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NESTA EDIÇÃO Confira a opinião dos nossos
1 2 NESTA EDIÇÃO Ribeirão Preto/SP Confira a opinião dos nossos colunistas Dr.Yussif Ali Mere Jr Presidente da Federação e do Sindicato dos Hospitais,Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (FEHOESP e SINDHOSP) e do SINDRibeirão. “Repensando o planeta”, pág. 18 Dr. Irineu Grinberg Ex-presidente da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas “Pensar o futuro”, pág. 10 Dr. Paulo Cesar Naoum Diretor da Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto-SP “Segurando a Pipeta. É preciso repensar a biomedicina”, pág. 14 Ligia Maria Mussolino Camargo Sócia da empresa Décio Camargo Ltda, professora de Língua Portuguesa. Ocupa a cadeira nº 24 da Academia Santarritense de Letras. “Um Rio chamado Francisco”, pág. 14 FMRP-USP tem nova direção: a primeira mulher no cargo em 64 anos Dr. Dácio Eduardo Leandro Campos Presidente do CRBM-1º Região Diretor da FAAP-Ribeirão Preto-SP “A boa formação, pág. 18 Maria de Lourdes Pires Nascimento MD, Hematologista, Universidade Federal da Bahia / UFBa, MD “Séries de interpretações dos exames básicos para avaliação da defesa e oxigenação SÉRIE 1: PLAQUETAS”, pág. 20 Pedro Silvano Gunther Diretor da Hotsoft “A magia do conflito”, pág. 22 Receba o LABORNEWS, atualize seu endereço. Para arquivo digital, encaminhe seu email para [email protected] www.labornews.com.br | [email protected] 16 3629-2119 | 99793-9304 3 É a endocrinologista Dra Margaret de Castro, que considera sua nomeação como fruto do reconhecimento pelo trabalho que realiza, em sua área, desde 1988. Ela também foi eleita pelos pesquisadores de todo o país como membro do Comitê de Assessoramento de Medicina. Seu vice-diretor é o ginecologista dr Rui Alberto Ferriani. Ambos foram empossados em seus cargos no último dia 15 de julho. Matéria Reproduzida/ RS O Laboratório Central do Estado (IPB-Lacen), da Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (Fepps), isolou e identificou cepa inédita de meningite no Rio Grande do Sul. Trata-se de uma variação da bactéria Neisseria meningitidis, causadora da maior parte dos casos de meningite diagnosticados no estado e no país. Essa bactéria é classificada por grupos. As mais freqüentes são dos grupos B, C, W e Y, já o Grupo X tem pouca circulação. Esse novo tipo de meningite bacteriana foi identificado pela primeira vez no Rio Grande do Sul em uma criança de três anos. O trabalho de investigação foi feito pelo corpo técnico da seção de bacteriologia, coordenada por Loeci Natalina Timm, que atua na vigilância laboratorial de casos suspeitos de meningite no Rio Grande do Sul. Os últimos relatos do Grupo X foram no ano 2000 em Minas Gerais, em 2012 na Argentina e em 2013 em São Paulo e na Argentina novamente. A confirmação dos resultados teve a colaboração do Laboratório de Referência Nacional, o Instituto Adolfo Lutz IAL/SP. “Essa descoberta é muito importante para a saúde pública, pois identificar uma nova cepa permite que a vigilância epidemiológica atue no monitoramento e acompanhamento de novos grupos circulantes”, explicou Loeci Timm. Conforme o diretor Fernando Kappke, o Lacen é o laboratório de referência estadual em saúde pública, sendo importante informar a todos os serviços de Foto: Governo do Estado Laboratório Central do Estado identifica bactéria inédita no RS saúde que o fluxo de encaminhamento de amostras ocorre pela Vigilância em Saúde: estadual e municipais. Os resultados são disponibilizados no menor intervalo de tempo possível, através do Sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial GAL, com acesso via WEB, 24 horas, nos setes dias da semana. o mercado atual Inovapar agrega módulo de Estoque à sua solução de gestão laboratorial Rastreabilidade e geração de relatórios são algumas das funcionalidades que auxiliam o laboratório a fazer um correto planejamento de demanda O armazenamento de grandes volumes de materiais ocupa áreas importantes em um laboratório clínico, além de gerar desperdício, o que pode se tornar o gargalo silencioso da saúde financeira da instituição. Pensando nisso, a Inovapar Soluções, empresa de consultoria e soluções em software para a área da saúde, passa a oferecer o módulo de Estoque agregado ao sistema de informações laboratoriais Motion LIS, desenvolvido pela Touch Health. O novo módulo tem como objetivo otimizar o investimento do laboratório em armazenamento de materiais, auxiliando no processo de decisão. Para isso, a solução monitora todas as movimentações e faz o cálculo para sugerir um fluxo de compra. O sistema considera a quantidade de produtos em estoque e os alertas de estoque mínimo. O módulo ainda permite o controle, tanto no método FIFO (first in, first out) quanto no FEFO (first expire, first out), por lote ou identificação unitária, através da identificação por códigos de barras, com alerta de vencimento. O controle da movimentação por centro de custo, da transferência de insumos do estoque para o centro de custo solicitante e entre centros de custo também é feito através da solução. Uma das principais características do Motion LIS é a rastreabilidade total das amostras dos exames e seu módulo de Estoque também conta com essa rastreabilidade para o controle total dos materiais, desde o recebimento até o consumo no centro de custo solicitante, o que permite gerar indicadores e relatórios, como o número de exames realizados x consumo de materiais x volume de compras. Atualmente, está em desenvolvimento a integração com os equipamentos analíticos, para possibilitar um controle automático do consumo de reagentes e insumos. Hoje, esse controle é possível, porém de forma semi-automatizada, na qual a informação é inserida no sistema através do escaneamento do código de barras do kit ou insumo utilizado. Além do módulo de Estoque dentro do Motion LIS, a Inovapar e a Touch Health também disponibilizam para o setor de saúde o LoIS, uma plataforma modular para a gestão simples e eficiente de estoques de centros logísticos, hospitais, farmácias de alto custo, negócios com operações distribuídas e empresas que queiram gerenciar o próprio estoque. Totalmente web, sua arquitetura modular permite adaptar o LoIS a diferentes tipos e tamanhos de negócios, podendo até mesmo se integrar a uma infraestrutura já existente de gestão de estoque. 