Revista Interdiscipl inar - Revista Eletrônica Interdisciplinar

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Date: 2009.12.09 11:10:12
-02'00'
1
O DESENVOLVIMENTO CAPITALISTA E AS MUTAÇÕES DO
TRABALHO: A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, AS FÁBRICAS
MECANIZADAS E O SISTEMA INDUSTRIAL
Orlando Moraes da Costa1
Resumo
A história da indústria é recente. Igualmente como aconteceu com o surgimento da Administração, a indústria
teve uma explosão impressionante a partir da virada do século XX quando ocorreu um infindável momento
criativo e inventivo. Tudo efetivamente começou a acontecer quando da invenção da máquina a vapor e a sua
utilização no sistema produtivo com a substituição do trabalho humano pela força motriz. Eram máquinas
grandes e pesadas, mas com incrível superioridade sobre os processos manuais o que iniciou grandes
transformações nas oficinas que se transformaram em fabricas, nos transportes, nas comunicações e na
agricultura. A rápida mecanização das oficinas provocou fusões de pequenas oficinas que passaram a integrar
outras maiores e que aos poucos foram crescendo e se transformando em grandes fabricas. Com o aumento dos
mercados decorrente da popularização dos produtos as fabricas passaram a exigir grandes contingentes humanos
levando a divisão do trabalho e a simplificação das operações. Com o aumento dos mercados decorrente da
popularização dos produtos as fabricas passaram a exigir grandes contingentes humanos levando a divisão do
trabalho e a simplificação das operações. O capitalismo se solidifica e cresce o tamanho de uma nova classe
social: o proletariado. Surgiram conflitos entre classes e as organizações e as empresas modernas.
Palavras-chave: Revolução Industrial, Mecanização, Capitalismo, Globalização.
Introdução
Este trabalho tem como objetivo abordar a mecanização na sociedade industrial
destacando o desenvolvimento capitalista e as mutações do trabalho e considerando a
revolução industrial, as fábricas mecanizadas e o sistema industrial.
Para isso faremos uma contextualização histórica desde o inicio do período industrial
até os nossos dias e considerando essa evolução sob o aspecto do trabalhador e sua relação
com as máquinas.
Procuraremos mostrar a introdução da máquina na rotina das fábricas e a participação
do operário nessa introdução e uma evolução histórica dos momentos que serviram como
laboratórios para Taylor, Ford e Fayol e a ligação que se iniciou na convivência homemmáquina.
1
Contabilista. Graduado em Tecnologia em Sistema de Informação pela UNIVAR – Faculdades Unidas do Vale
do Araguaia. MBA para Altos Executivos pela USP - Universidade de São Paulo. Foi coordenador de
Administração Sistêmica do CEPROTEC. Professor Universitário na UNIVAR. Gerente aposentado do Banco
do Brasil. Consultor e Palestrante (ORLANDO MORAES TREINAMENTOS E PALESTRAS).
[email protected]
2
Finalmente, desenvolveremos o tema da possível substituição do homem pelas friezas
das máquinas e, se isso estiver acontecendo, as conseqüências desse fenômeno. Para isso
analisaremos os ideais do Taylorismo, do Fordismo e do Fayolismo, uma vez que o primeiro
foi o principal responsável pela criação das técnicas de administração científica, o segundo
pela criação da idéia de linha de montagem e de produção em massa e o último fez a evolução
dessas técnicas e foi o principal responsável pela Teoria Clássica de Administração.
A Revolução Industrial
A Revolução Industrial começou na Inglaterra em meados do século XVII e se
caracterizou pela passagem da etapa de produtos manufaturados (artesanatos) à fase da
indústria mecânica. A Inglaterra incorporou máquinas fabris para multiplicar o rendimento do
trabalho e aumentar a produção global. Com isso, adiantou em cerca de 50 anos a sua
industrialização em relação ao continente europeu o que possibilitou sair na frente na
expansão colonial.
