INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL
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INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL _________________________________________________________________________________ CONCURSO OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA ÁGUA BRANCA MENÇÃO HONROSA Autor: Francisco Spadoni Um projeto com a dimensão social e pública como a que está sendo proposta, apresenta-se como uma forma de resistência urbana. Ou seja, além de planos, a possibilidade de um desenho real conduzido pelo programa estabelece uma matriz de atuação pública em defesa da urbanidade, que, em casos exemplares como esse, pode induzir a processos de transformação. Embora numa pequena fração, trabalhar num dos vazios remanescentes da Operação Urbana Água Branca se apresenta como uma oportunidade para a cidade enfrentar seu caráter quase congênito de se refazer pela espontaneidade. Interessa-nos pensar uma cidade onde o limite entre o público e o privado se exponha sem ambiguidade ou conflito e a infraestrutura se apresente como suporte social. Propomos a organização do espaço através de uma nova matriz pública, reapresentando a quadra como uma unidade urbana permeável, a rua como uma espécie de burgo, animada pelo comércio e instituições, além do parque articulando-se à cidade ao redor e apresentando-se como uma centralidade. O desenho indutor RUA DO PINHEIRO, Nº 10 CEP 22220-050 FLAMENGO RIO DE JANEIRO _________________ [email protected] BRASIL TEL. +5521 2557-4480 INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL _________________________________________________________________________________ A história urbana de São Paulo tem sido narrada pelo avesso. Pouco desenho, muita circunstância, alguma lei. Desde a cidade geográfica portuguesa, em que os obstáculos naturais construíam a circunstância urbana, São Paulo sempre cresceu estendendo ao acaso suas fronteiras. Pouco se planejou, ou melhor, pouco se construiu com o que se planejou. É a história de desenhos isolados, ilhas localizadas de urbanidade num universo compressor desarticulado. A carência de desenho é um pouco a somatória de tudo. Não é a visão simplista de um traço, mas a ideia de que uma cidade se faz através do exercício do controle social do território. Desenhá-la é exercer o controle social do território, é fazê-la nascer do espaço público. O programa e os setores A área é uma junção de glebas com fronteiras viárias densas que a partir do programa pode ser pensada como uma ilha com vida própria: habitação, comércio, instituições públicas e parque, resumem um pedaço da cidade. Propomos organizar setores funcionais que se contaminam entre si e respondem cada qual às suas fronteiras. Adotamos uma divisão territorial, alinhavado pelo sistema viário, onde a densidade de uso se daria como um gradiente do bairro – avenida Marquês de São Vicente – para a marginal Tietê. Dessa forma, o parque, com taludes e vegetação densa, deve ancorar a marginal, isolando-a o mais possível para o seu funcionamento de estar e lazer, assim como protegendo as habitações e instituições ao centro da gleba. Para o binômio habitação e comércio, assume-se a antiga vocação de atuarem juntos, num modelo de cidade que se pretende restaurar. A experiência mostra que a vitalidade dos setores urbanos vincula-se a sua capacidade de se renovarem ao longo do dia, o que só se verifica com a fusão de usos, sobretudo com a habitação. Galerias comerciais no embasamento e o comércio de rua são cimentados pela habitação e junto com as instituições – CEU e UBS – dinamizam o bairro em todos os três períodos. A rua Nossa cidades vêm, nas últimas décadas, construindo uma intolerância com as áreas públicas, mas é incontestável que uma forte reversão vem estilhaçando esse modelo e os atores voltam a ocupar a cena: blocos de rua, manifestações; movimentos reivindicatórios e tantos outros, têm retomado a rua como locus vivendi e reconstituído sua área de influência. Propomos a retomada deste espaço como instante privilegiado da convivência urbana, uma recuperação do velho burgo: espaço de troca, de relacionamentos, de exposição. A rua será muito mais que o RUA DO PINHEIRO, Nº 10 CEP 22220-050 FLAMENGO RIO DE JANEIRO _________________ [email protected] BRASIL TEL. +5521 2557-4480 INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL _________________________________________________________________________________ sistema viário. A ela levaremos toda a atividade que não cabe em nossa vida privada. O sistema apoia-se em três vias principais: Eixo institucional: que organiza os equipamentos públicos: CEU e CET, em quadra própria e UBS, no embasamento da quadra residencial; Eixo Comercial: composto pelas fachadas comerciais nos embasamentos, definindo um corredor ativo e especializado; Rua Parque: intermedia o parque e o bairro. As quadras Se isolarmos o CEU, o modelo que adotamos para as quadras mistas é o da supressão dos lotes. Adotamos o princípio da quadra única, que relaciona todos os edifícios habitacionais em estrutura condominial, articulados por uma praça permeável e um embasamento comercial. Ao mesmo tempo, eliminamos o recuo frontal, transferindo esse espaço para a continuidade da calçada. As quadras permeáveis completam as calçadas e somadas às galerias comerciais procuram restaurar a vitalidade dos antigos centros. RUA DO PINHEIRO, Nº 10 CEP 22220-050 FLAMENGO RIO DE JANEIRO _________________ [email protected] BRASIL TEL. +5521 2557-4480 INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL _________________________________________________________________________________ Parcelamento da gleba O projeto responde às exigências programáticas: estoque de áreas residenciais; comerciais e instituições; área para o parque e superfície de vias. Considerando a densidade das fronteiras viárias, reservamos as funções cotidianas ao eixo bairro, a avenida Marques de São Vicente, parcelando a testada em três quadras: uma institucional, junto ao CT Palmeiras; outra frontal à ponte Julio de Mesquita, com habitação e mercado, observando o espaço não edificante sobre o córrego Água Preta e, ao centro, as quadras de habitações e galerias comerciais. O Parque ocupa toda a porção remanescente no limite da marginal do rio Tietê e se estende também para a faixa sobre o córrego Água Preta, envolvendo as quadras centrais. É ainda o ponto de chegada da passarela que conecta os dois lados das marginais. RUA DO PINHEIRO, Nº 10 CEP 22220-050 FLAMENGO RIO DE JANEIRO _________________ [email protected] BRASIL TEL. +5521 2557-4480 INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL _________________________________________________________________________________ RUA DO PINHEIRO, Nº 10 CEP 22220-050 FLAMENGO RIO DE JANEIRO _________________ [email protected] BRASIL TEL. +5521 2557-4480 INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL _________________________________________________________________________________ RUA DO PINHEIRO, Nº 10 CEP 22220-050 FLAMENGO RIO DE JANEIRO _________________ [email protected] BRASIL TEL. +5521 2557-4480 INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL _________________________________________________________________________________ Ficha Técnica • Autor: o • Francisco Spadoni Coautores: o Tiago de Oliveira Andrade o Mayra Simone dos Santos o Marcos da Costa Sartori o Stefano Passamonti • • Colaboradores: o Lauresto Couto Esher o Julian Munhoz Courtier o Jaime Veja Rocabado o Ari Felipe Miaciro o Giulia Ricci Consultores: o Iracy Fortes Sguillaro o Marcio Luiz Bezerra de Menezes de Souza Pacheco o Eduardo José Portella da Costa o Nídia Maria Hallage Coltri RUA DO PINHEIRO, Nº 10 CEP 22220-050 FLAMENGO RIO DE JANEIRO _________________ [email protected] BRASIL TEL. +5521 2557-4480