INTRODUÇÃO À HISTÓRIA E MISSÃO DA ORDEM DE CAVALARIA

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INTRODUÇÃO À HISTÓRIA E MISSÃO DA ORDEM DE CAVALARIA
Origens e História da Ordem
INTRODUÇÃO À HISTÓRIA E MISSÃO
DA ORDEM DE CAVALARIA
DO SANTO SEPULCRO DE JERUSALÉM1
LUGAR-TENÊNCIA DE PORTUGAL
Introdução
Qualquer pessoa que presencie, hoje em dia, uma
cerimónia de Investidura dos Cavaleiros e das Damas da
Ordem do Santo Sepulcro de Jerusalém, sentir-se-á
profundamente impressionado, como se o tempo tivesse
parado por volta do ano de 1100. É que, efectivamente, as
cerimónias são celebradas em imponentes catedrais ou
antigos mosteiros seguindo um ritual que sofreu escassas
modificações através dos séculos.
Mas estas celebrações também levantam ao
observador algumas questões. Por exemplo: Quando se
fundou a Ordem? Como sobreviveu e se desenvolveu ao
longo de um milénio? E, sobretudo, qual é o seu papel no
mundo contemporâneo? A resposta a estas perguntas
torna-se especialmente interessante para aquelas pessoas
que se sentem atraídas a fazer parte da nossa Ordem. As
páginas que seguem têm por objecto responder a estas
questões, ainda que de forma concisa.
1
Baseado na publicação com o mesmo título da Lugar-Tenência de
Para se perceber bem a razão de ser d
convém fazer uma visita retrospectiva à situaçã
social e religiosa da Europa Ocidental no c
século XI: a devoção ao Santo Sepulcro, o senti
havê-lo perdido, o espírito cavaleiresco e o
peregrinação aos Lugares Santos despertaram
pela defesa do Sepulcro do Senhor.
O chamamento pontifício, realizado p
Urbano II, em 18 de Novembro de 1095, na
encerramento do Concílio reunido em Clermon
incitou todos os que ali estavam reunidos a e
suas divergências internas juntando-se numa pe
armada dirigida a resgatar o Santo Sepulcro em
muçulmanos que o haviam arrebatado pelas
cristãos bizantinos. Proposta que seria aco
multidão de guerreiros congregados pelo grito
lo Vult”, ou “Deus o quer”! Assumida como u
de mobilização geral para todos os guerreiros d
consequentemente milhares deles tomaram o P
seu Senhor natural e se apressaram a rumar à
como autênticos cruzados da Igreja. Depois
anos de guerra incessante, durante a qu
perderam a vida, às mãos dos muçulmano
inclemência do clima, os cruzados conseguiram
a cidade de Jerusalém, no dia 10 de Julho de 1
o seu chefe Godofredo de Bulhão restabelecido
Santo Sepulcro, organizando, para o efeito, um
Cónegos, aos quais se uniu um conjunto de
com o fim de assegurar a ordem e a defesa deste Santo
Lugar, montando uma guarda de honra.
Godofredo de Bulhão, Protector do Santo Sepulcro,
e posteriormente seu irmão e sucessor Balduíno I,
reconheceram a importância do papel que realizavam
estes Cavaleiros e concederam-lhes a sua protecção, a fim
de fortalecer a custódia dos Santos Lugares, sempre
expostos às depredações dos malfeitores e dos sarracenos,
foi, assim, constituída uma guarda especial permanente,
autónoma e independente, em que a denominação da
Ordem se justificava pelo facto dos seus membros
constituírem uma unidade compacta e organizada
formada por cinquenta Cavaleiros que haviam
previamente recebido a sua Investidura como tais,
separada do resto do exército cruzado e com a finalidade
específica de velar pelo Santo Sepulcro. Foram-lhes
dados uns estatutos para se regerem. Os chamados
Assises ou Estatutos do Santo Sepulcro, nos quais se
estabelecia que a Ordem fosse dirigida no campo
espiritual pelo Patriarca de Jerusalém, e no temporal pelo
Rei de Jerusalém, como soberano, chefe e protector da
Ordem. O Papa Eugénio III reconheceu-os em sua dupla
condição religiosa e militar.
