempérie e à poluição. E, se sim, qual o melhor produto.
Como acontece com todos os calcários colocados em exteriores, o Amarelo de Negrais perderá
progressivamente o brilho (se estiver polido) e a cor também se irá esbatendo, efeito este que é
sempre mais notório nas pedras com tonalidade mais intensa. É certo que a pedra resistirá, mas o
seu aspecto ir-se-á modificando. Como é evidente, nada disto se verifica se a pedra for colocada em
exteriores abrigados (galerias de entrada, etc.).
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Quanto a se a impermeabilização é adequada para evitar esses inconvenientes, o melhor será
informar-se junto de uma firma especializada em tratamento e conservação da pedra. A minha
opinião é que esse tratamento poderá resultar e posso-lhe dizer que os produtos do tipo
silano/siloxano vêm ganhando preferência para tal, uma vez que penetram bem abaixo da superfície,
não a mancham, mantêm a capacidade protectora por largos anos e permitem que a pedra "respire",
evitando assim outros efeitos indesejáveis. Não aplique camadas de verniz!
USP 42. Estou a construir uma casa, já em fase adiantada, e ontem reparei que uma pedra de um
parapeito tinha uma fissura, não muito grande nem muito profunda. Também verifiquei que se
tinha destacado um pedaço de uma pedra de canto do muro de vedação.
Gostaria de saber se deverei exigir a substituição destas peças ou se existe alguma maneira de as
reparar e deixá-las quase perfeitas. Obrigado pela sua resposta.
Na indústria das rochas ornamentais admite-se poderem ocorrer danos na pedra durante o processo
de fabrico, transporte e colocação. Além disso, pode acontecer que as fissuras e/ou rupturas se
desenvolvam ou só sejam descobertas após a pedra já ter sido aplicada, como aconteceu no seu
caso.
É prática corrente aceitar-se que, dentro de certos limites, se proceda à reparação desses danos, mas
sempre sob a supervisão de um especialista experimentado em pedra e idóneo. O trabalho de
reparação deverá ser feito por operários qualificados, devidamente instruídos quanto ao
procedimento mais recomendado e quanto aos materiais a utilizar.
Todavia, não pode ser reparado todo e qualquer elemento de construção em pedra que apresente
fissuras, fracturas, lascas ou destaque de material que por qualquer forma comprometam o seu
desempenho em uso, não restando outra alternativa que não seja o proceder-se à sua substituição.
Por seu turno, quando um especialista entender que um elemento em pedra danificado é reparável,
os métodos mais vulgarmente utilizados são os seguintes, consoante as circunstâncias:
- Reconstituição superficial: para reparar perdas de material superficial ou fissuras com
profundidade inferior a 20 mm.
- Preenchimento e reconstituição superficial: para reparar fissuras ou fracturas com
profundidade superior a 20 mm.
- Colagem: para unir à massa principal os pequenos fragmentos de pedra destacados.
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Em alguns destes casos pode ser necessário reforçar as zonas reparadas com grampos ou pinos
metálicos não oxidáveis fixados com um agente adesivo (por ex., uma resina epoxídica), os primeiros
preferentemente aplicados no tardoz e os últimos inseridos em orifícios abertos em cada uma das
partes a unir, não ficando à vista.
USP 43. Fabrico produtos de pedra ornamental com diversos tipos de acabamento, embora nunca
tenha realizado o acabamento flamejado. Pergunto: Quais as vantagens desse acabamento? Em
que tipos de pedra pode ser aplicado? Os meus cumprimentos e obrigado.
Como sabe, o tipo de acabamento superficial a dar a um produto depende muito da utilização
prevista e de preferências de natureza estética. Em princípio, cada tipo de acabamento destina-se a
satisfazer exigências técnicas e estéticas específicas, pelo que é escolhido o que é entendido como o
mais adequado para cada caso, geralmente por acordo entre as partes.
No que diz respeito ao acabamento flamejado, ele é por vezes utilizado em produtos destinados a
aplicações exteriores e dele resulta uma maior resistência aos agentes atmosféricos e ao desgaste.
Confere à pedra uma superfície irregular (algo rugosa e ondulada) e algo vitrificada e em muitos
casos induz uma alteração cromática no sentido de tonalidades mais quentes que as originais. Muitas
vezes, as superfícies flamejadas carecem de um tratamento final de amaciamento para eliminação de
minúsculas asperezas que podem cardar os tecidos das roupas ou ferir a pele de quem lhes toca.