Naquele período, a utilização do carvão de coque2, a invenção da máquina a vapor e o
tear mecânico causam uma verdadeira revolução produtiva. Com esse inicio de
industrialização e aplicação da força motriz às maquinas fabris, a mecanização se difunde na
indústria têxtil e na mineração. Posteriormente, com a utilização do aço, da energia elétrica e
do dínamo as fábricas puderam produzir em série o que possibilitou o surgimento da indústria
pesada e a invenção dos navios e locomotivas a vapor vindo a acelerar a circulação das
mercadorias.
Com esse novo sistema industrial ocorreu uma profunda transformação nas relações
sociais e criou duas novas classes sociais que foram fundamentais para a operacionalização
desse novo sistema de produção. Os capitalistas (empresários) são os detentores do capital,
dos imóveis, maquinas e matérias-primas e os bens resultantes dessa produção. Os
trabalhadores assalariados (operários) possuem apenas sua força de trabalho o que utilizam
para ser útil aos empresários na produção de mercadorias em busca de seu sustento.
No início dessa revolução, os capitalistas impuseram duras condições de trabalho aos
operários sem que isso aumentasse os seus salários, visando apenas o aumento da produção e
a garantia do lucro crescente. Essa rígida disciplina nas condições de trabalho não oferece
2
O coque é um tipo de combustível derivado do carvão betuminoso. Começou a ser utilizado na Inglaterra do
século XVII. O coque obtém-se do aquecimento da hulha (ou carvão betuminoso), sem combustão, num
recipiente fechado. Pode ser utilizado na produção de ferro gusa (alto forno), sendo adicionado junto com a carga
metálica.
3
segurança sendo que havia jornada de trabalho ultrapassando às 15 horas diárias e os
descansos e as férias não eram cumpridos. As mulheres e crianças não têm qualquer
tratamento diferenciado.
Nessa época começam os primeiros conflitos entre os operários e os empresários.
Sendo que os primeiros reivindicam melhores condições de trabalho. Iniciaram essa
manifestação através da depredação de máquinas e instalações fabris. Com o templo surgem
organizações de trabalhadores – o princípio do sindicalismo – resultado de um longo processo
em que os trabalhadores conquistam gradativamente o direito de associação.
Ainda na Inglaterra, por volta de 1824, surgem os primeiros centros de ajuda mútua e
de formação profissional. Em 1833 os trabalhadores ingleses organizam os sindicados como
associações locais visando a conquista de melhores condições de trabalho e de vida.
Com o surgimento da divisão do trabalho, a produção em série e a urbanização,
visando maximizar o desempenho nas fábricas, os operários subdividem a produção em várias
operações e cada trabalhador executa apenas uma única parte, utilizando sempre a mesma
metodologia. Foi o surgimento da linha de montagem que limitava o domínio técnico dos
trabalhadores sobre o próprio trabalho.
A burguesia fortalecida passa a investir no campo através de grandes propriedades
rurais e a utilização de métodos agrícolas que permitem o aumento da produtividade e da
racionalização do trabalho. As conseqüências dessa “inovação” foram severas para os
camponeses que perderam o seu trabalho no campo e são expulsos de suas terras e tiveram
que buscar trabalho nas cidades e são incorporados pela indústria crescente.
Nesse período houve grande avanço da medicina preventiva e sanitária e o controle
das epidemias favorecem o crescimento demográfico o que aumenta a oferta de trabalhadores
para a indústria latente.
O período de 1860 a 1900 foi caracterizado pela expansão dos princípios de
industrialização especialmente na França, Alemanha, Itália, Bélgica, Holanda, Estados Unidos
e Japão. Esse período foi denominado como sendo a segunda fase da revolução industrial. As
mudanças no processo produtivo ocorreram com a utilização de novas formas de energia
(elétrica e derivada de petróleo).
