Principais Doenças na Malacocultura Parte 1 - CRMV-SP

Transcrição

Principais Doenças na Malacocultura Parte 1 - CRMV-SP
CURSO DE SANIDADE EM
AQUICULTURA
Eliana de Fátima Marques de Mesquita
UFF
Parte II
Principais Doenças na
Malacocultura
21/05 – 21h15 – 22h30
GASTROPODA - BIVALVIA - CEPHALOPODA
Espécies de importância comercial
GASTROPODA
Abalones
BIVALVIA
MORTALIDADE ELEVADA?
Na década de 50, um conglomerado de companhias
petrolíferas contratou a Fundação de Pesquisa da Texas
A & M University para investigar a extensão e as causas
de elevada mortalidade nos campos ostreícolas
da Louisiana.
Primeiros Passos
FINALIDADE:
investigar alegações
dos malacocultores que
apontavam como causa
principal
derramamento de óleo.
Poluição?
Maciça mortalidade de invertebrados marinhos
em regiões de cultivo de ostras (EUA): Malpeque Bay, Golfo
do México, Delaware Bay e Chesapeake Bay, reportadas
doenças sérias e impactantes
Patologia ► crescimento exponencial
Iniciaram-se
investigações
por
grupos
sérios
e
de
relevante
importância na Europa e nos EUA
PRINCIPAIS DOENÇAS
INFECTO-CONTAGIOSAS
causadas por patógenos e
parasitas
NÃO CONTAGIOSAS
Associadas à disfunção de sistemas fisiológicos de certos órgãos
e/ou deficiências no meio ambiente:
escassez de alimentos
salinidade/temperatura da água desfavoráveis
poluição por efluentes domésticos e/ou industriais
O AMBIENTE
FATOR CONDICIONANTE?
Adversidade
+
Infeccção
Resistência à infecção decresce em ambiente desfavorável e o animal
debilitado sucumbe mais facilmente
Elevada mortalidade não se deve a um único fator ambiental
Resultado da combinação de várias condições adversas incluindo a
infecção
Sentinelas do ambiente…
MOLUSCOS BIVALVES
Detecção de modificações
temporárias na qualidade
do ambiente
ANÁLISE HISTOPATOLÓGICA
Ostras e Mexilhões
Base para avaliação sazonal da
carga parasitária
Sentinelas do ambiente…
“National Organization Atmospheric Administration”
PROGRAMA DE MONITORAMENTO DE BIVALVES
1995
grupos de pesquisadores de instituições americanas
+
indústrias de bivalves
= esforços para erradicação de doenças
Força Tarefa
Rendeu frutos positivos
Susan Elizabeth Ford - Professor Emeritus
Bivalve pathology and parasitology, disease resistance
Rutgers' Haskin Shellfish Research
Laboratory began in 1888 as an
outpost of the New Jersey Agricultural
Experiment Station (NJAES) devoted
to studying oysters and improving
their harvest
Julius Nelson was the first director Oyster Investigation Laboratory
DOENÇAS
INFECTO-CONTAGIOSAS
PATÓGENOS & PARASITAS
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE
SAÚDE ANIMAL
• CÓDIGO
descreve as exigências de importação para
animais e produtos de origem animal para as
doenças importantes para o comércio
• MANUAL
contém os requerimentos para o diagnósticos
e vacinas das doenças mencionadas
Office International des Epizooties (htpp://www.oie.int)
MONITORAMENTO HISTOPATOLÓGICO
Brasil
Perna perna (mexilhões) Florianópolis, SC
Bucefalídeos (“doença laranja”)
Anomalocardia brasiliana (berbigões) SC
Bucefalídeos
Crassostrea gigas
SC
Micobactérias e Vibrios
Perna perna Baía de Guanabara, RJ/ALMARJ
Bucefalídeo -
Protozoários
Nematopsis - Encapsulamentos parasitários
Cistos epiteliais branquiais
MONITORAMENTO HISTOPATOLÓGICO
Brasil
Nematopsis
(PROTOZOA)
MONITORAMENTO HISTOPATOLÓGICO
No Mundo
Este não é de importância
para Saúde Pública, e sim
o Angiostrongylus sp. Ásia,
América do Sul, África
gambas de água doce,
caracóis, peixes. Achatina
fulica
Filo NEMATODA
DOENÇAS DE MOLUSCOS
Notificação Obrigatória à OIE
•
BONAMIOSE
•
HAPLOSPORIDIOSE (MSX)
MSX
•
HAPLOSPORIDIOSE (SSO)
SSO
•
MARTEILIOSE
•
PERKINSIOSE ou DERMO
•
MICROCITOSE
•
SÍNDROME DO EMBRANQUECIMENTO DE
ABALONE
(htpp://www.oie.int)
BONAMIOSE
(microcell disease - Haemocytic Disease)
Bonamia ostreae e B. exitiosa - Protozoa
(APICOMPLEXA) parasitas patogênicos
Ostrea edulis - ostra européia; O. chilensis (NZ)
Prevalente na Califórnia/USA: detectada nos idos de 60.
