Paradigmas de políticas públicas: Energia
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Paradigmas de políticas públicas: Energia
ALESP – Instituto Legislativo Paulista - São Paulo, Novembro de 2004 Paradigmas de políticas públicas: Energia Ildo Luís Sauer* Instituto de Eletrotécnica e Energia Programa de Pós Graduação em Energia da USP *Atualmente Diretor de Gás e Energia da Petrobras Roteiro 1. Noção de energia – uma visão histórico-social 2. O processo de organização da indústria de rede 3. A natureza do problema 4. Um novo modelo 1. A discussão de propostas 2. O modelo do Governo Lula para o setor elétrico 3. O modelo vigente para o setor de petróleo e gás 2 Noção de energia – uma visão históricosocial Noção de energia • “A palavra ENERGIA aparece associada à noção de TRABALHO, pela primeira vez, julgamos, nas obras de Kepler e nas de Galileu, mas, obviamente, com formas de expressão extremamente nebulosas. É preciso mais de um século para, com Euler, se definir claramente um esforço, equivalente ao trabalho, medido pelo produto da força pelo caminho percorrido (1755), igual ainda ao produto da massa por metade do quadrado da velocidade, ou seja, a força viva (1695). Jung volta a utilizar essa noção do trabalho (1807) mas só em 1852, Rankine usa o termo energia como sinônimo de trabalho; a ele também se devem os conceitos de energia potencial e cinética (1859). Esses conceitos já tinham sido compreendidos por Leibnitz quando em 1695 fez uma distinção entre força viva e força morta. O próprio vocábulo trabalho, com o sentido atual, deve-se a Poncelet, que o utilizou pela primeira vez em 1826.” Fonte: Gibert, A. Origens históricas da física moderna. Lisboa: Fund. Gulbenkian, 1988. 4 5 Energia ≈ 1850 Noção recente Força Energia para entender o movimento Mecânica; Eletromagnética; temodinâmica Galileu Kepler Copérnico Tycho Brahe Newton Pascal Torricelli Bernoulli Huygens Coulomb Volta Oersted Franklin Ampere Faraday Da Vinci Energia nuclear Matéria/energia e processos nucleares Newcomen Savery Mayer Carnot Clapeyron Thompson Kelvin Clausius Poggendorff Lavoisier Bohr Born Hahn/Meitner/Strassmann Compton Heisenberg Hertz Joule Watt von Siemens Edison Black Boltzmann Celsius Fahrenheit Laplace Einstein Curie, Marie S Joliot-Curie, F. Fermi Planck Noção de energia Máquina • engenho destinado a transformar uma forma de energia em outra e/ou utilizar essa transformação para produzir determinado efeito [Genericamente, classificam-se as máquinas em simples, as constituídas de uma só peça (são elas: a alavanca, a cunha, o eixo, o parafuso, o plano inclinado e a roda) e compostas, aquelas cuja operabilidade depende da ação combinada de duas ou mais partes (são elas: a vapor, de explosão, de combustão, pneumática, elétrica, eletrônica, nuclear).] Estes equipamentos estão materializados para as sociedades antigas, pois são conhecidos e utilizados a fim de aproveitar o movimento, transformando-o em “serviços”, “finalidades”... 6 Noção de energia A máquina de Heron (Aeolipile) e a sociedade grega (70 AC – 10 AC) “mas o que realmente agitava a alma de Heron eram as novidades: bugigangas pneumáticas, autômatos e teatros mágicos…” But what really stirred Heron's soul were novelties: pneumatic gadgets, automata, and magic theaters, one of which rolled itself before the audience on its own power, cranked through a miniature three-dimensional performance, and then made its own exit. Another staged a Dionysian mystery rite with Apollonian precision: Flames lept, thunder crashed, and miniature female Bacchantes whirled madly around the wine god on a pulley-driven turntable 7 8 Noção de energia • Mercantilismo e a noção de movimento – A grande síntese para compreender o movimento a FORÇA 9 Noção de energia • Manufatura e o desenvolvimento da máquina a vapor Heron Aeolipile 70 A.C. 10 A.C. L'éolipyle de Héron d'Alexandrie La machine de Papin La machine de Savery La machine de Newcomen La machine de Watt 10 Noção de energia • Leis termodinâmicas e a indústria – EN (DENTRO) ERGON (AÇÃO) energia • ação interior capacidade de fornecer trabalho Mayer – 1a Lei da Termodinâmica (1842) – Quando uma quantidade de energia, de qualquer natureza, desaparece numa transformação, então, produz-se uma quantidade igual, em grandeza, de uma energia de outra natureza. • Carnot – 2a Lei da Termodinâmica (1824) – Uma máquina cujo motor é o calor não pode produzir trabalho sem emprego de duas fontes de calor a temperaturas diferentes. • Clausius – sistematizador (1854) – A energia do mundo é constante (1o enunciado) – A entropia do mundo tende para um máximo (2o enunciado) 11 Noção de energia • A inovação tecnológica e o domínio da eletricidade e do petróleo – Problemática no final do século XIX • Transporte • Distâncias Emprego da Eletricidade • Comunicação • Siemens (1847) Construção e implantação de sistemas telegráficos (empresa Telegrafen-Bauanstalt Siemesn & Halske) Riqueza • Conjunto dos bens e serviços à disposição de uma coletividade, um grupo social ou indivíduo. Em termos amplos, é o produto social, apropriado de forma diversa pelos indivíduos em determinada estrutura social. A participação de cada grupo ou cada indivíduo na riqueza social depende do nível de renda individual (que deriva da utilização econômica da riqueza). O conceito de riqueza nacional, muito utilizado pelos economistas clássicos, representa o conjunto dos bens materiais existentes no país. Os primeiros estudos sobre a riqueza nacional foram realizados por William Petty. Adam Smith tratou o tema de forma mais sistematizada no período de afirmação do capitalismo com sua obra “A riqueza das nações”. Fonte: Sandroni. P. Novo Dicionário de Economia. São Paulo: Best Seller, 1994. 12 13 Riqueza • Preços do petróleo desde 1861 – US$/barril Fonte: BP Statiscal Review of World Rnergy, 2004 14 Riqueza O preço Urânio - petróleo Fonte: Sauer, 1981. Riqueza • O preço de mercado destas matérias primas é regulado pelo preço individual das matérias primas produzidas nas piores condições, mas ainda necessárias para satisfazer a demanda, constituindo as condições limites. Os produtores que produzem nestas condições obtêm justamente o benefício médio (para a economia) e os que produzem em melhores condições obtêm um sobre-benefício ou excedente que se constitui numa renda diferencial, enquanto os que produzem em condições piores que as limites são eliminados do mercado. Nas condições atuais é o oligopólio do petróleo que provê a grande massa de matérias energéticas necessárias no mercado mundial, e o carvão se apresenta como a principal alternativa capaz de satisfazer parte considerável destas necessidades. – (Conceitos referenciados em Marx e Massarat, apud Sauer, 1981.) Modalidades de renda: • Renda diferencial: geográfica, espacial • Renda técnica: progresso técnico • Renda de monopólio: modo de apropriação 15 O processo de organização da indústria de rede Organização da indústria de rede • O surgimento e organização sob a concepção de mercado - Mundial Intensa centralização das indústrias (final do século XIX) – (...) A concorrência traz a aceleração nos investimentos em capitais fixos que podem redundar na diminuição das taxas de lucro. Para fazer frente a estas questões, as estratégias foram a de centralizar a apropriação das informações e das tecnologias regulação por meio das patentes -, visando controlar o processo de inovação, a gestão dos recursos financeiros, o controle dos principais mercados, além de criar formas institucionais nos organismos multilaterais com objetivo de forjar políticas, que assumidas pelos Estados Nacionais, permitissem o estabelecimento de medidas de regulação da produção e distribuição da energia, com instituições e normas que mediassem os interesses da indústria de energia, que se tornara mundial desde o princípio do século XX, aos interesses hegemônicos nos territórios nacionais. – (...) na Europa são os alemães (Siemens e AEG) que dirigem o movimento graças a duas grandes empresas que exploram as patentes dos dois gigantes americanos (GE e Westinghouse) (...) Essas quatro grandes da construção elétrica serão, em seguida, ladeadas por algumas outras como a Brown Broveri (Suíça), a General Electric e Parsons (Reino Unido). Todas essas firmas tecem a seu redor redes cerradas de acordos comerciais e tecnológicos, inicialmente com outras firmas européias (França, Itália, Espanha) em seguida, depois da primeira Guerra Mundial, com as firmas japonesas Toshiba e Hitachi, licenciadas pela GE, Mitsubishi pela Westinghouse e a Fuji Electric pela Siemens. – (...) Acordo de Compensação Internacional (INCA) como forma de impedir a competição e também acomodar a elevação dos preços dos produtos de nove corporações internacionais (AEG e Siemens da Alemanha, British Thompson-Houston, English Electric, GEC, Metropolitan Vickers, do Reino Unido, Brown Broveri, da Suíça, International General Electric e Westinghouse Electric International, dos EUA). Pelo Acordo, as corporações participantes se obrigavam a comunicar ao cartel todas as consultas de fornecimento de materiais elétricos,. 