o desenvolvimento da nomenclatura de compostos inorgânicos no

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o desenvolvimento da nomenclatura de compostos inorgânicos no
II Congresso Químico do Brasil
O DESENVOLVIMENTO DA NOMENCLATURA DE COMPOSTOS
INORGÂNICOS NO DECORRER DA HISTÓRIA DA QUÍMICA DA IDADE MÉDIA
À CONTEMPORANEIDADE.
Leandro Diniz Dornellas1,2 (UEPB) Givanildo Gonçalves de Farias4 (UEPB) Jacqueline
Morais da Costa1,3 (UEPB) Jéssica Natacha S. Barros1 (UEPB)
1. Aluno do curso de Licenciatura Plena em Química, Departamento de Química, Universidade Estadual da
Paraiba, Campus I, Campina Grande-PB, Brasil. Email: [email protected];
[email protected]; [email protected];
2. Aluno de Iniciação Científica PIBIC/UEPB
3. Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência PIBID/CAPES
4. Professor Mestre Sc. da Universidade Estadual da Paraíba DQ/CCT/UEPB. Email: [email protected]
RESUMO: Os trabalhos de Lavoisier sobre a nomenclatura química foram bastante
significativos. Os alquimistas utilizavam uma nomenclatura muito particular e de difícil
memorização. Hoje utilizamos na Química, uma nomenclatura internacional fundamentada
num trabalho conjunto de Morveau, Lavoisier, Berthollet e Fourcroy. Contudo, os livros
didáticos do 1º ano do Ensino Médio não apresentam aos estudantes o desenvolvimento
significativo da nomenclatura química inorgânica. Portando este trabalho tem como objetivo
mostrar através de um estudo exploratório a evolução do estudo acerca da nomenclatura
química de compostos inorgânicos – em especial os ácidos – da Idade Média à
Contemporaneidade, com a elaboração de um quadro referencial a fim de comparar a
evolução da nomenclatura com as apresentadas nos livros didáticos.
Palavras-chave: química inorgânica, nomenclatura, ácidos.
INTRODUÇÃO
Tendo em vista a falta de um conteúdo histórico mais aprofundado nos livros
didáticos de Química acerca do desenvolvimento dessa ciência, de seus primórdios até os dias
atuais, este trabalho vem fazer uma abordagem histórica de como foi desenvolvida a
nomenclatura química para compostos inorgânicos que utilizamos hoje com tanta frequência,
como esses compostos eram nomeados por volta do século XVIII e de como eles são
nomeados hoje em dia.
Comumente, os livros didáticos de Química do 1º ano do Ensino Médio não
apresentam aos estudantes um contexto histórico e o desenvolvimento da nomenclatura
química para os compostos inorgânicos.
Portando este trabalho tem como objetivo mostrar através de um estudo exploratório a
evolução do estudo acerca da nomenclatura química de compostos inorgânicos – em especial
os ácidos – da Idade Média à Contemporaneidade. A partir da revisão bibliografia sobre a
nomenclatura química inorgânica no tempo de estudo determinado, identificou-se a maneira
de como os compostos químicos inorgânicos eram nomeados. Com isso elaborou-se um
quadro referencial acerca da nomenclatura química inorgânica da Idade Média à
Contemporaneidade e comparou-se o mesmo, com os livros didáticos de Química do 1º ano
do Ensino Médio.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A necessidade de uma sistematização a respeito da nomenclatura química foi sempre
muito grande, levando em consideração a dimensão de nosso planeta e a quantidade de
pessoas que estudavam esses compostos, nomeando-os, sem se quer conhecer a estrutura
química ou os elementos ali presentes.
Este trabalho fundamentar-se-á em obras que nos leve a compreender esse
desenvolvimento e sistematização da nomenclatura química inorgânica da Idade Média à
Contemporaneidade.
A função primária da nomenclatura química é garantir que a pessoa que escuta ou lê
um nome químico está livre de ambiguidades para o composto químico a que se refere: cada
nome deve referir-se uma única substância.
