Programa - Companhia Nacional de Bailado
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Programa - Companhia Nacional de Bailado
CNB DANÇAR EM CASA SERENADE GEORGE BALANCHINE À FLOR DA PELE RUI LOPES GRAÇA FOUR REASONS EDWARD CLUG Lisboa, Teatro Camões Outubro 2009 15, 16 e 17 às 21h / 18 às 16h Tarde Família 17 de Outubro às 16h Um apoio ao serviço da comunidade e da cultura 02 03 CNB DANÇAR EM CASA Mecenas Exclusivo da Companhia Nacional de Bailado (CNB), desde 1998, e agora Mecenas do OPART, a Fundação EDP, sedeada no Museu da Electricidade, desenvolve uma acção constante e coerente de apoio à cultura e às artes. Essa acção realiza-se através de produções próprias, parcerias, mecenato e prémios, tendo a qualidade, a sustentabilidade e a avaliação dos resultados como princípios orientadores. Desde que o homem se conhece, a dança tem sido uma das grandes formas em que ele simboliza os sonhos e as apreensões, os sentimentos e as ideias, os anseios e as esperanças. A dança é simultaneamente liberdade, limite e superação. Nestes tempos de incerteza, os gestos solitários ou solidários do bailarino são um convite e um apelo a uma nova aliança da cultura e da natureza, do indivíduo e da sociedade, do passado e do futuro. A Companhia Nacional de Bailado é a instituição de referência no mundo da dança. Partilhamos com ela os valores da criatividade, da inovação, da descentralização e da internacionalização. E também o rigor, o esforço e a renovação que todo o trabalho artístico exige. O nosso apoio à CNB traduz a responsabilidade social, cultural e empresarial da EDP, exercida ao serviço da comunidade e do desenvolvimento cultural. Desejamos que a CNB seja cada vez mais fiel aos propósitos da sua criação e às expectativas do seu público. Fundação EDP Companhia Nacional de Bailado Numa época em que se discute internacionalmente o papel das companhias e dos teatros nacionais, é importante que a Companhia Nacional de Bailado (CNB) se situe dinamicamente no tecido artístico português. Este posicionamento é também fundamental para a projecção internacional, que tem vindo a ser conquistada graças a uma estratégia de circulação que se pretende cada vez mais alargada. Artistas CNB 04 05 CNB DANÇAR EM CASA À semelhança das suas congéneres noutros países, a CNB foi criada por iniciativa governamental – em Portugal, em 1977, por despacho de David Mourão Ferreira, então Secretário de Estado da Cultura. Marca de um país que se queria moderno e democrático, desejando uma estética diferente (e em parte oposta) à estética do Estado Novo, a CNB pode ser incluída nas conquistas culturais da ‘Revolução dos Cravos’. Tal como aconteceria noutras áreas (da economia à política de negócios estrangeiros e à política nacional), também a CNB revelaria as flutuações de uma época em busca do seu próprio sentido. Qual o quadro institucional de enquadramento da CNB? Como realizar a complexa Que fazer também para o desenvolvimento dos públicos de dança? missão de combinar o repertório internacional com a edificação de um repertório nacional? Como identificar a qualidade estética e técnica dos programas e sobretudo o que fazer para qualificar intérpretes e criadores? Que fazer também para o desenvolvimento dos públicos de dança? Entre 1978 e 1993, a direcção artística da CNB esteve a cargo de Armando Jorge, a que se seguiu Isabel Santa Rosa nos dois anos seguintes. Genericamente, este período foi marcado pela montagem de grandes obras de repertório internacional. A CNB apresentou então a primeira realização nacional de produções integrais de bailados como La Sylphide, Raymonda, O Lago dos Cisnes, Coppélia, Dom Quixote e Romeu e Julieta; produziu clássicos como Grand Pas-de-Quatre, Giselle, Les Sylphides, Petruchka, La Bayadère, O Pássaro de Fogo, O Quebra-Nozes, A Sagração da Primavera, As Bodas e La Fille Mal Gardée, entre outros. Apresentou também obras de Balanchine, Lifar, Lichine, Joos, Limón, van Dantzig, Nebrada, Oscar Araiz, Kenneth MacMillan, Lubovitch, Michael Corder, Robert North e Heinz Spöerli. Os Concursos Coreográficos, iniciados por Armando Jorge, articular-se-iam então com a apresentação de obras do próprio Armando Jorge, Fernando Lima, Carlos Trincheiras e Olga Roriz. Em Junho de 1996, Jorge Salavisa foi convidado para reestruturar a CNB, tendo assumido, em Setembro desse ano, o cargo de Presidente do Instituto Português do Bailado e da Dança, associação cultural que então tutelava a Companhia. A opção pelo repertório contemporâneo foi sublinhada, através de uma estratégia de convites a novos coreógrafos de dimensão internacional e da organização dos Concursos Coreográficos. A partir de 1996, sob a sucessiva direcção artística de Salavisa (1996-1999), de Luisa Taveira (1999-2000) e de Marc Jonker (2001-2002), a CNB apresentou obras de criadores como Michael Corder, William Forsythe, Anne Teresa De Keersmaeker (em estreia absoluta), Hans van Manen, Pierre Wyss, Behyan Murphy, Marco Cantalupo, David Fielding, e dos coreógrafos portugueses Rui Lopes Graça, Olga Roriz e Vasco Wellenkamp. Em Maio de 2001, Ana Pereira Caldas foi nomeada Directora da CNB e em Setembro de 2002 Mehmet Balkan assumiu a sua Direcção Artística. Um ano mais tarde, com a associação do Teatro Camões como a ‘Casa da Dança’, a CNB passou a contar com um espaço de exibição altamente