É um tipo de acabamento que resulta bem em rochas silicatadas (granitos e rochas afins) e possível
mas menos satisfatório quando aplicado a rochas carbonatadas (calcários e mármores), caso em que
a calcite (CaCO3) por acção do calor se transforma num pó (CaO) que tem de ser removido da
superfície da pedra.
USP 44. Estou a utilizar uma base de dados de caracterização de rochas ornamentais para
seleccionar pedra para diversos pavimentos de um edifício, mas deparo-me com dificuldades
quanto à escolha da resistência à flexão que melhor se ajuste a cada um dos formatos das placas
que tenho em vista utilizar. Poderá dar-me alguma orientação prática sobre esse assunto que me
ajude nesta fase de selecção das pedras?
Na realidade, a resistência à flexão é uma propriedade muito importante para o dimensionamento
dos pavimentos. No Anexo A da EN 1341 encontram-se todos os elementos necessários para se
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efectuar convenientemente esse dimensionamento e, numa resposta anterior (USP 14), já tivemos
ocasião de abordar esta matéria.
Mas o que me pede agora é que lhe indique uma maneira expedita de escolher a resistência à flexão
compatível com as dimensões e a espessura das placas que pretende colocar nos seus pavimentos.
Estamos certos de que encontrará no gráfico seguinte um meio para ultrapassar as dificuldades que
refere. É claro que também deve ter em conta, consoante a utilização prevista, a carga de ruptura
mínima a que cada placa deverá resistir e a resistência ao choque necessária, o que é facilmente
alcançado através da adopção da espessura conveniente para cada caso.
Orientação para selecção da resistência à flexão
em função das dimensões planares e da espessura de placas para pavimentos
Maior dimensão planar da placa (mm)
1100
1000
900
800
700
Espessura de 15 mm
600
Espessura de 20 mm
500
Espessura de 30 mm
400
Espessura de 40 mm
300
200
100
0
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
Resistência à flexão (MPa)
Repare que, por exemplo, a gama de resistências à flexão de 8 a 12 MPa se ajusta perfeitamente
para formatos já considerados grandes, tendo em conta as espessuras mais comuns:
- a espessura de 15 mm já é suficiente para placas com dimensões entre 400 e 500 mm
utilizáveis, por exemplo, em habitações individuais;
- a espessura de 20 mm já é suficiente para placas com dimensões entre 500 e 600 mm
utilizáveis, por exemplo, em halls e acessos interiores de habitações colectivas;
- a espessura de 30 mm já é suficiente para placas com dimensões entre 600 e 700 mm
utilizáveis, por exemplo, em jardins e acessos exteriores de habitações colectivas;
- a espessura de 40 mm já é suficiente para placas com dimensões entre 700 e 800 mm
utilizáveis, por exemplo, em entradas de garagens e em gares.
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Torna-se evidente que para formatos mais pequenos se pode utilizar essa gama ou optar até por
pedras com resistência à flexão inferior (por ex., 6 MPa). Pelo contrário, pedras com resistência à
flexão superior (por ex., 14 ou 16 MPa) dão praticamente para todos os formatos compatíveis com
cada espessura, mesmo para os habitualmente considerados como muito grandes.
Genericamente, estas orientações são válidas para pavimentos de edifícios públicos e privados
assentes sobre uma superfície rígida.
USP 45. Sou um leigo na matéria e é a primeira vez que recorro à sua ajuda porque estou
preocupado com a ocorrência de alterações no aspecto de algumas pedras que mandei aplicar em
pavimentos e tampos de cozinha da minha casa. Na rubrica CANAL ABERTO da revista Rochas &
Equipamentos já tenho lido várias perguntas/respostas sobre o assunto, mas gostaria de me
esclarecer melhor sobre essas alterações e o que fazer, especificamente quanto às que ocorrem em
interiores.
A acção de variados agentes naturais ou artificiais pode induzir efeitos indesejáveis na superfície das
pedras e, consequentemente, deteriorar o seu aspecto. A porosidade das pedras, reflexo da
respectiva textura, do espaçamento entre os grãos, da microfissuração e do grau de alteração, é
considerada a principal condição para explicar a maior ou menor vulnerabilidade das pedras, pois
representa as vias de acesso da água e de outras substâncias ao interior das mesmas e determina a
maior ou menor propensão da superfície para a retenção desses agentes.