17 18 Organização da indústria de rede Principais Membros da International Electrical Association (IEA) em 1936 Empresas País Produtos (ver abaixo *) AEG Alemanha A,B,C,D,E,F,G,H,K,L,N,P British Thomson-Houston Inglaterra A,B,C,D,E,F,G,H,K,L,N,P Brown Boveri & Co. Suiça A,B,C,D,E,F,G,H,K,L,N,P English Electric Co. Inglaterra A,B,C,D,E,F,G,H,K,L,N,P,W General Electric Co. Ltd. Inglaterra A,B,C,D,E,F,G,H,K,L,N,P International General Electric EUA A,B,C,D,E,F,G,H,K,L,N,Z Metropolitan-Vickers Inglaterra A,B,C,D,E,F,G,H,K,L,N Siemens Alemanha A,B,C,D,E,F,G,H,K,L,N Westinghouse Electric International EUA A,B,C,D,E,F,G,H,K,L,N,P,Z ASEA Electric Ltd. Suécia A,B,C,D,E,F,G,H, Escher Wyss Eng. Suiça A,W J. M. Voith-Heldenheim & St. Poelten Alemanha W Ateliers des Chamielle S.A. Suiça W Legenda: A – Turbina a vapor ; B – Alternadores acionados por turbina a vapor; C – Compressores e ventiladores; D – Geradores e motores maiores de 200 KVA/HP; E – Alternadores acionados por turbinas hidráulicas; F – Compressores rotativos; G – Disjuntores de alta e baixa tensão; H – Transformadores; I – Conversores rotativos; K – Retificadores; L – Material de tração elétrica; N – Equipamentos para manobra de peso; P – Equipamento elétrico para acionamento de laminadoras; Z – Porcelanas de isolamento; W – Turbinas hidráulicas Organização da indústria de rede • Formação da indústria de serviços no Brasil - eletricidade – A organização da indústria elétrica brasileira • (...) Esta foi organizada, - no seu início -, com o emprego das novas tecnologias, para utilização enquanto bens de consumo. Desse modo, a concepção do projeto, dos equipamentos, das instalações e a manutenção estavam sob total controle das indústrias fornecedoras das tecnologias empregadas. Isto proporcionava a criação da demanda de uma cadeia de produtos, segundo os interesses de difusão e criação de novos mercados da nascente indústria elétrica dos países centrais do capitalismo. – O desenvolvimento, no final do século XIX • Intensificação do processo de urbanização brasileira – São Paulo e Rio de Janeiro (Distrito Federal), • Determinação da demanda de uma série de serviços, tais como: sistema de transportes de pessoas e cargas, sistema de iluminação pública, distribuição e venda de energia elétrica, sistemas de telefonia, entre outros. 19 Organização da indústria de rede • Formação da indústria de serviços no Brasil - eletricidade – A Light • em Junho de 1889, obteve a autorização de funcionamento no Brasil – Estratégias • conquista e a manutenção das concessões dos principais centros urbanos potencias de consumo, caso de São Paulo e Rio de Janeiro. • no atendimento do mercado de transporte e de energia elétrica, tratou de eliminar os concorrentes locais, absorvendo os seus mercados. Entre 1915 e 1945, a Light, centrando seus serviços em uma área territorial reduzida, detinha mais de 40% da capacidade instalada brasileira. • No campo regulamentar, a Light buscou, desde o princípio, assegurar contratos de concessão de longo prazo, além de dotá-los com cláusulas que impunham nos serviços e produtos, oferecidos no território brasileiro, o preço internacional. o que foi proporcionado pela polêmica “cláusula ouro”. • Na área de produção, procurou levantar e garantir a exploração da energia elétrica por meio dos potenciais hidráulicos, uma vez que a energia elétrica de origem hidráulica tem seu custo de produção bem menor do que as de origem térmica, ou seja, procurando também, garantir a conquista da renda hidráulica 20 Organização da indústria de rede • Formação da indústria de serviços no Brasil - eletricidade – Amforp • começou no Brasil em 1927, montando duas subsidiárias: as Empresas Elétricas Brasileiras e a Companhia Brasileira de Força Elétrica – Estratégias • concentrou suas atividades no interior de São Paulo e na maioria das capitais de estados brasileiros não atendidas pela Light. • ao verificar a existência de grande um número de pequenas companhias possuidoras de instalações de geração e distribuição operando de forma isolada no interior de São Paulo - considerando a tecnologia existente nos anos 1920 -, vislumbrou a possibilidade de realizar bons negócios sem dispensar grandes investimentos na geração e distribuição de energia elétrica, bastando incorporar as empresas com suas respectivas instalações e providenciar a interconexão elétrica entre os municípios, otimizando a operação das hidrelétricas e de todas as instalações da região. • deu-se início ao que veio a ser o Sistema Interligado Nacional. A freqüência foi uniformizada em 60 Hz, as linhas de transmissão foram modernizadas com a construção de uma rede em 66 kV. Pela primeira vez no Brasil, um sistema elétrico operou interligado, como uma unidade, com despacho de carga centralizado, maximizando os aproveitamentos hidráulicos e melhorando principalmente a eficiência econômica do conjunto das instalações. Destaca-se que a estratégia, já àquela época, era a de comprar ativos existentes 21 Organização da indústria de rede • Formação da indústria de serviços no Brasil - eletricidade – Regulação • Para evidenciar o longo interregno marcado por pouca ou nenhuma regulação no setor elétrico brasileiro, apresenta-se a parca legislação relevante implementada desde o início da indústria elétrica (fins do século XIX) até o ano de 1931: – 31/12/1903 – Artigo 123 da Lei 1.145 - Autorizou o Governo Federal a promover o aproveitamento hidráulico para os serviços federais; o Decreto 5.407, de 27-12 –1904, regulou o aproveitamento