qualificado, acolhendo criações, entre outros, de Nacho Duato e Renato Zanella. Combinar a remontagem das grandes peças clássicas com a criação nacional, não excluindo criações mais experimentalistas – estas programadas por Mark Deputter – passaria a ser o seu desafio. Simultaneamente, a CNB desenvolveu relações com outras estruturas de criação, trabalhando nomeadamente com a Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra Nacional do Porto, Orquestra das Beiras, Quarteto de Pianos de Amesterdão e ainda com diversos músicos e maestros portugueses. Em Outubro de 2007, Vasco Wellenkamp foi nomeado Director Artístico, assumindo aquele que é o desafio nuclear desta estrutura: a conjugação do repertório clássico com a criação contemporânea, incluindo a criação nacional. Daniel Tércio Director Artístico Vasco Wellenkamp Vasco Wellenkamp iniciou os estudos de bailado em 1961 com Margarida de Abreu e Fernando Lima, no Grupo Verde Gaio. Em 1968, ingressou no Ballet Gulbenkian. De 1973 a 1975 foi bolseiro do Ministério da Educação em Nova Iorque, na Escola de Dança Contemporânea de Martha Graham, onde se formou em Dança Moderna. Ainda em Nova Iorque, frequentou o curso de composição coreográfica de Merce Cunningham e trabalhou com Valentina Pereyslavec no American Ballet Theatre. Em 1978, como bolseiro da Fundação Gulbenkian, frequentou o curso para coreógrafos e compositores da Universidade de Surrey em Inglaterra. De 1977 a 1996 desempenhou as funções de coreógrafo residente, professor de Dança Moderna e ensaiador do Ballet Gulbenkian. Em 1975 foi nomeado professor de Dança Moderna da Escola de Dança do Conservatório Nacional, e em 1983, professor coordenador da Escola Superior de Dança de Lisboa. Vasco Wellenkamp tem sido convidado por várias companhias estrangeiras a criar novas obras coreográficas: no Brasil coreografou para o Ballet do Teatro Municipal de São Paulo, o Ballet de Niterói, a CIA Cisne Negro e o Ballet Guaíra, na Argentina coreografou para o Ballet Contemporâneo do Teatro San Martin, na Inglaterra, para o Extemporary Dance Theater, o Dance Theater Comune e a Companhia Focus On, na Suiça para o Ballet du Grand Theatre de Gèneve, em Itália para o Balletto di Toscana e na Croácia para a Companhia de Bailado do Teatro de Zagreb, entre outras. Em Janeiro de 1999 criou a Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo que dirigiu até Outubro de 2007. Foi nomeado Director Artístico do Festival de Sintra, em Setembro de 2003. Vasco Wellenkamp recebeu por duas vezes o Prémio de Imprensa (1974 e 1981). Foram-lhe ainda atribuídos os Prémios do Semanário Sete (1982), da Revista Nova Gente (1985 e 1987) e da Rádio Antena 1 (1982). Em 1996, foi galardoado com a medalha de ouro e o prémio para o melhor coreógrafo, no II Concurso Internacional de Dança do Japão, com a obra A Voz e a Paixão. Em 1994, a 10 de Junho, dia de Portugal de Camões e das Comunidades Portuguesas, foi condecorado com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique, por sua Excelência o Senhor Presidente da República, Dr. Mário Soares. Cria em 2005 a sua primeira coreografia para a Companhia Nacional de Bailado e é seu Director Artístico desde Outubro de 2007. Alba Tapia e Carlos Pinillos 06 07 CNB DANÇAR EM CASA SERENADE Arquivo CNB 1982 “(...) é um Bailado abstracto, sem ideia ou ponto de partida literário, unicamente dança pela dança. As sugestões das linhas plásticas – mais apetece chamar melodias plásticas – cujo sentido apenas aflora vagas “abstrações românticas” são de uma real e superior beleza (...)” Frederico de Freitas (Novidades, 25/5/1955) In Dançaram em Lisboa 1900 - 1994 Coreografia George Balanchine Música Piotr Ilitch Tchaikovsky Remontagem Cénica Nanette Glushak Remontagem Coreográfica Maria Palmeirim Estreia Absoluta Nova Iorque, Adelphi Theater, American Ballet, 01 de Março 1935 Estreia CNB Lisboa, São Luiz Teatro Municipal, Companhia Nacional de Bailado, 10 de Junho 1982 A apresentação de Serenade, um Ballet Balanchine®, é feita com o acordo do The George Balanchine Trust (SM) e foi produzido em conformidade com o Estilo Balanchine® e com a Técnica Balanchine®, estipulados e garantidos pelo Trust. 08 09 CNB DANÇAR EM CASA A primeira assinatura americana de Balanchine A chegada de Georges Balanchine à América está indelevelmente ligada à ambição de Kirstein que pretendia levar a dança clássica para os Estados Unidos e criar uma arte indígena, que não se reduzisse à Modern Dance. Num artigo publicado em Theatre Arts, em 1958, Kirstein explicaria que a sua escolha recaíra em Balanchine não apenas pelo encanto que os bailados La Chatte (1927) e Apollon Musagète (1928) lhe tinham provocado, mas também porque Balanchine dera um sentido renovado ao bailado clássico, sublinhando a musicalidade da dança em detrimento da plasticidade da pantomima. Balanchine, formado na rigorosa tradição clássica russa, progredira como coreógrafo nos Ballets Russes (1909-29) de Sergei Diaghilev e contava já com uma sólida carreira quando Kirstein o procurou. O encontro decisivo entre os dois homens ter-se-ia dado no foyer de um pequeno hotel. Ambos partilharam então uma ideia decisiva, de resto comum à grande emigração europeia para o Novo Mundo: a Europa tornara-se um museu e a América, por contraponto, a terra prometida. Balanchine chegou aos Estados Unidos