Estabelecia-se assim a Ordem de Cavalaria do
Santo Sepulcro de Jerusalém, a primeira e mais antiga das
Ordens de Cavaleiros na Terra Santa, formada por
Cónegos, encarregados do culto divino, e Cavaleiros,
encarregados de defender o Santo Sepulcro. Durante
cerca de duzentos anos foram os paladinos que
espadas o defenderam, até à queda do Reino
Jerusalém depois de se perder, em 1291, S. Joã
a última fortaleza dos Cruzados na Palestin
disso, tal como as demais Ordens, regressaram
lugares de origem na Europa2. Mas deste
resultou o desaparecimento dos Cavaleiros d
pois os franciscanos que custodiavam o Santo
sob a protecção dos sultões otomanos, pro
investindo novos Cavaleiros entre os peregrin
que o visitavam. O que seria ratificado pe
concedendo aos “Custódios” da Terra Santa o
exclusivo de investir os “Cavaleiros do Santo
Foram vários os Cavaleiros portugueses, por e
investidos na Terra Santa, entre eles D.
Montano cujo pergaminho original de conc
insígnias e grau de Cavaleiro, datado de 30.01
Jerusalém, Convento do Santo Salvador, se e
Sede da Lugar-Tenência de Portugal.
Assim se inicia a fase denominada Pere
decorre na Europa, entre os anos 1291
caracterizada pela fragmentação da Ordem
2
Em Portugal, a Ordem já existia desde o primeiro qu
XII, possuindo, sobretudo na Beira Alta, grandes p
coutadas e honradas, e teve Mosteiros em Vila Nova d
em Águas Santas (Trancozelos, Penalva do Castelo).
hoje, pode ser visto, na ombreira esquerda da porta da
monumento românico, a Cruz patriarcal usada pelos
Santo Sepulcro (VASCO VALENTE: “A Ordem do Sto
Portugal”). Trata-se, possivelmente, do primeiro Most
grandes Priorados que disputam a primazia: Cápua
(Itália), Calatayud e Toro (Espanha), Orléans (França),
Denkendorf (Alemanha), Miechow (Polónia) e Warwick
(Inglaterra), até que, por consequência da Bula de
Inocêncio VIII, de 1489, e do cisma inglês de Henrique
VIII se reduziram a três: Catalayud, Orléans e Miechow.
No ano de 1489, o Papa Inocêncio VIII
entusiasmado com a ideia de preparar uma grande
Cruzada contra o Islão – que nunca se chegaria a realizar
- dirigida por Pierre D’Abuson, Grão-Mestre da Ordem
de São João decidiu, através da Bula “Cum solerti
mediatione”, de 28 de Março3, contribuir para a mesma
incorporando a Ordem do Santo Sepulcro e a Ordem de
São Lázaro, com todos os seus bens, na Ordem
Hospitalária de São João (Ordem de Malta) no sentido de
reforçar o aparelho militar. Esta decisão provocou o
vigoroso protesto do Rei Fernando, “O Católico” que
recusou a anexação e resistiu até conseguir do Papa
Alexandre VI, em 1496, a anulação da anexação dos
Cavaleiros espanhóis que ficaram sob a protecção da
Coroa, convertendo-se assim, à época, nos únicos
Cavaleiros e Cónegos do Santo Sepulcro em todo o
mundo. Desta forma, a Ordem sobreviveu em Espanha
durante os 24 anos que durou a anexação geral da Ordem
de São João. Singularidade única que hoje em dia é
recordada pelo duplo manto, capa e hábito de coro, que
usam exclusivamente as Lugar-Tenências espanholas. Foi
3
o Papa Leão X, pela Bula de 29 de Outubro
quem anulou a anexação efectuada por Inocên
restituiu a sua independência debaixo da auto
Santa Sé.
