DOI: 10.4025/4cih.pphuem.692 A INFLUÊNCIA DA CULTURA
Transcrição
DOI: 10.4025/4cih.pphuem.692 A INFLUÊNCIA DA CULTURA
DOI: 10.4025/4cih.pphuem.692 A INFLUÊNCIA DA CULTURA STREET NA MODA BRASILEIRA (1960–1970) Ronaldo Salvador Vasques Mestrando do Programa de Pós-Graduação em História - UEM Introdução Ancorada nos estudos culturais e, particularmente, na história da moda, tomando como referenciais teóricos as reflexões de Roland Barthes, Diana Crane e Peter Burke, esta comunicação busca partilhar parte de uma pesquisa, ainda em desenvolvimento, sobre questões referentes ao comportamento da produção vestuário, moda e cultura street específicos da moda brasileira. De acordo com alguns autores, a moda pode ser considerada um importante instrumento para a compreensão de determinados contextos sociais e a vestimenta passa por mudanças significativas, que são determinadas por uma série de fatos políticos, econômicos e culturais, presentes em determinadas sociedades e em diferentes períodos. Ao eleger como temática de abordagem as relações entre a indústria têxtil e a moda com influência hippie, tal discussão busca delinear, a partir de aspectos diversos, uma melhor compreensão acerca de tais relações. Desse modo, esta pesquisa se debruça sobre a temática da produção do vestuário numa perspectiva histórica e social, tendo como fio condutor a indústria têxtil, a moda e a cultura street, nos anos de 1960 e 1970 no Brasil, buscando compreender particularmente o movimento hippie. As fontes que estão sendo levantadas para análise formam um arcabouço de revistas, artigos, livros, fotografias, cuja análise será norteada pela discussão acerca dos estudos culturais e autores que trazem reflexões sobre a produção têxtil na história, na moda e cultura. Para entendermos a influência cultural da moda de rua brasileira e como esta aconteceu e se construiu, se faz necessário fazer uma análise breve acerca das teorias sobre a cultura, para tanto, utilizarei as reflexões do historiador Peter Burke (2005) que chama de “clássica” a história cultural no período de 1800 a 1950, quando a disciplina história Cultural se inicia. De acordo, com o autor, a história cultural pode ser dividida em quatro fases: 1º) Fase clássica; 4068 2º) A fase da história social da arte (começo da década de 1930); 3º) A descoberta da história cultural popular (década de 1960); 4º) A nova história cultural. Deste modo, se faz necessário dentro do estudo da história cultural, entender a história do costume, ou seja, do ato de vestir moda. Segundo Barthes (1967, p.73-75), A história do costume tem um valor epistemológico geral: de fato, ela propõe ao estudioso os problemas essenciais de toda análise cultural, na qual a cultura é, ao mesmo tempo, sistema e processo, instituição e ato individual, reservam expressivos e ordem significante. Neste sentido, a história do costume é, evidentemente, tributária não somente da outras ciências sociais em seu conjunto. Entretanto, no período clássico, entendido até 1950, encontrar-se-iam as obras de Jacob Burckhart e Johan Huizinga. Portanto, nos anos de 1930 houve uma virada no estudo da história cultural, tanto nos Estados Unidos quanto na Inglaterra. Estes autores se concentravam na análise destes “clássicos”, ou seja, obras-primas das artes, tendo como idéia principal a tese de que o historiador pinta o retrato de uma época, neste sentido, as artes eram lidas como evidências inquestionáveis da cultura da época em que estas eram produzidas, procurando relacionar os mais diferentes tipos de manifestações artísticas, estabelecendo conexões entre as mesmas. Tanto Burckhart como Huizinga, apesar de algumas discordâncias de análise, partilhavam do mesmo método ao buscar as constantes nas comparações feitas entre os mais diversos tipos de arte, a fim de se chegar ao estudo da cultura. Assim, neste contexto, o termo Cultura na nova corrente historiográfica, propiciou de certa forma nos últimos anos, a possibilidade desse tipo de enfoque, ou seja, “Nova História Cultural”. Para adentrarmos no conhecimento da fase da história social da arte, que se inicia na década 1930, com a grande diáspora, ocasionada pela ascensão de Hitler na Europa, temos que entender que a história cultural passa a ser foco da discussão em outros países, que até então não tinham tradição nesta área, como Estados Unidos e a Inglaterra, entretanto, não podemos deixar de mencionar o movimento de Annales na França e as múltiplas significações da expressão e sua