As Fábricas Mecanizadas
A Revolução Industrial passou por duas épocas. A primeira Revolução Industrial que
apresentou a fase de mecanização da indústria e da agricultura, a aplicação da força motriz, o
4
desenvolvimento do sistema fabril e o espetacular crescimento dos transportes e da
comunicação. Na segunda Revolução Industrial teve como principais características a
substituição do ferro pelo aço como material industrial básico, a substituição do vapor pela
eletricidade e por derivados do petróleo como fonte de energia, o desenvolvimento da
maquinaria automática e da especialização do trabalhador e o crescente domínio da indústria
pela ciência.
O Algodão: A industrialização do algodão revolucionou os hábitos e costumes das
populações, de inicio na Europa e depois nos USA, que passou a evoluir a industrialização
para tecidos de melhor qualidade e a preços inferiores. É um produto que veio de plantações
coloniais da America e da Índia e foi processado, de inicio, artesanalmente, e que evoluiu para
a utilização de novos equipamentos, como maquinas de fiar e o tear mecânico.
Nas fábricas têxteis se originou uma infinidade de estudos, inclusive os primórdios dos
computadores, produziu uma seqüência de evoluções industriais. Os espaços eram
distribuídos de forma racional. Uma roda hidráulica impulsionava as máquinas que
processavam o algodão nos andares superiores. Essa roda utilizava a força hidráulica para se
mover o que fazia com que as fabricas têxteis fosse localizado junto aos rios.
O Carvão: Foi a fonte básica de energia da Revolução Industrial e que servia para produzir
energia nas fundições do ferro e para impulsionar a máquina a vapor. Era extraído de minas
que utilizava de trabalhadores especializados e capazes de trabalhar em condições difíceis. As
crianças eram empregadas como mão-de-obra barata para trabalhar nas minas.
A Máquina a Vapor: Inventada por Watt3 permitiu melhorar o rendimento nas fábricas e
substituir a força humana pela energia produzida pelo vapor. Marcou o início da mecanização
e transformou completamente os métodos tradicionais de produção especialmente a estrutura
das fábricas têxteis uma vez que não dependiam apenas da energia da água dos rios. Com a
utilização de fiar e o tear mecânico ocorreu um aumento substancial na produção e na
qualidade dos tecidos.
3
James Watt nasceu em Greenock, Escócia, em 19 de janeiro de 1736 e faleceu em 25 de agosto de 1819 em
Heathfield Hall, perto de Birmingham, Inglaterra. Inventor da moderna máquina a vapor, que possibilitou a
revolução industrial.
5
Com a invenção da máquina a vapor por James Watt (1736-1819) e sua posterior
aplicação à produção, surgiu uma nova concepção de trabalho que modificou
completamente a estrutura social e comercial da época, provocando profundas e
rápidas mudanças de ordem econômica, política e social que, em um lapso de um
século, foram maiores do que todas as mudanças ocorridas no milênio anterior.
(CHIAVENATO, 2003, p.33)
A Siderurgia: Surgiu na Inglaterra com a idealização, por Abraham Darby4, da produção de
ferro com o uso de carvão coque. A produção industrial de ferro foi indispensável para a
construção do próprio maquinário fabril e, a partir desse passo inicial, a construção de
locomotivas e estradas de ferro. A invenção da máquina a vapor revolucionou o setor têxtil.
As Máquinas: A revolução industrial está intrinsecamente ligada à invenção e ao
desenvolvimento de máquinas industriais. A invenção e utilização da lançadeira volante, por
exemplo, permitiu o desenvolvimento do setor têxtil e que mais tarde foi beneficiado com a
invenção da fiadora e do tear mecânico. A máquina a vapor inaugurou a etapa da mecanização
das fábricas e a locomotiva e o navio a vapor revolucionaram os transportes.
Nos transportes, as máquinas foram preponderantes para a exploração dos mares, em
que a Inglaterra possuía uma frota mercante poderosa, fazendo com que a America, a África e
a Ásia fossem exploradas pelas companhias de comércio que se dedicavam à compra de
produtos agrícolas e materiais primas coloniais, ao trafico negreiro e a venda de produtos
industrializados ingleses.