4 5 Alerta SBPC/ML esclarece conceitos equivocados sobre exames laboratoriais Em carta ao ministro da Saúde, Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial explica informações incorretas sobre laudos não retirados por exemplo A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) enviou, no dia 19/07, carta ao Ministro da Saúde, Ricardo José Magalhães Barros, com o intuito de esclarecer conceitos e posicionamentos equivocados, por parte de autoridades representativas do setor de Saúde, sobre a relação entre os exames laboratoriais e a sua suposta utilização em excesso. A SBPC/ML não nega que há necessidade de melhorias para o uso racional de procedimentos médicos no país, mas os motivos para isso são bem mais amplos do que as justificativas frequentes e, muitas vezes, infundadas relatadas por agentes do setor. Há menções, por exemplo, sobre o grande número de laudos que não são retirados e que supostamente acarretariam um aumento nos custos da saúde. Entretanto, não há dados que comprovem a informação e, segundo estatísticas da SBPC/ML, o número de exames realizados e não retirados em laboratórios clínicos associados não ultrapassam 5% dos procedimentos realizados. Além disso, os resultados críticos e determinados exames são comumente informados ao médico por telefone e/ou internet (procedimento padrão nos laboratórios clínicos), ou seja, sem a necessidade do laudo impresso. “Acreditamos que esse percentual é aceitável e não é causa dos desperdícios em saúde, como comumente divulgado e citado por profissionais do setor”, disse o presidente da SBPC/ML, Alex Galoro, em carta ao Ministro. Os gastos em saúde com as práticas da Medicina Laboratorial, segundo dados de literatura científica, não ultrapassam 3% do total de gastos em saúde, em contrapartida, a especialidade médica responde por 70% das decisões clínicas do país. Outra afirmação bastante divulgada, porém incorreta, é que exames laboratoriais com resultado normal são desnecessários. A Sociedade ressalta que esses exames também são importantes para excluir uma determinada hipótese diagnóstica. Exames como a dosagem da glicemia, para o diagnóstico de diabetes; sorologia, para HIV; e do PSA, para o câncer de próstata, apresentam frequentemente resultados normais, mas são extremamente necessários. O exame seria desnecessário se o seu resultado não interferisse na conduta clínica, independentemente de ser normal ou alterado. Falar em excesso de exames é diferente de abordar o evidente crescimento do número de exames per capita realizados pela população brasileira, especialmente no sistema privado de saúde. Alguns fatores respondem por este aumento, como a incorporação de novas tecnologias em saúde, com introdução de novos testes para diagnóstico de patologias anteriormente não diagnosticadas; o envelhecimento da população, o que acarreta maior prevalência de doenças crônicas e, consequentemente, maior número de procedimentos para monitoramento desses pacientes; e, finalmente, o advento da medicina preventiva, que leva a um maior número de pessoas saudáveis a realizarem exames laboratoriais com o objetivo de detecção precoce de pato- 6 logias ou, mesmo, para impedir seu desenvolvimento. Diante deste contexto, a discussão de melhorias no uso de procedimentos médicos se faz urgente e alguns aspectos precisam ser considerados: uso apropriado (o exame certo para o paciente certo no momento certo); o uso excessivo (mais testes que o necessário); a falta do exame que deveria ter sido pedido; o uso obsoleto de metodologias e exames ainda disponíveis tanto na esfera pública quanto privada; a subutilização, seja pela ausência de determinados procedimentos no Rol da ANS e em tabelas vigentes, ou por desconhecimento técnico dos profissionais que os solicitam e encaminham seus pacientes aos laboratórios clínicos. Uma mudança estrutural que contribuiria para otimizar a utilização dos recursos, segundo a carta da SBPC/ML, seria a aproximação dos Patologistas Clínicos de outros especialistas. Os Patologistas Clínicos são profissionais habilitados para participar das indicações e interpretações laboratoriais em conjunto com os demais especialistas. No modelo assistencial atual, não há ingerência dos profissionais de laboratórios sobre os pedidos médicos, distanciando as práticas clínicas das evidências laboratoriais e contribuindo para a utilização com menor racionalidade. Da mesma forma, a falta de protocolos e diretrizes clínicas, a pequena aderência às diretrizes existentes e a baixa importância e tempo dedicados na graduação médica, para a Patologia Clínica, contribuem para este distanciamento e uso inadequado dos exames laboratoriais. A SBPC/ML realiza um trabalho contínuo de conscientização sobre a importância dos exames laboratoriais e a necessidade do seu uso adequado, e tem a certeza que, quando os exames são bem indicados e corretamente interpretados, eles ajudam a evitar a solicitação de procedimentos mais complexos, invasivos e mais caros; contribuem fortemente para a viabilidade financeira do setor; e, principalmente, aumentam a segurança dos pacientes. 7 Wagner Maricondi Jr. Diretor Supply Chain Grupo Maricondi Ligia Maria M. Camargo Sócia da empresa Décio Camargo Ltda. Carlos Tochio Mori Jr. Hotsoft Informática Ltda. Acredito que não temos soluções no curto prazo para a saúde no Brasil. Umas vez que não houver uma transformação na nossa política e a corrupção for estancada, não poderemos nos tranquilizar. A falta de repasse do governo federal abala toda a estrutura pública nacional, pois o efeito é em cascata. Mesmo quem tem plano de saúde, carece de atendimento qualificado. Há um colapso na rede de planos de saúde, uma vez que estes acabam suportando toda uma estrutura corrupta, onde muitos médicos e prestadores de serviços superfaturam as demandas em benefício próprio, que por sua vez glosam serviços prestados para levantamento de capital. Se não houver uma regulamentação por parte dos órgãos competentes, como a ANS (Agência Nacional de Saúde), a saúde brasileira está fadada ao fracasso. O modelo Americano implica na co-participação do usuário, o qual mitiga o risco e divide a responsabilidade. Porém, como estruturar o mesmo modelo no nosso país com a distribuição de renda existente? Percebam que o ciclo é vicioso, onde só enxergaremos uma luz no fim do túnel, a partir do momento em que os poderes públicos e privados agirem de forma honesta, prestando contas à sociedade. Enquanto aqueles que detém o poder, usarem-no em prol de si, não poderemos dizer que a saúde no Brasil terá soluções no curto prazo. A cultura brasileira do “quem pode mais chora menos” precisa ser extinguida da mentalidade da sociedade. A lição de casa começa na educação do povo; se não há fomento na educação, não poderemos olhar o futuro com bons olhos. Sempre tem alguém que vai dizer: mas o Brasil tem muito a crescer e a oferecer, é um país de oportunidades. Sim, concordo, mas a oportunidade não pode ser desbravada pelo malandro e sim, por pessoas que acreditem no país onde vivem e que queiram colocá-lo no ranking dos países de primeiro mundo. Dirigindo a empresa “Décio Camargo Produtos e Equipamentos Laboratoriais Ltda” há quase quarenta anos, considero difícil fazer previsões, especialmente em uma área tão complexa como a da Saúde. Mas, os empresários de Medicina Diagnóstica, especialmente aqueles cujas empresas são de pequeno e médio porte, têm tido fôlego suficiente para lutar, para se reinventar a cada dia, a cada nova lei absurda, a cada plano econômico esdrúxulo. Mas, agora a situação ficou séria demais e nossos dirigentes têm de encontrar soluções reais para a crise enfrentada pela Medicina, em especial pela Medicina Diagnóstica, que é nosso ramo, rever a tabela do SUS (Sistema Único de Saúde) seria um bom começo. Mas, mesmo tendo enfrentado tantas dificuldades, acredito com todas minhas forças no novo governo. Acredito que fará um governo mais honesto, com menos demagogia e com os pés no chão. Assim setores prioritários como Saúde, Educação e Segurança poderão ter uma assistência e uma remuneração melhor e alguma segurança. Isso, a meu ver, poderá colocar o Brasil nos eixos novamente, mas para que isso ocorra nós, cidadãos brasileiros, temos de lutar pelos nossos direitos, temos de fazer valer suas reivindicações Para indicar soluções precisamos primeiro