2015-07-06 - Zarpar - Ouvidoria de Lagoa
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2015-07-06 - Zarpar - Ouvidoria de Lagoa
Atlântico Expresso Fundado por Victor Cruz - Director: Américo Natalino de Viveiros - Director-Adjunto: Santos Narciso - 6 de Julho de 2015 - Ano: XVI - N.º 85756 - Preço: 0,90 Euro - Semanário Nota de Abertura Obsessão desnecessária! Tornou-se moda. Inunda rádios, televisão, jornais, redes sociais e conversas. “Tudo por causa do Turismo”. Mais uma “vaca sagrada”. Lixo nas ruas? Contentores por despejar? Falta de civismo? O que dirão os turistas? Deficiências e erros na maneira de atender um cliente, num restaurante, num café ou num estabelecimento? Belo cartão de apresentação para os turistas! Exploração de alguns prestadores de serviços? Vandalismo que parte, destrói e inutiliza muitos equipamentos públicos? Sem-abrigo a dormir na rua? E queremos ter turistas! O rol poderia continuar. É uma obsessão desnecessária e primária, como se de um dia para o outro tivéssemos deixado de ser quem somos para nos tornarmos servos de uma nova gleba, agora voltada para uma diferente monocultura, chamada turismo. Parece que desapareceram todos os problemas da Região, relegados para plano inferior, na miragem do novo filão que chegou avassalador, tão avassalador que até se tornou bandeira política, com todos a querer os louros da poção mágica que foi a liberalização aérea, os mesmos que sacodem para longe os insucessos regionais em tantos domínios, como a Saúde, a Educação, a pobreza e as drogas em que continuamos a bater recordes sem que ninguém deles queira ser pai. Sempre fomos dados a ciclos produtivos e nunca aprendemos que viver de ciclos gera desequilíbrios graves e é prenúncio de crises agudas no fim de cada um deles. Foi assim com o pastel, com os cereais, com a laranja, com o ananás, com a lavoura e promete ser assim com o turismo. É certo que só aprendemos a nadar quando nos atiramos à água, mas é preciso reconhecer que não estávamos preparados para esta brusca mudança, apesar de avisados há anos. Da mesma forma que estávamos avisados há anos que acabariam as quotas leiteiras e agora é que estamos a pensar no “como vai ser”. Chamar o Turismo para tudo é mesmo uma obsessão desnecessária, ofensiva da nossa dignidade e identidade, porque, se havia vida antes “deste” turismo, também a há, ou deve haver, para além dele. Ao ver um sem-abrigo dormir na rua ou agir contra todas as regras sociais e de bem-parecer, o meu último pensamento deve ser a impressão que isto causa nos turistas, até porque este fenómeno é transversal a todos os locais do mundo, com ou sem turismo. A minha primeira preocupação deve ir para as causas sociais que levam a que muitas pessoas desçam todos os degraus da dignidade humana ao ponto de já não serem capazes do mínimo que é aceitar um lugar para dormir ou cumprir regras tão simples como ter um horário ou cuidar da sua higiene. Ao ver um deficiente serviço, num restaurante, num estabelecimento, num táxi, ou em qualquer outro lugar, o primeiro pensamento será sobre a Educação e formação que foi dada às pessoas durante todos estes anos. Milhões e milhões do Fundo Social Europeu foram derramados durante anos por estes Açores abaixo. Alguns enriqueceram, mas é justo perguntar onde está o fruto da aprendizagem na multiplicação de escolas profissionais para todos os gostos e caprichos, nos cursos e nos estágios. Mas esta pergunta não é, ou não deve ser por causa dos turistas. É por nós próprios. Pelo nosso desenvolvimento, pela evolução do nosso pensamento e da nossa maneira de ser, não como “cartão-de-visita” para turista ver, mas como afirmação do Povo que somos. O Turismo é uma indústria, como tantas outras que temos e que queremos ter. É sector fundamental para gerar riqueza e emprego, mas não é “vaca sagrada” a quem tudo se quer sacrificar, vendendo mesmo o que de mais sagrado temos que são as nossas tradições que não se podem tornar numa montra de realizações sem alma, apenas para turista ver, como é, por exemplo, colocar foliões do Espírito Santa a cantar à porta de um paquete que chegue às Portas do Mar. Quem vende o quem a pedir vem. Ditado que se aplica bem a esta obsessão desnecessária! Santos Narciso Enquanto no país é aos 18 anos Nos Açores compra-se e bebe-se com 16 anos Os jovens com idade igual ou superior a 16 anos não estão proibidos de comprar bebidas alcoólicas na Região, já que a legislação nacional que interdita o consumo e a venda de álcool a menores de 18 anos, e que entrou em vigor no dia 1 de Julho, não se aplica à Região Autónoma dos Açores. Isto depois de tanto pág. 2 que se fez para a Região ser pioneira... Patrão Neves Há turistas que vêm aos Açores para estarem com vacas “Neste momento há uma grande ânsia de uma população que é cada vez mais urbana, de ter a experiência do campo. Há muitas famílias que querem que os seus filhos tenham a experiência do campo. E nós temos um turismo, neste momento, a arrancar em grande força. E creio que, aqui, a agricultura não pode perder a oportunidade de beneficiar desta nova abertura dos Açores ao turismo”, afirma Maria do Céu Patrão Neves que é também apologista numa diversificação agrícola nas próprias explorações pecuárias. págs. 6 e 7 Escola Forcabe Padre Nuno Maiato Alunos quase todos com emprego no final dos cursos Fazer sair as pessoas do comodismo e da indiferença... Há três anos nos Açores, a escola de formação de cabeleireiros Forcabe já formou 32 cabeleireiros e várias manicuras, esteticistas e cosmetologistas. pág. 3 O Festival Zarpar, que se realiza na Lagoa, entre 10 e 12 de Julho, promove exposições permanentes que pretendem tirar os jovens do comodismo e da indiferença. págs. 8 e 9 2 Reportagem Segunda-feira, 6 de Julho de 2015 Atlântico Expresso Alvarino Ferraz Pinheiro, psicólogo Nova lei do álcool é mais uma regra para quebrar Desde 1 de Julho é proibida a disponibilização, venda e consumo de qualquer tipo de bebida alcoólica a todos os menores de 18 anos, segundo um diploma recentemente publicado em Portugal continental. Mas a mudança legislativa não abrange os Açores porque a Região tem regulamentação própria que permite a venda e o consumo a partir dos 16 anos. Este decreto-lei vem efectivar a alteração à lei que se encontrava em vigor e que previa uma diferenciação entre as bebidas espirituosas, permitidas a partir dos 18 anos, e as restantes (vinho e cerveja), que podem ser consumidas a partir dos 16 anos. A alteração constante do diploma agora publicado decorreu da avaliação prevista na legislação em vigor desde 2013. Segundo o texto do decreto-lei, a evidência científica demonstra a existência de padrões de consumo de alto risco de bebidas alcoólicas, como a embriaguez e o consumo ocasional excessivo, também designado por ‘binge drinking’, especialmente em adolescentes e jovens adultos. Da mesma forma, está demonstrado cientificamente que “a experimentação do álcool é cada vez mais precoce em crianças” e que “a precocidade do início de consumo é responsável por uma maior probabilidade de ocorrência de dependência alcoólica”. Em termos de consequências para o desenvolvimento das crianças e jovens, a precocidade no consumo de álcool tem “consequências directas a nível do sistema nervoso central, com défices cognitivos e de memória, limitações a nível da aprendizagem e, bem assim, ao nível do desempenho escolar e profissional”. A exposição prolongada e continuada ao álcool está também associada a uma probabilidade de desenvolvimento de cancro, acrescenta ainda o diploma. Estes factores estiveram na base da proibição de vender bebidas espirituosas a menores de 18 anos e outras bebidas alcoólicas a menores de 16, mas “não ocorreram alterações relevantes no padrão de consumo”, após a entrada em vigor da lei (Abril de 2013). Segundo o diploma agora publicado, verificou-se mesmo a continuação dos “comportamentos de risco e excesso de consumo”, sendo que “foram os jovens de 16 anos, em particular, os que mais mencionaram um aumento da facilidade de acesso a bebidas alcoólicas, com qualquer graduação e álcool”. O Governo da República justifica assim a necessidade de “melhores medidas de protecção dos menores no que toca ao acesso a bebidas alcoólicas”, salientando não pretender “sancionar ou penalizar comportamentos”, mas minimizar o consumo por adolescentes de foram progressiva. A idade de consumo de álcool, na prática, não existe, como sabemos pela observação do dia-a-dia. Porém, não é incomum a proibição de qualquer coisa induzir o consumo através da apetência pelo “fruto proibido” e pelo sentido de revolta. Será este risco real no caso desta lei? Na verdade, os comportamentos de transgressão nos jovens adolescentes têm uma maior frequência e intensidade, e até determinado nível até são perfeitamente compreensíveis e aceitáveis. Neste caso será mais uma regra para quebrar. O problema está nas consequências muito negativas que o consumo precoce de álcool traz às crianças e jovens no seu percurso de vida. A sociedade tem que se concentrar nas soluções reabilitadoras e preventivas para o problema do consumo de álcool nos jovens, focando-se na sensibilização junto das famílias, escolas e instituições socioculturais. Não nos podemos esquecer do papel que os municípios deveriam exercer neste contexto. Há nas nossas sociedades uma tendência para responsabilizar os jovens por muita coisa - até criminal - em idades cada vez mais tenras e, ao invés, não os considerar responsáveis em matérias como, por exemplo, o consumo de álcool ou até o voto (só possível a partir dos 18 anos). Esta dicotomia faz algum sentido? Não é fácil responder. No meu entender, os jovens adolescentes devem ter um papel mais activo na nossa sociedade, devem participar de uma forma responsável nas nossas decisões comunitárias. Devem fazer um percurso orientado para os direitos e deveres. Talvez faça sentido diminuir a idade de direito ao voto para os 16 anos, podíamos assim dar uma lufada de ar fresco à nossa democracia. A irreverência dos 16 anos seria mais difícil de ser manietada pela tendência formatadora dos partidos políticos. Mas a mudança legislativa não abrange os Açores porque a Região tem regulamentação própria que permite a venda e o consumo a partir dos 16 anos. A idade para consumo de álcool subiu para os 18 anos a nível nacional, permanecendo nos 16 anos Açores (ao que tudo indica). Haverá, desta medida nacional, benefícios reais previsíveis? A curto e médio prazo esta regulamentação por si só não trará grandes alterações ao padrão de consumo dos jovens portugueses. Também é preciso compreender que estes fenómenos ligados à adolescência e aos comportamentos aditivos não se resolvem unicamente com mudanças legislativas, é necessário enquadrar estes comportamentos na vivência individual e grupal dos jovens e na dinâmica social e cultural das comunidades onde estão inseridos. O estado tem tendência em desculpabilizar-se nestas questões ligadas às substâncias psicoactivas através da criação de leis e de decretos que depois se revelam inócuos. De qualquer forma, não faz sentido que seja permitido consumir álcool nos Açores aos 16 anos e em Lisboa só aos 18 anos. Assistimos a cada vez mais proibições e limitações nas nossas sociedades. Fará sentido retomar a velha máxima “É proibido proibir”? As sociedades modernas não convivem muito bem com as proibições, com os preconceitos, com o excesso de controlo e autoritarismo. Temos que investir na responsabilização, na educação, no conhecimento e na aceitação da diferença. Álcool nos Açores a partir dos 16 anos Região Autónoma dos Açores. A explicação, segundo o DI apurou junto da entidade responsável, a Direcção Regional da Saúde, prende-se com o facto de esta ser uma matéria sobre a qual a Região tem competências para legislar, mantendo-se então, em todo o arquipélago, o regime jurídico estabelecido no Decreto Legislativo Regional n.º 14/2008/A, de 11 de Junho de 2008. No que diz respeito aos jovens, e segundo o Artigo 3.º Presidente do grupo parlamentar do PS/Açores diz que a lei regional deste decreto regional, que esde venda de álcool a menores já está a ser debatida internamente tabelece as regras da venda e do consumo de bebidas alcoólicas Os jovens com idade igual ou superior a 16 anos não estão proibidos de comprar bebidas alcoólicas na na Região, “é proibido vender ou colocar à disposiRegião, já que a legislação nacional que interdita o ção, com objectivos comerciais, bebidas alcoólicas consumo e a venda de álcool a menores de 18 anos, e em espaços públicos ou espaços abertos ao público a que entrou em vigor no dia 1 de Julho, não se aplica à menores de 16 anos”. Além disso, são também proibidas quaisquer campanhas publicitárias a marcas de bebidas alcoólicas em eventos ou actividades “em que participem menores ou se destinem especificamente a esse segmento etário”. “A fiscalização do cumprimento do disposto neste diploma”, diz o Artigo 7.º, “é da competência da Inspecção Regional das Actividades Económicas (IRAE)”. Já a lei a nível nacional é fiscalizada pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), com o apoio da Polícia de Segurança Pública (PSP) e da Guarda Nacional Republicana (GNR). Não se aplicam, assim, nos Açores, ao contrário do que tem sido dito em alguns meios regionais, as alterações à legislação sobre o álcool aprovadas no decreto-lei nº 106/2015 do dia 23 de Abril a nível nacional. Discussão parlamentar Apesar do decreto legislativo regional se sobrepor à lei nacional, já está a ser estudada também na Região uma eventual alteração da lei de restrição de venda e consumo de bebidas alcoólicas aos jovens. Segundo disse ao DI o presidente do grupo parlamentar do PS/Açores, Berto Messias, “já houve oportunidade de se discutir esse assunto internamente, no grupo parlamentar”, tendo já sido aberto um debate interno sobre qual o melhor percurso a adoptar, se a manutenção da lei regional, se a adaptação dessa lei às recentes alterações registadas a nível nacional. Farão parte desta discussão, segundo Berto Messias, vários especialistas na área que darão o seu parecer sobre a matéria. O Decreto Legislativo Regional n.º 14/2008/A estabelece ainda as coimas, no caso de contra-ordenação por violação do disposto no Artigo 3.º, como sendo de 750 euros a 3 740,98 euros, “se o infractor for uma pessoa singular”, ou de 5 000 a 44 891,81 euros “se o infractor for uma pessoa colectiva”. Já o decreto-lei nº 106/2015, publicado em Diário da República, situa as coimas de venda de álcool a menores de 18 anos entre os 500 e os 30 mil euros. AE/DI Reportagem 3 Atlântico Expresso Segunda-feira, 6 de Julho de 2015 Escola de formação Forcabe Uma escola com 90% de empregabilidade e alunos colocados no estrangeiro Há três anos nos Açores, a escola de formação de cabeleireiros Forcabe já formou 32 cabeleireiros e várias manicuras e esteticistas cosmetologistas. Sendo uma escola privada, os alunos gostariam de ter algum apoio financeiro até porque a alteração curricular já introduziu o inglês com atendimento ao público nos cursos. Tudo para prestar serviços de qualidade, certificados, não só para os locais mas também para o turismo. tar, junto das entidades oficiais, conseguir que alguns módulos dos cursos que oferece dêem equivalência em termos curriculares. E desabafa que “se é exigido pela lei que tenham o 9º ano, percebo que seja uma mais-valia para eles, mas às vezes teríamos de ter os psicólogos a trabalhar no terreno. Se tiver uma jovem que tudo indique que a vocação dela é ser cabeleireira, porque é que ela tem de estar noutros cursos? Essa jovem chega cansadíssima às aulas pós-laborais, não tanto física mas psicologicamente, porque pensa todos os dias que tem de estar num sítio que não quer para lhe passarem a equivalência ao 12º ano”. Quando terminar o curso de cabeleireira e tiver de fazer formação em contexto de trabalho, ou seja um estágio, “vou ter de lhe dizer que tem de fazer ao sábado”, adianta. Muitos até vão prescindir de horas do seu fim-de-semana para perseguirem o sonho de trabalhar na área da estética. Mudança curricular Em três anos a Forcabe Açores já formou 32 cabeleireiros, 10 manicuras e cinco esteticistas cosmetologistas já estão agora a terminar o curso. A taxa de empregabilidade dos jovens é de 90% e já vários abriram os seus próprios salões e até se internacionalizaram. Elsa Martins, coordenadora da Forcabe Açores, explica que já sete jovens cabeleireiros abriram os seus próprios salões, que complementaram com serviços de estética e manicura e para tal contactaram colegas de curso. Há também três jovens que se aventuraram pelos Estados Unidos da América e Bermuda, onde exercem as suas profissões na área de cuidados de beleza e estética. Também são vários os salões de São Miguel que, numa base diária, ligam para a escola para “a pedir cabeleireiras, manicuras e área de estética” e que também estão “de portas abertas” para receber os jovens na formação em contexto de trabalho. A Forcabe de Ponta Delgada foi a segunda escola a abrir a nível nacional, sendo que agora o universo Forcabe contempla 15 escolas que oferecem cursos de cabeleireira, esteticista, manicura e massagista de estética. Os cursos profissionais são certificados pela Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) e no final do curso os alunos recebem o diploma final, que substitui as antigas carteiras profissionais. No entanto, a Forcabe é uma escola público-privada, que coloca alguns entraves aos alunos. Elsa Martins explica que apesar de serem uma escola de formação profissional privada “regemo-nos pelas regras da DGERT que nos promove as certificações” e as queixas dos alunos vão no sentido de terem de pagar os cursos às suas custas e não receberem qualquer apoio, como as outras escolas profissionais da região. “Como somos escola privada, não temos possibilidade dos jovens terem esse apoio, nem que fosse algo equivalente ao apoio dado ao transporte ou alimentação, pois o pouco que fosse eles iriam agradecer”, refere Elsa Martins que acrescenta que quem está ali “é porque tem um sonho e gosta de seguir o curso que está a tirar e não são obriga- dos a fazer o que não gostam”. Essa é outra das “complicações” que alguns alunos que frequentam a Forcabe têm de lidar diariamente. É que para se tirar um curso profissional de cabeleireiro na Forcabe é preciso ter apenas o 9º ano mas o curso tem a duração de 19 meses sem no entanto dar equivalência ao 12º ano. Aí coloca-se a verdadeira “complicação”. É que alguns dos jovens estão inscritos no centro de emprego e enquanto estiverem no curso a escola passa uma declaração e os jovens deixam de ser obrigados a comparecer às formações e formações do centro de emprego. Mas os jovens que têm apenas o 9º ano têm sido chamados para tirar o 12º ano, ou seja, para completarem o ensino secundário através da realização de cursos profissionais. “Temos jovens que estão num impasse porque o sonho deles é ser cabeleireiros e estão noutros cursos para tirar o 12º ano e que não têm nada a ver com eles”, como uma aluna que durante o dia está a tirar o curso de carpintaria e, em horário pós-laboral, paga o seu curso de cabeleireira porque “esse é o seu sonho”. Elsa Martins explica que a Forcabe está a ten- Recentemente foi introduzida nos quatro cursos oferecidos pela Forcabe a disciplina de inglês com atendimento ao público. “Ou seja, há também uma especialização nessa área e poderá ser um complemento turístico”, refere Elsa Martins que quando se fala em apostar no turismo se fala em apoiar a prestação de serviços de qualidade e aí também se tem de falar de “bons cabeleireiros, boas manicuras, boas esteticistas e boas massagistas, e certificadas para tal”. Aposta no turismo, diz, “não é só apostar nas empresas de passeios pedestres ou de whale watching, mas apostar em oferecer serviços de qualidade” e dá um exemplo. “Eu sou turista, vou fazer um trilho, fico com uma bolha de água e vou ao hospital. Mas se tiver no hotel alguém especializado em cuidados de beleza e na parte do bem-estar a quem possa recorrer, evitava ir ao hospital”, destaca. Com um balanço muito positivo durante os três anos de actividade da Forcabe em Ponta Delgada, Elsa Martins destaca também a abertura da sociedade à escola. Não só quando são necessários “modelos” para cortar cabelo, fazer depilação ou outros tratamentos, mas também quando é necessário que os alunos interajam com a sociedade. Um exemplo foram os penteados feitos “gratuitamente” pelos alunos a 57 crianças que participaram nas marchas da Ribeira Seca. Há ainda parcerias estabelecidas com a Câmara Municipal de Ponta Delgada que indica pessoas com dificuldades mas que “também precisam de cuidar de si” e vão à escola para serem “mimadas”, assim como os sem-abrigo que vão às instalações, indicados pelas instituições que os acolhem, para usufruir de um corte de cabelo. A Forcabe trabalha também com associações de jovens com dificuldades e necessidades especiais, bem como com lares de 3ª idade. Há ainda a questão social dos alunos que, Elsa Martins afiança que “nunca ninguém deixou de tirar o curso só por ter dificuldades” e dá o exemplo de dois jovens institucionalizados que estão a frequentar o curso de cabeleireiro e uma espécie de bolsa de formação que atribuíram a um jovem cujo sonho era ser cabeleireiro. “A escola foi contemplada com apoio no âmbito do INTEGRA e na altura tínhamos 30 alunos e alguns com dificuldades. O valor atribuído era o custo de um curso de cabeleireiro e propusemos à Câmara Municipal uma parceria e os alunos com mais dificuldades candidatavam-se àquela bolsa junto das assistentes