Itinerário B - Dos Restauradores à Estufa Fria - RevelarLX

Transcrição

Itinerário B - Dos Restauradores à Estufa Fria - RevelarLX
B _Dos Restauradores ao Parque Eduardo VII
1 – Restauradores/ Avenida da Liberdade
Passeio Público
Eduardo Portugal, [s.d]
AFML – A10459
Praça dos Restauradores, Panorâmica
Fotografia de Judah Benoliel, [194-]
AFML - A10578
Avenida da Liberdade, esquina com a Rua Barata Salgueiro
Judah Benoliel, [194-]
AFML - A10577
Nesta zona do Valverde situava-se o Passeio Público. Este ia desde o actual
Teatro Nacional D. Maria II até à Rua das Pretas, ou seja, até metade da actual
Avenida da Liberdade. Este local no século XVIII era ocupado por quintas e
campos cultivados. Já existia a Rua dos Condes e a Calçada da Glória. No seu
extremo figurava a Praça da Alegria, onde existia uma forca. Embora o projecto
do Passeio Público, da autoria de Reinaldo Manuel dos Santos, date de 1764,
a sua construção procedeu-se somente em 1773-1777. Era inicialmente
rodeado por um muro, o qual foi substituído por um gradeamento. As árvores
do bosque foram oferecidas por Jacôme Ratton. Durante o século XIX o jardim
foi embelezado com um lago, estátuas, uma cascata e um terraço. O Passeio
Público representou uma expansão da cidade setecentista, mas o crescimento
urbanístico desta zona da cidade desenvolveu-se entre as colinas da Cotovia e
de Santana. Iniciaram-se as obras de abertura desta grande Avenida em 1879,
o que consequentemente corresponde ao inicio da demolição do Passeio
Público.
Vários projectos foram apresentados para esta Avenida, mas o traçado
existente assenta numa proposta de Parente da Silva, datada de 1873,
complementada pelo Ministério das Obras Públicas e aprovada pelo
Parlamento nos anos seguintes.
A avenida foi aberta até metade da extensão actual, sendo alargada 1885, sob
proposta de Miguel Pais, até à Circunvalação. A Avenida media 1276 metros e
terminava numa Rotunda de 200 metros de diâmetro. Criaram-se dois novos
bairros: a poente nas terras do capitalista Barata Salgueiro expandindo-se para
o Rato e São Mamede e a nascente, nas terras do Conde de Redondo, o Bairro
Camões. É hoje em dia ladeada de árvores, jardins, lagos, esculturas,
esplanadas, quiosques, edifícios oitocentistas e de alguns Prémios Valmor.
2 - Monumento aos Restauradores
Monumento aos Restauradores
António Castelo Branco, [195-]
AFML - A18326
Obelisco evocativo da Restauração de 1640. Foi construído por iniciativa da
Sociedade Histórica da Independência de Portugal, com fundos angariados no
Brasil. O monumento foi concebido por António Tomás da Fonseca. Ostenta
duas estátuas em bronze: o Génio da Independência a sul, do escultor Alberto
Nunes e a Vitória, a norte, do escultor Simões de Almeida. Nas quatro faces do
obelisco encontra-se gravada uma cronologia da Restauração e das batalhas a
si ligadas. Mede trinta metros de altura. Foi inaugurado no dia 28 de Abril de
1886, às 16h00m, numa cerimónia presidida pelo rei D. Luís.
3 - Éden - Teatro
Cinema Éden
Fotógrafo não identificado, 1937
AFML - A8299
Neste local esteve instalado no século XIX um circo e teatro da Sociedade de
Recreios Whitoyne. Com a abertura da Avenida da Liberdade toda esta zona
se modificou. O projecto do Éden-Teatro, de Cassiano Branco, tomou corpo
neste espaço entre 1930 e 1937. Funcionou como cinema durante algum
tempo. Foi demolido em 1995, sendo edificado no seu lugar um Hotel.
4 - Palácio Foz
Panorâmica do Palácio Foz e do Cinema Éden
Mário Novais, 1949
AFML - A12547
Imponente edifício sito na Praça dos Restauradores. Apresenta vários estilos
arquitectónicos no interior e no exterior, isto porque começou a ser construído
em meados do século XVIII e só foi concluído em meados do século XIX. De
inspiração francesa, foi alvo de várias remodelações. O projecto inicial foi de
Francisco Xavier Fabri. Destacam-se as Salas da Fornalha, a Capela da
Pureza, a Sala dos Espelhos, as Salas de Baile. Apresenta decoração de
Leandro Braga e pinturas de Malhoa e Columbano. Aqui esteve instalado o
Salão Central, um dos primeiros cinematógrafos de Lisboa. O Palácio Foz
pertencia ao Marquês da Foz. Em 1910 este imóvel passou para a posse do
Estado.