em 1933, ano em que este país vivia ainda a Grande Depressão, a terrível recessão de efeitos devastadores na economia e 10 11 CNB DANÇAR EM CASA de tremendas consequências sociais. O momento não parecia pois adequado para o desenvolvimento de uma arte tão dispendiosa e aristocrática como a dança. Em 1952, no seu livro Modern Ballet, John Martin, crítico de dança no New York Times, escreveria que a chegada do coreógrafo russo aos Estados Unidos constituíra um momento único de que ninguém, para além de Kirstein, tinha antevisto o impacto. No entanto, o trabalho de Balanchine não foi imediatamente entusiasmante para a crítica norte-americana a começar pelo próprio John Martin, que nesses anos inaugurais acolheu com muitas reservas a generalidade dos bailados do coreógrafo russo. Sobre Serenade escreveu então que era um trabalho mais funcional do que inspirado, já que fora concebido como um exercício coreográfico para uma companhia inexperiente; quaisquer que sejam as razões, escrevia Martin, falta-lhe espontaneidade. Durante os primeiros anos na América, Balanchine foi criticado como não sendo suficientemente americano; mesmo os apreciadores do seu trabalho – incluindo Kirstein – pressionavam-no a produzir bailados com temas autóctones mais claros. Na verdade, se Balanchine recusava coreografar libretos como o de Uncle Tom’s Cabin, escrito por E. E. Cummings, tal não correspondia a qualquer espécie de desinteresse pela América e pelos seus mitos fundadores, mas antes a uma opção estilística de que não abria mão. Efectivamente, o coreógrafo admirava a América, o modo como as pessoas se moviam, o atleticismo e a liberdade dos gestos, a beleza dos corpos. Esta admiração pela musicalidade dos corpos, combinada com uma opção estética simultaneamente clássica e A abertura com 17 bailarinas paradas, com os pés rigorosamente alinhados, os braços direitos virados para fora e as palmas voltadas para cima, constitui uma imagem inesquecível (...) depurada, impregnou certamente a criação de Serenade. É verdade que o bailado foi concebido com um desígnio funcional, como um exercício de graduação para os primeiros alunos da School of American Ballet – e é importante lembrar a insistência que Balanchine colocou na criação de uma escola de dança clássica nos Estados Unidos, mesmo “antes” da criação de uma companhia; com efeito, a criação dessa escola estivera desde o início na agenda de Balanchine quando aceitou o convite-desafio de Kirstein. Serenade foi pois a primeira obra que Balanchine montou com bailarinos americanos, tendo tido uma primeira apresentação em 10 de Junho de 1934 e uma estreia profissional cerca de um ano mais tarde. Nas produções iniciais o coreógrafo usou apenas os primeiros 3 movimentos da composição Serenade em C Maior para orquestra de cordas de Tchaikovsky: sonatina, valsa e elegia. O bailado apresenta uma estrutura que parece uma adição de fragmentos ou de episódios incorporados na acção sem aparente razão dramatúrgica. Pode dizer-se em consequência que a exploração do espaço pelo conjunto de bailarinos constitui o verdadeiro tema. A partir de 1936, Serenade começou a ser montado sem cenários, sobre fundo azul, e em consequência o ambiente romântico passaria a ser sublinhado pelo guarda-roupa e pelas luzes. Na produção de 1941 para o American Ballet Caravan, o guarda-roupa foi desenhado por Cândido Portinari. Nas produções subsequentes para o New York City Ballet, os desenho de luzes ficou a cargo de Jean Rosenthal e Ronald Bates. A transformação mais importante aconteceu em 1952, quando as túnicas usadas pelas bailarinas foram substituídas por vestidos longos e flutuantes em tule, desenhados por Barbara Karinska. Serenade tornar-se-ia a assinatura do New York City Ballet, sendo raramente dispensado do repertório desta companhia. A abertura com 17 bailarinas paradas, com os pés rigorosamente alinhados, os braços direitos virados para fora e as palmas voltadas para cima, constitui uma imagem inesquecível – o momento em que inesperada e simultaneamente passam para primeira posição provoca no público um sentimento de suspensão de grande intensidade estética. Ainda hoje certamente impressiva. Daniel Tércio Coreografia George Balanchine George Balanchine (Georgii Melitonovich Balanchivadze) nasceu em São Petersburgo a 22 de Janeiro de 1904. Formou-se e integrou o elenco artístico do Teatro Mariinsky. Como bailarino dançou aí obras de Marius Petipa, Lev Ivanov, Aleksandr Gorsky, Nicolai Legat e Mikhail Fokine. Em 1924, com um grupo de bailarinos e de cantores do Teatro Mariinsky, iniciou uma digressão pela Alemanha, tendo-se apresentado em audição a Sergei Diaghilev, que os contrata, em Paris, para os Ballets Russes. Balanchine (assim rebaptizado por Diaghilev) permanece nos Ballets Russes até 1929, ano da morte do empresário. Para esta companhia coreografou os memoráveis Apollo (1928) e O Filho Pródigo (1929), entre outros. Após a morte de Diaghilev, Balanchine foi Mestre de Bailado da Ópera de Paris e do Real Ballet da Dinamarca e colaborou também com os Ballets de Monte Carlo. Em 1933, George Balanchine funda os Ballets 1933, companhia que após uma série de 12 espectáculos se dissolve. Decide então viajar para os EUA. 12 13 CNB DANÇAR EM CASA Funda aí a School of American Ballet, que foi a base para a criação do futuro New York