Criadouros de Washington, França e Grã-Bretanha nos idos de 70.
Ostras
Ostras infectadas
infectadas com
com
Bonamia
Bonamia ostreae
ostreae
Ostras infectadas com
Bonamia ostreae, mostrando a
clássica abertura de valvas.
BONAMIOSE
• Transmissão
Água ou de animal para animal
• Diagnóstico
Microscopia: parasita dentro das
células sangüíneas
• Melhor estratégia
Impedir entrada de animais portadores
ou provenientes das áreas de risco
Grande impacto sobre indústrias européias
HAPLOSPORIDIOSE
MSX (multinucleate sphere unknown – Delaware Bay disease)
Haplosporidium nelsoni
-
Protozoa
Crassostrea virginica - ostra americana
C. gigas - ostra-do-Pacífico; Mya arenaria; Mytilus edulis
Prevalente costa Atlântica dos EUA; e do Maine até a Flórida.
Regiões de cultivo intenso Delaware e Cheasapeake Bay (1980:
períodos de seca)
Transmissão: desconhecido
Elevadas
mortalidades
HAPLOSPORIDIOSE
Síndrome e Diagnóstico
● Sinais não são
patognomônicos
magreza
ostras aguadas com glândulas digestivas pálidas
recessão do manto
“fouling” intenso nas margens internas das valvas
depósito amarelo-castanho na face interna das valvas de
sobreviventes
● Microscopia
Parasita no epitélio de diversos órgãos
HAPLOSPORIDIOSE
Esporos frescos à
microscopia ótica
MSX: plasmódios do H.
nelsoni - Scanning
Células
T) contendo
Células ((T)
contendo trofozoítos
trofozoítos
em
em desenvolvimento
desenvolvimento dentro
dentro de
de um
um
HN).
hemócito
HN Trofozoíto
hemócito ((HN).
Trofozoíto
maduro
M). Fonte:
maduro ((M).
Fonte: S.Bower
S.Bower
MSX: Plasmódios do H. nelsoni
no epitélio do trato digestivo.
H-E 100 x
Seaside HAPLOSPORIDIOSE
(seaside organism disease)
Haplosporidium costale
-
Protozoa
C. virginica - ostra americana
Prevalente em baías com elevada S > 28 ups
Regiões de cultivo em Maryland, Virgínia e ao norte do
Maine (EUA)
Transmissão: desconhecido
Elevadas
mortalidades
Seaside HAPLOSPORIDIOSE
Síndrome e Diagnóstico
Avaliação histológica e identificação do parasita
Infecta todos os tecidos
exceto o epitélio
Melhor estratégia
Transferir animais para áreas menos salinas
retarda a doença ou elimina o parasita
magras
e
descolorada
s
ostras doentes
e / ou
moribundas
Plasmódios de Haplosporidium costalis
(SSO) - 320 x e 1000x
MARTEILIOSE
(Aber disease)
Marteilia refringens e M. sydenyi - Protozoa
Ostrea edulis - ostra européia
Saccostrea commercialis - ostra australiana
Ocorre somente na costa Atlântica da Europa
Relatada em 1967 por Aber Wrach na França, Espanha e GrãBretanha
Síndrome: descoloração do epitélio da glândula
digestiva; parada de crescimento;
crescimento perda da
condição dos tecidos; diminuição das reservas de
glicogênio pode causar diminuição da reprodução
e mortalidade
Esporângios
Esporângios de
de M.