conseqüente ambigüidade. Cardoso e Vainfas (1997) comentam que a revista e o movimento fundado por Marc Bloch e Lucien Febvre (historiadores franceses da primeira geração) de Annales, produzidos em 1920, tornaram-se a manifestação mais efetiva e duradoura contra uma historiografia factualista, centrada nas idéias e decisões de grandes homens, em batalhas e estratégias diplomáticas. Com especial força nas décadas de 1930 e 1940, a designação história social aparecia vinculada a uma abordagem culturalista, com 4069 ênfase nos costumes e tradições nacionais, em geral ligada ao pensamento conservador e produzida relativamente à margem das posições acadêmicas mais prestigiosas específicas dos historiadores. A fase da “história social da arte”, conforme ressalva Peter Burke (2005), acontece por volta da década de 1930, e está ligada diretamente com o historiador Frederick Antal, que defendia a idéia da cultura como sendo “reflexo” da sociedade, vinculando estreitamente este conceito aos conflitos e as transformações econômicas e sociais. Por outro lado, no período de 1960, as tradições historiográficas ainda bem fortes no segmento acadêmico, ou seja, a historiografia tradicional sofre mais fortemente o impacto da escola de Annales, em sentido amplo, abrindo os muros da disciplina histórica para as demais ciências sociais, principalmente sociologia e antropologia social. Neste mesmo período 1960, começam as primeiras preocupações com a cultura popular, desencadeando a fase chamada de “história da cultura popular”. Destacam-se, nesse período alguns autores como Eric Hobsbawm, que escreve com pseudônimo de Francis Newton, o livro “História Social do Jazz”, abordando o jazz como uma ferramenta de protesto social e político, e Edward Thompson com “A formação da classe operária inglesa”, na qual o autor remete somente às mudanças econômicas e políticas ao focar o lugar da cultura popular nesse processo. Em relação à história do social do vestuário, neste momento, é fundamental mencionarmos os estudos de Roland Barthes (1915-1980) e Fernand Braudel (1902-1985). Mesmo em suas especificidades nos anos 1950 e 1960, ambos realizaram uma guinada decisiva em relação à tendência tradicional, que tinha se delineado na França a partir do final o século XIX. Neste sentido, as posições desses dois estudiosos no entendimento da autora, Calanca (2008, p.19), que discute a respeito essencialmente do fato de que a história do vestuário não constitui uma espécie de inventário das formas que se seguiram nos séculos, mas é uma história que se delineia circularmente, na qual as perspectivas econômicas, social e antropológica, longe de estarem separadas em compartimentos estanques, estão profundamente interligadas. Barthes teve mérito, entre outros, de identificar as interpretações psicológicas do vestir e a capacidade que o costume tem de produzir valores sociais. Em particular, ele traçou a diferença fundamental entre costume e roupa: o primeiro configura-se como um realidade institucional, social, independente do indivíduo particular, a segunda, ao contrário, como uma realidade individual, o ato de vestir-se propriamente dito, pelo qual o indivíduo se apossa da instituição geral do costume. Roland Barthes, em 1967, em seu o livro O Sistema da Moda, traz uma importante contribuição ao mostrar como a moda conquista as 4070 esferas da vida social, influenciando idéias, comportamentos, arquitetura, roupas, objetos e linguagens. Destaca-se, ainda, um artigo na Itália incorporando a lição de Barthes e Braudel, de autoria de Rosita Levi Pisetzky (1898-1985). Esta autora, definida por Guido Lopez em um artigo publicado depois da morte desta, em 1985, “A Senhora do costume italiano”, é considerada a primeira estudiosa “a tratar do tema de modo sério, estudando a roupa como meio de comunicação e documento social” (CALANCA, 2008). A moda ultrapassa fronteiras, populações, e bens culturais e por estas razões, segundo Bourdie (1983), “um assunto muito prestigiado na tradição sociológica e, ao mesmo tempo, aparentemente um pouco frívola”. No entanto, como já frisamos ao longo deste texto, a moda, a cultura e os processos históricos, não estão dissociados, representando um tema importante para melhor compreendermos diversos momentos da história. O processo industrial do vestuário no objeto de suas transformações, da alta-costura ao ready-to-wear (pronto para vestir) aparece no momento pós-guerra, fazendo figurar uma nova maneira de produzir roupas em escala