5 - Elevador da Glória
Elevador da Glória , inaugurado em 1884
Arnaldo Madureira, 1960
AFML - A30477
Projectado pelo engenheiro Raul Mesnier du Ponsard, foi inaugurado no dia 24
de Outubro de 1885. Locomovia-se através do contrapeso de água.
Necessitava de 400 m3 diários de água para funcionar. A água era fornecida
pelo depósito das Amoreiras. Á noite o interior do elevador era iluminado com
velas de estearina. Durante um período foi movido a vapor, estando a caldeira
numa casa no Largo da Oliveirinha. Passou a funcionar por tracção eléctrica a
partir do dia 1 de Agosto de 1914. Este elevador apresentava a particularidade
de se poder viajar no tejadilho, em dois bancos corridos de costas com costas,
a chamada imperial à qual os passageiros acediam por uma escada de caracol.
6- Cinema Condes
Cinema Condes
Salvador Almeida Fernandes, [195-]
AFML - A27652
Aqui estava instalado o Teatro da Rua dos Condes. Tornou-se cinema em
1915, sendo adquirido pela firma Castello Lopes em 5 de Fevereiro de 1916,
passando a chamar-se Cinema Condes. Em 1951 foi construído um novo
edifício para o cinema, o qual sofreu um incêndio em 1967. Após restauro
continuou a servir os lisboetas como ampla sala de cinema. Actualmente é o
restaurante Hard Rock Café.
7 - Parque Mayer
Entrada para o Parque Mayer
Arnaldo Madureira, 1961
AFML - A32932
Este Parque de espectáculos concentrava restaurantes, cervejarias, cafés,
leitarias, salas de dança e de patinagem, casas de fado e de variedades,
pavilhões e barracas de feira, teatro de marionetas, teatros, lojas e estúdio
fotográfico. Chama-se Parque Mayer porque está instalado nos jardins do
Palacete Mayer, terrenos estes comprados pela Sociedade Avenida Parque,
sendo o parque inaugurado no dia 15 de Junho de 1922. O frontispício é da
mão do arquitecto Cristiano da Silva e data de 1931. O Parque Mayer engloba
os teatros Maria Vitória, Variedades, ABC e o cinema Capitólio, este último
criação de Cristiano da Silva entre 1925-1931. Recentemente foi alvo de
grande polémica a sua transformação em Casino de Lisboa, porém tal projecto
não foi avante.
8 - Monumento aos Combatentes da Grande Guerra
Monumento aos mortos da Grande Guerra
Fotografo não identificado, [post. 1931]
AFML - A8996
Concebido pelo escultor Maximiliano Alves e pelo arquitecto Rebelo de
Andrade, para homenagear os 50.000 soldados nacionais que participaram na I
Grande Guerra. Encimado pela figura da Fama com uma bandeira na mão
esquerda, coroando com a mão direita um soldado ajoelhado com uma coroa
de louros. As figuras da base evocam os 5.000 soldados portugueses que
pereceram em França, em 1919. Exemplar escultórico típico do Estado Novo,
foi inaugurado em 1931.
9 - Tivoli
Cinema Tivoli
Ferreira da Cunha, 1929
AFML - A70615
Projectado por Raul Lino em 1920, foi inaugurado em 1924, com a estreia de
Violetas Imperiais, de Roussel. Deixou de ser cinema desde finais da década
de 90, do século XX, passando a exibir espectáculos de ballett, concertos,
zarzuela, folclore e teatro.
10 - Cinema São Jorge
Cinema São Jorge, Prémio Municipal de Arquitectura de 1950
Armando Serâdio, 1959
AFML - A27970
Construído entre 1949 e 1950, com fundos luso-britânicos. Era propriedade da
distribuidora Rank Filmes. Trata-se de um projecto de Fernando Silva. Tinha a
lotação de 1827 lugares, sendo 913 na plateia e 914 no balcão. Nos seus
primórdios durante os intervalos tinha um orgão eléctrico de cinema elevatório
que era tocado por Gerald Shaw. Em 1982 foi dividido em três salas
independentes. A sua administração passa para a Paramount e Universal a
partir de 1985. No ano 2000 o seu título de propriedade transitou para a
Câmara Municipal de Lisboa. A sua construção arrojada para a época levou-o a
receber o Prémio Municipal de Arquitectura em 1950.