City Ballet. Foi para esta companhia que Balanchine criou a maioria das suas peças, construindo um corpo inigualável de obras-primas: Divertimento nº15 (1956), Agon (1957), Stars and Stripes (1958), Liebeslieder Walzer (1960), Jewels (1967), Who Cares? (1970), Concerto para violino (1972), Le Tombeau de Couperin (1975), Vienna Waltzes (1977), Davidsbündlertänze (1980) e Mozartiana (1981). Estas obras vieram juntar-se ao grupo de coreografias criadas para os antecessores do New York City Ballet: Mozartiana (1933), Serenade (1934), Concerto Barroco (1941), Os Quatro Temperamentos, Tema e Variações e Sinfonia Concertante (1947), para formarem um opus gigante e absolutamente único, marcado por uma perfeita simbiose com a música, numa invenção inesgotável e inovadora em todos os registos da dança clássica. George Balanchine faleceu em 30 de Abril de 1983 em Nova Iorque. (Fonte: International Encyclopedia of Dance) Arquivo CNB 1991 À FLOR DA PELE procuro um rasto de ti. Miguel Ramalho à flor da pele tropeço nos passos cansados. à flor da pele trémulo e exausto tapo todos os poros. à flor da pele amordaço a esperança. à flor da pele nado no suor derramado lamento, encolho e sorvo a fraqueza. à flor da pele conspiram lugares e olhares mostro-me nu, estrangulo e mordo a inocência da carne. mato! à flor da pele, quebro e morro mais um pouco. à flor da pele, procuro um rasto de ti. Rui Lopes Graça 14 15 CNB DANÇAR EM CASA Coreografia Rui Lopes Graça Música Phillip Glass Etudes for Piano, Vol. 1 - Etudes nº1, 2, 6 e 8 Cenário e Figurinos Vera Castro Desenho de Luz Jorge Ribeiro Estreia Absoluta Lisboa, Teatro Camões, Companhia Nacional de Bailado, 28 de Maio 2009 Freek Damen, Isabel Galriça, Marta Sobreira, Miguel Ramalho Uma pulsação abstracta dos corpos A última colaboração de Rui Lopes Graça para a CNB aconteceu há quatro anos, com Debaixo da Pele. Esse trabalho funcionava sobre micro continentes – representados por quadrados de luz projectados no chão do palco – que rapidamente se revelavam demasiado pequenos para os respectivos conteúdos, isto é, para os movimentos transbordantes das bailarinas. Rui Lopes Graça coreografava a partir dos limites de uma geometria luminosa, uma história feminina. Hoje, com À Flor da Pele, acontece algo de diferente. Mas também algo de semelhante. Principiemos por aqui. Para além da óbvia vizinhança de título, há uma equipa de criadores que continua funções: Vera Castro no dispositivo cenográfico e figurinos e Jorge Ribeiro nas luzes. E existe também um rectângulo de luz, que ganha agora uma espessura, sobressaindo do palco. O estrado adquire um lugar importante na dramaturgia da peça, evocando o espaço da casa, da mesa, da cama e finalmente do túmulo. Estamos já no território da diferença relativamente à peça anterior, uma diferença que obviamente se inscreve nos processos naturais de transformação, do tempo que passa, do próprio ritmo da vida. A propósito de À Flor da Pele, Rui Lopes Graça fala-me de A Pavana do Mouro, magnífica obra de José Limón, estreada em 1949, com música de Henry Purcell e apresentada diversas vezes na CNB. A obra de Limón, que se inspira por sua vez em Otelo, drama de Shakespeare, põe em cena dois pares envolvidos numa trama de 16 17 CNB DANÇAR EM CASA amor, ciúme e poder. O coreógrafo encontra as fontes do seu presente trabalho nesse drama shakespeariano, tanto quanto na versão moderna de Limón. Por isso, grande parte da nossa conversa gira em torno das ideias de paixão, desejo de poder e desconfiança relativamente ao “outro”. Lopes Graça fala sobre a responsabilidade pessoal, sobre o sentimento da culpa e até sobre o envolvimento social do criador. Nesta coreografia existe, porém, uma opção que se afasta do figurativo; ou seja – insisto – a coreografia pode ser vista como uma pulsação abstracta dos corpos, acentuada pelo minimalismo musical de Philip Glass. Rui Lopes Graça concorda. Todo o tempo da peça é atravessada por uma fisicalidade intensa, um desespero de amor que aparece e reaparece e aparece novamente, uma ferocidade nos gestos deste(s) homem(ns) e um ventre amoroso nesta(s) mulher(es). Noto: há um momento, mais próximo do final, em que dois homens e uma mulher enrolam os braços sobre si próprios, os punhos viram-se para dentro – que é isto? A culpa certamente. Mas ao mesmo tempo há uma mulher que atravessa o campo de visão com uma outra velocidade, num outro tempo. Onde está a morte?, pergunto. No meu trabalho não há lugar para a morte, pelo menos não um lugar definitivo, pois o que existe verdadeiramente é a vida – responde Rui Lopes Graça. Daniel Tércio Miguel Ramalho, Isabel Galriça, Freek Damen, Marta Sobreira 18 19 CNB DANÇAR EM CASA Coreografia Rui Lopes Graça Rui Lopes Graça iniciou os seus estudos de dança como bolseiro da escola do Ballet Gulbenkian e do Centro de Formação Profissional da Companhia Nacional de Bailado. Em 1985, ingressou no elenco desta companhia e, em 1996, tornou-se bailarino solista. Dançou grande parte do repertório da CNB, em bailados clássicos e contemporâneos. Em Julho de 1999, participou no Curso Internacional para Coreógrafos e Compositores da Universidade de Bretton Hall, em Inglaterra, dirigido por Robert Cohan, Nigel Osborne, Ivan Kramar e Gale Law. Desde 1996, tem coreografado para a Companhia Nacional de Bailado, Ballet