Com todo esse desenvolvimento mercantil, os ingleses impulsionaram a busca de
novas técnicas e métodos de produção de mercadorias. Assim, a produção realizada nas casas
ou oficinas de artesanatos foi substituída pela produção nas fabricas que concentravam um
grande número de operários e utilizavam de equipamentos cada vez mais sofisticados visando
produzir mercadorias para atender mercado cada vez mais vasto.
Criaram os arados e generalizou-se o uso da debulhadora e da ceifadeira. O mundo
industrial tornou-se como uma imensa fabrica onde a aceleração do motor ou sua
desaceleração e paralisações modificavam a atividade dos operários e regulavam a
produtividade.
4
Abraham Darby (1678-1717) Cientista e tecnólogo. Inglês industrial que desenvolveu a técnica de coque de
carvão vegetal nas fundições de ferro. Para fazer isso ele usa coque com baixo teor de enxofre, extraído das
jazidas do Severn.
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As fábricas: O trabalho em cadeia, a mecanização e a divisão hierárquica dos trabalhadores
foram as inovações mais importantes nos centros fabris durante a Revolução Industrial que as
fabricas adotaram na organização do trabalho que permitia o aumento da produção e da
produtividade.
A evolução na organização das fábricas ampliou o controle do empresário industrial
sobre o trabalhador que ainda detinha conhecimentos técnicos sobre a produção. Criaram
hierarquia e uma ordem com visão industrial. Surgiu, assim, o operário disciplinado e
assalariado.
A Sociedade: Ao final do século XIX a sociedade era completamente diferente. As
organizações eram poucas e pequenas e predominavam pequenas oficinas, artesões
independentes, pequenas escolas e profissionais autônomos (médicos, advogados, etc.), o
lavrador, o armazém da esquina, etc. Atualmente a sociedade típica dos países desenvolvidos
é uma sociedade pluralista em que as obrigações sociais estão a cargo de organizações
(indústrias, universidades, escolas, etc.) que são administradas por dirigentes que tem o
objetivo primordial de se tornarem eficientes e eficazes.
A Influência dos Filósofos: A filosofia mostrou preocupações com os problemas da época,
especialmente quanto à essa evolução industrial e as profundas alterações na sociedade e nos
povos.
A administração recebeu influência da Filosofia desde os tempos da Antiguidade.
Sócrates, filósofo grego (470 a.C. – 399 a.C.), em sua discussão com Nicomaquides,
expõe seu ponto de vista sobre a Administração como uma habilidade pessoal
separada do conhecimento técnico e da experiência. (CHIAVENATO, 2003, p. 30)
Francis Bacon5, filósofo e estadista inglês e fundador da Lógica Moderna, baseou-se
no método experimental e indutivo em que mostrou a preocupação pratica de separar
experimentalmente o que é essencial do que é acidental ou acessório. Antecipou-se ao
principio administrativo da “prevalência do principal sobre o acessório”.
5
Francis Bacon - Nascido em Londres em 22 de Janeiro de 1561 e faleceu em Londres em 9 de abril de 1626.
Foi um político, filósofo e ensaísta inglês, barão de Verulam, visconde de Saint Alban. É considerado como o
fundador da ciência moderna. Como filósofo, destacou-se com uma obra onde a ciência era exaltada como
benéfica para o homem. Em suas investigações, ocupou-se especialmente da metodologia científica e do
empirismo, sendo muitas vezes chamado de "fundador da ciência moderna". Sua principal obra filosófica é o
Novum Organum.
7
René Descartes6 foi o maior expoente dessa época. Filósofo, matemático e físico
Frances e fundador da Filosofia Moderna criou as coordenadas cartesianas e deu impulso à
matemática e a geometria. O método cartesiano tem os seguintes princípios: da dúvida
sistemática ou da evidencia, da analise ou de decomposição, da síntese ou da composição e o
da enumeração ou da verificação.