sociais que fizeram todo o processo”, explica Elsa Martins. O jovem contemplado “tinha bastantes dificuldades”, mas era muito bom tecnicamente e “era um óptimo profissional”. A aposta foi correcta já que o mesmo jovem já está inserido no mercado de trabalho com contrato a tempo inteiro. Este, como os mais de 30 jovens que concluíram o curso, vão receber hoje à tarde o diploma final de curso, que é o equivalente à antiga carteira profissional. Carla Dias Atlântico Expresso 4 Entrevista Segunda-feira, 6 de Julho de 2015 Roberto Sá, da Associação de Nadadores Salvadores dos Açores tranquiliza população “Estão reunidas todas as condições para os banhistas se sentirem seguros este Verão” Este ano estão galardoadas com Bandeira Azul 31 praias e cinco marinas no nosso arquipélago. Ao todo estão ao serviço da população açoriana, 52 nadadores salvadores, sendo que, ao contrário do que aconteceu na época balnear do Verão passado, não há registo, agora, de nadadores salvadores desempregados, mesmo apesar dos cortes financeiros levados a cabo pelas entidades que gerem as praias açorianas. Neste sentido, Roberto Sá, da Associação de Nadadores Salvadores dos Açores, considera que estão reunidas “todas as condições para os banhistas se sentirem seguros este Verão”. A época balnear já começou nos Açores. Está garantida a presença de nadadores salvadores em todos os locais onde é exigida a presença destes ou face à crise os cortes levam a poupança nas equipas de nadadores? Felizmente de ano para ano, tem havido um progresso cada vez melhor na formação de Nadadores Salvadores (NS), isso deve-se ao facto de haver um melhor planeamento, e de uma melhor experiência das entidades competentes que organizam essas formações, originando um melhor conhecimento do número de NS existentes para exercerem essa honrosa função, e não permitindo que haja falta de NS nos Açores, bem como empregar todos os que tenham a sua formação válida. Este ano a ANSA tem mais ou menos protocolos com autarquias açorianas? A ANSA tem protocolos com cinco entidades açorianas, em diferentes ilhas e diferentes concelhos, contando já com três delegações, São Miguel (Santa Maria), Terceira e Faial (ilhas do Triângulo), estamos como é óbvio orgulhosos por confiarem no nosso trabalho e acreditarem em nós, e graças a essa confiança temos desenvolvido o nosso projeto nos Açores, conseguindo ao fim de 5 anos estarmos representados em seis ilhas diferentes, e sermos na Região Autónoma dos Açores a primeira pessoa colectiva devidamente licenciada pelo ISN a assistência a banhistas. Há nadadores que estão desempregados. Esta é uma situação que já atinge quantos elementos e por que razões? Que tenhamos conhecimento, não há Nadadores Salvadores desempregados nos Açores, até porque esse trabalho é apenas sazonal, e todos os Nadadores Salvadores conseguiram ser contratados. A Autoridade Marítima realizou com a ANSA este ano formação para nadadores? Quantos elementos estiveram presentes, de que idades, e quais as razões que motivaram estes jovens a fazer esta formação? A ANSA conta nos seus corpos dirigentes com 3 formadores do ISN, logo algumas das formações nos Açores contarão sempre com a nossa colaboração devido a esse facto. O ISN promoveu nos Açores cinco cursos de nadador salvador, sendo admitidos no mínimo 15 e no máximo 25 formandos, e todos os formandos têm que ter mais de 18 anos. A formação de nadador salvador tem vindo a ter maior procura de ano para ano, os motivos são vários, vai desde o desemprego que se faz sentir no país, à formação pessoal, à melhoria da imagem do nadador salvador por desempenhar melhor as suas competências e estudantes procurarem essa oportunidade para realizarem algum dinheiro, ajudando assim nos seus estudos. Que projectos tem a ANSA neste momento em desenvolvimento ou em estudo? Em 5 anos de existência já desenvolvemos mais de 250 actividades todas relacionadas com a nossa estrutura, que conta com a formação, sensibilizações, actividades desportivas, convívios, equipas de nadadores salvadores, protocolos e ambiente, são esses os nossos princípios gerais que temos vindo a respeitar, tentando melhorar as nossas actividades de ano para ano, servindo também de exemplo para outras entidades nos Açores, que têm seguido os nossos passos, significando assim que estamos todos a caminhar no caminho certo. Quantos nadadores tem a ANSA ao seu serviço este ano? Ao todo temos 52 nadadores salvadores a colaborar com a nossa Associação. Que antevisão faz, enquanto responsável máximo da ANSA, da época balnear que está agora a dar os primeiros passos em 2015? Tendo em conta a dedicação que assistimos esse ano das entidades competentes na organização dos cursos de nadador, do esforço dos formandos em adquirirem bons conhecimentos, dos concessionários criarem boas condições de trabalho para os nadadores salvadores, antevejo uma boa época balnear nos Açores, estando criadas todas as condições para os banhistas se sentirem seguros esse verão de 2015. Ana Coelho Fotos: ANSA Açores com maior número de marinas galardoadas com bandeira azul em 2015 A Região Autónoma dos Açores regista o maior número de marinas/ portos com bandeira azul em 2015, com cinco galardões, apesar da saída de Vila Franca do Campo, foi recentemente anunciado. O presidente da Associação Bandeira Azul, José Archer, indicou que os galardões, símbolos de qualidade, foram conquistados pelas marinas da Horta, Ponta Delgada, Angra do Heroísmo, Praia da Vitória e Vila do Porto. Nas praias, o galardão foi atribuído a 31 estâncias, de 11 concelhos, registando-se três reentradas: Calhetas, Barro Vermelho e Cais do Pico. Da lista de praias distinguidas saíram Carapacho, Almoxarife, Baixa da Areia e Vinha da Areia. O responsável recordou, que tal como em praias da Madeira e do Continente, houve nos Açores dificuldades na transposição da directiva europeia sobre qualidade da água balnear. O júri de atribuição da bandeira deixou de se reportar aos resultados do ano anterior para contabilizar as últimas 20 análises. Como a periodicidade obrigatória de análises passou de quinzenal para mensal, José Archer, referiu que os municípios passaram a ter cerca de cinco anuais, pelo que um mau resultado faz mais facilmente baixar a qualidade de excelente. A bandeira azul vai ser hasteada este ano em 299 praias, mais uma do que em 2014, e em 15 marinas, menos duas que no ano passado, anunciou hoje o presidente da Associação Bandeira Azul. 31 praias com Bandeira Azul Em 2015 o Júri Internacional atribuiu o galardão “Bandeira Azul” a 31 zonas balneares (praias costeiras), abrangendo um total de 11 concelhos dos Açores. Ao nível das praias verificam-se 3 reentradas (Calhetas, Barro Vermelho, Cais do Pico) e 4 saídas (Carapacho, Almoxarife, Baixa da Areia, Vinha da Areia), havendo ainda a assinalar a saída da marina de Vila Franca do Campo. A “Bandeira Azul” é atribuída anualmente às zonas balneares, marinas e portos de recreio que apresentam a sua candidatura e cumprem um conjunto de critérios de natureza ambiental, incluindo a qualidade da água, e também de segurança e conforto dos utentes e de informação e sensibilização ambiental. Em Portugal, a organização do Programa Bandeira Azul é da competência da Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE), estando a coordenação nos Açores a cargo da Secretaria Regional do Mar, Ciência e Tecnologia, através da Direcção Regional dos Assuntos do Mar. Os Açores vão ser palco de uma das 3 cerimónias oficiais de hastear das primeiras Bandeiras Azuis de 2015. Leituras 5 Segunda-feira, 6 de Julho de 2015 Atlântico Expresso O GILVAZ Venturas e desventuras de mui ilustres figuras Não há cidade, ou Vila, que não tenha as suas histórias relacionadas com a estatuária. Quer pela sua concepção, quer pela sua localização. A criação artística está sempre sujeita à crítica e ao gosto individual e a localização das estátuas, normalmente dá origem a debates locais que despertam paixões e dividem opiniões, merecedoras de sorriso contemporizador quando, anos depois, as lemos nos arquivos dos jornais. No caso concreto de Ponta Delgada, e a meados do século passado, a estátua de Gonçalo Velho Cabral, na praça do mesmo nome, foi rodeada de polémica de tal ordem que ainda hoje se fala na “troca da estátua”, embora nunca se tenha sabido ao certo que troca aconteceu então. Passado meio século, histórias contadas, lendas aumentadas e emoções incontidas são mote para um livro do Major-General José Alfredo Ferreira Almeida, intitulado “O Gilvaz”, com chancela das Letras LAVAdas Edições e que foi apresentado em Maio passado, na Sala da Bateria Príncipe Regente do Museu Militar, no Castelo de São Brás, pela Professora Susana Goulart Costa, também prefaciadora da obra. São mais de duas centenas e meia de páginas de cativante leitura, enriquecida com centenas de fotografias e gravuras que nos transportam a um passado em que a história se conta e se mistura com o sabor da crónica eivada de boa disposição e humor, como é timbre de Ferreira Almeida e que já havíamos apreciado na sua anterior obra “ A Campanha do Ananás”, apresentada em 2013. Como escreve Susana Goulart Costa no prefácio, “a obra de José Alfredo Ferreira Almeida parte, pois, de uma interrogação sobre a origem, identidade e peripécias do primeiro capitão da ilha de São Miguel e a sua corporização cinco séculos depois. Mas a forma como o autor pega num tema que poderia ser monótono e linear é extraordinária. Primeiro, porque cria um ambiente teatral, que envolve diversas figuras que entram e saem de cena, enriquecendo o ritmo da escrita. As personagens fluem com naturalidade e o discurso é, afinal, uma aventura”. Para quem conhece, vive e ama Ponta Delgada, há neste livro motivos de sobra para um verdadeiro prazer de aprender ou recordar momentos passados de vida que ainda está na memória de muitos. O Aterro, “ponto de partida para a narrativa das venturas e desventuras das estátuas de Frei Gonçalo Velho e do Arcanjo São Miguel, padroeiro da Ilha Verde” e outras estátuas que com elas se relacionam; como se realizou, em 1932, a celebração do V centenário das descobertas e a polémica que isso originou; a viagem de Carmona que foi cancelada com todos os preparativos já feitos e tantos episódios que rodearam aquela altura fértil de festa e polémica. Um dos capítulos do livro narra, de forma espectacular, como se de um filme se tratasse, como se iniciaram as obras da Avenida Litoral que tinha projecto inicial para ir do Aterro à Calheta e acabou por ficar por São Pedro. Avenida cujo nome deu “pano para mangas”. Esteve para ser Avenida de Portugal, Avenida dos Descobrimentos, Avenida do Atlântico, Avenida Gonçalo Velho e depois ficaria dedicada ao Infante D. Henrique que já tinha estátua em Vila Franca desde 1932, estátua essa que também tem história engraçada, pois que inicialmente destinada a Sagres, acaba por vir em jeito de oferta para a antiga capital da Ilha. Fascinante é ler as peripécias que rodearam a chegada da estátua de Gonçalo Velho, em 1956, recebida com indiferença, numa enorme grade que veio no porão do velho “Lima” e ficou tempos sem fim, no meio da praça a ela destinada, “estirada ao comprido”, motivando acerbas e mordazes críticas da imprensa local; mas mais fascinante ainda, neste livro, é seguir com o General Ferreira Almeida, seu autor, o rasto de qual seria então a verdadeira estátua que se destinava a Ponta Delgada e que foi trocada. É o próprio autor que escreve que “ antes de perseguir estas pistas, armado em rafeiro de faro apurado, de “parar e trazer”, pusemo-nos a caminho durante alguns anos, por trilhos e atalhos da imprensa local e vias-rápidas e auto-estradas da internet, e reviramos do avesso a estatuária portuguesa espalhada pelos quatro cantos do mundo – as obras e os escultores da primeira metade do século XX”. E isto leva o leitor deste “GILVAZ”, “desde o rectângulo continental aos arquipélagos atlânticos, à costa Africana, aos confins do antigo império colonial, ao Novo Mundo”. Recordo-me de uma conversa que tive há anos com o General Ferreira Almeida e em que lhe contei que também eu e outros micaelenses, mobilizados para a guerra colonial, na Guiné, agora Guiné-Bissau, ao passarmos pela estátua de Diogo Cão, com a mão sobre os olhos, em jeito de quem ausculta a lonjura… dizíamos que aquela era a estátua que deveria estar em Ponta Delgada. Afinal era falso alarme porque a estátua deveria ser de Diogo Gomes e não Diogo Cão… E é pela história de um gilvaz “uma cicatriz” que Ferreira Almeida assenta a sua teoria de que a estátua do fundador da cidade de Luanda, Paulo Dias de Novais será o Gonçalo Velho, de Ponta Delgada. Pelas cicatrizes, porque Gonçalo Velho Cabral tinha mesmo uma grande cicatriz junto a um dos olhos. O resto, o resto do mistério está no livro que vale a pena ler, porque nos deleita com saborosa prosa e com poesia, desde a quadra popular, à quintilha e ao soneto. E como diz a autora do prefácio, Susana Goulart Costa, “desengane-se, porém, o leitor, se considerar que a encenação humorística da obra remete para a tipologia de um livro de curiosidades. Pelo contrário, o livro “O Gilvaz – Venturas e Desventuras de Mui Ilustres Figuras” baseiase numa vasta investigação, que abordou fontes diversas e que nos permite conferir plena dignidade e todo o trabalho de pesquisa. Resta-me acrescentar, como já referi, há dois anos quando escrevi sobre o livro “ A Campanha do Ananás”, que José Alfredo Ferreira Almeida impõe-se pela simplicidade, aliada à profundidade de quem mantém um invejável espírito de contínua aprendizagem e de trabalho em prol da sociedade, a ver pelas muitas iniciativas culturais em que participa e pela variadíssima colaboração na imprensa, como aconteceu no caso concreto deste livro que tem como fio condutor uma longa série de artigo que foi publicando no jornal “Terra Nostra” e que em boa agora aqui estão, em livro, numa versão “substancialmente alargada” que recomendo vivamente, deixando um abraço ao seu autor por mais estes momentos de prazer e cultura que me proporcionou com a sua leitura. Santos Narciso Atlântico Expresso 6 Reportagem Segunda-feira, 6 de Julho de 2015 A agricultura açoriana “não pode perder a oportunidade de beneficiar da nova abertura dos Açores ao turismo” Há agricultores que não estão conseguir resistir ao embate do fim das quotas, e o Governo dos Açores tem que os apoiar, afirma Maria do Céu Patrão Neves “Eu acredito que nós estamos, neste momento, numa fase de forte embate a que os mais fortes vão resistir. Esses mais fortes são responsáveis por um patamar superior na nossa produção de leite...”, contrapõe Maria do Céu Patrão Neves que também aponta alguns caminhos: Diversificação Agrícola e aproveitamento dos fluxos turísticos para aumentar o rendimento das explorações. trabalho tem que ser feito. Atlântico Expresso - A Agricultura açoriana está a ficar com menos e maiores explorações agrícolas… Maria do Céu Patrão Neves (Assessora do Presidente da República para a Agricultura e Pescas) - A agricultura açoriana tem, neste momento, condições para crescer e nós precisamos que ela, efectivamente, cresça. Vivemos um momento de grande aposta política na agricultura a nível nacional e a nível regional também. E, por isso, as condições são favoráveis. Indubitavelmente que há trabalho a fazer. Mas é preciso que este trabalho seja feito porque temos potencial, tanto a nível de recursos humanos, como capacidade produtiva instalada. Precisamos de encontrar linhas inovadoras de desenvolvimento do que já temos e algumas culturas complementares que possam contribuir para uma estabilidade do rendimento do agricultor que é, verdadeiramente, fundamental para que ele possa, depois, avançar para novos projectos. A baixa contínua do preço do leite tem sido um dilema para os agricultores açorianos… É verdadeiramente dramática. Esta baixa do leite é dramática em si mesmo. É dramática porque está integrada em condições que, em grande parte, fogem ao nosso controlo. Estou a referir-me ao embargo russo, primeiro momento que desencadeou o princípio da baixa. Todos os países de Leste que exportavam para a Rússia, foram inundando o mercado europeu, e, por isso, foram ocupando um espaço que é essencial para nós. Depois, o fim das quotas leiteiras, a 1 de Abril, foi o segundo momento realmente preocupante. Há um terceiro aspecto. A produção de leite a nível mundial está também a aumentar. E, por isso, o espaço para os nossos produtos começa a ser cada vez mais pequeno. E, por isso, aqui também, há um trabalho a ser feito quer junto das institui- União Europeia deve apoiar os Açores por fora do POSEI, defende Patrão Neves ções europeias porque o contexto é alargado, quer internamente. Ao nível das instituições europeias, tem de se criar, verdadeiramente, um lobbi. Um lobbi autêntico e eficaz. Não o do discurso político que já vem crescendo há alguns anos que não se traduz em acções concretas. São os lobbis em Bruxelas que conseguem alguns dividendos para as regiões, nomeadamente, para a nossa. E este Qual a melhor solução que se pode encontrar em Bruxelas para um apoio suplementar aos agricultores açorianos em resultado da baixa contínua do preço do leite? Tenho visto que tem sido reivindicado por muita gente, na Região, uma dotação especial integrada no POSEI. Eu diria que, nesta revisão do POSEI, incluir uma cláusula que se referisse a fortes impactos negativos das políticas europeias nas regiões ultraperiféricas, por necessidade de compensações económicas, seria positivo. Mas, precisamos de mais do que isso para conseguir enfrentar a actual situação do leite. Eu iria por um outro caminho que tem sido utilizado quando há impactos muito negativos na celebração de comércio externo da Comissão Europeia. Foi o que aconteceu, há dois anos, com as dotações especiais para os produtores de banana das regiões ultraperiféricas. Foi o que aconteceu, recentemente, com alguns países do Leste europeu por causa do embargo russo. Eu penso que esta linha tem de ser explorada. Fazer a reivindicação de uma dotação especial exclusivamente no contexto do POSEI, sabendo nós que o POSEI é para as regiões ultraperiféricas, - e destas regiões apenas os Açores produz leite – temos que reconhecer que é capaz de não ser suficiente. E, por isso, na minha perspectiva, valia a pena explorar, ao nível europeu, estas duas vias: Dentro da revisão do POSEI, a nível legislativo; e fora do contexto POSEI, um lobbi forte que incluísse o nosso governo regional, todas as associações agrícolas, o governo da República, os nossos eurodeputados… …E os ex-eurodeputados… Não, os ex-eurodeputados têm outras funções. Já os eurodeputados actualmente em funções têm esta obrigação e, certamente, este gosto. Era preciso que reunis- 7 Reportagem Atlântico Expresso Segunda-feira, 6 de Julho de 2015 Turistas têm grande apetência em visitar explorações agrícolas açorianas “É hoje inacreditável que eu pague menos por litro de leite do que por um café. O consumidor tem que ter a consciência que, se tiver à sua frente uma chávena de café e um litro de leite, está a pagar mais pelo café do que por um litro de leite que tem custos muito maiores associados à sua produção. O esmagamento do preço do leite, afectando o produtor, afecta a indústria” “Neste momento há uma grande ânsia de uma população que é cada vez mais urbana, de ter a experiência do campo. Há muitas famílias que querem que os seus filhos tenham a experiência do campo. E nós temos um turismo, neste momento, a arrancar em grande força.” sem e combinassem uma estratégia comum em que cada um, dentro das funções que actualmente ocupa, fosse pressionando a Comissão no sentido de obter estes dividendos. Esta é uma luta particularmente difícil. Se nós tivermos em presença que o actual Comissário da Agricultura é um irlandês. A Irlanda aumentou em 14% a produção do leite desde o fim das quotas. A Irlanda prometeu aumentar em 50% a produção de leite até 2020. E o Comissário irlandês Phill Hogan é claramente defensor da total ausência da regulação dentro do sector do leite. Por isso, o desafio é muito grande e nós temos de ser extraordinariamente profissionais e estarmos extraordinariamente unidos para conseguirmos ter alguma eficácia junto das instituições europeias. parceria. E o consumidor tem de perceber que o abaixamento do custo do leite não o favorece. É hoje inacreditável que eu pague menos por litro de leite do que por um café. O consumidor tem que ter a consciência que, se tiver à sua frente uma chávena de café e um litro de leite, está a pagar mais pelo café do que por um litro de leite que tem custos muito maiores associados à sua produção. O esmagamento do preço do leite, afectando o produtor, afecta a indústria na sua matéria-prima de qualidade. Quando a indústria não tem matéria-prima para apresentar à distribuição, esta não consegue criar mais oferta para o consumidor e o consumidor também é prejudicado. É esta perspectiva de cadeia que nós temos que passar para todos. Por isso, aqui, temos muito trabalho a fazer. Temos também que saber que há fundos europeus muito direccionados quer para a internacionalização, qualificação, certificação e rotulagem dos produtos. Temos que procurar cativar maximamente estes investimentos. E temos o problema da rede de transportes. Acabamos de ouvir o governo da Madeira a dizer que estabeleceu um acordo para um avião cargeiro voar cinco dias por semana para o arquipélago para transportar aquilo que é produzido na Madeira. Nós precisamos de uma rede de transportes marítimos que una as ilhas, que nos una às ilhas da Macarronésia, que nós una ao