Gulbenkian, Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo, The Curve Foundation Dance Company, Escola Superior de Dança e Conservatório Nacional. Coreografou também para a Expo’98, Porto 2001 Capital Europeia da Cultura, Centro Cultural de Belém e festivais internacionais nos EUA, Holanda, Espanha, Itália e Turquia. É co-fundador da Companhia Rui Lopes Graça, para a qual criou Antídoto, Sopro, Dois, A Arte da Fuga e os espectáculos infantis, Méme mesmo aqui ao pé e Bolinha de Sabão. É actualmente coreógrafo residente da Companhia Nacional de Bailado. FOUR REASONS 20 21 CNB DANÇAR EM CASA A peça desenvolve-se através da interacção dos dois músicos com oito bailarinos, que moldam o espaço e o ambiente, contemplando e desafiando o objectivo de uns e outros, em diferentes dimensões. Neste dialogar de movimento e som são explorados espaços comuns, permitindo aos intervenientes, bailarinos e músicos, reflectir e criar aí um momento de intimidade, relacionado com as suas experiências espontâneas em palco. Edward Clug Coreografia Edward Clug Música original Milko Lazar Cenário, Figurinos e Desenho de luz Edward Clug Interpretação musical ao vivo Piano Milko Lazar Violino Vasilij Meljnikov Estreia Absoluta Lisboa, Teatro Camões, Companhia Nacional de Bailado, 22 de Outubro 2008 Alba Tapia, Miguel Ramalho, Irina de Oliveira, Carlos Pinillos Tomislav Petronovic, Irina de Oliveira “Quando pela primeira vez pensei nesta criação, eu tinha uma imagem no cérebro: um piano num palco vazio”. As palavras do coreógrafo Edward Clug dão a dimensão depurada e musical do seu último trabalho, Four Reasons. Um piano num espaço vazio e, a partir daqui, a paisagem do palco a ser ocupada com gentileza. O compositor esloveno Milko Lazar, com quem Clug colabora pela segunda vez, acrescentaria àquela imagem inicial um violino. Lazar (piano) e Vasilij Meljnikov (violino) estão em palco, ao vivo, produzindo sonoridades que revelam passagens repetitivas e obsessivas. As quatro sonatas que compõem a música sustentam e estruturam a coreografia. Four Reasons desenrola-se fora de qualquer espécie de narratividade – mesmo que o espectador queira e possa projectar histórias e personagens nos corpos que se movem no palco. A obra funciona pois sobre a interactividade entre dois músicos e oito bailarinos, que vão conformando o espaço e tecendo uma atmosfera a partir de um jogo simultaneamente contemplativo e desafiante. O resultado aproxima-se de uma construção abstracta, tanto quanto a dança o pode ser. Há dois aspectos nesta criação de Clug que devem igualmente ser tidos em conta. Em primeiro lugar, a construção de invisibilidades, de zonas de ausência, que correspondem de resto a um dos traços da poética do coreógrafo, e que se pode designar pela atracção pelo 22 23 CNB DANÇAR EM CASA silêncio (uma das criações mais impressivas na sua carreira é The Architecture of Silence, de 2006). Em segundo lugar, a exploração dos movimentos em diferentes escalas: dos amplos movimentos do corpo, aos gestos finos, ao detalhe, ao dedo que marca episodicamente as quatro sonatas. Em qualquer caso, o material primordial de criação de Edward Clug é o movimento, que ele explora meticulosamente para conhecer o bailarino e através do bailarino para se expandir no espaço envolvente. Coreógrafo com uma sólida formação clássica, Edward Clug apresentou recentemente no Festival de Sintra uma das suas mais conhecidas peças, Radio and Juliet. Quer nesta, quer em Four Reasons, que os espectadores do Teatro Camões têm o privilégio de assistir, manifesta-se uma fina ironia, que se reconhece sobretudo na ambiguidade dos títulos. Em ambas, o mais importante, para o jovem coreógrafo de origem romena, será certamente a capacidade para suscitar emoções, trabalhando o espaço com gentileza e explorando o movimento dos corpos, que ele elege definitivamente como a matéria primordial da dança. Daniel Tércio Edward Clug O coreógrafo e bailarino Edward Clug frequentou a Escola Nacional de Bailado em Cluj, na Roménia, entre 1983 e 1991. Nesse ano ingressou no Teatro Nacional Esloveno de Maribor, onde ascendeu à categoria de bailarino principal, vindo a ocupar, em 2003, a direcção artística dessa Companhia. Coreografia Desde 1998 Edward Clug tem criado diversas coreografias para o Ballet de Maribor e o Ballet de Liubliana na Eslovénia, nomeadamente Tango (1998), Bachelorette (2000), Lacrimas (2002), Radio and Juliet (2005), Architecture of Silence (2006), que reuniu bailarinos, coro e orquestra de ambas as companhias numa mega produção, e Prêt-a-porter (2008). Para a companhia holandesa Station Zuid criou Requiem for Two Chairs e Sacré du Temps, e remontou algumas das suas criações no Japão e Croácia. Edward Clug tem sido aclamado pelo seu trabalho como coreógrafo. Em 1998 recebeu, pela coreografia Tango, o Primeiro Prémio no 18º Concurso Internacional de Varna, e no ano seguinte a mesma coreografia foi premiada no 3º Concurso Internacional de Bailado e Dança Moderna em Nagóia, no Japão. Em 2001, Requiem for Two Chairs mereceu-lhe uma medalha de bronze na 9ª Competição Internacional de Coreografia realizada no Teatro Bolchoi, em Moscovo. Em 2002 Clug é de novo premiado com medalha de bronze na 4ª Competição Internacional de Bailado e Dança Moderna em Nagóia, Japão, e no ano seguinte recebe o terceiro prémio no 17º Concurso Internacional