A Nomenclatura Química Inorgânica
A nomenclatura Química sempre foi um problema e ainda é hoje em dia. Quanto mais
simples e racional for uma nomenclatura, menos hermética será a ciência para seus iniciantes
ou para o público em geral. Ao contrário, uma nomenclatura complicada e cheia de
dificuldades constitui uma barreira entre os especialistas e a sociedade (FILGUEIRAS, 2007).
Antes da adoção generalizada da nova nomenclatura, cada sustância descoberta
recebia um nome que poderia se relacionar com seu processo de obtenção, propriedades,
características, sua origem ou nomes de pessoas. Diversos nomes eram oriundos da Alquimia,
não havendo assim uma sistematização. Os alquimistas mantinham nomenclaturas sem bases
científicas, em geral muito confusas e que variavam de acordo com o país ou a região
geográfica. Por exemplo, o ácido sulfúrico era chamado vitríolo, o nitrato de prata de cáustico
lunar, o álcool etílico de espírito do vinho (VANIN 2005).
Nome alquímico (antigo)
Gás Silvestre
Ácido Vitríolo
Ácido Vitríolo Flogisticado
Ácido Vitríolo Doce
Espírito do Sal
Galena
Litargírio
Nome proposto (atual)
Gás carbônico
Ácido Sulfúrico
Ácido Sulfuroso
Éter Dietílico
Cloreto de hidrogênio
Sulfureto de Chumbo
Óxido de Chumbo
Hoje se encontram em livros, revistas científicas, atividades educacionais, no linguajar
dos químicos e em todas as atividades de comunicação uma nomenclatura científica – da qual
Lavoisier foi pioneiro – que revela a constituição das substâncias e é universalmente adotada,
facilitando a aprendizagem e evitando dificuldades de compreensão.
A proposição de Lavoisier acerca da nomenclatura está baseada em ideias que outros
químicos, entre os quais Guyton de Morveau, Berthollet e Fourcroy, já vinham
desenvolvendo. A proposição era batizar um elemento químico de acordo com as suas
propriedades. Para isso, os autores se voltaram para o conceito de classes e de espécies,
comumente usados na nomenclatura botânica desde a metade do século XVIII e que
estabeleceu as bases da nomenclatura usada até hoje nessa ciência da natureza.
O trabalho desse grupo foi publicado em 1787, sob o título de Método de
Nomenclatura Química, que fez uma profunda reforma na nomenclatura química daquela
época, tomando por base a composição das substâncias, lançando as bases da que se usa
modernamente na Química Inorgânica.
Lavoisier em algumas palavras na Academia em 18 de abril de 1787
afirma que: “é tempo de desembaraçar a Química dos obstáculos de toda a
espécie que retardam seu processo; de introduzir nela um verdadeiro espírito
de análise, e nós estabelecemos suficientemente que era pelo aperfeiçoamento
da linguagem que esta reforma deveria operar-se” (LAVOISIER (1787), apoud.
FILGUEIRAS (2007), p. 105).
Como primeiro passo, todos os produtos químicos foram divididos em duas classes, os
elementos e os compostos de Boyle. Os elementos incluíam as substâncias mais simples ou
fundamentais aquelas que os químicos não foram capazes de decompor até presente
momento. Os compostos eram substâncias formadas de dois ou mais elementos. Assim sendo,
deviam ser designados pela reunião dos nomes daqueles mesmos elementos (NETO, [200-]).
Assim, o fósforo é um nome roubado do grego para designar “luminoso” (literalmente,
“aquele que leva a luz”). O nome “oxigênio”, que até então era chamado de ar flogisticado,
significa “gerador de ácidos”. Neste ponto, cabe apontar um histórico erro de Lavoisier, que
supôs equivocadamente que todo ácido é proveniente do oxigênio (VANIN, 2005).