A Administração Científica
A Administração Científica foi uma tentativa de aplicação dos métodos da ciência aos
problemas da Administração a fim de alcançar elevada eficiência industrial. Os principais
métodos científicos aplicáveis aos problemas da administração foram a observação e a
mensuração.
O nome Administração Científica é devido à tentativa de aplicação de métodos da
ciência aos problemas da Administração a fim de aumentar a eficiência industrial.
Os principais métodos científicos aplicáveis aos problemas da Administração são a
observação e a mensuração. (CHIAVENATO, 2003, p. 54)
O engenheiro americano Frederick W. Taylor7 é considerado o fundador da moderna
Teoria da Administração. Provocou verdadeira revolução no pensamento administrativo e no
mundo industrial da sua época. Sua preocupação inicial foi tentar eliminar o fantasma do
desperdício e das perdas sofridas pelas indústrias americanas e elevar o nível de produtividade
através da aplicação de métodos e técnicas da engenharia industrial.
No primeiro período, Taylor iniciou suas experiências e estudo pelo trabalho do
operário, seguindo o caminho de baixo para cima e das partes para o todo. Nesse inicio de
observação, ele concluiu que o objetivo de uma boa administração é pagar salários altos e ter
baixos custos unitários de produção que, para isso, deve se aplicar métodos científicos de
pesquisa e experimentação
No segundo período de observação, denominado de Administração Cientifica,
concluiu que as indústrias padeciam de vadiagem sistemática por parte dos operários e que as
6
René Descartes – Nascido em 31 de Março de 1596 em La Haye en Touraine, França e faleceu em 11 de
Fevereiro de 1650 em Estocolmo, Suécia), foi filósofo, físico e matemático francês. Notabilizou-se sobretudo
por seu trabalho revolucionário na filosofia e na ciência, mas também obteve reconhecimento matemático por
sugerir a fusão da álgebra com a geometria - fato que gerou a geometria analítica e o sistema de coordenadas que
hoje leva o seu nome. Foi uma das figuras-chave na Revolução Científica.
7
Frederick Winslow Taylor - Engenheiro norte-americano – Nascido em 20-3-1856, Germantown, Filadélfia e
faleceu em 21-3-1915, Filadélfia. Fundador da moderna administração de empresas.
8
empresas utilizam de métodos empíricos ineficientes que fazem o operário desperdiçar grande
parte do seu esforço e do seu tempo, um desconhecimento pela gerencia das rotinas de
trabalho e do tempo necessário para a sua execução e falta de uniformidade das técnicas ou
métodos de trabalho.
Taylor verificou que os operários aprendiam suas tarefas por meio da observação dos
companheiros e que isso levava a diferentes métodos para fazer a mesma tarefa e uma grande
variedade de instrumentos e ferramentas diferentes em cada operação. Assim, na tentativa de
substituir métodos empíricos e rudimentares pelos métodos científicos recebeu o nome de
Organização Racional do Trabalho (ORT).
A Organização Racional do Trabalho (ORT) se baseia no Estudo dos Tempos e
Movimentos, Estudo da Fadiga Humana, Divisão do Trabalho e Especialização do Operário,
Desenho de Cargos e Tarefas, Incentivos Salariais e Prêmios de Produção, Conceito de Homo
Economicus, Condições de Trabalho, Padronização e Supervisão.
Princípios Básicos de Ford
Henry Ford8, mecânico e engenheiro chefe de fábrica, idealizou e projetou um carro,
fundou a Ford Motor Co. e imaginou fabricar carros destinados aos milionários.
Revolucionou a estratégia comercial da época com um carro de preço popular, um plano de
vendas e assistência técnica.
Ford, em seus estudos, adotou os seguintes princípios: da Intensificação, da
Economicidade e o da Produtividade. Promoveu a grande inovação do século: a fabricação em
massa. Inovou a organização do trabalho através da produção através de linha de montagem o
que permitiu a produção em série. Estabeleceu o salário mínimo e a jornada diária de oito
horas diárias.