mencionado. – 20/09/1906 – Lei 1.167 – Autorizou o Executivo a elaborar projeto do Código de Águas. – 10/02 /1931 - Decreto 19.684 - É criada a Comissão Legislativa responsável pela elaboração do Código de Águas. – 15/09/1931 – Decreto 20.395 – Como resultado dos trabalhos da Comissão de elaboração do Código de Águas é editado este decreto, que objetivava suspender qualquer transação contendo jazidas minerais e quedas d’águas, que oportunizassem: “operações, reais ou propositadamente simuladas, que dificultem, oportunamente a aplicação de novas leis ou frustrem a salvaguarda do interesse do país” 22 Organização da indústria de rede • A crise na produção e o aparecimento do Estado de Bem Estar – Indústria elétrica brasileira - regulação • 27/11/1933 – Decreto 23.501 – Fim da cláusula-ouro, cláusula que fazia parte da maioria dos contratos de prestação de serviços públicos, inclusive os de energia elétrica, indexando o valor dos serviços aos preços internacionais. No caso da energia elétrica, esta cláusula integrava os contratos da Light desde o seu primeiro contrato assinado no país em 1900. – incorporou ao patrimônio da União a propriedade das quedas d’água, separandoas das terras em que se encontram; – atribuiu à União a competência de outorga ou concessão para aproveitamento de energia elétrica; – resguardou os direitos daqueles que já exploravam potenciais hidráulicos para exploração de energia elétrica; – adotou o regime de monopólio da exploração dos serviços de eletricidade, mediante a instituição de concessão a ser outorgada por decreto do Presidente da República; – subordinou a fiscalização ao Poder Concedente; – instituiu os princípios do “serviço pelo custo” e do “lucro limitado e assegurado” – e também, deu início a nacionalização dos serviços, restringindo sua concessão a brasileiros ou empresas organizadas no país. 23 24 Organização da indústria de rede • A crise na produção e o aparecimento do Estado de Bem Estar – Indústria brasileira - Paradigma keynesiano e desenvolvimentista Sistema Eletrobrás Sistema Petrobras Sistema Telebrás Organização da indústria de rede Brasil “Constituem campos de atuação próprios da área privada os setores diretamente produtivos: (...) A verdade, é que assumindo a maior responsabilidade pelos setores de Infra-Estrutura econômica, está o setor público, simultaneamente realizando três coisas: - Assume o ônus maior dos setores que demandam investimentos gigantescos, com longos prazos de maturação e, em geral, mais baixa rentabilidade direta. É fora de qualquer dúvida que o Brasil não teria mantido taxas de crescimento da ordem de 10%, no período até 1974, sem os maciços investimentos realizados pela ELETROBRAS e seu sistema, PETROBRAS, TELEBRAS e seu sistema, CVRD, DNER, etc. - Ocupa-se de áreas complementares e viabilizadoras da ação do setor privado, ao invés de envolver-se em atividades competitivas às deste último, que pode, então, responsabilizar-se por campos que demandam menor volume de investimentos, têm mais curto prazo de maturação e mais alta rentabilidade direta. - Evita a presença maciça da empresa de estrangeira nas áreas de infra-estrutura, pois sua saída desse campo teria de ser preenchida, em grande medida, pelo investimento externo. Passa, assim, a presença da empresa estatal, em tais áreas, a constituir elemento de equilíbrio do modelo, permitindo, inclusive, maior flexibilidade no tratamento do capital estrangeiro nos setores não-básicos.” Fonte: Velloso, J.P.R (Ministro do Planejamento do dois governos militares). A solução positiva. São Paulo: Abriltec, 1977. 25 Organização da indústria de rede • O esgotamento do modelo do Estado de Bem Estar – Uma nova síntese: “a produção pelo mercado e o Estado como regulador” 1. a concepção dos projetos hidráulicos e linhas de transmissão de elevados custos por MWh, sem explicitar que estas ações buscavam favorecer a indústria fornecedora de equipamentos e as empresas construtoras; 2. a hipertrofia dos projetos concebidos, caso explícito de Itaipu, que recentemente passou a operar em acordo com a sua capacidade de geração. 3. a implantação de sistema de geração e transmissão destinadas a atrair as indústrias eletro-intensivas com políticas de preços subsidiados; 4. a política tarifária que privilegiava o consumo e subsidiava uma série de segmentos de consumidores, principalmente até 1987; 5. a utilização do setor elétrico como elemento de políticas macro-econômicas pelo governo federal, tais como: captação de recursos externos e instrumento de contenção inflacionária, represando os preços das tarifas das empresas elétricas e inviabilizandoas financeiramente; 6. o relacionamento autoritário estabelecido pelo setor com os diretamente atingidos pelas suas obras, gerando conflitos e movimentos de contestação aos empreendimentos em vários segmentos da sociedade brasileira: Movimento dos Atingidos pelas Barragens, questão indígena, movimentos ambientalistas e no meio acadêmico; 7. a supressão dos investimentos e a utilização das estruturas organizacionais de poder das empresas como instâncias de barganha política em detrimento da eficiência do setor, ocasionando a perda de qualidade dos serviços prestados produzindo o descontentamento dos usuários. 