nomear os problemas. Quais são os problemas da saúde no Brasil? A resposta mais simples é a falta de verba, tanto para as despesas correntes como para investimentos. Mas não é a mais correta. O que falta é gestão competente e responsável dos recursos financeiros, materiais e humanos. A solução virá com a reforma e moralização da política, valorização da educação e muita informação. Sérgio Luiz Benvenuto Atlas Diagnóstica “....Os empresários e profissionais do setor de medicina diagnóstica, como eu, não podem mais esperar por mudanças efetivas e eficazes, pois estão há meses (quiçá anos) absorvemos as graves consequências da desaceleração econômica. O momento é de grande expectativa, principalmente na solução dos altos custos, sem repasse . Já fizemos ajustes internos e agora queremos novas oportunidades de mercado e suas respostas reais, com a possibilidade de chegarmos a um patamar compatível, com o trabalho, o investimento, a sólida presença e a perspectiva de um futuro promissor..” Adavium Medical Nova marca de sua divisão de diagnósticos A Adavium Medical anuncia a nova marca de sua divisão de diagnósticos: Vyttra Diagnósticos. Resultado da unificação das empresas Imunotech, Hemogram e Alka, que juntas possuem mais de 80 anos de mercado, a Vyttra Diagnósticos é a maior empresa brasileira em reagentes e equipamentos para o mercado de diagnóstico in vitro. “Consolidamos na Vyttra Diagnósticos um portfólio amplo, constituído por múltiplas marcas, o que nos assegura a capacidade única de oferecer soluções que atendam às necessidades de cada um de nossos clientes, independentemente de seu perfil, porte ou localização. Nosso objetivo é proporcionar aos nossos clientes, além de excelência clínica, melhores resultados para seus negócios”, ressalta Claudia Goulart, presidente da Vyttra Diagnósticos e COO da Adavium Medical. 8 9 Opinião Pensar o futuro IRINEU GRINBERG, EX-PRESIDENTE DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANÁLISES CLÍNICAS [email protected] Vale a pena refletir, e pensarmos juntos: Como podemos enxergar o futuro dos pequenos e médios Laboratórios de Análises Clínicas em relação a tudo que vem ocorrendo? Para que sejam criadas algumas linhas de raciocínio é importante citar algumas ocorrências remotas e recentes, fundamentais a todas elas: - Tabelas públicas, leia-se SUS congeladas há mais de 22 anos. - Políticas agressivas ou verticalizadas por parte de várias operadoras. - Tributos crescentes e cada vez mais extorsivos. - Onerações das folhas de pagamento. - Exigências regulatórias da ANVISA e das VISAS municipais e estaduais objetivando o incremento da qualidade - tudo muito bom e necessário, entretanto incompatíveis com a rentabilidade atual dos estabelecimentos laboratoriais. - Procedimentos ou analitos totalmente deficitários onde não existe nenhuma alternativa que não passe pelo envio dos materiais aos laboratórios de apoio, na sua maioria concorrentes diretos dos pequenos e médios Laboratórios. - Pressões, também justificáveis dos nossos pacientes/ clientes, por eficiência, rapidez e avançadas tecnologias. Afinal de contas, quem necessita de Laboratório está doente, acredita que está ou vivenciando um momento psico-emocional difícil. Portanto merecem toda a atenção em segurança, acolhimento e assistência. - Rápida obsolescência dos equipamentos, algumas vezes, apenas por pressão dos nossos fornecedores. Nesta mesma linha, quem pode mais, obtém maiores vantagens, veja-se todas as experiências antigas e atuais de compras unificadas. - Incremento de novas e avançadas tecnologias, e neste capítulo é válido relembrar o muito recente episódio da Theranus, que apesar de não ter dado certo, durante algum tempo revolucionou o mercado laboratorial nos Estados Unidos. Foram citados apenas nove itens que isoladamente podem tirar o sono de qualquer proprietário ou administrador de Laboratórios de Análises Clínicas. Evidentemente existem outros pontos, mais específicos de cada empresa, tais como aluguéis, linhas de financiamento, passivos trabalhistas entre tantos outros. Diante do exposto, apenas uma décima situação nos é favorável: Os procedimentos laboratoriais são os responsáveis por 70% dos diagnósticos clínicos e por 90% dos critérios terapêuticos, de cura ou alta hospitalar! Isto também é do mais amplo conhecimento de todos, o que por si só já é suficiente para garantir a perenidade do Laboratório como instituição. Portanto, não existem dúvidas de que os exames laboratoriais perdurarão, que a aplicabilidade é para sempre, cada vez mais necessária e que Medicina de qualidade andará sempre ao lado do Laboratório de boa resolutividade. Outro dado fundamental é que os pequenos e médios 10 laboratórios executam metade da demanda dos testes laboratoriais no país e se considerado o que for remetido aos estabelecimentos de apoio, este percentual será aumentado para 70%. Os Laboratórios de Análises Clínicas constituem um campo inesgotável de trabalho, cada vez mais necessário e crescente. Entretanto, diante das variáveis citadas anteriormente, o modelo atual de trabalho do setor necessita ser repensado. Com urgência. Sem perda de tempo. Soluções existem. Estão em nossas mãos. Devemos pensar juntos em inovações técnicas, gerenciais e de mercado que possam amenizar a crise, restabelecendo lucratividade, credibilidade e procurando baratear os gastos em saúde, uma das maiores queixas dos administradores públicos e privados. No 43° Congresso Brasileiro de Análises Clínicas - CBAC, realizado em junho último em São Paulo, ocorreu a segunda edição do Fórum de Proprietários de Laboratórios. A SBAC, em parceria com o Departamento de Laboratórios da Confederação Nacional da Saúde (CNS), apresentou como principais pautas a ação judicial, a nível nacional, de desequilíbrio econômico contra a tabela SUS, a implantação de novas e modernas metodologias compatíveis com laboratórios de pequenos e médios portes, revisão da RDC 302 da ANVISA e realização de exames laboratoriais em Farmácias. Dos 780 proprietários de Laboratórios inscritos no Congresso, apenas 80 estiveram presentes, um indicador inequívoco de falta de sentimento de unidade do setor e desinteresse pelo futuro. Mas o que temos como absoluta certeza é que a solução não passa pelo individualismo. 