8
Henry Ford - Inventor norte-americano – Nascido em 30/07/1863, Greenfield Township, Michigan e faleceu
em 07/04/1947, Dearborn, Michigan. Criou a fábrica moderna e um carro simples, acessível e fácil de usar.
Lançado em 1908, a 850 dólares cada, o Modelo T foi um sucesso e vendido 15 milhões em cerca de 20 anos.
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Administração Clássica
Henri Fayol9 nasceu em Constantinopla e faleceu em Paris. Engenheiro de minas e
desenvolveu a sua carreira em uma metalúrgica. Afirmou que o seu êxito se devia
principalmente aos métodos que empregava. Demonstrou que com a previsão cientifica e
métodos adequados de gerência os resultados satisfatórios eram inevitáveis.
Se a Administração Cientifica se caracterizava pela ênfase na tarefa realizada pelo
operário, A Teoria Clássica se caracterizava pela ênfase na estrutura que a
organização deveria possuir para ser eficiente. Na realidade, o objetivo de ambas as
teorias era o mesmo: a busca da eficiência das organizações. Segundo a
Administração Cientifica, essa eficiência era Alcan;cada por meio da racionalização
do trabalho do operário e do somatório da eficiência individual. (CHIAVENATO,
2003, p. 79-80).
Fayol, em seus estudos, definiu importantes princípios de administração como a
subordinação do interesse particular ao interesse geral, a centralização, a hierarquia, a ordem,
a eqüidade, a estabilidade do pessoal, a iniciativa, a união pessoal. Definimos alguns:
Igualdade entre Autoridade e Responsabilidade - Uma pessoa responsável pelo resultado de
uma operação deve ter autoridade suficiente para tomar as medidas necessárias para
assegurar o sucesso dessa operação.
Unidade de Comando - Um empregado deve receber ordens de apenas um superior, ou, como
disse mais acima, uma pessoa deve ter apenas um chefe diante do qual ela é responsável.
Esse princípio é ainda mais válido no caso das empresas de família.
Unidade de Direção - Deve haver “uma cabeça e um plano” para um grupo de atividades que
cumpre o mesmo objetivo.
9
Henri Fayol - Nascido em Constantinopla, Estambul em 29 de julho de 1841 e faleceu em 19 de novembro de
1025 em París. Foi um dos primeiros estudiosos a analisar a natureza da actividade empresarial, a formular uma
teoria completa de gestão e a definir as principais actividades do gestor dentro das organizações: planear,
organizar, comandar, coordenar e controlar.
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O Sistema Industrial – A Globalização
A emergência de um novo momento tecnológico e, ainda, a globalização financeira
são os traços mais marcantes dos últimos tempos. Aproximou-se a integração da economia
mundial e a revolução tecnológica se difundiu de forma desigual entre os países. Estamos
num momento de intensa concorrência globalizada em que os países que possuem mão-deobra barata têm a característica de hospedar indústrias que produzem produtos visando atingir
mercados pelo mundo todo utilizando tecnologia dos países avançados.
A globalização representa uma nova fase no processo de internacionalização e de
dispersão da indústria como um todo. A globalização é um conjunto de condições emergentes
em que o valor e a riqueza estão sendo produzidos de maneira crescente e distribuídos dentro
das redes mundiais. Essa nova maneira de dispersar a produção de manufatura e serviços está
influenciando fortemente os padrões internacionais de produção e troca de bens e serviços.
As rápidas transformações ocorridas neste último século demonstram que o mundo
tornou-se pequeno para as relações humanas. Todo esse processo de alterações em curtos
intervalos de tempo possui grandes conseqüências que vão desde a divisão de classes, a
grande utilização dos meios naturais até a expansão do sistema capitalista por todos os cantos
do planeta gerando novas formas de relações entre os povos e as nações.
