SÉRIE DESCOBRINDO A PALAVRA

Transcrição

SÉRIE DESCOBRINDO A PALAVRA
SÉRIE DESCOBRINDO A PALAVRA
Sumário
A vida em nosso mundo
moderno................................... 2
O desejo de escapar............... 3
Descrevendo os fardos.......... 5
A traição de um amigo.........6
A rebelião de um filho..........9
Reagindo aos problemas......13
Escapismo.............................13
Amargura..............................15
O remédio para
os problemas..........................17
O que nós fazemos............17
O que Deus faz...................21
O maior exemplo..................29
Um homem que fugiu..........31
Quando Você
tem Vontade
de Fugir
(Salmo 55)
O
pastor Roy Clark
tornou-se parte
do nosso grupo
de Ministérios com Igreja
quando tinha aproximadamente
70 anos. Aprendemos a valorizar
seu pensamento renovado, o
comprometimento íntegro com
a Bíblia, a vasta experiência e
profundo cuidado e preocupação
com pessoas feridas, magoadas.
Quando Roy falou aos
líderes de nossa igreja sobre
este assunto, reconhecemos
o valor e a necessidade de
imprimir seus pensamentos.
Agradeço o que Roy diz nas
páginas seguintes e penso nas
vezes que me senti submerso em
minha incapacidade de enfrentar
as pressões e expectativas
— quando eu também quis fugir.
Martin R. De Haan
Título original: When You Feel Like Running Away (Psalm 55) ISBN: 978-1-60485-265-3
Ilustração da capa: © RBC Ministries, Terry Bidgood
PORTUGUESE
As citações bíblicas são extraídas da Ed. Revista e Atualizada de J. F. de Almeida © 1993 Soc. Bíblica do Brasil.
© 2010 RBC Ministries, Grand Rapids, Michigan, USA
Printed in USA
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A vida em
nosso mundo
moderno
Q
uando estava
passando por
um momento
extremamente estressante
em minha vida, um amigo
me disse: “O seu caso não
está incluído nas pesquisas!”
Ele referia-se a um teste de
estresse desenvolvido por dois
professores da Universidade
de Washington, em que os
acontecimentos traumáticos
na vida de uma pessoa foram
classificados. Os itens mais
estressantes foram:
• Morte do cônjuge
• Divórcio
• Menopausa
• Morte de um membro
da família
• Ferimento ou
doenças sérias
• Casamento
• Perda de emprego
Estava fora da pesquisa
porque minha primeira esposa
tinha morrido de câncer,
eu me casara outra vez,
estávamos adaptando seis
crianças numa nova família,
tínhamos mudado para uma
nova cidade, comprado uma
casa nova e eu começara num
novo emprego. Tudo isso tinha
acontecido em menos de dois
anos! O estresse era alto e os
ajustes eram ainda maiores.
As pessoas têm maneiras
diferentes de enfrentar o
estresse. O álcool e as drogas
são antídotos comuns. No
entanto, o estresse ainda
permanece quando as pessoas
saem do efeito destas drogas.
Alguns decidem que um
excitante caso de amor é o
que precisam para trazer um
pouco de alívio à sua vida
agitada. Quando, porém, o
cônjuge ofendido descobre
o amor traído, o nível de
estresse alcança um pico
ainda mais alto.
Outros tentam comprar o
alívio do estresse. Logo estão
dirigindo um carro “novinho
em folha” pelas ruas. No
entanto, na hora de acertar
os pagamentos causados pela
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nova aquisição, o nível de
estresse só aumenta.
Há várias maneiras de lidar
com uma situação difícil, mas
o ímpeto de fugir é muito forte.
O desejo
de escapar
O
desejo de fugir das
circunstâncias difíceis
para os pastos mais
verdejantes que estão do
outro lado da cerca não
é novo nem único. É
extremamente comum.
Muitas vezes já
desejei fugir. Lembro-me
particularmente de uma
reunião difícil na congregação
onde era pastor. A conversa
estava acalorada, o volume
alto e as acusações eram
feitas em linguagem mordaz.
Minhas próprias emoções já
estavam no limite e não me
ajudavam, pois minha esposa
estava morrendo.
Sentia que a igreja não
tinha mais espaço para sua
própria expansão ou para uma
Escola Cristã. Meu sonho
era adquirir um pedaço de
terra de 100 acres ao lado
da maior rodovia da cidade.
Este seria um lugar ideal
para crescer, e era esse o
nosso futuro. Entretanto,
perto das 22 horas naquela
noite, foi feita uma proposta
para que adiássemos minha
proposição.
Meu sonho foi estilhaçado.
Não só tive vontade de fugir,
como realmente o fiz. Na
manhã seguinte dirigi mais
de 240 quilômetros para
visitar um amigo em outra
cidade. Ele me ofereceu
comida e descanso. Então,
com um coração pronto para
ouvir, ele colocou as coisas
na perspectiva correta. Minha
viagem de volta foi tão melhor!
O peso da noite anterior tinha
sido aliviado.
Você já teve vontade de
fugir? Várias circunstâncias
podem desencadear em você
este desejo.
• Você está em um emprego
entediante sem esperança
de crescimento?
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• Você está num
casamento que começou
brilhantemente com amor
e promessas, mas agora
está amargo pela apatia,
desconfiança ou sonhos
desfeitos?
• Você tem um colega na
faculdade que o leva à
loucura? Você estava
animado com a faculdade,
mas agora só pensa em
trancar a matrícula?
Você está em boa
companhia. Considere os
seguintes personagens bíblicos:
Jeremias. O profeta
chorão escreveu: “Prouvera
a Deus eu tivesse no
deserto uma estalagem de
caminhantes! Então, deixaria
o meu povo e me apartaria
dele, porque todos eles são
adúlteros, são um bando
de traidores” (Jeremias 9:2).
O colapso espiritual de Israel
era maior do que o profeta
podia suportar.
Elias. Ele foi tão corajoso
no Monte Carmelo, na batalha
espiritual com os profetas de
Baal. Porém, no dia seguinte,
uma mensagem da rainha
Jezabel com uma ameaça de
morte foi o suficiente para
fazê-lo lutar por sua vida, e
depois orar para que Deus
simplesmente o matasse
(1 Reis 19:1-4).
Davi. O rei Davi expressou
sua vontade de fugir dos
problemas em seu reinado
quando disse:
Temor e tremor me sobrevêm,
e o horror se apodera de
mim. Então, disse eu: quem
me dera asas como de
pomba! Voaria e acharia
pouso. Eis que fugiria para
longe e ficaria no deserto
(Salmo 55:5-7).
Pelo fato de já ter
experimentado o desejo de
fugir, aprecio profundamente a
vida de Davi e as experiências
que o induziram a escrever o
Salmo 55. A jornada espiritual
que ele percorreu para
recobrar sua paz de espírito
e de coração, talvez seja
exatamente o que você
esteja precisando também.
