librillo preliminar de actas - Sociedad Española para la Defensa del

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librillo preliminar de actas - Sociedad Española para la Defensa del
XII CONGRESO INTERNACIONAL SOBRE PATRIMONIO GEOLÓGICO Y MINERO
BOLTAÑA, 1912. ISBN - 978 – 99920-1-770-8. Pp. 189 – 198
O PATRIMÓNIO CULTURAL E CIENTÍFICO DO MUSEU DA
CIÊNCIA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA:
GEOCOLECÇÕES E ACTIVIDADES
THE CULTURAL AND SCIENTIFIC HERITAGE OF THE
MUSEUM OF SCIENCE OF THE UNIVERSITY OF
COIMBRA:GEOCOLLECTIONS AND ACTIVITIES
C.S.A. ROCHA 1, F. BARROSO-BARCENILLA 2, 3 E P.M. CALLAPEZ 1, 4
1
Museu da Ciência. Universidade de Coimbra. 3000-272 Coimbra, Portugal. [email protected]
2
Departamento de Paleontología. Universidad Complutense de Madrid. 28040 Madrid, España.
3
Grupo de Investigación Ibercreta. Universidad de Alcalá de Henares. 28071 Alcalá de Henares, España.
4
Departamento de Ciências da Terra. Universidade de Coimbra. 3000-272 Coimbra, Portugal.
RESUMO
O Museu da Ciência da Universidade de Coimbra é possuidor de elevado património
histórico e científico que o torna distinto e único em Portugal. As geocolecções que ostenta, de
sublime beleza e grandioso valor científico, enaltecem as suas salas que são um importante
contributo para a aprendizagem e formação de quem as visita. A Galeria de Mineralogia e
Geologia encontra-se instituída para divulgação da Ciência, colaborando para a formação e
compreensão dos conteúdos programáticos leccionados nas escolas através de visitas guiadas e
elaboração de diversas actividades didácticas temáticas, que evidenciam a relevante presença
da Geologia no quotidiano em resposta à satisfação das necessidades e exigências da
sociedade.
Palavras-chave: Actividades didácticas, Geocolecções, Museu da Ciência, Património,
Universidade de Coimbra.
ABSTRACT
The Museum of Science of the University of Coimbra nowadays holds a very rich
historical and scientific heritage that makes it exceptional and different in Portugal. The
geocollections that this museum contains, of sublime beauty and high scientific value, decorate
its rooms and constitute an important contribution for the learning and formation of everyone
who visits them. The Gallery of Mineralogy and Geology has been created for the spreading of
the Science, contributing to the formation and comprehension of the programmatic contents
taught in the schools by mean of guided visits and the elaboration of diverse thematic didactic
activities that show the relevant presence of the Geology in the day by day, in response and
satisfaction of the needs and requirements of the society.
Key-words: Didactic activities, Geocollections, Heritage, Museum of Science, University of
Coimbra.
XII CONGRESO INTERNACIONAL SOBRE PATRIMONIO GEOLÓGICO Y MINERO
RESUMEN
El Museo de la Ciencia de la Universidad de Coimbra es poseedor de un valioso
patrimonio histórico y científico que lo hace distinto y único en Portugal. Las geocolecciones
que contiene, de sublime belleza y grandioso valor científico, embellecen sus salas y
representan una importante contribución al aprendizaje y la formación de quien las visita. La
Galería de Mineralogía y Geología ha sido instituida para la divulgación de la Ciencia,
colaborando en la formación y comprensión de los contenidos programáticos impartidos en
las escuelas por medio de visitas guiadas y la realización de diversas actividades didácticas
temáticas, que evidencian la relevante presencia de la Geología en el día a día, en respuesta a
las necesidades y exigencias de la sociedad.
Palabras-clave: Actividades didácticas, Geocolecciones, Museo de la Ciencia, Patrimonio,
Universidad de Coimbra.
INTRODUÇÃO
O Museu da Ciência da Universidade de Coimbra encontra-se instalado desde 5 de
Dezembro de 2006 no antigo edifício do Laboratório Chimico (figuras 1a-c), no recinto
histórico desta cidade portuguesa. Foi na Reforma Pombalina no século XVIII e a pensar no
ensino experimental com o novo Curso Filosófico que, por ordem do Marquês de Pombal, se
edificou o Laboratório Chimico e suas respectivas oficinas nas antigas instalações destinadas
às cozinhas e refeitório do Colégio de Jesus (Leonardo, 2005).