Continente português e ao continente norte-americano, aproveitando os acordos de livre comércio com o Canadá e com os Estados Unidos. Há aqui muito espaço que temos de ser nós a trabalhar. dução de leite. E penso que, aqui, temos também de criar condições de vida dignas para aqueles que não estão a suportar, neste momento, este embate. Há agricultores que não vão conseguir suportar as dificuldades e que vão sair da profissão. E isso vai ter um peso muito forte quer na economia agrícola, quer na sociedade açoriana. E, por isso, as entidades responsáveis têm que tomar isso em consideração para minimizar o drama pessoal e os custos para a sociedade e para a nossa economia. Mas, em termos de produção leiteira, uma grande marca dos Açores, eu penso que nós vamos conseguir sobreviver. Neste momento, já temos muito investimento feito com grande qualidade dos animais, ao nível da genética, e a nível de formação dos agricultores. Os agricultores podem aumentar o seu rendimento com uma maior relação entre a exploração agrícola e o turismo? Indubitavelmente. As nossas explorações agrícolas, mesmo aquelas que estão vocacionadas para o leite teriam aqui dois caminhos complementares que trazem novas fontes de rendimento, o que permite também criar resiliência para momentos mais difíceis no leite. E estes dois caminhos seriam, primeiro: Algumas culturas complementares, culturas de frutos silvestres, frutícolas em geral, hortícolas. Procurar, com serviços técnicos não só no gabinete mas também no campo, assessoria científica e técnica necessária para saber o que é mais conveniente para trazer uma complementaridade na produtividade das explorações. Segundo, abertura ao turismo: Neste momento há uma grande ânsia de uma população que é cada vez mais urbana, de ter a experiência do campo. Há muitas famílias que querem que os seus filhos tenham a experiência do campo. E nós temos um turismo, neste momento, a arrancar em grande força. E creio que, aqui, a agricultura não pode perder a oportunidade de beneficiar desta nova abertura dos Açores ao turismo. Este é mais um complemente absolutamente necessário com garantia de crescimento. Tem-se notado a dificuldade dos produtos açorianos entrarem nos mercados nacional e internacional. O que se verifica é que os Açores estão abertos a receber produtos de toda a União Europeia e de países terceiros mas, em sentido inverso, as produções açorianas têm grande dificuldade em entrar em novos mercados… Há aqui muito espaço para nós próprios trabalharmos. Em primeiro lugar, eu gosAcredita que, apesar do fim das quotaria de destacar a necessidade de reforçar tas, vamos continuar a ter uma agricula ideia de que quando falamos de leite, fatura saudável? lamos de uma fileira. Não podemos penEu acredito que sim. Eu acredito que sar na produção, separada da indústria, nós estamos, neste momento, numa fase separada da distribuição. Nós temos que de forte embate a que os mais fortes vão pensar o sector como uma fileira. Hoje em resistir. Esses mais fortes são responsáveis dia, é a única estratégia de sucesso pensar por um patamar superior na nossa procomo fileira. E, assim sendo, há, realmente, obrigações dos produtores que têm sido largamente cumpridas. Eles estão apostados no aumento da qualidade e da produtividade. Há um trabalho que a indústria tem estado também a fazer no sentido de acrescentar valor àquilo que é a matéria-prima. E nós temos de perceber, claramente, quer no que diz respeito ao leite, como em outras culturas agrícolas, temos de criar sempre uma indústria associada para acrescentar valor á nossa matéria-prima. No caso particular do leite, nós temos de introduzir inovação quer nas práticas produtivas, quer na gestão, quer na apresentação, quer no marketing. E temos de, necessariamente, contar com a distribuição. A distribuição, quando mais concentrada está, maior especulação existe, mais baixa o preço e esmaga toda a cadeia. Por isso, há aqui um trabalho que tem de ser feito em “Eu acredito que nós estamos, neste momento, numa fase de forte embate a que os mais fortes vão resistir” João Paz Atlântico Expresso 8 Entrevista Segunda-feira, 6 de Julho de 2015 Padre Nuno Maiato fala do Multifestival “Zarpar” que decorre entre 10 e 12 deste mês na Lagoa “Queremos fazer sair as pessoas do comodismo e da indiferença para a Alegria do Evangelho” O Festival Zarpar, que se realiza na Lagoa, em São Miguel, entre 10 e 12 de Julho, vai promover seis exposições permanentes que irão ocupar um espaço fixo durante os dias do certame. “As vidas das Pedras” de Fernando Resendes e “Romeiros da ilha Terceira” de Fernando Pavão, ambas em fotografia; “Filamentos de Luz” de Gilberto Bernardo, em escultura; “As Jóias do Senhora”, de Sofia Botelho, em artesanato; “O Evangelho ilustrado - Ano A”, de Luís Cardoso, em cartoons e “Percursos” de Pedro Sousa, em pintura são as seis exposições que vão poder ser vistas e cujo objectivo é mostrar como as diversas formas de expressão artística podem estar ao serviço do Evangelho e, consequentemente, da mensagem cristã. Este festival jovem, organizado pelo serviço da pastoral juvenil da ouvidoria da Lagoa, que se concentrará no Convento dos Frades, realiza-se pela primeira vez e pretende ser um espaço “de evangelização pela arte”, com o envolvimento de toda a família, segundo referiu à nossa entrevista o padre Nuno Maiato. “O Multifestival tem a intenção de ser uma proposta para todos, e não só para os jovens, mas também para as suas famílias. Não só para as pessoas da Ouvidoria, mas de toda a ilha. Vamos proporcionar aos participantes momentos e vivências a partir de várias formas de arte”, adianta o responsável, salientando no entanto que “queremos apenas dar forma e voz aos desafios que o Papa Francisco e o nosso Bispo têm colocado a toda a Igreja nos últimos tempos. É preciso sermos não só discípulos, mas discípulos missionários e assumirmos a necessidade de actualizar a linguagem da Igreja e falar do eterno no hoje das nossas vidas. É igualmente necessário, segundo os nossos pastores universal e diocesano, repensar o nosso modo de ser e estar como Igreja para que possamos ser mais fiéis à Igreja desejada por Jesus Cristo. O nosso Multifestival é um simples e concreto contributo para a concretização destes desafios”. que actividades poderão todos quantos pretendam participar nele integrar? O Multifestival tem a intenção de ser uma proposta para todos, e não só para os jovens, mas também para as suas famílias. Não só para as pessoas da Ouvidoria, mas de toda a ilha. Vamos proporcionar aos participantes momentos e vivências a partir de várias formas de arte, como Música, Charangas, Teatro, Artesanato, Fotografia, Vídeo, Escultura, Pintura, Cartoons. Vamos promover a primeira feira do livro, de inspiração cristã, realizada nos Açores, com a colaboração de editoras locais e nacionais, durante a qual serão apresentados três livros. Vamos ter workshops sobre as mais diferentes áreas e ainda, como não podia deixar de ser ter um espaço e tempo de oração orientado por vários grupos e movimentos juvenis da ilha. Muitas destas actividades vão acontecer em simultâneo cada participante terá o desafio de escolher em que actividades participar. Quais são os objectivos concretos do “Zarpar”? Celebrar com alegria a vida e a fé e evangelizar pela arte, são os dois grandes objectivos. O que é o Multifestival organizado pela Ouvidoria da Lagoa e que toma o nome de Zarpar? A Pastoral Juvenil e Vocacional de Lagoa é um serviço cuja equipa é composta por dois sacerdotes eu e o Pe. Paulo Vieira, a Irmã Eduarda Viana e um jovem de cada paróquia da Ouvidoria. Existimos para impulsionar e acompanhar actividades juvenis e promover formações, encontros e celebrações ao longo do ano pastoral, sobretudo nos momentos fortes como Natal e Páscoa. Faltava-nos uma actividade no Verão, algo diferente e inovador capaz de atrair a atenção dos jovens e perante esta vontade e necessidade surge o Multi Festival Zarpar. Porquê “Zarpar”? Zarpar para onde ou até quem? No início do ano pastoral, quando pensávamos num nome para o evento, procuramos uma palavra que se enquadrasse na temática pastoral da Diocese para este ano (Da Alegria do Evangelho à saída missionária da Igreja) e que expressasse ainda a nossa realidade local. Surgiu-nos a ideia de fazermos a Igreja - que biblicamente é simbolizada muitas vezes a uma barca - sair de uma Lagoa do comodismo, relativismo e da indiferença para uma Lagoa da Alegria do Evangelho. Zarpar que significa levantar a âncora e partir, pareceu-nos bem, diferente, para passarmos esta ideia da missão a que nos propusemos e que queríamos propor aos jovens da Ouvidoria e às outras pessoas que a nós se quisessem associar. Referenciado como um multifestival, Que desafios pretende este evento colocar à população, não só da ouvidoria da Lagoa mas da Diocese dos Açores de uma forma geral, com esta iniciativa? Queremos apenas dar forma e voz aos desafios que o Papa Francisco e o nosso Bispo têm colocado a toda a Igreja nos últimos tempos. É preciso sermos não só discípulos, mas discípulos missionários e assumirmos a necessidade de actualizar a linguagem da Igreja e falar do eterno no hoje das nossas vidas. É igualmente necessário, segundo os nossos pastores universal e diocesano, repensar o nosso modo de ser e estar como Igreja para que possamos ser mais fiéis à Igreja desejada por Jesus Cristo. O nosso Multifestival é um simples e concreto contributo para a concretização destes desafios. Entrevista 9 Atlântico Expresso Segunda-feira, 6 de Julho de 2015 evento. Já contamos com alguns, cerca de 20 e certamente mais pessoas se irão disponibilizar. Acreditamos que é Deus que vai ao leme deste barco e por isso Ele tem-nos dado muito, até agora, e certamente nos continuará a dar. O nosso lema tem sido este: se não acontece é porque não era da vontade de Deus. E Ele tem-nos surpreendido através do entusiasmo e generosidade de muitas pessoas. A arte é uma das vertentes essenciais neste evento. Porquê e como considera possível “Celebrar a alegria da fé e da vida e Evangelizar pela arte” durante os três dias em que decorrerá o Zarpar? A História ensina-nos que a arte e a cultura são as melhores parceiras para educar e evangelizar informalmente, por isso enveredamos por estas vias. Apesar desta convicção, veremos em que medida vamos conseguir alcançar os nossos objectivos. Considera que os açorianos estão preparados para zarpar rumo aos caminhos escolhidos por Deus para nós ou ainda há âncoras e amarras que nos prendem a cais demasiado pesados para que nos libertemos destes? Penso que ninguém está preparado para a mudança. Uma das frases que marcou muito a minha adolescência, cujo autor desconheço, foi “crescer dói!” e zarpar do cais dos nossos hábitos e costumes para o oceano de Deus implica crescimento, por vezes doloroso. Há uma história que ilustra bem esta dinâmica de conversão que é a da Menina de Sal. Ela tinha um desejo de encontrar o mar, procurou muito, durante a sua busca iludiu-se por várias vezes com coisas que pareciam o mar, mas não eram. Quando finalmente encontrou o mar, ficou feliz, mas ao entrar no mar começou a desfazer-se porque era feita de sal, e no princípio não aceitou os desígnios do mar, porque procurava um mar à sua medida, mas entretanto percebeu que a sua felicidade estava em diluir-se no mar. Assim somos nós na nossa relação com Deus: procuramos incansavelmente encontrarmo-nos com Ele, mas quando acontece, nem sempre temos a capacidade de soltar as amarras e zarpamos segundo a sua vontade. Como tem sido organizar o Multifestival de evangelização pela arte da Ouvidoria de Lagoa, que decorrerá no Convento dos Franciscanos de Santa Cruz, Lagoa, entre 10, 11 e 12 de Julho de 2015, entre as 18h00 às 24h00 e de entrada livre? Uma loucura e uma alegria. Mesmo sendo um evento pequeno e a baixo custo, tem-nos dado muito trabalho. Estamos a prepará-lo desde Novembro do ano passado, com avanços e recuos. Já tivemos para desistir, porque todos temos muitas outras actividades paralelas nas comunidades e movimentos em que estamos, mas temos uma equipa fantástica, optimista e trabalhadora, onde reina a alegria de servir a Igreja e a maior alegria de todas, é saber que contamos com muitos outros cristãos com a mesma vontade e entusiasmo. No site do “Zarpar” é referido que “O Barco é imenso e os marinheiros são poucos. Toda a colaboração é preciosa para zarparmos”. Têm conseguido reunir marinheiros suficientes ou não para este imenso barco que se prepara para zarpar? Qual seria o número ideal e qual a importância do voluntariado nesta iniciativa? Se somarmos todos os intervenientes, dos três dias, somos mais de 250 pessoas oriundas das várias paróquias da Ouvidoria de Lagoa e outras paróquias da ilha, temos convidados de outras ilhas, como São Jorge, Santa Maria, Terceira e Corvo e ainda de Portugal Continental. Para pôr este barco a Zarpar, com qualidade e organização, o ideal seria termos cerca de 50 voluntários para nos ajudarem na logística do A poucos dias de se iniciar o evento, quais as suas perspectivas para o mesmo e como considera que será a resposta por parte do público em geral? Sinceramente, será o que Deus quiser. Nós temos feito e dado o melhor de nós, com muitas limitações e imperfeições. Sabemos que é apenas mais uma iniciativa entre tantas outras iguais ou melhores. As pessoas com quem temos contactado, têm demonstrado curiosidade e vontade em participar, mas não sei se serão muitas as pessoas a aderir ao Zarpar, mas só o facto de termos motivado e congregado tanta gente e de diferentes origens para o Multifestival já é muito gratificante. Considera que esta é uma forma diferente de encerrar o ano pastoral que agora termina? Como acha que o mesmo decorreu? Que balanço faz do mesmo? Sim, sem dúvida. E este foi também o nosso propósito: encerrar o ano pastoral com uma actividade diferente. A nível da Pastoral Juvenil e Vocacional da Ouvidoria fomos parceiros do Serviço Diocesano numa formação de animadores da pastoral juvenil que decorreu no centro Missionário do Sagrado Coração de Jesus, com a coordenação da equipa de formação deste serviço liderada pelo Pe. Paulo Vieira, igualmente responsável pela formação juvenil na Ouvidoria; outra iniciativa de relevo foi uma hora de adoração eucarística mensal, ao cuidado de uma congregação religiosa e de um grupo de jovens da ouvidoria, diferente em cada mês, em parceria com a delegação de São Miguel da Conferência dos Institutos Religiosos Portugueses, que vamos continuar com no próximo ano pastoral no âmbito do Ano da Vida Religiosa que termina em Fevereiro de 2016. Para além destes dois momentos fortes, tivemos várias outras iniciativas como uma celebração de Advento, na Ribeira Chã e uma Via Lucis no tempo Pascal, na Atalhada. Mas um balanço também se faz de momentos negativos e a melhora. O mais negativo deste ano foi termos parado com os encontros mensais do Pré Seminário, onde reunimos rapazes que estão a discernir se a sua vocação é o sacerdócio. A nível geral, a doença de D. António marcou este ano pastoral, não só porque o incapacitou de muitas coisas, mas porque ele é um pastor amado por todos e de muito positivo realço o trabalho no âmbito da Pastoral Juvenil e Vocacional que tem sido desenvolvido por algumas Ouvidorias de São Miguel e noutras ilhas. Ana Coelho Atlântico Expresso 10 Segunda-feira, 6 de Julho de 2015 Opinião Curiosidades numéricas: As 7 maravilhas, como ganhar o Monopólio e a galáxia CR7 RICARDO CUNHA TEIXEIRA Departamento de Matemática da Universidade dos Açores, [email protected] O 7 é um dos números com maior impacto na nossa cultura. Por exemplo, este número surge com alguma frequência na mitologia grega, com destaque para: as sete armas de sedução feminina do cinto de Vénus; os sete tubos da flauta de Pã; as sete cordas da lira de Apolo; os sete filhos e as sete filhas de Níobe, alvos de massacre por Apolo e Ártemis; as sete Plêiades, perseguidas por Órion durante sete anos e transformadas em estrelas por Zeus; e as sete ninfas Hespérides de Evémero, deusas da luz que se passeavam pelos céus, encarregando-se de iluminar o mundo. Outro exemplo curioso: os sete mares, normalmente, referiam-se ao atlântico norte, atlântico sul, ártico, antártico, índico, pacífico norte e pacífico sul. Contudo, muitos povos fizeram diferentes listas de sete mares, de acordo com as suas vivências. Na China e em outros países asiáticos, o 7 é um número com profundas raízes mitológicas. Segundo um conhecido ritual, na sétima noite do sétimo mês do calendário lunar, as mulheres que procuram um bom casamento devem olhar para o céu sete vezes. Reza uma lenda que um rapaz do campo se apaixonou pela sétima filha do imperador de Jade que tinha descido à terra com as suas filhas para um passeio. Contra a vontade dos pais, a princesa trocou o céu pela Terra, mas acabou por ser raptada pela mãe, que separou o casal, obrigando-os a morar em lados opostos da Via Láctea. Milhares de pássaros decidiram formar uma ponte para os juntar e os imperadores, comovidos com este gesto, autorizaram a sua reunião uma vez por ano, na sétima noite do sétimo mês lunar. Mas nem tudo está relacionado com o amor neste mês, que é considerado o “Mês dos Fantasmas”. Acredita-se que as portas do inferno são abertas no primeiro dia do mês, para permitir que os fantasmas tenham acesso ao mundo dos vivos. E a verdade é que ainda hoje muitas pessoas evitam viajar neste mês, mudar de casa ou iniciar um novo negócio. O chá é uma bebida popular desde os tempos antigos da China. Curioso é que era considerado uma das sete necessidades diárias, sendo as outras a lenha, o arroz, o óleo, o vinagre, o sal e o molho de soja. Sete são também as Maravilhas do Mundo Antigo: a Grande Pirâmide de Quéops, os Jardins Suspensos da Babilónia, a Estátua de Zeus em Olímpia, o Templo de Ártemis em Éfeso, o Mausoléu de Halicarnasso, o Colosso de Rodes e o Farol de Alexandria. A Grande Pirâmide, no Egito, é a única construção desta lista que ainda resiste. No dia 7 de julho de 2007 foram reveladas no estádio da Luz, em Lisboa, as Novas Sete Maravilhas do Mundo: as Ruínas de Petra na Jordânia, a Grande Muralha da China, o Cristo Redentor no Rio de Janeiro, o Coliseu em Roma, o Taj Mahal na Índia, o Chichén Itzá (cidade Maia) no México e o Machu Picchu (cidade perdida dos Incas) no Peru. Nesse mesmo dia, foram reveladas as Sete Maravilhas de Portugal: Castelo de Guimarães, Castelo de Óbidos, Mosteiro de Alcobaça, Mosteiro da Batalha, Mosteiro dos Jerónimos, Palácio da Pena e Torre de Belém. Em 2010, seguiu-se o anúncio das Sete Maravilhas Naturais de Portugal, que decorreu nas Portas do Mar, em Ponta Delgada. Duas delas são dos Açores: Paisagem Vulcânica da Ilha do Pico e Lagoa das Sete Cidades (na foto). Seguiram-se, em 2011, as Sete Maravilhas da Gastronomia Portuguesa. Quem sabe não existem mais maravilhas por descobrir? Claro, sempre em grupos de sete! Destacam-se algumas propriedades numéricas do 7: é o quarto número primo (depois do 2, 3 e 5) e o terceiro número de Mersenne. Os números de Mersenne são da forma 2^n-1, em que 2^n representa a potência de base 2 e expoente n, com n=1, 2, 3, 4, … Estes números foram estudados pelo matemático francês Marin Mersenne (1588-1648) e permitem encontrar números primos com muitos dígitos (apesar de nem todos serem primos). Por exemplo, um dos maiores números primos que se conhece atualmente é um número de Mersenne, com 12 978 189 dígitos, que se obtém tomando n=43 112 609. O 7 é um número feliz e um número da sorte. (Sim, em Matemática existem números felizes e números da sorte!) Para percebermos o que é um número feliz, definimos o seguinte algoritmo que se pode aplicar a qualquer número inteiro positivo (ou seja, a qualquer número natural): adicionam-se os quadrados dos seus algarismos, obtendo-se outro número inteiro positivo; com esse novo número, repete-se a operação de adição dos quadrados dos seus algarismos; e assim sucessivamente. Um número é feliz se 1 for o resultado obtido no final deste processo. Vejamos o que acontece com o 7: 7x7=49; 4x4+9x9=97; 9x9+7x7=130; 1x1+3x3+0x0=10; 1x1+0x0=1. Nem todos os números são felizes. Por exemplo, o 4 não é um número feliz, uma vez que não se obtém 1 por este processo, mas sim a sequência 4, 16, 37, 58, 89, 145, 42, 20, 4, ... Por sua vez, para a procura dos números da sorte aplica-se o seguinte procedimento: escrevem-se todos os números ímpares: 1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, … O primeiro número ímpar maior do que 1 é o 3, pelo que se eliminam todos os termos numa posição múltipla de 3 (o terceiro termo, o sexto termo, …). Obtemos uma nova sequência: 1, 3, 7, 9, 13, … O primeiro número desta sequência maior do que 3 é o 7, pelo que se eliminam todos os termos numa posição múltipla de 7 (o sétimo termo, o décimo quarto termo, …), e assim sucessivamente. Obtém-se a seguinte sequência de números da sorte: 1, 3, 7, 9, 13, 15, 21, … (Sim, para a Matemática, 13 é um número da sorte!) Há quem considere que o 7 é o seu número da sorte, nomeadamente no contexto de alguns jogos. Em certos casos, esta escolha pode ter mesmo algum fundamento matemático. Por exemplo, o número mais provável de se obter com o lançamento de dois dados tradicionais de seis faces é precisamente o 7. Isto porque dos 6x6=36 casos possíveis, em 6 deles a soma dos valores obtidos nos dois dados é igual a 7: 1-6; 2-5; 3-4; 4-3; 5-2; 6-1. Já para obter outras somas, o número total de casos possíveis é sempre inferior. Por exemplo, para obter um total de 6 pontos ou de 8 pontos, já só há 5 possibilidades. Para outras pontuações, o número total de casos possíveis vai diminuindo. É por isso que uma boa estratégia para ganhar uma partida do Monopólio passa por comprar e colocar casas e hotéis em todas as propriedades que são alcançadas com 6, 7 ou 8 movimentos a partir da prisão, casa do tabuleiro bastante frequentada pelos jogadores no decorrer do jogo. Assim, consegue-se levar mais facilmente os adversários à falência! A influência do número 7 continua bem presente nos dias de hoje. Segundo uma notícia recente, a equipa de astrónomos liderada pelo português David Sobral, investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, descobriu aquela que é a galáxia mais brilhante conhecida até ao momento. A equipa encontrou ainda, pela primeira vez, fortes indícios da existência da primeira geração de estrelas, formadas a partir do material primordial do Big Bang. A esta nova galáxia foi atribuída a designação de CR7, abreviatura de COSMOS Redshift 7. De notar que Redshift (desvio para o vermelho) é uma medida de distância muito utilizada em Astronomia. O nome foi também inspirado no jogador de futebol, Cristiano Ronaldo, que é conhecido como CR7, de quem falámos no último artigo publicado no Atlântico Expresso. Existem muitas outras situações em que o número 7 assume um papel de relevo. Seguemse alguns exemplos: sete são as cores do arcoíris (vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil, violeta) e as notas musicais (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si); na literatura infanto-juvenil, temos “A Branca de Neve e os Sete Anões” e a coleção “Os Sete” de Enid Blyton; e há ainda que ter em conta as sete vidas de um gato, os sete anos de azar para quem quebrar um espelho e os sete tipos de frisos que podemos encontrar nas nossas calçadas e varandas. Assim se vê como, afinal, a Matemática não é um “bicho de sete cabeças”! 