Ao considerar os problemas
que Davi expressou no Salmo
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55, podemos entender melhor
porque geralmente temos
vontade de fugir. Também
descobriremos uma maneira
melhor de reagir.
Descrevendo
os fardos
(Salmo 55:2-5)
O
título do Salmo 55
diz: Que os traidores
sejam destruídos.
Davi começou a canção
pedindo que Deus ouvisse
seu pedido de socorro, e então,
descreveu-lhe seus problemas:
Atende-me e responde-me;
sinto-me perplexo em minha
queixa e ando perturbado,
por causa do clamor do
inimigo e da opressão do
ímpio; pois sobre mim lançam
calamidade e furiosamente
me hostilizam. Estremece-me
no peito o coração, terrores
de morte me saltem; temor
e tremor me sobrevêm e o
horror se apodera de mim
(vv.2-5).
Não há como errar quando
você lê as palavras iniciais
deste Salmo. Termos como
minha súplica, perturbado
e estremece-me, nos
mostram que o rei Davi está
emocionalmente confuso. As
palavras que parecem nos
dar a mais clara visão de seu
problema são: o horror se
apodera de mim (v.5).
A Associação de Saúde
Mental Canadense informa
que “a maioria de nós vive
resolvendo os problemas
diários sem precisar de ajuda
para lidar com os sentimentos.
Mas algumas vezes as coisas
saem do controle. Uma
doença severa, um acidente
ou um desgaste emocional
podem arrasar-nos, pelo
menos temporariamente,
e de repente precisamos de
ajuda.” De acordo com o
artigo, os seguintes sinais
indicam que você precisa
de intervenção:
• Você se encontra dominado
por sentimentos de raiva e
desespero, e não consegue
mais desfrutar da vida.
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• Você costumava ser
saudável, mas agora está
sempre sentindo-se doente.
• Suas finanças estão
fora do controle.
• Você não consegue
recuperar-se do pesar.
• Você vivencia conflitos
em casa.
Muitos destes sinais de
uma pessoa desesperada e
estressada aparecem na vida
do rei Davi. Se olharmos mais
de perto, poderemos destacar
momentos da sua história
aos quais ele poderia estar
se referindo neste Salmo.
Seria quando ele enfrentou
Golias? Ou será quando ele foi
ameaçado pelo rei Saul? Onde,
na interessante carreira do rei
Davi, este colapso emocional
poderia ter ocorrido? Há uma
dica nos versos 12-14:
Com efeito, não é o inimigo
que me afronta; se o fosse,
eu o suportaria; nem é o que
me odeia quem se exalta
contra mim, pois dele eu
me esconderia; mas és tu,
homem meu igual, meu
companheiro e meu íntimo
amigo. Juntos andávamos,
juntos nos entretínhamos
e íamos com a multidão à
Casa de Deus.
Quem era esse
companheiro de Davi? Seu
nome era Aitofel. Davi estava
sofrendo porque seu amigo
o traira, e a amizade havia
acabado.
A traição
de um amigo
Encontramos muito pouco
sobre a amizade de Davi e
Aitofel em 2 Samuel. Mas as
palavras que Davi usou no
Salmo 55:13-14 relatam
uma verdadeira amizade.
Davi usou estas frases
para descrever seu amigo-conselheiro:
• “Meu companheiro”. Esses
dois homens eram amigos
que gostavam de fazer
coisas juntos.
• “Meu íntimo amigo”. A Nova
Versão Internacional traduz
como “amigo chegado”.
Era alguém do círculo de
amigos mais chegados e
confiáveis de Davi.
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• “Juntos andávamos,
juntos nos entretínhamos”.
Eles eram companheiros
na adoração.
Havia uma química
espiritual entre Davi e Aitofel,
e sendo uma amizade muito
intensa, a traição causou
profundo ferimento. A
intensidade de sua dor pode
ser mais bem entendida
através das palavras de
Davi nos versos 20-21:
Tal homem estendeu as
mãos contra os que tinham
paz com ele; corrompeu a
sua aliança. A sua boca era
mais macia que a manteiga,
porém no coração havia
guerra; as suas palavras
eram mais brandas que
o azeite, contudo, eram
espadas desembainhadas.
Aitofel violou sua aliança
e sua promessa de ser um
conselheiro fiel ao rei Davi.
A personalidade charmosa e
a boa aparência de Absalão,
filho de Davi, arregimentou
sua fidelidade (2 Samuel
14:25). Provavelmente Davi
estava muito ocupado com as
obrigações de rei para notar
que seu conselheiro estava
faltando muito nas reuniões.
Em 2 Samuel 15 vemos o
registro da conspiração de
Absalão ganhando força contra
seu pai quando 200 homens
de Jerusalém se juntaram a
Absalão. E então o texto
diz, “Absalão mandou vir
a Aitofel… do conselho de
Davi” (2 Samuel 15:12).
E ele veio, querendo estar do
lado politicamente correto.
Quando Davi descobriu
que seu amigo e conselheiro
juntara-se a Absalão, podemos
reconhecer a amargura em
seu coração quando ele
diz, “Ó Senhor, peço-te que
transtornes em loucura o
conselho de Aitofel.”
(2 Samuel 15:31).
Davi conhecia a traição
intimamente. Há um velho
ditado que diz: “Tudo que vai,
vem”, e foi o que aconteceu
com Davi. O rei tinha um
registro de traição em sua
própria carreira. Em seu
esforço desesperado para
encobrir seu adultério com
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Bate-Seba e a resultante
gravidez, Davi traiu o marido e
leal soldado Urias. Ele trouxe
Urias da batalha para casa
para dormir com sua mulher,
numa manobra que pudesse
parecer que Urias era o pai
do bebê. Mas não funcionou!
Urias estava comprometido
com o comandante-chefe e
quis voltar para a batalha.
Diante de tamanha lealdade,
Davi traiu Urias utilizando
uma mensagem secreta ao
capitão Joabe. O livro de
2 Samuel 11:14-17 registra
o relato daquela traição:
Pela manhã, Davi escreveu
uma carta a Joabe e lha
mandou por mão de Urias.
Escreveu na carta, dizendo:
Ponde Urias na frente da
maior força da peleja; e
deixai-o sozinho, para que
seja ferido e morra. Tendo,
pois, Joabe sitiado a cidade,
pôs a Urias no lugar onde
sabia que estavam homens
valentes. Saindo os homens
da cidade e pelejando com
Joabe, caíram alguns do
povo, dos servos de Davi;
e morreu também Urias,
o heteu.
Davi havia traído Urias
e agora ele mesmo estava
recebendo a traição de seu
ex-amigo e conselheiro, Aitofel.
A dor pela perda da
amizade com Aitofel
provavelmente foi muito
grande, porque as amizades
de Davi eram muito profundas.
A perda de um amigo íntimo é
dolorida e nos deixa com um
vazio interior.
Ruth Graham, filha do
evangelista Billy Graham,
escreve em Legacy of Faith
(Legado de Fé) sobre como
seu pai lidou com a traição e
perda de um amigo chegado
chamado Charles Templeton.
