associação de reformados do montepio

Transcrição

associação de reformados do montepio
ASSOCIAÇÃO DE REFORMADOS DO MONTEPIO
Membro do Agrupamento Europeu dos Reformados das Caixas Económicas,
Bancos e Instituições Similares
ABRIL DE 2007
N.º. 231
Associação de Reformados do Montepio
Morada | Rua Garrett, 47-5º C
1200-203 Lisboa
Telf. | 21 347 68 03
Fax | 21 324 51 09
E-Mail | [email protected]
NOTÍCIAS DA ASSOCIAÇÃO
Daí que, a um ano e meio da rotação, seja bom começar a
pensar no assunto.
Agradecemos a quem devíamos, Conselho de
Administração e colegas do activo que nos aturam e
ajudam, porque sentimos que o devíamos fazer,
lembramos, mesmo com saudade, os que nos deixaram e,
dos elogios feitos, o único merecido foi ao Presidente da
MAG, a nossa mais funda raiz na árvore que é o Montepio
- A seguir transcreve-se a carta que enviada ao Conselho
de Administração
Lisboa, 29 de Março de 2007
I
Assembleia Geral Ordinária
Apesar de ter havido um aumento de 300% no
número de assistentes não a isso obrigados, o
que muito encheu de alegria o Presidente da
Direcção (parece que foi o único) no entanto
ainda foram poucos. Se há desculpas para
alguns, este cobertor não tapa os restantes.
O que havia para aprovar foi aprovado por
unanimidade, nomeadamente o aumento de
100% da quota mínima (ultrapassando
largamente a inflação mas é bom que sejamos
audazes e corajosos), e o que havia que ser
chamado à atenção foi chamado,
nomeadamente o pouco interesse que o
Recordemos desperta. As coisas provam-se
com intervenções e a realidade é que, escrevase o que se escreva e, por exemplo, o último
número(230) é um desastre, não há qualquer
comentário.
Disso só pode resultar que quem perde tempo a
fazê-lo possa chegar à conclusão de “ para
quem é bacalhau basta” o que sabemos não ser
verdade, mas....
Também se alertou para o inevitável problema
que resulta de pessoas se manterem muito
tempo no mesmo lugar. Por muito bons que
possam ser (o cemitério está cheio de pessoas
insubstituíveis, etc. etc.) há sempre vícios que se
criam e o ar fresco nunca fez mal a ninguém.
Exmº. Senhor
Dr. José da Silva Lopes
Presidente do Conselho de Administração
do Montepio
Senhor Doutor
A Associação de Reformados do Montepio Geral,
representando o sentir dos seus associados, vem, junto de
V. Exª., agradecer-lhe e a todos os elementos do
Conselho de Administração, a concessão aos reformados
e pensionistas, da gratificação de balanço, cujo valor
mantém o critério dos 50% daquela que é atribuída aos
colegas do activo.
Essa atribuição representa para nós a confirmação que
continuamos integrados no tecido do nosso Montepio.
Bem Hajam.
Queira aceitar os nossos melhores cumprimentos
Pel`Associação
Fernando Boto
Rogério Veríssimo
Propõe que a Comissão seja constituída pelos
seguintes elementos:
NOTÍCIAS DO MONTEPIO
I
Prof. Manuel Lopes Porto (Presidente)
Dr. António Menezes Rodrigues
Santiago Almasqué
Dr. Virgílio Lima
Dr. Pinto da Silva
Assembleia Geral Ordinária
Com uma agradável assistência (211 pessoas e
sala cheia), teve lugar a AG Ordinária do
Montepio.
Dos 5 pontos da Ordem de trabalhos (referidos
no anterior Recordemos) todos mereceram
aprovação, alguns por unanimidade, outros por
esmagadora maioria.
Por não ser do conhecimento geral reproduzimos
aqui, parcialmente, o texto da “Proposta de
Reforma dos Estatutos do Montepio e da
Caixa Económica e da criação de uma
comissão para reforma dos estatutos.
São, previamente, apresentados os fundamentos
das propostas, cujo teor é o seguinte:
-
-
-
-
-
-
Criação de um Conselho de
Administração, com administradores não
executivos e administradores executivos
que constituirão a Comissão Executiva.
Ampliação do número de membros
eleitos do Conselho Geral e
alargamento dos poderes decisórios
desse Conselho.