O edifício do Colégio de Jesus (“Onze Mil Virgens”, figuras 1d-f) fora edificado para a
Ordem dos Jesuítas nos terrenos da Alta Conimbricense cedidos pelo rei Dom João III em
1547. Neste mesmo ano iniciou-se a construção do edifício, seguindo o esquema tipológico
frequentemente adoptado para os colégios de Jesuítas, com um grande volume estrutural
possuidor de grandiosa beleza arquitectónica de alas, celas, átrios e pátios, concluindo-se em
1569, e revelando-se a ordem Jesuíta Conimbricense numa referência mundial da época (Lobo,
1999).
É com a chegada do Marquês de Pombal, que renovou não só as leis da academia como
também todo o ensino universitário do país, que coloca o fim da doutrina meramente teórica e
literária. Assim, o Marquês de Pombal, sensível e influenciado pelas dificuldades a que o país
atravessara provocado pelo cataclismo trágico do terramoto e maremoto de 1755, que fez com
que se destacasse e se desenvolvesse em 1772 o ensino experimental que satisfizesse as
necessidades e as exigências do país.
Nesta altura o antigo refeitório do edifício dos Jesuítas fora transformado no
Laboratório Chimico no qual se dá o despertar da indústria química e experimental, tão
importante que se revelou posteriormente na defesa do território, nomeadamente nas Invasões
Francesas. Entre muitos outros feitos foi deste Laboratório Chimico, pela direcção de
Domingos Vandelli, que se desenvolveram as técnicas e os técnicos que vieram mais tarde
servir a prestigiada fábrica de porcelana da Vista Alegre (Leonardo, 2005). É com sucesso que
a instituição de novas faculdades e a reformulação das antigas com o intuito de aproximar o
ensino que se praticava na Europa Central, que surgem as Faculdades de Matemática e de
Filosofia, das quais se exigem demonstrações experimentais que levam à criação do Museu de
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História Natural da Universidade de Coimbra, o museu de mais antiga criação formal da
Europa (Portugal Ferreira, 1992).
É na segunda metade do século XVIII e início do século XIX que se concebe o
despertar e se vivem tempos áureos na história da Ciência. Resultam os grandes naturalistas
desta época e a transcendência que tiveram para a implementação da História Natural como
Ciência de primordial importância. É também nesta altura que se vive o apogeu das expedições
científicas por todo o mundo as quais foram responsáveis pelo enriquecimento e promoção dos
museus. Em 1885 já se encontram formalizadas as secções do Museu de História Natural
constituídas por Jardim Botânico, Zoologia, Mineralogia e Geologia, e Antropologia e
Archeologia Pré-histórica (Pinto e Marques, 1999).
É necessário realçar a importância das distintas e auspiciosas colecções que, com mais
de dois séculos de História, tanto nos têm para contar e tantos segredos da Ciência nos
guardam e têm para nos revelar. Assim como é de valorizar e enaltecer o trabalho e dedicação
dos demais que cuidaram, preservaram, promoveram e desenvolveram as magníficas colecções
que nos dias de hoje são consideradas únicas. Actualmente o Museu da Ciência é responsável
por todo o património e espólio que assegura e caracteriza as colecções do antigo Museu de
História Natural instituído em 1772 pelo Marquês de Pombal.
GEOCOLECÇÕES DA GALERIA DE MINERALOGIA E GEOLOGIA
As geocolecções do Museu da Ciência encontram-se instituídas para divulgação da
Cultura Científica de forma a colocar ao serviço a missão de ensinar a Ciência sem restrições,
de portas abertas a todo o público. Destaca-se a importância da Galeria de Mineralogia e
Geologia deste museu, que representa um contributo no auxílio da formação das escolas e
compreensão dos conteúdos programáticos, assim como a relevante e a constante presença da
Geologia no quotidiano em resposta à satisfação das necessidades e exigências da sociedade.