No ano de 1847 ocorreu uma importante
que terminou com o secular confronto entre a
os sultões otomanos que dominavam a
assinando-se um Acordo entre ambos que
restabelecer o Patriarcado Latino de Jerus
regresso de um Bispo Católico, com jurisdiçã
Terra Santa, depois de seis séculos de ausênc
pelo Breve Nulla Celebrior, de 23 de Julho
restabeleceu-se a Cadeira Patriarcal do Rito L
Jerusalém, a fim de garantir a presença
neutralizando assim as intenções dos império
Alemão de colocar a religião protestante a co
Lugares Santos. Deste modo, a Ordem do Sant
regressou à Terra Santa, terminando o seu exílio
Com a restauração da autoridade Pat
Jerusalém, foi suprimida a faculdade conc
Padres Custódios da Terra Santa de investir Cav
Santo Sepulcro, exercida por delegação apostó
a Bula de Alexandre VI, passando a ser prerr
Patriarca como já havia sucedido no passado.
Anos mais tarde, pelas Cartas Apostóli
multa Sapienter”, de Pio IX, de 24 de Janeiro
Ordem do Santo Sepulcro foi reorganizada
adaptá-la aos novos tempos. Desde essa dat
Estatutos registaram diversas alterações. De entre as
medidas de maior relevância introduzidas neste período
refira-se a da renúncia do Papa ao cargo de Grão Mestre
em benefício de um Cardeal da Igreja Católica Romana e
a que foi introduzida pelo Papa Leão XIII, que permitiu a
admissão de Damas na Ordem.
Como curiosidade, assinale-se que depois de nove
séculos de interregno, foram portugueses os primeiros
Cavaleiros e Damas a serem investidos na Basílica do
Santo Sepulcro, em Cerimónia presidida por Sua
Beatitude o Patriarca Latino Mons. Fouad Twal, no dia 5
de Outubro de 2010.
Actualmente, no início do III Milénio, decorridos
novecentos anos da sua fundação, a Ordem de Cavalaria
do Santo Sepulcro não é uma relíquia do passado mas sim
uma Instituição activa e dotada de grande vitalidade. É
uma Ordem Católica que, actualmente, se estende por
todos os Continentes e cuja principal missão é a
protecção e ajuda à presença cristã na Terra Santa.
Embora tenham passado os tempos do Cavaleiro de
brilhante armadura que ajudava com a sua espada a
defender o Santo Sepulcro, este ainda ali está em
Jerusalém e tão ameaçado como no passado. Actualmente
os membros da Ordem são Cavaleiros pacíficos, ainda
que devamos acrescentar que a coragem e a perseverança
requeridas para poder, nestes tempos, cumprir a nossa
missão de protecção do legado cristão na Terra Santa, não
são menores que as que eram necessárias no passado. Os
Cavaleiros da Ordem substituíram a força das armas pela
fraternal caridade. Agora combate-se at
testemunho pessoal, lembrando e dando a conh
o nosso empenho, as dramáticas circunstância
atravessam, hoje em dia, os Lugares Santos e
que neles habitam, bem como promovendo e fi
iniciativas de assistência e desenvolvimento da
Objectivos da Ordem
O que é hoje a Ordem do Santo Sepulcro
a definição do Código canónico, é uma “Associ
de fiéis… sob a protecção da Santa Sé” e pel
dos seus Estatutos, a Ordem é uma pessoa j
Direito Canónico, segundo as Cartas Apostólic
Santidade Pio XII de 14 de Setembro de 1949
Santidade João XXIII de 8 de Dezembro d
também pessoa jurídica vaticana, segundo o R
Sua Santidade João Paulo II de 1 de Fevereiro
Os Estatutos actuais de 1977 estabelec
outros, dois objectivos fundamentais para a Ord
1. “Reforçar nos seus membros a prátic
cristã, com absoluta fidelidade ao Sumo
e de acordo com os ensinamentos da Igr
2. “Sustentar e ajudar as obras e as in
caritativas, culturais e sociais da Igrej
na Terra Santa, particularmente as
Patriarcado Latino de Jerusalém”.
A Premissa dos Estatutos é, todavia, mais precisa e
estabelece que, “o zelo à renúncia, no meio desta
sociedade de abundância, o generoso empenho pelos
mais débeis e desprotegidos, a luta corajosa pela justiça
e pela paz, são as características da Ordem do Santo
Sepulcro”. Além disso, a “obra caritativa da Ordem
deve ter as suas raízes na espiritualidade dos seus
membros”, e, finalmente, “a prática da Fé cristã deve
demonstrar-se no seio da própria família, no lugar de
trabalho, na obediência ao Santo Padre e colaborando
na própria Paróquia e na própria Diocese, nas
actividades cristãs”.