A nova nomenclatura foi ganhando terreno e propagando-se na Europa, mas não quer
dizer que tenha sido universalmente aceita de imediato: durante ao menos vinte anos, a
proposta foi objeto de viva controvérsia, especialmente pelas mudanças teóricas e
metodológicas que lhe eram subjacentes (VIDAL, et al, 2007, p 29.).
A reforma da nomenclatura química foi completada em 1814 pelo químico sueco John
Berzelius, que eliminou os antigos símbolos da alquimia que eram usadas para as substâncias
químicas.
Berzelius argumentou que “os sinais químicos devem ser letras, para maior facilidade
de anotação. Portanto tomou-se como símbolo químico a letra inicial do nome latino (ou
comum) de cada elemento químico”. Quando a primeira letra era comum a outro elemento,
ele utilizava ambas as iniciais e a primeira seguinte que não era comum (NETO, [200-]).
Elemento
Símbolo
Derivação
Carbono
Cobre
Cálcio
Cromo
Ferro
Potássio
Oxigênio
C
Cu
Ca
Cr
Fe
K
O
Nome comum
Cuprum (latim)
Calx (latim)
Chrom (grego)
Ferrum (latim)
Kalium (latim)
Nome comum
Os
novos
Fósforo
Enxofre
Silício
Estanho
Nome comum
Nome comum
Sílex (latim)
Stannum (latim)
P
S
Si
Sn
símbolos
são
também usados para indicar as proporções atinentes dos elementos que adentram em um
composto. A menor parte de um elemento é chamada de átomo, e a menor parte de um
composto é chamada de molécula.
Os nomes e os símbolos reformados por Berzelius não foram usados extensivamente
até boa parte do século XIX, todavia, eles ajudaram a compreender as descobertas do século
XVIII. Ainda hoje, na linguagem popular, restam resquícios de nomes que resistiram aos
primeiros passos da nomenclatura (NETO, [200-]). Vejamos alguns:
Nome popular
acetileno
anilina
azinavre
bauxita
blenda
bórax
cal extinta
cal viva
carbureto
cianureto
gesso
glicerina
grisú
magnésia
zarcão
potassa cáustica
propana
sal amargo
sal de cozinha
sal de estanho
soda cáustica
uréia
Nome científico
etino
fenilamina
sulfeto de mercúrio
óxido de alumínio
sulfato de zinco
borato de sódio
hidróxido de cálcio
óxido de cálcio
carbeto de cálcio
cianeto de potássio
sulfato de cálcio
1,2,3 propanotriol
metano
óxido de magnésio
tetróxido de trichumbo
hidróxido de potássio
propano
sulfato de sódio
cloreto de sódio
cloreto estanoso diidratado
hidróxido de sódio
carbamida
Definição de Ácidos na Idade Média
Os ácidos de forma geral são o resultado da combustão ou da oxigenação do fósforo,
do enxofre e do carvão (LAVOISIER, 1798).
O entendimento da formação dos ácidos na Idade Média
Com a descoberta do gás oxigênio e através de experimentos com a decomposição do
gás pelo enxofre, fósforo e carvão, acreditava-se que a formação dos ácidos era responsável
pela oxigenação de uma substância qualquer e são diferenciados uns dos outros pela natureza
da substância acidificada. Distinguiu-se também a base acidificável, em todo ácido, a qual
Guyton de Morveau deu o nome de radical, e o princípio acidificante, isto é, o oxigênio
(NETO, [200-]).
A nomenclatura dos ácidos em geral na Idade Média.
A palavra ácido será o nome genérico. Cada ácido será, em seguida, diferenciado na
linguagem, como o é na natureza, pelo nome de sua base ou do seu radical. Chamar-se-á,
portanto, ácidos de forma geral o resultado da combustão ou da oxigenação do fósforo, do
enxofre e do carvão. O primeiro chamar-se-á ácido fosfórico; o segundo, ácido sulfúrico; o
terceiro, ácido carbônico. Do mesmo modo, para outras sustâncias que viessem a serem
descobertas, tomaria emprestado o nome da base à designação específica de cada ácido
(LAVOISIER, 1789).