de Coreografia em Hannover, na Alemanha. Em 2005 foi distinguido com o mais alto prémio cultural atribuído na República da Eslovénia, pela Preseren Foundation. Four Reasons é a primeira criação de Edward Clug para a Companhia Nacional de Bailado. Tem realizado digressões por um vasto número de países, entre os quais a Áustria, Bélgica, Grécia, Alemanha, Croácia, Portugal, Itália, França e Holanda. Carlos Pinillos, Miguel Ramalho, Tomislav Petronovic, Fernando Duarte 24 25 CNB DANÇAR EM CASA 26 27 CNB DANÇAR EM CASA À Flor da Pele Desenho de Luz Iniciou a sua formação teatral no TEUC (Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra), enquanto aluno da Licenciatura em Engenharia Electrotécnica da Universidade de Coimbra. Concebeu o Desenho de Luz para mais de 80 espectáculos de teatro, dança, ópera e música trabalhando com encenadores, coreógrafos, músicos e maestros como: Rogério de Carvalho, Manuel Sardinha, Ricardo Pais, António Jorge, Carlos do Rosário, Gastão Cruz, Paula Rocha, Miguel Guilherme, Natália Luiza, Ana Tamen, Elsa Valentim, António Durães, José Carretas, Paulo Filipe, João Grosso, José Neves, Rui Madeira, Miguel Loureiro, Carla Bolito, Rafaela Santos, José Wallenstein, Luís Osório, Francisco Alves, Cristina Carvalhal, Rita Calçada Bastos, Joana Providência, Vera Mantero, Rui Lopes Graça, Vânia Gala, Vitalina Sousa, Nuno Rebelo, Albrecht Loops, Luísa Amaro, John Mauceri, João Paulo Santos e Stefan Asbury. Estes trabalhos foram produzidos e/ou apresentados no: T. Nacional de S. Carlos, T. Nacional D. Maria II, Teatro Nacional S. João, Culturgest , ACARTE, Centro Cultural de Belém, T. da Trindade, T. da Cornucópia ,T. Aberto, T. Maria Matos, Cão Solteiro, O Cão Danado e Companhia, Mala Voadora, T. Rivoli do Porto, T. Académico de Gil Vicente em Coimbra, T. Circo de Braga, T. Viriato de Viseu, Ballet Teatro Auditório, Ballet Gulbenkian, Companhia Nacional de Bailado, Centro Dramá- Jorge Ribeiro Pintora, cenógrafa e professora jubilada da Escola Superior de Teatro e Cinema, participou em várias exposições individuais e colectivas. Está representada na colecção do Ministério da Cultura e colecções particulares. Como cenógrafa e figurinista trabalhou em espectáculos de teatro e ópera com encenadores como Ricardo Pais, José Wallenstein, João Lourenço, Ana Tamen, Jorge Listopad, Rogério de Carvalho, Mário Feliciano, Gastão Cruz, Nuno Carinha, João Canijo, Filipe la Féria, A. Gutkin, Rui Mendes, Miguel Guilherme, Alberto Lopes, Paulo Ferreira de Castro, Paulo Filipe, Cucha Carvalheiro, Diogo Infante, Ana Luísa Guimarães e João Brites. Na área da dança trabalhou com Olga Roriz, Paulo Ribeiro, Né Barros, Rui Lopes Graça, Benvindo Fonseca e Mehmet Balkan. Obteve em 1993 o Prémio da crítica de Cenografia (por Estrelas da Manhã) e o prémio Sete d’Ouro para os melhores figurinos, em 1992 (por Estrelas da Manhã e A Gaivota). À Flor da Pele Cenário e Figurinos senvolve na CNB, tem sido convidada, por outras companhias como Mestra de Bailado e Remontadora. Com o Ballet de Zaragoza, além de várias prestações como mestra convidada, remontou, ensaiou e encenou O Quebra-Nozes (A. Jorge), Raymonda - III Acto (Petipa). Contactada pela Fundação Balanchine para remontar Serenade e Concerto Barroco para o Ballet Nacional da Eslovénia em 2003, tem vindo a acompanhar a repetição do programa Balanchine nas temporadas seguintes, acumulando as funções de Mestra Convidada com a mesma companhia. A convite da Fundação Nijinska, e como sua representante, remontou, ensaiou e encenou As Bodas para a Companhia de Bailado do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e para a São Paulo Companhia de Dança. Vera Castro Serenade Remontagem Coreográfica Natural de Lisboa, foi aluna de Anna Mascolo. Estudou em Londres e, mais tarde em Monte Carlo com Marika Besobrasova, onde iniciou a sua carreira profissional. Ainda durante a sua estadia no estrangeiro, integrou a Companhia da Ópera de Marselha e o Ballet de Marselha, sob a direcção de Roland Petit. Ao regressar a Portugal fez parte do Grupo de Bailados Verde Gaio entre 1974 e 1977. Ingressou na Companhia Nacional de Bailado desde a data de criação da companhia, fazendo parte do elenco desde então. Dançou grande parte do repertório da companhia e participou em várias criações. A sua carreira adquiriu uma nova projecção ao ser chamada pelo Director Artístico, Armando Jorge, para ensaiadora e mestra de bailado. Trabalhou e assistiu a variadíssimos coreógrafos e mestres, entre os quais Patricia Neary, Oscar Arraiz, Terry Westmoreland, Jonh Auld, Armando Jorge, Georges Garcia, Lynn Wallis, Michel Renault, Francesca Zumbo, Eric Volodine, Maya Volodina, Monica Parker, Hans Brenna, Glenn Tuggle, Victoria Simon, Michael Corder, Howard Sayette. Acumulou o cargo de Assistente da Direcção Artística, entre 1990 e 1996. É da sua responsabilidade a remontagem de grande parte dos bailados do repertório clássico, neo-clássico e contemporâneo da CNB. A par das funções de Mestra de Bailado que de- Maria Palmeirim Serenade Remontagem Cénica Nanette Glushak Ingressou no New York City Ballet em 1968 e três anos mais tarde no American Ballet Theater, onde dançou os papéis principais dos grandes clássicos como D. Quixote, O Lago dos Cisnes, Gisellle, La Fille Mal Gardée, A Bela Adormecida, La Bayadère, Coppélia, La