Ajustamento das funções e
competências da Assembleia Geral, por
forma que algumas delas sejam
transferidas para o Conselho Geral,
dentro das possibilidades permitidas pelo
Código Mutualista.
Criação de um Conselho de Auditoria
constituído por membros não executivos
do Conselho de Administração e sua
articulação com o Conselho Fiscal, em
termos conformes com o que se dispõe
no Código Mutualista
Criação de um Comité de Risco
envolvendo membros não executivos e
executivos do Conselho de
Administração.
Outros tópicos que os membros da
Comissão decidam abordar.
II
Celebração do 163º aniversário da
Caixa Económica Montepio
A Caixa Económica
Montepio celebrou o
seu 163º aniversário
com a realização, no
Grande Auditório do
Centro Cultural de
Belém, em Lisboa,
de um concerto
sinfónico
interpretado pelas
orquestras
Metropolitana e Académica de Lisboa.
No final da tarde do dia 1 de Abril, o solista/violinista
Raphael Oleg, o maestro Michael Zilm e os cerca de uma
centena de músicos das duas orquestras interpretaram
peças de Alban Berg e de Franz Schubert, que deliciaram
os cerca de 800 convidados.
No final do espectáculo, a nossa Instituição presenteou os
convidados com um beberete e com a oferta de pins e de
fotografias que uma equipa de palhaços tirou aos
convidados e que asseguraram mais um momento de
animação.
No cumprimento do seu mandato, a
Comissão de Reforma dos Estatutos
estabelecerá contactos, a partir da fase inicial
dos seus trabalhos, através de reuniões de
esclarecimento e debates, ou por outras vias,
com associados e trabalhadores, e
considerará as sugestões e comentários que
estes venham a apresentar.
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III
Rosto da conta Montepio
Especial Jovem conquista título
de Octa-Campeão Nacional de
SkySurf
O SkySurfer José Veras, rosto da conta
Montepio Especial Jovem, e o Cameraflyer
Custódio Vilhena, da equipa “Portugal SkySurf
Team”, venceram o X Campeonato Nacional de
SkySurf e, desta forma, além de conquistarem o
título de Octa-Campeão Nacional de SkySurf
para José Veras, asseguraram a presença na
Taça do Mundo de SkySurf, que terá lugar na
Rússia, no próximo mês de Agosto.
A competição foi organizada pela SkySurf
Produções, em colaboração com a Federação
Portuguesa de Pára-quedismo e com o apoio do
Montepio e da Câmara Municipal de Évora, e foi
pontuada pela coreografia que os atletas
efectuaram, em cada salto, e que foi captada,
durante a queda livre, pelos cameraflyers.
Se é apreciador(a) de SkySurf, poderá visualizar
todas as imagens captadas durante a
competição através do site
www.skysurfprotour.com
IV
Residências para a 3ª Idade
O Grupo Montepio vai investir cerca de 50 milhões de
euros na construção de sete residências para a 3ª idade,
nas zonas de Lisboa, Porto, Coimbra e Braga
INFORMAÇÃO DESPORTIVA
I
Correspondendo ao convite vindo do Sindicato Bancário
do Sul e Ilhas, para estar presente num campeonato de
King, o nosso Presidente, mais uma vez dando largas à
sua coragem, firmeza e determinação em guindar bem alto
o nome da nossa Associação, imediatamente se
disponibilizou para, representando-nos, mostrar o elevado
nível mental e cientifico que nos adorna.
E foi vê-lo, espalhando inteligência e fulgor, durante os
quatro dias em que o torneio se desenrolou.
Os adversários, sucumbidos a tanta grandeza, só
exclamações de “maravilha”, “genial”, “nunca visto”,”
formidável”, etc, etc. eram capazes de emitir, aliás os que
percebiam as jogadas, pois tal não estava ao alcance de
todos.
Foi arrasante!
Não fosse a sua elevada modéstia e compaixão pelo
vulgo, e os 10 primeiros postos teriam de lhe ser
atribuídos, facto notável tanto mais que os concorrentes
eram apenas 8.
Mas não.
Nada de exibicionismos tacanhos e saloios.
Se, para a passagem à fase seguinte, bastava o 6.º lugar,
então, mediante geniais perdidas, classificou-se em
5.º lugar (último não que o nome da Associação não o
permitia).