industrial, com qualidade, com expressão de moda e numeração variada de um mesmo modelo. Profissionais franceses foram aos Estados Unidos e se apropriaram da idéia transformando o ready to wear em, 1946, em prêt-à-porter (Braga, 2004, p.81). Pode-se considerar que tal processo afeta diretamente a relação das classes sociais e gênero, o que se percebe ao se analisar o vestuário nas sociedades contemporâneas pós-guerra, como exemplo específico o Brasil, que é influenciado pela criação e domínio europeu, principalmente Paris e Milão e também pelos profissionais americanos, diretamente ligados à indústria têxtil. Portanto, podemos considerar que a identidade da moda está relacionada à mudança social. O vestuário, no sentido da vestimenta, desempenha papel importante na construção social da identidade. Segundo Crane, A escolha do vestuário propícia um excelente campo para estudar como pessoas interpretam determinada forma essa que inclui normas rigorosas sobre aparência que se considere apropriada num determinado período (o que é conhecido como moda) (Crane: 2006 p.33). E a autora complementa: Porém, o vestir sendo uma das mais evidentes marcas de status social e de gênero útil, portanto, para manter ou submeter fronteiras simbólicas, constitui uma 4071 indicação de como as pessoas, em diferentes épocas, vêem suma posição nas estruturas sociais e negociam as fronteiras do status (Crane: 2006 p.33). Crane comenta ainda sobre a teoria de Bourdieu, explicitando que este ajuda a explicar como as classes sociais, por conseguinte, as estruturas sociais, são mantidas através dos tempos; por outro lado, a autora considera que seus estudos deixam a desejar no que se relaciona a compreensão de como as pessoas respondem a períodos de rápida mudança social. A ênfase de Bourdieu na discussão sobre a aquisição, durante a infância e por meio do sistema educacional, de padrões para fazer avaliações culturais, sugere que essas e, conseqüentemente, os gostos culturais, mudam de forma relativamente lenta. Igualmente a mudança e seus conceitos de si mesmos como cidadãos podem ser sidos sinalizados pelo uso de novos tipos de vestuário para indicar suas visões. A produção intelectual, no campo da historiografia no século XX, tem importante contribuição na obra do historiador Peter Burke (1991). Este comenta que a idéia de cultura implica tradição, de certos tipos de conhecimentos e habilidades legadas de uma geração para a seguinte e como múltiplas tradições podem coexistir facilmente na mesma sociedade. Diante das reflexões acima, nos colocamos alguns questionamentos em relação ao nosso objeto. A cultura da moda de street, o período em questão, e a vestibilidade estão inseridas na construção da cultura? Há uma discussão sobre o fato das mudanças culturais e mistura de culturas se constituírem em ações que podem promover ou dificultar as mudanças da sociedade; neste sentido, as mudanças graduais e amplas que ocorrem nas sociedades são denominadas de correntes sócio-culturais. As correntes são alterações que se desenvolvem progressivamente modificando de forma lenta, porém contínua, o caráter e a forma de viver de grandes grupos de populações. Neste sentido, como já havíamos mencionado, o sociólogo Roland Barthes (1975) é o inaugurador da vertente, extremamente fértil na atualidade, que estuda a moda como signo de sociedade, criando a idéia de que a roupa é campo magnético, do seu começo ao fim. Teoricamente foi o primeiro a retirar da moda o véu do sentido frívolo que ela detinha na área das ciências humanas. O vestuário, produzido para determinada cultura de classes e a imposição e importância do vestir, é abordado pela historiadora Mara Rúbia Sant’anna (2007). Esta, afirma que, atualmente, um tema bastante desenvolvido no segmento do vestuário é a sociologia com abordagem na vestimenta; freqüentemente, esta abordagem é tangencial, sendo enfatizados suas funções na dinâmica social como a produção, a difusão ou o consumo dos produtos. Estudiosos da temática abordada, como a jornalista Renata Pidongo Cidreira (2005) e a socióloga Diana Crane (2006), argumentam que a questão das identidades é determinante do 4072 segmento social e que, ao se estabelecer relações de equivalências entre peças vestimentárias em uma determinada época, acaba-se minorando as diferenças, sejam elas de natureza interna (como a silhueta), sejam diferenças externas (referente ás idiossincrasias próprias a cada país), época e grupos sociais. No entendimento sobre identidades