A Galeria de Mineralogia e Geologia consta com 40.000 peças que dizem respeito a
duas grandes áreas da Geologia em geral, a Mineralogia (figura 2a-b) e a Paleontologia (figura
2c-d). O núcleo Mineralógico incide na sala que honra a memória do grande mineralogista José
Bonifácio D’Andrada e Silva, homenageado na direcção do Dr. José Maria Abreu (Portugal
Ferreira, 1998). A colecção de minerais consta com 5000 espécimes que foram adquiridas de
antigas colecções reunidas por Domingos Vandelli e José Bonifácio. Posteriormente a colecção
foi aumentada por Manuel José Barjona e pela colecção adquirida do Dr. Paulino da Nola e
Sousa. Mais tarde o museu foi enriquecido por minerais adquiridos de instituições estrangeiras
como Krantz (Bona - Alemanha), Naturhistorisches Institut Dr. Eger (Viena - Áustria),
Comptoir Mineralogique et Géologique (Genebra - Suíça) e Foot Mineral C. (Filadélfia U.S.A.). Hoje esta colecção conta também com o contributo dos docentes e investigadores do
actual Departamento de Ciências da Terra (Pinto e Marques, 1999). O núcleo Paleontológico é
constituído por bivalves, cefalópodes, corais, troncos silicificados, e peixes de Monte Bolca,
assim como por fósseis e petrificados de jazidas clássicas europeias, de aquisições da casa de
Karantz, e de camadas portuguesas paleozóicas estudadas por Nery Delgado e mesozóicas com
classificações manuscritas em francês realizadas por Paul Choffat. Também por fósseis do
Buçaco e de Coimbra recolhidos por Gonçalves Guimarães e Ferraz Carvalho, fetos fósseis do
Carbónico do sinclinal de Valongo da colecção de Júlio Henriques, e fósseis do Jurássico e
Cretácico do Baixo Mondego e do Pliocénico de São Pedro de Moel de Custódio de Morais
(Brandão et. al., 2010).
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A galeria de Mineralogia e Geologia exibe as suas colecções distribuídas pelas
seguintes salas de exposição permanente:
- “Sala José Bonifácio D’Andrada e Silva” (figura 2e), dedicada à Mineralogia e
Gemologia de Portugal e do mundo, com uma colecção com mais 950 espécimes que se
encontram expostos por classes em 27 expositores, baseada nos critérios físico-estruturais de
acordo com as classificações de Strunz e Dana (Pinto e Marques, 1999).
- “Sala Carlos Ribeiro - Portugal de Pedra e Cal” (figura 2f), que exibe os três grupos
principais de rochas ocorrentes em Portugal, a sua proveniência e relação na aplicação das
rochas e minerais no nosso dia-dia, como também, a implicação na economia e
desenvolvimento do país.
- “Sala Paul Choffat” (figura 2g), destinada à cartografia geológica e geomorfologia de
Portugal, onde se encontra o maior mapa a 3D de Portugal continental existente no mundo. É
uma sala que explora a cartografia geológica, relevo e topografia a diferentes escalas e exibe
instrumentos que auxiliam o trabalho de campo e a concretização dos mapas e cartas
geológicas.
Nestas três salas está implícita a referência ao património mineralógico e mineiro assim
como a localização das principais minas de exploração de georecursos e energia do território
português.
- “Sala Ultramarina” (figura 2h), aplicada à riqueza paleontológica de Portugal e do
mundo, que servem de objecto de estudo aos demais cientistas do mundo inteiro que por aqui
passam para as estudarem e analisarem.
- “Corredor da Evolução da Vida na Terra” (figura 2i), relaciona a evolução dos
continentes e os principais acontecimentos da História do nosso planeta, desde o aparecimento
dos primeiros seres vivos, causas e efeitos das principais extinções, até a actualidade.
- “Chalé Pedrosa” (figura 2j), sala dedicada para primeira infância onde se desenvolvem
actividades geológicas.
Estas seis salas são dotadas com as geocolecções permanentes que satisfazem e
deliciam todos os que por aqui passam a visita-las. Com o propósito de promover as
geocolecções e formar o público que as visita é oferecida a voz aos exemplares por intermédio
de um Guia que dá a conhecer e possibilita a exibição e apresentação da história e contributo
científico que os distintos espécimes têm para nos contar.
Neste sentido é fundamental tomar atenção à formação e capacidade pessoal e
interpessoal de quem exerce a função de transmitir o ensinamento da verdadeira Ciência. É
necessário e de fulcral importância o empenho e desenvolvimento das técnicas educativas e
comunicativas que são de primordial interesse no ensinamento e divulgação do Saber e eficaz
aquisição da aprendizagem.