11 Opinião Atlântico Expresso Segunda-feira, 6 de Julho de 2015 Temos WI-FI na. ALTINO PINHEIRO http://ciberdependenciaportugal. blogspot.pt/ Alguns anos atrás ligar à internet era um ritual quase místico. Tínhamos a “caixinha” da Telepac aparafusada à parede e o modem ligado à tomada do telefone, onde saiam uma série de cabos de rede e de alimentação que ligavam ao CPU. Esperávamos então pela ligação ouvindo os sons característicos da conexão, uns zumbidos estaladiços, tipo guinchos e quando a coisa complicava tínhamos de esperar uma semana pelo técnico, que vinha de farda cinzenta ligar-nos à rede. Hoje estamos quase permanentemente ligados à internet sem sabermos como e nem nos interessa saber o que é uma ligação DSL, um serviço ISP, ou IETF ou TCP/ IP, etc… Nunca em anteriores períodos da nossa civilização tivemos um meio que nos ligasse tão intensamente como a internet. Vivemos numa era em que a comunicação está super acelerada, rápida e acessível, através do uso ilimitado de telemóveis, computadores, tablets e outras ligações sem fio que vieram tornar as nossas vidas muito dependentes delas. É certo que a comunicação é uma das necessidades básicas do ser humano, mas ninguém entende a verdadeira razão desta constante necessidade de conetividade que os tempos modernos oferecem. Estamos a ficar cada vez mais ligados e deparamo-nos frequentemente com pessoas nos bares, nos restaurantes, aeroportos, bibliotecas, etc.., a utilizarem dispositivos eletrónicos para se manterem constante- mente conectadas. O hábito de estar permanentemente ligado à internet está a ficar cada vez mais enraizado, para muitos passou a ser um fator determinante nas mais variadas opções de vida ou na escolha de muitos serviços. Por exemplo, uma condição “imprescindível” para se escolher um alojamento de hotel ou um restaurante para jantar é ter Wi-Fi. Alguns bares e restaurantes até já anunciam nas suas vitrinas a oferta deste serviço e substituíram o célebre “Temos caracóis” pelo “Temos Wi-Fi”. A chamada rede Wi-Fi, também conhecida por wireless, é um sistema de rede na qual podemos ter acesso à internet por sinal de ondas de rádio, através de telemóveis, tablets e outros dispositivos móveis. Estas ondas são eletromagnéticas, formadas pela combinação dos campos elétrico e magnético, ou seja são ondas que transportam eletricidade e magnetismo ao mesmo tempo, que se propagam pelo espaço à velocidade da luz. A exposição às ondas eletromagnéticas emitidas por telemóveis, redes Wi-Fi e antenas de transmissão pode causar alterações biológicas no organismo, mas os dados científicos disponíveis atualmente não mostram quaisquer evidências. Há ainda muita controvérsia em torno da Poluição Electromagnética (PEM) e o seu impacto na saúde humana, que ficou ainda mais acentuada com a chegada das tecnologias de quarta geração - 4G. Muitas pesquisas científicas estão sendo realizadas no sentido de se averiguar os verdadeiros danos destas radiações. Há estudos que apontam para uma relação muito estreita entre elas e alguns efeitos biológicos verificados em humanos, como o risco de cancro, o stress das células, o aumento de radicais livres, danos genéticos, défices de memória, distúrbios neurológicos, alteração das capacidades cognitivas, perturbações do sono e infertilidade masculi- Para reforçar a urgência deste assunto, um grupo de 190 cientistas de 36 países (Portugal não se fez representar) apresentaram no dia 15 do passado mês de Maio uma apelação às Nações Unidas e Organização Mundial de Saúde, manifestando elevada preocupação sobre a PEM – Poluição Eletromagnética. Deste documento destaca-se o seguinte: “Com base em pesquisas publicadas, com revisão paritária, manifestamos sérias preocupações a respeito da exposição, onipresente e crescente, à contaminação eletromagnética gerada por dispositivos elétricos e sem fios. Esses incluem, não apenas dispositivos emissores de radiação eletromagnética (REM) de radiofrequência tais como celulares e telefones sem fio – juntamente com suas respectivas antenas –, Wi-Fi, antenas de radiodifusão e TV,…” O grupo requere ainda a estas organizações nove medidas especificas protetoras da saúde humana e ambiental, das quais se destacam: “uma maior proteção para mulheres grávidas e crianças; que os fabricantes sejam estimulados a desenvolver tecnologias mais seguras; que o público seja absolutamente informado dos riscos da radiação eletromagnética; que os meios de comunicação revelem quais as relações financeiras dos especialistas com as indústrias; que sejam estabelecidas zonas brancas no planeta (áreas sem radiação).” A proliferação tecnológica dos últimos anos aconteceu muito rapidamente sem que houvesse uma politica de regulamentação e uma cuidada análise dos efeitos secundários a diversos níveis. Além de uma maior proteção da saúde humana, o que estes cientistas agora apelam poderá revelar-se de extrema importância num futuro próximo. Por enquanto apenas ressalvamos que corpo humano é um complexo sistema de redes de energia e possui o seu próprio campo magnético, que são geridos pelo nosso cérebro e pelo nosso coração. Melhor dizendo, nós temos wi-fi. Franciscanismo? MANUEL CALADO Poder-se-á classificar de “franciscanismo” este interregno na crença que nos trouxe até aqui? É provável. No panorama tradicional católico, Francisco é, sem dúvida, um Papa “sui generis”. Tudo está em saber se o seu idealismo, a “santificação” da pobreza franciscana, será a receita certa para os males do mundo tecnológico em que vivemos. Não li ainda a sua encíclica, mas sim a opinião de um pensador que admiro, comentador do “New York Times” e da Rádio Publica Nacional. No seu último comentário, David Brooks dizia: “ O Papa Francisco, é uma das mais inspiradoras figuras mundiais. Há passagens na sua encíclica sobre o ambiente, que maravilhosamente enquadram os seres humanos dentro do invólucro da vida. E, no entanto, a sua encíclica é, surpreendentemente, um desapontamento.” Ora eu, que sou um fã do Papa Francisco, quando li estas palavras de David Brooks fiquei, momentaneamente, também desapontado. Ele com Francisco, e eu com ele. Mas o desapontamento foi-se dissipando à medida que entrava no cerne do comentário do escritor. Que afinal veio ao encontro de um pressentimentozinho que eu já tinha acerca do “demasiado” idealismo de Francisco. “Demasiado”, em termos políticos. Porque Roma, não é só puro ideal. Mas também um estado político, com os interesses, problemas e ambições de um autêntico governo, e o papa não pode ser apenas um simples franciscano, cheio de amor e compaixão pelos humanos, mas um chefe de Estado, com algumas das manhas e intrigas inerentes aos jogos do poder, em que a violência máxima, desde a excomunhão à tortura e à morte, foram um dia abençoados. Diz o comentador, ser “difícil aceitar que a premissa moral implícita através da Encíclica, seja o conceito de que a única relação humana legítima se baseia na compaixão, na harmonia e no amor, e que todas as actividades baseadas na ambição, no interesse próprio e na competição, são inerentemente destrutivas”. Diz o autor que os principais modelos humanos do papa, são S. Francisco de Assis e os monges, por terem uma vida de amor e completo desprendimento dos bens terrenos, e que só assim é possível atingir um estado de “inocência original”. E lamenta que o Papa não reconheça que nem tudo é mau nas sociedades democráticas e capitalistas, onde o grau de bem-estar geral, tem atingido apreciáveis níveis de justiça social. Que a ambição humana nem sempre é má, e que em democracia e em ambiente de Liberdade, é a ambição pessoal que motiva as iniciativas de progresso tecnológico, que liberta os humanos de actividades superiores às suas capacidades físicas e mentais. “Seria impossível imaginar, segundo a encíclica, que estamos vivendo num período de maior redução da pobreza de toda a história humana. O capitalismo através da Ásia, apesar de agressivo e voraz, tem levado, ironicamente, a um estado de expansão da classe média, com evidentes ganhos no campo da dignidade humana”. Ora eu, não queria que acontecesse coisa alguma ao bom e idealista papa Francisco. Porque, além do seu idealismo, talvez um pouquinho “extra terrestre”, ele é um ser humano que só o facto de “ser”, pode contribuir para a humanização das sociedades. E que o próprio “capitalismo selvagem”, que Francisco não perde ocasião de condenar, venha a ter uma “face humana”, como pedia o presidente Roosevelt, o “pai” do Seguro Social e de tudo o que até hoje tem contribuído para a humanização da sociedade americana, que nem sempre foi justa e humana. Em que os próprios chamados cristãos pactuaram, durante séculos, com a escravatura, cujo símbolo tem flutuado até agora, na cúpula do edifício do governo de um estado sulano. E só agora, por obra da democracia e não de Roma, e só depois de um massacre, esse odioso símbolo foi internado num museu. O que eu temo é que a direita católica, tanto política como religiosa, ponha entraves ao idealismo de Francisco. 12 Atlântico Expresso Entrevista Segunda-feira, 6 de Julho de 2015 “A Europa amuralhada é uma concepção de um paganismo atroz e de anti fraternidade, que nos envergonha” O ex Secretário e porta voz da Conferência Episcopal Portuguesa, o Padre jesuíta Manuel Morujão, actual reitor da Comunidade da FacFil/AO, em Braga, esteve em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, a orientar um retiro de três dias para leigos, na sua esmagadora maioria ligados ao apostolado de oração. Em entrevista ao Sítio Igreja Açores deixou algumas reflexões sobre o momento actual da Igreja diocesana, que deve fazer nesta fase de transição, “um renovado acto de fé e de esperança”; sobre a Europa “que não pode fechar-se sobre si mesma como se fosse um clube de ricos” e sobre o Pontificado de Francisco, ”uma bênção” que já deu frutos “que não voltam atrás”, porque o Papa foi capaz “de abrir os horizontes da prática pastoral”. Durante a entrevista fala, ainda, da tragédia humana provocada pelas migrações, sobretudo do Norte de África e Médio Oriente; da necessidade de recentrar as temáticas fundamentais em torno da Vida e da incapacidade dos decisores políticos em encontrar soluções humanas para a crise. Que é, sobretudo, de valores. A começar pela Vida, que continua a não ser respeitada. de humanismo. Sítio Igreja Açores - Quando olha para essas imagens, para aquilo que se está a passar na Grécia com um milhão de pobres em cerca de seis anos, o que é que lhe apetece dizer aos líderes europeus? Pe Manuel Morujão - A mim vem-me um grito de Paulo VI, a 13 de Maio de 1967: “Homens sede homens”. Não pediu generosidade, honestidade, fraternidade mas simplesmente o básico - sermos humanos uns para os outros. Não são qualidades extremas de vermos os outros mas sermos o que devemos ser. É este grito que deve fazer sobressaltar as consciências. Até porque esse tal milhão de gregos poderíamos ser nós. Pe Manuel Morujão orienta retiro de leigos em São Miguel Sítio Igreja Açores - Realizou-se o debate em torno da iniciativa dos cidadãos “Pelo Direito a Nascer”. Que expectativa tem em relação ao debate? Pe Manuel Morujão - A minha expectativa é que vença a vida, porque a vida é o grande património da humanidade. Os locais artísticos, materiais ou imateriais, como o Cante Alentejano, ou antes o Fado, centros históricos de cidade, tudo isso é uma maravilha. Mas, na base disso tudo, está a vida e essa é que é preciso favorecer. O sistema jurídico deve mostrar que a Vida é a prioridade das prioridades. Sítio Igreja Açores - Não parece ser nesse sentido que vá o curso das coisas. Hoje valorizamos mais o ter que o ser. Logo valorizamos mais outros aspectos e menos a vida. O que é que nós cidadãos, cristãos, Igreja podemos fazer para influenciar de facto a valorização daquilo que é essencial? Pe. Manuel Morujão - Um rio faz-se de gotas de água; um oceano de muitos rios. Perante a dificuldade dos tempos não devemos nem podemos desanimar. Deus sabe porque é que alguns tomam veredas não aconselháveis a propósito da vida. Sem os julgar, diria, que podem ganhar terreno se virem que estamos de braços cruzados, como que resignados à ideia que a vida não precisa ser bem tratada, como deve ser, porque é o valor essencial. Veja por exemplo o Inverno demográfico, ou os subsídios para favorecer a não vida - o aborto (até parece difícil pronunciar a palavra e chamamlhe interrupção) - e nós devemos lutar pela vida, não contra quem discorda, mas pela vida. No fundo é defender o que somos, o que queremos ser e o que queremos que sejam os nossos vindouros porque, no futuro, perguntar-nos-ão o que é que nós fizemos pela vida e nós deveremos responder que fizemos tudo o que era possível para a defender. Sítio Igreja Açores - Mas a verdade é que não estamos a fazer tudo nem pela vida e muito menos pela sua dignidade. Veja-se o caso dos migrantes do Norte de África ou da Síria. A Europa alicerçada nos mais altos valores de defesa da dignidade humana dáse ao luxo de construir muros para impedir a passagem destas pessoas que fogem dos seus países para fugirem à guerra; à fome e à morte… Pe Manuel Morujão - É evidente que vale a pena lutar pela justiça e pela fraternidade. Mas não há vidas de primeira, segunda, terceira, ou vigésima sétima categoria. Há um autor francês que diz “felizmente para os pobres que há pobres”. A frase parece um contra-senso mas não é, porque são eles que estão mais disponíveis para abrir o seu coração ao outro, nomeadamente outros que ainda são mais pobres. Esta concepção de uma Europa amuralhada, como uma espécie de clube dos ricos e dos poderosos, é uma concepção de um paganismo atroz e anti fraternidade, que nos envergonha. Compreendo que seja difícil encontrar as soluções mais fáceis e mais eficazes, mas cruzar os braços significa desistir e podíamos ser nós a precisar dessa ajuda. Como é que alguém pode condenar ou considerar ilegítima uma fuga porque tem a guerra à frente, a falta de comida para alimentar a sua família, a ausência de futuro para os seus… como acontece por exemplo com mais de vintena de milhar de refugiados que se fizeram ao mare nostrum que se transformou no cemitério nostrum. Isso envergonhanos, ofende-nos e deve ser uma causa primária Sítio Igreja Açores - Os problemas são políticos. O povo vai sofrendo com este egoísmo dos decisores políticos… Pe Manuel Morujão - O porta voz do Vaticano, na sala de imprensa - o Pe Lombardi - ainda hoje dava nota de que o Papa, além da solidariedade e da oração para com os gregos, pedia soluções responsáveis. O que exige um esforço de ambos os lados, isto é, da Europa, dos credores internacionais e da própria Grécia. Que eu saiba nem uns nem outros são surdos ou precisam de qualquer consulta médica da especialidade. O que precisam, isso sim, é duma afinação do coração, que tem de nos levar a soluções concretas, sem desculpas, sem alibis e sem apontar o dedo a ninguém. Será um bem chegar a conclusões; será um mal se isso não acontecer. Naturalmente que a sobranceria dos Entrevista 13 Atlântico Expresso Segunda-feira, 6 de Julho de 2015 neira diferente, seja católico seja não católico, fora dos muros da igreja… Sítio Igreja Açores - Uma bênção que tem por base um conteúdo programático e que resulta da escolha de São Francisco de Assis em vez do jesuíta São Francisco Xavier, por exemplo… Pe Manuel Morujão - Ficou bonito ele assumir outro santo que não fosse Jesuíta. Por outro lado, ele foi exortado por um desafio do Cardeal Emérito de São Paulo que lhe disse “Jorge, lembra-te dos pobres”. Ele teve esta intuição de escolher um nome que nunca tinha sido escolhido (apesar de ser um Santo tão popular) e que mais do que um nome é um lema e um programa de pontificado, que tem a sua expressão maior nesta Encíclica que acaba de ser publicada, fortemente inspirada nesse Santo que olhou para a natureza como irmã. Aliás, esta Encíclica vai na linha da experiência de Francisco de Assis, na igreja nos arredores de Assis, São Damião, quando ouviu das palavras de Cristo no crucifixo: “Francisco reconstrói a minha igreja”. Portanto, não é só fazer umas pinturas para a Igreja ficar bonita mas de ver que há coisas estruturais a fazer na prática pastoral da igreja. que estão por cima fá-los se calhar rirem-se de quem precisa; mas esse é um insulto desumano. Sítio Igreja Açores- É verdade que o Papa tem denunciado. E que muitos aplaudem. Veja-se a Encíclica Laudato Si, que mereceu o elogio de grande parte dos líderes europeus e mundiais. A questão é que ouvem, aplaudem, mas depois fica tudo na mesma… é uma inevitabilidade que decorre do poder que têm? Pe Manuel Morujão - As grandes causas da humanidade não se forjaram de um dia para o outro e a solidariedade não se inventa de um momento para o outro. Por isso, eu diria que há este caminho que tem de ser trilhado, despertando consciências para ver quem precisa de mim, porque só dando-me é que somos o que somos. Lembro-me de Santo Agostinho: Eu sou eu, mas não sou meu. Portanto, se eu não me dou e me fecho dentro da minha suficiência e importância, eu não me dou e estou mesmo a negar-me. Se eu não tiver esta capacidade de me dar perco alguma coisa de humano. Por isso, há que não desanimar, embora sejamos tentados a fazê-lo. Sítio Igreja Açores - Já aqui se disse que o Papa não se cansa de denunciar. Ele tem sido, de resto, o grande protagonista da denuncia em instâncias, até que não era hábito ver o Papa, como por exemplo no Parlamen- to Europeu. Que avaliação faz deste pontificado? Pe Manuel Morujão - É o Papa certo para a hora certa. Sítio Igreja Açores- A acção e a iluminação do Espírito Santo… Pe Manuel Morujão - Sim… o Espírito Santo não faz férias, nem greve e por isso actua sempre… com uma enorme atenção. Este Papa procura cumprir o que diz e o que defende, promovendo uma igreja em saída. E, que deve, segundo o seu neologismo, “primeiriar”, tomar a iniciativa. E, por isso, o seu discurso tem que entrar no campo sócio-político. A Igreja não é igreja dentro dos quatro cantos de um templo, mas no terreno, contribuindo pela sua ação para um mundo melhor. Portanto, assumindo o momento histórico em que vivemos, a sua função tem sido despertar consciências para a necessidade de derrubar barreiras em nome de causas humanas que fraternizam a todos e não excluem ninguém. Tem sido uma ideia fixa feliz deste Papa: dar lugar a todos; abrir-se a todas as periferias; sairmos do centro onde estamos confortáveis e ir ao encontro do outro, sempre de olhos postos nos mais pobres. Não podemos ficar felizes por estarmos com os nossos apaniguados, aqueles que nos batem palmas e pensam como nós. O desafio é precisamente o contrário e, por isso, este Papa foi uma bênção. Aliás tem sido uma bênção ver este Papa a exortar-nos a olhar o outro, que pensa de ma- Sítio Igreja Açores - Esta exposição permanente do Santo Padre na comunicação social não poderá ser uma faca de dois gumes? Ou seja, tornar evidente uma discrepância entre um desejo do Papa, na linha de São Francisco, de “reconstruir” a igreja, adaptando-a ao seu tempo e a resistência de uma estrutura conservadora que anda geralmente a um ritmo mais lento do que a vontade do homem? Pe Manuel Morujão - Respondo-lhe a isso desta forma, e se calhar os açorianos perceberão o que estou a dizer: o lugar mais seguro para um barco é o porto; mas o barco não foi feito para estar ancorado. Ele foi feito para navegar; navegando tem que arriscar ventos contrários e ondas impetuosas. A Igreja é igual. Não foi feita para ficar no Vaticano. Tudo vai andando mais ou menos, e aqui nos entendemos bem. Ora, a exposição do Papa é naturalmente uma faca de dois gumes; mas isso é um equilíbrio que embora difícil exige um alto nível. Eu não ando da mesma forma