26 Organização da indústria de rede •O esgotamento do modelo do Estado de Bem Estar – Uma nova síntese: “a produção pelo mercado e o Estado como regulador” Um documento que expressa os princípios desta reestruturação, que nestes 12 anos tem direcionado esta política no Brasil é a Lei 8.031, de 12/4/1990, que instituiu o Programa Nacional de Desestatização (PND), para a privatização das empresas controladas direta ou indiretamente pela União. Os objetivos são claros: “I - reordenar a posição estratégica do Estado na economia, transferindo à iniciativa privada atividades indevidamente exploradas pelo setor público; II - contribuir para a redução da dívida pública, concorrendo para o saneamento das finanças do setor público; III - permitir a retomada de investimentos nas empresas e atividades que vierem a ser transferidas à iniciativa privada;” IV - contribuir para a modernização do parque industrial do País, ampliando sua competitividade e reforçando a capacidade empresarial nos diversos setores da economia; V - permitir que a Administração Pública concentre seus esforços nas atividades em que a presença do Estado seja fundamental para a consecução das prioridades nacionais; VI - contribuir para o fortalecimento do mercado de capitais, através do acréscimo da oferta de valores mobiliários e da democratização da propriedade do capital das empresas que integrarem o Programa. O Consenso de Washington (Batista, 1994) • • • • • • privatização acelerada das empresas estatais lucrativas, acentuadamente aquelas de caráter estratégico (telecomunicações e energia), acima de tudo, para o pagamento das dívidas interna e externa; reformas constitucionais, especialmente fiscais e tributárias, para redução dos custos dos impostos aos capitais privados; flexibilização dos direitos trabalhistas; desregulamentação da vida econômica em todas as instâncias; redução dos investimentos do Estado em políticas públicas básicas; reforma do Estado e redução do funcionalismo, visando redução dos gastos gerais de custeio da máquina e com a dívida interna, conseqüente queda da taxa de juros e “elevação” da qualidade dos serviços públicos. 27 Organização da indústria de rede • Brasil - gás natural – A utilização comercial regular do gás natural é relativamente recente e marcada pela superação de dificuldades técnicas, tecnológicas e econômicas. – Origem da indústria internacional • 1785 – Inglaterra – gás manufaturado (não de jazida) para iluminação • 1816 – EUA – mesmas características • 1859 – EUA – sistema industrial – gás de jazida – “Coronel” Drake • Principais entraves: – transporte – EQUIPAMENTOS INSEGUROS (dutos) e CUSTOS ELEVADOS; – defasagem tecnológica – impossibilidade de emprego em usos finais, exceto iluminação; materiais impróprios para a construção de dutos de longa distância. – Brasil • Origem - Final séc . XIX - concessão privada – Barão de Mauá • Utilização – iluminação pública • Tecnologia – vanguardismo e tecnologia de ponta: gás manufaturado de carvão – da origem até final dos anos 1960. Gás de nafta – de 1967 até anos 1980. Gás de jazida – a partir dos anos 1980 (predominantemente gás associado) – Decadência entre décadas de 1910 e 1970 28 Organização da indústria de rede • Brasil - gás natural – Estrutura da indústria internacional • Na origem, duas pontas independentes que interagiam entre si - produção (empresas de petróleo) e uso (empresas de iluminação, que converteram-se em empresas de distribuição) • Fase comercial, até a década de 1970 - verticalmente integrada; fortemente regulada. Segmentos: produção, transporte, distribuição. Preço atrelado ao petróleo (produção) e regulação predominante pelo custo do serviço (transporte e distribuição) • Reestruturação - desregulamentação e desverticalização. Divisão de mercados: commodity e transporte. Introdução do comercializador e do ente regulador. Preço formado no mercado e regulação predominante: por incentivos – Brasil • Organização da indústria – privada, na origem. – Monopólio estatal até a década de 1990. – Reestruturação nos moldes internacionais, a partir de 1995 » Lei 9478 - Criação da ANP » política tarifária iniciada em 2000, com a implementação de regras intermediárias (portaria interministerial MME/MF n. 3, 17/02/2000) » liberação dos preços em 2002, em toda a cadeia, e com a adoção da paridade ao mercado internacional para os preços dos produtores 29 A natureza do problema e propostas de modelo A natureza do problema e propostas de modelo • O contexto da produção e da distribuição de energia no Brasil – O acesso aos serviços – A problemática ambiental • O racionamento – A crise que cria oportunidades de propostas • A construção de uma proposta política – Participação no Instituto Cidadania 31 A natureza do problema e propostas de modelo • Acesso e equidade 32 33 A natureza do problema • Acesso e equidade – Pessoas sem iluminação elétrica por classe de rendimento médio mensal em salários mínimos - Brasil 7 milhões de hab. 6 1992 1993 1995 1996 1997 1998 1999 2001 >1 a 2 >2 a 3 >3 a 5 >5 a 10 >10 a 20 >20 S/Rend. S/Declr. 