M. sydneyi
sydneyi contendo
contendo
Ostra achatada infectada com M.
corpos
corpos refringentes
refringentes (Rb)
(Rb) ee esporos
esporos (Sp)
(Sp) refringens . Fonte: French Research
.. Fonte:
Fonte: S
S Kleeman
Kleeman
Institute for Exploitation of the SeaIFREMER
Reação
Reação da
da ostra
ostra consistindo
consistindo de
de
hiperplasia
H) de
hiperplasia ((H)
de tecidos
tecidos epitelial
epitelial ee
conectivo
conectivo ee fusão
fusão de
de filamentos
filamentos devido
devido aa
presença
presença de
de numerosos
numerosos estágios
estágios
extraesporogonicos
extraesporogonicos no
no epitélio
epitélio das
das
brânquias,
brânquias, em
em contraste
contraste com
com oo
aparentemente
N).
aparentemente normal
normal tecido
tecido branquial
branquial ((N).
Fonte:
Fonte: S
S Kleeman
Kleeman
PERKINSIOSE OU DERMO
Perkinsus marinus - Protozoa
C. virginica – Mercenaria mercenaria “hard clam”
Mya arenaria “soft clam” – Macoma spp. - Macoma
baltica
Prevalente: Golfo do México e costa leste dos EUA até
Massachusetts
Regiões de cultivo a 25-30°C e S > 25 ups
Transmissão:
direta – animal para animal
elevadas
mortalidades
PERKINSIOSE OU DERMO
Diagnóstico: Cultivo de tecidos em tioglicolato e
visualização do parasita nos tecidos prensados
entre lâmina/lamínula com 1 gota de Lugol
Microscopia: Identificação do parasita no tecido
conectivo
animais doentes
e / ou
moribundos com conchas abertas
PERKINSIOSE ou DERMO
Procedimentos Laboratoriais
Pesagem da ostra inteira
(concha + partes moles)
Medição da ostra inteira (paquímetro: altura x largura)
Abertura das valvas
Valva aberta
Descarte do líquido palial num pratinho de plástico
Exame dos exemplares abertos
Pesagem das partes moles
Exemplares abertos, com respectivas valvas superiores, mostrando
aspecto, aparentemente saudável das partes moles
Tubos com meio de cultura fluido tioglicolato
Colheita de fragmentos de tecidos. Tubo com tecido + fluido
tioglicolato
Lâminas com lugol. Lugol + tecido
Fragmentos de tecidos entre lâmina/lamínula
Ostra
Ostra americana
americana (Crassostrea
(Crassostrea virginica)
virginica) àà
ípicos de
direita
direita mostra
mostra sinais
sinais macro
macro ttípicos
de
infec
ção com
infecção
com Perkinsus
Perkinsus marinus.
marinus.
Espécime
Espécime àà esquerda
esquerda saudável.
saudável. Fonte:
Fonte: E.
E.
Burreso.
Burreso.
Lâmina
esporângio
Lâmina mostrando
mostrando presença
presença do
do esporângio.
esporângio.
Perkinsiose em abalone.
Notar as bolhas no tecido corporal.
Fonte: New South Wales Department of Primary Industries
Presença do parasito Perkinsus marinus no tecido
conectivo. H-E x 100
Presença de esporângios de P. marinus no
tecido conectivo. (Ziehl-Nielsen).
1000 x
MICROCITOSE
(Denman Island disease; microcell disease of oysters)
Mikrocytos mackini – Protozoário
Crassostrea gigas, Ostrea edulis, O.conchaphila
(= O. lurida);e experimentalmente C.virginica
C. gigas parece ser a mais resistente à doença
Costa sudoeste do Canadá. Provavelmente no Estreito da
Géorgia, Baía Henry, Ilha de Denman e Ilha Vancouver
(British Columbia)
MICROCITOSE
Síndrome
pústulas amarelo-esverdeadas,
esverdeadas abcessos e
úlceras, principalmente no manto, e cicatrizes
castanhas na concha.