Stuart Hall, comenta: O tempo e o espaço são as coordenadas básicas de todos os sistemas de representação. Todo meio de representação – escrita, pintura, desenho, fotografia, simbolização através da arte ou dos sistemas de comunicações – deve traduzir seu objeto em dimensões espaciais e temporais. Assim, a narrativa traduz os eventos numa seqüência temporal “começo-meio-fim”; os sistemas visuais de representações traduzem objetos tridimensionais em duas dimensões. Diferentes épocas culturais têm diferentes formas de combinar essas coordenadas espaço – tempo (HALL, 2003). Neste contexto, o presente trabalho busca apreender como a cultura street na história da moda brasileira de 1960 até o ano de 1970 está presente, e ainda, como estava relacionada ao comportamento hippie, procurando entender como essa relação se estruturava e se construía através da imprensa especializada, ou seja, revistas brasileiras de moda. Entretanto, o recorte temporal deste trabalho coincide com o movimento da juventude do ano 1960, que eclode em questionamentos e desdobramentos da contracultura, sendo este um período de muitas revoluções culturais no mundo. A atitude da mulher refletiu diretamente no seu modo de vestir. A mudança mais emblemática desse período foi a criação do smoking para mulheres, pelo estilista francês Yves Saint Laurent (1936-2008). O “le smoking” foi uma provocação sexual dirigida à mulher que queria independência. A explosão do movimento hippie abriu portas para a entrada de novos conceitos que redefiniram estéticas e padrões no segmento têxtil. A globalização começou a mostrar que a passos largos deixaria as “comunidades igualitárias” dos hippies para ganhar o mundo, e, ironicamente, se tornar um dos maiores símbolos do capitalismo contemporâneo. Um exemplo da ruptura de padrões foi a filosofia oriental que passou a ser mais valorizada pelo Ocidente. Religiões consideradas esotéricas como o budismo e o hinduismo foram fundamentais para a “desconstrução” da moral do americano médio. Os hippies exaltavam o uso de determinadas drogas como o LSD, a maconha e o haxixe. Eles acreditavam que a maconha possuía um caráter espiritual, principalmente por ser proveniente da natureza. Já o LSD, era mais conhecido por ser uma droga recreativa, usada para expandir a consciência. Segundo Timothy Leary (1920-1996), pioneiro e defensor do uso do ácido psicodélico e muito admirado pelos hippies, a experiência psicodélica era uma viagem ao novo domínio da consciência. Para Leary, o alcance e conteúdo da experiência são ilimitados, 4073 mas as suas características são a transcendências de dimensões do espaço-tempo, e do ego ou de identidade. A predileção dos jovens de 1960 pela irreverência não está só na “animalidade” de Hendrix, na voz melancólica de Janes Joplin ou na mistura de gêneros do Led Zeppilin. O escandaloso musical Hair estreou no teatro da Broadway em 1968. Com cenas de nudez, apologia às drogas e estética hippie, o musical tornou-se símbolo e influência para toda uma geração, que não se restringia somente aos Estados Unidos. As montagens da peça foram feitas também no Brasil, na Alemanha, Israel, França e Japão. Dos Estados Unidos à Holanda, as jovens gerações recusam os modelos existentes e procuram novas formas que possam manifestar uma ruptura com a ordem constituída. Trata-se de um fenômeno de massas que atinge todos os âmbitos da existência cotidiana, das relações entre os sexos à concepção do trabalho e tempo livre (Calanca, 2008). Os hippies aderem ao blue jeans, fortalecendo a igualdade através deste look, barato e com “cara” de rebeldia e juventude, como mostra a figura 1 abaixo: Cantor Jemi Hendrix- woodstock, 1969 propagando o jeans e estilo hippie. Os jovens da época tornam-se os grandes responsáveis pela propagação do tecido blue jeans, sobretudo na Europa, onde o seu uso simbolizava rompimento com as normas convencionais e rejeição dos códigos estabelecidos, associando-se o traje à liberdade, flexibilidade e sedução. Neste momento a moda jeans torna-se mais “democrática”, atingindo todas as classes. 