5 4 3 2 1 0 Até 1 Fonte: IBGE, 2002 (exclusive a área rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá). A natureza do problema • Acesso e equidade 34 A natureza do problema • Acesso e equidade Fonte: www.aneel.gov.br/tarifas praticadas (até nov/2002) e www.fipe.com 35 36 A natureza do problema Acesso e equidade Receita Total das Contas de Eletricidade 18 Receita de Aumento Real Tarifário Receita Conforme IPC 16 Em R$ bilhões • 14 12 R$ 6,5 R$ 3,2 10 8 R$ 2,2 6 4 R$ 8,9 R$ 8,5 2 R$ 6,0 R$ 1,7 R$ 3,4 0 Residencial Industrial Comercial Rural/Outros Fonte: ANEEL/Tarifas Praticadas (até Nov/2002) e elaboração própria. A natureza do problema • Acesso e equidade Fonte: ANEEL. Nesse período o IPC/FIPE variou 103,2% (www.fipe.com) 37 A natureza do problema • Acesso e equidade Fonte: ANEEL. Nesse período o IPC/FIPE variou 110,9% (www.fipe.com) 38 39 A natureza do problema • Acesso e equidade EVOLUÇÃO DAS TARIFAS DE ELETRICIDADE R$/MWh 110 100 90 80 Fornecimento 70 Suprimento 60 50 40 47,2% 30 38,9% 20 1994 1995 1996 1997 1998 1999 Fonte: CCPE/CTEM/ELETROBRÁS – Tarifas Médias do Mercado de Energia Elétrica 2000 40 A natureza do problema Consumo nacional de GLP (mil m3) 14000 • Aumento da taxa de urbanização 12000 • Maior proporção de domicílios com fogão 4,7% a.a. 10000 • Substituição de lenha por GLP nos domicílios 8000 • Crescimento do uso industrial, particularmente na indústria de cerâmica branca 4,9% a.a. 6000 4000 2000 0 1984 1987 1990 1993 1996 1999 2002 residencial industrial Fonte: BEN e ANP outros • Expansão de outros usos comerciais, públicos e em condomínios 41 A natureza do problema Consumo nacional de GLP (mil m3) 14000 -2,5 % a.a. 12000 • Aumento do rendimento dos fogões (até 20% de ganho sobre os mais antigos) 10000 estagnado 8000 6000 • Retomada do consumo de biomassa em regiões mais pobres • Redução de usos indevidos 4000 • Forte substituição por gás natural na indústria e, em menor escala, nos domicílios (São Paulo e Rio) 2000 0 1984 1987 1990 1993 1996 1999 2002 residencial industrial Fonte: BEN e ANP outros 42 A natureza do problema Preço do GLP ao Consumidor Final (Rio de Janeiro) R$ dez-2002/botijão de 13 Kg 35 Liberação dos preços nas refinarias Fim dos subsídios 30 Liberação do preço ao consumidor final 25 20 • Desvalorização cambial Paridade internacional nos preços de realização das refinaria 15 • Preços do Brent sobem 160% dez99/dez98 10 5 Fim da equalização de preços (1994) 0 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 Congelamento e reduções 43 A natureza do problema Preço do GLP ao Consumidor Final (Rio de Janeiro) 33 30 27 24 21 18 15 12 9 6 3 0 -3 -6 jan/95 R$ dez-2002/botijão de 13 Kg jan/96 jan/97 Realização jan/98 Preço ao consumidor jan/99 Subsídios jan/00 jan/01 Margens jan/02 Tributos A natureza do problema Consumo de Derivados de Petróleo e Álcool no Brasil 1970-2001 44 A natureza do problema • A questão ambiental Impactos ambientais – Locais • • • • • Qualidade do ar (emissões) Poluição hídrica (vazamentos, derramamentos) Desmatamento Comprometimento de biodiversidade (inundações) Erosão – Regionais • • • • Chuva ácida (emissões) Radioatividade (acidentes) Poluição atmosférica, hídrica, do solo Desertificação – Globais • Mudança climática (emissões – gases de efeito estufa) • Destruição da camada de ozônio 45 46 A natureza do problema • A questão ambiental Fonte: National Oceanic and Atmosferic Administration, 2002 Fonte: Carbon Dioxide Information Analysis Center, 1999 A natureza do problema • A questão ambiental Mecanismos de mitigação Custos • ECO-92 – Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima: base legal para cooperação internacional no controle do fenômeno de mudanças climáticas, 150 países signatários. – Flexibility mechanisms • Clean Development Mechanisms (Mecanismos de Desenvolvimento Limpo) – Permite que entidades públicas ou privadas de países industrializados implementem projetos de redução de emissões em países em desenvolvimento. • Emissions tradings (créditos de emissões) – Permite que países (Anexo I) com “crédito” decorrente de poluição inferior ao limite vendam esses créditos àqueles com alta carga poluidora. • Joint implementation – Permite atuação conjunta (países do “Anexo I”) para atingir metas de redução de emissões. – Emission reduction units (ERU) 47 48 A