À dita fase final não pode contudo contar com o seu
inenarrável contributo, pois o querido dirigente lá vai, em
mais uma de sacrifício em nosso prol, ter de se deslocar à
Sicília, facto que encheu de jubilo os restantes
concorrentes, pois, assim, já um deles pode aspirar ao 1.º
lugar que, na verdade e como acima foi dito,
corresponderá a um 11.º.
Obrigado Presidente e louvados sejam os seus feitos.
Bem Haja.
Um modesto admirador
Otob F.
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Soube agora que o texto supra foi levado à
apreciação da Comissão executiva de
apreciação de textos (CEAT) que, em cerrada
votação (1 voto, mas fina qualidade, a favor da
publicação e 7, invejosos, contra) acabou por
autorizar a inserção da minha notícia.
Lamento porém os sorrisinhos e comentários
proferidos pelos maus 7 perdedores , que
bastante me encheram de saudade pelos tempos
em que havia respeito e consideração; em que
mandava quem podia e obedecia quem devia.
Até fui a correr reler, enlevado, o Artº. 2º do
Decreto-Lei 31 709, de 19/10/48 (Diário do
Governo I Séria, nº 244) que passo a
transcrever:
Os funcionários do Serviço de Meteorologia,
incluindo o seu Director, têm um chefe. As
ordens que ele der executam-se
integralmente, seja qual for a opinião sobre
elas, e a atitude do funcionário deve ser tal
que dê inteiramente a impressão de
concordar com elas, sem mostrar, nem
sequer dar a entender, que os pontos de vista
do chefe não merecem aprovação.
Isso é que eram tempos. Passava-lhes logo a
vontade de se rirem.
O mesmo modesto admirador, revoltado com o
desrespeito.
Otob. F.
II
A equipa de futebol de 11 do Montepio encontrase classificada em 1º lugar, após a 6ª jornada.
O PAÍS A RAIOS X
Radiografia
(…) Dantes “chamavam-se os
bois pelos nomes”. Agora os
donos deste país de
eufemismos, delirantes, pelos
vistos, com cada revolução
linguística, enchem de efeitos
palavras rebuscadas, dúbias,
inócuas de qualquer sentido
da realidade, dentro do eterno
conceito de brandos costumes
que nos caracteriza. Tudo em
nome de um projecto “própezinhos de lã”, “antihumilhante”, “socialmente
correcto”, tendente a não ferir
susceptibilidades…
Atentemos em alguns exemplos que nos remeteriam para
a hilaridade, não fosse tudo isto um caso muito sério.
Corrijam-se os maus falantes que chamam “maníacodepressivos” àqueles que ora viajam nos píncaros da
euforia, ora se arrastam pelo chão do desânimo: ensinese-lhes que são "doentes bipolares" (como se fossem
transístores...); as crianças difíceis, malcriadas, terríveis,
não são nada disso: são dotadas de “hiperactividade
comportamental”; a menina que faz birras e bate o pé não
é teimosa – é “voluntariosa”.
Não é bonito dizer, mesmo o vulgo, “aleijadinho”, “manco”,
“perneta”, “maneta”, “marreco”. Utilize-se “deficiente
físico”; da mesma forma não se diga que um sujeito
destituído de juízo é “maluco” ou “doido”. Não é, não
senhor! É um “portador de patologia do foro psiquiátrico”.
“Drogado” é termo que não deve proferir-se em público;
utilize-se “toxicodependente” (que é muito semelhante a
fumador…); o pai ou a mãe que “dá de frosques” (esta
terminologia, sim, convém manter), quer dizer, que
abandona o lar, deixa uma família “monoparental”; a
mulher que faz um aborto “interrompe voluntariamente a
gravidez”, e – atenção! – “cego” é vocábulo que faz parte
do léxico nacional, mas não deveria.
Com efeito, segundo os entendidos, “invisual” é o termo
correcto (repare-se que “visual” é adjectivo “relativo à vista
ou à visão”, e não “possuidor de vista ou visão”).
Em cima, da esquerda para a direita: Rui Fevereiro
(Serviços Sociais), Paulo Jesus (Treinador), Carlos
Silva, Filipe Vinagre, Ricardo Morgado, Ivo Rego,
Miguel Martins, Bruno Rodrigues e Rui Amante.
Eem baixo, na mesma ordem: Frederico Tomaz, Bruno
André, Rui Peyroteo, Jorge Nuno, Nuno Santos e Vitor
Martins.