A Ordem requer de seus membros:
•
•
•
•
Uma exemplar conduta moral.
Devoção religiosa.
Participação nas actividades da Igreja, prestandolhe os serviços necessários – apostolado leigo.
Defesa dos direitos da Igreja Católica na Terra
Santa.
É claro que o que a Ordem espera dos seus
membros não é um interesse superficial ou ocasional, é
antes um compromisso constante, que exclui os que
tomem parte “em actividades de entidades, organizações
e associações, cujos caracteres, fins e programas estejam
em contraste com a doutrina e os ensinamentos da Igreja
Católica”, e aqueles que simplesmente desejam
“coleccionar condecorações”.
Estrutura e funcionamento
A Ordem tem à sua cabeça o Grão-Mes
um Cardeal da Igreja Católica Romana nom
Papa. É ajudado na sua gestão pelo Grão-Magis
tem funções de assessoria integrando um númer
de 18 membros de diferentes áreas geográfica
designados pelo Grão-Mestre - bem como pelo
Latino de Jerusalém, que é o Grão-Prior da Ord
A organização local está constituída p
Tenências (uma ou mais por País), sendo cada
dirigida por um Lugar-Tenente, um Grão-P
Conselho.
Em resposta à pergunta de como se dist
poderes dentro da Ordem, pode dizer-se qu
Mestre é quem desempenha o poder executiv
ajuda do seu Gabinete, sendo o Governador-G
que o Ministro de Estado. O Grão-Magistério
dos anos e de acordo com o Grão-Mestre e o
Latino, tem assumido uma capacidade quase l
com a função específica de formular
orientadoras das normas de conduta.
Outro organismo que reúne em torno
Mestre, dos membros do Grão-Magistério e d
Lugar-Tenentes, é a “Consulta”, uma espécie d
“parlamento” ou, poderia também dizer-se, um
que tem lugar cada cinco anos e dura uns pouc
A Consulta, que pode criar “Comissões ad hoc
e revê os objectivos, estratégias e procedimentos
desenvolvidos pela Ordem.
Também é importante assinalar a grande autonomia
de que gozam as Lugar-Tenências, assim como o
contínuo diálogo existente entre o Grão-Magistério e as
próprias Lugar-Tenências.
O funcionamento da Ordem tem primordial
importância nas iniciativas caritativas na Terra Santa, que
se dirigem especialmente aos palestinianos cristãos que
ali habitam, alguns dos quais podem ser, inclusive,
descendentes das primeiras comunidades cristãs fundadas
pelos Apóstolos.
Não parece necessário explicar a razão pela qual
aquele povo precisa do nosso apoio. Como árabes que são
enfrentam a mesma difícil situação que sofrem seus
compatriotas muçulmanos em Israel, nação em confronto
com todos os países da Liga Árabe. O problema agravase pelo facto de constituir uma minoria cristã no seio de
uma população muçulmana. Na Jordânia, a situação é
algo mais favorável, apesar de ali sofrerem também sérios
problemas económicos, o que os obriga a emigrar. A
diáspora palestiniana não é um fenómeno novo, mas é
particularmente preocupante para os cristãos, porque, de
ano para ano, diminuem em número. Como afirmou o
Papa Paulo VI, se todos eles decidissem abandonar a
Palestina, a Terra Santa convertia-se num “museu vazio”.
Os fundos reunidos pelas Lugar-Tenências e
enviados por estas à Terra Santa são utilizados, de acordo
com certas prioridades estabelecidas, para s
orçamento corrente do Patriarcado, cobrindo
suas necessidades. No ano de 2011, est
ultrapassaram 11 milhões de euros, tendo
Tenência de Portugal assegurado, com 71 m
reestruturação do Convento das Irmãs do R
Aboud (Território Palestiniano) cuja visita foi i
programa da Peregrinação portuguesa de
âmbito desta peregrinação, a Lugar-Tenência d
ofereceu ao Santuário da Natividade, em Naz
Santa), um painel em azulejos de Nossa S
Conceição, Rainha e Padroeira de Portugal. E
montante da contribuição portuguesa ultrapasso
euros incluindo apoios aos cristãos de Gaza
guerra.