11 o mercado atual A acidose láctica pode ocorrer em dois perfis clínicos característicos. No primeiro, ocorre a diminuição de oxigenação tecidual (hipoxia), resultante de choques, hipovolemia e insuficiência ventricular esquerda. No segundo perfil (metabólico), ocorre associação a doenças como diabetes mellitus, neoplasias, doenças hepáticas ou então está relacionado a drogas e/ou toxinas como etanol, metanol e o salicilato. A acidose láctica também pode ocorrer na falência renal, na leucemia e na deficiência de tiamina. Portanto, as determinações de lactato são importantes para avaliação do status ácido-base sanguíneo e tratamento da acidose láctica (acidez anormal do sangue). No Líquido Cefalorraquidiano (LCR) os níveis de lactato estão aumentados na meningite bacteriana, na hipocapnia, hidrocefalia, abscessos cerebrais, isquemia cerebral e outras condições clínicas associadas à oxigenação reduzida do cérebro e/ ou aumento da pressão intracraniana. Lactato Na coleta sanguínea, como lactato é produzido pela glicólise nas hemácias, o sangue deve ser colhido na presença de fluoreto, obtendo se assim o plasma fluoretado, e centrifugado rapidamente. Apenas após estes cuidados, o lactato ficará estável 14 dias se armazenado de 2 a 8 ºC. Ainda, como há presença de lactato na saliva humana, deve se utilizar máscara e evitar conversar próximo ao local de ensaio e proceder com rigorosa higienização dos materiais de laboratório. O reagente Lactato da Biotécnica segue a metodologia Trinder (Lactato Oxidase / Peroxidase) e apresenta-se na forma MONOREAGENTE pronto para uso e contém Calibrador e Controle inclusos no kit. Bibliografia 1 - Burtis CA, Ashwood ER, editors. Tietz Textbook of Clinical Chemistry, 2ª ed. Philadelphia. PA: WB Saunders; Sistema automatizado VSG VACUETTE® Análise da Velocidade de Sedimentação Globular mais rápida e segura O exame de análise VSG (Velocidade de Hemossedimentação ou Sedimentação) continua sendo um dos testes laboratoriais mais solicitados pelos médicos para identificar processo inflamatório. Aliado ao baixo custo devido a simplicidade técnica, é a melhor opção custo-benefício. No sistema manual, uma vez coletada a amostra, a análise é realizada através de uma pipeta graduada que é inserida no tubo na posição vertical e após o período de uma hora é possível determinar a distância percorrida pelas hemácias sedimentadas. No entanto, como essa análise é feita por pessoas, há possibilidade de acontecer divergências na interpretação. Pensando nisso a Greiner Bio-One disponibiliza o sistema automatizado para análise VSG VACUETTE® que garante resultados precisos e confiáveis. Funciona com o uso de sensores infravermelhos que garantem melhor reprodutibilidade, confira mais vantagens abaixo: • Método de Westergren e resultado em mm/h • Sed Rate Screener (SRS) 20/II e 100/II • Com 20 ou 100 canais de medição • Tempo reduzido para liberação dos resultados • Conexão para leitor de código de barras e interfaceamento com o sistema do laboratório • Capacidade de 40 ou 200 análises/hora • Impressora térmica integrada • Leitura randômica Os equipamentos seguem as recomendações do International Council for Standardization in Haematology (ICSH) que adota como referência o Método de Westergren. Como o sistema é fechado não há necessidade de transferência nem contato com a amostra. O procedimento é realizado diretamente nos tubos de coleta de sangue a vácuo VSG VACUETTE®. A Greiner Bio-One Brasil oferece dois modelos de leitores para VSG, com capacidades analíticas diferentes. O Sed Rate Screener 100/II VACUETTE®, com capacidade para 100 tubos, ideal para laboratórios de grande e médio porte e o Sed Rate Screener 20/II VACUETTE®, com capacidade para 20 tubos, criado para pequenos laboratórios ou consultórios médicos. Apesar de não diagnosticar doenças, a análise VSG é um exame importante capaz de indicar alterações no organismo tanto para as reações inflamatórias como também monitorar tratamentos. O aumento da velocidade de sedimentação pode revelar artrite reumatóide, doenças da tiróide, tuberculose e gravidez, enquanto níveis inferiores aos normais podem ocorrer, por exemplo, em anemia falciforme, insuficiência cardíaca congestiva ou baixa quantidade de proteína plasmática devido a doença hepática ou renal. www.gbo.com Diágnóstico rápido de Infarto Agudo do Miocárdio com Elecsys® Troponin T-high sensitive A Roche Diagnóstica tem investido no desenvolvimento de novos parâmetros que ajudem o médico no diagnóstico e manejo de pacientes em cardiologia, assim como em estudos clínicos que possam apoiar os médicos na correta interpretação dos resultados gerados. Recentemente foi publicado o estudo multicêntrico “Multicenter Evaluation of a 0-Hour/1-Hour Algorithm in the Diagnosis of Myocardial Infarction with High-Sensitivity Cardiac Troponin T”(1), com o principal objetivo de validar de forma prospectiva a acurácia diagnóstica do algoritmo de 0-h/1-h recentemente desenvolvido, utilizando a troponina T cardíaca de alta sensibilidade (hs-cTnT) para a rápida confirmação ou exclusão do infarto agudo do miocárdio. O estudo, que contou com o apoio da Roche, foi incorporado como referência na nova Diretriz da Sociedade Europeia de Cardiologia (2015). A Diretriz médica já está disponível e pode ser acessada para download pelo link: http://eurheartj.oxfordjournals.org/content/37/3/267. O novo algoritmo de 1 hora, comparado ao algoritmo convencional de 3 / 6 h (2-4): •Leva a uma detecção precoce do IAM •Permite a inclusão ou exclusão do IAM para mais de 75% do paciente dentro de 1h •A nova diretriz européia recomenda que seja utilizado esse algoritmo (“diagnóstico acelerado”) sempre que o teste hs-cTn, com valores de cut-off validados, estiver disponivel (1, 5 -7) Referências Bibliográficas: 1.Roffi, M. et al.(2016). Eur Heart J 37(3), 267– 315. 2.Bandstein, N. et al. (2014). J Am Coll Cardiol 63(23), 2569 –78. 3.Body, R. et al. (2015). Clin Chem 61(7), 983 – 9. 4.Rubini-Giménez, M. et al. (2013). Int J Cardiol 168(4), 3896 – 901. 5.Reichlin, T. et al. (2012). Arch Intern Med 172(16), 1211 – 8. 6.Reichlin, T. et al. (2015). CMAJ 187(8), E243 – 52. 7.Mueller, C. et al. (2016). Ann Emerg Med, doi: 10.1016/j. annemergmed. 2015.11.013 [Epub ahead of print]. Código: ERDL601 Registro Anvisa nº 10287410818 ©2016 Roche – Julho/2016 1994: 975. 2 - Noll F. Metods of Enzymaic Analysis. 2ª ed. Bergmeyer HU, ed. New York, NY: Academic Press Inc 1974: 1475. 3 - Shimojo N et al, Clin. Chem. 1989; 35(9): 1992 – 1994. 4 - Mascini M et al, Clin. Chem. 1991; 37(11): 1978 – 1980. Marcelo Saraiva Rocha w.biotecnica.ind.br [email protected] +55 (35) 3214-4646 SANGUE OCULTO FECAL sem dieta do paciente? WAMA DIAGNÓSTICA A presença de sangue nas fezes pode ser uma manifestação precoce de câncer no trato gastrointestinal e é freqüentemente procurada em pacientes de anemia por deficiência de ferro. Portanto, a detecção de sangue nas fezes é uma importante parte do diagnóstico e acompanhamento. O Imuno-RÁPIDO SANGUE OCULTO da WAMA Diagnóstica auxilia na detecção do câncer gastrointestinal e pólipos adenomatosos sangrantes através da identificação de pacientes para posterior investigação (colonoscopia). O Imuno-RÁPIDO SANGUE OCULTO da WAMA Diagnóstica é um teste imunocromatográfico que utiliza uma combinação de anticorpo monoclonal marcado e anticorpo policional anti-hemoglobina humana de fase sólida, com ótima sensibilidade e especialidade. Por ser um teste que utiliza anticorpo mono e policlonal anti-hemoglobina humana, o Imuno-RÁPIDO SANGUE OCULTO da WAMA Diagnóstica não necessita de dieta do paciente para coleta da amostra. Além da alta sensibilidade e especificidade, o Imuno-RÁPIDO SANGUE OCULTO da WAMA Diagnóstica também se tornou muito usado devido à facilidade de execução e rapidez na obtenção dos resultados, que são apresentados de forma clara, diminuindo erros de interpretação. Outro ponto importante do kit Imuno-RÁPIDO SANGUE OCULTO da WAMA Diagnóstica é o baixo investimento para implantação, devido sua simplicidade de manipulação e leitura dos resultados. Eficiência e rapidez e qualidade nos resultados estão presentes neste teste, como toda linha de testes rápidos da WAMA Diagnóstica. www.roche.com.br www.wamadiagnostica.com.br/produtos/urivision-720/ www.wamadiagnostica.com.br 12 13 Opinião SEGURANDO A PIPETA É preciso repensar a Biomedicina Prof. Dr. Paulo Cesar Naoum Professor Titular pela UNESP