Eles fizeram a faculdade juntos
e faziam parte da liderança da
Mocidade para Cristo, em seu
início. Por fim, tomaram rumos
dramaticamente diferentes
em suas carreiras. Graham
viajou ao redor do mundo
como evangelista, pregando
o evangelho. Templeton
envolveu-se com o liberalismo
teológico, o que o levou a
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distanciar-se da fé; acabou
trabalhando em Toronto, como
apresentador de um programa
de entrevistas.
Você não precisa
ser um Billy Graham
ou um rei Davi para
sentir dor pela perda
de uma amizade
que durou anos.
A dor de Graham causada
pela perda da amizade
aumentou após críticas em
público feitas por Templeton
ao ministério de Billy Graham.
Ele afirmou que Graham
estava completamente
desatualizado e que ninguém
acreditava no que ele estava
pregando. As palavras críticas
de Templeton acentuaram
a dor pela perda daquele
amigo. Você não precisa ser
um Billy Graham ou um rei
Davi para sentir dor pela perda
de uma amizade que durou
anos. Você pode ter tido um
relacionamento incapaz de
ser refeito que chegou ao fim
por causa de uma desavença;
ou pode ter sentido profunda
mágoa porque tal pessoa se
foi, talvez seu amigo íntimo
tenha morrido… Você não
conseguia acreditar quando
ouviu a palavra câncer…
Você esteve presente durante a
quimioterapia, levou presentes,
leu as Escrituras no quarto de
hospital e orou com um nó
na garganta. Agora seu amigo
se foi. Embora a dor de Davi
estivesse enraizada na traição,
você está sentindo a mesma
sensação de perda.
Davi enfrentou outra
traição vinda de Aitofel. Mas
esta doeu muito mais — pois
era do seu filho Absalão.
A rebelião
de um filho
O relacionamento de Davi com
seus filhos não era bom. Essa
foi uma das consequências de
seu caso com Bate-Seba. Ele
arrependeu-se de seu pecado
(Salmo 51), mas a profecia
de Natã indicava que Deus
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suscitaria “…o mal sobre ti,
e tomarei tuas mulheres à tua
própria vista, e as darei a teu
próximo, o qual se deitará com
elas, em plena luz deste sol”
(2 Samuel 12:11).
O prazer roubado de um
único encontro sexual trouxe
anos de dor para a família.
O pecado de fornicação e
assassinato logo reapareceu
na família de Davi. Seu filho
Amom estuprou sua meia-irmã
Tamar. Por fim, Absalão,
irmão de Tamar, matou Amom
(2 Samuel 13:1-29). Absalão
iniciou um motim contra o
reino de seu pai. Ele minou
a autoridade de Davi ao se
autoposicionar como juiz e
julgar as causas do povo:
Desta maneira fazia
Absalão a todo o Israel
que vinha ao rei para
juízo e, assim, ele
furtava o coração
dos homens de Israel
(2 Samuel 15:6).
A rebelião de Absalão
parece ter sido o resultado da
fúria que tinha crescido em seu
coração por algum tempo.
Como vimos anteriormente,
Absalão levou com ele
200 homens para Hebrom,
inclusive Aitofel, o conselheiro
do rei. A conspiração cresceu
e se fortificou, pois “…crescia
em número o povo que
tomava o partido de Absalão”
(2 Samuel 15:12).
A subsequente ira de Davi
e recusa de perdão ao filho
Absalão e sua rebelião, durou
cinco anos. Absalão ficou
isolado e queimou em fúria
contra a recusa de perdão de
seu pai. Davi recusou-se a
perdoar Absalão como Deus
o tinha perdoado — perdoado
e restaurado.
Há palavras mais tristes
no Antigo Testamento do que
as que Davi chora depois de
ouvir sobre a morte de seu
filho Absalão?
Então, o rei, profundamente
comovido, subiu à sala que
estava por cima da porta e
chorou; e, andando, dizia:
Meu filho Absalão, meu
filho, meu filho Absalão!
Quem me dera que eu
morrera por ti, Absalão,
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meu filho, meu filho
(2 Samuel 18:33).
Se ele pudesse ter dito
essas palavras quando Absalão
ainda estava vivo! Seu filho
nunca ouviu que o amor
de seu pai era tão profundo
que morreria por ele — tudo
porque Davi estava magoado
demais por causa da rebelião
de Absalão.
Dr. John White, em seu
livro Parents in Pain (Pais
que Sofrem) nos lembra
que há dois ensinamentos
sobre paternidade no livro
de Provérbios. Para a mamãe
e o papai, há o desafio de
ensinar em Provérbios 22:6.
Para os filhos e filhas há os
nove primeiros capítulos de
sabedoria de Provérbios.
Os pais e filhos devem
seguir a verdade divina. Duas
pessoas são necessárias para
que exista o casamento, e
de dois — pai e filho, para a
paternidade ser bem-sucedida.
Talvez você se identifique
com o relacionamento tenso
que Davi tinha com seu filho.
Você sonhou que sua vida
doméstica seria diferente.
Você fez o melhor que pôde
para seguir o modelo bíblico
para educação de seus filhos,
e leu o livro de Provérbios vez
após vez, porque a sabedoria
para os pais se encontrava lá,
e realmente tentou “praticar
o que falava”. Mas hoje você
está com problemas e confuso
porque seu filho ou filha não
demonstra qualquer interesse
na igreja, ou na Bíblia, ou
em ter amigos cristãos. Você
citava “Ensina a criança no
caminho em que deve andar
e, ainda quando for velho, não
se desviará dele” (Provérbios
22:6). Agora essas palavras
parecem zombaria em seu
coração duvidoso.
Quando nossos corações
estão feridos e profundamente
magoados, somos tentados a
responder como Davi fez.
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Reagindo aos
problemas
A
primeira reação de
Davi ao seu fardo
arrasador foi o
escapismo. Ele queria fugir!
Escapismo
(Salmo 55:6-8)
Então, disse eu: quem
me dera asas como de
pomba! Voaria e acharia
pouso. Eis que fugiria
para longe e ficaria no
deserto. Dar-me-ia pressa
em abrigar-me do vendaval
e da procela.
Não é errado escapar
das pressões da vida. Há
uma fuga justificada que
chamamos de escape, retiro,
período sabático e até mesmo
férias. O próprio Jesus
convidou os Doze a “…vinde
repousar um pouco, à parte…”
(Marcos 6:31).
Entretanto, quando Davi
desejou ter asas, ele desejava
outro tipo de escape. Este
escape é descrito no livro do
Dr. Paul Tournier chamado
The Healing of Persons (A
Cura das Pessoas) no capítulo
intitulado “Voos”. Ele escreve:
Quando um homem não
se sente forte o suficiente,
quando se desespera ao
resolver algum problema
de vital importância, ele
tenta instintivamente
esconder sua derrota,
fugindo. Há uma fuga
para o irreal. A fuga
geralmente continua, como
um romance de muitos
episódios no qual a pessoa
se considerou herói. É um
tesouro secreto, no qual
despeja o melhor de si.