Ausentes (na fotografia): José Rainho, Hugo Carrilho,
Rui Figueiredo, André Gomes, Nuno Carvalho e Artur
Chaves.
As cadeias obtiveram o nome de “estabelecimentos
prisionais”, enquanto os presos se tornaram “reclusos”;
nos bancos, os “vigilantes” de tempos idos constituem
agora o “corpo de segurança”, e, para não se sentirem
cidadãos de segunda, os passageiros de avião ou de
comboio já não viajam em "2ª Classe”, mas sim na “Classe
Turística”.
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A técnica desenvolveu-se e outrossim chegou a
todos os sectores. Deste modo, o reparador de
máquinas de lavar, de esquentadores ou de
frigoríficos é “técnico de electrodomésticos”; o
canalizador é “técnico de canalização”, tal como
o electricista é “técnico de energia eléctrica”. Sob
o mesmo critério se englobam os trolhas,
pedreiros, ladrilhadores e pintores de edifícios na
categoria de “técnicos de construção civil”.
Os tempos modernos determinam ainda a
inexistência de “criadas de casa” e “mulheres-adias”, que, tornadas “empregadas domésticas”,
estão na mira dos terminologistas para ligeiro
acerto baptismal: “auxiliares de serviço
doméstico”; “auxiliares” também, mas de
“educação”, são hoje, nas escolas, os
“contínuos” de antanho, e até os almeidas são a
prova de que somos um povo que sublima o
auxílio, rebaptizados que foram de “auxiliares de
limpeza pública”.
Perante factos de tal jaez, o espírito mais
analítico rende-se à insofismável evidência: são
estas as grandes transformações que devem
operar-se neste cantinho onde, sem dúvidas, o
essencial impera sobre o fútil. Disso
perfeitamente convictos, os terminologistasmores, investidos de tão cultural e sociológica
missão, ministraram novos baptismos em todas
as paróquias, perdão, em todas as áreas. Nem
as prostitutas escaparam ao sacramento,
transformadas em “profissionais do sexo”. Mas
estas, quiçá por terem a profissão mais antiga do
mundo, são imunes a modernices
terminológicas, que nenhuma conseguirá retirar
o primitivo e autêntico valor semântico às suas
expressões.
É a radiografia do País que somos. O
diagnóstico não pode ser senão um: estado
crítico.
De O País a Raios X - Estado crítico,
Lauro Portugal (Laureano), Roma Editora, Dez 2006
PONTAPÉS NA GRAMÁTICA
(…) Aos responsáveis dos
“Departamentos de
Marketing” deve ser dirigida
nota de culpa das infracções,
com a recomendação de um
manual de Português ou um
prontuário ortográfico – que
até dariam ao gabinete um
ar mais intelectual...
uma simples pressão no manípulo. Fecham-se
automáticamente” (Constatando-se que o aparecimento
da composição férrea Alfa é posterior a 1973, data do
decreto-lei (32/73) que ditou as alterações ao Acordo
Ortográfico de 1945 – nomeadamente quanto à abolição
do acento nos advérbios de modo terminados em -mente
(e estamos a falar do acento grave, porque o agudo já
tinha “marchado” havia mais de cinquenta anos (1920) –,
conclui-se que a CP anda a passo de caracol, desviandose do destino certo, mas não automaticamente – falha
humana esteve na origem.)
Haviti/DMM – prospecto promocional: Em Telheiras...pode
disfrutar ainda do privilégio de estar perto de várias
escolas...” (Ainda bem. Pode ser que numa dessas
escolas ensinem que o verbo “disfrutar” não existe,
devendo empregar-se desfrutar.)
lusomundo.pt – compra de bilhetes para cinema on line:
“Escolha o cinema onde pretende ir. Depois clique em
avançar” (Assim não se vai a lado nenhum. Como é que
se pode avançar enquanto prenhes de persistência em
erros estão as páginas da internet da maioria das
empresas, cada vez mais visitadas por cibernautas que
mal iniciam a viagem logo tombam no vazio da escorreita
linguagem? Aqui ou no ciberespaço as leis da “bolagramática” são as mesmas: o advérbio “onde” emprega-se
junto de verbos (ad verbum) que indicam repouso, como
“estar” (“o sítio onde estou é perigoso”); “aonde” usa-se
junto de verbos com sentido de movimento: “Escolha o
cinema aonde pretende ir.”)