num vale ou numa montanha. Este Papa, segundo o seu carisma e a sua maneira de ser, arrisca a dar entrevistas, a fazer improvisações e comentários; mas as pessoas vêem que é uma forma mais genuína de ser e de estar e não algo que, de vez em quando, aparece por detrás da cortina, num palco de onde profere uma palavra solene. Por isso, diria que é um risco que necessita de uma intuição e de uma maneira de ser que este Papa, indiscutivelmente, reúne. Sítio Igreja Açores - Muitos dizem que este é um dos Papas mais políticos… Pe Manuel Morujão - Eu acho que abriu uns horizontes da prática pastoral, da igreja e, concretamente, a maneira como está a exercer este pontificado faz com que, felizmente, já não se possa voltar atrás. Sítio Igreja Açores - Não há perigo das veredas se encherem de ervas outra vez? Pe Manuel Morujão - Haverá sempre tendências retrógradas, conservadoras, que quererão manter o máximo de solenidade pontifical, no máximo brilho… mas, sinceramente, não me parece que isso seja o mais parecido com a Gruta de Belém, com o Calvário ou com Nazaré. Por isso, os riscos que o Papa corre são apostólicos. Não ter coragem para arriscar em nenhuma frente é o pior risco que se pode correr, que é o risco da pusilanimidade, do medo e da insegurança. Ora, Cristo disse-nos que devíamos arriscar porque estará sempre connosco até ao fim dos tempos. Sítio Igreja Açores - Conhece a Diocese de Angra. Vivemos um momento de transição nas palavras do Senhor Bispo, que é também uma oportunidade. Está na diocese a orientar um retiro de leigos, que mensagem deixa quer para estes quer para o clero? Pe Manuel Morujão - Eu acho que devemos ver as coisas pelo positivo. Quando o vento sopra forte há uns que levantam muros e outros que constroem moinhos de vento, já diz a sabedoria oriental. Nestas situações em que a previsibilidade não é a do papel quadriculado; tudo claro no horizonte, é também um tempo de Graça e é um desafio que Deus nos faz como fez à Igreja de Pentecostes: é preciso levar a boa nova aos confins da terra. Perante aquilo que não é conhecido no amanhã da Igreja dos Açores há que fazer um renovado ato de fé e de esperança. Não somos uma empresa humana, meramente humana, em que nos regemos por sondagens mas em que contamos com o Espírito Santo que é fonte de criatividade. IA/AE 14 Atlântico Expresso Saúde Segunda-feira, 6 de Julho de 2015 Investigadora portuguesa revela novo método de detecção precoce de cancro do pâncreas Estudo publicado na Nature Num estudo publicado na revista Nature, a investigadora Sónia Melo - distinguida este ano com uma das três Medalhas de Honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência - do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup), demonstra que a detecção de exossomas com uma determinada proteína está Sónia Melo relacionada com lesões malignas no pâncreas num estado inicial e que não são detectáveis por ressonância magnética. O estudo revela que as células tumorais do pâncreas produzem exossomas que possuem a proteína glypican-1 (GPC1). A investigadora descobriu que a presença de exossomas com esta proteína no sangue permite distinguir indivíduos sem doença ou com doença benigna do pâncreas, de doentes com cancro do pâncreas. Num modelo experimental de ratinho foi possível demonstrar que a detecção de exossomas positivos para GPC1 se correlaciona com a presença de lesões pancreáticas iniciais não detectáveis por ressonância magnética. Ciência Hoje Universidade da Beira Interior com avanços no cancro da próstata O estudo foi publicado recentemente no Journal of Cancer Research and Clinical Oncology Sílvia Socorro e Cátia Vaz Uma equipa da Universidade da Beira Interior, liderada pela docente Sílvia Socorro, está a desenvolver um estudo referente ao papel dos esteróides sexuais masculinos, conhecidos como androgénios, na regulação do metabolismo das células de cancro da próstata, o que pode contribuir para a definição de novas abordagens terapêuticas. O estudo foi publicado recentemente no Journal of Cancer Research and Clinical Oncology. O presente estudo permitiu estabelecer os androgénios como moduladores da expressão de genes fundamentais para o controlo da entrada de glucose nas células, bem como para a sua metabolização e utilização na produção de lactato. Os androgénios estimularam ainda o efluxo de lactato pelas células tumorais, uma característica associada à progressão do cancro para estados mais agressivos. A reprogramação metabólica que é evidenciada neste trabalho em resposta ao tratamento com os androgénios teve igualmente um efeito importante no aumento da sobrevivência e proliferação das células tumorais, o que pode representar um aspecto fulcral no desenvolvimento e progressão do cancro da próstata. De acordo com os resultados da investigação, os androgénios têm um papel importante na reprogramação do metabolismo das células tumorais, aumentando a sua proliferação e sobrevivência. Estes dados permitem conceptualizar um conjunto de novas abordagens terapêuticas para o tratamento e regressão do cancro da próstata, através do controlo da acção dos androgénios e do metabolismo. Ciência Hoje Investigadora da UC distinguida internacionalmente por estudo do metabolismo ósseo no âmbito da osteoporose pós-menopausa A investigadora Ana Maria Silva, do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC), foi galardoada com o “Prémio de Jovem Investigadora” pelo trabalho que avaliou, pela primeira vez, o contributo do metabolismo das células ósseas na osteoporose após menopausa. A importância de investigar a relação entre a menopausa e a osteoporose espelha-se nas prevalências desta condição óssea que afecta 17% das mulheres portuguesas, em comparação com 2,6% dos homens, segundo dados da Sociedade Portuguesa de Reumatologia de 2013. A diferença pode ser explicada pela menopausa, caracterizada por uma desregulação da remodelação dos ossos, com consequente diminuição da massa óssea. O estudo, realizado num modelo animal, evidenciou que o decréscimo dos níveis da hormona estradiol altera o metabolismo das células ósseas, estando associado ao desenvolvimento de osteoporose, e que a reintrodução daquela hormona permite a recuperação do metabolismo normal das células. A investigadora explica que «durante a menopausa o aparecimento da osteoporose pode estar associado a um declínio metabólico generalizado das células ósseas. Neste estudo a hipótese centra-se na alteração do metabolismo dos osteócitos (células ósseas) em dois cenários: na presença e ausência de estradiol em ratos. A condição de menopausa dos ratos foi mimetizada através da retirada dos seus ovários. O trabalho revelou, através dos dois cenários, que o estradiol tem um impacto marcante no metabolismo dos osteócitos». O trabalho tem vindo a ser realizado no CNC, no grupo de investigação “Mitocôndria, Metabolismo e Doença - Área de Menopausa, Envelhecimento e Metabolismo”, sob a orientação da investigadora Vilma Sardão. O projecto de investigação envolve uma equipa interdisciplinar, incluindo investigadores do Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentado do Produto do Instituto Politécnico de Leiria e da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. A distinção teve lugar no Quarto Encontro Conjunto da European Calcified Tissue Society (ECTS) e da International Bone and Mineral Society (IBMS), que decorreu em Roterdão, na Holanda. Exame não requer anestesia, mas também pode ocorrer em condições específicas Hospital da Terceira realiza primeira colonoscopia por cápsula ras tem uma autonomia de 10 horas. Depois de cerca de oito, nove horas, a cápsula segue o seu percurso normal e é expelida. As imagens gravadas são passadas para um computador e são, depois, analisadas”, explicou. O exame que se realizou constitui um teste. Ainda assim, e uma vez que o estabelecimento hospitalar já adquiriu cápsulas que podem ser utilizadas durante um ano (as cápsulas são descartáveis), o procedimento deverá continuar a ser utilizado. Ainda assim, explicou Sofia Ribeiro, não se trata de um exame que possa substituir a colonoscopia tradicional. A cápsula, aliás, tem indicações muito específicas. “Não é alternativa, de maneira nenhuma”, disse a especialista, sublinhando que a cápsula só é utilizada em situações em que HOSPITAL DA TERCEIRA Exame não é alternativa à colonoscopia tra- não se consegue fazer a colonoscopia total - e é por isso, aliás, que a cápsula é indicada dicional, já que a cápsula tem indicações muito específicas para estudar as doenças do intestino delgado. A intolerância à anestesia é um dos quadros que, É um exame pioneiro nos Açores. A colonoscopia por cápem meio hospitalar, serve de fundamentação sula foi realizada na passada semana, pela primeira vez, no para a realização do exame não invasivo. Hospital da Terceira. Foi realizada, na passada semana, no Hospital de Santo Espírito da ilha Terceira, e pela primeira vez nos Açores, uma colonoscopia por cápsula. Trata-se de um exame não invasivo, que não requer anestesia, e que consiste na ingestão de um dispositivo do tamanho de um comprimido, com duas câmaras nas extremidades. As câmaras percorrem o sistema digestivo do doente, tiram 35 fotografias por segundo, e são essas imagens que permitem analisar e rastrear alterações no cólon, sem que seja necessário recorrer à sua insuflação. Segundo Sofia Ribeiro, médica especialista, para proceder ao exame o doente deslocou-se de manhã ao hospital, depois de um período de jejum de oito horas. Já no estabelecimento hospitalar, foram-lhe colocados sensores e um cinturão no abdómen. As imagens são transmitidas para um gravador que fica no cinto em causa. “O doente pode fazer a sua vida normal. A bateria das câma- EXAME MAIS CARO Há vários motivos que justificam a não substituição da colonoscopia tradicional pela colonoscopia por cápsula. O preço de ambos os exames é um deles: enquanto o primeiro tem um custo de cerca de 150 euros, o segundo pode custar 1000 euros. “Apenas 20% dos doentes rastreados tem cancro do colorectal e precisa de colonoscopia. Ainda é um exame caro que não pode ser feito para rastreio”, referiu a médica especialista. Embora se trata de um exame vantajoso - por ser mais confortável e por permitir, por exemplo, tirar fotografias atrás das pregas do cólon - há desvantagens em termos da terapêutica, adiantou Sofia Ribeiro. É que na colonoscopia tradicional é possível, durante o procedimento, retirar pólipos (crescimento de tecido da parede intestinal), fazer lavagens e outras terapias. Trata-se de processos que, no caso da colonoscopia por cápsula, só podem ser realizados depois do exame. DI 15 Opinião Atlântico Expresso Segunda-feira, 6 de Julho de 2015 O Conselho Europeu de 25 e 26 de junho: Os consensos e o protelar de decisões ANÍBAL MANUEL DA COSTA FERNANDES MESTRE EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS Perante a preocupação e apreensão da periclitante situação orçamental e financeira a que os responsáveis políticos gregos, democraticamente eleitos, conduziram – ou deixaram-se conduzir, numa estratégia de desafio idealista e assimétrico, resultante da subalternização da Política Europeia à Globalização e aos “Mercados”– o seu país, confrontando-se o Povo grego com as nefastas consequências económicosociais atuais, consentidas e alimentadas por agendas domésticas divergentes – como ícone, a capa do «The Economist», com Tsipas e Merkel, lado a lado, à beira de um precipício –, realizou-se o Conselho Europeu de 25 e 26 de junho. Os assuntos previstos na Agenda da Cimeira subalternizaram-se. Mas existe mais Europa para além da Grécia e mais problemas para além do resultado negativo no referendo de 5 de julho. Não tão agudos e táticos mas de igual nível de importância, alguns, do tipo “bombarelógio”, como: o humanitário e migratório dos refugiados; a segurança interna e terrorismo; a defesa-segurança comum e política externa; o desemprego, a competitividade e crescimento económico; a possível saída ou “Brexit” do Reino-Unido após o referendo previsto para 2007. A Agenda do Conselho Europeu tinha como prioridades, entre outras: conter o mediatismo dos dramas humanitários consequentes das migrações clandestinas no Mediterrâneo e mitigar a falta de solidariedade entre EstadosMembros no eixo Norte-Sul; rever a ausência de uma verdadeira Grande Estratégia “Geral” Europeia (EUGS) – a que existe, resume-se à existência de “ferramentas”, faltando o “querer e vontade política” apesar do Tratado de Lisboa permitir um espaço de manobra considerável; rever a desatualizada Estratégia de Segurança Europeia (ESS) – concebida por Xavier Solana enquanto Alto-Representante para a Política Externa (1999-2009) – que o relatório de acompanhamento de 2008 sinalizou como desadequada face a acelerada mutação do mundo e às novas ameaças híbridas; rever, as recorrentes, hesitações relativas ao Mercado Único Digital (DSM) e as negativas consequências atuais da fragmentação do Mercado Interno, alimentada pelos egoísmos nacionais, culturais e linguísticos dos Estados-Membros e mantida pelos lóbis europeus das Telecomunicações – que poderão perder a “cash-cows” do “roaming” – e por lóbis das multinacionais tecnológicas e de internet americanas; rever o resultado do autismo, durante duas décadas, em relação à desadequada Política Europeia de vizinhança, nomeadamente, com a Federação Russa e as negativas consequências diretas para a União Europeia – a dependência Energética, as necessárias Parcerias Comerciais com países do Leste Europeu e euro-asiáticos, e, as contraproducentes sanções económicas à Rússia, quando não há meios alternativos de resposta. Tudo isto parece ter “passado ao lado”, face ao grave “default” da Grécia e saída da Zona Euro e ao “terramoto” financeiro consequente. Mas, isso poderia implicar uma saída unilateral de Atenas da União Europeia ou “Grexit” e até da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), criando um desequilíbrio geoestratégico colossal no Mediterrâneo e Médio-Oriente. As conclusões do Conselho Europeu foram, uma vez mais, consensos e pró-formas no possível. Resultaram num rol de intenções e de generalidades mediáticas. Mas os problemas mantêm-se. As decisões aguardam outros cenários menos stressantes – pós “tragédia grega” ou, melhor, “drama europeu”, num ciclo frenético de reuniões, esvaindo-se o tempo e ultrapassados os vários “final-points”, comiserativas decisões imprudentes sobre a Grécia –,e “timings” mais favoráveis, após as eleições em França e Alemanha e o referendo no Reino Unido, em 2017.Decididamente, prevaleceu o protelar evitando a “real politik”. A começar pelas relações com a Rússia, de Vladimir Putin, que são o mais acentuado e próximo sinal externo da «Nova desordem Europeia»* de Ivan Krastev e Mark Leonard (2014), consequências inevitáveis d’«O Fim da História e o último Homem» de Francis Fukuyama e do «Regresso da História e do fim dos sonhos» de Robert Kegan, entre outros, numa realidade pós 1989-2014! *http://www.ecfr.eu/publications/summary/ the_new_european_disorder322 Notas Soltas. Folhas caídas (392) Pinceladas com... diferentes tonalidades IV ROGÉRIO DE OLIVEIRA (continuação) 16. – É BOM LEMBRAR, A MÁ QUALIDADE DO DEBATE POLÍTICO como a principal explicação para o divórcio, indiscutível, entre eleitos e eleitores. O debate político em Portugal é mau porque, óbvio, a qualidade dos políticos portugueses não é melhor. Da esquerda à direita, sem exceção, a grande maioria deles ainda não perceberam que mesmo antes de começarem a falar já ninguém os está a ouvir. As pessoas não querem saber de macroeconomia, querem é ser felizes. Mas é mais do que isso. As pessoas estão cansadas da falta de palavra, da qual Portas é apenas um bom exemplo, e do preenchimento do debate político com disputas partidárias irrelevantes, com algo que nada acrescenta, isso mesmo, à sua felicidade. NADA SERVEM AS HORAS QUEIMA- DAS DE FRASES, que cheiram a propaganda, feitas para o horário nobre. Ninguém ouve. E o problema não se resolve com worshops de marketing político para surpreender com campanhas modernas. Podem servir durante algum tempo, mas há coisas que não se conseguem disfarçar para sempre. As competências técnicas não bastam, há características tão ou mais importantes para nos impelir ao voto. A autenticidade, a honestidade e a capacidade de mobilizar e entusiasmar não é para todos e, por cá, tem sido poucos. E há mais. Ninguém disse que era fácil ser um político bom. Há muito que a carreira de político deveria ter deixado de ser um caminho de conveniência e compadrio. É uma profissão e é assim que deve ser entendida, não é só o caminho mais à mão. Falta seriedade, coerência, vocação, paixão e capacidade para ceder e assumir erros. 17. – O ESCABROSO CASO DOS SUBMARINOS DE PAULO PORTAS (CDS-PP), FOI ARQUIVADO. Ninguém foi condenado. Ninguém foi preso. Tudo bons rapazes……… Aqui em Portugal. Na Alemanha, houve condenações, POR CORRUPÇÃO, na mesma transação. Diz a OCDE: Portugal é um país pobre devido à corrupção. Portugal é o país mais desigual da União Europeia. Nos últimos anos, criaram-se mais 10 MIL NOVOS RICOS e mais UM MILHÃO DE NOVOS POBRES. O CDS-PP deu uma forte contribuição para isso. Entretanto, onde houver governos e governantes como o nosso, o polvo da Ferrostaal vai continuando a semear hordas de pedintes e indigentes. Paulo Portas, o irrevogável, lá vai cantando e rindo, como se não tivesse nada a ver com isto, e, quando lhe convém, faz uma perrice com o seu parceiro de coligação, e mostra-lhe aquela cara de noiva arrependida. A quem entender que este assunto é extemporâneo, eu digo: NÃO É. É PARA VER SE O POVO ACORDA. 18. – A CAMPANHA ELEITORAL PARA AS LEGISLATIVAS, ESTÁ AÍ À PORTA. JÁ CHEIRA A CARNE ASSADA. As caixas de refrigerantes já foram encomendadas e os pavilhões de festas reservados. Os sistemas de som estão alugados e as caravanas aquecem os motores. É impressionante. Nunca o eleitorado esteve tão divorciado da política, nunca a credibilidade dos que pedem votos esteve tão desgastada, mas nem mesmo assim os principais partidos fazem um esforço para inverter a situação. Os exemplos que chegam dos outros países são mais que elucidativos. O sistema partidário tradicional está gasto e a esboroar-se de eleição para eleição. Na Grécia, em Espanha ou na França, os partidos mais antigos não se renovaram a tempo. Os mais novos não conseguem ainda convencer sequer que são diferentes. As eleições pela Europa têm sido experiências de laboratório político, mas os partidos portugueses parecem não as aproveitar. Não só têm falta de ideias, como a forma de as transmitir é cada vez mais errada. Alguém está disposto a ouvir DURANTE HORAS a apresentação de ideias básicas de um manifesto eleitoral ? NINGUÉM, mas é assim que os principais partidos atuam. Penosos discursos em salas apinhadas de militantes, quase forçados a preencher cadeiras. Se a forma de conquistar votos não é brilhante, o conteúdo também não ajuda. Quase não há ideias novas. E os que arriscam algo diferente são apedrejados no pelourinho por uma faminta clientela partidária. É irónico que os partidos que passam o tempo a pedir empreendorismo e inovação, são agora os que menos surpreendem o eleitorado. Será que ninguém nestas equipas sabe como NÃO se deve comunicar? Ou, mais importante ainda, ninguém se preocupou em mudar radicalmente o discurso dos líderes, tornando-os mais humanos? A política já não se faz assim em parte nenhum do mundo, mas vai continuar a ser assim em Portugal. De eleição em eleição……. Até à derrota final. GAIA/VILAR DO PARAÍSO 16 Atlântico Expresso Segunda-feira, 6 de Julho de 2015 A revolução dos filmes de cristais líquidos João Sotomayor Os filmes de cristais líquidos revolucionaram o mundo da tecnologia. Actualmente são utilizados nos mais diversos dispositivos, como relógios digitais, telemóveis, máquinas de calcular e televisores. Nuns estudos a publicar brevemente pelo Journal of Chemical Technology and Biotechnology e pelo Liquid Crystals, Maria Catarina Silva e João Sotomayor do LAQV REQUIMTE, Faculdade de Ciência e Tecnologia, e ainda João Figueirinhas do CFMC-UL, Instituto Superior Técnico, apresentam uma nova aplicação envolvendo estes filmes. No futuro esta aplicação poderá permitir a utilização de filmes de cristais líquidos em dispositivos de memória óptica, com um processo semelhante ao da gravação e leitura de CDs e DVDs. Maria Catarina Silva A nova aplicação utiliza um tipo específico de filme de cristais líquidos em que moléculas de cristal líquido estão dispersas numa matriz polimérica, chamado PDLC. Conforme a orientação das moléculas de cristal líquido, estes filmes podem se apresentar transparentes ou opacos. Quando as moléculas estão desalinhadas o filme é opaco. Mas se for aplicado um campo eléctrico as moléculas alinham-se segundo o campo, tornando o filme transparente. Em geral, quando se desliga o campo eléctrico, as moléculas de cristais líquidos voltam a ficar desalinhadas e o filme torna-se opaco outra vez. Em certos tipos de PDLCs ocorre o chamado efeito de memória permanente (PME): ao desligar o campo eléctrico mantém-se o alinhamento das moléculas e o filme permanece transparente. No entanto o aquecimento do filme pode provocar um novo desalinhar das moléculas de cristal líquido, ultrapassando o PME e tornando este material opaco outra vez. João Figueirinhas A aplicação apresentada nos dois artigos recorre ao PME e à sua reversão. De uma forma análoga ao que acontece em CDs e DVDs, a aplicação de um campo eléctrico permite a gravação de informação digital em pontos no filme (transparente ou opaco), a