Um exemplo de “uma fuga
para o irreal” é a pequena
história escrita por James
Thurber, A Vida Secreta de
Walter Mitti. O personagem,
um homem pacato dominado
pela mulher, sonhava acordado
em ser um herói em várias
situações. Em sucessivas
fantasias, ele é um piloto de
ultraleve da Marinha, voando
numa terrível tempestade;
um magnífico cirurgião
fazendo uma cirurgia única;
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o maior atirador do mundo em
julgamento por assassinato;
e finalmente um piloto
voluntário da Força Aérea
Real da Segunda Guerra
Mundial numa missão suicida
e ousada para bombardear
um depósito de munição.
Há outros tipos de “escapes”
ou fugas mencionados pelo
Dr. Tournier. Ele continua:
Há o voo de volta ao
passado. Muitas pessoas
têm seus olhos voltados
constantemente para o
passado. Elas revivem
os Anos Dourados, uma
época distante quando
eram mais felizes entre
sucessos e alegrias. Há
também a fuga para o
futuro, ideias que nunca
são seguidas de ações.
Há uma fuga para as
dependências… álcool e
drogas. Ou para o trabalho
em exagero — workaholic.
Alguns tornam-se
neuróticos.
Quando li esta descrição,
percebi que quando minha
primeira esposa morreu aos
cinquenta anos, embarquei
no voo do trabalho exagerado.
Estava extremamente solitário,
e pensava que se trabalhasse
dia e noite liderando nossa
igreja, poderia vencer a
solidão. Eu escapava — até
voltar para uma casa vazia,
toda noite.
Davi queria asas para
escapar. E então quando
a rebelião de seu filho
ameaçou sua vida, Davi
realmente fugiu. A história
da fuga está registrada em
2 Samuel 15:14-21:
Disse, pois, Davi a todos os
seus homens que estavam
com ele em Jerusalém:
Levantai-vos e fujamos,
porque não poderemos
salvar-nos de Absalão.
Dai-vos pressa a sair,
para que não nos alcance
de súbito, lance sobre
nós algum mal e fira a
cidade a fio de espada
(v.14).
A emoção de deixar
Jerusalém e lutar contra uma
conspiração e traição era
demais para Davi suportar.
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Lágrimas escorriam na face
do rei, e seus leais seguidores
choravam. Leia como o escritor
de 2 Samuel descreveu a cena:
Seguiu Davi pela encosta
das Oliveiras, subindo e
chorando; tinha a cabeça
coberta e caminhava
descalço; todo o povo
que ia com ele, de cabeça
coberta, subiu chorando
(2 Samuel 15:30).
Como se a situação
não fosse ruim o suficiente,
enquanto Davi descia a
montanha da fuga surgiu
alguém que o amaldiçoou
e apedrejou.
Tendo chegado o rei Davi
a Baurim, eis que dali saiu
um homem da família da
casa de Saul, cujo nome
era Simei, filho de Gera;
saiu e ia amaldiçoando.
Atirava pedras contra Davi e
contra todos os seus servos,
ainda que todo o povo e
todos os valentes estavam
à direita e à esquerda do
rei. Amaldiçoando-o, dizia
Simei: Fora daqui, fora,
homem de sangue, homem
de Belial; o Senhor te deu,
agora, a paga de todo o
sangue da casa de Saul,
cujo reino usurpaste; o
Senhor já o entregou
nas mãos de teu filho
Absalão; eis-te, agora,
na tua desgraça, porque
és homem de sangue
(2 Samuel 16:5-8).
Provérbios 18:21 nos fala
sobre o poder da língua: “A
morte e a vida estão no poder
da língua”. Davi ouvia de
Simei palavras de morte.
A morte e a
vida estão no
poder da língua.
—Provérbios 18:21
Você está passando por
uma temporada difícil de perda
ou traição? Pode ser que você
não tenha sentido o tormento
de verdadeiras pedras sendo
atiradas, mas palavras ásperas
podem ter sido atiradas e
recebidas durante um diálogo
que você gostaria de apagar
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de sua memória. Talvez você
ainda esteja se recuperando de
uma violenta troca de palavras
com um filho ou filha rebelde
ou um amigo zangado e você
quer fugir — ou talvez já tenha
fugido. Se a resposta for sim,
então você sabe como o rei
se sentiu!
A dolorosa fuga de Davi ao
sair de Jerusalém foi seguida
de outra reação, mas essa foi
em seu coração.
Amargura
(Salmo 55:9-15)
A linguagem usada por Davi
nos próximos versículos nos
mostra que ele juntou-se
ao clube dos amargurados.
Sua resposta demonstrou a
fúria vinda de um coração
amargurado:
Destrói, Senhor, e confunde
os seus conselhos, porque
vejo violência e contenda
na cidade. Dia e noite
giram nas suas muralhas,
e, muros a dentro, campeia
a perversidade e a malícia;
há destruição no meio dela;
das suas praças não se
apartam a opressão
e o engano. A morte os
assalte, e vivos desçam
à cova! Porque há
maldade nas suas
moradas e no seu íntimo
(Salmo 55:9-11,15).
Sim, Davi estava muito
amargurado por causa de um
filho que tinha se rebelado
contra ele e um amigo que
o tinha traído. A passagem
registra uma linguagem muito
forte, talvez a mais forte,
já usada por Davi. Este é
um parágrafo marcado por
ideias provocativas como
“destruição”, “opressão”,
“engano” e “morte os assalte”.
O fato de Davi querer a
morte de seu “companheiro”
e “amigo íntimo” (v.13) indica
o seu nível de amargura e
ressentimento. Hebreus 12:15
nos fala sobre a “raiz de
amargura” que, “brotando”
em nosso coração, permite que
muitos sejam “contaminados”.
Davi estava presente. Ouça
o ressentimento do seu
coração ao ouvir que seu
amigo Aitofel o tinha traído
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e que estava do lado
de Absalão:
Então, fizeram saber a
Davi, dizendo; Aitofel está
entre os que conspiram com
Absalão. Pelo que disse
Davi: Ó Senhor, peço-te
que transtornes em loucura
o conselho de Aitofel
(2 Samuel 15:31).
A raiva escala uma subida
ininterrupta. Ela começa com
aborrecimento, e então vira
raiva. Depois a amargura
aumenta a raiva. No topo da
escalada há o desejo de matar.
Não precisamos assistir o
noticiário noturno para vermos
que a cada dia dezenas de
pessoas transformam sua
amargura em fúria. Matam
companheiros de classe que
escarneceram deles, pais que
os abusaram, juízes que os
sentenciaram ou empregadores
que os demitiram.
O seu espírito está
amargurado por alguma
decepção na vida ou uma
traição por um sonho
desfeito? Em seu livro
Sonhos Despedaçados
(Mundo Cristão), Larry
Crabb afirma que quando a
vida se torna amarga para
nós, ou desenvolvemos um
comportamento desgastante
ou teremos o profundo desejo
de conhecer melhor a Deus,
de maneira mais íntima.