Desde que os portugueses e espanhóis começaram a desbravar os oceanos que a
globalização começou a tomar forma. Esse processo foi intensificado a partir das novas
descobertas dos sistemas de transportes (rodovias, ferrovias, aviões, navios, etc.) e de
comunicações (telégrafo, telefone, internet, televisões, etc.). Assim, as pessoas são
consideradas cidadãos do mundo onde a facilidade de circular pelo planeta é limitada apenas
pelo capital.
Nas indústrias essa globalização de informações foi preponderante para a
disseminação de uso e conhecimento de técnicas visando buscar o desenvolvimento em um
mundo globalizado fundamental para garantir a sobrevivência nessa brutal concorrência
através de estratégias apuradas nos mais diversos campos com a utilização de tecnologia de
ponta onde é possível concentrar capital e conhecimento visando deter força e poder possível
para se garantir uma soberania globalizada.
A Era da Informação surgiu graças ao impacto provocado pelo desenvolvimento
tecnológico e pela tecnologia da informação. A Tecnologia da Informação (TI) – o
casamento do computador com a televisão e as telecomunicações – invade a vida das
organizações e das pessoas provocando profundas transformações.
(CHIAVENATO, 2003, p. 576)
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Nesse ágil ritmo de se globalizar a ocupação através de conhecimentos e produções
industriais a grande preocupação é quanto ao ganho financeiro e a ocupação de espaços em
mercados altamente competitivos. Assim, a preocupação com o social e com o meio ambiente
é mínima. Grandes corporações industriais poluem de forma exagerada e irresponsável
chegando ao ponto de ocorrer comprometimento da sobrevivência da humanidade e, até
mesmo, da extinção de espécies da fauna e flora. Isso é decorrente de uma política global de
livre concorrência em que faz com que as indústrias pensem somente nos lucros e não no
nosso meio ambiente.
Considerações Finais
A invasão da tecnologia de nossos atuais dias sem dúvida somente poderia estar
ocorrendo a partir da Revolução Industrial.
A Revolução Industrial foi responsável, também, pelo considerável aumento da
população urbana uma vez que com a produção em larga escala industrial resultou no
aumento da estrutura do comercio, dos transportes e da comunicação trazendo, com isso, mais
vagas de empregos nas cidades e melhores condições de vida para as populações urbanas.
O incrível foi a quantidade de produtos e serviços inventados no curto espaço de
tempo que ocorreu a Revolução Industrial. Partindo da utilização do ferro, do vapor e dos
navios, continuando com a utilização do aço, dos combustíveis e, principalmente, do dínamo.
Seguindo com a invenção do telegrafo, ondas do radio, etc.
O mais incrível é que essas mudanças ainda ocorrem e cada vez mais as regiões
industriais crescem, os meios de transportes ficam cada vez mais rápidos e seguros, os meios
de comunicação partiram para a “onda” do sem-fio. E parece que não para mais.
Essa invasão da Tecnologia em nosso século nos oferece uma crescente
disponibilização de produtos indispensáveis às nossas vidas e que são geradores de facilidades
do nosso cotidiano favorecendo um desfrute da vida o que poderá até estarem nos tornando
homens escravos de uma intrincada rede e de engrenagens que, saindo da linha de montagem
industrial e chegando aos sofisticados celulares (verdadeiros computadores de bolso que tudo
fazem), esta nos viciando irremediavelmente às facilidades tecnológicas.
Somente o tempo dirá se isso é bom ou ruim para a humanidade.
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Referências Bibliográficas
CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação a administração geral. 3. ed. São Paulo: Makron
Books, 2000.
_________, Introdução á teoria geral da administração. São Paulo: Campus, 2003.
_________, Administração: teoria, processo e prática. São Paulo: McGrraw-Hill, 1985.
_________, Teoria geral da administração. 3. ed. São Paulo: McGrraw-Hill, 1987.
* Artigo entregue em: 15/11/2008
* Aceito para publicação em: 05/12/2008

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