Nomeação dos ácidos na Idade Média
Os ácidos foram nomeados a partir de seus elementos ou de sua base acidificável, pela
adição do sufixo ico. Se o mesmo elemento constituísse dois ácidos, aquele que apresentasse
menor quantidade de oxigênio receberia o sufixo oso e o de maior quantidade, o sufixo ico
(LAVOISIER, 1789).
Classificação dos ácidos na Idade Média.
Os ácidos eram classificados em três reinos: os ácidos minerais, os ácidos vegetais e
os ácidos animais.
Ácidos minerais – eram os resultados da oxigenação das substâncias combustíveis
simples conhecidas até aquele presente momento: o fósforo, o enxofre, o carbono e o
hidrogênio.
Exemplos: ácido sulfúrico, ácido carbônico.
Ácidos vegetais – eram as combinações das substâncias simples combustíveis umas
com as outras para formar corpos combustíveis compostos, percebendo assim que os
óleos, em geral, principalmente os óleos fixos dos vegetais, pertenciam a essa classe e
eram todos compostos de hidrogênio e carbono.
Exemplos: ácido acético, ácido cítrico.
Ácidos animais – esses ácidos eram tidos como muito complexos, pois, entram na
combinação da maior parte deles as quatro bases acidificáveis: o hidrogênio, o
carbono, o fósforo e o azoto.
Exemplos: ácido fórmico, ácido prússico.
A definição de ácido de Arrhenius
Na contemporaneidade os ácidos são definidos como compostos que em solução
aquosa se ionizam, produzindo como íon positivo apenas cátion hidrogênio (H+) (FELTRE,
2008).
O H+ é, nessa perspectiva, o responsável pelas propriedades comuns a todos os ácidos,
sendo chamado, por esse motivo, de radical funcional dos ácidos.
Classificação dos ácidos
De acordo com o número de hidrogênios ionizáveis
Monoácidos: na ionização, a molécula produz apenas 1 H+ (HCl, HNO3 etc.).
Diácidos: na ionização, a molécula produz 2 H+ (H2SO4, H2CO3 etc.).
Triácidos: na ionização, a molécula produz 3 H+ (H3PO4, H3BO3 etc.).
Tetrácidos: na ionização, a molécula produz 4 H+ (H4P2O7, H4SiO4 etc.).
De acordo com a presença ou não de oxigênio na molécula
Hidráxidos: não contêm oxigênio (HCl, H2S, HBr etc.).
Oxiácidos: contêm oxigênio (HNO3, H2SO4, H4P2O7 etc.).
De acordo com o grau de ionização
Para medir a maior ou menor extensão de uma ionização, usa-se o chamado grau de
ionização, que é apresentado pela letra :
=
Formulação dos ácidos
ú
ú
é
é
Todo ácido é formado pelo cátion H+ e por um átomo ou grupo de átomos com carga
negativa (ânion ou radical negativo). Observa-se também que a carga total positiva dos H+
deve anular a carga total do radical negativo, de tal modo que a molécula seja eletricamente
neutra.
Nomenclatura dos ácidos
Os nomes dos hidrácidos são formados acrescentando-se a terminação ídrico às
primeiras letras do nome do elemento químico.
HCl – ácido clorídrico
HI – ácido iodídrico
Quando o elemento forma apenas um oxiácido, usa-se a terminação ico.