Diretor da Academia de Ciência e Tecnologia Acadêmico da ARLC [email protected] Próximo de chegar aos 50 anos de existência formal, é preciso repensar a grade curricular dos cursos de biomedicina no Brasil. Reconhecidamente, os profissionais graduados em biomedicina têm, de forma geral, correspondido com competência suas diversas atividades. No entanto, a incrível proliferação dos cursos de biomedicina no Brasil, que ocorreu a partir dos anos 90 do século passado, ofereceu ao mercado de trabalho um excedente de profissionais que continua se somando para fazer o “mesmo do mesmo”. Como se sabe, os profissionais biomédicos têm um amplo leque de atividades notadamente nas diferentes áreas das análises laboratoriais. Produzem e interpretam testes, bem como prestam informações científicas e esclarecem resultados de novos testes para os médicos que deles necessitam para realizarem diagnósticos de seus pacientes. Mas em 50 anos muitos testes se tornaram automatizados e, consequentemente, muitos profissionais biomédicos perderam o emprego. Opinião Apenas para justificar o título deste artigo, proponho comparar o exercício da biomedicina apenas na área de hematologia, área em que atuo há mais de quatro décadas. Biomédicos hematologistas que exercem funções profissionais em hospitais da Inglaterra, França e Estados Unidos da América, por exemplo, têm importantes funções extra - laboratoriais no atendimento aos chamados de emergências em acidentes que causam perda de sangue em acidentados, em cuidados auxiliares em unidades de pediatria e em oncologia, principalmente para pacientes que perdem sangue por hemólises inexplicáveis, entre outras situações. Ou seja, atuam como profissionais de saúde em situações de excepcionalidades para auxiliarem em resoluções de problemas que, na ausência de médicos, propõe formas de encaminhamento para os serviços especializados. Os biomédicos que as empresas de serviços médicos contratam nesses países são aqueles que têm bons conhecimentos de organização laboratorial, possuam bases técnicas em programas de automação laboratorial e saibam atuar como profissionais de saúde em situações de excepcionalidade. O valor de mercado do biomédico nos países citados, entretanto, os tornam mais competitivos se souberem prestar atendimentos de urgências laboratoriais para diversos tipos de exames. Mais recentemente, em todo o mundo, inclusive no Brasil, biomédicos com bons conhecimentos científicos e tecnológicos das principais análises moleculares, notadamente as direcionadas para diagnósticos dos tipos mais prevalentes de câncer, talassemias maior, doenças hemorrágicas, doenças trombóticas e diabetes, principalmente, obtém vagas de trabalho em instituições de qualidade. Outra novidade se refere às clínicas médicas que possuem diversidades de especialidades afins, por exemplo, cardiologia, medicina vascular e endocrinologia, requisitam biomédicos que saibam sintetizar artigos científicos, preparar artigos científicos para apresentação em congresso, entre outras formas de prestação de serviços especializados. O Brasil, apesar de toda a bagunça corrupta promovida por grupos políticos, sindicais e empresariais que se organizaram para este fim ao longo dos últimos quinze anos, ainda tem em suas pessoas honestas, competentes e idealistas a esperança em manter centros médicos e científicos num patamar de respeitabilidade e competência, muitos dos quais precisam de biomédicos com as proficiências acima relatadas. Nesse sentido, os cursos de biomedicina precisam ser repensados na formação de seus profissionais com a qualidade que hoje se requer, em contraposição àqueles que ainda repetem formulas de ensino de cinquenta anos atrás, ou seja, do século passado. Um Rio chamado Francisco Ligia Maria Mussolino Camargo Sócia da empresa Décio Camargo Ltda, professora de Língua Portuguesa. Ocupa a cadeira nº 24 da Academia Santarritense de Letras [email protected] Falar de um Rio é falar de VIDA, é falar da existência do ser humano na TERRA, assim falar de rios brasileiros é falar do POVO brasileiro. O Brasil é o país que possui a maior biodiversidade do planeta, sendo que biodiversidade é a diversidade da natureza, ela fala da riqueza e da variedade do mundo natural. O Brasil tem inumeráveis Bacias Hidrográficas, que compreendem o rio e seus afluentes, assim temos a Bacia do rio São Francisco, do Amazonas, do Tietê entre muitas outras. Infelizmente muitos desses rios, estão com suas margens e seus afluentes devastados, poluídos, alguns quase mortos. É isso que vimos acontecer, por exemplo, com o rio São Francisco, na novela das vinte horas “ Velho Chico”. Rio São Francisco, Velho Chico, Rio da Integração Nacional são alguns de seus nomes. Lembro-me, ainda no curso primário, de minhas incansáveis mestras ensinando-nos sobre Rios brasileiros e seus afluentes. Sempre me preocupei com a natureza, é triste ver o rio São Francisco sendo devastado, a “Cachoeira de Paulo Afonso” com diversas barragens para produzir energia e deixar a Natureza sem opção. E agora a transposição do rio. Assistindo à novela “Velho Chico”, que é apenas uma ficção, uma imitação da realidade, vejo que ela atinge seus objetivos ao levar-nos os reais problemas que acontecem ao rio São Francisco, a ponto de o rio tornar-se também um personagem da novela. Algumas características físicas do Rio da Integração Nacional, que recebe este nome porque integra cinco estados (Mina Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas) e passa por 521 municípios. Sua extensão é de 2811 Km, com 1371 km navegáveis. Uma riqueza imensurável capaz de interligar esses estados. Tem ainda cento e setenta afluentes, sendo um enorme potencial para a economia, para a cultura e para a sociedade como um todo. O plano de transposição do rio São Francisco é um projeto de deslocamento de parte das águas do rio São Francisco. É um projeto polêmico, possuindo muitos pontos negativos e outros positivos, positivo haverá água suficiente para o povo que vive nas áreas áridas e semi- áridas do Nordeste. Negativos: Impacto ambiental causado pela transposição e o racionamento de água. Existem dúvidas se a obra será bem sucedida, ela pode representar a morte do rio, que já possui problemas suficientes. De acordo com ambientalistas e cientistas a melhor maneira e a menos agressiva para minimizar a seca nas regiões do Nordeste brasileiro seria a construção de poços para captação de água de lençol freático, além de 14 reservatórios para coleta da água da chuva. Constituem métodos mais baratos, beneficiam diretamente a população e não agridem o rio, o qual já se encontra deteriorado. O projeto visa à construção de 720 mil metros de canais que irão transferir água do São Francisco para abastecer açudes e rios que desaparecem na seca. Em São Paulo também existe um plano para transposição do rio Itapanhaú, afim alimentar o Tietê, este plano não dimensiona o impacto dessa decisão, que atingirá parte importante da Mata Atlântica. Existe possibilidade de recuperação desses rios? Especialmente do rio São Francisco? Os estudiosos e pesquisadores, a Ciência dizem que sim. Mas, até que ponto iria esta recuperação? Será uma recuperação total, com a volta da pureza e cristalinidade das águas, com as margens e os afluentes recuperados, e com a volta da fauna e da flora, que existiam antigamente? É muito difícil acreditar. O projeto de revitalização do rio São Francisco pouco avançou, o tratamento efetivo do esgoto industrial e urbano das cidades que beiram o rio deveria ser prioridade número um da revitalização e nada foi feito. Nós, brasileiros, precisamos conhecer os recursos naturais nossa biodiversidade. Meio- ambiente deveria ser matéria do currículo escolar. No rio São Francisco meu preito de amor e respeito a todos rios brasileiros e aos povos ribeirinhos! 