Do livro Gente Famosa continua a dar Pontapés na Gramática,
Lauro Portugal (Laureano), Roma Editora, 2006
UMA DE CULTURA
No sentido de ajudar a brilhar em reuniões sociais,
seguem duas ajudas:
E se em vez de dizer “Olhos que não vêem coração que
não sente”, dissesse
“Ausência de percepção ocular insensibiliza o órgão
cardial”
Ou “Equino objecto de dádiva não é passível de
auscultação oftalmológica” em vez de “A cavalo dado
não se olha o dente”
Faço notar que conhecem-se casos em que foram feitas
prescrições médicas, mas serão ossos do ofício.
CP – Painel de informações
nas carruagens Alfa-1ª
classe: “As portas do salão
abrem-se, sem esforço, com
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CONVERSAS COM O MEU PAI
A mesada
- “Alguém tem de
impor a ordem!”.
Desculpa lá, pai, mas
parece que és
paranóico! És algum
polícia? E esta casa é
alguma cidade onde
seja necessário “impor
a ordem”? Eu sei o
que queres dizer, mas,
francamente, não é
preciso chegares a tais
extremos!
- Extremos?!
- Sim, extremos! Lá
porque respondi à mãe
um pouco bruscamente, não era razão para me
castigares dessa maneira...
- Pois eu penso que foi pouco.
- Foi pouco? Vá lá! Já viste como é que vai
ser a minha vida daqui a 15 dias, ou já para a
semana? Ficar sem mesada! Como é que queres
que eu faça? Que vá roubar? Como é que vou
pagar as minhas despesas?
- Deixas de tê-las.
- Deixo de tê-las? Essa é boa! ‘Tás a brincar
comigo! Tu já te imaginaste na minha situação?
- Não posso imaginar-me na tua situação,
porque não estou a ver-me fazer o que tu fizeste.
- Ah! Então quer dizer que nunca foste
malcriado! Nunca fizeste nada de mal! Eras um
santinho! Nunca gritaste, nunca foste
respondão...
- Não, nunca fui respondão como tu.
- Ah! Nunca foste respondão! É o que eu
digo, eras um santinho! Então nunca fizeste nada
mal feito!
- Sim, também fazia algumas coisas mal
feitas.
- Ah! E quem te castigava? Era o teu pai?
- Claro que era o meu pai.
- Ah! Era o teu pai! E agora decides seguir-lhe
o exemplo...
- Que é o mesmo que farás um dia em
relação ao teu filho...
- Eu, ao meu filho? Não! Se ele cometesse
uma falta tão leve quanto a minha, eu pensava
quatro vezes antes de o castigar. Tem de se
atender às circunstâncias, que passam pelo
estado de espírito duma pessoa, até mesmo pelo
estado físico...
- Pelo estado físico?!
- Sim, pelo estado físico, uma pessoa que
tenha dormido pouco tempo, por exemplo, está
muito mais vulnerável, lembra-te que nestes dias
tenho dormido uma média de quatro, cinco
horas, por causa dos trabalhos da Faculdade...
- Queres tu dizer que em condições normais não terias
respondido assim à tua mãe...
- Lógico que não.
- Concretamente, o que é que lhe respondeste?
- Respondi-lhe que a barba não era dela, quando me
perguntou se não tinha vergonha de ir para a rua com esta
barba tão original...
- Bem, ela tem uma certa razão...
- Ó pai, mas o que é que vocês têm a ver com a minha
barba?...
- Se te vires bem ao espelho, vês que realmente é uma
barba original, em forma de triângulo...
- Em forma de triângulo, não! Para já, triângulo tem três
ângulos, que eu saiba, e, se vires bem, aqui tem um
ângulo, esta parte daqui até aqui tem dois, já faz três,
daqui até aqui, são mais dois, faz cinco, mais este, seis. É
um pentágono...
- Um pentágono?! Não será um hexágono?...
- Ou isso.
Sinto uma revolta,
cem cavalos à solta
dentro do peito.
Com que direito
me cortas a mesada?
Fazes um alarido
apenas por ter feito
uma coisa de nada?
Só por ter respondido
numa voz alterada
à mãe?
Tu pensa bem!
Olha o que sucedeu:
“Vais assim para a rua?
Já te viste ao espelho?”
- perguntou ela -; e eu:
“A barba não é tua,
dispenso o teu conselho”.
Na verdade
onde é que está a gravidade?