natureza do problema • O racionamento – A crise que cria oportunidades de propostas 180 Base 1990 = 100 160 Pot. Instada (MW ) Geração (GW h) 140 120 100 80 60 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 Período % Cap. Instalada % Consumo 1981-1990 4,8 5,9 1991-2000 3,3 4,1 Fonte: SIESE, Eletrobrás. In: Risso, A, 2000 99 00 49 A natureza do problema O racionamento – A crise que cria oportunidades de propostas Nível dos Reservatórios da Região Sudeste 100 90 80 70 60 50 40 jul jul jul Fonte: Operador Nacional do Sistema (ONS) / Deck NEWAVE 2002 jan jul 2001 jan jul 2000 jan jul 1999 jan jul 1998 jan jul 1997 jan jul 1996 jan jul 1995 jan jul 1994 jan 1991 jan 10 1993 jan 20 1992 jan "O Sudeste representa 68% da capacidade de armazenamento de água do Brasil" 30 Em % • 50 A natureza do problema • O racionamento – A crise que cria oportunidades de propostas 60.000 Equivalente em MW médio 55.000 50.000 MÉDIA HISTÓRICA 45.000 1997 40.000 1998 2000 35.000 30.000 1999 2001 25.000 20.000 15.000 0,0139 0,0833 0,1528 0,2222 0,2917 0,3611 0,4306 0,5 0,5694 0,6389 0,7083 0,7778 0,8472 0,9167 0,9861 Curva de Permanência das Afluências da região Sudeste - Média Anual - 1931 a 2002 (Mwmedio) - Energia Natural Afluente Fonte: Operador Nacional do Sistema (ONS) / Deck NEWAVE 51 A natureza do problema • O racionamento – A crise que cria oportunidades de propostas 14.000 Equivalente em MW médio MÉDIA HISTÓRICA (NE) 12.000 1998 1997 10.000 2000 2000 1999 8.000 1997 1998 1997 6.000 2001 2000 2001 2001 1998 1999 MÉDIA HISTÓRICA (N) 1999 4.000 MÉDIA HISTÓRICA (S) 2.000 S 0 0,014 0,083 0,153 0,222 0,292 0,361 0,431 0,500 0,569 0,639 0,708 NE 0,778 0,847 N 0,917 0,986 Curva de Permanência das Afluências das regiões Norte, Nordeste e Sul - Média Anual - 1931 A 2002 (Mwmedio) - Energia Natural Afluente Fonte: Operador Nacional do Sistema (ONS) / Deck NEWAVE 52 A natureza do problema • O racionamento – A crise que cria oportunidades de propostas CAPACIDADE MÁXIMA DOS RESERVATÓRIOS Sistema Interligado MW.mês TWh GWmédios SUDESTE/C.OESTE SUL NORDESTE NORTE 160.884 117.445 14.793 10.799 50.192 36.640 10.693 7.806 13.407 1.233 4.183 891 BRASIL 236.562 172.690 19.714 Consumo no Brasil 2000 *2001 Energia Gerada 2000 *2001 (*) previsão TWh TWh 283,8 306,7 285,0 347,7 322,5 300,0 322,4 53 A natureza do problema • O racionamento – A crise que cria oportunidades de propostas Apropriação de rendas diferenciais e de monopólio • Preços Médios Competitivos (Custos Marginais Crescentes) • Geração atual (vendida a R$50/MWh) • Renda Diferencial: R$15 bilhões/ano Preços “novos”: R$100/MWh para 300 milhões de MWh 54 A natureza do problema • O racionamento – A crise que cria oportunidades de propostas Estimativa da renda petrolífera em 2002 Produção (barris) 547.607.915 Custo (R$, convertido pelo US$ médio p/venda - 2002) 38,10 (US$13,00) Preço (de referência) (R$) 62,96 (US$21,55) Renda Arrecadação - Participações governamentais (R$) 1.Royalties 1.Participação especial 1.Ocupação ou retenção de área 13.612.601.833,44 2.785.578.408,83 3.183.985,00 2.510.181.607,00 146.523.482,00 1.Bônus de assinatura 92.377.971,00 1.Pagamento aos proprietários de terra 33.311.363,83 Fonte: ANP, 2003. Nota: Não estão incluídos os tributos e contribuições sociais atualmente incidentes sobre as operações envolvendo combustíveis, que são: Imposto sobre Importações, quando aplicável; Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS); Contribuição para o Programa de Integração Social do trabalhador e de formação do patrimônio do servidor público (PIS/Pasep); Cofins (Contribuição social para o financiamento da seguridade social); e CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras) (ANP, 2001). 55 A natureza do problema Arrecadação anual da CIDE* - valores de 2001 Combustível Un. CIDE Dedução CIDE Consumo R$/un. R$/un. líquida anual pis-pasep cofins R$/un. Un. Receita (R$) liquida bruta gasolinas m3 501,1 39,4 181,7 280 17.103.000 4.788.840.000 8.570.313.300 diesel m3 157,8 15,6 72,2 70 38.406.000 2.688.420.000 6.060.466.800 q. aviação m3 32 5,7 26,3 0 3.925.000 0 125.600.000 outros que m3 25,9 4,6 21,3 0 201.000 0 5.205.900 óleos comb T 11,4 2 9,4 0 11.302.041 0 128.843.267 GLP T 136,7 24,3 112,4 0 7.123.912 0 973.838.770 5,2 24 0 10.928.000 0 319.097.600 7.477.260.000 16.183.365.638 álcool et. Total m3 29,2 Fonte: Brasil, Lei Federal 10.336 de 19/12/2001; MME, 2002. (*) Estimativa. A natureza do problema • A construção de uma proposta política – Participação no programa do Partido dos Trabalhadores Princípios básicos – O Documento do Instituto Cidadania 1. Retomada e aperfeiçoamento do sistema de planejamento energético como forma de garantir a expansão da geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, articulando a política deste setor com as políticas setoriais de desenvolvimento (industrial, agrícola, habitacional, urbana, transportes, tecnológica, ambiental...) e com o sistema de regulação e controle social 2. Licitação de blocos de energia, a serem gerados e/ou conservados, garantindo a recuperação dos custos pela vida útil do projeto, explicitando os critérios de transferência e/ou repartição dos custos de geração e transmissão entre as diversas concessionárias distribuidoras. 