A Terra Santa é uma Diocese “sui gener
porque cobre uma grande área (a juris
Patriarcado compreende a própria Cidade
Territórios Palestinianos, Israel, Jordânia e Ch
68 paróquias), mas também porque, como
Diocese, mantém outras actividades; neste
infantários, 26 escolas de ensino secundário e 7
com uma assistência de perto de 20.00
acompanhados por 107 freiras e 862 m
professores.
Cabe perguntar se existe outra Diocese
que se confronte com uma tarefa tão exige
dependa financeiramente em tão alto grau
associação católica secular. Mas o trabalho da Ordem não
se limita a apoiar o orçamento corrente do Patriarcado,
pois o seu auxílio estende-se a determinados projectos
sociais, assim como a muitas outras instituições religiosas
da Terra Santa, como por exemplo, à Universidade de
Belém e também à concessão de bolsas de estudo em
escolas técnicas.
A peregrinação à Terra Santa é uma ocasião muito
especial na vida de um Cavaleiro ou Dama do Santo
Sepulcro, não só deve incluir a veneração dos lugares
santificados pelo nosso Redentor há dois mil anos, mas
também a visita a um seminário ou convento, a uma ou
mais paróquias e um encontro com as comunidades
cristãs, religiosos e mestres. Através desta experiência
pessoal, e do testemunho vivo daqueles a quem
apoiamos, os nossos membros podem compreender e
valorizar melhor os problemas destes nossos irmãos, suas
preocupações, suas necessidades materiais e, sobretudo,
sua profunda necessidade de paz, de trabalho e de
liberdade no seu próprio País. O que se oferece em troca
é fraterna caridade: darmos testemunho do que a Ordem
está a fazer pelo povo da Terra Santa e fazê-los sentiremse menos sós e, quiçá, melhor e mais fortemente
preparados para enfrentarem os problemas de cada dia.
Estes encontros permitem, frequentemente, às
Lugar-Tenências promover iniciativas concretas para
atender às necessidades de determinadas paróquias ou
escolas. Em alguns casos, uma ou mais Lugar-Tenências
assumiram a responsabilidade de projectos
alcance em zonas que sofrem graves neces
problemas.
Todos os recursos financeiros recolhi
Lugar-Tenências e enviados para a Terra Sant
da generosidade dos Cavaleiros, das
Eclesiásticos da Ordem do Santo Sepulcro, e
das suas actividades.
Ao contrário de outras Ordens de Caval
ainda que dedicadas igualmente a actividades
– possuem fortunas consideráveis, o nos
património é o Palácio della Rovere, situado na
Conziliazione, no Vaticano, muito perto da Pra
Pedro. Por outras palavras, todo o dinheiro
generosidade dos membros da nossa Ordem é e
na Terra Santa.
Quem e quantos somos
O número total de membros da Ordem
mundo é de 30.000, incluindo Cavaleiros,
Eclesiásticos. Existem 62 Lugar-Tenências e D
Magistrais estabelecidas nos cinco Continent
países.
Em Portugal há uma Lugar-Tenênci
Delegações Regionais (Norte, Centro, Sul
integrando, em 2014, um número global de ce
Cavaleiros e Damas. Entre 2010 e 2014 foram admitidos
84 novos membros (incluindo o Grão Prior de Portugal,
Sua Eminência o Patriarca de Lisboa, e os Priores das
quatro Delegações, SS.EE.RR. os Arcebispos de Évora e
Braga e os Bispos dos Açores e Coimbra) – nas
Investiduras em Jerusalém, 2010 e 2012, em Évora, 2011,
em Angra, 2013 e, em Coimbra, 2014.
Nuns poucos casos, os grupos locais são
denominados como “Delegações Magistrais” devido ao
reduzido número de membros que as integram. Apesar de
que estas “Delegações” não difiram em absoluto das
Lugar-Tenências, nem na sua importância nem no ser
estatuto jurídico, como, tão pouco, no que se refere aos
seus objectivos e obrigações.