H2CO3 – ácido carbônico
Quando o elemento forma dois oxiácidos:
Ácido.............................ico → Nox. maior
(nome do elemento) oso → Nox. menor
Quando o elemento forma três ou quatro oxiácidos:
Ácido per...............................ico
preferencial
Ácido.....................................ico
Ácido.....................................oso
Diminuição do Nox.
do elemento central
Ácido hipo............................oso
+7
HClO4 – ácido perclóico
+5
HClO3 – ácido clóríco
METODOLOGIA
+3
HClO2 – ácido cloroso
+1
HClO – ácido hipocloroso
Realizou-se uma pesquisa exploratória acerca da nomenclatura química inorgânica –
em especial os ácidos –, a fim de verificar seu desenvolvimento no decorrer da história
através de uma revisão bibliográfica de alguns capítulos da obra Tratados Elementar de
Química escrito por Lavoisier no século XVIII, O estabelecimento da Química Moderna
escrito por Carlos Filgueiras e Alquimistas e químicos: O passado, o presente e o futuro
escrito por Vanin, além de artigos na internet entre outros. O procedimento metodológico
aplicado será o analítico descritivo através de um quadro referencial sobre a nomenclatura dos
ácidos da Idade Média à Contemporaneidade, a fim de verificar a mudança da nomenclatura
química para esses compostos.
Foram utilizadas as obras citadas acima, como fundamentação teórica para um melhor
entendimento acerca da nomenclatura química dos ácidos, como o Tratado Elementar de
Química escrito por Lavoisier no século XVIII, onde ele faz todo um estudo sobre a
composição dos ácidos, de como eram nomeados pelos alquimistas e estabelece uma
nomenclatura química para esses compostos que até hoje é utilizada, como os sufixos ico e
oso. O estabelecimento da Química Moderna escrito por Carlos Filgueiras está baseado na
obra de Lavoisier, citado anteriormente, e relaciona a nomenclatura alquimista e a adotada por
Lavoisier, com a nomenclatura utilizada atualmente. A obra de Vanin, Alquimistas e
químicos: O passado, o presente e o futuro dá um complemento a estas outras duas.
Para a efetuação da amostra, foram utilizados alguns capítulos do Tratado Elementar
de Química: capítulo V, que fala da decomposição do gás oxigênio pelo enxofre, fósforo e
carvão, e da formação dos ácidos em geral, o capítulo VI, que fala da nomenclatura dos ácidos
em geral e, particularmente, daqueles obtidos do salitre e do sal marinho e o capítulo XI, onde
retrata as considerações sobre os óxidos e os ácidos de várias bases e sobre a composição dos
materiais vegetais e animais.
Da obra, O estabelecimento da Química Moderna, foram utilizados às páginas de 103
a 108 onde retrata a nova nomenclatura química estabelecida por Lavoisier no século XVIII.
O capítulo 3 da obra Alquimistas e químicos: O passado, o presente e o futuro escrito
por Vanin dá um enfoque a respeito da nomenclatura química.
Para os livros didáticos foram utilizados apenas o capítulo referente às funções
inorgânicas e para a nomenclatura a parte referente aos ácidos.
Para a nomenclatura dos ácidos utilizada atualmente foram revisados três livros
didáticos de Química, o de Ricardo Feltre (2008), Sardella (2000) e Tito e Canto (1999), a fim
de compará-los com a nomenclatura dos ácidos formulada por Lavoisier e outros. E um artigo
eletrônico postado por Luiz Ferraz Neto, que faz uma abordagem sobre os primeiros passos da
nomenclatura química.
Como instrumento de coleta de dados utilizou-se a análise textual sobre o
desenvolvimento da nomenclatura de compostos inorgânicos no decorrer da história da
química da Idade Média à Contemporaneidade e como instrumento de análise desses dados,
foi utilizada a Análise de discurso a respeito da nomeação desses ácidos da Idade Média à
Contemporaneidade.
RESUTADOS E DISCURSÕES
A seguir será apresentado o quadro referencial elaborado, acerca da evolução da
nomenclatura química inorgânica da Idade Média à Contemporaneidade.