Quando a vida
se torna amarga
para nós, ou
desenvolvemos um
comportamento
desgastante ou
teremos o profundo
desejo de conhecer
melhor a Deus, de
maneira mais íntima.
—Larry Crabb
Quando estivermos
arrasados pela decepção e
pesar e quisermos fugir ou
sentir amargura, poderemos
escolher outro caminho.
Vejamos a reação de Davi.
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O remédio
para os
problemas
(Salmo 55:16-17,22)
D
avi finalmente
colocou seu pesado
fardo nos fortes
ombros do Senhor.
Eu, porém, invocarei a
Deus, e o Senhor me
salvará. À tarde, pela
manhã e ao meio-dia,
farei as minhas queixas e
lamentarei; e ele ouvirá a
minha voz. Confia os teus
cuidados ao Senhor, e ele
te susterá; jamais permitirá
que o justo seja abalado
(Salmo 55:16-17,22).
Ao olharmos
cuidadosamente para estes
versos, descobrimos algo que
Deus quer que façamos, e
também algo maravilhoso que
Ele promete fazer por nós.
O que nós
fazemos
Começamos a ver a
restauração de Davi em seu
retorno ao hábito de oração
“à tarde, pela manhã e ao
meio-dia” (Salmo 55:17)
— provavelmente os horários
tradicionais para oração na
vida do povo escolhido de
Deus (veja Daniel 6:10). Ele
ora, como era seu costume
desde sua infância.
O alívio para o fardo,
duplamente pesado, de traição
e rebelião surgiu quando
Davi ajoelhou-se em oração
e lançou seu problema para
o Senhor.
Chuck Swindoll, pastor
e mestre de ensino da Bíblia,
tem uma maneira singular
de ensinar as pessoas como
devem lançar seus fardos
sobre o Senhor. Toda vez que
ele lidera visitas turísticas à
Terra Santa, ele para no Mar
da Galiléia, onde o grupo
embarca para uma travessia
de 15 quilômetros. Antes de
embarcar ele pede que todos
peguem uma pedra e que esta
simbolize o fardo mais pesado
de seus corações naquele
dia. No meio da travessia no
Mar da Galiléia eles soltam
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a âncora e naquele local
Swindoll pede que joguem
seus fardos (suas pedras) na
água. Quando as pessoas
retornam aos seus lares,
geralmente, mencionam
aquele momento como uma
boa lembrança da viagem.
O que será que significa
“confiar os teus cuidados”?
As listas de concordância
bíblica enumeram muitas
palavras no hebraico para a
palavra “confiar”. A palavra
utilizada no Salmo 55:22 é a
palavra shalak. A Concordância
Lexicon Strong traz uma nota
interessante afirmando que
a forma do substantivo desta
palavra pode referir-se ao
pelicano devido à maneira
como ele se joga ao mar
para capturar sua presa.
Quando estive numa praia
da Flórida, do lado do Golfo
do México, vi isso acontecer
dezenas de vezes. O pelicano
plana graciosamente sobre
as águas azuis do Golfo
e lança-se à água sem
preocupação, mas com
propósito. Que demonstração
sobre a maneira que Deus
deseja que nos aproximemos
dele em oração!
Pedro ecoa as palavras
do salmista (Salmo 55:22)
em seu convite maravilhoso
encontrado em 1 Pedro 5:7
“lançando sobre ele toda a
vossa ansiedade, porque
ele tem cuidado de vós.”
Davi chama de “cuidados”
e Pedro de “ansiedade”.
Curiosamente, a palavra
cuidado utilizada pelo salmista
Davi é usada somente uma
vez no Antigo Testamento e
significa “qual a provisão que
Deus trouxe à sua vida, que
o oprime.” Sabemos que para
Davi era a perda e a traição.
Para os leitores do livro de
Pedro referia-se às provações
que estavam passando como
peregrinos da dispersão.
Qual é o seu fardo hoje?
Davi e Pedro o aconselhariam
a lançá-lo para o Senhor.
Há uma figura tão linda
sobre isso na clássica alegoria
O Progresso do Peregrino de
John Bunyan. O personagem
principal, Cristão, faz
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uma viagem da Cidade da
Destruição à Cidade de
Deus. Quando a história
começa e encontramos
Cristão; um latoeiro ambulante
— percebemos que ele tem
uma pesada carga. (Um
latoeiro ambulante carrega
uma bigorna de quase
30 quilos em suas costas
para usar em seu trabalho,
consertando utensílios
metálicos da cozinha).
Eis o relato do maravilhoso
momento da conversão do
Cristão, quando seu fardo
é lançado:
Agora vejo em meu sonho
que a estrada que Cristão
viajava era cercada dos
dois lados por um muro,
e este muro era chamado
de Salvação. Entretanto,
Cristão corria a partir deste
ponto, mas com grande
dificuldade, devido ao
peso sobre suas costas.
Ele correu até chegar a
uma montanha, e sobre
essa mesma montanha
havia uma cruz, e no sopé
da montanha, um sepulcro.
Então vi em meu sonho que
no momento que o Cristão
se aproximou da cruz, seu
fardo se soltou de seus
ombros, caiu de suas costas
e começou a rolar até a
entrada do sepulcro, onde
entrou, e não o vi mais.
Cristão ficou contente
e tranquilo e disse com
coração alegre: “Ele me
deu descanso pelo Seu
pesar e vida através da
Sua morte.” Parou por
um momento olhando
maravilhado, pois
surpreendia-se que a
cena da cruz pudesse
desembaraçá-lo desta
maneira de seu fardo.
Ele olhava e olhava
até que as lágrimas
jorraram em sua face.
The New Pilgrim’s
Progress, Discovery House
Publishers, pp.54-55
(O Novo Progresso do
Peregrino).
Eu o convido a lançar
aquela “bigorna de quase
30 quilos” de suas costas para
o Senhor da cruz. Qualquer
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que seja o seu fardo lance-o
para o Senhor. Você encontrará
o alívio e experimentará Jesus
como o grande Carregador
de Fardos.
Davi aprendeu a lançar
seu fardo para Deus e parece
que dominou sua amargura
ao envelhecer. Mais tarde,
ele sofreu desapontamento
maior ainda e outro sonho
despedaçou-se.
Qualquer que
seja o seu fardo
lance-o para
o Senhor.Você
encontrará o alívio
e experimentará
Jesus como o
grande Carregador
de Fardos.
Ele queria construir
um Templo para Deus;
aparentemente, um nobre
ato de generosidade. Porém o
Senhor não o permitiria.
A história é contada
em 1 Crônicas 28:2-6:
Pôs-se o rei Davi em pé
e disse: Ouvi-me, irmãos
meus e povo meu: Era meu
propósito de coração edificar
uma casa de repouso para a
arca da Aliança do Senhor
e para o estrado dos pés do
nosso Deus, e eu tinha feito
o preparo para a edificar.