Há duas formas de chegar a membro da Ordem: por
pedido ou por convite. O primeiro procedimento é
aplicado onde a Ordem tem grande notoriedade. O
Conselho da Lugar-Tenência examina o pedido e as
qualidades morais e sociais do Candidato e toma em
consideração os comentários do Pároco ou do Bispo;
posteriormente, aprova o pedido e envia-o a Roma com o
nihil obstat do Grão-Prior da Lugar-Tenência ou do
Bispo da respectiva Diocese, para aprovação final pelo
Grão-Mestre.
Nos países em que os membros são convidados, o
Conselho da Lugar-Tenência toma a iniciativa; os
Membros do Conselho examinam confidencialmente as
qualidades de quem poderia desejar aceder à Ordem, e
então estabelecem o contacto com as pessoas em
partir deste ponto o processo segue os proc
habituais.
A média anual de admissões nos últim
tem sido de cerca de 1.000 em todo o mundo. S
em linha de conta os falecimentos, renúnci
raras), alguns poucos casos de pessoas que ent
ideias equivocadas a respeito dela, e aqueles q
passar do tempo, pela sua conduta contrária às
Igreja Católica, deixaram de ser “de facto” m
Ordem, podemos calcular que a Ordem
incremento de centenas de membros em
Recordando o princípio, frequentemente m
pelos Grão-Mestres e compartilhado pe
Magistério, de que é mais importante a qualida
a quantidade dos nossos membros, este aument
considerado satisfatório.
Conclusões
O propósito deste folheto, da sua introdu
dados que o acompanham, é o de proporcionar
descrição da Ordem de Cavalaria do Santo S
Jerusalém, das obrigações e objectivos
membros, Cavaleiros, Damas e Eclesiásticos,
estes se realizam.
Esta publicação não pretende avaliar a eficácia dos
esforços caritativos da Ordem, e muito menos a
“santidade” dos seus membros. No entanto, podemos
afirmar que o número dos nossos membros cresce em
cada ano assim como a expansão geográfica da Ordem, e
que o nível dos nossos recursos financeiros segue
aumentando apesar da dificuldade de obtenção de ajudas
económicas para necessidades caritativas.
A Ordem é uma associação de seres humanos que,
pese a ajuda da Divina Providência, tem as suas
imperfeições e limitações. Todos os seus Membros se
sentem profundamente comprometidos em melhorar,
tanto a sua própria espiritualidade (primeiro objectivo das
acções da Ordem) como a forma como se trabalha para
ajudar os nossos irmãos da Terra Santa; tais iniciativas
partem com igual frequência das Lugar-Tenências, dos
seus membros e das directivas gerais do Grão-Magistério.
Na História da Igreja, o velho e o novo estão
sempre relacionados entre si. O novo nasce do velho e o
velho encontra no novo uma expressão mais plena, como
escreveu Sua Santidade o Papa João Paulo II. Aliás têm
sido frequentes os votos de sucesso manifestados à
Ordem, em diversas ocasiões, pelos Sumo-Pontífices,
constituindo um extraordinário estímulo para todos nós.
Cite-se, a título de exemplo, a carta de 17 de Maio
de 1994, dirigida ao Grão-Mestre da Ordem, onde João
Paulo II dizia:
“… A missão secular dos Cavaleiros e
Santo Sepulcro é bem conhecida. Presentes
países, actuam com diligência em favor da co
palestiniana com vista à promoção do
espirituais que animam a Ordem e a um auxíl
das suas necessidades materiais…”.
Recordemos ainda a Mensagem dirigida,
por Sua Santidade o Papa Bento XVI aos Ca
Damas da Lugar-Tenência de Portugal, por o
sua Peregrinação à Terra Santa, quando
especial recordação nas Suas preces:
“de todos e cada um de vós para que a
pertencerdes à nomeada Ordem de Cavalaria
sentir sempre e cada vez mais no dev
responsabilidade de distinguirdes o vosso se
uma vida cristã e com adesão coerente, g
desinteressada a Cristo e à Igreja”.
