O fabuloso destino de Coco Chanel

Transcrição

O fabuloso destino de Coco Chanel
escalaparis
por stella pelissari
correspondente internacional
fotos divulgação
O fabuloso destino
de Coco Chanel
Celebre Chanel!
• Em filmes: Coco avant Chanel, longa-metragem de Anne Fontaine com
Audrey Tautou; Coco Chanel e Igor Stravisky, longa-metragem de Jan Kounen
com Anna Mouglalis; Paris-Moscou, curta-metragem de Karl Lagerfeld
(todo feito pelo kaiser, roteiro, decoração, cenário, casting, montagem,
direção); e Coco Chanel, filme para a TV realizado pela emissora France 2, em
dois episódios, com Shirley MacLaine, Barbara Bobulova, Malcom McDowell,
Sagamore Stévenin, Marine Delterme e Jean-Claude Dreyfus.
• Em livros: Mademoiselle (Steidl), com fotos inéditas de Douglas Kirkland,
datadas de 1962, e introdução de Karl Lagerfeld; e Coco Chanel pour L’Amour
des Femmes (City Editions), editado por Sandro Cassati.
• Em exposição: Chanel Mobile Art, que já esteve em Tóquio (Japão), Nova
Iorque (EUA) e Hong Kong (China) e agora chegará a Paris, neste ano, mas
ainda sem data prevista.
• Em perfume: Beige, lançamento que está à venda apenas na boutique Chanel
31, rue Cambon, sede da mítica maison.
REVISTA VERSATILLE
A Maison Chanel completa 100 anos. Paris veste a elegância
da grande dama e rende homenagens a Gabrielle Chanel.
Símbolo de refinamento, a moda não seria a mesma não fosse
a mademoiselle que revolucionou a maneira de se comportar e
vestir. E para comemorar são lançados dois filmes, livros com
fotos exclusivas, o perfume Beige, uma exposição que viaja o
mundo e até moeda em ouro...
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O estilo Chanel revolucionou o guarda-roupa
feminino, e a cada estação vemos a releitura
de suas criações, referência de bom gosto e
sofisticação. Mas, para Chanel, a cópia sempre foi um elogio. Como ela mesma afirmava:
“Criei um estilo. A moda passa e o estilo fica”.
Misturar peças antigas feitas por Coco com
as atuais criações de Karl Lagerfeld nada mais
é do que uma maneira de saudar o espírito
atemporal de uma modernidade absoluta.
Da arte de estar na vanguarda em seu século,
Gabrielle Chanel tirou o segredo do indemodàvel e inventou o allure da mulher moderna.
Foi inovadora em todos os sentidos. Ela não foi
só a primeira mulher a usar calças compridas,
cabelo curto, sapatos bicolores, bolsa a tiracolo, pele bronzeada e a uniformizar o mundo
com o seu famoso vestidinho preto, o Rolls-
Royce, peça ícone do guarda-roupa feminino.
Já em 1909 essa avant-gardista desenvolveu
o conceito de boutique “concept store”. Desde
essa época, a Maison Chanel vendia perfumes,
bijuterias e malhas: tudo num mesmo local. E
cada vez que mademoiselle saía do Ritz, hotel
no qual morava, a boutique da rue Cambon era
pulverizada com a fragrância N°5 antes da sua
chegada. Sabiamente, Chanel tinha senso de
marketing apurado. Para ela, a mulher deveria ser independente e sentir-se livre tanto na
vida como nas suas roupas. Ela mesma era sua
maior publicitária e viveu até os 88 anos refinada em todas as circunstâncias.
como balconista, mas seu firme intuito de
subir na vida a fez superar tabus para tornarse a primeira mulher de negócios do seu
século. Coco não era um modelo de beleza
– pequena, magra e com um rosto franzino
–, entretanto tinha raciocínio rápido, olhar
ardente e uma voz rouca que lhe garantiu uma lista de amores e amigos de uma
vida inteira, como o Duc de Westminster,
Salvador Dalí, Pablo Picasso, Jean Cocteau
e Winston Churchill. Uma mulher fora dos
padrões da época que nunca casou nem
teve filhos.
Cinderela moderna
Foi com os chapéus, uma de suas primeiras criações que, na época, pesavam quilos,
que Chanel impôs a simplicidade: “O luxo é
Gabrielle nasceu pobre e ficou órfã aos 11
anos. Criada em um orfanato, trabalhou
Moda da cabeça aos pés
leve e confortável, do contrário, não é luxo”,
dizia. As roupas passaram a ser feitas em tecidos fluidos, até então rejeitados, como o
jérsei, e ganharam um novo corte: cava alta
para se erguer o braço facilmente, fita interna na cintura para prender a blusa, saias
curtas, salto baixo e pérolas falsas para mulheres que não desejavam gastar fortunas
em joias. Criou o tailleur e uniformizou o
mundo. Suas ideias tinham uma simplicidade genial: bolsos para as mãos, forros de
pele para aquecer, alça longa na bolsa para
deixar as mãos livres, correntinhas na parte interna para garantir caimento perfeito,
calças compridas em tecidos nobres. E,
para aquelas que não podiam possuir uma
peça Chanel, ela criou o No5, seu perfumesímbolo que continua ainda hoje sendo o
mais vendido do mundo. O frasco simples,
em vidro transparente (Chanel dizia que o
conteúdo era mais importante), foi exposto
como obra no Museu de Arte Moderna, em
Nova Iorque (EUA), e inspirou Andy Warhol
numa série de serigrafias pop art.
Repetiu toda sua vida os modelos de tailleur que se tornaram símbolo máximo da
elegância e do poder. E sua marca continua
100 anos depois causando suspiros... Ter um
Chanel é o sonho de todas as mulheres.
Outra marca de Chanel foram suas famosas
frases, publicadas em diversos idiomas, fruto do incentivo do fiel amigo, o poeta Pierre Riverdy. Eis algumas das melhores: “Uma
mulher mal vestida: notamos a roupa. Uma
mulher bem vestida: notamos a mulher”;
“Um vestido é feito para ser portado. E por-
tamos com os ombros”; “Ninguém é jovem
depois dos 40 anos, mas podemos ser irresistíveis em todas as idades”; “Onde uma
mulher deve usar perfume?” – perguntoume uma moça. ‘Onde ela quiser ser beijada’,
respondi”; “O luxo precisa ser confortável,
senão não é luxo”;
“As mulheres podem tudo dar com um
sorriso e tudo retirar com uma lágrima”; “Se
você nasceu sem asas, não faça nada para
impedi-las de crescer”; “Arrumar-se, que ciência! A beleza, que arma! Modéstia, que
elegância!”; “Para a mulher, trair só tem um
sentido: especificamente, o dos sentidos”;
“A moda é rainha, que, por vezes, é a escrava”; “O rosto é um espelho que reflete os
movimentos da vida interior: dê a ele muitos cuidados.”
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