11 – Diário de Notícias
Jornal Diário de Notícias, Prémio Valmor de 1940
Salvador de Almeida Fernandes, [post. 1940]
AFML - A27677
Traçado pelo arquitecto Porfírio Pardal Monteiro, em 1936, foi inaugurado em
1942. Destacam-se o painel exterior da empena do edifício e os três murais no
seu átrio de Almada Negreiros. Este edifício recebeu o Prémio Valmor em
1940.
12 – Marquês de Pombal
Monumento ao Marquês de Pombal, inaugurado em 13 de Maio de 1934
Eduardo Portugal, (s.d))
AFML - A4578
A primeira pedra deste monumento foi lançada três vezes: a primeira, em 8 de
Maio de 1882, numa cerimónia presidida pelo rei D. Luís; a segunda, em 1914
e por fim a terceira em 1926. O monumento hoje existente foi apresentado em
1914 pelo escultor Francisco dos Santos e pelos arquitectos António Couto e
Adães Bermudes, mas só foi inaugurado em 1934, tendo sido terminado por
Simões de Almeida (sobrinho) e Leopoldo de Almeida. O monumento é
encimado pela estátua em bronze de 9 metros de altura do Marquês Pombal.
Em seu torno ostenta medalhões com Manuel da Maia, Eugénio dos Santos e
Machado de Castro. Na base figuram alegorias evocativas das reformas
pombalinas.
13 - Parque Eduardo VII
Fotografia aérea do Parque Eduardo VII
Mário de Oliveira, [195-]
AFML - A24537
O primeiro projecto do Parque Eduardo VII data de 1888, mas a sua
arborização só ocorreu em 1915. Cristino Garcia delineou um projecto de
alterações em 1930, ao qual Keil do Amaral atribui forma rectangular em 1940,
sendo construído entre 1945 e 1949.Trata-se de uma vasta zona verdejante de
28 hectares. Inicialmente era chamado Parque da Liberdade. Em 1903 é já
denominado Parque Eduardo VII. Á entrada do Parque do lado da Rotunda do
Marquês, à direita tem o Pavilhão de Desportos e no topo esquerdo, do lado da
Alameda Cardeal Cerejeira, está a Estufa Fria.
14 - Pavilhão dos Desportos
Pavilhão dos Desportos, entrada principal
Eduardo Portugal, 1935
AFML - A5386
Pavilhão de exposições inaugurado em 1932. Foi depois transformado em
Pavilhão de Desportos, sendo actualmente designado por Pavilhão Carlos
Lopes. Aí esteve instalado na década de 80 do século XX, o Departamento de
Turismo da Câmara Municipal de Lisboa.
15 – Estufa Fria
Estufa Fria
Ferreira da Cunha, [ant. 1944]
AFML - A5591
Projecto de 1910, do traço de Raul Caparinha, sendo inaugurado somente em
1930. Tem uma Estufa Fria, uma Estufa Quente e uma Estufa Doce. Ocupa um
espaço de 15.500 m2, exibindo plantas de todo o mundo. A Estufa fria tem
lagos, fontes e cascatas. Apresenta uma vegetação oriental. A Estufa Quente é
dedicada às plantas tropicais, sendo húmida e quente. A Estufa Doce tem
cactos de todas as espécies.
BIBLIOGRAFIA
Gurriarán, José António, Lisboa: Uma Cidade Inesquecível. Mapa e roteiros
completos, Limite Visual, 1997
Vieira, Joaquim, Portugal Século XX. Crónica de Imagens, 1920-1930, Circulo
de Leitores, 1999
França, José-Augusto, Lisboa: urbanismo e arquitectura, ME, 1989
Dicionário da História de Lisboa, dir. Francisco Santana, 1994
Adragão, José Victor et. Al., Lisboa: Novos Guias de Portugal, Editorial
Presença, 1985
Lisboa: Guia Turístico, Jamp Edições Turísticas Lda.
Ramalho, Margarida de Magalhães, São Jorge, CML, 2001