15 ABHH alerta Sangue de cordão umbilical não é seguro de saúde A Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), entidade sem fins lucrativos cuja missão é representar a comunidade de profissionais da área de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular, manifesta por meio de nota oficial sua preocupação quanto ao armazenamento do sangue de cordão umbilical para uso autólogo (células-tronco do sangue de cordão do próprio indivíduo transfundido para ele mesmo), em casos que não haja indicação médica. Não existe justificativa para armazenar o sangue de cordão umbilical para uso autólogo. No Brasil, os bancos privados de sangue de cordão têm alimentado um comércio baseado em propaganda enganosa, uma vez que vendem a ideia de que com esse ato é possível garantir qualidade de vida e salvamento em casos de doenças no futuro. Sangue de cordão não é seguro de vida. A leucemia, por exemplo, principal causa de câncer em crianças, é a mais citada como argumentação dos bancos privados junto aos pais, como forma de prevenção à saúde. Mas a utilização do próprio sangue de cordão para o transplante desta criança será inútil. Trabalhos na literatura médica demonstram que a carga genética para a leucemia já se encontra presente desde o nascimento. Portanto, em vez de a família pagar a taxa para coletar as células durante o parto, seu congelamento e manutenção, ela pode, se precisar no futuro, acionar a rede pública para realizar o transplante com células de outro doador - já que a compatibilidade necessária para o transplante de células-tronco do sangue de cordão umbilical é menor do que a requerida pelo transplante de medula óssea. No Brasil não há regulamentação para o uso do sangue de cordão umbilical e placentário para fins terapêuticos. A Comunidade Europeia é contra o armazenamento privado, sendo a prática proibida em muitos de seus países. Enquanto isso, os bancos privados de sangue de cordão umbilical brasileiros mudaram a estratégia. Agora querem convencer que o congelamento é necessário porque, no futuro, este sangue pode se utilizado em Medicina Regenerativa. A utilização de sangue de cordão, apesar de ser uma excelente fonte de obtenção de células-tronco, neste tipo de terapia celular ainda se encontra em fase experimental e não deve ser realizada cobrança para estas coletas, já que não há respaldo científico, nem indicações clínicas precisas que deem suporte para este tipo de procedimento. Para se ter uma ideia, o sangue ainda conserva suas propriedades até 20 anos após a coleta, após esse período a “qualidade” desse sangue é reduzida. O país já possui bancos de armazenamento de sangue de cordão umbilical e placentário públicos, como a Rede BrasilCord, lançada pelo Ministério da Saúde em 2004, para o atendimento de pacientes que necessitam de células-tronco e que aguardam transplante de medula óssea. O material é coletado por equipes treinadas, em maternidades conveniadas aos bancos públicos, sob rígidos critérios de seleção de gestantes. As mães assinam um termo de consentimento informado para efetivar a doação aos bancos públicos. Além disso, para ser aceita como doadora de sangue de cordão a mãe passa por uma anamnese semelhante ao doador de sangue, além de uma investigação sobre doenças familiares e maternas, que possam inviabilizar a utilização da bolsa. Atenciosamente, Diretoria da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Célula 16 17 Repensando o planeta Opinião Yussif Ali Mere Jr Presidente da Federação e do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (FEHOESP e SINDHOSP) e do SINDRibeirão [email protected] Foi em 1987 que o conceito de sustentabilidade, da forma como é entendido hoje, surgiu e começou a ser disseminado pelo mundo. A ideia nasceu de um estudo encomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU) a então primeira-ministra da Noruega, Gro Brundtland. O trabalho foi publicado sob o nome “Relatório Brundtland”, ou “Our Common Future”, e ficou mundialmente conhecido por definir que ser sustentável é conseguir prover as necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras em garantir suas próprias necessidades. Na saúde, a definição se encaixa como uma luva, porque é inerente à atividade da saúde. Não há bem-estar sem preservação de um ambiente saudável, em todos os sentidos. A falta de sustentabilidade na natureza, por exemplo, afeta diretamente a saúde das pessoas. A poluição é uma das mais evidentes: estudo de 2014 revelou que mais de 135 mil pessoas morreram de doenças causadas pela má qualidade do ar, somente em São Paulo e Rio de Janeiro, nos seis anos anteriores à pesquisa. Até 2030, mesmo com redução da poluição do ar em 5%, haverá aproximadamente 250 mil óbitos e um gasto público em internações estimado em mais de R$ 1,5 bilhão. Os dados são do Instituto Saúde e Sustentabilidade. Isto é, viver mal e de maneira desorganizada afeta a saúde, o meio ambiente, a qualidade de vida, e o bolso. Está tudo interligado, e não temos como fugir do conceito global da saúde contemporânea. As instituições de saúde não podem mais atuar isoladas, como se cumprissem apenas um único papel na sociedade: o de tratar doenças. Precisam pensar no entorno, na maneira como prestam assistência e no impacto que causam ao fazê-lo. Estudos realizados na Europa, por exemplo, dão conta de que um paciente internado gera três vezes mais lixo do que uma pessoa em sua residência, vivendo em condições normais. No Brasil, já existem instituições atuando sob este olhar integral, que implantaram relatórios de sustentabilidade em suas organizações, tornando públicas as suas informações. Mas é preciso intensificar este trabalho, a fim de se preservar as gerações futuras, e os recursos finitos. Não apenas os naturais, mas também os financeiros. Não há dinheiro suficiente para se oferecer tudo a todos, especialmente se mantivermos o ciclo de cuidados perdulário que temos hoje. A boa formação Dr. Dácio Eduardo Leandro Campos Presidente do CRBM - 1ª Região Diretor da FAAP - Ribeirão Preto-SP [email protected] Oferecer programas especiais de formação pedagógica inicial e continuada, com vistas à formação de docentes para a educação superior, sobretudo nas áreas de interesse da saúde, de acordo com as demandas de âmbito local e regional, e também oferecer programas de extensão é agora o principal objetivo da biomedicina. O modelo de ensino que temos hoje já não prende tanto a atenção de nossos acadêmicos e estudos indicam que após uma aula de determinado tema, esta aula, após passadas 72 horas de ministrada, resta apenas 10% do conteúdo dado absorvido pelo acadêmico. De certo a dinâmica da vida moderna com todos os aparatos tecnológicos para obtenção da informação colabora para a mudança do perfil dos acadêmicos. Para que esta mudança ocorra temos que investir na qualificação dos docentes oferecendo novas possibilidades de acesso à tecnologia, colocando em contato o docente com os especialistas em cada área que podem colaborar apontando as falhas encontradas no mercado de trabalho quando o profissional não teve acesso a informações importantes ou aprendizado pratico condizente com o que se encontra no mercado e assim alterar alguns métodos e conteúdo e agregar informação nova aos assuntos abordados da mesma maneira ao longo de anos de docência. Somos insistentes em informar aos acadêmicos da biomedicina em nossas palestras institucionais sobre a biomedicina e os avanços tecnológicos que a visão de que a profissão começa quando se tem o diploma na mão não é mais viável. A profissão começa no primeiro dia de aula, uma vez que durante o curso de graduação é de extrema importância ampliar os horizontes para fora da sala de aula e observar o mercado, as tendências e iniciar um processo de formatação profissional. 