qual pode ser lida recorrendo a um laser e pode ser apagada recorrendo ao calor. Ciência Hoje Estudo levado a cabo em Aveiro Grafeno mais sílica: a revolução da indústria tecnológica do futuro uma nova era na utilização do grafeno em dispositivos micro-electromecânicos”, antevê Andrei Kholkin. O cientista do Departamento de Física e do CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro da UA, e líder da equipa de investigação, explica que, “uma vez que o grafeno é muito fino e flexível, antecipam-se inúmeras vantagens face a materiais piezoeléctricos tradicionais”. Os investigadores Sergey Luchkin, Gonçalo Cunha e Andrei Kholkin Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA) acaba de divulgar que o grafeno, quando combinado com a sílica, tem propriedades piezoeléctricas. Este é um material que poderá vir a revolucionar a indústria tecnológica do futuro devido à sua resistência, leveza, transparência e flexibilidade, além de ser um óptimo condutor de electricidade. A descoberta da piezoelectricidade do grafeno, ou seja, a sua capacidade de gerar energia eléctrica através da simples compressão do material, abre as portas a que, por exemplo, telefones móveis de nova geração e circuitos micro-ondas possam operar a uma velocidade e qualidade sem precedentes. A descoberta foi publicada ontem na Nature Communications, uma das mais importantes revistas científicas do mundo. “Prevê-se que esta descoberta irá levar a Descoberta irá levar a uma nova Era na utilização do grafeno em dispositivos microeletromecânicos O investigador aponta, como exemplo, que a partir desta descoberta “a frequência da ressonância piezoeléctrica pode ser levada para a gama dos gigahertzs com um factor de qualidade sem precedentes”. Andrei Kholkin não tem dúvidas: “Isto pode ser de grande utilidade para telefones móveis de nova geração ou circuitos micro-ondas”. O grafeno, cujo estudo valeu em 2010 o Prémio Nobel da Física a Andre Geim e Konstantin Novoselov, cientistas da Universidade de Manchester, Inglaterra, é um material feito inteiramente de átomos de carbono que estão arranjados numa rede hexagonal e dispostos num plano. “Este material tem propriedades excepcionais”, esclarece Andrei Kholkin salientando “a capacidade de conduzir a electricidade e o calor mas oferecendo uma resistência mecânica 100 vezes superior ao aço em relação ao qual é mais leve”. Ciência Hoje Ciência De como um smartphone pode controlar a qualidade dos óleos de fritar Castro, CEO da AMBIFOOD. O projecto contempla o registo de patente para vários países. O EYEFRY compreende um dispositivo de leitura que gera os resultados e os transmite para um smartphone que, por sua vez, está conectado com o sistema geral de controlo de dados, através de um software próprio. Este produto destina-se às António Gaspar diz que o projecto permite dotar os operado- entidades que actuam na indústria alimentar, e para quem os res alimentares de um sistema de análise controlos são obrigatórios, considerando as questões legais e Tecnologia única no mundo made in Portugal vai permitir controlar a qualidade dos óleos de económicas. Para além dos benefícios económicos que o fritura através de sistemas ópticos e de software de registo e controlo de dados por meio de smar- projecto EYEFRY vai trazer, está provada uma tphone. O projecto de I&D juntou o INESC TEC relação de causalidade entre a ingestão de óleos (INESC Tecnologia e Ciência), a AMBIFOOD, usados na fritura, a sua degradação e o aparecia Faculdade de Farmácia da Universidade do mento de certas patologias, tais como doenças Porto (FFUP) e o Laboratório de Química da degenerativas, oncológicas, envelhecimento precoce, entre outras. ASAE. “A solução conseguida através do projecNa génese do projecto EYEFRY esteve a ideia de criar um sistema inovador de controlo to EYEFRY permite dotar os operadores alide degradação de óleos alimentares. Esta foi uma mentares de um sistema de análise que, por necessidade sentida face à legislação em vigor, um lado, preserve a saúde dos consumidores que estipula o valor máximo de 25 por cento para ao permitir a utilização de óleo não degradaa presença de compostos polares num óleo de do a níveis nocivos para a saúde e, por outro, fritura, e à noção de que os sistemas de análise que evite custos desnecessários, controlando actuais não correspondem às necessidades das mais correctamente o óleo e prolongando a sua vida útil de utilização dentro dos valores empresas. “Os sistemas que actualmente existem adequados”, refere António Gaspar, coordenacolocam questões de robustez e fiabilidade, dor do Centro de Sistemas de Informação e de sendo que se colocou a ideia de podermos Computação Gráfica (CSIG) do INESC TEC e investir numa solução que conjugasse a faci- responsável por este projeto, que contou também lidade de uso, o baixo custo analítico e com com a colaboração do Centro de Fotónica Apliresultados confiáveis. Foi nesse sentido que cada (CAP). quisemos entrar num mercado em expansão, com um produto inovador capaz de criar postos de trabalho dedicados e tendo em vista a internacionalização”, afirma Artur Melo e Ciência Hoje Cátedra do Real Madrid aprova projecto que envolve a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro gentes que potenciem o desenvolvimento do talento no desporto”. Em Vila Real, esta fase funcionará com recurso ao Talentódromo, estrutura de desenvolvimento de talentos desportivos, apoiado também pela Câmara Municipal de Vila Real. Da equipa que levará a cabo o projecto fazem parte, também, o docente e investigador da UTAD, Nuno Leite e diversos bolseiros financiados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, que têm já proCerimónia de aprovação do projecto: Sérgio Jiménez duzido trabalho substancial nestes (UEM); Nuno Leite (UTAD); Florentino Pérez (RM) e domínios do treino desportivo. Jaime Sampaio (UTAD) O suporte científico das actividades é realizado com equipaO projecto CreativeTalent, uma parceria mentos e tecnologia avançada, disponíveis no entre investigadores da Universidade Europeia CreativeLab e no TalentLab da UTAD. Numa da Madrid (UEM), Universidade Politécnica de fase posterior, serão também investigados os Madrid e da UTAD - Universidade de Trás-os- processos de transferência do talento no desMontes e Alto Douro - CreativeLab/CIDESD, porto para contextos laborais e escolares. A cerimónia de atribuição de financiamenfoi aprovado pela cátedra da Escola Universitária do Real Madrid com um financiamento to dos projectos aprovados pela cátedra da Escola Universitária do Real Madrid realizou-se total de seis mil euros. Coordenado pelos investigadores Sérgio no estádio Santiago Bernabéu com a presença Jiménez (UEM) e Jaime Sampaio (UTAD), o de Florentino Pérez e do director da Cátedra e projecto tem como objectivo “implementar e prémio Nobel, Mário Vargas Llosa. testar programas de treino da criatividade em Ciência Hoje simultâneo com a criação de ambientes inteli- 17 Opinião A Crença XXVII-100 Anos Postal da Nova Inglaterra À mesa do café, fala-se da saudade - IV JOÃO CARLOS TAVARES Chama-se Manuel Amaral Brum! É um dos companheiros da “cavaqueira” matinal à mesa do café, onde se fala da saudade, e a ele nos vamos hoje referir nesta despretensiosa crónica emigrante. Natural de Ribeira Seca, Vila Franca do Campo, emigrou para o estado de Rhode Island, EUA, no início dos anos 60 do século passado. Fez a “primária” naquela histórica vila micaelense e ganhou muitas amizades com professores e com outras pessoas que foram personalidades da cultura em Vila Franca, caso do dr. Augusto Simas, do professor e músico, Teotónio Machado Andrade, e outros que admiravam a memória e dotes de inteligência do jovem Brum, muito interessado na história da primeira capital de S. Miguel e de tudo o que fosse cultura nas suas diferentes vertentes. Apodaram-no, na sua tenra juventude, de “Manuel Cruzinha”, alcunha que divertia o abalizado empresário vilafranquense, António Damião, por naqueles recuados anos, ter sido sempre o jovem paroquiano da igreja da Matriz de S. Miguel que na Vila levava a “cruz processional” durante as festividades da terra. Lidou, leu e investigou com os interessados, a história de Vila Franca e ainda hoje repete facetas decoradas com os devidos pormenores dos factos mais transcendentes, desde os primórdios do povoamento, passando pelo terramoto de 1522 à construção da escadaria monumental da Senhora da Paz, até ao Mercado de Peixe. A genealogia das famílias vilafranquenses, bem assim de toda a ilha, Manuel Brum, conhece-as com alguma profundidade. Tudo o que se relaciona com Vila Franca do Campo, os seus históricos edifícios, individualidades ali nascidas e as suas respectivas áreas de desempenho, jardins, igrejas e conventos, não têm segredo para o Brum. Cedo foi para Ponta Delgada trabalhar e ali no seu ambiente de menino e moço escolheu para passar a suas horas de hobby frequentando a biblioteca de Ponta Delgada. Vasculhar documentos e publicações antigas onde aprendeu aquilo que mais o cativava, a história da sua vila e de todas as ilhas dos Açores e não só foi o seu tempo preferido no dia a dia. A Biblioteca Pública de Ponta Delgada foi assiduamente frequentada pelo Amaral Brum, como aproveitamento de tempo, na procura de notas históricas e nelas teve sempre o apoio do investigador já, falecido, dr. Hugo Moreira, por quem nutriu a maior estima e consideração. Com ele aprendi Atlântico Expresso Segunda-feira, 6 de Julho de 2015 muito, diz Manuel emocionado pelo peso da saudade. Na altura, entusiasmado, assistiu aos antigos leilões que se realizavam em toda a ilha e aí encontrou alfarrábios de valor que depois recuperou e vendeu aos coleccionadores interessados da sociedade micaelense. Mas, primeiro lia e anotava os factos mais transcendentes encontrados na obra, aprendia e decorava. Foi assim, durante muito anos, até emigrar para os EUA. Aqui o bichinho das antiguidades e das publicações ligadas às genealogias, história e biologia sempre o fascinou e andou por casas de artigos antigos, leilões e feiras à procura de objectos e publicações raras ou esgotadas. O velho hábito de frequentar bibliotecas e livrarias sempre o cativou e chegado aos EUA, fez o mesmo. Interessou-se também pela botânica, origens e as famílias de múltiplas espécies, isto tudo desde que tomou conhecimentos da fascinante obra realizada por Ernesto do Canto, nomeadamente no cultivo de espécies importadas que fazem parte do quadro de belezas que ornamentam jardins de S. Miguel. Leu Mark Twain e conhece muito da obra do físico e dos botânicos Thomas Jefferson e Jacob Bigelow. Aprendeu o tratamento das árvores e, diz com certo orgulho, que já fez uma delicada poda de árvore num jardim desenhado pelo célebre arquitecto o famoso Frederic Homestead, autor do mundialmente famoso State Park, na cosmopolita cidade de Nova York. No que refere à genealogia, Brum diz admirar o açoriano Ferreira de Serpa e o actual investigador Jorge Forjaz, a quem um dia durante um convívio na Casa dos Açores da Nova Inglaterra, sediada, ao tempo, em Rhode Island, decidiu oferecer uma obra de um genealogista americano, Genealogia das Famílias da Nova Inglaterra, obra rara, pela qual o açoriano dr. Forjaz ficou bastante grato. Para um indivíduo, como o Manuel, possuidor de apenas o 2º. ano do antigo ensino secundário, o leque de conhecimentos culturais, como são os dele, torna-se vasto e, notoriamente, tem gravado muita coisa na sua memória de elefante que a todos deslumbra, porque refere a factos, datas e lugares, nome com a necessária precisão. Agora, já perto dos 80 anos de idade, ainda vai, quase diariamente, à Biblioteca Pública de East Providence, na procura de dados históricos, biografias e outras narrativas de interesse para coleccionar ou oferecer cópias a alguém que sabe se empenhar pelas suas buscas. As próprias funcionárias da biblioteca admiram-se dos seus largos conhecimentos e não regateiam ajuda ao veterano emigrante, dado o seu singular interesse por essas culturas que enriquecem os conhecimentos de qualquer cidadão, não tendo como obstáculo o factor idade. As simpáticas empregadas bibliotecárias até se motivam com o cativante interesse do idoso luso-americano. Manuel Brum foi também um sedento coleccionador, durante anos, de obras de arte sacra, quadros, molduras e de peças antigas. Nas suas velhas “relíquias” sabemos que tem a primeira imagem de Santa Ana, trazida dos Açores para a América e que pertenceu à primeira igreja das Furnas. Possui também outras imagens e alguns quadros de valor artístico de reconhecidos pintores portugueses e até tem, ainda guardado, que pode vender a qualquer museu interessado, o baú que serviu de modelo na pintura do célebre quadro “Os Emigrantes” de Domingos Rebelo. Falando de um lapso de tempo com mais de 60 anos envolvido nos meandros das coisas culturais e da natureza, podemos ainda referir nesta crónica, o interesse que Amaral Brum, sempre demonstrou, pela bibliografia açoriana e por conhecer a fundo as obras e as biografias dos muitos autores da Região, em especial do período que vai até aos anos 70. Poucos são os literatos, historiadores, poetas, pedagogistas, escultores, pintores e até muitos jornalistas e oradores sacros, etc. que o nosso companheiro de café e amigo de há muito, não saiba dizer algo sobre esses açorianos ilustres doutros tempos e épocas. Manuel Amaral Brum, ainda é possuidor de algumas obras editadas nos Açores que continuam no rol das raridades. Dezenas de pessoas, nos meados do século passado, ligadas e interessadas pelas coisas da cultura, conseguiram edições para as suas bibliotecas particulares, graças ao Manuel Brum que era figura sempre presente em actos de leilões e bric-à-bracs, e nas livrarias, pendurado nas prateleiras à procura de “livros amarelados” do volver dos anos. Reconhece e apoia a actividade editorial dos tempos actuais onde quase todas as semanas surgem novos livros nas montras das livrarias. E indaga-se se acaso há leitores interessados para tanta fartura. Finalmente lembra que não encontra razões para que ainda não tivessem sido reeditados livros importantes no escaparate açoriano, como o livro de Porfírio Bessone, Dicionário Chronológico dos Açores, 1935; a obra de Joaquim Cândido Abranches, as genealogias de Ferreira de Serpa, para referir apenas a estas obras, porque existe muitas outras que deverão interessar aos bibliófilos e investigadores dos Açores e naturalmente a pessoas de todo o Portugal e do estrangeiro. Este Manuel, emigrante e cidadão respeitado, deveria ser, um dia, estudado e até mesmo mais apreciado pelas pessoas ou grupos de pessoas que admiram essas figuras, com somente as aptidões educacionais mínimas, mas com capacidade de assimilação e avidez de conhecimentos diversos, porque razão se perderam no lençol de desperdícios de potenciais ilustres capacidades de intelectuais? East Providence, 26 de Junho, 2015 A mulher educadora para a Paz TEIXEIRA DIAS Tenho até ao momento trabalhado sobretudo os números mais antigos, não esquecendo, como convém os mais recentes. Hoje vou precisamente respigar no ano de 1995. A par de várias possibilidades aquela que me pareceu mais oportuna foi em primeiro lugar a transcrição da mensagem do então Papa Santo João Paulo II: A Mulher educadora para a Paz. Esta mensagem foi uma sementeira de comentários que naturalmente procurarei enunciar. O Papa, referindo-se à paz começa por afirmar: “Sabemos bem como é difícil esta obra. De facto para ser duradoura e eficaz não pode limitar-se aos aspetos exteriores da convivência mas deve sobretudo incidir sobre as mentes e apoiar-se numa renovada consciência da dignidade humana”. Um pouco à frente o pontífice continua: “Educar é um dos mais fecundos e duradouros caminhos para firmar o valor da paz”. “Desejo dirigir a minha mensagem para esta mensagem da Paz sobretudo às mulheres, pedindolhes que se tornem educadoras da Paz com todo o seu ser e seu agir; sejam testemunhas, mensageiras mestras da Paz na vida cultural, social e política”. Os comentários à alocução papal começam ainda durante a transcrição total das palavras papais. No jornal de 22 de janeiro desse ano de 1995 Nuno Filipe, da ordem de S. João de Deus, tem esta opinião: “Nalguns lares a educação religiosa parece ser tarefa da avó, que tem muito tempo livre. Sempre é melhor que nada, mas os laços afetivos têm, (devem ter), um elo muito mais forte em relação aos pais, sobretudo à mãe”. As reflexões vão surgindo ao longo do ano, e embora muitas vezes não refiram as palavras de S. João Paulo II, as ideias fundamentais lá se encontrarão. “Numa sociedade que nos impõe modelos a seguir que não são os nossos, a mãe aprende que o filho não é um projeto seu. É alguém que se vai construindo na liberdade e na responsabilidade de viver a vida, sem as amarras que tantas vezes o seu protecionismo gostaria, por segurança de lho impor” . (28 de maio). No dia 6 de agosto surge-nos um artigo «O génio da mulher», aí se afirma: “O progresso humano é avaliado normalmente em categorias técnicas e científicas. Mas estas não são as últimas dimensões do progresso: «mais importante é a dimensão ético-social, que diz respeito às relações sociais e aos valores do espírito. É nesta dimensão frequentemente desenvolvida sem alarde, das relações quotidianas entre as pessoas, especialmente dentro da família que a sociedade é devedora precisamente ao génio da mulher. E este respigar termina com uma transcrição de parte de um poema: “Ainda ontem tricotei a coragem do medo desfeito Hoje, bordo a estrada que o amor me ajudou a sonhar E não deixarei que os muros da escuridão Encubram as pegadas da Paz que procuro Serei sempre mulher!... (11 de junho de 1995) Atlântico Expresso 18 Opinião Segunda-feira, 6 de Julho de 2015 Lá Longe 668 Grupo folclórico de danças e cantares de Joane JOSÉ HÄNDEL DE OLIVEIRA Mais uma vez e tendo em conta a excelente colaboração que durante os 24 anos que fui Delegado da Inatel em Braga, mantive com o conceituado Grupo Folclórico de Danças e Cantares de Joane, a Direcção teve a amabilidade de me convidar a assistir ao XXXI Festival de Folclore que organizaram. Aquele certame foi precedido de um jantar convívio num restaurante daquela vila famalicense, onde fui recebido pelo Presidente da Direcção Mário Tapadas, pela Vice-Presidente Deolinda Salgado e pela Tesoureira e Directora Técnica do Grupo, Cristina Simões. Depois da magnífica refeição que nos foi servida, deslocámo-nos para o Parque da Ribeira onde ia decorrer o Festival e em que participaram também o Rancho Folclórico da Casa do Povo de Anjeja (Aveiro), o Grupo Folclórico “As Ceifeiras de S. Martinho” de Oliveira de Azeméis e o Grupo Folclórico “Os Lavradores de Oleiros” de Ponte da Barca. Naquele local tive a oportunidade de cumprimentar o Secretário da Direcção e meu amigo Ricardo Mendes que estava atarefado com os afazeres da barraquinha dos comes e bebes, onde se obtêm uma razoável receita para o Grupo. Antes da actuação dos quatro agrupamentos, fui chamado ao palco juntamente com outros convidados e ouvi, com muito gosto, os maiores elogios à minha acção na Inatel, feitos pelo apresentador do espectáculo Manuel Moreira, um homem que tem dedicado parte importante da sua vida ao folclore e à etnografia e que mantém na rádio “Cidade Hoje” em Vila Nova de Famalicão, um interessante programa sobre folclore que é muito apreciado e tem grande audiência. Convidado por aquele meu amigo a proferir algumas palavras, naturalmente agradeci o convite, dei uma pequena ideia de quanto me bati pela dignificação do folclore nas Delegações da Inatel em Portalegre, na Covilhã, em Ponta Delgada, em Braga, em Viana do Castelo, em Bragança e no Conselho Geral da Inatel em Lisboa. Terminei desejando que todos os Grupos, com verdade e autenticidade, dessem uma ideia dos usos e costumes das Regiões em que estão integrados, nomeadamente através da música, das danças e dos cantares. Aos representantes em palco de todos os Grupos com os respectivos estandartes, foram entregues lembranças em que sobressaia uma genuína peça de artesanato (carro de bois). E não me retirei sem que uma gentil componente do Grupo de Joane me oferecesse um gracioso troféu alusivo àquele Festival de Folclore. SANTUÁRIO DO BOM JESUS DO MONTE Revela o jornal bracarense “Diário do Minho” que a Santa Sé reconhecendo a particular importância por se ter transformado em centro de devoção, de peregrinação, à sua superioridade histórica e à beleza artística, arquitectónica e decoração, concedeu o título de Basílica ao Bom Jesus de Braga. O emblemático “galo de Barcelos”, o Santuário do Bom Jesus do Monte e o seu bucólico escadório, são dos mais antigos ícones turísticos portugueses. POPULARES CORAJOSOS No Jardim do Morro, em Gaia, um cadastrado de 48 anos que já cumpriu uma pena de 18 anos de prisão por homicídio, cerca das 21h00 abordou uma ucraniana de 25 anos a quem exigiu a carteira e o telemóvel. Mas a jovem resistiu pelo que foi agredida com um soco na cara. Contudo, alguns populares atraídos pelos gritos da vítima, espancaram o assaltante e manietaram-no até à chegada da Polícia. O cadastrado que ainda chegou a disparar um tiro para o ar, foi transportado ao Hospital de Santo António, no Porto, para tratamento. A Polícia Judiciária confirmou a detenção e apresentou-o em Tribunal onde foi libertado com termo de identidade e residência. EXTORSÃO o dinheiro no Centro Empresarial, localizado na rua Guilherme Caldas Peixoto, em Vizela, mas avisou a GNR. Assim os dois indivíduos em vez do dinheiro foram detidos por elementos daquela Corporação. Um deles ficou detido