Em utilizações interiores (especialmente em cozinhas, zonas industriais de confecção de alimentos,
em casas de banho, etc.) os produtos em pedra são passíveis de, acidentalmente, sofrerem acções
químicas agressivas (até muito simplesmente as decorrentes do uso de produtos de limpeza
inapropriados) e de serem manchados por uma larga gama de substâncias comuns no ambiente
doméstico (por ex., vinho tinto, café, sumo de laranja, bebida de cola, azeite, gordura animal,
vinagre, molho de tomate, sumo de beterraba, graxa, baton, tinta, urina, sangue, etc.).
Tais acções conduzem, muitas vezes, a modificações no aspecto estético das superfícies (perda do
brilho, alteração da cor, génese de manchas,...), contribuindo pois para uma degradação do seu
efeito ornamental. Salvo as manchas e as eflorescências, o empolamento e o desprendimento de
partículas ou a escamação são relativamente raras em ambientes domésticos, mas podem ocorrer
nas instalações industriais, onde agentes mais agressivos são passíveis de serem utilizados
diariamente. Vejamos em que consiste cada uma destas patologias:
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Mancha - alteração que se manifesta como uma pigmentação localizada numa zona
circunscrita da superfície da pedra, contrastando com a tonalidade geral. Em muitos casos, as
manchas são ocasionadas acidentalmente.
Eflorescência - formação geralmente esbranquiçada, de aspecto cristalino, pulverulento ou
filamentoso sobre a superfície. No caso de eflorescências salinas, a cristalização pode-se desenvolver
no interior do material (subeflorescência ou criptoeflorescência), provocando, frequentemente, o
destaque de pequenas placas superficiais ou a escamação da face polida da pedra, por levantamento
de minúsculos fragmentos de pedra devido à pressão de cristalização de sais (principalmente sulfatos
e carbonatos de cálcio, de potássio ou de sódio), geralmente actuando em microfissuras subparalelas
à face polida.
Empolamento - entumescimento superficial e localizado, que pode assumir forma e
consistência variáveis.
Escamação - degradação que se manifesta através da separação total ou parcial de fragmentos
(escamas) do material original. As escamas têm formas irregulares e espessuras variáveis.
Geralmente, são constituídas por material aparentemente intacto. Muita vezes, por baixo delas,
podem ser observadas eflorescências.
Alguns destes casos são, inúmeras vezes, causa de disputas entre os clientes e os produtores,
fornecedores ou aplicadores da pedra, acarretando transtornos e despesas. Outras vezes, o caso fica
a dever-se inteiramente ao utilizador.
Como remediar ou tratar as superfícies manchadas?
Sempre que possível, limpe imediatamente com uma folha de papel absorvente os produtos
derramados. Se a pedra embebeu algo, limpe as superfícies com um detergente neutro apropriado
para pedra natural e depois lave abundantemente com água tépida. Para melhores resultados, utilize
um esfregão suave e limpo em pisos e um pano macio para as outras superfícies. Se a mancha não
sair, pode ser necessário aplicar um emplastro, caso em que deve consultar um especialista em
remoção de manchas. De qualquer modo, encontra na resposta à pergunta USP 13 alguns produtos
recomendados para a remoção de diversos tipos de manchas na pedra natural.
Deveremos assinalar que o método de limpeza mais adequado não deve, em caso algum, alterar o
aspecto visual da pedra (cor, textura e brilho), deixar manchas ou gerar eflorescências. Muitas vezes,
quando da colocação em obra ou após as acções de limpeza, pode ser justificável o tratamento da
superfície da pedra com hidrofugantes ou hidrorrepelentes para diminuir a sua vulnerabilidade às
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impregnações. E para esse efeito existem vários produtos que não a mancham e mantêm a
capacidade protectora por largos anos, mesmo nas condições menos favoráveis.
Finalmente, note ainda o seguinte: nunca coloque objectos quentes directamente sobre a superfície
das pedras. Utilize sempre uma base sob os tachos, panelas ou pratos quentes e proceda de igual
modo para objectos que podem arranhar algumas pedras, colocando sobre bases ou suportes macios
as peças de cerâmica, de prata ou de outros metais susceptíveis de serem arrastadas
inadvertidamente
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