ACTIVIDADES PROMOVIDAS PELA GALERIA DE MINERALOGIA E GEOLOGIA
Na Galeria de Mineralogia e Geologia, para além das já referidas visitas guiadas que o
museu oferece, também são desenvolvidas diversas actividades divulgativas (figura 3a). Nas
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férias de Verão de 2009 a Área Educativa do Museu da Ciência promoveu com o auxílio e
cooperação da geóloga Carla Rocha e supervisão do director Doutor Pedro Callapez, a área da
Geologia como parte integrante das actividades intituladas “4 Dias, 4 Temas” e “Sábados no
Museu”.
Nos ateliers ligados às Ciências da Terra são efectuados e amplificados os seguintes
temas que abrangem na introdução teórica a ilustração dinâmica do globo do Museu da Ciência
(figura 3b), e orientação da visita à sala temática correspondente da galeria da Mineralogia e
Geologia:
- “A origem da Terra”, consiste numa história que explica como nasceu o Sistema Solar
e, por conseguinte, o planeta Terra. Esta história descreve desde o aparecimento da crusta
continental e da crusta oceânica chegando à atmosfera realçando a importância dos vulcões
assim como os produtos resultantes das actividades vulcânicas como os gases, cinzas e lavas na
evolução do nosso planeta, tal como, a formação dos oceanos e das grandes cadeias
montanhosas.
Deste atelier as crianças constroem os seus próprios aparelhos vulcânicos (figuras 3cd), recorrendo a materiais como o barro que depois de moldado lhe é fornecida uma cratera
(uma carica metálica) onde se simulam os três principais tipos de vulcanismo como a erupção
efusiva (lava muito fluida), erupção vulcânica (com a formação de cinza e cheiro a enxofre) e
por último a simulação da erupção explosiva (com a formação de uma agulha vulcânica em que
a lava é bastante viscosa).
- “Porque treme a Terra?” é um atelier que relaciona a distribuição e ocorrência de
fenómenos como os sismos e os tsunamis no nosso planeta de modo a evidenciar as fronteiras
das placas tectónicas. Compara as zonas sísmicas com as zonas de subducção e de obducção,
dando ênfase para a formação de cordilheiras montanhosas e para a Fossa das Marianas.
Explica o comportamento das diferentes ondas sísmicas, ondas de corpo (P, S) e de superfície
(L, R), e o contributo destas para o conhecimento da estrutura interna da Terra (núcleo
rochoso, manto fluido e crusta rochosa). Concreta a origem dos sismos no território português
exibindo simulações dos tsunamis de 1722 em Tavira e de 1755 em Lisboa.
Exibem-se também imagens de destruição causadas pelos sismos e tsunamis dando
como exemplo a ocorrência do tsunami de 2004 na Ásia. Informa como podemos prevenir e
quais os comportamentos a ter durante e após um sismo. Finalmente, as crianças constroem e
decoram pequenos edifícios de cartão de diferentes alturas, de modo a compreenderem os
diferentes comportamentos dos edifícios quando sujeitos a diferentes vibrações (Providência,
2008).
- “À descoberta de rochas e minerais” descreve os diferentes ambientes geológicos
(magmático, sedimentar e metamórfico), relaciona estes ambientes com a distribuição
geográfica (continental e oceânica) com a ocorrência dos principais tipos de rochas e minerais.
Esta descrição é acompanhada por ilustrações de imagens que relacionam o ambiente e o tipo
de rocha.
É promovido às crianças o contacto directo com minerais e rochas de ambientes
magmáticos (basalto, olivina, granito, quartzo), sedimentares (calcário, areia, argila) e
metamórficos (mármore, xisto, quiastolite, estaurolite maclada). As crianças identificam
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diferentes minerais e rochas através de chaves dicotómicas (figuras 3e-f) e no final constroem
um Ciclo Litológico (figura 3g).
- “Dançar com os Continentes” trata-se de um atelier que narra a evolução dos
continentes desde a sua origem até aos dias de hoje deixando em aberto a Pangeia do futuro
que fica ao critério de cada criança (figura 3h). É apresentada a Teoria da Deriva Continental e
a importância e contributo desta na evolução do planeta Terra. No final as crianças arquitectam
diferentes etapas da Pangeia através de puzzles continentais.
- “Escavando bem fundo” é um atelier que comenta o que é a Paleontologia, desvenda a
receita da fossilização, deslinda a função de um fóssil e a sua importância na reconstituição do
passado e evolução da história da Terra (figura 3i). Relata as condicionantes na génese dos
fósseis e os diferentes tipos de fossilização.
