Reunião tensa entre empresários e sindicatos
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Reunião tensa entre empresários e sindicatos
Reunião tensa entre empresários e sindicatos Em encontro realizado ontem, dia 26, na presidência da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o presidente da casa, Gilmar Sossella (PDT), reuniu representantes de centrais sindicais e de entidades patronais para debater o índice de reajuste do salário-mínimo regional, cujo projeto, encaminhado à Casa em regime de urgência pelo governador Tarso Genro (PT), terá que ser votado até 16 de dezembro. O Projeto de Lei (PL) 222/2014, enviado pelo Executivo, fixa o reajuste em 16%. A matéria foi encaminhada em regime de urgência e passa a trancar a pauta de votações a partir de 11 de dezembro. Por isso, tanto empresários quanto trabalhadores, ainda que em lados opostos, têm pressa. Participaram da reunião lideranças de entidades como Fiergs, Farsul, Fecomércio, Federasul e Sindpoa, representando a classe empresarial, e de centrais sindicais como a CUT, Força Sindical, Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Comando Geral dos Trabalhadores (CGTB). Apesar de serem expressos elogios, como os do representante da Força Sindical, Dionísio Mazui, que considerou a oportunidade de diálogo “uma grande vitória”, o clima do encontro foi tenso, porque os sindicalistas não mostraram disposição para rever o índice, que apresentaram a porcentagem a Tarso, que acatou a proposta sem negociações. O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Guiomar Vidor, disse não abrir mão dos 16%, que volta a equiparar o piso regional ao proposto pelo ex-governador Olívio Dutra (PT) quando da criação do piso regional, em 2001, equivalente a 1,28 salário-mínimo nacional. Mazui enfatizou a perda salarial gerada com a rotatividade dos empregos. “A média de salário de trabalhadores admitidos é de 8% a menos do que dos demitidos, o que agrava ainda mais o quadro”, disse. Lideranças empresariais também mostraram-se irredutíveis quanto à visão de que o reajuste de 16%, caso votado e aprovado sem nenhuma emenda que altere o índice, vá gerar um movimento de judicialização. “Não é normal que uma demanda como essa se construa sem um diálogo razoável. Houve uma má condução da questão”, colocou o assessor jurídico da Farsul, Nestor Hein. Segundo ele, o próprio Tarso não conseguiu cumprir compromissos, como o cumprimento do piso dos professores gaúchos. “Nem para seus próprios funcionários ele deu aumento, mas o empresariado tem de assumir isso”, criticou. De acordo com o presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) do Rio Grande do Sul, Daniel Santos, a “crença de que o problema é sempre o trabalhador é avançada”, afirmou. Ele disse que concorda com a valorização da indústria, mas que, por outro lado, “não queremos chegar a uma industrialização como a que ocorre na China e na Índia, baseada na exploração do trabalhador”. Em resposta à demanda das lideranças empresariais quanto à sugestão de um índice de reajuste diferente por parte das centrais sindicais, Oniro Camilo, da Nova Central Sindical (NCST/RS), disse que “o trabalhador ainda saiu perdendo com o índice. Se há uma proposta por parte das centrais sindicais, seria para elevá-lo”. A sugestão ajudou a acirrar os ânimos. Tendo parte de suas falas interrompidas pelo representante da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Antônio Ávila, Nestor Hein irritou-se e se retirou da reunião. Para tentar dissipar a tensão, o deputado estadual Vinícius Ribeiro (PDT), que também participou do encontro ao lado de outros parlamentares, como Jorge Pozzobom (PSDB) e Ernani Polo (PP), apresentou a necessidade de uma definição de critérios para o reajuste anual, “para que trabalhadores possam ter segurança e empresários possam realizar o planejamento para o ano seguinte”. Após a intervenção de Ribeiro, os presentes passaram a manifestar mais disposição para flexibilizar alguns pontos da questão. Claudir Néspolo, que preside a Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Estado, admitiu estar disposto a alterar a data base do reajuste para 1 de fevereiro. “Pode haver a não alteração de faixas salariais neste momento”, disse. “Concordo que haja um critério, mas que este estabeleça uma política permanente para estabilizar o mínimo. Isso também torna possível uma previsibilidade”, ressaltou. Durante o encontro, também houve sinalização, por parte de Sossella, para a realização de outra reunião entre as partes até sexta-feira, para que haja o detalhamento dos pontos em que pode haver acordo entre empresários e trabalhadores. “O pior acordo é melhor que a sentença do juiz”, ponderou. A reunião terminou sem definição de data, mas, para o presidente da Assembleia, o saldo foi positivo. “Tenho a sensibilidade de que poderemos ajustar pontos importantes até 16 de dezembro.” Na opinião do presidente da Fiergs, Heitor Müller, ambas as partes conseguiram se reunir, dialogar e se respeitar mutuamente. “Depende apenas de conseguirmos alguns consensos. Se não nos unirmos, o que vamos legar a nossos descendentes?”, questionou. No entanto, o dirigente não considera, por parte do empresariado, apresentar uma contraproposta. “Se vier deles uma proposta diferente, nós discutiremos”, concluiu. Texto e foto: Jornal do Comércio Mais notícias do período Novembro de 2014 * Comerciários irão avaliar e projetar ações da Fetracos-RS em última reunião do ano * Ministério confirma trabalho escravo na Renner em São Paulo e no Rio Grande do Sul * Associados do Sindec-POA aproveitam viagem sorteada pelo Sindicato * Fetracos integra reunião do Secretariado dos Comerciários da Força Sindical * Sec/Guaíba reúne categoria em festa de final de ano * Sindec Canoas participa do lançamento da Carteira de Trabalho Digital * Fiscalização do Sindec-POA notifica empresas irregulares no feriado * Governo assina projeto de 16% de reajuste no mínimo regional * Sec Guaíba prepara festa para os comerciários * Abertura da 8ª Conferência Bioma Pampa reúne autoridades e aborda planejamento regional integrado * Sindec-POA disponibiliza exame de prevenção gratuito para associados Notícias