Sylphide, e em produções de Nureyev, Makarova, Bruhn e Baryshnikov. Do seu repertório fazem parte coreografias de Balanchine, Robbins, Tudor, Ashton, Alvin Ailey, van Dantzig, Twyla Tharp, Lubovitch, Neumeier, MacMillan, Glen Tetley, Cunningham, Paul Taylor e Roland Petit. Em 1973 dançou Apollo, de Balanchine, com Baryshnikov, no Festival Internacional de Chicago. Em 1983, sob a recomendação de Peter Martins, director do New York City Ballet, assumiu o cargo de co-directora do Dallas Fort-Worth Ballet, com Michel Rahn, e nos quatro anos seguintes remontou bailados do repertório clássico e de Balanchine. Em 1989 foi nomeada directora artística do Ballet da Escócia, e desde 1994 exerce o cargo de directora do Ballet du Capitole, em Toulouse. Foi da sua responsabilidade a remontagem de várias coreografias na celebração Tributo a Balanchine (2004) que marcou o centenário do nascimento do coreógrafo. Ao longo da sua carreira, tem trabalhado com as grandes companhias de renome internacional. tico da Galiza, Potsdam Fabrik, Project Art CenterDublin, The Place-London, etc.. Foi Chefe de Gabinete Técnico do Teatro Académico de Gil Vicente (Coimbra), Director Técnico do Teatro Nacional de S. João (Porto) e da Coimbra Capital Nacional da Cultura 2003. Leccionou no ensino secundário. Dirigiu cursos: para o Programa FOCO (formação contínua de professores), Companhias de Teatro e Escolas Profissionais. Foi professor da disciplina de iluminação na Academia Contemporânea do Espectáculo do Porto, onde ainda lecciona pontualmente e participou como Desenhador de Luz em espectáculos dos alunos finalistas da Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa. 28 29 CNB DANÇAR EM CASA Elenco Artístico Vasilij Meljnikov estudou na Academia de Música de Minsk, na Bielorrússia, com um dos mais célebres professores da Rússia, a violinista Olga Parhomenko, que por sua vez foi aluna do famoso David Ojstrah. Concluída a pós-graduação, Meljnikov aperfeiçoou a sua técnica no Conservatório de Čajkovski, em Moscovo. Iniciou a sua carreira como pedagogo na Escola de Música para crianças especialmente dotadas, em Minsk. Integrado na Orquestra Nacional de Câmara da Bielorrússia apresentou-se em anteriores Repúblicas da União Soviética, bem como noutros países europeus. É professor na Academia de Música de Lubliana, na Eslovénia, desde 1992, e mentor da Orquetra Sinfónica daquela Academia, que se apresentou com grande sucesso no país e estrangeiro. Em 1997 recebeu o 1º Prémio na Competição Internacional Vienna Modern Masters. Desde 2004 mantém o estatuto de Concertino da Orquestra Sinfónica Eslovena, da RTV. Four Reasons Inrterpretação Musical peças orquestradas encontram-se nomes como Walter Proost, David de Villiers, Olari Elts, George Pehlivanian, David Itkin, Anton Nanut e Marko Letonja. Para além de peças para orquestra e para música de câmara, Milko Lazar compõe regularmente para numerosos produtores de filmes, peças teatrais e de dança, na Eslovénia e outros países. Apresenta-se regularmente como pianista em duo com Bojan Gorisek, e como intérprete de cravo com o flautista Matej Grahek e a Orquestra Filarmónica de Música de Câmara para Cordas, da Eslovénia, interpretando em grande parte as peças de sua autoria. Milko Lazar recebeu, entre outros, o mais prestigiado prémio nacional de arte em 2005, Nagrada Prešernovega Sklada, pelo seu trabalho de composição. Vasilij Meljnikov Four Reasons Música e Interpretação Milko Lazar Milko Lazar é, além de compositor, intérprete de piano, cravo, teclado e saxofone. Actualmente freelancer no campo da música clássica e do jazz, Milko Lazar estudou ambos os estilos musicais ao piano e saxofone, na Academia de Música de Graz, na Áustria, e cravo e música barroca no Conservatório Real de Haia, na Holanda. Durante 15 anos foi membro da Big Band RTV da Eslovénia, como saxofonista a solo e compositor principal. Milko Lazar é actualmente compositor em duas das mais reputadas orquestras sinfónicas da Eslovénia, a Orquestra Filarmónica e a Orquestra Sinfónica RTV. Ao longo da sua carreira no jazz, Milko Lazar tem criado e actuado em diferentes grupos (Quatebriga, Stefbet Rifi, Milko Lazar Quartet) em diversos festivais como o Festival de Jazz de Perugia, e de Leverkussen, Jazz Nad Odra em Wrotzlav, Festival de Jazz de Lubliana, Expo Hannover 2000, Festival Alpentone em Altdorf, na República Checa, e ao lado de conhecidos nomes do jazz como Maria Schneider, Herb Pomeroy, Peter Herbolzheimer e Mathias Ruegg. Milko Lazar gravou, em conjunto com diversos grupos, mais de 40 LPs e CDs, e mais de 10 projectos a solo. As mais recentes composições clássicas de Milko Lazar foram já apresentadas por ensembles internacionais em toda a Europa, e em locais de prestígio nos Estados Unidos como Carnegie Hall, em Nova Iorque. Entre os maestros regentes das suas 21 22 32 33 13 23 24 34 35 48 Isabel Frederico 09 47 Henriette Ventura 31 28 46 Helena Marques 30 45 Florencia Siciliano 29 44 Filipa Pinhão 20 43 Elsa Madeira 19 42 Charmaine Du Mont 18 41 Charlotte Ingleson 27 40 Catarina Grilo 26 39 Carla Pereira 25 38 Anabel Segura 17 37 Ana Baigorri 16 36 África Sobrino 15 CORPO DE BAILE 35 Xavier Carmo 34 Tom Colin 33 Pedro Mascarenhas 32 Freek Damen 31 Armando Maciel 30 Marta Sobreira 29 Maria João Pinto 28 Irina de Oliveira 27 Catarina Lourenço 26 Annabel