e o outro foi notificado para comparecer no Tribunal Judicial de Guimarães. telemóvel que acorreu de imediato ao local com três viaturas e 12 agentes, tendo conseguido deter o assaltante meia hora depois. Foi presente ao Tribunal de Instrução de Guimarães e ficou em prisão preventiva. A PSP conseguiu recuperar 85 euros e a pistola que estava escondida num lenço. O DRAMA DOS EX-COMBATENTES IDENTIFICAÇÃO DE ANIMAIS PERDIDOS OU ABANDONADOS A Junta de Freguesia de Prado, Vila Verde, vai adquirir um “scanner” que permite identificar os cães perdidos ou abandonados, desde que os animais sejam portadores do respectivo “chip”. Com o “scanner” e desde que os cães tenham “chip” é possível identificar logo o local e ver se têm dono ou não. O aparelho está avaliado em 150 euros. No canil/gatil de Coimbra é compensado pelas adopções feitas. No primeiro quadrimestre deste ano foram adoptados 165 animais, sendo que a taxa de adopção de cães atingiu 66% e a dos gatos 80%. FURTO NO INTERIOR DE VIATURA De madrugada, um indivíduo de 48 anos, na Travessa da Praça do Comércio, em Braga, partiu o vidro de uma das portas de uma viatura e apoderou-se de dois sacos de plástico, com bens no valor de 510 euros. Porém, foi detectado pela PSP que o deteve e apreendeu o produto do furto. Foi notificado para comparecer nos Serviços do Ministério Público, junto do Tribunal Judicial de Braga. O jornal “O Comércio de Guimarães” noticia o seguinte: ASSALTO A TAXISTA Dois indivíduos de 33 e 35 anos, residentes em Guimarães, contactaram, através do telemóvel, um empresário do ramo do calçado, de Vizela, de 40 anos, a quem exigiram 1.000 euros sob pena de o denunciarem por causa de um processo de insolvência de uma empresa e de uma divida antiga. O empresário marcou encontro para entregar Um indivíduo de 30 anos, em regime de apresentações periódicas à PSP por ter assaltado uma idosa, meteu-se num táxi em Braga e quando passava junto ao Bairro Nogueira da Silva, nesta cidade, ameaçou o motorista com uma pistola e roubou-lhe 180 euros. Apesar de ter rebentado com o fio do rádio do carro, a vítima conseguiu ligar para a PSP pelo Em Amarante, um reformado de 74 anos, ex-combatente do Ultramar, com problemas de stress de guerra, expulsou a mulher e a filha de casa e fechou-se num quarto armado de caçadeira, assegurando que mataria quem se aproximasse. Chamada a GNR em conversação com mediadores desta Corporação ainda fez dois disparos, mas ao fim de seis horas a equipa táctica conseguiu imobilizá-lo sem necessidade de troca de tiros. Foi encaminhado para o hospital. BURLONA No Porto, uma mulher de 48 anos, assaltava na baixa idosos a quem roubava os cartões multibanco. Depois, fazendo-se passar por um funcionário bancário, telefonava às vítimas a pedir o código dos respectivos cartões, dizendo que se tornava necessário para cancelar o cartão. Uma das vítimas deu o código e depois verificou que lhe levantaram 3.000 euros da sua conta. Elementos da esquadra de Infesta da PSP interceptaram a burlona que foi reconhecida por várias das vítimas. As investigações continuam. LÁPIDE RECUPERADA Num aterro na Travessa do Alto das Torres, em Gaia, uma patrulha da PSP recuperou a lápide da escultura da Anja, furtada em 2006 da Praça do Anjo, no Porto. Em Novembro de 2009, o sucateiro que comprou a estátua em bronze, foi condenado a 4 meses de prisão efectiva por receptação de metal furtado. Braga, 14 de Junho de 2015 Foto: DR 19 Desporto Atlântico Expresso Segunda-feira, 6 de Julho de 2015 Opinião Os vencidos também se honram JOÃO DE BRITO ZEFERINO Acabou o sonho lindo de Portugal ganhar o Campeonato da Europa de Sub 21, que por ironia do destino, próprio do Futebol, foi mesmo até ao último pingo de suor. Eram bem fundamentadas as esperanças que todos depositavam nos “quininas” de Rui Jorge e seus pares, pois ao longo da grande maratona que conduziu à final, fomos, sem sombra de dúvida, e alertados chauvinismos, a melhor selecção da prova. Pelo menos na nossa modesta e insignificante opinião acompanhada por muita gente (não temos procuração para dizer se de todos os amantes da bola). Falar do que se passou e que todos viram, será repetir tudo aquilo que já sabemos. Fomos melhores, merecíamos ter ganho, só foi pena que A não tivesse jogado no lugar de B, que nunca devia ser o W. Carvalho a marcar a última penalidade, e mais e mais e mais. Bom, se é certo que todos têm direito à sua opinião, muito em especial no “day after”, o certo é que se tal tivesse outro desfecho, se Portugal trouxesse o “caneco”, todo o discurso acabaria por ser diferente. Mas não foi e agora temos que ver o lado positivo de tudo aquilo que temos. Para já os parabéns a todo o grupo e à equipa em primeiro lugar, porque deixaram a “pele” em campo, depois porque os vencidos não são dignos daquelas piedades balofas, mas sim de serem honrados. Há que pensar que o primeiro objectivo foi conseguido, que era levar a equipa aos Jogos Olímpicos do próximo ano no Brasil, coisa que já não acontecia há um quarto de século, mais coisa menos coisa. Depois porque ser vice-campeão da Europa não é vergonha nenhuma, pese embora os doutores da bola afirmarem que o segundo lugar é o melhor dos últimos. Mais ainda, ficou demonstrado que temos massa humana da boa, temos equipas de técnicos dos melhores (é ver a nossa exportação para países onde vão ganhar títulos) e que o futuro (pelo menos no futebol) pode ser risonho. E se quiséssemos alongar o percurso para melhores caminhos, nunca mais acabaria. E para nós açorianos, quer se goste ou não de futebol, é com grande alegria e honra que vemos no banco em representação da Federação Portuguesa de Futebol, o “velho ciclone dos Açores” Pedro Pauleta, sofrendo, a bom sofrer, como nos tempos em que andava “lá dentro” a marcar e a brilhar. E que agora já tem um sucessor um “pequeno milhafre” que tem garras e pelo rijo para segurar o trono daquele que ainda é só o 2º melhor marcador de todos os tempos na seleção. Seu nome Yuri Medeiros, faialense de boa cepa, que juntando o seu nome ao do Eliseu já consagrado nos mais velhos, mantem o orgulho açoriano nestas equipas das quinas. E que bom pelos menos para quem gosta destas coisas do futebol, que o vê por vezes arrastado na lama dos poderosos que em seu nome usam e abusam dos poderes efémeros que lhes foram conferidos, que ainda há neste reino gente que luta pelos ideais de defenderam as cores e as quinas e que, para além de tudo, tem nos seus quadros aquele que foi eleito pela UEFA, o melhor jogador do campeonato. Seu nome é William Carvalho, aquele que falhou a grande penalidade. E para quem gosta disto tudo, é mais do que suficiente para honrar os vencidos. Haja confiança no futuro, duma seleção que teve sete eleitos para a seleção ideal. É obra!. Temporada desportiva 2015/16 Nacional de Séniores com várias mudanças Campeonato Nacional de Seniores e Taça de Portugal com alterações na campanha que se aproxima (2015/16). Cinco equipas açorianas nos nacionais. Dois quadros competitivos que habitualmente envolvem equipas açorianas, Campeonato Nacional de Seniores e Taça de Portugal, vão sofrer alterações já a partir da campanha 2015/16. Assim, os clubes terão, em 2015/16, de inscrever 12 jogadores formados em Portugal nas fichas de jogos do Campeonato Nacional de Séniores, de acordo com as alterações ao terceiro escalão do futebol português. No actual regulamento, os clubes eram obrigados a ter 10 jogadores formados localmente em cada jogo da competição, sendo que as novas regras alteram também a definição de jogador formado localmente. Assim, um jogador formado localmente é aquele que tem entre 15 e 23 anos - antes era até aos 21 - e esteve registado no clube ou por clubes integrados na Federação Portuguesa de Futebol, de forma continuada ou interpolada, por três épocas completas ou por 36 meses. Estas alterações surgem na sequência das conclusões do Fórum de Desenvolvimento do Futebol, que decorreu em Olhão, no Algarve, em Novembro último, onde foi apontada, com carácter de urgência, a necessidade de defesa da protecção do jovem futebolista português. TAÇA DE PORTUGAL Entretanto, a Taça de Portugal de futebol vai ser alargada para 160 clubes a partir da próxima temporada (2015/16), com os clubes da Primeira Liga a iniciarem fora de casa a sua participação na prova. De acordo com as alterações ao regulamento da Taça, aprovadas pela Federação Portuguesa de Futebol, a competição passará a ter mais 25 equipas na próxima temporada, aumentando o número de clubes dos distritais. Outra das alterações é o facto de as equipas da Primeira Liga jogarem sempre fora o respectivo jogo da terceira eliminatória. Deste modo, na primeira eliminatória vão participar 80 equipas do Campeonato Nacional de Seniores, mais 44 clubes das competições distritais. Os apurados da primeira ronda juntar-seão aos conjuntos da Segunda Liga na segunda eliminatória e ao número necessário de equipas repescadas, sendo que, na circunstância, os clubes da competição profissional também jogarão fora. CINCO EQUIPAS Relembre-se que, na campanha que se avizinha, os Açores vão ter cinco equipas nas competições de índole nacional: Santa Clara (Segunda Liga); Operário, Angrense, Praiense e Sporting Ideal (Campeonato Nacional de Seniores). Atlântico Expresso 20 Segunda-feira, 6 de Julho de 2015 Publicidade Desporto 21 Segunda-feira, 6 de Julho de 2015 WTCC – 45º Circuito Internacional de Vila Real recebe Campeonato do Mundo Vila Real ou a “cidade Côrte de Trás-os-Montes” dá as boas vindas e acolhe mundial de turismo Outrora conhecida como a “Cidade Côrte de Trás-os-Montes”, devido ao elevado número de casas brasonadas, que então tinha, a Cidade de Vila Real dá as boas vindas, no próximo fimde-semana, ao “FIA World Touring Car Championship”, que é a principal prova do 45º Circuito Internacional da Cidade. Com um renovado “Circuito Citadino”, que integra um novo “paddock” e uma nova zona para a imprensa, estruturas fundamentais num evento de cariz mundial, Vila Real recebe, pela primeira vez, uma corrida de velocidade integrada no calendário de um campeonato do Mundo: o WTCC! Terra de ilustres personalidades, como são os casos do General Alves Roçadas, Prof. Doutor Nuno Grande, médico, (amigo pessoal da minha família, com quem falei vezes sem conta), Afonso de Castro (poeta lírico e jornalista), Luísa Dacosta (escritora), infelizmente, todos já desaparecidos, e, tantos outros, que dignificaram o nome de Vila Real, deixaram uma marca indelével e uma vastíssima obra cultural e científica. O “Jornal Atlântico Expresso” deseja um excelente fim-de-semana de corridas na Cidade de Vila Real, bem como a todos aqueles que trabalharam arduamente, para que este evento de carácter mundial, seja uma realidade até 2017, nesta belíssima cidade e capital transmontana, que tão bem sabe acolher todos aqueles que a visitam, seja para descansar ou seja para trabalhar, como é o nosso caso. Fotos: Departamento de Imprensa-WTCC JOSÉ MANUEL PINHO VALENTE São circuitos citadinos como o de Vila Real, onde a aproximação entre as pessoas, os automóveis e os pilotos é uma realidade. Porque são estes que proporcionam o espectáculo, que os espectadores tanto querem ver e observar e, de preferência, o mais de perto, como só é possível nos traçados citadinos. Como exemplos de outros traçados deste género com sucesso, temos o Uma fase da corrida, em Paul Ricard, com Tiago Monteiero (nº 18) a liderar um grupo recente e renovado Circuito da Boavista”, em que se encontram José Maria Lopez (37), Sebastien Loeb (9) e Ma Qing Hua no Porto, a menos de 85 Km de Vila Real, o Tiago Monteiro em pista, naquele que foi o primeiro evento do WTCC Circuito da Guia (Macau), o Circuito de Pau (França) ou o tradicional Circuito de Monte Carlo (Mónaco), que permanecerão para sempre na memória daqueles que gostam de automóveis, tal como aconteceu com as 44 edições já disputadas no traçado de Vila Real, de anos longínquos e mais recentes, mas com uma história que será recordada para sempre e que permanece arquivada no pó das bibliotecas, para mais tarde recordar. A Cidade de Vila Real tem o privilégio e a honra de ter um excelente traçado e possuir um dos poucos circuitos urbanos, ainda existentes, neste “Velho Continente”. Tal como o Vinho do Porto, este circuito situado em terras do Marão, continua a ser uma referência única no panorama nacional e internacional do automobilismo, recebendo este ano, pela primeira vez na sua história, um evento que integra um calendário mundial. É já na próxima sexta-feira, que o barulho dos motores vai ecoar pela bonita Cidade de Vila Real, com a realização dos primeiros treinos livres do WTCC. Será o início de um fim-de-semana escaldante em Tiago Monteiro tira o capacete termos de competição – onde se espera uma ou duas vitórias de Tiago Monteiro nas duas mangas -, quer em termos de temperatura ambiente quer em termos da temperatura do asfalto, que será abrasadora nesta efectuado em Portugal. altura do ano, sacrificando e muito os bem e os mal amados pneus. O piloto local, Manuel Pedro Fernandes, filho do lendário Manuel Apresentação no “Wine Bar/Restaurante Cais da Villa Fernandes, vai correr na sua terra natal, partilhando a grelha com Tiago Monteiro, aos comandos de um terceiro Chevrolet Cruze RML, da A apresentação do evento português do WTCC, em Vila Real, oitaformação espanhola Campos Racing, o que permitirá a Manuel Pedro va ronda do Campeonato do Mundo, teve lugar, a semana passada, no Fernandes lutar pelos primeiros lugares no “Troféu Yokohama” de “Wine Bar/Restaurante Cais da Villa”, com a seguinte localização GPS: Independentes. Recorde-se, que o “veterano” piloto, Manuel Pedro Latitude-41.293408º/Longitude-7.739793, na Cidade de Vila Real. Fernandes, se tem mantido activo desde o ano passado no “Troféu Contou com a presença do Exmo Senhor Engº Rui Santos (Presidente Abarth 500”. O WTCC volta a ter mais do que um piloto português à do Município de Vila Real), Manuel de Mello Breyner (Presidente da largada, o que já não acontecia desde 2007, no traçado da Boavista, no FPAK) e Tiago Monteiro (Piloto de Portugal no WTCC). Porto, quando Luís Pedro Magalhães e Miguel Freitas acompanharam Atlântico Expresso BANDEIRA DE XADREZ WTCC: LISTA DOS CAMPEÕES DO MUNDO DE PILOTOS (2005-2014) – A edição inaugural do Campeonato do Mundo de Carros de Turismo, com a designação FIA-WTCC (FIA-World Touring Car Championship), disputou-se em 2005. Este ano cumprese a 11ª edição e, exceptuando os anos de 2005, 2006 e 2014, teve sempre um evento realizado em Portugal. No traçado da Boavista (Porto) efectuaram-se quatro edições (2007, 2009, 2011 e 2013), Autódromo do Estoril (2008) e Autódromo Internacional do Algarve (2010 e 2012). Este ano, o Circuito Internacional de Vila Real recebe a oitava edição do WTCC, em Portugal, primeira vez no traçado transmontano. Os campeões do Mundo de pilotos desde 2005 foram os seguintes: 2005: Andy Priaulx (Reino Unido) BMW 320i; 2006: Andy Priaulx (Reino Unido) BMW 320si; 2007: Andy Priaulx (Reino Unido) BMW 320si; 2008: Yvan Muller (França) SEAT Léon TDI; 2009: Grabiele Tarquini (Itália) SEAT Léon TDI; 2010: Yvan Muller (França) Chevrolet Cruze LT; 2011: Yvan Muller (França) Chevrolet Cruze 1.6T; 2012: Rob Huff (Reino Unido) Chevrolet Cruze 1.6T; 2013: Yvan Muller (França) Chevrolet Cruze 1.6T; 2014: José Maria Lopez (Argentina) Citroen C-Elysée WTCC. Nota: Em 1987, designou-se Campeonato do Mundo de Turismo, enquanto que nos anos de 1993, 1994 e 1995, havia um calendário mundial para carros de Turismo, todavia, não tinha a designação de Campeonato do Mundo, mas de “Taça do Mundo de Carros de Turismo FIA/ FIA World Touring Car Cup”. Os vencedores do Campeonato do Mundo de Turismo (1987) e da Taça do Mundo de Turismo (1993 a 1995) foram os seguintes: 1987: Roberto Ravaglia (Itália) BMW M3; 1993: Paul Radisich (Nova Zelândia) Ford Mondeo; 1994: Paul Radisich (Nova Zelândia) Ford Mondeo; 1995: Frank Biela (Alemanha) Audi A4 Quattro. WTCC: ESLOVÁQUIA/CIRCUITO DE SLOVAKIARING (7º EVENTO/13ª e 14ª CORRIDAS) – Problemas electrónicos durante a qualificação obrigaram Tiago Monteiro a sair do final da grelha de partida em ambas as corridas. O piloto português foi obrigado a realizar duas corridas de recuperação e ao “sprint”, com o objectivo de terminar nos pontos. E foi exactamente isso que aconteceu. Tiago Monteiro concluiu a primeira manga no oitavo lugar e terminou a segunda no nono. Sem dúvida, foi um feito notável e totalmente merecido em corridas efectuadas contra o tempo, pois uma boa posição no “grid” de largada tem sempre um papel decisivo e fundamental no desfecho das corridas. No final, Tiago Monteiro disse: “Estas duas recuperações têm sabor a vitória. Foi bastante difícil e duro. Não podia dar-me por vencido. Fui muito agressivo e dei tudo o que tinha. Sabíamos que a tarefa ia ser muito difícil Até chegar aos pontos havia muitos adversários a bater, mas, felizmente, conseguimos alcançar a meta. Tanto eu como a equipa estamos satisfeitos com a performance do carro nas corridas”. WTCC: FRANÇA/CIRCUITO DE PAUL RICARD (8º EVENTO/ 15ª e 16ª CORRIDAS) – Tiago Monteiro teve um fim-de-semana agridoce em terras tricolores. Apesar de ter alcançado um sétimo posto na manga inaugural e em que foi sempre o melhor Honda em pista, mostrando um bom ritmo de corrida, foi abalroado por José Maria Lopez, sendo colocado fora de pista, quando seguia no segundo lugar e lutava pela vitória. Tiago Monteiro, aborrecido com este incidente disse no final: “O arranque foi bom e subi um lugar. Depois, quando ocupava a segunda posição, o “Pechito” numa atitude que não reconheço nele, colocou-me fora. E estragou a possível subida ao pódio. Claro que estou muito chateado, porque mesmo que ele seja penalizado, isso já não me beneficia em nada. E este pódio era importante para mim e para a equipa. Avizinha-se a prova de Vila Real onde a motivação é um factor importante. Mas, já nada há a fazer. Temos de seguir em frente e pensar que correrá melhor em Portugal”. J.M.P.V. 22 Atlântico Expresso Televisão Segunda-feira, 6 de Julho de 2015 signos BALANÇA (23/09 a 23/10) CARNEIRO (21/03 a 20/04) 09:00 Açores Hoje 10:30 Água de Mar 11:17 Portugueses Pelo Mundo 12:00 RTP Informação / RTP Açores 17:00 Informação Açores 17:22 Açores Hoje 18:52 Era uma vez 19:00 Água de Mar Série urbana e atual que se desenrola entre a Praia das Conchas e a nova Escola de Artes que está a nascer no palacete da família Barahona. Tendo como pano de fundo a mítica linha de Cascais, esta série possui uma trama cheia de emoções fortes 19:49 Mundo Automóvel Mundo Automóvel destaca os temas de grande actualidade: automóveis alternativos, segurança, tecnologia, design e concepts assim como o lançamento dos novos modelos da indústria automóvel nos mercados nacional e internacional. 20:00 Telejornal Açores 20:40 Documentário Açores 22:47 Bem-vindos a Beirais T3 - Ep. 128 03:30 Telejornal Açores 00:00 Euronews / RTP Açores 05:00 Consigo 05:30 Bom Dia Portugal 09:00 Verão Total (Manhã): Beja 12:00 Jornal da Tarde 13:15 Os Nossos Dias T2 - Ep. 62 14:00 Verão Total (Tarde): Beja 17:00 Portugal em Direto 18:00 O Preço Certo 19:00 Telejornal 20:15 Bem-vindos A Beirais T4 - Ep. 124 21:00 Quem Quer Ser Milionário - Alta Pressão 22:00 Agora A Sério Ep. 10 Uma série que retrata de forma humorística a dificuldade sentida pelos jovens de hoje em se tornarem autónomos, não deixando de lado os amores, as amizades e as aventuras próprias da idade. 22:30 5 Para a MeiaNoite T10 - Ep. 61 Com Luís Filipe Borges. Em cada noite, um apresentador diferente está aos comandos do ‘5 Para a Meia-Noite’. De segunda a sexta, este espaço recebe convidados de peso, muita animação, rubricas musicais e momentos completamente inesperados. 23:45 Dexter T8 - Ep. 8 00:45 Jikulumessu - Ep. 24 01:30 Inesquecível 03:00 Televendas 06:00 Zig Zag 10:00 Euronews 12:10 Ciclismo: Volta a França - Etapa 3 15:35 A Fé dos Homens 16:00 Zig Zag 19:00 Esplendores da Natureza 20:00 Jornal 2 20:47 Página 2 20:55 Hora da Sorte 21:00 Gomorra - Ep. 12 Gomorra conta a história de um grupo da Camorra, a máfia napolitana. O temido capo, Don Pietro Savastano é líder dos Savastano, um dos clãs mais poderosos da Camorra que impõe a sua lei em Secondigliano, e tem tudo para se tornar o chefe do grupo. 22:00 Visita Guiada T4 Ep. 9 Foz Côa, na fronteira da Beira Alta com Trás-osMontes, guarda o maior museu de arte paleolítica do mundo. Um museu a céu aberto, no vale do rio Côa, onde mais de mil gravuras em pedra, ao longo de 25km, estão identificadas como tendo sido produzidas desde há 25 mil anos. 22:30 Rasgar o Céu 23:15 Portugal 3.0 00:15 Sociedade Civil T10 02:00 Euronews 05:00 Violetta T1 - Ep. 6 06:00 Edição Da Manhã 07:45 A Vida Nas Cartas: O Dilema T3 - Ep. 274 09:00 Queridas Manhãs T1 - Ep. 324 12:00 Primeiro Jornal 13:30 Duas Caras - Ep. 159 14:30 Grande Tarde T2 - Ep. 127 17:30 Babilónia - Ep. 56 18:00 Alto Astral - Ep. 127 19:00 Jornal Da Noite 20:45 Mar Salgado Ep. 253 Beatriz provoca Patrícia no corredor do hotel, e revela-lhe que ela e André vão casar. Patrícia engole em seco e esforça-se para disfarçar a raiva que sente. 21:45 Poderosas - Ep. 36 Dinis fala com um polícia em português. Este explica-lhe a gravidade da situação e ao ver Luísa em apuros, assume que a droga era sua ilibando-a de qualquer responsabilidade. 