E, mais recentemente, a Mensagem do S
Francisco, por ocasião da Peregrinação Intern
Ordem a Roma, integrada no programa oficial
Fé, no dia 13 de Setembro de 2013, e que reu
dos seus membros vindos de todos os Continen
“A Ordem de Cavalaria do Santo Sepulcr
história quase milenar: a vossa Ordem é uma
antigas ordens de benemerência ainda activ
para a protecção do Santo Sepulcro, tem rec
especial atenção por parte dos Bispos
Construir com caridade, com compaixão, com
vossa peregrinação tem também um objectivo de
caridade para com os irmãos e irmãs da Terra Santa,
especialmente para com os mais necessitados, os que
vivem momentos sofrimento, de tensão e de medo e para
com os nossos irmãos cristãos que tanto sofrem. (…) Isto
é um ponto importante para cada um de vós e para o
conjunto da Ordem de forma a que todos sejam ajudados
a aprofundar o seu compromisso para com Cristo: a
profissão de fé e o testemunho da caridade estão
intimamente ligados e são os pontos fortes da vossa
acção ”.
Compreendemos que todos os nossos trabalhos não
são senão pequenas gotas de água no oceano dos
problemas políticos, económicos e humanos que afectam
o Próximo Oriente. Sem embargo, as exortações do Santo
Padre permitem-nos acreditar que o pouco que podemos
fazer para aliviar o sofrimento dos nossos irmãos da Terra
Santa, a nossa presença ali nas Peregrinações, nas escolas
paroquiais, frequentadas tanto por cristãos como por
muçulmanos, e as orações dos nosso Confrades, podem
trazer um pouco mais a paz e a reconciliação àquela Terra
pelos misteriosos caminhos de que faz uso a Providência.
DEUS LO VULT
Lugar-Tenência de Portugal
2014
Painel em azulejaria portuguesa, oferecido pela Lugar-T
Portugal (Peregrinação de 2012), ao Santuário da Anun
Nazaré (Terra Santa). Representa a imagem de Nossa S
Conceição, Rainha e Padroeira de Portugal.
2014 - ANO HISTÓRICO PARA A LUGAR-TENÊNCIA DE
PORTUGAL
Março, 13 a 14 – Exéquias de Sua Eminência o Senhor Patriarca Emérito
de Lisboa, D. José Policarpo, Grão-Prior Emérito da Lugar-Tenência de
Portugal. Aos Cavaleiros do Santo Sepulcro foi-lhes concedida a honra de
fazerem a Guarda de Honra permanente à urna, escoltando-a durante o
cortejo fúnebre, da Sé de Lisboa até à Igreja de São Vicente de Fora onde o
corpo ficou sepultado.
Maio, 12 a 14 – Visita a Portugal de Sua Beatitude o Patriarca Latino de
Jerusalém, Mgr. Fouad Twal para presidir às Cerimónias do Santuário de
Fátima e participar no Colóquio organizado pela O.C.S.S.J. e Universidade
Católica Portuguesa sobre a “Situação dos Cristãos da Terra Santa e
Próximo Oriente”.
Maio, 23 a 27 – Peregrinação à Terra Santa de um grupo de vinte e seis
peregrinos, composto por Cavaleiros e Damas da Lugar-Tenência de
Portugal da Ordem do Santo Sepulcro de Jerusalém, bem como alguns
amigos da Ordem, que acompanharam a Visita Apostólica de Sua Santidade
o Papa Francisco à Terra Santa. Uma vez mais, a Delegação portuguesa foi a
que maior número de Cavaleiros e Damas integrou em visitas de Papas à
Terra Santa.
Outubro, 18 e 19 – Visita a Portugal de Sua Eminência Reverendíssima o
Cardeal Grão-Mestre Edwin Frederick O’Brien, a segunda visita de um
Grão-Mestre da Ordem a Portugal, para presidir às Cerimónias de
Investidura de 18 novos Cavaleiros e 1 Dama portugueses, por ocasião do
fundação da Delegação Centro da Lugar-Tenência de Portugal.
Novembro, 19 – Encontro de Oração pela Paz na Terra Santa e no
Próximo Oriente, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, com a participação
de Sua Eminência o Patriarca de Lisboa, Grão-Prior da Lugar-Tenência de
Portugal, e dos líderes religiosos das comunidades Judaica, Cristã Ortodoxa
e Muçulmana, organizado pela Lugar-Tenência de Portugal.

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