Barnes 25 Andreia Pinho CORIFEUS 24 Tomislav Petranovic 23 Rui Alexandre 22 Luis d'Albergaria 21 Brent Williamson 12 20 Solange Melo 11 19 Roberta Martins 10 18 Paulina Santos 08 17 Mariana Paz 07 16 Isabel Galriça 06 15 Fátima Brito 05 14 Alba Tapia 04 14 SOLISTAS 03 13 Mário Franco 02 12 Filipe Portugal 11 Fernando Duarte 10 Didier Chazeau 09 Carlos Pinillos 08 Alexandre Fernandes 07 Peggy Konik 06 Inês Amaral 05 Filomena Pinto 04 Filipa de Castro 03 Barbora Hruskova 02 Ana Lacerda 01 Adeline Charpentier PRINCIPAIS 01 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 A B 63 64 65 66 67 68 69 C D 70 71 72 73 74 75 76 F ** Prestador de serviços 62 Pianistas Convidados 61 Jorge Silva ** Sérgio Cruz ** Viviena Tupikova ** 60 Professores Convidados 59 Jan Linkens Arkady Nikolaev 58 Assistente da Direcção Artística 57 G Junko Hikasa 56 Maria Luisa Carles 55 temporariamente substituída por 54 Coordenadora Artística Executiva 53 F Filipa Rola 52 Coordenadora Musical 51 E Ana Paula Ferreira 50 52 Ensaiadora D Isabel Fernandes Mestra de Bailado C Cristina Maciel Mestra de Bailado B Maria Palmeirim Coreógrafo Residente A Rui Lopes Graça * Licença sem vencimento 76 Yuhi Yonekura 75 Gonçalo Andrade 74 Reina Sawai 73 Inês Moura ESTAGIÁRIOS 72 Samuel Retortillo 71 Ricardo Limão 70 Nuno Fernandes 69 Miguel Ramalho 68 Maxim Clefos 67 José Carlos Oliveira 66 João Carlos Petrucci 65 Frederico Gameiro 64 Filipe Macedo 63 Christian Schwarm 62 Can Arslan * 61 Andrus Laur 60 Álvaro Santos 59 Alfonso Palencia 58 Yurina Miura 57 Victoria Monge 56 Vera Alves 55 Susana Matos 54 Sílvia Santos 53 Mónica Garcia 52 Marina Figueiredo 51 Maria Santos 50 Margarida Pimenta 49 Iva Vitic 49 E G Ficha Técnica CNB OPART E.P.E. – CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO PRESIDENTE Pedro Moreira VOGAL Carlos Vargas VOGAL Henrique Ferreira DIRECÇÃO DE ESPECTÁCULOS DIRECTORA Margarida Mendes Carla Almeida, Lurdes Almeida, Natacha Fernandes DIRECÇÃO TÉCNICA DIRECTORA Cristina Piedade João Carlos Andrade DIRECÇÃO DE CENA Henrique Andrade, Vanda França MAQUINARIA Alves Forte, Miguel Osório SOM E AUDIOVISUAIS Bruno Gonçalves, Paulo Fernandes LUZES Vítor José, Pedro Mendes PALCO Ricardo Alegria, Anatol Waschke ATELIER DE COSTURA Adelaide Marinho, Adelaide Pedro Paulo, Antónia Costa, Conceição Miranda, Glória Bento, Paula Marinho CONSERVAÇÃO DO GUARDA-ROUPA Maria José Pardal, Carla Cruz DIRECÇÃO DE MARKETING DIRECTOR Mário Gaspar Cristina de Jesus GABINETE DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO COORDENADOR Pedro Penedo César Silva, Rui Martins** DESENVOLVIMENTO COMERCIAL Bruno Silva CANAIS INTERNET João Mendonça, José Luís Costa VIDEO E ARQUIVO DIGITAL Marco Arantes DESIGN João Campos** MARKETING DIRECTO Venâncio Gomes ASSISTENTE Laura Pinto GABINETE DE GESTÃO DO PATRIMÓNIO COORDENADOR Nuno Cassiano António Silva, Daniel Lima, João Alegria, Manuel Carvalho, Egídio Heitor** BILHETEIRA Luísa Lourenço, Rita Martins, Susana Clímaco DIRECÇÃO DE RECURSOS HUMANOS DIRECTORA Sofia Dias Manuel Alves, Marisa Leitão, Sofia Teopisto, Vânia Guerreiro, Zulmira Mendes CONSULTOR EM ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA Ricardo Telles de Freitas MASSOTERAPEUTA Paulo Pavão OSTEOPATA Vasco Lopes da Silva CONSULTORIA EM FORMAÇÃO DE PÚBLICOS PARA A CNB CNB CONVIDA COMPANHIA OLGA RORIZ NORTADA Olga Roriz Outubro 2009 29, 30 e 31 às 21h GRUPO DANÇANDO COM A DIFERENÇA LEVANTA OS BRAÇOS COMO ANTENAS PARA O CÉU Clara Andermatt BEAUTIFUL PEOPLE Rui Horta Novembro 2009 6 e 7 às 21h COMPANHIA PORTUGUESA DE BAILADO CONTEMPORÂNEO AMARAMÁLIA Vasco Wellenkamp Novembro 2009 12, 13 e 14 às 21h CNB DANÇAR EM CASA COMPANHIA NACIONAL DE BAILADO GISELLE Georges Garcia DIRECÇÃO FINANCEIRA DIRECTORA Sónia Teixeira Albano Pais, Ana Maria Peixeiro, António Pinheiro, Edna Narciso, Fátima Ramos, João Pereira, Rui Amado GABINETE JURIDICO COORDENADORA Fernanda Rodrigues Juliana Mimoso** Próximos Espectáculos ORQUESTRA SINFÓNICA PORTUGUESA Direcção Musical Geoffrey Styles * Licença sem vencimento ** Prestador de serviços Dezembro 2009 10, 11, 17, 18, 22 e 23 às 21h 13 e 20 às 16h Tardes Família 12 e 19 às 16h Lisboa, Teatro Camões 30 31 CNB DANÇAR EM CASA CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO EDITORIAL Direcção de Marketing DESIGN xiiistudios.com CRÉDITOS FOTOGRÁFICOS CAPA, SERENADE E FOUR REASONS Rodrigo de Souza À FLOR DA PELE Carmo Sousa ELENCO ARTÍSTICO André Brito / Carmo Sousa CONTACTOS Teatro Camões, Passeio do Neptuno, Parque das Nações, 1990 - 185 Lisboa Tel.: 21 892 34 70 BILHETEIRAS/RESERVAS TEATRO CAMÕES 21 892 34 77 TEATRO NACIONAL DE SÃO CARLOS 213 253 045/6 // [email protected] www.cnb.pt www.youtube.com/cnbportugal www.twitter.com/cnbportugal www.facebook.com/cnbportugal INFORMAÇÕES AO PÚBLICO Não é permitida a entrada na sala enquanto o evento está a decorrer, salvo indicações dos assistentes. O programa pode ser alterado por motivos imprevistos. É expressamente proibido filmar, fotografar ou gravar durante os espectáculos. É proibido fumar e comer/beber dentro da sala de espectáculos; Não se esqueça de, antes de entrar no auditório, desligar o seu telemóvel. TIRAGEM 500 Ex. PREÇO DE VENDA AO PÚBLICO 5€ M/6 FOUR REASONS EDWARD CLUG À FLOR DA PELE RUI LOPES GRAÇA SERENADE GEORGE BALANCHINE
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