Nomenclatura Alquimista
Nomenclatura do século XVIII
Nomenclatura IUPAC
Ar fixo
Ácido de vitríolo
Ácido de vitríolo
desflogisticado
Ácido azótico
Espírito do sal
Ácido nitroso fumegante
Sal sedativo de Homberg
Ácido do limão
Ácido das formigas
O ácido do vinagre
As flores de benjoim
Ácido fosfórico
Ácido carbônico
Ácido sulfúrico
Ácido sulfuroso
Ácido carbônico
Ácido sulfúrico
Ácido sulfuroso
Ácido nítrico
Ácido muriático
Ácido nitroso
Ácido borácico
Ácido cítrico
Ácido fórmico
Ácido acético
Ácido benzoíco
Ácido fosfórico
Ácido nítrico
Ácido clorídrico
Ácido nitroso
Ácido bórico
Ácido cítrico
Ácido metanoico
Ácido etanoico
Ácido benzóico
Ácido fosfórico
QUADRO REFERENCIAL: Nomenclaturas químicas inorgânicas
Comparação entre o quadro referencial e os livros didáticos de Química do 1º do
Ensino Médio.
O quadro referencial apresenta não só a nomenclatura química dos compostos
inorgânicos utilizada na Idade Média, como também apresenta a nomenclatura que os
Alquimistas utilizavam nos primórdios da Química e a nomenclatura utilizada pela IUPAC.
Enquanto que nos livros didáticos de Química do 1º ano do Ensino Médio, apresentam apenas
a nomenclatura sistemática adotada pela IUPAC para a Contemporaneidade, utilizando a
definição de ácido de Arrhenius. Foram revisados três livros didáticos de Química (Ricardo
Feltre [2008], Sardella [2000] e Tito e Canto [1999]) e nenhum apresentou o contexto
histórico de como a nomenclatura química inorgânica foi desenvolvida.
CONCLUSÃO
De uma maneira geral, pôde-se concluir que os livros didáticos de Química do 1º ano
do Ensino Médio utilizados nesta pesquisa não apresentam aos estudantes um contexto
histórico acerca do desenvolvimento da nomenclatura química para os compostos inorgânicos.
A partir desse trabalho de investigação mostrou-se que há a necessidade de se
estabelecer algumas regras na elaboração de livros didáticos de química para que os
conteúdos sejam apresentados de forma mais histórica, para que o estudante possa conhecer
de onde surgiu e não pense que tudo acontece como um passe de mágica, deve-se mostrar que
leva-se tempo e são necessários muitos anos de estudos para elaborar tais definições.
Portanto, cabe aos educadores aprofundar-se nessa ciência a fim de obterem um maior
conhecimento acerca do desenvolvimento histórico da Química, buscando outras fontes de
informações e não se prendendo apenas aos livros didáticos, para que haja a possibilidade de
um aprendizado mais significativo e de maior qualidade.
REFERÊNCIAS
FELTRE, Ricardo. Química. 7. ed. São Paulo, Moderna, 2008. v. 1.
FILGUEIRAS, Carlos A.L. Lavoisier: o estabelecimento da química moderna. 2. ed. São
Paulo, Odysseus, 2007.
LAVOISIER, Antoine Laurent. Tratado elementar de química. Tradução de Fulvio
Lubisco. São Paulo: Madras, 2007.
VANIN, José Atílio. Alquimistas e químicos: o passado, o presente e o futuro. 2. ed. São
Paulo, Moderna, 2005.
NETO, Luiz Ferraz. Os primeiros passos da nomenclatura química. Disponível em:
www.feiradeciencias.com.br. Acesso em: 05 mai. 2011.
PERUZZO, Tito Maragaia; CANTO, Eduardo Leite do. Química. 1. ed. São Paulo, Moderna,
1999.
SARDELLA, Antônio. Química. 5. ed. São Paulo, Ática, 2000.
VIDAL, P. H. O.; CHELONI, F.O.; PORTO, P.A. O Lavoisier que não está presente nos
livros didáticos. Disponívem em: www.quimicanovaaescola.com.br. Acesso em: 03 mar.
2011.

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