Revendo agora a cena,
fui muito malcriado,
até beneficiado,
porque foi leve a pena,
como dizias.
Como pai só fizeste
aquilo que devias.
Do livro Conversas com o meu Pai, de Lauro Portugal (Laureano),
Roma Editora, 2003.
Pág. 6
ANIVERSÁRIOS
OS NOSSOS NETOS
Tão doce e saborosa como um pão alentejano
aqui temos a Bruninha, no doce colo do seu
avozinho, nem mais nem menos que o José
António Branco Miguel Pereira, de seu nome de
gente, Gú Gú, em língua de bebe. Aos dois muita
alegria e carinho, que os bebes pagam em dobro
o amor que lhe damos.
Ora estamos em MAIO, lindo mês para festas e que
melhor festas que as do aniversário. Sempre aparecem
umas prendas e, de certeza, aparece a alegria.
Parabéns a todos!
Dia 1
Mário Machado de Sousa
Dia 2
Maria Soares V.P. Sanchez
Manuel João Seco
José António Santos Andrez
E este é o Miguel, que no seu primeiro ano de
vida ainda não sabe que é também o primeiro e,
não só por isso, o mais querido no nosso colega
Barradinhas que também ele não sabe a
trabalheira que vai ter. Mas vai gostar.
Dia 4
Daniel Bivar Pinto Lopes Cunha
Dia 6
Júlio Rodrigues dos Santos
Dia 7
Maria Fernanda Nabais C. Silva
Maria Fátima Pereira Moura
Dia 8
Alfredo Silva Soares
Anselmo Laureano Matias
Luísa Maria Reis Agostinho C. Silva
Dia 9
José Filipe da Silva Carreira
Mário Henrique Ramalho Madureira
Dia 10 José Paulo V.Kol Alvarenga
Dia 12 Carlos Jorge Graça Freitas
Maria Graça Prata Costa
Dia 13 Manuel Baptista Lopes
Dia 14 Adelino Augusto Pessoa da Costa
Dia 15 Gualberto Medeiros Correia Tomé
Dia 17 António Valério de Almeida
Manuel Fernando Alexandre
António Pinto Machado
Dia 19 Maria José Gemas Calvinho
Joaquim Soares
Dia 26 José Silva Ferreira
Dia 27 Viterbo José P.Figueiras
Dia 31 Maria Rosália C.P. Ornelas Ferreira
Maria Teresa S.Pimentel Osmonde
Pág. 7
POESIA
qual nos queremos juntar com a nossa Administração para
que testemunhem a cor da nossa camisola.
Esta é a foto do encontro
Primeiro dia de Primavera
Primeiro dia de Primavera
Estar com ela quem me dera
Em nuvens de Poesia.
Cantar os versos de amor
Ter na mão uma flor
Fazer hinos de alegria
A Poesia é nascer
É dom para viver
Neste mundo de ilusão.
Poeta não é quem quer
Mas sim, quem Deus entender
É fruto do coração.
Viseu, 21 de Março de 2007
Mª. Helena Gato
Está um bocado descaída, mas se vocês soubessem a
aventura que foi conseguir metê-la neste Recordemos,
perdoavam-me. Irei contar com tempo, o que agora não
tenho.
Para os que vão ao ISDABE aí vai mais uma receita para
se habituarem à comida lá do sítio:
Agarrem num ovo e num chouriço, metam na
chapa e, quando estiver no ponto, comam.
BOA PASCOA!
III
NOTÍCIAS DA ASSOCIAÇÃO
Realizou-se no passado dia de 31 de Março mais
um mini-encontro com os reformados da zona do
Porto.
Foi um sucesso. Pelo número de participantes,
no quais de incluíam 17 colegas idos de Lisboa,
acompanhados por 4 directores, pela alegria e
pela estupenda refeição, da responsabilidade do
colega Manuel Baptista Lopes, para quem vão
quase todos os agradecimentos, sendo que os
restantes são devidos ao Rogério Veríssimo.
Até o tempo ajudou. Assustou-nos de Santarém
a Aveiro (os que foram de comboio), mas o
Porto, sempre empenhado em mostrar aos
amigos o seu melhor, abriu-se num céu azul
radiante que entusiasmou.
Gostamos de nos ver e rever, prometemos voltar
a encontrar-nos rapidamente, marcando já
encontro para a REUNIÃO DE DEZEMBRO, na
Pág. 8

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