As crianças compreendem o contributo dos fósseis na datação dos principais
acontecimentos geológicos na história da Terra. Escavam falsos fósseis e fósseis verdadeiros
que são identificados e determinadas as suas idades. Também realizam um jogo de estratos
para que compreendam o conceito de idade relativa (figuras 3j-k) no final constroem um fóssil
em gesso (figuras 3l-m).
O objectivo fundamental destas cinco actividades consiste no despertar, sensibilizar e
estimular o pensamento científico e sentido crítico sobre a Ciência e as diversas áreas do saber,
destacando que são um grande contributo para o desenvolvimento mental de todos.
Na introdução teórica de todos estes ateliers, a assistência participa de forma activa e
dialoga com interesse e respeito sobre os temas expostos. O público apresenta opiniões
positivas, exibem interesse e admiração pelas formas, cores e composições dos minerais e sua
aplicabilidade no quotidiano, assim como toda a informação adquirida durante a visita guiada.
Realizam surpreendidas positivamente à descoberta da classificação e construção do Ciclo
Litológico. Na construção da “A minha Pangeia do Futuro”, as crianças fixam o puzzle de
forma a construírem novos mares e novas cadeias montanhosas e inclusive atribuem novas
denominações a estas novas formações geológicas.
Em suma, as crianças e jovens participam com interesse e empenho. Resulta a
satisfação de aprenderem a brincar à Ciência. O público gosta, diverte-se e compreende os
objectivos das actividades. O cuidado e pormenor dos desenhos e esquemas de registo que
realizam sobre o tema demonstram isso mesmo.
CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho desenvolvido no Museu da Ciência da Universidade de Coimbra resulta
numa aquisição e enriquecimento na área pedagógica e educativa, e uma procura constante de
formação e enriquecimento nas áreas das Geociências. Encontramos como parte integrante
deste valiosíssimo património o destaque para as geocolecções da Galeria de Mineralogia e
Geologia, contidas nas suas diversas salas, como as de “José Bonifácio D’Andrada e Silva”,
“Carlos Ribeiro - Portugal de Pedra e Cal”, “Paul Choffat”, “Ultramarina”, “Corredor da
Evolução da Vida na Terra” e “Chalé Pedrosa”. Para dar a conhecer e divulgar os conceitos da
Geologia a todo o público em geral e muito em especial aos jovens através das numerosas
actividades didácticas que se desenvolvem nos ateliers intitulados “A origem da Terra”,
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“Porque treme a Terra?”, “À descoberta de rochas e minerais”, “Dançar com os Continentes” e
“Escavando bem fundo”.
Este museu é um espaço em que o idioma é Ciência e onde se faz Ciência no verdadeiro
sentido da palavra. Como tal é necessário zelar em todos os sentidos com o mais elevado nível
de responsabilidade pela parte de quem visita e de quem tem a encargo cuidar de um museu
que, depois de tanta História, tempo e dedicação, alberga uma colecção de grandiosa riqueza e
património. Não esqueçamos de que estamos a falar de um dos maiores e mais importantes
espólios de Museologia e Cultura Científica de Portugal e da Europa.
Assumido o compromisso a que este museu foi destinado, apela-se que a ambição não
nos desprove da sapiência de valorização e contínua procura de investigação e formação de
todos quanto o dirigem. Só assim estaremos à altura de agradecer e reconhecer o empenho
desenvolvido nestes dois séculos de todos os que contribuíram para que esta colecção chegasse
aos nossos dias.
Por último, destaca-se que em Julho de 2010 o Museu da Ciência através de um
projecto arrojado e corajoso tornou-se responsável por uma grande herança de valor
inestimável que tem por propósito proteger e difundir o Património Cultural e Científico da
Universidade de Coimbra. O Património que é de todos nós.
AGRADECIMIENTOS
Direcção e Secretariado do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra. Área
Educativa do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, Dr.ª Joana Marques e Dr.ª
Susana Takato. Projecto de Investigação PEII11-0237-7926.
BIBLIOGRAFIA
Brandão, J.M., Callapez, P.M., Mateus, O. e Castro, P. 2010. Colecções e museus de geologia:
missão e gestão = Collections and museums of geology: mission and management.
Museu Mineralógico e Geológico da Universidade de Coimbra, Centro de Estudos de
História e Filosofia da Ciência, Coimbra, 393 pp.
Leonardo, A.J.F. 2005. Segredos da luz e da matéria: materiais para a exposição de préfiguração do Museu das Ciências da Universidade de Coimbra. Dissertação do
Mestrado, Coimbra, 113 pp.