Abscessos são compostos de infiltração de
hemócitos granulares e hialinócitos, e necrose.
Severas infecções estão restritas a ostras de mais de 2 anos
Diagnóstico
Histopatologia
Exame citológico: “imprints”
Identificação do patógeno (confirmação):
Histologia
Microscopia eletrônica
A
A
B
B
C
C
MICROCITOSE
A
A -- Electron
Electron micrograph
micrograph of
of aa Pacific
Pacific oyster
oyster vesicular
vesicular connective
connective
tissue
tissue cell
cell containing
containing M.
M. mackini
mackini (arrows).
(arrows). Source:
Source: S
S Bower
Bower
B
B -- European
European flat
flat oyster
oyster (Ostrea
(Ostrea edulis),
edulis), with
with top
top valve
valve removed,
removed,
showing
showing numerous
numerous pustules
pustules in
in the
the adductor
adductor muscle
muscle (arrowed)
(arrowed)
caused
caused by
by M.
M. Mackini.
Mackini. Source:
Source: S
S Bowe
Bowe
C
C -- Clusters
Clusters of
of M.
M. mackini
mackini (A),
(A), isolated
isolated and
and partially
partially purified
purified from
from
aa heavily
heavily infected
infected Pacific
Pacific oyster,
oyster, among
among host
host cell
cell debris
debris (B).
(B).
Source:
Source: S
S Bower
Bower
SÍNDROME DO EMBRAQUECIMENTO DE
ABALONE
Xenohaliotis californiensis - Bactéria Rickettsia
Haliotis rufescens - California red abalone
Haliotis cracherodii - black abalone; H. sorenseni - white abalone,
H. corrugata - pink abalone, H. tuberculata & H. fulgens, green
abalone, H. wallalensis - flat abalone; H. discus-hannai, Japanese
abalone
Costa sudoeste da Califórnia, USA e Baja California, México
Órgãos afetados
esôfago posterior (células epiteliais gastroentéricas),
glândula digestiva e intestino
SÍNDROME DO EMBRAQUECIMENTO DE ABALONE
Síndrome:
ndrome
Perda nutricional, depleção de reservas de
glicogênio e uso do músculo do pé como fonte de
energia, seguidos de morte.
Animais descolorados e enfraquecidos,
enfraquecidos
destacando-se facilmente do substrato.
Diagnóstico:
stico
histopatológico
exame citológico = “imprints”
PCR -“polymerase chain reaction”
microscopia eletrônica
SÍNDROME DO EMBRAQUECIMENTO DE ABALONE
Diagnóstico histopatológico:
Infecções severas levam a síndrome do
embranquecimento - mudanças morfológicas na
glândula digestiva que inclui degeneração (atrofia
dos túbulos, aumento de tecido conectivo e
inflamação); também metaplasia dos túbulos
digestivos
Período de incubação: entre 3 e 7 meses
A
A –– Vacúolo
Vacúolo intracitoplasmático
intracitoplasmático contendo
contendo numerosas
numerosas
bact
érias “Candidatus
bactérias
“Candidatus Xenohaliotis
Xenohaliotis californiensis”
californiensis” dentro
dentro
do
élio intestinal
do epit
epitélio
intestinal de
de abalone
abalone Haliotis
Haliotis rubra.
rubra.
A
A
B
B
B
B -- in
in situ
situ hibridização
hibridização mostrando
mostrando colonias
colonias
intracelulares
intracelulares de
de bactérias
bactérias (“dark
(“dark blue
blue staining”)
staining”) nas
nas
ccélulas
élulas do
élio intestinal
do epit
epitélio
intestinal de
de Haliotis
Haliotis rufescens.
rufescens.
Eliana de F. M. de Mesquita
[email protected]
(21) 2629
-9533 (Lab)
2629-9533

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