18 É comum observar jovens profissionais que ainda não conseguiram o primeiro emprego e na maioria destes casos notamos que este jovem profissional pecou no momento de planejar seu futuro ou não teve o incentivo necessário para buscar o conhecimento. A biomedicina está trabalhando nas várias comissões formadas para modificar este cenário e o principal objetivo é a formação para o exercício da profissão, com o aprendizado de saberes ligados aos diversos exercícios do trabalho, tanto para os acadêmicos quanto para profissionais que buscam ampliar suas qualificações. Nos cursos de capacitação e aprimoramento promovidos pelas entidades biomédicas a associação brasileira de biomedicina e os conselhos o principal objetivo é ofertar educação profissional e tecnológica, como processo educativo e investigativo, fomentar a produção cultural, o empreendedorismo e o cooperativismo e podemos constatar que há muito a trabalhar para conseguirmos nosso objetivo. Estamos trabalhando arduamente por isso e temos a certeza que o sucesso de nossas ações virão em um futuro próximo. Saudações biomédicas 19 Opinião Séries de interpretações dos exames básicos para avaliação da defesa e oxigenação Maria de Lourdes Pires Nascimento, MD lise dos eritrócitos, favorecendo a contagem das PlaqueHematologista, Universidade Federal da Bahia / UFBa, MD [email protected] A) PLAQUETAS: TROMBOCITOPOIESE, AVALIAÇÕES MANUAL E POR AUTOMAÇÃO As Plaquetas ou Trombócitos são células anucleadas, produzidas na medula óssea a partir de uma célula precursora hematopoiética denominada Megacariócito. A célula precursora das Plaquetas surge de uma célula tronco da medula óssea – STEM CELL – sendo esta a mesma célula que também dá origem as Hemácias e aos Leucócitos (14, 28). Trombocitopoiese Durante a geração das Plaquetas, ou seja a Trombocitopoiese, cada Megacariócito maduro no final das transformações geram entre 10 a 20 Proplaquetas, que por sua vez após todos os processos de transformações geram entre 1.000 a 3.000 Plaquetas. Por dia os adultos produzem 1 x 1011 Plaquetas, um número que pode ser aumentado até 10 vezes se aumentar a demanda (11, 17). As Plaquetas são produzidas pela estimulação da Trombopoietina, uma glicoproteína, que é sintetizada principalmente no fígado e no rim. A Trombopoietina estimula a produção das Plaquetas em um nível 10 vezes acima do valor basal, sem afetar os valores sanguíneos das Hemácias e dos Leucócitos (11, 16, 18, 22). Avaliação Manual e Automação As Plaquetas, quando observadas através da Microscopia Ótica no esfregaço de sangue periférico, apresentam uma aparência simples, onde se mostram como fragmentos citoplasmáticos de aspecto granular. Entretanto a observação através da Microscopia Eletrônica as Plaquetas possuem diversas formas discoides e complexas, em consequencia de suas estruturas internas que estão divididas em quatro zonas (1, 15). Durante muitos anos o Método Manual desenvolvido por Brecher e Cronkite em 1953 (6) foi considerado o único para a Contagem de Plaquetas, sendo complementado através da observação morfológica por microscopia ótica que eram feitas em Esfregaços Sanguíneos corados. Através das Metodologias Manuais, nem sempre se podia obter outras informações das Plaquetas, por causa das variações dos volumes e das formas, das altas capacidades de adesividade e da agregação plaquetária, além da facilidade de se desintegrarem. Estes fatos muitas vezes dificultavam a identificação das Plaquetas, que poderiam ser confundidas com artefatos. Pelos motivos citados anteriormente surgiram diversas Metodologias Manuais: Método Direto, que utiliza a Câmara de Neubauer, Método de Fonio com sulfato de magnésio, Método de Fonio modificado que usa anticoagulante de EDTA, Método de Barbara H. O’Connor, Método de Nosanchuk, Chang & Bennett, Método de Rees-Ecker, Método Alternativo de Estimativa Plaquetária em Lâmina (9, 20, 25, 27). Nos dias atuais a Técnica Manual é usada em pequenos laboratórios com poucos recursos tecnológicos, ou em casos extraordinários para confirmação da contagem automatizada. Usa-se sangue com anticoagulante EDTA que é diluído em uma solução de oxalato de amônia para tas, pela microscopia em contraste de fase. Entretanto as técnicas manuais são demoradas, subjetivas e com elevados níveis de imprecisão, por causa da variação nos resultados, muitas vezes quando a mesma amostra é analisada por mais de um observador (7, 13). Mesmo quando as análises das Metodologias Manuais são feitas cuidadosamente, os resultados podem ser enganosos, principalmente em relação as estimativas dos Volumes Plaquetários (4, 8). Com a evolução tecnológica, que ocorreu nos últimos 30 anos, a Contagem Manual de Plaquetas foi substituída pela Contagem Automatizada em amostras de sangue colhidas com anticoagulante EDTA. Com o advento dos contadores hematológicos automatizados passaram a ser rotina, na execução dos Hemogramas, no mínimo, a Contagem das Plaquetas. Na dependência do tipo de modelo do equipamento hematológico, também encontramos um conjunto de parâmetros plaquetários, que constituem o Plaquetograma. O número total de Plaquetas contadas nos equipamentos automáticos está em torno de 20.000 células (são duas avaliações de 10.000 Plaquetas), fornecendo um resultado mais fidedigno do que as Metodologias Manuais, que geralmente contavam no máximo 100 células. Avaliação Plaquetária por Automação é feita pelo Método da Impedância Elétrica, em equipamento específico denominado Contador Automático de Células Hematológicas, que possui canais de contagem permitindo diferenciar as células sanguíneas através dos seus respectivos volumes, sendo capaz de discriminar as Plaquetas dos Eritrócitos (5, 7). Durante as analises dos contadores hematológicos automatizados, as células de um determinado volume sanguíneo, passam por um orifício específico que é capaz de identificar, agrupar e separar quem são as Hemácias, os Leucócitos e as Plaquetas. Cada Plaqueta (que foi separada) ao passar pelo orifício gera a emissão de um pulso cuja avaliação, estará informando o “tamanho” do seu volume e a contagem de quantas plaquetas passaram. A partir das informações obtidas, automaticamente no próprio equipamento, são feitos determinados cálculos, surgindo os resultados que constituem os exames do Plaquetograma: Contagem de Plaquetas (Plt /mm3), Volume Médio das Plaquetas ou Volume Plaquetário Médio (VPM uu3), Índice de Variação dos Volumes Plaquetários ou PDW (Platelet size Distribution Width), Plaquetócrito (Pct %) e o Histograma Plaquetário. Questões em Relação a Automação nos Resultados dos Plaquetogramas: Em relação a contagem plaquetária dos equipamentos automáticos, surgiram os seguintes questionamentos (2, 7): - Interferência na contagem das Plaquetas da presença de partículas com volumes semelhantes aos das Plaquetas, tais como fragmentos de Eritrócitos, Micrócitos (Hemácias muito pequenas), que poderiam estar sendo contados como Plaquetas grandes e ou Complexos Imunológicos. - Algumas Macroplaquetas e ou Plaquetas Gigantes, por causa do aumento do volume, poderiam ser identificadas como Eritrócitos pequenos. Através de trabalhos científicos, estes questionamentos não foram confirmados, porque: a) Uma Hemácia muito pequena tem volumes que estão, no mínimo em torno de 30 uu3, e uma Plaqueta muito grande terá no máximo 20uu3 (23). b) Em um mesmo sangue antes e depois de ter sido hemolisado a contagem das Plaquetas //mm3 tiveram resultados semelhantes, entretanto o número de Hemácias//mm3, teve os seus valores bem diminuídos após o sangue ter sido hemolisado (24). Diversos analisadores hematológicos possuem um método adicional – Citometria de Fluxo – para a Contagem de Plaquetas, que é um método óptico com uso do laser e que discrimina as Plaquetas dos Eritrócitos, fragmentos de células, macroplaquetas, plaquetas imaturas, complexos imunológicos e restos celulares. Este método permite avaliação do volume e conteúdo das células, melhorando a acurácia da contagem de Plaquetas (3, 7, 25, 26, 29). Vários trabalhos científicos referem que as análises dos diversos equipamentos para as avaliações plaquetárias por automação, possuem resultados confiáveis e equivalentes (10, 12, 30, 31). É importante que existam análises plaquetárias exatas principalmente em casos com diminuições e ou aumentos dos números de Plaquetas (trombocitopenias e trombocitoses), pois estes casos 20 podem estar associados a doenças graves (19, 27). Estudo Morfológico das Plaquetas: Em condições especiais, o Estudo Morfológico das Plaquetas ainda pode ser executado para se confirmar ou excluir determinadas situações, quando se duvida de alguns resultados nos Plaquetogramas, tais como (21): - Plaquetas que apresentam anisocitose excessiva, fato que estará associado ao valor elevado do PDW. - Presença de muitas Microplaquetas ou de Macroplaquetas, situações que são suspeitadas quando os valores de VPM uu3 estão muito abaixo e ou acima da faixa de valor normal. - Na presença de Anomalias Genéticas Hereditárias, que são situações raras, cujos aspectos morfológicos diferentes estão sendo responsáveis pelo funcionamento deficiente das Plaquetas no processo de Hemóstase. Referências 1) Andriolo, A. Editorial. J Brs Patol Med Lab. 45 (5), 2009. 2) Bakovic D, Pivac N, Eterovic D, et al. The effects of low dose epinephrine infusion on spleen size, central and hepatic circulation and circulating platelets. 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Counting platelets in platelet concentrates on hematology analyzers: a multicenter comparative study. Transfusion. 49 (1): 81-90, 2009. 21 Opinião A magia do conflito Pedro Silvano Gunther [email protected] Há exatos 20 anos eu estava em Denver, no Congresso da CLMA (Clinical Laboratory Management Association). A palestra de abertura, intitulada “The Magic of Conflict”, foi ministrada por Thomas Crum, um praticante de Aikido que adaptou os conceitos dessa milenar arte marcial à vida contemporânea. O livro que ele escreveu sobre o assunto ainda hoje é um sucesso de vendas e pode ser encontrado na Amazon. O que disse Thomas Crum naquele dia? Começou descrevendo a jornada típica de um gerente de laboratório. Início de manhã com a recepção lotada de pacientes em jejum, inquietos. Clima tenso. Logo começam a surgir os problemas. Dificuldade para colher sangue de um paciente, queda de um tubo de material já coletado, convênio não cobre procedimento, e por aí vai. Quem lê esta crônica conhece melhor do que eu as dificuldades que acompanham a rotina de qualquer laboratório. Assim como em outros segmentos de negócios e mesmo na nossa vida particular, estamos sempre recebendo “socos”. O curioso é que ele estava vestido de lutador de Aikido e aí fez uma comparação com o boxe. De que forma devemos reagir às agressões? Segurar o problema no peito? Levar o soco “na cara”? Ou antever o golpe, desviá-lo e aproveitar a própria força do oponente para derrubá-lo? Segundo Crum, um conflito é uma dança de energia e se você aceitá-lo, de modo a superá-lo, o aprendizado e o crescimento acontecem naturalmente. Obviamente, falar é mais fácil do que fazer. Mas o simples fato de entender essa lógica já nos alivia e abre uma nova perspectiva. Para os que quiserem aprofundar-se no tema, o livro descreve técnicas e fornece exemplos. Fica claro que a nossa qualidade de vida depende não do que acontece conosco mas do que fazemos com o que acontece conosco. Não fugir do problema, não negar o conflito. Usar sua energia para dar um passo à frente. Thomas Crum, vestido de lutador de aikido, proferindo a palestra. Prevenção Uso de vitamina C não previne gripes e resfriados Com a queda na temperatura nos estados das regiões Sul e Sudeste do Brasil, é comum que a população seja acometida por gripes e resfriados e para prevenção, muitos fazem uso diário de cápsulas efervescentes de vitamina C, que são vendidas indiscriminadamente em farmácias e sem necessidade de prescrição médica. Porém, não há evidência científica que comprove que o uso do nutriente previna o surgimento de infecções como gripe (incluindo o H1N1) e resfriados. O apontamento é da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), a partir de revisão sistemática do Cochrane Database of Systematic Reviews. 22 23 24 25 19º Encontro Nacional de Biomedicina 2016 AGOSTO 10º Congresso Paulista de Infectologia 50º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica Medicina Laboratorial Data- 24 a 27 Local-Mendes Convention Center - Santos-/SP www.infectologiapaulista.org.br/ 2º Congresso Brasileiro de Informática Laboratorial VII CONGRESSO SUL MINEIRO DE LABORATÓRIOS CLÍNICOS O evento será no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro, de 27 a 30 de setembro de 2016. Mais informações: www.cbpcml.org.br Data- 26 a 28/08 Local-Centro de Convenções do Hotel Guanabara-São Lourenço/MG Informações: www.afarbica.com.br [email protected] 23º Congresso da ALAPAC/ML NOVEMBRO XV Congresso Brasileiro de Controle de Infecção e Epidemiologia Data- 9 a 12 / Minascentro-Belo Horizonte/MG www.controledeinfecao2016.com.br OUTUBRO SETEMBRO 62° CONGRESSO BRASILEIRO DE GENÉTICA 11 a 14 de setembro de 2016 - Caxambu-MG 21 a 23 de outubro - Botucatu-SP Mais informações: www.enbm.com.br email: [email protected] Tel: (14) 3880-0857 XV Congresso Brasileiro de Biomedicina e o III Congresso Internacional de Biomedicina De 19 a 22 de outubro de 2016 Local: Parque de Eventos da FUNDAPARQUE Bento Gonçalves/RS. Inf: www.xvbbiomedicina.com.br [email protected] EM Novembro 2017 O evento acontecerá na sede da AMRIGS, em Porto Alegre. Informações: (51) 9388 0060, e-mail [email protected] ou www.las.org.br Anuncie: www.labornews.com.br [email protected] 16 3629-2119 | 99793-9304 E X P E D I E N T E LEIA e anuncie Tel. (16) 3629-2119 (16) 99793-9304 26 27 28