INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL

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CONCURSO OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA ÁGUA BRANCA
MENÇÃO HONROSA
Autor: Francisco Spadoni
Um projeto com a dimensão social e pública como a que está sendo proposta, apresenta-se
como uma forma de resistência urbana. Ou seja, além de planos, a possibilidade de um
desenho real conduzido pelo programa estabelece uma matriz de atuação pública em defesa
da urbanidade, que, em casos exemplares como esse, pode induzir a processos de
transformação.
Embora numa pequena fração, trabalhar num dos vazios remanescentes da Operação Urbana
Água Branca se apresenta como uma oportunidade para a cidade enfrentar seu caráter quase
congênito de se refazer pela espontaneidade. Interessa-nos pensar uma cidade onde o limite
entre o público e o privado se exponha sem ambiguidade ou conflito e a infraestrutura se
apresente como suporte social. Propomos a organização do espaço através de uma nova
matriz pública, reapresentando a quadra como uma unidade urbana permeável, a rua como
uma espécie de burgo, animada pelo comércio e instituições, além do parque articulando-se à
cidade ao redor e apresentando-se como uma centralidade.
O desenho indutor
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A história urbana de São Paulo tem sido narrada pelo avesso. Pouco desenho, muita
circunstância, alguma lei. Desde a cidade geográfica portuguesa, em que os obstáculos
naturais construíam a circunstância urbana, São Paulo sempre cresceu estendendo ao acaso
suas fronteiras. Pouco se planejou, ou melhor, pouco se construiu com o que se planejou. É a
história de desenhos isolados, ilhas localizadas de urbanidade num universo compressor
desarticulado. A carência de desenho é um pouco a somatória de tudo. Não é a visão simplista
de um traço, mas a ideia de que uma cidade se faz através do exercício do controle social do
território. Desenhá-la é exercer o controle social do território, é fazê-la nascer do espaço
público.
O programa e os setores
A área é uma junção de glebas com fronteiras viárias densas que a partir do programa pode
ser pensada como uma ilha com vida própria: habitação, comércio, instituições públicas e
parque, resumem um pedaço da cidade. Propomos organizar setores funcionais que se
contaminam entre si e respondem cada qual às suas fronteiras. Adotamos uma divisão
territorial, alinhavado pelo sistema viário, onde a densidade de uso se daria como um gradiente
do bairro – avenida Marquês de São Vicente – para a marginal Tietê. Dessa forma, o parque,
com taludes e vegetação densa, deve ancorar a marginal, isolando-a o mais possível para o
seu funcionamento de estar e lazer, assim como protegendo as habitações e instituições ao
centro da gleba. Para o binômio habitação e comércio, assume-se a antiga vocação de
atuarem juntos, num modelo de cidade que se pretende restaurar. A experiência mostra que a
vitalidade dos setores urbanos vincula-se a sua capacidade de se renovarem ao longo do dia, o
que só se verifica com a fusão de usos, sobretudo com a habitação. Galerias comerciais no
embasamento e o comércio de rua são cimentados pela habitação e junto com as instituições –
CEU e UBS – dinamizam o bairro em todos os três períodos.
A rua
Nossa cidades vêm, nas últimas décadas, construindo uma intolerância com as áreas públicas,
mas é incontestável que uma forte reversão vem estilhaçando esse modelo e os atores voltam
a ocupar a cena: blocos de rua, manifestações; movimentos reivindicatórios e tantos outros,
têm retomado a rua como locus vivendi e reconstituído sua área de influência. Propomos a
retomada deste espaço como instante privilegiado da convivência urbana, uma recuperação do
velho burgo: espaço de troca, de relacionamentos, de exposição. A rua será muito mais que o
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sistema viário. A ela levaremos toda a atividade que não cabe em nossa vida privada. O
sistema apoia-se em três vias principais:
Eixo institucional: que organiza os equipamentos públicos: CEU e CET, em quadra própria e
UBS, no embasamento da quadra residencial;
Eixo Comercial: composto pelas fachadas comerciais nos embasamentos, definindo um
corredor ativo e especializado;
Rua Parque: intermedia o parque e o bairro.
As quadras
Se isolarmos o CEU, o modelo que adotamos para as quadras mistas é o da supressão dos
lotes. Adotamos o princípio da quadra única, que relaciona todos os edifícios habitacionais em
estrutura condominial, articulados por uma praça permeável e um embasamento comercial. Ao
mesmo tempo, eliminamos o recuo frontal, transferindo esse espaço para a continuidade da
calçada. As quadras permeáveis completam as calçadas e somadas às galerias comerciais
procuram restaurar a vitalidade dos antigos centros.
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Parcelamento da gleba
O projeto responde às exigências programáticas: estoque de áreas residenciais; comerciais e
instituições; área para o parque e superfície de vias. Considerando a densidade das fronteiras
viárias, reservamos as funções cotidianas ao eixo bairro, a avenida Marques de São Vicente,
parcelando a testada em três quadras: uma institucional, junto ao CT Palmeiras; outra frontal
à ponte Julio de Mesquita, com habitação e mercado, observando o espaço não edificante
sobre o córrego Água Preta e, ao centro, as quadras de habitações e galerias comerciais. O
Parque ocupa toda a porção remanescente no limite da marginal do rio Tietê e se estende
também para a faixa sobre o córrego Água Preta, envolvendo as quadras centrais. É ainda o
ponto de chegada da passarela que conecta os dois lados das marginais.
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Ficha Técnica
•
Autor:
o
•
Francisco Spadoni
Coautores:
o Tiago de Oliveira Andrade
o Mayra Simone dos Santos
o Marcos da Costa Sartori
o Stefano Passamonti
•
•
Colaboradores:
o
Lauresto Couto Esher
o
Julian Munhoz Courtier
o
Jaime Veja Rocabado
o
Ari Felipe Miaciro
o
Giulia Ricci
Consultores:
o
Iracy Fortes Sguillaro
o
Marcio Luiz Bezerra de Menezes de Souza Pacheco
o
Eduardo José Portella da Costa
o
Nídia Maria Hallage Coltri
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