4074 Os produtores de moda inserem várias campanhas para popularizar o uso do jeans e deste modo, os jovens são influenciados por esta “nova” moda. No Brasil e no mundo os jovens passaram a contestar a sociedade e a pôr em causa os valores tradicionais, poder militar e econômico principalmente. Os hippies defendiam o amor livre e vestiam-se com roupas de cores brilhantes, com calças boca de sino, camisas tingidas, roupas com inspiração indiana, neste sentindo o período se faz pertinente, pois com a mudança na moda o segmento street eclode no ano de 1960 até o final dos anos 1970; e juntamente com a industrialização, entretanto, a indústria têxtil brasileira destaca-se por suas novas tecnologias, produção de tecidos e padronagens, explorando as cores e formas para um novo vestir. Com a inserção e a busca de novos produtos têxteis a estamparia é o diferencial no segmento do vestuário neste momento, o produto têxtil e seu discurso compõem as roupas uma arquitetura têxtil, com seus valores, toques, texturas com o propósito de mapear seu papel social no sentido de proteger o corpo ou mesmo de um significado de status e poder através do uso da matéria–prima têxtil. Os tecidos, estampas, as formas de superfície têxtil (entende-se por sobreposições, as texturas, as cores, os corantes e toque agradável) que alinhavam histórias, arrematam elos da nossa cultura do nosso momento social, retratado diretamente no vestuário bem como, a indústria têxtil e seu funcionamento desde sua leitura visual até seu uso. De fios em entrelaçamentos, foi possível ir modificando o aspecto dos fios, combinarem texturas e conseguir diversificar ao infinito o aspecto dos tecidos, formando os motivos a partir do próprio ato de tecer (Ricard ;Vicente,1989). Em O prazer do texto, Roland Barthes (1987), faz compreender que texto quer dizer “tecido”, buscando acentuar, de fato, uma idéia gerativa em constante entrelaçamento, em permanente construção. Neste sentido, o recorte temporal da pesquisa terá início no ano de 1960, onde a moda mundial é impulsionada pelo estilo da rua, processos tecnológicos, a feminilidade, o gosto pelo novo. Destaca-se que no Brasil segundo, Carmo (2003, p.21), uma parcela da juventude encanta-se com o estilo descontraído e rebelde de Marlon Brando e James Dean (camiseta branca, calça jeans e jaqueta de couro); a fotonovela para moças era hábito comum, a partir da metade do ano 1950, com a revolução do biquíni e calças compridas para moças, o estilo da rua começa a mudar a nossa classe média que estava cada vez mais assimilada a padrões de comportamento vindos de fora. Tal comportamento da sociedade estende-se até meados da década de 1970, que continuava a ter influência internacionalizada, afetando o vestuário dos estudantes e roupas de lazer dos jovens profissionais com inclinações hippies, no sentido de padronizar a vestimenta. 4075 Conclusão: Como mencionado na introdução desta comunicação, a referente pesquisa está em desenvolvimento, sendo que, o estudo principal será a abordagem de questões sobre cultura street na moda brasileira, as fontes utilizadas dar-se-ão através de livros, revistas, artigos e documentos que norteiam ao tema proposto moda, indústria têxtil, cultura e movimento hippie. Atualmente a moda é considerada uma ferramenta de estudo que vem despertando interesse tanto em historiadores, como em filósofos e sociólogos, sendo considerado por eles um relevante instrumento para entendermos determinados contextos sociais e identidades. Deste modo, iremos compreender como a cultura street na moda aconteceu limitando-se a um determinado segmento cultural, estudando em termos diacrônicos as mudanças, aspirações, as inovações, que influenciaram toda uma sociedade que estava buscando, novas maneiras de ser, agir e vestir. Referências Bibliográficas BARTHES, Roland. Sistema da moda. Paris, Editora Signos 35, 1967. BURQUE, Peter. O que é história Cultural? Rio de Janeiro, 2005. BRAGA, João. História da Moda - Uma narrativa. 4ºed. São Paulo, 2004. CALANCA, Daniela. História social da moda. São Paulo, 2008. CARDOSO Flamarion Ciro e VAINFAS Ronaldo. Domínios da Historia - Ensaios de teoria de metodologia. Rio de Janeiro: Elsevier, 1997. CIDREIRA, Pitombo Renata. Os sentidos da moda. São Paulo: Annablume, 2005. CRANE, Diana. A moda e seu papel social. São Paulo: Senac, 2006. HALL, Stuart. A Identidade Cultural Na Pós-Modernidade. Tradução: Tomaz Tadeu da Silva, Guaracira Lopes Louro - 8. ed. Rio de janeiro, 2003 VICENT- RICARD, Françoise. As espirais da moda. Rio de janeiro: Paz e Terra, 1989. Fonte: Disponível em http://tribojeans.blogspot.com/2008/08/o-jeans-dos-jovens-douniverso.html. Acesso em 28 de junho de 2009. 1968: ENTRE a política e a cultura, jovens mudaram o mundo. Jaqueline Deister.Disponível em: <http://www.uff.br/obsjovem/mambo/index.php?option=com_content&task=view&id=515&I temid=5>. Acesso em: 13 jun. 2008.