Porém Deus me disse:
Não edificarás casa ao
meu nome, porque és
homem de guerra e
derramaste muito sangue.
O Senhor, Deus de Israel,
me escolheu de toda a
casa de meu pai, para que
eternamente fosse eu rei
sobre Israel; porque a Judá
escolheu por príncipe e a
casa de meu pai, na casa
de Judá; e entre os filhos
de meu pai se agradou de
mim, para me fazer rei sobre
todo o Israel. E, de todos os
meus filhos, porque muitos
filhos me deu o Senhor,
escolheu ele a Salomão
para se assentar no trono
do reino do Senhor, sobre
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Israel. E me disse: Teu filho
Salomão é quem edificará a
minha casa e os meus átrios,
porque o escolhi para filho
e eu lhe serei por pai.
É uma história cheia
de significado. O Senhor
transformou a oferta de
construção feita por Davi
em uma promessa divina de
construir — não um edifício,
mas um reino. Este Reino
Davídico que foi prometido
chegará até os dias do
Messias, e se sentará no
trono de Seu pai Davi.
Mas há mais. Como
Davi mostrou que tinha
aprendido sobre a amargura
do passado? Leia um pouco
mais. Davi deu sua bênção a
seu filho Salomão (1 Crônicas
28:9), seus planos (v.11),
seu dinheiro (vv.14-19),
sua motivação (v.20) e suas
orações (1 Crônicas 29:11-19).
O que ele não tinha dado a
Absalão, agora, ele aprendera
a dar a seu filho Salomão.
Davi nos mostra que a
amargura pode ser superada
e decepções podem ser
dominadas. Ele finalmente
atingiu o ponto de lançar seu
fardo a Deus sem hesitação e
com um coração esperançoso.
Através dessa experiência
de oração respondida, Davi
compartilha conosco o que
Deus promete fazer em
nosso favor.
O que Deus faz
Ele nos sustém
[O Senhor] te susterá
(Salmo 55:22a).
Precisamos entender que o
Senhor não promete remover
os fardos. Algumas vezes Ele o
faz, mas a Sua promessa aqui
é de nos sustentar — e nos
levar até o final.
Absalão ainda estava
bravo com seu pai e reunia
seguidores, mas Deus
sustentava o ânimo de Davi.
O livro de 2 Samuel 16-17
registra a estratégia de Absalão
para capturar e matar seu
próprio pai. A história parece
um jogo de xadrez. Davi chega
a uma pequena vila do outro
lado do Rio Jordão chamado
Maanaim, e Deus provê
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alguns habitantes amáveis
e solidários para serem os
Seus sustentadores de Davi.
Veja o que eles fizeram:
Tendo Davi chegado a
Maanaim, Sobi, filho de
Naás, de Rabá, dos filhos
de Amom, e Maquir, filho
de Amiel, de Lo-Debar,
e Barzilai, o gileadita, de
Rogelim, tomaram camas,
bacias e vasilhas de barro,
trigo, cevada, farinha,
grãos torrados, favas e
lentilhas; também mel,
coalhada, ovelhas e queijos
de gado e os trouxeram a
Davi e ao povo que com
ele estava, para comerem,
porque disseram: Este povo
no deserto está faminto,
cansado e sedento
(2 Samuel 17:27-29).
Nos dias de hoje as pessoas
nada sabem sobre o povo e
os lugares aqui mencionados.
Mas Davi lembrou-se, e
você também se lembrará
das pessoas que Deus usará
como Seus sustentadores
quando estiver em seu deserto
e receber ajuda. Você jamais
esquecerá seus nomes
ou suas provisões.
Precisamos entender
que o Senhor não
promete remover
os fardos. Algumas
vezes Ele o faz,
mas a Sua promessa
aqui é de nos
sustentar — e nos
levar até o final.
A palavra suster em
Salmo 55:22 em específico,
é usada outras duas vezes
no Antigo Testamento, e
em cada ocorrência ela nos
faz compreender melhor
a maneira como Deus
nos sustém.
Elias no deserto.
O profeta experimentou Deus
atendendo suas necessidades.
Note que as palavras
“te dê” (1 Reis 17:9) também
podem ser traduzidas por
“te sustente”.
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Então, lhe veio a palavra do
Senhor, dizendo: Dispõe-te,
e vai a Sarepta, que pertence
a Sidom, e demora-te ali,
onde ordenei a uma mulher
viúva que te dê comida
(1 Reis 17:8-9).
A água do ribeiro de Querite
e o pão dos corvos ajudaram
por algum tempo, mas a
torrente secou-se (vv.3-7).
Deus então disse a Elias para
ir até Sarepta em Sidom, onde
ele seria cuidado por uma
viúva. Tenho certeza que Elias
esperava que fosse uma viúva
rica, mas Deus o direcionou
a uma mulher tão pobre que
estava ajuntando gravetos
para preparar a última refeição
na terra para si mesma e para
seu filho (1 Reis 17:12).
Quando Elias pediu um
pouco de água e um pedaço de
pão à viúva, ela lhe falou sobre
sua situação desesperadora.
Naquele momento ela somente
tinha um punhado de farinha
e um pouquinho de óleo
— quase insuficiente para
duas pequenas refeições,
não suficiente para três.
Mas Elias persistiu e
simplesmente disse:
…não temas; vai e faze o
que disseste; mas primeiro
faze dele para mim um bolo
pequeno e traze-mo aqui
fora; depois, farás para ti
mesma e para teu filho
(1 Reis 17:13).
O que parece, a princípio,
ser um egoísmo gritante
da parte de Elias, era na
verdade uma oportunidade
de apresentar Deus àquela
viúva. Ela veria Seu poder para
efetuar milagres e a evidência
de Seu amor e cuidado por
Elias e por sua própria família.
A história, entretanto não
é sobre a viúva em si, mas
sobre Deus trabalhando
através dela para atender
as necessidades do profeta.
Há muitos anos, eu tentava
obter o mestrado em divindade
em um ano em vez de dois.
Foi bastante difícil — uma
tese para escrever, trabalhos
para terminar, o trabalho de
35 horas semanais numa
fábrica de freios para sustentar
minha esposa e um filho
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de dois anos. Meu pai me
telefonou e fez uma oferta
surpreendente: “Saia do
emprego nos últimos três
meses do seminário, escreva
sua tese, e eu lhe enviarei um
cheque todas as semanas
até você se graduar.”
Saí do emprego, meu
pai me enviou os cheques
e consegui me formar. Na
formatura eu lhe disse: “Este
diploma é tão seu quanto
meu.” Deus o sustentou
e a mim também — Deus
nos sustenta de maneiras
surpreendentes.
Os filhos de Israel no
deserto. A palavra sustentar
é também usada em Neemias
9:21. Fala da provisão de
Deus para Seu povo enquanto
vagavam pelo deserto.
Desse modo os sustentaste
quarenta anos no deserto,
e nada lhes faltou; as suas
vestes não envelheceram,
e os seus pés não se
incharam (ver também
Deuteronômio 29:5).