Lobo, R.P. 1999. Os Colégios de Jesus, das Artes e de São Jerónimo: evolução e
transformação no espaço urbano. Departamento de Arquitectura da Universidade de
Coimbra, Coimbra, 1993 pp.
Pinto, J.M.S. e Marques, J.F. 1999. Catálogo da Galeria de Minerais José Bonifácio
d’Andrada e Silva. Museu Mineralógico e Geológico da Universidade de Coimbra,
Coimbra, 137 pp.
Portugal Ferreira, M.R.V. 1992. Pioneiros da Galeria em Portugal. Colóquio Ciência (FCG),
10, 79-98.
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Portugal Ferreira, M.R.V. 1998. 200 Anos de Mineralogia e Arte de Minas: Desde a Faculdade
de Filosofia (1772) até à Faculdade de Ciências e Tecnologia (1972). Faculdade de
Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Coimbra, 188 pp.
Providência, C. e Fiolhais, C. 2008. Ciência a brincar: 8-Descobre o Património! Bizâncio,
Lisboa, 63 pp.
FIGURAS
Fig. 1 - Situação geral do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra. Localização
geográfica geral (a) y detalhada (b); a última adaptada de www.viajar.clix.pt.
Laboratório Chimico, vista externa geral (c). Colégio de Jesus (“Onze Mil Virgens”),
vistas externa geral (d), externa detalhada (e) e interna detalhada (f).
Fig. 1 - General setting of the Museum of Science of the University of Coimbra. General (a)
and detailed (b) geographic location; the latter modified from www.viajar.clix.pt.
Chemical Laboratory, general external view (c). Iesus College (“Eleven thousand
Virgins“), general external (d), detailed external (e) and detailed internal (f) views.
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Fig. 2 - Geocolecções e salas da Galeria de Mineralogia e Geologia da Universidade de
Coimbra. Marcasite, Oklahoma, U.S.A. (a). Cavansite, Poona, India (b). Fósseis de
cefalópodes, Jurássico, Portugal (c). Fóssil de peixe, Eocénico, Italia (d). “Sala José
Bonifácio D’Andrada e Silva” (e), “Sala Carlos Ribeiro - Portugal de Pedra e Cal” (f),
“Sala Paul Choffat” (g), “Sala Ultramarina” (h), “Corredor da Evolução da Vida na
Terra” (i), “Chalé Pedrosa” (j).
Fig. 2 - Geocollections and rooms of the Gallery of Mineralogy and Geology of the Museum of
Science of the University of Coimbra. Marcasite, Oklahoma, U.S.A. (a). Cavansite,
Poona, India (b). Fossil cephalopod, Jurassic Portugal (c). Fossil fish, Eocene, Italy
(d). “Room José Bonifácio D’Andrada e Silva” (e), “Room Carlos Ribeiro - Portugal
of Stone and Lime” (f), “Room Paul Choffat” (g), “Room Overseas” (h), “Corridor of
the Evolution of the Life in the Earth” (i), “Cottage Pedrosa” (j).
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Fig. 3 - Actividades didácticas da Galeria de Mineralogia e Geologia da Universidade de
Coimbra. Visita escolar guiada (a); Escola Martins de Freitas de Coimbra. Globo
dinâmico (b). Simulações de erupções efusiva (c) e vulcânica (d). Chaves dicotómicas
para identificação de minerais (e) e de rochas (f). Ciclo litológico esquemático (g). “A
minha Pangeia do futuro” (h). Espiral esquemática da história e evolução do planeta
Terra (i). Jogo educativo referente às idades relativas (j-k). Processo (l) e resultado (m)
da construção de um fóssil em gesso. Arquivo do Museu da Ciência da Universidade de
Coimbra.
Fig. 3 - Didactic activities of the Gallery of Mineralogy and Geology of the Museum of Science
of the University of Coimbra. Guided school visit (a); Martins de Freitas School of
Coimbra. Dynamic globe (b). Simulations of effusive (c) and volcanic (d) eruptions.
Dichotomous key for identification of minerals (e) and rocks (f). Schematic lithologic
cycle (g). “My future Pangaea” (h). Schematic spiral with the history and evolution of
the Earth (i). Educative game for the concept of relative ages (j-k). Progress (l) and
final result (m) of a plaster cast construction. Archive of the Museum of Science of the
University of Coimbra.
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