3. Retomada o sistema de tarifação pelo custo do serviço (preço licitado), posto que esta sistemática reduzirá incertezas e riscos para os produtores e consumidores. 4. A extinção do mercado atacadista de eletricidade. 5. Democratizar e fortalecer o sistema de regulação, promovendo a articulação entre ANA, ANEEL e ANP e descentralizando no que for possível suas ações 6. Reestruturação e recuperação do caráter público do ONS 7. Garantir que a energia advinda dos projetos hidráulicos existentes bem como os aproveitamentos dos potenciais favoráveis de recursos naturais seja prioritariamente destinada ao serviço público, cooperativo ou comunitário. Coexistência com produtores independentes e consumidores livres 56 A proposta de um novo modelo A proposta de um novo modelo • Planejamento 58 59 A proposta de um novo modelo • O Ministério de Minas e Energia Conselho Nacional de Energia e Águas – CNEA/CNPE (supervisão) Ministério de Minas e Energia (coordenação) Secretaria de Energia ANEEL/ANA (regulação e fiscalização) Secretaria de Minas Energia elétrica Petróleo e Gás Matriz energética Comercializador majoritário (major dealer pool) 60 A proposta de um novo modelo • O Pool Conselho Nacional de Energia e Águas – CNEA/CNPE (supervisão) Conselho Nacional de Energia e Águas – CNEA/CNPE (supervisão) Ministérios de Minas e Energia & Meio Ambiente (coordenação) ANEEL/ANA (regulação e fiscalização) Ministérios de Minas e Energia & Meio Ambiente (coordenação) Comercializador majoritário (major dealer pool) Diretoria de Planejamento da Expansão Coordenação e apoio ao planejamento da oferta e demanda. Planos contestáveis 5-10-15-30 anos. Diretoria de Operação do sistema ONS CCON GCOI Sistemas isolados Diretoria de Comercialização de Energia Liquidação de diferenças, apropriação da renda hidráulica. Antigos GCOI, CCON. governança centralizada Diretoria de Desenvolvimento Energético Universalização e inclusão social, conservação. CDE, CCC, PROINFA, PROLUZ, RELUZ Planejamento Operação Comercialização MME e Empresas ONS CBE/Eletrobrás ANEEL/ANA (regulação e fiscalização) Desenvolvimento Energético Ministérios (MME, MESA, MCT) Empresas Governos estaduais e locais Comercializador majoritário (major dealer) governança descentralizada e compartilhada 61 A proposta de um novo modelo Funcionamento do Pool Energia Geradoras e Transmissoras $ Comercializador majoritário (major dealer pool) Energia Distribuidoras Energia $ Garantias acessórias do Tesouro $ Câmara de liquidação e custódia - CLC Governos $ $ $ Consumidores $ Contas de energia BANCO • Geradoras/Transm. Distribuidoras Impostos 62 A proposta de um novo modelo • Planejamento da expansão CCPE Expansão da Geração Planejamento Determinativo Expansão da Transmissão Estudos de Mercado Estudos Ambientais 63 A proposta de um novo modelo • Operação OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA Sistemas Isolados Sistema Interligado Nacional 64 A proposta de um novo modelo • Comercialização COMERCIALIZACÃO Contratação Liquidação Das Diferenças Contratuais Câmara de Arbitragem 65 A proposta de um novo modelo • Desenvolvimento energético DESENVOLVIMENTO ENERGÉTICO Energias Alternativas Conservação de Energia Administração das Contas Vinculadas Inclusão Social e Universalização do Acesso O modelo do governo Lula Baseado na palestra “A POLÍTICA ENERGÉTICA E MINERAL NA ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL” apresentada por Ministra Dilma Vana Rousseff em Brasília, 05 agosto de 2004 O modelo do governo Lula • Sistema elétrico brasileiro 67 O modelo do governo Lula 68 O modelo do governo Lula 69 O modelo do governo Lula 70 O modelo do governo Lula 71 O modelo do governo Lula 72 O modelo do governo Lula 73 O modelo do governo Lula 74 O modelo do governo Lula 75 O modelo do governo Lula 76 O modelo do governo Lula 77 O modelo do governo Lula 78 O modelo do governo Lula 79 O modelo do governo Lula 80 O modelo do governo Lula 81 O modelo do governo Lula 82 O modelo do governo Lula 83 O modelo do governo Lula 84 O modelo do governo Lula 85 O modelo do governo Lula 86 O modelo do governo Lula 87 O modelo do governo Lula 88 O modelo do governo Lula 89 O modelo do governo Lula 90 O modelo do governo Lula 91 O modelo do governo Lula 92 O modelo do governo Lula 93 O modelo do governo Lula 94 O modelo do governo Lula 95 O modelo do governo Lula 96 O modelo do governo Lula 97 O modelo do governo Lula 98 O modelo do governo Lula 99 O modelo do governo Lula 100 O modelo do governo Lula 101 102 Fim