De maneira sobrenatural,
Deus providenciou comida
para Seu povo escolhido por
40 anos! Chamava-se maná
— o pão do céu.
E, quando se evaporou
o orvalho que caíra, na
superfície do deserto restava
uma cousa fina e semelhante
a escamas, fina como a
geada sobre a terra. Vendo-a
os filhos de Israel, disseram
uns aos outros: Que é isto?
Pois não sabiam o que
era. Disse-lhes Moisés:
Isto é o pão que o Senhor
vos dá para vosso alimento
(Êxodo 16:14-15).
Por 40 anos, todos os
dias, Deus supria a cada dia
aproximadamente 11 xícaras
de maná (1 gômer por pessoa)
para cada pessoa, durante a
jornada pelo deserto (Êxodo
16:16). João 6:32-33 nos
assegura que esta entrega de
pão durante 40 anos veio da
padaria celestial de Deus.
Tenho um bom amigo
que ingressou no seminário
tardiamente. Ele, sua esposa
e três crianças levavam uma
vida bem simples enquanto
ele estudava. Para sustentar
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sua família, ele arrumou
um trabalho como balconista
em um hotel da cidade.
Um dia ele andou quase
cinco quilômetros para o
trabalho, pois não tinha
dinheiro para gasolina. Suas
palavras de despedida à
esposa foram: “Vamos ver se
o carteiro traz alguma coisa.”
A correspondência chegou,
mas não havia dinheiro
algum. Na hora do jantar, sua
esposa arrumou a mesa com
os pratos e talheres, embora
não tivessem nada para comer.
Ela ajuntou os três filhos
ao redor do velho piano
e cantaram o hino “Deus
cuidará de ti.”
A terceira estrofe era
um desafio para cantarem:
“A tua fé Deus quer provar,
mas cuidará de ti” (CC 344).
Naquele momento, alguém
bateu à porta do trailer onde
moravam. A vizinha recém-casada estava segurando
uma grande vasilha cheia
de espaguete. Era a primeira
vez que ela fazia espaguete e
tinha usado quase um quilo de
macarrão para duas pessoas!
E perguntou: “Será que
vocês poderiam aproveitar?”
Poderiam, com certeza!
Nosso Deus sustentador,
mais uma vez cuidou fielmente
de Seus filhos! As palavras
do rei Davi soam verdadeiras:
“Fui moço e já, agora, sou
velho, porém jamais vi o justo
desamparado, nem a sua
descendência a mendigar o
pão” (Salmo 37:25).
Ele nos
estabiliza
[O Senhor] jamais permitirá
que o justo seja abalado
(Salmo 55:22b).
A palavra em hebraico
para abalar é traduzida de
várias maneiras no Antigo
Testamento para nos ajudar
a ter uma visão clara da
promessa. Deus não permitirá
que Seus filhos escorreguem,
deslizem, caiam ou sejam
retirados.
É bom olharmos para
outro salmo que Davi compôs
durante este tempo tumultuado
da sua vida. O subtítulo do
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Salmo 3 diz: “Salmo de Davi
quando fugia de Absalão,
seu filho.” Ele escreveu:
Senhor, como tem crescido
o número dos meus
adversários! São numerosos
os que se levantam contra
mim. São muitos os que
dizem de mim: Não há em
Deus salvação para ele.
Porém tu, Senhor, és o meu
escudo, és a minha glória
e o que exaltas a minha
cabeça. Com a minha voz
clamo ao Senhor, e ele
do seu santo monte me
responde. Deito-me e pego
no sono; acordo, porque o
Senhor me sustenta. Não
tenho medo de milhares do
povo que tomam posição
contra mim de todos os
lados. Levanta-te, Senhor!
Salva-me, Deus meu, pois
feres nos queixos a todos os
meus inimigos e aos ímpios
quebras os dentes. Do
Senhor é a salvação, e sobre
o teu povo, a tua bênção
(Salmo 3).
Descobrimos nesses oito
versos o poder estabilizador de
nosso Deus quando as bases
da nossa vida são abaladas.
Deus é:
• Nosso escudo
• Nossa glória
• O que sustém nossa
cabeça erguida
• Nosso sustentador
• Nosso salvador
Quando
experimentamos
períodos de
provações, nossos
vizinhos, parentes
e companheiros
de trabalho nos
observam e esperam
para avaliar
a nossa confiança
em Deus.
Não importava quão grande
era o exército que Absalão
tinha conseguido reunir, Davi
tinha o seu Deus.
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Quando experimentamos
períodos de provações,
nossos vizinhos, parentes e
companheiros de trabalho
nos observam e esperam para
avaliar a nossa confiança em
Deus. Os duvidosos dos dias
modernos poderão dizer que
não há ajuda em nosso Deus,
mas podemos responder
com as palavras de Davi:
“Do Senhor é a salvação”
(Salmo 3:8).
Do Senhor
é a salvação.
—Salmo 3:8
Eu gosto dos comentários
do autor W. Graham Scroggie
sobre Davi no Salmo 3:
A onda que ameaça
derrotar Davi está
crescendo em volume e
força; sua causa é declarada
desesperadora, ainda assim
sua confiança em Deus
permanece inabalável.
Parece que ele foi exposto
às flechas de falsos amigos,
mas o Senhor é Seu
escudo; ele parecia
estar mergulhado na
penumbra, mas o Senhor
era a Sua glória; os homens
o tinham derrubado, mas
o Senhor o levantaria.
No Novo Testamento o
apóstolo Paulo nos mostra o
poder estabilizador de Deus
quando escreve:
Temos, porém, este tesouro
em vasos de barro, para que
a excelência do poder seja de
Deus e não de nós. Em tudo
somos atribulados, porém
não angustiados; perplexos,
porém não desanimados;
perseguidos, porém não
desamparados; abatidos,
porém não destruídos
(2 Coríntios 4:7-9).
Junto-me a Davi e Paulo
para agradecer ao Deus que
estabiliza o nosso coração.
Acabei de celebrar 50 anos
de ministério no serviço
do Senhor. Por Sua graça,
pastoreei 10 igrejas e servi
no campo missionário. Nesta
jornada com Deus, passei
por muitos estresses, e
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ainda assim minha família
e eu recebemos o constante
sustento do poder de Deus.
Ele tem nos guardado de
maneiras extraordinárias.
Alguns anos atrás visitei
alguns cristãos que serviam
no Oriente Médio — um dos
lugares mais difíceis no mundo
para servir a Cristo. Tínhamos
ido para dar assistência e
aconselhamento. Planejei
ensinar o Salmo 55 numa
sexta-feira de manhã. Mas
na quinta-feira à noite, minha
esposa e eu recebemos um
telefonema de uma de nossas
filhas. Pude perceber pela
expressão facial de minha
esposa que ela estava ouvindo
notícias ruins. Nosso neto,
que tinha tido dificuldades
em aprender a falar, tinha
acabado de ser diagnosticado
com “problemas mentais
cognitivos”.