22:45 Império - Ep. 186 23:30 Mentes Criminosas T9 Ep. 18 00:30 C.S.I. T12 - Ep. 11 01:15 Podia Acabar O Mundo - Ep. 5 01:15 Podia Acabar O Mundo - Ep. 5 02:00 Televendas 05:30 09:10 12:00 13:40 15:00 18:13 19:00 20:33 21:32 22:37 00:00 01:00 01:50 02:36 04:00 Diário da Manhã Você na TV! Jornal da Uma Feitiço de Amor Ep. 235 A Tarde é Sua The Money Drop Ep. 63 Jornal das 8 A Única Mulher Ep. 99 Henrique explica à família Sacramento que Jorge ficou na prisão e que só dentro de dois dias será ouvido perante um juiz. Todos estão preocupados. Pilar acha que o marido não vai aguentar o escândalo e a humilhação. Jardins Proibidos - Ep. 231 Manuel dá entrada no hospital Boa Esperança e manda calar Bárbara, quando esta apela para ele ter calma. Bárbara fica na sala de espera, preocupada a aguardar notícias. Célia chega ao hospital e encontra Bárbara. Repreende-a por não a ter avisado que vinha para Lisboa. Fascínios - Ep. 50 Ora Acerta Castle T4 - Ep. 6 Dr. House T8 Ep. 10 Filha do Mar - Ep. 54 Televendas Neste dia parece haver uma maior cumplicidade emocional entre si e os seus amigos, as conversas parecem tocar a todos de modo profundo. Os seus sentimentos estão mais vibráteis. Aproveite para meditar sobre aquilo que dá e recebe dos outros. Não procure uma compensação na comida. ESCORPIÃO (24/10 a 21/11) TOURO (21/04 a 20/05) Procure manter controladas as suas emoções e não perder a objectividade, pois este pode ser um momento para conversas cheias de significado. Este é o momento ideal para um pequeno retiro no recato do lar. Procure trazer ao de cima aquela parte de si que usualmente permanece escondida. SAGITÁRIO (22/11 a 20/12) GÉMEOS (21/05 a 20/06) A sua imaginação irá estar em evidência. A sua agilidade mental, as suas capacidades de argumentação, de comunicação estarão também sublinhadas. Este período caracteriza-se por uma sensação de maior dispersão, uma repentina vontade de fugir, de modo a recuperar a força que lhe é habitual. CAPRICÓRNIO (21/12 a 19/01) CARANGUEJO (21/06 a 22/07) Neste momento, em que a Lua faz Oposição a Júpiter, é indispensável estabelecer prioridades, de modo a levar as suas iniciativas a bom porto. Neste dia é provável que se sinta bem no meio daqueles objectos de família que para si têm um significado especial e que trazem boas recordações. AQUÁRIO (20/01 a 19/02) LEÃO (23/07 a 22/08) Os conflitos, a surgir, terão uma natureza emocional, pelo que lhe serão especialmente difíceis de controlar. Não se deixe manipular pelos outros. Uma boa relação da Lua com Úrano irá trazer-lhe novas ideias, maior gosto pelo inesperado e reforçar o seu sentido de independência e de liberdade. PEIXES (20/02 a 20/03) VIRGEM (23/08 a 22/09) Este trânsito confere-lhe uma grande consciência da sua pessoa e uma maior capacidade para expressar os seus sentimentos aos amigos ou a quem ama. A Lua promete tornar-lhe esta fase bastante agradável, se dedicar algum tempo a apreciar e conceber expectativas realistas a respeito dos outros. INFORMAÇÕES DE UTILIDADE PÚBLICA FARMÁCIAS Ponta Delgada - Central Rua Marquês da Praia de Monforte, 1-7 Telefone: 296284151 Ribeira Grande - Ribeirinha Rua Direita, 1ª parte nº1 Telefone: 296479202 HOSPITAIS Ponta Delgada - 296 203 000 Nordeste - 296 488 318 - 296 488 319 Vila Franca - 296 539 420 R. Grande - 296 472 128 - 296 472727 Povoação - 296 585 197 - 296 585 155 POLÍCIA BOMBEIROS Ponta Delgada - Urgência 296 301 301 Normal 296 301 313 Ginetes - 296950950 Nordeste - 296488111 Vila Franca - 296539900 Ribeira Grande: 296 472318, 296 470100 Lomba da Maia - 296446017, 296446175 Povoação - 296 550050, 296 550052 Centro de Enfermagem Bombeiros de Ponta Delgada Todos os dias das 17h00 – 20h00 Incluindo Sábados, Domingos e Feriados MARINHA Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo (MRCC Delgada) Tel. 296 281 777 Polícia Marítima de Ponta Delgada (PM Delgada) Tel. 296 205 246 Ponta Delgada - 296 282 022, 296 205 500 e 296 629 630 Trânsito - 296 284 327 R. Grande 296 472 120, 296 473 410 Lagoa - 296 960 410 Vila Franca - 296 539 312 Furnas - 296 549 040, 296 540 042 Povoação - 296 550 000, 296 550 001, 296 550 005 e 296 550 006 Nordeste - 296 488 115, 296 480 110, 296 480 112 e 296 480 118 Maia - 296 442 444, 296 442 996 R. Peixe - 296 491 163, 296492033 Capelas - 296 298 742, 296 989 433 Santa Maria - 296 820 110, 296 820 111, 296 820 112 e 296 820 110 Ponta Delgada De 2.ª a 6.ª das 9h00 às 19h00 Sábado das 14h00 às 19h00 Biblioteca Municipal Ernesto do Canto Rua Ernesto do Canto s/n 9500-313 Tel: 296 286 879; Fax: 296 281 139 Email: [email protected] Horário: 2ª a 6ª feira das 10h00 às 18h00 Horário de verão (durante as férias escolares): 2ª a 6ª feira das 8h30 às 16h3 POLÍCIA MUNICIPAL SERVIÇOS CULTURAIS Rua Manuel da Ponte, n.º 34 9500 – 085 Ponta Delgada Tel. 296 304403/91 7570841 Fax: 296 304401 E-Mail: [email protected] PORTO DE ABRIGO Estação Costeira Porto de Abrigo Tel. 296 718 086 BIBLIOTECAS Ribeira Grande Arquivo Municipal; Biblioteca Municipal De 2ª a 6ª feira das 9h00 às 17h00 Ponta Delgada Centro municipal de cultura Horário das Exposições 2.ª a 6.ª feira - das 09h00 às 12h30 e das 13h30 às 16h30 Encerrado aos fins-de-semana e feriados Ribeira Grande Centro Comunitário e de Juventude de Rabo de Peixe Teatro Ribeiragrandense Horário da 2ª a 6ª das 9h às 17h GABINETE DE APOIO À VÍTIMA 296 285 399 (número regional) 707 20 00 77 (número único) [email protected] 2.ª a 6.ª das 9:30 às 12:00 e das 13:00 às 17:30 MUSEUS Ponta Delgada Museu Carlos Machado 3ª a 6ª das 10:00 às 13:00 e das 14:00 às 18:00 Sábados e Domingos das 14:00 às 18:00 Encerra segundas e feriados Espaço Cultural e Museológico da Sinagoga de Ponta Delgada “Sahar Hassamain” Dias úteis das 13h00 às 16h15 Ribeira Grande Museu Municipal Museu “Casa do Arcano” Museu da Emigração Açoriana Museu Vivo do Franciscanismo Casa Lena Gal Aberto de 2ª a 6ª - 09.00/17.00H Museu Municipal do Nordeste Aberto de 2.ª a 6.ª das 09h00 às 12h00 e das 13h00 às 16h00 MISSAS Semana >> 08h00 – Santuário do Santo Cristo 08h30 – Matriz de 2ª a 6ª feira 09h30 – Fajã de Cima (3ª a 6ª) 12h30 – Matriz 18h00 – Igreja do Imaculado Coração de Maria 18h30 - Matriz; São José; 19h00 – São Pedro; Igreja Nª Sra. de Fátima -Lajedo; Santa Clara; Fajã de Baixo (3ª e 5ª); Saúde - Arrifes - (3ª e 5ª); Milagres - Arrifes - (4ª e 6ª). Sábado >> 12h30 - Matriz 17h – Clí- nica do Bom Jesus 17h30 – Igreja do Coração Imaculado de Maria; Capela de São João de Deus -Fajã de Baixo 18h00 – São José; Sete Cidades, Feteiras, Saúde - Arrifes. 18h30 – Matriz; Santa Clara; Fajã de Baixo. 19h00 Igreja Nª Sra. de Fátima; Mosteiros, São Pedro; Relva; São Roque, Candelária; Ginetes 19h30 - Fajã de Cima; Milagres - Arrifes. 20h00 - Covoada. Domingo >> 08h00 – Santuário Santo Cristo; Saúde – Arrifes, Mosteiros 09h00 – Igreja Senhora das Mercês; Clínica do Bom Jesus; Fajã de Baixo; Piedade - Arrifes. 09h30 - Piedade – Arrifes; 10h00 – Matriz; Igreja Coração Imaculado de Maria – São Pedro; Santa Clara; Milagres – Arrifes 10h30 – Capela de São João de Deus - Fajã de Baixo; Covoada; Hospital Divino Espírito Santo; Várzea; Sete Cidades, Candelária, Milagres - Arrifes. 11h00 – São José; São Pedro; Fajã de Cima 11h30 - Santa Clara; Fajã de Baixo; São Roque 12h00 – Santuário Santo Cristo; Matriz; Relva; Mosteiros; Ginetes, Feteiras; Saúde - Arrifes. 12h15 – Igreja de São Gonçalo - São Pedro 12h30 – Igreja Nª Sra. de Fátima Lajedo 17h00 – Matriz 18h00 – São José 18h30 – Fajã de Baixo 19h00 – São Pedro TABELA DAS MARÉS Baixa-mar: 11:25 Preia-mar: 05:21 – 17:42 ASSOCIAÇÃO DE TÁXIS DE SÃO MIGUEL (INSTITUIÇÃO DE UTILIDADE PÚBLICA) Central 296 30 25 30 296 20 50 50 TÁXIS TEATRO MICAELENSE TIME E LAVOISIER 11 DE JULHO - 21H30 COLISEU MICAELENSE SEM INFORMAÇÃO 296 38 2000 96 29 59 255 91 82 52 777 23 Curiosidades Atlântico Expresso Segunda-feira, 6 de Julho de 2015 Presa por fazer demasiado barulho durante o sexo Gemma Wale, de 23 anos, foi condenada a duas semanas de prisão pelo tribunal de Birmingham, no Reino Unido, por fazer demasiado barulho durante as relações sexuais. Os vizinhos sentiam-se incomodados com o ruído da jovem há vários meses. Queixaramse à polícia e, em Janeiro, a jovem recebeu uma ordem judicial para controlar o barulho. Como Gemma não cumpriu a ordem judicial, a juíza Emma Kelly aplicoulhe uma pena de duas semanas de prisão. “A Gemma começava a gritar tanto enquanto tinha sexo que nos acordava”, explicou um dos vizinhos, citado pelo site ‘News.com.au’. CM Pensava que o parkour era uma moda recente? Pense melhor… Desde o início do século XXI que o parkour ganhou popularidade entre os jovens, com acrobacias de cortar a respiração em cenários urbanos. Contudo, se pensa que esta moda é recente… pense melhor. Imagens captadas na década de 1930 em Nova Iorque mostram vários homens a desafiarem a morte com proezas que deixarão os praticantes de parkour «verdes de inveja». Desde escalar prédios segurando-se a canos, passando por correr sobre as carruagens de um comboio em movimento e saltos de pontes altas para a água, são várias as proezas destes «daredevils». DD Artista ergue ponte feita de papel no Reino Unido O papel está longe de ser o primeiro material em que se pensa quando se vai construir uma ponte, mas um artista no Reino Unido colocou a ideia em prática. Steve Messam assinou esta obra arquitectónica. Natural de Teesdale, Messam passou três anos a imaginar e a desenvolver o projecto, comissariado pelo Lakes Culture e apresentado como parte do programa Lakes Ignite 2015, de acordo com o site Metro. A ponte foi construída com 22.000 folhas de papel e pesa cerca de quatro toneladas. O montanhista Alan Hinkes comentou «estava ligeiramente perturbado (...), afinal de contas, [a ponte] é feita de papel, e eu aventureime a atravessá-la da primeira vez com alguma trepidação». «Havia um pouco de oscilação no topo e estamos a uns três metros do riacho rochoso por baixo, então não é sítio para quem sofre de vertigens», acrescentou. DD Norte-americana dá à luz gémeos de pais diferentes Uma mulher de New Jersey (EUA) deu à luz gémeos de pais diferentes, um caso raro noticiado pelo The New York Times. O fenómeno de concepção é raro e tem explicação científica. Mas o caso foi notícia não pela surpresa causada à progenitora, mas pelos motivos dos testes da DNA que originaram a revelação. É que a mulher, identificada pelas iniciais T.M., está a reclamar uma pensão ao homem que diz ser o pai das duas crianças. Para comprovar a paternidade junto do tribunal que deveria obrigar ao pagamento da pensão teve de recorrer ao teste genético e, qual surpresa, o antigo companheiro só é pai de uma das crianças nascidas em Janeiro de 2013. Por isso só estará obrigado a pagar uma pensão. Ora, quanto ao resultado do teste de ADN e a possibilidade provada de um dos gémeos ter sido gerado por relações com o outro homem, a ciência conhece o fenómeno e designa-o como «superfecundação». Tudo porque um espermatozóide pode viver até cinco dias. Se uma mulher tiver relações com dois homens em ocasiões diferentes, em menos de uma semana, pode fecundar dois óvulos num mesmo ciclo menstrual. Os manuais de obstetrícia costumam ilustrar a possibilidade com os casos em nascem dois gémeos, um ‘preto’ e o outro ‘branco’. DD Javali invade loja em centro comercial de Hong Kong Os clientes de um centro comercial de Hong Kong depararam-se com um intruso quando um javali caiu do tecto de uma loja de roupa infantil. O animal terá subido uma escada e entrado por um espaço sobre o tecto falso da loja. O javali, uma fêmea de 25 quilos, acabou por saltar para o chão da loja e derrubou vários manequins da montra. O animal acabou por ser atingido por um dardo tranquilizante e levado para um centro de reabilitação de animais selvagens. DD Mulher vinga-se do marido com mais de 70.000 euros em multas de trânsito Uma mulher da Arábia Saudita que se sentiu ofendida pelo marido arranjar uma segunda esposa decidiu «vingar-se», usando a viatura do companheiro para contrair uma dívida de mais 70.000 euros em multas de trânsito. A mulher contou com a ajuda do seu irmão para conduzir o carro do marido no dia do segundo casamento. Um vídeo tornou-se viral mostrando a carrinha Toyota a passar consecutivamente sinais vermelhos com câmara instalada para «apanhar» os infractores, de acordo com o UPI.com. DD Concurso televisivo coloca duas raparigas a tentarem soprar uma barata para a boca uma da outra Um concurso televisivo japonês coloca duas concorrentes frente-a-frente, com o objectivo de ver quem consegue soprar uma barata para a boca da adversária. DD Palco cede durante espectáculo sob o peso de coro de 80 pessoas, vários feridos Oito pessoas ficaram feridas, duas das quais com gravidade, depois do palco de um espectáculo na China ter cedido sob o peso do coro, composto por 80 artistas. O acidente está a ser investigado, relatam os Media chineses. A ocorrência teve lugar na cidade de Bijie, província de Guizhou. Ao local deslocaram-se elementos dos serviços de emergência para prestar auxílio aos músicos. O vídeo do momento aterrador tornou-se viral na internet. DD Carrinho de mão multado: polícia demasiado zeloso gozado nas redes sociais Um polícia britânico foi gozado nas redes sociais por multar um carrinho de mão que estava ‘estacionado’ numa zona de parque pago sem o respectivo ‘ticket’ de estacionamento. CM Polícia critica jovens que usaram ponte como escorrega e filmaram a «brincadeira» Um vídeo divulgado online dá conta do comportamento «extremamente perigoso» de uns adolescentes do País de Gales, que se filmaram a deslizar pelos cabos de uma ponte com mais de 50 metros de altura. Nas imagens vemos os jovens a escalarem a [ponte] George Street Bridge, em Newport, para depois regressarem ao chão usando os cabos de suspensão como «escorrega». Esta iniciativa, que foi realizada sem qualquer tipo de mecanismo de segurança, reflecte uma conduta «extremamente perigosa», segundo a polícia local. DD Moda das boleias chega ao mundo animal: corvo fotografado às «cavalitas» de águia A moda de boleias insólitas parece ter chegado ao mundo animal. Depois de uma doninha às cavalitas de um pica-pau e de um guaxinim nas costas de um jacaré agora foi um corvo que foi fotografado à boleia de uma águia-careca em pleno voo. As espantosas imagens foram tiradas por Phoo Chan, um fotógrafo amador, no estado norteamericano de Washington. A águia, símbolo nacional dos EUA, voava em busca de presas quando o corvo decidiu pousar no seu dorso. O corvo apenas permaneceu nas costa da ave de rapina durante breves segundos. Espantosamente, a águia não pareceu nada perturbada pelo inesperado passageiro. DD Ficha Técnica Atlântico Expresso Jornal Semanário Registo N.º 111846 Tiragem desta edição - 6 650 exemplares Editor - Gráfica Açoreana, Lda. Rua Dr. João Francisco de Sousa n.º 14 - Ponta Delgada Director: Américo Natalino Viveiros. Director Adjunto: Santos Narciso. Sudirector: João Paz Chefe de Redacção: Ana Coelho. Redacção: Nélia Câmara, Marco Sousa, Carla Dias, Bárbara Almeida; Fotografia: Pedro Monteiro; Marketing: César Botelho, Pedro Raposo. Paginação, Composição e Montagem - João Carlos Sousa, Flávio Cordeiro e Luís Filipe Craveiro; Revisão: Olivéria Santos; Economia: Eugénio Rosa; Colaboradores: Ricardo Cunha Teixeira, Reinaldo Arruda, Teixeira Dias, Cláudio Lopes, João Luís de Medeiros, Aníbal Fernandes, João Carlos Tavares, Diniz Borges, Manuel Calado, Manuel Estrela, Manuel M. Esteves, José Händel Oliveira, Natividade e Carlos Ledo, Orlando Fernandes, Rogério Oliveira. Desporto - José Pinho Valente, João de Brito Zeferino, João Patrício. Impressão: Gráfica Açoreana, Lda. - Rua João Francisco de Sousa n.º 14 - Ponta Delgada Telefones: Adminstração - 296 709886; Redacção - 296 709882/296 709883 Fax: 296286119 Propriedade - Gráfica Açoreana, Lda. - Contribuinte n.º 512005915 Número de Registo 200915 - Conselho de Gerência - Américo Natalino de Viveiros, Paulo Hugo Falcão Pereira de Viveiros e Dinis Ponte. Capital Social: 323.669,97 Euros - Sócios com mais de 10% do capital da empresa - Américo Natalino de Viveiros, Marques SGPS, Octaviano Geraldo Cabral Mota e Paulo Hugo Viveiros. E-mail:[email protected] Governo dos Açores Esta publicação tem o apoio do PROMEDIA - Programa Regional de Apoio à Comunicação Social Privada PUBLICIDADE Atlântico Expresso Ú L T I M A P Á G I N A Segunda-feira, 6 de Julho de 2015 Sessão Comemorativa do 176º Aniversário do Concelho Carlos Ávila quer mais criação de emprego e empresas para a Povoação O Presidente da Câmara Municitulo de Cidadão Honorário, o propal da Povoação disse no aniversário fessor catedrático José Luis Vasconda Povoação que há que aproveitar celos Brandão da Luz e o Jornalista os novos fundos comunitários que José Rebelo Mota, a título póstumo, começam a estar à disposição “para cuja distinção foi recebida pelo seu criar mais emprego e mais empreirmão Jorge Mota. sas, sobretudo de animação turístiA mais alta distinção honorífica ca, em terra e no mar, colocando nodo município foi atribuída a Brandão vamente ao dispor dos interessados da Luz, ilustre povoacense que se o Gabinete de Apoio ao Investimendestacou no mundo das Ciências to Privado, criado pela autarquia Filosóficas e ao longo da sua vida em 2010, para informar, organizar sempre se manteve ligado à terra, e acompanhar gratuitamente os protendo assumido o cargo de Presijectos dos empresários candidatos a dente da Assembleia Municipal da apoio financeiro”. Povoação durante dois mandatos na Trata-se de um Gabinete que nos década de noventa. últimos 3 anos organizou projectos O Locutor e Jornalista José Rede investimento que ultrapassaram belo Mota foi outro grande amigo mais de 2 milhões de euros de exeda Povoação, peça-chave no procução efectiva. “Necessitamos de cesso de geminação entre as Vilas mais empresas de restauração por de Dartmouth e Povoação, uma irtodas as freguesias, com ementas mandade que este ano está a comeque recriem os sabores dos nossos morar as suas bodas de prata. Rebelo Mota foi por mais de 25 avós. Cada vez mais se pede que Carlos Ávila na Cerimónia da Sessão Comemorativa do 176º Aniversário do Concelho da Povoação anos diretor e rosto do emblemático acreditemos que os nossos produtos Canal dos Emigrantes “ O Portradicionais são os mais apetecíveis e mais procurados”, afirmou. tuguese Channel” (Canal 20), de “Carecemos de pastelaria que New Bedford, nos Estados Unidos da América, personalidade que deproduza uma oferta mais abundante dicou grande parte da sua vida às dos doces dos nossos antepassados. notícias da comunidade lusa, tendo Não podemos ignorar que o procesfalecido em dezembro de 2012, víso de procura turística pelos Açores tima de doença prolongada. está imparável. Já o calculávamos, Foi ainda neste dia do Aniversáquando há meses decidimos lançar rio do Concelho da Povoação que a uma forte campanha de marketing Câmara inaugurou a estátua do Prique está a notabilizar o Concelho meiro Povoador no Pontão da Vila, da Povoação no exterior. Creio bem que os próximos meses serão de um acontecimento que contou com maior procura pelo nosso Concea alocução de Carlos Melo Bento e lho”, afirmou. com a participação especial da So“Por isso, o meu apelo aos emciedade Filarmónica Marcial Tropresários para que adequem a sua féu. oferta ao aumento da procura. QueSomos o início da História remos que os nossos empresários arrecadem mais riqueza que nos “Temos História, melhor dizentraga mais emprego e mais investido, somos o início da História desta mentos no próximo ano”, explicou Ilha. Temos património edificado de o autarca. alto valor histórico e patrimonial: a Carlos Ávila que discursava na Igreja Nossa Senhora do Rosário, a Cerimónia da Sessão ComemoratiErmida de Nossa Senhora das Vitóva do 176º Aniversário do Concelho Brandão da Luz foi homenageado e um filho de José Rebelo Mota recebeu a distinção pelo pai já falecido rias, os Paços do Concelho, todas as acrescentou que “o turismo é a granIgrejas das nossas Freguesias, o Mude indústria deste novo século, outros celho onde se usufrui da vida com segurança”, referiu. seu do Trigo. O órgão da Matriz da mais abalizados que nós, já o afirma“Temos um dos principais portos da pesca açoriana, Vila da Povoação é o mais completo em toda a nossa ilha, ram”. “Somos o concelho de S. Miguel com maior manan- somos uma das mais produtivas bacias agro-pecuárias só comparável, nas suas aptidões artísticas, ao órgão da cial, em qualidade e quantidade, de água potável. Temos e somos um dos maiores pólos de atracção turística dos Sé de Angra. Temos uma ementa gastronómica que nos identifica e nos diferencia de todos os restantes e que é imensas ribeiras com cursos de água permanente, algumas Açores”, defendeu. Apesar dos tempos difíceis, Carlos Ávila diz que “é fonte de riqueza e de emprego. O nosso Concelho é o delas com cursos de água quente, bem aproveitadas por empresas que criam assim mais riqueza e mais emprego. preciso acreditar sempre. É preciso romper as amarras do terceiro concelho dos Açores, com maior quantidade de Temos praias, sinalizando aqui a da Ribeira Quente que pessimismo, da descrença, do imobilismo e da maledi- estabelecimentos hoteleiros, logo a seguir às nossas granpossui zona com mar aquecido por fenómenos vulcânicos cência. É preciso reanimar a esperança. É preciso arris- des cidades de Ponta Delgada e de Angra. Temos um dos sub-aquáticos. Temos todas as nossas orlas marítimas fi- car. É preciso empreender. É preciso recriar o presente, principais portos da pesca açoriana, somos uma das mais produtivas bacias agro-pecuárias e somos um dos maiores nalmente urbanizadas e com bons acessos a este mar que para criar futuro!” Nesta Cerimónia Solene foram distinguidos com o tí- pólos de atracção turística dos Açores”. nos circunda e donde um dia chegámos. Somos um con-
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