Uma dúzia de perguntas
percorreu nossas mentes.
O que isso queria dizer para
o futuro dele? Como poderia
ser ajudado? Oramos naquela
noite e deixamos esse fardo
com o Senhor. Na manhã
seguinte nos sentíamos
sustentados por Deus e
nossa ansiedade se dissipara.
E senti que agora poderia
ensinar sobre o Salmo 55,
porque tinha experimentado
Seu sustento e poder
constante.
A honestidade
é o primeiro passo
para a cura.
Não sei quais os fardos
que você está carregando
hoje. No Salmo 55, o rei
Davi estava lutando com
um filho rebelde e com a
traição de um amigo íntimo.
Embora o seu fardo possa
ser diferente daquilo que
Davi estava experimentando,
você também pode estar
sentindo o desejo de fugir.
Você deseja entrar no carro
e dirigir para algum lugar
— qualquer lugar! Você só
quer escapar do estresse
massacrante que pesa como
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uma tonelada de tijolos em
seu coração.
Talvez você tenha a mesma
atitude amarga que o rei Davi
comentou honestamente.
Pode até ser que a raiva
e a amargura sejam suas
companhias diárias. Você
não consegue livrar-se delas.
A honestidade é o primeiro
passo para a cura. Pode
demorar um pouquinho o
momento de descarregar seu
fardo nos largos ombros do
Pai celestial.
Todos nós estamos numa
jornada. Ao carregarmos
uma carga pesada, queremos
e precisamos da promessa
maravilhosa de Deus de
suster-nos. Davi escreveu:
“Confia os teus cuidados ao
Senhor, e ele te susterá…”
(Salmo 55:22). Foi o que
Davi fez, e você também
poderá fazê-lo.
O maior
exemplo
O
relato de Jesus no
Jardim do Getsêmani
tem sido a porção
das Escrituras de maior ajuda
para mim em tempos difíceis.
Quando minha primeira
mulher estava morrendo de
câncer (o quarto membro
numa família de quatro a
enfrentar este problema),
estudei a oração de Jesus
no Jardim do Getsêmani.
Jesus tinha sido traído por
Judas, negado por Pedro, e
abandonado por todos os Seus
discípulos. Esta importante
oração de Jesus registrada
em Mateus 26 ajudou-me
em minha própria aflição.
Descobri que podemos
transformar nossos momentos
de dificuldades em um espelho
ou em uma janela. Podemos
utilizar a nossa escura noite de
adversidade e transformá-la
em um espelho para nos
vermos e sermos dominados
pela autopiedade. Ou podemos
utilizar os momentos difíceis
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como uma oportunidade
para descobrir o que está do
outro lado. O espelho reflete
quem somos; a janela nos
mostra o mundo cheio de
pessoas andando pelo mesmo
caminho. Em 2 Coríntios 1:3-4
está escrito:
Bendito seja o Deus e Pai de
nosso Senhor Jesus Cristo,
o Pai de misericórdias e
Deus de toda consolação!
É ele que nos conforta em
toda a nossa tribulação,
para podermos consolar os
que estiverem em qualquer
angústia, com a consolação
com que nós mesmos somos
contemplados por Deus.
Olhemos agora para a
oração de Jesus e descubramos
como Ele lançou o Seu fardo
sobre o Seu Pai. Poderemos
seguir Seu exemplo quando
estivermos em angústia e
quando estivermos ajudando
a confortar outros.
a remoção do cálice de
sofrimento. Este é o ponto
de partida para todos
nós. Oramos por resgate,
libertação e salvação.
Em Mateus 26:39 lemos:
Adiantando-se um pouco,
prostrou-se sobre o seu
rosto, orando e dizendo:
Meu Pai, se possível,
passe de mim este cálice!
Todavia, não seja como eu
quero, e sim como tu queres.
Oração de Jesus
por aceitação
A primeira oração foi por
livramento, mas a segunda
oração foi por aceitação.
Houve uma leve mudança nas
palavras de Jesus, quando ele
orou pela segunda vez e disse:
…Meu Pai, se não é
possível passar de mim
este cálice sem que eu o
beba, faça-se a tua vontade
(Mateus 26:42).
Oração de Jesus
por livramento
Oração de Jesus
por exaltação
Jesus estava em profunda
agonia e primeiro orou para
A terceira parte da oração é
exaltação. Jesus quis que a
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graça de Deus fosse vista
nele e que Seu Pai fosse
glorificado. Encontramos no
Evangelho de João 12:27-28,
outra passagem onde Jesus
orava a respeito da cruz:
Agora está angustiada a
minha alma, e que direi eu?
Pai, me salva desta hora?
Mas precisamente com este
propósito vim para esta
hora. Pai glorifica o teu
nome. Então, veio uma voz
do céu: Eu já o glorifiquei
e ainda o glorificarei.
Nós também podemos
lançar nossos fardos sobre
o Senhor e ajudar outros a
fazê-lo. Que o nosso mais
profundo desejo seja: que
a graça de Deus seja vista
em nós e que Ele seja
glorificado em nossos
momentos de estresse.
Um fugitivo
A
urélio veio de Cuba
para os Estados
Unidos atrás do
“Sonho Americano”, e se
estabeleceu na Califórnia.
Projetou uma casa de
cachorro para comercializar,
e a vendeu aos milhares.
Após alguns anos, vendeu
seu empreendimento por
62 milhões de dólares.
Mesmo com todo esse
dinheiro, Aurélio confessava
ter um vazio em seu coração.
Embora não fosse um homem
religioso, ele e sua mulher
matricularam seus filhos
numa escola cristã. Foi nessa
oportunidade que a diretora
da escola, chamada Randy,
entrou na vida deles.
Certa manhã, durante a
refeição Randy perguntou
a Aurélio sua opinião sobre
Jesus. Ele respondeu que Jesus
nascera no Natal e morrera
na Páscoa.
Aurélio tinha fugido da
vida em Cuba e agora estava
fugindo dos problemas
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conjugais. Randy convidou-o
a correr para Jesus, o Único
que morreu por ele e que podia
perdoar seus pecados.
Quando você sentir o
desejo de fugir, corra para
Jesus, como Aurélio fez. Confie
nele e receba o presente da
vida eterna que Ele lhe oferece.
Quando você
sentir o desejo
de fugir, corra
para Jesus.
Aurélio aceitou a Cristo e
retornou aos seus negócios,
mas hoje ele afirma que está
no “Negócio do Senhor”. Suas
lojas C28 (Colossenses 2:8)
estão em shoppings por todo
país, e às vezes, Aurélio
leva um cliente a Jesus.
O Senhor fez este convite
a Aurélio e a você também:
Vinde a mim, todos
os que estais cansados
e sobrecarregados, e eu
vos aliviarei. Tomai
sobre vós o meu jugo e
aprendei de mim, porque
sou manso e humilde
de coração; e achareis
descanso para a vossa alma
(Mateus 11:28-29).
O texto inclui o acordo ortográfico
conforme Decreto n.º 6.583/08.
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